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PONTO DE CULTURA CARIRIS DANÇA E VIDA:
Uma opção de crescimento educacional
José Alves de Oliveira Filho
Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal – UFPB
Alexandre Lyra Martins
Professor do Departamento de Economia – UFPB
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar as atividades desenvolvidas no Ponto de Cultura Cariris Dança e Vida, e verificar as principais repercussões dessa ação do Ministério da Cultura, nos seus componentes. Foi realizada uma pesquisa qualitativa, usando a técnica do questionário, sendo um tipo para os componentes, objetivo da pesquisa, outro para a Diretora, para levantamento dos dados do Ponto, ambos compostos de perguntas abertas e fechadas. Da investigação, concluiu-se que o Ponto de Cultura em estudo é para a sociedade local um dos principais equipamentos culturais, contribuindo decisivamente como atividade complementar para a manutenção das tradições locais e para a formação cultural das novas gerações locais.
Palavras-chave: Políticas culturais, Educação, Ponto de cultura.
1 INTRODUÇÃO
A cultura está presente no desenvolvimento dos grupos humanos, e sua
discussão nos auxilia a refletir sobre a nossa própria realidade social. Hoje, mais do que
em décadas passadas este aspecto fica ressaltado, visto que ela está intrinsecamente
associada à educação, à formação escolar e ao desenvolvimento sustentável. De acordo
com Turino (b) (2007): “temos uma concepção abrangente de cultura; a consideramos
não apenas como expressão artística, mas também como direito a cidadania, expressão
de identidade e de valorização econômica”.
No Brasil, a cultura é uma das expressões populares mais relevantes uma vez
que a sociedade, agrária ou industrial, convive com manifestações diversas em todas as
2
regiões do país desde sua origem. O povo brasileiro é um povo rico culturalmente, mas
paradoxalmente, as tradições culturais freqüentemente são relegadas a segundo plano
pela população ou pelo Estado, comprometendo a imagem da identidade nacional,
regional ou local para as próximas gerações.
O aspecto social da cultura, entretanto, não esgota sua importância. O
desenvolvimento recente da humanidade e a tendência à globalização em função das
facilidades tecnológicas tornam a cultura também área de interesse da própria economia,
tal o aumento de sua dimensão na atividade produtiva moderna. De acordo com Porta
(2008), a economia da cultura é um dos sub-setores da economia que mais cresce na
atualidade, respondendo por cerca de 7% do PIB mundial.
Tendo como referência o papel crescente da cultura na sociedade e na economia,
o setor público tem despertado para o acompanhamento e intervenção nessa atividade de
forma a direcionar, disciplinar e preservar importantes manifestações artísticas locais
representativas da identidade do povo brasileiro que eventualmente possam estar caindo
no esquecimento em virtude da valorização da produção cultural industrial de massa.
O presente estudo tem como objetivo geral estudar a iniciativa de política
pública, ‘ponto de cultura’, mais especificamente o Ponto de Cultura Cariris Dança e
Vida iniciado pelo Grupo de Cultura ‘Os cariris’, realizando uma análise descritiva da
ação e demonstrando seus efeitos sobre os integrantes desse grupo de dança. Além do
objetivo principal, o estudo tem por objetivo específico desenvolver um breve
retrospecto das políticas culturais realizadas no Brasil.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A cultura é um aspecto fundamental da identidade de um povo, diz de suas
origens e suas manifestações e da forma como as pessoas se relacionam entre si e se
relacionam com a natureza, conferindo uma unidade social que a distingue de outras
sociedades. A existência de várias culturas reforça a criatividade humana, a vastidão das
possibilidades de interpretação humana acerca da realidade e a diversidade dos
povos. Amartya Sem (2000) apud Reis (2009) identificou essa relevância do fator
cultural e colocou a cultura no mesmo patamar da educação como elementos cruciais
para o alcance do verdadeiro desenvolvimento humano, que um mero IDH não
consegue auferir. De acordo com ele, conjuntamente com a educação, a cultura
3
proporciona o real exercício da liberdade, que é requisito para desfrutar de uma
produção cada vez mais abundante (REIS, 2009, p. 34 e 35). Só com uma aguçada
compreensão cultural os cidadãos têm a capacidade de escolha plena, considerando seus
valores acima dos valores de mercado, tornando possível a convivência do novo e o
velho, o local e o internacional sem a ação destrutiva de uma das partes. Esta
perspectiva será o norte deste trabalho, da cultura como elemento fundamental para o
crescimento humano, da consciência, do nacionalismo, do bem-estar e da cidadania.
Um dos grandes desafios para a educação brasileira, ainda hoje, é colocar a
cultura como uma da suas dimensões estruturantes. De acordo com BRASIL (a) (2007,
p. 40): “A repercussão dos saberes culturais no sistema de saber formal é uma novidade
que pode repercutir imensamente na atratividade da escola, na sua qualidade em
produzir cidadãos conscientes da realidade local e universal.”
