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TPG folité cnico 1 daGuarda Polytechnic of Guarda RELATÓRIO DE ESTÁGIO Licenciatura em Desporto Joaquim Martins Moreira julho 12015

Polytechnic of Guarda - bdigital.ipg.ptbdigital.ipg.pt/dspace/bitstream/10314/2625/1/Joaquim Moreira... · 1.3. Secção do Atletismo A secção de atletismo do clube é da responsabilidade

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TPGfolitécnico

1 daGuardaPolytechnicof Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Desporto

Joaquim Martins Moreira

julho 12015

Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Desporto

Menor Treino Desportivo

Joaquim Martins Moreira

Guarda, julho 2015

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Clube Desportivo da Póvoa- Atletismo

Orientador de Estágio: Professora Doutora Carolina Vila Chã

Tutora na Entidade Acolhedora: Professora/Mestre

Natércia Branco

Relatório de estágio realizado no âmbito

da disciplina de Estágio em Treino

Desportivo, do 3º Ano da Licenciatura

em Desporto do Instituto Politécnico da

Guarda

i

Agradecimentos

Antes de mais, tenho de agradecer aos meus pais o facto de me terem possibilitado a

entrada no ensino superior e dado a oportunidade de concretizar um sonho, ser

licenciado, a eles, o meu muito obrigado.

Depois, não posso deixar de agradecer aos meus irmãos, sem exceção, pelo apoio

prestado nestes 3 anos de vida académica mas, um obrigado especial à minha irmã

Fátima por ser um exemplo a seguir, pois contra todas as adversidades não desististe do

teu curso, e eu quis seguir os teus passos, a ti, o meu muito obrigado.

Obrigado, amigos (Miguel Ferreira, Catarina Oliveira, Fátima Silva, Henrique Ferreira,

entre outros) por todo o apoio dado, durante esta etapa que, por vezes, foi dura e vocês

estiveram sempre disponíveis para me ajudarem a não ir abaixo, a fazer com que

levantasse a cabeça e enfrentasse os obstáculos, pois perder uma batalha não significa

perder a guerra.

Um obrigado especial aos meus amigos e colegas de faculdade Renato Ferreira, Andreia

Maia, Jean Amarante, Carlos Silva, Andreia Ferreira, por todo o apoio que me deram,

por todas as risadas que partilhamos, por me terem aturado e por fazerem parte da

minha história académica e por tudo isso irei considerá-los amigos para a vida. Um

obrigado especial, Renato Ferreira, por estares ao meu lado, a acompanhar-me nestes

últimos dias e por toda a ajuda prestada na elaboração deste relatório, muito obrigado.

Não posso também deixar de dizer obrigado à minha família que se orgulham de me ver

a concretizar este sonho, a todos, o meu muito obrigado.

Por fim, quero agradecer à minha coordenadora de estágio, Professora Carolina Vila

Chã, por todo o apoio dado, não só nesta fase de estágio, mas pelos 3 anos em que tive o

privilégio de ser seu aluno, bem como a todos os professores que passaram pela minha

vida académica desde o 1º ano ao 3º ano desta licenciatura.

Resta-me deixar um obrigado à Cidade da Guarda por me ter proporcionado a

concretização deste sonho e pelo acolhimento que oferece aos estudantes que por aqui

passam, como também à escola (ESECD) por todos os bons e maus momentos que

passei dentro dela, pois é com os erros que se aprende. O meu muito obrigado IPG.

ii

Ficha de identificação

Discente: Joaquim Martins Moreira

Número de aluno: 5007842

Grau: Obtenção de Licenciatura em Desporto

Entidade formadora

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Diretor da ESECD: Professor Doutor Pedro Tadeu

Diretora do curso: Professora Doutora Carolina Vila-Chã

Coordenadora de estágio: Professora Doutora Carolina Vila Chã

Grau Académico da Coordenadora: Doutoramento

Entidade Acolhedora de Estágio

Clube Desportivo da Póvoa

Morada: Largo Dr. José Pontes 4490-556 Póvoa de Varzim

Contacto: 252682109

Email: [email protected]

Tutora de Estágio: Professora/Mestre Natércia Branco

Grau Académico da Tutora: - Licenciatura em Desporto e Educação Física, Mestrado

Actividade Física Adaptada, treinadora de grau II em Atletismo

Início do estágio: 1-10-2014

Fim do estágio: 5-7-2015

iii

Resumo

O presente relatório foi realizado no âmbito da unidade curricular de Estágio em

Treino Desportivo com vista à obtenção do grau de Licenciatura em Desporto

ministrada pela Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto, do Instituto

Politécnico da Guarda.

O estágio foi realizado na secção de atletismo do Clube Desportivo da Póvoa

(CDP), situado na cidade da Póvoa de Varzim. O estágio decorreu entre o dia 1 de

outubro de 2014 e o dia 5 de julho de 2015, contabilizando um total de quinhentas e oito

(508) horas de contacto.

Os principais objetivos de estágio foram adquirir competências pedagógicas e

metodológicas no âmbito do treino desportivo em atletismo. Assim, as atividades

desenvolvidas passaram fundamentalmente pelas fases de observação, co-orientação e

orientação, sempre supervisionadas pela tutora de estágio, bem como o

acompanhamento dos atletas em competições.

Ao longo do estágio adquiri/melhorei várias competências, no âmbito do

planeamento do treino, bem como na orientação pedagógica das sessões. A intervenção

em correções técnicas foi também uma grande competência que adquiri pois esta é de

real importância para a evolução dos atletas. Este relatório termina com uma reflexão

crítica, proporcionando uma retrospecção sobre o que aprendi e sobre as dificuldades

sentidas.

Palavras – chave: Estágio; Treino Desportivo; Atletismo; Planeamento e observação

de Treino; Planos de treino.

iv

Índice geral

Agradecimentos .............................................................................................................................. i

Ficha de identificação.................................................................................................................... ii

Resumo ......................................................................................................................................... iii

Índice de figuras ............................................................................................................................ v

Índice de tabelas ............................................................................................................................ v

Lista de Siglas ............................................................................................................................... v

Introdução ..................................................................................................................................... 1

1. Caracterização e análise da entidade acolhedora ............................................................. 2

1.1. Clube Desportivo da Póvoa ........................................................................................ 2

1.2. Recursos Humanos do clube ....................................................................................... 4

1.3. Secção do Atletismo ..................................................................................................... 4

1.3.1. A equipa de atletismo .......................................................................................... 5

1.3.2. Recursos materiais associados à modalidade de atletismo .............................. 6

2. Objetivos e planeamento do estágio ................................................................................... 7

2.1. Definição da área e fases de intervenção ................................................................... 7

2.2. Objetivos Gerais .......................................................................................................... 8

2.3. Objetivos específicos ................................................................................................... 8

2.4. Planeamento e calendarização ................................................................................... 8

3. Atividades Desenvolvidas ................................................................................................. 11

3.1. Observação ................................................................................................................. 13

3.2. Intervenção ................................................................................................................ 15

3.2.1. Planeamento da época desportiva no Atletismo ............................................. 15

3.2.2. Avaliações Físicas .............................................................................................. 18

3.2.2.1. Avaliações das performances/resultados ..................................................... 20

3.3. Função administrativa na secção de atletismo ........................................................ 23

3.4. Projeto de promoção da atividade física ................................................................. 23

4. Reflexão .............................................................................................................................. 26

Referências bibliográficas ................................................................................................... 28

