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DIREITO AMBIENTAL

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PONTO 1: Meio Ambiente PONTO 2: Princípios do Direito Ambiental PONTO 3: Política Nacional do Meio Ambiente

DIREITO

AMBIENTAL PONTO 4: Licenciamento Ambiental

1. MEIO AMBIENTE

O MEIO AMBIENTE COMO BEM JURÍDICO AUTÔNOMO

Lei 6.938/81, art. 3º, I: conceitua meio ambiente. Meio ambiente passa a ser um

bem jurídico autônomo. I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; Paradigma antropocêntrico-alargado: até 1981 o foco era a pessoa humana, a

partir da lei supra citada, o meio ambiente passa a ser merecedor de atenção, passa a incluir outros valores, não apenas o bem estar da pessoa humana.

Características: Bem indisponível, inapropriável, indivisível. Titularidade difusa. É um bem de fruição coletiva. Há um interesse

transindividual associado ao indivíduo. O que é indisponível é o equilíbrio ecológico atribuído por determinado bem. Princípio da função social da propriedade – proprietário possui limitações ao uso da floresta pela necessidade de tutela do equilíbrio ecológico global.

Art. 225 da CF: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

Bem de uso comum do povo. Reforça o interesse difuso. O DIREITO E DEVER FUNDAMENTAL AO MEIO AMBIENTE

EQUILIBRADO Direito Fundamental de 3ª dimensão. Direito subjetivo (caráter procedimental). Embora seja um direito difuso, não

descaracteriza o direito subjetivo individual ao meio ambiente equilibrado. Elemento da ordem objetiva. Dever fundamental do Estado de manter o ambiente equilibrado e saudável –

desenvolvimento sustentável. Estado de Direito Ambiental. Precedente: ADI 3540-1-MC, STF reconhece que o art. 225 envolve direitos

fundamentais. E M E N T A: MEIO AMBIENTE - DIREITO À PRESERVAÇÃO DE SUA INTEGRIDADE (CF, ART. 225) - PRERROGATIVA QUALIFICADA POR SEU CARÁTER DE METAINDIVIDUALIDADE - DIREITO DE TERCEIRA GERAÇÃO (OU DE NOVÍSSIMA

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DIMENSÃO) QUE CONSAGRA O POSTULADO DA SOLIDARIEDADE - NECESSIDADE DE IMPEDIR QUE A TRANSGRESSÃO A ESSE DIREITO FAÇA IRROMPER, NO SEIO DA COLETIVIDADE, CONFLITOS INTERGENERACIONAIS - ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS (CF, ART. 225, § 1º, III) - ALTERAÇÃO E SUPRESSÃO DO REGIME JURÍDICO A ELES PERTINENTE - MEDIDAS SUJEITAS AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE LEI - SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - POSSIBILIDADE DE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CUMPRIDAS AS EXIGÊNCIAS LEGAIS, AUTORIZAR, LICENCIAR OU PERMITIR OBRAS E/OU ATIVIDADES NOS ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS, DESDE QUE RESPEITADA, QUANTO A ESTES, A INTEGRIDADE DOS ATRIBUTOS JUSTIFICADORES DO REGIME DE PROTEÇÃO ESPECIAL - RELAÇÕES ENTRE ECONOMIA (CF, ART. 3º, II, C/C O ART. 170, VI) E ECOLOGIA (CF, ART. 225) - COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS - CRITÉRIOS DE SUPERAÇÃO DESSE ESTADO DE TENSÃO ENTRE VALORES CONSTITUCIONAIS RELEVANTES - OS DIREITOS BÁSICOS DA PESSOA HUMANA E AS SUCESSIVAS GERAÇÕES (FASES OU DIMENSÕES) DE DIREITOS (RTJ 164/158, 160-161) - A QUESTÃO DA PRECEDÊNCIA DO DIREITO À PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE: UMA LIMITAÇÃO CONSTITUCIONAL EXPLÍCITA À ATIVIDADE ECONÔMICA (CF, ART. 170, VI) - DECISÃO NÃO REFERENDADA - CONSEQÜENTE INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR. A PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE: EXPRESSÃO CONSTITUCIONAL DE UM DIREITO FUNDAMENTAL QUE ASSISTE À GENERALIDADE DAS PESSOAS. - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Trata-se de um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimensão), que assiste a todo o gênero humano (RTJ 158/205-206). Incumbe, ao Estado e à própria coletividade, a especial obrigação de defender e preservar, em benefício das presentes e futuras gerações, esse direito de titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ 164/158-161). O adimplemento desse encargo, que é irrenunciável, representa a garantia de que não se instaurarão, no seio da coletividade, os graves conflitos intergeneracionais marcados pelo desrespeito ao dever de solidariedade, que a todos se impõe, na proteção desse bem essencial de uso comum das pessoas em geral. Doutrina. A ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO PODE SER EXERCIDA EM DESARMONIA COM OS PRINCÍPIOS DESTINADOS A TORNAR EFETIVA A PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE. - A incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a "defesa do meio ambiente" (CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral. Doutrina. Os instrumentos jurídicos de caráter legal e de natureza constitucional objetivam viabilizar a tutela efetiva do meio ambiente, para que não se alterem as propriedades e os atributos que lhe são inerentes, o que provocaria inaceitável comprometimento da saúde, segurança, cultura, trabalho e bem-estar da população, além de causar graves danos ecológicos ao patrimônio ambiental, considerado este em seu aspecto físico ou natural. A QUESTÃO DO DESENVOLVIMENTO NACIONAL (CF, ART. 3º, II) E A NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO DA INTEGRIDADE DO MEIO AMBIENTE (CF, ART. 225): O PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COMO FATOR DE OBTENÇÃO DO JUSTO EQUILÍBRIO ENTRE AS EXIGÊNCIAS DA ECONOMIA E AS DA ECOLOGIA. - O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações. O ART. 4º DO CÓDIGO FLORESTAL E A MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.166-67/2001: UM AVANÇO EXPRESSIVO NA TUTELA DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. - A Medida Provisória nº 2.166-67, de 24/08/2001, na parte em que introduziu significativas alterações no art. 4o do Código Florestal, longe de comprometer os valores constitucionais consagrados no art. 225 da Lei Fundamental, estabeleceu, ao contrário, mecanismos que permitem um real controle, pelo Estado, das atividades desenvolvidas no âmbito das áreas de

