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E stá nas tuas mãos mais um número do Pontes! Neste número destaca-se o contributo e a partilha de vários arciprestados, não apenas nas Notícias, mas também nas reu- niões de catequistas que preparam e na caminhada de Advento e Natal que propõem. É de salientar e louvar esta partilha, sempre na sintonia com o ritmo da Arquidiocese, marcado pelo Plano Pastoral. editorial B O L E T I M *11 novembro 2009 . boletim trimestral . ano 3

Pontes #11

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Formação de catequistas

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BOLETIM 1

Está nas tuas mãos mais um número do Pontes!Neste número destaca-se o contributo e a partilha de vários arciprestados, não apenas nas Notícias, mas também nas reu-

niões de catequistas que preparam e na caminhada de Advento e Natal que propõem. É de salientar e louvar esta partilha, sempre na sintonia com o ritmo da Arquidiocese, marcado pelo Plano Pastoral.

editorial

B O L E T I M *11novembro 2009 . boletim trimestral . ano 3

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BOLETIM 2

Secção OPINIÃO

Catequese e Palavra de

DeusJá reflectimos sobre a importância do aco-lhimento e da experiência humana numa catequese de sucesso, capaz de envolver e

e de ajudar as nossas crianças e adolescentes a encontrar soluções, ou hipóteses de soluções, para as questões que formulam, para as questões reais. É preciso aprender a desenvolver esta capacidade reflexiva da vida, de forma a problematizar a vida pessoal, a fim de encontrar caminhos novos, na busca de um novo sentido. Esta vida, entretanto reflectida, precisa de ser apreciada também pelas lentes do Evangelho. A mensagem de Cristo é muito concreta, e transporta uma lição para a vida. A doutrina foi feita para o homem, e não o contrário. Isto é, a doutrina deve trazer uma mais valia para a vida concreta, e não ser algo abstracto que sen-timos necessidade de impor, a qualquer custo, sem respeitar as experiências pessoais. A doutrina tem como objectivo melhorar as nossas relações com Deus e com os outros, fazendo aumentar o amor. Só assim seremos felizes. Não temos de ser bons para que Deus nos ame; porque Deus nos ama, é que Ele nos convida para sermos melhores. Só pela força do amor seremos capazes de mudar. Ninguém muda à força e pela negativa. Se queremos mudar comporta-mentos, mudemos a forma de pensar e as emoções.Precisamos mostrar este Deus às crianças. O Jesus que disse “deixai vir a mim as criancinha”, o contrário do que os apóstolo queriam fazer. Não levemos Jesus às crianças, como muitas vezes pretendemos fazer na catequese. Antes, levemos as crianças a Jesus.A Palavra de Deus revela-se nas experiências de vida de cada criança. Por isso a valorizamos. Neste momento, desejamos que elas se encontrem com

Deus, na sua vida, no seu dia-a-dia. Por isso, a Palavra de Deus deverá ser reflectida, em conjunto com as crianças. A mensagem será acolhida de forma dis-tinta, em qualidade e intensidade, em cada pessoa que a escute. Não façamos das crianças uns meros ouvintes, num sistema depositário de informação, que tem de ser assimilada a todo o custo. Em nome da ortodoxia, da fidelidade à mensagem de Deus, de uma mensagem que não é nossa, mas da qual somos fieis transmissores, ou de um medo ao deba-te e à reflexão, por recear a ausência de respostas às perguntas realmente formuladas, afaste as crianças e adolescentes de Deus. Não se pode ser fiel a Deus se não formos fieis à humanidade. Citando Alberi-ch: “O cristocentrismo da catequese não deve ser entendido dum sentido exclusivista, nem enquanto conteúdo, nem enquanto método. O anúncio de Cristo não é o único conteúdo da catequese, nem se deve entender o seu primado como itinerário

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BOLETIM 3

Catequese e Palavra de

Deusobrigatório no desenvolvimento concreto de toda a catequese. Nem sempre é possível chegar ao anún-cio explícito de Cristo, em razão de cicunstâncias particulares dos ambientes ou dos destinatários. (…) Mesmo que não se fale em Cristo, também é catequese verdadeira”.A Palavra de Deus é verdadeiramente uma palavra libertadora e uma chave de interpretação da vida e da história. A nossa preocupação de ser evangelizar e não sacramentalizar. E esta evange-lização só será efectiva e significativa, se reflecti-da, e pela descoberta pessoal de uma mensagem, de um encontro e das emoções. Impor, apresentar, transmitir, apenas num sentido vertical, de cima para baixo, talvez não seja a forma mais eficaz de proclamar e interpretar a Palavra. Para isso, a mensagem deve ser revestida de uma roupagem atraente e actual (linguagem e apresentação), que as nossas crianças entendam e se mostrem

receptivas. Utilizemos um discurso interpelativo, carregadas de densidade. Considero desactualiza-da a ideia de que a Palavra de Deus, na catequese, deva ser feita sem a intervenção das crianças, em que a interpretação é para elas ouvirem, simples-mente. Deixemos que Deus fale à criança e que a criança fale a Deus e de Deus, da mensagem que acolheu e da novidade que encontrou no confronto com a sua vida. “A dimensão persona-lista deve permear os conteúdos da comunica-ção catequética, expressos em termos relacionais, como relações entre pessoas, não como ‘coisas’ ou ‘factos’ impessoais” (Alberich)O catequista é aquela pessoa que vive o que acredita e acredita no que vive. Esta forma de pensar e estar irá revesti-lo das competências necessarias para ser testemunha da Boa Nova, e não simplesmente um transmissor impessoal.[in: http://partilhar.wordpress.com/]

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BOLETIM 4

Secção NOTÍCIAS

Incentivo à unidade com parceriasNo final de um dia que se fez de oração, reflexão, convívio e aprendizagem e numa intervenção

bastante clara e objectiva, o senhor Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga incentivou os mais de 3.500 cate-quistas presentes no dia festivo a trabalharem em unidade pastoral, quer ao nível de cada paróquia quer, fundamentalmente, nas parcerias com as paróquias vizinhasNo encerramento da jornada de formação e conví-vio, que reuniu no Sameiro, no dia 12 de Setembro, perto de quatro milhares de catequistas, o respon-sável máximo da Arquidiocese de Braga e já no final do encontro e numa intervenção bastante clara e objectiva, incentivou os mais de 3.500 catequistas participantes no Dia Arquidiocesano do Catequista a trabalharem de mãos dadas, isto é, numa unidade pastoral que vá para além da realidade individual ou paroquial que abranja as paróquias vizinhas ou mesmo o arciprestado em que cada cristão está inserido.Com palavras que passaram pelo papel do catequis-ta e a sua missão ou de como deve ser a catequese, D. Jorge Ortiga foi mais longe ao alertar todos os presentes para uma realidade que irá atravessar a Igreja a muito curto prazo, dada a diminuição de sacerdotes que se vem verificando. Daí que, como vincou o também presidente da Conferência Epis-copal Portuguesa, num futuro não muito distante o trabalho em Igreja terá que fazer-se da necessidade dos sacerdotes se juntarem em unidades pastorais.

Catequese: ministério imprescindívelAs palavras de D. Jorge Ortiga foram também diri-gidas para os catequistas, para o seu papel e a sua missão, bem como o que é ou deve ser a catequese. O Arcebispo Primaz no decurso da sua alocução deixou bem claro que a catequese é um “ministério

Mais de 3.500 catequistas viveram intensamente o Dia Arquidiocesano do Catequista no Sameiro

imprescindível” para a Igreja e para o mundo. Desde logo, porque “tem por missão dizer quem é Cristo” e ensinar às jovens gerações os valores evangélicos que continuam actualíssimos”. Por isso, é fundamental seguir um caminho e uma atitude correctas.E D. Jorge deixou pistas claríssimas de como deve ser o trabalho pastoral, um trabalho de unidade – “mesmo em âmbito de catequese” –, uma vez que esse vai ser o futuro da Igreja, dada a diminuição do número de sacerdotes, que implica a necessidade de estes se juntarem em unidades pastorais. Por isso, salientou que “é uma necessidade de reorga-nização da própria Igreja”. Daí o seu apelo a uma abertura dos catequistas para esta nova forma de trabalho, que já vai conhecendo boas experiências em algumas realidades da Arquidiocese. E deixou algumas recomendações para uma nova forma de olhar para a Igreja e de participar na sua acção diária: “é fundamental pedir que todas as paróquias tenham um catequista coordenador e que este tenha consigo uma equipa que o ajude a suscitar iniciativas de formação para os catequistas”. E, justificando este seu apelo o senhor Arcebispo Primaz afirmou que “é importante haver nas comuni-dades catequistas que aceitem este ministério durante dois ou três anos, mas é também fundamental que haja homens e mulheres que abraçam este serviço como uma vocação para toda a vida”. Ou seja, e como foi salientado no desafio de D. Jorge Ortiga, os catequistas deverão aceitarem o ministério de ser catequistas, mas deverão fazê-lo com “estabilidade e permanência”.

