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    POR DENTRO DO MPF

    Braslia

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    MINISTRIO PBLICO FEDERAL

    PROCURADORIA GERAL DA REPBLICA

    POR DENTRO DO MPF

    Maria Clia Nri de Oliveira

    6 edio

    Braslia

    2010

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    Obra publicada pelaProcuradoria Geral da Repblica

    Capa: Ana ManfrinatoProjeto Grco: Ana ManfrinatoDiagramao: Ana Manfrinato e Bruna SodrNormalizao Bibliogrca: Coordenadoria deDocumentao e Informao Jurdica ( CDIJ)

    Edio: Cludia Regina Fonseca Lemos (PGR)Colaborao: Ian Grossner (PGR), Isabela deHolanda Cavalcanti (PR-MG), Zani Cajueiro To-bias de Souza (PR-MG)

    Agradecimentos: Afrnio Nardy; Aline Adolphs;Andra Ribeiro (PR-PR); Carolline Scoeld(PR-MG); Cludia Lage (PR-MG); Felipe Xavier(PRR5); Flvia Torres (PR-MG); Gabriela Levy(PR-RJ); Helena Palmquist (PR-PA); IleanaQuezado (PR-MG); Jaques Rezende (PR-MG);

    Jucilene Ventura (PR-DF); Karla Felippo (PR-MG); Rodrigo Leite Prado (PR-MG); RogrioNascimento (PRR 2 Regio).

    PROCURADORIA GERAL DA REPBLICASECRETARIA DE COMUNICAO SOCIALSAF Sul Quadra 04 Conj. C Bl. B (cobertura)70050-900 Braslia - DF

    Tel.: (0xx61) 3105-6404

    E-mail: [email protected]

    341.413 Maria Clia Nri de OliveiraPor dentro do MPF. 6 edio. PGR/SECOM,2010.103 p.

    1. Ministrio Pblico Federal. I.Ttulo.

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    APRESENTAO

    O Ministrio Pblico uma instituio vocacionada a ser a voz da sociedadediante do Poder Judicirio. Num sistemademocrtico, regido pelo princpio da

    publicidade, essa misso s pode sercumprida em permanente comunicao, demodo que a sociedade possa acompanharo trabalho dos membros da Instituio.

    A imprensa brasileira fundamental nessacomunicao. Para colaborar com ela nasua tarefa, estamos procurando dotar oMinistrio Pblico Federal de estruturacompatvel. Buscamos um dilogo franco e

    correto com os prossionais da rea. Estemanual mais uma iniciativa nesse sentido.Esperamos que seja til na lida cotidianados jornalistas, para traduzir os trabalhosdo Ministrio Pblico para o cidado.

    Ser Ministrio Pblico partilhar, comprometer-se sempre com afundamental troca de idias.

    Paz e bem.

    Claudio FontelesProcurador-Geral da Repblica

    Junho de 2003 a junho de 2005

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    SUMRIO

    1. O MINISTRIO PBLICONA CONSTITUIO FEDERAL ....................... 7

    2. O QUE O MINISTRIOPBLICO DA UNIO ......................................... 14

    3. ESTRUTURA DO MINISTRIO

    PBLICO FEDERAL ........................................... 19

    4. OS PROCURADORES DAREPBLICA ........................................................... 23

    4.1 Procurador no promotor .................. 28

    5. COMO ATUAM OSINTEGRANTES DO MPF .................................. 32

    6. A ATUAO NA REA CRIMINAL........... 35

    6.1 Os crimes em que atua o MPF ............. 40

    7. A ATUAO NA TUTELACOLETIVA .............................................................53

    7.1 Em que atuam osprocuradores da tutela coletiva ................... 61

    8. A ATUAO COMO custos legis........67

    9. O MINISTRIO PBLICOELEITORAL ........................................................... 71

    9.1 As principais aes ................................. 73

    10. GLOSSRIO DE TERMOSJURDICOS ............................................................. 78

    11. AS PRINCIPAIS LEIS ..................................... 91

    12. PARA FAZER CONTATO COM OMINISTRIO PBLICO FEDERAL ................ 97

    13. BIBLIOGRAFIA ............................................102

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    1. O MINISTRIO PBLICO NA