Anexos ................................................................................................................................ 29

v

Índice de figuras

Figura 1- Instalações desportivas do clube ....................................................................... 3

Figura 2-Estádio Municipal da Póvoa de Varzim (exterior) ............................................ 3

Figura 3-Estádio Municipal da Póvoa de Varzim (interior) ............................................. 3

Figura 4-Cronograma dos recursos humano ..................................................................... 4

Índice de tabelas

Tabela 1- Calendarização das fases de intervenção ...................................................................... 9

Tabela 2- Horário de estágio ....................................................................................................... 10

Tabela 3- 1º avaliação ................................................................................................................. 19

Tabela 4- 2º avaliação ................................................................................................................. 19

Tabela 5- Resultados atleta 1 ...................................................................................................... 20

Tabela 6- Resultados atletas 2 ..................................................................................................... 21

Tabela 7- Resultados altetas 3 ..................................................................................................... 21

Tabela 8- Resultados atleta 4 ...................................................................................................... 21

Tabela 9- Resultados atleta 5 ...................................................................................................... 22

Tabela 10- Resultados atleta 6 .................................................................................................... 22

Lista de Siglas

UC- Unidade Curricular

ESECD- Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

IPG- Instituto Politécnico da Guarda

CDP- Clube Desportivo da Póvoa

ANDDI- Associação Nacional Desporto de Deficientes Intelectuais

SJ- Squat Jump

CMJ- Counter Movement Jump

1

Introdução

O estágio realizado está inserido na Unidade Curricular (UC) de Estágio de

Treino Desportivo do 3º ano da Licenciatura em Desporto, da Escola Superior de

Educação, Comunicação e Desporto (ESECD) do Instituto Politécnico da Guarda (IPG).

O estágio apresenta-se como uma tentativa de aproximação do que nos espera

como futuros técnicos no contexto profissional. Pretende que se ganhe experiência com

os diversos profissionais na área em que me inseri, bem como a troca de ideias, opiniões

com estes profissionais para me formar e conseguir futuramente estar à frente de uma

coletividade ou apenas de um grupo de atletas.

Esta UC permite uma facilitação na entrada para o mercado de trabalho pós-

licenciatura devido a ter conciliado a teoria com a prática durante este estágio.

Optei por realizar o estágio na Póvoa de Varzim nomeadamente no Clube

Desportivo da Póvoa (CDP) secção de atletismo por ser a minha área de eleição em

relação a todas as áreas possíveis em Treino Desportivo, bem como também por já

conhecer o clube e as suas estruturas. Outro fator eu me incentivou a escolhe esta

modalidade para realizar o estágio nela, foi o facto de ser atleta desta modalidade desde

os meus sete anos de idade. E por ser uma área em que futuramente gostaria de seguir

como treinador.

Durante o estágio especializei-me mais na área dos saltos (verticais e

horizontais) mas, também intervim na área das corridas, mais propriamente nas

barreiras, por considerar tratar-se de uma área bastante técnica. Também intervi no setor

de lançamentos, especialmente no lançamento do peso. (Plano de estágio no anexo I).

Ao longo do estágio foram realizadas avaliações físicas e de

performance/resultados aos atletas, bem como observações ao desempenho técnico das

treinadoras nas sessões de treino e por fim orientar treinos de forma autónoma.

O estágio tem como principal objetivo a aquisição de competências pedagógicas e

metodológicas que me possam preparar para o mercado de trabalho, num futuro

próximo.

2

Para finalizar resta-me dizer que o relatório apresenta a seguinte estrutura: a)

introdução, b) caraterização da entidade acolhedora, c) objetivos e planeamento do

treino, d) atividades desenvolvidas na entidade acolhedora, e) reflexão final, f)

referências bibliográficas e g)anexos.

1. Caracterização e análise da entidade acolhedora

1.1. Clube Desportivo da Póvoa

O Clube Desportivo da Póvoa foi fundado em 1943, tendo na atualidade cerca de

2500 sócios ativos. Tem a sua sede localizada no Largo Dr. José Pontes 4490-556

Póvoa de varzim. O seu horário de funcionamento é das 8:30 às 17:30.

A sua atividade centra-se sob duas vertentes: as modalidades desportivas e as

atividades aquáticas (complexo de piscinas).

Na vertente das modalidades desportivas, existem cerca de 400 atletas ao todo a

representar/praticar desporto no clube nas diversas modalidades, desde o hóquei em

patins, basquetebol, voleibol, atletismo, judo, badminton, futvólei e automobilismo. Em

todas estas modalidades existem desde os escalões de formação até aos seniores, com

exceção do automobilismo que é destinado unicamente a seniores.

Já nas atividades aquáticas, são cerca de 700 clientes inscritas no clube que

usufruem do complexo de piscinas nas diversas variantes: ensino, aulas de natação ou

simplesmente por recreação e engloba todas as idades, para tal existem 2 piscinas

interiores, uma de adaptação ao meio aquático e outra destinada às aulas de ensino ou

recreação. E no verão, a exterior é aberta ao público.

Em relação às instalações desportivas, o Clube Desportivo da Póvoa (CDP)

possui um pavilhão desportivo (figura 1A) onde se realizam as modalidades coletivas e

um complexo de piscinas (duas interiores figura 1B e uma exterior figura 1C).

3

Fig. 1 Pavilhão polidesportivo do CDP

Figura 1- Instalações desportivas do clube

A modalidade de atletismo é praticada em instalações cedidas pela Câmara

Municipal da Póvoa de Varzim, (Fig. 2 e Fig. 3).

Esta instalação é o Estádio Municipal da Póvoa de Varzim, espaço aberto a toda

a comunidade quer da cidade ou de outras cidades. As equipas da cidade como é o caso

do CDP, não pagam qualquer preço monetário para utilizarem a pista, já outros clubes

exteriores é lhes imposto uma comissão de 0,50 € por atleta. O estádio está situado ao

lado do Parque da Cidade da Póvoa de Varzim, junto à auto-estrada A28 (Viana do

Castelo- Porto).

Figura 2-Estádio Municipal da Póvoa de Varzim (exterior)

Figura 3-Estádio Municipal da Póvoa de Varzim (interior)

C B A

4

1.2. Recursos Humanos do clube

Relativamente aos recursos humanos existentes no clube segue-se num

cronograma os respetivos cargos, e as suas hierarquizações (Fig. 4).

Figura 4-Cronograma dos recursos humano

No cronograma anterior não estão mencionados os nomes dos treinadores das outras

modalidades, pois cada escalão de cada modalidade tem o seu próprio treinador, por

isso não os mencionei anteriormente por serem demasiados treinadores, daí a utilização

do (…) no que se refere aos treinadores das modalidades.

1.3. Secção do Atletismo

A secção de atletismo do clube é da responsabilidade da professora/mestre

Natércia Branco, que para além de ser coordenadora da secção também é treinadora. O

clube possui também como treinadoras Fátima Silva e a professora Patrícia Rosa, e

nesta época desportiva tiveram a companhia de um estagiário.

5

A divisão dos atletas é feita por treinadora, não por escalões, nem por áreas. Ou

seja não existe uma distribuição dos atletas por áreas específicas, consoante a área de

eleição da treinadora, pois todas as treinadoras treinam atletas das diversas áreas. Os

atletas, ao entrarem no clube, definem quem quer que seja a treinadora dos mesmos.

Contudo a treinadora Fátima Silva apresenta uma maior disponibilidade para a área das

corridas, enquanto a treinadora Natércia e a treinadora Patrícia apresentam uma maior

aptidão para os saltos.

