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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Rommel Gabriel Gonçalves Ramos Gestão de Projetos: O Monitoramento e Controle nos Processos de Desenvolvimento de Software MESTRADO EM TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E DESIGN DIGITAL SÃO PAULO 2014

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Rommel Gabriel Gonçalves Ramos

Gestão de Projetos: O Monitoramento e Controle nos Processos de Desenvolvimento de Software

MESTRADO EM TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E DESIGN DIGITAL

SÃO PAULO

2014

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Rommel Gabriel Gonçalves Ramos

Gestão de Projetos: O Monitoramento e Controle nos Processos de Desenvolvimento de Software

MESTRADO EM TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E DESIGN DIGITAL

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, sob a orientação do Professor Doutor Daniel Couto Gatti.

SÃO PAULO - SP

2014

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Banca Examinadora

____________________________

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A Deus, acima de tudo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, pela oportunidade de viver e ter me

concedido várias experiências espirituais e intelectuais.

À minha família e amigos pelas palavras de incentivo e motivação, e que durante

o mestrado deixei de compartilhar de momentos, mas que certamente serão

compensados.

Ao meu orientador, Professor Doutor Daniel Couto Gatti pela sua dedicação,

empenho e ensinamentos durante este tempo de convivência, e aos professores

do TIDD e da banca examinadora pela contribuição acadêmica.

Aos colaboradores da PUC-SP, que sempre me acolheram, em especial a Sra.

Edna que demonstrou dedicação e carinho pelo seu ofício e deu a devida

atenção, oferecendo-me o suporte necessário durante o curso.

Aos colegas de trabalho da CEDES/SP da Caixa Econômica Federal, pela

colaboração, aprendizado e conhecimento, em especial ao Sr. André Carlos, que

sempre me deu o suporte nas atividades a serem desenvolvidas.

Aos meus alunos de graduação tecnológica da FMU, por fazer com que os

assuntos e momentos em sala de aula fossem sempre presentes ao tema

escolhido nesta dissertação.

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RESUMO

O propósito desta pesquisa é investigar a dificuldade existente na aplicação da

atividade de monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de

software, apresentando ferramentas e indicadores que podem auxiliar a sua

utilização constante. Apesar dos processos de desenvolvimentos de software

indicar atividades ligadas ao monitoramento e controle, na gestão de projetos

ainda há uma carência no uso efetivo dessas atividades. No estudo de caso será

abordado o monitoramento e controle sobre os processos de desenvolvimento de

software, destacando a utilização de indicadores de produtividade de uma

empresa, realizando uma mensuração quanto ao desempenho das atividades de

entregas realizadas na produção de software.

Palavras-chave: Gestão de Projetos, Processos de Software, Monitoramento e

Controle, Métricas de Software.

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ABSTRACT

The purpose of this research is to investigate the existing difficulty in applying the

activity of monitoring and control in the processes of software development,

presenting tools and indicators that can help to their constant use.

Although the processes of software developments indicate activities related to

monitoring and control in project management are still lacking in the effective use

of these activities. In the case study will address the monitoring and control over

the processes of software development, emphasizing the use of indicators of

productivity of a company by performing a measurement on the performance of

deliveries in software production activities.

Keywords: Project Management, Software Processes, Monitoring and Control

Software Metrics.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Processo Cascata............................................................................35

FIGURA 2 Processo Iterativo e Incremental......................................................37

FIGURA 3 Processo de Prototipação................................................................38

FIGURA 4 Processo Unificado RUP..................................................................42

FIGURA 5 Monitoramento e Controle no RUP..................................................52

FIGURA 6 Monitoramento e Controle no PMBOK.............................................54

FIGURA 7 Monitoramento e Controle na MGCP...............................................61

FIGURA 8 Fases e Atividades na MGCP.........................................................62

FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939...........................................74

FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da Informação...............82

FIGURA 11 Fluxo dos Controles Institucionais....................................................83

FIGURA 12 Modelo de Desenvolvimento............................................................87

FIGURA 13 Demandas Previstas para a Implantação........................................94

FIGURA 14 Demandas Replanejadas.................................................................94

FIGURA 15 Demandas Implantadas...................................................................95

FIGURA 16 Sistemas sem o item de Portfólio.....................................................95

FIGURA 17 Projetos sem o item de Portfólio......................................................96

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Comparação dos Processos de Software........................................40

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

APF Análise de Pontos de Função

ALM Application Lifecycle Management

BSC Balanced Scorecard

COBOL Common Business Oriented Language

GE Gerência Executiva

GN Gerência Nacional

GQM Goal Question Metric

IBM International Business Machine

IDE Integrated Development Environment

IEC International Electrotechnical Commission

ISO International Organization for Standardization

MGCP Metodologia de Gerenciamento de Projetos

PE Projeto Evolutivo

PHP Personal Home Page

PN Projeto Novo

PMBOK Project Management Body of Knowledge

PMI Project Management Institute

PSM Practical Software Measurement

QFD Quality Function Deployment

RGB Rummler Brache Group

RTC Rational Team Concert

RUP Rational Unified Process

TI Tecnologia da Informação

UML Unified Modeling Language

WEB World Wide Web

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13

1.1 Problema ........................................................................................................ 15 1.2 Justificativa ..................................................................................................... 17 1.3 Objetivos da Pesquisa .................................................................................... 22 1.4 Metodologia .................................................................................................... 23 1.5 Estrutura do Trabalho ..................................................................................... 25

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 27

2.2. Gestão de Projetos de Software .................................................................... 27 2.2.1. Planejamento ....................................................................................... 29 2.2.2. Riscos .................................................................................................. 30 2.2.3. Monitoramento e Controle ................................................................... 31

2.3. Processos de Software .................................................................................. 32 2.3.1 Ciclo de Vida ......................................................................................... 34 2.3.2 Tipos de Processos de Software .......................................................... 35

2.4. Medidas e Métricas do Software .................................................................... 43

3. O MONITORAMENTO E CONTROLE NOS PROCESSOS DE

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE ................................................................... 45

3.1 Monitoramento e Controle na Análise Estruturada ......................................... 47 3.2 Monitoramento e Controle no RUP ................................................................. 47 3.3 Monitoramento e Controle no PMBOK ........................................................... 53 3.4 Monitoramento e Controle na MGCP .............................................................. 60 3.5 Ferramentas para o Monitoramento e Controle .............................................. 64

3.5.1 Ms Project ............................................................................................. 67 3.5.2 DotProject ............................................................................................. 68 3.5.3 RTC ...................................................................................................... 70

3.6 Indicadores para o Monitoramento e Controle ................................................ 72

4. ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 77

4.1 Descrição da Empresa ................................................................................... 81 4.1.1 Área de Tecnologia da Informação ....................................................... 81 4.1.1.1 Processo Padrão de Desenvolvimento de Sistemas ......................... 83 4.1.1.2 Unidades de Desenvolvimento de Sistemas ...................................... 87 4.1.1.3 Tipos de Projetos ............................................................................... 88 4.1.1.4 Indicadores de Produtividade ............................................................ 89

4.2 Coleta de Dados ............................................................................................. 91 4.2 Análise de Dados ............................................................................................ 97 4.3 Análise dos Resultados .................................................................................. 98

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 101

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 106

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13 1. Introdução

A gestão de projetos de software tem se fortalecido ao longo dos anos em

razão da necessidade de garantir a qualidade e o sucesso dos projetos de

software.

Aliada aos conceitos clássicos da área da administração, tais como

planejar, coordenar e controlar, com os elementos específicos da engenharia de

software em relação aos processos de software consegue integrar os aspectos

tanto organizacionais quanto técnicos.

As atividades organizacionais atribuídas à gestão de projetos de software

vão desde o atendimento às necessidades do cliente em relação a um produto

e/ou serviço, até o relacionamento com os envolvidos em todo o ciclo de vida do

projeto, já que as atividades técnicas englobam desde as metodologias de

desenvolvimento de software até a implantação propriamente dita do software.

Segundo Humphrey (1989 p.125):

A ausência de práticas administrativas no desenvolvimento de software é a principal causa de sérios problemas enfrentados pelas organizações, tais como: atrasos em cronogramas, custo maior do que o esperado e presença de defeitos, ocasionando uma série de inconveniências para os usuários e enorme perda de tempo e de recursos.

Decidir sobre a utilização de um instrumento para aplicar as práticas

administrativas principalmente em relação à gestão projetos de software torna-se

adequado, pois, os ganhos que são obtidos com essa iniciativa acrescentam o

aperfeiçoamento dos processos, mas existem fatores que devem ser observados.

Conforme Sommerville (2007, p.62), alguns fatores tornam a gestão de

projetos de software mais complexa como:

• intangibilidade do produto: dificuldade de avaliar o progresso do projeto,

já que o produto de software não é visível;

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• incompatibilidade dos processos de software: variam drasticamente de

uma organização para a outra, e mesmo toda a evolução nesta área,

ainda há dificuldade de prever problemas no desenvolvimento;

• unicidade dos projetos de software de grande porte: esse tipo de

projeto geralmente é diferente dos anteriores e mesmo com experiência

da equipe não consegue prever os problemas.

O trabalho da gestão de projetos de software é tentar cumprir o que foi

planejado. Muitos projetos fracassam em seus objetivos ou não os alcançam

plenamente devido a diversos desvios ou falhas que não foram identificados no

seu planejamento. Para obter mais qualidade, não só no software, mas em todo o

seu processo, deve-se realizar um planejamento minucioso.

O planejamento diz como e onde a equipe deveria estar em determinado

momento. O monitoramento e controle, por sua vez, consistem em acompanhar

as atividades não planejadas com a finalidade de identificar possíveis problemas

ou desvios e deflagrar eventuais ajustes que possam ser necessários para fazer

o projeto de volta ao seu caminho original. (MARTINS, 2007 p. 102)

Nesta dissertação será abordada a contribuição do monitoramento e

controle aos processos de desenvolvimento de software, para auxiliar a gestão de

projetos a conduzir as suas atividades, o que pode melhorar a maneira de

acompanhamento dos seus processos.

Monitorar e Controlar é definido pelo o PMI (2008, p. 369) como “coletar os

dados do projeto referente ao plano de gerenciamento, produzindo medições de

desempenho e divulgando essas informações por meio de relatórios”. Dessa

forma, podem ser tomadas ações corretivas quando desvios forem identificados,

garantindo o atendimento dos objetivos do projeto.

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15 Analisando monitoramento e o controle, pode-se dizer que enquanto no

monitoramento estão às atividades envolvendo o acompanhamento e a coleta de

dados a respeito do andamento, no controle consiste na tomada de ações frente

aos desvios encontrados no monitoramento, e por isso é necessário que haja

uma medição e a apuração de indicadores com as informações que serão

reportadas a gestão de projetos de software.

1.1 Problema

Na acepção científica, “problema é qualquer questão que é objeto de

discussão, em qualquer domínio do conhecimento” (Gil, 1999, p. 49). Problema,

para Kerlinger (1980, p. 35): “é uma questão que mostra uma situação

necessitada de discussão, investigação, decisão ou solução”. Sintetizando,

problema é uma questão que a pesquisa pretende responder.

Nesta dissertação o problema está ligado com a dificuldade em fazer o

monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de software que

pode-se relacionar aos seguintes pontos:

1. A forma de utilização do monitoramento e controle nos processos de

desenvolvimento de software.

Nem sempre os processos e metodologias de desenvolvimento de

software deixam explícito como deve ser feito o monitoramento e controle.

E normalmente cada metodologia aborda o processo de software

buscando a execução das suas fases e atividades sem nenhum tipo de

monitoramento e controle.

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Quando o processo de desenvolvimento de software for estabelecido,

pode-se iniciar a monitoração e controle no aspecto da gestão de projetos,

e que para Pressman (1995, p.59):

Cada tarefa anotada é então rastreada pelo gerente de projetos. Ele pode usar uma ferramenta de planejamento automatizada para determinar o impacto do não cumprimento dos prazos sobre os marcos de referência. Recursos podem ser redirecionados, tarefas reordenadas, compromissos de entrega modificados para acompanhar o problema que foi descoberto.

2. As ferramentas não são suficientes para o suporte das atividades de

monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de

software.

Algumas ferramentas disponíveis no mercado como o MsProject,

DotProject, Rational Team Concert (RTC - IBM) dentre outras, que são

utilizadas como suporte a gestão de projetos de software não oferecem

opções suficientes para realizar o monitoramento e controle no

acompanhamento das fases e/ou atividades no processo de

desenvolvimento de software, pois, devem apresentar alguns pontos e ter

opções que permitam:

• selecionar projetos de software com alinhamento às estratégias

corporativas, analisando os seus impactos e riscos;

• gerenciar os recursos envolvidos em vários projetos de software,

compartilhando as suas informações de tempo, custo e qualidade.

• gerenciar o retorno de investimento em pequenos, grandes e

complexos projetos de software.

• gerenciar o ciclo de vida dos projetos promovendo melhorias

contínuas no processo de software.

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3. Existem falhas no papel dos gerentes de projetos em relação ao

monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de

software.

O monitoramento e controle fornecem insumos importantes para que o

processo de desenvolvimento de software possa ser melhorado nas suas

fases e/ou atividades, mas, a atuação gerencial precisa ser mais eficaz e

eficiente em relação às ações preventivas e/ou corretivas, pois, de nada

adianta ter instrumentos que auxiliam este processo se não existe uma

atuação assertiva.

4. A tomada de decisão da gestão de projetos sem considerar os

indicadores e relatórios de produtividade, fornecidos pelo

monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de

software.

Os relatórios de desempenho extraídos dos indicadores devem estar

alinhados ao monitoramento e controle sendo uma maneira de trazer mais

visibilidade aos gestores de projetos.

Ainda que eles não sejam utilizados na sua totalidade, devem ser

considerados em ações a serem tomadas não somente pelo conhecimento

empírico, mas em informações consolidadas e confiáveis em relação aos

problemas identificados nos processos de desenvolvimento de software.

1.2 Justificativa

Segundo Brooks (1987), existem dificuldades inerentes às atividades da

engenharia de software que podem ser dividas entre as de essência e as de

acidentes. As de essência são classificadas utilizando quatro itens: A

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complexidade do software, conformidade, mutabilidade e invisibilidade. Quanto à

sua complexidade, pode-se entender que o crescimento de um software é

diretamente proporcional à mesma.

A complexidade trata-se de uma propriedade inerente a um sistema de

software, devido ao fato de possuir um grande número de estados diferentes, o

que leva a concepção, descrição e teste de todos estes estados em uma tarefa,

principalmente pelo grande número de entidades, componentes, funções e tipos

de dados que se relacionam dentro de um sistema de software, o que leva a um

aumento de complexidade do software de maneira não linear devido ao aumento

destes relacionamentos. Ainda com relação à complexidade, Brooks (1987)

afirma que ela não está presente apenas nos sistemas de software, mas também

nos processos gerenciais e nas pessoas que estão envolvidas no

desenvolvimento de um software.

Quanto à sua conformidade, a falta dela é por conta das diversas

finalidades e aplicabilidades que um software possui, variando de um contexto

para outro e do objetivo destinado a um software. Grande parte da complexidade

com a qual o desenvolvedor deve lidar é crescente. Ela é imposta sobre ele por

instituições e sistemas humanos, com os quais o software precisa estar em

conformidade. Tal conformidade é dinâmica, visto que os sistemas humanos

mudam com o tempo, as pessoas mudam e o software deve ser modificado para

se adequar a novas realidades.

Quanto à sua mutabilidade, um software deve atender a diversas regras e

funcionalidades para atingir a um objetivo específico, sendo assim, o software

deve acompanhar as mudanças que ocorrem no ambiente em que está inserido,

para que se mantenha útil e alinhado aos seus propósitos, fazendo com que um

software esteja em constante mudança para atender a todas as necessidades a

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19 que é endereçado, mantendo-se em constante evolução. Esta constante

evolução definida por Brooks (1987) como a mutabilidade de um software, é um

dos pontos que mais influenciam na sua complexidade, por conta do aumento

dos componentes envolvidos e das relações que são criadas.

Quanto à sua invisibilidade, Brooks (1987) acredita que, embora tenha

havido avanços no sentido de simplificar as estruturas de software, elas

continuam sendo praticamente impossíveis de serem visualizadas. Por isso, a

representação de um software prende-se apenas a interpretação de uma pessoa,

o que implica no bloqueio e defasagem da comunicação quanto ao seu

entendimento da forma de um software.

Nas dificuldades acidentais os ganhos não previstos ou desejados

interferem no desenvolvimento de um software. As linguagens de alto nível e as

técnicas de compartilhamento de tempo contribuíram para diminuir

substancialmente a complexidade acidental causada por estes proventos

indesejados, assim como para o aumento da produtividade e qualidade do

produto final.

Alguns avanços técnicos podem levar melhores condições para o

tratamento das dificuldades de acidente, ou evitar alguns deles, caso sejam

seguidos de forma linear. O compartilhamento público de boas práticas para

utilização de algoritmos de inteligência artificial, a maior variedade de linguagens

de alto nível, sistemas especialistas, linguagem de programação orientada a

objeto, entre outros itens, podem ser considerados para minimizar tais problemas.

Um item considerado essencial sobre os problemas acidentais é a

contratação de gerentes qualificados na utilização de menos recursos e esforços

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e se concentrando principalmente nos problemas acidentais, mas buscando de

alguma forma os quase inevitáveis problemas de essência.