    CONSTITUIO FEDERALOs juristas e estudiosos do Direito

    reconhecem o Ministrio Pblico brasileirocomo a mais avanada instituio do gnerono mundo, graas amplitude das atribuies

    que lhe foram conferidas pela Constituio de1988 e maneira como foi estruturado. Essacongurao proporciona aos integrantes doMinistrio Pblico a oportunidade de atuaremcomo verdadeiros advogados da sociedade,seja defendendo o cidado contra eventuais

    abusos ou omisso do Poder Pblico, sejadefendendo o prprio patrimnio pblicocontra ataques de particulares de m-f.

    Anal, dispe o artigo 127 da ConstituioFederal que

    o Mnr Pb n prmann,na fn jrdna d ead,nmbnd-h a dfa da rdm jrda,d rm dmr d nr a

    ndvda ndpnv.

    Isto signica que os integrantes do

    Ministrio Pblico esto incumbidos de, nadefesada ordem jurdica: scalizarem o efetivo

    cumprimento de todas as leis editadas no Pas,bem como aquelas decorrentes de tratadose acordos internacionais de que o Brasil seja

    signatrio;do regime democrtico: zelarem pelo

    Estado de Direito e pela real observnciados princpios e normas que garantem a

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    participao popular na conduo dos

    destinos do Pas; e,dos interesses sociais e individuaisindisponveis: promoverem todas asmedidas e aes necessrias para aefetivao de direitos em que estejapresente o interesse geral, da coletividade,

    visando melhoria das condies de vidaem sociedade.

    No cumprimento dessas atribuies,os Ministrios Pblicos atuam em causas asmais diversas possveis, no mbito criminal

    e no cvel, perante todos os rgos doPoder Judicirio, em todas as instncias.

    o Mnr Pb na fnjrdna d ead (ar. 128, cF)

    No Brasil, o universo das questeslevadas a juzo to vasto, que osconstituintes de 1988 optaram pordistribuir racionalmente as competnciaspelos diferentes rgos e reas de atuao

    do Poder Judicirio. A inteno era a deevitar conitos e indenies no momentode se decidir quem julga o qu. Os critriosxados levam em conta a matria, que oassunto discutido em juzo, ou a qualidade

    da parte envolvida na causa. Assim, temos:a Justia Federal, a Justia Estadual, a Justia do Trabalho, a Justia Militar, a Justia Eleitoral e seus respectivos rgose graus de jurisdio.

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    OrganizaOdO POderJudiciriO

    SUPREMOTRIBUNALFEDERAL-STF

    TribunalSuperiodo

    Trabalho-TST

    SuperiorTribunalde

    Justia-STJ

    Tribunaisde

    Justia-TJs

    Tribunaisde

    Alada-TAs

    JuizdeDireito

    Juizdo

    Trabalho

    JuizEleitoral

    Auditor

    Militar

    JustiaEspecia

    lizada

    JuizFe

    deral

    JustiaComum

    Tribunais

    Regio

    nais

    Federais-

    TRFs

    Tribunais

    Regionaisdo

    Trabalho-

    TRTs

    Tribunais

    Regionaisdo

    Eleitorais

    -

    TREs

    TribunalSuperiodo

    Eleitoral-T

    SE

    Superior

    Tribunal

    Militar

    -STM

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    Em conseqncia, a organizao do

    Ministrio Pblico tambm seguiu essadiviso dos rgos do Poder Judicirio. Porisso, existem diversos Ministrios Pblicos:Ministrio Pblico Federal, MinistriosPblicos Estaduais, Ministrio PblicoMilitar, Ministrio Pblico do Trabalho,

    Ministrio Pblico do Distrito Federal eTerritrios e Ministrio Pblico Eleitoral.

