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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE ENGENHARIA
Nó IIoT para dispositivos legados
Porto Alegre, 5 de dezembro de 2017.
Autor: Isaac da Rosa Alexandre
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Curso de Engenharia Elétrica
Av. Ipiranga 6681, - Prédio 30 - CEP: 90619-900 - Porto Alegre - RS - Brasil
E-mail: [email protected]
Orientador: Prof. Dr. Juliano D’Ornelas Benfica
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Av. Ipiranga 6681, - Prédio 30 - Bloco A - Sala 204 - CEP: 90619-900 - Porto Alegre -
RS- Brasil
E-mail: [email protected]
RESUMO
Este protótipo tem a função de fundamentar os princípios do conceito de indústria
4.0 e prover conectividade IP a dispositivos legados para uma supervisão local via
SCADA e externamente via internet cloud. O dispositivo diponibiliza duas interfaces de
comunicação, uma serial RS485 que será conectada nos dispositivos legados, e de uma
interface cliente Wi-Fi onde será conectado em um roteador que dará acesso local e a
internet. Os dados analisados serão coletados de uma rede de escravos Modbus RTU via
serial RS485, que por sua vez serão consumidos por um software SCADA local utilizando
o protocolo Modbus/TCP, e para comunicação externa terá dois protocolos, um no envio
para nuvem externa utilizando o protocolo CoAP e no envio para um concentrador de
dados utilizando MQTT.
A virtualização, modularidade e a análise em tempo real que este dispositivo
disponibiliza, torna uma planta industrial com um sistema legado e inflexível em um nó
IoT completo, permitindo a troca de dados entre sensores ou atuadores com supervisórios
e nuvens.
Palavras-chave: IIoT, Industria 4.0, Internet Cloud, Modbus.
2
ABSTRACT
This prototype has the function of basing the principles of the industry 4.0
concept and providing IP connectivity to legacy devices for local supervision for
SCADA and externally trough the internet cloud. The device will use two
communication interfaces, a RS485 serial that will be connected to legacy devices, and
a Wi-Fi client interface where it will be connected to a router that will give local access
and the internet. The data analyzed will be collected from a network of Modbus RTU
slaves trough serial RS485, which in turn will be consumed by local SCADA software
using the Modbus / TCP protocol, and for external communication will have two
protocols, send to external cloud using the CoAP protocol and another send to the data
hub using MQTT .
The virtualization, modularity and real-time analysis that this device provides
makes an industrial plant with a inflexible legacy system into a complete IoT node,
allowing the exchange of data between sensors or actuators with supervisors softwares
and cloud.
Key-words: IIoT, Industry 4.0, Internet Cloud, Modbus.
1 INTRODUÇÃO
A indústria 4.0 e IIoT, Industrial Internet of Things (internet industrial das coisas),
tornaram-se conceitos muito discutidos entre grandes indústrias nos últimos anos. O
termo Indústria 4.0 foi criado em 2011 quando o governo alemão e um grupo de empresas
se reuniram para discutir o futuro da indústria, e muito se fala sobre este conceito de
indústria “autônoma” desde então (Cristina Klingenberg, 2017).
Onde muitos afirmam ser a próxima revolução industrial e tendo a tecnologia a
sua principal ferramenta, o termo “4.0” é utilizado para indicar a quarta revolução e faz
alusão a versionamento de software.
O conceito da Indústria 4.0 vai muito além do conceito de automação industrial
que existe hoje nas indústrias. Ele traz a visão de que no futuro as indústrias estarão
integradas em redes globais, conectando cada máquina, pátio fabril, dispositivos ou
depósitos em sistemas físico-virtuais, que gerenciarão uns aos outros de forma autônoma
através de compartilhamento de informação útil.
Um dos pilares da indústria 4.0 é o IIoT, que possui papel fundamental para sua
aplicação, pois oferece uma melhor visibilidade nos processos fabris e seus recursos
através da integração de sensores de máquinas, middlewares, softwares e computação em
nuvem.
3
O IIoT incorpora toda a ideia do IoT, Internet of Things (Internet das coisas),
porém possuem público-alvo e requisitos técnicos diferentes entre si. Enquanto o IoT é
direcionado para o mercado consumidor como casas inteligentes, conectividade pessoal
através de monitores cardíacos e entretenimento entre dispositivos conectados, o IIoT
assume uma maior abrangência e fidelidade de dados para aplicações, como: produção de
energia, fabricação, agricultura, equipamentos médicos, varejo, transporte, logística e
aviação (Alasdair Gilchrist, 2016).
1.1 Tema de Pesquisa
Protótipo de baixo custo no seguimento de IIoT que provê conexão com cada
“coisa” dentro de um ambiente fabril, e por consequência viabiliza o processo de
transformação da indústria tradicional em Indústria 4.0.
