Ponto a PontoSerenar os nossos corações e aproximá-los é uma das experiências que retratamos neste novo número do Ponto a Ponto, o último de 2013. A BK pôde levar a sua a mensagem a corações de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, palco no começo deste ano de acontecimen-tos que despertaram a compaixão e fraternidade no país inteiro e internacionalmente. Que (re)instalemos essa fraternidade definitiva-mente. Dá um pouco de trabalho, como comenta Ken O´Donnel na primeira matéria, A arte de conversar, mas vale a pena. Retratamos também outros passos dessa caminhada: os 25 anos da BK em Curitiba, atividades em Vitória e as programações com professoras internacionais em muitos lugares do Brasil. Feliz Ano Novo, Feliz Mundo Novo.

Ponto a PontoNotícias, insights e experiências da

Organização Brahma Kumaris (Brasil)

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A arte de conversarUm novo ano se aproxima, e completaremos, então, um ano mais de aprendizado. Desejamos um ano novo, ou vamos fazer um ano novo? Temos alguns doces desafios para isso. Ken O’Donnell, no artigo abaixo, propõe um desses doces desafios a você, essencial.

“Quantas vezes somos capazes de ter a conversa que realmente queremos com al-

guém próximo – uma conversa tal que possa limpar todos os detritos dos mal-enten-

didos e definir o caminho para um futuro mais claro? Conversar significa ver algo com

alguém. Se eu vejo as coisas de forma muito diferente do meu interlocutor, a comuni-

cação pode quebrar-se completamente.

Communicare em latim significa literalmente compartilhar o que é comum. A arte

da conversa significativa é baseada em ser capaz de estabelecer um terreno comum

com a pessoa com quem falo, independentemente de sua idade, origem cultural, social

ou educacional. Se não conseguir ou não fizer esse esforço, há um perigo real de a con-

versa tornar-se dois monólogos. Isso é especialmente importan-

te quando o resultado for crucial ou o tema for difícil.

Ao longo dos anos, tive a grande fortuna de poder visitar

quase 100 países, cobrindo muitas culturas e tradições. Eu pos-

so dizer definitivamente que as diferenças entre nós são bastan-

te superficiais. Temos muito mais em comum uns com os outros

do que imaginamos.

Fiz a pergunta “O que é importante em um bom relaciona-

mento entre dois seres humanos?” para os mais diversos públi-

cos - cientistas na Grécia, vendedoras na Argentina, índios na

Bolívia, trabalhadores na Índia, monges na Coréia. Invariavel-

mente, todos responderam o que você, leitor, provavelmente

está pensando no momento: respeito, confiança, honestidade,

empatia e assim por diante.

As mães amam e sofrem com seus filhos em qualquer lugar,

praticamente da mesma forma. Taxistas em Sydney, Istambul ou

Madrid ficam com raiva do mesmo jeito e, provavelmente, pe-

los mesmos motivos. As palavras podem ser diferentes, mas os

gestos são idênticos. Tanto o presidente como a recepcionista

que trabalham na mesma empresa querem ser felizes se puderem, querem amar e ser

amados, se possível, e tentam compreender e ser compreendidos. Afinal, ambos são

seres humanos antes dos papéis que desempenham.

Debaixo das cores da pele, credos, línguas e preferências, valorizamos e aspiramos de

uma maneira similar em todo o planeta. Eu só tenho que aprender a dar uns passos para

trás e ver o terreno comum onde eu possa me encontrar com outras pessoas como elas

são, sem preconceitos. Se não fizer isso, confusões e conflitos são o resultado frequente.

Ponto a Ponto

Particularmente, tenho que entender que a imagem da outra pessoa que eu carre-

go na minha mente, provavelmente, não é o que ela é. Eu falo com “minha” ela e ela fala

com o ‘seu’ eu. E nenhum de nós realmente conversa com o verdadeiro ser por detrás

destas imagens.

Quantas vezes minha visão pode ver por detrás de uma mente que é diferente da

minha, de um intelecto que funciona em outro nível que não o meu, e de um conjunto

de traços de personalidade que pouco têm a ver com os meus? Quantas vezes a alma do

lado de cá se conecta com a alma do lado de lá, de modo que o entendimento comum e

real possa ser compartilhado? Eis o desafio.”

Corações sendo tocadosSanta Maria

A Brahma Kumaris, que já vinha planejando realizar atividades na cidade desde o

final do ano passado, intensificou a atuação planejada, realizando uma série de even-

tos por iniciativa própria e a convite.

Patrícia Silva, do centro Brahma Kumaris em Porto Alegre, sede regional para o Sul

do Brasil, faz um relato:

“Em parceria com o grupo Educação pela Paz do RS, que atua junto ao Ministério

Público, a Brahma Kumaris e outras entidades vêm promovendo ações em diferentes

cidades no Estado para criação de uma cultura de paz. Desde novembro de 2012 pla-

nejava-se um encontro em Santa Maria para abril de 2013. Com o ocorrido em janeiro,

o desejo do grupo se intensificou encontrando na cidade um solo fértil para reflexões

de natureza espiritual.

