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Poluição do ar e mudanças climáticas: ameaças e
oportunidades para a saúde pública
Prof. Dra Adelaide Cassia Nardocci Faculdade de Saúde Pública da USP
1 em 8 mortes
1 dos “top10” riscos à saúde
7 milhões mortes
prematuras/ano
5% GDP dos países em
desenvolvimento
Poluição do ar & Saúde Pública: Importância
Air quality in the megacity of São Paulo: Evolution over the last 30 years and future perspectives Andrade et al., 2017 Atmospheric Environment
Fonte: Cetesb, 2017
MASP (Metropolitan Area of São Paulo )
Population:~ 20 million inhabitants.
Area: 8511 km2
Vehicle fleet: 11 million passenger and commercial vehicles
85% light-duty vehicles (LDVs)
55% of LDVs use gasohol (75% gasoline +25%
ethanol)
4% use hydrous ethanol (95% ethanol
+5% water)
38% are flex-fuel (any proportion of gasohol or ethanol)
2% use diesel (diesel with 8% biofuel)
3% heavy-duty diesel vehicles (HDVs)
12% motorcycles
•Ethanol represents 55% of the burned fuel.
Fonte: Andrade et al, 2017 ( NECTAR workshop)
IDH - SÃO PAULO
HDI - HIGH GROUP A –
10%
HDI – MEDIUM-LOW
GROUP C – 40%
HDI –MEDIUM HIGH GROUP B
– 40%
HDI – LOW GROUP D -
10%
Elaborated by Anne Dorothee Slovic and Adeylson Ribeiro Source: UNDP, DATASUS, IBGE
CONTEXTOS TERRITORIAIS URBANOS
Poluição Veicular – São Paulo
São Paulo: area of 1,523km2 ; 12 milhões de habitantes; 18,000km de vias ; 8 milhões de veículos; 15.000 ônibus circulam diariamente;
Emissão veicular é a principal fonte de poluição do ar
Avaliação da Exposição à poluição veicular
• Modelos que simulam a emissão e dispersão dos poluentes;
• Modelos de regressão do uso do solo;
• Distância das vias.
Toledo e Nardocci, 2010
Importante: Dados do volume de veículos nas vias; dados meteorológicos; dados de emissão de fontes fixas; etc.. Dados experimentais para calibração dos modelos.
Densidade de Tráfego (DT)
RESULTADOS
Mapas I’Moran (LISA) AUTOCORRELAÇÃO ESPACIAL
Idosos Crianças Fonte: Almeida e Nardocci, 2012.
All Men Women
IRRa
(95% CI) IRRb (95% CI) IRRb (95% CI)
Incidence
Traffic Density (%)
0 - 25 1 1 1
26 - 50 1.48 (1.35-1.62) 1.54 (1.37-1.73) 1.62 (1.35-1.93)
51 - 75 1.77 (1.62-1.95) 1.87 (1.66-2.11) 1.88 (1.57-2.24)
76 - 90 1.93 (1.76-2.13) 2.00 (1.77-2.27) 2.13 (1.77-2.56)
>90 1.91 (1.72-2.12) 2.02 (1.78-2.31) 2.04 (1.68-2.47)
Mortality
Traffic Density (%)
0 - 25 1 1 1
26 - 50 1.41 (1.30-1.53) 1.51 (1.37-1.68) 1.29 (1.12-1.48)
51 - 75 1.52 (1.40-1.64) 1.71 (1.54-1.90) 1.31 (1.14-1.50)
76 - 90 1.57 (1.44-1.71) 1.70 (1.53-1.90) 1.40 (1.21-1.63)
>90 1.52 (1.39-1.67) 1.67 (1.48-1.88) 1.38 (1.18-1.62)
Table 1. Incidence Rate Ratio (IRR) and 95% confidence interval (CI) for incidence (2002-2011) and mortality (2002-2013) for respiratory cancer by proximity to traffic density (Sao Paulo, Brazil). a Estimates from negative binomial regression models adjusted for MHDI 2010, age, gender. b Adjusted by MHDI 2010 and age.
Câncer respiratório em adultos maiores de 20 anos
Figura 2 - Riscos relativos da incidência de câncer do aparelho respiratório (2002 – 2011), em maiores de 20 anos, no município de São Paulo - SP, por área de ponderação (denominador: risco médio da cidade), segundo um modelo de intercepto (A) e um modelo ecológico (B), de Besag-York-Mollié, com distribuição binomial negativa e prioris não informativas.
Câncer respiratório em adultos maiores de 20 anos
Figura 2 - Riscos relativos da incidência de câncer hematológico (2002 – 2011) por área de ponderação (denominador: risco médio da cidade), segundo um modelo de intercepto (A) e um modelo ecológico (B), de Besag-York-Mollié, com distribuição binomial negativa e prioris não informativas.