A importância da EucaristiaO Dia Arquidiocesano do Catequista começou bem cedo, na cripta, com a apresentação do tema “Pala-vra de Deus e Eucaristia: implicações catequéticas”, por parte de Isabel Oliveira, coordenadora da Catequese

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BOLETIM 5

Mais de 3.500 catequistas viveram intensamente o Dia Arquidiocesano do Catequista no Sameiro

da Diocese do Porto. Na sua intervenção aquela responsável da diocese do Porto realçou “os ensina-mentos do Concílio e do Magistério eclesial” no que concerne à centralidade da Eucaristia na Igreja e na actividade pastoral, mormente na catequese. Daí que, como referiu, para que a celebração da Eucaris-tia seja verdadeiramente vivida, é importante que “se faça uma prévia catequese à própria celebração que ajude a perceber a simbologia, o rito e o mistério próprio da celebração”. Ou seja, Isabel Oliveira vincou a necessidade de ir “beber à fonte da Eucaristia”. Mas essa é uma realidade que cada catequista conhece bem, na medida em que “sem Eucaristia o catequista não ama e não testemunha”.

Grande aposta formativaO resto dia no Sameiro fez-se de participação activa nos diferentes ateliês, espaço onde cada partici-pante teve de optar entre as diversas alternativas formativas – com mesma temática em simultâneo –, desde a apresentação da coordenação paroquial, di-dáctica, animação à espiritualidade. Foram espaços de reflexão, discussão e aprendizagem se tornou possível ‘aprender’ mais um pouco.Por outro lado e ao longo do dia, foi possível con-tactar facilmente com as realidades dos diferentes arciprestado, dado que as equipas arciprestais de catequese tinham pequenos stands, para um con-tacto mais fácil e directo com a respectiva equipa.De referir que D. Jorge Ortiga, antes de encerrar este encontro de catequistas onde eram esperados cerca de 2.500 catequistas, mas o número acabaria por ultrapassar os 3.500 catequistas – de todos os arci-prestado da arquidiocese bracarense (que tem cerca de 8.500 mil) –, procedeu à entrega dos diplomas aos catequistas estagiários que durante o ano cate-quético fizeram os seus estágios de adolescência e infância nos CAFCA’s de Caldas das Taipas e Barcelos.

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BOLETIM 6

Secção NOTÍCIAS

Actividade da Equipa Arciprestal de AmaresCom o objectivo de manter actualizados, quer os membros da equipa arciprestal quer

o Arciprestado no seu todo, sobre os assuntos que vão marcando o dia-a-dia da vida da catequese e da pastoral que se vão desenvolvendo nas paróquias, no arciprestado e na diocese, a equipa arciprestal de Amares continua a realizar uma reunião mensal com “quase todos” os coordenadores paroquiais. No decurso destas reuniões a equipa inicia sempre as mesmas com algum tema para reflexão e só depois se inicia o diálogo relativo aos de agenda.De entre esses assuntos refira-se que esta equipa Arciprestal planeia realizar o Encontro Arciprestal do Catequista, em 24 de Abril do ano em curso.

Curso AcreditarContando com a participação de 23 formandos das várias paróquias dos dois arciprestados e cientes da importância da formação dos catequistas e de todas as pessoas comprometidas com as suas comunidades, desde o dia 12 de Outubro último que os arciprestados de Amares e de Vila Verde estão a trabalhar no Curso Acreditar. Esta acção de formação tem decorrido nas instalações da Casa Paroquial de Amares.O trabalho desta acção formativa, que tem conta-do com a ajuda importante, como formadoras, de duas catequistas de Vila Verde e uma de Amares, tem proporcionado aos formandos momentos de oração, Lectio Divina – que tem permitido o manuseamento da Sagrada Escritura como instrumento de vida, conhecer os principais mo-mentos da História da salvação e a compreender a dinâmica interna da fé –, trabalhos de grupo e individual e muita partilha. E, claro!, também momentos de alegria e boa disposição.

Pela Arquidiocese

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BOLETIM 7

Cabeceiras de Basto

Curso AcreditarTendo como objectivos “promover uma síntese de fé e o manuseamento da Sagrada

Escritura como instrumento de vida, em perspectiva mistagógico/espiritual”; “conhecer os principais momentos da História da Salvação; “compreender a dinâmica interna da fé” e “perceber a Comu-nidade e a missão como exigência de opção por Cristo”, começou no passado dia 12 de Outubro de 2009 um curso Acreditar. São doze pessoas que participam activamente no Centro de Catequese de Refojos nesta acção de formação que tem uma duração de 30 horas e está previsto terminar a 30 de Novembro deste ano.

Lectio Divina promovida pela equipa arciprestalNo ano pastoral 2009/2010, a Equipa Arciprestal vai promover formação complementar nas várias zonas inter-paroquiais do Arciprestado de Cabeceiras de Basto dedicadas exclusivamente à realização de Lec-tio Divina. Com esta acção pretende-se “sensibilizar o catequista para a importância de rezar com a bíblia” e “aprender a rezar com a Bíblia”.A primeira sessão já teve lugar, no Centro Social de Cavez, no dia 23 de Outubro de 2009 pelas 21 horas e contou com a participação das paróquias de Aba-dim, Cavez, Pedraça e Rio Douro. “Saborear a Eucaris-tia” foi o tema escolhido. Para o efeito utilizou-se a o texto de Actos 2, 42-47.

V. N. de FamalicãoEquipa Arciprestal

no Dia Arquidiocesano do CatequistaNo passado dia 12 de Setembro, a Equipa

Arciprestal de Catequese (ECA) de Vila Nova de Famalicão participou no Dia Arquidiocesano do Cate-quista, no Sameiro, fazendo-se representar no stand destinado à Equipa e tendo também preparado um ateliê que funcionou em 4 tendas, subordinado ao tema “Eucaristia – Catequese Viva”.Assim, se por um lado os elementos da Equipa Arciprestal passaram o dia no stand da mesma, procurando receber e con-versar com os catequistas do Arciprestado que por ali passavam para colocar questões, obter contactos ou apenas para levar o Boletim Pontes para as suas paróquias, por outro lado, um grupo de nove cate-quistas de Famalicão, convidados previamente pela equipa coordenadora, orientavam e davam vida ao referido ateliê em quatro das tendas dispostas pelo recinto do Santuário.Saliente-se que o ateliê que abordava os vários as-pectos relativos à Eucaristia, com especial destaque para Palavra de Deus, numa lógica de interligação permanente com a Catequese, registou uma boa

adesão por parte dos catequistas de diversas fachas etárias, que participaram num contexto de partilha de opiniões e ideias, demonstrando a sua satisfação em relação aos assuntos expostos e debatidos.

Encontro de Coordenadores Paroquiais Tendo como preocupação e objectivo preparar melhor o novo ano catequético, no dia 19 de Outubro, a Equipa Arciprestal de Catequese (ECA) promoveu um encontro de catequistas coordena-dores paroquiais, onde deu a conhecer as principais actividades que irá realizar ao longo do presente ano pastoral.Assim, e depois de um momento de oração e reflexão inicial, foi apresentado o “Plano Pastoral do Departamento Arquidiocesano da Catequese para 2009-2010“, “Catequese um serviço à Palavra de Deus” com a exposição do seu Objectivo Geral e respecti-vos objectivos específicos, para que cada catequista coordenador, tomando conhecimento destes, os pudesse depois transmitir aos restantes catequistas da sua paróquia, com vista à implementação prática dos mesmos.

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BOLETIM 8

Secção NOTÍCIAS

Secção CAMINHADA DE ADVENTO E NATAL

No âmbito dos Centros Arquidiocesanos de Formação de Catequistas (CAFCA’s), foram apresentadas todas as datas e informações relativas às próximas formações de catequistas a decorrer na Arquidiocese.Depois de tratadas algumas questões práticas, como a distribuição do Boletim Pontes, actualização da base de dados dos catequistas e troca de contac-tos, foi tempo de dialogar, podendo os catequistas presentes apresentar sugestões e colocar dúvidas.No final desta reunião a oração final, partindo, tal como a oração inicial, da citação bíblica “Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e vos constituí para irdes e dardes fruto e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 15, 16), ajudou cada um a reflectir e a interiorizar sobre a sua missão na Igreja enquanto catequista coordenador.

Curso Geral no CAFCA “Faz-te ao Largo”Está a decorrer, desde o passado dia 14 de Outubro, no CAFCA “Faz-te ao Largo”, em Famalicão, o módulo de História da Catequese e Catequética do Curso Geral de catequistas.O curso realiza-se todas as quartas-feiras, das 21h00 às 23h00, e este primeiro módulo, orientado pelo P.e Luís Miguel Figueiredo e composto por 11 sessões, terminará a 23 de Dezembro.Neste momento, encontram-se a frequentar o curso vários catequistas provenientes de 3 Arciprestados da nossa Arquidiocese: Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Vila do Conde e Póvoa de Varzim.O segundo módulo, Pedagogia e Didáctica, iniciará a 13 de Janeiro de 2010 e terminará ao fim de 15 sessões, a 27 de Abril.

