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CAMILA CANDEIRA MAGALHAES, CPF:61394165315 CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TCU TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Aula 1 www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, prezado aluno do Ponto dos Concursos! Cá estamos nós para mais uma aula do nosso curso para o TCU. Desta vez será sobre ortografia, seleção vocabular, significação das palavras e acentuação gráfica. É possível que, a essa altura, alguém tenha se perguntado: “E o novo Acordo Ortográfico?”. Sim, ele já deu o que falar! Aliás, em outra ocasião o Cespe/UnB também se manifestou sobre o assunto. Em matéria publicada dia 28 de dezembro de 2008, o jornal Correio Braziliense noticiou que, nas provas do Cespe/UnB, “A nova ortografia vai aparecer a partir de janeiro de 2009 nos enunciados e provas objetivas [grifo nosso]. Nas discursivas, o candidato terá até 2012 para se adaptar”. Diante disso, quero alertá-lo sobre a possibilidade de o Cespe/UnB inserir na sua prova alguns itens sobre as novas regras ortográficas da Língua Portuguesa (ressalte-se que até a presente data isso não ocorreu). Como muito material sobre o tema já foi veiculado em jornais, revistas, internet, livros escolares etc., creio que as novas regras não sejam mais novidades para muitos concurseiros. Mesmo assim, é importante ressaltar alguns pontos do novo acordo. É o caso, por exemplo, do emprego do trema, do acento diferencial nas formas verbais TÊM e VÊM, do acento dos ditongos ÉU, ÉI e ÓI, do acento dos hiatos ÊE e ÔO entre outros. Apresentarei primeiro a teoria sobre o assunto e, em seguida, alguns exercícios de provas anteriores para fixação do conteúdo e familiarização com a abordagem da banca examinadora. Preciso confessar que as provas trazem poucas questões sobre esses tópicos. Aquelas que aparecem versam, quase sempre, sobre significação das palavras e acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Por isso tentarei ser o mais objetivo possível em minhas explicações. Aqui, a intenção é direcioná-lo ao que aparece em prova, sem negligenciar o conteúdo programático. Vamos, então, ao primeiro tópico desta aula.

Ponto Dos Concursos - Portugues - Tcu - Albert Iglesia

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Olá, prezado aluno do Ponto dos Concursos!

Cá estamos nós para mais uma aula do nosso curso para o TCU.

Desta vez será sobre ortografia, seleção vocabular, significação das

palavras e acentuação gráfica. É possível que, a essa altura, alguém

tenha se perguntado: “E o novo Acordo Ortográfico?”. Sim, ele já deu o que

falar! Aliás, em outra ocasião o Cespe/UnB também se manifestou sobre o

assunto. Em matéria publicada dia 28 de dezembro de 2008, o jornal Correio

Braziliense noticiou que, nas provas do Cespe/UnB, “A nova ortografia vai

aparecer a partir de janeiro de 2009 nos enunciados e provas objetivas

[grifo nosso]. Nas discursivas, o candidato terá até 2012 para se adaptar”.

Diante disso, quero alertá-lo sobre a possibilidade de o Cespe/UnB inserir na

sua prova alguns itens sobre as novas regras ortográficas da Língua

Portuguesa (ressalte-se que até a presente data isso não ocorreu).

Como muito material sobre o tema já foi veiculado em jornais,

revistas, internet, livros escolares etc., creio que as novas regras não sejam

mais novidades para muitos concurseiros. Mesmo assim, é importante

ressaltar alguns pontos do novo acordo. É o caso, por exemplo, do emprego

do trema, do acento diferencial nas formas verbais TÊM e VÊM, do acento

dos ditongos ÉU, ÉI e ÓI, do acento dos hiatos ÊE e ÔO entre outros.

Apresentarei primeiro a teoria sobre o assunto e, em seguida,

alguns exercícios de provas anteriores para fixação do conteúdo e

familiarização com a abordagem da banca examinadora. Preciso confessar

que as provas trazem poucas questões sobre esses tópicos. Aquelas que

aparecem versam, quase sempre, sobre significação das palavras e

acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Por isso tentarei ser o mais

objetivo possível em minhas explicações. Aqui, a intenção é direcioná-lo ao

que aparece em prova, sem negligenciar o conteúdo programático. Vamos,

então, ao primeiro tópico desta aula.

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ORTOGRAFIA

No Brasil, quem dita as normas para a correta escrita das

palavras é a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em seu Vocabulário

ortográfico da língua portuguesa (VOLP), a instituição mantém registrada a

forma oficial de escrever as palavras. E, apesar da vigência do novo Acordo

Ortográfico, as regras antiga e atual conviverão até 31 de dezembro 2012.

Isso porque o presidente Lula, por meio do Decreto nº 6.583, de 26 de

setembro de 2008, além de ter promulgado o Acordo Ortográfico da Língua

Portuguesa – que foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 –

também estabeleceu um período de transição: “de 1º de janeiro de 2009 a

31 de dezembro de 2012, durante o qual coexistirão a norma ortográfica

atualmente em vigor e a nova norma estabelecida”.

É verdade ainda que é humanamente impossível saber a grafia

de todas as palavras da nossa Língua. Só para você ter uma ideia da

dificuldade que é isso, saiba que a nova edição do VOLP, lançada

oficialmente pela ABL em 19 de março de 2009, tem 976 páginas, 340 mil

verbetes e outras coisas mais. Você se atreve a decorar tudo isso?!

Entretanto, podemos sistematizar a grafia de certas palavras, em

decorrência, por exemplo, da sua origem, do seu radical. É isso que veremos

aqui. A experiência nos permite dizer que esse processo é muito útil no

momento de resolver uma ou outra questão de concurso. Não estou dizendo

que tudo se resumirá ao que será demonstrado nestas poucas linhas. O que

você precisa entender é que a prática de leitura de livros, jornais, revistas e

dicionários deverá ser somada à minha explicação.

Comecemos pelo EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS. Sempre

que for preciso, trarei para nossa aula as mudanças das novas regras

ortográficas

• Usa-se, normalmente, a letra X:

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1 – depois de ditongos: ameixa, frouxo, peixe;

EXCEÇÃO: recauchutar.

2 – depois da sílaba EN: enxame, enxergar;

EXCEÇÕES: encher, encharcar, enchova, enchumaçar e derivados dessas

palavras.

3 – depois da sílaba ME, quando “fechada”: mexa (verbo), mexerico.

CUIDADO: mecha (substantivo) = pronúncia “aberta”.

• Usa-se, normalmente, a letra G:

1 – nos sufixos AGEM, IGEM e UGEM: viagem (substantivo), vertigem,

ferrugem;

EXCEÇÕES: pajem, lajem, lambujem.

2 – nos sufixos AGIO, EGIO, IGIO, OGIO e UGIO: pedágio, colégio,

prestígio, relógio, refúgio;

3 – nas palavras derivadas daquelas que possuem G no radical (vocês

perceberão que esse princípio vale também para o emprego de outras

letras): margem – margear, homenagem – homenagear.

CUIDADO: monge – monja, eu dirijo (flexão do verbo dirigir). Imaginem se

mantivéssemos a letra “g” nas palavras derivadas...

• Usa-se, normalmente, a letra J:

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1 – nas palavras de origem indígena, africana e árabe: pajé, jibóia, jeca,

jenipapo, jirau, jiló, cafajeste, jerico, jequitibá;

2 – nas flexões dos verbos que possuem J no radical: viajar – que eles

viajem; bocejar – eu bocejei;

3 – nas palavras derivadas daquelas que possuem J no radical: gorja –

gorjeta; lisonja – lisonjeado;

4 – nas palavras de origem latina: jeito, hoje, majestade, injetar, objeto,

ultraje.

• Usa-se, normalmente, a letra Ç:

1 – nas palavras derivadas daquelas que possuem T no radical: exceto –

exceção, setor – seção, cantar – canção;

2 – nas palavras de origem indígena, árabe e africana: miçanga, paçoca,

muriçoca, muçulmano, açougue, açoite;

3 – nos sufixos AÇU e AÇO: babaçu, Paraguaçu, Nova Iguaçu, golaço,

poetaço, atrevidaço;

4 – depois de ditongo: compleição, feição, beiço.

• Usa-se, normalmente, a letra S:

1 – nos substantivos que designam origem, título honorífico e feminino:

chinês, japonês, baronesa, duquesa, sacerdotisa, poetisa;

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2 – nos sufixos ASE, ESE, ISI e OSE: fase, ascese, eletrólise, apoteose;

3 – nos sufixos OSO e OSA: formoso, formosa, gostoso, gostosa;

4 – nas palavras derivadas daquelas que possuem D, RT ou RG no seu

radical: iludir – ilusão, defender – defesa; divertir – diversão, inverter –

inversão; imergir – imersão, submergir – submersão;

5 – no prefixo TRANS e nos seus derivados: transatlântico, trasladar (ou

transladar);

6 – após os ditongos: maisena, Sousa, coisa;

7 – nas formas verbais derivadas dos verbos QUERER e PÔR: quis, quisera,

pusera, compusera.

• Usa-se, normalmente, SS:

1 – nas palavras derivadas daquelas que possuem as expressões CED,

GRED, PRIM, MIT, MET e CUT no radical: suceder – sucessão, regredir –

regressão, comprimir – compressão, demitir – demissão, intrometer –

intromissão, discutir – discussão;

2 – prefixo terminado em vogal + palavra começada por S: pré + sentir =

pressentir.

• Usa-se, normalmente, a letra Z:

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1 – nas terminações EZ e EZA, formando substantivos abstratos

derivados de adjetivos: insensato – insensatez, nu – nudez; claro – clareza,

belo – beleza;

2 – nas terminações IZAR, formando infinitivos verbais: sintonia –

sintonizar, real – realizar, visual – visualizar;

CUIDADO: 1 – se a palavra possuir S em sua parte final, o infinitivo verbal

também levará S: análise – analisar, paralisia – paralisar;

2 – Hipnose – hipnotizar; Síntese – sintetizar; Batismo –

batizar; Catequese – catequizar; Ênfase – enfatizar. (Lembre-se da sigla de

um famoso banco, só que com E no final: HSBCE).

3 – como consoante de ligação: pé + udo = pezudo; guri + ada = gurizada.

• Usa-se, normalmente, a letra H:

1 – nas palavras ligadas por hífen em que o segundo elemento começa com

H: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem;

CUIDADO: desarmonia, lobisomem.

2 – na palavra Bahia.

CUIDADO: as palavras derivadas não possuem H: baiano.

• Verbos terminados em EAR e IAR:

1 – são irregulares os verbos terminados em EAR; recebem a letra I nas

formas rizotônicas (eu, tu, ele, eles: a sílaba tônica integra o radical):

passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais, passeiam;

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2 – são regulares os verbos terminados em IAR: premio, premias, premia,

premiamos, premiais, premiam.

CUIDADO: Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar (MARIO): apesar de

terminarem em IAR, são irregulares e recebem a letra E nas formas

rizotônicas (eu, tu, ele, eles): odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam.

• As letras K, W e Y (conforme o novo Acordo Ortográfico)

O alfabeto passa a ter 26 letras. As letras k, w e y foram

reintroduzidas nele. O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L

M N O P Q R S T U V W X Y Z. As letras K, W e Y, que na verdade não

tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas

em várias situações. Por exemplo:

1 – na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg

(quilograma), W (watt);

2 – na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show,

playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka,

kafkiano.

Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES

que, certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar por

uma ou outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns vocábulos que,

volta e meia, surgem em diversos textos. Vejamos quais são.

• MAL x MAU

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a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem,

refere-se a um verbo)

b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa

adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo)

c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um

substantivo, contrário de bom)

ATENÇÃO! Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a

mesma classificação gramatical nas alternativas “a)” e “b)”. Isso é

importante porque a banca examinadora pode sugerir o contrário. O

Cespe/UnB, por exemplo, pode selecionar duas frases de um texto em que

esses vocábulos aparecem, destacá-los e formular a seguinte assertiva:

“Nas linhas X e Y, os vocábulos em destaque possuem a mesma classificação

gramatical”. Muito cuidado antes de responder. Como vimos anteriormente,

isso nem sempre será verdade. Quero que note ainda as diferentes

classificações dos vocábulos que surgirão nos próximos exemplos.

• POR QUE x POR QUÊ

a) Por que você não veio? (preposição + pronome interrogativo, usado

no início da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono)

b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase

interrogativa é indireta)

c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase,

e o “que” é tônico)

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d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome

relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)

• PORQUE x PORQUÊ

a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial,

indica circunstância de causa)

b) Fique quieto porque você está incomodando. (conjunção coordenativa

explicativa)

c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é

substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)

Atenção! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta),

use a expressão separada.

• SENÃO x SE NÃO

a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou,

indica alternância de ideias que se excluem mutuamente)

b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim,

porém,)

c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha;

é substantivo)

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d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção

subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)

ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas

quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional.

• ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE

a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” =

de + os –, equivale-se a sobre)

b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.

(refere-se a acontecimento passado)

c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (refere-se a

acontecimento futuro)

• AFIM x A FIM DE

a) Temos idéias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em

número para com ele concordar)

b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,

denota finalidade, objetivo, intenção)

• DEMAIS x DE MAIS

a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo,

equivale-se a muito, demasiadamente, em excesso)

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b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido substantivo,

equivale-se a outros, vem precedido de artigo)

c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de

menos)

• ONDE x DONDE x AONDE

a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a

preposição em, na língua portuguesa não existe a contração nonde,

indicada por em + onde)

b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em

razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de +

onde)

c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige,

também por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal

“vai”: “Aonde” = a + onde)

• MAS x MAIS

a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa

adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas)

b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade,

refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo)

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c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a

substantivo)

• HÁ x A

a) Ele chegou da Europa há dois anos. (refere-se a acontecimento

passado)

b) Ela voltará daqui a um ano. (refere-se a acontecimento futuro)

• DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE

a) O ônibus foi de encontro ao carro, causando a morte de duas

pessoas. (indica posição contrária, colisão, confronto)

A proposta da diretoria foi de encontro aos anseios dos funcionários.

b) O filho foi ao encontro do pai, abraçando-o. (sugere posição

favorável, concordância)

• À-TOA x À TOA (o novo Acordo retirou o hífen)

a) Ele era uma pessoa à-toa. (locução adjetiva invariável; refere-se a um

substantivo; significa desprezível, sem valor, insignificante)

b) Ele andava à toa na rua. (locução adverbial; indica maneira, modo,

sem rumo certo, a esmo, sem fazer nada)

• DIA-A-DIA x DIA A DIA (o novo Acordo aboliu o hífen)

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a) O dia-a-dia do operário brasileiro é desgastante. (substantivo,

precedido por artigo, equivale-se a cotidiano)

b) Os preços das mercadorias aumentam dia a dia. (locução adverbial de

tempo, equivale-se a diariamente)

• TAMPOUCO x TÃO POUCO

a) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer justificativa.

(advérbio de negação, equivale-se a também não)

b) Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (tão = advérbio de

intensidade; pouco = pronome indefinido adjetivo, alude a um substantivo)

c) Estudamos tão pouco. (tão = advérbio de intensidade, refere-se a

outro advérbio: pouco = advérbio de intensidade, refere-se ao verbo)

A respeito do EMPREGO DO HÍFEN, várias mudanças foram

introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico. Apresentarei as regras antigas e

as novas, que conviverão até 31 de dezembro de 2012. Resumirei aqui os

principais casos, isto é, o emprego do hífen na prefixação, tendo em vista o

objetivo deste curso.

• Regras Antigas

1 – Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, ULTRA, NEO,

PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA: antes de VOGAL, H, R e S.

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Exemplos: auto-educação, contra-almirante, semi-selvagem, ultra-rápido,

supra-sumo.

EXCEÇÃO: extraordinário.

2 – Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE: antes de H, R ou S.

Exemplos: anti-higiênico, arqui-rabino, ante-sala, sobre-saia.

EXCEÇÔES: sobressair, sobressalente, sobressaltar, sobressalto.

3 – Com o prefixo SUPER: antes de H ou R.

Exemplos: super-homem, super-rápido.

4 – Com os prefixos AD, AB, OB, SOB, SUB: antes de R.

Exemplos: ab-rogar, sob-roda, sub-reino.

CUIDADO: SUB antes de B: sub-bibliotecário.

5 – Com os prefixos MAL e PAN: antes de VOGAL e H.

Exemplos: pan-americano, mal-humorado.

6 – Com os prefixos PÓS, PRÉ e PRÓ: quando tônicos, serão separados por

hífen.

Exemplos: pós-graduação, pré-vestibular, pró-paz.

• Regras Novas

Prefixos Usa hífen Não usa hífen

Agro, ante, anti, arqui, auto,

contra, extra, infra, intra,

macro, mega, micro, maxi,

mini, semi, sobre, supra,

Quando a palavra

seguinte começa com h

ou com vogal igual à

última do prefixo: auto-

Em todos os demais

casos: autorretrato,

autossustentável,

autoanálise,

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tele, ultra... hipnose, auto-

observação, anti-herói,

anti-imperalista, micro-

ondas, mini-hotel

autocontrole,

antirracista, antissocial,

antivírus, minidicionário,

minissaia, minirreforma,

ultrassom... (percebam

que as letras R e S são

duplicadas)

Hiper, inter, super Quando a palavra

seguinte começa com h

ou com r: super-homem,

inter-regional

Em todos os demais

casos: hiperinflação,

supersônico

Sub Quando a palavra

seguinte começa com b,

h ou r: sub-base, sub-

reino, sub-humano

Em todos os demais

casos: subsecretário,

subeditor

Vice Sempre: vice-rei, vice-

presidente

Pan, circum Quando a palavra

seguinte começa com h,

m, n ou vogais: pan-

americano, circum-

hospitalar

Em todos os demais

casos: pansexual,

circuncisão

Quero ressaltar as seguintes mudanças:

1 – Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, macro-história,

mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.

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2 – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal

com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,

autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor,

coedição, extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto,

semianalfabeto, semiesférico, semiopaco.

3 – Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo

elemento começar pela mesma consoante.

Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário,

super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.

4 – Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o

segundo elemento começar por vogal.

Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar,

interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico,

superexigente, superinteressante, superotimismo.

ATENÇÃO! Torno a dizer que, em virtude do período de transição, todos nós

podemos usar as duas regras ortográficas até 31 de dezembro de 2012.

Sendo assim, fique atento porque as bancas examinadoras tentarão

confundi-lo. Possivelmente, elaborarão questões em que se substitui uma

forma pela outra. Em seguida, perguntarão se “quanto à correção gramatical

e à coerência textual, a alteração feita traz prejuízo ao texto”. Quando se

tratar de mera adequação às novas regras, a alteração é facultativa por

enquanto.

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS

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Para melhor compreendermos a mensagem transmitida por meio

de um texto, às vezes não é suficiente conhecermos o significado isolado das

palavras nele utilizadas. Há momentos em que a interpretação só é possível

se levarmos considerarmos o contexto em que as palavras estão inseridas.

Tenho percebido que as bancas examinadoras também exploram esse fato

em provas de concursos públicos. Portanto é importante estudarmos um

pouco de semântica nesta preparação par o TCU.

Semântica é a parte da linguística que estuda a significação das

palavras, que pode variar de acordo com o contexto. A palavra GATO, por

exemplo, apresenta diversos significados em um dicionário (considerada

isoladamente): animal mamífero da família dos felídeos; indivíduo esperto;

erro, engano; etc.

Ex.: O cão correu atrás do gato.

O ladrão foi muito ligeiro, e a polícia não conseguiu pegar o gatuno.

A fiscalização flagrou um gato na instalação telefônica do prédio.

Trarei à sua memória alguns conceitos sobre semântica que,

acredite, serão muito úteis na hora de resolvermos questões de prova,

principalmente quando elas tratarem de interpretação de texto.

• Antônimos

São palavras de sentido contrário. Assim como é difícil encontrar

um par perfeito de sinônimos, o mesmo ocorre com os antônimos. Em

alguns casos, é mais adequado falar em graus de antonímia.

Ex.: velho – novo / bom – mau

Um objeto velho, em princípio pode ser o oposto de um objeto

novo. Porém, dizer que um objeto é menos velho, em certos casos, pode ser

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equivalente a dizer que ele é mais novo. O que torna relativa a antonímia

entre novo e velho. O mesmo ocorre com o par bom/mau.

O par emigrante – imigrante, aparentemente são antônimos

perfeitos, já que a primeira palavra se refere àqueles que saem de

determinado lugar (cidade, estado, país); e a segunda, àqueles que entram.

Contudo, o emigrante, no momento em que chega a outro lugar, não passa

a ser também, obrigatoriamente, um imigrante?

• Sinônimos

São palavras de sentidos idênticos ou aproximados, que podem

ser substituídas uma pela outra em diferentes contextos. Embora se fale em

palavras sinônimas, também existem frases sinônimas.

Ex.: Você já vacinou seu cão? / Você já vacinou seu cachorro.

Joana é a mulher de Marcelo. / Marcelo é o marido de Joana.

“O uso de palavras sinonímias pode ser de grande utilidade nos

processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos

textos.” (Cipro & Neto, 1999:565)

Ex.: Alguns segundos depois, apareceu um menino. Era um garoto magro,

de pernas compridas e finas. Um típico moleque.

• Polissemia

É a propriedade de uma palavra apresentar vários sentidos.

Compare este par de enunciados:

a) Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô.

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b) Enrosquei minha pipa no fio daquele poste.

Observe que, nas duas ocorrências da palavra “fio”, ela

apresenta sentidos diferentes: “fibra”, no primeiro enunciado, e “cabo de

metal” no segundo. Apesar disso, há um sentido comum entre elas:

sequência, fiada, eixo, alinhamento, encadeamento.

• Campo semântico, hiponímia e hiperonímia

Leia o enunciado abaixo:

Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma

impressora para o escritório, pois, sem esse equipamento, não conseguiria

dar conta do trabalho.

Palavras como “computador”, “monitor”, “impressora” e

“teclado” apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de

pertencerem ao mesmo campo semântico, ou seja, ao universo da

informática. Já a palavra “equipamento” possui um sentido mais amplo, que

engloba todas as outras. Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”,

“impressora” e “teclado” são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez,

“equipamento” é um hiperônimo das outras palavras.

• Homônimos

São palavras diferentes no sentido, tendo a mesma escrita ou a

mesma pronúncia.

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Ex.: são (verbo ser – eles são) / são (saudável) / são (santo); como

(advérbio interrogativo) / como (verbo) homônimos perfeitos;

caçar (apanhar) / cassar (anular); concerto (harmonia) / conserto

(remendo) homônimos homófonos

ele (pronome pessoal) / ele (substantivo, nome da letra L); almoço

(verbo) / almoço (substantivo); sede (vontade de beber) / sede (residência)

homônimos homógrafos

• Parônimos

São palavras diferentes no sentido que se assemelham tanto na

escrita quanto na pronúncia, ou em apenas uma delas.

Ex.: flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)

arrear (por arreios) / arriar (abaixar)

mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)

inflação (alta dos preços) / infração (violação)

eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)

comprimento (extensão) / cumprimento (saudação)

• Denotação

Em semântica, a denotação de um termo é o objeto ao qual o

mesmo se refere. A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é

tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os

dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou

denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal)

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A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não

produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de

informar. É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios,

em um manual de instruções etc.

• Conotação

Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a

inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos,

evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um

sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto.

A linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em

letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia, etc.

Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim

jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35)

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A partir de agora, vamos mudar o foco da aula para falarmos

sobre acentuação gráfica, que também é mais um tópico do programa.

Novamente, apresentarei as regras antigas e as novas. Tudo da forma mais

clara e objetiva possível. Comecemos assim:

• Regras Gerais de Acentuação Gráfica

O propósito delas é sistematizar a leitura das palavras de nossa

língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da

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vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua. Em relação aos

vocábulos:

1 – MONOSSÍLABOS TÔNICOS o acento é empregado naqueles

terminados por A(S), E(S) ou O(S)

Ex.: Elas são más. / Pisaram o meu pé. / Ninguém ficará só.

CUIDADO! Quando os prefixos PRÉ e PRÓ vierem separados por hífen, eles

serão acentuados: pré-técnico, pró-labore.

Quando não estiverem, não serão acentuados: pressentir,

prosseguir.

Nas formas verbais terminadas em R, S ou Z e seguidas por

pronomes oblíquos átonos A(s) ou O(S), essas consoantes são suprimidas,

as vogais A, E ou O da terminação verbal recebem acento gráfico e os

pronomes oblíquos átonos A(S) ou O(S) recebem a letra “L”: dar + o = dá-

lo; pôs + os = pô-los; fez + a = fê-la.

2 – OXÍTONOS (a sílaba tônica da palavra é a última) usa-se o acento

quando terminarem em A(S), E(S), O(S), EM, ENS:

Ex.: cajá, cafés, cipó, armazém, armazéns

CUIDADO! Os vocábulos oxítonos terminados por I ou U não serão

acentuados, salvo se estiverem em hiato.

Ex.: Bangu – Grajaú // dividi-lo – construí-lo

3 – PAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a penúltima) são acentuados

aqueles que terminam em I(S), U(S), Ã(S), ÃO(S), UM, UNS, L, N, R, X, PS,

DITONGO ORAL.

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Ex.: júri, íris, vírus, ímã, órfãs, órgão, sótãos, médium, álbuns, amável,

abdômen, mártir, látex, bíceps, íon, ions, vôlei, jóquei, história, gênio.

CUIDADO! Não serão acentuados os vocábulos paroxítonos terminados por

EM ou ENS: item, itens, hifens (mas: hífen ou hífenes), polens (mas: pólen

ou pólenes)

Os prefixos paroxítonos terminados por I ou R não serão

acentuados: semi-histórico, super-homem.

4 – PROPAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a antepenúltima) todos são

acentuados.

Ex.: histórico, cântico, lâmpada, hífenes, pólenes.

• Regras Especiais de Acentuação Gráfica (note as mudanças

introduzidas pelas novas regras)

1 – HIATOS

a) Acentua-se a primeira vogal dos hiatos ÔO, ÊE.

Ex.: vôo, enjôos, crêem, dêem, lêem, vêem. (3ª pessoa do plural dos verbos

crer, dar, ler e ver)

ATENÇÃO! De acordo com as novas regras, esses acentos deixam de

existir: voo, enjoo, creem, deem, leem, veem. Mas até 31/12/2012 é

possível usá-los ou não.

b) As vogais I(S) e U(S), quando formarem a sílaba tônica e ocuparem a

segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S.

Ex.: saída, saúde, país, baús, incluí-lo.

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Compare com mia, via, lua, nua. Nessas palavras, as vogais I e U não

ocupam a segunda posição do hiato, ainda que constituam a sílaba tônica.

CUIDADO! Se as vogais I ou U formarem sílabas com L, M, N, R, Z ou

vierem seguidas de NH, não haverá acento gráfico: pa-ul, ru-im, a-in-da, sa-

ir, ju-iz, ra-i-nha.

Se as vogais I ou U formarem hiato com uma vogal idêntica,

não se usará acento gráfico: xi-i-ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba (nome de uma

planta). O acento só surgirá se a palavra for uma proparoxítona: fri-ís-si-

mo.

ATENÇÃO! Conforme as novas regras, se essas vogais surgirem após

ditongos e a palavra for paroxítona, não levarão acento: baiuca, feiura.

Ressalto que até 31/12/2012 você decidirá se quer ou não usar o acento:

baiúca, feiúra.

Interessante é o que acontece, por exemplo, com o vocábulo

Piauí. Observe que, agora, a vogal tônica I ocupa a última posição, ou seja,

a palavra é oxítona. Casos como esse não foram atingidos pelas mudanças

ortográficas.

2 – DITONGOS

a) ÉU, ÉI, ÓI: quando tônicos e abertos.

Ex.: chapéu, assembléia, jibóia, céu, papéis.

CUIDADO! Os ditongos abertos EU, EI e OI, quando não constituírem a

sílaba tônica (formarem a sílaba subtônica), não serão acentuados:

ceuzinho, pasteizinhos, anzoizinhos.

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ATENÇÃO! O novo Acordo Ortográfico estabeleceu que esses ditongos não

serão mais acentuados quando ocuparem a penúltima posição da sílaba, ou

seja, quando o vocábulo for paroxítono: assembleia, jiboia, ideia, europeia,

heroico. Ressalto que até 31/12/2012 é facultativo recorrer ao novo Acordo

Ortográfico.

3 – GUE e QUI

a) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá

trema quando for pronunciada fracamente; sendo, pois, semivogal.

Ex.: eloqüente, agüentar, pingüim, lingüiça.

b) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá

acento agudo quando for pronunciada fortemente; sendo, pois, vogal.

Ex.: averigúe, obliqúes, apazigúe.

CUIDADO! Quando a letra U não for pronunciada, não receberá nenhum

acento: quilo, quente. O que temos aqui é simplesmente um dígrafo

representado pelas letras “qu”.

Ainda que seja pronunciada, não receberá nenhum acento

gráfico se estiver diante de A ou de O: água, quota (ou cota).

ATENÇÃO! O trema foi abolido pelas novas regras. Também o foi o acento

agudo no U tônico dos grupos GUE, GUI, QUE, QUI de verbos como

averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar. Repito: até 31/12/2012

estaremos no período de transição, sendo aceitas as duas formas.

4 – ACENTO DIFERENCIAL (com a vigência das novas regras, foi

abolido, salvo algumas exceções, que estão destacadas abaixo;

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todavia o período de transição – que vai até 31/12/2012 – dá-nos a

faculdade quanto ao uso)

O acento diferencial (agudo ou circunflexo) é utilizado para

distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira. A seguir,

apresento uma pequena relação.

Ele tem – eles têm (verbo TER na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

Ele vem – eles vêm (verbo VIR na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

ATENÇÃO! Repare que as formas TEM e VEM constituem monossílabos

tônico terminado por EM. Lembre-se de que apenas as terminações A(S),

E(S) e O(S) recebem acento. É muito comum as bancas examinadoras

explorarem questões envolvendo esses verbos. Elas relacionam, por

exemplo, um sujeito no singular à forma verbal TÊM (com acento circunflexo

mesmo) e perguntam se a concordância está correta. Obviamente, se a

forma verbal empregada é TÊM, o sujeito deve ser representado por um

nome plural. Fiquem atentos para esse detalhe.

Atente ainda para o fato de o acento circunflexo (diferencial)

não ter sido abolido desses verbos nem de seus derivados. Portanto,

continue a usá-lo.

Ele detém – eles detêm (verbo DETER na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

Ele provém – eles provêm (verbo PROVIR na 3ª pessoa do plural do

presente do indicativo)

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ATENÇÃO! Agora, a “pegadinha” é outra. As bancas gostam de explorar o

motivo do acento nos pares detém/detêm, mantém/mantêm,

provém/provêm, todos derivados dos verbos TER e VIR. Repare que a forma

correspondente à terceira pessoa do singular recebe acento AGUDO em

virtude de ser uma oxítona terminada por EM. Já a forma correspondente à

terceira pessoa do plural recebe acento CIRCUNFLEXO para diferenciar-se do

singular.

Côa – côas (forma do verbo COAR)

Coa – coas (contração entre a preposição com e o artigo a(s))

Pára (flexão do verbo PARAR)

Para (preposição)

Péla (flexão do verbo PELAR)

Pela (contração da preposição e artigo)

Pêra (substantivo = fruta – no plural não leva acento: peras)

Péra (substantivo = pedra)

Pera (preposição arcaica)

Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo)

Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo)

ATENÇÃO! O novo acordo não aboliu o acento diferencial de PÔDE. Vocês

devem usá-lo.

Póla (substantivo = pancadaria)

Pôla (substantivo = broto de árvore)

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Polo(a) (contração arcaica de preposição e artigo)

Pólo (substantivo = cada uma das extremidades do eixo da Terra)

Pôlo (substantivo = filhote de gavião)

Pôr (verbo)

Por (preposição)

ATENÇÃO! O novo acordo também não aboliu o acento diferencial de PÔR.

Vocês devem usá-lo.

Fôrma (substantivo = molde)

Forma (substantivo = disposição exterior de algo)

ATENÇÃO! É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as

palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais

clara: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Pois bem, prezado aluno, que tal praticarmos um pouco tudo isso

resolvendo algumas questões de provas anteriores? Antes de irmos a elas,

quero enfatizar a importância deste tópico do programa. Não se esqueça de

que o novo Acordo Ortográfico está em vigor e que a Academia Brasileira de

Letras já lançou oficialmente o novo VOLP. Portanto nada impede de as

bancas examinadoras exigirem de você conhecimentos a respeito dele.

Breve histórico

A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto

Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que

apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As

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5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam

quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua

necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas

por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por

entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo

10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.

Originariamente o Tribunal teve competência para exame,

revisão e julgamento de todas as operações relacionadas com a receita

e a despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro

prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-

15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e

verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso

Nacional.

Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as

seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução

20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar

as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como

apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,

para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com

exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as

25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A

Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da

Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de

aposentadorias, reformas e pensões.

A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional

30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos

atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da

competência para apontar falhas e irregularidades que, se não

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sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso

Nacional.

35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões

de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,

tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O

processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por

completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à

40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária

sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituindo-

se, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo do

Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de controle

interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar

45 condições para um controle externo eficaz.

Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da

União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência

substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao

Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,

50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à

economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da

renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou

55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou

que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o

dever de prestar contas ao TCU.

Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.

Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do

vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.

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Comentário – Ligam-se por hífen os elementos das palavras compostas em

que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras

compostas que mantêm a sua independência fonética, conservando cada um

a sua própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de

sentido. Não é o que se verifica no vocábulo analisado. A expressão “de lei”

é locução adjetiva que caracteriza o substantivo “projeto”.

Resposta – Item errado.

2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como

polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.

Comentário – Dá origem a essas palavras o vocábulo pólo (extremidade de

algo), escrito com acento agudo diferencial de intensidade, que estabelece

distinção entre o substantivo que nomeia e a preposição polo (contração

entre a preposição por e o artigo o).

Resposta – Item certo.

3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo

significa validada.

Comentário – A forma verbal “ratificada” (particípio) tem por sinônimo as

palavras confirmada, validada. É importante que vocês não confundam

essa palavra com seu parônimo retificada, que significa corrigida,

consertada.

Resposta – Item certo.

4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí

acentuam-se atendendo à mesma regra.

Comentário – Apesar de a primeira ser uma paroxítona e a segunda uma

oxítona, ambas recebem acento pela mesma razão. A vogal I, que forma

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hiato com as vogais U e A, constitui a sílaba tônica das palavras em

destaque. Notem que ela está sozinha na sílaba. Caso viesse acompanhada

de qualquer letra diferente de S (ju-iz), ou seguida de NH (ra-i-nha), não

receberia acento.

Resposta – Item certo.

5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças

significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.

Comentário – Ressalte-se que essas palavrinhas não são sinônimas. A

primeira significa o atributo de algo “que tem a virtude ou o poder de

produzir, em condições normais e sem carecer de outro auxílio, determinado

efeito”. A segunda, também adjetivo, diz-se daquilo que é “capaz de

produzir um efeito real”, permanente.

Resposta – Item certo.

Quem são esses senhores

(...)

Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois

bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse

7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de

quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,

resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes

10 desmaiariam.

(...)

Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,

mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da

40 globalização.

Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).

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6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de

sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto

técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);

“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).

Comentário – A linguagem conotativa tem significado subjetivo, figurado,

abstrato e depende do contexto. Pode muito bem ser utilizada em letras de

música, anúncios publicitários, conversa do dia a dia e até em textos cujo

autor tem a intenção de se aproximar da linguagem informal etc. Mas nunca

deve ser empregada na elaboração de uma redação técnica. Nesses casos, a

linguagem deverá ser a denotativa.

Resposta – Item certo.

A montanha mágica

1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –

um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o

mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as

4 perplexidades que nos mobilizam.

Por coincidência, Davos é também o cenário onde se

monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas

7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e

descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no

princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,

10 procurando recuperar a saúde.

Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando

diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados

13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa

civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de

dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os

16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá

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estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as

desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da

19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas

tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as

doenças da comunidade.

22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.

Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora

viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico

25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na

montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?

28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado

em sentido denotativo, significa presidentes de países.

Comentário – Preliminarmente, precisamos conhecer o significado da

palavra “pajé”: indivíduo que faz as vezes de benzedeiro ou curandeiro nas

sociedades indígenas. Observe que tal palavra surge no mesmo período em

que se emprega o vocábulo “exorcizar” (ação realizada por meio de oração

ou cerimônia religiosa para esconjurar espíritos malignos). Note ainda que a

linha argumentativa do parágrafo em que surgem esses vocábulos fala de

um “mundo enfermo” tentando “diagnosticar” seus “males” e obter a “cura”

deles. Atribuir a “pajé” o significado de presidentes de países é extrapolar

o seu campo semântico. Caso fosse essa a intenção do autor do texto, a

palavra apropriada seria cacique (chefe, líder de comunidade indígena).

Resposta – Item errado.

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8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto

III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído

pelo sinônimo hospício.

Comentário – O vocábulo “sanatório” significa estabelecimento destinado

ao internamento de doentes submetidos a regime curativo de repouso e está

em perfeita relação semântica com o segundo parágrafo do texto. O

emprego da palavra hospício denotaria asilo de loucos; hospital de

alienados; manicômio.

Resposta – Item errado.

Desenvolvimento, ambiente e saúde

1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,

em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,

4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática

ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões

físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender

às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura

13 sobre a Terra.

(...)

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma

verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o

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sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:

“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).

Comentário – Rigidamente, a forma verbal “vêm” (terceira pessoa do plural

do presente do indicativo) deve receber acento circunflexo diferencial de

número. Seu sujeito é composto (“a compreensão sistêmica do ecossistema

hipercomplexo em que vivemos” e “a necessidade de uma mudança nos

comportamentos predatórios e irresponsáveis”). Os núcleos desse tipo de

sujeito estão corretamente indicados no item em análise. Acontece, porém,

que o verbo pode concordar atrativamente com o núcleo mais próximo

(“compreensão”: terceira pessoa do singular) quando vier anteposto ao

sujeito. Assim sendo, a forma verbal vem não prejudicaria a correção

gramatical do texto, por se tratar de um caso de concordância atrativa.

Resposta – Item errado.

1 Num país territorialmente gigante, em que a censura

restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet

tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao

4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha

100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais

7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás

apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase

200 milhões.

Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está

no plural para concordar com “moradores” (l. 4).

Comentário – Você irá perceber o quanto é frequente questões envolvendo

a acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Neste item, o verbo em foco é

escrito com acento circunflexo diferencial de número para concordar com o

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substantivo plural “moradores”, que foi substituído pelo pronome relativo

“que”, seu representante semântico. Lembre-se de que o mesmo verbo

deveria ser escrito sem acento diferencial caso o substantivo “moradores”

estivesse no singular: morador.

Resposta – Item certo.

O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase

triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de

3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por

mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.

5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado

publicitário do país.

Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção

gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.

Comentário – Coerência textual diz respeito ao significado do texto, que é

obtido por meio da relação existente entre as palavras, as frases, os

períodos e os parágrafos do texto. Em relação a esse aspecto, a substituição

proposta não gera prejuízo, pois os vocábulos “elevação” e aumento são

sinônimos. O problema surge em relação à correção gramatical, isto é, em

relação à articulação sintática entre os elementos que compõem o texto.

Façamos a substituição proposta pela banca examinadora: A expansão se

deve à aumento do número... O emprego do substantivo aumento deve vir

acompanhado do artigo definido o, que deve se combinar com a preposição

a exigida pela regência do verbo que a antecede, fazendo surgir ao.

Resposta – Item errado.

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12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência

das informações entre o gráfico I1 e o texto verbal a seguinte

afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores

gastos publicitários no período de 2003 à 2007.

Comentário – Observe a grafia da forma verbal “detém”, oxítona terminada

por EM. O emprego do acento agudo indica que o sujeito desse verbo deve

ser representado pela terceira pessoa do singular (ele ou ela). Mas será que

é isso mesmo que acontece? Não!!! Analise atentamente o período e note

que o sujeito é a expressão “Os 43% dos usuários de banda larga”, que

corresponde à terceira pessoa do plural (eles).

Ainda há outro problema gramatical no período. Agora,

envolvendo o acento indicativo de crase na expressão “no período de 2003 à

2007”. Para não fugirmos do foco desta aula, não comentarei esse fato aqui.

Mas sim na aula específica sobre o assunto.

Resposta – Item errado.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. Vários processos foram experimentados, todos

deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles

10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os

males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições

boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude

1 Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.

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13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos

governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,

era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e

16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,

felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,

kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,

19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse

preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam

só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas

22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão

especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram

25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor

que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,

muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não

28 acudiam às urnas.

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o

texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo

empregados como sinônimos.

Comentário – Observe que o autor estabelece um comparação entre os

dois vocábulos na seguinte passagem: “A corrupção era menor que a

fraude; mas a fraude tinha todas as formas”. Esse fato já é suficiente para

que entendamos que as palavras estão sendo usadas com valores

semânticos diferentes. Se não fosse assim, a comparação seria incoerente.

Resposta – Item errado.

(...)

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A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me

lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um

19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e

os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei

22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto

o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos

eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os

25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam

uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação

28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de

moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia

universal.

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra

“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.

Comentário – O substantivo “panacéia” (ou panaceia, conforme o novo

Acordo Ortográfico) significa “remédio para todos os males”.

Resposta – Item errado.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia

7 relativa que, em certo momento do regime cruel de

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Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,

mas se mantiveram nas províncias.

10 Muitos defendem o federalismo, quando se

encontram na oposição, mas dele se esquecem quando

chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta

13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos

dos estados e da União, quando deveriam articular-se em

busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia

16 política.

Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra

“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de

mobilizados.

Comentário – O adjetivo “manietados” significa: de mãos amarradas,

tolhido de fazer algo, imobilizado. Possui, pois, significado contrário

(antônimo) ao do adjetivo mobilizados: pôr-se em ação para uma tarefa,

movimentar-se.

Resposta – Item errado.

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

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10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

(...)

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de

acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”

(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:

íbero-americanos.

Comentário – A palavra “ibero” é paroxítona terminada em “o”; por isso

não recebe acento. Ela não possui dupla prosódia, ou seja, não há variação

da sílaba tônica – como em “acrobata” (paroxítona) ou “acróbata”

(proparoxítona) – para justificar sua pronúncia como uma proparoxítona.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

(...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

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ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a

substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem

prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção

gramatical.

Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para

indicar relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência,

mesmo significado que “convivência”.

Resposta – Item certo.

18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do

texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,

em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca

de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção

gramatical do texto.

Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de

palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos

de posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade

decidem...”. Apesar de os dois termos serem sinônimos textuais e de

estarem empregado em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce

literalmente e “homens” não representa apenas seres do sexo masculino), a

troca causa prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a

concordância entre o verbo “decidem” e o sujeito correspondente.