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preservação permanente, em ordem a impedir ações predatórias e lesivas ao patrimônio ambiental, cuja situação de maior vulnerabilidade reclama proteção mais intensa, agora propiciada, de modo adequado e compatível com o texto constitucional, pelo diploma normativo em questão. - Somente a alteração e a supressão do regime jurídico pertinente aos espaços territoriais especialmente protegidos qualificam-se, por efeito da cláusula inscrita no art. 225, § 1º, III, da Constituição, como matérias sujeitas ao princípio da reserva legal. - É lícito ao Poder Público - qualquer que seja a dimensão institucional em que se posicione na estrutura federativa (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios) - autorizar, licenciar ou permitir a execução de obras e/ou a realização de serviços no âmbito dos espaços territoriais especialmente protegidos, desde que, além de observadas as restrições, limitações e exigências abstratamente estabelecidas em lei, não resulte comprometida a integridade dos atributos que justificaram, quanto a tais territórios, a instituição de regime jurídico de proteção especial (CF, art. 225, § 1º, III). (ADI 3540 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 01/09/2005, DJ 03-02-2006 PP-00014 EMENT VOL-02219-03 PP-00528). DIREITO AO MEIO AMBIENTE COMO DIREITO DE DEFESA Normas de competência negativa para inibir ações diretas do Estado que

possam degradar o meio ambiente. Essa obrigação de não-fazer também pode ser atribuída para os particulares.

Exigência de que o Estado não afete determinadas situações do titular do direito.

Proibição de retrocesso: não eliminar determinadas posições fundamentais do titular do direito fundamental.

O DIREITO AO MEIO AMBIENTE COMO DIREITO A PRESTAÇÕES EM SENTIDO AMPLO

Direito à proteção – art. 225, § 1º, VII. Direito Administrativo sancionador:

uma vez caracterizado o ilícito administrativo. Direito Penal Ambiental, Lei nº 9.605/98. Direito à participação na organização e no procedimento – art. 225, § 1º, V e

VI. Direito a prestações fáticas e jurídicas – art. 225, § 1º, III e IV.

Judicialização de políticas públicas (saneamento, tratamento do lixo, do esgoto, proteção ao patrimônio).

DIREITO A PRESTAÇÕES EM SENTIDO ESTRITO

Direito fundamental ao meio ambiente configura um direito prima facie, que pode gerar direito definitivo após ponderação.

STF, desde 2005 (medicamentos), entende que é possível a judicialização de

políticas públicas. O judiciário somente reconhece a omissão do Poder Público referente às políticas públicas, fixando prazo para o cumprimento.

Titulares do direito fundamental ao ambiente podem exigir do Estado prestações

fáticas ou materiais. Reconhecimento do mínimo existencial em matéria ambiental. Responsabilização civil do Estado por omissões lesivas ao meio ambiente.