1.2 Justificativa do Tema
Dispositivos industriais legados tendem a não ser atualizados ao passar do
tempo, pois a mudança de um sistema já consolidado para um novo pode se tornar
inviável, tanto por custo, como por tempo de implementação. Paralelamente a isto existe
uma forte demanda por um equipamento interoperável e com capacidade em tempo real
que consiga migrar um sistema obsoleto em dispositivos conectados.
Entretanto, um dispositivo que consiga preencher tal demanda gera uma grande
quantidade de informações, e os dados obtidos devem ser absorvidos por duas fontes:
por um integrador que necessita da informação em tempo real para tomar uma ação, e
por um serviço de armazenamento de dados em massa para macro análise.
1.3 Objetivo do Trabalho
Demonstrar parcialmente o conceito de Indústria 4.0, viabilizando a implantação
horizontal em plantas industriais utilizando dispositivos IIoT para coletar informações
e comandar atuadores, projetando um dispositivo capaz de trazer “inteligência” a outros
dispositivos com menor interoperabilidade. E para testar a solução será utilizado
dispositivos industriais (Escravos Modbus/RTU) conectados no protótipo que farão o
provisionamento das informações.
4
Na validação completa da aplicação será utilizado um supervisório com amplo
uso na indústria que consumirá os dados do protótipo, que por sua vez irá requisitar dos
escravos e repassar para o supervisório. O supervisório para validação é o ScadaBR, um
software Supervisory Control and Data Acquisition (SCADA - Controle de Supervisão
e Aquisição de Dados) disponibilizado pela empresa SensorWeb.
O protótipo também disponibilizará os dados dos equipamentos escravos a uma
nuvem na internet e um concentrador de dados MQTT chamado de broker.
1.4 Delimitações do Trabalho
Neste trabalho não será levado em consideração nem a análise comercial e nem
socioeconômica que engloba o conceito de Indústria 4.0, e dentro do escopo
técnico/tecnológico será abstraído a necessidade de sistemas autônomos.
Neste primeiro momento de desenvolvimento do protótipo não será possível
editar as configurações do dispositivo pela necessidade de tempo destinado a elaboração
do configurador, sendo assim, seus comandos serão implementados hardcode.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo tem o objetivo de expor os conceitos básicos de Indústria 4.0,
internet das coisas e a gama de protocolos de comunicação utilizados no
desenvolvimento desse protótipo.
2.1 Integração de processo
A Indústria 4.0 refere-se à evolução tecnológica dos sistemas incorporados aos
sistemas ciberfísicos. Simplificando, a Indústria 4.0 representa a próxima revolução
industrial em vias de acesso a uma Internet de Coisas, dados e serviços. A inteligência
descentralizada ajuda a criar redes de objetos inteligentes e gerenciamento independente
de processos, com a interação dos mundos real e virtual representando um novo aspecto
crucial do processo de fabricação e produção. A próxima indústria “inteligente”
representa uma mudança de paradigma da produção "centralizada" para
"descentralizada" - possibilitada pelos avanços tecnológicos que constituem uma
inversão da lógica do processo de produção convencional. Isso significa que as
máquinas de produção não mais simplesmente "processam" o produto, mas que o
5
produto se comunica diretamente com o processo fabril para dizer exatamente o que
fazer.
A Indústria 4.0 conecta tecnologias de produção de sistemas embutidos e
processos de produção inteligentes para abrir caminho a uma nova era tecnológica que
transformará radicalmente as cadeias de valor da indústria e da produção e os modelos
de negócios (Germany Trade & Invest, 2014).
A primeira, segunda e terceira revoluções industriais estão bem documentadas,
assim as fontes de informação eram livros e documentos de História e Economia. A
quarta Revolução Industrial está emergindo e as publicações no campo, em geral, se
concentram em dimensão técnica e não têm uma visão abrangente do fenômeno.
Outra característica da literatura sobre Indústria 4.0 é que não está em revistas
qualificadas, mas principalmente em processos de congressos, seminários, relatórios de
consultoria e publicações oficiais (Cristina Klingenberg, 2017).
Como mostra a figura 1 estamos em plena revolução industrial e o grande
desafio é trazer todo legado já implementado em sistemas fabris para sistemas com
inteligência e interoperáveis sem perder toda estrutura já construída.
Figura 1 – Cronologia da evolução industrial
Fonte: Ubivis – Internet of Smart Machines, 2016
6
2.2 Internet das coisas – IoT
Internet das coisas é um termo abrangente para uma ampla gama de tecnologias
e serviços subjacentes, que dependem do caso e de uso. Fazem parte de um ecossistema
mais amplo que inclui tecnologias relacionadas, como análise de dados importantes,
soluções de conectividade e muito mais iterações entre máquinas (Adrian McEwen e
Hakim Cassimally, 2014).
