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DIREITO CIVIL 1 DIREITO CIVIL PONTO 1: Princípios Orientadores PONTO 2: Sucessão Legítima e Testamentária PONTO 3: Morte PONTO 4: Cessão e Direitos Hereditários PONTO 5: Exclusão da Herança PONTO 6: Herança Jacente e Vacante 1. Princípios Orientadores: - Não existe herança de pessoa viva; - a herança é um imóvel por definição legal; - a herança é uma universalidade de direito - indivisível até a partilha; - existem 2 tipos de sucessões: legítima e testamentária. Herdeiro legítimos necessários descendentes; ascendentes; cônjuge. facultativos colaterais; companheiro. Testamentários herdeiro instituído; legatário. Ocorreu a morte abre-se a sucessão. Princípio da saisine - art. 1784 1 , CC. A transmissão se opera concomitantemente com a morte. Sucessão: substituição de uma titularidade. Ocupação de espaço por terceiro que Sucessão inter vivos: transações entre pessoas vivas. 1 Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.

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DIREITO CIVIL

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DIREITO CIVIL

PONTO 1: Princípios Orientadores PONTO 2: Sucessão Legítima e Testamentária PONTO 3: Morte PONTO 4: Cessão e Direitos Hereditários PONTO 5: Exclusão da Herança PONTO 6: Herança Jacente e Vacante

1. Princípios Orientadores:

- Não existe herança de pessoa viva;

- a herança é um imóvel por definição legal;

- a herança é uma universalidade de direito - indivisível até a partilha;

- existem 2 tipos de sucessões: legítima e testamentária.

Herdeiro → legítimos → necessários → descendentes;

→ ascendentes;

→ cônjuge.

→ facultativos → colaterais;

→ companheiro.

Testamentários → herdeiro instituído;

→ legatário.

Ocorreu a morte abre-se a sucessão. Princípio da saisine - art. 17841, CC. A

transmissão se opera concomitantemente com a morte.

Sucessão: substituição de uma titularidade. Ocupação de espaço por terceiro que

Sucessão inter vivos: transações entre pessoas vivas.

1 Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.

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Sucessão “causa mortis”: a partir do momento em que a pessoa morre, as relações

jurídicas do morto. Ex: titularidade de imóvel, dívidas, etc. Abre-se espaço que será ocupado

pelos sucessores.

A lei convoca ou a pessoa deixa em tetamento ou codicilo.

No nosso ordenamento não há expectativa de direito sobre a herança. Não podemos

ceder direitos hereditários.

Cessão de direitos hereditários - tem que ter ocorrido o evento morte.

A pessoa não fica com o patrimônio engessado porque tem filhos. O eventusal direito

de herança vai existir sobre o patrimônio existente no momento da morte.

A lei imprime restrição apenas a liberdade de doar. Só posso doar em vida sobre um

percentual de 50%. Só posso dispor daquilo que eu puder testar. A liberdade de dispor fica

restrita a 50%.

A herança é imóvel por definição legal - art. 80, II2, do CC.

O direito a sucessão aberta = direito de herança.

Não importa do que seja composta. Ainda assim é classificada como imóvel. Porque

pode exigir formalidades maiores, sendo um imóvel. Transmissão exige forma de escritura

pública - o inventário pode ser judicialmente ou extrajudicialmente, porém por escritura

pública.

A herança é uma universalidade de direito - complexo de relações jurídicas. Art. 17913,

caput e parágrafo único do CC.

2 Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: II - o direito à sucessão aberta. 3 Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.

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Universalidade de fato: se compõem de vários fatos que analisados em conjunto ou

separadamente continuam sendo a mesma coisa. Ex: rebanho, biblioteca, sala de aula com

cadeiras - guardam as mesmas características.

A universalidade é indivísivel até a partilha. Tudo é de todos. Nunca pode acontecer

que o herdeiro alegue a qualidade de detentor do bem.

Não pode alegar qualidade de herdeiro para ficar no bem, pois não pode ser fracionado

antes da partilha.

Por exemplo: o juiz vai fixar aluguel. O aluguel começa a correr da abertura da

sucessão. O valor do aluguel vai ser deduzido daquele quinhão que tem a receber. Comenta

sobre a prova de oposição. Se não tiver a prova de que o herdeiro que estava instalado no

imóvel impediu os demais de usar o imóvel.