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CONTEÚDO DO MÍNIMO EXISTENCIAL Dignidade da vida humana não se resume ao direito de “sobreviver”, está ligado

à saúde. TÉCNICA DE PONDERAÇÃO Não há hierarquia entre os princípios. Princípio da proporcionalidade. Escolha da medida necessária e adequada, com sacrifício mínimo do outro

princípio em colisão. Fixação de um prazo para que o Poder Público cumpra a obrigação. Proibição de excesso. Juiz precisa de amparo técnico para estabelecer as

medidas corretivas necessárias, proporcionais e adequadas.

CRITÉRIOS PARA INFORMAR A DECISÃO Risco para a dignidade da vida humana. Extensão e irreversibilidade do dano. Necessidade de precaução, diante do desconhecimento sobre os perigos. Ex:

não permitir o plantio de transgênicos nas proximidades de uma unidade de conservação. Urgência. Abrangência das vítimas atingidas. Precedentes: STJ, Resp 791.525/SP. STJ, REsp 657.664/RS: “III - É de responsabilidade do Estado do Rio Grande

do Sul a adoção de medidas preventivas e fiscalizatórias, necessárias à interdição da Praia do Gasômetro, assim como a realização de obras no local, visando à proteção da saúde da população e do meio-ambiente.

IV - Tal responsabilidade exsurge do comando dos arts. 23, incisos II e VI, daCF/88; 251, caput e § 1º, da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul; 10, § 3º, da Lei Federal nº 6.938/81; 1º e 2º da Lei Estadual nº 6.503/72 e 1º e 7º da Lei Estadual nº 7.488/81, o que impõe a sua solidariedade juntamente com o Município de Porto Alegre.”

STJ, Resp 575.998/MG. STJ, REsp 429.570/GO: “Na atualidade, Administração Pública está submetida

ao império da lei, inclusive quanto à conveniência e oportunidade do ato administrativo.”

2. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL A) DIREITO FUNDAMENTAL AO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE

EQUILIBRADO. Art. 225 da CF. Supremacia do interesse público na conservação da qualidade ambiental. Efeito vinculante do direito fundamental aos poderes públicos. Consideração das variáveis ambientais pelos poderes públicos para a tomada de

decisões.

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B) PRECAUÇÃO Lei 11.105/01 – Lei da Biosegurança. Art. 225, § 1º, IV – princípio reconhecido na exigência do estudo de impacto

ambiental (implícito). A incerteza científica não pode justificar que medidas de prevenção sejam

postergadas. Atitude diante do risco potencial. Exigência de informação prévia à tomada de decisões que tenham por conteúdo

a gestão de riscos. Precedente: TJRS AI 70015593536: “Agravo de Instrumento. Ação Civil

Pública – dano ambiental – aplicação dos princípios da precaução e da prevenção e da Teoria do Risco Integral.”

C) PREVENÇÃO Pressupõe prévia identificação dos perigos. Atitudes diante de riscos concretos a fim de impor limitações às atividades

utilizadoras de recursos ambientais ou potencialmente lesivas. Art. 225, V da CF. D) PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR Envolve: a) prevenção – Dec. 4.339/023, anexo 2, IX. b) reparação – art. 225, §§ 2º e 3º da CF (tríplice responsabilização: penal,

administrativa e civil), art. 4º, VII e art. 14, § 1º da Lei 6.938/81. Responsabilização pelos custos de prevenção dos riscos e reparação de danos

ambientais. Internalização das externalidades ambientais negativas. E) USUÁRIO-PAGADOR Art. 4º, VII da Lei 6.938/81. Lei 9.433/97 – Lei de águas contempla a cobrança pela utilização de recursos

hídricos. Reconhecendo a água como um bem econômico, finito. E) DESENVOLVIMETO SUSTENTÁVEL Art. 170, VI e art. 225 da CF. Conciliação do princípio do desenvolvimento econômico com o princípio da

defesa do meio ambiente. Equidade intergeracional. Objetivo do Estado de Direito Ambiental. F) FUNÇÃO SOCIAL E AMBIENTAL DA PROPRIEDADE Direito à protege ambiental.

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Art. 170, III e VI, art. 182, 186, II, 225 da CF. Art. 1.228, § 1º do CC. Como regra, os limites à propriedade não são indenizáveis. Esses limites

restringem alguns usos apenas. Mas, se a restrição for tão severa, a ponto de inviabilizar a utilização do bem, pode gera indenização, por se assemelhar a uma desapropriação indireta.