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    OrganizaOdO MinistriO PblicO

    MINISTRIO

    PBLICODO

    TR

    ABALHO

    MPT

    MINIST

    RIO

    PBLICOMILITAR

    MP

    M

    MINISTRIO

    PBLICOD

    O

    DISTRITOFEDERAL

    ETERRITRIOS

    MPDFT

    MINISTRIO

    PBLICO

    ELEITORAL

    MPE

    MINISTRIOPBLICO

    MIN

    ISTRIOPBLICODAUNIO

    MPu

    MINISTRIOPBLICO

    DOSESTADOS

    MPEs

    MINISTRIO

    PBLICOFEDERAL

    MPF

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    Como mostra o diagrama anterior,

    o Ministrio Pblico Federal - MPF, oMinistrio Pblico do Trabalho - MPT,o Ministrio Pblico Militar - MPM e oMinistrio Pblico do Distrito Federale Territrios - MPDFT fazem parte dochamado MINISTRIO PBLICO DA

    UNIO.O Ministrio Pblico Eleitoral possuiuma estrutura peculiar, e, por isso, sertratado aqui em tpico especial.

    O que so direitos individuais indisponveis?

    Direitos individuais so aqueles diretamenterelacionados pessoa humana e a suapersonalidade, tais como o direito vida, liberdade, honra, dignidade. Algunsdesses direitos so to importantes quea lei no permite a livre disposio delespor seu titular, porque sua proteo, na

    verdade, interessa a toda a coletividade. o que se chama de direito indisponvel.So exemplos o direito liberdade deexpresso e de crena, o direito igualdadede tratamento (isonomia).

    obrigatria a participao do MinistrioPblico em todas as causas e em todos osprocessos que tramitam no Judicirio?No. A presena do MP somente indispensvel quando o processo tratarde assunto em que haja interesse pblicoligado qualidade de uma das partes ou

    natureza da prpria questo (direitos sociaise individuais indisponveis, difusos oucoletivos). A restrio que a lei faz clara:aqueles direitos individuais que se situamna rbita de interesse exclusivamenteparticular, sem danos ou repercusso no

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    meio social, no cabe ao Ministrio Pblicotutelar, mas sim prpria pessoa que, paraisso, vai ser assistida por advogados ou,se no possuir recursos nanceiros, pordefensores pblicos.

    O que um conito de competncia?s vezes, a lei no prev, ou no deixa claro,

    de qual Justia - se a federal ou a estadual,se a comum ou a especializada - seria acompetncia para julgar determinado fato.O conito ocorre, por exemplo, quandodeterminado juiz recebe uma causa eentende que a competncia no dele,mas de outro juzo. Quando isso acontece,

    o conito vai ter de ser resolvido pelostribunais.

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    2. O QUE O MINISTRIO

    PBLICO DA UNIO

    O MINISTRIO PBLICO DAUNIO uma instituio que acomodaquatro diferentes Ministrios Pblicos com

    reas de atuao, organizao espacial eadministrao distintas, embora regidos pelamesma Lei Complementar n 75/93. Algunsrgos tambm so comuns: o Conselho de

    Assessoramento Superior, a Escola Superiordo Ministrio Pblico da Unio, a Auditoria

    Interna e a Secretaria do MPU. Mas, quandose trata das atribuies, as diferenas entre osramos do MPU cam evidentes.

    O Ministrio Pblico Federal atua nascausas de competncia da Justia Federal enas de competncia do Supremo Tribunal

    Federal e do Superior Tribunal de Justia,sempre que estiverem em discusso bens,servios ou interesses da Unio, de suasentidades autrquicas (por exemplo, INSS,Banco Central) e empresas pblicas federais(Caixa Econmica Federal, Correios). Exercetambm a funo eleitoral, atuando nos

    Tribunais Regionais Eleitorais e no TribunalSuperior Eleitoral.

    O Ministrio Pblico do Trabalhotrata de matrias decorrentes das relaes

    de trabalho que envolvam interesse pblico,scalizando o cumprimento da legislao eprocurando regularizar e mediar as relaesentre empregados e empregadores. Almdisso, o MPT tambm pode ser rbitro ou

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    mediador em dissdios coletivos, scalizar o

    direito de greve nas atividades essenciais, epropor aes pedindo a nulidade de clusulasilegais em contratos trabalhistas e acordoscoletivos.