Resposta – Item errado.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já

apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,

como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem

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4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

(...)

o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma

28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois

quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais

movimentadas. (...)

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por

acerca de manteria a correção gramatical do período.

Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas

não devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade

aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre.

Resposta – Item errado.

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o

sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois

quarteirões” (l.28-29).

Comentário – A forma verbal “há”, nesse contexto, causaria incoerência,

visto que indicaria a existência de dois quarteirões. Não é isso o que se

pretende dizer no texto. O autor pretende indicar a distância mínima da

localização do imóvel. Nesse sentido, o vocábulo adequado é “a”.

Resposta – Item errado.

(...) Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

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sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo

empregada com o sentido de árduo, difícil.

Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação

contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir

ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar

algo árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial.

Mas, no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo

aconteça, ocorra, ou exista; é o mesmo que capita,; essência,; fundamental.

Resposta – Item errado.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. (...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da

textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no

qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a

coerência nem para a correção gramatical do texto.

Comentário – A ênfase aqui será dada ao emprego de onde, que é usado

com verbo estático (“vivem”) que pede a preposição em; na língua

portuguesa não existe a contração nonde, supostamente indicada por em

+ onde.

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O pronome relativo que pode ser substituído por o/a qual.

Logo, a forma em que pode ser trocado pela forma no/na qual, conforme

o caso.

Resposta – Item certo.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

(...)

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção

gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de

“no qual”.

Comentário – Esta foi só para confirmar o que eu disse anteriormente e

como o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expressões. Quando

tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos.

Resposta – Item certo.

24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,

“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com

base na mesma justificativa gramatical.

Comentário – Sim, todas são proparoxítonas.

Resposta – Item certo.

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O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. (...)

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)

está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar,

ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro.

Resposta – Item certo.

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana.

7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

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16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto

acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações

críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

determinado grupo humano em um dado momento histórico.

b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades

semânticas de “pegou” (v.4).

c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo

derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

originário, gerador, causal, seminal.

d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo

sublinhado alude a regras gramaticais.

e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como

disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

Comentário – Mais uma vez quero frisar que o contexto não deve ser

desprezado durante a resolução de questões sobre o significado de palavras.

No texto, a expressão “Moda ave” significa maneira ou modo distinto e

peculiar como o menino vivia: de acordo com os hábitos de uma ave.

Resposta – A

A diferença na linguagem

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“Para os 1 gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”

Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso

prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de

7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no

espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido

10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à

modulação da voz significa estar cego às modalidades do

sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição

entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre

presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que

19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à

Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento

22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,

julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que

“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

Comentário – Esta questão é para você constata como o Cespe

recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio

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que não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom

ficar atento e não se deixar levar pelas “aparências”. Na dúvida, volte ao

texto.

Resposta – Item certo.

28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos

aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da

visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em

“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).

Comentário – Alternativa A: é o contrário! Pela afinidade de sentidos

existente entre elas, as palavras do mesmo campo semântico contribuem

com a coerência e a coesão do texto.

Alternativa B: os motivos são diferentes. Na linha 9, o

termo designa o profissional; na linha 21; designa o nome de uma disciplina,

uma área do conhecimento.

Lemos em Cegalla (Novíssima gramática da Língua

Portuguesa, 2008, página 66) que o emprego de iniciais maiúsculas é

facultativo nos dois casos (repare como a mesma palavra surgiu na linha 1).

O autor nos dá os seguintes exemplos: Doutor Paulo ou doutor Paulo;

Professor Renato ou professor Renato; Matemática ou matemática.

Resposta – Itens errados.

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de

várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

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4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas

isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que

não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam

7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores.

(...)

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os

sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora

menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo

menos “perceber”) o significado das seguintes palavras:

a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados;

b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal

corrupto tinha até uma lista dos comerciantes

escorchados.);

c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso

esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem

nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;

d) “exatores” – cobrador de impostos.

Resposta – Item certo.

Por hoje é só. Não se esqueça de revisar todo o conteúdo

durante a semana. Além disso, intensifique o hábito de leitura e, sempre que

tiver dúvidas quanto à grafia e ao significado de uma palavra, consulte um

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bom dicionário, e não despreze o contexto em que ela está inserida. Isso o

ajudará a escrever corretamente e entender o significado das palavras em

um texto.

Na próxima aula, estudaremos o emprego das classes de

palavras.

Fique com Deus e até lá!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Breve histórico

A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto

Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que

apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As

5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam

quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua

necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas

por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por

entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo

10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.

Originariamente o Tribunal teve competência para exame,

revisão e julgamento de todas as operações relacionadas com a receita

e a despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro

prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-

15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e

verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso

Nacional.

Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as

seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução

20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar

as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como

apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,

para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com

exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as

25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A

Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da

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Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de

aposentadorias, reformas e pensões.

A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional

30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos

atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da

competência para apontar falhas e irregularidades que, se não

sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso

Nacional.

35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões

de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,

tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O

processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por

completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à

40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária

sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituindo-

se, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo do

Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de controle

interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar

45 condições para um controle externo eficaz.

Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da

União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência

substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao

Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,

50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da

administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à

economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da

renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou

55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou

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que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o

dever de prestar contas ao TCU.

Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.

Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do

vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.

2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como

polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.

3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo

significa validada.

4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí

acentuam-se atendendo à mesma regra.

5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças

significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.

Quem são esses senhores

(...)

Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois

bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse

7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de

quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,

resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes

10 desmaiariam.

(...)

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Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,

mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da

40 globalização.

Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).

6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de

sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto

técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);

“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).

A montanha mágica

1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –

um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o

mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as

4 perplexidades que nos mobilizam.

Por coincidência, Davos é também o cenário onde se

monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas

7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e

descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no

princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,

10 procurando recuperar a saúde.

Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando

diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados

13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa

civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de

dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os

16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá

estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as

desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da

19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas

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tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as

doenças da comunidade.

22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.

Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora

viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico

25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na

montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?

28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado

em sentido denotativo, significa presidentes de países.

8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto

III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído

pelo sinônimo hospício.

Desenvolvimento, ambiente e saúde

1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,

em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,

4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática

ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões

físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

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permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender

às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura

13 sobre a Terra.

(...)

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma

verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o

sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:

“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).

1 Num país territorialmente gigante, em que a censura

restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet

tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao

4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha

100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais

7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás

apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase

200 milhões.

Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está

no plural para concordar com “moradores” (l. 4).

O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase

triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de

3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por

mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.

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5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado

publicitário do país.

Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção

gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.

12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência

das informações entre o gráfico I2 e o texto verbal a seguinte

afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores

gastos publicitários no período de 2003 à 2007.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. Vários processos foram experimentados, todos

deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles

10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os

males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições

boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude

13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos

governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,

era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e

16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,

2 Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.

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felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,

kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,

19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse

preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam

só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas

22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão

especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram

25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor

que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,

muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não

28 acudiam às urnas.

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o

texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo

empregados como sinônimos.

(...)

A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me

lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um

19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e

os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei

22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto

o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos

eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os

25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam

uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

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em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação

28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de

moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia

universal.

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra

“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia

7 relativa que, em certo momento do regime cruel de

Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,

mas se mantiveram nas províncias.

10 Muitos defendem o federalismo, quando se

encontram na oposição, mas dele se esquecem quando

chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta

13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos

dos estados e da União, quando deveriam articular-se em

busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia

16 política.

Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra

“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de

mobilizados.

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1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

(...)

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de

acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”

(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:

íbero-americanos.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

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conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

(...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a

substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem

prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção

gramatical.

18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do

texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,

em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca

de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção

gramatical do texto.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já

apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,

como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem

4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

(...)

o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma

28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois

quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais

movimentadas. (...)

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por

acerca de manteria a correção gramatical do período.

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20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o

sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois

quarteirões” (l.28-29).

(...) Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo

empregada com o sentido de árduo, difícil.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. (...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da

textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no

qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a

coerência nem para a correção gramatical do texto.

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1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

(...)

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção

gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de

“no qual”.

24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,

“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com

base na mesma justificativa gramatical.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. (...)

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)

está sendo empregada com o sentido de sancionaram.

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Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana.

7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto

acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações

críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

determinado grupo humano em um dado momento histórico.

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b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades

semânticas de “pegou” (v.4).

c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo

derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

originário, gerador, causal, seminal.

d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo

sublinhado alude a regras gramaticais.

e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como

disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

A diferença na linguagem

“Para os 1 gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”

Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso

prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de

7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no

espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido

10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à

modulação da voz significa estar cego às modalidades do

sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição

entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre

presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que

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19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à

Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento

22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,

julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que

“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos

aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.

c) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da

visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

d) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em

“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de

várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas

isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que

não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam

7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores.

(...)

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

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município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os

sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora

menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

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Olá!

Hoje damos início à aula 2, em que falaremos sobre o emprego

de classes gramaticais ou classes morfológicas. Ao todo, são dez.

Umas variáveis e outras invariáveis. É importante fazermos uma síntese

delas e de suas definições nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro-

-resumo:

Classe gramatical Definição

Substantivo

É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,

instituições, animais, entes de natureza espiritual

ou mitológica, etc.)

Substantivo comum de

dois números

Tem a mesma forma para o singular e o plural:

lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será

estabelecida por meio de outro elemento

linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus

etc.

Substantivo comum de

dois gêneros

Apresenta uma só forma para ambos os gêneros.

Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de

qualquer outro determinante. Exemplos: o/a

colega, o/a agente, o/a lojista.

Substantivo

sobrecomum

Possui uma só forma e um só gênero a fim de

designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a

pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o

monstro.

Substantivo epiceno

Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de

designar animais de ambos os sexos. Usam-se as

expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a

distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a

cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou

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O conteúdo deste curso é de uso exclusivo de CAMILA CANDEIRA MAGALHAES, CPF:61394165315, vedada, por quaisquermeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição, sujeitando-se os infratores àresponsabilização civil e criminal.

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fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc.

Artigo

(definidos: o, a, os,

as; indefinidos: um,

uma, uns, umas)

É a palavra que se antepõe ao substantivo,

servindo basicamente para generalizar ou

particularizar o sentido desse substantivo. Em

alguns casos, o artigo é essencial na identificação

do gênero e do número do substantivo. Exemplos:

Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à

aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi

demitida. – O pires quebrou. / Os pires

quebraram.

Adjetivo

Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe

atribuir uma característica. Com ele concorda em

número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros

bons, árvore alta, tapete novo etc.

Adjetivo uniforme

Mantém a mesma forma tanto quando se refere a

substantivos masculinos quanto a femininos.

Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável,

obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça

adorável.

Numeral

É a palavra que indica a quantidade ou a posição

dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem

(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo

(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze

avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo

(multiplicativos).

Advérbio

É a palavra invariável que se refere a um verbo, um

advérbio ou a um adjetivo, indicando uma

circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos:

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Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal

“chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu

bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,

intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude

menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,

intensificando-lhe o sentido).

Interjeição

É a palavra invariável que exprime emoções ou que

procura agir sobre o interlocutor, levando-o a

adotar certo comportamento sem que se faça uso

de estruturas linguísticas mais elaboradas.

Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia!

Preposição

É a palavra invariável que conecta (liga) palavras

ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do

céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu

para sair mais cedo.

Conjunção

É a palavra invariável que une orações ou termos

de uma oração. No desempenho desse papel, a

conjunção pode relacionar termos e orações

sintaticamente equivalentes (as chamadas orações

coordenadas) ou relacionar uma oração principal a

uma oração que lhe é subordinada. Exemplos:

Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e

Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos.

Verbo

É a palavra que designa um processo (ação, desejo,

estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe

gramatical mais rica em variação de formas. Pode

mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número

e voz. No dicionário, são encontrados no modo

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infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser,

amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do

verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) /

Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está

doente. (estado) / A lagarta virou borboleta.

(mudança de estado) / Choveu forte.

(fenômeno)

Pronome

Palavra que substitui o nome (pronome

substantivo) ou que o acompanha (pronome

adjetivo) para tornar claro o seu significado.

Existem seis classes de pronomes:

Pessoal

Indica diretamente as pessoas do discurso (no

singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala ; 2ª

pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se

fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te,

se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim,

comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco,

convosco. Também são pessoais os pronomes de

tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa

senhoria, vossa excelência, etc.

possessivo

Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a

posse de algo.: Meu, minha, meus, minhas,

nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus,

tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua,

seus, suas.

demonstrativo

Indica a posição dos seres em relação às pessoas

do discurso, situando-os no tempo e no espaço.

1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.

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2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.

3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas,

aquilo.

relativo

É aquele que, em uma oração, se refere a um

termo constante em oração anterior, chamado

antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava

danificado. São pronomes relativos: que, quem,

quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual,

a qual, os quais, as quais.

indefinido

Refere-se à terceira pessoa do discurso num

sentido vago ou exprimido quantidade

indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre

alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e

número. São pronomes indefinidos: algum,

alguns, nenhum, nenhuns, qualquer,

quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc.

interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta

ou indireta: que, quem, qual, quanto.

Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe/UnB

Esaf e FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a

definição dessas classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em

que estão inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que

estabelecem com o restante do período.

Todavia, é a partir do conhecimento das definições que

reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe

gramatical. Além disso, volto a dizer, um bom candidato não menospreza

nenhuma banca examinadora, achando que ela é incapaz de exigir certo tipo

de conhecimento durante a prova. Também não deve pensar que o nível do

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concurso no qual se inscreveu é tão alto que jamais cairá determinado tipo

de questão.

Nunca se esqueça de que as últimas provas elaboradas por uma

mesma banca examinadora refletem apenas uma tendência a certo tipo de

cobrança. Mas isso não quer dizer que ela está impedida de abordar de outra

forma aquilo que prevê o edital. Aliás, o edital nem sempre expressa em

detalhes o que se requer do candidato em termos de Língua Portuguesa.

Portanto, intensifique seus estudos e amplie suas fontes de

consulta. E no mais, mãos à obra!

• Emprego de substantivos

Com frequência, as formas sintéticas de aumentativo e

diminutivo indicam valor semântico pejorativo: mulherzinha; livreco,

sabichão etc.

Vezes há em que essas mesmas formas são empregadas para

traduzir valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona,

paizinho etc.

Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a

ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado

diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha,

folhinha (calendário), película, portão, flautim, calção etc.

• Emprego de artigos

01) Ambos

Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior,

caso este admita o seu uso.

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Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é

substantivo que admite artigo.)

Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que admite

artigo.)

Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento

que não admite artigo.)

02) Todos

Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento

posterior, caso este admita o seu uso.

Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores.

Todas as leis devem ser cumpridas.

Todos vocês estão suspensos.

03) Todo

Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar

integralidade do que é considerado, totalidade da parte; não se usa

para indicar generalização.

Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro.)

Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os

países.)

ATENÇÃO! É muito comum surgirem em provas questões que abordam a

diferença entre os sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente, é

perguntado se o emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a

informação original. Perceba que há alteração de sentido. Tomando o

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segundo exemplo como ponto de partida, a construção Todos os países

(no plural mesmo) sofrem por algum motivo conserva o significado inicial.

04) Cujo

Não se usa artigo após o pronome relativo cujo.

Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e

não: cujas as bolsas.)

05) Pronomes Possessivos

Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo.

Ex.: Encontrei seus amigos no Shopping.

Encontrei os seus amigos no Shopping.

06) Nomes de pessoas

Diante de nome de pessoas, só se usa artigo para indicar

afetividade ou familiaridade.

Ex.: O Pedrinho mandou uma carta a Fernando Henrique Cardoso.

07) Casa

Só se usa artigo diante da palavra casa (lar, moradia) se a

palavra estiver especificada.

Ex.: Saí de casa há pouco.

Saí da casa do Gilberto há pouco.

08) Terra

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Se a palavra terra significar "chão firme", só haverá artigo

quando estiver especificada. Se significar planeta, usa-se com artigo.

Ex.: Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à terra do

comandante.

Os astronautas voltaram da Terra.

09) Nomes de lugar

Só se usa artigo diante da maioria dos nomes de lugar quando

estiver qualificado.

Ex.: Estive em São Paulo, ou melhor, estive na São Paulo de Mário de

Andrade.

10) Nomes de jornais, revistas, obras literárias

Deve-se evitar contrair com preposição o artigo que faz parte do

nome de jornais, revistas, obras literárias.

Ex.: Li a notícia nO Estado de São Paulo. (ou Li a notícia no Estado de

São Paulo) – não recomendado

Li a notícia em O Estado de São Paulo. – recomendado

• Emprego de adjetivos

Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O

primeiro é que também atingimos o grau superlativo (eleva ou reduz a

qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de

outro ser) com a repetição do adjetivo:

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Ex.: O filme foi muito lindo.

O final do filme foi lindo, lindo.

O segundo fato é que, quando comparamos a mesma

qualidade atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom,

mais mau, mais grande e mais pequeno.

Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar.

A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação.

Mas quando comparadas duas qualidades do mesmo ser,

usamos a forma analítica desses adjetivos.

Ex.: João é mais pequeno do que inteligente.

Seu comportamento é mais bom do que mau.

• Emprego de numerais

a) Na designação de reis, imperadores, papas, séculos e capítulos de uma

obra, devemos usar o ordinal até dez e o cardinal de onze em diante.

Ex.: D. Pedro I (primeiro) – João Paulo II (segundo) – século VIII

(oitavo) – Canto X (décimo) – Luís XV (quinze) – João XXIII

(vinte e três) – século XX (vinte) – Capítulo XI (onze)

b) Na enumeração de artigos, decretos e portarias, devemos usar o

ordinal até nove e o cardinal de dez em diante.

Ex.: artigo 1º (primeiro) – artigo 9º (nono) – artigo 10 (dez) – artigo

21 (vinte e um)

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c) Quando nos referimos a dias do mês, número de casas, páginas,

cabines poltronas, folhas e quartos de hotel, devemos usar o cardinal.

Ex.: 13 de maio de 2003 (treze de maio de dois mil e três) – casa 15

(quinze) – página 1 (um)

ATENÇÃO! Empregamos o ordinal quando o dia do mês for o primeiro. E

quando o numeral vier antes do substantivo, usaremos o ordinal: vigésima

casa, décima página.

• Emprego de pronomes

01) Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais

a) Ele virou ela.

b) Quero falar com ele. Sou útil a ele. Vi-o na rua.

c) Eu contei a ti o que acontecera.

Você terá de viajar com nós dois. Você terá de viajar conosco.

CUIDADO! Não vá sem eu saber.

Todos saíram, exceto eu.

Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas (complemento verbal, complemento nominal etc.)

Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico.

Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com nós ou com vós quando tais expressões vierem acompanhadas de elementos de realce, numeral, pronome ou oração adjetiva.

Na função de sujeito e de predicativo, o pronome pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto.

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O conteúdo deste curso é de uso exclusivo de CAMILA CANDEIRA MAGALHAES, CPF:61394165315, vedada, por quaisquermeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição, sujeitando-se os infratores àresponsabilização civil e criminal.

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d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. Maria fez aniversário. Pedro a presenteou.

e) Mandei-o sair da sala. Fiz-lhes ver que estavam errados.

02) Pronomes de tratamento

PRONOME DE TRATAMENTO

ABREVIATURA USADO PARA SE DIRIGIR

A Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal Você V. tratamento informal Vossa Alteza V. A. príncipes e duques Vossa Eminência V. Emª cardeais

Vossa Excelência V. Exª altas autoridades e oficiais-generais

Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades Vossa Majestade V. M. reis e imperadores Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral Vossa Santidade V. S. papa

Vossa Senhoria V. Sª tratamento formal para pessoas graduadas.

As formas de tratamento designam indiretamente a 2ª pessoa do

discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem toda as concordâncias

nominal e verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural,

conforme o caso.

• Particularidades

Como complementos verbais, o(s), a(s) desempenham função de objeto direto; lhe(s), de objeto indireto.

LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto. Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem regência intransitiva.

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a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa,

ainda que por meio de correspondências)

Sua Excelência fez um belo discurso. (fala-se da pessoa)

b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o

pronome correspondem à terceira pessoa; o adjetivo tende a

concordar com o gênero da pessoa – concordância ideológica)

c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado)

Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo)

(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os

outros pronomes para a terceira pessoa)

03) Pronomes possessivos

Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de

algo. Concordam em gênero e número com “a coisa” possuída.

Primeira pessoa

Meu(s), minha(s), nosso(s), nassa(s)

Segunda pessoa

Teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)

Terceira pessoa

Seu(s), sua(s)

04) Pronomes demonstrativos

Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,

situando-os no tempo e no espaço.

PRONOMES TEMPO ESPAÇO Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala

Esse (s), essa (s), isso Passado próximo Perto da pessoa com

quem se fala Aquele (s), aquela (s), aquilo

Passado longínquo Longe de quem fala e da pessoa com quem se fala

Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito.

Ex.: Eu trouxe meu caderno.

Tu trouxeste tuas canetas.

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Este rapaz ao meu lado é meu amigo.

Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis.

O que é isso aí do teu lado?

Naquela época, a vida era melhor.

O que é aquilo atrás do carro?

• Casos Especiais

a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este:

empregado quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão

textual conhecida como catafórica.).

Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse:

empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual

conhecida como anafórica)

b) Comprei um carro e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão;

aquele, para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar

elementos já citados. Este diz respeito ao último termo; aquele, ao

primeiro.)

c) O que ele disse era verdade.

Passará a que for mais capacitada. (O e a diante de que – pronome

relativo – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos)

05) Pronomes indefinidos

São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado. Alguns

podem flexionar-se em gênero e número.

• Casos Particulares

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a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido.

Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo.

b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor

positivo, exprime possibilidade.

Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem valor negativo,

expressa impossibilidade.

06) Advérbios

Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo,

acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias.

Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica

quando a ação verbal se realizou)

Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,

intensificando o modo indicado pelo advérbio)

Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,

adicionando-lhe valor semântico intensificador)

Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração

inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala

ou escreve sobre o conteúdo da oração.

Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas.

As providências foram infrutíferas, lamentavelmente.

Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a

adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar

o grau comparativo de superioridade.

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Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala.

Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro.

Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam

a ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva.

Ex.: Chegaram agorinha.

Terminei a prova rapidinho.

Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em

mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio ou em

todos eles.

Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos.

Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os

ensinamentos.

ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados com

advérbios. Nesse caso, ficam invariáveis.

Ex.: Não falem alto!

As aulas de português não custam caro.

07) Preposições

Conecta (liga) palavras e orações, estabelecendo uma relação de

subordinação do consequente ao antecedente.

Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição

estabeleceu vínculo entre as palavras “caderno” e “português”,

pertencentes à mesma oração)

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O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a

preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a

oração completiva nominal “fracassar”.

Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico.

Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase.

Ex.: Estou com você. (associação, a favor)

Estou contra você. (posição contrária)

Pus sob a mesa. (posição inferior)

Pus sobre a mesa (posição superior)

Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade)

Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição)

Veio de casa. (origem)

08) Conjunções

Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse

papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente

equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração

principal a uma oração que lhe é subordinada.

Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma

oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as

conjunções, um vínculo de coordenação.

Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm

entre si uma relação de equivalência sintática)

Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi

ao cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um

vínculo de coordenação)

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É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece

uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que

estudemos”)

Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de

conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais

importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus

contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo

(coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou

explicativas; subordinativas integrantes ou adverbiais – causal, comparativa,

concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou

temporal).

09) Verbos

a) Emprego dos modos verbais

– Indicativo: é associado a ações presentes, pretéritas (ou

passadas) ou futuras que consideramos de ocorrência certa.

– Subjuntivo: também é associado a acontecimentos presentes,

pretéritos ou futuros; mas com ocorrência provável, hipotética, duvidosa.

– Imperativo: associado a ordens, pedidos, súplicas que

desejamos.

Atenção! Quanto às formas nominais do verbo, o infinitivo indica a ação

verbal em si mesma; o gerúndio indica a ação em processo; o particípio

indica uma ação em curso ou um adjunto de um substantivo.

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b) Emprego dos tempos verbais

O presente do indicativo pode indicar valores semânticos tais

como:

1. fato que se realiza no momento do discurso.

Ex.: A turma toda estuda agora.

2. fato permanente

Ex.: O sol aquece a Terra.

3. fato habitual.

Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta-se bem e treina

intensamente.

4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para

enfatizar a descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele.

Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu

sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”

(João 14:6).

5. certeza do fato a que nos referimos, substituindo o presente

do futuro ou do subjuntivo

Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã.

ATENÇÃO! Esses dois últmos casos têm surgido com frequência em provas.

Mais à frente, resolveremos uma qustão semelhante. Recomendo bastante

atenção a eles.

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O pretérito perfeito do indicativo indica que o fato foi

perfeitamente concluído.

Ex.: O réu recorreu da decisão do juiz.

Também é recorrente em provas a discussão sobre os aspectos

indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo. Fique atento aos

valores semânticos desse tempo verbal:

1. indica fato que ocorria habitualmente.

Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas.

2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua

uma afirmação ou um pedido.

Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou.

3. indica simultaneidade entre dois fatos passados.

Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi

publicado.

4. denota uma consequência de um fato hipotético; substitui,

nesses casos, o futuro do pretérito.

Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar.

O pretérito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato

passado e anterior a outro também passado.

Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o portão

já se fechara.

Pode também surgir em frases optativas:

Ex.: Quem me dera casar com ela...

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O futuro do presente do indicativo pode, além de indicar um

fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semântico de imperativo:

Ex.: Nas férias, viajaremos para Caldas Novas.

“Não adulterarás” (Êxodo 20:13)

Entre os valores semânticos do futuro do pretérito do

indicativo, destaco:

1. o que indica ação futura expressa no passado.

Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em

casa.

2. aquele que indica um fato cuja realização depende de uma

condição que não se concretizou no passado e que,

provavelmente, não se realizará.

Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente

ou no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas

modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese

que poderá ocorrer, ou não.

Caso estudemos mais, obteremos a classificação.

Se estudarmos mais, obteremos a classificação.

Em relação ao subjuntivo, note que ele pode indicar hipótese,

condição, vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente, no pretérito

ou no futuro.

Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do

subjuntivo)

,

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Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito

imperfeito do subjuntivo)

Se estudares, terás bom resultado. (futuro do

subjuntivo)

Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito

do subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal.

Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.

Iniciaremos agora a análise de algumas questões de provas

anteriores. À medida que outras situações envolvendo o emprego de classes

gramaticais forem surgindo, apresentarei o fundamento teórico sobre o

assunto. Por isso é importante que você preste bastante atenção nesta parte

da aula.

(...) Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de

cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela

razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados

pela vontade soberana do país. Machado de Assis. “A semana”. In: Obra Completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

1. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A expressão “lhe foram

dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser

substituída por foram dados a ele.

Comentário – É importante notar que “lhe” é pronome oblíquo átono

indicativo de terceira pessoa do discurso, refere-se anaforicamente ao

substantivo “candidato” e completa o sentido da locução verbal “foram

dados”. Em função de complemento verbal, lhe(s) desempenha função

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sintática de objeto indireto, diferentemente dos pronomes oblíquos átonos

o(s) e a(s), que desempenham função sintática de objeto direto quando

também completam sentido de verbo. Ele(s) e ela(s) são pronomes oblíquos

tônicos que também indicam a terceira pessoa do discurso e, quando

completam sentido de verbo, desempenham função de objeto indireto. O

emprego da preposição “a” diante dele deve-se justamente pelo fato de ser

tônico. Assim sendo, a substituição proposta pela banca examinadora não

traz nenhum prejuízo gramatical ao período.

Resposta – Item certo.

1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem

técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de

um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.

4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com

alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,

cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha

7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,

destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas

passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não

10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por

esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta

era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.

13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando

ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;

mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava

16 a lei.

A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me

lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um

19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

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estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e

os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei

22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto

o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos

eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os

25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam

uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação

28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de

moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia

universal.

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

2. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Em relação ao texto assinale

a opção correta.

a) A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a

correção gramatical do período.

b) Na expressão “contei-lhe” (l. 22), “lhe” exerce a função de objeto

direto.

Comentário – A forma verbal “tinha estado” indica tempo composto:

pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. O tempos compostos

são formados pelos verbos auxiliares TER e HAVER seguidos de verbo

principal no particípio. A tabela abaixo resume o processo de formação dos

tempos compostos:

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MODOS TEMPOS COMPOSTOS

indicativo

pretérito perfeito (tenho/hei cantado) mais-que-perfeito (tinha/havia cantado)

futuro do presente (terei/haverei cantado) do pretérito (teria/haveria cantado)

subjuntivo pretérito

perfeito (tenha/haja cantado) mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)

futuro (tiver/houver cantado)

ATENÇÃO! Note que não há tempos compostos relativos ao presente e ao pretérito imperfeito, bem

como ao modo imperativo.

Portanto, a alteração de uma para outra forma não causará

prejuízo à correção gramatical do período.

A alternativa C traz um grave erro por afirmar que o pronome

oblíquo átono “lhe” desempenha função sintática de objeto direto. Como já

sabemos, esse pronome, ao completar sentido de verbo, só poderá fazê-lo

como objeto indireto.

Resposta – Itens errados. A alternativa correta não é nenhuma das duas

que aqui foram analisadas; simplesmente por fugir ao objetivo desta aula,

deixemo-la oculta.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o

7 Brasil como modelo nessa área.

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Amanhã serão definidos os nomes do presidente da

República e dos governadores de alguns estados. O país,

10 mais do que nunca, conta com você.

(...)

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial.

Internet: <www.tse.gov.br>

3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A substituição da expressão

“serão definidos” (l. 7) por definir-se-ão garante a correção

gramatical do período.

Comentário – Este item trata de um assunto mais conhecido como

colocação pronominal (ou topologia pronominal). Em outras palavras, ele

considera a posição ocupada pelos pronomes oblíquos átonos (ênclise;

próclise; mesóclise), que variará em função de certas circunstâncias.

Ênclise: o pronome oblíquo surge após o verbo e liga-se a

ele por meio de hífen (Levante-se e lute.). É a tendência da Língua

Portuguesa e só não ocorrerá se surgir um dos casos mencionados a seguir.

Mesóclise: o pronome oblíquo átono é colocado no meio do

verbo. Surge apenas com as formas verbais do futuro do presente e futuro

do pretérito, desde que não haja nenhuma palavra atrativa que obrigue a

ocorrência de próclise (Amar-te-ei a vida inteira.). Em nosso país, mesmo

com verbos conjugados no futuro do presente ou no futuro do pretérito,

poderemos usar tanto a próclise quanto a mesóclise se o verbo não estiver

no início da frase (Eu me lembrarei deste dia para sempre. ou Eu queixar-

me-ei de você.).

Próclise: é a colocação do pronome oblíquo átono antes do

verbo. Ocorrerá obrigatoriamente nos seguintes casos:

a) Palavras de sentido negativo (Nunca se queixou de minhas manias.)

b) Advérbios sem pausa (Aqui se estuda bastante.)

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c) Pronomes indefinidos (Alguém me ligou?)

d) Pronomes interrogativos (Quem nos ajudará agora?)

e) Pronomes relativos (A pessoa que te ligou não se identificou.)

f) Conjunções subordinativas (Ele disse que o chamou de patriarca.)

De acordo com essa explicação, a presença do advérbio

“Amanhã” atrai o pronome oblíquo átono “se” e impede o surgimento de

mesóclise em “definir-se-ão”.

Resposta – Item errado. Pelos motivos expostos acima, esta alternativa

não foi o gabarito da questão.

O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas

as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos

os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos.

Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados

permanentemente, por meio de atos significativos em que as

pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a

ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial.

Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente

ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos

políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará

ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).

4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Acerca das relações lógico-

sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de

associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos

sintáticos do texto acima. Assinale a opção que apresenta proposta de

associação incorreta.

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período conjunção período

A primeiro e segundo

B terceiro entretanto quarto

C quarto conquanto quinto

D quinto já que sexto

Comentário – A alternativa A traz conjunção coordenativa aditiva cujo

valor semântico, como o próprio nome já indica, é de adição. O vínculo

estabelecido por essa conjunção entre os dois primeiros períodos mantém o

enunciado correto, coeso e coerente, como podemos constatar: “O terreno

da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade e

essa construção é feita todos os dias”.

A conjunção “entretanto”, em B, confere ao enunciado que

introduz valor semântico de oposição, adversidade. Notem a presença do

vocábulo “imaterial” no terceiro período, contribuindo para o nexo

adversativo em relação ao quarto período.

Na alternativa C surge o problema: “conquanto” é conjunção

subordinativa concessiva. A informação introduzida por ela deve servir de

obstáculo para a realização de algo, muito embora não seja suficiente para

que esse algo se concretize. Entre o quarto e o quinto período não é

observada tal relação semântica: “Eles não estão aí por obra divina.

Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos significativos

em que as pessoas reconheçam o interesse público”. Estaria sem prejuízo

gramatical a associação dos dois períodos por meio de uma conjunção

conclusiva (portanto, por isso, logo).

Não há problema algum em se proceder à articulação

sugerida em D usando o conector “já que”, geralmente com valor semântico

de causa.

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Resposta – C

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido

vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita

minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de

minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem

era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando

houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,

os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e

o partido que não folheia a gramática política acha

naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e

corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous

exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto, assinale a

opção correta.

a) A substituição de “Tentam-se” (l. 3) por São tentados prejudica a

correção gramatical do período.

b) O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (l. 10-11) justifica-se

por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.

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Comentário – Certamente, a substituição de “Tentam-se” por São

tentados não causa nenhum prejuízo ao período. Em “Tentam-se”, temos

voz passiva sintética (também conhecida como voz passiva pronominal).

Sua estrutura é caracterizada pela presença de verbo transitivo direto

seguido do pronome apassivador “se”. Em São tentados, ocorre também

voz passiva. Mas agora a estrutura é outra: uma locução verbal formada

pelo verbo auxiliar São e pelo verbo principal tentados. Chama-se voz

passiva verbal ou analítica.

Recordemos que são três as vozes verbais: ativa, passiva e

reflexiva. Na ativa, o sujeito é o agente da ação verbal que recai sobre outro

ser (João beijou a esposa.) Na voz passiva, o sujeito sofre a ação verbal

praticada por outro ser, que é conhecido como agente da passiva (João foi

beijado pela esposa.). Na voz reflexiva, o sujeito pratica ação verbal que

recai sobre ele mesmo (João beijou-se.).

Na alternativa B, o emprego do subjuntivo em “quando

houvesse” deve-se ao caráter condicional, hipotético de uma ação em vias

de se concretizar. Portanto, “Sócrates” se refere a algo possível de acontecer

em um futuro próximo, e não faz “uma afirmativa sobre uma ação já

decorrida”.

Resposta – Itens errados. Pelos motivos explicados, nem a alternativa A,

nem a alternativa B foram o gabarito da questão.

1 A função da oposição em uma sociedade democrática

consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as

investigações e avaliar os projetos e iniciativas

4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a

adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter

uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução

7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com

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uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e

discuta os seus encaminhamentos.

Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).

6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto acima,

assinale a opção correta.

a) Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação

sintática que pode ser expressa por Entretanto.

b) O emprego do subjuntivo em “sinalize” (l. 8) e “discuta” (l. 9)

justifica-se por compor um período de natureza explicativa.

Comentário – A conjunção Entretanto integra o rol das conjunções

coordenativas adversativas (porém, no entanto, todavia, mas etc.). Seu

valor semântico estabelece uma relação de contrariedade, oposição entre as

orações interligadas por ela. Não é esse o sentido notado entre os dois

últimos períodos do texto.

Os estudos sobre aspectos verbais não revelam a necessidade

de orações explicativas trazerem seus verbos no modo subjuntivo. Verbos

no modo subjuntivo comunicam fatos considerados hipotéticos, de realização

incerta ainda. Esse é ocaso do emprego de “sinalize” e de “discuta”. Ambos

denotam ações possíveis de acontecerem.

Resposta – Itens incorretos; é outro o gabarito da questão.

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7. (Cespe/TCU/ACE/2007) O emprego do futuro do presente do indicativo

em "teremos" (L.6) indica que a preposição "em" (L.5), que precede

"dez anos" (L.5), tem o sentido de daqui a.

Comentário – O futuro de presente (“teremos”) é utilizado, entre outros

motivos, para indicar fatos certos ou prováveis posteriores ao momento em

que se fala. A afirmação de AlGore está condicionada a “se nada for feito,

em dez anos”. Percebe-se que a noção de futuro afeta a preposição “em”,

que textualmente equivale à expressão daqui a (dez anos).

Resposta – Item certo.

1 Distraídos com a discussão sobre os índices de

crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o

processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a

4 administrar realidades cada vez mais complexas.

(...)

Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).

8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) A substituição de “pelo qual” (l. 3)

por cuja mantém a correção gramatical do período.

Comentário – Antes de tudo, sugiro reescrever o período já com a

alteração indicada no item: “Distraídos com a discussão sobre os índices de

crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo

contínuo cuja uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez

mais complexas”. É flagrante a inexistência de coesão textual na passagem

da oração de verbo “ser” para a oração seguinte, causada pelo emprego do

pronome relativo “cuja” desacompanhado de outras alterações necessárias.

Não é possível substituir um pronome substantivo relativo (que, quem, o

qual, quanto) por um pronome adjetivo relativo (cujo) Há ainda problemas

quanto à correção gramatical, pois não se usa artigo diante desse pronome

relativo. Tudo isso contribui para que o período se torne incoerente.

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Resposta – Item errado.

(...)

Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria

7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois

tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de

capital (físico e humano).

10 A elevação significativa da produtividade dos fatores

de produção só será obtida com reformas institucionais

profundas. Já o acúmulo de capital humano requer

13 investimento em educação, cuja maturação é longa.

Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações).

9. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Assinale a opção incorreta acerca

do texto acima.

a) A substituição de “Já” (l. 12) pela expressão Por outro lado, seguida

de vírgula, mantém a informação original do período.

b) A substituição de “cuja” (l. 13) por a qual mantém a correção

gramatical do período.

Comentário – O vocábulo “Já”, no contexto a que pertence, denota

simplesmente uma ressalva, uma observação. Esse também é o valor

semântico da expressão Por outro lado. Portanto, a informação original do

período é mantida com a substituição indicada na alternativa A.

Em B, tem-se incorreção gramatical pelos motivos explicados

no comentário à questão 7.

Resposta – B

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10. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A ideia de continuidade no

uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego

da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal

"tem sido usado" (L.1).

Comentário – Celso Cunha e Lindley Cintra nos ensinam que a preposição

desde serve para indicar afastamento de um limite (quer em relação ao

espaço, quer em relação ao tempo) em direção a outro, com insistência

naquele. No texto, o limite inicial ou de origem é indicado pelo vocábulo

“antiguidade”. A expressão “tem sido usado” exprime a voz passiva do verbo

usar, que, auxiliado pelo pretérito imperfeito composto do verbo ser, indica

ação durativa, não limitada no tempo.

Resposta – Item certo.

C A

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11. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A conjunção "e" (L.4) liga

dois complementos para a expressão "É obvio" (L.3).

Comentário – A conjunção “e” é aditiva e serve para ligar dois termos ou

duas orações de idêntica função: Leonor e ele voltaram-se e desfaleceram.

No texto, a conjunção em destaque conecta os verbos “otimizar e

modernizar”, ambos complementos do substantivo transitivo “necessário”.

Resposta – Item errado.

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12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos

"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e

contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e

"até" (L.19).

Comentário – Perceba como, no mesmo ano, o Cespe “brincou” com os

valores semânticos da preposição essencial desde. As duas preposições

mencionadas exprimem movimento em relação a dois limites. Enquanto a

preposição desde enfatiza o afastamento (limite inicial, de origem), a

preposição até sublinha a aproximação (limite final, de chegada).

Importa perceber a diferença existente entre a preposição

até, que indica movimento, da palavra de forma idêntica, denotadora de

inclusão: Tudo na vida engana, até a glória.

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Frise-se ainda que, com a preposição até, usam-se as

formas oblíquas mim, ti etc.: Um grito chegou até mim. Se, porém, até

denota inclusão – e equivale a mesmo, também, inclusive – constrói-se com

a forma reta do pronome: ...E até eu já tive quem me oferecesse

champanhe.

Resposta – Item certo.

13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A preposição "mediante" (L.1) estabelece

relação de movimento entre "exercício do poder" (L.1) e "múltiplas

dinâmicas" (L.1-2).

Comentário – O vocábulo “mediante” é uma preposição acidental.

Esclareça-se ainda que a relação que se estabelece entre palavras por

intermédio de preposição pode implicar movimento ou não movimento,

melhor dizendo, pode exprimir um movimento ou uma situação daí

resultante. No texto, essa preposição (que significa “por meio de”) afasta

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totalmente a noção de “movimento” e traduz a troco de que o “exercício do

poder ocorre”.

Resposta – Item errado

14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite

que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente

antes de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula,

sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.

Comentário – A conjunção logo é conclusiva, como também o são pois,

portanto, por conseguinte, por isso, assim. Ela serve para introduzir

segmento de valor semântico conclusivo, consecutivo. Se foi dito

anteriormente que “o exercício da política é coletivo”, é natural concluir-se

que “A política é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto”.

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É importante dizer que a inserção sugerida pelo Cespe

realmente exige mudança na grafia inicial do artigo. Sempre que a banca

propuser a você mudanças na estrutura de uma frase, observe se todas as

adaptações estão sendo sugeridas. Caso contrário, o item estará errado.

Resposta – Item certo

15. (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário/2008) O emprego das preposições

em "da responsabilidade" (L.9) e "para a comunidade" (L.10) é exigido,

respectivamente, por "preço" (L.8) e "dirigir" (L.9).

Comentário – Uma questão semelhante caiu na prova da Antaq, em 2009,

e foi resolvida anteriormente, lembra? Aqui, o termo “da responsabilidade”

completa o sentido do nome “preço”, e o termo “para a comunidade”

vincula-se ao verbo “dirigir”. Ambas as relações são articuladas por meio das

preposições “da” e “para”, respectivamente.

Resposta – Item certo

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16. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2008) A organização das idéias do texto

permite subentender um conectivo como No entanto ligando o período

iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.

Comentário – Esse conectivo integra o rol das conjunções adversativas,

aquelas que principiam segmento de valor semântico adversativo, de

contraste, de oposição. Repare que, já no início do texto, o autor menciona a

força “paradoxal” da economia. Se, por um lado, as pessoas assumem uma

postura cautelosa se “preocupam com a estabilidade dos mercados

financeiros e da economia globalizada”, por outro, elas se tornam

complacentes e se equivocam, por causa dos prazeres da prosperidade.

Resposta – Item certo.

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17. (Cespe/Prefeitura de Ipojuca – PE/2009) A partir da conjunção "mas"

(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um

"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas

fundações" (l.11) antes de ser definitivo.