Essas dificuldades acidentais e essenciais podem ser monitoradas e

controladas nos processos de desenvolvimento de software, sendo demonstradas

em relatórios e indicadores para saber o desempenho na produção de software,

tornando esse acompanhamento adequado à gestão de projetos.

O guia de gerenciamento de projetos (PMBOK, 2008) traz a referência dos

processos de monitoramento e controle descrevendo o que deve ser utilizado,

através de entradas e saídas, em áreas de conhecimento de gerenciamento

como: escopo, tempo, custos, qualidade, recursos humanos, comunicação, riscos

e aquisição.

Uma pesquisa do PMI (Instituto de Gerenciamento de Projetos) realizada

em 2012, revelou a frequência com que as empresas brasileiras adotam

atividades de monitoramento e controle em seus projetos. Nesta pesquisa

identificou que:

• 22% sempre adotam.

• 54% adotam na maioria das vezes;

• 24% nunca adotaram

Com a análise desses dados, identificamos que 76% das empresas de

certa forma adotam alguma forma de acompanhamento das fases e/ou atividades

dos projetos, porém, 24% das empresas não se preocupam em fazer nenhum

monitoramento e controle. Esses dados não se diferem do cenário quanto aos

problemas mais frequentes enfrentados pelas empresas em relação aos seus

projetos atribuídos a prazo (65,7%), escopo (61,7%) e custo (41,3%).

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21 Neste estudo, 18,4% dos problemas está relacionado à falta de uma

ferramenta para o monitoramento e controle, indicando que 24,5% dos softwares

mais utilizados são desenvolvidos internamente por opção da empresa, o que

mostra que as empresas não conseguem encontrar uma ferramenta adequada

devido as necessidades e particularidades internas (PMI, 2012).

Cabe destacar que, habitualmente, o monitoramento e controle é

considerado pelo nível operacional como uma ação de auditoria, em que são

tratadas as inconformidades das atividades e dos processos. Esse pensamento

dificulta a sua abordagem do que deve ser entendido, pois não é apenas uma

tarefa externa que verifica como o processo está sendo conduzido, mas se ele é

realmente entendido pela equipe e principalmente se gera valor aos envolvidos e

responsáveis pelo processo.

O monitoramento e controle nos projetos de software deve ser

acompanhado por meio de relatórios que possam fornecer informações para

responder algumas perguntas:

• Qual a estabilidade dos requisitos do projeto?

• Qual o grau de previsibilidade que está sendo conseguindo, quanto às

estimativas de esforços e prazos?

• Qual tem sido o esforço de replanejamento do projeto? os

replanejamentos têm trazido maior previsibilidade?

• Quais riscos previstos e concretizados?

• Quais atividades/fases estão sendo realizadas e qual o impacto delas

nos projetos de software? e quais os recursos necessários?

Os resultados obtidos quando respondemos essas perguntas devem ser

apurados e analisados, podendo-se definir métricas e/ou indicadores, ou seja,

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medir o desempenho que implica principalmente na tomada de decisão, que nos

dá oportunidade de exercer o trabalho da gestão de projetos de forma síncrona

nos processos de desenvolvimento de software.

1.2 Objetivos da Pesquisa

Os objetivos desta pesquisa ajudaram a delimitar as questões relacionadas

com a gestão de projetos e os processos de desenvolvimento de software, cujas

atividades de monitoramento e controle serão discutidas e tratadas, isto é, as

questões relacionadas com:

a) a forma de trabalho dos envolvidos no desenvolvimento de software;

b) a qualidade do produto resultante do desenvolvimento;

c) a melhoria dos processos

Portanto, segue abaixo os objetivos específicos desta pesquisa.

1) identificar como o monitoramento e controle são tratados nos

processos de desenvolvimento de software, e como são

relacionadas com a gestão de projetos;

2) investigar a influência dos indicadores nas atividades de

monitoramento e controle;

3) investigar e descrever as ferramentas comumente utilizadas nas

atividades de monitoramento e controle;

4) realizar um estudo de caso numa empresa para identificar como são

tratadas as atividades de monitoramento e controle.

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23 1.4 Metodologia

A pesquisa é um conjunto de ações que são propostas para encontrar

soluções a um determinado problema, baseada em procedimentos racionais e

sistemáticos, segundo Silva e Menezes (2005).

A metodologia de pesquisa tem como objetivo convidar a ciência a

especular e convidar a filosofia a interessar-se pelos problemas práticos, ou seja,

o objetivo da metodologia é ajudar a compreender, nos mais amplos termos, não

os produtos da pesquisa, mas o próprio processo (BARBARÁN, 1999).

Esta dissertação adotará como metodologia o estudo de caso. Esse tipo de

pesquisa seleciona um objeto de pesquisa restrito, com o objetivo de aprofundar o

conhecimento de seus aspectos característicos. O foco do estudo de caso pode

ser um indivíduo, um grupo social específico, uma comunidade ou uma

organização.

Existem duas abordagens possíveis para a condução das pesquisas:

qualitativa e quantitativa. A pesquisa utilizada nesta dissertação é a qualitativa

que segundo Bryman (1989, p.67):

“O pesquisador observa os fatos sob a ótica de alguém interno à organização, buscando uma profunda compreensão do contexto da situação, enfatizando o processo dos acontecimentos, isto é, a sequência dos fatos ao longo do tempo, onde o enfoque da pesquisa é mais desestruturado, não tendo hipóteses fortes no seu início, tornando a pesquisa bastante flexível”.

A abordagem qualitativa busca obter a perspectiva e as interpretações do

entrevistado dentro de seu ambiente de trabalho, através de uma profunda

investigação.

Exige uma maior proximidade do pesquisador às circunstâncias nas quais

a empresa está introduzida, procurando aprofundar-se no contexto da

organização (BARBARÁN, 1999).

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24

As ações propostas para resolver os problemas apresentados na pesquisa

são:

1) disseminar a importância do conhecimento teórico do monitoramento e

controle nos processos de desenvolvimento de software aplicados à

gestão de projetos de software, que inclusive esta dissertação torna-se

um instrumento para realizar esta ação;

2) relatar as melhorias que devem ser realizadas nas ferramentas de

software para auxiliar no monitoramento de controle nos processos de

desenvolvimento de software;

3) fornecer argumentos, nesta pesquisa, como insumos necessários para

que a gestão de projetos possa melhorar a sua forma de atuação

quanto ao monitoramento e controle, identificando nos processos de

software as deficiências quanto à aplicação desta atividade;

4) abordar o estudo de caso com a iniciativa de poder realizar o

monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de

software de forma que a gestão de projetos de software da organização

possa obter indicadores de produtividade para a tomada de decisão

quanto aos seus projetos e sistemas.

Pode-se dizer que um projeto de pesquisa que envolva o estudo de caso

envolve três fases distintas (YIN, 2001, pp 40-77):

1) a escolha do referencial teórico sobre o qual se pretende trabalhar. A

seleção dos casos e o desenvolvimento de protocolos para a coleta de

dados;

2) a condução do estudo de caso, com a coleta e análise de dados,

culminando com o relatório do caso;

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25

3) a análise dos dados obtidos à luz da teoria selecionada, interpretando

os resultados.

A abordagem adotada nesta pesquisa é um estudo de caso que envolve o

monitoramento e controle em relação aos processos de desenvolvimento de

software de uma organização. Enquadra-se como uma abordagem qualitativa e é

utilizado para os estudos organizacionais.

O processo metodológico desta pesquisa considerou as etapas descritas

conforme abaixo:

1) realização de pesquisas, leituras de artigos e livros para a elaboração

da fundamentação teórica;

2) pesquisas, leituras para elaboração e conceituação do monitoramento e

controle aplicado aos processos de desenvolvimento de software;

3) levantamento de ferramentas de software utilizadas para o

monitoramento e controle atrelado aos processos de desenvolvimento

de software;

4) levantamento de informações para elaborar o estudo de caso baseado

no monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de

software de uma empresa.

1.5 Estrutura do Trabalho

Este trabalho está estruturado em 4 capítulos:

• O Capítulo 1 introduz o tema e apresenta à justificativa, os objetivos, a

metodologia e a estrutura do trabalho.

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26

• O Capítulo 2 apresenta a base conceitual do trabalho através da

fundamentação da gestão de projetos de software, processos de software

monitoramento e controle e métricas de software.

• No Capítulo 3, será abordado o monitoramento e controle nos processos

de desenvolvimento de software, além das ferramentas e indicadores que

podem ser utilizados para auxiliar esta atividade na gestão de projetos.

• No Capítulo 4, é apresentando um estudo de caso abordando o problema

de monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de

software de uma empresa, realizando a coleta de dados, analisando os

resultados com o auxílio de indicadores, finalizando a pesquisa com

sugestão e propostas de trabalhos futuros.

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27 2. Fundamentação Teórica

Neste capítulo são definidos conceitos-chave fundamentais para a

pesquisa: Gestão de Projetos de Software, Monitoramento e Controle, Processos

de Software, Medidas e Métricas de Software.

2.2. Gestão de Projetos de Software

Para Pressman (1995, p.55) “a gestão de projetos é a primeira camada do

processo de engenharia de software. Ele chama de camada, em vez de etapa ou

atividade, porque ela abrange todo o processo de desenvolvimento de software

do começo ao fim”.

A gestão de projetos de software compreende atividades que visam

assegurar que o sistema ou produto de software seja entregue ao cliente no prazo

pré-definido e esteja de acordo com os requisitos estabelecidos.

A necessidade da gestão de projetos de software deve ser ao fato do

desenvolvimento de software estar sujeito às restrições de qualidade, tempo e

orçamento.

Cada vez mais a gestão de projetos é reconhecida no mundo empresarial

como afirma Kerzner (2001, p.17): “... percebe-se que o mundo empresarial

passou a reconhecer a importância da gestão de projetos, tanto para o futuro

quanto no presente”.

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28

A meta da gestão de projetos é conseguir exceder as necessidades e

expectativas dos stakeholders1. Todavia, satisfazer ou exceder estas

necessidades envolvem várias demandas em relação aos itens abaixo:

• Escopo, tempo, custo e qualidade (objetivos do projeto);

• Stakeholders com necessidades e expectativas diferenciadas;

• Requisitos identificados (necessidades) e requisitos não

identificados (expectativas).

Em Kerzner (2001, p. 29), lê-se o seguinte:

Desde o começo da década de 1990, a corrida pela excelência na gestão de projetos tem assumido uma importância cada vez maior. Os benefícios da gestão de projetos são óbvios hoje tanto para os clientes quanto para os fornecedores. De fato, a excelência em gestão de projetos se tornou uma arma competitiva que atrai novos negócios e mantém os clientes tradicionais.

A gestão de projetos tem sido aprimorada nos últimos anos no sentido de

obtenção de um entendimento comum por parte dos profissionais e organizações

e que segundo Kerzner (2006, p. 82):

Quanto mais a gestão de projetos continuar crescendo e se consolidando, maior será o número de aliados. No século XXI, nações do Segundo e Terceiro Mundo passarão a reconhecer os benefícios e a importância da gestão de projetos definindo assim padrões.

A empresa que pretende alcançar a excelência em gestão de projetos

necessariamente terá de desenvolver um processo de implantação bem sucedido.

A velocidade dessa implantação irá definir a rapidez da concretização dos

objetivos e benefícios da gestão de projetos (KERZNER, 2006 p. 82).

1 Stakeholders: partes interessadas a partir da identificação de todas as pessoas ou organizações que possam ser afetadas pelo projeto e de documentação das informações relevantes relacionadas aos seus interesses, envolvimento e impacto no sucesso do projeto (PMBOK, 2008 p.311).

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29 2.2.1. Planejamento

O planejamento é o momento em que se definem as atividades e sua

sequência de execução. Conforme o dicionário Aurélio, planejar é elaborar, por

etapas, planos e programas com objetivos definidos, segundo roteiro e métodos

determinados. O planejamento potencializa o trabalho em grupo, impulsionando a

participação e comprometimento.

Por ser uma atividade multidisciplinar, o planejamento agrega vários

pontos de vista, inclusive em diversas áreas de conhecimento, pois, possibilita o

gerenciamento do projeto.

Antes que um projeto possa ser planejado, os objetivos e o escopo devem

ser estabelecidos, soluções alternativas devem ser consideradas e as restrições

administrativas e técnicas, identificadas.

Sem essas informações, é impossível definir estimativas de custo

razoáveis (e precisas), uma divisão realística das tarefas do projeto ou uma

programação de projeto administrável que ofereça indícios significativos de

progresso (PRESSMAN, 1995 p.56).

Muitos projetos de software são realizados sem um planejamento de como

o levantamento de requisitos e as necessidades dos clientes podem ser

transformadas em produto.

Os gerentes de projeto de software não conseguem estimar, e quando

estimam, costumam basear-se em estimativas passadas, mesmo sabendo que

elas podem estar incorretas.

Devido à dificuldade de estabelecer uma estimativa, existe uma barreira na

sua elaboração por julgar perda de tempo ou correr o risco de obter resultados

incorretos e, portanto, estar desperdiçando tempo.

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30

As estimativas de custo, esforço e prazo no projeto de software requerem

um processo ordenado que defina a utilização de métricas, métodos e

ferramentas de estimativa.

Quando fazemos a estimativa do esforço dos recursos, identificamos a

nossa capacidade produtiva de atuação nas atividades inerentes ao projeto de

software, da mesma maneira, aplicamos a estimativa de custo e tempo onde

saberemos quanto devemos investir e quanto tempo irá gastar para realizar um

projeto.

Estimar, medir e controlar um projeto de software são tarefas pertinentes

ao desenvolvimento de software com muitas variáveis envolvidas (como

metodologias, modelos, técnicas, ferramentas, tecnologias, recursos e atividades

diversas). A definição de todas essas variáveis é a base para definir pontos de

verificação permitindo o acompanhamento do projeto, que envolve também a

mitigação dos riscos.

2.2.2. Riscos

Gerenciar projetos de software também envolve gerenciar riscos. Segundo

o dicionário Aurélio, risco é uma situação em que há probabilidades mais ou

menos previsíveis de perda ou ganho.

O gerenciamento de riscos deve permitir a identificação de quais as

probabilidades de atrapalhar o projeto venham a ocorrer. Ele deve ser capaz de

identificar, analisar, planejar, monitorar, controlar e comunicar o nível de risco do

projeto.

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31 O gerenciamento contínuo de riscos faz parte da essência do

gerenciamento de projetos e é uma atividade que se estende ao longo de todo o

projeto

Segundo Somerville (2011, p.69), existem três principais tipos de riscos:

• riscos de projeto: afetam o cronograma ou os recursos do projeto;

• riscos de produto: afetam a qualidade ou o desempenho do software;

• riscos de negócio: afetam a organização que desenvolve ou adquire o

software.

O gerenciamento dos riscos nos projetos de software são importantes

devido às dúvidas surgidas e originadas de requisitos mal definidos, dificuldades

na estimativa de prazos e recursos necessários para o desenvolvimento de

software e as mudanças de requisitos devido às mudanças nas necessidades dos

clientes.

Por isso, planos de riscos devem ser elaborados para evitar, gerenciar ou

lidar com os prováveis efeitos dos riscos quando foram mitigados e se

ocorreram. No ato de acompanhar e gerenciar os riscos, uma atividade pertinente

à gestão de projetos de software é o monitoramento e controle.

2.2.3. Monitoramento e Controle

O monitoramento e controle nos projetos de software busca garantir a

verificação do que deve ser realizado no projeto, ou seja, acompanhar os

processos que são executados com as suas atividades, identificando ações

corretivas e preventivas, estabelecendo assim maneiras de tomada de decisão na

gestão de projetos de software.

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32

Se na execução do projeto tem como objetivo entregar produtos e/ou

serviços planejados, o monitoramento e controle envolve o acompanhamento

destes resultados para garantir que estejam de acordo com o planejado e que o

projeto continue seguindo o plano de gerenciamento do projeto.

O monitoramento e controle fornecem subsídios para as atividades nos

processos de software. Com essas informações disponíveis aos gerentes de

projetos tem se a possibilidade de atuação constante ao que deve ser

desenvolvido e entregue por sua equipe, proporcionando melhorias em relação à

condução do projeto de forma assertiva.

O ciclo constante de planejar, executar, controlar e tomar ações corretivas

está na base do monitoramento e controle, recebendo o acrônimo de ciclo PDCA

(em inglês plan = planejar, do = fazer, check = verificar e act = atuar),

desenvolvido por W. Edward Deming para ambientes de operação e utilizado com

uma das melhores práticas em gestão de projetos.

2.3. Processos de Software

Por algum motivo, os livros de engenharia de software quase sempre

iniciam com o tema “crise de software”. Essa expressão vem dos anos 70. Mas o

que é isso afinal? O software está em crise? Parece que não, visto que hoje o

software está presente em quase todas as atividades humanas. Mas as pessoas

que desenvolvem software estão em crise há décadas e, em alguns casos parece

impotentes para sair dela (WAZLAWICK, 2011, p.14).

Em grande parte, parece haver desorientação em relação a como planejar

e conduzir o processo de desenvolvimento de software. Muitos desenvolvedores

concordam que não utilizam um processo adequado e que deveriam investir em

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33 algum, mas ao mesmo tempo dizem que não têm tempo ou recursos financeiros

para fazê-lo. Essa história se repete há décadas. (WAZLAWICK, 2011 p.14).

