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A missão deste boletim é estabelecer PONTES entre todos os catequistas. Através delas podem circular o entusiasmo, a alegria de ser- vir o Evangelho e a paixão de viver e testemunhar o Reino. Elas per- mitem transpor isolamentos e desencantos, bem como estabelecer os laços da pastoral catequética da Arquidiocese que se percebe construída por todos e para todos, na fidelidade Àquele que quer ser tudo em todos. Deste modo, este boletim só tem razão de ser se for um instrumen- to de partilha de informação bidireccional. Pois é nesta comunica- ção que se expressa, constrói e diz uma Igreja local que se percebe como comunhão, para ser fiel à sua identidade. E se a comunhão é um dom que nos é oferecido por Deus, tam- bém é uma tarefa a desenvolver por cada cristão. Fica o desafio: partilhar a vida da catequese! editorial B O L E T I M *12 fevereiro 2010 . boletim trimestral . ano 3

Pontes #12

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Formação de catequistas

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BOLETIM 1

A missão deste boletim é estabelecer PONTES entre todos os catequistas.Através delas podem circular o entusiasmo, a alegria de ser-

vir o Evangelho e a paixão de viver e testemunhar o Reino. Elas per-mitem transpor isolamentos e desencantos, bem como estabelecer os laços da pastoral catequética da Arquidiocese que se percebe construída por todos e para todos, na fidelidade Àquele que quer ser tudo em todos.Deste modo, este boletim só tem razão de ser se for um instrumen-to de partilha de informação bidireccional. Pois é nesta comunica-ção que se expressa, constrói e diz uma Igreja local que se percebe como comunhão, para ser fiel à sua identidade.E se a comunhão é um dom que nos é oferecido por Deus, tam-bém é uma tarefa a desenvolver por cada cristão.Fica o desafio: partilhar a vida da catequese!

editorial

B O L E T I M *12fevereiro 2010 . boletim trimestral . ano 3

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BOLETIM 2

Secção OPINIÃO

Conhecer e viver a

1. Palavra de DeusQue impacto tem esta expressão (ou a equi-valente, Palavra do Senhor) nos cristãos que a

escutam durante a celebração eucarística? Sentirão, ao menos, um formigueiro na pele, perante tão inaudita proclamação? Ou estarão já insensíveis, tal é a falta de novidade do anúncio? Para muitos, tam-bém entre os cristãos, a Palavra de Deus é, hoje, ape-nas mais uma «palavra» e, não raro, nem sequer tão pertinente como outras que disputam a atenção, o compromisso e a fé dos homens e mulheres deste tempo. Ficou reduzida a mais um na cacofonia dos discursos que solicitam a nossa adesão, mesmo se apenas por breves instantes, até aparecer a novida-de seguinte. Conhecer, acolher e viver a Palavra de Deus é o caminho para a recolocar no lugar próprio: o centro da vida do cristão.

2. Conhecer a PalavraQual o conhecimento que interessa? Certamente, o dos estudiosos que ajudam a compreender melhor o texto sagrado, situando o leitor no tempo e no lugar da sua redacção, ajudando a perceber o sentido profundo do que é dito, mostrando o modo como

diversas tradições se conjugaram para trazer à luz os textos que hoje lemos – em suma, mostrando como Deus foi agindo, com sabedoria e pedagogia, para dar a conhecer o seu projecto de salvação. Tratando-se, porém, da Palavra de Deus, importa ainda mais aquele conhecimento que resulta do convívio diário com essa Palavra, da sua leitura meditada, do deixar-se questionar por ela... Quando assim acontece, a Palavra de Deus não fica no passado, torna-se Palavra viva, encontro pessoal com Deus, diálogo com Ele, caminho feito com aqueles que Deus escolheu para Se dar a conhecer à humanidade. Mas, para ter solidez e evitar fideísmos ou racionalismos fundamentalistas, este conhecimento deve acontecer em Igreja e deve estar aberto à informação trazida pelo estudo aturado da Bíblia, em Igreja. Pois só em Igreja a verdade da Bíblia – que é verdade de Deus sobre o homem e, portanto, verdade salvadora – se torna plenamente acessível ao crente. Além disso, este coneclesial é a melhor garantia face à enxurrada de opiniões, mens, especulações, ma-nipulações de que a Bíblia é, actualmente, alvo – em programas de televião pretensamente científicos, em livros de exegese, em romances pseudo-históricos, em filmes sem categoria...

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BOLETIM 3

Conhecer e viver a

3. Acolher e viver a Palavra...O conhecimento da Palavra de Deus leva com naturalidade ao seu acolhimen, isto é, ao acolhi-mento de Deus que nos fala. Não se trata de sen-timentalismo, mas de verdadeiro encontro entre pessoas: Deus, que conhece cada um de nós e nos é mais íntimo do que nós mesmos (Santo Agostinho), e o crente, que se vai adentrando, lentamente, no mistério de Deus e, pelo desejo e pela acção do Espírito Santo, se vai esvazian-do de quanto impede Deus de fazer n’Ele a sua morada. Acolher a Palavra para viver a Palavra, ou seja, acolher Deus para viver com Ele, melhor ainda, viver n’Ele, d’Ele e para Ele. Quando assim acontece, a relação do crente com a Palavra de Deus muda radicalmente. Não se trata mais de um texto lido ou escutado distraidamente, com enfado, como quem cumpre uma rotina. Há nele uma originalidade primeva, impondo-se ao leitor ou ouvinte, surpreendendo-o, convidando-o ou forçando-o a mudar o seu estilo de viver. Não se sai ileso deste encontro. Mas os ferimentos não são de morte, antes princípio de abundância e alegria.

Palavra de Deus

Que a Palavra de Deus seja mais conhecida, acolhida e vivida como fonte de liberdade e alegria.

4. ... como fonte de liberdade e alegriaA alegria é a consequência natural do encontro entre amigos. Há palavras trocadas, gestos de afecto partilhados, tempo para falar e para escutar... Há, sobretudo, uma experiência de leveza interior e de bem-que se exprime no riso fácil, não fingido, na re-feição partilhada, no repouso distendido. Conhecer, acolher e viver a Palavra de Deus, ou seja, o próprio Deus que fala «como um amigo ao seu amigo» não pode senão resultar num tempo de qualidade mar-cado pela alegria. O cristão que se deixa encontrar pela Palavra é alguém sempre sereno e alegre – a um nível profundo, bem interior, não raro manifesta-do exteriormente mas cuja essência é uma interio-ridade inalterada, mesmo quando as circunstâncias exteriores são sofrie angústia. Viver assim é ser livre: livre dos medos, dos respeitos humanos; livre no presente e livre face ao futuro; livre para se confiar a Deus e confiar nos outros; livre mesmo oprimido, perseguido, marginalizado. Será isto uma ilusão? Não responda sem ter feito a experiência...

Elias Couto[in: www.agencia.ecclesia.pt]

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BOLETIM 4

Secção NOTÍCIAS

O coordenador do Departamento Cate-quese da ArquidioceseBraga apelouà necessidade de se privilegiarqualidade

dos catequistas.«Não aceitemos catequistasqual-quer maneiraó porque temos um grupoainda não tem ninguém», disse o padre Luísiguel Rodrigues, dirigindocoordenadores paroquiaiscatequese, que estiveramno AuditórioVita, em Braga, no dia 23 de Janeiro de 2010 No encontro, onde estiveram mais de três centenas de coordenados e que contou com presença do ArcebispoBraga, D. Jorge Ortiga,sacerdote lembrou que asóquias, neste mês de Janeiro,á sabem quan-tos catequizandosão ter no próximo anoquantos ca-tequistas vão estaríveis. Por isso, sublinhou,trabalho que podiaçar já a ser feito era «vercomunidade paroquial possíveis», «falar comdurante o tempo da Quaresma», «convidá-los a participaremreuniões», «para Junho ou Julho o grupocatequistas estar perfeitamentee organizado». Assim, «no próximo anoteremos tudo a corrernormalidade e comquali-dade, porque é umço que estamos a prestarDeus, e a Deus dá-se o melhor», acrescentou.Para o coordenador do Departamento Catequese, esta é umade ninguém ficar surpreendidoSetem-bro pelade catequistas. «Vamosçar a rezar, vamos ver asque temos nacomunidade paroquial,chamar, vamos mostrarsomos, vamos criar umação confor-tável paraque, no próximo ano,que possa integrar-nosso grupo como catequistas», sintetizou.O do Departamentoda Catequeseque, «apostarqualidade dos catequistas,se, essencialmente,potenciar a suaão com Jesus Cristo».«Um catequista tem que serém que, numa equipa deou inter,levar cadados catequizandos à comunhão intimidade com Jesus», acrescentou.o sacerdote, osparoquiaisêm um papel imprescindívelé harmonizar todaspotencialidades catequéticascomunidade para transmitirsuscitar a fé. São eles,çou, que têm como missão potenciar a missão catequéticacada comunidade.