A população-alvo desta secção é a formação de jovens/atletas, que pretendam

praticar esta modalidade com vista a uma profissionalização ou simplesmente para a

prática desportiva da modalidade. Se o objetivo passar por uma profissionalização é de

realçar a importância passar pelas diferentes etapas de formação, evitando desta forma a

especialização precoce e consequente abandono desportivo.

1.3.1. A equipa de atletismo

A equipa de atletismo é composta por 55 atletas, 25 do género feminino e 30 do

género masculino.

Das 25 atletas do género feminino, 7 são do escalão sénior, 3 do escalão júnior, 3 do

juvenil, 1 iniciada, 8 infantis e 3 do escalão benjamim. Já na equipa masculina dos 30

representantes, 9 são do escalão sénior, 3 juniores, 5 juvenis, 5 iniciados, 4 infantis e 4

benjamins.

Escalão Faixa etária (data de nascimento)

Sénior Anterior a 1995 inclusive

Júnior 1996/1997

Juvenil 1998/1999

Iniciado 2000/2001

Infantil 2002/2003

Benjamim B 2004/2005

Benjamim A 2006/2007

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É importante também referir que quer a equipa feminina, quer a equipa masculina,

possui, cada uma, um atleta com necessidades especiais que, para além de competir nas

competições organizadas pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) e Associação

Atletismo do Porto (AAP), também participam nas competições organizadas pela

Associação Nacional de Desporto para Deficientes Intelectuais (ANDDI) e Associação

Nacional de Desporto para Deficientes Visuais (ANDDInv), respetivamente. A atleta

feminina foi medalhada, por várias vezes, a nível nacional, europeu e mundial nas

competições da Associação Nacional de Desporto para Deficientes Intelectuais

(ANDDI). O atleta masculino ainda não pode participar nessas competições dado que

ainda se encontra no escalão de iniciados e só poderá participar quando integrar o

escalão juvenil.

1.3.2. Recursos materiais associados à modalidade de atletismo

Relativamente aos recursos materiais, existe todo o material necessário para uma

competição oficial, encontrando-se também disponível para a realização de treino

técnico. É de realçar que este material é cedido pela Câmara Municipal da Póvoa de

Varzim tal como as instalações onde decorrem os treinos, como referido anteriormente

(Fig. 2 e 3).

Existem barreiras, blocos de partida, um colchão para salto em altura e um outro

para salto com vara, assim como respetivos postes e fasquias que diferenciam de acordo

com o salto em questão e varas. Existem também quatro caixas de saltos oficiais e

respetivas tábuas de chamada e, ainda, uma caixa de saltos utilizada apenas para treino

sem tábua, mas com marcas devidamente colocadas no solo, de modo a substituir a zona

de chamada oficial. Não deixando de fora os diversos lançamentos, estas instalações

disponibilizam engenhos para as diversas vertentes e sectores que permitem a

concretização do lançamento. Pequenas coisas, mas de igual importância são as fitas

métricas para as medições, quer dos saltos quer dos lançamentos, o contador de voltas,

as bandeiras para sinalizar nulo e válido, os testemunhos para a realização de estafetas e

o anemómetro.

7

Para complementar os treinos há disponível algum material para trabalhos de força:

duas barras olímpicas e pesos (rodelas), caixas para trabalho de pliometria e bolas

medicinais de vários pesos.

2. Objetivos e planeamento do estágio

2.1. Definição da área e fases de intervenção

Após conversa com a tutora de estágio foram definidas as principais áreas, sendo

elas observação, coorientação e orientação.

Num primeiro contacto com a instituição fiquei a par de todas as situações

burocráticas que ao longo da época possam surgir, como atualização das marcas

pessoais dos atletas para posterior melhor identificação das mesmas para inscrições nas

competições, fazer as inscrições dos atletas para as competições regionais e zonais.

Na fase de observação, observei os treinos para perceber onde a posterior posso

intervir quer nos aspetos técnicos e/ou físicos. A observação foi essencialmente para

determinar quais as fragilidades e pontos fortes dos atletas para saber onde e como

intervir futuramente, apresentando um maior foco nos saltos, não obstante observar as

outras áreas.

Na fase de co-orientação intervi essencialmente na área dos saltos mas sempre

com a supervisão da minha tutora, para não quebrar o processo evolutivo, de todos os

atletas que estão a ser acompanhados. E também fazer sempre o acompanhamento dos

atletas com o objetivo de efetuar as avaliações previstas pelo guia de funcionamento do

estágio.

Por fim, na fase de orientação tive maior liberdade e consegui intervir de forma

autónoma e correta em todas as áreas, mas especialmente na área dos saltos.

8

2.2. Objetivos Gerais

Desenvolver trabalho, em contexto real de treino, sob supervisão, visando a

consolidação de competências técnicas, relacionais e organizacionais relevantes

para o perfil de desempenho à saída do estágio, adquiridas na parte curricular do

curso;

Criar hábitos de reflexão crítica sobre as situações reais de treino e competição

vividas com os praticantes desportivos, utilizando a sua prática como meio e

oportunidade de formação;

Participar na vida do clube desportivo em que o Estágio decorre, desenvolvendo

um relacionamento com os diferentes membros da comunidade desportiva;

Proporcionar uma experiência prática de relacionamento profissional com

treinadores mais experientes

2.3. Objetivos específicos

Adquirir competências técnicas suficientes para posteriores correções técnicas

em atletas, nas diversas disciplinas do atletismo;

Colaborar na parte administrativa da secção, para um melhor funcionamento da

mesma;

Elaborar planeamento de treinos de acordo com as necessidades dos atletas;

Melhorar a capacidade de observação da realização técnica dos atletas;

Realizar um macrociclo pormenorizado;

2.4. Planeamento e calendarização

Para Chiavenato (2004, p. 152), “O planeamento é a primeira das funções

administrativas e é a que determina antecipadamente quais são os objetivos a serem

atingidos e como alcançá-los”.

A fase de observação abrange essencialmente a parte inicial da época que se refere

ao início do estágio e que se estende essencialmente aos dois primeiros meses.

9

Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

1ª semana

2ªsemana

3ª semana

4ª semana

5ª semana

Avaliação

Observação

Co-Orientação

Orientação

Posteriormente, a outra fase de observação que coincide com o período de transição de

pista coberta para ao ar livre.

Já a fase de co-orientação coincide com o primeiro período competitivo e vai estar

presente em maior parte das ocasiões do estágio. Nesta fase tentarei contribuir na

correção dos aspetos técnicos e trabalhá-los para aumentar a performance dos atletas.

Por fim, a fase de orientação, foi realizada ao longo da época com maior ênfase no

período competitivo tanto de pista coberta como de pista ao ar livre. No segundo

período competitivo perspetivo uma maior liberdade, pois prevê-se que tenha uma

maior bagagem de competências e consegui-las aplicar quer a nível físico como técnico.

Tabela 1- Calendarização das fases de intervenção

O horário apresentado abaixo (tabela 2), foi o meu horário de estágio que incluiu os

treinos, os planeamentos de treino e suas reflexões, assim como as idas para

competições, sempre que da comitiva fizesse parte um dos atletas dos quais estava a

acompanhar.