    O Ministrio Pblico Militar atuaexclusivamente em matria criminal,

    apurando e buscando a punio dos autoresde crimes militares praticados por integrantesdas Foras Armadas no exerccio de suasatividades, bem como todas as infraescometidas contra o patrimnio das FFAA.

    O Ministrio Pblico do Distrito

    Federal e Territrios atua em causascorrespondentes quelas em que ociam osministrios pblicos estaduais. Ou seja, apesarde pertencer estrutura do MPU, o MPDFTno cuida de matrias da competncia da

    Justia Federal, mas sim das que competem

    s Justias Estaduais. Seus integrantes sochamados de promotores e procuradores de

    Justia e atuam perante o Poder Judicirio doDistrito Federal.

    Quem o chee do Ministrio Pblico daUnio? o procurador-geral da Repblica (CF, art.128, 1), que vem a ser tambm chefe doMPF, um dos ramos do MPU, e procurador-geral Eleitoral.

    correto chamar um procurador daRepblica de procurador do MPU?No. Embora, tecnicamente, os integrantesde qualquer um dos ramos pertenam ao

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    OrganizaOdO MinistriOPblicOda uniO

    M

    INISTRIOPB

    LICODAUNIO

    Procurador-Geralda

    Rep

    blica

    Min

    istrioPblico

    Federal-MPF

    M

    inistrioPblicodo

    Trabalho-MPT

    Secretaria

    doMPUM

    inistrioPblico

    Militar-MPM

    MinistrioPb

    lico

    doDFeTerrit

    rios-

    MPDFT

    Conselhode

    AssessoramentoSuperior

    doMPU

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    MPU, na verdade eles tm carreiras prprias

    e independentes. Assim, procurador daRepblica para os do MPF; procurador do Trabalho, para os do MPT; promotor daJustia Militar, para os do MPM; e promotorde Justia, para os do MPDFT.

    O MPU tem existncia separada da de seusramos?No. No existe o MPU em um determinadolocal, com existncia concreta e separada dade seus ramos. Na prtica, MPU apenasuma sigla que engloba distintos Ministrios

    Pblicos.

    O Ministrio Pblico da Unio deveexercer a deesa da Unio quando algumentra em juzo contra ela?No. Ainda que o MPF, um dos ramos do

    MPU, deva atuar nas causas em que estejapresente interesse da Unio, isso no signicaque deva represent-la em juzo. claro que,em alguns casos, MPF e Unio podem estarjuntos, no mesmo lado de um processo,porque alguns dos interesses defendidospelo MPF sero tambm interesses daUnio, j que compreendem a defesa debens da coletividade (como o patrimniopblico, por exemplo, que administradopor ela). Mas, em outros, a Unio e seus

    rgos podem at ser rus em aes doMinistrio Pblico, quando, por exemplo,violam as leis ou no cumprem com seusdeveres constitucionais. para situaescomo essas que, atualmente, a instituio

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    responsvel por defender a Unio e seus

    rgos a Advocacia-Geral da Unio (art.131, da CF) e seus respectivos integrantes.Um dado histrico importante que, antesda atual Constituio, o MPF exercia essarepresentao judicial da Unio. Mas osconstituintes, percebendo que tal atribuio

    acabava gerando uma certa confuso, eisque, por vezes, as funes de acusar edefender competiam ao mesmo rgo,resolveram mudar as coisas. A partir de1988, a representao judicial da Uniopassou para a AGU.

    E o Ministrio Pblico que atua junto aoTribunal de Contas da Unio? Ele az partedo MPU?No. Esse rgo, apesar do nome, temnatureza diversa e especial. Seus procuradores

    pertencem estrutura do TCU e sua funoconsiste em observar o cumprimento das leispertinentes s nanas pblicas. Ou seja, esseMinistrio Pblico no possui as atribuiesconstitucionais do art. 129 da CF, devendoatuar exclusivamente na rea prpria decompetncia dos Tribunais de Contas, que ascalizao contbil, nanceira, oramentria,operacional e patrimonial da Unio e dasentidades da administrao direta e indireta,includas as fundaes e sociedades institudas

    e mantidas pelo Poder Pblico Federal.