2. Sucessão Legítima e Testamentária:

► Sucessão legítima:

Sucessão Legítima é dividida de acordo com ordem de preferência indicada pela lei. A

testamentária de acordo com a vontade de testamentário.

Os herdeiros legítimos comportam:

- herdeiros necessários - arrolados no art. 18454, CC de forma taxativa. Parte que os

herdeiros tem reservada legalmente = legítima dos herdeiros necessários, art. 18465 do CC.

Sucessão legítima obedece a ordem de preferência indicada pelo legislador para divisão

da herança. Ou seja, é a parte que a lei reserva aos herdeiros necessários: descendentes/

ascendentes/ cônjuge.

4 Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. 5 Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.

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Os herdeiros Facultativos: colaterais (irmãos) e o companheiro. Não possuem parte da

herança reservadas para eles. Receberão somente se o “de cujus” não deixou os bens para os

herdeiros necessários. Ou seja, só recebem senão tem disposição em contrário.

Nota-se que o Companheiro tem o tratamento que busca a equivalência ao do cônjuge

e não a igualdade. Estão buscando a conversão de união estável em casamento. Portanto, no

direito sucessório não há igualdade entre cônjuge e o companheiro.

► Sucessão Testamentária:

Disposições gerais:

Testamentários:

- Instituídos - vai receber universalidade - 20%.

- Legatário: vai receber tal carro, tal barco, o apartamento. O legatário recebe coisas

singulares, identificáveis num todo maior. O legatário não tem o poder de se auto-emitir na

posse.

Art. 17856 do CC - abre-se no último domicilio do falecido. A abertura da sucessão

ocorre no momento do óbito. Deve ser lido junto com o art. 967 do CPC.

Art. 17878 do CC regula a sucessão a lei vigente ao tempo da abertura daquela.

Obs: nos casos de mortes anteriores ao ano de 2002 - deve-se usar a ordem de sucessão do CC

de 1916.

O Testamento trata-se de um negócio jurídico “inter vivos”. Por exemplo: feito em

1997 e morre em 2004.

6 Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido. 7 Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 8 Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.

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A viúva, casada no regime de comunhão de bens, se não tiver concorrentes, receberá a

herança toda.

3. Morte:

1º) Verifica-se se tem testamento - comparado com cédula - tem que ser existente,

válido e eficaz.

2º) Sucessão legítima.

Art. 17899, CC - testador pode testar 50 % dos seus bens. Ex: comunhão de bens --

morte - 50%; Maria (esposa) = 50% - meação.

Herança de desvincula é 100%: metade - 50 % é disponível;

- 50 % herdeiros necessários.

Aceitação: Renúncia: - Tácita;

- Expressa;

- Provocada.

Expressa:

- por termo;

- por escritura.

Atualmente, pelo art. 180410 do CC, tanto a aceitação quanto a renúncia depois de

aceita ou renunciada não pode mudar de idéia. Pode ceder os direitos hereditários.

A aceitação tácita é a mais comum.

A provocada - art. 180711 do CC: alguns credores podem aceitar a herança no lugar do

herdeiro. O herdeiro será chamado para se manifestar. Se o herdeiro não se manifestar, tem -se

por aceito.

9 Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança. 10 Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão. 11 Art. 1.807. O interessado em que o herdeiro declare se aceita, ou não, a herança, poderá, vinte dias após aberta a sucessão, requerer ao juiz prazo razoável, não maior de trinta dias, para, nele, se pronunciar o herdeiro, sob pena de se haver a herança por aceita.

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Há somente um caso quando é herdeiro legítimo e legatário. Nas hipóteses de quando

houver um encargo, se não quiser cumprir o encargo ter-se-a como renunciada a herança.

Deve ser feito por termo nos autos ou por escritura público. Tem que ser reduzida a termo

pelo escrivão.

A renúncia não pode ser feita por meio de petição com reconhecimento de firma.

Jurisprudência aceita duas formas de renúncia:

- abdicativa: não quer receber;

- translativa: em favor de outra pessoa. Na realidade não se trata de renúncia, e sim

cessão, pois vai incidir imposto causa mortes.

Efeitos da Renúncia:

1) Acrescer - na abdicativa - art. 181012, CC.