O Advento é um dos chamados momentos fortes da liturgia, ou seja, é uma altu-ra em que se pede aos crentes que se

concentrem mais na Palavra de Deus e permi-tam que esta abra um caminho e opere uma conversão. O tom do Advento convida-nos a tocarmos no mais profundo das nossas esperanças e expectativas. A Humanidade inteira espera desde sempre um amanhã melhor. Deus escolheu um povo para manter viva a espera e preparar a recepção ao Messias.Para além das expectativas caducas que o tempo [faz e leva, encontra-se a espera e a esperança de uma realidade nova, plena de felicidade e harmonia, em que todas as pessoas possam participar. O Advento é o momento oportuno para entrarmos em sintonia com todas as grandes esperanças dos homens e mulheres de ontem e de hoje, e reconhe-

Caminhada de Advento e Natal*

cer que aquilo que nos transforma radicalmente nos escapa e nos transcende. A novidade que esperamos vem de fora, do Alto, do próprio Deus.Não somos capazes de fabricar aquilo que deseja-mos mais intensamente. É Deus que nos visita. É Deus que nos abre hori-zontes de futuro. É Deus quem nos traz a salvação. É Deus o fôlego mais pro fundo e mais íntimo por que ansiamos. É Deus quem vem por Sua pura vontade. Deus visita-nos no Seu Filho e salva-nos. Orar no Advento é aceitar a promessa da vinda de Deus que os profetas repetem. Orar no Advento é abrimo-nos às atitudes dos homens e mulheres que incarnam as esperanças da Humanidade, que não são diferentes das nossas ânsias mais radicais. Orar no Advento é aceitar que somos pessoas e que apenas Deus é Deus.

* Elaborado por Zona Pastoral Oeste Veiga - Braga

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BOLETIM 9

Orar no Advento é situarmo-nos na terra, nesta terra, e aqui preparar a visita d’Aquele que Deus nos envia como uma prenda Sua. Orar no Advento é fazer do nosso coração um co-ração de carne, chamado a mudar, que se abre para que Deus o habite e o transforme na Sua morada. Orar no Advento é lançar um grito de esperança e de alegria porque Deus Se lembrou de nós, Se manteve fiel à Sua promessa e nos visita.

Proposta para a catequese

I Domingo do AdventoImagem: Coroa do Advento [a construir em casa]Consiste numa coroa feita com ramos verdes e flo-res, na qual se inserem quatro velas que significam as quatro semanas de preparação para o Natal, ou seja, o Advento. É de origem escandinava e germânica e ajuda a aprofundar a espera e a intensificar, em cada sema-na, a preparação para a vinda do Senhor. A sua forma circular indica a perfeição e a pleni tude a que devemos aspirar na nossa vida de cristãos. Como coroa, significa a dignidade, a realeza que Cristo veio outorgar ao cristão, isto é, a honra, a grandeza, a alegria, a vitória. Os ramos verdes significam também o senhorio de Cristo sobre a vida e a natureza, dons de Deus que merecem o nosso cuidado e respeito. A luz que se acende indica o caminho, afasta o medo e fomenta a comunhão. A luz das velas é símbolo de Cristo, luz do mundo. Acende-se uma vela em cada semana; uma na primeira, duas na segunda, três na terceira e quatro na quarta, simbolizando a nossa ascensão gradual para a plenitude da luz do Natal. Ao acender a vela, pode fazer-se a seguinte oração: Primeira Leitura: Jer 33, 14-16 Evangelho: Lc 21, 25-28.34-36

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Have-rá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quan-do estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos

e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela devassidão, a embriaguês e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadi-lha, pois ele sobrevirá sobre todos os que habitam a terra inteira. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para terdes a força de vos livrar de tudo o que vai acontecer e poderdes estar firmes na presença do Filho do homem». Palavra da salvação.

Comentário: O Evangelho de S. Lucas, apresenta o anúncio do fim do mundo com uma força especial. A linguagem pode ser assustadora. Mas o mais importante é sublinhar a presença salvadora, para os féis, do Filho do Homem. E a necessidade de estar vigilantes para que sejamos encontrados fiéis. Oração: Acendemos, Senhor, esta luz, como aquele que acende a sua lanterna para sair, de noite, ao encontro do amigo que já vem. Nesta primeira semana do Advento queremos levantar-nos para vos esperar preparados, para vos receber com alegria. Muitas sombras nos envolvem. Muitas lisonjas nos adormecem. Queremos estar despertos e vigilantes, porque Vós nos trazeis a luz mais clara, a paz mais profunda, e a alegria mais verdadeira. Vinde, Senhor Jesus! Vinde, Senhor Jesus!

Jesus, vinde ao nosso encontro. Nós queremos preparar a vossa vinda. Nós queremos receber-vos. Nós esperamos que nos deis A vossa luz, a vossa paz, o vosso amor. Ámen. Sugestão Concreta: Ao longo da semana, anota as situações que te provocam ansiedade e inclui-as na tua oração, para que o Senhor te possa tranquilizar.

II Domingo do Advento Imagem: Isaías – Era originário de Jerusalém e pertencia a uma família de elevada posição social.

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Numa linguagem poética, anunciou o Mes-sias e cantou o júbilo que faria estremecer as entranhas do seu povo. Começou a sua actividade profética ainda muito novo e prosseguiu-a, pelo menos, durante 40 anos. Segundo Isaías, a única atitude fundamental é a fé, a renúncia a qualquer segurança base-

ada na política ou nas armas. Só a fé no Senhor pode salvar. É o maior dos profetas messiânicos. O Messias que anuncia é um descendente de David

que fará reinar a justiça e a paz sobre a terra.

Primeira Leitura: Bar 5, 1-9 Evangelho: Lc 3, 1-6

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, no pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um baptismo de penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endirei-tai as suas veredas. Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escar-padas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’». Palavra da salvação.

Comentário: O Evangelho recolhe a apresentação que Lucas faz de João Baptista. Uma apresentação que sublinha o carácter histórico da sua missão, situando-o nas coordenadas dos governantes daquela época, como o início de um acontecimento muito importante. Oração: Os profetas mantinham acesa a esperança de Israel Nós, como um símbolo, acendemos estas duas velas. O velho tronco está a rebentar de novo, floresce o deserto ... A humanidade inteira estremece porque Deus foi semeado na nossa carne. Cada um de nós, Senhor, vos abra a sua vida para que broteis, para que floresçais, para que nasceis,

Secção CAMINHADA DE ADVENTO E NATAL

e mantenhais no nosso coração acesa a esperança. Vinde depressa, Senhor! Vinde, Salvador!Jesus, vinde ao nosso encontro. Nós queremos preparar a vossa vinda. Nós queremos receber-vos. Nós esperamos que nos deis A vossa luz, a vossa paz, o vosso amor. Ámen.

Sugestão Concreta: Toma consciência daquilo que te faz perder a alegria na vida de todos os dias; anota as tuas conclusões para promover os recursos necessários para resolver o teu problema.

III Domingo do Advento Imagem: João BaptistaO anúncio do seu nascimento é solene. No ambiente litúrgi-co do templo, surge outra das personagens do Advento - o anjo Gabriel - que anuncia a Zacarias, seu pai, o nascimento extraordinário de um filho de uma mãe idosa. Anuncia que se chamará João. O Espírito habitará nele desde o seio da sua mãe. Porém, como sempre, exige fé. O Senhor escolheu-o e escolheu o modo como isso acontecerá. Por não ter acredita-do, Zacarias fica mudo até ao seu nascimento. O papel de João Baptista como Precursor é muito preciso: preparar os caminhos do Senhor (Is 40,3); de verá anunciar um baptismo no Espí-rito para a remissão dos pecados, um baptismo que será luz «para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte» (lc 1,79), como dirá Zacarias, no Cântico que entoou quan do pôde falar. Conhece a sua missão de «aplanar na estepe uma estrada para Deus» (ls 40,3) e designa-se a si mesmo como «a voz que clama no deserto». Depois, já a viver no meio dos homens, com-pete-lhe indicar aquele que é «o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» ( To 1,29), anunciando-lhes que estava entre eles e não O conheciam. Toda a sua grandeza lhe advém da sua humildade e modéstia: «Ele é que deve crescer e eu diminuir».

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Primeira Leitura: Sof 3, 14-18a Evangelho: Lc 3, 10-18

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Naquele tempo, as multidões perguntavam a João Baptista: «Que devemos fazer?» Ele respondia-lhes: «Quem tiver duas túnicas repar-ta com quem não tem nenhuma; e quem tiver man-timentos faça o mesmo». Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram: «Mestre, que devemos fazer?» João respondeu-lhes: «Não exijais nada além do que vos foi prescrito».Perguntavam-lhe também os soldados: «E nós, que devemos fazer?» Ele respondeu-lhes: «Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo». Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos: «Eu baptizo-vos com água, mas está a chegar quem é mais forte do que eu, e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias. Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo. Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro; a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga». Assim, com estas e muitas outras exortações, João anunciava ao povo a Boa Nova». Palavra da salvação. Comentário: João Baptista é exigente, porque é necessário pre-parar bem o povo para receber bem o Senhor, que se está a chegar. Oração: Nas trevas acendeu -se uma luz, no deserto clamou uma voz. Anuncia-se a boa nova: O Senhor vai chegar!Preparai os seus caminhos, porque já se aproxima. Adornai a vossa alma como uma noiva se enfeita para o dia da sua boda. Já chega o mensageiro. João Baptista não é a luz, mas aquele que nos anun-cia a luz. Quando acendemos estas três velas, cada um de nós quer ser uma tocha para que brilheis, chama para que aqueçais. Vinde, Senhor, salvar-nos, envolvei-nos na vossa luz, aquecei-nos no vosso amor!