Coordenadores paroquiais estiveram reunidos em Braga

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BOLETIM 5

Coordenadores paroquiais estiveram reunidos em Braga

É preciso apostar em catequistas de qualidade

Questionado sobre como é se descobrem os catequistasqualidade nas comunidades,sacerdote deixa algumas. «Para descobrir umcatequista é necessário tero que é um catequista. Oé um homem ou mulherfé, muito identificadoa Igreja, comprome-tido esensibilidade social. Quandoém está inserido numaparoquial percebesão esses homens e essas», sustentou., este encontro contoua presença do ArcebispoBraga, que dirigiu aos coordenadores-mensagemno início dos trabalhos, depoisoração de abertura.

D. Jorge Ortiga sublinha e potencia a vocação do CatequistaNa sua alocução, D. Jorgecomeçou por lem-brardas conclusões do Congressosobre oítero, realizado na semanaem Braga, onde seque o padre não é a sínteseministérios, mas é oério da síntese. «Isto é,Igreja comunhão que somosque queremos ser, nãoá tudo no sacerdote. Mas éário que ele seja capazsintetizar todos os outrosé-rios, promovendo-os,os, de tal modoa vivência do sacerdócioseja um estímulo paraue outros vivam também osacerdócio», disse.outro lado, para o prelado,Ano Sacerdotal,cristãos baptiza-dos devemém reflectir sobre a suae pensar na fidelidadetêm a Jesus Cristo., segundo D. Jorge Ortiga,campo os catequistasêm um trabalho imprescindívelcomunidades. «Procuraisuma verdadeiração dentro da Igreja. Evossa vocação é uma vocaçãoalguém que não teme assume esse estatutoquerer coordenar emaquilo que é a acçãodo espaço da», disse.Arcebispo de Braga de-fendeuque seria bom, nalguns casos, a coordena-çãotornasse inter-paroquial,sentido de conjugar. Na sua opinião, hácoisa que pode ser feitaróquia, mas há tambémoutras actividades queser desen-volvidas numço mais amplo.

[cf. Diário do Minho, 24/01/2010]

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BOLETIM 6

Secção NOTÍCIAS

No passado dia 3 de Dezembro se, no Centro Cultura e Pastoral da Arquidoceseo encontro celebrativo da conclusão do curso de forma-

ção ACREDITAR,especialmente dedicado ao recruta-mento e formação de animadores. Durante aproxi-madamente um mês, o curso ACREDITAR decorreu em sete centros: Amares/Vila Verde, Barcelos, Braga (Povoa de Lanhoso e Vieira do Minho), Cabeceiras de Basto, Vila do Conde/Póvoa de Varzim e Vizela.Contou com mais de 140 participantes, entre anima-dores responsáveis, catequistas e outros, festejara-ma conclusão de mais uma etapa na sua caminhada de aprofundamento da Fé. Os objectivos traçados para este ciclo do curso ACREDITAR foram bem claros desde o início, sendo esta ideia reforçada pelo responsável Serviços de Formaçãodo DAC, Nuno Pires: “Acredito que vão sair daqui catequistas, animadores e cristãos melhor preparados para responder aos desafios que hoje são colocados à Igreja. No entanto não podemos es-quecer que somos uma só Igreja – Tudo para Todos”.O encontro teve início com a apresentação da equipa constituída pelos vários coordenadores res-

Formação ACREDITARponsáveis pela formação decorrida em cada centro. Pessoas que tanto tempo dedicam para que sejam levados a bom porto, e em cada sessão, os ensina-mentos da Igreja de Jesus . O esforço de cada um deles, ao longo deste tempo, foi recompensado pela presença de tantos participantes neste encontro.O encontro culminou com o momento de oração, em jeito de celebração, presididopelo Padre Luís MiguelRodrigues, Coordenador Departamento Ar-quidiocesano da Catequese, que salientou a impor-tância e a responsabilidade de ser catequista hoje: “ Dar a conhecer Cristo ao outro, não é nem pode ser pela imposição. A Fé não é uma imposição (…) Temos que saber caminhar ao lado do outro, mas também temos que saber quando o deixar seguir o seu próprio caminho pois Deus apresenta-se de diversas maneiras na vidade cada pessoa, conforme a sua vivência e história pessoal”.A Igreja dá assim resposta aos desafios que hoje em dia lhe são colocados. É urgente preparar pessoas, na comunidade e para a comunidade, que sejam mensageiros e transmissores fiéis da doutrina cristã.

No passado dia 28 de Novembro de 2009, realizou-se em todas as zonas de catequese do Arciprestado de Barcelos, um encontro

de “Lectio Divina” para todos os catequistas, tendo como objectivo um momento de oração conjunta, deste encontro positivo, salienta-mos o método da sua realização com a explicação de como se fazer uma Lectio Divina e quais os seus passos: Leitura; Meditação; Oração; Contemplação e Acção. Este encontro foi o modo como a Equipa arciprestal quis marcar o Advento.

Barcelos aposta na Lectio Divina

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BOLETIM 7

No dia 9 de Janeiro, realizou-se o dia Arci-prestal do catequista, tendo como tema este ano “Coordenação e Catequese”, na

sequência do repto lançado pelo Arcebispo Pri-maz, no Dia Arquidiocesano do Catequista sobre a necessidade de haver e de se fazer equipas de coordenação de catequese paroquial.Na parte da manhã realizou-se o acolhimento ao catequistas seguindo-se de algumas palavras profe-ridas pelo Arcipreste de Barcelos, P.e José Araújo, no qual salientou o trabalho dos catequistas e apelou a sua continuação na transmissão da Palavra de Deus, seguindo-se a oração da manhã. Os catequistas puderam participar nos diversos ateliês sugeridos, com os seguintes temas: coordenadores pa-roquiais; plano de catequese paroquial anual; encontro com pais; catequese com adolescentes; leccio Divina e dinâmicas da Palavra. Em paralelo tivemos a Bíblia manuscrita, projecto que tive início no ano anterior.Da parte da tarde, o evento contou com um mo-mento musical com o grupo Missio, da autoria e responsabilidade do padre Leonel dos Missionários O encontro terminou com a Eucaristia presidida pelo P.e Tiago Barros, Assistente arciprestal da Catequese. De salientar que esta Equipa Arciprestal tem agendado para o próximo dia 20 de Fevereiro uma Vigília de Oraçãoa ser realizada em todas as zonas de catequese do Arciprestado de Barcelos.

Encontro de Catequistas em Barcelos

Estão a decorrer desde o passado dia 18 de Janeiro, no CAFCA “Faz-te ao Largo”, localiza-do em Famalicão, dois Cursos Acreditar em

simultâneo.Os encontros realizam-se todas as segundas e quin-tas, das 21h00 às 23h00, e têm final previsto para o próximo dia 25 de Fevereiro.Os cursos são compostos por 40 formandos, no total dos dois grupos, provenientes de várias paróquias do Arciprestado de V. N. Famalicão (Bente, Brufe, Cabeçudos, Calendário, Cavalões, Esmeriz, Fradelos,

Cursos Acreditar no CAFCA “Faz-te ao Largo”

Joane, Louro, Outiz, Ribeirão, Requião, Santo Adrião e Vilarinho das Cambas) e de uma paróquia do Arciprestado de Barcelos (Monte Fralães).Esta formação será, assim, uma excelente oportu-nidade para estes catequistas perceberem melhor como Deus Se revela ao homem, aprofundarem o seu conhecimento e a sua relação com a Sagrada Escritura, acolhendo-a, e redescobrirem a oração do Credo, resumo da nossa fé, para que, melhor conhe-cendo mais possam amar e dar testemunho vivo e fiel de Jesus Cristo na Catequese, na Igreja e na vida.