10

Tabela 2- Horário de estágio

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira sábado domingo

8:00/9:00

9:00/10:00

10:00/11:00

11:00/12:00

12:00/13:00

13:00/14:00

14:00/15:00

15:00/16:00

16:00/17:00

17:00/18:00

18:00/19:00

19:00/20:00

20:00/21:00

planeamento de treinos

Competições

Treinos

Com este horário, realizei semanalmente onze horas efetivas de estágio, podendo ser

mais horas caso houvessem competições ao fim-de-semana (num ou nos dois dias). Na

época da pista ar livre ocorreram alguns treinos complementares quando não existiram

provas nesse fim-de-semana. Estes treinos serviram, principalmente, para trabalhar

pormenores técnicos, que são algo negligenciados durante os treinos da semana, pois

estes são curtos.

Os dois atletas iniciados realizaram quatro treinos semanais, pois era para ambos o

segundo ano de experiência como atletas federados. Já os restantes efetuaram cinco

treinos semanais e na pista ar livre passaram a ser espontaneamente seis, pois nos fins-

de-semana em que não se previa competição efetuava-se um treino suplementar ao

sábado de manhã.

11

3. Atividades Desenvolvidas

Relativamente a atividades desenvolvidas durante o estágio, na fase de

observação, apenas observei os treinos acompanhando a respetiva treinadora e atletas,

registando alguns pormenores que eram mencionados pela treinadora aos atletas durante

o treino para uma posterior reflexão e aquisição de competências.

Outra atividade desenvolvida, na fase de observação, foi a elaboração de uma

ficha biográfica para saber o tipo de atleta que iria encontrar, saber quais eram os seus

objetivos pessoais para a presente época, assim como saber qual a relação que estes

estabelecem com a treinadora e, por fim, saber a sua opinião pelo facto de serem

acompanhados e instruídos sempre que necessário por uma outra pessoa, o estagiário,

para além da treinadora.

Depois de conhecer os atletas que ia seguir, desenvolvi uma bateria de

avaliações físicas para implementar com os mesmos a fim de verificar a sua forma física

para a posteriori repetir as avaliações e poder verificar se houve melhorias ou não.

Passando à parte da co-orientação, iniciei a minha intervenção em alguns

exercícios sobre o comando da tutora. Estes primeiros passos foram de alguma

dificuldade pois tive de ter a capacidade de desenvolver as competências já adquiridas e

pô-las em prática.

Com o passar do tempo foi me dada mais autonomia por parte da tutora e passei

para a fase da orientação. Iniciei esta fase com a elaboração dos treinos designados

“extras”, treinos que se realizaram sem estarem programados inicialmente. Mas com o

surgimento do desempenho dos atletas, e com a incompatibilidade da se realizar algum

trabalho técnico que era desejado nos dias normais de treino, ocorreu a necessidade

destes treinos suplementares que ficaram à minha responsabilidade.

Relativamente à área de saltos intervi num total de dez treinos (ver anexo II do

dossier de estágio) nos quatros tipos de saltos: nos dois verticais (salto em altura, e salto

com vara) e nos dois horizontais (salto em comprimento e triplo salto). Quatro no salto

em comprimento, três no salto em altura, dois no salto com vara e um no triplo salto.

De referir que o triplo salto foi uma modalidade onde pouco participei devido a

quase nenhum atleta a praticar com exceção da atleta 3, prova de eleição da mesma.

12

Na área dos saltos preocupei-me mais com a correção dos gestos na globalidade

pois, achei que era o mais correto visto que estava a aprender como intervir na

modalidade e, não quis entrar em pormenores técnicos pois, como não possuía ainda

grande capacidade de observação e respetiva capacidade de correção podia estar a dar

correções erradas e criar com isso maus hábitos/vícios aos atletas, que é de evitar nestas

idades de formação.

Também intervi na disciplina de barreiras em três treinos (ver anexo III no

dossier de estágio), especificamente no trabalho técnico, como por exemplo, postura,

ataque e passagem da barreira, dando alguns exercícios com o intuito de reflexão sobre

os erros que estavam a executar até ao momento.

No setor de lançamentos intervi em três treinos (ver anexo IV no dossier de

estágio), dois no lançamento do peso e um no lançamento do dardo.

Nestes treinos suplementares (“extras”) não só participavam os atletas que eu

estive a seguir, como também outros atletas que estivessem interessados em treinar, no

entanto todos faziam parte do clube.

Estes treinos orientados por mim foram, essencialmente, treinos de caris técnico

e com uma vertente que não era possível treinar nas condições desejadas durante a

semana, devido a ter de partilhar o local de treino com outros clubes. Além disso e, no

caso do treino dos saltos com vara e de altura, por vezes, era difícil conciliar as alturas

das fasquias pois o nível de desenvolvimento/aptidão dos atletas presentes era muito

diferente entre si.

Os treinos desenrolaram-se sempre sem qualquer incidente e foi possível

verificar melhorias nos atletas que estava a seguir, em especial no atleta 1, embora nem

sempre fosse possível executar muito trabalho pliométrico devido a este estar com uma

lesão no tendão de Aquiles.

Como atividade desenvolvida, elaborei uma ficha biográfica para saber o tipo de

atleta que iria encontrar, saber quais eram os seus objetivos pessoais para a presente

época, assim como saber qual a relação que estes estabelecem com a treinadora e, por

fim, saber a sua opinião pelo facto de serem acompanhados e instruídos sempre que

necessário por uma outra pessoa, o estagiário, para além da treinadora.

13

Depois de conhecer os atletas que ia seguir, desenvolvi uma bateria de

avaliações físicas para implementar com os mesmos a fim de verificar a sua forma física

para à posteriori repetir as avaliações e poder verificar se houve melhorias ou não.

3.1. Observação

No período de observação, foi-me solicitado a elaboração de uma ficha de

observação, esta ficha encontra-se no (anexo II). A ficha está organizada em 6 itens

gerais: Início do treino, treino, clima do treino, empenho motor, feedbacks/comunicação

e fim do treino.

Esta ficha foi elaborada com o intuito de compreender como dirigir o treino,

bem como sabê-lo organizar para manter sempre os atletas ativos/empenhados no treino

e saber como e quando intervir.

Com a realização desta observação aprendi a posicionar-me num treino

relativamente aos atletas, nunca voltando as costas para os mesmos e a colocar-me

numa posição que consiga ter um amplo campo de vista, para poder ter um controlo

sobre todos ao mesmo tempo.

Aprendi como organizar um treino, quer na elaboração de um plano, quer depois

no campo. Ou seja, como distribuir o material sempre que necessário para o treino de

forma a proporcionar um elevado empenho motor. Tudo isto para criar um bom clima

de treino, com espaço sempre para uma conversa, mas nunca desviando o foco do

treino.

Outro fator que aprendi a dar valor foi à comunicação e aos feedbacks que

devemos utilizar durante um treino. Aprendi como e quando se deve usar o método de

ensino analítico, misto ou global, de acordo com o objetivo do treino.

A experiência de observação nos treinos permitiu-me verificar que o tipo de

ensino também muda consoante a treinadora, pois uma usava constantemente o método

de ensino analítico, quando queria transmitir a aprendizagem de um gesto técnico,

fazendo com que o atleta assimilasse pormenor a pormenor o pretendido para depois

conjugar tudo e reproduzir corretamente o gesto técnico demonstrado. Já a outra

treinadora optava por um método de ensino misto porque inicialmente dizia o gesto na

14

globalidade que queria que o atleta adquirisse e após a realização do mesmo ia com as

correções pormenorizando o gesto e, por vezes, corrigindo o gesto técnico por partes.