Jesus, vinde ao nosso encontro. Nós queremos preparar a vossa vinda. Nós queremos receber-vos. Nós esperamos que nos deis A vossa luz, a vossa paz, o vosso amor. Ámen. Sugestão Concreta: Antes de comprar alguma coisa, propõe-te como objectivo não ceder ao primeiro impulso, mas fazer a compra apenas após uma reflexão, para não adquirires mais coisas do que as que realmente precisas. IV Domingo do Advento Imagem: MariaMaria, a mulher foi escolhida para ser a Mãe do Salvador e que disse sim a Deus, aceitando esse grande desafio. Ao longo da sua vida, como Mãe de Jesus teve sobressaltos, procurações, dúvidas, mas a tudo soube responder com uma grande atitude de escuta da vontade de Deus, de contemplação do Mistério que se gerou no seu seio e de aceitação. Por isso se revelou como a humilde serva do Senhor “Bendita és tu entre as mulheres”.

Primeira Leitura: Miq 5, 1-4a Evangelho: Lc 1, 39-45 Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». Palavra da salvação.

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Comentário: O Evangelho da Visitação de Maria a Isabel é um relato cheio de alegria pela salvação de Deus, que chega através do filho que Maria espera. Oração: Ao acender estas quatro velas, no último domingo, pensamos nela, a Virgem, vossa mãe e nossa mãe. Ninguém vos esperou com maior ânsia, com maior ternura, com maior amor. Ninguém vos recebeu com maior alegria. Fostes semeado nela corno o grão de trigo se semeia no sulco. E nos seus braços encontrastes o regaço mais formoso. Também nós queremos preparar assim: na fé, no amor, e no trabalho de cada dia. Vinde depressa, Senhor! Vinde salvar-nos! Jesus, vinde ao nosso encontro. Nós queremos preparar a vossa vinda. Nós queremos receber-vos. Nós esperamos que nos deis A vossa luz, a vossa paz, o vosso amor. Ámen. Sugestão Concreta: Está atento a quem vive ao teu redor, aos vizinhos, familiares e amigos, e trata-os com afecto. Natal Imagem: MeninoNas vozes dos anjos ressoa o júbilo do mundo, a ale gria dos homens e mulheres que esperam a Sal-

vação. A Criação inteira, a natureza toda, comove-se e eleva-se. É Deus que desce. É Ele que nasce

como homem. Ou antes, como um Menino.

Porém, a ternura que em nós suscita esse Menino nos braços da sua Mãe não é a única coisa

que Deus quer comunicar-nos ao escolher encarnar na ternura, na inocência e na fragilidade de uma criança.

Fala-nos de uma das suas decisões mais impression antes: esco-lheu encarnar no que a sociedade tem de mais pequeno, mais débil e indefeso.

Primeira Leitura: Is 52, 7-10 Evangelho: Jo 1, 1-5.9-14 Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Palavra da Salvação

Comentário: Celebrar o Natal é acima de tudo comemorar a alegria, a vida, o amor que nasce com Cristo e é transmitido a todos os cristãos. Ao celebrarmos o nascimento de Jesus, celebramos o surgimento de um novo modo de viver. Oração: Oração feita diante do Presépio: Graças Te damos, Senhor nosso Deus, porque, pela Encarnação do Teu Filho muito amado, nos deste o poder de sermos teus filhos e de anunciar o teu Evangelho no meio dos homens.

Todos: Graças a Deus.

«Senhor Deus, Pai Santo, que tanto amaste o mundo que lhe deste o teu Filho único nascido de Ti antes de todos os séculos, digna-Te abençoar este presépio que será a alegria desta família cristã. Que estas imagens do mistério da encarnação forta-leçam a fé dos adultos, reavive a esperança das crianças, aumentem em todos o amor. Nós To pedimos por Jesus, teu amado Filho, que nos salvou com a sua morte e ressurreição, que incessantemente intercede por nós junto de Ti e que vive e reina contigo na unidade do Espírito Santo. Amen.

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Sugestão Concreta: Fotocopia cânticos de Natal para os teus familiares que passam o Natal contigo para que as tradições não se percam e haja um verdadeiro ambiente de festa.

Sagrada Família Imagem: José José foi o homem escolhido por Deus para ser o esposo de Maria e pai adoptivo de Jesus. A Escritura fala muito pouco dele. S. Lucas diz simplesmente que Maria era uma Virgem desposada com um ho-mem chamado José, da casa de David. Mais adiante, referindo-se a Jesus, menciona-o directamente ao dizer que seu Pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia d’Ele. Primeira Leitura: Sir 3, 3-7.14-17a Evangelho: Lc 2, 41-52 Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. Quando Ele fez doze anos, subiram até lá, como era costume nessa festa. Quando eles regressavam, passados os dias festivos, o Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o soubessem. Julgando que Ele vinha na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-l’O entre os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à sua procura.Passados três dias, encontraram-n’O no templo, sentado no meio dos doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos aqueles que O ouviam estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas. Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados; e sua Mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?» Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse. Jesus desceu então com eles para Nazaré e era-lhes submisso. Sua Mãe guardava todas estes acontecimentos em seu coração.

E Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens. Palavra da salvação. Comentário: A família de Nazaré é humilde, protectora, fiel, pacífica, acolhedora e muito mais. Que cada um de nós hoje saiba contemplar e extrair de Jesus, Maria e José o ensinamento de que precisa para unir e fortalecer a própria família.

Oração feita diante do Presépio Senhor, Pai Santo, que na Sagrada Família nos destes um modelo de vida, concedei que, imitando as suas virtudes familiares e o seu espírito de caridade, possamos um dia reunir-nos na vossa casa para gozarmos das alegrias eternas. Sugestão Concreta: Ver as situações em que prejudicas o bom ambiente familiar Liturgia Semana a Semana I Domingo do Advento Tema: Promessa [1ª Leitura] Dei Verbum 14 «Deus amantíssimo, desejando e preparando com solicitude a salvação de todo o género humano, escolheu por especial providência um povo a quem confiar as suas promessas. Tendo estabelecido aliança com Abraão (cfr. Gén. 15,18), e com o povo de Israel por meio de Moisés (cfr. Ex. 24,8), revelou-se ao Povo escolhido como único Deus verdadeiro e vivo, em palavras e obras, de tal modo que Israel pudesse conhecer por experiência os planos de Deus sobre os homens, os compreendesse cada vez mais profunda e claramente, ouvindo o mesmo Deus falar por boca dos profetas, e os difundisse mais amplamente entre os homens».

II Domingo do Advento Tema: Deus mostrará o seu esplendor [1ª Leitura] Dei Verbum 14 « A «economia» da salvaçãode antemão anunciada, narrada e explicada pelos autores sagrados,encontra-se nos livros do Antigo Testa-mento como verdadeira palavra de Deus.

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Por isso, estes livros divinamente inspirados con-servam um valor perene: «Tudo quanto está escrito, para nossa instrução está escrito, para que, por meio da paciência e consolação que nos vem da Escritura, tenhamos esperança».

III Domingo do Advento Tema: Soltai brados de alegria [1ª Leitura] Dei Verbum 15 « A «economia» do Antigo Testamento destinava-se sobretudo a preparar, a anunciar profeticamente

(cfr. Lc. 24,44; Jo. 5,39; 1 Ped. 1,10) e a sim-bolizar com várias figuras (cfr. 1 Cor. 10,11) o advento de Cristo, redentor universal, e o do reino messiânico. Mas os livros do Antigo Testamento, segundo a condição do género humano antes do tempo da

salvação estabelecida por Cristo, manifestam a todos o conhecimento de Deus e do homem, e o modo com que Deus justo e misericordioso trata os homens. Tais livros, apesar de conterem também coisas imperfeitas e transitórias, revelam, contudo, a verdadeira pedagogia divina. Por isso, os fiéis devem receber com devoção estes livros que exprimem o vivo sentido de Deus, nos quais se encontram subli-mes doutrinas a respeito de Deus, uma sabedoria salutar a respeito da vida humana, bem como admi-ráveis tesouros de preces, nos quais, finalmente, está latente o mistério da nossa salvação».

IV Domingo do Advento Tema: Ele será a paz [1ª Leitura] Dei Verbum 16

« Deus, inspirador e autor dos livros dos dois Testamentos, dispôs tão sabiamente as coi-sas, que o Novo Testamento está latente no Antigo, e o Antigo está patente no Novo. Pois, apesar de Cristo ter alicerçado à nova Aliança no seu sangue (cfr. Lc. 22,20; 1 Cor. 11,25), os livros do Antigo Testamento, ao serem inte-gralmente assumidos na pregaçãoevangélica adquirem e manifestam a sua ple-na significação no Novo Testamento (cfr. Mt. 5,17; Lc. 24,27; Rom. 16, 25-26; 2 Cor. 3, 1416),

que por sua vez iluminam e explicam». Natal Tema: O Verbo fez-se carne [Evangelho] Dei Verbum 2«Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, re-velar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cfr. Ef. 1,9), segundo o qual os homens,

por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da nature-za divina (cfr. Ef. 2,18; 2 Ped. 1,4). Em virtude desta revelação, Deus invisível (cfr. Col. 1,15; 1 Tim. 1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos (cfr. Ex. 33, 11; Jo. 15,1415) e convive com eles (cfr. Bar. 3,38), para os convidar e admitir à comunhão com Ele. Esta «economia» da revelação realiza-se por meio de acções e palavras intimamente rela-cionadas entre si, de tal maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, ma-nifestam e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras; e as palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido. Porém, a verdade profunda tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação dos homens, manifesta-se-nos, por esta revelação, em Cristo, que é, simultaneamente, o mediador e a plenitude de toda a revelação».