Por ser tão ampla a definição de IoT, algumas empresas tem uma visão diferente
do assunto, como é mostrado as abordagens abaixo:
“A Internet das coisas é uma rede robusta de dispositivos, todos
com eletrônica, software e sensores integrados que lhes permitem
compartilhar e analisar dados.”
-Intel Inside
“IoT refere-se à crescente gama de dispositivos conectados à
Internet que capturam ou geram uma enorme quantidade de
informações todos os dias.”
-IBM
“Um desenvolvimento proposto da Internet em que objetos
cotidianos têm conectividade de rede, permitindo-lhes enviar e receber
dados.”
Porém todos se enquadram no contexto de integração, hiperconectividade,
transformação digital de dados e informações, de forma a que seja mais do que essa
grande "coisa" conectada, mas trazer valor para a aplicação final (IEEE – Internet
Initiative, 2015).
7
A figura 2 exemplifica a aplicação de dispositivos IoT em diferentes topologias,
sendo possível ser aplicada no segmento automotivo, comercial e industrial.
Figura 2: Aplicações de dispositivos IoT
Fonte: Vcomply, 2017.
Todos os segmentos de aplicação possuem sensores, atuadores e um link de
comunicação, porém o que os diferem é o valor agregado na leitura ou atuação dos
mesmos. Utilizando um sensor de acelerômetro como exemplo, para o mesmo sensor
podem existir diversos tipos de análise de dados, como em um carro sendo possível
traçar o perfil do motorista ou em uma máquina da indústria, sendo utilizado para efeito
de manutenção preventiva.
2.3 Arquitetura referencial da internet industrial das coisas
GE (General Electric) cunhou o nome "Internet industrial" como seu termo para
a IIoT, e outras como a Cisco denominaram a “Internet de tudo” e outros o chamaram
de Internet 4.0.
Considerando que a Internet das coisas abrange tudo - consumidor, indústria,
empresa e comercial - a Internet industrial leva uma visão mais focada concentrando-se
na energia, cuidados de saúde, fabricação, setor público, transporte e indústria
relacionada a sistemas. Existem muitos sistemas industriais implantados hoje que estão
8
interligados e combinam uma mistura de sensores, atuadores, componentes lógicos, e
redes para permitir que eles se interliguem e funcionem. A diferença com a abordagem
da Internet Industrial é que esses sistemas industriais (ISs) tornam-se sistemas de
Internet Industrial (IISs) à medida que se tornam conectados à Internet e se integram
com sistemas empresariais, com o objetivo de melhorar fluxo e análise do processo de
negócios (Alasdair Gilchrist, 2016).
Os inovadores estão apenas começando a imaginar as possibilidades que podem
ser alcançadas aproveitando dispositivos e sistemas que podem se comunicar e atuar em
tempo real, com base em informações que trocam entre si. À medida que a Internet
industrial se torna melhor definida e desenvolvida, as aplicações IoT mais impactantes
podem e serão criadas (Real-Time Innovations, 2015).
Na figura 3 é possível observar que a Internet industrial é em suma uma
aplicação particular IoT, porém com alguns diferenciais, como confiabilidade de dados,
eficiência e autonomia de decisões.
Figura 3 – Estrutura IIoT
Fonte: Real-Time Innovations, 2015
9
2.4 Comunicação
Para a comunicação IoT temos como referência a estrutura Internet/IP. Pelo fato do
IoT ter sua base na internet, podemos realizar uma comparação entre seus protocolos para
as quatro camadas principais do modelo OSI (modelo padrão para protocolos de
comunicação entre diversos tipos de sistema). A figura 4 exemplifica este comparativo:
Figura 4 – Comparativo Internet/IP e IP IoT
Fonte: Tanenbaum, 2010.
Com o desenvolvimento do IoT e sua propagação em aplicações dos mais diversos
ramos, surgiu o desafio de conceber novas formas de comunicação que se adaptem ao
conceito, buscando desempenhos necessários como baixo consumo de energia e baixo
poder computacional.
Com as diversas frentes de objetos IoT sendo desenvolvidas, a variedade de
protocolos é grande. É necessário um estudo de cada aplicação para obter o protocolo
adequado, garantindo o bom funcionamento do sistema.
2.5 Dispositivos ou “Coisas”
Muito se fala sobre Internet das Coisas, mas existem poucas definições
documentadas para o conceito de “coisa”. Uma coisa na IoT pode ser simplesmente
informação de estado, como onde se está ou a meteorologia numa determinada fábrica ou
a temperatura do motor, que podem ser coletadas através de um dispositivo generalista,
como um computador ou um smartphone. Em outras palavras, a coisa em si não precisa
estar na IoT, embora os dados sobre ela devam estar.