Para Pressman (2006, p.17)

Os processos de software formam a base para o controle gerencial de projetos de software e estabelecem o contexto no qual os métodos técnicos são aplicados, os produtos de trabalho (modelos, documentos, dados, relatórios, formulários, etc.) são produzidos, os marcos são estabelecidos, a qualidade é assegurada e as modificações são adequadamente geridas.

O processo de software possui, em geral, cinco macros estágios (Argila,

2000):

• análise - Consiste na análise e desenvolvimento dos requisitos de sistema

de software.

• design (Projeto) - Consiste no projeto de software com base nos requisitos.

O projeto pode conter: a definição da arquitetura de software a ser utilizada

bem como ferramentas e hardware necessário para a implementação do

sistema.

• implementação - Consiste na programação do sistema de software com

base nos documentos gerados na análise e no Design.

• testes - testes de unidade, integração, de sistema do software, que está

sendo construído. O objetivo é encontrar falhas antes da entrega ao

cliente.

• implantação - Consiste na entrega do produto de software ao cliente. Esta

fase pode envolver a instalação do produto (software).

Os processos de software são importantes, pois, estabelecem para os

membros da equipe de projeto uma diretriz de o que deve ser feito para atender

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34

aos objetivos do software, ou seja, eles definem quais são as atividades que

permitem obter o produto de software. (HIRAMA, 2011, p.02).

2.3.1 Ciclo de Vida

Normalmente um software tem um ciclo de vida curto, de no máximo cinco

anos, quando não sofre implementações. Tem-se que partir do conceito de que

não existe software ‘pronto e acabado’, pois, ao longo de sua vida exigirá

manutenção, correções, melhorias ou implementações. (REZENDE, 2005 p.04).

O ciclo de vida de um software segundo Rezende (2005 p. 04) abrange

basicamente as fases:

• concepção (nascimento do sistema ou software);

• construção (análise e programação);

• Implantação (testes e disponibilização aos clientes e usuários);

• implementações (pequenos ajustes pós-implantação);

• maturidade e utilização plena (software sedimentado);

• declínio (dificuldade de comunicação);

• manutenção (tentativa de sobrevivência);

• morte (descontinuidade do sistema ou software)

As fases do ciclo de vida são utilizadas para descrever como um software

deve ser desenvolvido. Basicamente definem a ordem das atividades em um

contexto de projeto de software e propõe uma estratégia que pode ser aplicada a

um determinado contexto.

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35 Normalmente os ciclos de vida são vagos nas descrições de detalhes nas

condições de término e início de uma atividade, recursos utilizados, artefatos

consumidos ou produzidos e papéis desempenhados.

2.3.2 Tipos de Processos de Software

Um dos primeiros processos de software existente foi o modelo cascata.

Este processo proposto por Royce (1970 p.329) é dividido em fases, que não se

repetiam ao longo do ciclo de vida conforme a figura 1 abaixo.

Figura 1 - Processo Cascata (Royce, 1970 p.329)

O processo cascata tornou-se conhecido na década de 70 e é referenciado

na maioria dos livros de engenharia de software. As atividades são estruturadas

numa cascata onde a saída de uma é a entrada para a próxima.

É criticado por ser linear, rígido e monolítico. Inspirados em modelos de

outras atividades de engenharia, este processo argumenta que cada atividade

apenas deve ser iniciada quando a outra estiver terminada e verificada.

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36

Ele é considerado monolítico por não introduzir a participação de clientes e

usuário durante as atividades do desenvolvimento, mas apenas o software ter

sido implementado e entregue. Não existe como o cliente verificar

antecipadamente qual o produto final para detectar eventuais problemas.

A versão original foi melhorada e retocada ao longo do tempo e continua

sendo muito utilizada hoje em dia. Grande parte do sucesso do cascata está no

fato dele ser orientado para a documentação.

No entanto, considerando o monitoramento e controle neste processo de

software, não apresenta nenhuma atividade para retratar que estamos

desenvolvendo de forma correta o software e se a gestão de projetos neste

sentido está sendo aplicada.

Uma evolução do processo cascata foi o processo espiral, pois, repetia as

fases ao longo do ciclo de vida. O grande número de fases do processo em

espiral inviabilizou o seu uso na prática, pois, necessitava de um tempo para

manter o processo longo sem ter a entrega do produto de software.

O processo iterativo e incremental é uma extensão do espiral que foi

proposto por Boehm em 1988, como forma de integrar os diversos modelos

existentes à época, eliminando suas dificuldades e explorando seus pontos fortes,

sendo que foi desenvolvido para abranger as melhores características tanto do

cascata como o prototipação que será visto posteriormente.

Segundo essa abordagem iterativo e incremental, o processo divide o

desenvolvimento de um produto de software em ciclos. Em cada ciclo de

desenvolvimento, podem ser identificadas às fases de análise, projeto,

implementação e testes em contraste com a abordagem clássica, na qual as

fases de análise, projeto, implementação e testes são realizados uma única vez.

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37

Os requisitos são desenvolvidos uma vez que sejam alocados a um ciclo

de desenvolvimento. No próximo ciclo, outro subconjunto dos requisitos é

considerado para ser desenvolvido, o que produz um novo incremento do sistema

que contém extensões e refinamentos sobre o incremento anterior.

Assim, o desenvolvimento evolui em versões, através da construção

incremental e iterativa de novas funcionalidades até o sistema completo esteja

construído.

Esta abordagem incremental e iterativa incentiva à participação do usuário

nas atividades de desenvolvimento de software, o que diminui em muito a

probabilidade de interpretações erradas em relação aos requisitos levantados

com a vantagem de que os riscos do projeto podem ser bem gerenciados

conforme a figura 2 abaixo.

Figura 2 - Processo Iterativo e Incremental (Bezerra, 2002 p.37)

O processo de software baseado na prototipação procura suprir as

limitações do modelo cascata, ou seja, ao invés de manter inalterado o requisito

durante o projeto e codificação, um protótipo é desenvolvido para ajudar no

entendimento dos requisitos.

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38

Este desenvolvimento passa por um projeto, codificação e teste, sendo que

cada uma destas fases não é executada formalmente. Usando assim os

protótipos, o cliente pode entender melhor os requisitos do sistema.

O protótipo é desenvolvido com uma versão inicial do documento de

especificação dos requisitos. Depois de pronto, o cliente verifica e o utiliza

indicando quando algo estiver faltando, e o que não é preciso.

Então o protótipo é modificado incorporando as sugestões de mudança e o

cliente usa o protótipo novamente repetindo o processo até que o mesmo seja

válido em termos de custo e tempo.

No final os requisitos iniciais são alterados para produzir a especificação

final dos requisitos. A sequência de eventos para o processo de prototipação é

ilustrada na figura 3. Como todas as abordagens ao desenvolvimento de software,

o de protótipos inicia-se com a obtenção dos requisitos.

Figura 3 - Processo de Prototipação (Pressman, 1995, p.36)

Para Pressman (1995 p.37), este modelo pode trazer alguns benefícios:

1. é um paradigma eficiente da engenharia de software;

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2. a chave é definir as regras do jogo logo no começo, ou seja, o cliente e

o desenvolvedor devem concordar que o protótipo seja construído,

servindo com a finalidade de definir os requisitos;

3. a prototipação é um processo que capacita o desenvolvedor a criar um

software que será implementado

4. ele será depois descartado (pelo menos em parte) e o software real

será projetado, levando-se em conta a qualidade e a manutenibilidade.

5. a escolha de um processo deve considerar as características do

contexto de projeto ao qual será aplicado.

Considerando as diferenças entre os processos de software, McConnel

(1996, p. 154), apresenta diversas questões que devem ser respondidas ao

selecionar um:

1. Qual o nível de compreensão dos usuários e desenvolvedores em relação

aos requisitos no início do projeto?

2. É provável que a compreensão mude significativamente durante o

desenvolvimento do projeto?

3. Qual o nível de compreensão dos desenvolvedores em relação à

arquitetura do sistema?

4. É provável que mudanças na arquitetura do sistema ocorram no meio do

caminho?

5. Qual nível de confiança é necessário?

6. O quanto é necessário planejar e projetar durante o projeto prevendo

mudanças em versões futuras?

7. Qual o nível de riscos implícitos no projeto?

8. Pode ser limitado em um cronograma?

9. É necessário habilidade para realizar correções no meio do projeto?

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10. É necessário mostrar ao cliente o progresso durante o projeto?

11. É necessário demonstrar ao usuário aspetos gerenciais durante o projeto?

Para auxiliar nas respostas a essas questões, McConnel (1996) apresenta

uma tabela na qual são apresentadas as vantagens e desvantagens, utilizando

uma escala para classificá-los que varia entre “deficiente”, “bom” e “excelente”,

em relação às questões apresentadas acima.

Capacidade do Processo Cascata Iterativo

Prototipação

Trabalha com a compreensão deficiente

dos requisitos Deficiente Excelente Excelente

Trabalha com a compreensão deficiente

da arquitetura Deficiente Excelente

Deficiente para

bom

Produz sistemas de alta confiança Excelente Excelente Bom

É fácil modificar o sistema em versões

futuras Excelente Excelente Excelente

Gerencia riscos Deficiente Excelente Bom

Pode ser limitado em um cronograma

predefinido Bom Deficiente Deficiente

Permite correções no meio do projeto Deficiente Bom Excelente

Possibilita ao cliente visibilidade do

progresso Deficiente Excelente Excelente

Possibilita ao cliente visibilidade do

progresso do gerenciamento Bom Excelente Bom

Requer pouca gerência ou experiência

para usá-lo Bom Bom Deficiente

Tabela 1 - Comparação dos Processos de Software (McCONNEL, 1996)

Identificamos nestas respostas se o monitoramento e controle está

atribuído aos processos de software, e constatamos que de certa forma ele é

aplicado, porém, em algumas respostas existem situações em que os processos

possuem algum item deficiente.

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41

O processo de software unificado é um conjunto de atividades executadas

para transformar um conjunto de requisitos do cliente em um sistema de software.

Entretanto, o processo unificado também é uma estrutura genérica de

processo que pode ser customizado adicionando ou removendo atividades com

base nas necessidades específicas e nos recursos disponíveis para o projeto

(SCOTT, 2003, p.19).

O processo unificado da Rational (RUP) é um exemplo da versão

especializada do processo unificado que adiciona elementos à estrutura genérica.

O RUP foi desenvolvido por Ivar Jacobson, Grady Booch e James Rumbaugh,

com a intenção de ser um “conjunto de filosofias e práticas para o

desenvolvimento de software bem sucedido”.

Na prática, o RUP é um processo proprietário da empresa IBM2 bastante

conhecido e normalmente aplicado em médias e grandes organizações.

(Jacobson et al, 2007)

O RUP utiliza a abordagem iterativo e incremental sendo personalizável

de acordo com as necessidades específicas do desenvolvimento de software.

Baseado no paradigma de desenvolvimento orientado a objetos, com

especificação utilizando a notação UML - Unified Modeling Language (Linguagem

Unificada de Modelagem). O RUP implementa as práticas de engenharia de

software através de uma abordagem em duas dimensões conforme a figura 4.

A dimensão horizontal representa o tempo e divide o ciclo de vida de

desenvolvimento em quatro fases: Concepção, Elaboração, Construção e

Transição.

2 International Business Machines (IBM) é uma empresa dos Estados Unidos voltada para a área de informática. Um das poucas da área de Tecnologia da Informação (TI) com uma história contínua que remonta ao século XIX. A IBM fabrica e vende Hardware e Software, oferece serviços de infra-estrutura, serviços de hospedagem e serviços de consultoria nas áreas que vão desde computadores de grande porte até a nanotecnologia.

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Figura 4 - Processo Unificado RUP (2007)

A dimensão vertical representa as disciplinas: Modelagem de Negócio,

Requisitos, Análise e Design, Implementação, Testes, Implantação,

Gerenciamento de Configuração e Mudança, Gerenciamento de Projeto e

Ambiente.

As disciplinas definem o que deve ser feito pelos responsáveis em termos

de atividades e artefatos3. Uma facilidade que o RUP apresenta é o fornecimento

de modelos (templates) para cada artefato e roteiros (guidelines) para o

cumprimento das atividades.

3 Artefatos são códigos executáveis, códigos fonte, especificação de interfaces, documentações, diagramas e planos que são produzidos ao longo das diferentes fases do processo de desenvolvimento de software (Oliveira e Elias, 2008).

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43 2.4. Medidas e Métricas do Software

As medidas de um software são as atividades ligadas à mensuração para

coletar informações relativas ao desempenho do seu desenvolvimento.

Segundo Pressman, as razões para se medir um software estão

relacionadas com:

1) indicar a qualidade do produto;

2) avaliar a produtividade das pessoas que produzem o produto;

3) avaliar os benefícios (em termos de produtividade e qualidade)

derivados de novos métodos e ferramentas de software;

4) formar uma linha básica para estimativas.

Pressman (1995, p.61) traz uma divisão de medidas em duas categorias,

sendo medidas diretas e indiretas. Nas medidas diretas estão relacionadas os

valores relativos ao processo, ao custo, ao esforço de desenvolvimento e ao

número de linhas de código. Já nas medidas indiretas relacionamos com o

número de funcionalidades, indicadores de qualidade, de complexidade, de

eficiência, de confiabilidade e de manutenabilidade.

As medidas são coletas em diversas etapas do desenvolvimento do

software, isto favorece a construção de um conjunto de indicadores que poderão

ser utilizados conforme indica Pressman na qualidade do produto, na avaliação

da produtividade, na avaliação dos benefícios e no favorecimento da criação da

formação de uma linha básica para estimativas.

Martins (2007, p.25) relaciona alguns exemplos de indicadores que

“...incluem quantidade de erros descobertos antes da entrega do software;

defeitos entregues aos usuários finais; produtos de trabalho entregues; esforço

humano despendido e tempo gasto”.

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44

Como pode ser visto as medidas definem o que precisamos verificar,

enquanto as métricas apuram o que foi medido. As métricas utilizadas no

desenvolvimento de um software podem estar atribuídas ao processo, ao projeto

e ao produto.

As métricas de projeto de software, por sua vez, permitem avaliar a

performance de um projeto, o estado do projeto, a situação dos riscos, as

tendências, o fluxo de trabalho e a capacidade da equipe.

A aplicação destas métricas de projeto ocorre durante a fase de

planejamento, quando vários elementos precisam ser estimados como: tempo,

esforço, riscos, dentre outros.

As métricas utilizadas para medir o produto de software, que envolvem as

medidas indiretas pode apresentar a qualidade do software desenvolvido, como

por exemplo, podemos saber quantidade de defeitos, falhas e erros identificados

na sua produção, assim como o retrabalho da equipe para as correções.

As métricas de software tornaram-se uma ferramenta fundamental para o

acompanhamento dos projetos, sendo considerada uma das atividades mais

importantes do processo de desenvolvimento de software.

São utilizadas para derivar uma base de estimativas, acompanhar o

progresso do projeto, determinar complexidade, ajudar a determinar quando o

estado aceitável de qualidade foi atingido.

Podemos considerar que a utilização das métricas de software no

monitoramento e controle tanto nos processos, projetos e produtos de software de

forma direta ou indireta nos ajuda a tomar decisões mais conscientes, pois,

poderemos interpretar estas informações fornecidas para a gestão de projetos.

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45 3. O Monitoramento e Controle nos Processos de Desenvolvimento de

Software

Normalmente quando a data de entrega de um produto de software se

aproxima, cresce o interesse pelo status do andamento do projeto de software e a

pergunta mais comum é: como está o andamento do projeto?

Para responder a esta questão temos várias respostas possíveis como:

1) as atividades do projeto estão sendo concluídas;

2) os riscos do projeto estão sendo acompanhados;

3) não existe sublocação de recursos nas atividades;

4) o projeto está dentro do custo previstos x planejados;

Acompanhar o andamento de um projeto, de forma geral, não é uma tarefa

simples, pois, envolve a realização de um conjunto de atividades, dentre elas

estão: o processo de acompanhamento, a revisão e a regulação do progresso

para atender aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento

do projeto (PMBOK, 2008 p. 314).

Segundo Rainner (2012 p. 341): “[...] A finalidade do monitoramento e

controle é determinar se o projeto está prosseguindo conforme planejado. Essa

fase consiste em três etapas”:

1) monitoramento das atividades contínuas do projeto (onde estamos);

2) comparação das variáveis do projeto (custo, esforço, tempo, recursos,

etc.) com o plano real (onde deveríamos estar);

3) identificação de ações corretivas (como voltamos ao caminho certo).

O monitoramento e controle de acordo com Martins (2007, p.102) é

monitorar e controlar o trabalho do projeto abordando os seguintes itens:

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• comparação do desempenho real do projeto contra o previsto no plano

de gerenciamento e avaliar se é necessário deflagrar alguma ação

corretiva ou preventiva;

• acompanhamento e análise dos riscos do projeto para garantir que o

plano de resposta a riscos está sendo executado de forma adequada;

• fornecimento de informações para elaboração de relatórios de

desempenho e progresso;

• acompanhamento do custo e do cronograma;

• monitoramento da implementação de mudanças.