Na minha opinião, e transportando-me para a função de futuro técnico

desportivo, penso que se deve inicialmente ensinar o gesto técnico na sua globalidade,

usando o estilo de ensino da descoberta guiada Monston, (1988), ou seja, o atleta depois

de aprender na globalidade o gesto terá de partir para uma descoberta procurando

sensações que o vão deixar confortável na realização desse gesto.

Relativamente ao feedbacks eles podem ser: quanto à forma, ao objeto ou até

mesmo à direção Pierón, (1986). Na modalidade de atletismo relativamente à direcção é

individual pois trata-se de uma modalidade individual, onde cada atleta tem a sua

capacidade física e técnica.

Quanto ao objeto pelo que observei, os mais abordados são o descritivo e o

prescritivo, tendo por vezes o afetivo e o avaliativo presente Pierón, (1986). O

descritivo refere-se ao relato do movimento, como este foi feito e quanto à forma é

predominantemente auditivo. Já o prescritivo, informa como se deve realizar o

movimento e está normalmente associado ao visual quanto à forma de transmissão do

feedback.

Vários autores defendem o uso de vídeo como forma de feedback, no entanto

ainda não existem muitas investigações empíricas que definem a eficácia do uso deste

tipo de feedback (Franks e Maile, (1991); Jambor e Weeks (1995); Trinity e Annesi

(1996)) citado in Magill Richard A. (2011). Já a décadas atrás defendiam o uso deste

tipo de feedback em situações de aprendizagem Rothstein e Arnold, (1976) citado in

Magill Richard A. (2011). A pouca sustentabilidade relativa a eficácia do uso deste

feedback levou a uma análise profunda, e que resultou na conclusão que a eficácia dos

vídeos como um de instrução foi baseada no nível de habilidade do aprendiz em vez do

tipo de atividade.

Uma outra investigação demostrou o benefício de ter um instrutor apontando o

que o vídeo procura transmitir com a observação deste, foi comprovado através do

ensino a jogadores de golfe já com alguma experiencia a darem uma tacada na bola

visando a distância e a precisão da mesma, Guadagnoli, Holcomb e Davis, (2002),

citado in Magill Richard A. (2011).

15

Com isto posso concluir que a utilização de feedback através de vídeo com o

feedback verbal, é a junção mais eficaz para ter sucesso na habilidade que está a

executar.

Das observações feitas nos treinos concluo que o método e o estilo de ensino vai

muito de encontro à postura que a treinadora ou mesmo um técnico desportivo quer

impor perante os seus atletas porque, não consegui destacar qual o método e o estilo de

ensino que trouxe mais vantagens para os atletas. Isto só seria possível observar se os

atletas mudassem de treinador(a). A opção por um método ou estilo também tem de se

adaptar ao grupo de atletas com o qual trabalhamos, pois nem todos são iguais.

3.2. Intervenção

3.2.1. Planeamento da época desportiva no Atletismo

O programa de treino (periodização) segundo Verkhoshansky, (1996) citado in

Machado, Alexandre F. (2011) é um reflexo do conhecimento metodológico e científico

de todas as áreas da Educação Física, impostas ao atleta pelo preparador físico. Para tal,

a periodização baseia-se nos resultados dos testes ou competição e no calendário das

provas, para o planeamento da performance do atleta ao longo da temporada Weineck,

(1999) citado in Machado, Alexandre F. (2011).

Para termos uma boa periodização de treinos é necessário ter em conta as

necessidades do atleta em questão, para conseguirmos ter um pico de forma no

momento desejado. Para tal acontecer, segundo Bompa (2002) citado in Machado,

Alexandre F. (2011), o programa deve ser simples e flexível, para que ajustes possam

ser realizados ao longo do treino.

Com base no referido anteriormente é de real importância a periodização de uma

época, pois é necessário saber conjugar os volumes e as intensidades consoante o

momento de época em que nos encontramos.

O planeamento da época desportiva no atletismo tem de ter em conta a dupla

periodização, ou seja, dividir a época em duas partes: pista coberta e ao ar livre. Com

isto existem dois picos de forma, um em cada parte da época.

Como este planeamento é muito importante foi-me solicitado a construção de

um macrociclo. Após ter recebido esta informação pesquisei sobre este assunto e

16

encontrei informação acerca dos macrociclos, nomeadamente do macrociclo tradicional

e do de meeting e encontrei no livro de Machado, Alexandre F. (2011), escrito por

Dantas, (2003) em que cada macrociclo se baseia e quais as suas principais diferenças.

O macrociclo tradicional caracteriza-se por dar mais valor aos treinos dos que às

competições, sendo este predominante na utilização em atletas em formação. Já o

macrociclo meeting realça mais as competições do que os treinos, permitindo assim que

o atleta obtenha um maior número de picos de forma ao ano, Machado, Alexandre F.

(2011).

Para que o macrociclo seja bem elaborado e proporcione uma bom desempenho

atlético é necessário ter em conta 3 fases (preparação, performance e transição). Na fase

de preparação, pretende-se um elevado desenvolvimento da capacidade motora (período

preparatório da época). Na fase da performance (período competitivo) objetiva-se um

pico de forma. Na fase de transição (período de transição de época) pretende-se uma

recuperação dos atletas, ou seja, diminuição da carga de treino e proporcionar estímulos

diferentes aos mesmos, Machado, Alexandre F. (2011).

A elaboração do macrociclo (ver anexo I do dossier de estágio) surgiu com alguns

percalços pois, não era habitual a realização de um macrociclo individual no clube. Com

isto, procurei saber qual e quando perspetivavam aplicar/ treinar as capacidade de força

muscular nas suas diversas manifestações, como também as capacidades aeróbias e

anaeróbias (velocidade curta e velocidade longa), para com isso elaborar o macrociclo

da época, onde determinei que tipo de trabalho a realizar em cada microciclo e mais em

pormenor a unidade de treino.

Para a elaboração do macrociclo tive em consideração o objetivo principal do atleta

e a altura em que se pretendia atingir esse objetivo. Posteriormente tive a preocupação

de conciliar o treino de força com a capacidade anaeróbia.

O macrociclo foi constituído por 9 mesociclos e 40 microciclos. Cada mesociclo é

normalmente constituído por 4 microciclos podendo espontaneamente um ter 5. A

elaboração de cada microciclo tinha como principal atenção a existência ou não de

competições no fim-de-semana.

Na pré-época, segundo Dantas, (2003) os microciclos deviam ser essencialmente

microciclos de incorporação, ou seja, pretende-se a transição de um período de férias

para o treino, treinos com estímulos não muito fortes.

17

Depois desta fase ultrapassada, os microciclos passam a ser microciclos de choque

ou ordinários. No fim de cada um destes, segue-se um microciclo recuperativo para os

atletas recuperarem a nível orgânico do esforço solicitado nos treinos anteriores.

Na fase de competição segundo Dantas, (2003) existem dois tipos de microciclos

que podem ser utilizados: o microciclo competitivo ou o de choque. O de choque

caracteriza-se por serem aplicadas cargas submáximas ou mesmo máximas nos treinos,

e o competitivo vai ao encontro de uma aproximação da competição no treino. Ou seja,

proporcionar treinos que sejam simulações de competições para a (s) qual (is) o atleta se

está a preparar.

Relativamente à unidade de treino, esta caracteriza-se por proporcionar ao atleta

vivências que lhe sejam importantes para a competição. (Anexo III - exemplo de

plano/unidade de treino.)