Comentário – Já caminhando para a conclusão do texto, o autor afirma que

a globalização é um processo lento. Apesar disso, ele (o processo) “já dispõe

de sólidas fundações”. Pela ideia de contraste causada pelo uso da

conjunção adversativa “mas”, percebe-se que a regra ou a consequência

normal é esse processo não dispor dessas fundações. Em outras palavras, a

globalização, que ainda não assumiu seu formato definitivo) pode não dispor

de sólidas fundações (regra geral), mas essa dispõe (exceção à regra).

Resposta – Item certo.

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18. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O conectivo "Então" (L.6)

estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas

orações.

Comentário – Textualmente, esse conectivo introduz segmento de caráter

conclusivo.

Resposta – Item errado

19. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O emprego de "Em virtude disso"

(L.9) mostra que, imediatamente antes do termo "o social" (L.10) está

subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser

empregada sob a forma do.

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Comentário – A questão é fácil, mas é preciso ler atentamente a passagem.

Nela, o termo “o social” complementa o sentido do nome “discussão”:

“discussão sobre a filosofia e [discussão sobre] o socila”. Nota-se, assim, o

equívoco da alegação do Cespe.

Resposta – Item errado

20. (Cespe/ANTAQ/Analista Administrativo/2009) Na linha 12, caso se

deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da

argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas

vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários

ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas.

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Comentário – Primeiramente, faça as transformações propostas pela

banca: Pois tempo, espaço e matéria são ideias... O que acha? Quase tudo

certo, quase tudo! O problema está na perda da ideia original. A conjunção

pois utilizada entre vírgulas e após o verbo da oração que integra denota

ideia conclusiva, tal como no texto original. O emprego dela no início da

oração, como sugerido pela banca, reveste-a de valor semântico explicativo.

Resposta – Item errado

Muito bem, por hoje é só. Ficarei aguardando as dúvidas,

sugestões e os comentários. Não deixe de interagir. O êxito deste curso

também depende da sua participação.

Na próxima aula, estudaremos regência e crase. Até lá!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(...) Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de

cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela

razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados

pela vontade soberana do país. Machado de Assis. “A semana”. In: Obra Completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

1. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A expressão “lhe foram

dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser

substituída por foram dados a ele.

1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem

técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de

um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.

4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com

alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,

cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha

7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,

destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas

passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não

10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por

esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta

era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.

13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando

ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;

mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava

16 a lei.

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A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me

lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um

19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e

os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei

22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto

o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos

eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os

25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam

uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação

28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de

moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia

universal.

Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

2. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Em relação ao texto assinale

a opção correta.

a) A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a

correção gramatical do período.

b) Na expressão “contei-lhe” (l. 22), “lhe” exerce a função de objeto

direto.

Caro eleitor,

1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou

vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram

alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de

4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,

em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a

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apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o

7 Brasil como modelo nessa área.

Amanhã serão definidos os nomes do presidente da

República e dos governadores de alguns estados. O país,

10 mais do que nunca, conta com você.

(...)

Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial.

Internet: <www.tse.gov.br>

3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A substituição da expressão

“serão definidos” (l. 7) por definir-se-ão garante a correção gramatical

do período.

O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas

as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos

os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos.

Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados

permanentemente, por meio de atos significativos em que as

pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a

ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial.

Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente

ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos

políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará

ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).

4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Acerca das relações lógico-

sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de

associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos

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sintáticos do texto acima. Assinale a opção que apresenta proposta de

associação incorreta.

período conjunção período

A primeiro e segundo

B terceiro entretanto quarto

C quarto conquanto quinto

D quinto já que sexto

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido

vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita

minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de

minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem

era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

Continuou praticamente o sistema da lavra única.

10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando

houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,

os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e

o partido que não folheia a gramática política acha

naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e

corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous

exemplares da mesma gramática.

Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto, assinale a

opção correta.

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a) A substituição de “Tentam-se” (l. 3) por São tentados prejudica a

correção gramatical do período.

b) O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (l. 10-11) justifica-se

por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.

1 A função da oposição em uma sociedade democrática

consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as

investigações e avaliar os projetos e iniciativas

4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a

adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter

uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução

7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com

uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e

discuta os seus encaminhamentos.

Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).

6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto acima,

assinale a opção correta.

a) Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação

sintática que pode ser expressa por Entretanto.

b) O emprego do subjuntivo em “sinalize” (l. 8) e “discuta” (l. 9)

justifica-se por compor um período de natureza explicativa.

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7. (Cespe/TCU/ACE/2007) O emprego do futuro do presente do indicativo

em "teremos" (L.6) indica que a preposição "em" (L.5), que precede

"dez anos" (L.5), tem o sentido de daqui a.

1 Distraídos com a discussão sobre os índices de

crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o

processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a

4 administrar realidades cada vez mais complexas.

(...)

Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).

8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) A substituição de “pelo qual” (l. 3)

por cuja mantém a correção gramatical do período.

(...)

Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria

7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois

tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de

capital (físico e humano).

10 A elevação significativa da produtividade dos fatores

de produção só será obtida com reformas institucionais

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profundas. Já o acúmulo de capital humano requer

13 investimento em educação, cuja maturação é longa.

Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações).

9. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Assinale a opção incorreta acerca

do texto acima.

a) A substituição de “Já” (l. 12) pela expressão Por outro lado, seguida

de vírgula, mantém a informação original do período.

b) A substituição de “cuja” (l. 13) por a qual mantém a correção

gramatical do período.

10. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A ideia de continuidade no

uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego

da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal

"tem sido usado" (L.1).

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11. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A conjunção "e" (L.4) liga

dois complementos para a expressão "É obvio" (L.3).

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12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos

"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e

contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e

"até" (L.19).

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13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A preposição "mediante" (L.1) estabelece

relação de movimento entre "exercício do poder" (L.1) e "múltiplas

dinâmicas" (L.1-2).

,

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14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite

que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente

antes de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula,

sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.

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15. (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário/2008) O emprego das preposições

em "da responsabilidade" (L.9) e "para a comunidade" (L.10) é exigido,

respectivamente, por "preço" (L.8) e "dirigir" (L.9).

16. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2008) A organização das idéias do texto

permite subentender um conectivo como No entanto ligando o período

iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.

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17. (Cespe/Prefeitura de Ipojuca – PE/2009) A partir da conjunção "mas"

(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um

"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas

fundações" (l.11) antes de ser definitivo.

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18. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O conectivo "Então" (L.6)

estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas

orações.

19. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O emprego de "Em virtude disso"

(L.9) mostra que, imediatamente antes do termo "o social" (L.10) está

subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser

empregada sob a forma do.

20. (Cespe/ANTAQ/Analista Administrativo/2009) Na linha 12, caso se

deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da

argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas

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vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários

ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas.

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GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. Item certo

2. Item errado

3. Item errado

4. C

5. Itens errados

6. Itens incorretos

7. Item certo

8. Item errado

9. B

10. Item certo

11. Item errado

12. Item certo

13. Item errado

14. Item certo

15. Item certo

16. Item certo

17. Item certo

18. Item errado

19. Item errado

20. Item errado

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Aula 3

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Saudações, prezado aluno!

Em nossa terceira aula, estudaremos a regência de alguns

nomes e verbos, além de casos de ocorrência (ou não) da crase. Em relação

à regência, digo “de alguns nomes e verbos” porque a grande quantidade

deles no léxico da nossa Língua não nos permite estudar o assunto em sua

inteireza. Ficaremos, então, no estudo da regência de um grupo de nomes e

verbos cujo conhecimento não pode faltar a você.

REGÊNCIA NOMINAL

Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo

ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação

é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei

de falar:

(1) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos.

(2) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão

mais perto da aprovação.

(3) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso!

É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo

regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo

significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Vamos ver

como isso funciona em concurso. Eis abaixo um exemplo extraído de uma

questão de prova:

ADJ. COMP. NOMINAL

PREP.

ADV. COMP. NOMINAL

PREP. (de + a)

SUBST. COMP. NOMINAL

PREP.

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(...) À noite, o céu se abre limpo e estrelado.

8 É um convite à contemplação da natureza. (...)

Época, 9/5/2005 (com adaptações).

1. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2005) Na linha 8, o emprego do sinal

indicativo de crase em “à contemplação” indica que esse termo é regido

pelo substantivo “convite”; mas se a opção fosse por uma oração com o

verbo convidar o uso do sinal de crase seria opcional.

Comentário – A primeira parte da declaração está correta. Realmente, o

substantivo “convite” tem seu significado semântico completado pelo termo

“à contemplação”. Note a fusão que ocorreu entre a preposição a exigida

pela regência transitiva do substantivo “convite” e o artigo feminino a que

acompanha o substantivo “contemplação”. Esse fenômeno justifica o

emprego do acento grave indicativo de crase (“à”).

E o que dizer da parte final da declaração? Antes de

responder à pergunta, experimente reescrever a passagem empregando o

verbo convidar. Tenha em mente que o verbo convidar também é

transitivo (direto e indireto) e pede complemento. Na questão da prova,

esse verbo estaria também complementado explicitamente por termo regido

pela preposição a, justificando a presença obrigatória do acento grave

indicativo de crase.

Resposta – Item errado.

Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que

merecem sua atenção, já que o emprego deles é frequente em concursos

das mais diversas bancas examinadoras:

Acessível a

Acostumado a ou

com

Alheio a

Alusão a

Ansioso por

Atenção a ou para

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Aula 3

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Atento a ou em

Benéfico a

Compatível com

Cuidadoso com

Desacostumado a ou

com

Desatento a

Desfavorável a

Desrespeito a

Estranho a

Favorável a

Fiel a

Grato a

Hábil em

Habituado a

Inacessível a

Indeciso em

Invasão de

Junto a ou de

Leal a

Maior de

Morador em

Natural de

Necessário a

Necessidade de

Nocivo a

Ódio a ou contra

Odioso a ou para

Posterior a

Preferência a ou por

Preferível a

Prejudicial a

Próprio de ou para

Próximo a ou de

Querido de ou por

Residente em

Respeito a ou por

Sensível a

Simpatia por

Simpático a

Útil a ou para

Versado em

Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem

preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase. Foi explorando esse

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conhecimento que uma questão apareceu na prova elabora pelo Cespe, para

o cargo de técnico judiciário do Supremo Tribunal Federal, em 2008.

1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste

ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo

crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A

4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das

principais mudanças nas perspectivas para a economia

brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da

7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro

do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado

em 6,2%.

(...)

O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal

indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de

preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo

definido feminino plural antes de “previsões”.

Comentário – Note que a locução “em relação a” possui em sua parte final

a preposição a. Essa expressão exige sim um complemento, que no caso em

estudo está pluralizada e acompanhada de artigo definido: “as previsões

apresentadas em dezembro do ano passado”. O encontro de a (preposição)

com as (artigo) desencadeia a fusão desses dois vocábulos, que na escrita é

evidenciada pelo emprego do acento grave indicativo de crase.

Resposta – Item certo.

A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome

regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao

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Dicionário de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes,

observam-se, por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a

regência do substantivo dificuldade(s), entre elas estão:

(4) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com

fornecedores."

(5) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas

dificuldades de o respirar propende à sonolência."

(6) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo

procurava apenas uma achega."

(7) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus

projetos."

Observa-se aqui apenas a obrigatoriedade de se contrair a

preposição em com o artigo correspondente ao substantivo com o qual

forma um constituinte. Isso é o que ocorre em (7).

Há bons dicionários que nos orientam a utilizar as preposições

adequadamente. Um deles é o Dicionário prático de regência nominal, do

professor Celso Pedro Luft. E é importante lê-los. A omissão ou o uso

inadequado da preposição trazem prejuízo à frase.

Verifique a partir de agora outras questões de provas anteriores.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. (...)

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

1 FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo.

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3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos

sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, assinale a opção

incorreta.

Na expressão “era a de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de”

decorre da regência de “preocupação” (l. 1).

Comentário – Possivelmente, a dificuldade de alguns candidatos em julgar

este item ocorreu por causa da ausência do vocábulo “preocupação” na

expressão em destaque. Analise novamente o enunciado e perceba que

ocorre a elipse do substantivo “preocupação”. Note: “Uma antiga

preocupação dos legisladores do passado era a [preocupação] de assegurar

o direito dos povos de manter ‘os costumes da terra’”. Ficou melhor agora?

Tanto diante de “os legisladores”, quanto de “assegurar”, a preposição de se

faz presente em virtude da regência do substantivo “preocupação”.

Resposta – Item certo. A resposta da questão, portanto, foi outra

alternativa.

1 Folha — O sr. concorda que muitas das restrições

impostas pelo Estado são impostas por pensamentos

“puritanos” de parte da sociedade?

(...)

Folha de S. Paulo, 23/10/2005. Trecho da entrevista concedida

pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações).

4. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Atenderia às regras

prescritas pela gramática a seguinte formulação da pergunta feita ao

entrevistado: O senhor concorda com a idéia de que, entre as restrições

estabelecidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos

“puritanos” de parte da sociedade?

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Comentário – Deve chamar a sua atenção o surgimento da oração

subordinada substantiva completiva nominal regida corretamente pela

preposição “de”, que surgiu agora por imposição do substantivo “idéia”.

Resposta. Item certo.

(...) Mas foi a partir do século

XIX que a expansão mundial do capitalismo deu origem

13 à consciência de que uma cultura mundial estava

verdadeiramente em via de surgir.

Sérgio Paulo Rouanet. Do fim da cultura ao fim do livro. In:

Eduardo Portella (Org.). Reflexões sobre os caminhos do livro.

SãoPaulo: UNESCO/Moderna, 2003, p. 63 (com adaptações).

5. (Cespe/Minist. da Integ. Nacion./Bibliotecário/2006) Em “consciência de

que” (l. 13), o emprego da preposição “de” é decorrente da regência de

“consciência”.

Comentário – O substantivo “consciência” pertence à oração “Mas a partir

do século XIX a expansão mundial do capitalismo deu origem à

consciência”. Você deve estar curioso, querendo saber onde foram parar

as palavras “foi” e “que”, não é mesmo? Repare que elas são meras palavras

de realce. Podem ser retiradas da oração sem qualquer prejuízo para o

enunciado. Tanto é verdade que eu as retirei sem que qualquer problema

acontecesse, percebeu? Pois bem, semanticamente o vocábulo “consciência”

não se esgota. Ele precisa de um termo que lhe complete o sentido. É com

essa finalidade que surge a oração “de que uma cultura mundial estava

verdadeiramente em via de surgir”. Junte os dois segmentos e observe

que a articulação entre eles é possibilitada pela presença da preposição de,

que decorre da regência do próprio substantivo “consciência”.

Resposta – Item certo.

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1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por

265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela

ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,

4 Argentina, Paraguai e Uruguai.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

(...)

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.

6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao

MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que

exige preposição a.

Comentário – Na verdade, a preposição a é exigida pela regência do nome

“adesão” (adesão de quem a quê?): “a adesão da Venezuela ao

MERCOSUL”.

Resposta – Item errado.

7. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”

(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.

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Comentário – O vocábulo “a” é preposição exigida pelo nome “superior”

(superior a quê?), que é seguido por complemento: “superior a U$ 1 trilhão”

e “superior a US$ 300 bilhões”.

Resposta – Item errado.

Como você está indo até agora? Caso não tenha entendido

alguma explicação, sugiro que volte a ela imediatamente. Não prossiga sem

que as dúvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre

regência verbal (faremos isso nas próximas linhas), é recomendável que

você esteja seguro em relação ao que acabamos de estudar. Outras

informações serão acrescentadas. Não deixe que as dúvidas se acumulem.

REGÊNCIA VERBAL

Comecemos este tópico trazendo à memória conceitos de

transitividade verbal. Você se lembra disso? Não é nenhum “bicho de sete

cabeças”! Quer ver? Enfatizarei uma explicação já apresentada aqui no

Ponto por mim mesmo. Eu a desenvolvi a partir da análise de uma questão

que apareceu na prova do último concurso público de admissão à carreira de

diplomata do Instituto Rio Branco (IRBr), em 8/3/2009.

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar

ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma

desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se

7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:

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VTD

como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria

pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.

Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

8. ( ) No título do texto, as duas ocorrências da forma verbal “é” são

sintaticamente equivalentes.

Comentário – Não é possível responder à questão sem antes perceber que

a distinção entre as duas ocorrências da forma verbal ”é” leva em conta esse

tópico da nossa Língua: transitividade verbal. Na verdade, a questão requer

noções semântico-sintáticas, e não apenas sintáticas.

Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos

indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos.

Estão divididos em:

a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos)

não são introduzidos obrigatoriamente por preposição;

(8) Quero água.

(9) A médico, confessor e letrado nunca enganes.

Em (9), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo

de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o

complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.

b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos

indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto

quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe);

(10) Gosto de água.

VTD OD

ODP

VTI OI

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(11) Custou-me entender o assunto.

c) transitivos diretos e indiretos: reúnem, ao mesmo tempo,

objetos diretos e indiretos;

(12) Deram-lhe um presente.

Há também verbos considerados de sentidos completos, por não

exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos

como intransitivos.

(13) Infelizmente, a vítima do acidente morreu.

Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor

semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade

mental).

Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser

mencionada aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não

nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou

predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da

oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos,

substantivos ou pronomes).

(14) Maria é feliz.

Verbos de ligação denotam situação permanente, situação

transitória, mudança de situação.

(15) João é estudioso. (situação permanente)

(16) João está cansado. (situação transitória)

VTI OI

VTDI OI OD

VI

Suj. VL Pred.

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(17) João ficou alegre. (mudança de situação)

Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim,

não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo

direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou

de ligação dependerá das relações semântico-

-sintáticas entre os termos da oração.

(18) João anda cansado.

(19) João anda depressa.

Em (18), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no

momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo

(“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional).

Em (19), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo

sujeito. É, pois, verbo nocional. Notem que o vocábulo “depressa” não

integra o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que

a ação é desenvolvida.

Creio que agora podemos responder à questão da prova do IRBr.

Perceba, preliminarmente, que o título do texto é composto por duas

orações:

(20) O que é o...

(21) ...que é?

Notoriamente, trata-se de um período composto por

subordinação. A primeira oração é a principal; a segunda, subordinada. Esta

– repare bem – é introduzida pelo pronome relativo “que”. Portanto, é uma

oração subordinada adjetiva.

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O verbo da primeira oração (“é”) liga o predicativo “o” (pronome

demonstrativo substantivo) ao sujeito “que”. Em uma análise semântico-

-sintática, portanto, ele ocorre como verbo de ligação, copulativo, não

nocional. O mesmo verbo, na segunda oração, não faz esse tipo de “ponte”.

Ressalte-se que nela nem existe adjetivo, substantivo ou pronome

substantivo desempenhando a função de predicativo do sujeito. Em (21), o

verbo é tomado como intransitivo, nocional.

Resposta – item errado.

Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em

transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação,

já estamos aptos a tratar especificamente da regência de alguns verbos.

Diga-se ainda que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos

regimes com que um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o

eminente professor Décio Sena.

1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem

desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de

recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica

4 de disseminação transnacional, que busca continuamente

novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas

que cada país pode oferecer a membros de organizações

7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos

falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação,

refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica.

(...)

Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista

Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36.

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9. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o

sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela

presença de artigo definido feminino plural.

Comentário – Repare que o verbo analisado indica, no contexto analisado,

a causa do que é declarado no período anterior. Nesse sentido, é transitivo

indireto e exige preposição A, que, ao lado do artigo definido feminino plural

AS que inicia seu complemento, faz surgir o fenômeno linguístico conhecido

como crase.

Resposta – Item certo.

Observação. Já foi dito aqui que alguns verbos podem ter sua

transitividade mudada conforme o contexto. Tal é o caso também do verbo

que estamos analisando. Na frase O marido devia satisfações à esposa, o

verbo (no sentido de “ter de pagar; ter dívidas ou obrigações”) é agora

transitivo direto e indireto. Note que o vocábulo “satisfações” completa o

sentido do verbo sem a necessidade de preposição, enquanto o termo “à

esposa” – outro complemento do mesmo verbo – surge regido pela

preposição “a”, que se fundiu com o artigo feminino singular “a” (repare o

acento indicativo de crase).

1 Assistimos à dissolução dos discursos

homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não

existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um

4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da

experiência da vida, da cultura, da ciência ou da

subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se

7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem

estáveis. (...)

Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried

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Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).

10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo

de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de

relações sintático-semânticas para o verbo assistir.

Comentário – Vamos aproveitar esta questão de prova para conhecer as

acepções do verbo ASSISTIR.

a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR;

seu complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do

campeonato.

b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER,

TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não

assiste ao professor reclamar tanto.

c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso,

exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O

médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico

assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da

preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de

mesmo gênero gramatical).

d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há cinco

anos resido em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida

pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse

termo com objeto indireto).

Agora já podemos dar início ao comentário da questão

propriamente dito. O gabarito oficial considerou este item anulado. Por quê?

A parte final da declaração traz um conceito discutível. A ocorrência da

crase, muito embora dependa realmente da regência do verbo ASSISTIR,

deve-se ainda pela presença do artigo feminino A que acompanha o

substantivo “dissolução”.

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Não obstante, a admissão do verbo ASSISTIR como

transitivo direto ou indireto só faz sentido se o tomarmos com os valores

semânticos indicados em c). No contexto em que surge, essa concepção

alteraria o sentido do que se pretende comunicar. Portanto, melhor seria a

interpretação do verbo ASSISTIR como transitivo indireto, indicando a

observação do fato exposto no período em que surge.

Resposta – Item realmente mal formulado, melhor foi ter sido anulado

mesmo.

1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado

com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos

com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar,

4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...)

Philippe Ariès. História social da criança e da família.

Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações).

11. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição

antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que

exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo

submeter.

Comentário – A resolução deste item precisa considerar dois ensinamentos

importantes. O primeiro é a própria razão de ser desta aula e tratada nesta

seção: regência verbal. Realmente, o significado da forma verbal

“submetermos” – tomado como transitivo direto e indireto – exige um

complemento sem preposição (“nos”, pronome pessoal oblíquo átono) e

outro complemento regido pela preposição A (o objeto indireto). Mas qual é

mesmo esse complemento que deve ser preposicionado? É o pronome

relativo “que”, substituto semântico da expressão nominal “as exigências de

identidade civil”. O segundo ensinamento diz respeito à colocação da

preposição exigida pelo verbo que integra orações subordinadas adjetivas

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(“a que nós nos submetemos com naturalidade”). Sim, a preposição exigida

pelo verbo deve, em casos semelhantes, anteceder o pronome relativo

introdutório dessas orações.

Resposta – Item certo.

12. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que

apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.

a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que

preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente

lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%

dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi

alcançado às 19 h 30 min.

b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração

do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,

“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por

legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio

congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram

às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito

de escolher os representantes”.

Comentário – Alternativa A: apresenta dois problemas de regência verbal.

O primeiro deles é o emprego da preposição “de” para reger o complemento

da forma verbal “lembrou”. É comum que algumas pessoas se atrapalhem

com o uso dos verbos LEMBRAR/ESQUECER. Isso ocorre porque esses

verbos apresentas variados regimes. Vamos a eles!

a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do

pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada

detalhe. Temos aqui: I) sujeito oculto: eu e ele; II) objeto direto: “o livro” e

“cada detalhe”.

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b) Transitivos indiretos quando conjugados

pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro.

Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora? I) parte integrante do

verbo: “me” e “se”; II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”.

c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a

coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente

representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto:

Esqueceu-me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba: I) sujeito: “o

livro” e “cada detalhe”; II) objeto indireto: “me”.

De acordo com a explicação em A, você pode entender que o

verbo “lembrou” é transitivo direto e a preposição “de” que o segue está

“sobrando” no enunciado. Também está “sobrando” a preposição “de” que

rege a oração subordinada substantiva predicativa “chegar ao patamar de

90% dos votos totalizados em todo o país”. A redação correta deve ser a

seguinte: “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema

que preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente

lembrou que a expectativa inicial era chegar ao patamar de 90% dos votos

totalizados em todo o país às 22h, mas o índice foi alcançado às 19h30min.

Voltemos agora nossas atenções para a alternativa B, em que

há três problemas de regência verbal. A primeira diz respeito ao regime do

verbo RESPONDER, que pode ser empregado como:

a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com

objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por

pessoa: Respondi o telegrama ao amigo.

b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à

pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório.

c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à

resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia.

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Notem a ausência da preposição A antes do complemento do

verbo “responder” na passagem em surge, indicando erroneamente seu

emprego como transitivo direto.

E não é só isso: o verbo RESULTAR, transitivo indireto, rege

preposição EM e não “por” como está no texto. Por último, o verbo

CONGRATULAR é transitivo direto, isto é, seu complemento não necessita de

preposição. Mas ele foi utilizado como verbo transitivo indireto. Caso seu

emprego se desse com aspecto pronominal (congratular-se), seria também

transitivo indireto, porém regendo preposição COM. O emprego da

preposição “a” é completamente descabido.

Resposta – Itens errados.

(...) Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender

às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura

13 sobre a Terra.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente.

In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo

de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse

sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência

estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.

Comentário – A regência aludida é a do verbo “atender” (l. 11). Então,

você precisa conhecer o regime dele para responder corretamente à

questão. ATENDER é trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige

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preposição A), indiferentemente. Por exemplo: Atendi o chamado

imediatamente. ou Atendi ao chamado imediatamene. Portanto, ao se

empregar a crase na expressão “às necessidades”, esse verbo foi tomado

como transitivo indireto. Igualmente correta estaria a construção “as

necessidades” (sem sinal indicativo de crase), se o mesmo verbo fosse

empregado com regência transitiva direta.

Resposta – Item errado.

Atenção! Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e

PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo.

1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. (...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e

a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois

da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o

real (...).

Comentário – Não é difícil perceber que o verbo “imaginar” é transitivo

direto e que, por isso mesmo, seu complemento não vem regido por

preposição (quem imagina, imagina algo). Logo, a preposição “de” não tem

vez no segmento.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

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4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. (...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do

texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir

“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.

Comentário – A melhor maneira de perceber o equívoco é reescrever a

passagme como a banca indica: “que consubstanciam na propriedade, na

vida, na liberdade e em outros bens”. Antes, o adjetivo-particípio exigia a

preposição “em” (consubstanciados em quê?). Agora, a forma verbal

consubstanciam (consubstanciam o quê?) possui regência transitiva direta

e dispensa a preposição.

Resposta – Item errado.

Precisamos ainda conhecer a regência de mais alguns verbos.

ASPIRAR

a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo.

b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao cargo de

gerente.

CHAMAR

a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor.

b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.

c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de

patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota).

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CUSTAR

a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso: Custou-me

entender este assunto.

b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas amargas.

c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais.

IMPLICAR

a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo implicou a tua

reprovação.

b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmão.

c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações delicadas.

INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR

a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova.

1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)

naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento

maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma

4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que

se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do

Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado

7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA

corre o risco de perder vigência. (...)

Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

16. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego

de preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).

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Comentário – Usou-se o particípio do verbo avisar em construção de voz

passiva. Perceba que “O poder de Washington” fora avisado de algo, ou

seja, “de que a OEA corre o risco de perder vigência”.

Resposta – Item certo.

PREFERIR

a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição A): Prefiro

cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO).

Prefiro mais cinema do (de + o) que televisão. (ERRADO).

Obs.: O significado de PREFERIR não admite gradações (mais... que;

menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que rege seu

complemento indireto é, obrigatoriamente, A.

VISAR

a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre.

b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.

c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da

linguagem.

MORAR/RESIDIR/SITUAR

a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (CERTO) /

Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO)

OBEDECER/DESOBEDECER

a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus pais.

CRASE

Vamos agora estudar os casos de ocorrência (ou não) de

crase, um fenômeno linguístico que consiste na pronúncia de vogais

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idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe como isso se dá nos

versos do poeta Casemiro de Abreu:

“Teu pensamento é como o Sol que morre

Há de cismando mergulhar-se em mágoas

Durante a noite quando o orvalho desce.”

Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos

de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação

gráfica específica (acento grave): À.

(22) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho.

Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,

seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo

artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento

grave (`), como no exemplo acima. Analise estas questões de prova:

17. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em

Educação é indicar à professora o que realizar, dando-lhe a

oportunidade de escolher os próprios métodos.

Comentário – Note que o verbo “indicar” requer dois complementos: um

regido sem preposição (“o que realizar”) e outro regido pela preposição “a”

(“a professora”), a qual se une ao artigo definido feminino “a” integrante do

complemento indireto. Em outras palavras, vale o velho e bom

ensinamento: “indicar algo a (preposição) alguém”.

Resposta – Item certo.

1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

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4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. (...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

18. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa

percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem

complemento regido pela preposição a.

Comentário – Sim, é verdade o que foi declarado. O adjetivo-particípio

“oferecidos” reclama preposição a para reger seu complemento (oferecido a

quem?). Como os termos regidos admitem a presença do artigo feminino

(singular no primeiro caso e plural no segundo), a crase surge

naturalmente: a + a = à; a + as = às.

Resposta – Item certo.

1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do

Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de

US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.

4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os

presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando

Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.

(...)

Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

19. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige

preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.

Comentário – É isso mesmo. O advérbio “paralelamente” requer a

preposição a (paralelamente a que?), que se aglutina com o artigo singular

a que determina a expressão “Cúpula da América Latina e Caribe”.

Resposta – Item certo.

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26

1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a

2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote

de estímulo à economia. (...)

Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

20. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela

presença de artigo definido feminino.

Comentário – Aqui o motivo é outro. A regência não é do verbo “planeja”

(que sequer pede preposição, pois é transitivo direto); mas, sim, do

substantivo “estímulo” (linha 3).

Resposta – Item errado.

Também merecem destaque os casos de crase que surgem do

encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes

demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (=

aquela) pronome demonstrativo.

(23) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova.

(24) O prêmio foi dado à que chegou primeiro.

Em (23), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do

verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A,

que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”.

Em (24), o complemento indireto de “dado” é regido também

pela preposição A, que se funde com o pronome demonstrativo A (=

aquela).

Vejamos outra questão de prova:

21. (Cespe/CEF/Técnico Bancário/2006) Julgue os seguintes itens quanto à

concordância e à regência.

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27

12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcançados

com a aplicação dos recursos, são permitidos aqueles contribuintes que

tem aplicação no PREVINVEST da CAIXA.

Comentário – Comentarei apenas o que se refere à ocorrência da crase

neste exercício. A expressão “são permitidos” deve fazer surgir um

complemento indireto regido pela preposição A: algo é permitido a alguém.

O termo que lhe serve de complemento indireto (“aqueles... da CAIXA”) é

iniciado pelo pronome demonstrativo “aqueles”. Pois bem, o encontro da

preposição A com a letra A inicial do pronome demonstrativo implica a

ocorrência da crase: àquelas, que não foi indicada no texto.

Resposta – Item errado.

Passarei à explicação de outros casos obrigatórios de emprego

do acento grave indicativo de crase.

1. Nas locuções adverbiais femininas

(25) Sairás às pressas.

(26) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.

2. Nas locuções prepositivas femininas

(27) Vivia às expensas do (de + o) tio.

(28) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha.

Observação: a crase será de rigor quando uma locução

prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que

acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo.

1 Creio que há evidência contundente em favor do

argumento de que os investimentos públicos em pesquisa

científica têm tido um retorno bastante compensador em

4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos

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28

científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se

pode questionar, não somente quanto à aplicação de

7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou

nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à

distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.

(...)

Samuel Macdowell. Responsabilidade social

dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,

São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).

22. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à

aplicação” (l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo

uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”

(l.6).

Comentário – As ocorrências da crase justificam-se por outro motivo. Na

linha 6, o a final da locução prepositiva “quanto a” contraiu-se com o artigo

definido feminino da expressões “a aplicação” (repare que caso semelhante

corre em “quanto à distribuição”, nas linhas 7 e 8). Na linha 8, a crase suge

em razão da regência do adjetivo “nocivas” (nocivas a quê?) e da presença

do artigo definido feminino das expressões “a humanidade” e “a natureza”.

Resposta – Item errado.

3. Nas locuções conjuntivas femininas

(29) À medida que estudo, mais aprendo.

(30) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da

aprovação.

4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à

aula 2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome

substantivo)

(31) Sou favorável à proposta dele e não à sua.

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29

(32) Refiro-me a sua proposta e à minha.

5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as

palavras MODA, MANEIRA

(33) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo.

(34) Usava sapatos à (moda) Luís XV.

23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que

apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.

O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao

“aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico avelocidade da

totalização dos votos. Nesta última eleição, oTSE bateu o recorde

histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h

15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.

Comentário – Não existe erro de natureza gramatical no fragmento em

análise. Ainda que haja outros aspectos gramaticais dignos de nota,

ressaltarei somente o emprego correto e obrigatório dos dois acentos graves

indicativos de crase nas locuções adverbiais “às 19 h” e “Às 21 h 15 min”.

Resposta – Item certo.

Obs.: As demais alternatias foram omitidas propositalmente, por não

atenderem ao propósito desta aula. Peço que se acostumem com esta

metodologia de estudo.

Há construções em que o fenômeno da crase pode ou não

ocorrer. São casos facultativos de emprego do acento grave.

1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso

é proibido)

(35) Refiro-me a (à) Joana.

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(36) Refiro-me a Joana d’Arc.

2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.

(37) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho.

Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da

possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes

possessivos femininos que acompanham substantivos.

3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ.

(38) Correu até a (à) árvore.

Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo,

perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada

comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o

emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes.

Trabalho escravo:

longe de casa há muito mais de uma semana

(...) “Não conseguia dormir

direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar

19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma

fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em

junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,

22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de

R$ 5 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).

24. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em

‘retornar à minha cidade’ (l. 18-19) é facultativo e a sua omissão

preservaria os sentidos do texto e a correção das estruturas lingüísticas.

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Comentário – O verbo “retornar” – assim como outros verbos que indicam

movimento, deslocamento – rege as preposições a, de e para, conforme o

significado da mensagem que se quer transmitir. Na passagem analisada,

empregou-se a preposição A. Ao seu lado, consta um pronome possessivo

feminino adjetivo (“minha”), que faculta a presença do artigo feminino A

sem que haja prejuízo algum para os sentidos do texto.

Resposta – Item certo.

E há ainda os casos de crase proibida.

1. Antes de nomes masculinos

(39) Comprou a prazo.

(40) Dei aquela calça a este homem.

2. Antes de verbo.

(41) Começou a chover.

3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA,

SENHORITA, MADAME)

(42) Referiu-se a Vossa Excelência.

4. Antes de pronomes oblíquos

(43) Dedico o meu trabalho a ela.

5. Antes de pronomes indefinidos

(44) Ofereci um presente a alguém desta sala.

6. Antes de artigo indefinido

(45) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.

Você deve comparar este exemplo com o (26), que traz uma

locução adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase.

7. Quando o A precede palavras femininas no plural

(46) Respondeu a cartas pouco elogiosas.

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Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência

da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as)

precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance

semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte

estrutura: singular (a) + plural (cartas).

8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas

(47) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro.

9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S)

(48) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio.

O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a

preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o

pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o

acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais.

10. Com pronome relativo QUEM

(49) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio.

Vale também para este caso a explicação dada anteriormente.

ATENÇÃO! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos

QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo

anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo

seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S),

AQUELE(S), AQUILO

(50) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção.

Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo

verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas).

(51) Sou favorável à que chegou primeiro.

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33

Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o

termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição

imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o

integra.

(52) A festa à qual nos dirigimos começará agora.

11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ

(53) Ele o esperava desde as oito horas.

(54) O trabalho ficará pronto após as seis horas.

12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens

históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas

(55) Refiro-me a Joana d’Arc.

(56) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse.

13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA

(57) Chegamos a esta cidade há cinco anos.

14. Quando se atribui ao substantivo valor semântico indefinido

(58) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante.

15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação

(59) A vítima reconheceu o ladrão a distância.

25. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto

apresentados nos próximos itens com relação à regência e ao emprego

do sinal indicativo de crase.

a) Parece que a Educação anda bem atrasada em relação à outras áreas

do conhecimento.

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34

b) Antigamente, dizia-se à uma mestra exatamente o que ela deveria fazer

e como deveria de proceder; existia um currículo bem específico e

fechado.

Comentário – O fenômeno da crase não deve ocorrer em construções

sintáticas do tipo: preposição A seguida de palavra no plural, como em “à

outras”. Na dúvida, volte ao ponto 7, exemplo (46). Também é indevido o

ancento grave indicativo de crase diante de artigo indefinido (“à uma).

Revise, se precisar, o ponto 6.

Resposta – Itens errados.

(...)

10 O aumento do emprego e os programas

de transferência de renda continuam a beneficiar mais as

famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar

13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais

alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente

essa faixa.

O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

26. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Em “tende a aumentar” (l. 12),

não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se

emprega artigo definido feminino.

Comentário – Sim, é isso mesmo. Esse “a” que surge entre os verbos é

simplesmente uma preposição, que articula a locução verbal.

Convém esclarecer que não se deve empregar artigo diante

de verbo, exceto quando o propósito for substantivá-lo.

Resposta – Item certo.

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35

(...) Pelo acordo, denominado Registro

7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as

multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do meio

ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que

10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas

empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de

toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa

13 cerca de 5% das emissões mundiais.

O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações)

27. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Caso se optasse por às

expectativas em lugar de “a expectativas” (l. 9), o período em que se

encontra essa expressão continuaria atendendo às exigências da norma

culta escrita.

Comentário – Quando tratei de regência verbal, expliquei que o verbo

ATENDER admite complemento sem ou com preposição (neste caso, a

preposição exigida é A). Na passagem “atendendo a expectativas de

acionistas”, optou-se pela regência transitiva indireta desse verbo. Não é

difícil perceber que o “a” empregado é uma preposição; caso fosse artigo

definido feminino, deveria flexinar-se em número para concordar com o

substantivo “expectativas”. Tal é o que ocorre na alteração proposta:

atendendo às expectativas de acionistas. Como o verbo ATENDER continua

com regência transitiva indireta, o encontro da preposição A com o artigo

definido AS dá origem ao fenômeno da crase.

Resposta – Item certo.

Obs.: Apesar de preservada a correção gramatical do período, a alterção

proposta acarreta a ele leve desvio semântico. Estando o artigo definido

ausente, o substantivo “expectativas” é tomado com valor indefinido:

quaisquer expectativas. O emprego do artigo AS determina, define,

restringe o alcance do significado do substantivo “expdctativas”.

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28. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Serão respeitadas as

regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase no “a” que

precede “informar” (l. 8).

Comentário – Quer saber de uma coisa? O Cespe adora elaborar questão

de crase envolvendo a ocorrência dela diante de verbo. Já disse e repito:

diante de verbo não deve existir crase. Trata-se de mais um caso proibido!

Resposta. Item errado.

1 É opinião unânime entre os analistas políticos que, até agora,

o melhor desempenho do governo Luiz Inácio Lula da

Silva está se dando no campo diplomático. O primeiro

4 grande êxito foi a intermediação do conflito entre o

presidente venezuelano Hugo Cháves e seus opositores. O

segundo grande êxito dessa política refere-se às negociações

7 para a criação da Área de Livre Comércio das Américas

(ALCA). Na última conferência da Organização Mundial do

Comércio (OMC), realizada no balneário mexicano de Cancun,

10 o Itamaraty, manobrando habilmente nos meandros da

diplomacia internacional, impediu que os Estados Unidos da

América (EUA) escondessem seu protecionismo ferrenho atrás

13 da propaganda do livre comércio, que constitui a justificativa

para a formação da ALCA. O mais recente êxito de Lula na

ordem internacional foi o discurso proferido na Assembléia

16 Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova

Iorque, quando propôs a criação de um comitê de chefes de

Estado para dinamizar as ações de combate à fome e à miséria

19 em todo o mundo.

Plínio de Arruda Sampaio. Política externa independente. In:

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Família Cristã, ano 69, n.º 815, nov./2003, p. 28-9 (com adaptações).

29. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Na linha 6, o sinal

indicativo de crase deve ser mantido, caso se prefira a redação

refere-se à negociações.

Comentário – Você já sabe que não pode haver crase em construções

sintáticas do tipo: singular (a) + plural (negociações). Nesses casos, o “a”

que surge é preposição exigida pelo termo regente. Para haver crase, é

necessário que o substantivo surja acompanhado pelo artigo feminino as,

semelhantemente ao que ocorre no texto original.

Resposta – Item errado.

30. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Os sinais indicativos

de crase em “combate à fome e à miséria” (l. 18) podem ser eliminados

sem prejuízo para a correção do período.

Comentário – Antes de tudo, observe que agora o termo regente não é

mais um verbo, e sim um nome: “combate” (substantivo derivado do verbo

combater). No texto original, o significado semântico dos seus

complementos (a fome e a miséria) estão determinados pelo artigo feminino

“a” que antecede cada um deles. A contração desse artigo com a preposição

“a” exigida pela regência do nome “combate” faz surgir a crase, indicada

pelo acento grave em “à fome e à miséria”. Ao se prefrir indeterminar o

valor semântico dos substantivos “fome” e “miséria”, deve-se retirar deles o

artigo “a” que os acompanha, elimando assim a ocorrência de crase. Dessa

forma, o período continuaria gramaticalmente correto; porém com leve

desvio semântico.

Resposta – Item certo.

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Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens

constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado

de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.

31. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela

Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será

implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros

para obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.

Comentário – No trecho “incentivo a cultura” houve omissão do acento

grave indicativo de crase, que se justifica pela contração da preposição a

regida pela nome “incentivo” (incentivo a quê?) e pelo artigo definido

feminino a que acompanha o substantivo “economia”.

Na expressão “à partir”, a crase é desautorizada, pois o

vocábulo “paritr” é verbo. Diante de verbo não há crase.

O verbo obrigar foi usado como bitransitivo (obrigou

alguém a algo..). Seu objeto direto é o termo “a chanceler Angela Merkel”;

seu objeto indireto (regido pela preposição a) é a oração iniciada pelo verbo

“anunciar”. Note a ausência da preposição.

Resposta – Item errado.

32. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que

ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60

bilhões e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista

como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate

a crise.

Comentário – A crase não deveria ocorrer diante do nome “Merkel”. Apesar

de ser nome feminino, ele se refere a uma personagem ilustre. Mas a crase

tem lugar na expressão “combate a crise”. O termo regente pede preposição

a e o substantivo admite o artigo a.

Resposta – Item errado.

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Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de

O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,

afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua

bem acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave

retração da economia global levou a destruição da demanda, resultando

em uma pressão de queda com os preços sem precedentes”.

Comentário – O verbo levar é transitivo indireto no sentido de acarretar ou

conduzir e requer preposição a para reger seu complemento: “a destruição

da demanda”. Como esse complemento admitiu o artigo definido a, a crase

deveria ter sido indicada por meio do acento grave.