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BOLETIM 8

Secção REuNIÃO DE CATEQuISTAS

Tema 4: Quaresma (ler DV 17-20)A Palavra de Deus manifesta seu vigor de modo eminente nos escritos do Novo Testa-

mento, no tempo estabelecido (cf. Gal 4, 4). O Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1, 14): “o Filho unigénito, que está no seio do Pai, o revelou” (Jo 1,18), tornou-se “exegese” de Deus (1 Jo 1, 1-3), pois “se fez carne para narrar-nos o Pai”. O Filho, “Palavra” de Deus em Jesus, em que “Deus mostrou-se huma-no, permitindo que Ele mesmo seja experimentado no ser humano”1, é “Deus (que) acontece para o homem mediante o homem, (em quem) se revela o aspecto definitivo da existência humana” 2 e se cum-pre, por outro lado, a máxima possibilidade de ‘um ser de pó e argila’, dizer “tu” a Deus’3. Deus fez-se ho-mem, a Palavra de Deus fez-se palavra humana em Jesus Cristo. E como “a mais sensacional novidade da história do pensamento humano e das religiões”, Jesus Cristo é o Filho que revela o Pai4. Deus aparece

1 Joseph RATZINGER, Introdução ao Cristianismo. Prelecções sobre o Símbolo Apos-tólico, Principia, Cascais 2005, 128-129. “A experiência com Deus não se realiza sem o homem.…o facto de podermos interrogar e de experimentar decorre do facto de Deus… ter aceitado participar dessa experiência na qualidade de ser humano. Graças à deflexão que se deu nesse ser humano único, podemos experimentar mais do que o simples ser humano; nele, que é homem e Deus, Deus mostrou-se humano, permitindo que Ele mesmo seja experimentado no ser humano”; 152. “Deus aconte-ce para o homem mediante o homem, e até mais concretamente, mediante aquele homem no qual se revela o aspecto definitivo da existência humana e o qual é ao mesmo tempo o próprio Deus”2 J. RATZINGER, Introdução ao Cristianismo, 163-164. “Jesus Cristo é a “Palavra”; ora, uma pessoa que não somente tem palavras, mas que é a sua própria palavra e sua obra é o próprio Logos (“a palavra”, o “sentido”, a “razão”); que existe desde sempre e para sempre; que é o (163) fundamento sobre o qual repousa o universo - se em alguma parte encontrarmos uma tal pessoa, será ela aquele sentido, aquela razão (ratio) que nos sustenta e pela qual todos subsistimos”. 3 J. RATZINGER, Introdução ao Cristianismo. Prelecções sobre o Símbolo Apostólico, Herder, S. Paulo 1970, 189-190. “A completa hominização do homem supõe a homi-nização de Deus; somente por meio dela foi transposta definitivamente o Rubicão do “animalesco” para o “lógico”, sendo levado à sua máxima possibilidade aquele co-meço que irrompeu quando, pela primeira vez, um ser de pó e argila, olhando para além de si e do seu mundo ambiente, foi capaz de dizer “tu” a Deus. A abertura para o todo, para o ilimitado, perfaz o homem.O homem é homem pelo facto de che-gar infinitamente para além de si, e, por conseguinte, é tanto mais homem quanto menos for fechado, limitado em si. Portanto - repitamo-lo - é homem ao máximo, e mais, o verdadeiro homem, aquele que for o mais “ilimitado”, que não somente toque o infinito - o Infinito! – mas que seja um com ele: Jesus Cristo. Nele a meta da hominização foi verdadeiramente alcançada”. 4 António COUTO, Deus-Pai no Antigo Testamento, nos escritos judaicos antigos e no Novo Testamento, in Como uma Dádiva. Caminhos de Antropologia bíblica, UCE, Lis-boa 2002,115-144. 135-136. “(O Novo Testamento) reserva-nos ainda uma novidade sensacional…mesmo a mais sensacional novidade da história do pensamento hu-mano e das religiões….(que) consiste na revelação feita por Jesus de Nazaré de que Deus… é Pai, que gera um Filho em tudo igual a si, o qual, na plenitude dos tempos,

agora como ‘Pai’ e como ‘Filho’ no plano pessoal. Deste modo, “Cristo instaurou na terra o Reino de Deus, deu-se a conhecer a si próprio e o Pai e completou sua obra com a morte, ressurreição e gloriosa ascensão e com o envio do Espírito Santo”. O Reino de Deus é “acima de tudo, uma Pessoa que tem o nome e o rosto de Jesus de Nazaré, imagem do Deus invisível” (GS 22)5. O Reino de Deus constitui o centro da mensagem de Jesus, que fala com insistência do Pai; na relação única do ‘Filho’ com o ‘Pai’ acontece de modo novo e irrevogável a proximi-dade de Deus. O Reino apenas pode manifestar-se gradu-almente pela pedagogia dos evangelhos, as parábolas conforme a receptividade dos ouvintes: o ouvinte, pela tensão (crise) criada entre a perspectiva corrente e a perspectiva extraordinária da realidade, é convidado a uma mudança. As parábolas concentram-se na pessoa de Jesus que pergunta: “Quem julgais vós que eu sou?” (Mc 8, 29; Mt 16, 15; Lc 9, 20). Jesus, parábola de Deus, leva o ouvinte, pela conversão a viver “procurando o reino de Deus e a sua justiça”.Este mistério (cf Ef3, 46) foi revelado agora para que Apóstolos pregassem o Evangelho, suscitassem a fé em Jesus Cristo e Senhor e congregassem a Igreja. Os escritos do Novo Testamento são testemunho perene e divino destas coisas. (DV 17) E os Evangelhos “constituem o testemunho por excelência da vida e da doutrina do Verbo Encarnado, nosso Salvador”. Os Apóstolos pregaram por ordem de Cristo, e sob a

foi enviado em missão para redimir e salvar todos os homens…novidade espanto-sa… Deus é Pai… não só de todos os homens… mas é Pai de modo natural de uma só pessoa: Jesus de Nazaré… Eis que Deus aparece agora como ‘Pai’ e como ‘Filho’ no plano pessoal. Dizer que o Deus bíblico é ‘Pai’ é uma afirmação de uma enorme ousadia, pois implica reconhecer a sua proximidade carinhosa e premurosa em re-lação a nós, sem confusão de naturezas, mantendo sempre a sua transcendência… vem de fora do meu horizonte natural e físico de desejo, projecção e identificação, como um e-vento (do latim e-venire), numa iniciativa inédita, rompendo o meu di-namismo de desejo ou de éros, e estabelecendo comigo uma relação não simétrica e paritária que levaria à fusão mística, mas assimétrica e irredutível, interpelante – tem o rosto do mandamento - , que me constitui na situação ineludível de inter-pelado, responsorial e responsável (Di SANTE). Mas dizer agora que o Deus bíblico é também ‘Filho’ é de uma ousadia muito maior, pois confessar que Deus é ‘Filho’ é dizer que Deus é também receptividade (PAGAZZI). Este ‘Filho’ Deus, Jesus, que, sem ruptura nem descontinuidade, recebe tudo o que tem e é, do Pai (Mt 11, 27; Jo 3, 35; 10, 18; 13, 3; 17, 7; Ap 2, 28) – a sua identidade de ‘Filho’ consiste em receber tudo do Pai -, revela o Pai… naquilo que diz e naquilo que faz”. 5 JOÃO PAULO II, A missão do Redentor, 18.

uma leitura pastoral da Dei Verbum

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BOLETIM 9

inspiração do Espírito Santo no-lo transmitiram em escritos que são o fundamento da fé, a saber, o qua-driforme Evangelho segundo Mateus, Marcos, Lucas e João. (DV 18) Os Evangelhos “transmitem fielmente aquilo que Jesus, Filho de Deus, ao viver entre os homens, realmente fez e ensinou para salvação deles, até o dia em que foi elevado (cf. At 1, l-2)”. Jesus enviou os discípulos com o preceito de pregar o Evangelho na continuidade com a pregação re-cebida, que faz de Jesus, o anunciador, o anunciado, fruto da fé na Ressurreição de Jesus Cristo e da luz do Espírito Santo. Os autores escreveram os quatro Evangelhos, escolhendo ou sintetizando, em resposta à situação das igrejas, apoiados na própria memória, ou no testemunho de testemunhas oculares, a garantir a solidez dos ensina-mentos (Lc 1, 2-4). (DV 19) As cartas de São Paulo e outros escritos apostólicos confirmam o testemunho de Cristo Senhor, eluci-dam a sua doutrina, narram os inícios e a difusão da Igreja; e a presença prometida de Jesus (cf. Mt 28, 20) e Espírito Paráclito deveria conduzi-los à pleni-tude da verdade (cf. Jo 16, 13). (DV 20)

Para reflectir e dialogar:1. Qual a grande novidade que Jesus revelou?2. Os discípulos e Apóstolos foram ‘escolhidos’ para

‘seguir’ Jesus, para aprender com Ele a ‘ser-com’ de outro modo, a pensar, mudando de perspec-tiva, a converter-se.