Na pré-época os treinos foram divididos em treinos de capacidade aeróbia e de

circuitos de força explosiva ou de força resistente, em que o foco foi ganho de forma

física e onde se procurou treinar em volume e baixa intensidade.

Entrando no período pré-competitivo a estrutura semanal de treinos foi de dois

treinos de séries anaeróbias, um treino aeróbio, e o restante da semana em circuito

técnico ou trabalho técnico relativamente a uma modalidade.

Quando entramos no período competitivo os treinos semanais são basicamente

dedicados a trabalho técnico das diferentes modalidades mas sempre com treinos de

séries anaeróbias podendo estas serem de trabalho lático ou alático, sempre com baixos

volumes e média/alta intensidade para melhor otimização e transferência para a

competição.

Quando chegamos ao período de transição de pista coberta para pista ar livre voltam

os treinos da capacidade aeróbia, intercalados com o de anaeróbia, ou seja, altos

volumes de treino e baixa intensidade. E assim sucessivamente.

O grupo com que trabalhei era constituído por 7 atletas, dois iniciados, quatro

juvenis e um júnior. As áreas de intervenção foram diversas, pois cada atleta tem uma

aérea mais específica. Mas, como intervi mais nos saltos, houve atletas que, ao nível de

acompanhamento técnico, não tiveram o meu acompanhamento, pois abordaram mais a

vertente da velocidade/barreiras, e lançamentos, sendo esta a aérea em que me senti

menos à vontade para intervir.

18

3.2.2. Avaliações Físicas

Foram feitas duas avaliações, uma no início da época que coincidiu com o

microciclo 2, (período de pré-época) e foi repetida passados 22 microciclos, microciclo

24 (período de transição da pista coberta para a pista ao ar livre). Os resultados obtidos

estão apresentados nas tabelas 3 e 4.

No primeiro dia de avaliações fizeram-se as medidas antropométricas (peso e

altura).

No seguimento do treino passou-se para as provas de corrida, tendo como objetivo

analisar o desempenho aeróbio e predizer o limiar anaeróbio de cada atleta.

O protocolo foi o seguinte:

As provas de velocidade e de resistência desenvolveram-se numa pista de

atletismo homologada e conhecida pelos participantes. Onde após um

aquecimento de 15 minutos, os sujeitos, individualmente, realizaram o teste

dos 50 metros, tendo duas hipóteses com 5 minutos entre cada, e de 15

minutos depois da segunda repetição para iniciar a prova dos 1000m;

Os testes de Squat Jump (SJ) e Counter Movement Jump (CMJ) foram realizados

no dia seguinte, com intervalo de 24 horas para os atletas estarem nas condições físicas

desejadas, seguindo este protocolo:

Para a avaliação da força e potência muscular de membros inferiores, foram

utilizados os saltos verticais nomeadamente o teste de salto Squat Jump (SJ) e o

Counter Movement Jump, (CMJ). Segundo Praagh (2007), o SJ é um teste que permite

avaliar a potência muscular dos membros inferiores. O protocolo que é utilizado é o

seguinte:

O indivíduo com a planta dos pés em contacto com a plataforma de força, os

membros inferiores semifletidos a 90º, as mãos na cintura, o tronco ereto e,

sem movimentos prévios, saltar mantendo os joelhos a 180º e voltar a apoiar

os pés na plataforma.

19

Já o teste de CMJ, embora idêntico ao SJ tem a diferença de permitir um contra

movimento antes do salto para acumular mais a energia elástica proveniente desse

pequeno movimento. Estes testes podem ser feitos em um Ergo Jump ou na ausência

deste material, realizado numa superfície plana e que seja permitido o atleta saltar e

marcar com um marcador a altura máxima que atingiu.

Os resultados das avaliações físicas realizadas, no microciclo 2 e 24 para determinação

da condição física dos atletas, estão apresentados na tabela 3 e 4.

Tabela 3- Resultados do 1º momento de avaliação (microciclo 2- 8/9-10-2014) dos parâmetros antropométricos e de parâmetros de condição física

ESTATURA TESTES

ATLETAS

Peso

(kg)

Altura

(m)

50 m

(s)

1000 m

(min.) SJ (cm) CMJ (cm,

Imp. Horiz.

(m)

Atleta 1 81 1,77 6.42 3.11 28 40 2,29

Atleta 2 55,8 1,6 7.10 3.42 22 29 1,82

Atleta 3 56,7 1,64 7.16 4.14 25 34 1,90

Atleta 4 79,1 1,74 6.53 3.43 20 29 1,80

Atleta 5 50 1,59 7.37 4.27 27 41 2,02

Atleta 6 53,6 1,55 7.88 4.40 19 25 1,60

Atleta 7 44,4 1,61 7.08 4.13 24 31 1,83

Tabela 4- Resultados do 2º momento de avaliação (microciclo 24- 11/12-3-2014) dos parâmetros antropométricos e de parâmetros de condição física

ATLETAS

ESTATURA TESTES

Peso

(kg)

Altura

(m)

50 m

(s)

1000m

(min)

SJ

(cm)

CMJ

(cm)

Imp. Horiz.

(m)

Atleta 1 82,3 1,78 6.40 3.06 32 41 2,35

Atleta 2 57 1,61 7.18 3.45 24 31 1,84

Atleta 3 58 1,67 7.11 4.10 28 37 1,93

Atleta 4 79,4 1,74 6.48 3.37 26 32 1,86

Atleta 5 50.1 1,59 7.20 4.24 29 43 2,05

Atleta 6 58 1,60 7.78 4.34 21 28 1,65

Atleta 7 50 1,70 7.03 4.0. 27 34 1,88

Verificou-se uma melhoria nas avaliações efetuadas por vários fatores. O

primeiro é que na primeira avaliação os atletas vêm de uma paragem relativa às férias

de verão, e mesmo fazendo alguma atividade nesse período, nunca é a suficiente para

manter a forma física de uma época. O segundo motivo pelas diferenças, é que na

2ªavaliação os atletas encontram-se num período de transição de pista coberta para a

pista ar livre e já apresentam uma melhor forma física. Outro fator é a pré-

20

disponibilidade que os atletas apresentam nesta fase para treinarem, pois é um período

sem competição e eles não se sentem tão esgotados fisicamente.

No entanto, se estas avaliações fossem realizadas noutra altura da época as

melhorias podiam ser mais notórias, pois o período onde a 2ª avaliação foi realizada é o

período normalmente de os atletas sofrerem treinos de pouco volume e maior

intensidade, acumulação de cansaço, mas tal não afetou o desempenho dos atletas,

porque também não ocorreu grande variedade na carga aplicada no treino.

3.2.2.1. Avaliações das performances/resultados

Outro método que foi utilizado para determinar a performance dos atletas foi a

observação e análise dos resultados dos mesmos em competições.

Ao longo do estágio também fui acompanhando os atletas nas diversas

competições em que participaram.

Para tal, apresento de seguida, em forma de tabelas, os melhores resultados dos

atletas nas diversas modalidades, assinalando a melhoria de marca (recorde pessoal)

com um asterisco (*).

Na tabela 5 segue-se os melhores resultados do atleta 1 na presente época.