E é preciso um propósito para ter todos estes dispositivos conectados. Existem
milhares de possíveis objetivos, talvez milhões. É por isso que a IIoT não é uma coisa,
mas um conceito que pode ser aplicado a todos os tipos de coisas. Na maioria dos casos,
estes efeitos são expressos por meio de aplicações ou de serviços seja a nível local,
10
baseados em cloud ou num centro de dados, ou uma combinação de qualquer um ou de
todos eles.
Aplicados à indústria, existem diversos exemplos de coisas que podem ser
integrados a IIoT, como por exemplo: sensores, atuadores, dataloggers e outros. A função
do IIoT é trazer as informações disponibilizadas pelas coisas para o meio digital.
2.6 Tecnologia legada
Considerando que as tecnologias implementadas na indústria têm um ciclo de vida
de longo prazo, ainda há muitos legados tecnológicos em vigor. Inclusive, temos
protocolos considerados antigos totalmente utilizados em processos fabris, fornecendo o
desempenho exigido no ambiente industrial inserido.
Uma gama de protocolos atua em pleno funcionamento no chão de fábrica, contudo,
dois deles tem grande espaço na indústria: modbus e profibus. Ao longo do tempo estes
protocolos foram atualizados, conforme a necessidade de aplicação (Alasdair Gilchrist,
2016).
3 METODOLOGIA
Partindo do princípio que a tecnologia nos leva aos braços do IoT, um tema ainda
novo e pouco explorado principalmente no ambiente acadêmico, o IIoT, surgiu como
solução de problemas encontrados na indústria.
Para sanar os problemas referenciados nesse trabalho é de suma importância que o
hardware e firmware tenham a capacidade de gerenciar todos os protocolos de
comunicação como mostra a topologia abaixo.
Nota-se que na figura 5 outros dispositivos estão conectados no protótipo, tais
dispositivos serão os fornecedores dos dados que serão analisados e enviados. Depois de
obtidos as informações dos dispositivos escravos, os dados são enviados para seus
destinos através da interface de comunicação WiFi 2.4Ghz.
Os destinos que serão endereçados os dados externos são para Cloud Exosite e para
um broker MQTT dedicado remotamente.
11
Figura 5 – Topologia de rede do dispositivo
Fonte: Própria autoria, 2017.
Por outro lado também existe outro fluxo de dados, o software SCADA funciona
com uma topologia de solicitação e resposta. O SCADA fará requisições para o protótipo
através da interface WiFi, que ao receber tais requisições retransmitirá para o devido
equipamento escravo endereçado e após receber a resposta do escravo, o protótipo retorna
à informação para o SCADA contendo os dados inicialmente solicitados.
3.1 Módulo IoT BCM4343W Avnet
Para a concepção do protótipo deste trabalho, foram estudados diversos starter kits
e levantadas suas especificações de custo benefício.
NodeMCU ESP8266 e NodeMCU ESP32 – Custo: 1 dólar e 4 dólares,
respectivamente. IDE: Arduino/LUA Scripts. Pontos negativos: IDE limitada,
não possui debug, pouco confiável para desenvolvimento industrial, não possui
um RTOS nativo.
RENESAS, SK-S7G2 + WiFi module – Custo: 17 dólares. IDE: Synergy.
Pontos negativos: Custo de módulo muito alto, não possui MCU dedicado.
ST, F411RE + X-NUCLEO-IDW01M1 – Custo: 10 dólares. IDE: System
Workbench for STM32. Pontos negativos: Não possui MCU dedicado, não
possui bluetooth e nem RTOS nativo.
12
Avnet BCM4343W – Custo: 12 dólares. IDE: WICED/ Eclipse. Pontos
positivos para escolha: Velocidade de desenvolvimento, possui BLE (Bluetooth
Low Energy) e WiFi 2.4GHz, tamanho, consumo de energia, custo de MCU e
módulo.
Tendo em vista os módulos disponíveis no mercado, somando custo e benefício
com qualidade e velocidade de desenvolvimento, o módulo da Avnet se encaixou nas
especificações sendo o escolhido para desenvolvimento do projeto.
O modulo BCM4343W (figura 6) além de ser um modulo WiFi e BLE possui um
micro controlador dedicado para ser programado conforme a aplicação do projeto, e seu
leque de periféricos torna o projeto viável para muitas áreas de aplicação.
Figura 6 – Diagrama de periférico do modulo BCM4343W
Fonte: AVNET – Reach further, 2017.
3.2 Plataforma de desenvolvimento
A plataforma de desenvolvimento do starter kit Avnet é a WICED, feita pela
Cypress juntamente com a comunidade maker e possui sua IDE baseada em Eclipse.
Desenvolvida especialmente para soluções de IoT em WiFi 2.4/5 Ghz e Bluetooth,
utilizando linguagem de programação Ansi C e C++ trás para os desenvolvedores
algumas ferramentas de depuração e bibliotecas em código aberto (OpenSource) que
13
facilitam o desenvolvimento de uma aplicação mais robusta, como é a comunicação
TCP/IP.