G) PARTICIPAÇÃO Dimensão subjetiva do direito fundamental ao meio ambiente. Direito à informação. Direito à educação ambiental, art. 225, § 1º, VI da CF. Lei 9.795/99. Direito à participação na organização e no procedimento (tutela administrativa e

jurisdicional). Possibilidade de participar de audiências, consultas públicas.

3. POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE Lei 6.938/81, Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; Os limites vão aparecer na licença ambiental. II - o zoneamento ambiental; III - a avaliação de impactos ambientais; Denominação genérica, pode ser pelo EIA ou

por estudos simplificados (laudos). IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de

tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de

relevante interesse ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal; VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público

federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;

VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas

necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental. X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado

anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se

o Poder Público a produzí-las, quando inexistentes; XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou

utilizadoras dos recursos ambientais. XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro

ambiental e outros.

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4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente. Art. 225, parágrafo primeiro, incisos IV e V da CF. Lei 6.938/81, Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. Art. 17 e 19 do Dec. 9.927/90. Resolução CONOMA 237/97 – lista o número mínimo de atividades em que o

licenciamento é obrigatório. Estados e Municípios podem exigir licenciamento para atividades não elencadas.

Quais as conseqüência para a pessoa que atuar sem o licenciamento? Sem

prejuízo da multa administrativa, fica caracterizado o crime ambiental, art. 60 da Lei nº 9.605/98, não é necessário que haja dano.

ETAPAS DO LICENCIAMENTO a) Licença Prévia: localização e projeto. Validade: máximo de 5 anos. Gera

apenas uma expectativa de direito. b) Licença de Instalação: validade máxima de 6 anos. Garante ao titular o

direito de iniciar a construção do empreendimento. c) Licença de Operação: validade de 4 a 10 aos. Autoriza a operação

propriamente dita. Esse prazo pode ser revisto a qualquer momento diante de situações supervenientes. Princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.

PROCEDIMENTO Definição pelo órgão ambiental, com a participação do empreendedor, dos

documentos, projetos e estudos ambientais necessários. Requerimento da licença ambiental, dando-se publicidade. Análise pelo órgão ambiental. Possibilidade de formulação de pedidos de esclarecimento pelo órgão

ambiental. Precedentes que exemplificam situações que não estavam prevista na resolução

do CONOMA, mas que se exigiu o EIA/RIMA:

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“Ação Civil Pública. Enduro. Atividade potencialmente lesiva ao meio ambiente. EIA. Art. 225, 1º, IV, CF. Resolução 237/97 do CONAMA. Improcedência do pedido. Apelação provida. A atividade de enduro de motocicletas em áreas de preservação permanente, por ser potencialmente lesiva ao meio ambiente, deve ser precedida de EIA, nos termos do disposto no art. 255, § 1º, inc. IV da CF e da Res. 237/97, do CONAMA (TJMG, Apelação Cível nº 000291.065-1/00, j. em 26.05.2003). “Decisão agravada que revogou liminar em ação popular paralisando obras de construção de lagoa de captação de águas fluviais – meio ambiente – estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental – inexistência – obra potencialmente causadora de degradação ambiental não afastada pelo recorrido – art. 225, § 1º, inciso IV da CF. Princípio da precaução e prevenção. Conhecimento e provimento do recurso de agravo para cassar a liminar agravada” (TJRN, AI nº 01002563-4, Rel. Dês. Cristóvam Praxedes, j. em 5.09.2002). “Ação Civil Pública. Aplicação de herbicida em via pública para a chamada ‘capina química’. É indispensável a realização de EIA, com elaboração do RIMA. Inexistentes EIA/RIMA, e sendo utilizado produto com toxidade proibido para aplicação em vias urbanas por portaria do Ministério da Saúde, procede ação civil pública aforada a objetivar a suspensão do procedimento supostamente nocivo. Sentença confirmada em reexame necessário.” (TJRS, REN nº 597056969, 2ª CC, Rel. Dês. Juracy Vilela de Souza, j. em 20.08.97). “Administrativo. Implantação de pista de eventos ou Sambódromo no Parque Marinha do Brasil. Necessidade de autorização legislativa e de estudos aprofundados sobre a localização do empreendimento e a preservação do meio ambiente. É de se manter a liminar de sustação de licitação das obras de implantação da pista de eventos quando não se fazem presentes, de forma clara, indiscutível, a plausibilidade do direito invocado e o dano irreparável, pois o objeto da ação civil pública contra o Município empreendedor versa exatamente acerca da viabilidade do empreendimento projetado, o que demanda, além do EIA/RIMA licitado e do parecer do órgão municipal interessado, perícias e outros estudos bem mais consistentes e aprofundados, além da autorização do legislador. A falta de evidência de tais requisitos afasta de todo o pretensão recursal. Agravo desprovido.” (TJRS AI nº 598016210, 1ª CC, Rel. Dês. Celeste Vicente Rovani, j. em 24.06.98).