Cárdenas (1981, p. 77, 83) que estuda uma dança folclórica, no caso o frevo,
utilizada como estratégia para o crescimento educacional, nos mostra que através dessa
manifestação popular, o educando pode desenvolver: conhecimento da sua realidade,
realizando-se como pessoa (valor folclórico); desenvolvendo a solidariedade e
cooperação (valor moral); estimulando as funções mentais (a atenção, a imaginação, a
memória – valor mental) e o raciocínio (valor intelectual); além de favorecer as relações
interpessoais (valor social); restaurar o equilíbrio pessoal (aliviando tensões; valor
recreativo); e perpetuar as idéias e costumes através de gerações (valor cultural).
2.1 Políticas culturais no Brasil
A história das políticas públicas para cultura no Brasil é relativamente recente e
atribulada, com avanços e retrocessos. De acordo com o portal do MEC (MEC, 2011),
apenas na gestão de Getúlio Vargas, em 1930 é que a cultura passou a ser objeto da
gestão pública no Brasil. Só em 1953, entretanto, a cultura ganhou espaço em um
ministério, (o Ministério da Educação, que passou a chamar-se Ministério da Educação
e Cultura – MEC), e em 10 de abril de 1981 foi instituída a Secretaria de Cultura do
MEC, sob orientação de Aloísio Magalhães. Em 1985 afinal foi criado o Ministério da
Cultura, sendo o primeiro ministro da cultura o paraibano Celso Furtado, e desde então,
alguns Estados e municípios criaram órgãos para realizar política cultural local.
4
Durante este período destacam-se as seguintes iniciativas: a instituição da
primeira Lei de Incentivos Fiscais para financiamento da cultura, a Lei Sarney (1986),
como também a criação de vários órgãos, tais como Apoio a Produção Cultural (1986),
Fundação Nacional de Artes Cênicas (1987), Fundação do Cinema Brasileiro (1987),
Fundação Nacional Pró-Leitura (1987), que abrigou a Biblioteca Nacional e o Instituto
Nacional do Livro, além da Fundação Palmares (1988).
O Ministério da Cultura foi transformado em Secretaria em 1990 por Fernando
Collor de Melo, que tinha como Secretário da Cultura Sérgio Paulo Rouanet. Neste
momento foi extinta a Lei Sarney, sendo criada a Lei Rouanet, em vigor até os dias de
hoje. Na gestão de Itamar Franco a secretaria voltou a ser Ministério (1993) e a Lei
Rouanet foi reformulada na gestão do governo Fernando Henrique Cardoso. Entre as
ações implementadas por este último, temos o Programa Monumenta, direcionado ao
patrimônio natural, como também a sanção do Decreto 3.551 de 04 de agosto de 2000,
que instituiu o registro de bens de natureza imaterial como também foi criado o Registro
Nacional do Patrimônio Imaterial.
Com a posse do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Gilberto Gil no
Ministério da Cultura a cultura brasileira inicia um novo ciclo de recuperação de sua
grandeza, sendo delineadas e elaboradas ações para construção de uma política cultural
com a participação da sociedade nas decisões desta política. Entre as várias diretrizes do
governo Lula, podemos destacar:
... as dimensões sociais, democráticas e nacionais da cultura; a cultura como direito social básico; a cultura como política pública para o desenvolvimento e a democracia; a cultura como ativo econômico; a cultura como política de Estado; a gestão democrática da cultura; o direito à memória; a interação entre cultura e comunicação; o caráter transversal da cultura na contemporaneidade; a implantação do sistema nacional de cultura. (TURINO, 2011 ).
Entre as iniciativas implementadas pelo governo Lula, destacam-se os
seguintes programas: Engenho das Artes; Monumenta; Brasil - Patrimônio Cultural;
Museu, Memória e Cidadania; Livro Aberto; Identidade e Diversidade Cultural – Brasil
Plural; Desenvolvimento da Economia da Cultura (PRODEC) e o Programa Arte,
Cultura e Cidadania – Cultura Viva.
5
2.2 Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – Cultura Viva
Na perspectiva de potencializar as culturas locais, foi criado pelo Ministério da
Cultura (MinC) e regulamentado pelas Portarias MinC nº 156 e nº 86, de 06 de julho de
2004 e 18 maio de 2005, respectivamente, o Programa Educação, Arte, Cultura e
Cidadania, sendo renomeado para Programa de Arte, Educação e Cidadania – Cultura
Viva. Hoje se apresenta com o nome de Programa Nacional de Cultura, Educação e
Cidadania – Cultura Viva doravante denominado aqui apenas como ‘Cultura Viva’.
