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Por Dentro da Advocacia Pública Federal
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Com a elaboração desta pequena cartilha, a União dos Advogados Públicos Federais do Brasil – UNAFE pre-tende contribuir para um melhor entendimento sobre a Advocacia-Geral da União – AGU, o seu papel definido pela Constituição brasileira e a sua atuação e importância no dia-a-dia do cidadão brasileiro, bem como de seus agentes de atuação, os Advogados da União, os Procuradores do Banco Central, os Procuradores da Fazenda Nacional e os Procuradores Federais. Criada pela Carta Magna de 1988 e regulamentada pela Lei Complementar nº73, de fevereiro de 1993 e instala-da oficialmente em 1994, a AGU completa este ano 17 anos de funcionamento, sendo, portanto, uma instituição relati-vamente nova e que ainda promove algumas dúvidas nos cidadãos de um modo geral. Dessa forma, reitero, a diretoria da UNAFE espera estar contribuindo para que você possa entender melhor o trabalho desenvolvido pelos advogados públicos federais, designação que serve para denominar as quatro carreiras que compõem o quadro da AGU.
Luis Carlos Palacios Diretor-Geral da UNAFE
A Advocacia-Geral da Uniãono contexto constitucional
A criação da Advocacia-Geral da União - AGU foi prevista pelo consti-tuinte originário no art. 131 da Constituição de 1988, dentro do capítulo reser-vado às Funções Essenciais à Justiça, ao lado do Ministério Público - MP e da Defensoria Pública - DP. Diz o art. 131:
Art. 131. A Advocacia--Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, represen-ta a União, judicial e extra-judicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei comple-mentar que dispuser sobre sua organização e funcio-namento, as atividades de consultoria e assessora-mento jurídico do Poder Executivo.
Cons iderando--se essa preocupação dos constituintes que colocou a AGU entre as Funções Essenciais à Justiça, a primeira con-clusão a que se chega é que a instituição, defi-nitivamente, não é um órgão do Poder Exe-cutivo federal.
AGU
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Atribuições da Advocacia-Geral da União
Perceba-se que o constituinte definiu a AGU como “instituição” e não como um simples ministério. Como instituição, a AGU assume uma função au-tônoma em relação aos demais Poderes.
A Constituição brasileira também define que compete à AGU represen-tar a União, entidade que engloba os Poderes Executivo, Judiciário e Legislati-vo, além das demais Funções Essenciais à Justiça. Justamente por representar todos os poderes da República, a AGU não pode integrar ou ser subordinada a qualquer desses poderes, sob pena de se comprometer o sensível equilíbrio entre os poderes representados.
Portanto, a relação da AGU com o Poder Executivo esgota-se no dever constitucional de prestar-lhe com exclusividade as atividades de consultoria e assessoramento jurídico.
PODER LEGISLATIVO(Senado e Câmara)
PODER JUDICIARIO(Tribunais Superiores) FUNÇÕES ESSENCIAIS
PODER EXECUTIVO(Administração
Direta e Indireta)
ADVOCACIAGERAL DA UNIÃO
DEFENSORIAPÚBLICA
MINISTÉRIOPÚBLICO
UNIÃO
A Advocacia-Geral da União, enquanto instituição de Estado, tem por atribuição precípua representar a União em juízo ou fora dele. Essa missão vai muito além de simplesmente acompanhar as ações judiciais de inte-resse da União, atividade que é certamente a mais comum no dia-a-dia das Procuradorias.
No exercício da representação da União, os membros da AGU (Advo-gados da União, Procuradores da Fazenda Nacional, Procuradores Federais e Procuradores do Banco Central) são também responsáveis pelo seguinte:
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1) Promover e defender as políticas públicas essenciais para o desenvolvi-mento do Estado e bem-estar da sociedade, como as obras de infra--estrutura, os programas sociais e os investimentos em ciência e tecnologia;
2) Controlar os atos da Administração, impedin-do a prática de atos ilegais ou abusivos por parte dos agentes públicos;
3) Defender o pa-trimônio público por meio do combate à corrupção e à improbidade administrati-va, evitando a malversação ou desperdício do dinheiro público, especialmente por meio de licitações e contra-tos administrativos;
4) Conferir seguran-ça e estabilidade jurídicas para as ações governamen-tais, prestando orientação jurídica eficiente sobre a boa aplicação da Constitui-ção e das leis;
5) Promover a arre-cadação de créditos públicos, tributários e não tributários, por meio de execução fiscal;
6) Defender em juízo os agentes públicos federais de todos os pode-res da União, quando constrangidos ou ameaçados em razão do exercício de suas funções.