Sagrada Família Tema: Habite em voz a Palavra de Cristo [2ª Leitura] Dei Verbum 4 «Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes nossos dias, que são os últimos, através de Seu Filho (Heb. 1, 1-2). Com efeito, enviou o Seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de Deus (cfr. Jo. 1, 1-18). Jesus Cristo, Verbo feito carne, enviado «como homem para os homens», «fala, portanto, as palavras de Deus» (Jo. 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe mandou realizar (cfr. Jo. 5,36; 17,4). Por isso, Ele, vê-lo a Ele é ver o Pai (cfr. Jo. 14,9), com toda a sua presença e manifestação da sua pessoa, com palavras e obras, sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, enfim, com o envio do Espírito de verdade, comple-ta totalmente e confirma com o testemunho divino a revelação, a saber, que Deus está connosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e para nos ressuscitar para a vida eterna.Portanto, a economia cristã, como nova e definitiva aliança, jamais passará, e não se há-de esperar ne-nhuma outra revelação pública antes da gloriosamanifestação de nosso Senhor Jesus Cristo (cfr. 1 Tim. 6,14; Tit. 2,13)».

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uma leitura pastoral da Dei Verbum

Este ano, o Plano Pastoral da Arquidiocese desafia-nos a reflectirmos sobre a Constitui-ção Dogmática sobre a Revelação Divina (Dei

Verbum), adequando cada uma das suas partes ao Ano Litúrgico.Disponibilizamos neste Boletim aquilo que o Arciprestado de Braga fez, recorrendo à ajuda do P.e M. M. Costa Santos, para que nos grupos de catequistas se pudesse reflectir sobre esse Docu-mento, a DV.Tem uma proposta de encontro para cada tempo, antecedida de um introdução que muito ajudará a preparar a mente e o coração para o que vem a seguir.

Tema 0: INTRODUÇÃO

Uma vez que da leitura e meditação depende muito na catequese, e uma vez que é central a transmissão, são de interesse breves dados introdutórios sobre leitura, texto e práticas de meditação com efeitos no cérebro. Em primeiro lugar, deve atender-se que “ler não é apenas soletrar uma palavra depois da outra, mas sobretudo o normal movimento de compreensão guiado pela espera de sentido do texto”. Cada pala-vra, numa leitura bem feita, encaixa-se na realização de sentido do texto, para os ouvintes poderem “compreender o que foi lido”1.Em segundo lugar, o leitor no jogo hermenêutico com o texto compreende o mundo do texto e se compre-ende, se identifica, construindo o seu “mundo”2. Por isso, a identidade, cristã, resposta à interpelação de uma alteridade3 como “alter-acção ou acção do outro

1 Hans-Georg GADAMER, Die Aktualität des Schönen. Kunst als Spiel, Symbol und Fest, Reclam, Stuttgart 2006, 63. “Ler não é apenas soletrar, lendo uma palavra de-pois da outra, mas é sobretudo fazer o normal movimento hermenêutico (de com-preensão) que é guiado pela espera de sentido do todo (texto todo); o ler, como leitura bem feita, faz-se pelo único (cada palavra do texto) encaixado na realização de sentido do texto todo. Pense-se no que acontece, quando alguém lê um texto que não compreendeu; então, ninguém pode compreender o que foi lido”. 2 João Manuel DUQUE, O Excesso do Dom, Alcalá, Lisboa 2004, 12-13, 17-18.3 João Manuel DUQUE. Texto, identidade e alteridade. in: «Didaskalia» 33 (2003) 365-381.

em nós”, que se dá por mediações, tem como “uma das mais importantes … a mediação textual”4, “no jogo do crente, em comunidade, com esse texto”. Deste modo, o texto torna-se o contexto do processo da identidade relacional, cristã, que se vai construindo, como o vir-a-ser de um ser-assim que é, precisamente, o ser-cristão (que pretende articular a verdade do ser-humano, pura e simplesmente)5. Entretanto, o texto não é o centro do cristianismo, e o cristianismo não é religião do livro6.Em terceiro lugar, deve ter-se em conta que o cérebro é um “órgão social”, com ‘competência psico-social’7, no “processo do tornar-se homem”8, por que ele está pronto a “aceitar cada um como parceiro, semelhante a nós com um cérebro tão capaz de aprender como nós”9. Na “etapa da evo-lução do homem para a humanidade”10, o social, noutra linguagem, o amor não é excesso acidental da evolução mas condição de desenvolvimento do cérebro humano11. E as experiências consolidadas no cérebro, segundo este paradigma, são o “tesou-ro mais importante e valioso”, que, ao partilhar-se,

4 João Manuel DUQUE, O Excesso do Dom, Alcalá, Lisboa 2004, 11. 5 João Manuel DUQUE, O Excesso do Dom, Alcalá, Lisboa 2004, 26-27. 6 João Manuel DUQUE, O Excesso do Dom, Alcalá, Lisboa 2004, 21-22. “ uma relação «exterior» fundamental do texto no papel mediador; só através dele é que podemos ser cristãos, mas é sempre apenas mediação da nossa relação àquele que constitui o principio e o fim da nossa fé. O texto cristão implica, no seu próprio tecido en-quanto identidade construída com esse mesmo tecido, a referência à presença, no sentido do texto e na direcção aberta pelo texto, de um excesso de sentido, no qual se insinua, de forma presente-ausente, o ponto de orientação da identidade cristã. “Porque o texto não é Deus e Deus não se reduz ao texto nem cabe nos seus limites, a constante presença do extra-texto na relação do cristianismo com o seu texto identificante é fundamental. Só essa atitude, hermenêutica e existencial, possibilita que a relação ao texto cristão seja verdadeiramente cristã, isto é, não-idolátrica”.7 Gerald HÜTHER, Bedienungsanleitung für en menschliches Gehirn, Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen 2006, 18. “Resultados de investigação do cérebro dos últimos anos tornaram claro que a estatura e a função do cérebro humano são melhora-dos de modo especial para tarefas, que resumimos sob o conceito de ‘competência psicosocial’. O nosso cérebro é assim menos um órgão para pensar que um órgão social”. 8 Gerald HÜTHER, Die Evolution der Liebe. Was Darwin bereits ahnte und die Darwi-nisten nicht wahrhaben wollen, Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen 2007, 96-97. “Porque durante a vida possuímos um cérebro capaz de aprender... é talvez tempo de pouco a pouco nos decidirmos a tornar-nos agora também adultos”9 Gerald HÜTHER, Bedienungsanleitung für en menschliches Gehirn, Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen 2006, 126. 10 Malte HERWIG, Die Frage nach dem Ganzem, Der Spiegel, 23. 07. 2007, 128. 11 Gerald HÜTHER, Gehirn. Kein Gen für Faulheit. Die Hirnforschung unterschätzt Gefühl und Erfahrung, Der Spiegel, 06. 08. 2007, 143.

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“torna-se sempre maior”12. E numa vida tão preciosa como limitada no tempo “para aumentar a nossa fe-licidade e a dos outros”13, não activar este “potencial para a mudança...seria como regressar com as mãos vazias duma ilha do tesouro”. A identidade cristã encontra nestes processos disponibilidades para a sua tradição, transmissão.A mudança pela “meditação” como processo activo, em processos de aprendizagem e actividades do cérebro, deixa vestígios, em circunstâncias mentais novas; tal como outras formas de treino e aprendi-zagem, a meditação pode causar mudanças estru-turais14. Daí, resulta a prática da meditação, como o melhor investimento, que pode fazer-se para o bem dos outros: “deves preparar-te e desenvolver a força necessária, se queres ser útil” aos outros, tomando as práticas adquiridas como “parte integral da personalidade e da vida”. Então, numa pequena analogia, como “a Palavra fez-se carne”, o catequista “converte-se em mediador” da Palavra, “útil para servir”, ao “deixar entrar um pouco de ‘Deus’ em nós”, como ensina Etty Hillesum. O catequista pela boa leitura, meditação (treino mental) devia adquirir ou melhorar práticas para interagir com os outros, como quem responde “não apenas pela transmissão de conteúdos culturais (texto), mas marca o comportamento para a vida (identidade)”15. E a sessão de catequese poderia ser