O ambiente disponibiliza 3 opções de sistemas operacionais em
microcontroladores: FreeRTOS, ThreadX e NuttX. Foi escolhido para aplicação no nó
IIoT o S.O. (Sistema Operacional) ThreadX pois possui uma stack completa de
gerenciamento de tempo e tarefas. Também possui uma stack IP completa, tanto para
IPv4 quanto para IPv6, assim como os protocolos TCP e UDP.
Como ilustrado na figura 7, The only software development kit for the IoT that
integrates Bluetooth and Wi-Fi (O único kit de desenvolvimento de software para o IoT
que integra Bluetooth e Wi-Fi), o WICED é o único ambiente de desenvolvimento
dedicado e otimizado para projetos IoT utilizando as interfaces de Bluetooth e WiFi.
Figura 7 – Splash page inicial do software
Fonte: Cypress, 2017.
3.3 Interface serial
O dispositivo disponibilizará duas interfaces seriais para o usuário, uma USB que
será utilizada para configuração e monitoração do dispositivo e uma RS485 que vai ser
conectada na rede de escravos.
Em ambas as interfaces trafegará o protocolo de comunicação de dados Modbus
RTU, que já possui um legado na indústria de automação e é usado amplamente em
ambientes fabris. Na interface RS485 será implantado o Mestre Modbus que por sua vez
atuará na rede de dispositivos conectados como supervisor e atuador dos mesmos.
Na interface USB será implementado o Modbus Escravo que poderá ser usado para
configurar os parâmetros desejados do dispositivo, como também poderá ser utilizado
14
como roteamento entre as duas interfaces, USB e RS485, para monitorar e atuar nos
dispositivos conectados na rede de escravos RS485.
3.4 Gerenciamento dos protocolos alto nível
Por ser um projeto de integração entre dois mundos, o cabeado serial e o de redes
IP, é necessário que o dispositivo possua uma grande quantidade de opções de
comunicação.
Em seu escopo inicial ele conta com a implementação de três protocolos de alto
nível, os quais são:
3.4.1 Modbus TCP
Modbus TCP é um protocolo muito semelhante ao Modbus RTU, suas diferenças
são basicamente as camadas de transporte, enquanto o RTU é transportado pela camada
física, o Modbus TCP trafega entre os nós em TCP/IP. A figura 8 ilustra as diferenças
das camadas de comunicação entre o protocolo Modbus-RTU e Modbus-TCP.
Figura 8 – Comparação dos protocolos Modbus
Fonte: Modbus Fundation, 2006.
Sua ampla aplicação na indústria entre supervisórios faz com que o Modbus TCP
seja escolhido para ser o responsável por transitar todos dados em tempo real entre o
dispositivo e o software SCADA.
15
O protocolo funcionará da seguinte forma: ao requisitar dados de leitura ou escrita
em registradores, o dispositivo irá retransmitir para o barramento de escravos conectados
no RS485 o mesmo frame que recebeu no Modbus TCP pelo supervisório. A resposta
recebida pelo escravo na interface RS485 será enviada de volta para o supervisório,
informando se a requisição foi bem-sucedida ou não.
3.4.2 MQTT – Message Queuing Telemetry Transport
O protocolo de comunicação MQTT ficará responsável pelo envio de dados para
grande dispersão, que poderá ser consumido por sistemas móveis, dispositivos
independentes e servidores de banco de dados.
A figura 9 demonstra a arquitetura de funcionamento do protocolo MQTT, sendo
necessária a interconexão do Publisher (dispositivos que enviará dados) e Subscriber
(dispositivo que receberá dados) com o Broker (concentrador de dados).
Figura 9 – Arquitetura MQTT
Fonte: Autoria Própria, 2017.
Por necessitar de um concentrador de dados chamado de Broker para disseminação
das informações associadas, será implantando um serviço TCP na Raspberry Pi que
servirá de ponto comum entre todos dispositivos Subscribers e Publishers. O serviço vai
ser implantado utilizando o sistema operacional Linux Raspbian, uma distribuição mais
16
leve do Debian baseada no ARM hard-float, e de um software Middlerware utilizado para
aplicações utilizando Brokers locais chamado Eclipse Mosquitto.
Os dados que serão enviados para esse Broker serão recebidos por todos
dispositivos que estiverem assinados nos tópicos específicos que o dispositivo
disponibilizará.
3.4.3 CoAP - Constrained Application Protocol
O CoAP tem o objetivo de interpretar os dados obtidos dos dispositivos escravos,
encapsula-los e exportar para uma nuvem externa. Por ter uma arquitetura ponto a ponto,
muito semelhante aos comandos do HTTP (Hypertext Transfer Protocol), faz que ele seja
o protocolo mais indicado na comunicação entre dispositivo-nuvem.