Desde abril aconteceram diversas atividades deste movimento. A OBK ofereceu:

palestras públicas, workshop Vivendo Valores na Educação, Curso de Meditação Raja

Yoga e Autoestima. Na praça central conduziu meditação aberta à comunidade e fez

atendimentos individuais através do jogo Trilha da Calma sugerindo posturas para

uma vida preenchida de Paz e Calma.

Em paralelo a esta iniciativa a OBK foi convidada pela UFSM - Universidade Fede-

ral de Santa Maria, para conduzir uma palestra na aula inaugural, primeira após o aci-

dente. Muitos dos jovens envolvidos eram estudantes dali. Esse foi um dos momentos

mais marcantes da participação de nossa organização junto à população. O comentá-

rio dos professores ao final do evento foi de que ‘os corações dos estudantes haviam

sido tocados’.

A amizade entre Brahma Kumaris e Santa Maria tem crescido. O último evento

de grande projeção foi a palestra de Ken O’Donnell, coordenador da Brahma Kumaris

para a América do Sul, em 19 de setembro, que reuniu cerca de 150 pessoas, na qual ele

ganhou o título de cidadão ilustre da cidade. Autoridades locais como o prefeito Ce-

sar Schirmer, promotores e vereadores estavam presentes incentivando e gratificados

com o trabalho até então desenvolvido. Após isso, nova agenda já está programada

com cursos, workshops e práticas de meditação.”

Todos se recordam do acidente em Santa Maria-RS em janeiro deste ano, quando uma boate se incendiou causando grande número de vítimas, mais de 300 no total, 242 fatais, abalando a população local, de cerca de 260.000 habitantes segundo o Censo de 2011.

Ponto a Ponto

Curitiba 25 anos

Somos mídia, por isso devemos cuidar das nossas palavras

Com três palestras conduzidas pela coordenadora nacional, Luciana Ferraz, a Brah-

ma Kumaris comemorou com o público de Curitiba seus 25 anos de serviço na cidade.

Além de palestra aberta ao público, nas instalações da BK, palestras “Escolha a

Calma” foram realizadas na Secretaria Municipal de Trabalho e Emprego, para seus

colaboradores, com a presença da Vice-Prefeita e da Secretária do trabalho e Emprego;

e na FAS-Fundação de Ação Social, presidida pela primeira dama Márcia O. Fruet, para

um grupo de 200 colaboradores, inicialmente, e, a pedido de Da. Márcia, realizada no-

vamente para um novo grupo de outros 200 colaboradores da Fundação.

Denise é bacharel em filosofia e línguas modernas pela Universidade de Kent. Tra-

balhou na década de 70 na BBC e na Canadian Broadcasting em Londres, e dirigiu cerca

de 100 programas de TV e documentários sobre valores e espiritualidade.

Na ocasião, foi criado o “IVE Nordeste”, para ampliação da atividade do Instituto

na região.

Taíza Brito, jornalista com atuação no IVE, relatou assim o encontro:

“Sempre que o tema mídia entra em debate fala-se muito sobre a qualidade do

conteúdo produzido diariamente em rádios, TVs, jornais, internet. Muitos questionam

a qualidade do noticiário em função do grande espaço dado a notícias negativas.

Luciana Ferraz, coordenadora nacional da BK, conduzindo palestra para colaboradores da FAS – Fundação de Ação Social

Com essa visão e propósito em mente, o programa “IVE – Imagens e Vozes de Esperança”, realizou em setembro, um de seus “Diálogos”, desta vez em Olinda, com o tema “Construindo uma Mídia Consciente”, conduzido pela publicitária Nádia Rebouças e com a presença de Denise Lawrence, uma experiente professora internacional da Brahma Kumaris, praticante de meditação Raja Yoga há 39 anos.

Ponto a Ponto

No Diálogo Imagem e Vozes da Esperança, realizado em Olinda, no mês passado, os

participantes – jornalistas, publicitários, designers, músicos, relações públicas, entre

outros – também levantaram tal abordagem quando questionados sobre qual a mídia

que queremos.

Contudo, o debate foi além das reclamações sobre a

grande quantidade de veículos de comunicação e programas

que privilegiam conteúdos sensacionalistas.

A cearense Silvania Teixeira levantou um ponto impor-

tantíssimo: “Nós somos mídia, por isso devemos cuidar das

nossas palavras”. Com isso, a servidora pública da Secretaria

da Fazenda do Ceará, que tem como missão diária fazer co-

branças a devedores do fisco estadual, nos fez lembrar que

todos nós, independente de sermos profissionais de mídia,

somos comunicadores.

E se sonhamos com uma mídia mais construtiva, deve-

mos começar a agir no nosso dia a dia, mudando isso dentro

de nós. Afinal, se pululam notícias negativas, é por que ainda

há muita gente sintonizadas nelas.