12 Gerald HÜTHER, Bedienungsanleitung für en menschliches Gehirn, Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen 2006, 12. “As experiências individuais são o tesouro mais im-portante e valioso, que o homem possui. O homem pode não só usá-lo para si, mas também - quando fez a experiência de que o oferecer proporciona muita alegria - tentar transmitir a outros. O especial neste tesouro da experiência está em que ele, por que se usa e partilha, se torna não mais pequeno mas sempre maior”. 13 Wolf SINGER e Matthieu RICARD, Hirnforschung und Meditation. Ein Dialogo, Suhrkamp, Frankfurth 2008, 134. “Temos em nós potencial para a mudança, e seria uma pena se descuidamos esta opção. Seria como regressar com mãos vazias duma ilha do tesouro. A vida torna-se tão preciosa, se aproveitamos o seu tempo curto, para nos tornarmos uma pessoa melhor, para aumentar a nossa felicidade e a dos outros. É preciso esforço; mas que acontece por si mesmo?...Muda-te a ti, se queres mudar o mundo”14 Wolf SINGER in Wolf SINGER e Matthieu RICARD, Hirnforschung und Meditation. Ein Dialogo, Suhrkamp, Frankfurth 2008, 64-65. .”Um aspecto particularmente fasci-nante é para mim o facto que a meditação leva a mudanças no modo de funcionar do cérebro, que duram para além do processo de meditação; o meditar intensivo está na situação de multiplicar o número e a grandeza das sinapses e com isto cau-sar mudanças estruturais como outras formas de treino e aprender”. Sobre a medita-ção diz Etty HILLESUM, Diário (1941-1943), tradução de Maria Leonor Raven-Gomes, com prefácio de José Tolentino de Mendonça, Assírio & Alvim, Lisboa 2008, 89-90: “antes de começar o trabalho, passar meia hora a ouvir-me a mim própria, a voltar-me ‘para dentro’... uma ‘hora silenciosa’ (para) uma pessoa transformar-se numa planície grande e vasta, sem o matagal manhoso que não nos deixa ver. Deixar entrar um pouco de ‘Deus’ em nós, como existe um pouco de ‘Deus’ na Nona de Be-ethoven”. E para introduzir diz: “Não chega somente mover ...todos os músculos...O ser humano é corpo e alma. E assim, uma meia hora de ‘meditação’ podem formar em conjunto uma larga base de calma e concentração para o dia inteiro..requer aprendizagem”. 15 Wolf SINGER, Ein neues Menschenbild? Gespräche über Hirnforschung, Suhrkam Taschenbuch Wissenschaft, Frankfurth 2003, 23. “professores e educadores respon-dem não apenas pela transmissão de conteúdos culturais, mas marcam o compor-tamento para a vida”; Cfr. 115-116 sobre o papel dos idosos, praticado em certas culturas.

o lugar adequado, para poder “melhorar em condi-ções quase ideais o seu treino mental”16.

O cardeal Martini relata a sua experiência na catedral de Milão. A leitura adequada implica ouvir o texto e ficar em silêncio, que após a Palavra é como preparar a terra para a semente; no silêncio do “coração capaz de ouvir”, deixar o texto ecoar em si (confrontar-se com o texto), e como quem se ouve a si mesmo e interro-ga, “ouvindo o mestre interior” 17, procurar a sua res-posta, que é resposta a quem fala no texto: “Sou eu que falo contigo”. Ao coração capaz de ouvir “se abre Jesus”18. Deste modo, se chega à intimidade com Jesus e, na relação com Ele, se aprende a rezar com a Sagrada Escritura; a oração, como quem recebe a palavra esperada, torna-se, como diz Etty Hillesum, “um diálogo ininterrupto contigo, meu Deus, um grande diálogo” (Etty Hillesum, Cartas, 200)19. A descoberta dos tesouros da Bíblia exige a coragem de começar para ganhar o ‘gosto’. À leitura, no silêncio de um “coração capaz de ouvir”, se abre Jesus. Um programa de acesso à Bíblia supõe “cada dia reservar em tempo determinado alguns minutos ou cada semana meditar o Evangelho de Domingo ou até aprender de cor ou percorrer a Bíblia, talvez sublinhar e destacar algumas palavras e tomar nota de questões e ideias pessoais”; estes hábitos estão na origem das Escolas da Bíblia. A escola da Bíblia, no seguimento da de Jesus, “seria, precisamente hoje, importante, para que os cristãos se tornem adultos”, possam encontrar respostas próprias para as questões decisivas, e testemunhar a sua fé e por ela responder, pois a “Bíblia ajuda a

16 Wolf SINGER e Matthieu RICARD, Hirnforschung und Meditation. Ein Dialogo, Suhrkamp, Frankfurth 2008, 130-131.17 Carlo Maria MARTINI / Georg SPORSCHILL, Jerusalemer Nachtgespräche. Über das Risiko des Glaubens, Herder, Freiburg im Breisgau 2008, 67. “Aos jovens pode-mos ajudá-los a ouvir o mestre interior. Esta palavra de S. Agostinho diz expressa-mente que nós apenas podemos criar condições em que um jovem pode compre-ender. O compreender deve ser-lhe dado de dentro”. 18 Carlo Maria MARTINI / Georg SPORSCHILL, Jerusalemer Nachtgespräche. Über das Risiko des Glaubens, Herder, Freiburg im Breisgau 2008, 77. Para descobrir tesouros da Sagrada Escritura “precisa-se da coragem de começar. Depois vem o ‘gosto’. É mais fácil quando se lê e ouve com outros. Recomendo muito fazer uma pausa depois de ouvir a Palavra. No silêncio em cada ouvinte desperta uma res-posta. Talvez surjam também perguntas. Confio inteiramente no coração capaz de ouvir. A ele se abre Jesus ainda hoje”. 19 Carlo Maria MARTINI / Georg SPORSCHILL, Jerusalemer Nachtgespräche. Über das Risiko des Glaubens, Herder, Freiburg im Breisgau 2008, 60. “Na catedral de Milão, procu-ramos ouvir textos da Sagrada Escritura. Era lido uma passagem e ficávamos em silêncio. Isto era importante para que cada um pudesse encontrar a sua própria resposta. ..dei apenas o impulso para estar atento na escuta da palavra... procurei apenas confrontar os jovens directamente com o texto. E assim chegavam a uma intimidade com Jesus. Compreendiam que eram interrogados por Deus. Muitos participantes, muitos anos de-pois, testemunharam-me como este ouvir em comum os ajudou a tomar uma decisão. Aprenderam a rezar com a Sagrada Escritura e chegavam ao ponto em que reconhe-ciam: esta palavra era para mim, muito pessoalmente, e tem algo a dizer-me”.

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formar uma mentalidade própria e a consciência, como força interior”. E as paróquias tornar-se-iam instância que dá impulso e ajuda20.

Tema 1: Advento - Antigo Testamento (ler DV 14-16)Deus “escolheu para si um povo (face a todos) ao qual confiaria as promessas”. Deus, a este povo da aliança com Abraão e Moisés, progressivamente se vai reve-lando como “único Deus verdadeiro e vivo”, e o povo, convivendo com ele e iluminado pela palavra dos Profetas, conhece progressivamente o modo de agir de Deus, para dele dar testemunho a outros povos. Esta história da salvação como verdadeira palavra de Deus está nos livros do Antigo (DV14).O Antigo Testamento, além da orientação para o advento de Cristo, Salvador, apresenta a relação de Deus com os homens, a pedagogia divina. Os livros do AT “exprimem um sentido vivo de Deus”, apre-sentam uma “salutar sabedoria” para o homem, os salmos e “tesouros de preces, nos quais enfim está latente o mistério de nossa salvação” (DV 15) A unidade entre os dois Testamentos vem do mesmo autor. Entretanto, “o Antigo está patente no Novo e o Novo latente no Antigo”. Os dois Testamentos encon-tram-se numa relação de complementaridade (DV 16)

Para reflectir e dialogar:1. Abraão, eleito, dádiva, que se torna dívida. Ajudará a entender o ‘carisma’ de cada um saber que a dádi-va de Deus se torna dívida para os outros? 2. Por que faz Deus aliança com Abraão e Moisés? 3. Um início do povo, em Abraão, em um, em peque-no, representará alguma lei da história da salvação?4. As “Minorias abraâmicas” (D. Hélder Câmara) poderão responder a uma questão real, considerada com a fé de Abraão?5. Ler texto de Isaías 52 13, 53 12 do Servo de Javé. A quem se refere Isaías?

20 Carlo Maria MARTINI / Georg SPORSCHILL, Jerusalemer Nachtgespräche. Über das Risiko des Glaubens, Herder, Freiburg im Breisgau 2008, 77. Para descobrir tesouros da Sagrada Escritura “precisa-se da coragem de começar. Depois vem o “gosto”. É mais fácil quando se lê e ouve com outros. Recomendo muito fazer uma pausa depois de ouvir a Palavra. No silêncio em cada ouvinte uma resposta desperta. Talvez surjam também per-guntas. Confio inteiramente no coração capaz de ouvir. A ele se abre Jesus ainda hoje. Se se procura individualmente acesso à Bíblia, devia preparar-se um programa: cada dia reservar em tempo determinado alguns minutos ou cada semana meditar o Evangelho de Domingo ou até aprender de cor ou percorrer a Bíblia, talvez sublinhar e destacar algumas palavras e tomar nota de questões e ideias pessoais. De tais iniciativas surgiram as escolas da Bíblia. A mais célebre é a de Jesus. É uma velha tradição no judaísmo e Jerusalém tem muitas escolas da Bíblia. Os que têm questões procuram um rabino e aprendem a Bíblia. Algo assim seria, precisamente hoje, importante, para que os cristãos adultos. De facto, deveria cada cristão, que vive com a Bíblia, encontrar para as questões decisivas respostas próprias, para poder com convicção testemunhar a sua fé e por ela responder. As paróquias tornar-se-iam instância que dá impulso e ajuda...A Bíblia ajuda a formar uma mentalidade própria e a consciência como força interior”.