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Organização e funcionamento da AGU As atividades de representação judicial e extrajudicial da
União, bem como o assessoramento jurídico do poder Exe-cutivo, demandam uma complexa organização adminis-trativa de órgãos.
A União, como se viu, é formada por todos os poderes da República. No que tange ao Poder Executivo, cumpre destacar sua divisão em administração direta (ministé-rios) e indireta (autarquias, fundações e agências).
Para bem representar todos esses poderes e a admi-nistração pública em geral, os orgãos da AGU são organiza-
dos basicamente em cinco áreas de atua- ção:
1) Procuradoria da União Área de atuação: representação judicial da administração direta do Poder Executivo (Ministé-rios em geral), dos Poderes Judiciário e Legislativo e demais Funções Essenciais à Justiça.Membros: Advogados da União
2) Procuradoria da Fazenda Nacional Área de atuação: representação judicial e consultoria jurídica do Ministério da Fazenda.Membros: Procuradores da Fazenda Nacional
Os membros da AGU estão envolvidos e colaboram, através de suas atividades cotidianas, na promoção de todas as áreas de atuação do Estado, como a saúde, a educação, a previdência social, o meio-ambiente, a cultura, o esporte, as políticas urbanas, agrícolas e indígenas, a economia, entre tantas outras ações governamentais.
Como se vê, a atuação dos membros da AGU visa, em última análise, proteger valores fundamentais do povo brasileiro, buscando a plena realização do Estado Democrático de Direito.
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AGU a outros órgãos Devida a estreita relação com o Poder Executivo, alguns órgãos da AGU possuem dupla vinculação: funcional e administrativa.
Todos os órgãos são funcionalmente vinculados à própria AGU, de modo que, técnica e juridicamente, todos os membros da instituição estão subordinados exclusivamente ao Advogado-Geral da União.
A par dessa vinculação funcional, a Procuradoria da Fazenda, do Ban-co Central e as Consultorias Jurídicas são vinculadas administrativamente às entidades que representam. Assim, a Procuradoria da Fazenda é vinculada administrativamente ao Ministério da Fazenda; a Procuradoria do Banco Central é vinculada administrativamente ao Banco Central; e as Consultorias Jurídicas são vinculadas administrativamente aos respectivos Ministérios.
Essa vinculação administrativa implica basicamente o dever das entidades representadas de prover os recursos humanos, mate-riais e orçamentários necessários ao regular funcionamento das Pro-curadorias e Consultorias.
3) Procuradoria FederalÁrea de atuação: representação judicial e consultoria ju-rídica da administração indireta do poder Executivo (au-tarquias, fundações e agências em geral).Membros: Procuradores Federais
4) Procuradoria do Banco CentralÁrea de atuação: representação judicial e consultoria ju-
rídica do Banco Central.Membros: Procuradores do Banco Central.
5) Consultorias Jurídicas Área de atuação: consultoria jurídica da administração direta do poder Executivo (Ministérios, exceto Ministério da Fazenda e Banco Central).Membros: Advogados da União
Vinculações dos órgãos da
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A vinculação administrativa, especialmente a dependência financeira, impõe, na prática, uma inadequada subordinação desses órgãos da AGU aos entes representados. Por essa razão, a UNAFE propôs uma Ação Direta de In-constitucionalidade pretendendo sejam declarados inconstitucionais os dispo-sitivos legais que estabelecem essa dupla vinculação (ADIN nº. 4297/DF).
AGU
PGU
PGFPGFN
PGBACEN CGU
PGU - Procuradoria-Geral da União: vinculada administrativamente a AGU;
AGU - Advocacia-Geral da União
PGF - Procuradoria-Geral Federal: vinculada administrativamente às entidades da administração indireta;
CGU - Consultoria-Geral da União: vinculada administrativamente aos ministérios;
PGFN - Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional: vinculada administrativamente ao Minstério da Fazenda.
PGBACEN - Procuradoria-Geral do Banco Central: vinculada administrativamente ao Banco Central;
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• Democracia plena, efetiva e participativa;
• Renovação periódica de poder, limitação de reeleição e alternância de gestão;
• União, igualdade, respeito e harmonia entre todos os Advogados Públicos Federais;
• Pluralismo político, respeito aos posicionamentos diversos e tolerância às diferenças;
• Respeito absoluto ao ordenamento jurídico da República Federativa do Brasil;
• Eficiência, impessoalidade, moralidade, legalidade, publicidade e probidade no trato da coisa pública.