O Programa Cultura Viva tem como perspectiva o fortalecimento do
protagonismo cultural da sociedade brasileira através do incentivo, preservação e
promoção da diversidade cultural da sociedade brasileira, levando-se em consideração
os seguintes objetivos:
ampliar e garantir o acesso aos meios de fruição, produção e difusão cultural; identificar parceiros e promover pactos com diversos atores sociais governamentais e não governamentais nacionais e estrangeiros, visando a um desenvolvimento humano sustentável, tendo na cultura a principal forma de construção e expressão da identidade nacional, a forma como o povo se reinventa e pensa criticamente; incorporar referências simbólicas e linguagens artísticas no processo de construção da cidadania, ampliando a capacidade de apropriação criativa do patrimônio cultural pelas comunidades e pela sociedade brasileira como um todo; potencializar energias sociais e culturais, dando vazão à dinâmica própria das comunidades e entrelaçando ações e suportes dirigidos ao desenvolvimento de uma cultura cooperativa, solidária e transformadora; fomentar uma rede horizontal de transformação, de invenção, de fazer e refazer, no sentido de geração de uma teia e significações que envolvem a todos; Estimular a exploração, o uso e a apropriação dos códigos de diferentes meios, linguagens artísticas e lúdicas, nos processos educacionais bem como a utilização de museus, centros culturais e espaços públicos em diferentes situações de aprendizagem, e o desenvolvimento de uma reflexão crítica sobre a realidade na qual os cidadãos se inserem; promover a cultura enquanto expressão e representação simbólica, direito e economia. (MinC)
Devido ao seu caráter de resgate da promoção da cidadania, nenhuma ação é
imposta pelo mesmo e sim, desenhada e articulada com a sociedade. Segundo o
Ministério da Cultura, seu público alvo é:
populações de baixa renda, habitantes de áreas com precária oferta de serviços públicos, tanto nos grandes centros urbanos como nos pequenos municípios; adolescentes e jovens adultos em situação de vulnerabilidade social; estudantes da rede básica de ensino público; professores e coordenadores pedagógicos da educação básica; habitantes de regiões e municípios com grande relevância para a preservação do patrimônio histórico, cultura e ambiental brasileiro; comunidades indígenas, rurais e remanescentes de quilombos; agentes culturais, artistas e portadores, pesquisadores, acadêmicos e militantes sociais que desenvolvem ações de combate à exclusão social e cultural (MinC).
6
Inicialmente as ações potencializadas no Programa foram: Cultura Digital,
Agente Cultura Viva, Escola Viva, Ponto de Cultura e Ação Griô. Hoje outras ações se
incorporaram ao programa: Pontinho de Cultura, Cultura e Saúde, Ponto de Mídia Livre
e Pontão. Aqui será estudada uma destas ações, o Ponto de Cultura, colocando em
destaque o Ponto de Cultura Cariris Dança e Vida.
2.3 Ponto de Cultura
O Ponto de Cultura é um programa construtivista e tem como finalidade
principal potencializar as ações culturais já existentes nas comunidades que
desenvolvem atividades direcionadas a arte, cultura, educação, cidadania e economia
solidária, servindo de indutor para a construção continuada da autonomia e do
protagonismo, através de uma gestão compartilhada e transformadora entre o Estado e a
sociedade.
Dentro do programa, cada ponto de cultura se apresenta como uma célula
individual, visto que, dependendo da sua especificidade pode apresentar diversidade nas
suas instalações físicas, programação e atividades. Para ser efetivado como ponto de
cultura, a entidade deve ser selecionada através de um edital público do MinC, sendo
disciplinado em um convênio todos os direitos e deveres das partes. Conforme quadro
abaixo, desde a criação do Programa em 2004 podemos observar a sua importância
econômica para a sociedade:
QUADRO 1
BRASIL. RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS DESTINADOS AOS PONTOS DE CULTURA E QUANTIDADE DE PESSOAS CAPACITADAS COM A AÇÃO ENTRE 2004 E 2009.
Ano Recursos Orçamentários
Pontos de Cultura
apoiados**
Pessoas capacitadas: com freqüência
regular e esporádica**
2004 R$ 14.899.029,00 0 0
2005 R$ 67.845.311,00 442 1.458.600
2006 R$ 50.977.644,00 642 2.118.600
2007 R$ 158.585.301,00 742 2.448.600
2008 R$ 141.943.722,00 2.466 8.137.800
2009* R$ 130.183.000,00 2.372 6.550.000
*Até outubro de 2009, ** Com o término de convênios realizados com Pontos de Cultura, o total de Pontos de
Cultura Apoiados passou a decrescer a partir de agosto de 2009, voltando a aumentar exponencialmente desde o
final do ano com a incorporação dos novos Pontos de cultura em processo de cadastramento e gerenciados em
parceria com Estados e Municípios, tendo como meta chegar aos 3.000 Pontos de Cultura em 2010.
*** Fonte: Pesquisa "Avaliação do Programa Educação Cultura e Cidadania - Cultura Viva", IPEA/FUNDAJ
7
De acordo com o Ministério da Cultura, em abril de 2010, já existiam 2.500
Pontos de Cultura efetivados em 1.122 cidades brasileiras.