Resposta – Item errado.

Por hoje é só. Na próxima aula, a quarta – já estamos quase na

metade do curso! –, estudaremos sintaxe da oração e do período. Antes

disso, porém, espero as suas dúvidas e sugestões.

Fique com Deus e bons estudos!

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(...) À noite, o céu se abre limpo e estrelado.

8 É um convite à contemplação da natureza. (...)

Época, 9/5/2005 (com adaptações).

1. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2005) Na linha 8, o emprego do sinal

indicativo de crase em “à contemplação” indica que esse termo é regido

pelo substantivo “convite”; mas se a opção fosse por uma oração com o

verbo convidar o uso do sinal de crase seria opcional.

1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste

ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo

crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A

4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das

principais mudanças nas perspectivas para a economia

brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da

7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro

do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado

em 6,2%.

(...)

O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal

indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de

preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo

definido feminino plural antes de “previsões”.

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1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. (...)

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos

sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, assinale a opção

incorreta.

Na expressão “era a de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de”

decorre da regência de “preocupação” (l. 1).

1 Folha — O sr. concorda que muitas das restrições

impostas pelo Estado são impostas por pensamentos

“puritanos” de parte da sociedade?

(...)

Folha de S. Paulo, 23/10/2005. Trecho da entrevista concedida

pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações).

4. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Atenderia às regras

prescritas pela gramática a seguinte formulação da pergunta feita ao

entrevistado: O senhor concorda com a idéia de que, entre as restrições

estabelecidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos

“puritanos” de parte da sociedade?

(...) Mas foi a partir do século

XIX que a expansão mundial do capitalismo deu origem

13 à consciência de que uma cultura mundial estava

verdadeiramente em via de surgir.

Sérgio Paulo Rouanet. Do fim da cultura ao fim do livro. In:

Eduardo Portella (Org.). Reflexões sobre os caminhos do livro.

SãoPaulo: UNESCO/Moderna, 2003, p. 63 (com adaptações).

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5. (Cespe/Minist. da Integ. Nacion./Bibliotecário/2006) Em “consciência de

que” (l. 13), o emprego da preposição “de” é decorrente da regência de

“consciência”.

1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por

265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela

ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,

4 Argentina, Paraguai e Uruguai.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

(...)

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.

6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao

MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que

exige preposição a.

7. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”

(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.

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O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar

ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma

desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se

7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:

como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria

pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.

Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

8. ( ) No título do texto, as duas ocorrências da forma verbal “é” são

sintaticamente equivalentes.

1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem

desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de

recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica

4 de disseminação transnacional, que busca continuamente

novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas

que cada país pode oferecer a membros de organizações

7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos

falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação,

refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica.

(...)

Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista

Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36.

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9. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o

sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela

presença de artigo definido feminino plural.

1 Assistimos à dissolução dos discursos

homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não

existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um

4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da

experiência da vida, da cultura, da ciência ou da

subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se

7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem

estáveis. (...)

Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried

Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).

10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo

de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de

relações sintático-semânticas para o verbo assistir.

1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado

com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos

com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar,

4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...)

Philippe Ariès. História social da criança e da família.

Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações).

11. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição

antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que

exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo

submeter.

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12. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que

apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.

a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que

preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente

lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%

dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi

alcançado às 19 h 30 min.

b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração

do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,

“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por

legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio

congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram

às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito

de escolher os representantes”.

(...) Desde então,

7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão

sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

a necessidade de uma mudança nos comportamentos

10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de

permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender

às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura

13 sobre a Terra.

Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente.

In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).

13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo

de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse

sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência

estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.

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1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. (...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e

a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois

da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o

real (...).

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. (...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do

texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir

“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.

1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)

naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento

maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma

4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que

se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do

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Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado

7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA

corre o risco de perder vigência. (...)

Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

16. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego

de preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).

17. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em

Educação é indicar à professora o que realizar, dando-lhe a

oportunidade de escolher os próprios métodos.

1 O real não é constituído por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. (...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

18. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa

percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem

complemento regido pela preposição a.

1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do

Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de

US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.

4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os

presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando

Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.

(...)

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Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

19. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige

preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.

1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a

2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote

de estímulo à economia. (...)

Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

20. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à

economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela

presença de artigo definido feminino.

21. (Cespe/CEF/Técnico Bancário/2006) Julgue os seguintes itens quanto à

concordância e à regência.

12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcançados

com a aplicação dos recursos, são permitidos aqueles contribuintes que

tem aplicação no PREVINVEST da CAIXA.

1 Creio que há evidência contundente em favor do

argumento de que os investimentos públicos em pesquisa

científica têm tido um retorno bastante compensador em

4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos

científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se

pode questionar, não somente quanto à aplicação de

7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou

nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à

distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.

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(...)

Samuel Macdowell. Responsabilidade social

dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,

São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).

22. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à

aplicação” (l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo

uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”

(l.6).

23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que

apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.

O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao

“aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico avelocidade da

totalização dos votos. Nesta última eleição, oTSE bateu o recorde

histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h

15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.

Trabalho escravo:

longe de casa há muito mais de uma semana

(...) “Não conseguia dormir

direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar

19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma

fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em

junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,

22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de

R$ 5 mil.

Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).

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24. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em

‘retornar à minha cidade’ (l. 18-19) é facultativo e a sua omissão

preservaria os sentidos do texto e a correção das estruturas lingüísticas.

25. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto

apresentados nos próximos itens com relação à regência e ao emprego

do sinal indicativo de crase.

a) Parece que a Educação anda bem atrasada em relação à outras áreas

do conhecimento.

b) Antigamente, dizia-se à uma mestra exatamente o que ela deveria fazer

e como deveria de proceder; existia um currículo bem específico e

fechado.

(...)

10 O aumento do emprego e os programas

de transferência de renda continuam a beneficiar mais as

famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar

13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais

alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente

essa faixa.

O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

26. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Em “tende a aumentar” (l. 12),

não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se

emprega artigo definido feminino.

(...) Pelo acordo, denominado Registro

7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as

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multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do meio

ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que

10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas

empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de

toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa

13 cerca de 5% das emissões mundiais.

O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações)

27. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Caso se optasse por às

expectativas em lugar de “a expectativas” (l. 9), o período em que se

encontra essa expressão continuaria atendendo às exigências da norma

culta escrita.

28. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Serão respeitadas as

regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase no “a” que

precede “informar” (l. 8).

1 É opinião unânime entre os analistas políticos que, até agora,

o melhor desempenho do governo Luiz Inácio Lula da

Silva está se dando no campo diplomático. O primeiro

4 grande êxito foi a intermediação do conflito entre o

presidente venezuelano Hugo Cháves e seus opositores. O

segundo grande êxito dessa política refere-se às negociações

7 para a criação da Área de Livre Comércio das Américas

(ALCA). Na última conferência da Organização Mundial do

Comércio (OMC), realizada no balneário mexicano de Cancun,

10 o Itamaraty, manobrando habilmente nos meandros da

diplomacia internacional, impediu que os Estados Unidos da

América (EUA) escondessem seu protecionismo ferrenho atrás

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13 da propaganda do livre comércio, que constitui a justificativa

para a formação da ALCA. O mais recente êxito de Lula na

ordem internacional foi o discurso proferido na Assembléia

16 Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova

Iorque, quando propôs a criação de um comitê de chefes de

Estado para dinamizar as ações de combate à fome e à miséria

19 em todo o mundo.

Plínio de Arruda Sampaio. Política externa independente. In:

Família Cristã, ano 69, n.º 815, nov./2003, p. 28-9 (com adaptações).

29. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Na linha 6, o sinal

indicativo de crase deve ser mantido, caso se prefira a redação

refere-se à negociações.

30. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Os sinais indicativos

de crase em “combate à fome e à miséria” (l. 18) podem ser eliminados

sem prejuízo para a correção do período.

Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens

constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado

de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.

31. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela

Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será

implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros

para obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.

32. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que

ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60

bilhões e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista

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como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate

a crise.

Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de

O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,

afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua

bem acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave

retração da economia global levou a destruição da demanda, resultando

em uma pressão de queda com os preços sem precedentes”.

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GABARITO

1. Item errado

2. Item certo

3. Item certo

4. Item certo

5. Item certo

6. Item errado

7. Item errado

8. Item errado

9. Item certo

10. Item anulado

11. Item certo

12. Itens errados

13. Item errado

14. Item errado

15. Item errado

16. Item certo

17. Item certo

18. Item certo

19. Item certo

20. Item errado

21. Item errado

22. Item errado

23. Item certo

24. Item certo

25. Itens errados

26. Item certo

27. Item certo

28. Item errado

29. Item errado

30. Item certo

31. Item errado

32. Item errado

33. Item errado

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Seja bem-vindo à nossa quarta aula! Hoje trataremos da sintaxe

da oração e do período. Faremos isso dividindo o conteúdo em duas aulas.

Nesta, estudaremos os termos da oração; na próxima, as orações em si

mesmas. Os exercícios de provas anteriores serão apresentados ao final da

parte teórica.

E por falar em “período” e “oração”, você sabe identificar um(a)?

Sabe também diferenciar oração de frase? Veja os exemplos seguintes e

responda ao que se pede.

a) – Bom dia, senhor Miguel! Tudo bem?

b) – Sim, está tudo bem comigo, obrigado.

Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo

acima? Se você respondeu: “três frases, uma oração e um período” acertou.

Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é todo

enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma

informação satisfatória para a situação em que é utilizado.

Assim sendo, na fala do primeiro personagem existem duas

frases: a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo

ponto de interrogação. Na fala do segundo personagem existe apenas um

enunciado, isto é, uma frase, que é delimitada pelo ponto.

O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo

desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas:

– Ai!

– Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro.

As frases de maior complexidade normalmente se organizam a

partir de um ou mais verbos (locuções verbais). À frase que se organiza

ao redor de um verbo ou locução verbal damos o nome de oração.

Portanto, o primeiro enunciado não caracteriza uma oração, já que nele não

há verbo. A segunda fala, observe, se organiza em torno da forma verbal

“está” e constitui a única oração do diálogo.

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A frase organizada em orações constitui o período, que

pode ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado

por mais de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é

marcado por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, e não por

vírgula ou ponto-e-vírgula. Veja os exemplos:

Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma só

oração).

Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três

orações).

Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na

aula 5, ao estudarmos detalhadamente as orações, estabeleceremos

distinção entre período composto por coordenação, por subordinação e

período misto. Por enquanto, limitemo-nos aos termos da oração. E só faz

sentido falar deles quando estivermos diante de uma oração.

O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e

resumida do que entendemos por termos da oração.

Eis os termos da oração! Sentiu a falta do vocativo? É que ele,

na verdade, não faz parte desse grupo, isto é, não faz parte da oração, é um

termo independente dela. Não fique espantado. Os livros somente o

TERMOS DA ORAÇÃO

Essenciais

1 - Sujeito

2 - Predicado

Integrantes

1 – Complemento verbal

2 – Complemento nominal

3 – Agente da passiva

Acessórios

1 – Adjunto adverbial

2 – Adjunto adnominal

3 – Aposto

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apresentam na mesma seção em que tratam dos termos da oração por uma

questão meramente didática. É isso que também farei aqui, principalmente

porque, em prova, é comum as bancas examinadoras induzirem os

candidatos a confundi-lo com o sujeito da oração.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

1. Sujeito é o termo do qual se declara alguma coisa; concorda

em número e pessoa com o verbo da oração (concordância verbal).

Frise-se que só faz sentido falar em sujeito quando estamos lidando com

orações, ou seja, quando é possível perceber uma relação entre um

determinado termo de uma oração e o verbo dessa mesma oração.

Nós estudamos muito.

José e Maria estudam muito.

Sujeito é uma função substantiva da oração, ou seja, são os

substantivos e as palavras de valor substantivo que atuam como

núcleos dessa função nas orações da Língua Portuguesa. Observe:

Os cidadãos

Todos

Ambos

Os covardes

Na sequência, temos: substantivo, pronome substantivo,

numeral substantivo e adjetivo substantivado exercendo a função de núcleo

do sujeito. Também é possível que o sujeito seja representado por uma

oração inteira.

Era forçoso que fosse assim.

manifestaram sua insatisfação.

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• TIPOS DE SUJEITO

1.1 Simples possui apenas um núcleo.

Todos aqueles estudantes participaram da manifestação.

1.2 Oculto, elíptico, implícito, desinencial é aquele que não está

materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela

desinência verbal ou pelo contexto.

Ficamos algum tempo sem falar. (o sujeito da oração é “nós”,

indicado pela desinência de primeira pessoa do plural “mos”).

“Soropita ali viera; na véspera, lá dormira”. (o contexto nos

permite afirmar que o sujeito da forma verbal “dormira” tem sua referência

em “Soropita”).

Hoje estudei muito. (o sujeito agora é representado pelo

pronome de primeira pessoa do singular “eu”).

“Guilhermina bocejou. Iria adormecer?” (outra vez, o contexto

nos auxilia na identificação do sujeito, que tem como referência o termo

“Guilhermina”)

1.3 Composto possui mais de um núcleo.

O professor, a diretora e eu saímos cedo.

O lazer e o esporte conduzem à saúde mental e física.

1.4 Indeterminado é aquele que não se pode ou não se quer

determinar, podendo ocorrer de duas maneiras basicamente:

a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que

haja referência a outro termo anteriormente identificado.

Telefonaram para você.

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Gritaram muito.

b) colocando o pronome oblíquo se junto a verbos de ligação,

intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos objetos

diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na terceira

pessoa do singular:

Ficou-se feliz.

Vive-se bem.

Gosta-se de você.

Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada

– bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com

sujeito representado pelo termo “o vinho”).

1.5 Inexistente ou oração sem sujeito ocorre quando o fato

expresso na oração não pode ser atribuído a nenhum ser, surgindo um dos

chamados verbos impessoais, os quais ficam sempre na terceira pessoa

do singular (com raríssimas exceções). Observe os seguintes casos:

a) verbos que exprimem fenômenos da natureza: chover, nevar,

gear, amanhecer, entardecer etc.

Está amanhecendo.

Trovejou violentamente.

ATENÇÃO! Choveram flores sobre os noivos. o verbo foi empregado com

sentido figurado (conotativo), por isso possui sujeito simples.

b) utilizando-se o verbo haver no sentido de existir,

acontecer, ou indicando tempo decorrido.

Aqui há alunos estudiosos.

Houve muitas brigas depois do jogo.

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Há meses não o via.

ATENÇÃO! O verbo ter, de acordo com a norma culta, só pode ser

empregado na oração quando indicar posse e possuir sujeito. Caso contrário,

será substituído pelo verbo haver no sentido de existir.

O aluno não teve aula. – correto

Não tem aula. – errado / Não há aula. – correto

c) utilizando-se o verbo fazer exprimindo fenômeno da

natureza ou tempo decorrido.

Faz muito calor aqui.

Faz anos que não o vejo.

ATENÇÃO! Fazem dois dias de vida os bebês. nesse exemplo, o fato

expresso na oração foi atribuído ao termo “os bebês”; sendo, pois, sujeito.

d) utilizando-se o verbo ir exprimindo tempo decorrido.

Vai para uns quinze anos escrevi uma crônica do Curvelo.

e) utilizando-se o verbo ser indicando distância ou tempo

decorrido.

Da minha casa à tua são dez quilômetros.

É uma hora e trinta minutos. // São duas horas.

Hoje são oito de maio. // Hoje é dia oito de maio.

Observe que a verbo SER concorda com a expressão que indica

a distância ou o tempo decorrido.

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predicado

sujeito

2. Predicado é tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito;

em termos práticos, equivale a tudo que é diferente do sujeito e do vocativo,

quando este ocorrer.

À noite, a temperatura diminuiu.

Observação: Em todo predicado necessariamente existe um verbo, que é o

que de fato caracteriza uma oração, já que pode haver oração sem sujeito,

como você já perceberá.

• TIPOS DE PREDICADO

2.1 Verbal possui como núcleo um verbo nocional (ou uma

locução verbal), isto é, um verbo que exprime ação, acontecimento,

fenômeno natural, desejo, atividade mental (são mais conhecidos como

verbos transitivos e verbos intransitivos)

Ele está correndo.

Eu amo minha esposa.

Precisa-se de professores.

Dei um presente a ela.

2.2 Nominal possui como núcleo um nome (adjetivo, substantivo

ou outra palavra com valor substantivo), que desempenha a função de

predicativo do sujeito (termo que caracteriza o sujeito, tendo como

intermediário um verbo); seu verbo é não-nocional (mais conhecido como

verbo de ligação).

Ele está cansado.

Você parece um monstro.

A vida é um constante retomar. (notem que aqui o verbo

“retomar” foi substantivado pela presença do artigo indefinido “um”).

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ATENÇÃO! Verbos podem variar de regime de acordo com o sentido que

possuem na oração. Esse é o caso, por exemplo, do verbo ESTAR. Em “Ele

está correndo”, o verbo “está” é auxiliar e integra uma locução verbal

indicativa de um processo, uma ação. Diferente é o seu emprego em “Ele

está cansado”, frase em que o mesmo verbo agora é tomado como não

nocional, ou de ligação. Na primeira frase, tem-se predicado verbal; na

segunda, nominal.

Variação semelhante pode ser observada também nos seguintes

exemplos: “A correnteza virou a canoa” e “A lagarta virou borboleta”. No

primeiro caso, o verbo “virou” indica uma ação; é, pois, nocional e núcleo do

predicado verbal. Já no segundo, se valor semântico indica uma mudança de

estado; sendo, portanto, não nocional e integrante de predicado nominal

cujo núcleo é o termo “lagarta”.

2.3 Verbo-Nominal apresenta dois núcleos: um verbo (que será

sempre nocional) e um nome (que funcionará como predicativo do sujeito ou

do objeto).

Os excursionistas voltaram exaustos da caminhada.

O ato foi acusado de ilegal.

Consideramos inaceitável a proposta apresentada.

TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO

1. Complemento Verbal termo que completa o sentido dos

verbos transitivos.

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1.1 Objeto Direto (OD) completa o sentido de um verbo

transitivo direto e, normalmente, aparece sem preposição (a preposição

não é obrigatória).

Quero glória e fama.

Os jornais nada publicaram.

Observações: Em alguns casos, o OD vem representado por uma oração (a

qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva direta).

Não quero que fiques triste.

Os pronomes oblíquos também representam complementos

verbais, porém os pronomes o, a, os, as só funcionam como OD.

Comprei-o hoje.

Puseram-na de joelhos.

Irei levar-te de carro.

Às vezes, pode o objeto direto vir regido por preposição (objeto

direto preposicionado). São casos especiais de ocorrência. Seja como for,

esteja certo de que é a regência do verbo (e não a preposição) que

determinará se o complemento é ou não objeto direto. Tome nota dos casos

mais frequentes:

a) Com verbos que exprimem sentimentos:

Amamos a Deus.

Não amo a ninguém.

b) Para evitar ambiguidade:

Ama-se aos pais.

Notadamente aos mais desfavorecidos atingem essas medidas.

c) Por motivo de ênfase:

A médico, confessor e letrado nunca enganes.

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Cumpri com a minha palavra.

d) Diante de pronome oblíquo tônico:

“Rubião esqueceu a sala, a mulher e a si”.

O novo horário incomoda a mim.

Também pode o OD vir representado, repetidamente, por um

pronome oblíquo átono ou tônico. É o que chamamos de objeto direto

pleonástico (ODP)

Árvore, filho e livro, queria-os perfeitos.

Encontrou-nos a nós.

1.2 Objeto Indireto (OI) completa o sentido de um verbo

transitivo indireto e, normalmente, aparece preposicionado.

Preciso de ajuda.

Duvidava da riqueza da terra.

Observações: Em alguns casos, o OI vem representado por uma oração (a

qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva indireta).

Preciso de que me ajude.

Já vimos que os pronomes oblíquos podem representar

complementos verbais, porém os pronomes lhe e lhes só funcionam como

OI:

Dei-lhe o livro.

As noites não lhes trouxeram repouso.

Não me pertencem os seus óculos.

Semelhantemente ao que acontece com o objeto direto, o objeto

indireto pode também ser representado, repetidamente, por um pronome

OD ODP

OD ODP

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oblíquo átono ou tônico ou por pronome de tratamento (objeto indireto

pleonástico):

A mim, ensinou-me tudo.

Aos meus escritores, não lhes dava importância.

Quem lhe disse a você que estavam no palheiro?

2. Complemento Nominal (CN) termo que integra ou limita o

sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece

sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente do processo.

Agiu favoravelmente a ambos. (o termo em destaque

complementa o sentido do advérbio “favoravelmente”).

O fumo é prejudicial à saúde. (o termo em destaque

complementa o significado semântico do adjetivo “prejudicial”).

Tenho confiança em ti. (agora, é o substantivo abstrato

“confiança” que tem seu significado semântico complementado pelo termo

em negrito).

A função de CN é representada por um substantivo ou por

qualquer palavra substantivada, conforme se depreende dos exemplos

anteriores. Isso quer dizer que essa função sintática também pode ser

exercida por uma oração (subordinada substantiva completiva

nominal):

Estou com vontade de suprimir este capítulo.

A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o CN e

não o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas dicas

importantes:

I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio ou

adjetivo é CN.

Ela mora perto do curso. (CN)

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II. Substantivo concreto não admite CN.

Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.)

III. Todo termo que depende de substantivo abstrato será CN

se a preposição não for de.

A alegria na paz é infinita. (CN)

IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado será CN

quando sofrer a ação (termo paciente, ou o alvo do processo); e será ADJ.

ADN. quando praticar a ação (termo que indica o agente ou a origem do

processo).

A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – notem que a

expressão “da vacina” indica o que foi descoberto).

A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. – agora, o

termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir).

3. Agente da Passiva termo que, na voz passiva, pratica a

ação expressa pelo verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.

As ruas foram lavadas pelas chuvas.

Mariana era apreciada por todos quantos iam a nossa casa.

Obs.: A voz passiva é uma flexão privativa dos verbos TD.

O termo “agente da passiva” vem sempre introduzido por

preposição (por, per, de).

A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual é o paciente

da ação expressa pelo verbo;

A voz passiva analítica ou verbal pode apresentar agente da

passiva, mas a voz passiva sintética ou pronominal nunca apresentará

agente da passiva.

Cabral descobriu o Brasil. (voz ativa com sujeito simples:

“Cabral”).

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O Brasil foi descoberto por Cabral. (voz passiva analítica; o

termo destacado é o agente).

Vendem flores. (voz ativa com sujeito indeterminado).

Flores são vendidas. (voz passiva analítica sem agente da

passiva).

Vendem-se flores. (voz passiva sintética sem agente da passiva).

Bem, estamos chegando ao fim dessa parte teórica. É

compreensível que você esteja meio cansado. Tenho consciência de que é

muita informação ao mesmo tempo. Mas, sinceramente, julgo importante

essa noção sobre os termos da oração. Se você não conseguir compreender

a relação estabelecida entre eles, terá dificuldades de responder

corretamente às questões de prova. Logo, avance mais um pouquinho. Mais

à frente, estão as questões de concursos anteriores para você se exercitar.

Vamos lá!

TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO

1. Adjunto Adnominal é termo de valor adjetivo que serve

para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser

expresso por:

a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.

b) locução adjetiva: Era um homem de consciência.

c) artigo: O mar era um lago sereno e azul.

d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua.

e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas.

f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos,

caíram-lhe pelo rosto.

Observação: o mesmo substantivo pode vir acompanhado por

mais de um adjunto adnominal:

As nossas primeiras experiências científicas fracassaram.

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Núc. do ODNúc. do Suj.

Núc. do ODNúc. do Suj.

Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com

predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para

facilitá-lo a distinguir um e outro.

Assim como o complemento nominal, o adjunto adnominal

também é parte efetiva do mesmo termo que tem o substantivo

como núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome substantivo e

perceber que o adjunto adnominal também desaparece:

O novo método facilitou os alunos despreparados.

Ele facilitou-os.

A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do

objeto:

Sua atitude deixou seus amigos perplexos.

Ela deixou-os perplexos.

2. Adjunto Adverbial é termo de valor adverbial que denota as

circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o

sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio, podendo ser expresso

por:

a) advérbio: Aqui não fica ninguém reprovado.

b) locução ou expressão adverbial: Lá embaixo, nós

começamos a dançar sob o sol do meio-dia.

AA AA AA AA

Suj. OD

AA AA POD

Suj. OD POD

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c) oração subordinada adverbial: Quando acordou, não

havia mais ninguém por perto.

Os adjuntos adverbiais recebem diversas classificações, todas de

acordo com a circunstância que indicam. A seguir, há apenas uma pequena

relação:

a) causa: Por que lhes daria tanta dor?

b) companhia: Vivia com Daniela.

c) condição: Sem estudar, não passará.

d) concessão: Apesar de tudo, estudamos muito.

e) dúvida: Acaso fizeste mesmo isso?

f) fim: Há homens para tudo.

g) instrumento: Bati-lhe com o chicote.

h) intensidade: Gosto muito de ti.

i) lugar: Veja aonde vai.

j) matéria: Esta é feita de barro.

k) meio: Voltamos de bote.

l) modo: Vagarosamente ela recolheu o fio.

m) negação: Não desanimem.

n) preço: O curso custa cem reais.

o) tempo: Estudaremos até as duas horas.

Observação: Às vezes não é possível precisar a circunstância

expressa pelo adjunto adverbial. Neste exemplo, é difícil distinguir se o

adjunto adverbial é de modo ou de intensidade:

Entreguei-me calorosamente àquela causa.

3. Aposto é termo de caráter nominal que se junta a um

substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,

especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em:

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a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso,

escreveu vários livros.

b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda.

c) enumerativo: Ele reivindicava várias coisas: melhor

salário, assistência médica e redução da carga horária.

d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras

alegres.

e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo

era paixão.

O aposto também pode vir representado por uma oração

(oração subordinada substantiva apositiva).

Só quero uma coisa: que vocês estudem.

Sintaticamente, o aposto equivale ao termo a que se refere

(sujeito, predicativo, complemento verbal, complemento nominal, agente da

passiva, etc.).

Ela, Dora, foi muitíssimo discreta.

As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das

propriedades.

O aposto especificativo não vem marcado por sinais de

pontuação (dois-pontos, vírgulas, travessão). Esse tipo de aposto é,

normalmente, um substantivo próprio que individualiza um substantivo

comum, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de preposição.

A cidade de Lisboa é linda.

O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente.

O mês de maio é o mês das noivas.

Suj

Pred. do Suj.

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Por fim, quero apresentar-lhe o vocativo. Ele é um termo

isolado, não faz parte dos termos essenciais, dos termos integrantes nem

dos termos acessórios. A função do vocativo é chamar ou interpelar a

pessoa a quem nos dirigimos. Vem sempre marcado por pontuação,

admite a anteposição de interjeição e não deve ser confundido com o sujeito

da oração.

Meu amigo, que horas são? (sujeito inexistente)

A ordem, meus amigos, é a base do governo. (sujeito: “A

ordem”)

Ó minha amada, que olhos os teus! (frase nominal).

Está na hora de nos exercitarmos um pouco. Vamos às questões

de provas anteriores!

Texto 1

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar

ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma

desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se

7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:

como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria

pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.

Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

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1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que

sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes

relativos exercem a mesma função sintática.

Comentário – O primeiro passo é isolarmos as orações que os pronomes

relativos integram:

(1) [que sinto]

(2) [e que não gosta mais da gente].

O segundo passo é identificarmos os termos aos quais os

pronomes relativos fazem referência. Esses termos encontram-se, via de

regra, anteriores aos próprios pronomes relativos e são conhecidos como

termos antecedentes. O pronome relativo de (1) se refere ao termo “o” (=

aquilo), pronome demonstrativo, presente na oração

(3) [como se chama o].

O pronome relativo de (2) se refere ao termo “uma pessoa”

presente na oração

(4) [Uma pessoa de quem não se gosta mais].

O terceiro passo é substituirmos os pronomes relativos pelos

termos a que fazem referência, reescrevendo a oração subordinada adjetiva

preferencialmente na ordem direta:

(1.1) [sinto aquilo]

(1.2) [e uma pessoa não gosta mais da gente]

Ao analisarmos as funções sintáticas dos termos “aquilo” e

“uma pessoa”, verificamos que exercem, respectivamente, as funções de

objeto direto da forma verbal “sinto” e de sujeito da forma verbal “gosta”.

Dessa forma, descobrimos também as funções sintáticas que a banca

examinadora nos propõe, visto que os pronomes relativos são seus

correspondentes semânticos nas orações em que surgem.

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Resposta – Item errado.

2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido

tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz

termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva,

na segunda.

Comentário – Na primeira ocorrência, a preposição “por” integra o adjunto

adverbial (“por ter sido tomado por uma desocupação”) que denota a causa

ou o motivo do processo verbal indicado por “parar”.

Acontece que, no mesmo segmento, surge o que se denomina

de voz verbal passiva analítica: “ter sido tomado” (note que a locução verbal

é composta pelos auxiliares “ter sido” que acompanham o principal

“tomado”, que assume a forma nominal característica de particípio). Nesse

tipo de voz, o elemento que indica o agente desencadeador do processo

verbal é classificado de agente da passiva. Conforme explicação dada

nesta aula, esse termo da oração surge sempre preposicionado. E no caso

em análise, a preposição que o introduz é justamente a preposição “por”.

Resposta – Item certo.

Texto 2

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana.

7 Por forma que ele enxergava

as coisas

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Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do

mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a

preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de

modo nos períodos em que se insere.

Comentário – Novamente estamos às voltas com a preposição “por”. No

primeiro caso, ela introduz oração de valor semântico adverbial que

comunica a causa de “o menino” ter adquirido “um olhar de cobra”. A

compreensão dessa circunstância seria facilitada se colocássemos o período

na forma direta:

O menino pegou um olhar de cobra por viver muitos anos

dentro do mato.

Em sua segunda ocorrência, a preposição “por” realmente

indica o modo como o personagem “menino” via as coisas. A expressão “por

igual” constitui uma locução adverbial formada por preposição e adjetivo

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(ver explicação nas páginas 15 e 16). Pode, sem problema algum, ser

substituída por igualmente.

Resposta – Item errado.

Texto 3

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...)

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma

verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos.

Comentário – A essa altura, você já deve saber que o verbo da oração

concorda em número e pessoa com o sujeito dela. Isso quer dizer, por

exemplo, que o verbo deverá ficar na terceira pessoa do plural se o sujeito

também o estiver. É o que acontece com a forma verbal “fazem”. Resta,

então, identificar os sujeitos das duas ocorrências dela.

Em seu primeiro emprego, a forma verbal “fazem” tem por

sujeito o termo “os gramáticos”, que inicia o período. Note que ele não

aparece materialmente expressa na mesma oração da qual o verbo “fazem”

é parte integrante, mas é subentendido pelo contexto. São “os gramáticos”

quem fazem uso dos acentos referidos no texto.

A segunda ocorrência da forma verbal “fazem” tem como

sujeito a expressão partitiva “muitos dos quais”. Note que, nela, há a

presença do pronome relativo “os quais”, representante semântico do

substantivo “acentos”. Escrita de outra maneira, a passagem poderia ficar

assim: muitos dos acentos fazem alguma distinção...

Resposta – Item certo.

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1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. (...)

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a

3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar

ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no

desenvolvimento do texto.

Comentário – Observe que o trecho em destaque é termo de caráter

nominal relacionado a substantivo, para explicá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-

-lo. Isso o faz lembrar algo? Volte um pouquinho e confira as características

de um aposto, pois essa é a função sintática do trecho analisado.

Resposta – Item certo.

(...)

19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias

para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir

dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual

22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a

rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de

haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que

25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa

palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um

governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim

28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...)

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Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado

de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1

6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às

estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta.

A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego

impessoal do verbo haver na forma “Há”.

B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro”

exerce a função de sujeito.

Comentário – A alternativa A traz uma locução verbal: “Há de haver”. Em

construções semelhantes, o último verbo (“haver”) é o principal, e o

primeiro é o seu auxiliar (“Há”). O verbo principal sendo pessoal, isto é,

possuindo um sujeito, obriga o verbo auxiliar a flexionar-se para concordar

com o sujeito. Em outras palavras, a pessoalidade do verbo principal é

refletida no seu verbo auxiliar.

Existirão oportunidades melhores.

Hão de existir oportunidades melhores.

Quando o verbo principal for impessoal, ou seja, empregado

sem referência a um sujeito (e esse é o caso do verbo HAVER

empregado com sentido de EXISTIR), o seu verbo auxiliar também

assumirá essa impessoalidade. Significa dizer que a locução permanecerá

invariável, impessoal, em oração sem sujeito ou de sujeito inexistente.

Haverá oportunidades melhores.

Há de haver oportunidades melhores.

Sujeito

Sujeito Simples

Objeto Direto

Objeto Direto

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A respeito da alternativa B, melhor seria atribuir a toda a

expressão “um livro, um governo, ou uma revolução” como sujeito do verbo

“faz”, o qual se encontra na voz passiva sintética ou pronominal. Por via das

dúvidas, faça a transformação para a passiva analítica ou verbal:

“...e assim é feito um livro, um governo, ou uma revolução...”

Perceba que temos um caso de sujeito composto com três

núcleos: “livro”, “governo” e “revolução”.

Resposta – O gabarito da prova apresentou a alternativa B como correta.

Pelo exposto, entendo que a melhor resposta encontra-se na alternativa A.

1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no

mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava

quatrocentas e noventa. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas).

In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos.

Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1,

está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no

singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”

(l. 1).

Comentário – O verbo TER, na linguagem normativa, não pode ser

empregado no lugar de HAVER e de EXISTIR. Além disso, o sujeito da

oração não é a expressão “vinte aranhas”, conforme afirma a banca

examinadora. É, sim, representado pelo pronome pessoal do caso reto EU,

primeira pessoa do singular e oculto no período.

Resposta – Item errado.

Sujeito Composto

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1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

(...)

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito

de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7)

complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4).

Comentário – O que venha a ser um complemento verbal? Sintaticamente,

essa nomenclatura é atribuída aos objetos direto e indireto. Aquele

complementa o verbo sem a obrigatoriedade de preposição, diferentemente

deste, que é por ela regido. Logo, é necessário existir verbo transitivo para

que o complemento apareça. Analise a regência do verbo REITERAR e você

concluirá que seu significado semântico requer um complemento (reiteramos

o que?). Na passagem analisada, a função de complemento da forma verbal

“reiteramos” é desempenhada pelo trecho em destaque.

Resposta – Item certo.

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1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste

ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo

crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A

4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das

principais mudanças nas perspectivas para a economia

brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da

7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro

do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado

em 6,2%.

O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se”

(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado.

Comentário – Há duas formas básicas de se indeterminar o sujeito da

oração, lembra? A primeira delas é empregar um verbo na terceira pessoa

do plural sem a indicação ou referência material no contexto do agente do

processo verbal: Falaram que os novos diretores implementarão mudanças.

É fácil perceber que o sujeito do verbo “implementarão” é o termo “os novos

diretores”. Mas quem é o sujeito de “Falaram”? Não há, nessa frase,

referência a quem praticou a ação verbal. Optou-se pela sua

indeterminação.

A outra forma de se conseguir o mesmo efeito é associar o

pronome SE – que recebe a classificação de índice de indeterminação do

sujeito – a verbos intransitivos (Morre-se de fome em muitos países

africanos), transitivos indiretos (Obedece-se às leis neste país), de ligação

(Fica-se feliz em ambientes harmoniosos).

Na linha 2, estamos diante do verbo pronominal TORNAR-SE,

isto é, conjugado com o apoio do pronome SE, que é parte integrante do

verbo. Deve ficar bem claro que, embora estejamos diante de um verbo de

ligação, o pronome SE não é índice de indeterminação do sujeito. Aliás, o

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sujeito (determinado, simples) da forma verbal em destaque é a expressão

“O consumo das famílias”.

Resposta – Item errado.

O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase

triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de

usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por

4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na

rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado

publicitário do país.

Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do

número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se

com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de

“elevação” (l. 2).

Comentário – Lembre-se de que “elevação” é substantivo abstrato e que,

conforme explicação nas páginas 11-13, o termo preposicionado que

complementa seu valor semântico classifica-se como complemento

nominal. Tal é o caso da expressão “do número” (“elevação do número”).

Entretanto, os termos “das conexões” e “do tempo” vinculam-se ao

substantivo “número” e lhe servem de adjetivo, especificando ou

delimitando o seu significado. Em outras palavras, são verdadeiros

adjuntos adnominais em forma de locução adjetiva (preposição e

substantivo).

Resposta – Item errado.

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(...) A democratização no século XX

não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema

16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as

chamadas sociedades ocidentais.

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida

do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a

contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16),

deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o

sujeito da oração seja claramente identificado.

Comentário – De fato, recomenda-se que o artigo que integra o sujeito do

verbo (normalmente, este surge no infinitivo) não seja aglutinado à

preposição que o antecede:

“Está na hora de a onça beber água.” (certo)

“Está na hora da onça beber água.” (errado)

Mas no trecho indicado pelo Cespe, o sujeito do verbo

“atravessou” está claramente identificado: “O tema da igualdade”. A locução

adjetiva “da igualdade” pode ser analisada, isoladamente, como adjunto

adnominal de “tema”, assim como o artigo “O”. Nesse caso, não há

necessidade de desfazer a contração existente em “da” (de + a).

Resposta – Item errado.

(...)

À luz desses entendimentos é que os direitos humanos

13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em

leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos,

que traduzem as transformações e os avanços históricos da

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16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma

sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e

contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos

19 de grupos sociais.

Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.

Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).

12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está

flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14)

retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14).

Comentário – O sujeito (termo sintático) do verbo “traduzem” é mesmo o

pronome relativo “que”. Este retoma o termo “direitos” (poderíamos falar

aqui em sujeito semântico), expresso na linha 13 e oculto nas linhas 14 –

“mas [direitos] que se constituem” – e 15 – “[direitos] que traduzem.

Resposta – Item errado.

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

(...)

É preciso, portanto, que o espírito da blitz na

19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA

Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado,

pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas

22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam

caminhar até o trabalho.

(...)

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Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1)

indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito

indeterminado.

Comentário – Creio que você ainda se lembra de como indeterminar o

sujeito da oração, não é mesmo? Não?!?! Bem, então me deixe ajudá-lo:

a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja

referência a outro termo anteriormente identificado.

Telefonaram para você.

Gritaram muito.

b) colocando o pronome oblíquo se junto a verbos de ligação,

intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos

objetos diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na

terceira pessoa do singular:

Ficou-se feliz.

Vive-se bem.

Gosta-se de você.

Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada

– bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com

sujeito representado pelo termo “o vinho”).

Na linha 1, o pronome é parte integrante do verbo de

ligação tornar-se, também conhecido como verbo pronominal; e não se

confunde com o primeiro exemplo da letra “b”. Lá, o verbo ficar é de

ligação, mas não é pronominal; o se é índice de indeterminação do sujeito,

e não parte integrante do verbo.

Conclui-se que o sujeito da forma verbal “torna-se” (l. 1) é

o termo “A qualidade do ambiente”, que está bem determinado, expresso no

texto.

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Resposta – Item errado.

14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as

palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto

adverbial de lugar deslocado.

Comentário – Esta questão envolve também o conhecimento sobre a

utilização de vírgula, assunto que ainda não foi tratado neste curso.

Entretanto o exercício é útil para ratificar nosso conhecimento a respeito de

adjuntos adverbiais.

Lembre-se de que adjunto adverbial denota as

circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o

sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio. No texto, ele assumiu a

forma locução e indica onde a ação de caminhar até o trabalho é

habitualmente desenvolvida pelas pessoas.

Resposta – Item certo.

(...)

A exposição das gestantes à poluição, em especial

16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do

peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes

da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e

19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar

das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias

aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...)

35 O poluente associado à maior

probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono

37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima

incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar

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é questão que merece atenção urgente dos administradores

40 públicos.

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no

interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de

separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma

enumeração.

Comentário – Você já identificou a função sintática dos termos separados

pela vírgula? Lembra-se do aposto, termo de caráter nominal que se refere

a um substantivo – ou a qualquer palavra substantivada – para explicá-lo,

especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo? Pois os termos –

enumerados e coordenados entre si – esclarecem o significado do termo

“consequências”

Resposta – Item certo.

16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro

que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a

função de aposto.

Comentário – Depois da revisão feita anteriormente, ficou fácil atestar a

veracidade da informação. O termo apontado é aposto explicativo de

“monóxido de carbono”.

Resposta – Item certo.

1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena

ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada

sempre a construção de uma rede unificada de transportes

4 como a única forma de assegurar a integridade do território.

Todavia, foi somente após a Independência que começou a

se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com

7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao

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desenvolvimento econômico. Durante os governos do

Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação

10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros

brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de

transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se”

indica sujeito indeterminado.

Comentário – Você já aprendeu a indeterminar o sujeito e pode verificar

que ele não ocorre no trecho indicado. O sujeito está muito bem

determinado, porém aparece depois do verbo. Vamos colocar ordem na

casa: “a preocupação com o isolamento das regiões do país como um

obstáculo ao desenvolvimento econômico começou a se manifestar”. O

termo sublinhado é o sujeito da locução verbal.

Resposta – Item errado.

18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está

no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração:

“número” (l.10).

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Comentário – O sujeito é representado por toda a expressão “significativo

número de brilhantes engenheiros brasileiros”. Nela, o termo central,

nuclear, mais importante é o termo “número” (no singular). Em torno dele

estão seus adjuntos adnominais.

Resposta – Item certo.

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o

desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença”

(l.16).

Comentário – Agora estamos diante de um complemento nominal, termo

que integra ou limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo

abstrato; aparece sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente

do processo. A preposição conecta o substantivo abstrato “crença” ao seu

complemento.

Resposta – Item certo.

Por enquanto é só. Abaixo estão as questões sem os respectivos

comentários, para que você possa se exercitar durante a semana. Adiante

está o gabarito.

Fique com Deus e até a próxima aula.

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Texto 1

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar

ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma

desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se

7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:

como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria

pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.

Clarice Lispector. A descoberta do mundo.

Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que

sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes

relativos exercem a mesma função sintática.

2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido

tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz

termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva,

na segunda.

Texto 2

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

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dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana.

7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do

mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a

preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de

modo nos períodos em que se insere.

Texto 3

A diferença na linguagem

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1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...)

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma

verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos.

1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. (...)

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a

3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar

ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no

desenvolvimento do texto.

(...)

19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias

para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir

dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual

22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a

rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de

haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que

25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa

palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um

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governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim

28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...)

Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado

de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1

6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às

estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta.

A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego

impessoal do verbo haver na forma “Há”.

B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro”

exerce a função de sujeito.

1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no

mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava

quatrocentas e noventa. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas).