Os resultados destas atividades são recomendações e mudanças para

realizar o monitoramento e controle do projeto que são avaliadas, aprovadas ou

rejeitadas no processo para realizar controle integrado de mudanças, que

conforme Martins (2010, p.80) “tem o objetivo de gerenciar as alterações no

planejamento do projeto à medida que ocorrerem”.

Um dos principais elementos utilizados para deflagar estas alterações no

projeto é o relatório de desempenho, que é uma ferramenta de controle de tempo

e custo.

O monitoramento e controle consistem basicamente na identificação de

desvios que aparecem durante a execução. Este processo é executado durante

todo o ciclo de vida do projeto determinando segundo Martins (2007, p. 117):

• se os planos de ação para respostas as riscos, custos e tempo

foram implementados conforme planejados, e se as ações de

respostas são eficazes ou se precisam ser replanejadas;

• se a exposição do projeto aos riscos, custos e tempo aumentou ou

diminuiu ou se apareceram novos que não haviam sido identificados

inicialmente.

Page 46: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ... Gabriel... · FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939.....74 FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da

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• se os responsáveis pela gestão de projetos relatam periodicamente

aos gerentes de projetos a eficácia dos planos, além da ocorrência

de eventos inesperados que requerem alguma ação não planejada.

Nos próximos itens deste capítulo, iremos abordar como o monitoramento

e controle é utilizado nos processos de desenvolvimento de software,

identificando as atividades e etapas que são atribuídas.

3.1 Monitoramento e Controle na Análise Estruturada

Identificamos que na análise estruturada a sua concepção está baseada no

processo de software cascata, que por sua vez estabelece fases bem definidas

tornando o monitoramento e controle como um conjunto de atividades aplicáveis.

Pode ocorrer uma sobreposição conceitual de monitoramento e controle

com o término de cada fase do processo de software cascata, haja vista que os

marcos podem ser concomitantemente realizados.

Portanto, no monitoramento e controle utilizando o processo de software

cascata teremos que definir atividades para realizar este acompanhamento,

quanto aos resultados esperados ao término de cada fase.

3.2 Monitoramento e Controle no RUP

Na disciplina de gerenciamento de projetos do RUP (JACOBSON et al,

2007), encontramos uma tarefa “definir monitoramento e processos de controle”,

que tem o objetivo de definir as informações e os processos que serão utilizados

para monitorar e controlar o progresso, a qualidade e os riscos do projeto nas

seguintes etapas:

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• Definir indicadores do projeto: são informações de projeto que dão

uma idéia do funcionamento e do progresso do projeto em relação ao

plano de desenvolvimento de software.

Em geral um gerente de projeto está interessado nos indicadores que

se aplicam ao escopo do trabalho, ao orçamento, à qualidade e aos

riscos do projeto. A medida que um projeto avança, o coordenador do

projeto monitora esses indicadores e estimula ações corretivas quando

ultrapassam as condições predefinidas.

Esses indicadores de projeto podem incluir:

o despesas totais versus orçamento;

o escopo revisado (trabalho realizado mais estimativas de

conclusão) versus escopo planejado;

o densidade de defeitos versus objetivos da qualidade;

o indicadores de riscos (situações que apontam a presença de um

risco)

A definição desses indicadores é estabelecida de acordo com o custo,

qualidade e o planejamento do projeto.

• Definir origens para indicadores do projeto: em geral os indicadores

do projeto são medidas do projeto consolidadas, calculadas a partir de

métricas primitivas mais granulares, que são relatadas regularmente

pela equipe do projeto.

A forma como essas métricas primitivas devem ser capturadas e o

processo para usá-las, a fim de calcular os indicadores do projeto, são

definidos no plano de métricas do projeto.

Outros indicadores (especialmente os indicadores de risco) podem ser

apenas o status da ocorrência ou não de uma situação específica.

Page 48: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ... Gabriel... · FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939.....74 FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da

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Nesses casos, basta identificar a origem das informações no status do

indicador.

• Definir o procedimento e elaboração dos relatórios de status da

equipe e do projeto: após a definição das métricas primitivas e dos

indicadores do projeto, deverá definir o procedimento que os membros

da equipe de projeto devem adotar para relatar o status e a frequência

com que vão elaborar os relatórios.

Esse procedimento descreve o processo para registrar o tempo com

base em atividades, elaborando relatórios sobre a conclusão de tarefas,

para atingir os marcos do projeto e relatando problemas.

Para garantir um fluxo de informações consistente, convém definir

gabaritos padrão para quadros de horários e relatórios de status de

membros da equipe.

• Definir limites de procedimentos para ação corretiva: para manter o

controle eficaz do projeto, o coordenador de projeto define

valores/condições-limite para cada indicador definido no projeto. Essas

condições de limite são registradas no controle e monitoração do plano

de desenvolvimento de software.

Quando os limites forem ultrapassados, o coordenador de projetos

deverá realizar uma ação corretiva para retormar o controle do projeto.

Dependendo da gravidade da condição, ele poderá resolver o problema

com sua própria autoridade (emitindo as ordens de trabalho

apropriadas).

Se o problema estiver além da sua autoridade, ele precisará emitir um

controle de mudanças e ativar o processo de controle de mudanças do

projeto.

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• Definir o procedimento para elaboração de relatórios de status do

projeto: esse procedimento descreve quando e onde as revisões

programas e não-programadas deverão ocorrer e quais informações

serão incluídas na avaliação do status.

O coordenador de projeto usará a lista de problemas para registrar e

controlar problemas continuamente (que não sejam abordados por

algum outro instrumento de controle de gerenciamento, como controle

de mudanças ou lista de riscos), nos períodos entre a realização de

avaliações de status.

Uma outra tarefa referente ao gerenciamento de projetos segundo o (RUP,

2007) é “monitorar status do projeto” que captura o trabalho diário e contínuo,

incluindo monitoramento de status do projeto, relatório para envolvidos lidando

com as situações atuais e os problemas detectados nas seguintes etapas:

• Capturar o status do trabalho: coleta as informações do projeto e a

qualidade sobre o projeto para avaliar o status atual. O gerente de

projeto captura as métricas primitivas sobre o andamento do projeto e a

qualidade do produto.

Os métodos a serem usados para capturar essas métricas são

descritos no plano de métricas do projeto. Geralmente, os membros da

equipe de projeto enviam relatórios de andamento periódicos ao

gerente do projeto, fornecendo as informações de:

o esforço registrado com base nas atividades;

o esforço estimado para concluir cada atividade pela qual eles são

responsáveis;

o tarefas concluídas;

o produtos liberados publicados;

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o os problemas que requerem atenção do gerenciamento para

atenção e controle adicionais.

• Derivar indicadores de progresso: para avaliar corretamente o

progresso do projeto em relação aos planos, o gerente de projetos

reúne as métricas primitivas reportadas pela equipe do projeto para

fornecer um panorama geral do progresso do projeto.

O plano de medida do projeto descreve como essas métricas derivadas

(os “indicadores de progresso”) são calculadas.

• Derivar indicadores de qualidade: além de monitorar o progresso do

trabalho, o gerente de projetos também monitora a qualidade dos

produtos de trabalho do projeto.

As métricas de qualidade (conforme definidas no plano de métricas do

projeto) são consolidadas para fornecer um panorama geral do status

do projeto com base nos objetos de qualidade especificados.

• Avaliar indicadores versus planos: após derivar os indicadores de

andamento do projeto e de qualidade do projeto, o gerente de projetos

os compara com o estado esperado do projeto, conforme definido pelo

plano de desenvolvimento de software e os planos de iteração. Neste

ponto, o gerente de projetos avaliará o seguinte:

o todas as tarefas planejadas foram concluídas?

o todos os produtos de trabalho foram publicados conforme

planejado?

o o esforço estimado para concluir tarefas “em andamento” está de

acordo com o plano?

o as métricas de qualidade (por exemplo, contagens de defeitos

não corrigidos) estão dentro das tolerâncias planejadas?

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O gerente de projeto também revisará os indicadores de risco

identificados para cada item da lista de riscos, a fim de decidir se

quaisquer estratégias de diminuição de riscos devem ser ativadas neste

momento.

No RUP na disciplina de gerenciamento de projeto conforme a figura 5

abaixo, o monitorar e controlar o projeto permeia todas as tarefas essenciais até a

finalização do projeto.

Figura 5: Monitoramento e Controle no RUP (RUP, 2007)

Page 52: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ... Gabriel... · FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939.....74 FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da

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No RUP com a utilização destas etapas e atividades podemos aplicar o

monitoramento e controle para que o projeto tenha os resultados esperados e

definidos na sua concepção até a transição, buscando abordar todas as suas

disciplinas e aplicando indicadores que possam ajudar a gestão de projetos de

software por meio de ações corretivas e preventivas.

Portanto, pode se observar que ao utilizar o RUP, o processo de

monitoramento e controle encontra-se adequado ao processo de desenvolvimento

de software.

3.3 Monitoramento e Controle no PMBOK

O monitoramento e controle de projetos segundo o PMBOK (2008 p. 58)

têm o benefício de observar e mensurar o desempenho do projeto de forma

periódica e uniforme para identificar variações em relação ao plano de

gerenciamento do projeto definido que inclui:

• controlar as mudanças e recomendar ações preventivas em

antecipação a possíveis problemas;

• monitorar as atividades do projeto em relação ao plano de

gerenciamento e a linha de base de desempenho do mesmo;

• influenciar os fatores que poderiam impedir o controle integrado de

mudanças, para que somente as mudanças aprovadas sejam

implementadas.

Este monitoramento contínuo oferece à equipe do projeto uma visão

melhor sobre a saúde do mesmo e identifica quaisquer áreas que requeiram

atenção adicional. Não apenas monitora e controla o trabalho que está sendo

feito durante um grupo de processos, mas também monitora e controla o projeto

inteiro (PMBOK, 2008 p.58).

Page 53: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ... Gabriel... · FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939.....74 FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da

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Conforme pode ser visualizado na figura 6 o monitoramento e controle

incluem os seguintes processos (PMBOK, 2008 p.59):

Figura 6: Monitoramento e Controle no PMBOK (PMI, 2008)

• Monitorar e controlar o trabalho no projeto: processo de acompanhamento,

avaliação e regulação do progresso para atender aos objetivos de

desempenho definidos no plano de gerenciamento do projeto.

O monitoramento inclui relatórios de status, medições do progresso e

previsões. Os relatórios de desempenho fornecem informações sobre o

desempenho do projeto com relação ao escopo, cronograma, custo, recursos,

qualidade e risco, que podem ser usadas como entradas para outros

processos.

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Neste processo os artefatos que podem ser gerados e/ou atualizados são:

o plano de gerenciamento do projeto;

o relatórios de desempenho;

o fatores ambientais da empresa e ativos de processos organizacionais;

o solicitações de mudança;

o atualizações do plano de gerenciamento do projeto;

o atualizações dos documentos do projeto.

• Realizar o controle integrado de mudanças: processo de avaliação de

todas as solicitações de mudanças, aprovação de mudanças e gerenciamento

das mesmas em entregas, ativos de processos organizacionais, documentos e

plano de gerenciamento do projeto.

Neste processo os artefatos que podem ser gerados e/ou atualizados são:

o plano de gerenciamento do projeto;

o informações sobre o desempenho do trabalho;

o solicitações de mudança, fatores ambientais da empresa;

o ativos de processos organizacionais;

o atualização do andamento das solicitações de mudança;

o atualizações do plano de gerenciamento do projeto;

o atualizações dos documentos do projeto.

• Verificar o escopo: processo de formalização da aceitação das entregas

terminadas no projeto.

Neste processo os artefatos que podem ser gerados e/ou atualizados são:

o plano de gerenciamento do projeto;

o documentação dos requisitos;

o matriz de rastreabilidade dos requisitos;

o entregas validadas;

Page 55: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ... Gabriel... · FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939.....74 FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da

56

o entregas aceitas;

o solicitações de mudança;

o atualizações dos documentos do projeto.

• Controlar o escopo: processo de monitoramento do andamento do escopo

do projeto e do produto e gerenciamento das mudanças feitas na linha de

base do escopo.

Neste processo os artefatos que podem ser gerados e/ou atualizados são:

o plano de gerenciamento do projeto;

o informações sobre o desempenho do trabalho;

o documentação dos requisitos;

o matriz de rastreabilidade dos requisitos;

o ativos dos processos organizacionais;

o medições de desempenho do trabalho;

o atualizações dos ativos de processos organizacionais;

o solicitações de mudança;

o atualizações do plano de gerenciamento de projeto;

o atualizações dos documentos do projeto.

• Controlar o cronograma: processo de monitoramento do andamento do

projeto para atualização do seu progresso e gerenciamento de mudanças

feitas na linha de base do cronograma. Neste processo os artefatos que

podem ser gerados e/ou atualizados são:

o plano de gerenciamento do projeto;

o cronograma do projeto;

o informações sobre o desempenho do trabalho;

o ativos de processos organizacionais;

o medições de desempenho do trabalho;

Page 56: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ... Gabriel... · FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939.....74 FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da

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o atualizações dos ativos de processos organizacionais;

o solicitações de mudança;

o atualizações do plano de gerenciamento de projeto;

o atualizações dos documentos do projeto.

• Controlar os custos: processo de monitoramento do andamento do projeto

para a atualização do seu orçamento e gerenciamento de mudanças feitas na

linha de base dos custos.

Neste processo os artefatos que podem ser gerados e/ou atualizados são:

o plano de gerenciamento do projeto;

o requisitos de recursos financeiros do projeto;

o informações sobre o desempenho do trabalho;

o ativos de processos organizacionais;

o medições de desempenho do trabalho;

o previsões do orçamento;

o atualizações dos ativos de processos organizacionais;

o solicitações de mudança;

o atualizações do plano de gerenciamento de projeto;

o atualizações dos documentos do projeto.

• Realizar o controle da qualidade: processo de monitoramento e registro dos

resultados da execução das atividades de qualidade para avaliar o

desempenho e recomendar as mudanças necessárias.

Neste processo os artefatos que podem ser gerados e/ou atualizados são:

o plano de gerenciamento do projeto;

o métricas de qualidade;

o listas de verificação da qualidade;

o medições de desempenho do trabalho;

Page 57: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ... Gabriel... · FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939.....74 FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da

58

o solicitações de mudança aprovadas;

o entregas;

o ativos dos processos organizacionais;

o medições do controle da qualidade;

o alterações validadas;

o atualizações dos ativos de processos organizacionais;

o solicitações de mudança;

o atualizações do plano de gerenciamento do projeto;

o atualizações dos documentos do projeto.

• Reportar o desempenho: processo de coleta e distribuição de informações

sobre o desempenho, inclusive relatórios de andamento, medições do

progresso e previsões.

Neste processo os artefatos que podem ser gerados e/ou atualizados são:

o plano de gerenciamento do projeto;

o informações sobre o desempenho do trabalho;

o medições de desempenho do trabalho;

o previsões do orçamento;

o ativos dos processos organizacionais;

o relatórios de desempenho;

o atualizações dos ativos de processos organizacionais;

o solicitações de mudança.

• Monitorar e controlar os riscos: processo de implementação de planos de

respostas aos riscos, acompanhamento dos riscos identificados,

monitoramento dos riscos residuais, identificação de novos riscos e avaliação

do processo de risco durante todo o projeto.

Neste processo os artefatos que podem ser gerados e/ou atualizados são:

Page 58: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ... Gabriel... · FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939.....74 FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da

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o registro dos riscos;

o plano de gerenciamento do projeto;

o informações sobre o desempenho do trabalho;

o relatórios de desempenho;

o atualizações do registro dos riscos;

o atualizações dos ativos de processos organizacionais;

o solicitações de mudança;

o atualizações do plano de gerenciamento do projeto;

o atualizações dos documentos do projeto.

• Administrar as requisições: é o processo de gerenciamento das aquisições

e monitoramento dos desempenhos dos contratos, fazendo mudanças e

correções conforme necessário. Neste processo os artefatos que podem ser

gerados e/ou atualizados são:

o documentos de aquisição;

o plano de gerenciamento de projeto;

o contrato;

o relatório de desempenho;

o solicitações de mudança aprovadas;

o informações sobre o desempenho do trabalho;

o documentos de aquisição;

o atualizações dos ativos de processos organizacionais;

o solicitações de mudança;

o atualizações do plano de gerenciamento do projeto.

A utilização do PMBOK no monitoramento e controle nos processos de

software explicita uma documentação em todas as áreas, tornando esta atividade

aderente ao que deseja a gestão de projetos de software.

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3.4 Monitoramento e Controle na MGCP

A MGCP é uma metodologia de gerenciamento de projetos criada pela

área responsável pela gestão de projetos de software da empresa objeto do

estudo de caso desta dissertação.

O objetivo desta metodologia é auxiliar o processo de gerenciamento de

projetos, de modo a garantir que os projetos estejam alinhados e sejam

conduzidos de forma organizada e padronizada, estabelecendo procedimentos a

serem cumpridos para os projetos em todas as fases de seu desenvolvimento

como: (iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e

encerramento).

Além das fases, ela busca garantir conformidade do processo de

gerenciamento de projetos para o processo de desenvolvimento de software,

trazendo consequentemente controle sobre o andamento dos projetos,

principalmente para o monitoramento e controle de projetos.