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    3. ESTRUTURA DO MINISTRIO

    PBLICO FEDERAL

    O Ministrio Pblico Federal, seguindoa diviso dos rgos do Poder Judicirioperante os quais atua, est organizado em

    unidades administrativas, que so:

    .as Procuradorias da Repblica, sediadasnas capitais dos estados. Pode haver aindaunidades descentralizadas do MPF nos

    municpios onde houver Vara Federal asProcuradorias da Repblica nos municpios.Exs.: Procuradoria da Repblica noMunicpio de Uberlndia (MG); Procuradoriada Repblica no Municpio de Altamira (PA);Procuradoria da Repblica no Municpio de

    Angra dos Reis (RJ).

    . as Procuradorias Regionais daRepblica, localizadas onde tm sede os

    Tribunais Regionais Federais. Existem

    atualmente a PRR da 1 Regio (sediadaem Braslia, atua nos processos do TRF1 Regio, com jurisdio sobre os estadosdo Acre, Amap, Amazonas, Bahia, Gois,Maranho, Mato Grosso, Minas Gerais,Par, Piau, Rondnia, Roraima, Tocantinse Distrito Federal); a PRR da 2 Regio(sede no Rio de Janeiro, com jurisdiotambm no Esprito Santo); a PRR da3 Regio (sede em So Paulo, abrange

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    tambm o Mato Grosso do Sul); a PRR da

    4 Regio (sediada em Porto Alegre, atuatambm nos processos oriundos do Parane Santa Catarina) e, nalmente, a PRR da 5Regio (sede em Recife, abrange os estadosdo Cear, Alagoas, Paraba, Pernambuco,Rio Grande do Norte e Sergipe).

    . a Procuradoria Geral da Repblica,sediada em Braslia. o centro administrativo-institucional do MPF, alm de ser o lugar delotao do procurador-geral da Repblica e

    dos subprocuradores-gerais da Repblica.A Procuradoria Geral da Repblica sede ainda da Procuradoria Geral Eleitoral.L tambm funcionam os rgos de direoadministrativa e institucional de todo oMPF, tais como as Secretarias Geral e de

    Recursos Humanos, o Conselho Superior ea Corregedoria Geral, alm da ProcuradoriaFederal dos Direitos do Cidado e dasCmaras de Coordenao e Reviso.

    O Conselho Superior o rgo

    mximo de deliberao colegiada doMinistrio Pblico Federal. Presididopelo procurador-geral da Repblica, ele composto por dez sub-procuradores, aincludos o PGR e seu vice, que o integramcomo membros natos. Cabe ao Conselho,

    dentre outras atribuies, elaborar e aprovaras normas e os regulamentos que iro regera Instituio (ex.: dene critrios para adistribuio de inquritos e procedimentos;aprova a proposta oramentria do MPF),

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    alm de estabelecer regras e decidir questes

    relacionadas carreira dos membros do MPF(ex.: estabelece normas para o concursode ingresso na carreira; xa critrios paraas promoes por merecimento e para aformao da lista de antiguidade; determinaa realizao de correies e sindicncias).

    A Procuradoria Federal dos Direitosdo Cidado um rgo que cuida dequestes ligadas a direitos constitucionaisda pessoa humana cuja defesa cabe aoMPF: liberdade, igualdade, sade, educao,acesso Justia, direito informao e livreexpresso, entre outros. A PFDC possuirepresentaes nos estados, com idnticasatribuies: os procuradores regionais dosDireitos do Cidado.

    Qual a dierena entre MPF eProcuradoria da Repblica?MPF a instituio una e indivisvel; Procura-doria da Repblica cada unidade administra-tiva do MPF, individualizada em cada capital deestado e nos municpios do interior onde

    existem varas da Justia Federal.

    correto chamar, por exemplo, aProcuradoria da Repblica no Cearde Procuradoria Geral da Repblica noCear?No. Procuradoria Geral da Repblica nome exclusivamente da unidade queconstitui o centro administrativo dainstituio, e sua sede em Braslia.