In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos.

Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1,

está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no

singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”

(l. 1).

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

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que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

(...)

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito

de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7)

complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4).

1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste

ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo

crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A

4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das

principais mudanças nas perspectivas para a economia

brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da

7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro

do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado

em 6,2%.

O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se”

(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado.

O avanço da publicidade na Internet

1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase

triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de

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usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por

4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na

rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado

publicitário do país.

Veja, 4/7/2007 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do

número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se

com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de

“elevação” (l. 2).

(...) A democratização no século XX

não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema

16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as

chamadas sociedades ocidentais.

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida

do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a

contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16),

deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o

sujeito da oração seja claramente identificado.

(...)

À luz desses entendimentos é que os direitos humanos

13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em

leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos,

que traduzem as transformações e os avanços históricos da

16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma

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sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e

contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos

19 de grupos sociais.

Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.

Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).

12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está

flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14)

retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14).

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

(...)

É preciso, portanto, que o espírito da blitz na

19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA

Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado,

pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas

22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam

caminhar até o trabalho.

(...)

Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1)

indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito

indeterminado.

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14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as

palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto

adverbial de lugar deslocado.

(...)

A exposição das gestantes à poluição, em especial

16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do

peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes

da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e

19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar

das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias

aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...)

35 O poluente associado à maior

probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono

37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima

incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar

é questão que merece atenção urgente dos administradores

40 públicos.

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no

interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de

separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma

enumeração.

16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro

que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a

função de aposto.

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1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena

ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada

sempre a construção de uma rede unificada de transportes

4 como a única forma de assegurar a integridade do território.

Todavia, foi somente após a Independência que começou a

se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com

7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao

desenvolvimento econômico. Durante os governos do

Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação

10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros

brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de

transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. (...)

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se”

indica sujeito indeterminado.

18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está

no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração:

“número” (l.10).

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19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o

desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença”

(l.16).

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GABARITO

1. Item errado

2. Item certo

3. Item errado

4. Item certo

5. Item certo

6. B

7. Item errado

8. Item certo

9. Item errado

10. Item errado

11. Item errado

12. Item errado

13. Item errado

14. Item certo

15. Item certo

16. Item certo

17. Item errado

18. Item certo

19. Item certo

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Aula 5

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Antes de falar sobre o assunto da nossa aula de hoje, quero

manifestar minha gratidão pelas mensagens de incentivo que tenho recebido

de vários alunos. Em que pese a retribuição financeira pelo fruto do nosso

trabalho, a sensação de poder ajudar alguém a realizar um sonho é

incomparável. Lembro-me da turma do ano passado, do último concurso e

das comemorações (as fotos estão no sítio do Ponto para quem quiser ver).

Foi muito gratificante olhar para os alunos e contemplar a felicidade deles

por causa da aprovação. Espero que este ano possamos repetir a façanha!

Confesso que não tem sido fácil responder a todos os correios

eletrônicos. Às vezes, surgem perguntas “cabeludas”, e tenho que “suar a

camisa” para responder. Também não é simples preparar cada aula. Gasto

horas escrevendo e reescrevendo os textos, tudo com o propósito de

oferecer a melhor explicação possível. A escolha dos exemplos e das

questões de provas anteriores também é sinônimo de trabalho árduo.

Peço que perdoe pequenas falhas e a demora na emissão de

alguma resposta. Os diferentes cursos ministrados, a quantidade de aulas e

a complexidade das perguntas (os alunos estão estudando cada vez mais e,

consequentemente, nos dando mais “trabalho”) não são tão simples de

serem superados. Peço também que continuem dando sugestões, fazendo

críticas construtivas para que todos possamos evoluir um pouco mais. Fique

à vontade!

Na aula de hoje, darei continuidade ao estudo sobre a sintaxe da

oração e do período, agora com o foco voltado para a relação existente entre

as orações. Será preciso lançar mão de conceitos sobre o que é uma oração

e o que é um período. Lembra-se de que na aula anterior iniciei minhas

explicações esclarecendo o que é uma oração e o que é um período? Se você

ainda tem dúvidas de reconhecê-los, deve reler a aula 4. Se precisar, utilize

também outros recursos didáticos (livros, apostilas, resumos etc.).

Os exercícios de provas anteriores e os devidos comentários

serão apresentados ao final da aula, após a exposição da parte teórica. Você

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perceberá que o Cespe não está dando ênfase às nomenclaturas das

orações, mas sim ao valor semântico delas em relação ao período.

Acontece que tenho notado que muitos alunos sentem

dificuldades de responder às questões de provas sobre orações porque

desconhecem suas conjunções características e classificações. Sou contra

aquele tipo de “decoreba” a que normalmente nos sujeitamos durante os

tempos escolares. Você se deparará – só para dar um exemplo – com casos

em que uma conjunção tipicamente adversativa introduz uma oração de

valor semântico aditivo, e vice-versa.

Admito, porém, que há significativa importância nos estudos

“cartezianos” das orações. Alguns professores tornam esse assunto mais

difícil de ser compreendido porque partem do princípio de que seus alunos já

vão para a sala de aula sabendo classificar cada oração, reconhecendo suas

características e valores semânticos. Não pretendo incorrer em equívoco

semelhante, por isso iniciarei explicando cada uma delas separada e

detalhadamente.

De início, você deve observar que as orações surgem

organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou

composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou

uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta.

Vive-se um momento social delicado.

Os alunos continuam estudando.

Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso

em que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade

(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas.

Eu vou à escola; você, à praia.

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A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o

verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já

que esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba,

é que as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a

coordenação entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o

elemento “co”, que traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras

palavras, não há o exercício de uma função sintática (sujeito, objeto,

adjunto adnominal etc.) por qualquer das orações do período.

É necessário que vocês estudem.

A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações:

“É necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que o a

primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo

(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde

está o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração

(“que vocês estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque

a frase na ordem direta:

Que vocês estudem é necessário.

Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício:

substitua a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim:

Isso é necessário.

Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela

oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha

alguma função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de

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subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”,

tradutor da noção de posição abaixo, dependência.

Vezes há em que, em um mesmo período, as orações que o

compõem articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada.

Eu disse que trabalho e estudo.

As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”)

subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o

significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto

direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações

estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se

à segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto,

ou seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo.

Bem, já que falamos na relação coordenada entre orações,

precisamos agora estudar as classificações e os valores semânticos de cada

uma delas. Além disso, devemos notar se essa articulação coordenada se dá

por meio de um conectivo ou não. Sendo a resposta afirmativa, teremos

uma coordenação sindética (o vocábulo síndeto significa conjunção) entre

orações. Caso a resposta seja negativa, estaremos de uma coordenação

assindética (sem conjunção). Averiguemos!

ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS E SINDÉTICAS

As orações coordenadas que se ligam uma às outras sem

conjunção são chamadas assindéticas. Diferentemente, as orações

coordenadas sindéticas são conectadas por uma conjunção que recebe

nome semelhante ao da oração.

Lá estava, lá fiquei. (coordenada assindética, sem conjunção)

Sentou e olhou ao redor. (coordenada sindética, com conjunção)

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Estudou, mas não passou. (coordenada sindética, com

conjunção)

ATENÇÃO! 1 – Costuma-se chamar coordenada inicial a primeira oração

de um período composto por coordenação.

2 – O mesmo período pode ser composto por orações

coordenadas assindéticas e sindéticas.

“Vi, vim e venci.” (a segunda oração – “vim” – coordena-se à

primeira sem conjunção; a terceira – “e venci” – articula-se por meio da

conjunção “e”).

• CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS

a) Aditivas – indicam fatos sequenciais, dando a idéia de soma.

Ela falava, e eu ouvia.

Nossas crianças não fumam nem bebem.

Ele não só passou no concurso, mas também tirou o primeiro

lugar. (esta é uma estrutura aditiva enfática)

b) Adversativas – exprimem fatos opostos ao que se declara na

oração coordenada anterior; ideia de contraste.

Apressou-se, contudo não chegou a tempo.

Principais conjunções e locuções: mas, porém, todavia, entretanto, no

entanto, não obstante.

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c) Alternativas – exprimem fatos que se alternam ou se excluem

mutuamente.

Ora respondia, ora ficava mudo.

Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

ATENÇÃO! Embora a conjunção apareça na oração coordenada inicial, ela

não é classificada como sindética alternativa.

Principais conjunções: ou... ou...; ora... ora...; já... já...; quer... quer...;

seja... seja...

d) Conclusivas – expressam uma conclusão lógica que é obtida a

partir dos fatos expressos na oração anterior.

Ele estuda; passará, pois.

ATENÇÃO! A conjunção pois tem valor semântico conclusivo quando

aparecer após o verbo da oração em que surge. Antes dele, porém, ela

integrará oração de cunho explicativo.

Principais conjunções e locuções: logo, pois, portanto, por conseguinte, por

isso, de modo que, em vista disso.

e) Explicativa – expressam a justificativa de uma ordem,

suposição ou sugestão.

Fique calmo, pois ele já vem.

Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.

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ATENÇÃO! Não devemos confundir explicação com causa, isto é, orações

coordenadas sindéticas explicativas com orações subordinadas adverbiais

causais. Uma explicação é sempre posterior ao fato que a gerou; uma causa

é sempre anterior à conseqüência gerada. Além disso, as orações

explicativas normalmente aparecem após frases imperativas ou optativas.

Principais conjunções: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo da

oração explicativa)

OBSERVAÇÕES: 1 – “Não se deve classificar uma oração considerando

apenas a conjunção que a introduz.

Pediu-lhe a filha em casamento, e logo se arrependeu.

Apesar da conjunção ‘e’ ser normalmente aditiva, percebe-se que a segunda

oração é coordenada sindética adversativa; pois, nesse contexto, a

conjunção ‘e’ apresenta valor de contraste, de oposição.” (João Domingues

Maia)

2 – “Para a Nomenclatura Gramatical Brasileira, no

entanto, vale a forma. A conjunção ‘e’ é aditiva e fim. (...) felizmente, essa

visão limitada já está fora de moda. A classificação leva em conta o sentido

efetivo.” (Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto)

3 – “Há orações coordenadas assindéticas que possuem

claramente valor de sindéticas, porque apresentam um conectivo

subentendido.

Fiz o possível para previnir-lhes o perigo; ninguém me ouviu.

Fale baixo: não sou surdo.

A terceira oração do primeiro período (‘ninguém me ouviu’) e a segunda do

segundo período (‘não sou surdo’), apesar de formalmente assindéticas, já

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que não apresentam conjunção, têm sentidos bem marcados: a primeira

tem valor semântico adversativo (equivale a ‘mas ninguém me ouviu’); a

segunda, explicativo (equivale a ‘pois não sou surdo’).

Por isso convém insistir em que você se preocupe mais

com o uso efetivo das estruturas linguísticas do que com discussões às

vezes intermináveis sobre questões de mera nomenclatura.” (Ulisses Infante

e Pasquale Cipro Neto, com adaptçaões)

Antes de passar adiante e tratar das orações subordinadas,

quero exemplificar o que foi dito anteriormente com uma questão de

concurso público.

Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de

adição que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos deixeis

cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

a) Tem olhos, e não vê.

Tem boca, e não fala.

b) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana.

c) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder!

d) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável.

Comentário – Na alternativa A, as orações coordenadas introduzidas pela

conjunção “e” possuem claro valor semântico adversativo. Em B, a oração

“mas apenas por uma semana” expressa a condição para que o fato

mencionado anteriormente seja levado a efeito. A terceira alternativa

apresenta oração coordenada que traduz a consequência imediata da

realização do fato mencionado antes. Finalmente, é na última alternativa em

que encontramos oração coordenada (“mas principalmente responsável”)

com a mesma relação de sentido aditivo existente também na oração “mas

livrai-nos do mal”, no comando da questão.

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Resposta – D

Como você pode perceber, não devemos nos limitar à análise

fria e tradicional das conjunções durante o processo de classificação das

orações. É fundamental, antes, perceber a relação semântica existente entre

elas.

A partir de agora, trataremos das orações subordinadas, que

podem exercer funções típicas de substantivos, advérbios e adjetivos.

Antes de estudarmos suas características e valores semânticos, apresentarei

um quadro-resumo delas.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

São aquelas que desempenham funções típicas de substantivos

no período simples. Elas podem surgir em duas formas:

1. desenvolvidas ligam-se à oração principal por meio das

conjunções subordinativas integrantes que e se, ou ainda por meio de

um pronome ou advérbio interrogativo.

Orações Subordinadas

Substantivas

1 – Subjetiva 2 – Predicativa 3 – Objetiva Direta 4 – Objetiva Indireta 5 – Completiva Nominal 6 - Apositiva

Adverbiais

1 – Causal 2 – Consecutiva 3 – Condicional 4 – Concessiva 5 – Comparativa 6 – Conformativa 7 – Temporal 8 – Proporcional 9 – Final

Adjetivas

1 – Explicativa 2 – Restritiva

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É importante que estudemos com afinco. (conjunção integrante)

Perguntamos se voltará hoje. (conjunção integrante)

Ele quer saber que horas são. (pronome interrogativo)

Ele indagou quando será a prova. (advérbio interrogativo)

2. reduzidas apresentam verbo no infinitivo e podem ser introduzidas

por preposição.

É importante estudar com afinco.

Pensou em omitir o fato, mas se arrependeu.

• Subjetiva (equivale-se ao sujeito da oração principal)

É fundamental a sua opinião sobre o assunto.

É fundamental que você opine sobre o assunto.

É fundamental você opinar sobre o assunto.

O primeiro exemplo constitui-se de período simples. Nele há

apenas uma oração (um só verbo), cujo sujeito é a expressão a sua

opinião sobre o assunto. Colocando-se a frase na ordem direta, é mais

fácil perceber isso: A sua opinião sobre o assunto é fundamental.

Nos dois últimos exemplos, há períodos compostos, pois a

expressão inicial foi transformada em duas orações: uma na forma

desenvolvida (com a conjunção integrante que); outra na forma reduzida

(verbo opinar no infinitivo).

ATENÇÃO! Quando ocorre oração subordinada substantiva subjetiva, o

verbo da oração principal sempre fica na terceira pessoa do singular.

Estruturas típicas da oração principal nesse caso são:

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1. verbo de ligação + predicativo é bom...; é conveniente...; é

claro...; está comprovado...; parece certo ...; fica evidente... etc.

É preciso que se adotem providências eficazes..

Parece estar provado que soluções mágicas não funcionam..

2. verbo na voz passiva sintética ou analítica sabe-se...; soube-se...;

comenta-se...; dir-se-ia...; foi anunciando...; foi dito... etc.

Sabe-se que a prova está próxima.

Foi dito que a prova será adiada.

3. verbos como cumprir, convir, acontecer, importar, ocorrer, suceder,

parecer, constar, urgir etc. conjugados na terceira pessoa do singular.

Convém estarmos aqui.

Urge que tomemos uma decisão.

• Objetiva Direta

Complementa o valor semântico do verbo transitivo direto da

oração principal, articulando-se com ela sem o intermédio de preposição

obrigatória.

Ressalte-se que, nas frases interrogativas indiretas, as orações

subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pelas

conjunções subordinativas integrantes se ou que e, ainda, por

pronomes ou advérbios interrogativos.

Tome cuidado porque as bancas examinadoras podem

perguntar, por exemplo, se “as palavras em destaque nos trechos abaixo

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possuem a mesma classificação gramatical” e sublinhar, maliciosamente,

dois vocábulos introdutores de orações subordinadas substantivas objetivas

diretas. Partindo da ideia comum de que elas são iniciadas por conjunções

integrantes, é possível que algum candidato mais afoito diga “sim”, sem se

dar conta de que pode estar diante de uma conjunção integrante e um

pronome interrogativo.

Todos sabemos que ele aceitará o convite.

como as coisas funcionam aqui.

onde fica a farmácia.

quanto custa o remédio.

quando acabam as aulas.

qual é a matéria da prova.

ATENÇÃO! Com os verbos deixar, mandar fazer (causativos), ver, sentir e

ouvir (sensitivos), ocorre um tipo especial de oração subordinada

substantiva objetiva direta:

Ouvi-os bater.

Deixe-me entrar.

As orações em destaque são reduzidas de infinitivo. E o mais interessante

é que os pronomes oblíquos átonos os e me são os sujeitos dos verbos no

infinitivo. Na Língua Portuguesa, esse é o único caso em que tais pronomes

desempenham tal função sintática.

• Objetiva Indireta

Completa o sentido de um verbo transitivo indireto da oração

principal. Normalmente vem introduzida por preposição, mas esta pode ser

omitida.

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adjetivo

advérbio

substantivo

Lembro-me de que fizemos muitas visitas. (Mário Donato)

Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. (Clarice

Lispector)

• Completiva Nominal

Liga-se a um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) da

oração principal completando seu significado. É introduzida por preposição

(como todo complemento nominal). Aqui, o emprego da preposição não é

facultativo. A omissão dela implica erro de regência e revela falta de coesão.

Tenho a impressão de estar sempre no mesmo lugar.

A nova metodologia é útil para diminuir a margem de erro.

Está perto de fazermos a prova.

• Predicativa

Funciona como um predicativo do sujeito da oração principal;

seu valor semântico caracteriza, especifica, determina o sujeito dela. É de se

notar também a presença de um verbo de ligação na oração principal.

Nosso desejo era encontrares o teu caminho.

O triste é que não era uma planta qualquer.

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• Apositiva

Atua como aposto de um termo da oração principal e é marcada

pela pontuação (vírgula, dois pontos). Seu significado amplia, explica,

desenvolve, resume o conteúdo da oração principal.

O boato, de que o presidente renunciaria, espalhou-se

rapidamente.

Só resta uma alternativa: encontrar o culpado.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Características

I. Têm valor semântico de advérbio (causa, tempo, condição,

finalidadde etc.) e exercem função de adjunto adverbial em relação à oração

principal;

II. Desenvolvidas: possuem verbo no modo indicativo ou subjuntivo

e são introduzidas por conjunção;

III. Reduzidas: possuem verbo na forma nominal (infinitivo, gerúndio,

particípio).

Classificações

I. Causal: expressa a causa do que se diz na oração principal.

Como não haviam combinado, uns cantavam em inglês e outros em

português. (Clarice Lispector)

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II. Consecutiva: apresenta a consequência do que se diz na oração

principal.

Fiquei tão alegre com esta idéia que ainda agora me treme a pena

na mão. (Machado de Assis)

III. Condicional: estabelece uma condição para que o fato expresso na

oração principal se realize.

Eu cantarei, se as Musas me ajudarem, a verdadeira história de

Elpenor. (Augusto Meyer)

IV. Concessiva: expressa um fato que deveria impedir o

acontecimento do que se declara na oração principal.

(...) descobri-me, embora estivessem muitas pessoas na sala.

(Graciliano Ramos)

V. Comparativa: indica o segundo elemento de uma comparação.

Ele saiu da vida como quem sai de uma festa. (Cassiano Ricardo)

Atenção! Muitas vezes, o verbo da oração subordinada adverbial

comparativa está oculto.

As idéias marinhavam-lhe no cérebro, como em hora de temporal

(...). (Machado de Assis)

Além disso, a oração à qual se subordina a oração comparativa

pode apresentar expressões como: mais, menos, pior, tal, tanto.

VI. Conformativa: a ideia expressa nela está de acordo com a que é

dita na oração principal.

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Conforme nos mandara o sargento, ficamos passando um pelo

outro. (Mário Donato)

VII. Proporcional: expressa um fato que se realiza proporcionalmente

ao que se diz na oração principal.

Quanto mais uma civilização é artista, mais ela se afasta da

natureza. (Graça Aranha)

VIII. Final: indica a finalidade do que se diz na oração principal.

O fuzil foi passado de mão em mão, para que todos aprendessem

os quatro movimentos.

IX. Temporal: expressa o tempo em que ocorre o que se diz na oração

principal.

Quando o semáforo abriu, ele tentou arrancar na bicicleta (...).

(Lourenço Diaféria)

Observe que as três orações subordinadas abaixo apresentam

estruturas diferentes das anteriores. Nelas não há verbos desenvolvidos

(conjugados no modo indicativo ou subjuntivo) nem conjunções. Agora, os

verbos assumem uma das formas nominais (gerúndio, infinitivo e particípio).

Ao abrir o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (infinitivo)

Aberto o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (particípio)

Abrindo o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (gerúndio)

Uma vez estudadas as características e os valores semânticos

das orações subordinadas adverbiais, convém agora apontar as principais

conjunções que fazem a articulação entre elas e sua principal.

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Causais Porque; como; que; pois; porquanto; visto que; uma

vez que; na medida em que; etc.

Consecutivas Que

Comparativas Que; (do) que; quanto; como; assim como; bem como;

etc.

Concessivas

Ainda que; embora; mesmo que; posto que; por mais

que; se bem que; por pouco que; nem que; conquanto

etc.

Condicionais Se; caso; sem que; contanto que; salvo se; desde que;

a menos que; a não ser que; que; etc.

Conformativas Conforme; como; segundo; consoante; etc.

Finais Para que; a fim de que; que; etc.

Proporcionais

À medida que; à proporção que; ao passo que; quanto

mais... mais; quanto menos... menos; quanto maior...

maior; etc.

Tempo

Quando; enquanto; antes que; depois que; desde que;

logo que; assim que; até que; que; apenas; mal;

sempre que; tanto que; etc.

Dizem que se conselho fosse bom ninguém daria, mesmo assim

eu arrisco um: não confunda as locuções conjuntivas à medida que e na

medida em que. A primeira introduz oração subordinada tradutora de valor

semântico de proporcionalidade; a segunda inicia oração subordinada que

expressa a causa de um fato. Já vi muito candidato bom “derrapar” por falta

de atenção a esse detalhe.

Quer outro conselho? Não confunda oração subordinada

adverbial causal com oração coordenada sindética explicativa! Em alguns

momentos, elas podem apresentar semelhanças que dificultam a análise

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correta. Por exemplo, ambas admitem as conjunções pois, que, porque,

porquanto. Porém, um pouco de atenção para os aspectos que vou

assinalar pode ser de grande utilidade:

[Ele pegou a doença] [porque

andava descalço.]

[Não ande descalço,] [porque

você vai pegar uma doença.]

1. Há uma relação de causa

e consequência entre as duas orações.

1. Não há relação de causa e

conseqüência: apenas é dado o

motivo para que não se ande

descalço.

2. A conjunção que introduz

a oração causal não pode ser

eliminada.

2. Pode-se eliminar a conjunção

coordenativa explicativa: Não ande

descalço, você vai pegar uma

doença.

3. A oração adverbial pode

ser transformada em oração reduzida

de infinitivo: Ele pegou a doença

por andar descalço.

3. Não se pode transformar a

oração coordenada em oração

reduzida.

4. O verbo da oração

principal não expressa dúvida ou

hipótese.

4. A oração anterior à explicativa

geralmente possui verbo no

imperativo ou tem caráter hipotético.

De outro modo, poderíamos dizer: Ele

dever ter andado descalço, pois

pegou uma doença.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

As orações subordinadas adjetivas podem equivaler-se,

semanticamente, a adjetivos, ou seja, caracterizar um substantivo,

atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Sintaticamente, podem

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Oraç. Subord. Adj. Restritivas

Oraç. Subord. Adj. Explicativas

exercer a função de adjunto adnominal de um termo da oração principal.

Observem:

Deve-se investir em soluções definitivas.

Deve-se investir em soluções que resolvam definitivamente os

problemas.

Comparando os dois exemplos acima, é fácil perceber que, no

segundo, a oração “que resolvam definitivamente os problemas”

discrimina o substantivo “soluções” e restringe o seu alcance semântico.

Além disso, exerce função idêntica à do adjetivo “definitivas” no primeiro

exemplo: ambas as expressões são adjuntos adnominais do substantivo

“soluções”, que é núcleo do objeto indireto.

• ORAÇÕES ADJETIVAS RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS

Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as

orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas:

restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando,

realçando, amplificando uma informação sobre ele.

O jovem que estuda passa.

O homem que luta vence.

O homem, que é mortal, almeja a vida eterna.

Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós.

No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a

verdadeiros adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não

constituem um atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza):

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sujeito

sujeito

nem todo jovem passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence

(somente o que luta). Elas funcionam como adjuntos adnominais e não

podem ser separadas do substantivo por vírgulas.

No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico

explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo

a que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não

influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas

da frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar

alteração semântica. Sendo assim, elas funcionam com aposto explicativo.

Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas

apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome

relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome

relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função

sintática na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função,

o pronome relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele

substitui (o antecedente).

Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver

definitivamente os problemas.

Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os

problemas.]

Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por

um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo

(forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são

introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por

preposição) e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo,

gerúndio e particípio), elas são chamadas de reduzidas.

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Essas são as idéias tão valorizadas por ele.

Via-se um cartaz comunicando a falência.

Nosso argumento foi o primeiro a cair.

Uma vez arregimentado, você pode resolvr as questões de

provas anteriores. Nesta etapa, você notará que é frequente, como disse

antes, as bancas explorarem a relação semântica estabelecida entre as

orações que compõem um período. Portanto não se deixe influenciar

simplesmente pela conjunção empregada (ou não). Além dessa análise

inicial, observe ainda o sentido da frase.

1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os

funcionários são orientados por metas, têm o desempenho

avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela

4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —

menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas

das práticas implantadas com sucesso em um grupo de

7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A

experiência chama a atenção pelo impressionante progresso

dos estudantes depois que ingressaram ali.

(...)

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece

uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período

em que esse termo se apresenta.

Comentário – Não tenho informações de quantos candidatos erraram este

item, mas creio que foram poucos. Por quê? Porque a conjunção pois é

frequentemente apresentada aos estudantes apenas como explicativa ou

conclusiva. Na maioria das vezes, dizemos que ela será explicativa quando

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surgir antes do verbo da oração a que pertence e conclusiva quando surgir

depois dele e separa por vírgula. Não está errado; mas não é tudo, já que –

como anunciei aqui mesmo nesta aula – não devemos analisar uma oração

simplesmente pela conjunção que a introduz. Antes, devemos perceber a

relação semântica estabelecida entre ela e outra.

Perceba que o conectivo “Pois” traz período que expressa noção

de adversidade, ressalva em relação ao enunciado anterior. É como se

dissesse que, apesar da aparente impossibilidade – dadas as circunstâncias

que envolvem a maioria das escolas publicas –, um grupo de escolas

estaduais de ensino médio de Pernambuco logrou êxito em suas práticas

educacionais.

Configura-se, assim, um caso em que a conjunção pois é

claramente detentora de valor semântico adversativo, equivalendo-se às

conjunções mas, porém, entretanto, no entanto, todavia.

Resposta – Item errado.

1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem

distante das estatísticas que apontam para uma taxa de

desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu

4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,

formais e informais. (...)

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”

(l. 2) é adjetiva explicativa.

Comentário – A oração iniciada pelo pronome relativo “que” serve de

adjetivo restritivo ao substantivo “estatísitcas”, restringindo seu alcance

semântico. Além disso, note que ela não está separada do segmento em que

se inclui pela pontuação – característica das orações adjetivas explicativas.

Resposta – Item errado.

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1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. (...)

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após

“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa.

Comentário – A oração “que as leis não podem eliminar” expressa uma

característica intrínseca do substantivo “paixões”, funcionando como um

adjetivo explicativo. Sua retirada da frase em nada prejudica o conteúdo do

texto. Ao se optar pela sua manutenção no período em que surge, deve-se

separá-la do termo a que se refere pela pontuação.

Resposta – Item certo.

O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde

Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de

fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação

paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito

oficial.

Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.

4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não

representa continuação coesa e coerente para o trecho acima.

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Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições,

o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de

locais em que foram verificados problemas.

Comentário – Notou que estamos diante de período introduzido pela

conjunção “Porquanto”? Pois é, esse conectivo inicia oração coordenada com

valor semântico de explicação ou oração subordinada adverbial que denota a

causa do que aconteceu. Leia atentamente os dois trechos e perceba a

incoerência entre eles.

Resposta – Item certo.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. (...)

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

5. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após

“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa.

Comentário – Mais uma vez estamos diante de uma questão que envolve a

natureza semântica da oração adjetiva (o segmento “que se

autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para

expansão de seu poder” é iniciado pelo pronome relativo “que”,

representante semântico dos substantivos “municípios” e “províncias”). Aqui,

a oração adjetiva tem valor explicativo, por revelar um atributo essencial

dos termos a que se refere, e deve ficar separada da oração principal pelo

sinal de pontuação.

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Note a recorrência de questões que conjugam o emprego de

vírgulas com orações subordinadas adjetivas.

Resposta – Item certo.

(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores

16 usuários na construção do plano, mas é importante eles

incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase

de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam

19 sustentáveis”. (...)

Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações).

6. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que

essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de

conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva.

Comentário – A passagem destacada constitui o desdobramento ou

resultado do fato expresso anteriormente. É digna de nota a elipse do

elemento “tal” (comum nos períodos que ensejam orações subordinadas

consecutivas), sendo o “que” a conjunção subordinativa consecutiva. Poder-

se-ia escrever o período dessa forma: ...mas é importante eles incorporarem

os princípios, as diretrizes e os programas já na fase de planejamento da

sua ação de tal forma que essas ações sejam sustentáveis.

Resposta – Item certo.

1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem

suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público

não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de

4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados

em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade

civil quebra a polaridade entre público e privado.

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(...)

Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção

da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação

Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações).

7. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a

coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por

qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto,

Porquanto, Conquanto.

Comentário – A intenção da banca examinadora foi confundir os candidatos

misturando conjunções coordenativas com conjunções subordinativas. Os

três primeiros termos sugeridos – a exemplo de “Porém” – integram orações

coordenadas que expressam contraste, oposição, ressalva, ideias opostas.

Não existe problema em tais substituições. Todavia (e esta é mais uma

conjunção de valor semântico adversativo), o conectivo “Porquanto” altera

significativamente a carga semântica do período. “Porquanto” pode traduzir

noção de causa ou explicação, mas nunca de contraste. “Conquanto” indica

concessão, oposição, ressalva, mas leva o verbo para o subjuntivo. Este

modo é mesmo requerido por certas conjunções e locuções concessivas:

conquanto, ainda que, embora.

Resposta – Item errado.

Estamos diante de uma nova articulação entre

vida pessoal e debate público, responsabilidade

individual e coletiva, liberdade e solidariedade.

4 A construção do indivíduo é inseparável da

transformação social. A emergência da opinião pública

coincide com a abertura de novos espaços para a

7 formação e comunicação de opiniões. (...)

Idem, ibidem.

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8. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical

do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a

substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula.

Comentário – Conforme foi explicado no item anterior, “porquanto” é

conjunção que exprime valor semântico causal ou explicativo. Leia

atentamente os dois períodos iniciais do texto. Percebeu que o segundo

explica a razão do que se declara no primeiro? Logo, procedendo às

alterações indicadas, temos: Estamos diante de uma nova articulação entre

vida pessoal e debate público, responsabilidade individual e coletiva,

liberdade e solidariedade, porquanto a construção do indivíduo é inseparável

da transformação social.

Perdoe-me a insistência, mas não posso deixar de falar que o

Cespe (e outra bancas também, como a Esaf) tende a explorar os

significados das conjunções porquanto e conquanto no intuito de

confundir os candidatos. Note a semelhança entre as pronúncias de ambas.

Apesar disso, seus valores são diferentes: a primeira, com já foi dito aqui,

denota causa ou explicação; a segunda indica valor concessivo (equivale-se

a “embora”).

Resposta – Item errado.

(...) A partir da

7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e

profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o

constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes

10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio

diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético

e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura

13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de

literatura e de cultura.

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Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa

da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília:

Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações).

9. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do

período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l.

13) por que amplia.

Comentário – A oração original “para ampliar os conceitos de literatura e

de cultura”, percebam, encontra-se reduzida: sem conjunção que a

introduza e com verbo no infinitivo (forma nominal). A substituição da

preposição “para” pelo pronome relativo “que” e da forma verbal “ampliar”

por “amplia” faz surgir oração desenvolvida: “...sua literatura representa

uma cabal contribuição que amplia os conceitos de literatura e de cultura”.

As duas formas estão gramaticalmente corretas, e a segunda preserva a

natureza adjetiva restritiva da primeira.

Resposta – Item certo.

1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência,

produz uma nova metafísica da vida humana: alguns

salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de

4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para

efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os

desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de

7 Abraão.

Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados

do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999.

10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido

explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo

conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto.

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Comentário – Você deve estar cansado de resolver questões sobre os

aspectos semânticos do conectivo porquanto. Mas é justamente o que o

Cespe gosta de explorar em suas provas, em virtude dos possíveis

significados trazidos por essa conjunção.

O conectivo “Portanto” inicia período que mantém relação

conclusiva com o período anterior. A conjunção porquanto não se presta a

estabelecer o mesmo sentido. Diferentemente, ela pode trazer oração de

natureza causal ou explicativa. Sendo assim, a substituição de um termo

pelo outro acarreta prejuízo à coerência argumentativa original.

Resposta – Item errado.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,

4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. (...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

11. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor

semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na

linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de

Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões

temerárias e causavam grandes fracassos.

Comentário – As relações estabelecidas entre as orações indicam que o

segmento “tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos”

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exprime o motivo pelo qual “grupos se tornavam reféns de sua própria

coesão”. Repare que as orações que servem de causa ou motivo estão

reduzidas (sem conjunção que as introduz, verbo na forma nominal

conhecida como gerúndio). O que a banca examinadora propôs foi

simplesmente o desenvolvimento delas por meio da introdução da conjunção

causal “porque” e da conjugação dos verbos em uma forma finita (pretérito

imperfeito do indicativo).

Resposta – Item certo.

12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção

gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula

imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as

informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como

uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”.

Comentário – A introdução da vírgula muda o valor semântico da oração

adjetiva “que ocorre”: de restritivo para explicativo; mas respeita a

correção gramatical. Há, em nossa gramática, previsão para a mudança

proposta.

Cuidado em dobro você deve ter ao analisar a segunda

parte da proposição. Um texto incoerente não é, necessariamente, aquele

que sofreu leve desvio semântico. Repare, por exemplo, as seguintes frases:

Paulo e João serão homenageados durante a solenidade. Paulo ou João será

homenageado na solenidade. Embora a troca de uma conjunção aditiva por

uma alternativa tenha causado alteração de sentido, isso não quer dizer que

necessariamente a frase se tornou incoerente.

A incoerência se caracteriza pela relação ilógica entre ideias,

ações ou fatos; pela incongruência entre eles; pela falta de harmonia com

elementos antecedentes ou referentes; pela desconexão. Veja um simples

exemplo de incoerência textual: João chegou muito cansado do trabalho.

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Afinal, trabalhou dez horas no comércio e ainda teve que suportar uma

viagem estressante de ônibus ao voltar para casa. Lá chegando, trocou de

roupa rapidamente e foi correndo à academia. Ora, não faz muito sentido

uma pessoa estar tão cansada e ir correndo à academia, não é mesmo? Isso

não é incoerência? Se ninguém me der uma explicação satisfatória, vou

começar a achar que "João" não estava tão cansado como o texto diz.

Resposta – Item certo.

(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse

comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define

10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.

Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais

quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e

13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem

perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

13. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do

texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior

por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo:

(...) profissionais, conquanto priorizamos (...).

Comentário – Estamos novamente às voltas com a conjunção concessiva

conquanto, que exprime ressalva, objeção em relação a um fato, sem

impedir a realização dele: Conquanto estivesse capacitado para exercer o

cargo, não foi admitido. Ocorre que não se verifica entre os períodos

iniciados por “Por sinal” e “Priorizamos” a ideia de objeção ou ressalva.

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Antes, a informação contida no período iniciado por “Priorizamos” justifica o

que se declara no período anterior.

Resposta – Item errado.

(...)

Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa

física ou material e, de outro, a coisa como ideia e

13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a

coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da

significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz

16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo

significativo.

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

14. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento

das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o

conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.

Comentário – A conjunção no entanto exprime adversidade, oposição,

sentido que não se verifica no último período sintático do texto. Este, salvo

melhor interpretação, é a conclusão do que foi dito.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. (...)

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Destarte, a razão da organização da sociedade, da

16 formação do poder político e da construção do Estado é a

conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de

modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2),

a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político

e outras formas de poder.

Comentário – A comparação é feita entre “produto de uma convenção” e

“da natureza”. Além disso, o vocábulo “como” exprime conformidade (=

conforme postulava Aristóteles).

Resposta – Item errado.

16. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção

“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido

conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto.

Comentário – Aqui foi exigido simplesmente conhecimento da classificação

da conjunção “Destarte” (= desta forma, deste modo, assim sendo, diante

disso), que é pouco utilizada. Frise-se que, no texto, ela exprime ideia

conclusiva, tal como Assim sendo.

Resposta – Item certo.

1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia

só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não

necessariamente de mercado. De modo geral, a

4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,

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assim como desigualdades sociais em geral não contribuem

para a fixação de uma tradição democrática. (...)

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

17. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do

texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a

expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).

Comentário – A expressão em negrito, conforme o que foi dito acima, tem

valor semântico conclusivo, exprime a consequência, o desfecho de uma

ideia anterior. Esse sentido é diferente do significado da expressão “De

modo geral”, que denota imprecisão, generalização a respeito do que está

sendo considerado.

Resposta – Item errado.

(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. (...)

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

18. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e

“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois

argumentos mutuamente excludentes.

Comentário – Esses operadores são utilizados na aproximação de

argumentos coordenados entre si e que se adicionam: “as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem” e “a indicação do

estatuto que Rousseau confere à linguagem”.

Resposta – Item errado.

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19. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original

do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi

pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos

pela conjunção coordenativa nem.

Comentário – A conjunção “nem” é coordenativa sindética aditiva e

significa “e não”. Portanto não há prejuízo na substituição indicada.

Resposta – Item errado.

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

(...)

Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após

“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração

subordinada adjetiva explicativa.

Comentário – Está correto o que se declara. A oração depois da vírgula

constitui uma informação de caráter explicativo em relação ao substantivo

“autoridades municipais”. Frise-se que oração adjetiva de caráter restritivo

não é separada pela vírgula.

Resposta – Item certo.

Por hoje é só, prezado aluno. Sugiro que intensifique os estudos.

Não esmoreça por causa dessa ou daquela disciplina. Sempre haverá

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dificuldades a serem superadas em qualquer área de nossas vidas,

principalmente quando estivermos diante de grandes conquistas. Meu

conselho é que você esteja realmente decidido a se tornar servidor do TCU

e, por isso mesmo, faça por onde. O que muda a nossa história é o que

decidimos e fazemos, e não o que pensamos e falamos. Se você quer

mesmo trabalhar no Tribunal, vá em frente!

Bons estudos e que Deus o abençoe!

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os

funcionários são orientados por metas, têm o desempenho

avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela

4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —

menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas

das práticas implantadas com sucesso em um grupo de

7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A

experiência chama a atenção pelo impressionante progresso

dos estudantes depois que ingressaram ali.

(...)

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece

uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período

em que esse termo se apresenta.

1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem

distante das estatísticas que apontam para uma taxa de

desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu

4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,

formais e informais. (...)

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”

(l. 2) é adjetiva explicativa.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

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observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. (...)

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após

“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa.

O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde

Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de

fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação

paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito

oficial.

Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.

4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não

representa continuação coesa e coerente para o trecho acima.

Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições,

o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de

locais em que foram verificados problemas.

1 Uma antiga preocupação dos legisladores do

passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os

4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em

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troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão

de seu poder. (...)

Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.

5. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após

“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa.

(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores

16 usuários na construção do plano, mas é importante eles

incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase

de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam

19 sustentáveis”. (...)

Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações).

6. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que

essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de

conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva.

1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem

suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público

não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de

4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados

em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade

civil quebra a polaridade entre público e privado.

(...)

Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção

da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação

Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações).

7. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a

coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por

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qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto,

Porquanto, Conquanto.

Estamos diante de uma nova articulação entre

vida pessoal e debate público, responsabilidade

individual e coletiva, liberdade e solidariedade.

4 A construção do indivíduo é inseparável da

transformação social. A emergência da opinião pública

coincide com a abertura de novos espaços para a

7 formação e comunicação de opiniões. (...)

Idem, ibidem.

8. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical

do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a

substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula.

(...) A partir da

7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e

profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o

constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes

10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio

diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético

e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura

13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de

literatura e de cultura.

Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa

da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília:

Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações).

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9. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do

período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l.

13) por que amplia.

1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência,

produz uma nova metafísica da vida humana: alguns

salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de

4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para

efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os

desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de

7 Abraão.

Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados

do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999.

10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido

explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo

conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto.

1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de

cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar

como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,

4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.

Os manuais de gestão definem groupthinking como um

processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são

7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o

desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas

diferentes das usuais. (...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

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11. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor

semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na

linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de

Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões

temerárias e causavam grandes fracassos.

12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção

gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula

imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as

informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como

uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”.

(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse

comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define

10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.

Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais

quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e

13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem

perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

13. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do

texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior

por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo:

(...) profissionais, conquanto priorizamos (...).

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(...)

Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa

física ou material e, de outro, a coisa como ideia e

13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a

coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da

significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz

16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo

significativo.

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

14. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento

das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o

conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. (...)

Destarte, a razão da organização da sociedade, da

16 formação do poder político e da construção do Estado é a

conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de

modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2),

a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político

e outras formas de poder.

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16. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção

“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido

conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto.

1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia

só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não

necessariamente de mercado. De modo geral, a

4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,

assim como desigualdades sociais em geral não contribuem

para a fixação de uma tradição democrática. (...)

Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista

Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).

17. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do

texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a

expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).

(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. (...)

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

18. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e

“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois

argumentos mutuamente excludentes.

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19. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original

do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi

pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos

pela conjunção coordenativa nem.

1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez

mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre

seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade

4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável

mudança de comportamento das autoridades municipais, que

passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.

(...)

Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após

“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração

subordinada adjetiva explicativa.

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GABARITO

1. Item errado

2. Item errado

3. Item certo

4. Item certo

5. Item certo

6. Item certo

7. Item errado

8. Item errado

9. Item certo

10. Item errado

11. Item certo

12. Item certo

13. Item errado

14. Item errado

15. Item errado

16. Item certo

17. Item errado

18. Item errado

19. Item errado

20. Item certo

,

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Hoje vamos tratar do emprego dos sinais de pontuação. O uso

adequado deles é extremamente relevante para o significado de uma frase.

Quem acompanha as provas elaboradas pelo Cespe já deve ter percebido o

quanto essa banca examinadora explora esse assunto, principalmente o que

diz respeito ao uso da vírgula. É compreensível que seja assim, pois o uso

da vírgula requer atenção especial, em virtude de sua variabilidade de

aplicações e efeitos. Para você ter apenas uma ideia do que isso significa,

leia alguns exemplos extraídos da campanha dos 100 anos da Associação

Brasileira de Imprensa (ABI):

1 – Vírgula pode ser uma pausa... ou não.