3. Convertidos, anunciam o anunciador que se torna o anunciado.

4. Escolhidos, o que transmitem, pregando ou escrevendo? E por que escolhem do que viram e ouviram?

5. A Ressurreição de Jesus e o Espírito Santo fazem ver Jesus na totalidade e ‘rever’, ‘recordar’; “o Es-pírito...em meu nome vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos o que Eu vos disse” (Jo 14, 26).

6. Os leitores, e ouvintes, não contemporâneos de Jesus, como entram na “relação” com Jesus Cristo” ?

Tema 5: Páscoa (ler DV 10)O revelado para a salvação deve conservar-se inalterado para sempre e ser transmitido a todas as gerações; assim, os Apóstolos pregam o Evan-gelho a todos como fonte da verdade salvífica, e pela pregação oral, por exemplos e instituições, “transmitiram aquelas coisas que receberam das

palavras, da convivência e das obras de Cristo ou que aprenderam das sugestões do Espírito Santo”; por seu lado, os Bispos recebem dos Apóstolos “o encargo de Magistério”. Segundo S. Agostinho os Padres da Igreja “ensinaram na Igreja o que na Igreja aprenderam”6, de modo que a doutrina verdadeira resulta de juntar às Escrituras o testemunho dos Padres que transmitiram as Escrituras (Orígenes)7. A Tradição e a Escritura são como “o espelho (frag-mentário) em que a Igreja peregrinante na terra contempla a Deus”. A Tradição recebida dos Apóstolos “compreende todas aquelas coisas que contribuem para santamente con-duzir a vida e fazer crescer a fé do Povo de Deus, e as-sim a Igreja, em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê”. (DV 8). “Doutrina, vida e culto são os três mo-dos de realização da tradição”, no anúncio da doutrina da Igreja, na adoração cristã de Deus e na realização de vida eclesial. A “Tradição é identificada com o ser e a fé da Igreja, que deve confrontar-se com a Escritura como sua norma crítica”8. E a liturgia é um testemunho privilegiado da tradição segundo o adágio: lex orandi lex credendi; a oração da Igreja é norma de fé; e na liturgia está a Igreja que crê e ora.A tradição, na Igreja que crê e ora, progride sob a assistência do Espírito Santo: progride a compre-ensão do transmitido quer pela “contemplação e estudo dos que crêem, e “meditam em seu coração (cf. Lc 2, 19 e 51), seja pela íntima compreensão que desfrutam das coisas espirituais, seja pela prega-ção daqueles que com a sucessão do episcopado receberam o carisma autêntico da verdade”. Deste modo, por uma melhor compreensão das Escrituras, “o Deus, que outrora falou, mantém um permanente diálogo com a esposa de seu dilecto Filho, no Espí-rito Santo, pelo qual a voz viva do Evangelho ressoa na Igreja e através da Igreja no mundo”. A tradição viva, que progride sob a acção do Espírito Santo, é a compreensão sempre mais profunda do transmiti-do, como reinterpretação criativa.A Tradição e a Escritura estão estreitamente inter-penetradas: têm a mesma fonte divina, “formam de certo modo um só todo e tendem para o mesmo

6 S. Agostino, C. Jul. , o. i., 117, cit. em Quasten 508. 7 Orígenes, De principiis, praef.1-2, citado em QUASTEN, Patrologia I, 354. “.... Mas como a doutrina eclesiástica, transmitida em sucessão ordenada desde os Apósto-los, se conserva e perdura nas igrejas até ao presente, não se devem receber como artigos de fé mais que aquelas verdades que não se afastam em nada da tradição eclesiástica e apostólica”. “Não pode aceitar-se como verdade mais que aquilo…”8 J. RATZINGER, Lexikon für Theologie und Kirche II, 519.

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BOLETIM 10

fim. A Escritura é a fala de Deus enquanto é redigi-da sob a moção do Espírito Santo; a Tradição trans-mite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos para que, sob a luz do Espírito de verdade, eles em sua pregação fielmente a conservem, exponham e difundam”. A Escritura apresenta a via para conhecer Cristo, cumprimento pleno da revelação; entretanto, co-nhecemos a Escritura enquanto ela é transmitida pela tradição oral da Igreja, que, por sua vez, deve ler-se à luz da Escritura. A interpenetração de Escritura e Tradição impede a Tradição de desviar-se ou aventurar-se. Escritura e Tradição devem ser recebidas e veneradas com igual sentimento de piedade e reverência. (DV 9), constituem um só depósito da palavra de Deus.O povo santo todo, unido a seus Pastores, persevera continuamente na doutrina dos Apóstolos e na co-munhão, na fracção do pão e nas orações (cf. Act 2, 42), em “uma singular convergência no conservar, praticar e professar a fé transmitida”. Ao Magisté-rio da Igreja, em nome de Jesus Cristo, compete o ofício de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita ou transmitida, não acima da Palavra de Deus, mas a seu serviço, e do mesmo tirar tudo aquilo que nos propõe como verdade de fé divi-namente revelada. A Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja estão de tal maneira entre-laçados e unidos que um perde sua consistência sem os outros e que, juntos, cada qual a seu modo, sob a acção do Espírito Santo, contribuem eficaz-mente para a salvação das almas. (DV 10). Como funções de testemunho “de tal maneira se unem e associam que uma sem as outras não pode manter-se”. Tradição, Escritura e Magistério são inseparáveis de tal modo que um deles não pode subsistir sem o outro. De harmonia com a estru-tura comunitária da Igreja cada autoridade está aberta às outras, para quem remete; o remeter umas às outras faz aparecer o sentido de cada uma na circularidade entre si9. E o acto de remeter tem origem em Jesus, que “permite limitando-se”, e ao “limitar-se manifesta a relação verídica com Deus e abre uma missão necessária aos testemunhos”10. Por isso, a conexão das funções enuncia a verda-

9 M. CERTEAU, La Faiblesse de Croire, 115. 124. 127. 10 Idem, 113. 124.

de, atestando o que as tornou possível, e apenas na pluralidade de autoridadesse pode indicar a re-lação que mantêm com Jesus11. Jesus, o aconteci-mento inicial, “o fundador desaparece, impossível de ‘reter’, e toma corpo e sentido numa plura-lidade de experiências e operações ‘cristãs’ que sem ele não seriam “12. Por isso, de Jesus Cristo, só é possível testemunhar na articulação plural de funções, que ele permite; estas, remetendo uma para as outras, evitam a tentação idolátrica, que encerra numa.

Para reflectir e dialogar:1. A transmissão da revelação é a “nossa” tarefa;

o que nos foi dado é para dar, tal como nos foi dado, tal como os Padres da Igreja “ensinaram na Igreja o que na Igreja aprenderam”

2. Da Tradição recebida, que “compreende todas aquelas coisas que contribuem para santamente conduzir a vida e fazer crescer a fé do Povo de Deus, (então) a Igreja, em sua doutrina, vida e culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que crê”. (DV 8). Tal como a Revelação acontece por “palavras e acções intimamente relacionadas, a transmissão faz-se do mesmo modo por que se deu.