A MCGP utiliza o PMBOK (2004) como o principal referencial teórico para o

seu desenvolvimento. Entretanto, para compor esta metodologia foram extraídas

outras metodologias como: RGB4 – Rummler Brache Group, BSC5 – Balanced

Scored Card e QFD6 – Quality Function Deployment.

A figura 12 ilustra a ordem em que às fases do gerenciamento de projetos

se interagem segundo a MGCP.

4 A RBG foi criada no início da década de 90 pelos consultores Alan P. Brache e Geary A. Rummler com objetivo de melhorar radicalmente o desempenho da organização. Sua abordagem fundamenta-se em identificar e redefinir os processos interfuncionais críticos que têm impacto sobre o desempenho da organização (BRACHE et RUMMLER, 1995). 5 O BSC é um método que auxilia os gestores a desenvolver bem uma estratégia do princípio ao fim e depois fazer com que cada um na organização esteja envolvido a implementá-la (Kaplan e Norton, 2001). 6 O QFD (Desdobramento da Função Qualidade) é uma das ferramentas da qualidade que foi criada na década de 60 pelo japonês Yoji Akao e que tem como objetivo principal permitir que a equipe de desenvolvimento do produto incorpore as reais necessidades do cliente em seus projetos de melhoria.

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Cada fase do projeto é marcada pela conclusão de um ou mais produtos

da fase (entregáveis ou saídas da fase), entendendo-se como produto o resultado

do trabalho da equipe de projeto, tangível e verificável.

Figura 7 – Monitoramento e Controle na MGCP

Fonte: Empresa financeira

Esse resultado é baseado em um conjunto de modelos de artefatos que

permitem uma revisão e avaliação do desempenho do projeto, de maneira que se

possa indicar sua continuidade ou identificar a necessidade de correção de

desvios, evitando a elevação dos custos/prazos com correções em fases mais

avançadas.

O objetivo do monitoramento e controle na MGCP é do aprimoramento no

gerenciamento do projeto, da medição e monitoramento do progresso do projeto

para identificar variações em relação ao plano de gerenciamento do projeto.

A MCGP no monitoramento e controle aborda em conjunto as fases de:

Levantamento; Detalhamento Execução; Fechamento. Para garantir as

avaliações e acompanhamento do projeto e permitir o fechamento do projeto em

tempo oportuno. A figura 8 ilustra a composição entre fases e processos.

Projeto Priorizado

Registros do

Projeto

Entregas do

Projeto

Usuários Finais

Ativos de

Processos

Limites do Projeto

Entradas do

Projeto

Pré-Projeto

Iniciação

Processo de Monitoração e Controle

Processo de Planejamento

Processo de Execução

Fechamento Gestor do

Projeto

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62

Figura 8 - Fases e Processos da MCGP

Fonte: Empresa Financeira

Fase de Pré-Projeto

Processos de Seleção e Priorização

1. Elaborar proposta de projeto2. Aplicar critério de priorização3. Obter aprovação do projeto4. Obter designação de Coordenador de projeto5. Obter designação da equipe para a Fase de

Levantamento

Fase de Levantamento

Processos de Iniciação

1. Elaborar Termo de Abertura do Projeto2. Elaborar o Quadro Lógico3. Elaborar a EAP Preliminar4. Realizar análise de riscos5. Elaborar Plano de Projeto6. Relatar o desempenho da fase7. Obter aprovação da fase8. Obter designação da equipe para a Fase de

Detalhamento

Fase de Detalhamento

Processos de Planejamento

1. Revisar Quadro Lógico2. Detalhar Escopo do Projeto3. Detalhar EAP4. Elaborar Dicionário completo da EAP5. Elaborar lista de atividades6. Seqüenciar atividades7. Estimar duração das atividades8. Fazer detalhamento do tempo9. Estimar recursos10. Elaborar Plano de Alocação de RH11. Elaborar Organagrama do projeto12. Elaborar Plano de Gerenciamento de Tempo13. Elaborar Plano de Gerenciamento de Mudança de

Escopo14. Atualizar análise dos Riscos15. Elaborar Plano de Gerenciamento de Risco16. Elaborar Plano de Gerenciamento da Comunicação17. Elaborar Plano de Gerenciamento de Aquisição18. Elaborar Plano de Gerenciamento de Qualidade19. Elaborar o Orçamento20. Atualizar Plano de Projeto21. Fazer o gerenciamento da mudança de escopo22. Relatar o desempenho da fase23. Obter aprovação da fase24. Obter designação da equipe para a Fase de

Execução

Fase de Execução

Processos de Execução

1. Executar o Plano de Projeto2. Distribuir as informações3. Desenvolver a equipe de projeto4. Utilizar Sala de Projeto5. Relatar desempenho do projeto6. Obter aprovação da fase7. Obter designção da equipe para a Fase de

Fechamento

Processos de Controle e Monitoramento

1. Monitorar ocorrência de riscos2. Desenvolver a equipe3. Controlar aquisições4. Distribuir informações5. Registrar mudanças6. Monitorar mudanças de escopo e de tempo7. Relatar desempenho do projeto8. Elaborar Relatório de Atividades do Projeto9. Monitorar Diagrama de Marcos10. Relatar Lições Aprendidas

Fase de Fechamento

Processos de Encerramento

1. Avaliar resultados2. Relatar Lições Aprendidas3. Reunir documentos do projeto4. Arquivar documentos do projeto5. Obter aprovação da fase6. Liberar equipe do projeto7. Relatar o desempenho da fase

Fase de Pré-Projeto

Processos de Seleção e Priorização

1. Elaborar proposta de projeto2. Aplicar critério de priorização3. Obter aprovação do projeto4. Obter designação de Coordenador de projeto5. Obter designação da equipe para a Fase de

Levantamento

Fase de Pré-Projeto

Processos de Seleção e Priorização

1. Elaborar proposta de projeto2. Aplicar critério de priorização3. Obter aprovação do projeto4. Obter designação de Coordenador de projeto5. Obter designação da equipe para a Fase de

Levantamento

Fase de Levantamento

Processos de Iniciação

1. Elaborar Termo de Abertura do Projeto2. Elaborar o Quadro Lógico3. Elaborar a EAP Preliminar4. Realizar análise de riscos5. Elaborar Plano de Projeto6. Relatar o desempenho da fase7. Obter aprovação da fase8. Obter designação da equipe para a Fase de

Detalhamento

Fase de Levantamento

Processos de Iniciação

1. Elaborar Termo de Abertura do Projeto2. Elaborar o Quadro Lógico3. Elaborar a EAP Preliminar4. Realizar análise de riscos5. Elaborar Plano de Projeto6. Relatar o desempenho da fase7. Obter aprovação da fase8. Obter designação da equipe para a Fase de

Detalhamento

Fase de Detalhamento

Processos de Planejamento

1. Revisar Quadro Lógico2. Detalhar Escopo do Projeto3. Detalhar EAP4. Elaborar Dicionário completo da EAP5. Elaborar lista de atividades6. Seqüenciar atividades7. Estimar duração das atividades8. Fazer detalhamento do tempo9. Estimar recursos10. Elaborar Plano de Alocação de RH11. Elaborar Organagrama do projeto12. Elaborar Plano de Gerenciamento de Tempo13. Elaborar Plano de Gerenciamento de Mudança de

Escopo14. Atualizar análise dos Riscos15. Elaborar Plano de Gerenciamento de Risco16. Elaborar Plano de Gerenciamento da Comunicação17. Elaborar Plano de Gerenciamento de Aquisição18. Elaborar Plano de Gerenciamento de Qualidade19. Elaborar o Orçamento20. Atualizar Plano de Projeto21. Fazer o gerenciamento da mudança de escopo22. Relatar o desempenho da fase23. Obter aprovação da fase24. Obter designação da equipe para a Fase de

Execução

Fase de Detalhamento

Processos de Planejamento

1. Revisar Quadro Lógico2. Detalhar Escopo do Projeto3. Detalhar EAP4. Elaborar Dicionário completo da EAP5. Elaborar lista de atividades6. Seqüenciar atividades7. Estimar duração das atividades8. Fazer detalhamento do tempo9. Estimar recursos10. Elaborar Plano de Alocação de RH11. Elaborar Organagrama do projeto12. Elaborar Plano de Gerenciamento de Tempo13. Elaborar Plano de Gerenciamento de Mudança de

Escopo14. Atualizar análise dos Riscos15. Elaborar Plano de Gerenciamento de Risco16. Elaborar Plano de Gerenciamento da Comunicação17. Elaborar Plano de Gerenciamento de Aquisição18. Elaborar Plano de Gerenciamento de Qualidade19. Elaborar o Orçamento20. Atualizar Plano de Projeto21. Fazer o gerenciamento da mudança de escopo22. Relatar o desempenho da fase23. Obter aprovação da fase24. Obter designação da equipe para a Fase de

Execução

Fase de Execução

Processos de Execução

1. Executar o Plano de Projeto2. Distribuir as informações3. Desenvolver a equipe de projeto4. Utilizar Sala de Projeto5. Relatar desempenho do projeto6. Obter aprovação da fase7. Obter designção da equipe para a Fase de

Fechamento

Fase de Execução

Processos de Execução

1. Executar o Plano de Projeto2. Distribuir as informações3. Desenvolver a equipe de projeto4. Utilizar Sala de Projeto5. Relatar desempenho do projeto6. Obter aprovação da fase7. Obter designção da equipe para a Fase de

Fechamento

Processos de Controle e Monitoramento

1. Monitorar ocorrência de riscos2. Desenvolver a equipe3. Controlar aquisições4. Distribuir informações5. Registrar mudanças6. Monitorar mudanças de escopo e de tempo7. Relatar desempenho do projeto8. Elaborar Relatório de Atividades do Projeto9. Monitorar Diagrama de Marcos10. Relatar Lições Aprendidas

Processos de Controle e Monitoramento

1. Monitorar ocorrência de riscos2. Desenvolver a equipe3. Controlar aquisições4. Distribuir informações5. Registrar mudanças6. Monitorar mudanças de escopo e de tempo7. Relatar desempenho do projeto8. Elaborar Relatório de Atividades do Projeto9. Monitorar Diagrama de Marcos10. Relatar Lições Aprendidas

Fase de Fechamento

Processos de Encerramento

1. Avaliar resultados2. Relatar Lições Aprendidas3. Reunir documentos do projeto4. Arquivar documentos do projeto5. Obter aprovação da fase6. Liberar equipe do projeto7. Relatar o desempenho da fase

Fase de Fechamento

Processos de Encerramento

1. Avaliar resultados2. Relatar Lições Aprendidas3. Reunir documentos do projeto4. Arquivar documentos do projeto5. Obter aprovação da fase6. Liberar equipe do projeto7. Relatar o desempenho da fase

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63

A MCGP não se propõe a substituir o PMBOK (2008), porém, apresenta

insumos necessários ao gerenciamento de projeto quanto ao monitoramento e

controle dos projetos.

Além disso, ela fornece uma sequência para os seus processos, apoiando

o processo de desenvolvimento de software em relação às atividades de:

• monitorar a ocorrência dos riscos;

• desenvolver a equipe;

• controlar aquisições;

• distribuir informações;

• registrar mudanças;

• monitorar mudanças de escopo e tempo;

• relatar desempenho do projeto;

• elaborar relatório de atividades do projeto;

• monitorar diagrama de marcos;

• relatar lições aprendidas.

Estas atividades preconizam o que já foi dito anteriormente pelos autores

Rainner (2012) e Martins (2010) em relação ao monitoramento e controle dos

projetos, sendo uma maneira que a empresa objeto de estudo de caso encontra

para fazer este acompanhamento no processo de desenvolvimento de software.

Esta metodologia tem sido aplicada independentemente do processo de

software que foi escolhido pela equipe, pois, ela pode se vincular e tornar-se uma

ferramenta adequada para as empresas que desenvolvem software, sendo

também iniciativa que poderia ser adotada para realizar o monitoramento e

controle, atendendo ao que preconiza a gestão de projetos de software.

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64

3.5 Ferramentas para o Monitoramento e Controle

Os softwares para o gerenciamento de projetos são ferramentas que

auxiliam principalmente o gerente do projeto. São usados com diversos fins como:

planejar, monitorar, controlar, relatar e comunicar a situação dos projetos.

Existem softwares com diferentes custos, funcionalidades e usabilidades.

Kerzner (2001, p.706) define uma lista das principais funções oferecidas por eles,

onde os recursos mais comuns fornecidos são para o planejamento,

monitoramento e controle das tarefas, recursos e custos do projeto.

Dessa forma, é fácil visualizar as tarefas e suas características como seu

tempo de início e fim, seus recursos alocados e seus custos. Também é possível

acompanhar a situação do projeto e compará-lo com o que foi planejado

inicialmente.

Os usuários podem modificar ou criar relatórios padronizados. Esses

relatórios incluem uma série de diagramas (Gantt, Rede), sumários tabulares e

gráficos de negócio. Kerzner (2001, p.707) cita alguns exemplos de relatórios:

• relatório do custo orçado do trabalho planejado;

• relatório do custo do trabalho realizado;

• relatório dos gastos reais versus planejados;

• análise do valor agregado entre outros.

Um software de monitoramento e controle segundo (Gray et. al 2009,

p.419) “implica determinar quais dados coletar, como, quando e quem irá coletá-

los, analisa-los e relatar o progresso alcançado”. Gray et al (2009 p.420) aborda

algumas questões pertinentes à estrutura do software para o monitoramento e

controle:

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65 a) Quais dados são coletados. Dados coletados são determinados por qual

sistema de medição será usado para o controle do projeto.

Uma vez que o sistema foca questões de custo/cronograma é crucial prover o

gerente de projetos e as partes interessadas que respondam perguntas como:

• Qual é o estado atual do projeto em relação a programa e custo?

• Quanto custará completar o projeto?

• Quando o projeto será concluído?

• Existem problemas potenciais que precisam ser relatados agora?

• Em quê, em quem e onde estão as causas para o excedente de

custo ou prazo?

• O que obtivemos em troca do dinheiro gasto?

• Se houver um custo excedente em um projeto em andamento, será

que podemos prever esse excesso no momento da sua conclusão?

As medições do desempenho que se precisa coletar deveriam ajudar a

responder a estas perguntas.

b) Coletar dados e fazer análise. Com a determinação de quais dados são

coletados, o próximo passo é estabelecer por quem, quando e como os dados

serão agregados.

Eles serão coletados pela equipe de projeto, pelo contratado, por terceiros

especializados, pelo gerente de projetos? Ou os dados serão derivados

eletronicamente de algum tipo de dados substitutos, como fluxo de caixa, horas

de máquina, horas de mão-de-obra ou materiais utilizados? O período relatado

deveria ser uma hora, um dia, uma semana ou qual? Há um repositório central

para os dados coletados e há alguém responsável por sua divulgação?

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c) Relatórios e o modo de reportar. Quem recebe os relatórios de

desempenho? As partes interessadas e gerentes necessitam de diferentes tipos

de informação relacionadas ao projeto.

O interesse principal da direção superior é: “Estamos no prazo e dentro do

orçamento? Se não, que ação corretiva está sendo providenciada?”.

Do mesmo modo, um gerente que trabalhe no projeto se preocupa principalmente

com as entregas de seus pacotes de trabalho específicos. Os relatórios deveriam

ser voltados para o público certo.

Especificamente, os relatórios de progresso do projeto são planejados e

comunicados de forma escrita ou verbal e tem um formato comum em tópicos,

para relatórios de progresso:

• Progresso depois do último relatório

• Status atual do projeto

1. Programa

2. Custo

3. Escopo

• Tendências previstas

• Problemas e assuntos depois do último relatório

1. Ações e resoluções relacionadas a problemas anteriores

2. Novas variações e problemas identificados

• Ação corretiva planejada

Segundo Gray et. al (2009. p.421) “...deve comparar no relatório de

progresso o desempenho real com o que foi planejado para identificar

divergências, avaliar possíveis alternativas de ações e aplicar a ação corretiva

apropriada”. Ele define os passos do controle de projeto, para medir e avaliar seu

desempenho conforme abaixo:

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1. estabelecer um plano de linha de base;

2. medir o progresso e o desempenho;

3. comparar o planejado com o status atual;

4. entrar em ação.

A importância dos softwares no monitoramento e controle de projetos

fornecem insumos essenciais para o processo de desenvolvimento de software

quanto aos projetos de software que são desenvolvidos, e, portanto, as

informações que são coletadas, analisadas e disponibilizadas ajudam a tomada

de decisão quanto ao que precisa ser apurado durante as etapas e atividades

previstas e concluídas em um projeto.

Conforme abordamos em relação aos problemas de monitoramento e

controle nos processos de desenvolvimento de software, as ferramentas deveriam

oferecer mais opções que foram relatadas para dar um suporte adequado às

necessidades da gestão de projetos de software, a fim de que possa abordar

todas as questões que foram levantadas quanto ao que deve contemplar uma

ferramenta para o monitoramento e controle.

A seguir iremos detalhar algumas ferramentas que foram elencadas no

problema do monitoramento e controle quanto ao processo de desenvolvimento

de software, apesar de existirem outras disponíveis no mercado, porém, estas

que apresentaremos são as mais utilizadas na empresa objeto do estudo de caso.