Resumo histórico A UNAFE surgiu do pensamento de um grupo de Advogados Públicos Federais conven-cidos da necessidade da atuação unida das car-reiras da AGU e da defesa de uma Advocacia de Estado. Isso sem deixar de lado o comprome-timento com a Constituição Federal e as leis do país e, também, com a viabilização jurídica das políticas públicas do Estado brasileiro. Criada no dia 06 de junho de 2006, a UNAFE completará cinco anos de existência e encontra-se atualmente em sua terceira diretoria, eleita de forma democrática pela maioria de seus associados e composta por Advogados da União, Procuradores da Fazenda Na-cional e Procuradores Federais. Por determinação de seu estatuto, o dirigente máximo da entida-de é designado de “Diretor-Geral”, o equivalente a presidente de qual-quer outra entidade.
Valores e princípios
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Objetivos fundamentais 1º A edificação corporativa e institucional da AGU, ou seja, a Advocacia-Geral da União do futuro deve garantir a realização profissional e material dos seus Membros;
2º A promoção da defesa dos Advogados Públicos Federais. Para isso, a Advocacia Pública Federal precisaria de uma associação com dirigentes independentes e profissionais, sem quaisquer vínculos com a direção da AGU ou do governo federal, livres para atuar, sempre que algum de seus membros fosse violado em suas garantias e prerrogativas.
3º A transformação da Advocacia Pública Federal em instrumento da sociedade brasileira para a consolidação dos valores democráticos e republi-canos em nosso país, uma vez que participamos direta e decisivamente da for-mulação e da implementação de todas as políticas públicas do Estado brasilei-ro, seja orientando o governo na formatação jurídica das suas políticas, seja defendendo tais políticas junto ao Judiciário, no exercício da representação judicial e extrajudicial dos Três Poderes da República.
UNAFEBiênio 2010 - 2012
DIRETORIA COLEGIADALuis Carlos Rodriguez Palacios Costa - Diretor-Geral
Simone Andréa Pinto Ambrósio Fagá - Diretora de Administração e PatrimônioGina de Oliveira Mello - Diretora Financeira
Gustavo Leonardo Maia Pereira - Diretor de Relações InstitucionaisLeandro Garcia Machado - Diretor de Comunicação e Imprensa
Helena Dias Leão Costa - Diretora da 1.ª RegiãoDianny Silveira Gomes Barbosa - Diretor da 2.ª RegiãoPedro Melo Pouchain Ribeiro - Diretor da 3.ª Região
Márcio do Espírito Santo Rocha - Diretor da 4.ª RegiãoDaniel Viana Teixeira - Diretor da 5.ª Região
CONSELHO FISCALDavi Monteiro Diniz
Guilherme Manoel da SilvaLincoln Schroeder Sobrinho
Douglas Henrique Marin dos Santos (suplente)Marcos Antônio Ribeiro Silva Galdino (suplente)
DELEGADOS ESTADUAISAL - Gustavo André Costa de FrançaBA - Wenderson Gagliano de AlvarengaCE - Lana Mara Pessoa de MouraCE - Helton Heládio Costa Lima Sales (suplente)DF - Gustavo Augusto Freitas de LimaES - Thiago Costa BolzaniES - Vilmar Lobo Abdalah Júnior (suplente)MG - Alex Pereira FrancoMG - Marcelo Malheiros Cerqueira (suplente)PA - Aldenor de Souza Bohadana FilhoPE - Suzana de Souza TimesPI - George Barbosa Jales de CarvalhoPI - Paulo de Tarso Lages Cavalcanti Filho (suplente)
RJ - Sídali João de Moraes Guimarães FilhoRJ - Istvan Nunes LakiRJ - Jane Maria de Macedo Midões (suplente)RJ - Diogo Alvarez Tristão (suplente)RN - Pedro Alexandre Menezes BarbosaRN - Clécio Alves de França (suplente)RS - Leonardo FurianRS - Marcelo Roberto Zeni (suplente)SC - Cláudio Márcio Neiva PeixotoSE - Roberto Vilas-Boas MonteSE - Carlos Augusto Maciel Almeida (suplente)SP - Fábio Augusto Roston Gatti
COORDENADORESMarcelo Malheiros Cerqueira - Diretor do Centro de Estudos
Paulo Fernando Aires de Albuquerque Filho - Coordenador JurídicoPaulo Fernando Aires de Albuquerque Filho - Coordenador de Tecnologia da Informação
EQUIPE UNAFE
GestoraMarília Atti
Gerente ExecutivoValdson Rabêlo
Coordenador do ProjetoClóvis Souza
Designer GráficoRodrigo Resende