Tema 6: Tempo Comum (II) (ler DV 11-13)Toda a Sagrada Escritura é inspirada por Deus! Como? É frequente pensar-se que foi Deus quem ditou palavra por palavra os textos sagrados, caben-do, aos autores bíblicos, apenas transcrever os ditos de Deus. Para esclarecer e clarificar esta ideia convém notar com atenção o que diz a Dei Verbum: “as verdades reveladas por Deus, que se encontram na Sagrada Escritura, foram escritas sob a inspiração do Espírito Santo” (cap. III, n.11). Entra aqui um elemento im-portante: o Espírito Santo. É o Espírito de Deus que abre os horizontes ao escritor sagrado, faz-lhe ver o rumo da história, a situação concreta da comunida-de, para lê-la com os olhos da fé, tornando a Palavra intemporal.Mas Deus e o Homem caminham juntos, lado a lado, como companheiros de viagem. Deus quer inscrever na história humana uma experiência de salvação, de amor, porque “Ele é amor”. Por

11 Idem, 215. 12 Idem, 213.

Secção REuNIÃO DE CATEQuISTAS

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BOLETIM 11

isso, Deus serve-se de mediadores, de “homens” escolhidos, para proclamar as verdades de fé, de modo que “agindo Ele neles e por meio deles, pusessem por escrito, como verdadeiros autores, tudo aquilo que Ele quisesse” (DV 11)Por isso, a palavra de Deus é Palavra encarnada, escrita, no coração dos homens; ela traduz as pre-ocupações e as alegrias do ser humano, porque é fruto de uma intrínseca cooperação entre Deus e o Homem, que nos chama à existência e nos faz existir com plenitude. “As palavras de Deus, na verdade, expressas por linguagem humana, tornam-se semelhantes à linguagem humana” (DV 13).É nesta simbiose, de cooperação, entre Deus e o Homem, que se encontram os hagiógrafos (escri-tores) do texto sagrado. É o Espírito Santo que os impele a escrever a verdades da vontade de Deus, do mundo e do ser humano. Assim, tal como escreve S. Paulo, “toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para convencer, para corrigir, para instruir na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e apto para toda a boa obra” (2 Tim 3, 16-17). A Sagrada Escritura não é apenas fruto nem obra humana. Ela só será “útil” para ensinar, convencer, corrigir, instruir se brotar do íntimo de Deus, de uma revelação, que para os cristãos, se apresenta defini-tivamente em Cristo Jesus, como “Verbo do Eterno Pai”(DV 13) , como Palavra viva que transfigura todo o crente que a acolhe. Por isso, toda e qualquer interpretação deve ter em conta o texto e o contexto. Formando uma unidade íntima e contínua m si mesmos, Antigo e Novo Testa-mento, encontram a sua plenitude em Cristo, cume de toda a revelação, onde a Trindade do amor nos ensina a interpretar e revelar esse amor aos homens. O texto sagrado, ao ser escrito “por meio dos ho-mens e à maneira humana”, contém em si diversos géneros literários [históricos, proféticos, poéticos] que traduzem a mensagem de Deus de diversos modos. Ver e meditar o texto é olhar também para o seu contexto de modo que a interpretação não seja tão subjectiva que possa perverter a mensagem, o anúncio da paz e da Boa-Nova do reino de Deus. Neste sentido, “deve atender-se convenientemente, quer aos modos nativos de pensar, dizer ou narrar em uso nos tempos dos hagiógrafos, quer aqueles que se costumavam utilizar nas relações entre os homens de então” (DV 12].

Assim sendo, a Sagrada Escritura há-de ser lida e interpretada de acordo com o mesmo “Espírito” com que foi escrita, de modo que cada um a po-nha em prática e a actualize de acordo com a his-tória presente. Para o cristão, essa interpretação e actualização deve ter em conta a unidade de toda a revelação – o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacob e de Jesus Cristo –, a Tradição e o Magistério da Igreja de todos os tempos, os géneros literários e analogia de fé (da linguagem humana ao mistério da linguagem divina). A Palavra de Deus revela-se em Cristo de forma plena, no Espírito, que assiste a Igreja e a leva a participar do banquete da Palavra e a intuir os de-sejos de Deus para o mundo de hoje. Participante do sacerdócio de Cristo, visível no banquete euca-rístico onde a Palavra revela o modo de Deus se dar a conhecer como Pai a todos os seus filhos, a Igreja “goza do divino mandato e do ministério de guardar e interpretar a Palavra de Deus” [DV 12]. Mandato que a responsabiliza a servir, a ser discí-pula da Palavra e a interpretar segundo o Espírito e a vontade Deus e não segundo os critérios da vontade humana.

Para reflectir e dialogar:1. Neste contexto, qual o sentido das palavras

“inspiração” e “interpretação”?2. Qual é a acção do Espírito Santo na formu-

lação da Sagrada Escritura? De que modo se revela?

3. Que verdades reveladas se encontram na Bíblia?4. Será a Sagrada Escritura somente obra huma-

na? Que tipo de cooperação há entre Deus e o Homem?

5. Que exemplos de homens “escolhidos” nos apre-senta a Sagrada Escritura para colocar a Palavra de Deus em palavras humanas?

6. Segundo S. Paulo a Sagrada Escritura é “divina-mente inspirada e útil” para quê?

7. Para que haja uma boa interpretação do texto bíblico é necessário atender aos géneros lite-rários e ao contexto em que o autor sagrado o redigiu. Que tipos de géneros existem e quais os exemplos mais paradigmáticos?

8. O que é pedido àqueles que estudam a Sagrada Escritura? E à Igreja, fiel depositária da Palavra divina?

9. Em que medida a palavra bíblica revela a seme-lhança entre Deus e o Homem?

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BOLETIM 12

Secção uM DIA EM FAMÍLIA

Catequese Inter-geracional - Evan*

* In a Mensagem, nº 392 pp.16-19)

Breve Apresentação do FilmeEvan Baxter é um Congressista cujo desejo de “MUDAR O MUNDO” é ouvido por quem

ele menos espera: DEUS.Deus aparece-lhe surpreendentemente e incumbe-lhe a tarefa de construir uma ARCA.Evan pensa que está a ficar louco mas chegada de misteriosos carregamentos de madeira, ferramentas depositadas à porta da sua casa e a presença de todo o tipo de animais, transformam toda a sua vida…

Objectivos:1. Descobrir as mensagens presentes no filme:

“Evan, o Todo Poderoso”;

2. Reflectir sobre a qualidade da relação que es-tabelece consigo próprio, com os outros e com Deus;

3. Reconhecer os desafios de ser cristão;4. Reflectir sobre as implicações do CREDO na sua

vida;5. Promover a reflexão e convívio entre pais, filhos

e catequistas do 6.º ano.

Duração: dia (durante o Tempo Pascal)Destinatários: do 6.º ano e respectivos pais.Material:• DVDeProjector;• Filme:“Evan,oTodo-Poderoso”;• Envelopesparaasdiferentestarefas;• Materialparaescrita;• Materialdeexpressãoplástica(lápisdecor,cola,

fita cola, marcadores…)• Fotocópiasdastarefasarealizar,deacordocom

o n.º de grupos;• Relógio;• Sinaldeprioridade;• Chave;• Pagelascommensagemdaapresentaçãodos

símbolos.

Local: espaço amplo que possibilite o contacto com a natureza e permita também o recurso a uma sala espaçosa.

Sugestão de Programa:08:00h - Chegada ao local - Acolhimento 09:00h - Apresentação do programa do dia - Formação dos Grupos - Sensibilidade para o tema09:30h - Inicio dos Trabalhos - Visualização da 1ª parte do filme12:00h - Apresentação das conclusões em grande

grupo13:00h - Almoço Partilhado14:30h - Retoma dos Trabalhos: - Visualização da 2ª parte do filme - Debate: “Projecto de Deus vs Projecto do

Homem”

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BOLETIM 13

16:30h - Apresentação das Sínteses17:00h - Oração - Lanche18:00h - Regresso

Desenvolvimento da Dinâmica:

1ª Parte – Manhã

Sensibilização para o tema• Oquesugereotitulodofila:“Evan,oTodo-

-Poderoso?”• Poderáestabelecer-sealgumarelaçãocoma

festa que os catequizandos estão prestes a cele-brar? (CREDO)

• Secadaumdenóstivesseoportunidadedeser“Todo-Poderoso”; por um dia que fosse, o que faria?

Apresentação da Dinâmica • Serãoconstituídosgruposdepaisegrupode

filhos;• Abasedostrabalhosdodiaéofilme,queserá

visto e explorado em dois momentos diferentes: 1ª parte da manhã e a 2ª parte da tarde;

• Astarefasarealizarserãoadequadasàsdife-rentes gerações (os filhos realizam as tarefas relacionadas com o filme e os pais, as de interpe-lação pessoal);

• Depoisdetodososgruposterminarem,háumencontro em grande grupo para se apresenta-rem as conclusões.