– Não, espere.

– Não espere.

2 – Ela pode sumir com seu dinheiro.

– R$ 23,4.

– R$ 2,34.

3 – Pode ser autoritária.

– Aceito, obrigado.

– Aceito obrigado.

4 – Pode criar heróis.

– Isso só, ele resolve.

– Isso só ele resolve.

5 – E vilões.

– Esse, juiz, é corrupto.

– Esse juiz é corrupto.

6 – Ela pode ser a solução.

– Vamos perder, nada foi resolvido.

– Vamos perder nada, foi resolvido.

7 – A vírgula muda uma opinião.

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– Não queremos saber.

– Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da

sua informação.

Detalhes Adicionais:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA

DE QUATRO À SUA PROCURA.

Se você é mulher, certamente colocou a vírgula depois de

MULHER.

Se você é homem, colocou a vírgula depois de TEM.

Entendeu a importância de sabermos pontuar adequadamente

uma frase? Um pequeno deslize no emprego da vírgula, por exemplo, pode

ser fatal! Leia o trecho de uma reportagem sobre a morte da menina

Isabella Nardoni:

O inquérito com mais de mil páginas sobre a morte da menina

Isabella Nardoni, 5 anos, será entregue pela polícia nesta quarta

(30/04) ao promotor Francisco Cembranelli. A conclusão é que a

menina foi espancada e morta pelo pai, Alexandre e pela

madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá. O principal motivo,

segundo a polícia, foi ciúmes. Para determinar a motivação do

crime, a polícia se baseou em cerca de 65 depoimentos.

Familiares, vizinhos e importantes testemunhas revelaram a

conturbada vida conjugal de Alexandre e Anna Carolina. (Correio

Brasiliense, 30/04/2008 – internet).

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núcleo núcleo núcleo núcleo

A julgar pelo que foi noticiado no jornal, houve mais um acusado

pela morte da Isabella: Alexandre. Sem a vírgula para separá-lo da

conjunção “e”, têm-se a impressão de que existem três suspeitas: o pai,

Alexandre e a madrasta (Anna Carolina). Na verdade, por ser apenas uma

explicação de quem é o pai da menina morta, o termo “Alexandre” deveria

vir ente vírgulas.

Ainda que a vírgula seja o sinal de pontuação com a maior

frequência nas provas de concurso, convém estudarmos todos aqueles que

são alcançados pelo edital do seu concurso.

VÍRGULA (assinala uma pequena pausa)

I. Entre os termos da oração, serve para:

a) separar elementos coordenados que possuem a mesma

função sintática:

Ex.: Os livros, os cadernos, os lápis e as borrachas estão sobre a

mesa.

Obs.: havendo repetição da conjunção E para separar os

elementos de mesma função sintática, a vírgula pode se repetir.

Ex.: Comprou sapato, e bolsa, e meias.

b) assinalar a omissão do verbo (vírgula vicária):

Ex.: No mar há os peixes; no céu, as estrelas...

c) separar adjuntos adverbiais deslocados:

Ex.: Neste momento, o pelotão se pôs em fuga.

sujeito composto

objeto direto

A vírgula substitui a forma verbal “há”

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objeto direto objeto direto pleonástico

Obs.: aqui, o aluno deve admitir certa flexibilidade, pois há

muitos gramáticos e escritores que não a empregam.

d) separar o aposto explicativo:

Ex.: Jorge Amado, autor de “Jubiabá”, é um excelente

romancista.

e) separar o vocativo:

Ex.: Não toque nesses doces, menino!

f) separar datas de localidades:

Ex.: Brasília, 1º de março de 1985.

g) separar expressões de caráter explicativo (por exemplo;

isto é; ou seja; a saber etc.):

Ex.: Ele consegue, por exemplo, dirigir sozinho.

h) separar conjunções intercaladas:

Ex.: Ela virá; não se sabe, contudo, quando.

i) separar objetos pleonásticos:

Ex.: O relógio, guarda-o no bolso do paletó.

j) separar o predicativo do sujeito invertido ou intercalado:

Ex.: Decepcionado, o torcedor afastou-se lentamente.

O torcedor, decepcionado, afastou-se lentamente.

II. Entre orações, serve para:

a) separar orações coordenadas assindéticas

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sujeito sujeito

Ex.: Pare, olhe, siga.

b) separar as orações coordenadas sindéticas, exceto as

aditivas.

Ex.: Vá, mas volte sempre.

Obs.: usa-se a vírgula para separar orações coordenadas

sindéticas aditivas de sujeitos diferentes ou com repetição da conjunção.

Ex.: Ele foi ao Japão, e ela foi à Itália.

E estuda, e trabalha, e dorme...

Atenção! Casos há em que as típicas conjunções aditivas

introduzem orações adversativas; assim sendo, o emprego da vírgula é

obrigatório.

Ex.: Estudou, e não passou. (semanticamente, a conjunção “e”

tem valor adversativo)

c) separar orações adverbiais antecipadas ou intercaladas

(quando vierem na ordem direta, o emprego será facultativo)

Ex.: Ao anoitecer, saíram.

Saíram ao anoitecer.

Saíram, ao anoitecer.

d) separar orações subordinadas adjetivas explicativas.

Ex.: Jesus Cristo, que também é Deus, ressuscitou.

e) separar as orações intercaladas:

Ex.: Creio, disse ele, que esse é um caso perdido.

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predicado sujeito

sujeito predicado

verbo OD OI

nome

adjunto adnominal

nome complemento nominal

f) separar as orações subordinadas substantivas apositivas:

Ex.: É imprescindível que o país adote duas diretrizes, distribuir

renda e reconstruir o ensino público.

III. Não se usa vírgula

a) entre sujeito e predicado (mesmo quando o sujeito é muito

longo ou vem depois do predicado):

Ex.: Os pequenos filhotes de vira-lata destruíram meu jardim.

Obs.: a intercalação de termos entre o sujeito e o predicado

deve ser marcada por vírgulas, uma antes e outra depois.

Ex.: Os deputados, ontem à tarde, decidiram aceitar o projeto do

presidente da República.

b) entre o verbo e seu complemento (OD ou OI):

Ex.: Entreguei o presente ao aniversariante.

c) entre o nome e seu adjunto ou complemento:

Ex.: A todos os presentes informamos os novos valores dos

produtos que vendemos.

Não há necessidade de tanta estupidez.

d) para isolar o agente da passiva

Ex.: As medidas econômicas foram aprovadas pelo presidente.

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oração subordinada substantiva objetiva indireta

e) para separar as orações subordinadas substantivas (exceto

a apositiva) da sua principal.

Ex.: Duvido de que esse prefeito dê prioridade às questões

sociais.

Veja como essa matéria já foi cobrada em prova.

(...) Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula logo após

“alunos” (l. 21) justifica-se por isolar elementos de mesma função

gramatical.

Comentário – Muitos candidatos (e até alguns professores) erraram essa

questão porque confundiram função gramatical com classe gramatical.

Realmente, a classe gramatical das palavras diz respeito ao campo de

estudo da morfologia (substantivo, adjetivo, verbo etc.), e não à área de

atuação da sintaxe (sujeito, adjunto adnominal, adjunto adverbial etc.), e a

vírgula não se presta, rigorosamente, a separar elementos de mesma classe

gramatical. Mas acontece que dizer “função gramatical” é o mesmo que dizer

função sintática.

No item sob análise, as vírgulas separam elementos (“dos

alunos”, “dos pais”) que funcionam como objetos indiretos da forma verbal

“recebem”.

Resposta – Item certo.

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1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem

distante das estatísticas que apontam para uma taxa de

desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu

4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,

formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse

Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da

7 força empreendedora do interior e de seu papel empregador.

E representam, ainda, a força do agronegócio, o avanço ao

consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas

10 de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza,

diretor do SEBRAE Nacional.

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”

(l. 2) é adjetiva explicativa.

Comentário – O que temos na passagem sob análise (“que apontam para

uma taxa de desocupação em torno de 9%”) é, na verdade, uma oração

subordinada adjetiva restritiva. Isso pode ser percebido não só pelo seu

valor semântico – que restringe o substantivo “estatísticas” –, mas também

pela ausência de vírgulas antecedendo o pronome relativo. Caso a oração

destacada fosse de natureza explicativa, deveria ser delimitada pela vírgula.

Resposta – Item errado.

3. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula após

“Barboza” (l. 10) justifica-se por isolar o aposto subseqüente.

Comentário – O termo “diretor do SEBRAE Nacional” nos explica quem é

“Luiz Carlos Barbosa”, servindo como aposto explicativo. Esse tipo de termo

deve surgir obrigatoriamente isolado do restante do texto.

Resposta – Item certo.

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4. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007 – adaptada) Julgue o item abaixo

quanto à correção gramatical.

Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os seus votos, aos

chefetes locais. Isso anuncia surpresas importantes nas eleições

municipais de 2008.

Comentário – Observe que, quanto à regência, o verbo “entregaram” é

transitivo direto e indireto. O objeto direto é representado pelas expressões

“seus ouvidos” e “os seus votos”. As vírgulas que surgem entre ele foram

convenientemente empregadas para isolar termo intercalado. O objeto

indireto é representado pela expressão “aos chefetes locais”. A vírgula que

surge antes dele está empregada incorretamente. Não se deve separar o

verbo do seu complemento por meio da pontuação.

Resposta – Item errado.

(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando

houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,

os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e

o partido que não folheia a gramática política acha

naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e

corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous

exemplares da mesma gramática.

5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Na linha 13, o emprego de

vírgulas após “propor”, “votar”, “discutir” e “atacar” justifica-se por

isolar expressões de natureza apositiva.

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Comentário – Não há aposto no segmento de texto indicado pela banca

examinadora. As vírgulas foram empregadas para separar elementos de

mesma natureza sintática dispostos coordenadamente.

Resposta – Item errado.

(...) Ela se alimenta,

também, dos consensos que consegue estabelecer sobre

7 algumas grandes questões nacionais, as que possibilitam

precisamente que o país adote uma rota de crescimento

econômico, desenvolvimento social e pleno respeito à

10 liberdade.

Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).

6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego de vírgula após

“econômico” (l. 9) justifica-se por separar elementos de mesma função

gramatical componentes de uma enumeração.

Comentário – Os termos “crescimento econômico”, “desenvolvimento

social” e “pleno respeito à liberdade” funcionam como adjunto adnominal do

substantivo “rota” e estão coordenados entre si.

Resposta. Item certo.

(...)

Em seu clássico A Metodologia da Ciência

Econômica (1953), tornou clara a diferença entre ciência

10 econômica e economia política. A primeira seria formada por

hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a segunda, por

prescrições baseadas em juízos de valor.

Paulo Guedes. O Globo, 27/11/2009, p. 7 (com adaptações)

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7. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após

“segunda” (l. 11) justifica-se pela elipse da repetição da expressão

“seria formada” (l. 10).

Comentário – Entre as finalidades da vírgula, está a que indica a omissão

do verbo. Foi isso que aconteceu na passagem em análise. Observe como

ficaria a mesma passagem se optássemos por escrever a locução verbal: A

primeira seria formada por hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a

segunda seria formada por prescrições baseadas em juízos de valor.

Resposta – Item certo

(...)

Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria

7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois

tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de

capital (físico e humano).

(...)

Folha de S.Paulo, 1º/12/2006 (com adaptações).

8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após

“sustentado” (l. 6) justifica-se por isolar oração subordinada anteposta

à principal.

Comentário – De fato, a oração “Quando se trata de crescimento

sustentado” é subordinada à oração principal “a teoria econômica indica” e

classifica-se como adverbial temporal. Sua antecipação torna obrigatório o

emprego da vírgula.

Resposta – Item certo.

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Breve histórico

1 A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto

Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que

4 apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. (...)

Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) O emprego da vírgula

antes de “que” (l.3) justifica-se pelo valor restritivo da oração adjetiva

que esse pronome introduz.

Comentário – Lembre-se de que orações subordinadas adjetivas restritivas

não são isoladas de suas orações principais por vírgula ou por qualquer

outro sinal de pontuação. Na verdade, a oração destacada tem claro valor

semântico explicativo, o qual justifica o emprego da vírgula antes do

pronome relativo “que”.

Resposta – Item errado.

A montanha mágica

(...)

A Montanha Mágica é um romance muito antigo.

Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora

viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico

25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na

montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?

28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) É facultativo o emprego

da vírgula imediatamente após “Mas” (l.23).

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Comentário – A oração iniciada pela conjunção adversativa “Mas” (“Mas é

atual”) encontra-se intercalada por uma oração reduzida de gerúndio

(“sendo antigo) e também por um adjunto adverbial (“de repente”). Uma

das funções da vírgula é justamente delimitar, obrigatoriamente,

intercalação de orações.

Resposta – Item errado.

(...)

Não me resolveria, é claro, a pôr em prática no

10 segundo ano de administração a equidade que torna o

imposto suportável. Adotei-a logo no começo. A receita em

1928 cresceu bastante. E, se não chegou à soma agora

13 alcançada, é que me foram indispensáveis alguns meses para

corrigir irregularidades muito sérias, prejudiciais à

arrecadação.

Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

11. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) A colocação de

vírgula logo após “equidade” (l.10) não prejudicaria a correção

gramatical nem alteraria o sentido original do texto.

Comentário – A vírgula depois de “equidade” transformaria a oração

adjetiva restritiva em explicativa. Isso não causaria incorreção gramatical;

mas alteraria o sentido original do texto. Com a vírgula, a oração “que torna

o imposto suportável” deixa de particularizar o significado de “equidade” e o

generaliza. Com a vírgula, a informação é a de que toda e qualquer

equidade torna o imposto suportável.

Resposta – Item errado.

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1 A questão mais importante para entender a reforma

tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um

projeto que sai do nada, mas que herda muito das discussões

4 realizadas sobre o tema desde o início da década passada no

Brasil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação

aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo

7 longo de transição, um modelo importante para viabilizar

política e tecnicamente sua implantação.

Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos

de Problemas Brasileiros, nº 391, jan./fev./2009 (com adaptações).

12. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Assinale a opção em

que a colocação de vírgula(s) em trecho do texto atende à prescrição

gramatical e preserva o sentido original.

A) A questão, mais importante para entender a reforma tributária é, saber

por que a estamos propondo. (l.1-2)

B) Não é um projeto, que sai do nada, mas que herda muito, das

discussões realizadas sobre o tema, desde o início da década passada

no Brasil. (l.2-5)

C) Naturalmente, este tem algumas diferenças em relação aos projetos

anteriores. (l.5-6)

D) A principal é que prevê um prazo longo de transição, um modelo,

importante para viabilizar política e tecnicamente, sua implantação.

(l.6-8)

Comentário – Alternativa A: o sujeito da locução “é saber” é toda a

expressão “A questão mais importante para entender a reforma tributária”.

Ambos (sujeito e locução verbal) foram indevidamente fragmentados pelas

vírgulas.

Alternativa B: a primeira vírgula serviu para isolar a oração

“que sai do nada” e imprimir a ela um caráter explicativo, diferente do

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sentido restritivo original. Além disso, a terceira vírgula separou

indevidamente o verbo “herda” do seu complemento “das discussões

realizadas sobre o tema”. A última não gera problemas ao texto, pois isola

segmento de caráter adverbial (mesmo estando no final do período, é

possível que venha depois de vírgula).

Alternativa C: O vocábulo “Naturalmente” funciona como

adjunto adverbial. Sua antecipação recomenda o emprego da vírgula, que

pode até ser dispensado quando o adjunto adverbial é pequeno e não

constitui uma oração. É por isso que no original ele não surgiu isolado.

Alternativa D: a primeira vírgula separou o nome “modelo”

do seu adjunto “importante”, o que não deve ocorrer. A segunda separou

indevidamente o verbo “viabilizar” do seu objeto: “sua implantação”. Que

fique bem claro que a vírgula não deve separar o nome do adjunto nem do

complemento, e nem o verbo do seu objeto.

Resposta – C

1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos

modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta

como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a

4 própria ideia de democracia.

(...)

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.

Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 3, seriam preservadas as relações

semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção

gramatical, caso fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que

a precede.

Comentário – Para confirmar a veracidade do que a banca alega, sugiro

reescrever a passagem já com as alterações.

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Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está

vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo

em face da Idade Antiga e Média: a própria ideia de

democracia.

Verifica-se, assim, que a retirada da expressão “a saber” e

da vírgula não prejudica o texto em nada. Lembre-se de que a vírgula é

empregada para separar expressões de caráter explicativo (por exemplo;

isto é; ou seja; a saber etc.). Uma vez que a expressão “a saber” foi

eliminada do trecho, perdeu a vírgula sua finalidade.

Resposta – Item certo.

PONTO

I. Em relação ao mesmo parágrafo, é empregado no final de

cada período, indicando uma pausa mais longa entre as frases.

Ex.: A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o

cachorro estacou diante Del. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. (Clarice

Lispector)

II. Em relação a parágrafos distintos, assinala a passagem de

um conjunto de idéias a outro de natureza diversa.

Ex.: A monarquia se enterrava. Revogou-se, portanto, o exílio

dos Braganças, trouxeram-me para cá os ossos do velho monarca e de sua

esposa. E recebeu-se a visita do Rei Alberto, a quem ofereceram festas

magníficas.

As finanças do Brasil não iam mal, permitiam despesas de

vulto. Iniciaram-se então as obras contra a seca do Nordeste, que logo

foram interrompidas. (Graciliano Ramos)

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Veja como a matéria foi cobrada em prova.

1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. (...)

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Na linha 1, a substituição do sinal

de dois-pontos por ponto final, com a modificação de inicial minúscula

para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do

texto.

Comentário – O segmento “não adianta debater uma agenda mirabolante,

com 40 ou 50 temas” tem caráter esclarecedor e conclui o que foi dito

anteriormente. O emprego do ponto final, com o devido ajuste, indica uma

pausa mais longa entre as frases. Eis a reescritura sugerida pela banca

examinadora: Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco. Não adianta

debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

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na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

(...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 10, preserva-se a correção

gramatical do texto ao se substituir o ponto logo depois da palavra

“espécie” pelo sinal de dois-pontos, fazendo-se o necessário ajuste da

letra inicial maiúscula da preposição “De”.

Comentário – Vamos fazer o que o examinador disse: “De um lado, a

sociedade conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da espécie:

de outro lado, a sociedade política visa à preservação da propriedade”. O

que você achou? Ficou esquisito, não é mesmo?

O segmento anunciado pelos dois-pontos não constitui uma

citação – Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem

ao Pai senão por mim”. (João 14:6) –, não se caracteriza por ser o discurso

direto de um personagem:

Sempre que o professor entra em sala ele diz:

– Essa moleza vai acabar.

–, não é uma enumeração – A dupla articulação da linguagem

caracteriza-se: a) pela combinação e b) pela comutação. – e não esclarece

ou explica foi dito anteriormente – Todos já sabiam: ele não seria eleito. –,

não é uma oração subordinada substantiva apositiva – Só espero uma

coisa: que você estude.

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No mesmo parágrafo, o ponto no final de cada período é

mesmo indicado para exprimir uma pausa mais longa entre as frases.

Resposta – Item errado.

PONTO DE INTERROGAÇÃO

I. Usado nas interrogações diretas.

Ex.: Fazer o quê? O vazamento se dava entre o soalho e o forro,

não havia acesso possível. Onde descobrir um bombeiro em Londres, num

sábado à noite? (Fernando Sabino)

PONTO DE EXCLAMAÇÃO

I. Usa-se nos enunciados de entonação exclamativa, depois

de interjeições, vocativos, verbos no imperativo.

Ex.: Que linda manhã!

Ai! Essa doeu.

Filho! Vem aqui.

Avançar!

PONTO E VÍRGULA (pausa intermediária entre o ponto e a vírgula)

I. O emprego deste sinal de pontuação depende muito do

contexto. Em geral, podemos seguir as orientações abaixo quanto ao seu

uso:

a) para separar, numa série, elementos que já estão

anteriormente separados por vírgula, a fim de ressaltar a hierarquia das

informações:

Ex.: Encontramos na reunião: José, o presidente; Pedro, o vice;

Carlos, o primeiro-secretário; Francisco, o tesoureiro; e outros convidados.

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b) para separar enumeração após dois pontos:

Ex.: Os alunos devem respeitar a seguintes regras:

– não fumar dentro do colégio;

– não fazer algazarras durante o intervalo;

– respeitar os funcionários e os colegas;

– trazer sempre o material escolar.

c) para separar as orações coordenadas sindéticas com

conjunção intercalada:

Ex.: Apressou-se; não chegou, porém, a tempo.

Veja como esta matéria foi cobrada em prova.

1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi

a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha

de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente

4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,

nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e

imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. (...)

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto

ao se substituir a vírgula logo depois de “modismos” (l. 6) por ponto-e-

vírgula.

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Comentário – A vírgula empregada imediatamente após o vocábulo

“modismo” serve para destacar a oração reduzida de particípio “Obcecados

por conveniência, velocidade e modismos”, que surgiu antecipada. O

emprego do ponto e vírgula faria surgir leve desvio gramatical, por separar

incorretamente a oração subordinada de sua principal. Releia as orientações

sobre os casos recomendados de emprego do ponto e vírgula.

Resposta – Item errado.

1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. (...)

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

17. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de sinal de ponto e

vírgula (l. 4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração.

Comentário – As orações “concluir a união aduaneira”, “eliminar barreiras

jurídicas e monetárias” e “facilitar os negócios entre as empresas dos

países-membros” constituem enumeração das “prioridades”.

Resposta – Item certo.

(...)

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

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alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas

19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de ponto-e-vírgula,

no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar

claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do

período e deixar subentender “Modernidade” (l.16) como o sujeito de “é

sistema” (l.17), “são instituições” (l.18) e “é o controle” (l.19).

Comentário – Eis o último período sintático do texto: “Modernidade, para

os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e

democrática da justiça; são instituições públicas sólidas e eficazes; é o

controle nacional das decisões econômicas”.

A clareza a que a banca examinadora se refere tem a ver

com os termos que já estão separados pelas vírgulas. Como elas já foram

utilizadas para marcar o isolamento de termos internos pertencentes a um

mesmo segmento (“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema

judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça”), o sinal

de ponto e vírgula serviu então para acentuar a relação existente entre as

orações coordenadas constituídas por “é sistema”, “são instituições”, “é o

controle” e o sujeito delas: “Modernidade”.

Repare que a clareza das relações sintático-semânticas não

seria acentuada se, em todo o período, fossem utilizadas apenas vírgulas:

“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com

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aplicação rápida e democrática da justiça, são instituições públicas sólidas e

eficazes, é o controle nacional das decisões econômicas”.

Resposta – Item certo.

(...) Os sintomas são conhecidos: uma

10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar

a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões

contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na

13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão

distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,

fracos ou simplesmente estúpidos.

(...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

19. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas linhas 11, 12 e 13, o uso do sinal de

ponto e vírgula, para separar termos de enumeração, preserva a

hierarquia de informações, já que há necessidade de emprego de

vírgula na estruturação sintática de alguns desses termos.

Comentário – Você deve notar que o Cespe explora frequentemente a

utilização de ponto e vírgula e de travessões para acentuar a hierarquia de

informações constantes num período, principalmente quando há elementos

intercalados e já separados por vírgulas. Realmente, em casos semelhantes,

a utilização de travessão e de ponto e vírgula torna as relações sintáticas

mas claras.

Resposta – Item certo.

DOIS-PONTOS

I. Antes de uma citação.

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Ex.: Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida;

ninguém vem ao Pai senão por mim”. (João 14:6)

II. Para introduzir a fala de uma personagem, no discurso

direto.

Ex.: Sempre que o professor entra em sala ele diz:

– Essa moleza vai acabar.

III. Antes de uma enumeração.

Ex.: A dupla articulação da linguagem caracteriza-se: a) pela

combinação e b) pela comutação.

IV. Para esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito.

Ex.: Todos já sabiam: ele não seria eleito.

V. Para separar uma oração subordinada substantiva

apositiva.

Ex.: Só espero uma coisa: que você estude.

Veja como esta matéria foi cobrada em prova.

1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi

a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha

de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente

4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,

nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e

imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

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7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. (...)

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

20. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto

ao se substituir o ponto empregado logo depois de “tecnologia” (l. 4)

pelo sinal de dois-pontos, escrevendo-se a palavra seguinte com letra

minúscula.

Comentário – A informação contida no fragmento textual “Foi ela que nos

viciou na vida de tempo real, nos supermercados 24 horas, no acesso à

informação farta, exata e imediata” fornece-nos o esclarecimento, a

explicação ou conclusão do que foi dito no período anterior. Não há,

portanto, prejuízo para a coerência da argumentação nem para a correção

gramatical ao empregar os dois pontos em substituição ao ponto, o qual faz

surgir uma pausa maior entre os dois períodos.

Resposta – Item certo.

(...) Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 20, o sinal de dois-pontos

é empregado para indicar que, subseqüentemente, há uma explicação.

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Comentário – O segmento “recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor

e ainda outra pelo cumprimento das metas acadêmicas” esclarece quais são

as quatro frentes de avaliação dos professores.

Resposta – Item certo.

(...)

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações

10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

(...)

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

22. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de dois-pontos, na

linha 9, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a

pergunta proposta pela sociologia.

Comentário – Volte ao item IV e confirme que os dois pontos servem para

esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito. No texto, eles introduzem a

indagação da sociologia a respeito da concepção com que ela trabalha.

Resposta – Item certo.

RETICÊNCIAS

I. Para indicar certa indecisão, dúvida, surpresa na fala da

personagem.

Ex.: Jaó! Diga-me... você... me traiu?

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II. Para indicar que, em um diálogo, a fala de uma

personagem foi interrompida pela fala de outra.

Ex.: – Já que todos deram sua opinião...

– Um momento, seu presidente, ainda falta eu.

III. Para sugerir ao leitor que complete a frase dita.

Ex.: Quem não se comunica...

IV. Para indicar, em uma citação, que alguns trechos foram

suprimidos.

Ex.: “Vou contar aos senhores (...), principiou Alexandre

amarrando o cigarro de palha.” (Graciliano Ramos)

TRAVESSÃO

I. Nos diálogos, marca a mudança de interlocutor.

Ex.: – Quais são os símbolos da pátria?

– Que pátria?

– Da nossa pátria, ora bolas! (Paulo Mendes Campos)

II. Serve para isolar palavras, expressões explicativas, frases

intercaladas.

Ex.: Mesmo com o tempo revoltoso – chovia, parava, chovia,

parava outra vez... – a claridade devia ser suficiente p’ra mulher ter

avistado mais alguma coisa. (Mário Palmério)

Atenção! Uso de travessões em vez de vírgulas

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Muitas vezes, as vírgulas são substituídas por travessões. Isso

confere modernidade ao texto, além de deixá-lo mais claro. Veja:

1) E aquelas que ainda não tiveram a sua oportunidade – a sua

hora e sua vez, como diria mestre Rosa – ficam num desespero de

"aparecer", de "vencer", de "ser alguém". (Ser alguém, Rachel de Queiroz)

2) Hoje é dia de falar das sogras, essas santas senhoras tão mal

compreendidas neste mundo de Deus. Acredite em tudo o que você sempre

ouviu falar de mal delas, que são perigosas; a melhor política, já que não se

pode matá-la – ainda –, é a distância. (Danuza Leão. Sogra X Sogra)

3) Como temos pouco poder e voz na arena internacional – e

temos cada vez menos –, os maus resultados por fazer a coisa certa de

maneira errada (para não dizer, errática, como no Mercosul, por exemplo)

permanecem restritos ao nosso território e pesam apenas sobre os nossos

próprios ombros. (...) E seu governo, em vez de fazer certa a coisa -

destravando os investimentos, para fazer a coisa certa, aumentar o

crescimento -, optou por um choque de demanda: (...). (Marco Antonio

Rocha. O crescimento do Peru no pires. In: Estadão, 5/2/2007)

4) Ironia das ironias, o CMN (Conselho Monetário Nacional)

decidiu, alguns dias antes da semana do consumidor – comemora-se neste

15 de março o Dia Internacional do Consumidor –, reduzir o rendimento das

cadernetas de poupança e, por tabela, do FGTS (Fundo de Garantia do

Tempo de Serviço). (Maria Inês Dolci. Balas perdidas contra o consumido.

In: Folha, 13/32007)

5) Primeiro, partindo do fato de que os êxitos da medicina estão

eliminando infecções que são das causas mais freqüentes de mortes – e com

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isso alongam a vida média das pessoas –, coloca-se esta questão: a

contrapartida da vida mais longa costuma ser a convivência com doenças

crônicas, degenerativas e/ou desabilitantes; O que é mesmo a morte? E a

vida? (Washington Novaes. In: Estadão, 1/2/2008)

Você deve ter observado que, nos exemplos 3, 4 e 5, após o

travessão, há vírgula. Por quê? Experimente tirar o que está entre os

travessões. Você verá que a vírgula é obrigatória.

Veja como essa matéria foi cobrada em prova.

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido

vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita

minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de

minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem

era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

Continuou praticamente o sistema da lavra única.

(...)

Machado de Assis. A Semana. Obra completa,

v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

23. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Se os travessões das linhas 7 e 8

forem substituídos por vírgulas, o período fica incorreto.

Comentário – Que tal reescrevermos a passagem de acordo com o que a

prova propõe?

Não pegou bem, ou porque a porcentagem era pequena, ou

porque a planta não tinha força bastante.

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Tanto os travessões como as vírgulas podem ser

empregados para isolar palavras, expressões explicativas, frases

intercaladas.

Resposta – Item errado.

1 Num país territorialmente gigante, em que a censura

restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet

tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao

4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha

100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais

7 usuários online no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás

apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase

200 milhões.

Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Na linha 7, preservam-

–se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirarem os sinais

de travessão, inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.

Comentário – Diante de questões que tratam de reescritura de fragmentos

de textos com substituições indicadas pela banca examinadora, minha

opinião é que você seja cauteloso, “arregace as mangas” e faça o que é

proposto, se não tiver certeza imediata da resposta.

“É o segundo país com mais 7 usuários online no mundo,

cerca de 162 milhões, atrás apenas dos Estados Unidos da

América (EUA), onde há quase 200 milhões.”

Percebeu que a expressão “cerca de 162 milhões”,

inicialmente entre travessões e agora entre vírgulas, possui caráter

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explicativo? A vírgula e os travessões podem ser empregados com a

finalidade de isolar expressões dessa natureza.

Resposta – Item certo.

1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um

desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa

convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de

4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo

entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos

demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes

7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam

o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a

educação. Convencidos disso, empresas e governos estão

10 bombardeando a população com campanhas de

conscientização — e multas, quando só as advertências não

funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de

13 urgência para uma mudança de comportamento na sociedade

brasileira veio para ficar.

(...)

Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.

In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).

25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 11, a presença da conjunção “e”

torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de

enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de

pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto.

Comentário – A retirada do travessão prejudicaria a coerência do texto.

Note: “Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a

população com campanhas de conscientização e multas, quando só as

advertências não funcionarem”. Sem a devida pontuação, informa-se que o

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bombardeio é com campanhas de conscientização e multas – noção de

concomitância –, o que não é verdade. O texto afirma que “A saída é a

educação”; as multas ocorrem somente se “as advertências não

funcionarem” – elas são uma consequência, uma atitude extrema.

Resposta – Item errado.

(...)

7 No estado de repouso e de movimento dos objetos — esta

casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do

sol, da lua, no céu — estão intimamente associados

10 os conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os

corpos, de espaço e de tempo.

(...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

26. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) O uso dos travessões,

nas linhas 7 e 9, marca a inserção de uma informação que também

poderia ser assinalada por duas vírgulas; mas, nesse caso, o texto não

deixaria clara a hierarquia de informações em relação aos termos da

enumeração já separados por vírgulas.

Comentário – A afirmação está correta. Para isolar palavras, expressões

explicativas, frases intercaladas, você pode utilizar tanto travessões quanto

vírgulas, e até parêntese.

Quero que você perceba que os travessões podem

conferir mais clareza à frase, principalmente quando o segmento isolado

já contém termos separados por vírgulas. Compare o texto original com a

reescritura abaixo, em que foram utilizadas vírgulas no lugar dos travessões.

“No estado de repouso e de movimento dos objetos, esta

casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do

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sol, da lua, no céu, estão intimamente associados os

conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os corpos,

de espaço e de tempo.”

Dessa forma, a hierarquia de informações não é ressaltada.

O Cespe gosta de explorar essa relação. Fique atento.

Resposta – Item certo.

PARÊNTESES

I. Nas indicações bibliográficas.

Ex.: “Sede assim qualquer coisa serena, isenta, fiel.”

(MEIRELLES, Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1972,

p. 109.)

II. Nas indicações cênicas dos textos teatrais.

Ex.: – Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos,

com os olhos fora das órbitas. Amália se volta.) (G. Figueiredo)

III. Para isolar termos e orações intercaladas de natureza

semântica explicativa.

Ex.: “... e a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo,

morrendo de fome.” (Clarice Lispector)

Veja como a matéria foi cobrada em prova.

27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Assinale a opção que apresenta

erro de pontuação.

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A) Pela primeira vez, a população de Belo Horizonte vai poder escolher,

por meio da Internet, as obras que serão executadas na cidade.

Disponível no período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade,

conhecida por Orçamento Participativo Digital, tem parceria entre a

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional

Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo TRE-MG à PBH

(quantitativo de eleitores, número do título de eleitor etc.), e foi

solicitado pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis

meses, ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro Lago.

C) O voto via Internet será permitido apenas para aqueles com domicílio

eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que

poderão decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada regional)

que serão feitas no município em um prazo máximo de dois anos.

D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH. Quem não tiver

acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos

montados, pela PBH onde haverá monitores para ajudar aqueles que

não estão acostumados a lidar com computador.

Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.

Comentário – Na alternativa A, a primeira vírgula foi empregada para isolar

adjunto adverbial antecipado – “Pela primeira vez”. A segunda e a terceira

foram usadas para isolar adjunto adverbial (“por meio da Internet”) que se

intercala entre o verbo e o seu complemento. No segundo período, as

vírgulas também foram utilizadas corretamente: para isolar o segmento

“Disponível no período de 1º a 30 de novembro”, de valor semântico

explicativo e deslocado, e para isolar oração subordinada adjetiva explicativa

(“conhecida por Orçamento Participativo Digital”).

Na alternativa B, os parênteses foram convenientemente

usados para isolar termo que funcionam como aposto. Dentro deles, as

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vírgulas foram empregadas para separar termos que desempenham a

mesma função sintática ou gramatical. A vírgula que se segue ao último

parêntese não é obrigatória, por separar oração coordenada sindética aditiva

cujo sujeito é igual ao da oração anterior. Ressalte-se que, embora

dispensável, o emprego dela não constitui erro de pontuação e ocorreu por

motivo de ênfase. O termo “Fernando Pimentel” é aposto explicativo e deve,

por isso mesmo, ser obrigatoriamente delimitado por meio da pontuação.

Em seguida, houve o isolamento do adjunto adverbial “há cerca de seis

meses”. Por último, há a separação de outro aposto: “Armando Pinheiro

Lago”.

Na alternativa C, os parênteses destacam segmento de valor

semântico explicativo; a vírgula, oração subordinada adjetiva explicativa. O

surgimento de expressão de caráter explicativo dentro da oração adjetiva

torna obrigatório o isolamento daquela.

Na alternativa D, o emprego da primeira vírgula ocorre para

isolar oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo (“Para votar”). Já a

segunda vírgula não deveria ser usada, pois separa o agente da passiva

(“pela BH”), o que é proibido. Ela deveria ser deslocada para antes do

pronome relativo “onde”, que inicia oração subordinada adjetiva explicativa.

Resposta – D

O real não é constituído 1 por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo,

costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma

7 coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um

nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo

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menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em

10 nossa experiência.

(...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

28. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Como, no primeiro parágrafo, os

parênteses demarcam a inserção de uma informação, a sua substituição

por duplo travessão preservaria a coerência e a correção do texto.

Comentário – A informação referida, “sejam elas naturais ou humanas”,

possui no contexto valor semântico explicativo, por isso surgiu isolada pelos

parênteses. Que não reste dúvidas de que os parênteses, os travessões e as

vírgulas podem isolar termos e orações intercaladas de natureza semântica

explicativa.

Resposta – Item certo.

ASPAS

I. Para indicar citações.

Ex.: “Viver é lutar”, disse Gonçalves Dias.

II. Para assinalar neologismos, estrangeirismos, gírias etc.

Ex.: Havia um “play-ground” excelente.

Ele era o que mais “colava” na prova.

III. Citar títulos de obras artísticas ou científicas.

Ex.: “Vidas Secas” ganhou vários prêmios.

IV. Para indicar ironia.

Ex.: Com um “amigo” desses...

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Veja como esta matéria já foi cobrada em prova.

1 Mário de Andrade assim justificou a necessidade de

aprofundar o estudo etnológico: “Nós não precisamos de

teóricos (...) Precisamos de moços pesquisadores que vão à

4 casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse

povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo

progresso invasor (...).” (...)

Mariana Albanese. Op. cit., p. 19 e 23.

29. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de aspas justifica-se

por isolar uma citação.

Comentário – O fragmento textual entre aspas indica as palavras de Mário

de Andrade transcritas pela autora do texto.

Resposta – Item certo.

(...)

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações

10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas

complexas de internalização do “exterior” e, também, de

rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.

(...)

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

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30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego das aspas nos termos das

linhas 8, 14 e 15 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual

desses termos.

Comentário – Leia o trecho e verifique que nele as palavras destacadas não

possuem sentido irônico, não constituem citações, neologismos,

estrangeirismos nem dão títulos a obras artísticas ou científicas. Na verdade,

a questão revela outra funcionalidade das aspas: realçar o valor significativo

de palavras no contexto em que se inserem.

Resposta – Item certo.

Por hoje é só. Na próxima aula, conversaremos sobre

concordância. Até lá!

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

(...) Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula logo após

“alunos” (l. 21) justifica-se por isolar elementos de mesma função

gramatical.

1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem

distante das estatísticas que apontam para uma taxa de

desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu

4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,

formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse

Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da

7 força empreendedora do interior e de seu papel empregador.

E representam, ainda, a força do agronegócio, o avanço ao

consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas

10 de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza,

diretor do SEBRAE Nacional.

O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).

2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”

(l. 2) é adjetiva explicativa.

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3. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula após

“Barboza” (l. 10) justifica-se por isolar o aposto subseqüente.

4. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007 – adaptada) Julgue o item abaixo

quanto à correção gramatical.

Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os seus votos, aos

chefetes locais. Isso anuncia surpresas importantes nas eleições

municipais de 2008.

(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando

houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,

os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de

13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e

o partido que não folheia a gramática política acha

naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a

16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e

corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous

exemplares da mesma gramática.

5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Na linha 13, o emprego de

vírgulas após “propor”, “votar”, “discutir” e “atacar” justifica-se por

isolar expressões de natureza apositiva.

(...) Ela se alimenta,

também, dos consensos que consegue estabelecer sobre

7 algumas grandes questões nacionais, as que possibilitam

precisamente que o país adote uma rota de crescimento

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econômico, desenvolvimento social e pleno respeito à

10 liberdade.

Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).

6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego de vírgula após

“econômico” (l. 9) justifica-se por separar elementos de mesma função

gramatical componentes de uma enumeração.

(...)

Em seu clássico A Metodologia da Ciência

Econômica (1953), tornou clara a diferença entre ciência

10 econômica e economia política. A primeira seria formada por

hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a segunda, por

prescrições baseadas em juízos de valor.

Paulo Guedes. O Globo, 27/11/2009, p. 7 (com adaptações)

7. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após

“segunda” (l. 11) justifica-se pela elipse da repetição da expressão

“seria formada” (l. 10).

(...)

Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria

7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois

tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de

capital (físico e humano).

(...)

Folha de S.Paulo, 1º/12/2006 (com adaptações).

8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após

“sustentado” (l. 6) justifica-se por isolar oração subordinada anteposta

à principal.

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Breve histórico

1 A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto

Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que

4 apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. (...)

Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).

9. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) O emprego da vírgula

antes de “que” (l.3) justifica-se pelo valor restritivo da oração adjetiva

que esse pronome introduz.

A montanha mágica

(...)

A Montanha Mágica é um romance muito antigo.

Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora

viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico

25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na

montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?

28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.

Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).

10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) É facultativo o emprego

da vírgula imediatamente após “Mas” (l.23).

(...)

Não me resolveria, é claro, a pôr em prática no

10 segundo ano de administração a equidade que torna o

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imposto suportável. Adotei-a logo no começo. A receita em

1928 cresceu bastante. E, se não chegou à soma agora

13 alcançada, é que me foram indispensáveis alguns meses para

corrigir irregularidades muito sérias, prejudiciais à

arrecadação.

Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

11. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) A colocação de

vírgula logo após “equidade” (l.10) não prejudicaria a correção

gramatical nem alteraria o sentido original do texto.

1 A questão mais importante para entender a reforma

tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um

projeto que sai do nada, mas que herda muito das discussões

4 realizadas sobre o tema desde o início da década passada no

Brasil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação

aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo

7 longo de transição, um modelo importante para viabilizar

política e tecnicamente sua implantação.

Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos

de Problemas Brasileiros, nº 391, jan./fev./2009 (com adaptações).

12. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Assinale a opção em

que a colocação de vírgula(s) em trecho do texto atende à prescrição

gramatical e preserva o sentido original.

A) A questão, mais importante para entender a reforma tributária é, saber

por que a estamos propondo. (l.1-2)

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B) Não é um projeto, que sai do nada, mas que herda muito, das

discussões realizadas sobre o tema, desde o início da década passada

no Brasil. (l.2-5)

C) Naturalmente, este tem algumas diferenças em relação aos projetos

anteriores. (l.5-6)

D) A principal é que prevê um prazo longo de transição, um modelo,

importante para viabilizar política e tecnicamente, sua implantação.

(l.6-8)

1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos

modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta

como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a

4 própria ideia de democracia.

(...)

Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.

Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).

13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 3, seriam preservadas as relações

semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção

gramatical, caso fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que

a precede.

1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. (...)

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Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Na linha 1, a substituição do sinal

de dois-pontos por ponto final, com a modificação de inicial minúscula

para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do

texto.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

(...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).

15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 10, preserva-se a correção

gramatical do texto ao se substituir o ponto logo depois da palavra

“espécie” pelo sinal de dois-pontos, fazendo-se o necessário ajuste da

letra inicial maiúscula da preposição “De”.

1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi

a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha

de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente

4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,

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nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e

imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. (...)

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto

ao se substituir a vírgula logo depois de “modismos” (l. 6) por ponto-e-

vírgula.

1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não

adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.

É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes

4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras

jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas

dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco

7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que

até agora sequer foi pleiteado. (...)

Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).

17. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de sinal de ponto e

vírgula (l. 4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração.

(...)