2.4 Ponto de Cultura Cariris Dança e Vida
O Ponto de Cultura Cariris Dance e Vida originou-se da incorporação de uma
organização cultural do nosso município, denominada Grupo de Cultura Os Cariris ao
Programa Cultura-Viva, do Ministério da Cultura, em 2005. Inicialmente, foi enviado
ao referido ministério um projeto satisfazendo as condições necessárias do edital
público para a implementação de pontos de cultura, o qual foi aprovado, sendo
estabelecido um convenio, para delimitar os direitos e deveres de cada uma das partes.
O ponto foi contemplado em três parcelas, a primeira de cinqüenta mil reais, a segunda
sessenta mil, e a terceira de setenta mil reais.
Dentre as práticas sócio-educativas implementadas no ponto, podemos destacar:
oficinas de dança, aulas e oficinas de música, produção e circulação de shows, escola de
futebol, cursos de informática (para esta ação foram disponibilizados pelo Programa
Cultura Viva três computadores), palestras, exibições de filmes sobre temas que
contribuem para o crescimento da cidadania e auto-estima.
O Grupo de Cultura Os Cariris foi fundado em 17 de abril 1988, com o objetivo
de pesquisar, resgatar e divulgar a cultura brasileira principalmente a cultura popular
nordestina através de suas danças, conservando a originalidade do passo, da música, da
indumentária e da coreografia. Participou de vários festivais nacionais e internacionais,
com destaque para o XXI Festival Internacional de Folclore de Saints, na França.
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa é do tipo aplicada, também chamada de pesquisa empírica,
visto que, para sua realização houve o deslocamento do pesquisador ao local onde foram
coletados os dados através de questionários. Trata-se de um estudo de caso descritivo do
impacto do Ponto de Cultura Cariris Dance e Vida em seus componentes no ano de
2011. A presente pesquisa foi antecedida da construção de um referencial teórico para
orientar a análise do tema abordado, que envolveu uma pesquisa bibliográfica em
materiais acadêmicos e institucionais da área em questão.
8
O estudo desenvolvido sofreu limitações basicamente de duas ordens. A
primeira é temporal, relativa ao tempo disponível (4 meses) para a elaboração do
trabalho, que no caso, é de conclusão de curso. A segunda é relativa às fontes
bibliográficas, uma vez que as bibliotecas e livrarias disponíveis são poucas, restando a
internet como meio para expandir, em termos, as alternativas de acesso a referências.
3.1 Local de estudo e universo da pesquisa
A presente pesquisa foi realizada no Ponto de Cultura Cariris Dança e Vida com
os componentes e com a diretora do mesmo, no município de Taperoá - PB, durante o
período de 07 a 11 de novembro de 2011. A população é composta de todos os
componentes do grupo, sendo portanto o universo igual a população, que é composta
por cinqüenta componentes.
3.2 Instrumento, coleta e análise dos dados
Os dados foram coletados através de uma pesquisa de campo qualitativa e foi
utilizada a técnica do questionário. O instrumento de coleta de dados elaborado foi
composto de perguntas abertas e fechadas, explorando as questões pertinentes ao estudo
e foram respondidas sem a presença do pesquisador. Foram elaborados dois
questionários, sendo um para os componentes do ponto de cultura (APÊNDICE A), com
nove perguntas (contendo quatro perguntas fechadas dicotômicas e cinco abertas, onde
os componentes do grupo puderam expor suas opiniões) e um outro para a coordenadora
do ponto de cultura (APÊNDICE B), constando dezesseis perguntas (três fechadas
dicotômicas e treze abertas).
Para que os dados fossem coletados, foi necessário dirigir-se à sede provisória
do Ponto de Cultura para a entrega dos questionários. Foi aproveitado o horário onde
todos os componentes estavam reunidos para participarem dos ensaios das danças do
ponto, nesta ocasião foi explicado a todos a finalidade e a importância do questionário,
tanto para a pesquisa, como para o grupo, como também foi determinado o dia de
entrega dos questionários respondidos, 16 de novembro de 2011. Esta data foi
determinada levando-se em consideração a viagem do grupo para participar no Festival
Internacional do Folclore, dia 12 de novembro de 2011, na cidade de Recife – PE.
9
Depois da coleta de dados, estes foram tabulados e classificados, sendo
analisados e interpretados através da elaboração de estatísticas simples relativas a cada
item, enfatizando as respostas mais freqüentes e as menos freqüentes.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Diante das informações prestadas pela Diretora do ponto, os jovens constituem
os atores principais do nosso estudo tendo em vista que a faixa etária dos componentes
do mesmo é predominante 10 a 20 anos. Grandes são as dificuldades dos jovens,
principalmente do interior, para o preenchimento do seu tempo livre, já que,
normalmente, não existe disponibilidade de equipamentos culturais e esportivos nestes
municípios, assim os jovens procuram se engajar em grupos de dança e agremiações
esportivas, o que pode ser comprovado pela grande procura pelo ponto e engajamento
dos componentes.