Tabela 5- Resultados do atleta 1

Recorde pessoal Pista coberta Pista ar Livre

60m 7.90 8.06 sm

60 m/barreiras 9.76 10.50 sm

100m 12.00 sm 12.20

110 m/barreiras 18.65 sm 18.23*

200m 24.70 24.88 sm

400m 57.17 sm 57.29

Salto em comprimento 5,38 5,26 5,75*

Salto em Altura 1,71 1,7 1,65

Salto com Vara 2,2 sm 2,6*

Lançamento do Peso 9,89 8,76 8,77

Lançamento do Dardo 35,6 sm 31

Lançamento do Disco 28,98 sm 26,79

*Recorde pessoal

21

Na tabela 6 segue-se as marcas obtidas da atleta 2 na presente época.

Tabela 6- Resultados do atleta 2

Recorde Pessoal Pista Coberta Pista ar Livre

60m/barr 10.08 10.05* sm

100m 14.21 sm 14.54

100m/barr 16.41 sm 16.75

Salto com Vara 2,3 2,2 2,3

Salto em Comprimento 4,11 4,26* 3,95

200m 30.18 30,62 30.16*

800m 2.51.53 2.47.36* 2.47.12*

Salto em Altura 1,29 1,26 1,26

Lançamento do Peso 7,33 7,12 7,8*

Lançamento do Dardo 15,96 sm 19,87*

*recorde pessoal

Na tabela 7 segue-se os resultados obtidos pela atleta 3 ao longo da época desportiva.

Tabela 7- Resultados do atleta 3

Recorde Pessoal Pista Coberta Pista ar Livre

200m 27.5 29.66 sm

Salto em Comprimento 4,84 4,18 sm

Salto em Altira 1,43 1,41 sm

Triplo Salto 10,12 10,18* sm

Lançamento do Peso 9,52 8,59 9,87*

Lançamento do Dardo 27,54 sm 25,86

Lançamento do Disco 26,08 sm 25,99

*recorde pessoal

Na tabela 8 segue-se os melhores resultados do atleta 4 na presente época.

Tabela 8- Resultados do atleta 4

Recorde Pessoal Pista Coberta Pista ar Livre

60m 8.45 8.19* sm

100m 13.87 sm 12.72*

200m 27.36 sm 25.94*

300m 44.28 sm 41.72*

Lançamento do Peso 7,94 8,58* 9,1*

Lançamento do Dardo 27,53 sm 28,01*

Lançamento do Disco Sm sm 29,73*

Lançamento do Martelo 21,79 sm 30,47*

*recorde pessoal

22

Na tabela 9 encontra-se as melhores marcas da atleta 5 na presente época.

Tabela 9- Resultados do atleta 5

Recorde Pessoal Pista Coberta Pista ar Livre

Salto em Comprimento 4,42 3,98 4,1

Triplo Salto 9,88 9,3 9,86

Salto em Altura 1,56 1,51 1,51

60m 8.73 8.83 sm

100m 13.54 sm 13.64

200m 28.23 29.09 sm

*recorde pessoal

Na tabela 10 encontram-se as melhores marcas da atleta 6 ao longo da época desportiva.

Tabela 10- Resultados do atleta 6

Recorde Pessoal Pista Coberta Pista ar Livre

Salto em Comprimento 3,8 3,78 3,74

60 m/barreiras 11.30 11.60 sm

Salto em Altura 1,18 sm 1,14

Lançamento do Peso 4,7 4,5 Sm

Lançamento do Dardo 9,89 sm 10,77*

80m 12.08 sm 11.77

100m s.m. sm 14.53

*recorde pessoal

Na tabela 11 segue-se os melhores resultados do atleta 7 na presente época.

Tabela 11- Resultados do atleta 7

Recorde Pessoal Pista Coberta Pista ar Livre

60m/barr 13.96 12.50* sm

80m 11.97 sm 11.67*

Comprimento 4,17 4 4,62*

quadruplo salto 11,2 sm 13,13*

s.altura 1,3 1,3 1,4*

lançam. Peso 6,14 5,98 Sm

triplo salto sm sm 10,28*

100 m/barr sm sm 18.97*

*recorde pessoal

23

De salientar que todos os atletas conseguiram obter melhorias à exceção da

atleta 5.

Agora, pormenorizando um pouco e falando na área em que intervi é de realçar

as melhorias do atleta 1 e 7 e da atleta 2, que apresentam melhorias significativas,

nomeadamente no salto em comprimento, os três atletas, e o atleta 1 no salto com vara,

disciplina que até à época em questão havia sido pouco abordada por ele.

Como análise das prestações dos atletas em questão, considero que foi uma

época razoável, pois os objetivos a que os atletas se propuseram no início da época

foram quase todos cumpridos, à exceção de 2 atletas, ambos por motivos de lesão que

condicionaram, e muito, a época. Contudo nunca baixaram os braços e aquando do

surgimento das lesões foram reestruturados os planeamentos da época, com vista à

otimização do potencial atlético dos atletas em questão.

Realço acima de tudo os resultados obtidos pelo atleta 4 no setor de lançamentos

no qual se verificou uma evolução muito grande quer a nível de performance quer a

nível técnico.

3.3. Função administrativa na secção de atletismo

Como função administrativa na secção foi-me dada a responsabilidade da

atualização informática dos recordes pessoais de todos os atletas, bem como o local e

dia onde foram efetuadas essas marcas. Tudo isto para facilitar na altura de inscrição

nas competições quer sejam regionais ou nacionais.

Outra função foi a inscrição nas competições regionais e zona norte, nas quais é

necessário a inscrição de cada atleta em folha própria disponibilizada pela associação

onde a competição se realiza.

3.4. Projeto de promoção da atividade física

Em relação ao projeto de promoção da atividade física, proposto pelo guia de

funcionamento da UC de estágio em Treino Desportivo, teve como principal objetivo a

24

promoção da atividade física nas crianças da cidade, e assim proporcionar-lhes uma

atividade diferente das escolares.

Este foi projetado mas não executado, a não execução deveu-se à falta de apoios

técnicos, administrativos e problemas burocráticos entre a entidade acolhedora e a

Câmara Municipal da Póvoa.

A população alvo foram as crianças onde se prevê uma adesão de cerca de 60

atletas no total dos dois escalões.

Segue-se o programa do projeto, onde a atividade é destinada às crianças do

escalão infantil nascidos em (2002/2003) e iniciados (2000/2001).

Noite Quente Jovem Desportiva

1. NORMAS REGULAMENTARES

1.1- Poderão participar atletas masculinos e femininos dos escalões de infantis e

iniciados.

1.2- Nesta competição haverá apenas classificação individual.

1.3- Serão atribuídas medalhas aos 3 primeiros classificados em cada escalão género.

1.4-Os atletas poderão participar num máximo de 3 provas, desde que uma delas seja a

estafeta.

1.5- Os atletas do escalão de infantis que participem em corrida de distância igual ou

superior a 150 metros, não poderão participar noutra corrida ou prova nesta competição

independentemente da ordem de participação nessas provas. Caso isso aconteça o atleta

será desclassificado.

2. INSCRIÇÕES

2.1- As inscrições deverão ser feitas pelos clubes ou atletas no local de prova com 30

minutos de antecedência ao programa horário.

As inscrições deverão indicar, obrigatoriamente, o seu nome, as provas a que

concorrerá, data de nascimento e o clube que representa.

25

3. MODOS DE APURAMENTO PARA FINAIS NAS CORRIDAS

Serão decididos pelos Delegado Técnico da competição após a confirmação definitiva

da quantidade de atletas participantes.