Risco de câncer hematológico em jovens ( < 20 anos)
Fonte: Ribeiro e Nardocci, 2016.
Muitos poluentes perigosos que não tem sido sistematicamente
monitorados (VOCs, HPAs, dioxinas, PM2,5 etc.);
Dados de morbidade somente os dados provenientes do sistema público;
Necessidade de estudos sobre poluição indoor;
Necessidade de mais estudos sobre a exposição no trajeto;
Impacto na saúde da poluição veicular em São Paulo
Rafael Morse - 29.mar.2017/Folhapress
552 mortes no trânsito (ou 2,38 por dia). O número é cerca de 2% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
O número de ciclistas mortos na capital paulista aumentou 64% nos primeiros sete meses de 2017, a maior variação no período.
MORTES NO TRÂNSITO – São Paulo
Folha de São Paulo 21/08/2017
Políticas públicas urbanas orientadas pelo transporte são fatores importantes para a redução das
desigualdades sociais e a melhoria das condições de saúde da população
OPORTUNIDADES
Os resultados sugerem que, de 1997-2007, a mobilidade de crianças e
adolescentes para a escola não melhorou
PIB do Brasil perde R$156.2 bilhões devido ao congestionamento do trânsito em São Paulo
Moradores da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) gastam, em média, meia hora a mais no deslocamento do que seria esperado;
Se essa fricção de mobilidade excessiva fosse eliminada, o PIB nacional
poderia ser 2,83% maior. A cidade de São Paulo absorveria 50% do benefício potencial.
19
Fonte: Haddad, E. Nectar Workshop, 2017. FEA/USP
Mobilidade elétrica
Tipo de powertrain e grau de emissões até 2050 (FONTE: Adaptado de McKINSEY, 2011, p. 7)
Mobilidade elétrica PAÍS DIRECIONADORES CENÁRIO DESEJADO
Coreia do Sul
1. Os automóveis elétricos e híbridos são componentes importantes para uma transformação estrutural sustentável da frota de veículos. 2. Força da indústria automóvel nacional. 3. Preços elevados do petróleo no mercado internacional.
1. Redução das emissões de CO2 em 1,2 milhões de toneladas até 2020. 2. Objetivos de vendas internas para Veículos Elétricos: 22% (2020). 3. Ser um dos quatro maiores países produtores de Veículos Elétricos até 2018 e obter 10% do mercado global até 2020.
Japão
1. Desenvolvimento econômico futuro fortemente relacionado com carros elétricos e híbridos. 2. Redução da crescente demanda de petróleo após o tsunami em 2011. 3. Redução de emissões no país.
1. Estimativa da frota de Veículos Elétricos até 2020: 15-20%; Estimativa da frota de Veículos Elétricos até 2030: 20-30%. 2. Instalação de 2 milhões de carregadores e 5.000 carregadores rápidos até 2020; 3. Desenvolvimento de alta tecnologia magnética sem o uso de elementos de terras raras.
Quadro 2 – Cenários para Frota de VE&H na Coreia do Sul e Japão FONTE: Adaptado de JUSSANI; ALBERTIN, 2014.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE • A média global de temperatura combinada das superfícies terrestres e
oceânicas mostra um aquecimento de 0,85°C [0,65 até 1,06] no período 1880-2012, e perto de 0,72°C [0,49 até 0,89] no período 1951-2012
Condições sociais Condições do sistema de saúde
• Sistemas de alarme
• Status socioeconômico.
• Status de nutrição e saúde.
• Atenção em saúde.
Impa
ctos
à sa
úde Exposições indiretas
(Mediadas pelos sistemas naturais) • Alergênicos • Vetores de
doenças • Aumento de
poluição água/ar.
Mud
ança
s clim
átic
as
Condições ambientais
• Geografia. • Clima. • Solo • Vegetação. • Qualidade de
água/ar
Exposições diretas: Danos por inundação Vulnerabilidade a tormentas
Via perturbações econômicas e sociais: • Produção/distribui
ção de alimentos • Estresse.
Diagrama conceitual que mostra as três vias principais pelas quais as mudanças climáticas têm impactos sobre a saúde. Tomando e modificado de SMITH et al. (2014)
MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SAÚDE • Mudanças climáticas atuam como multiplicadores de problemas de
saúde já existentes;
• Necessidade urgente de redução da pobreza e desigualdades - acesso aos serviços de saúde à boa qualidade de vida.
• Validar modelos de associação de mudanças nos padrões de doença e variações dos estado climáticos;
• Priorizar investimentos em adaptação e mitigação dos efeitos;
• Construir uma visão integrada e multidisciplinar para a redução efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde, o que necessariamente envolva os serviços de saúde.
Obrigada pela atenção!