Apresentação das Conclusões

Fim da 1ª Parte - Almoço

2ª Parte – Tarde

Projecto de Deus vs Projecto do Homem

DebatePais:Projecto do Homem = Mais: lucro; progresso (urba-nístico); poder/ controlo total.

Filhos:Prejecto de Deus = : harmonia entre todas as criaturas (protecção e confiança); harmonia entre o Criador e os seres criados.

SÍNTESE

Orientador do Encontro• Nestefilme,“Deus”apresentaaoHomemuma

história de amor sobre ACREDITAR nos outros;• EstahistóriamostraoMELHORqueDeusquer

para cada uma das suas criaturas;• EsteMELHORassentanumasópalavra:AMOR!• AhistóriadoPovodeDeuséaHistóriadoAmor

Incondicional e Intemporal de Deus pela Huma-nidade.

• Étambémahistoriadasdúvidas,dasreticênciasedas resistências do Homem ao Projecto de Deus. O personagem principal do filme (Evan), retrata bem os passos do Povo de Deus, contudo torna ainda mais evidente, a vontade e a iniciativa permanen-tes de Deus na realização desse Projecto. Evan tenta “fugir” à missão que Deus lhe confia (Abraão teve dúvidas sobre a possibilidade de ter um filho biológico com a sua esposa Sara, tal era a idade avançada desta; Moisés também duvidou sobre a sua capacidade de libertar o Povo da escravidão do Egipto; o profeta Jeremias considerava-se novo para denunciar os males do seu tempo e chamar os seus conterrâneos à conversão… e tantos ou-tros…), mas descobre continuamente a presença de Deus na sua vida, descobre-O como um Deus PERSISTENTE, PRESENTE, ATENTO às suas neces-sidades e profundamente CONHECEDOR da sua pessoa.

• EstadescobertalevaEvanaADERIRaoProjectode Deus, contra tudo e contra todos, deixa de ser o homem que era e torna-se um verdadeiro “Homem Novo”:

• Acredita,confiaeobedeceaDeus;• SenteapresençadeDeusnasuaVida;• PercebequeDeusconfiaemcadaumdenós

uma Missão: MUDAR O MUNDO;• Confirmaoamorqueuneasuafamília;• ReconheceaNaturezacomoumadádivade

Deus;• Compromete-seaprotegeraNatureza.• Noiníciodesteencontro,umadasinterpelações

que foi feita consistiu em questionar que relação poderá este filme ter com a Festa que estes cate-quizandos estão prestes a celebrar. Que resposta dais então a esta pergunta?

Tempo de PartilhaOração FinalLanche

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BOLETIM 14

Consciente da importância e densidade espi-ritual da Quaresma e da Páscoa, núcleo da fé cristã, o Departamento de Animação Bíblica da

Pastoral (DABP) da Arquidiocese de Braga propõe a dinâmica de reflexão e trabalho que, a seguir, se apresenta.Da Quaresma da conversão à Páscoa da Ressurrei-ção é o título que escolhemos para esta proposta, em virtude do seu carácter dinâmico, rítmico e apelativo. Usando as leituras de cada Domingo, damos particular relevo, em Tempo Quaresmal, ao arrependimento, conversão e reconciliação; e, no Tempo Pascal, à fé que brota da conversão a Deus e à consequente vida nova e alegria que irradiam da ressurreição.O documento em questão sugere uma síntese para cada domingo da Quaresma (é contemplada também a Quarta-Feira de Cinzas), para os dias do Tríduo Pascal (Quinta e Sexta-Feira Santas e Sábado Santo [Vigília Pascal]) e para os domingos da Páscoa. Além disso, acrescenta uma indicação breve para cada uma das semanas da Quaresma. Outras sugestões de reflexão e trabalho podem encontrar-se no caderno impresso, subordinado ao mesmo título. Para se tirar um melhor proveito destes esquemas de trabalho, é conveniente ter em mãos o texto das leituras referidas – o Leccionário ou um Missal Popu-lar serão excelentes instrumentos de trabalho – e lê-lo, em primeiro lugar.É desejo do DABP que o arrependimento, a conver-são e a reconciliação quaresmais abram as portas do túmulo da vida dos cristãos, a fim de que ressurja vida nova em Cristo e a luz da Páscoa inunde a cria-ção e a história, provocando a explosão da inconti-da alegria pascal.

A. A Palavra de cada Domingo e de cada semana

Com base nas leituras dos Domingos e da semana, apresentamos uma síntese – em jeito de pensamen-tos para reter – das principais reflexões sugeridas pelos textos das respectivas liturgias, nas coordena-das que pretendemos realçar: o arrependimento, a conversão e a reconciliação.

I. Tempo Quaresmal

1. Quarta-Feira de Cinzas A conversão proposta no começo deste novo tempo litúrgico (Jl 2, 12-18) tem como objectivo a reconciliação com Deus (2 Cor 5, 20 – 6, 2) e expri-me-se em atitudes concretas, discretas e coerentes, de que a esmola, a oração e o jejum (Mt 6, 1-6.16-18) são exemplo.Frases a reflectir, reter e repetir: “Perdoai, Senhor, ao vosso povo” (primeira leitura); “reconciliai-vos com Deus” (segunda leitura).Atitude a promover: discreção e coerência nas atitu-des (evangelho).

2. Primeiro domingoO primeiro passo da reconciliação consiste em reco-nhecer Deus, como fez Israel (Dt 26, 4-10) e, sobre-tudo, como fez Jesus no deserto (Lc 4, 1-13). Quem reconhecer Cristo salvar-se-á (Rm 10, 8-13).Frases a reflectir, reter e repetir: “A palavra está perto de ti, nos teus lábios e no teu coração” (segunda leitura); “Nem só de pão vive o homem” (evangelho).Atitude a promover: reconhecer as maravilhas de Deus e colocar nas suas mãos os dons que dele recebemos (primeira leitura).

Secção CAMINhADA DA QuARESMA E PáSCOA

DA QuARESMA DA CONVERSÃO À PáSCOA DA RESSuRREIÇÃO (2010 – Ano C)

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BOLETIM 15

3. Segundo domingoJesus transfigurado revela o mistério que em nós se efectua com a reconciliação (Lc 9, 28b-36) e acontecerá no fim dos tempos (Fl 3, 17 – 4, 1). No sacrifício de Jesus Cristo, cumpre-se a antiga aliança (Gn 15, 5-12.17-18).Frases a reflectir, reter e repetir: “Permanecei firmes no Senhor” (segunda leitura); “Mestre, é bom estar-mos aqui”; “Este é o meu Filho, o Meu eleito: escutai-O” (evangelho). Atitude a promover: tomar consciência da aliança baptismal com Deus (primeira leitura) e intensi-ficar a oração no sentido de transfigurar a vida (evangelho).

4. Terceiro domingoDeus enviou Moisés para libertar o seu povo (Ex 3, 1-8a.13-15). A história de Israel (1 Cor 10, 1-6.10-12) actualiza-se em Jesus que convida à conversão e, na sua paciência, espera pelos respectivos frutos, as obras (Lc 13, 1-9).Frase a reflectir, reter e repetir: “quem julga estar de pé tome cuidado, para não cair” (segunda leitura) Atitudes a promover: perceber a transcendência e a proximidade de Deus (primeira leitura); não ali-mentar desejos perversos nem murmurar (segunda leitura); acabar de vez com a ideia da relação entre o pecado e a desgraça (evangelho).

5. Quarto domingoO povo de Israel regressa à sua terra (Js 5, 9a.10-12) e o filho que fugiu da casa paterna, tomando consciência do seu pecado, também regressa (Lc 15, 1-3.11-32). Acontece em Cristo a reconciliação do ser humano com Deus (2 Cor 5, 17-21).Frases a reflectir, reter e repetir: “ se alguém está em Cristo, é uma nova criatura”; “reconciliai-vos com

Deus” (segunda leitura); “Pai, pequei contra o céu e para contigo. Já não sou digno de me chamar teu filho” (evangelho).Atitude a promover: preparar e celebrar bem o sacramento da reconciliação para poder viver a Páscoa com dignidade.