3.5.1 Ms Project

Segundo Pimentel (2008) o MS Project é um software de gestão de

projetos, sendo uma ferramenta muito exigida no mercado e bastante utilizada

nos mais variados segmentos de projetos e aplicações. Sua primeira versão foi

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lançada em 1985. Desde então, além de contar com interface gráfica e amigável

aparência, vem passando por melhorias e dispondo de novos recursos, estando

disponível nas versões Standard, Professional, Server e Web Access.

As principais funções do MS Project como software para a gestão de

projetos são:

• criar, editar e controlar um projeto;

• personalização para diferentes metodologias e produtividade;

• criar gráficos, relatórios e diagramas profissionais;

• permitir tarefas recorrentes;

• maior controle de informações, finanças e prazos;

• acesso rápido às informações desejadas.

Algumas destas funcionalidades atendem ao monitoramento e controle nos

processos de desenvolvimento software, porém, se não houver outras

ferramentas que possam integrá-la, pela sua limitação não consegue atender a

algumas questões apresentadas quanto a uma ferramenta para o monitoramento

e controle, tornando-se inviável se for utilizada separadamente das demais.

3.5.2 DotProject

É uma ferramenta open source de gestão de projeto que pode ser utilizada

em todos os seus projetos, compartilhada com a equipe e clientes. Apresenta um

conjunto de funcionalidades para atender às necessidades dos projetos, sendo

uma aplicação web, escrita em PHP e com banco de dados MySQL, que busca

unificar as informações importantes do projeto, apresentando uma visão geral das

tarefas e responsáveis.

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De acordo com Jordan (2007, p.12) o dotProject é uma boa escolha para

organizações que precisam de um software para o gerenciamento de projetos que

“não tenha taxas, tenha uma generosa licença de uso, seja estável, funcione nos

grandes browsers, tenha uma comunidade que preste suporte, tenha permissões

granulares, e seja escalável”.

Pode ser aplicado em diversos ambientes como escritórios, gerenciamento

pessoal, empresas e escolas. As principais características são:

• informações das empresas e os seus projetos;

• tarefas necessárias para a execução de cada projeto;

• monitoramento do andamento das tarefas;

• diagrama de gantt para ilustrar o avanço das etapas do projeto;

• informações sobre usuários e colaboradores de cada tarefa;

• lista de contatos;

• lembrete sobre prazos e calendários;

• fóruns sobre os projetos;

• repositório de arquivos relacionados a projetos.

Este software se enquadra no que é chamado de arquitetura “LAMP” -

Linux, Apache, MySQL e PHP. Tal arquitetura é indicada como preferencial,

podendo ser utilizadas alternativas para serem feitas implementações, ou seja,

apesar da sua limitação principalmente quanto aos processos de

desenvolvimento de software, podem ser realizadas alterações para atender a

adaptação destas fases e/ou atividades.

Por ser uma ferramenta conhecida como software livre, tem a vantagem de

não ter nenhum custo para a sua utilização, porém, em caso de utilização na

quantidade maior de projetos existe a limitação de desempenho, e até mesmo de

recursos que estão disponíveis em outros softwares proprietários e pagos, mas

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ainda assim se torna atrativa para realizar o monitoramento e controle nos

processos de desenvolvimento pelos fatores que foram abordados.

3.5.3 RTC

O Rational Team Concert (RTC) é uma ferramenta da empresa IBM7 para

gestão do ciclo de vida de aplicações (ALM - Application Lifecycle Management).

Desenvolvida utilizando como base a plataforma Jazz (IBM, 2013). O jazz é um

projeto e plataforma de código aberto para transformar como as pessoas

trabalham juntas visando entregar maior valor e desempenho em seus projetos de

software.

Disponibiliza serviços que dão suporte a colaboração, tais como: painéis

de informação, Registro de projetos e equipes; busca; segurança; notificações de

eventos e integração com IDE’s Eclipse, Visual Studio e Web (IBM, 2011).

O RTC foi a primeira ferramenta desenvolvida utilizando a estrutura de

plataforma Jazz, implementando a disciplina de Gerência de Configuração,

possibilitando o desenvolvimento distribuído e controle de versão dos artefatos do

projeto bem como as atividades dos envolvidos.

As principais funcionalidades são:

• criação, acompanhamento, planejamento, administração de itens de

trabalho;

• painel de controle, versionamento de artefatos, gestão de baselines,

definição, execução e registro de builds realizados;

7 International Business Machines (IBM) é uma empresa dos Estados Unidos voltada para a área de informática. Um das poucas da área de Tecnologia da Informação (TI) com uma história contínua que remonta ao século XIX. A IBM fabrica e vende Hardware e Software, oferece serviços de infra-estrutura, serviços de hospedagem e serviços de consultoria nas áreas que vão desde computadores de grande porte até a nanotecnologia.

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• gestão de projetos, colaboração entre os membros da equipe de

projetos e a publicação dos projetos.

Estas funcionalidades ajudam a coletar as informações necessárias,

podendo realizar diariamente o monitoramento e controle dos projetos com as

equipes, através de relatórios, consultas e painéis (dashboard), mostrando o

desempenho de cada projeto ou de todos os colaboradores no processo de

desenvolvimento de software.

Podemos citar algumas características que são atendidas pelo RTC:

• modelos e fluxos prontos de processos para começar a trabalhar a

partir da instalação, inclusive para o desenvolvimento de software;

• colaboração real através de ferramentas de mensageria com

documentação automática, que informa os colaboradores sobre o

andamento dos itens de trabalho, atividades e/ou tarefas;

• relatórios que permitem a visualização do status dos projetos de

desenvolvimento para os stakeholders;

Esta ferramenta tem sido a mais utilizada na empresa objeto estudo de

caso, porém, mesmo atendendo a todos os fatores que foram abordados quanto

ao que seria adequado para o monitoramento e controle nos processos de

desenvolvimento de software, temos um fator que não podemos desconsiderar

que são “as pessoas”, ou seja, a mudança de ferramenta no ambiente

organizacional traz mudanças significativas para a adaptação de um ambiente

para outro e essas alterações não acontecem da noite para o dia.

Por isso, é necessário mais investimento e treinamento nas equipes de

projeto de maneira que possam ser preparadas e alinhadas aos propósitos

estabelecidos pelo próprio processo de desenvolvimento de software, seguindo

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as diretrizes e recomendações da gestão de projetos de software quanto à

atividade de monitoramento e controle.

Outro aspecto que devemos levantar em relação a isso, e que está

atrelado também aos problemas desta dissertação quanto ao papel do gerente de

projetos, é a sua atuação frente às informações que estas ferramentas oferecem,

e quais os “gaps” que elas apresentam para que possa haver melhoria quanto às

condutas a serem tomadas com efetividade nas ações corretivas e preventivas.

Uma maneira de atuar para o apoio quanto a esse problema e aos demais

apresentados nesta dissertação, seria a utilização de indicadores que poderia dar

uma direção do que seria necessário para melhorar o processo de

desenvolvimento de software e como estes indicadores auxiliariam a tomada de

decisão quanto à gestão de projetos de software.

3.6 Indicadores para o Monitoramento e Controle

De acordo com Mendonça (2002, p.24):

Indicadores são normalmente constituídos por duas unidades de medida correlacionadas. Servem para medir o desempenho de uma determinada atividade ou rotina, para saber se o que está sendo feito está dentro dos parâmetros exigidos, ou seja, se está de acordo com o que foi planejado.

Eles são compostos por variáveis representativas de um processo, que

permitem quantificá-lo. “Precisam ser bem definidos e acompanhados

sistematicamente” (MENDONÇA, 2002 p.25). Os indicadores servem

principalmente para os gestores na tomada de decisão. Para se analisar e

melhorar um processo é necessário conhecer o histórico dos indicadores de

desempenho.

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Com a análise do comportamento dos indicadores no passar do tempo,

pode-se identificar os problemas do processo e propor melhorias. De acordo com

Kiyan (2001, p.38) “uma das formas de se classificar os indicadores de

desempenho é considerar a natureza da informação a ser produzida, podendo ser

objetiva ou subjetiva”.

As informações objetivas envolvem métodos numéricos (quantitativos),

enquanto as subjetivas resultam de métodos descritivos (qualitativos). A

subjetividade insere nos resultados um grau de imprecisão e incerteza, pois ela

se apóia em valores pessoais, percepção da realidade, costumes, gostos e

interesses. Apesar disso, medidas subjetivas são de grande valia para se avaliar

aspectos intangíveis do negócio (KIYAN, 2001).

Podemos perceber, então, certa resistência em se medir os processos de

desenvolvimento de software através de indicadores de desempenho. Um dos

motivos dessa resistência é a dificuldade de se identificar indicadores que

realmente ajudem na produção de informações importantes.

Será descrito a seguir alguns conceitos referentes à medição, métrica,

medidas e indicador segundo algumas referências.

• medição: é o conjunto de operações com o objetivo de determinar um

valor a uma medida (ISO/IEC 15939).

• métrica: é um atributo de uma entidade que pode ser avaliado. Por

exemplo, o esforço do projeto é uma avaliação (ou seja, métrica) do

tamanho do projeto (RUP, 2007).

• medidas: podem ser definidas em termos de um atributo e um método

para quantificá-lo e são independentes de outras medidas. (ISO/IEC

15939).

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• indicador: é uma medida ou uma combinação de medidas,

normalmente apresentado na forma de gráfico ou tabela, que provê

entendimento a respeito de uma questão ou conceito de software

(ISO/IEC 15939).

A métrica de software proposto pela norma ISO/IEC 15939 esta orientado

às necessidades da informação de uma empresa. Para cada necessidade o

processo gera um produto de informação, a fim de satisfazer a informação

identificada.

Para isso, o processo de medição considera um modelo de informação de

medição que estabelece a ligação entre medidas definidas e as necessidades da

informação identificadas. A figura 9 apresenta este modelo definido na ISO/IEC

15939.

Figura 9 - Modelo de Medição da ISO/IEC 15939

Fonte: ISO/IEC 15939

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De acordo com o modelo de informação de medição da ISO 15939, as

necessidades da informação são atendidas por conceitos mensuráveis definidos

em relação às entidades que podem ser medidas.

Essas entidades possuem atributos aos quais são aplicados métodos de

medição para obter medidas base que são associadas através de funções de

medição para compor medidas derivadas, ou seja, medidas que tem a função de

duas ou mais medidas.

As medidas são analisadas por modelos de análise e fornecem indicadores

cuja interpretação representa produtos de informação que atendem as

necessidades da informação inicialmente identificada.

Ressalta-se outras abordagens de métricas de software estão disponíveis

como:

• GQM: (Goal Question Metric) foi proposto na primeira metade da

década de 90 e tem sido utilizado para proporcionar métricas de

acordo com as necessidades de informação a respeito de produtos,

processos e recursos utilizados, estabelecendo bases para

comparações com trabalhos futuros (Basili, 1993).

• PSM: (Practical Software Measurement) parte do princípio de que é

necessário que a organização identifique suas necessidades de

informações mensuráveis para, a partir dos conceitos mensuráveis,

estabelecer e manter um conjunto de medições alinhadas às suas

necessidades (McGarry, 2001).

Estas definições quanto às métricas de software e indicadores nos ajudam

a responder outra questão problema definida nesta dissertação quanto ao

monitoramento e controle nos processos de software, onde os indicadores

deveria ser considerados na tomada de decisão na gestão de projetos.

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Apesar de termos a possibilidade de utilizar estes indicadores de forma

favorável em ações para melhorar os processos de desenvolvimento de software,

a gestão de projetos continua no “achismo” e no seu “feeling8”, e esse não é o

caso, pois, existem métricas e informações que não estão sendo consideradas.

No desenvolvimento de software podemos aplicar três tipos de indicadores

que segundo Mendonça (2002) “são os mais utilizados para medir o desempenho

dos processos organizacionais”:

• indicador de qualidade: relação entre o que é produzido (certo ou

errado) pelo total produzido;

• indicador de produtividade: relação entre o total produzido sobre os

recursos consumidos;

• indicador de capacidade: mede a produção em um espaço de tempo

(capacidade da produção).

A utilização desses indicadores no monitoramento e controle, considerando

a sua documentação como os artefatos requeridos, deve atentar para:

• indicador de qualidade: total de artefatos que voltaram para o

retrabalho dividido pelo total de artefatos entregues;

• indicador de produtividade: total de artefatos entregues dividido pelo

total de funcionários trabalhando no projeto;

• indicador de capacidade: total de artefatos entregues dividido pelo

tempo total do projeto.

No estudo de caso desta dissertação iremos apresentar os indicadores de

produtividade que são utilizados e como essas informações são úteis para a

gestão de projetos de software quando são monitoradas e controladas nos

processos de desenvolvimento de software.

8 Feeling segundo o dicionário online de português é ter visão, enxergar uma boa oportunidade. Disponível em http://www.dicionarioinformal.com.br/feeling/ acessado em 19/01/2013.

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77 4. Estudo de Caso

O estudo de caso, de acordo com Yin (2001, p.32), é “uma investigação

empírica de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real,

especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão

claramente definidos”, onde a prática precede a teoria.

Segundo Yin (2001, p.40-77), um projeto de pesquisa que envolva o

estudo de caso envolve três fases distintas:

1) a escolha do referencial teórico sobre o qual se pretende trabalhar;

2) a condução do estudo de caso, com a coleta e análise de dados;

3) a análise dos dados obtidos à luz da teoria selecionada,

interpretando os resultados.

A escolha do referencial teórico utilizado nesta pesquisa trouxe assuntos

pertinentes como gestão de projetos, monitoramento e controle, processos de

software e métricas de software como contribuições para contextualizar e

esclarecer o uso dos termos durante a toda a pesquisa, inclusive ao estudo de

caso.

A coleta de dados é a etapa em que se inicia a aplicação dos instrumentos

elaborados e das técnicas selecionadas e, segundo Lakatos e Marconi (2001,

p.165) “é uma tarefa que exige do pesquisador um cuidadoso registro dos dados

e de um bom preparo anterior das informações que serão apresentadas”.

Na condução da coleta e análise de dados, as informações relevantes ao

propósito do estudo de caso desta pesquisa serão interpretadas para relacionar a

teoria discutida no capítulo 2 com a prática, que será a realidade da empresa

objeto deste estudo de caso.

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O estudo de caso dessa dissertação é composto por uma investigação

realizada em uma empresa financeira que está em evidência no mercado pela

divulgação dos seus produtos e serviços e na sua estrutura organizacional tem

uma área de tecnologia da informação9.

A escolha por esta empresa foi motivada pela forma como os processos de

desenvolvimento de software são aplicados e os resultados que eles fornecem

para a gestão de projetos, concomitantemente ao tema proposto na vertente de

monitoramento e controle.

Os problemas relacionados e abordados ao tema desta pesquisa

descrevem as situações vivenciadas nesta área de tecnologia da informação e

não se difere dos encontrados em outras empresas quanto aos processos de

desenvolvimento de software, porém, as soluções encontradas para sanar essas

dificuldades podem ser as mesmas que foram discutidas nesta dissertação.

As situações problemas identificadas na área de tecnologia relacionadas

ao tema são:

• a gestão de projetos não ter mecanismos para utilizar de forma

assertiva o monitoramento e controle nos processos de software, ou

seja, não sensibilizar os gerentes de projetos da importância em

realizar esta atividade;

• a gestão de projetos não ter uma equipe de gerente de projetos com

o conhecimento quanto aos indicadores de desempenho para os

projetos e/ou sistemas, ou de ter gerentes que devido as suas

atribuições emergenciais não conseguem ter um olhar gerencial

para os indicadores de produtividade estabelecidos pela empresa;

9 Tecnologia da Informação em geral é a coleção de sistemas de computação usada para uma organização (TURBAN, 2005, p.04)

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79

• a gestão de projetos utiliza várias ferramentas para o processo de

software sem a preocupação em fazer corretamente o

monitoramento e controle em relação aos seus projetos e sistemas,

ainda que este processo esteja presente na sua metodologia;

• a gestão de projetos não utiliza corretamente os indicadores de

desempenho para fazer a tomada de decisão a partir de ações

corretivas e preventivas, fazendo com que as ações sejam sempre

emergenciais em detrimento de um problema já conhecido por todos

na empresa, só que sem uma atuação constante da sua resolução.

Cabe ressaltar que estes problemas não são comuns somente a esta

empresa e nem sempre são evidenciados em eventos, workshops, seminários e

congressos voltados para a gestão de projetos, que na maioria dos casos

abordam conteúdos sobre inovação em processos e produtos de software.

Outra tentativa de minimizar estes problemas abordados na empresa tem

sido a contratação de empresas de consultoria de desenvolvimento de software,

que atualmente participam de todas as fases até a produção do software.

Esta alternativa de aumentar o processo produtivo de software se deu pela

crescente demanda por software com maior qualidade, atrelada a necessidade de

uma produção em um curto intervalo de tempo para atender aos processos de

negócio que necessitam de intervenções e alterações constantes.

Para Turban et. al (2002, p.477) a tecnologia da informação representa

atualmente uma parte vital de quase todas as empresas e desempenha um papel

importante de apoio na maioria das funções. No entanto, esse não é o objetivo

básico do negócio de muitas empresas.