Sendo um protocolo muito enxuto e leve, e que pode manter conexões com sistemas
complexos de internet utilizando uma banda pequena, o torna ideal para uso de enlaces
de baixo throughput (taxa de transferência).
3.5 Sistema SCADA - Supervisory control and data acquisition
Para o sistema SCADA (Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados) o hardware
utilizado é uma Raspberry Pi 3 Model B, que já possui a interface WiFi que será utilizada
para comunicação entre o protótipo e o software supervisório. O S.O. utilizado será o
Linux Ubuntu Mate, uma distribuição de S.O. já consolidada para o uso em sistemas em
rede.
O software disponibilizado pela empresa SensorWeb para fazer a supervisão é o
ScadaBR, um software SCADA que possibilita obter dados de diversos dispositivos
simultaneamente e apresentá-los de forma customizada, ou seja, cada aplicação poderá
ter uma IHM (Interação Homem-Máquina) diferente, como mostrado na figura 10.
17
Figura 10 – Exemplo de IHM no ScadaBR
Fonte: SensorWeb, 2016.
O ScadaBR consumirá os dados obtidos em tempo real pelo protótipo utilizando o
protocolo Modbus TCP, fará seu provisionamento e exibirá para o usuário uma simulação
de planta fabril.
3.6 Integração com a nuvem
A nuvem utilizada será da empresa Exosite, uma empresa especializada em Cloud
Computing (Computação em nuvem) que possui uma plataforma orientada para
dispositivos embarcados IoT chamada Plataform One.
O protótipo terá uma tabela interna de todos registradores que serão enviados para
nuvem, e que será atualizada no período que o usuário configurar. Esta tabela será
alimentada pelos registradores dos dispositivos conectados na rede de escravos Modbus
RTU encapsuladas no formato que o usuário desejar.
Os dados enviados para nuvem poderão ser visualizados em dashboards (Painel de
indicadores), exemplificado na figura 11, customizáveis para o usuário organizar
conforme a necessidade de visualização.
18
Figura 11 – Dashboard Exosite
Fonte: Exosite, 2016
3.7 Sensores
O protótipo terá 2 sensores integrados: a temperatura interna do protótipo usando
um sensor NTC, e também um sensor de temperatura e umidade do ambiente que o
protótipo estiver.
O sensor NTC será conectado em uma entrada ADC (Conversor analógico para
digital) e para medir umidade e temperatura do ambiente será usado um sensor da
Honeywell HumidIcon da série HIH6100 com interface I²C de comunicação. Na figura
12 é possível visualizar o esquemático do sensor RHT integrado.
Figura 12 – Sensor RHT integrado
Fonte: Honeywell HumidIcon, 2015
3.8 Dispositivos Escravos
Para simulação e validação do projeto será utilizado equipamentos de uso industrial
que possuem interface de comunicação serial RS485, e utilizem o protocolo de
comunicação Modbus-RTU.
19
A empresa NOVUS Produtos Eletrônicos fornecerá 7 dispositivos de
funcionalidades distintas para o teste de validação final.
Como ilustra a figura 13, os produtos são:
Módulo Modbus de Entradas Analógicas Universais - DigiRail-2A
Módulo Modbus de Saídas Digitais - DigiRail-2R
Módulo Modbus de Entradas Digitais - DigiRail-4C
Controlador Universal – N1200
Transmissor de Temperatura Compacto – TxMini M12-485
Transmissor/Condicionador de Sinais – DigiRail-VA
Módulo de Aquisição de Dados – FieldLogger
Figura 13 – Dispositivos escravos da rede Modbus-RTU
Fonte: NOVUS, 2017.
4 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Neste capítulo será apresentado os resultados obtidos pelos processos mostrados
no capítulo anterior. Em toda aplicação foi recebido o auxílio no desenvolvimento do
projeto pela empresa NOVUS – Produtos Eletrônicos, que forneceu apoio desde a
construção do hardware até a validação da aplicação final.
20
4.1 Desenvolvimento do hardware
Na etapa de desenvolvimento de hardware foi levada em consideração a
aplicabilidade do módulo na indústria, portanto, foi definido alguns parâmetros comuns
de projetos focados em linhas fabris.
Como mostra na figura 14 o protótipo conta com duas formas de alimentação CC,
entrada 5 Volts que pode ser conectado em qualquer fonte simples (Ex.: Carregador de
celular) e uma entrada de 8 Volts até 30 Volts que serve principalmente para indústria
que utilizam fontes CC 24 Volts.
Figura 14 – Entrada de alimentação
Fonte: Autoria Própria, 2017.
Para conexão serial dos dispositivos legados foi necessário a utilização de um
drive conversor UART para RS485 como mostra a figura 15.