Modernidade seria assegurar a todos os habitantes

do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício

13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um

modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população

alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,

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16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que

pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação

rápida e democrática da justiça; são instituições públicas

19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões

econômicas.

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de ponto-e-vírgula,

no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar

claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do

período e deixar subentender “Modernidade” (l.16) como o sujeito de “é

sistema” (l.17), “são instituições” (l.18) e “é o controle” (l.19).

(...) Os sintomas são conhecidos: uma

10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar

a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões

contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na

13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão

distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,

fracos ou simplesmente estúpidos.

(...)

Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta

Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).

19. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas linhas 11, 12 e 13, o uso do sinal de

ponto e vírgula, para separar termos de enumeração, preserva a

hierarquia de informações, já que há necessidade de emprego de

vírgula na estruturação sintática de alguns desses termos.

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1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi

a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha

de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente

4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,

nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e

imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,

7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência

prematura de seus produtos. (...)

Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida

Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).

20. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto

ao se substituir o ponto empregado logo depois de “tecnologia” (l. 4)

pelo sinal de dois-pontos, escrevendo-se a palavra seguinte com letra

minúscula.

(...) Os

professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas

dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo

22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é

concedido bônus no salário.

Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).

21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 20, o sinal de dois-pontos

é empregado para indicar que, subseqüentemente, há uma explicação.

(...)

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

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é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações

10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

(...)

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

22. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de dois-pontos, na

linha 9, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a

pergunta proposta pela sociologia.

1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.

Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido

vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se

4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita

minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de

minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que

7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem

era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.

Continuou praticamente o sistema da lavra única.

(...)

Machado de Assis. A Semana. Obra completa,

v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.

23. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Se os travessões das linhas 7 e 8

forem substituídos por vírgulas, o período fica incorreto.

1 Num país territorialmente gigante, em que a censura

restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet

tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao

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4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha

100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais

7 usuários online no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás

apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase

200 milhões.

Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).

24. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Na linha 7, preservam-

–se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirarem os sinais

de travessão, inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.

1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um

desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa

convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de

4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo

entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos

demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes

7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam

o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a

educação. Convencidos disso, empresas e governos estão

10 bombardeando a população com campanhas de

conscientização — e multas, quando só as advertências não

funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de

13 urgência para uma mudança de comportamento na sociedade

brasileira veio para ficar.

(...)

Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.

In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).

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25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 11, a presença da conjunção “e”

torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de

enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de

pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto.

(...)

7 No estado de repouso e de movimento dos objetos — esta

casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do

sol, da lua, no céu — estão intimamente associados

10 os conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os

corpos, de espaço e de tempo.

(...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

26. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) O uso dos travessões,

nas linhas 7 e 9, marca a inserção de uma informação que também

poderia ser assinalada por duas vírgulas; mas, nesse caso, o texto não

deixaria clara a hierarquia de informações em relação aos termos da

enumeração já separados por vírgulas.

27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Assinale a opção que apresenta

erro de pontuação.

A) Pela primeira vez, a população de Belo Horizonte vai poder escolher,

por meio da Internet, as obras que serão executadas na cidade.

Disponível no período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade,

conhecida por Orçamento Participativo Digital, tem parceria entre a

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional

Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).

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B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo TRE-MG à PBH

(quantitativo de eleitores, número do título de eleitor etc.), e foi

solicitado pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis

meses, ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro Lago.

C) O voto via Internet será permitido apenas para aqueles com domicílio

eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que

poderão decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada regional)

que serão feitas no município em um prazo máximo de dois anos.

D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH. Quem não tiver

acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos

montados, pela PBH onde haverá monitores para ajudar aqueles que

não estão acostumados a lidar com computador.

Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.

O real não é constituído 1 por coisas. Nossa

experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar

que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),

4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à

nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo,

costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma

7 coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um

nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo

menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em

10 nossa experiência.

(...)

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

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28. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Como, no primeiro parágrafo, os

parênteses demarcam a inserção de uma informação, a sua substituição

por duplo travessão preservaria a coerência e a correção do texto.

1 Mário de Andrade assim justificou a necessidade de

aprofundar o estudo etnológico: “Nós não precisamos de

teóricos (...) Precisamos de moços pesquisadores que vão à

4 casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse

povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo

progresso invasor (...).” (...)

Mariana Albanese. Op. cit., p. 19 e 23.

29. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de aspas justifica-se

por isolar uma citação.

(...)

7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre

o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe

é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações

10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os

outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma

unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.

13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas

complexas de internalização do “exterior” e, também, de

rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.

(...)

Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.

In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).

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30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego das aspas nos termos das

linhas 8, 14 e 15 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual

desses termos.

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GABARITO

1. Item certo

2. Item errado

3. Item certo

4. Item errado

5. Item errado

6. Item certo

7. Item certo

8. Item certo

9. Item errado

10. Item errado

11. Item errado

12. C

13. Item certo

14. Item errado

15. Item errado

16. Item errado

17. Item certo

18. Item certo

19. Item certo

20. Item certo

21. Item certo

22. Item certo

23. Item errado

24. Item certo

25. Item errado

26. Item certo

27. D

28. Item certo

29. Item certo

30. Item certo

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Aula 7

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Hoje, nossa aula é sobre sintaxe de concordância. Essa

expressão pomposa nada mais significa do que a relação estabelecida, como

regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o

adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se

referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de

gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo,

como concordância nominal.

Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções

envolvendo esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de

casos. Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles!

Casos Gerais de Concordância Verbal

O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e

pessoa.

"O outono é mais estação da alma..." (C. D. A.)

"Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.)

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. A imensa

4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem

gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,

fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se

substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.

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Comentário – Proceda à substituição: Os inúmeros corpos e

acontecimentos que nos envolvem gerou... Notou a incorreção gramatical? É

isso mesmo! Agora, o termo que funciona como sujeito do verbo “gerou”

tem como núcleo o substantivo plural “inúmeros”. Antes, o núcleo do sujeito

era o substantivo singular “variedade”. Tal transformação deve levar o verbo

a flexionar-se em terceira pessoa do plural: geraram, o que não ocorreu.

Resposta – Item errado.

2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento

apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de

S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas

previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o

maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em

2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a

recessão atingir outros países.

Comentário – O trecho apresenta erro de concordância verbal. Não há

concordância entre o sujeito simples “o maior mercado da Europa” e a

forma verbal “sofrerão”, flexionada na terceira pessoa do plural. Eis a forma

correta: “o maior mercado da Europa sofrerá”.

Resposta – Item errado.

(...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

(...)

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Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.

3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)

está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).

Comentário – O verdadeiro núcleo do sujeito simples “Dados da Comissão

de Relações Exteriores e Defesa Nacional” é o termo “Dados”, que pode ser

representado pelo pronome “eles”, terceira pessoa do plural. Por isso a

forma verbal “mostram” está no plural.

Resposta – Item errado.

Quando o sujeito é composto, isto é, possuir mais de um núcleo,

verifica-se o seguinte:

1. Representado por pessoas gramaticais diferentes a primeira pessoa

(NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência

sobre a terceira (ELES).

Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos.

Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta)

Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que

os pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são

frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o

verbo para a terceira pessoa)

2. Anteposto ao verbo o verbo ficará sempre no plural (concordância

rígida ou gramatical).

Pai e filho conversaram longamente.

As imagens e o som não estavam adequados.

(...)

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7 A participação popular e o controle popular do poder

guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e

racional, com vistas à conquista de algum bem. A política

10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.

A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de

expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder

13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas

e executadas de modo legítimo. (...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência

& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).

4. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela

estrutura verbal “guardam a ideia” (R.8) cria o pressuposto de ser falsa

a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).

Comentário – A estrutura verbal foi empregada na terceira pessoa do plural

(“guardam”) porque concorda com o sujeito composto “A participação

popular e o controle popular do poder”, que a antecede. É descabido o que

afirma o examinador. Pelo pequeno fragmento, já dá para você entender

que é verdadeiro o pressuposto de que “o exercício da política é coletivo e

racional”.

Resposta – Item errado.

3. Posposto ao verbo o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida

ou gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo

(concordância atrativa).

Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar

apenas com “uma flor”)

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Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com

todos os núcleos)

Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os

núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular)

ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser

feita no plural.

Agrediram-se o deputado e o senador.

Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Casos Particulares de Concordância Verbal

1. Verbos impessoais não possuem sujeito, ficando na terceira pessoa

do singular.

Choveu muito.

Deve nevar muito naquelas regiões.

Aqui faz verões terríveis.

Deve fazer dez anos que eles chegaram.

Há anos não o vejo.

Ia para dez anos que não o via.

Já passava de dez horas.

Poderá haver alunos reprovados.

Verbos que indicam fenômenos naturais

Verbos que indicam tempo decorrido

Verbo “haver” com sentido de “existir”, “acontecer”, “ocorrer”.

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sujeito

1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no

mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava

quatrocentas e noventa. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra

completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

5. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha

1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se

no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”

(L.1).

Comentário – Tentou-se induzir os candidatos a admitirem também o verbo

ter como impessoal, a exemplo do verbo haver quando empregado no

sentido de existir. Vamos esclarecer o comportamento de cada um desses

verbos no que diz respeito à concordância verbal.

Em primeiro lugar, o verbo existir é naturalmente pessoal, o

que significa dizer que possui sujeito e com ele concordara em número e

pessoa.

Existem bons alunos neste curso.

Em segundo lugar, o verbo haver – conforme já foi dito

anteriormente – não possui sujeito quando é impessoal, ou seja, quando é

empregado com o sentido de existir.

Há bons alunos neste curso.

Finalmente, o verbo ter, de acordo com a norma culta, só

pode ser empregado na oração quando possuir sujeito. Se, no entanto, não

possuir, deverá ser substituído pelo verbo haver no sentido de existir.

O aluno não teve aula. – conforme a norma culta

Não tem aula. – desvio da norma culta

obj. direto

sujeito

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sujeito

sujeito

sujeito

sujeito

Não há aula. – conforme a norma culta.

Tornando a analisar a questão, percebe-se que o verbo ter foi

empregado corretamente com o sentido de possuir e como verbo pessoal,

cujo sujeito é o pronome pessoal eu, oculto no período. Além disso, o termo

“vinte aranhas” funciona como complemento direto desse verbo.

Resposta – Item errado.

2. Verbos unipessoais são os que possuem sujeito, ficando na terceira

pessoa do singular ou do plural; os principais são acontecer, bastar,

caber, constar, convir, faltar, importar, interessar, ocorrer,

parecer, restar, urgir, etc.

Basta uma reflexão.

Faltam apenas quatro linhas.

3. Sujeito oracional se o sujeito for oracional, o verbo da oração principal

ficará no singular.

Falta fazer quatro linhas.

Urge que tomemos uma atitude radical.

4. Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito

Dá-se aula. (com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos

e indiretos, o SE é pronome apassivador e o verbo da oração –

“dá” – deve concordar com o sujeito – “aula”)

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Dão-se aulas. (pluralizando-se o sujeito – “aulas” –, o verbo

deve flexionar-se também no plural – “Dão”; e o “se” continua

como pronome apassivador)

Precisa-se de professores. (agora, o vocábulo “SE” acompanha

verbo transitivo indireto – “Precisa” – e, por isso, denomina-se

índice de indeterminação do sujeito, o que força o verbo a ficar

na terceira pessoa do singular, situação que se repete com

verbos intransitivos, de ligação e verbo transitivo direto + SE +

preposição)

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. (...)

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

6. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez”

(L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção

gramatical do período.

Comentário – Não gera prejuízo a troca sugerida pela banca examinadora.

Originalmente, tem-se voz passiva sintética; posteriormente, voz passiva

analítica. Mas o que deve chamar nossa atenção aqui é a concordância

estabelecida entre o verbo e o seu sujeito. Nas duas estruturas, o verbo

fazer mantém-se em terceira pessoa do singular para concordar com

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“eleição”, antecedente do pronome relativo “que” e pelo qual se faz

representar na função de sujeito. Caso o termo estivesse pluralizado

(eleições), o verbo deveria ser empregado também no plural.

Resposta – Item errado.

5. Coletivo o verbo concordará com o coletivo, estando próximo a ele;

mas, se estiver distante, o verbo poderá ficar no singular ou no

plural, conforme se queira destacar mais a idéia dos indivíduos.

O povo não revelou nada.

O grupo se dividiu; mais adiante, porém, se reuniram (ou

reuniu).

(...) Os meus pupilos não são os

31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um

povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das

nações seculares. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra

completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal

“formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar

com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa.

Comentário – Embora haja a possibilidade de o verbo concordar com a

ideia de coletividade que o substantivo traz consigo, conforme expliquei

acima, esse não é o caso aqui. O verbo “formam” foi empregado na terceira

pessoa do plural por concordar com a expressão “Os meus pupilos”, que

funciona sintaticamente como seu sujeito.

A questão é interessante por comprovar que o Cespe, assim

como nós, também está atento a mais este caso particular de concordância

verbal.

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Resposta – Item errado.

6. Expressão partitiva quando o sujeito é formado por uma expressão

partitiva (parte de..., metade de..., o grosso de..., a maioria de..., a

maior parte de..., grande número de..., etc.) seguida de substantivo ou

pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.

A maioria das crianças não mente. (conc. rígida ou gramatical)

A maioria das crianças não mentem. (conc. atrativa)

7. Quantidade aproximada quando houver uma quantidade aproximada

(perto de..., cerca de..., coisa de..., mais de..., menos de..., etc) seguida

de substantivo, o verbo obrigatoriamente concordará com o

substantivo.

Cerca de dois mil candidatos passaram no concurso.

(concordância rígida ou gramatical)

7 (...) Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa

o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos

negócios. (...)

Veja, 20/8/2008 (com adaptações).

8. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto

permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca

de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os

argumentos.

Comentário – Que tal reescrevermos a passagem já com a substituição que

a banca examinadora propôs? Veja como fica: Hoje, cerca de dez sítios

na Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no

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mundo dos negócios. Já deu para perceber o prejuízo gramatical? Sem

fazer outras modificações, o período torna-se incorreto. O verbo usa deveria

ser, agora, flexionado no plural (usam) para concordar com o substantivo

sítios.

Resposta – Item errado.

ATENÇÃO! Com a expressão mais de um, devemos ter mais cuidado. O

verbo só vai para o plural quando há ideia de reciprocidade ou quando a

expressão surge repetida.

Mais de uma máquina estava parada.

Mais de um casal se agrediram.

Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas.

8. Pronome relativo que se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo

concordará com o antecedente.

Fui eu que cheguei por último.

Foste tu que chegaste por último.

(...) Não precisamos usar a

22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é

parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da

realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode

25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

9. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal

“exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o

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pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão,

“superfície” (L.22).

Comentário – De fato, o pronome pessoal “ela” faz referência ao

substantivo “superfície”. Entretanto, o sujeito da forma verbal “exige” é o

pronome relativo “que”, representante semântico da expressão “parte do

mundo”, que – por encontrar-se no singular – obriga o verbo a se mantaer

também no singular.

Resposta – Item errado.

(...)

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

10. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das

ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento

das coisas” (L.13).

Comentário – É importante perceber que, ao se admitir como verdade a

assertiva da banca examinadora, surge instantaneamente um erro de

concordância entre o sujeito e o verbo: nosso conhecimento das coisas

evoluíram... Note que o núcleo do sujeito faz-se representar pela terceira

pessoa do singular (ELE) e que isso obriga o verbo a flexionar-se igualmente

em número e pessoa (EVOLUI), o que não acontece. Então, qual é o

verdadeiro antecedente do pronome relativo? Acertou se você disse “ideias”,

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de acordo com a linha argumentativa do texto e em observância às normas

gramaticais.

Resposta – Item errado.

(...) O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

(...)

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

11. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e

coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída

por existe.

Comentário – Você já sabe que o verbo haver pode substituir o verbo

existir, e vice-versa. O detalhe é que o primeiro é impessoal (não tem

sujeito) e o segundo, pessoal (possui sujeito, com o qual deve concordar em

numero e pessoa). Para saber se a forma existe pode mesmo substituir a

forma “há”, você precisa identificar que termo funcionará como sujeito

daquele verbo. Sintaticamente, o pronome relativo “que” é o sujeito. Diz a

regra gramatical que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o

antecedente do relativo: o pronome demonstrativo “O” (= Aquilo), terceira

pessoa do singular.

Resposta – Item certo.

(...)

13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa

cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os

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EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do

16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.

(...)

Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O

Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

12. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16)

vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).

Comentário – A concordância é feita com a expressão “crise do crédito”,

semanticamente substituída pelo pronome relativo “que”.

Resposta – Item errado.

9. Pronome relativo quem o verbo concordará com o antecedente ou

ficará na terceira pessoa do singular.

Fui eu quem cheguei por último.

Fui eu quem chegou por último.

10. Um dos que o verbo ficará na terceira pessoa do singular,

concordando com um, ou na terceira pessoa do plural, concordando

com os (dos = de + os).

Você é um dos que fala/falam menos.

O Amazonas é um dos rios que corta/cortam a floresta

equatorial.

ATENÇÃO! Quando houver idéia de exclusão necessária, o verbo ficará no

singular.

É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no

teatro.

Ela é uma das candidatas que preencherá a vaga.

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11. Pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós,

vós ou vocês o verbo concorda com o pronome (sujeito); mas, se

este estiver no plural, o verbo poderá concordar com o pronome

pessoal.

Algum dentre vós sairá antes?

Quais de nós sairão (sairemos) antes?

Falo com aqueles dentre vós que trabalham (trabalhais).

12. Cada um o verbo ficará no singular.

Cada um de nós estudará para o concurso.

Cada um de vocês passará.

13. Pronome de tratamento o verbo concordará sempre na terceira

pessoa do singular ou do plural.

Vossa Excelência é muito digno.

Vossas Senhorias são muito exigentes.

14. Fração rigorosamente, o verbo concorda com o numerador;

havendo parte inteira, o verbo concordará com ela.

Um terço dos alunos foi embora.

Dois inteiros e um quarto dos alunos passaram.

ATENÇÃO! É possível ainda usar o verbo no plural quando o número

fracionário vier seguido de substantivo no plural. Essa posição é

sustentada, por exemplo, pelo mestre Cegalla (Novíssima gramática da

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Língua Portuguesa, 48ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo,

2008, página 470)

“Um quinto dos homens eram de cor escura.”

Recomendo que você observe atentamente todas as opções

apresentadas pelo examinador.

15. Porcentagem o verbo concorda, a rigor, com o numeral.

Um por cento dos alunos recusou-se a colaborar.

Vinte e cinco por cento dos candidatos faltaram.

Apenas 1,78% votou nesse candidato.

ATENÇÃO! Bechara (Moderna gramática portuguesa – 37ª edição revista,

ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro:

Nova Fronteira – 2009 – página 566) nos ensina que “Nas linguagens

modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a

tendência é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que

especifica a referência numérica”.

“Trinta por cento do Brasil assistiu à transmissão dos jogos da

Copa.”

Trinta por cento dos brasileiros assistiram aos jogos da Copa.”

Aqui também recomendo que você observe atentamente todas

as opções apresentadas pelo examinador, que pode considerar corretas as

duas possibilidades de concordância.

16. Substantivos sinônimos (ou quase sinônimos) e substantivos em

gradação o verbo concorda gramaticalmente com todos os

núcleos ou atrativamente com o mais próximo.

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Medo e temor me assusta/assustam.

Uma palavra, um movimento, um simples gesto

causava/causavam-lhe medo.

O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? (...)

Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

13. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no

plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”

(L.4), tendo como resultado como se chamam (...).

Comentário – Notou que temos uma construção característica de voz

passiva sintética em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” Essa

passagem equivale-se a seguinte estrutura de voz passiva analítica: “como é

chamada essa mágoa e esse rancor?”. Pois bem, você sabe que toda voz

passiva possui sujeito, certo? Analise o trecho com mais calma e perceba

que a expressão “essa mágoa e esse rancor” constitui o sujeito composto da

forma verbal “chama”. Perceba ainda que os núcleos “mágoa” e “rancor” são

substantivos sinônimos, o que permite ao verbo manter-se no singular em

concordância atrativa com o núcleo mais próximo, ou se flexionar para

concordar com todos os núcleos: “como se chamam essa mágoa e esse

rancor?” ou “como são chamados essa mágoa e esse rancor?”.

Resposta – Item certo.

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sujeito composto aposto resumitivo

aposto resumitivo

sujeito composto

17. Aposto resumitivo se o sujeito composto for resumido por um

aposto (pronome indefinido), o verbo concordará com o aposto.

Alunos, professores, diretores, ninguém chegava a um acordo.

Pelé, Garrincha, Didi, todos foram campeões mundiais.

18. Infinitivos antônimos ou determinados verbo no plural.

Discordar e apoiar são próprios da democracia.

O andar e o nadar fazem bem à saúde.

ATENÇÃO! Se os infinitivos não forem antônimos ou não estiverem

determinados, o verbo ficará no singular.

Andar e nadar faz bem a saúde.

Sujar a roupa de giz e passar a noite corrigindo prova nunca

desanimou os professores.

19. Um e outro verbo no singular ou no plural.

Um e outro jogador foi/foram expulsos.

ATENÇÃO! Havendo ideia de reciprocidade com a expressão um e outro,

o plural é obrigatório.

Um e outro insultaram-se.

20. Um ou outro; nem um nem outro a corrente majoritária indica o

singular; todavia esses casos suscitam divergências entre consagrados

autores:

Um ou outro jogador fez gols.

Nem um nem outro garoto brigou na rua.

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a) Cunha e Cintra: “As expressões um ou outro e nem um nem

outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo,

exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia

idealizado previamente este encontro.” Prosseguem os mestres: “Não é rara,

porém, a construção com o verbo no plural quando as expressões se

empregam como pronome substantivo: Nem um nem outro desejavam

questionar.” (Nova gramática do português contemporâneo, 5ª edição, Rio

de Janeiro: Lexikon, 2008, página 527);

b) Pasquale e Ulisses: “Com as expressões um ou outro e nem

um nem outro, a concordância costuma ser feita no singular, embora o

plural também seja praticado. (...) Não há uniformidade no tratamento dado

a essas expressões por gramáticos e escritores.” (Gramática da língua

portuguesa, São Paulo: Scipione, 1998, página 486);

c) Bechara: “Com nem um nem outro é de rigor o singular para

o substantivo e verbo: Nem um nem outro livro merece ser lido.” (Moderna

gramática portuguesa, 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o

novo Acordo Ortográfico, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, página 548);

d) Cegalla: “O sujeito sendo uma dessas expressões [um e

outro e nem um nem outro], o verbo concorda, de preferência, no plural.

Exemplos: Nem uma nem outra foto prestavam [ou prestava]” (Novíssima

gramática da língua portuguesa, 48a. edição revista, São Paulo: Companhia

Editora Nacional, 2008, páginas 556 e 557).

ATENÇÃO! Recomendo que você mantenha certa flexibilidade ao encarar

questões desse tipo.

21. Sujeitos ligados por ou ou nem o verbo ficará, normalmente, no

plural; mas, se houver ideia de exclusão obrigatória ou sinonímia,

o verbo ficará no singular.

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Nem Paulo, nem Ana reclamaram do salário.

Pedro ou Paulo sairão mais cedo.

José ou Pedro casará com ela. (apesar de tudo, uma pessoa só

pode casar com outra, e não com outras ao mesmo tempo –

risos)

Dida ou Júlio César será o goleiro titular. (somente um goleiro

pode ser titular em um jogo; o outro é o reserva)

“A Línguística ou Glotologia é a ciência que estuda a evolução da

linguagem humana.”

ATENÇÃO! Se houver idéia de retificação, o verbo concordará com o mais

próximo.

O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco.

Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco.

22. Sujeitos ligados por com o verbo fica no plural, dando ênfase a

todos os sujeitos.

O professor com o aluno montaram o equipamento.

ATENÇÃO: Na oração “O professor, com o aluno, montou o equipamento”, a

expressão “com o aluno” é, na verdade, adjunto adverbial de companhia;

por isso o verbo fica no singular.

23. Haja vista essa expressão, no singular, está sempre certa; porém

pode variar se o seu referente estiver no plural:

Haja vista o caso.

Haja(m) vista os casos.

Haja vista dos (aos) casos. (aqui, a preposição impede que a

expressão varie)

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24. Títulos de obras e nomes próprios de lugar a concordância é feita

levando-se em conta a presença ou a ausência de artigo.

Os Lusíadas pertencem a Camões.

Os Estados Unidos perderam muitos troféus.

Minas gerais ganhou todas as competições.

ATENÇÃO! Quando o sujeito for título de obra, o verbo poderá concordar

com o sujeito ou com o predicativo.

Os Lusíadas são/é a obra máxima de Camões.

25. Concordância do verbo ser em muitas situações, esse verbo deixa

de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo; em

outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo

que se quer enfatizar:

a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto.

Maria era as esperanças de todos.

O mundo são os homens.

b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome.

Os culpados éramos nós.

“O Estado sou eu”.

c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro

pronome.

Quem és tu?

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Tudo são flores.

ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos

pronomes tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a

concordância com o pronome.

Tudo é flores.

d) O plural tem precedência sobre o singular.

A casa eram umas folhas.

A sua paixão eram filmes de terror.

ATENÇÃO! Modernamente, já se aceita a concordância com o sujeito,

quando este é representado coisa/objeto.

A casa era umas folhas.

Aquele amor é cacos de um passado.

e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas

expressões que indicam preço, valor, medida, peso.

Dois quilos é pouco.

Vinte mil cruzeiros é demais.

Três metros é mais do que preciso.

f) Nas indicações de distância, horas e datas, o verbo SER concordará

com estas.

Da Tijuca à Barra são oito quilômetros.

Era uma hora e cinquenta e nove segundos.

Hoje são 21 de maio.

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26. Concordância com a expressão é que leia o que os ilustres

gramáticos Cunha e Cintra têm a nos dizer a esse respeito:

“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre

o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim:

‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se

aproveitaram do seu esforço.’”

Mas todo cuidado é pouco! Continue a ler as lições de Cunha e Cintra:

“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve

ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o

verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a

concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos

outros verbos.

Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:

‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se

aproveitaram do seu esforço.’

Ou este:

‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se

aproveitaram do seu esforço.’.”

27. O verbo PARECER pode relacionar-se de duas maneiras distintas com

o infinitivo:

Os dias parecem voar. a forma verbal parecem é verbo

auxiliar de voar; Os dias é o sujeito da oração.

Os dias parece voarem. aqui houve uma inversão da ordem

dos termos: Parece voarem os dias. Neste caso, o verbo

parece é o verbo da oração principal, cujo sujeito é a oração

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subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo voarem

os dias. Se desenvolvermos essa oração, teremos: Parece que

os dias voam.

ATENÇÃO! Quando a construção for feita no singular, as duas análises

são possíveis.

O dia parece voar. não sabemos se aqui o verbo parece é

auxiliar do verbo voar, ficando no singular por concordar com o sujeito O

dia, ou se a ordem está invertida: Parece o dia voar, sendo a oração o dia

voar sujeito do verbo Parece.

Para finalizar a parte de concordância verbal, proponho a

questão seguinte, que envolve verbo no infinitivo.

(...)

16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala

mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de

biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do

19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o

aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil;

a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise

22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento

dos preços de alimentos em fundos de hedge.

(...)

O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro.

23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações).

14. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que

levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em

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fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem

manteria a correção gramatical do texto.

Comentário – A flexão do infinitivo para concordar com o sujeito da oração

é assunto que gera muitas discussões entre estudantes, sejam eles

professores ou alunos. Em geral podemos seguir as orientações abaixo.

I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na

mesma oração em que surge o verbo no infinitivo.

Não é necessário [vocês chegarem cedo].

II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o

infinitivo para evitar ambiguidade.

Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?)

Está na hora [de (nós) começarmos o trabalho].

III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da

oração anterior, também ocorrerá a flexão.

[Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente].

IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa.

[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os

problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.

V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A

+ INFINITIVO, pois o Cespe aceita tanto a flexão como a não flexão.

O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem

VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória.

As tarefas a serem feitas são essas.

sujeito

sujeito

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Resposta – Pelo que foi explicado anteriormente, em especial no item V, o

item está certo. A forma verbal “apostar” pode flexionar-se em terceira

pessoa do plural para concordar com o seu sujeito: “investidores”, mesmo

diante da preposição “a”.

A partir de agora, trataremos da concordância nominal.

Admito que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas

recentemente pelo Cespe. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia

os casos de concordância verbal.

Por isso mesmo, o alcance aqui será menor, restrito aos casos

observados em provas anteriores. Meu intuito não é derramar sobre você

uma avalanche de informações “desnecessárias”, mas sim orientá-los quanto

aos prováveis questionamentos sobre concordância nominal feitos pelo

Cespe.

Nesse sentido, partiremos das questões para a teoria. Quando

for conveniente, ampliarei a explicação para abranger outros casos de

concordância nominal.

(...) Em comunicado, o grupo

considerou a medida como parte complementar do corte

anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em

7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do

petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. (...)

O Globo, 18/12/2008.

15. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)

concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino

singular.

Comentário – Por ser uma das formas nominais do verbo e poder se

comportar como um adjetivo, os verbos no particípio flexionam-se em

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gênero e número para concordar com o substantivo a que se referem. É

possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de outros verbos

(auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses casos, os

verbos auxiliares (ser, estar, haver, ter, fica) flexionam-se em pessoa,

número, tempo e modo. Exemplos:

Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado)

Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado)

...[sujeito: as visitas diurnas]

...[núcleo do sujeito: visitas]

...[visitas: substantivo feminina plural]

Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado)

Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado)

...[sujeito: o valor das moedas locais]

...[núcleo do sujeito: valor]

...[valor: substantivo masculino singular

Resposta – Item certo.

Esse tipo de concordância, que envolve a relação entre adjetivo-

-particípio e substantivo, surge frequentemente nas provas do Cespe. Eis

abaixo outras questões semelhantes.

1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

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4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. (...)

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de

feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”

(L. 2).

Comentário – O vocábulo “pensada”, que surge em forma de adjetivo-

-particípio, concorda com o substantivo feminino singular “questão”, núcleo

do sujeito “Toda a questão do conhecimento”.

Resposta – Item errado.

17. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às

exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado

a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br.

A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme

adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de

ações semelhantes e a multiplicação de processos para

apreciação em todos os níveis de jurisdição.

Comentário – Todo texto escrito em linguagem formal deve ser pautado

nas regras gramaticais vigentes. Isso também se aplica à redação oficial.

Portanto, o adjetivo “adotados” deveria flexionar-se no feminino singular

para concordar com o substantivo “consolidação”, núcleo da expressão “A

consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme”.

Resposta – Item errado.

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(...) Como nada ainda deu certo no planeta, a

7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem

duas premissas. (...)

Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas

para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).

18. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção

gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a

expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas.

Comentário – A passagem original constitui voz passiva sintética. Nela, o

verbo “cumprem” concorda em número e pessoa com o sujeito “duas

premissas”. A substituição proposta faz surgir voz passiva analítica ou verbal

(verbo auxiliar + verbo principal), em que o verbo principal (“cumpridas”)

assume a forma nominal de particípio. Como já disse, o particípio concorda

em gênero e número com o substantivo a que se refere: “premissas”,

feminino plural.

Resposta – Item certo.

Lembre-se também de que, conforme a regra geral de

concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o

numeral adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero

e número.

O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças.

1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao

mediante ações de coordenação do fluxo de informações

4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao

aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às

Art. Adj. Pron. Adj.

Num. Adj.

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ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da

7 sociedade e do país. (...)

Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações).

19. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo

“necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do

texto.

Comentário – Observe que, originalmente, o adjetivo “necessárias”

qualifica o substantivo “informações”. Note que ambos concordam em

gênero (feminino) e número (plural). A substituição sugerida pela banca

examinadora muda a referência para o substantivo “fluxo” (“fluxo de

informações necessário”). Apesar de causar leve desvio na linha

argumentativa do texto, a alteração não traz prejuízo à correção gramatical

do texto.

Resposta – Item certo.

(...)

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

20. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um

nível mais profundo de síntese” (R.16), a expressão “uma unificação

que” (l.16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a

argumentação ou a correção gramatical do texto.

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Comentário – A primeira coisa a fazer é identificar, no texto original, o

referente do adjetivo atingida: “uma unificação” (expressão representada

semanticamente pelo pronome relativo “que”). O núcleo “unificação” –

feminino singular – levou o adjetivo “atingida” a concordar em mesmo

gênero e número.

Agora, vamos reescrever a passagem como foi sugerido pela

banca examinadora: “...um nível mais profundo de síntese, o que levou

milênios para ser atingida”. Percebeu que o adjetivo “atingida” tem como

referência o pronome demonstrativo “o”? Semanticamente, ele é

representado pelo relativo “que”; como elemento de coesão, retoma a

expressão “um nível mais profundo de síntese”, cujo núcleo é o substantivo

masculino singular “nível”. Observe que tudo contribui para que o adjetivo

“atingida” seja empregado no masculino singular. Como isso não ocorreu,

houve prejuízo.

Resposta – Item errado.

Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo,

verifica-se o seguinte:

1. Substantivos do mesmo gênero o adjetivo ficará neste gênero e no

plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e livro bons. (ou bom)

Casa e cadeira lindas. (ou linda)

2. Substantivos de gêneros diferentes o adjetivo ficará no masculino e

no plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e casa bons. (ou boa)

Gravata e terno lindos. (ou lindo)

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3. Substantivos antepostos adjetivo no plural ou no singular, conforme

exemplos vistos até agora.

4. Substantivos pospostos a concordância mais notável será a atrativa.

Tratava-se de inoportuno momento e lugar.

Tratava-se de inoportuna ocasião e lugar.

(...) Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente

10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo

por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta,

a qualquer hora do dia e por mais de um leitor

13 simultaneamente.

Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In:

L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e

gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações).

21. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em

“haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”.

Comentário – A expressão “haja vista” sempre está correta empregada no

singular, independentemente de o termo a que se refere estar no singular ou

no plural. No texto, a referência é toda a oração “que sua natureza imaterial

o faz ubíquo”.

É importante ressaltar que, mesmo nos casos em que a

flexão é permitida – como foi explicado quando tratamos da concordância

verbal, o segundo elemento da expressão (“vista”) mantém-se invariável.

Parece-me que a banca examinadora tentou confundir os candidatos

induzindo-os a raciocinar em função da concordância nominal que envolve o

emprego da expressão “a olhos vistos”.

Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável:

Haja vista o silêncio.

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Haja(m) vista os barulhentos.

Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra

“vistos” concorda com o substantivo a que se refere:

Ela cresce a olhos vistos.

Ela cresce a olhos vista.

Resposta – Item errado.

Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas

expressões que merecem cuidado especial.

1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido quando o

sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes

ou numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se,

entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável.

É proibida a entrada.

É proibido entrada.

Água é bom para a saúde.

Esta água é boa para a saúde.

2. Todo = totalmente poderá flexionar-se em gênero e número para

concordar com o (pronome) substantivo a que se refere.

Ele vinha todo de branco.

Elas vinham todas de branco.

CUIDADO! Eles são todo-poderosos.

Elas são todo-poderosas.

Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas

não o primeiro!!!

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3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte:

a) se a cor é representada por adjetivo, varia;

sapato branco

camisas amarelas

b) se a cor é representada por substantivo, não varia;

sapatos cinza

camisas rosa

c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último

elemento varia;

blusas verde-claras

camisas azul-escuras

d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto

fica invariável.

blusas verde-limão

calças azul-piscina

Por hoje é só. Bons estudos e que Deus o abençoe! Até a

próxima aula, em que estudaremos redação de correspondências oficiais.

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. A imensa

4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem

gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,

fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...)

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a

coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se

substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.

2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento

apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de

S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.

O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas

previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o

maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em

2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a

recessão atingir outros países.

(...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa

Nacional mostram que a entrada do país resultará em um

bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de

13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão

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(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e

comércio global superior a US$ 300 bilhões.

(...)

Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.

3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)

está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).

(...)

7 A participação popular e o controle popular do poder

guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e

racional, com vistas à conquista de algum bem. A política

10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.

A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de

expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder

13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas

e executadas de modo legítimo. (...)

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência

& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).

4. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela

estrutura verbal “guardam a ideia” (R.8) cria o pressuposto de ser falsa

a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).

1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no

mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava

quatrocentas e noventa. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra

completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

5. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha

1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se

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no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”

(L.1).

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao

mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande

observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de

novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem

eliminar. (...)

Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

6. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez”

(L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção

gramatical do período.

(...) Os meus pupilos não são os

31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um

povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das

nações seculares. (...)

Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra

completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.

7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal

“formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar

com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa.

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7 (...) Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa

o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos

negócios. (...)

Veja, 20/8/2008 (com adaptações).

8. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto

permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca

de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os

argumentos.

(...) Não precisamos usar a

22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é

parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da

realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode

25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

9. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal

“exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o

pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão,

“superfície” (L.22).

(...)

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

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José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

10. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das

ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento

das coisas” (L.13).

(...) O que há são relações de

10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder

é, portanto, uma prática social constituída historicamente.

(...)

Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações

humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).

11. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e

coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída

por existe.

(...)

13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa

cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os

EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do

16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.

(...)

Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O

Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).

12. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16)

vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).

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O que é o que é?

1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa

de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma

pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da

4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? (...)

Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.

13. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no

plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”

(L.4), tendo como resultado como se chamam (...).

(...)

16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala

mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de

biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do

19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o

aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil;

a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise

22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento

dos preços de alimentos em fundos de hedge.

(...)

O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro.

23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações).

14. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que

levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em

fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem

manteria a correção gramatical do texto.

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(...) Em comunicado, o grupo

considerou a medida como parte complementar do corte

anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em

7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do

petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. (...)

O Globo, 18/12/2008.

15. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)

concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino

singular.

1 Toda a questão do conhecimento, como desejo

de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,

organização e seu funcionamento, pode ser pensada a

4 partir do que se deve denominar uma filosofia de

superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e

analiticamente o mundo das superfícies. (...)

Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.

In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).

16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de

feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”

(L. 2).

17. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às

exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado

a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br.

A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme

adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de

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ações semelhantes e a multiplicação de processos para

apreciação em todos os níveis de jurisdição.

(...) Como nada ainda deu certo no planeta, a

7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem

duas premissas. (...)

Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas

para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).

18. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção

gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a

expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas.

1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao

mediante ações de coordenação do fluxo de informações

4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao

aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às

ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da

7 sociedade e do país. (...)

Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações).

19. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo

“necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do

texto.

(...)

Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que

13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais

primitivo, e que evoluíram por meio das especulações

filosóficas até as modernas investigações científicas, que as

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16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma

unificação que levou milênios para ser atingida.

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

20. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um

nível mais profundo de síntese” (R.16), a expressão “uma unificação

que” (l.16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a

argumentação ou a correção gramatical do texto.

(...) Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente

10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo

por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta,

a qualquer hora do dia e por mais de um leitor

13 simultaneamente.

Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In:

L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e

gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações).

21. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em

“haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”.

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Aula 7

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GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. Item errado

2. Item errado

3. Item errado

4. Item errado

5. Item errado

6. Item errado

7. Item errado

8. Item errado

9. Item errado

10. Item errado

11. Item certo

12. Item errado

13. Item certo

14. Item certo

15. Item certo

16. Item errado

17. Item errado

18. Item certo

19. Item certo

20. Item errado

21. Item errado

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Olá! Hoje é a última aula deste curso preparatório para o

concurso do Tribunal de Contas da União (TCU). Quero aproveitar para

agradecer sua companhia durante esses “encontros”. Sou grato pelas

sugestões, críticas e elogios. Tudo isso fez com que eu procurasse melhorar

progressivamente o conteúdo das aulas. Tenha a certeza de que o material

que você possui reflete a tendência do Cespe. Com ele, você é capaz de

fazer uma ótima prova de Língua Portuguesa.

Resta-nos ainda tratar de um assunto importante e que,

provavelmente, constará no edital do concurso do TCU:

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS

Reservei para este encontro todas as questões sobre redação de

correspondências oficiais cobradas na prova que o Cespe elaborou para o

concurso de analista do DETRAN/DF em 2009. A escolha deve-se à

abrangência das questões. Além delas, há também questões de outros

concursos organizados pela mesma banca examinadora.

Texto para os itens 1 a 9

Considere que Juarez Alencar Cabral, candidato ao cargo de analista de

trânsito do Detran/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo

dos conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,

tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.

BSB, 8/3/2009.

Excelentíssima Senhorita:

1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos

preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança

férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário

público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar

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a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de

vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por

esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o

noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para

se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes

do respectivo edital.

2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,

outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,

minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja

visto o grande amor que te devoto.

3. Reitero protestos de estima e consideração.

J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL

1. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário

da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais,

que deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a

linha contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que

expede a comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento

centralizado.

Comentário – EXCETO QUANDO SE TRATAR DE DOCUMENTOS

ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, a identificação do

signatário nas correspondências oficiais deve trazer digitados o nome e o

cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. Veja

o modelo abaixo:

(espaço para assinatura) NOME

Ministro de Estado da Justiça

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Note que não se deve usar um traço acima do nome para

assinatura. O nome da pessoa é escrito com todas as letras em maiúsculas.

O cargo é escrito apenas com as iniciais maiúsculas. Tudo é centralizado na

folha.

Observação: recomenda-se não deixar a assinatura em

página isolada e transferir para essa página pelo menos a última frase

anterior ao fecho.

Resposta – Item errado.

2. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —

empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada

natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo

signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo

imediatamente superior.

Comentário – O fecho mencionado encontra-se no terceiro parágrafo e tem

a finalidade de marcar o final do texto e saudar o destinatário. Acontece que

ele, o fecho, não é numerado como os demais parágrafos. Além disso, os

fechos utilizados atualmente nos documentos oficiais são os seguintes:

– “Respeitosamente”, para autoridades superiores, inclusive

quando se tratar do presidente da República;

– “Atenciosamente”, para autoridades de mesma hierarquia

ou de hierarquia inferior.

Ficam excluídas as comunicações dirigidas a autoridades

estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios.

Resposta – Item errado.

3. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada

na carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de

pronomes de tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais,

,

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pois compromete a modalidade de linguagem que deve ser empregada

em redação oficial.

Comentário – Abaixo, apresento um quadro-resumo das formas de

tratamento convenientes à redação oficial.

AUTORIDADES FORMA DE

TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO ENVELOPE

Presidente da República; Presidente do Congresso Nacional; e Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Vossa ou Sua Excelência

V. Ex.ª Excelentíssimo Senhor + cargo

A Sua Excelência o Senhor Presidente da(o)... Nome Instituição Cep – Cidade. UF

Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.