Audiência pública, se for o caso. Resolução 9/97 trata das audiências

públicas, ela deve ser requerida ao órgão ambiental. O objetivo da audiência pública é apenas para prestar esclarecimentos, o órgão ambiental não está vinculado à audiência pública.

Novos esclarecimentos ao órgão ambiental se, da audiência pública, surgir necessidade.

Emissão de parecer técnico e, se for o caso, parecer jurídico. Deferimento ou indeferimento do pedido, com a devida publicidade. Essa

decisão deve ser motivada nas provas produzidas.

COMPETÊNCIA PARA O LICENCIAMENTO

IBAMA, art. 4º da Resolução 237/97. Impacto nacional e regional (quando envolver mais de um país, estado, empreendimento militar, nuclear).

ESTADOS, art. 5º. Competência Residual. MUNICÍPIOS, art. 6º. Impacto local. Art. 7º prevê um único nível de competência de licenciamento. Precedente: “Administrativo. MS. Autuação por desmatamento. Competência

do IBAMA. Art. 23, VI, CF/88. Lei 6938/81. Res. CONAMA 237/97.

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Inconstitucionalidade. 1. Competência do IBAMA em se tratando de licenciamento ambiental. 2. A Res. 237/97, que introduziu a municipalização do procedimento de licenciamento, é eivada de inconstitucionalidade, posto que exclui a competência da União nessa espécie de procedimento. 3. A Lei 6938/81, adequada com a nossa carta constitucional, rege a competência do IBAMA” (TRF – 4º R. MAS 68246, Rel. Juíza Luíza Dias Cassales, j. 09.10.2001. DJU 14.11.2001, p.902).

Resolução 237 também prevê a hipótese de licenciamento subsidiário, quando

há inércia do órgão competente. LICENÇA AMBIENTAL Natureza sui generis. Condiciona o exercício de um direito constitucional, art. 170 da CF. Vinculação do órgão ambiental. Apreciação técnica da Administração para fixação das condicionantes. Não é definitiva, goza de estabilidade temporal pelo prazo de vigência. Art. 12, VII da Lei 8.666/93. Art. 63, CEMA (Código Estadual do Meio Ambiente) – Nulidade de licitações

sem prévio licenciamento. Precedente: TJRS, Reexame Necessário 70008107518, 21ª Câmara Cível, Rel.

Genaro José Baroni Borges, j. 09/06/2004. EIA/RIMA Previsão Legal: art. 225, § 1º, VI da CF A função do RIMA é dar publicidade ao conteúdo do estudo, em linguagem

acessível. HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA Obrigatório para obras e atividade de “significativa degradação” ambiental. Conceito Jurídico indeterminado. Art. 2º da Resolução 1/86 – rol exemplificativo. CONCEITO DE IMPACTO AMBIENTAL - art. 1º da Resolução 1/86

CONAMA. MOMENTO DE REALIZAÇÃO: Antes da concessão da Licença Prévia (instrumento de precaução). EIA/RIMA E LICENCIAMNETO: EIA constitui limite da discricionariedade administrativa, vinculando a

Administração ao conteúdo do estudo. Atua na motivação do ato administrativo.

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Controle da finalidade do ato administrativo, aferindo-se se realizou o valor constitucional.

CONTEÚDO DO EIA/RIMA: Art. 5º e 6º da Resolução 1/86. Para fazer este estudo será constituída uma equipe multidisciplinar a expensas

do empreendedor. A escolha pela equipe que irá realizar o estudo é da empresa. No Rio Grande do Sul essa equipe deve ser desvinculada do empreendedor e ter realizado nenhum estudo técnico.

Art. 69-A Lei 9.605 – Crime. PUBLICIDADE E ACESSO AO EIA/RIMA Princípio da publicidade, art. 225, § 3º, IV da CF. Elaboração do RIMA Formas de participação popular: - Comentários escritos - Audiência pública CONTROLE JUDICIAL DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL Risco de dano ambiental pela ausência de EIA/RIMA e iminência de emissão de

LP. Tutela inibitória para que o órgão ambiental se abstenha de licenciar a atividade

enquanto não for elaborado o EIA/RIMA. Início da instalação do empreendimento sem EIA/RIMA ou com EIA/RIMA

fraudulento ou omisso. Tutela inibitória, com pedido de cessação da atividade. Pedido de desconstituição de ato administrativo. Tutela reparatória diante de danos já ocorridos.