De acordo com a figura 1, a maioria dos jovens que procuram o ponto de cultura
para preencher o tempo livre, escolhendo como atividade principal, a dança (40%, das
respostas dadas à pergunta: Por que você ingressou no Ponto de Cultura?). (fig. 01).
Conforme MARQUES (2007, p. 19), “... em relação aos múltiplos significados,
relações, valores pessoais, culturais, políticos e sociais literalmente incorporam às
nossas danças”, fatores que contribuem no desenvolvimento da educação e da
autoestima de todos que compartilham dela, de forma que aciona mecanismos de
integração social e absorção cultural para além do que os dançarinos enxergam de
imediato.
Além da dança, os outros motivos citados para a procura pelo ponto estão bem
distribuídos, mas ainda houve espaço para respostas que dão uma dimensão social maior
à atividade, como a seguinte: “porque eu vi que aquilo poderia mim ajudá muito,
também poderia também mim tirar e tirar os outros de vários vícios” (SIC). Numa
sociedade corroída por drogas e que dá pouca atenção à formação integral de seus
cidadãos, atividades sócio-educativas assumem papel de formação complementar em
relação ao sistema formal de ensino.
10
Figura 1 - Motivos para ingressar no Ponto de Cultura.
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
Conforme a figura 02 vemos que os componentes do ponto de cultura tinham
como as principais expectativas: conhecer pessoas, conhecer cidade e participar da
atividade artística existente dentro do ponto de cultura, a dança. Fatores que contribuem
para preenchimento das carências dos jovens, o conhecimento e o relacionamento o que
pode desencadear estímulos para um melhor rendimento escolar.
40%
3%6%3%3%
6%3%
9%
3%
3%
12%
3%
3% 3%
Dançar Por causa da indumentária
Convite da direção do grupo Vontade de participar de um grupo
Tirar do vício Oportunidade de trabalho
Fazer amizade Já participava do grupo original
Aprender futebol Para viajar com o grupo
Aprender conhecimentos culturais Pela beleza do grupo
Porque achava o grupo importante Outros
11
Figura 2 – Expectativa dos componentes antes de ingressar no Ponto de Cultura.
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
As respostas para a próxima pergunta revelam que as expectativas dos
componentes foram atendidas, de forma que a atividade está correspondendo aos
anseios dos integrantes em relação à participação. Esta satisfação se deve ao fato da
atividade agregar fatores que os jovens procuram, como relacionamento, cooperação e
solidariedade. Ao se engajar, vê que o grupo oferece mais que isso, adicionando
diversos conhecimentos através das informações recebidas e do contato com outras
culturas, por meio das apresentações realizadas em outros municípios do país e fora
dele. O desenvolvimento educacional daí decorrente está em consonância com o que
foi dito por GIFFONI (1964, p. 21):
O adolescente, que emprega o tempo em atividades múltipas, encontra na dança não só alegria e satisfação, mas ensejo de poder iniciar a sua vida social. A dança traz-lhe prazer funcional, isto é, alegria com a sua prática, além de resultados satisfatórios na fase de afirmação pessoal que atravessa. Faz desaparecer as brumas mentais em que se envolve, facilitando-lhe as relações sociais, variadas e educativas”.
21%
13%
31%
8%
5%
5%
3% 8%
3% 3%
Conhecer pessoas Conhecer cidades
Dançar Ser valorizado
Nenhuma Aprender cultura
Jogar fultebol Estudar
Fazer curso de computação Participar das festas
12
Figura 3 – Efetivação das expectativas dos componentes dentro do Ponto de Cultura.
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
Em relação à posição da família frente à participação de um membro, geralmente
dependente, nas atividades do ponto, conforme a figura 4 a seguir, pode ser observado
que as famílias aprovam a realização da atividade, o que é confirmada pela
coordenadora, que diz que o ponto é considerado pelas famílias como um “suporte
extra, no sentido de que seus filhos estão fazendo uma atividade que contribui direta ou
indiretamente para o seu crescimento pessoal”. Esta aprovação é a confirmação de que a
atividade representa uma alternativa positiva à ociosidade na medida em que trabalha a
valorização das tradições locais, representando um elo de ligação na comunicação,
muitas vezes delicada, entre as gerações mais velhas e as mais novas.
A oferta de atividades sócio-culturais e educativas como o ponto de cultura é
dever do Estado, que deve preencher construtivamente o tempo dos jovens, e sua
aprovação indica que ela está sendo bem executada; o que poderia não ocorrer.