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    OrganizaOdOMinistriO PblicO Federal

    MINISTRIOP

    BLICOFEDERAL

    Proc

    uradoriaRegional

    Eleitoral

    ConselhoSuperiord

    o

    MPF

    ProcuradoriaF

    ederal

    dosDireitosdo

    Cidado

    Procurado

    riaGeralda

    Rep

    blica

    ProcuradoriaGeral

    Eleitoral

    Cmarasde

    C

    oordenaoeReviso

    doMPF

    ProcuradoriaR

    egional

    dosDireitosdo

    Cidado

    Procuradorias

    RegionaisdaRepblica

    Procuradorias

    daRepblicanos

    Estados,noDFenos

    Mun

    icpios

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    4. OS PROCURADORES

    DA REPBLICA

    O ingresso no MPF se d porconcurso pblico e os aprovados sonomeados para o cargo de procurador da

    Repblica. O nvel seguinte na carreira ocargo de procurador regional da Repblicae o ltimo nvel o de subprocurador-geralda Repblica.

    Os procuradores da Repblica ociamperante os juzes das Varas da Justia

    Federal de primeira instncia.Os procuradores regionais da

    Repblica ociam nos Tribunais RegionaisFederais e os subprocuradores-gerais atuamnos processos que tramitam no Superior

    Tribunal de Justia (tambm atuam no

    Supremo Tribunal Federal por designaodo procurador-geral da Repblica).

    Por exemplo, se um procurador daRepblica no Amazonas ajuza uma aocivil pblica perante a Justia Federal emManaus e o juiz nega seu pedido, ele poderrecorrer para o Tribunal Regional Federalda 1 Regio, que tem sede em Braslia.

    Ali, o desembargador a quem couber ojulgamento do recurso ir enviar o processoa um procurador regional da Repblica,

    para que este opine sobre o caso. E, se aao, posteriormente, subir para o STJ,ser a vez de um subprocurador-geral daRepblica dar o seu parecer sobre o caso.

    Nesse contexto, importante esclarecer

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    que o princpio da independncia funcional

    do MPF no obriga os procuradores,que falam em processos nos quais outroprocurador j tenha se pronunciado oude que seja autor, a emitirem opiniosemelhante quela que o colega defendera.

    O que signifca o princpio da independnciauncional do MPF?Signica que cada um dos procuradores,no exerccio de suas funes, tem inteiraautonomia, no cando sujeito a ordens dequem quer que seja. Nenhum colega, sequeros superiores hierrquicos, pode dizer a um

    procurador que ele deve agir dessa ou daquelamaneira. Em decorrncia disso, e conforme oexemplo acima, se vrios integrantes do MPFatuarem em um mesmo processo, cada umdeles livre para emitir sua convico pessoalacerca do caso, sem estar obrigado a adotar omesmo entendimento do colega.

    Em decorrncia desse princpio, ahie-rarquia, no Ministrio Pblico Federal,s considerada com relao a atosadministrativos e de gesto. Tomemoscomo exemplo as experincias das foras-tarefa. Somente o procurador-geral daRepblica, como chefe da instituio, quem tem o poder de designar e nomearprocuradores para esse tipo de atividade.Mas, aps a designao, o PGR no tem

    nenhum poder de dizer aos integrantes dafora-tarefa o que eles devem ou no fazer,que medidas devem ser tomadas, ou qualinterpretao deve ser dada lei.

    Os outros dois princpios institucionais

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    do MP (CF, art. 127, 1) so o da

    unidade e o da indivisibilidade. Diz-seque o Ministrio Pblico uno, porqueos procuradores integram um s rgo,sob a direo de um s chefe; diz-se que indivisvel, porque seus integrantes nocam vinculados aos processos nos quais

    atuam, podendo ser substitudos por outroscolegas, de acordo com as normas internase legais. Por exemplo, um procurador quetrabalhe na rea cvel, se ajuizar uma aocivil pblica, e, meses depois, ele for atuar narea criminal, no car obrigado a continuar

    atuando naquela ao, que ser distribudapara quem o substituir. Ou seja, o conceitode indivisibilidade relaciona-se ao fato deque as manifestaes dos procuradoresno so manifestaes prprias, merasconvices pessoais, mas sim manifestaes

    do ente Ministrio Pblico, do qual eles soos agentes de atuao.