Tema 2: Natal - Revelação (ler DV 2-6)A Constituição abre-se com as palavras de S. João: “Nós vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e se nos manifestou... o que vimos e ouvimos para que vós também estejais em comunhão connosco e a nossa comunhão seja com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” (I Jo 1, 2-3) (DV 1). A vida eterna vem-nos de Deus no “revelar-se e tornar conhecido o mistério de sua vontade (cf. Ef 1, 9), pelo qual os homens têm, no Espírito Santo, acesso ao Pai e se tornam participantes da natureza divina por Cristo, Verbo feito carne (cf. Ef 2, 18; II Pe 1, 4)”, mediador e plenitude da revelação. “Esta economia da Revelação se concretiza através de acontecimentos e palavras intimamente conexos”. Na revelação por palavras e acontecimentos conexos, ao revelar-se por amor “Deus invisível (cf. Col 1, 15; I Tim 1, 17), fala aos homens como a amigos ( cf. Êx 33, 11; Jo 15, 14-15), para convidá-los à participação de sua intimidade” (DV 2). Na história da revelação, em que pela criação Deus apresenta um permanente testemunho de si (cf Rom 1, 19-20), manifestou-se a si mesmo a nossos primeiros pais, com a promessa da redenção (cf. Gen 3, 15) e velou permanentemente pelo género humano, a fim de dar a vida eterna a todos aqueles que procuram a salvação (cf. Rom 2, 6-7). Deus chamou a Abraão, para fazer dele um grande povo (cf. Gen 12, 2-3), que foi educando por meio de Moisés e dos Profetas a reconhecê-lo como único Deus, Pai providente e justo juiz, preparando o caminho para o Evangelho. (DV 3). Após estas intervenções, Deus, “nesta etapa final, nos falou por seu Filho” (Heb 1, 1-2), que enviou como o Verbo eterno “para que habitasse entre eles e lhes expusesse os arcanos de Deus (cf. Jo 1, 1-18). “Verbo feito carne, enviado como “homem aos ho-mens”, “fala a linguagem de Deus” (Jo 3, 34). O Verbo, ao qual quem vê, vê também o Pai (cf Jo 14, 9), pela plena presença e manifestação de si mesmo por palavras e obras, sinais e milagres, e especialmente por sua morte e gloriosa ressurreição dentre os mortos e, enfim, pelo Espírito de verdade enviado, realiza e completa a revelação e a confirma, ates-tando de maneira divina que Deus está connosco para libertar-nos das trevas da morte e do pecado e para ressuscitar-nos para a vida eterna. A economia cristã, como aliança nova e definitiva, jamais passará (cf. I Tim 6, 14; Tt 2, 13) (DV 4). A fé responde ao Deus que se revela; pela “obediência da fé” (Rom 16, 26; cf. Rom 1, 5; II Cor 10, 5-6), o homem livremente se entrega todo a Deus, dando voluntário assentimento à verdade por ele revelada. A fé supõe

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a graça prévia de Deus e os auxílios do Espírito Santo, que move o coração e converte-o a Deus, abre os olhos da mente e dá “a todos suavidade no consentir e crer na verdade”. O Espírito Santo aperfeiçoa continu-amente a fé por meio de seus dons para tornar mais profunda a compreensão da Revelação (DV 5).

Para reflectir e dialogar:1. Natureza da revelação: o que é a revelação. 2. Por que razão, com que fim, se revela Deus ao homem?3. Em que se fundamenta o papel único de Jesus Cristo na revelação e qual o papel de cada uma das pessoas divinas? 4. Por que razão a pessoa precisa de revelar-se? 5. Em que se fundamenta o papel único de Jesus Cristo na revelação? 6. Na história da revelação Moisés e os Profetas são escolhidos para preparação do povo de Deus; como podemos compreender o seu papel? Na revelação como se distingue Jesus Cristo dos mediadores? 7. Como se crê na Revelação? Por que razão serão necessários auxílios para crer na revelação?

Tema 3: Tempo Comum (I) (ler DV 21-26)“A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, como sempre venerou ao próprio corpo do Senhor, já que sem cessar toma da mesa da palavra de Deus e do Corpo de Cristo o pão da vida e o serve aos filhos”. A palavra de Deus, como carinhoso encontro de Deus com seus filhos, “constitui sustentáculo vigoroso para a Igreja, firmeza na fé para seus filhos, alimento da alma, e pura fonte da vida espiritual: “A palavra de Deus é viva e eficaz (Heb 4, 12). (DV 21). Tal como no n. 8, “a Igreja na sua doutrina, vida e culta perpetua e transmite...”, ao venerar as Escrituras como o corpo de Cristo, perpetua, enquanto “sem cessar toma da mesa da palavra de Deus e do Corpo de Cristo o pão da vida e o serve aos filhos”, como o que a mantém na sua identidade. Por isso, os cristãos, perante uma Palavra que lhe diz respeito, contribuem para que “a Igreja se redescubra, no Evangelho, comunidade narrada e, partindo do Evangelho, comunidade narrante”21 e de

21 José TOLENTINO MENDONÇA, A Construção de Jesus. Uma leitura narrativa de Lc 7, 36-50, Assírio & Alvim, Lisboa 2004, 242-243.”A verdade revelada tem uma res-piração narrativa, que não deve ficar velada pela elaboração teórica e dogmática, embora estas tenham uma função e uma pertinência próprias. Colocado peran te a narração, o auditor / leitor realiza a experiência de estar envolvido, de lhe dizer res-peito a história, sentindo-se, mais do que espectador, um verdadeiro actor imerso na palavra anunciada. Pensamos que as estratégias pastorais deviam mais em con-ta esta fundamental realidade. Por isso é tão urgente que a Igreja se redescubra, no Evangelho, comunidade narrada e, partindo do Evangelho, comunidade narrante. Há dois mil anos que Lc 7,36-50 vem testemunhando que as histórias são contadas para que um encontro aconteça”.

palavra falada a Igreja se torne palavra falante22.A Igreja, para se tornar comunidade narrante na sua palavra falante, recorre ao estudo, para conse-guir uma compreensão mais profunda da Sagrada Escritura, que torna os ministros da divina Palavra capazes de dar ao Povo de Deus o alimento das Es-crituras que “ilumine a mente, fortaleça as vontades e inflame os corações dos homens para o amor de Deus” (DV 23). O estudo da Sagrada Escritura é “como que a alma da Sagrada Teologia”, pela qual a teologia, no seu fundamento, se fortalece e se renova procurando a verdade encerrada no mistério de Cristo. A partir deste fundamento, igualmente floresce o ministério da palavra, sob a forma da pregação pastoral, da ca-tequese e de toda a instrução cristã, com destaque para a homilia litúrgica. (DV 24) Se “ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”, todos (sa-cerdotes, diáconos ou catequistas), no ministério da palavra, se apeguem às Escrituras Sagradas, e pela sua frequente leitura alcancem esse bem supremo, “o conhecimento de Jesus Cristo” (Flp 3, 8), “chegar a uma intimidade com Jesus”23; e, tal como a Samari-tana, possam ouvir: “Sou eu que falo contigo”. Neste sentido, a expressão “como que a alma” (DV 22) é a confrontar com o dito de Jesus: “aquele que quiser salvar... vai perder, mas o que perder... por causa de mim vai salvar” (Lc 9, 24). O sentido do texto não nasce só do estudo do texto em si; os olhos do leitor devem ter em si a mesma luz que gerou o texto, luz que nasce da fé no Deus-connosco. Como abertura de quem não se fecha nos seus próprios critérios, o sentido nasce para

22 Carlos MESTERS, Por detrás das Palavras. Um estudo sobre a porta de entrada no mundo da Bíblia, 9. Edição, Vozes, Petrópolis 1999, 126-127. “revelação só se revelava, isto é, ela só se fazia sentir, só aparecia, só provocava, falava e se fazia presente, atra-vés do povo que, no seu hoje, narrava esse passado e o usava, para dizer aos outros quem ele era. Só assim a palavra falada se tornava falante, na boca do povo que dela dava testemunho... Condição para que a revelação de Deus (objecto) se torne revelação de facto (fale ao sujeito) é que se mantenha viva no povo a consciência da certeza fundamental que está na raiz da compreensão e da interpretação do passado: Deus-conosco… A função da explicação da Bíblia não é lançar a ponte até ao passado, para trazer até nós a água da fonte, mas é explicar o texto do passado de tal maneira, que ele desobstrua o caminho até a fonte que jorra dentro de nós, no nosso hoje. É explicar o texto de tal maneira, que ele tire o véu que encobre a presença libertadora de Deus, presente no povo. Assim fez a Bíblia. Seremos fiéis, se a imitarmos nessa sua atitude frente a si mesma, e frente ao passado.23 Carlo Maria / SPORSCHILL, Georg, Jerusalemer Nachtgespräche. Über das Risiko des Glaubens, Herder, Freiburg im Breisgau 2008, 60. “Na catedral de Milão, procura-mos ouvir textos da Sagrada Escritura. Era lido uma passagem e ficávamos em silên-cio. Isto era importante para que cada um pudesse encontrar a sua própria resposta. ..deu apenas o impulso para estar atento na escuta da palavra... procurei apenas confrontar os jovens directamente com o texto. E assim chegavam a uma intimida-de com Jesus. Compreendiam que eram interrogados por Deus. Muitos participan-tes, muitos anos depois, testemunharam-me como este ouvir em comum os ajudou a tomar uma decisão. Aprenderam a rezar com a Sagrada Escritura e chegavam ao ponto em que reconheciam: esta palavra era para mim, muito pessoalmente e tem algo a dizer-me”.