Há duas hipóteses em que os filhos do renunciante recebem:

- se o que renunciou era único herdeiro;

- se todos os demais herdeiros renunciaram.

2)Tornar o renunciante um estranho a sucessão - ninguém vai renunciar por ele.

Os atos de renúncia são irrevogáveis e irretratáveis.

Ex. situação comum nos tribunais:

João _______________ Maria (casados)

│ │ │

A B C (filhos)

Os filhos ABC renunciam em favor do monte (de quem herda), requerendo a

adjudicação à meeira. Aparece o Joãozinho (filho extraconjugal), o qual vai receber a herança

integral, porque a renúncia era em favor do monte. No momento em que renunciaram

deveriam ter cedido, porque teriam recebido e repassado a ela.

12 Art. 1.810. Na sucessão legítima, a parte do renunciante acresce à dos outros herdeiros da mesma classe e, sendo ele o único desta, devolve-se aos da subseqüente.

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Neste caso, é cabível a ação anulatória. E indenizatória contra o advogado, que assim

instruiu as partes.

4. Cessão e Direitos Hereditários:

Possibilidade de o herdeiro poder alienar antes do inventário.

Deve ser feito a partir da abertura da sucessão até a partilha, porque depois será

alienação.

Não pode ceder bem certo ou determinado.

Art. 1793, § 2°, § 3º13, CC - não foi aberto o processo de inventário.

Deve ser:

- Solene: por escritura pública. Não é levado ao registro imobiliário, porque não se sabe

o objeto. O formal de partilha sai em nome dos cessionários.

- Bilateral: vai ter o cedente e o cessionário (se sub-roga em todos os direitos e deveres

inerentes ao quinhão)

- Gratuito/ Oneroso.

- Aleatório: é um contrato de risco. Por exemplo: 90% do quinhão - por volta de 500

mil - aparecem credores de 300 mil - aquele que comprou por 500 mil não poderá reclamar a

diferença.

Antes de ceder para terceiros terá que oferecer aos demais herdeiros.

13 Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública. § 2o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. § 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.

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Para que a pessoa suceda, não há vinculação a capacidade civil. Exige-se que esteja pela

menos concebida.

5. Exclusão da Herança:

Indignidade Deserdação

Art. 181414, CC. Art. 196115, CC.

- Herdeiros legatários/ testamentários. Só herdeiros necessários

Prazo: 4 anos – abertura sucessão. Prazo: 4 anos – abertura do testamento

* depende de um testamento.

Perdem a aptidão de perder a herança. A exclusão da herança é uma pena civil aplicada

a alguém que pratique determinado ato que venha a ser definido na lei como ensejador dessa

exclusão.

►Indignidade:

Não basta que o herdeiro pratique a conduta, deve-se somar a pratica da conduta +

ação declaratória com carga eficácia declaratória que tenha uma sentença com trânsito em

julgado.

Enquanto não for declarado indigno é considerado herdeiro aparente, podendo

praticar atos de administração da herança que importem até alienação desta herança. Todos os

atos serão considerado válidos, protegido interesses de terceiros de boa-fé.

Ação declaratória de Indignidade:

- Não é automática.

14 Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade. 15 Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão.

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- Prazo decadencial de 4 anos contados da abertura da sucessão. Portanto entra-se com

ação e pede-se a suspensão até o resultado do processo crime.

- Legitimidade:

- Ativa: não prevista no CC. Cabia ao interessado. Atualmente a lei não refere

mais, entendendo que tem que demonstrar o interesse.

A legitimação do Ministério Público: enunciado que menciona que nas hipóteses que

possui interesse que sejam infringidas normas de ordem pública.

- Passiva: herdeiros legatários ou testamentários.

A pena não pode ultrapassar a pessoa do herdeiro. Os filhos do indigno podem receber

pelo direito de representação, já que ele será considerado como morto fosse. Caso os filhos

deste herdeiro tenham morrido, não retornam para ele.

O indigno não poderá administrar e nem usufruir dos bens.

Perdão é possível, porém, somente pode ser feito pelo próprio “de cujus”.

Hipóteses – art. 1814, CC:

Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro; III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da herança de dispor livremente de seus bens por ato de última vontade.