E como fazer isso? Muitos dos participantes do evento

coordenado pela Brahma Kumaris em Olinda não são consu-

midores deste tipo de informação. Mas não basta isso ape-

nas.

Percebemos que o que transmitimos no dia a dia pode ser significativamente mo-

dificado. Seja no contato com a família, com amigos, colegas de trabalho e com a so-

ciedade em geral. Somos comunicadores ambulantes e podemos deixar de veicular o

negativo.

O que pode ser contagiante e ir se espalhando aos poucos. Nossos filhos, por exem-

plo, podem ser orientados a não consumir violência. Que é consumida de diversas

formas, quando permitimos que brinquem com armas de brinquedo ou que acessem

jogos violentos, só para citar algumas.

Há formas várias de transmitir o positivo! Dando um bom dia prazeroso, exibindo

um sorriso sincero, deixando de falar mal de outras pessoas ou de repassar notícias

sobre violência.

Trabalhando para estarmos sintonizados nesta dimensão, profissionais de comu-

nicação ou não, podemos colaborar com uma mídia construtiva. Que começa em nós!”

O IVE - Imagens e Vozes de Esperança é um projeto internacional que inspira pro-

fissionais de mídia a ter uma visão mais apreciativa e equilibrada dos acontecimentos

do mundo. Foi fundado em Nova York, em 1999, como uma iniciativa da Brahma Kuma-

ris World Spiritual Organization, do Center for Advances in Appreciative Inquiry e da

Visions of a Better World Foundation. O IVE é promovido globalmente pelo Images &

Voices of Hope e no Brasil pela Organização Brahma Kumaris.

Para saber mais sobre o IVE visite o site www.ive.org.br

A Brahma Kumaris é uma organização internacional que tem por objetivo a revalorização do ser humano para a construção de um mundo melhor. Com escolas em mais de 129 países, tem sua sede internacional na Índia. Não possui fins lucrativos e seu trabalho é mantido por servi-ço voluntário e contribuições espontâneas daqueles que se beneficiam dele.Mais informações: www.bkwsu.org/brasil - pontoaponto@br.brahmakumaris.org

"Experiências dos leitores”Compartilhe suas experiências sobre os temas tratados no Ponto a Ponto; poderão ser colocadas no site junto à publicação do boletim (se necessário, sumarizadas).

A c o n t e c e

Em Vitória

Em setembro, com 250 participantes, Ken O’Donnell realizou a palestra “Alinhando

consciência e ações – o futuro que queremos”, promovida pelo INDESP (Instituto de

Desenvolvimento Pessoal), no auditório da FINDES (Federação das Indústrias do Espí-

rito Santo) em Vitória -ES.

Luiza Lopes, organizadora do evento junto com Paulo Lopes, comenta: No públi-

co, gestores, diretores, empreendedores, servidores públicos e fãs das obras de Ken

O’Donnell, apreciaram uma noite tranquila sobre a relação de cada um de nós com o

planeta, com os outros, com nós mesmos e até com Deus.

O palestrante questionou sobre o que permitimos que a atualidade faça conosco e so-

bre nosso pouco exercício de autopercepção, incentivando a ideia de que talvez falte

‘voltar-se para si’ um pouco mais.”

Ken também conduziu o curso “Gestão Efetiva no Caos”, para cerca de 30 gestores, no

Indesp e deu uma entrevista na TV Vitória (clique aqui para ver).

Luiza complementa: “Ken O’Donnel é um palestrante dinâmico e estimulante bem

como um consultor extensamente experiente e fez com que os convidados refletissem

sobre o essencial, tornando a noite muito especial. Para você que esteve conosco e

para você que não teve a oportunidade de participar, confirmamos a presença do Ken

em Vitória no mês de março de 2014. Aguarde!”

Visitas internacionais

Todos os anos a BK do Brasil promove uma programação com experientes professores

internacionais. Em agosto passado, esteve entre nós a profa. Meera Nagananda, coor-

denadora da BK na Malásia e uma verdadeira “embaixadora espiritual”, com progra-

mações em Campinas, São Paulo e Salvador. Em agosto também, a professora Nalisha

Mehta, que desenvolve atividades para jovens na BK dos Estados Unidos. Em setembro

foi a vez da profa. Denise Lawrence, que tem coordenado várias atividades da BK ao

redor do mundo e atua no escritório internacional da BK em Londres, com uma intensa

programação em Serra Negra, Palmas, Fortaleza, Belém, São Luís, Olinda, Rio, Campi-

nas, Limeira e São Paulo.

Ken dialogando com participantes da palestra

Luiza e Paulo Lopes, do Indesp, organizadores do encontro, com o palestrante

A profa. Denise Lawrence pronunciando palestra na Casa de Privação Provisória de Liberdade II, em Fortaleza, para um grupo de detentos e agentes penitenciários, com a presença do diretor da casa e seu assessor.