Figura 15– Drive RS485
Fonte: Autoria Própria, 2017.
21
Ambas interfaces, alimentação e comunicação serial estão sendo externadas pelo
conector Db9, localizada na parte inferior do protótipo como mostra a figura 17.
Como mostra o esquemático da figura 16, para a IHM (Interação Homem-
Máquina) foi disponibilizado no protótipo dois LEDs indicando a alimentação e uso da
rede Wi-Fi, assim como dois botões, para reset e alteração de funções.
Figura 16– Controlador BCM4343W (MCU + WiFi) e periféricos
Fonte: Autoria Própria, 2017.
Para o protótipo final, mostrado na figura 17, foi contado com o auxílio empresa
NOVUS – Produtos Eletrônicos que se encarregou de fazer o layout da placa PCB e sua
montagem.
Figura 17– Protótipo final (Superior e inferior)
Fonte: Autoria Própria, 2017.
22
4.2 Topologia de aplicação
Para validação das funcionalidades previamente descritas foi necessário a
montagem da rede de escravos Modbus-RTU como já especificado no tópico 3.8, também
foi montado na rede interna uma Raspberry Pi 3 que tem a função de supervisório.
Na rede externa (internet) foi alocado uma Raspberry Pi 3 rodando o serviço de
broker MQTT e utilizado os serviços de Internet Cloud da empresa Exosite.
A figura 18 mostra em detalhes as conexões entre os dispositivos e a topologia de
rede escolhida para validação do protótipo.
Figura 18– Topologia para validação
Fonte: Autoria Própria, 2017.
4.3 Escravos Modbus
Os dispositivos Modbus-RTU foram configurados com baudrate de 57600,
paridade nenhuma, 1 bit de parada e payload de 8 bits.
A tabela 1 possui endereços e registradores mapeados dos dispositivos existentes
na rede serial RS485.
23
Tabela 1– Endereços e registradores
Dispositivo Endereço Registradores
FieldLogger 1 3,4,5,6,7,8,9,10
DigiRail-4C 2 8,9,10,11
DigiRail-2R 3 8,9
DigiRail-2A 4 14,15
N1200 5 0,1,2
M12-485 6 5
DigiRail-VA 7 14,15
Fonte: Autoria Própria, 2017.
4.4 Supervisório
Para instalação do supervisório na Raspberry Pi 3 previamente foi necessário
utilizar de tutoriais de instalação do sistema operacional e bibliotecas que o supervisório
precisa para rodar, como as bibliotecas JAVA e Tomcat, e um banco de dados MySQL.
O ScadaBR é um servidor SCADA que utiliza o navegador para configuração e
supervisão dos dispositivos, portanto, pode ser acessado remotamente de qualquer
computador conectado em sua rede interna.
Após a instalação do ScadaBR na Raspberry Pi 3, foram configurados todos os
escravos e seus respectivos registradores para uso, utilizando o protocolo Modbus TCP
como mostra a figura 19.
Figura 19 – Escravos configurados no supervisório
Fonte: Autoria Própria, 2017.
24
No protótipo foi utilizado o método de configuração de rede IP fixo, para que o
sempre que conectar-se na rede Wi-Fi ele obtenha o mesmo IP configurado previamente
no supervisório ScadaBR.
Utilizando o serviço de representação gráfica que o ScadaBR disponibiliza para
realizar a supervisão em tempo real, foi inicialmente utilizado uma planta fictícia de uma
fábrica de alimentos de base para a criação da tela.
Conforme a figura 20, para simular os sensores foram distribuídos 4 sensores de
entrada digital do dispositivo DigiRail-4C simulando o funcionamento de 4 motores da
linha de produção e 8 sensores de temperatura simulados pelo dispositivo FieldLogger.
Figura 20 – Planta fabril simulada
Fonte: Autoria Própria, 2017.
Para ser validado o funcionamento de atuadores também foi distribuído 2 relés
que têm a função de controlar a bomba de agua e iluminação da planta, estes atuadores
foram simulados pelo dispositivo DigiRail-2R.
4.5 Internet Cloud
O protótipo conta com duas interfaces de exportação de dados para Internet Cloud:
envio por MQTT e CoAP.
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No protótipo foram configurados para envio de dados externos 3 registradores do
dispositivo FieldLogger que referem-se respectivamente a segundo, minuto e hora do
relógio interno do dispositivo. Também foi configurado para envio dos dados de
temperatura e umidade obtidos do sensor RHT do protótipo.
Na tabela 2 é possível analisar a origem e periodicidade de envio de cada dado.
Tabela 2– Dados externados
Dados enviados Fonte do dado Periodicidade
Temperatura Sensor RHT do protótipo 6 segundos
Umidade Sensor RHT do protótipo 6 segundos
Hora Relógio interno do FieldLogger – Registrador 738 5 segundos
Minuto Relógio interno do FieldLogger– Registrador 739 13 segundos
Segundo Relógio interno do FieldLogger– Registrador 740 6 segundos
Fonte: Autoria Própria, 2017.