Trata-se de rol taxativo, não podendo ser ampliado. A violência do inciso III somente

se refere a inibição do autor testar.

Ação declaratória que teria legitimidade o MP seria somente na hipótese do inciso I.

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►Deserdação:

Também teremos uma ação, porém exige um testamento. Portanto, o autor da herança

terá que deixar um testamento apontando a causa que possa ser aplciada para retirar o direito

de herança a herdeiro necessário.

Só atinge herdeiros necessários.

Após morte essa causa deve ser provada pelos herdeiros. Caso naos eja provada ele irá

receber herança como se nada tivesse acontecido.

Efeitos iguais da indignação.

Causas: art. 1962 + art. 1963 + art. 1814 do CC (mais abrangente).

Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos descendentes por seus ascendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto; IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade. Art. 1.963. Além das causas enumeradas no art. 1.814, autorizam a deserdação dos ascendentes pelos descendentes: I - ofensa física; II - injúria grave; III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com o marido ou companheiro da filha ou o da neta; IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.

Prazo: 4 anos contados da abertura do testamento (4 anos do trânsito em julgado da

sentença confirmatória do testamento). Nota-se que todo testamento deve ser aberto em juízo

(a partir do art. 1.525 do CC).

6. Herança Jacente e Vacante:

1º fase – arrecadação: - visita a residência (Juiz tem que ir

pessoalmente);

- intimação MP + FP (Fazenda Pública);

- Nomeação curador.

2ª Fase – Publicidade - 3 editais;

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- 30 dias;

- 6 meses.

3ª Fase – Vacância: - 1 ano após o 1º edital

- sentença declaratória

Herança Jacente: A partir do art. 1819, CC e a partir do 252 do CPC.

Quando não há herdeiros.

1ª Fase:

Juiz terá que ir pessoalmente, acompanhado do escrivão.

A falta de comparecimento não gera a nulidade, mas a falta de intimação afeta a

validade.

O curador ficará responsável pela administração dos bens, como se fosse um gestor de

negócios. Deve prestar contas.

2º Fase:

Irá publicar 3 editais com 30 dias de prazo entre eles. E dentro de 6 meses os herdeiros

deverão comparecer.

Caso aparece receberá uma habilitação transformando o processo em inventário.

3º Fase:

Efeitos da sentença declaratória de vacância:

1) Os bens saem da administração do curador e passam a ser administrados pelo

Município (Lei 8049/90).

2) Os colaterais ficam excluídos não podendo pleitear qualquer direito.

3) Os credores ou herdeiros necessários só poderão pleitear eventual direito através de

ação direta (ação de cobrança, ação de execução e ação de petição de herança).

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4) Passados 5 anos da abertura da sucessão acrescidos da realização do procedimento

os bens passam a integrar o patrimônio do Município de forma definitiva.

A herança jacente e vacante são considerados pelo CPC como entidade de

personificação anômala, ou seja, não são nem pessoa jurídicas nem natural, mas podem ser

partes na relação processual - Art. 12, IV16, CPC.

Inovação do CC/02 se todos os herdeiros renunciarem a herança será declarado direto

herança jacente, sem o procedimento.

►Ação de petição de herança – art. 182417, CC:

Uma ação que busca direito sucessório do herdeiro, não comprovar a qualidade de

herdeiro, o qual obtém anteriormente ou concomitante (ação de investigação de paternidade

cumula com petição de herança).

Prazo para exercício dessa ação: 10 anos (prescricional) contados da abertura da

sucessão – regra. Caso não tinha conhecimento que era filho do falecido, conta-se a partir da

data do conhecimento desse fato.

Trata-se de uma ação universal que é o direito de herança.

Art. 1827, CC: O herdeiro pode demandar os bens da herança, mesmo em poder de terceiros, sem prejuízo da responsabilidade do possuidor originário pelo valor dos bens alienados.

Neste caso, o herdeiro que fica de fora, pode buscar o bem da herança no patrimônio

de terceiro, o qual pode buscar os seus direitos a quem vendeu para ele.

16 Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador. 17 Art. 1.824. O herdeiro pode, em ação de petição de herança, demandar o reconhecimento de seu direito sucessório, para obter a restituição da herança, ou de parte dela, contra quem, na qualidade de herdeiro, ou mesmo sem título, a possua.