Noite Quente Jovem Desportiva

Póvoa de Varzim - Estádio Municipal

17-junho-2015

HORA PROVA ESCALÃO SEXO OBSERVAÇÕES

20:00 80 M Iniciados Masc. Eliminatórias ou final

20:00 Peso Infantis Masc. 3kg

20:00 Altura Infantis Fem. a)

20:00 Comprimento Iniciados Fem. Tábua 2 metros

20:10 80 M Iniciados Fem. Eliminatórias ou final

20:20 Dardo Iniciados Fem 500 gr

20:20 60 M Infantis Masc. Eliminatórias ou final

20:30 60 M Infantis Fem. Eliminatórias ou final

20:40 1000 m Infantis Masc. Séries

20:55 1000 m Infantis Fem. Séries

21:05 Comprimento Infantis Masc. Tábua 2 metros

21:10 Peso Infantis Fem. 2kg

21:10 Altura Iniciados Masc. b)

21:10 800 m Iniciados Masc. Series

21:25 800 m Iniciados Fem Series

21:30 Dardo Iniciados Masc.

21:35 80 M Iniciados Masc. Final

26

a) Altura (Fem): Início a 0,90 m, sobe de 5 em 5 cm até 1,20 m e depois de 3 em 3 cm.

b) Altura (Mas): Início a 1,15 m, sobe de 5 em 5 cm até 1,45 m e depois de 3 e

4. Reflexão

Nos primeiros dias de estágio tive como principal objetivo analisar o contexto em

que iria desenvolver o meu trabalho, tal como fazer chegar aos atletas a informação que

os iria acompanhar, quer nos treinos, quer em competições ao longo de toda a época

desportiva.

Uma das principais dificuldades vivenciadas na entidade acolhedora foi saber como

me colocar no espaço em relação aos atletas para ter uma visão global de todos e

garantir a não ocorrência de acidentes nas minhas costas.

Outra dificuldade sentida foi conseguir impor-me a nível vocal e presencial em

relação aos atletas. Esta dificuldade é devido à aproximação pessoal que eu tenho com

os mesmos. Senti algumas dificuldades nesta área, mas com algum esforço e feedbacks

que me foram dados consegui manter a distância e separar o papel enquanto estagiário e

como amigo.

Os atletas, inicialmente, não perceberam bem qual seria o meu papel, mas com o

tempo foram entendendo e colaboraram comigo aceitando a minha posição de treinador

na ausência das treinadoras principais e aquando da minha presença enquanto mero

colega de equipa.

Outra dificuldade com que me deparei foi o facto de, no mesmo treino, os atletas

estarem distribuídos por vários espaços de treino, o que dificultou a minha participação

21:45 80 M Iniciados Fem. Final

21:55 60 M Infantis Masc. Final

22:05 60 M Infantis Fem. Final

22:15 250 M Iniciados masc Séries

22:25 250 M Iniciados Fem. Séries

22:35 150 M Infantis Masc. Séries

22:50 150 M Infantis Fem. Séries

27

nos treinos. Após conversa com a tutora de estágio, ficou definido que iria intervir num

determinado local mesmo que só estivesse um atleta que estava a seguir. Isto fez com

que muitas vezes fizesse orientações e correções aos restantes atletas do clube, sem me

focar apenas nos sete que me foram indicados como os atletas a seguir.

Com este estágio adquiri muitas competências e evolui como futuro técnico, pois só

estando na prática é que se adquirem as verdadeiras competências. Além do mais é com

os erros que se aprende e tal só é possível com a prática e estando no terreno.

Com este estágio curricular também, passei a ser reconhecido como técnico

desportivo na cidade pelos restantes técnicos, treinadores e também fora da cidade,

nomeadamente na associação do Porto, pois estive na orientação dos atletas em várias

competições.

Em suma, posso dizer que conclui com sucesso o estágio, mas tal não seria possível

sem o apoio da minha tutora que me orientou muito bem no início do estágio, quando eu

andava meio perdido e sem controlo da situação como estagiário. Aprendi a estar num

clube, a partilhar opiniões com outros técnicos/treinadores dentro e fora do clube, a

dirigir um grupo de atletas com diferentes versatilidades e idades e a saber reajustar um

plano pré definido de acordo com as contingências e imprevistos a cada treino.

-

28

Referências bibliográficas

Chiavenato (2004), Planeamento como função Administrativa

FJ Ordoñez, M Rosety-Rodríguez, Rev. Bras. Ciên. 2002 Valoração da influência dos

ritmos circadianos no rendimento desportivo de velocistas

H Colombo, GA Cordeiro, K Krinski, Revista Treinamento, 2008 A Velocidade Crítica

Como Preditor de Desempenho na Marcha Atlética

Machado, Alexandre F. 2011 Corrida: bases científicas do treinamento

Magill, Richard A. (2011) Aprendizagem e controle motor conceitos e aplicações oitava

edição, phorte editora (pág. 408,409)

29

Anexos

Anexo I

30

31

32

Anexo II

33

Ficha de observação da treinadora

Sim Não Por vezes

Não observável

1. Início do treino

Cumprimenta os atletas

Mostra preocupação com a vida deles

Fala dos objetivos do treino

2. Treino

Disposição e organização do material do treino

Exercícios com organização

Sequência lógica dos exercícios

Domina os assuntos/exercícios realizados no treino

3. Clima do Treino

Tem uma boa relação treinadora/atleta

Promove um clima favorável à aprendizagem, ao bem-estar

dos atletas.

4. Empenho motor

Mantém os alunos ativamente envolvidos nas tarefas

Diferencia as atividades de aprendizagem em atenção às

características dos atletas;

Controla o tempo de empenho motor.

5. FBK/Comunicação

Mostra-se próximo dos atletas sem diminuir o nível de

exigência;

Expressa-se de forma, clara e audível

Mobiliza a atenção dos atletas

Estimula e reforça a participação dos atletas nos exercícios

Atende às diferenças individuais

Manifesta entusiasmo e bom humor durante o treino

6. Fim do treino

Despede-se dos atletas

Incentiva o estimula o empenho dos atletas para o próximo

treino

Fala sobre o próximo treino

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Anexo III

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Plano de treino

Atleta: 1 Data:15-01-2015

Modalidade: Salto em altura

Conteúdo: Definição e marcação da corrida

Objetivo: Correção do tipo de corrida preparatória para o salto e postura corporal durante a

corrida

Exercício Nº de repetições Objetivo principal

Saltos de costas sobre a fasquia 7x Aperfeiçoar o movimento

de vasculação

Corrida com 4 passadas e realizar

tessouras

5x Melhorar a impulsão

vertical

Corrida em curva, formando uma

circunferência 2voltas

3x Melhorar a postura na

corrida em curva

Corrida em curva formando uma

circunferência; 1volta e depois salto

3x Melhorar postura na

corrida da curva

Corrida em curva exagerada (1/2 volta

e acabar em salto)

3x Corrigir a postura corporal

na corrida em curva

Marcação e correção da corrida e

respetivo salto

10x Aperfeiçoar o salto

completo

Este treino foi bem conseguido, pois o atleta apresentava uma má postura

corporal na corrida principalmente na curva. O que lhe leva a uma má entrada no

momento de chamada, porque apresentava-se muito frontal em relação à fasquia o que

lhe dificultava muito a transposição pois, no momento de chamada se encontra muito

próximo da fasquia “debaixo da mesma” e de forma frontal.

Após este treino o atleta apresentou melhorias na execução da corrida na fase

de curva, e assim apresentar-se de forma mais lateral à fasquia facilitando muito a

transposição da mesma, e assim melhorar a sua performance e resultados.