Para envio nos dois servidores (MQTT e CoAP) é necessário que cada dado receba
um endereço específico para que possa ser processado pelos respectivos analisadores de
pacote, portanto, foi arbitrado uma sequência de endereços para os registradores
utilizados na rede de escravos e também para a temperatura e umidade obtidas pelo
protótipo, como mostra a tabela 3.
Tabela 3– Endereços de variáveis
Tipo de dado Endereço
Temperatura TEMPERATURE
Umidade HUMIDITY
Registrador 1 REG_001
Registrador 2 REG_002
Registrador 3 REG_003
... ...
Registrador 99 REG_099
Registrador 100 REG_100
Fonte: Autoria Própria, 2017.
4.5.1 Envio MQTT
O protocolo MQTT funciona utilizando o parâmetro de tópicos, portanto, o envio
de dados para o broker seguiu o seguinte formato: “iiot_node/<endereço do registrador>”,
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onde o primeiro parâmetro informa o tópico principal inscrito e o segundo parâmetro
informa o endereço do registrador.
Para receber todos os parâmetros enviados ao tópico principal é necessário utilizar
“#” como o parâmetro de endereço, isso faz que seja reportado todos valores recebidos
no tópico principal.
Para realizar a validação dos dados recebidos por MQTT, se utilizou de um
software de desenvolvimento MQTT Box. Para análise dos dados, foi configurado o
software para se inscrever no tópico principal e receber todas notificações
(“iiot_node/#”), como mostra a figura 21.
Figura 21 – Dados recebidos pelo broker
Fonte: Autoria Própria, 2017.
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4.5.2 Envio Internet Cloud (CoAP)
Para que o Exosite consiga receber os dados deve-se realizar uma configuração
dos parâmetros que serão recebidos dos dispositivos, tais parâmetros devem conter o tipo
do dado (inteiro, float ou string), o endereço único e a unidade de medida.
Como mostra a figura 22 foi necessário configurar os parâmetros que o protótipo
publicaria.
Figura 22 – Configuração dos canais na nuvem
Fonte: Autoria Própria, 2017.
Na área de IHM que a nuvem Exosite disponibiliza, foi criado quatro widgets para
que o usuário tenha acesso mais facilmente aos últimos valores atualizados dos canais,
como ilustra a figura 23.
Figura 23 – Widgets do portal Exosite
Fonte: Autoria Própria, 2017.
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No dashboard exemplificado os dois primeiros widgets (ferramentas) mostram os
últimos valores lidos dos canais de temperatura e umidade, e os outros dois são gráficos
para análise em tempo. O primeiro gráfico mostra os registradores obtidos dos escravos,
o segundo exibe as últimas amostras do sensor de temperatura e umidade.
5 CONCLUSÃO
A partir da escolha do tema, iniciou-se uma grande pesquisa sobre as vertentes do
IIoT para que este trabalho fosse estruturado. Durante o processo, foi nítida a percepção
de que existe a necessidade de dispositivos integradores e de comunicação, e estar
elaborando um leva a um domínio interessante sobre o assunto.
Aplicando a metodologia, o resultado do protótipo foi um sucesso. Porém sempre
há pontos a serem melhorados, como a configuração que hoje é feita hardcode, a leitura
do sensor de temperatura interno, e também expandindo a área de comunicação serial
com a implementação do protocolo profibus.
Em condições controladas é possível afirmar que a implantação do nó IIoT dentro
de um ambiente fabril é viável e funcional, sendo um grande meio de concentração de
dados e/ou conversor de protocolos. Através dos ambientes simulados durante a
construção e testes do protótipo, foi possível demonstrar a validação de todo o processo,
desde um sensor até o broker MQTT, servidor SCADA e a nuvem.
6 REFERÊNCIAS
Klingenberg, Cristina (2017). Industry 4.0: what makes it a revolution? [Publicado
online]. Acessado dia 15/09/2017: https://www.researchgate.net/publication/319127784
Gilchrist, Alasdair (2016). Industry 4.0 – The Industrial internet of Things [Livro]
McEwen, Adrian; Cassimally, Hakim (2014). Designing the Internet of Things [Livro]
IEEE – Internet Initiative( 2015). Towards a Definition of the Internet of Things (IoT).
Acessado dia 12/09/2017 https://iot.ieee.org/definition.html
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Tanenbaum, Andrew (2010). Computer Networks 5th. Pearson [Livro].
Vcomply Compliance Simplified (2017). What is Internet of Things and why is it
important?. Acessado dia 15/10/2017: https://blog.v-comply.com/internet-of-things-iot/