Suas competências básicas, as coisas que elas fazem melhor e que

representam suas forças competitivas, são produção, varejo ou serviços, ou

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80

alguma outra função. Por isso, algumas empresas decidiram usar fornecedores

externos ao invés de unidades internas como sua principal fonte de serviços de

TI, uma vez que a TI é complexa, com alto custo e está em constante evolução,

sendo difícil administrar a TI, mesmo para aquelas empresas com habilidades

gerenciais acima da média.

A idéia de terceirizar em si não é nova. As empresas sempre tiveram a

opção de comprar produtos e serviços de fora ou produzi-los internamente. Essa

decisão normalmente leva em conta dois fatores: 1) qual fonte é menos cara? e 2)

qual o nível de monitoramento e controle necessário? Nos últimos anos, tornou-se

comum a terceirização do desenvolvimento de software. Cerca de um terço das

500 maiores empresas listadas pela revista Fortune passaram a terceirizar o

desenvolvimento de software (TURBAN et. al., 2007 p.478).

A empresa financeira objeto deste estudo de caso conta com essa

prestação de serviço terceirizado para o desenvolvimento de seus softwares,

inclusive será descrita a seguir a sua estrutura na área de tecnologia da

informação de acordo com os seguintes itens:

• Descrição da Empresa;

a. Área de Tecnologia da Informação;

i. processo padrão de desenvolvimento de sistemas;

ii. unidades de desenvolvimento de sistemas;

iii. tipos de projetos;

iv. indicadores de produtividade;

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81 4.1 Descrição da Empresa

Por se tratar de informações protegidas por sigilo através de normativos

internos da organização, fizemos algumas adaptações de modo que fosse

possível relatar a sua estrutura e os resultados, sem revelar aspectos que

pudessem comprometer as informações coletadas.

Algumas informações específicas da empresa não serão apresentadas. Ao

invés disso, utilizaremos pseudônimos como “empresa financeira” com o objetivo

de descrever as características da organização.

A empresa financeira não tem como atividade final o desenvolvimento de

software, mas mantém uma área de tecnologia da informação para desenvolver

e/ou adquirir produtos de software para os seus processos de negócio.

4.1.1 Área de Tecnologia da Informação

A área de tecnologia da informação conta aproximadamente com três mil

colaboradores e mantém contratos de serviços terceirizados especializados com

fornecedores de software, seja para realizar a manutenção dos sistemas

existentes e/ou construir novos projetos de software.

Representamos abaixo o organograma da empresa financeira, na área de

tecnologia da informação conforme a figura 10.

Page 81: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP ... Gabriel... · FIGURA 9 Modelo de Medição da ISO/IEC 15939.....74 FIGURA 10 Organograma da Estrutura de Tecnologia da

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Figura 10: Organograma da Estrutura de Tecnologia da Informação

Fonte: “Empresa Financeira”

Neste organograma as estruturas que desenvolvem software são

conhecidas como: GE Demandas e GN Serviços Regionais de TI, mais

comumente conhecidas como unidades centralizadas e descentralizadas de

desenvolvimento de sistemas que iremos abordar posteriormente neste estudo de

caso.

Está área de tecnologia de informação da empresa financeira foi criada há

13 anos, com o propósito de fornecer uma estrutura adequada para o

processamento dos dados e informações dos clientes, trazendo melhorias e

agregando aos seus produtos e serviços.

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83

4.1.1.1 Processo Padrão de Desenvolvimento de Sistemas

Com a concepção e formalização da área de tecnologia da informação, o

processo padrão de desenvolvimento de sistemas foi institucionalizado,

estabelecendo um conjunto de elementos fundamentais a ser seguido por todas

as equipes envolvidas em projetos e manutenções de sistemas,

independentemente das características dos produtos de software e das técnicas a

serem utilizadas.

Para realizar a conformidade deste processo padrão de desenvolvimento

de software houve a criação de um controle institucional que torna obrigatório a

entrega de artefatos ao final de cada fase/atividade, independente do processo de

software escolhido conforme o fluxo da figura 11 abaixo.

Figura 11 - Fluxo dos Controles Institucionais

Fonte: “Empresa Financeira”

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84

O controle institucional estabelece algumas fases/atividades que são

realizadas pelas equipes, na verificação do que está sendo feito, tanto no

planejamento quanto na execução de um projeto e/ou manutenção de software

dentro do processo padrão de desenvolvimento de sistemas.

Além destes controles institucionais, no processo padrão de

desenvolvimento de sistemas utiliza-se de alguns cenários que representam os

processos de software como:

• estruturado: utilizado com a metodologia de análise estruturada

linguagem estruturada de programação Cobol e ambiente Mainframe de

alta plataforma.

• unificado: utilizado com a metodologia de processo unificado (RUP),

orientados a objetos com linguagem Java em ambientes de baixa

plataforma Linux, Windows etc.

• método ágil10: utiliza esta metodologia para dar maior agilidade quanto

ao gerenciamento do projeto em relação às entregas de projetos e/ou

manutenção baseado no Scrum11.

Os cenários contêm papéis, atividades, disciplinas, artefatos e guias que

auxiliam uma equipe no momento de dar manutenção em algum sistema, ou

desenvolver um novo projeto.

A atuação nestes cenários depende da capacitação de cada colaborador,

pois, os assuntos que são abordados neles são utilizados tanto no contexto

acadêmico quanto no profissional, sendo boas práticas de como conduzir o

processo padrão de desenvolvimento de sistemas.

10 O Método Ágil: tem como características a aceitação de mudanças nos seus requisitos, foco na colaboração entre clientes e desenvolvedores e apoio na entrega antecipada do produto de software (HIRAMA, 2012, p.198) 11 Scrum é um framework para gerenciamento de projetos ágeis muito utilizado na área de desenvolvimento de software de qualquer produto, principalmente por utilizar o processo de software iterativo e incremental. (CRUZ, 2013, p.31).

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85

Nestes cenários as fases voltadas para o gerenciamento de projeto são:

• base corporativa de projetos: identifica os projetos e sistemas que

compõem as informações e tecnologias utilizadas pelos cenários.

• proposta de solução: apresenta uma proposta do projeto que será

desenvolvido por este cenário;

• acordo com os envolvidos: define quais serão as áreas que serão

envolvidas para este projeto;

• análise de impacto de mudança/desvio: informa os impactos que

este projeto terá nos demais sistemas, principalmente em relação as

suas integrações;

• evidência de aprovação de escopo: são as aprovações realizadas

pelas áreas envolvidas de que o escopo do projeto foi definido, e

deverá ser agora conduzido por uma equipe.

• plano do projeto: todo o planejamento do projeto com as informações

relevantes ao seu desenvolvimento como custo, prazo e equipe

envolvida;

• cronograma: fases e atribuições dos envolvidos com os marcos

principais do projeto;

• matriz de recursos: recursos envolvidos nos projetos e os perfis dos

usuários que serão beneficiados pelo projeto;

• estimativa de tamanho, recurso, duração e custo: apresentado para

a área gestora do que é necessário para que este projeto seja

desenvolvido;

• termo de liberação: aprovação final do projeto para que possa entrar

no ambiente de produção.

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86

Todos os colaboradores da área de tecnologia da informação têm atuação

e formação no processo padrão de desenvolvimento de sistemas, sendo

estendido também aos fornecedores de software, trazendo situações reais que

possam ser simuladas pelos colaboradores e fornecedores.

O modelo de desenvolvimento utilizado pelo processo padrão de

desenvolvimento exemplifica a estrutura adotada pelas unidades de

desenvolvimento de sistemas, e contém três focos conforme figura 12.

• preservação define a utilização de regras e controles institucionais

para os produtos de software;

• inovação são técnicas/ tecnologias utilizadas, tendo como definição a

utilização dos cenários;

• orientação são padrões e procedimentos das melhores práticas

aplicadas aos cenários;

Este modelo de desenvolvimento utilizado pela área de tecnologia da

informação apresenta o que é “obrigatório” pelo foco de preservação e o que é

“recomendado” pelo foco de inovação e orientação, servindo como ponto de

partida para o desenvolvimento de projetos e sistemas, inclusive verificado pela

área de auditoria interna, e até mesmo pelas equipes internas de qualidade do

processo.

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Figura 12 - Modelo de Desenvolvimento

Fonte: Empresa Financeira

4.1.1.2 Unidades de Desenvolvimento de Sistemas

Todos os sistemas e projetos são desenvolvidos e mantidos pela área de

tecnologia da informação de forma centralizada e descentralizada através de

unidades de desenvolvimento de sistemas em diversas capitais e grandes centros

do Brasil, onde estão inseridos colaboradores da empresa e os seus

terceirizados.

As unidades de desenvolvimento centralizadas são conhecidas pelo

volume de projetos e sistemas que possuem, ou seja, tem uma capacidade

produtiva com um número maior de colaboradores e estão situadas em três

capitais no Brasil (Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo), desenvolvendo sistemas

para a área bancária em processos de negócios essenciais para a “empresa

financeira”.

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As unidades de desenvolvimento descentralizadas têm a particularidade de

desenvolver sistemas departamentais utilizados pela “empresa financeira”, e,

portanto, sua capacidade produtiva apresenta uma quantidade reduzida de

colaboradores, porém, com um grau de importância relevante aos processos de

negócio.

O propósito destas unidades para a área de tecnologia da informação é dar

atendimento aos gestores em relação aos seus processos de negócios quanto

aos projetos e sistemas, tendo uma similaridade ao desenvolvimento distribuído

de software (DDS) que segundo Carmel (1999 p.269) “em muitas organizações

encontram uma alternativa de experimentar o desenvolvimento de software com

equipes geograficamente distantes, devido à escassez de recursos capacitados”.

Além das unidades de desenvolvimento de sistemas, a área de tecnologia

da informação da “empresa financeira” possui unidades que fornecem subsídios e

suporte para que seja acompanhado o trabalho realizado pelas unidades de

desenvolvimento de sistemas, como a área de operações (produção), área de

suporte tecnológico, datacenter e área da matriz.

4.1.1.3 Tipos de Projetos

Os projetos da área de tecnologia da informação da empresa financeira

são classificados como projetos novos e/ou projetos evolutivos de acordo com a

necessidade e adequação das áreas de negócio, conduzidos pelas unidades de

desenvolvimento de sistemas.

Os projetos novos (PN) são concebidos para a criação de um novo sistema

e/ou software que não existe, atendendo aos processos de negócio com seus

novos produtos e serviços.

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Os projetos evolutivos (PE) são concebidos através de melhorias ou

evoluções de um sistema que já está em produção com seus produtos e serviços,

e que são adequados a um determinado processo de negócio, buscando atender,

regras, leis, até mesmo as adequações tecnológicas nestes sistemas.

As demandas12 que atendem a esses projetos (PN) e (PE) são registradas

também em cada fase e/ou atividade do projeto, sendo implantadas de acordo

com a definição do cronograma estabelecido nas unidades de desenvolvimento

e/ou produção.

4.1.1.4 Indicadores de Produtividade

Para verificar a capacidade produtiva das unidades de desenvolvimento de

sistemas, a diretoria de tecnologia da informação da empresa financeira

desenvolveu indicadores de produtividade medindo a produção, mas não com o

intuito de monitorar e controlar o processo padrão de desenvolvimento de

software.

São disponibilizados através de um Painel (Dashboard13) conforme abaixo:

• Indicador de Demandas Implantadas no Prazo:

Este indicador informa a quantidade de demandas que foram implantadas

e previstas no mês e entregues tanto em projetos quanto de manutenções.

Um exemplo deste indicador seria uma unidade de desenvolvimento de

sistemas ter previsto no mês 300 demandas e 225 foram implantadas no

prazo refletindo um percentual de 75% de produtividade que estaria abaixo

da meta estabelecida que é de 78%.

12 A Demanda significa a quantidade de um bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir por um preço definido em um mercado. A demanda pode ser interpretada como procura, mas não necessariamente como consumo, uma vez que é possível querer e não consumir um bem ou serviço, por diversos motivos. (www.significados.com.br/demandas acessado em 14/12/3013) 13 Dashboard é um dos principais instrumentos para a gestão de desempenho para os executivos (Fernandes, 2008 p.155)

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• Indicador de Demandas Implantadas por Ponto de Função14 (APF):

Este indicador informa a quantidade de demandas que foram implantadas

no mês com a quantidade de pontos de função e entregues tanto de

projetos quanto de manutenções. Como no exemplo anterior, as 225

demandas implantadas representam um quantitativo de 10.000 PF

entregues no mês, representando a sua produtividade.

• Indicador de Defeito nas Aplicações/Projetos:

Este indicador informa a quantidade de demandas de defeitos que foram

resolvidas no mês e entregues tanto de projetos quanto de manutenções.

No exemplo anterior destas 225 demandas implantadas identificou-se uma

quantidade de 66 demandas de defeito representando um percentual de

29,33%. de erros encontrados nos projetos/sistemas entregues.

• Indicador de Satisfação da Área Gestora:

Este indicador informa as demandas classificadas pelos gestores de

negócio como (bom, muito bom e ótimo). Das 225 demandas implantadas

os gestores disseram que 25 foram boas, 170 muito bom e 30 ótimo.

• Indicador de Entregas Estratégicas:

Este indicador apresenta as demandas classificadas como entregas

estratégicas pelos gestores de negócio. Das 225 demandas implantadas

72 delas foram entregas estratégicas representando 32% de produtividade.

Os indicadores são acompanhados diariamente com as equipes de projeto

contemplando tanto os projetos novos e evolutivos ou sistemas acometidos de

manutenções, através das demandas de:

a) manutenção de sistemas: são as demandas evolutivas e adaptativas

aos sistemas;

14 Análise de Pontos de Função expressa à funcionalidade de um sistema de informação em termos de funções de dados e funções de transação reconhecida por um usuário (Analise de Pontos de Função para Melhoria de Software versão 2.2.1 - NESMA).

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91

b) novo desenvolvimento de sistemas: são demandas que contemplam

novos projetos;

c) defeitos: são demandas de manutenções corretivas, que são

originadas dos projetos e sistemas;

d) serviços técnicos especializados: são demandas de suportes

previstos em contrato para o atendimento e entendimento aos diversos

tipos de demandas (manutenção, novo desenvolvimento e defeitos),

sendo uma solicitação para a empresa de software contratada.

“O que não se pode medir não se pode gerenciar”. Esta frase de Peter

Drucker traduz a principal necessidade dos gestores de projetos e que segundo

Mansur (2007, p.159) “as metodologias e indicadores permitem estabelecer

objetivos, monitorar os resultados e verificar de forma objetiva como e se as

metas propostas foram atingidas”.

O acompanhamento destes indicadores é realizado diariamente pelo

escritório de projetos15 que reporta as divergências para a gestão de projetos

quando os índices estão abaixo da meta estabelecida para a tomada de decisão

em relação ao processo de desenvolvimento de software.

4.2 Coleta de Dados

A coleta realizada para o estudo de caso dessa dissertação contempla as

informações dos indicadores da empresa, como forma de abordar o

monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de software, sendo

que os dados foram coletados do sistema de painel de indicadores da área de

tecnologia da informação. 15 O Escritório de Projetos ou Project Management Office (PMO) de acordo com (Trentim, 2011 p.19) é uma estrutura organizacional responsável pelo gerenciamento de projeto na organização ou em um departamento

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92

As informações dos indicadores de produtividade foram disponibilizas por

meio de relatórios específicos disponibilizados pela empresa, onde constam as

informações do período de 01/09/2013 a 30/11/2013 da área de tecnologia da

informação de uma de suas unidades situada na cidade de São Paulo.

Apesar de termos as informações de todos estes indicadores de

produtividade disponibilizadas pela empresa o que será detalhado e abordado

neste estudo de caso são outros dois indicadores criados pelo escritório de

projetos considerando os dados dos projetos e sistemas, com um quantitativo 19

projetos novos e evolutivos e 155 sistemas em manutenção, fazendo uma

comparação com os outros indicadores.

Terribili (2010 p. 301) nos mostra como criar um novo indicador:

“O primeiro passo a ser tomado é identificar o que se quer medir. Posteriormente, um nome único é dado ao indicador. Depois é necessário identificar onde estão as fontes de informação, qual o tamanho da amostra e a periodicidade para a captura dos dados”.

Os indicadores criados pelo escritório de projetos seguindo essa premissa

foram:

a) demandas replanejadas: verificam as demandas que foram

replanejadas pelos gerentes de projetos a partir das demandas previstas

no mês, que são demonstradas pelo indicador de demandas implantadas

no prazo informado anteriormente. A periodicidade da captura dos dados é

realizada semanalmente, sendo consolidado somente no mês corrente.

b) demandas sem o campo item de “portfólio”: verificam as demandas

que foram implantadas e estão sem este campo preenchido e não estão

sendo apresentadas no painel de indicadores (dashboard).

Neste indicador as demandas foram implantadas, porém, não são

apresentadas no painel (dashboard). A periodicidade da captura dos dados

é realizada semanalmente, sendo consolidado somente no mês corrente.

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93

No indicador de demandas replanejadas, o escritório de projetos faz o

levantamento e a coleta das demandas previstas, e verifica com as equipes se

estas demandas serão implantadas ou não, partindo do pressuposto da data no

mês. A partir deste levantamento as demandas que não serão implantadas no

mês serão replanejadas, porém, o gerente de projetos não sabe qual a nova data

prevista para a sua implantação.