Vossa ou Sua Excelência

V. Ex.ª Senhor + cargo

A Sua Excelência o Senhor Nome Cargo Instituição Endereço Cep – Cidade. UF

Para Ministros: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado (seguido da respectiva pasta) Cep – Cidade. UF

Para Deputados e Senadores: A Sua Excelência o Senhor Deputado ou Senador Fulano de Tal Câmara ou Senado Federal Cep – Cidade. UF

Para Juízes: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Endereço

Demais autoridades e particulares

Vossa ou Sua Senhoria V.S.ª

Senhor + cargo ou para autoridade que não possuir cargo: Senhor Fulano de Tal

Ao Senhor Nome Cargo (quando houver) Endereço

Reitores de Universidades Vossa ou Sua Magnificência

V.M. Magnífico Reitor

Ao Senhor Nome Magnífico Reitor Universidade de.... Endereço

Papa Vossa ou Sua Santidade V.S. Santíssimo Padre

Santíssimo Padre Papa Fulano de Tal Palácio do Vaticano Endereço

Cardeais Vossa ou Sua Eminência

V.Em.ª ou

Eminentíssimo Senhor Cardeal

A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor

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ou Vossa Eminência Reverendíssima

V.Em.ª Revm.ª ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal

Nome Cargo seguido da instituição Endereço

Arcebispos e Bispos Vossa ou Sua Excelência Reverendíssima

V. Ex.ª Revm.ª Excelentíssimo ou Reverendíssimo Senhor + título

A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Nome Cargo + instituição Endereço

Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos

Vossa ou Sua Reverência V. Rev. Reverendo

Ao Reverendo Senhor (nome) Endereço

Como você pode perceber, as formas “Excelentíssima Senhorita”

e “Vossa Excelentíssima” destoam completamente do padrão admitido nas

correspondências oficiais.

Note ainda o tom jocoso da mensagem. Na redação oficial, a

linguagem deve caracterizar-se pela sobriedade; a uniformidade de

tratamento, pela polidez.

Resposta – Item certo.

4. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom

jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos

parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o

objetivo de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.

Comentário – Antes de tudo, você sabe o que é “padrão ofício”? Eu explico.

Existem três tipos de documentos que se DIFERENCIAM ANTES PELA

FINALIDADE do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o

intuito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o

que chamamos de padrão ofício.

A respeito da numeração dos parágrafos, realmente ela deve

existir, exceto nos casos em que os parágrafos estejam organizados em

itens ou títulos e subtítulos.

O problema está, como já disse anteriormente, no fato de

ter-se numerado o fecho, assemelhando-o aos parágrafos anteriores.

Resposta – Item errado.

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5. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido

em repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma

delas é a necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o

tipo e o número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o

expede.

Comentário – Uma das partes que o aviso, o ofício e o memorando

devem conter é justamente o tipo e o número do documento, seguido da

sigla do órgão que o expede, tudo alinhado à esquerda. Veja abaixo alguns

exemplos.

Memorando nº 123/2002-MF

Aviso nº 123/2002-SG

Ofício nº 123/2002-MME

Resposta – Item certo.

6. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta

está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no

Manual de Redação da Presidência da República.

Comentário – Nos documentos que seguem o padrão ofício, a indicação do

local e da data de assinatura é feita por extenso e com alinhamento à

direita, conforme o exemplo abaixo:

Brasília, 28 de abril de 2010.

Resposta – Item errado.

Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os

itens seguintes.

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7. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria

adequado substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes

expressões: dado, tendo em vista, haja vista.

Comentário – Mesmo em se tratando de documentos oficiais, a linguagem

dos textos deve sempre pautar-se pelo padrão culto, formal da língua. Não é

aceitável, portanto, que neles constem coloquialismos ou expressões de uso

restrito a determinados grupos, que comprometeriam sua própria

compreensão pelo público. Acrescente-se que indesejável é também a

repetição excessiva de uma mesma palavra quando há outra que pode

substituí-la sem prejuízo ou alteração de sentido.

A expressão “haja visto” não está de acordo com as normas de

concordância da Língua Portuguesa. O segundo elemento, “visto”, é

invariável e permanece vista, independentemente do termo a que se refere.

Sendo assim, a substituição por “haja vista” é mais do que adequada. Ela é

necessária.

As demais expressões sugeridas pela banca examinadora também

trazem a noção de causa ou motivo daquilo que é declarado anteriormente.

Portanto são equivalentes semanticamente à expressão “haja vista”.

Note ainda a concordância em masculino singular do vocábulo

“dado” com o substantivo “amor”.

Resposta – Item certo.

8. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio

“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de

forma redundante por estar antecedido do advérbio “também”.

Comentário – Um bom texto deve ser pautado também pela concisão e

objetividade, características importantes das correspondências oficiais.

Conciso e objetivo é o texto que transmite um máximo de

ideias com um mínimo de palavras. Significa dizer que o redator deve

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eliminar palavras inúteis, redundantes, passagens que nada acrescentam ao

que já foi dito.

Isso diz respeito à economia linguística, que não deve ser

confundida com a economia de pensamento. Logo, as informações

essenciais de um texto não devem ser suprimidas simplesmente para

torná-lo menor.

Ressalte-se ainda que chavões, jargões, clichês e outras

repetições supérfluas devem ser evitados, tais como:

- Aproveitamos o ensejo/a oportunidade;

- Estamos a sua inteira disposição para quaisquer

esclarecimentos;

- Sem mais nada para o momento;

- Tem a presente a finalidade de;

- Vimos por meio desta;

- Outrossim/destarte/mui

- De posse de seu ofício.

Resposta – Item certo.

9. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem (...) por meio

desta”, utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada

redundante em comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado

quando se quer assegurar o entendimento correto do texto.

Comentário – Releia o que foi dito no comentário anterior e saiba que o

que contribui para o correto entendimento do texto são a clareza, a

concisão, a observância das normas gramaticais, a coerência das

informações transmitidas, a preferência pela construção de períodos curtos e

de frases na ordem direta.

Resposta – Item errado.

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Julgue os itens de 10 a 14 quanto ao emprego da norma escrita formal

em comunicações oficiais.

10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas

como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os

recursos de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação

é importante.

Comentário – Como já comentei aqui, a escrita correta dos vocábulos e as

construções sintáticas em conformidade com as normas gramaticais devem

nortear a elaboração de qualquer texto. Isso inclui os textos elaborados pela

Administração Pública.

O primeiro período apresentado no comando da questão está

correto em todos os aspectos. Note o emprego da preposição “de” antes do

pronome relativo “que”. Ela surge para atender a regência da forma verbal

“dispõe” (quem dispõe, dispõe de algo). Nas orações subordinadas

adjetivas, a preposição exigida pelo verbo deve anteceder o pronome

relativo, a exemplo do que ocorreu em “1”.

Correto também está o segundo período. Observe agora a

ausência da preposição regida pela forma verbal “insiste” (quem insiste,

insiste em algo). Ocorre que a preposição exigida pelo verbo da oração

principal (“O governo insiste”) tem seu emprego facultado diante de orações

subordinadas substantivas objetivas indiretas (“que a negociação é

importante).

Resposta – Item correto.

11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é

desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período

com a construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a

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iniciá-lo com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações

oportunamente”.

Comentário – Toda regra contida na gramática normativa emprega-se

também nos documentos oficiais. As regras que tratam de colocação dos

pronomes oblíquos átonos são exemplos disso.

Lembre-se de que a mesóclise é o emprego do pronome

oblíquo átono no interior do verbo, assinalado na escrita pela presença de

dois hifens, um antes e outro depois (“Enviar-lhe-emos”). Ocorre com

verbos flexionados no futuro do presente e no futuro do pretérito do modo

indicativo, desde que não haja palavra atrativa que force o pronome a

ocupar posição anterior ao verbo, isto é, posição proclítica (Não lhe

enviaremos...)

Resposta – Item errado.

12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção

semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos:

Optou-se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao

Estado de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo

atendente de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se

acirrada quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.

Comentário – Devemos tomar cuidado com palavras parecidas na grafia e

na pronúncia, mas com sentidos diferentes. Elas são conhecidas por

parônimos.

A primeira palavra sublinhada (“dissensão”) significa, de

acordo com o dicionário Houaiss:

1 falta de concordância a respeito de (algo); divergência,

discrepância

2 estado de litígio; desavença, conflito, disputa

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Ex.: as d. entre os nobres na Idade Média prejudicavam o

povo

3 característica daquilo que discrepa; oposição

Para ter coerência, a informação transmitida deveria trazer a

palavra descenção, cujo significado é, ainda de acordo com o mesmo

dicionário:

ato, processo ou efeito de descer; descenso, descida

1 movimento descendente; descida, deposição

2 efeito desse movimento

Ex.: a D. da Cruz (falando de Jesus Cristo, p.ex.)

3 Estatística: pouco usado.

decrescimento, decréscimo, diminuição

Ex.: a d. de um índice econômico

4 ato ou efeito de declinar, cair

Ex.: d. do sol no horizonte

5 Rubrica: geografia.

O vocábulo “distinção”, que expressa as ideias abaixo, está

empregado adequadamente:

3 boa educação; elegância, finura, discrição

Ex.: todos elogiaram a simpatia e a d. da anfitriã

4 maneira honesta, correta e impecável de proceder

Ex.: pode confiar nesta oficina, o dono age sempre com a

maior d.

Por último, a palavra “distensões”, em um contexto

sócio-político, significa “diminuição ou término das tensões entre países,

entre a população, ou parte dela, e o governo, entre grupos dentro de uma

sociedade etc.” Melhor seria, portanto, empregar o vocábulo “dissensões”.

Resposta – Item errado.

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13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como

norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se

sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No

entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do

texto, recomenda-se manter a repetição.

Comentário – A inteligibilidade do texto oficial diz respeito à clareza e à

objetividade da linguagem usada. A necessidade de empregar determinado

nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do

próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua

finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo,

ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o

funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se, em sua

elaboração, for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os

expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e

objetividade.

As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser

compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse

objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados

grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação

restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem

sua compreensão dificultada.

Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a

língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma

imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com

outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a

entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por

essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as

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transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas

de si mesma para comunicar.

A língua escrita, como a falada, compreende diferentes

níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a

um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que

incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer

jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico

correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao

uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.

O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter

impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e

concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de

que o padrão culto é aquele em que

a) se observam as regras da gramática formal, e

b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos

usuários do idioma.

É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do

padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das

diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos

vocabulares, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida

compreensão por todos os cidadãos.

Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a

simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de

expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de

linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de

linguagem próprios da língua literária.

Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um

“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e

comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de

determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das

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formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a

utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,

como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão

limitada.

A linguagem técnica deve ser empregada apenas em

situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos

rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada

área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles

familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em

comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em

expedientes dirigidos aos cidadãos.

Resposta – Item certo.

14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os

homônimos destacados em negrito no seguinte período: A

administração de um medicamento raramente prescrito no Brasil

acabou de ser proscrita nos EUA.

Comentário – Recorramos novamente ao dicionário Houaiss. O vocábulo

“prescrito” foi adequadamente empregado com a acepção de “ordenado

explicitamente”, “que se prescreveu”. A expressão “proscrita” significa a

qualidade daquilo que foi “proibido, censurado, interdito”. Portanto, também

é coerente com o significado do texto.

Faço aqui apenas uma observação. Essas palavras não são

“homônimos”, mas sim parônimos. Lembre-se de que homônimos têm a

pronúncia ou a grafia iguais.

ascender (elevar-se) / acender (atear fogo): homônimos

homófonos (mesma pronúncia)

pelo (forma verbal, pronúncia aberta) / pelo (substantivo,

pronúncia fechada) – homônimos homógrafos

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Há ainda os homônimos perfeitos, palavras que possuem a

pronúncia e a grafia iguais, mas continuam com significados distintos.

são (forma verbal) / são (qualidade de quem está bem de

saúde)

Parônimos são palavras que possuem tudo distinto:

pronúncia, grafia e significado, exatamente como ocorre em relação às

palavras em negrito no enunciado.

Resposta – Item certo, conforme o gabarito oficial. Julgo que seria melhor

anular a questão.

A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e

cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser

empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de

tratamento “Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino

os adjetivos que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte

enunciado: “Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada

para presidir a sessão.”

Comentário – Veja na tabela abaixo que a pessoa ocupante de cargo de

senador(a) da República também faz jus ao tratamento de Vossa ou Sua

Excelência. No primeiro caso, a correspondência deve ser dirigida

diretamente a ela (como no item que estamos analisando). Se a

correspondência não for endereçada à própria pessoa, mas falar a respeito

dela, a forma correta é Sua Excelência.

AUTORIDADES FORMA DE

TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO ENVELOPE

Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União;

Vossa ou Sua Excelência

V. Ex.ª Senhor + cargo

A Sua Excelência o Senhor Nome Cargo Instituição Endereço Cep – Cidade. UF

Para Ministros:

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Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.

A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado (seguido da respectiva pasta) Cep – Cidade. UF

Para Deputados e Senadores: A Sua Excelência o Senhor Deputado ou Senador Fulano de Tal Câmara ou Senado Federal Cep – Cidade. UF

Para Juízes: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Endereço

A respeito do vocativo, é importante dizer que ele consta

tanto no ofício quanto no aviso, mas não aparece no memorando.

Lembram-se de que esses três tipos de documentos constituem, quanto à

forma, o padrão ofício? Pois é, o vocativo é uma parte do expediente oficial

que não é comum a todos eles.

O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos

chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal

Federal.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo

Senhor, seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador,

Senhor Juiz,

Senhor Ministro,

Senhor Governador,

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Os pronomes de tratamento apresentam peculiaridades

quanto à concordância. Os adjetivos referidos a esses pronomes devem

coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que

compõe a locução. Se nosso interlocutor for homem, o correto será “Vossa

Excelência ficará satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência ficará

satisfeita”.

Em relação à concordância verbal, embora os pronomes de

tratamento se refiram à segunda pessoa gramatical (com quem se fala, ou a

quem se dirige a comunicação), eles levam a concordância para a terceira

pessoa: “Vossa Excelência ficará satisfeita”.

Também os pronomes possessivos referidos a pronomes de

tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Excelência ficará

satisfeita se seus projetos forem aprovados?”.

Resposta – Item certo.

16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando

urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo

recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de

rosto), no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.

Comentário – Fax é a modalidade de comunicação que deve ser utilizada

na transmissão e recebimento de assuntos oficiais de extrema urgência e

para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há

premência, quando não há condições de envio do documento por meio

eletrônico.

Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia

xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se

deteriora rapidamente.

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É conveniente o envio, juntamente com o documento

principal, de folha de rosto, ou seja, de pequeno formulário com os dados de

identificação da mensagem a ser enviada.

Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela

via e na forma de praxe.

Sobre o correio eletrônico, saiba que, nos termos da

legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor

documental e para que possa ser aceita como documento original, é

necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente,

na forma estabelecida em lei.

O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser

preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do

destinatário quanto do remetente.

Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado,

preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum

arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.

Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de

confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem

pedido de confirmação de recebimento.

Não há estrutura definida para e-mail, entretanto, deve-se

evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.

Resposta – Item certo.

17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira

providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o

seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede

deferimento.

Comentário – A banca examinadora misturou, com a intenção de confundir

os candidatos, relatório com requerimento.

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Relatório não é documento adequado para se pleitear nada.

Ele serve para expor à autoridade superior a execução de trabalhos

concernentes a certos serviços ou a execução de serviços inerentes ao

exercício do cargo em determinado período.

Requerimento é o instrumento por meio do qual o

interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do qual se

julga detentor. Seu fecho é composto pela expressão “Nesses termos, pede

deferimento”.

Resposta – Item errado.

Considere que um servidor do Detran/DF tenha redigido um

documento oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no

órgão e que o trecho abaixo componha tal documento.

Memo n.o 6/DIR

Em 8 de março de 2009.

Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,

Convido Vossa Excelência para proferir palestra na

sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso

país para melhorar as condições de trânsito nas grandes

cidades.

Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.

18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma

memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma

comunicação curta.

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Comentário – O memorando caracteriza-se, sobre tudo pela simplicidade e

concisão na redação e também no trâmite. Não é de estranhar, portanto,

que os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e,

em caso de falta de espaço, em uma folha de continuação. Todavia o

memorando é um tipo de correspondência interna, empregada entre

unidades administrativas de um mesmo órgão, sem restrições hierárquicas e

temáticas. Melhor seria que o documento utilizado fosse um ofício ou mesmo

uma carta.

Ofício é documento destinado à comunicação oficial entre

órgãos da administração pública e de autoridades para particulares. Trata-se

de documento formalmente semelhante ao memorando; contudo a diferença

básica entre eles é o destino: enquanto o ofício tem por finalidade a

comunicação externa, o memorando é uma comunicação interna.

Carta é forma de correspondência com personalidade pública

ou particular, utilizada para fazer solicitações, convites, externar

agradecimentos ou transmitir informações. As cartas, em princípio, não

devem ser numeradas sequencialmente, à exceção das unidades

organizacionais que as utilizam, com frequência, em caráter oficial

(geralmente nas correspondências com particulares ou empresas).

Recomenda-se que a estruturação seja semelhante à do ofício.

Resposta – Item errado.

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do

memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.

Comentário – Quanto à sua forma, o memorando segue o modelo do

padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser

mencionado pelo cargo que ocupa. Nele não há vocativo.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

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Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do

padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido

de vírgula.

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Senhora Ministra,

Senhor Chefe de Gabinete,

Resposta – Item errado.

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o

emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o

tratamento empregado foi Vossa Excelência.

Comentário – Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)

embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se

fala, ou a quem se dirige à comunicação), levam a concordância para a

terceira pessoa.

Vossa Senhoria nomeará o seu substituto.

Vossa Excelência conhece o assunto.

Resposta – Item errado.

Eis abaixo um quadro-resumo das principais características de

alguns documentos oficiais. Leia-o com atenção, comparando as

semelhanças e diferenças entre eles.

Em seguida, apresento modelos das correspondências oficiais

comentadas nos exercícios anteriores.

Ofício

Expedido por e para as

demais autoridades

(órgãos distintos)

Expedido também para

particulares.

Quando o ofício for

endereçado a mais de um

destinatário, chama-se

ofício-circular.

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Aviso

Expedido exclusivamente

por ministros de Estado

para autoridade de

mesma hierarquia.

Memorando

Comunicação entre

unidades administrativas

de um mesmo órgão

(comunicação interna).

Possui caráter

administrativo.

Empregado para expor

projetos, idéias,

diretrizes, etc. a serem

adotados por

determinado setor

público.

Marcado pela agilidade na

tramitação e simplicidade

burocrática. Os despachos

devem se dados no próprio

documento ou em folha de

continuação.

Exposição de Motivos

Expedido por Ministro.

Dirigido ao presidente ou

ao vice-presidente da

República.

Serve para:

a) informar determinado

assunto;

b) propor alguma

medida;

c) submeter projeto de

ato normativo.

Se envolver mais de um

Ministério, será assinada

por todos os envolvidos

(interministerial)

Segue o padrão ofício se

for informativo.

Se for para propor alguma

medida ou submeter

projeto de ato normativo,

é acompanhado de anexo

em modelo específico.

Ata

Registro sucinto de fatos,

ocorrências, resoluções e

decisões de uma

assembléia, sessão ou

reunião.

Devem-se evitar as

abreviaturas, e os

números são escritos por

extenso.

Escreve-se tudo

seguidamente (não há

divisões de parágrafos),

sem rasuras, emendas ou

entrelinhas.

Verificando-se qualquer

engano no momento da

redação, deverá ser

imediatamente retificado

empregando-se palavras

retificadoras: “digo”

Na hipótese de qualquer

omissão ou erro depois de

lavrada a Ata, far-se-á

uma ressalva: “em

tempo”. “Na linha..........,

onde se lê......, leia-

se..........”.

Assinam: presidente,

secretário e membros (as

assinaturas destes podem

constar em uma lista ou

livro de presenças)

Mensagem

Instrumento de

comunicação entre os

chefes dos Poderes.

Obs.: minuta de

mensagem pode ser

encaminha pelos

Ministérios à Presidência

da República, a cuja

acessórias caberá a

redação final.

Mensagens mais usuais

expedidas pelo Executivo

ao Congresso Nacional:

a) encaminhamento de

projeto de lei; b)

encaminhamento de

medida provisória; c)

indicação de autoridades

(o currículo do indicado,

devidamente assinado,

acompanha a

mensagem); d) pedido

de autorização para o

Presidente ou o Vice-

Presidente se ausentarem

do País por mais de 15

dias; e) encaminhamento

A mensagem, como os

demais atos assinados pelo

presidente da República,

não traz identificação de

seu signatário.

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de atos de concessão e

renovação de concessão

de emissoras de rádio e

TV; f) encaminhamento

de prestação de contas de

exercício anterior; g)

mensagem de abertura

da sessão legislativa (o

portador da mensagem é

o Chefe da Casa Civil e

vai encadernada em

forma de livro para todos

os congressistas); h)

comunicação de sansão

(dirigida aos membros do

Congresso, por meio de

Aviso ao primeiro

secretário da Casa); i)

comunicação de veto

(dirigida ao presidente do

Senado).

Telegrama

Trata-se de forma de

comunicação dispendiosa

aos cofres públicos e

tecnologicamente

superada.

Seu uso restringe-se aos

casos em que:

a) não seja possível o uso de fax;

b) não seja possível o uso de correio eletrônico; e

c) a urgência justifique.

Não há padrão rígido; sua

forma e estrutura seguem

os formulários disponíveis

nas agências dos Correios

e em seu sítio na Internet.

Fax

Para transmissão

antecipada de mensagens

e documentos urgentes,

quando não é possível o

envio deles por correio

eletrônico.

O documento original,

quando necessário, deve

seguir posteriormente

pela via e na forma

normal.

O arquivamento, se

necessário, deve ser feito

com cópia do fax, pois o

papel do próprio fax se

deteriora rapidamente.

Correio Eletrônico

Principal forma de

comunicação para

transmissão de

documentos, em virtude

do baixo custo e da

celeridade.

Flexibilidade: não

interessa definir forma

rígida para sua estrutura.

Obs 1.: deve-se evitar o

uso de linguagem

incompatível com uma

comunicação oficial.

Obs. 2: o campo

“assunto” deve ser

preenchido de modo a

facilitar a organização

documental tanto do

destinatário quanto do

remetente.

A mensagem que

encaminha algum anexo

deve fornecer informações

mínimas sobre o conteúdo

dele.

Para os arquivos

anexados, deve ser

utilizado,

preferencialmente, o

formato Rich Text.

Sempre que disponível,

utilizar o recurso de

“confirmação de leitura”.

Caso não seja possível,

pedir confirmação de

recebimento.

Nos termos da legislação

em vigor, é necessário

existir certificação digital

do remetente para que a

mensagem tenha valor

documental.

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[Ministério]

[Secretaria/Departamento/Setor/Entidade] 5 cm [Endereço para correspondência].

[Endereço - continuação] [Telefone e Endereço de Correio Eletrônico]

Ofício no 524/1991/SG-PR Brasília, 27 de maio de 1991.

A Sua Excelência o Senhor Deputado [NOME] Câmara dos Deputados 70.160-900 – Brasília – DF Assunto: Demarcação de terras indígenas Senhor Deputado, 2,5 cm 1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama no 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta no 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto no 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).

2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características sócio-econômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto no 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1o, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente.

1,5

cm

3cm

 

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3,5 cm 4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.

5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas.

6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade.

Atenciosamente,

[NOME] [Cargo]

2

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TIMBRE

Aviso no 45/1991/SCT-PR

Brasília, 27 de fevereiro de 1991.

A Sua Excelência o Senhor FULANO DE TAL Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPO Esplanada dos Ministérios, Bloco K 70.068-900 – Brasília – DF Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor público. Senhor Ministro, 1. Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital.

2. O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgão Públicos, instituído pelo Decreto no 99.656, de 26 de outubro de 1990. Atenciosamente,

BELTRANO Ministro de Minas e Energia

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TIMBRE

Memorando nº 118/1991/DJ Em 12 de abril de 1991.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Assunto: Instalação de microcomputadores

1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento. 2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos, e outro gerenciador de banco de dados. 3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito. 4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados. Atenciosamente,

[NOME do signatário] [Cargo do signatário]

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TIMBRE

Carta no 13/2009/SPC

Brasília, 1º de fevereiro de 2009.

A Sua Senhoria o Senhor FULANO DE TAL Diretor Financeiro Junco Agronegócios LTDA Rua Oligário Nunes, 125 – São José 39.470-000 – Itacarambi–MG Assunto: Inauguração do edifício-sede Senhor Diretor, Convido Vossa Senhoria para participar da solenidade de inauguração do edifício-sede da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, localizado na Praça dos Três Poderes, lote 171, Eixo Monumental, no dia 29 de fevereiro de 2009, às 12 horas.

Atenciosamente,

ROLANDO LERO Procurador-Geral da Justiça

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Vocativo + cargo + órgão (Magnífico Reitor da Universidade de Brasília), NOME DO REQUERENTE, demais dados de qualificação, requer (objetivo e fundamento legal).

Nesses termos, pede deferimento.

Local, data por extenso.

NOME DO REQUERENTE Cargo ou função, se for servidor público

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RELATÓRIO (ou RELATÓRIO DE...)

Senhor Diretor-Geral, Tendo sido designado para apurar a denúncia de irregularidades na licitação pública nº 123, que visa a renovar a frota de veículos deste órgão, de acordo com a portaria nº 2020, de 31 de janeiro de 2006, submeto à apreciação de Vossa Senhoria o relatório das diligências que efetuei.

Em 10 de setembro de 2005, dirigi-me à chefe da seção de Compras, senhora FULANA DE TAL, para inquirir os funcionários BELTRANO e SICRANO, acusados de fraudar o processo de licitação mencionado no parágrafo acima em favor da empresa ROBAUTO VEÍCULOS LTDA, que venceu a concorrência, embora tenha cotado o preço dos automóveis com um ágio de trinta por cento em relação ao valor de mercado.

No inquérito a que se procedeu, ressalta-se a culpabilidade do servidor BELTRANO, sobre quem recaem evidências de ter fraudado o processo licitatório, já que foi ele a pessoa encarregada de abrir os envelopes das empresas perdedoras.

Conforme se apurou também, o senhor SICRANO tem sua parcela de responsabilidade no caso, tendo em vista que se omitiu, sendo negligente no exercício de suas funções. Como membro da Comissão de Lcitações, devia estar presente na hora da abertura dos envelopes, o que não ocorreu.

Do que foi exposto, conclui-se que se instaure imediatamente um processo administrativo.

É o relatório.

Brasília, 13 de junho de 2009.

NOME DO RELATOR Cargo ou função

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Continuaremos a analisar algumas questões de provas

antrioremtne elaborads pelo Cespe. Mas agora serei mas sucinto ao

comentá-las. Você perceberá que a forma muda, entretanto a essência é a

mesma.

Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizar-

se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,

concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da

Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes

apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado certo se atender

ao citado requisito, ou errado, em caso negativo.

21. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos

à uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos

direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação

ao que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma

maior consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar

os direitos humanos para todos.

Comentário – O acento grave em “à uma evolução” está incorreto, pois a

crase não ocorre diante de palavra de sentido indefinido. Em “que era a

sessenta anos”, a ideia é de tempo decorrido e a forma há deveria ter sido

usada em vez da forma “a”. O outro problema está na expressão “tudo que

ver”; o certo é tudo a ver.

Resposta – Item errado.

22. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos

humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência

geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,

interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente

sustentáveis.

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Comentário – Há um erro de concordância verbal indicado por meio do

acento empregado na forma “têm-se”. O núcleo do sujeito desse verbo é um

termo singular (“legislação”), portanto o acento deve ser eliminado.

Lembre-se disso: ele tem/vem – eles têm/vêm. Em “os direitos humanos é

reconhecido”, também há erro de concordância verbal. Agora o verbo foi

flexionado no singular (“é”) quando o certo seria no plural (são), em virtude

do núcleo do sujeito (“direitos”). Além disso, o particípio “reconhecido”

deveria concordar em número (reconhecidos) com o núcleo do sujeito.

Resposta – Item errado.

Espero que tenha ficado claro para você que questões sobre

redação oficial podem abordar aspectos gramaticais também, pois o texto

admiistrativo requer, entre outros cuidados, correção gramatical.

Veja outras questões.

Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a

seguir.

23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,

memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre

outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão,

que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do

documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que

o emite.

Comentário – O item está de acordo com o que prevê, por exemplo, o

Manual de Redação da Presidência da República. Veja, a título de

exemplificação, os modelos de documentos incluídos neste material. Quanto

à exposição de motivos, ela segue o padrão ofício (releia o quadro-resumo).

Resposta – Item certo.

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24. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os

espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento

oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte

trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.

(...)

4. Por fim, por oportuno informamos que as

providências tomadas, e aqui mencionadas,

também já são do conhecimento das partes

envolvidas.

Atenciosamente

[assinatura]

Pedro Álvares Cabral

Chefe da seção de logística

e distribuição de pessoal (SLDP).

Comentário – O parágrafo carece de objetividade, de concisão. Expressões

como por oportuno; sem mais para o momento, nada mais havendo para

tratar; com elevados protestos de estima e consideração etc. devem ser

dispensadas. O segmento “e aqui mencionadas” é redundante e foge à

objetividade do texto administrativo. O fecho “Atenciosamente” é impróprio,

pois a comunicação é do chefe de uma seção ao seu diretor. Isso demonstra

a diferença de hierarquia entre eles. O correto é Respeitosamente. A

centralização do fecho é outro erro. Ele deve ser alinhado à esquerda, na

direção do início do parágrafo. O nome do signatário (aquele que

assina/emite o documento) é grafado em letras maiúsculas (PEDRO

ÁLVARES CABRAL). A designação do cargo é feita apenas com as iniciais

maiúsculas (Chefe da Seção de Logística e Distribuição de Pessoal),

sem a indicação da sigla do setor e sem ponto final.

Resposta – Item errado.

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Multas

1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.

Isto prova que as coisas não vão bem.

E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas

4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que

produziram soma considerável para um orçamento exíguo

referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas

7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a

sofrer a opressão dos que vão trepando.

Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não

10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.

Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o

proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor

13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.

Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

25. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que

envolve o texto como referência e considerando as recomendações

atuais para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra,

assinale a opção correta.

(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento

do relatório ao governador.

(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador do

estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.

(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho

adequado para o documento de encaminhamento do relatório a

expressão Com elevados protestos de estima e consideração.

(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:

A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.

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Fulano de Tal

Governador do estado de Alagoas

(CEP) – Maceió – AL

Comentário – Alternativa B: na correspondência oficial, o vocativo inerente

a governador de estado é Senhor Governador, (seguido de vírgula). A

expressão Caro Amigo evidencia tratamento pessoal, o que o texto

administrativo não admite. A impessoalidade é uma das características da

correspondência oficial.

Alternativa C: na questão anterior eu mencionei algumas

expressões que devem ser evitadas, ainda que alguém as utilize

frequentemente; entre elas está a que foi indicada como fecho na terceira

alternativa. Respeitosamente é o fecho adequado.

Alternativa D: a forma Excelentíssimo Senhor integra o

vocativo inerente aos chefes de Poder. Doutor é título acadêmico conferido a

quem concluiu curso universitário de doutorado, e não pronome de

tratamento; seu uso indiscriminado constitui erro. No envelope, o

endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por

Vossa Excelência é:

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Cargo

CEP – Cidade. UF (repare que não há parênteses no código

de endereçamento postal).

Resposta – A

26. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas

relativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado

ou uma declaração da maneira apresentada a seguir.

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Atenciosamente,

(assinatura)

Fulano de Tal

Brasília, 15 de março de 2009

Comentário – Atestado administrativo é o ato pelo qual a Administração

comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus

órgãos competentes. Eis a sua estrutura:

TÍTULO: ATESTADO (em maiúsculas e centralizado, sobre o texto).

TEXTO: exposição do fato.

LOCAL E DATA: por extenso.

ASSINATURA: titular da unidade organizacional correspondente ao assunto

tratado.

ATESTADO

Atesto para fins de prova junto ao(à) ......................(entidade)

............................... que o Sr. .........................................., ocupante do

cargo.............................., para o qual foi nomeado por...........................,

não responde a processo administrativo.

Brasília, ....... de..................... de....... .

espaço para assinatura

(nome com letras maiúsculas)

(cargo do signatário com letras iniciais maiúsculas)

Semelhantemente, a declaração também não comporta na

sua parte final os fechos Atenciosamente e Respeitosamente (comuns no

memorando, ofício, aviso, exposição de motivos). Nela, a data também vem

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antes da assinatura do titular da unidade organizacional; ambas vêm

centralizadas.

Resposta – Item errado.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO

DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO

1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do

Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de

200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de

dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.

2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de

2001 e disporá sobre as normas de realização do concurso.

Joaquim José da Silva Xavier

Presidente do concurso

A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.

27. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo

do documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais

ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,

escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e

singulares.

Comentário – Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de

obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúscula (caixa alta) é

convencionalmente usada na grafia de:

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• nomes próprios e de sobrenomes (José Ferreira) de cognomes (Ivan, o

Terrível);

• alcunhas (Sete Dedos); de pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes

dinásticos (os Médici);

• topônimos (Brasília, Paris);

• regiões (Nordeste, Sul);

• nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação

Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas

Americanas);

• nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia

Militar);

• nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo);

• nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de

Novembro);

• designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de

unidades da Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);

• nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);

• nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou

político-administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);

• nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário

Alvim);

• nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício

Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja da

Sé);

• nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda);

• nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (“A Terra gira

em torno do Sol”);

• nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea,

Lei Afonso Arinos).

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A letra minúscula (comumente chamada de caixa baixa),

além de sempre usada na grafia dos termos que designam as estações do

ano, os dias da semana e os meses do ano, é também usada na grafia

de(a):

• cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários (comendador,

cavaleiro); axiônimos correntes (você, senhor); culturais (reitor,

bacharel); profissionais (ministro, médico, general, presidente,

diretor); eclesiásticos (papa, pastor, freira);

• gentílicos e de nomes étnicos (franceses, paulistas, iorubas);

• nome de doutrina e de religiões (espiritismo, protestantismo);

• nome de grupo ou de movimento político e religioso (petistas,

umbandistas);

• palavra governo (governo Fernando Henrique, governo de São Paulo);

• termos designativos de instituições, quando esses não estão

integrados no nome delas: A Agência Nacional de Águas tem por

missão (...), no entanto, a referida agência não exclui de suas metas

os compromissos relacionados a...;

• nome de acidente geográfico que não seja parte integrante do nome

próprio: rio Amazonas, serra do Mar, cabo Norte (mas, Cabo Frio, Rio

de Janeiro, Serra do Salitre);

• prefixo: ex-Ministro do Meio Ambiente, ex-Presidente da República;

• nome de derivado: weberiano, nietzschiano, keynesiano, apolíneo;

• pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o norte de Minas

Gerais, o sul do Pará – observe: “É bom morar na Região Norte do

Brasil, mas muitos preferem o sul de São Paulo”.

Resposta – Item errado.

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28. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo

nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade

exigido nos documentos oficiais.

Comentário – Não há como omitir o nome do signatário. A identificação

dele se dá por meio do nome, da assinatura e do cargo que ocupa. A

impessoalidade decorre de princípio constitucional (CF, art. 37), cujo

significado remete a dois aspectos: o primeiro prende-se à obrigatoriedade

de que a administração proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar a

ninguém, individualmente, já que o seu norte é, sempre, o interesse

público; o segundo sentido é o da abstração da pessoalidade dos atos

administrativos, pois que a ação administrativa, em que pese ser exercida

por intermédio de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade

estatal. Em outras palavras, a redação oficial é elaborada sempre em nome

do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos

cidadãos. Sendo assim, é inconcebível que os assuntos objeto dos

expedientes oficiais sejam tratados de outra forma que não a estritamente

impessoal.

Resposta – Item certo.

29. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de

outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de

tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,

provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem

ser respeitadas nos documentos oficiais.

Comentário – A concisão caracteriza-se pela utilização de palavras

estritamente necessárias: tudo que puder ser transmitido em uma frase não

deve ser dito em duas; a conceituação sintética de uma ideia é preferível à

analítica; para cada ideia, o idioma reserva pelo menos uma palavra que a

representa com precisão. Cabe ao redator encontrá-la. Detalhes irrelevantes

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são dispensáveis: o texto deve ir direto ao que interessa, sem rodeios ou

redundâncias, sem caracterizações e comentários supérfluos, livre de

adjetivos e advérbios inúteis, sem o recurso à subordinação excessiva. A

simples utilização de tempo verbal de futuro necessariamente não

caracteriza falta de concisão.

Resposta – Item errado.

30. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve

caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no

tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre

concebido como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um

órgão público.

Comentário – O item está de acordo com o Manual de Redação Oficial da

Presidência da República, que estabelece: “A redação oficial deve

caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem,

clareza, concisão, formalidade e uniformidade...”.

Resposta – Item certo.

31. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o

emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade

de se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e

não pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o

emprego dos termos técnicos próprios da área de que se trata.

Comentário – É inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos

cidadãos, o que significa que cada destinatário é considerado no momento

da elaboração do documento oficial. Diz o manual da Presidência que “A

linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam,

sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos

acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de

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difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter

o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a

outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos”.

Resposta – Item errado.

32. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é

obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a

apenas dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da

relação hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.

Comentário – Quem analisou esta questão apressadamente “escorregou”.

Diz o manual da Presidência: “Ficam excluídas dessa fórmula as

comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e

tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do

Ministério das Relações Exteriores”.

Resposta – Item errado.

Assim finalizamos este curso.

Desejo que Deus o abençoe e que você obtenha o êxito que

almeja.

Professor Albert Iglésia

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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

Texto para os itens 1 a 9

Considere que Juarez Alencar Cabral, candidato ao cargo de Analista de

Trânsito do DETRAN/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo

dos conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,

tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.

BSB, 8/3/2009.

Excelentíssima Senhorita:

1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos

preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança

férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário

público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar

a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de

vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por

esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o

noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para

se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes

do respectivo edital.

2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,

outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,

minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja

visto o grande amor que te devoto.

3. Reitero protestos de estima e consideração.

J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL

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1. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário

da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais,

que deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a

linha contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que

expede a comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento

centralizado.

2. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —

empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada

natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo

signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo

imediatamente superior.

3. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada

na carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de

pronomes de tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais,

pois compromete a modalidade de linguagem que deve ser empregada

em redação oficial.

4. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom

jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos

parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o

objetivo de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.

5. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido

em repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma

delas é a necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o

tipo e o número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o

expede.

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6. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta

está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no

Manual de Redação da Presidência da República.

Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os

itens seguintes.

7. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria

adequado substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes

expressões: dado, tendo em vista, haja vista.

8. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio

“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de

forma redundante por estar antecedido do advérbio “também”.

9. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem (...) por meio

desta”, utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada

redundante em comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado

quando se quer assegurar o entendimento correto do texto.

Julgue os itens de 10 a 14 quanto ao emprego da norma escrita formal

em comunicações oficiais.

10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas

como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os

recursos de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação

é importante.

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11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é

desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período

com a construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a

iniciá-lo com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações

oportunamente”.

12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção

semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos:

Optou-se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao

Estado de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo

atendente de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se

acirrada quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.

13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como

norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se

sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No

entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do

texto, recomenda-se manter a repetição.

14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os

homônimos destacados em negrito no seguinte período: A

administração de um medicamento raramente prescrito no Brasil

acabou de ser proscrita nos EUA.

A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e

cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser

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empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de

tratamento “Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino

os adjetivos que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte

enunciado: “Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada

para presidir a sessão.”

16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando

urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo

recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de

rosto), no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.

17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira

providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o

seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede

deferimento.

Considere que um servidor do Detran/DF tenha redigido um documento

oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no órgão e que

o trecho abaixo componha tal documento.

Memo n.o 6/DIR

Em 8 de março de 2009.

Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,

Convido Vossa Excelência para proferir palestra na

sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso

país para melhorar as condições de trânsito nas grandes

cidades.

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Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.

18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma

memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma

comunicação curta.

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do

memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o

emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o

tratamento empregado foi Vossa Excelência.

Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizar-

se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,

concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da

Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes

apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado certo se atender

ao citado requisito, ou errado, em caso negativo.

21. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos

à uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos

direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação

ao que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma

maior consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar

os direitos humanos para todos.

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22. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos

humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência

geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,

interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente

sustentáveis.

Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a

seguir.

23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,

memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre

outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão,

que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do

documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que

o emite.

24. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os

espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento

oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte

trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.

(...)

4. Por fim, por oportuno informamos que as

providências tomadas, e aqui mencionadas,

também já são do conhecimento das partes

envolvidas.

Atenciosamente

[assinatura]

Pedro Álvares Cabral

Chefe da seção de logística

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e distribuição de pessoal (SLDP).

Multas

1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.

Isto prova que as coisas não vão bem.

E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas

4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que

produziram soma considerável para um orçamento exíguo

referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas

7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a

sofrer a opressão dos que vão trepando.

Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não

10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.

Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o

proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor

13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.

Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

25. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que

envolve o texto como referência e considerando as recomendações

atuais para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra,

assinale a opção correta.

(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento

do relatório ao governador.

(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador do

estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.

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(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho

adequado para o documento de encaminhamento do relatório a

expressão Com elevados protestos de estima e consideração.

(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:

A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.

Fulano de Tal

Governador do estado de Alagoas

(CEP) – Maceió – AL

26. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas

relativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado

ou uma declaração da maneira apresentada a seguir.

Atenciosamente,

(assinatura)

Fulano de Tal

Brasília, 15 de março de 2009

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO

DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO

1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do

Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de

200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de

dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.

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2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de

2001 e disporá sobre as normas de realização do concurso.

Joaquim José da Silva Xavier

Presidente do concurso

A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.

27. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo

do documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais

ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,

escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e

singulares.

28. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo

nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade

exigido nos documentos oficiais.

29. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de

outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de

tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,

provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem

ser respeitadas nos documentos oficiais.

30. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve

caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no

tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre

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concebido como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um

órgão público.

31. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o

emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade

de se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e

não pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o

emprego dos termos técnicos próprios da área de que se trata.

32. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é

obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a

apenas dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da

relação hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.

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GABARITO

1. Item errado

2. Item errado

3. Item certo

4. Item errado

5. Item certo

6. Item errado

7. Item certo

8. Item certo

9. Item errado

10. Item certo

11. Item errado

12. Item errado

13. Item certo

14. Item certo (julgo que a

anulação seria melhor)

15. Item certo

16. Item certo

17. Item errado

18. Item errado

19. Item errado

20. Item errado

21. Item errado

22. Item errado

23. Item certo

24. Item errado

25. A

26. Item errado

27. Item errado

28. Item certo

29. Item errado

30. Item certo

31. Item errado

32. Item errado