Estudiosos já constataram a necessidade dessas iniciativas no sentido de promover a
coesão social, no caso, em torno da cultura como elemento de identidade social, como
afirma Araujo (2010, p. 54), sobre o tema: “Periferias de grandes cidades, pequenos
municípios e favelas sofrem com a ausência de opções de cultura e lazer, o que aumenta
os riscos de desagregação social, dada a precariedade dos mecanismos de socialização,
76%
3%
21%
Sim
Não
Não respondeu
13
sejam eles estruturais, como os mercados de trabalho, que se tornam cada vez mais
segmentados ou pouco dinâmicos, como a ausência de espaços de troca e convívio”.
Figura 4 – Posição da Família quanto a participação dos familiares no Ponto de Cultura.
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
No que diz respeito às preferências dos que procuram o ponto, foram observados
dois aspectos, a procura e a satisfação com a prática da atividade. Do ponto de vista da
procura, verifica-se por meio da figura 5, que em relação á frequência nas atividades
promovidas, a maior procura recai também sobre a dança, com 55% das respostas. Em
segundo lugar aparece uma atividade recreativa, o futebol, com 24% das respostas, e só
em terceiro vai surgir uma atividade de aprendizado formal, que é o curso de
computação (com 24% das respostas). Este quadro pode não ser o ideal, porém há de se
ponderar que a oferta de cursos de informática está disseminada e possivelmente os
integrantes tem outras oportunidades de obter esse conhecimento, de forma que o fato
de atividade central ser o foco das atenções é um mérito do projeto.
Em relação à satisfação com a prática das atividades, como pode ser visto na
figura 6, a dança também se destaca com o maior percentual das respostas (49%
66%7%
14%
4%3%
3% 3%
Gostam Independem
Para se densenvolver Para melhorar a disciplina
Tornar-se mais educado Melhorar na escola
Conhecer a cultura
14
declararam ser esta atividade a que mais gostam de realizar), superando a escolinha de
futebol (com 21% das respostas), o curso de computação (17%) e até as viagens com o
grupo (citadas por 11 % dos integrantes como a atividade que mais dá prazer). Esta
satisfação reflete dois aspectos: o prazer da dança coletiva como atividade lúdica que
gera bem estar ao ser humano e o prazer da reafirmação da identidade nacional/regional,
que remete ao bem estar mental, do ser inserido plenamente em seu meio social. As
respostas mostram que a atividade cultural pode ser prazerosa, desde que bem planejada
e executada, dimensionada e direcionada corretamente a um público-alvo.
Figura 5 – Atividades que os componentes mais participam do Ponto de Cultura.
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
Figura 6 – Atividades que os componentes mais gostam dentro do Ponto de Cultura.
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
24%
55%
2%
14%
5%
Futebol
Dança
Música
Curso computação
Estudos
21%
49%
17%
2% 11%Futebol
Dança
Curso computação
Música
Viajar com o grupo
15
Em relação ao retorno dos componentes no que diz respeito ao desenvolvimento
educacional proporcionado pela atividade, os dados obtidos mostram que a maioria
absoluta dos integrantes (93%) acredita que essa é uma conseqüência da atividade. O
projeto contribui com a formação dos participantes não só por meio das informações
culturais repassadas, mas também através das escolinhas que funcionam paralelamente à
atividade principal, sempre de forma complementar ao ensino formal. Pesquisadores
têm ressaltado a perspectiva de uma educação escolar mais democrática e participativa
para a formação de indivíduos conscientes, em que a escola dialoga com a sociedade,
como afirma, por exemplo, Sales (2010), é a construção de um ambiente educador onde
devem ser observados e implementadas as potencialidades de caráter, físico, intelectual,
afetivo e artístico, incentivando a troca de conhecimento, levando em consideração
diversidade ao mesmo tempo que haja respeito às opiniões e anseios dos estudantes e
que lhe sejam oferecidos espaços aconchegantes dentro deste ambiente, para que se
possa realizar atividades artística e físicas.
Figura 7 – Atividades educativas dentro do Ponto de Cultura contribuem para o Desenvolvimento Educacional.
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
Vários são os fatores que contribuem para o desenvolvimento do ser humano,
entre eles a autoestima. De acordo com Branden(1988, p. 22), “autoestima é: confiança
em nossa capacidade de pensar, confiança em nossa habilidade de dar conta dos
desafios básicos da vida; confiança em nosso direito de vencer e sermos felizes, a
sensação de que temos valor, e de que merecemos e poderemos afirmar nossas
93%
7%
Sim
Não
16
necessidades e aquilo que queremos, alcançar nossas metas e colher os frutos de nossos
esforços”. No que toca à contribuição do ponto para a autonomia dos componentes, que
remete ao crescimento na autoestima dos mesmos, 83% declaram reconhecer que a
atividade melhora a autoestima individual, algo relevante quando se contextualiza
espacialmente a ação, o interior nordestino, lugar de poucas oportunidades e movimento
social e econômico, em que a baixa autoestima é a regra.