No indicador de demandas sem o item do portfólio, o escritório de projeto

constata que não houve a entrega, não entanto, essa constatação é falha, pois

houve a entrega. Ocorre que o campo “item de portfólio16” da demanda que é

apurado neste indicador deveria estar preenchido, inclusive no momento em que

os colaboradores realizam o fechamento destas demandas, mas isso não

acontece na maioria das vezes.

Todos os dados que foram coletados são informações que fornecem

subsídios para o monitoramento e controle para o processo de desenvolvimento

de software que segundo Terribili (2010 p.311) “os indicadores surgem como

auxiliares no processo no qual se fundamentam as argumentações mediante o

fornecimento de informações (ou métricas) dos processos”.

Conforme Terribili (2010 p. 301) “para realizar a implantação de um

indicador é preciso realizar os testes de preferência com situações já ocorridas,

para conseguir avaliar a aderência do indicador ao objetivo pretendido”.

Para o indicador de demandas replanejadas, verificamos inicialmente as

demandas que estavam previstas conforme a figura 13, que totalizam 759

demandas no período de 01/09/2013 à 30/11/2013, que no mês de setembro

tiveram 278, em outubro 181 e novembro 300.

16 Segundo (Trentim, 2011 p.18) o “portfólio” são conjuntos de programas e projetos que suportam determinados objetivos estratégicos de negócio de uma unidade departamental ou de toda a organização, ou seja, o portfólio é um agrupamento de esforços (programas e projetos) para atingir um determinado objetivo estratégico.

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Figura 13: Demandas previstas para a Implantação

Fonte: Sistema de Painel de Indicadores

Estas demandas foram verificadas através de um relatório semanal de

demandas, também utilizado para o indicador de demandas implantadas no

prazo. Destas 756 demandas previstas para a implantação, 70,86% (196) foram

replanejadas no mês de setembro, 42,54% (77) em outubro e 65,33% (197) em

novembro, conforme a figura 14, ou seja, 470 demandas replanejadas que

representam 59,58% na média dos meses.

Figura 14: Demandas Replanejadas

Fonte: Sistema de Painel de Indicadores

Destas 756 demandas previstas para a implantação, 29,14% (81) foram

implantadas no mês de setembro, 57,46% (104) em outubro e 34,67% (104) em

novembro conforme a figura 15, totalizando 289 demandas que representam uma

média de 40,42% de produtividade de entregas.

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Figura 15: Demandas Implantadas

Fonte: Sistema de Painel de Indicadores

Para o indicador de demandas sem o item de portfólio a coleta realizada

totalizaram 3.646 demandas atualizadas no período de 01/09/2013 à 30/11/2013,

nos meses de setembro, outubro e novembro, considerando 155 sistemas

verificados, onde 113 foram atualizados, representando 73% conforme a figura

16.

Figura 16: Sistemas sem o item de portfólio

Fonte: Sistema de Painel de Indicadores

Este indicador para o portfólio aborda o gerenciamento de projetos, e que

segundo Terribili (2010 p. 319):

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É, na atualidade, indispensável para o efetivo acompanhamento. A não utilização seria o mesmo que monitorar a febre de alguém sem utilizar um termômetro, usando apenas o contato físico ou a aparência da pessoa para efetuar a avaliação”.

Para os projetos novos e evolutivos foram totalizadas 997 demandas

considerando 19 projetos verificados, sendo 9 projetos atualizados e 10 não

atualizados, representando 47% que estavam sem o campo item de portfólio

preenchido conforme a figura 17.

Figura 17: Projetos sem o item de portfólio

Fonte: Sistema de Painel de Indicadores

Em projetos e sistemas temos devemos contextualizar a utilização dos

indicadores que conforme Terribili (2010 p.319) “como se fossem fotografias

instantâneas, mas que indicam tendências”.

Aconselha-se utilizar aqueles que considerarem os mais adequados ao

contexto, aqueles que foram criados na própria empresa, ou os mais usuais do

mercado.

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97 4.2 Análise de Dados

Para analisar os dados coletados nesta pesquisa em relação aos

indicadores será utilizada a técnica de análise de cruzamento de tabelas

(crosstabs), com o propósito de permitir um estudo mais aprofundado dos

resultados obtidos.

A tabela cruzada segundo Malhotra (2001, p.408) é uma “técnica

estatística que descreve duas ou mais variáveis simultaneamente, e origina

tabelas que refletem a distribuição conjunta de duas ou mais variáveis com um

número limitado de categorias ou valores distintos”.

Constatamos que o indicador de demandas replanejadas está diretamente

ligado ao indicador de demandas implantadas no prazo, pois este indicador traz o

quantitativo de demandas que foram alteradas pelo gerente de projetos tendo em

visto o número de demandas previstas menos as demandas implantadas.

Se tivermos um constante replanejamento em relação às demandas,

significa que o nosso desempenho será comprometido. Neste sentido este

indicador reflete o desempenho da área de tecnologia da informação da empresa

financeira e que segundo Terribili (2010 p. 312):

O indicador de desempenho da demanda mede a evolução do escopo do projeto realizado em comparação ao planejado. A fórmula para realizar o cálculo é: “percentual global concluído do trabalho realizado + percentual global concluído do trabalho planejado, considerando-se a linha de base”.

As variações possíveis para este indicador conforme Terribili (2010 p.312)

são:

• demanda em dia: desvio de 10%; 1.00 > IDD >= 0.90 ou 1.10 >=

IDD>1,00

• demanda atrasada: desvio de 10% a 20%; 0,90 > IDD>= 0,80 ou

1.20>IDD>1.10

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• demanda replanejada: desvio superior a 20%;0,80>IDD ou

IDD>1.20

Considerando essas variações apresentadas o quantitativo de demandas

replanejadas representa 59,58%, que significa um desvio superior ao desejado,

ou seja, um volume expressivo que sinaliza que não há um bom planejamento

para a previsão de implantação das demandas pelos gerentes de projetos.

Portanto, ações como o acordo entre os envolvidos pelos projetos e

sistemas devem ser monitoradas e controladas, para que haja uma entrega maior

das demandas que precisam ser avaliadas antes mesmo de fazer a previsão para

a sua implantação.

Em relação o indicador de demandas sem o item de portfólio a análise e

que fazemos da coleta de dados é que o volume de atualização é alto tanto para

sistemas e projetos, isso significa que as equipes de projetos não tem se

interessado pelo acompanhamento que é realizado pela gestão de projetos.

Não é uma novidade para a gestão de projetos saber que o dia-a-dia das

equipes sobrecarrega as atividades que elas devem realizar, mas ainda assim é

algo que deve ser monitorado e controle, pois, como iremos apresentar a nossa

produtividade se não existir a preocupação em manter as informações atualizadas

nos devidos repositórios. É necessário criar iniciativas de motivação e incentivo

para as equipes a fim de que possam se comprometer constantemente.

4.3 Análise dos Resultados

Identificamos que o monitoramento e controle atrelado aos indicadores

propostos trouxeram uma visibilidade para a gestão de projetos quanto às

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99 informações para o seu planejamento e as deficiências existentes no processo de

desenvolvimento de software.

As ações que foram realizadas para a análise destes indicadores foram:

• relatório semanal de demandas com datas previstas de

implantação. Com este relatório podemos monitorar e controlar os

projetos e sistemas quanto às entregas que serão realizadas

verificando se existirá a possibilidade replanejamento.

• relatório semanal de demandas sem o campo item de portfólio.

Com este relatório podemos verifica as demandas que foram

implantadas e que não estão sensibilizando os indicadores de

produtividade devido à falta de preenchimento do campo.

• acompanhamento diário pelo escritório de projetos dos indicadores

através do monitoramento e controle de demandas replanejadas e

sem o item de portfólio, para o sistema painel de indicadores

mantenha atualizado as informações fidedignas.

• reuniões de acompanhamento entre o escritório de projetos com

as equipes de projeto que tiverem problemas quanto ao

replanejamento das demandas de forma a não deixar essa situação

ser rotineira e nem criar um Backlog17 para a unidade de

desenvolvimento de sistemas

Atendendo as premissas referentes ao monitoramento e controle, quando

temos ações de analisar indicadores de produtividade estamos na verdade

verificando onde estamos, onde deveríamos estar e o que fazemos para que

possamos voltar ao caminho.

17 Backlog: refere-se a um log (resumo histórico) de acumulação de trabalho num determinado período de tempo. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Backlog acesso em 22/01/2014.

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100

Os resultados obtidos com estes indicadores aprofundam o conhecimento

acerca dos problemas relatados, onde torna a resolução possível quando se tem

uma metodologia definida para realizar este acompanhamento da atividade de

monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de software.

O que abordamos neste estudo de caso fortalece a atividade de

monitoramento e controle, porém, a maneira como este processo é conduzido

sinaliza mudanças a serem realizadas, ou seja, ter apenas uma metodologia que

enfatiza este processo e não ser utilizada não acrescenta em nada ao trabalho.

Os relatórios de desempenho que hoje são apurados pelos indicadores no

estudo de caso, simplificam o trabalho sendo um alvo a ser perseguido pela área

de tecnologia da informação da empresa financeira quanto ao seu processo

padrão de desenvolvimento de sistemas.

Diante disso, essa análise dos resultados para o estudo de caso serve

como base para o processo de desenvolvimento de software principalmente em

relação à gestão de projetos, que torna-se alvo de críticas na empresa quando

não apresenta os resultados em relação as suas entregas, principalmente quando

algum processo está deficiente como foi retratado neste estudo.

Se não houver uma estrutura que possa apoiar estas atividades abordadas

neste estudo de caso, isso pode comprometer o trabalho e segundo Martins

(2010 p.103) uma estrutura permite identificar a necessidade de deflagrar ações

corretivas e preventivas para manter a conformidade do planejamento, ou

também pode ser identificada a necessidade de fazer algum replanejamento.

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101 5. Considerações Finais

Esta pesquisa apresenta contribuições para as atividades relacionadas ao

monitoramento e controle no processo de desenvolvimento de software, tanto

pela sua fundamentação teórica quanto pela realização do estudo de caso como

uma possibilidade de realizar esta prática.

A gestão de projetos de software tem procurado desempenhar o seu papel

e atuação em relação aos seus projetos, as suas metodologias e ferramentas,

mas ainda assim, os resultados obtidos com as entregas fora do prazo, custos

acima dos previstos e produtos com baixa qualidade são constantes.

O monitoramento e controle que está diretamente ligado à gestão de

projetos por sua vez não têm sido utilizado na sua totalidade, como verificado na

pesquisa realizada pelo PMI (2012), onde 24% não adotam esta atividade em

seus projetos. Mas nesta pesquisa não evidência a sua utilização quanto aos

processos de software

Considerando esta atividade em relação aos processos de

desenvolvimento de software podemos citar o RUP (2007), que possui uma

estrutura com tarefas para sua utilização, porém, temos a barreira da capacitação

dos recursos para atuar nesta atividade, que deveria ser analisado pela gestão de

projetos no sentido de ter o uso mais efetivo desta atribuição.

A escolha desta atividade no processo de software pode aumentar a

velocidade do desenvolvimento, melhorar a qualidade, facilitar o

acompanhamento, minimizar os riscos e melhorar a relação com o cliente, porém,

caso não haja a escolha no processo de software pode gerar baixa produtividade,

retrabalho, insatisfação do cliente e realização de atividades desnecessárias

(McCONNEL, 1996).

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A definição do processo de software torna-se um fator a ser considerado

pela gestão de projetos, pois, as dificuldades apresentadas por Brooks (1987)

como essenciais (pertinentes à natureza do software) e acidentais (pertinentes a

sua produção) quando monitoradas e controladas podem detectar

antecipadamente problemas e serem transformados em indicadores de

produtividade.

Quando a gestão de projetos considera a utilização do monitoramento e

controle nos processos de desenvolvimento de software e consegue evidenciar

estas atividades por meio das informações com indicadores de desempenho eles

se tornam mecanismos e subsídios na tomada de decisão, minimizando os

problemas encontrados na produção de software.

Pressman (1995, p.23) destaca que os problemas estão relacionados às

estimativas de prazo e de custos serem frequentemente imprecisas, ou seja, a

demanda de software ser superior à capacidade da produção das pessoas,

impactando na qualidade dos softwares produzidos serem aquém da esperada.

Para Beck e Andres (2000 p. 10), os problemas são os elevados custos

com a manutenção e modificação de softwares e os defeitos existentes que não

foram detectados previamente, mas que poderiam ser levantados se em uma das

suas atividades no processo de software estivessem presente o monitoramento e

controle.

As ferramentas que fornecem apoio aos processos e projetos de software

normalmente estão ligadas a gestão de projetos, e elas contribuem para que as

atividades de monitoramento e controle possam ser realizadas. Porém, conforme

abordamos no capítulo 3, estas ferramentas precisam ter atributos e

funcionalidades que possam agregar valor à gestão de projetos, como por

exemplo, informações para as métricas e indicadores.

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No estudo de caso objeto da pesquisa trouxe a confirmação prática por

meio dos indicadores de produtividade acompanhados pelo monitoramento e

controle, utilizado para sustentar dados e informações estratégicas para a área de

tecnologia da informação, assim como evidências de ganhos com sua utilização

nos processos de software.

Neste sentido os indicadores definidos pela empresa objeto do estudo de

caso apresentaram maneiras de medir e apurar as informações da produtividade

do processo de software, medindo as demandas entregues no prazo e/ou atraso,

a quantidade de pontos de função destas demandas, os defeitos apurados, as

entregas mais importantes para o negócio e o grau de satisfação da área gestora.

Além desses indicadores utilizados, o monitoramento e controle aplicado

aos processos de software pelo escritório de projetos trouxeram mais dois

indicadores que foram criados e tiveram uma importância singular, abordando o

planejamento das demandas dos projetos e sistemas e mapeando todas as

informações das demandas que não eram disponibilizadas no sistema painel de

indicadores da área de tecnologia da informação da empresa financeira.

Os ganhos com a existência destes novos indicadores, verificados no

processo de desenvolvimento de software na abordagem de monitoramento e

controle traz uma reflexão de que poderiam ser criados mais indicadores que

pudessem auxiliar as suas atividades como, por exemplo:

• indicador de acompanhamento de atividade(s) dos recurso(s);

• indicador de desempenho dos recurso(s);

• indicador de retrabalho dos recurso(s);

• indicador da equipe por fase(s) no processo de software;

• indicador da qualidade do(s) artefato(s);

• indicador do(s) processo(s) de software;

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• indicador de fase(s) do projeto;

• indicador de alteração do escopo do projeto;

• indicador de alteração do(s) requisito(s);

• indicador de conformidade da(s) atividades(s) x não conformidades

Ter estes indicadores atribuídos à gestão de projetos para os processos de

software reforça o que Pressman (1995) quando diz que eles nos ajudam a:

• ter um visão melhor do processo de desenvolvimento de software;

• identificar os riscos;

• identificar e resolver os problemas antes que se tornem críticos;

• melhorar a comunicação da equipe com a organização

• avaliar o desempenho do projeto;

• tomar decisões;

A aplicação do monitoramento e controle no processo de desenvolvimento

de software contribuiu e serviu como um mecanismo de aproximação entre as

áreas gerenciais e técnicas, gerando dados e indicadores que tornam mais

previsíveis e assertivos os planejamentos para a tomada de decisão na gestão de

projetos de software.

Cabe ressaltar que o monitoramento e controle está intrinsecamente

relacionado aos projetos e não aos processos, apesar de que no capítulo 3 desta

pesquisa procuramos abordar a relação entre processos de software com o

monitoramento e controle contemplando atividades, tarefas e processos que

realizam esta atividade.

Portanto, nesta pesquisa, o seu estudo de caso trouxe ganhos que

podemos levar em consideração quanto aos processos de desenvolvimento de

software para o monitoramento e controle no aspecto da gestão de projetos, com

as seguintes contribuições:

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• A atividade de monitoramento e controle quando realizada nos processos

de software deve estabelecer processos, atividades e tarefas que possam

direcionar a sua utilização;

• As ferramentas que o monitoramento e controle utilizam para o processo

de software podem direcionar ações corretivas e preventivas, que devem

ser informadas a gestão de projetos para as devidas providências

necessárias ao trabalho realizado pelo gerente de projetos e sua equipe.

• A atuação gerencial tendo como uma das suas premissas a execução da

atividade de monitoramento e controle nos processos de software como

ferramenta diária de trabalho para acompanhar os projetos e sistemas de

uma organização;

• Os indicadores de produtividade atrelados ao monitoramento e controle

nos processos de desenvolvimento de software são subsídios fornecidos

que podem ter dados, informações atualizadas e consistentes para a

tomada de decisão na gestão de projetos, portanto, é necessário que

possam ser diversificados de acordo com a realidade da organização;

O material pesquisado em relação às referências bibliográficas tanto os

livros, os artigos e as publicações trouxeram um embasamento para sustentar

teoricamente o estudo de caso objeto desta pesquisa procurando enfatizar o

monitoramento e controle nos processos de desenvolvimento de software.

Como sugestão de trabalhos futuros seria interessante investigar e

construir referências (livros, artigos e publicações) para enfatizar mais o

monitoramento e controle voltado para os processos de software, principalmente

aos que não foram abordados nesta pesquisa. Neste sentido a conclusão final

desta pesquisa procura acrescentar a relevância deste assunto, que aos olhos do

pesquisador deve ser abordado com mais periodicidade nas organizações.

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