6. Quinto domingoQuem se identifica com Cristo pela morte ao peca-do (Fl 3, 8-14) e pelo perdão (Jo 8, 1-11), integra o novo povo de Deus que proclama os seus louvores (Is 43, 16-21) e é convidado a adoptar uma vida nova, enunciada no convite: “vai e não tornes a pecar” (Jo 8, 11).Frases a reflectir, reter e repetir: “Não recordeis os factos de outrora, nem volteis a pensar nas coisas do passado” (primeira leitura); “Não te condeno. Vai e não tornes a pecar” (evangelho).Atitude a promover: dar a primazia a Cristo e conti-nuar a correr até à meta.

7. Domingo de Ramos.O servo do Senhor que se oferece como vítima pe-los seus irmãos (Is 50, 4-7) aponta para Jesus Cristo que, “assumindo a condição de servo, tornou-se semelhante aos homens” (Fl 2, 6-11). Tudo quanto é dito acerca do servo do Senhor se realiza, ao porme-nor, no evangelho (Lc 22, 14 – 23, 56), o que permite a identificação desta figura do Antigo Testamento com Jesus Cristo sofredor.Frases a reflectir, reter e repetir: “O Senhor veio em meu auxílio, por isso não fiquei envergonhado” (primeira leitura); “Jesus Cristo é o Senhor” (segunda leitura).Atitudes a promover: à semelhança de Jesus, en-frentar as dificuldades com serenidade e confiança

DA QuARESMA DA CONVERSÃO À PáSCOA DA RESSuRREIÇÃO (2010 – Ano C)

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em Deus e invocar o perdão para os perseguidores (evangelho: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”).

8. Liturgia semanalO leccionário ferial apresenta os diversos temas próprios das catequeses quaresmais e destaca-se pela sua variedade.

8. 1. Semana depois da quarta-feira de cinzas: aparece o convite à conversão interior, ao jejum espiritual, à fraternidade.8. 2. Primeira semana: convite insistente à conver-são, destaque à eficácia da Palavra e ao amor do próximo.8. 3. Segunda semana: o perdão dos pecados, os verdadeiros valores, o anúncio da paixão.8. 4. Terceira semana: escutar o Deus único, a cura como obra de Deus, o perdão de Deus e o perdão recíproco, o culto espiritual. 8. 5. Quarta semana: a renovação que Deus execu-ta (céus e terra novos, águas que curam, cura do paralítico… a aliança, a incredulidade e tentativas de matar Jesus).8. 6. Quinta semana: o perdão do Senhor que salva (Susana, a adúltera, a serpente de bronze, os jovens na fornalha ardente, Jeremias…), o anúncio da pai-xão de Jesus e figuras típicas, a paixão de Jesus para salvar e reunir os filhos de Israel dispersos.8. 7. Sexta semana ou Semana Santa: o servo de Javé sofredor.

Nas duas últimas semanas faz-se a leitura semi-contínua de Jo 4 – 11. Apresenta-se o itinerário ou subida de Jesus a Jerusalém, a sua auto-reve-lação como Filho de Deus e a crescente oposição dos judeus até à decisão de o matar.

II. Tríduo Pascal

1. Quinta-Feira Santa (Missa Vespertina da Ceia do Senhor)O “sacrifício pascal em honra do Senhor” (Ex 12, 1-8.11-14) é o prenúncio da ceia em que Jesus instituiu a Eucaristia (1 Cor 11, 23-26). O lava-pés, durante a ceia, é um gesto de Jesus que aponta para o serviço aos irmãos (Jo 13, 1-15) e natural-mente também para a Eucaristia, enquanto sacra-mento em que Jesus se dá como alimento.Frases a reflectir, reter e repetir: “Este dia será para

vós uma data memorável” (primeira leitura); “Isto é o meu corpo entregue por vós”; “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue” (segunda leitura); “dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também” (evangelho) Atitude a promover: participar na Eucaristia e praticar alguma obra de misericórdia que ponha em prática uma atitude de serviço semelhante à de Jesus, no lava-pés (evangelho). 2. Sexta-Feira Santa (Celebração da Paixão do Senhor).Cabe ao servo do Senhor a missão de resgate e o seu sacrifício dará origem a uma nova humanidade (Is 52, 13 – 53, 12). Jesus Cristo não é apenas este servo do Senhor, é sobretudo o sumo sacerdote, único mediador entre Deus e os homens (Hb 4, 15-16; 5, 7-9) e é nessa dupla condição – servo e sumo sacerdote – que ele aparece no evangelho (Jo 18, 1 – 19, 42).Frases a reflectir, reter e repetir: “O Senhor fez cair sobre ele as faltas de todos nós” (primeira leitura); “Conservemos com firmeza a fé que professamos” (segunda leitura). Atitudes a promover: participar na Celebração da Paixão do Senhor e visitar um doente.

3. Sábado Santo depois do anoitecer (Vigília Pascal)A história da salvação encontra um resumo notável nos textos proclamados na Vigília Pascal. A criação (Gn 1, 1 – 2, 2), o sacrifício de Isaac (Gn 22, 1-18), a travessia do Mar Vermelho (Ex 14, 15 – 15, 1) prepa-ram o ouvinte para a nova relação de aliança entre Deus e a humanidade (Is 54, 5-14; 55, 1-11) e para a esperança que se anuncia nos textos seguintes (Br 3, 9-15.32 – 4, 4; Ez 36, 16-33). O percurso pelos princi-pais momentos da história da salvação possibilita a descoberta da coerência dos acontecimentos com as Escrituras e a releitura das palavras de Jesus (Lc 24, 1-12). Esta descoberta impele para o anúncio da boa notícia pascal e para a percepção de que estamos “mortos para o pecado e vivos para Deus, em Cristo Jesus” (Rm 6, 3-11).Frases a reflectir, reter e repetir: “Cantarei ao Se-nhor, que fez brilhar a Sua glória” (terceira leitura); “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem perverso os seus pensamentos. Converta-se ao Senhor, que terá compaixão dele, ao nosso Deus, generoso em perdoar” (quinta leitura); “Dar-vos-ei um coração renovado e porei em vós um espírito novo. (...) Se-reis o meu povo e eu serei o vosso Deus” (sétima leitura)

Secção CAMINhADA DA QuARESMA E PáSCOA

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BOLETIM 17

Atitude a promover: valorizar a criação, na sua bondade e beleza (primeira leitura); valorizar a Páscoa na perspectiva do Baptismo, sacramento de vida nova, em Cristo (leitura do Apóstolo); partilhar com alguém a alegria incontida da ressurreição (contar aos outros faz parte da natureza da fé cristã [evangelho]).

III. Tempo Pascal

1. Dia de PáscoaDeus ressuscitou Jesus ao terceiro dia (Act 10, 34a. 37-43), os discípulos viram os sinais e acreditaram (Jo 20, 1-9) e, por isso, com a fé fortalecida, todos são convidados a aspirar às coisas do alto (Cl 3, 1-4) ou a purificarem-se do fermento velho para serem uma nova massa (1 Cor 5, 6b-8).Frases a reflectir, reter e repetir: “todo o que acre-dita nele recebe, pelo seu nome, a remissão dos pecados” (primeira leitura); “aspirai às coisas do alto” (segunda leitura). Atitudes a promover: deixar-se tocar pelos sinais do Ressuscitado (evangelho) e afeiçoar-se às coisas do alto, dispondo-se a cultivar as virtudes (segunda leitura). 2. Segundo Domingo da Páscoa (Domingo da Miseri-córdia Divina)Tomé passa da incredulidade à fé (“Meu Senhor e meu Deus” [Jo 20, 19-31]) por acção daquele que esteve morto, mas agora vive pelos séculos dos sé-culos (Ap 1, 9-11 a.12-13.17-19). A palavra anunciada e os milagres e prodígios faziam com que muitos acreditassem no Senhor (Act 5, 12-16).Frases a reflectir, reter e repetir: “Eu sou o Primeiro e o Último, sou Aquele que vive” (segunda leitura); “Meu Senhor e meu Deus. (...) Felizes os que acredi-tam sem terem visto” (evangelho).Atitude a promover: reconhecer tantas maravi-lhas que Deus realiza na nossa história e, por elas, acreditar no poder de Deus que se revela em Cristo ressuscitado.