Figura 8 – Atividades desenvolvidas dentro do Ponto de Cultura contribuem para melhorar:
8.1 – Autoestima
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
A pesquisa constatou também que 90% dos componentes acreditam que o a
participação nas atividades do ponto proporciona uma melhora no comportamento.
Conforme Ferreira (1994), “ comportamento é o conjunto de atitudes e reações do
individuo em face ao meio social”. O ponto cobra disciplina, pontualidade, respeito
mútuo e comprometimento, valores que colaboram para um comportamento proativo
dos componentes, ajudando a fazer mudanças, produzir e a tomar atitudes de modo
individual, levando em consideração qualidades morais que contribuem para a formação
do caráter: o espírito de solidariedade e cooperação; a disciplina e o senso de
responsabilidade, como afirmou a coordenadora do ponto: “eles encontram no ponto
muitas vezes o que não tem em casa, como disciplina, horário e responsabilidades.
Além da possibilidade de convívio com outras pessoas de diferentes perspectivas”.
83%
17%
Sim
Não respondeu
17
8.2 – Comportamento
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
76% das respostas dadas pelos componentes à pergunta: as atividades
desenvolvidas dentro do ponto de cultura contribuem para melhorar o relacionamento?
Foram afirmativas, confirmando Cárdenas(1981, p. 82), quando diz que a dança
“contribui para a formação de uma mentalidade democrática tão reclamada pela
civilização de nossa época. Desenvolvendo o intercambio social, a camaradagem e o
espírito de crítica construtiva, como alguém afirma que enquanto as pessoas se
encontram em um estado de unificação social completa o grupo que dança sente e reage
como um só organismo” e Giffoni (1981, p. 17) ao afirmar que “o companheirismo está
presente em toda a dança, levado por um desejo de sucesso de todo o grupo, na
perfeição do conjunto, em que o auxilio mutuo se faz indispensável”. Este
relacionamento reflete em todos os ambientes em que os componentes do Ponto de
Cultura participam, principalmente nos ambientes escolares, sendo considerados
modelos para muitos outros jovens.
90%
10%
Sim
Não respondeu
18
8.3 – Relacionamento
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011. Devemos registrar o significativo reconhecimento dos componentes do grupo no
que diz respeito à contribuição da atividade na melhora do desempenho escolar. Pelas
respostas coletadas, 90% dos componentes reconheceram que as atividades
desenvolvidas no ponto de cultura contribuem para o desempenho escolar, enquanto
apenas 7% disseram que o ponto não afetou seu desempenho escolar (3% não soube
responder). Esse impacto é indireto, porém forte na medida em que os inscritos no
ponto de cultura desenvolvem principalmente dois aspectos fundamentais para a
educação: a disciplina e a concentração.
8.4 – Desempenho escolar
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
76%
7%
17%
Sim
Não
Não respondeu
90%
7%3%
Sim
Não
Não respondeu
19
Por fim, também foi elevado o percentual dos componentes que declararam
conseguir cumprir todas as tarefas propostas no ponto. De acordo com os questionários
aplicados, 90% dos componentes do ponto de cultura conseguem realizar todas as
tarefas a eles determinadas e isto pode ser atribuído ao estimulo e ao senso de
responsabilidade que o projeto proporciona.
Figura 9 – Os componentes conseguem realizar as tarefas do Ponto de Cultura.
Fonte: pesquisa de campo própria, 2011.
5. CONCLUSÃO
O Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – CULTURA VIVA, é
uma política pública governamental na área da cultura, que visa potencializar as
atividades artísticas que já existem em casa município, guardando respeito a
diversidade. Esta é sua marca no estudo de caso aqui empreendido, uma vez que
absorveu um tradicional grupo de dança local. O Ponto de Cultura é uma das ações do
programa, nele são construídos conceitos para uma gestão compartilhada,
transformadora e participativa entre o Estado e a sociedade, de um modo democrático.
Neste contexto, são ressaltados valores tais como, autonomia, protagosnismo.
Na perspectiva da promoção do ser humano e na tentativa de diminuir as
desigualdades existentes na sociedade, surgiu o Ponto de Cultura Cariris Dança e Vida,
que é uma célula do Programa Cultura Viva, localizado em Taperoá – PB, quando foi
90%
7%3%
Sim
Não
Não respondeu
20
selecionado pelo Ministério da Cultura, uma manifestação artística existente na cidade,
o Grupo de Cultura Os Cariris. O presente trabalho procurou apresentar o referido ponto
de cultura e estudar as influencias das atividades desenvolvidas dentro do ponto nos
seus componentes. Percebeu-se de maneira geral a boa aceitação da atividade perante o
grupo, que tinha boas expectativas em relação ao grupo, que foram confirmadas após a
entrada do componente. A atividade preferida dos inscritos é a atividade foco do ponto,
a dança, e essa também é a que confere mais satisfação aos componentes.