Secção REuNIÃO DE CATEquISTAS

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aquele que se abre à verdade: “todo aquele que vive da verdade escuta a minha voz” (Jo 18, 37)24, pois a um “coração capaz de ouvir... se abre Jesus ainda hoje”25. Deste modo, a identidade, resposta à inter-pelação de uma alteridade26 como “alter-acção ou acção do outro em nós”, dá-se por mediações, sendo “uma das mais importantes … a mediação textual”27, embora o texto não seja o centro do cristianismo, que não é religião do livro28; o texto (Novo Testa-mento) tem origem, como seu pré-texto, na prática e na palavra de Jesus29. Por isso, o estudo do texto tem por função “explicar o texto do passado de tal maneira, que ele desobstrua o caminho até à fonte que jorra dentro de nós, no nosso hoje... que ele tire o véu que encobre a presença libertadora de Deus, presente no povo”. Esta abertura, pelo cuidadoso es-tudo, contribui para que não se torne “vão pregador da palavra de Deus externamente, quem a ela não presta ouvido interiormente”: “uma pausa depois de ouvir a Palavra (e) no silêncio em cada ouvinte uma resposta desperta”30. Talvez surjam também perguntas. Confio inteiramente no coração capaz de ouvir. A ele se abre Jesus ainda hoje. Este horizonte de estudo e leitura assídua31 (meditada) torna-se

24 Carlos MESTERS, Por detrás das Palavras. Um estudo sobre a porta de entra-da no mundo da Bíblia, 9. Edição, Vozes, Petrópolis 1999, 121-122. “Aquilo que permanece … é a continuidade do diálogo entre o mesmo Deus e o mesmo povo. (121) A presença amiga de Deus, percebida ou desejada pelo povo, amarra o passado e o presente pelo lado de dentro, amarra numa unidade o sujeito e o objecto, e une Aquele que fala aquilo que Ele fala. Essa é a base comum que faz o leitor do século XX encontrar-se com o autor do livro, escrito há quase três mil anos. … O sentido do texto da Bíblia não nasce só e unicamente do estudo do texto em si. Os olhos que lêem também contribuem, substancialmente, para a determinação do sentido. Os olhos devem ter em si a mesma luz que gerou o texto, luz que nasce da fé no Deus-conosco. O fundamento que predispõe o homem para receber essa luz são a abertura de quem não se fecha nos seus pró-prios critérios de análise e o seu amor a verdade. “Quem é pela verdade escuta minha voz” (Jo 18, 37).25 Carlo Maria / SPORSCHILL, Georg, Jerusalemer Nachtgespräche. Über das Risiko des Glaubens, Herder, Freiburg im Breisgau 2008, 77.26 J. DUQUE. Texto, identidade e alteridade. in: «Didaskalia» 33 (2003) 365-381.27 João Manuel DUQUE, O Excesso do Dom, Alcalá, Lisboa 2004, 11. 28 João Manuel DUQUE, O Excesso do Dom, Alcalá, Lisboa 2004, 21-22. “ uma relação «exterior» fundamental do texto no papel mediador; só através dele é que podemos ser cristãos, mas é sempre apenas mediação da nossa relação àquele que constitui o principio e o fim da nossa fé. O texto cristão implica, no seu próprio tecido en-quanto identidade construída com esse mesmo tecido, a referência à presença, no sentido do texto e na direcção aberta pelo texto, de um excesso de sentido, no qual se insinua, de forma presente-ausente, o ponto de orientação da identidade cristã. “Porque o texto não é Deus e Deus não se reduz ao texto nem cabe nos seus limites, a constante presença do extra-texto na relação do cristianismo com o seu texto identificante é fundamental. Só essa atitude, hermenêutica e existencial, possibilita que a relação ao texto cristão seja verdadeiramente cristã, isto é, não-idolátrica”.29 João Manuel DUQUE, O Excesso do Dom, Alcalá, Lisboa 2004, 19. 30 Carlo Maria / SPORSCHILL, Georg, Jerusalemer Nachtgespräche. Über das Risiko des Glaubens, Herder, Freiburg im Breisgau 2008, 77.31 Carlo Maria / SPORSCHILL, Georg, Jerusalemer Nachtgespräche. Über das Risiko des Glaubens, Herder, Freiburg im Breisgau 2008, 77. Para descobrir tesouros da Sagrada Escritura “precisa-se da coragem de começar. Depois vem o “gosto”. É mais fácil quando se lê e ouve com outros. Recomendo muito fazer uma pausa depois de ouvir a Palavra. No silêncio em cada ouvinte uma resposta desperta. Talvez surjam também perguntas. Confio inteiramente no coração capaz de ouvir. A ele se abre Jesus ainda hoje. Se se procura individualmente acesso à Bíblia, devia preparar-se um programa: cada dia reservar em tempo determinado alguns minutos ou cada

necessário na Sagrada Liturgia, para comunicar as vastíssimas riquezas da Palavra. A atenção ao texto sagrado passa pela Sagrada Li-turgia, pela piedosa leitura e por cursos apropriados e outros meios. A leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanha-da pela oração; uma vez que a palavra é carinhoso encontro de Deus com seus filhos, um colóquio entre Deus e o homem, a oração uma relação que se abre. “A presença amiga de Deus amarra numa unidade o sujeito e o objecto, e une Aquele que fala àquilo que Ele fala”; deste modo, “com ele falamos quando rezamos, a ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos”. Testemunhos dos campos de concentração mostram a veneração da Sagrada Escritura que faz dizer: “A minha vida tornou-se um diálogo ininterrupto contigo, meu Deus, um grande diálogo” (Etty Hillesum, Cartas, 200). (DV 25) A leitura e o estudo contribuem para a estima da palavra do Senhor (II Tes 3, I), e para que a Revela-ção cada vez mais tome conta dos corações dos homens, por um novo impulso de vida espiritual, tal como a vida da Igreja se desenvolve pela assídua participação no mistério eucarístico (DV 26).

Para reflectir e dialogar:1. Da Sagrada Escritura “como que a alma da Teologia” e seus efeitos na pregação, catequese e actividade pastoral. A vida depende da “alma” que a mantém. Comenta. 2. A veneração da Sagrada Escritura (Palavra) e do Corpo de Cristo (Sacramento) e a relação com o n. 2; “palavras e acções” estão intimamente relacionadas. Como compreendes isto?3. A identidade cristã “altera-se” pelo encontro com Jesus Cristo na mediação da leitura? 5. Como fazer silêncio após a leitura para ouvir “o mestre interior”, que fala a cada um?

semana meditar o Evangelho de Domingo ou até aprender de cor ou percorrer a Bíblia, talvez sublinhar e destacar algumas palavras e tomar nota de questões e ideias pessoais. De tais iniciativas surgiram as escolas da Bíblia. A mais célebre é a de Jesus. É uma velha tradição no judaísmo e Jerusalém tem muitas escolas da Bíblia. Os que têm questões procuram um rabino e aprendem a Bíblia. Algo assim seria, precisamente hoje, importante, para que os cristãos adultos. De facto, deveria cada cristão, que vive com a Bíblia, encontrar para as questões decisivas respostas próprias, para poder com convicção testemunhar a sua fé e por ela responder. As paróquias tornar-se-iam instância que dá impulso e ajuda...A Bíblia ajuda a formar uma mentalidade própria e a consciência como força interior”.

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Os Livros da

BíbliaAntigo Testamento

João Alberto sousa Correia

Volume I

Os Livros da

BíbliaAntigo Testamento

João Alberto Sousa Correia

Volume I

Os Livros da

BíbliaOs Livros da

BíbliaNo Prefácio, D. António Couto apresenta esta obra dizendo que “depois de uma breve introdução a cada Livro, o autor apresenta a seguir – sempre de forma sucinta e acessível ao grande público, como convém num Jornal e na linguagem pastoral e pedagógica – os “aspectos literários” do Livro em análise, a que faz seguir, sempre de forma clara e sucinta, os “aspectos teológicos”. No final de cada artigo, aparece ainda um breve elenco de questões ou indicações “para reflectir”, seguida de uma “bibliografia básica” ou essência, quase sempre em língua portuguesa. Quer no elenco de questões quer na bibliografia essencial pode sempre o leitor encontrar pintas de reflexão, meditação ou releitura, ou colher outros elementos para aprofundar, se o desejar, as temáticas expostas em cada livro bíblico.Também as crianças e jovens podem encontrar, no final da apresentação de cada livro, uma secção a eles destinada (“Trabalhar a Bíblia”), no sentido de as/os ajudar a descobrir, de forma lúdico-didáctica, a riqueza e o encanto da Palavra de Deus posta por escrito na Bíblia. Este procedimento é mesmo uma novidade neste tipo de edições”.Um excelente recurso formativo para catequistas e catequizandos!