3. Terceiro Domingo da PáscoaCom Cristo presente, tudo se torna diferente e, por isso, eles sabiam que era o Senhor (Jo 21, 1-19); Cris-to é o cordeiro imolado, “digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor” (Ap 5, 11-14). Quem acredita na ressurreição torna-se sua testemunha e não se cala porque deve

obedecer-se antes a Deus que aos homens (Act 5, 27b-32.40b-41).Frases a reflectir, reter e repetir: “Deve obedecer-se antes a Deus que aos homens” (primeira leitura); “Senhor, tu sabes que te amo” (evangelho).Atitude a promover: cultivar a obediência a Deus e abandonar a subserviência aos homens.

4. Quarto Domingo da Páscoa (Domingo do Bom Pastor) As ovelhas escutam a voz do pastor e seguem-no, de forma que ninguém as pode arrebatar da sua mão (Jo 10, 27-30). Por isso, o Cordeiro será o seu Pastor e as conduzirá às fontes da água viva (Ap 7, 9.14b-17). Todos se enchem de alegria ao com-preender que o rebanho do Bom Pastor não tem fronteiras, mas é universal (Act 13, 14.43-52).Frases a reflectir, reter e repetir: “Estabeleci-te para seres a luz das nações, a fim de levares a salvação até aos confins da terra” (primeira leitura); “ O Cor-deiro será o seu Pastor”; “Eu e o Pai somos um só” (evangelho).Atitude a promover: ter um gesto ou atitude que fortaleça a unidade no rebanho de Jesus Cristo, a Igreja.

5. Quinto Domingo da PáscoaO amor ao próximo é o melhor sinal de que somos discípulos de Jesus Cristo (Jo 13, 31-33a.34-35); ele abre caminho aos novos céus e à nova terra, em que Deus se faz presente no seio da humanidade (Ap 21, 1-5a). O esforço por permanecermos firmes na fé ajudará a que Deus abra aos pagãos a porta da mesma fé (Act 14, 20b-26).Frases a reflectir, reter e repetir: “Através de muitas tribulações é que temos de entrar no Reino de Deus” (primeira leitura); “Vou renovar todas as coi-sas” (segunda leitura); “Amai-vos uns aos outros (...) como eu vos amei” (evangelho).Atitude a promover: reforçar os laços da comunidade cristã por um amor mais intenso e alargado com os restantes membros, a traduzir-se em gestos concretos.

6. Sexto Domingo da PáscoaCristo parte para o Pai, mas promete o envio do Es-pírito que ajudará a entender e a pôr em prática as suas palavras que criam comunhão com ele e com o Pai (Jo14, 23-29). A Igreja é a nova Jerusalém, alicer-çada sobre a fé dos Apóstolos (Ap 21, 10-14.22-23) e pacificada por soluções de compromisso (cláusulas de salvaguarda) para o melhor entendimento e a

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BOLETIM 18

convivência sadia entre as diferentes sensibilidades (Act 15, 1-2.22-29).Frases a reflectir, reter e repetir: “A cidade não precisa de Sol nem de Lua que lhe dêem a sua claridade, pois a glória de Deus a ilumina, e o Cordeiro é a sua luz” (segunda leitura); “Quem me ama porá em prática as minhas palavras”; “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz” (evangelho).Atitude a promover: respeitar as diferenças dos outros e não protagonizar atitudes que possam ferir a sensibilidade de outras formas de ver e viver a fé (primeira leitura).

7. Ascensão do SenhorCristo foi elevado aos céus (Act 1, 1-11; Lc 24, 46-53) para se sentar à direita de Deus (Ef 1, 17-23). Cristo parte, mas promete o Espírito Santo que fará dos discípulos suas testemunhas em Israel e até aos confins da terra (Act 1, 1-11; Lc 24, 46-53).Frases a reflectir, reter e repetir: “Cristo é a cabeça da Igreja, que é o seu Corpo” (segunda leitura); “Vós sois testemunhas de tudo isto” (evangelho). Atitude a promover: não chega olhar para o céu, é necessário assumir o compromisso de lançar mãos à obra para transformar o mundo (primeira leitura).

8. Domingo de PentecostesA unidade dos crentes entre si e deles com Jesus e o Pai é, para o mundo, o melhor testemunho da fé cristã (Jo 17, 20-26). Na expectativa da última vinda de Jesus (Ap 22, 12-14.16-17.20), o protomártir Estê-vão é apresentado como modelo de fé e vida cristã na hora presente (Act 7, 55-60).Frases a reflectir, reter e repetir: “Senhor Jesus, recebe o meu Espírito”; “Senhor, não os acuses deste pecado” (primeira leitura); “Eu sou o Alfa e o Ómega; o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim” (segunda leitura).Atitude a promover: ler e meditar em grupo toda a Oração Sacerdotal de Jesus (Jo17).

B. Dinâmicas para trabalhar a Quaresma e a Páscoa

A par das sínteses que possibilitam a assimilação da mensagem de cada tempo litúrgico, segue-se a proposta de um conjunto alargado de dinâmicas de trabalho dos tempos e dos textos, em ordem ao seu melhor conhecimento e assimilação.

I. Escolhe a resposta certa.

1. A palavra Quaresma significa:- Conversão - Quarenta - Penitência

2. A Quaresma começa em:- I Domingo da Quaresma - Dia de Carnaval - Quarta-Feira de Cinzas

3. A Quaresma é composta por:- Cinco Domingos - Seis Domingos - Quatro Domingos

4. Durante o Tempo da Quaresma, não se reza nem se canta o:- Pai Nosso - Glória - Credo

5. Durante o Tempo da Quaresma, a cor dos paramentos é:- Vermelho - Branco - Roxo - Verde

6. Quando começa o Tríduo Pascal?- Dia de Páscoa - Quinta-Feira Santa - Sexta-Feira Santa

7. A celebração mais importante dos cristãos chama-se:- Cinzas - Missa do Galo - Vigília Pascal

8. A palavra Páscoa significa literalmente:- Paixão de Jesus - Passagem - Alegria

9. Quantos são os dias do Tempo Pascal?- 40 - 60 - 50

Secção CAMINhADA DA QuARESMA E PáSCOA

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BOLETIM 19

10. Durante o Tempo Pascal, a cor dos paramentos é:- Vermelho - Branco - Roxo - Verde

II. Estabelece as correspondências

1. Da Quaresma ... à Páscoa ...

Dias de jejum Via LucisDias de abstinência Quarto Domingo da QuaresmaDomingo da alegria Quarta Feira de Cinzas e Sexta-Feira SantaDevoção mais valorizada na Quaresma Via Crucis (Via Sacra)Devoção mais típica da Páscoa Sextas-Feiras da Quaresma

Vigília Pascal Sábado Santo à noiteDomingo que inicia a Semana Santa Domingo de Ramos

2. Na Quinta-Feira Santa, há uma celebração de manhã e outra de tarde:

Manhã Missa da Ceia do SenhorTarde Missa Crismal

3. Descobre que Palavras se escondem nestas figu-ras geométricas:

D A Q U A R E S M A

D A C O N V E R S Ã O

À P Á S C O A

D A R E S S U R R E I Ç Ã O

1. Sendo a Quaresma um tempo de conversão, é normal que a Igreja valorize muito o sacramento da

2. Que outro nome se dá ao Domingo de Ramos?

3. O Tempo Pascal termina no dia de

IV. Põe por ordem os diferentes momentos da Vigília Pascal:

- Liturgia da Palavra- Leitura do Novo Testamento- Evangelho- Leituras do Antigo Testamento- Liturgia Eucarística- Lucernário- Preparação do círio pascal- Precónio Pascal- Procissão- Bênção do fogo- Liturgia Baptismal- Bênção da água lustral- Bênção da água- Ladaínhas dos Santos- Renovação das promessas do Baptismo

V. Completa e descobre.

1. Na Sexta-Feira Santa, não há Eucaristia. Contu-do, a comunidade reúne-se para a Celebração da Paixão do Senhor. Esta celebração consta de quatro momentos.

•L___R_I_DAP___V__;

•O__Ç__U___V__S__;

•A__R_Ç__DAS__T_C__Z;

•S__R__AC___N__O.

2. A primeira leitura do Tempo Pascal é tirada habi-tualmente de um livro do Novo Testamento. Qual?

_C___D__A___T___S

P. João Alberto Sousa CorreiaCoordenador do DABP

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centro cultural e pastoral da arquidioceseruadeS.Domingos,94B•4710-435Braga•tel.253203180•[email protected]•www.diocese-braga.pt/catequese

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