No que diz respeito aos impactos, a maioria dos integrantes reconhecem a
importância do ponto na disseminação de valores como auto-estima, relacionamento e
bom comportamento. Além disso, a maioria absoluta reconhece que as atividades
envolvidas contribuem decisivamente para o desenvolvimento educacional.
Tendo em vista a quase inexistência de políticas públicas governamentais,
federal, estaduais e municipais, que atendam aos anseios dos jovens, principalmente do
interior, nota-se que outro fator de destaque do ponto é sua importância do ponto para a
sociedade, reconhecida na pesquisa pela aprovação das famílias à participação de
membros dela. Podendo ser colocado como um dos principais equipamentos culturais
do município, com alto grau de aceitação social, o que torna um referencial para as
famílias quando da procura de meios para ocupação do tempo ocioso dos seus filhos.
José Alves de Oliveira Filho. Graduado em Administração com o título de bacharel na
Universidade Estadual do Nordeste (atual Universidade Estadual da Paraíba – UEPB) e em
Engenharia Civil na Universidade Federal da Paraíba – UFPB (atual Universidade Federal de
Campina Grande – UFCG). Funcionário Público Municipal – Taperoá – PB.
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PORTA, Paula. Economia da Cultura: Um Setor Estratégico para o País. Disponível em:http://www.cultura.gov.br/site/2008/04/01/economia-da-cultura-um-setor-estrategico-para-o-pais/. Acesso em: 06.10.2011.
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Salto para o Futuro: Ensino Fundamental/Secretaria de Educação a Distância. (Série de Estudos. Educação a Distância. V.8). Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999.
Salto para o Futuro: Ensino Fundamental/Secretaria de Educação a Distância. (Série de Estudos. Educação a Distância. V.10). Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999.
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ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de Estudo e de Pesquisa em Administração. UFSC; [Brasília] CAPES: UAB, 2009.
APÊNCICE A
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
UFPB VIRTUAL
POLO TAPEROÁ – PB
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA SOBRE O PONTO DE CULTURAL DANÇA E VIDA
Questionário para os componentes do Ponto de Cultura:
01 – Por que você ingressou no Ponto de Cultura?
23
02 – Quais eram as suas expectativas antes de ingressar no Ponto de cultura?
03 - As suas expectativas são (foram) preenchidas?
Sim ( ) Não ( )
04 – Qual a posição da família em relação à participação no Ponto de Cultura?
05 – Quais as atividades que mais participa dentro do Ponto de Cultura?
06 – Quais as atividades que mais gosta dentro do Ponto de Cultura?
07 - Para você as atividades educativas dentro do Ponto de Cultura contribuem
para o seu desenvolvimento educacional dos seus componentes?
Sim ( ) Não ( )
08 – As atividades desenvolvidas dentro do Ponto de Cultura contribuem (contribuíram) para melhorar: Sim Não
Autoestima ( ) ( )
Comportamento ( ) ( )
Relacionamento ( ) ( )
DESEMPENHO ESCOLAR ( ) ( )
09 – Você consegue (conseguiu) cumprir com as tarefas do Ponto de Cultura?
Sim ( ) Não( )
APÊNDICE B
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
UFPB VIRTUAL
POLO TAPEROÁ – PB
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA SOBRE O PONTO DE CULTURAL DANÇA E VIDA
ORIENTAÇÕES PARA RESPOSTAS: as perguntas deverão ser respondidas no verso da folha
*ESTE QUESTIONÁRIO É DIRECIONADO A COORDENAÇÃO DO PONTO DE CULTURA
24
01 – Quais as dificuldades que foram sanadas com a transformação do Grupo de Cultura os Cariris em Ponto de Cultura?
02 – Com a implementação do Ponto de Cultura houve maior participação e, eventos?
Sim ( ) Não ( )
03 – Quais eventos?
04 – Com a implantação do Ponto de Cultura houve maior produção de show artístico?
05 – Quais as atividades desenvolvidas dentro do Ponto de Cultura?
06 - No seu ponto de vista, as atividades desenvolvidas dentro do Ponto de Cultura
contribuíram para os seus componentes melhorar: sim não
Participação coletiva ( ) ( )
Relacionamento ( ) ( )
Autoestima ( ) ( )
Desempenho educacional ( ) ( )
07 – Qual a atividade que desperta maior interesse aos componentes?
08 – Sob sua ótica, qual a visão dos componentes em relação ao Ponto?
09 – Houve reconhecimento da sociedade para com o ponto?
10 – A sociedade participa das atividades do Ponto?
11 – A implantação do Ponto de Cultura gerou pontos positivos para os seus componentes?
12 – Com a implantação do ponto houve algum crescimento econômico dos seus
Componentes? Sim ( ) Não( )
13 – Qual a faixa etária dos componentes do Ponto?
14 - Quais os pontos positivos do Ponto de Cultura?
15 - Quais as dificuldades do Ponto de Cultura?
16 – O ponto mantém relações com outras instituições? Quais?