    Os procuradores da Repblica tm,portanto, autonomia uncional, o queimplica em total liberdade de atuao, nose admitindo ingerncias de outros poderes.E, para garantir essa autonomia, elessoinamovveis: no podem ser transferidos,sem o seu expresso consentimento, paralugar diverso do que atuam, salvo pormotivo de interesse pblico;

    evitalcios: aps o estgio probatrio, elesadquirem vitaliciedade e s podero serdemitidos por deciso judicial transitadaem julgado (art. 208, da LC 75/93).

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    O que signifca o princpio do promotor

    natural?Este princpio no est expresso naConstituio, mas foi reconhecidopelo Supremo Tribunal Federal comodecorrente das clusulas da independnciafuncional e da inamovibilidade dosintegrantes do Ministrio Pblico. Signica

    que somente o promotor natural quedeve atuar no processo, o que impede achea da instituio de efetuar designaescasusticas, afastando um procuradore designando outro para atuar naquelacausa. Na prtica, funciona da seguintemaneira: nas Procuradorias da Repblica,

    existem normas internas de distribuiode processos que, geralmente, feita deacordo com a numerao que eles recebemna Justia (alis, uma numerao aleatria,feita no momento da autuao) e com area de atuao de cada procurador. Assim,um procurador x, que atua na rea criminal,

    recebe os processos criminais cujo nmerotermina em 0; o procurador y recebe osterminados em 1, e assim por diante. Oprocurador que atua no ofcio do meioambiente ir receber todos os processoscveis que tratarem desse assunto. Elessero os promotores naturais daquelesprocessos, dos quais somente se afastamquando se declaram impedidos por algumdos motivos previstos na lei ou quandomudam de rea ou cidade.

    Um procurador da Repblica pode

    perder o cargo por deciso unilateraldo seu chee, o procurador-geral daRepblica?No. A Constituio garante ao procurador

    vitalcio (aprovado em estgio probatriode dois anos) que ele s perder o cargo

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    aps sentena judicial transitada emjulgado (art. 128, I, a). Importante registrarque, se a ao judicial para perda do cargofor proposta pelo Conselho Superior, oprocurador ser afastado de suas funese no ter direito respectiva remuneraodo cargo. Os procuradores ainda em estgioprobatrio, sem a garantia da vitaliciedade,

    podero perder o cargo por deciso damaioria absoluta do Conselho Superior(art. 198, da LC 75/93).

    Nota: a Constituio de 1988 transformou osprocuradores da Repblica em atuao naquelapoca em procuradores regionais, sem, contudo,obrig-los ao exerccio perante os Tribunais

    Regionais Federais. Assim, grande parte delescontinuou atuando na primeira instncia da JustiaFederal, especialmente os que estavam lotadosem capitais onde no havia sede de TRFs. Emdecorrncia desse fato, subsistem ainda hoje, emalguns estados, procuradores regionais da Repblicacujas atribuies so as mesmas dos procuradoresda Repblica.

    Os procuradores regionais da Repblicae os subprocuradores-gerais atuamsomente como custos legis, quer dizer,eles atuam apenas dando parecer, semdireito propositura de aes?No. So os procuradores regionaisque investigam e propem aes contradeterminadas pessoas que tm foroprivilegiado em Tribunal RegionalFederal (ex.: juzes federais, por crimescomuns e de responsabilidade). J ossubprocuradores-gerais ajuzam as aes

    que tramitam perante o STJ (ex.: nos crimescomuns, eles investigam governadoresde Estado ou do Distrito Federal; noscrimes de responsabilidade e comuns, osdesembargadores dos tribunais de justia edos tribunais regionais federais).

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    E o procurador-geral da Repblica? Ele

    responsvel por que tipo de aes noSupremo Tribunal Federal?O procurador-geral da Repblica, assimcomo os demais membros do MPF,pode atuar como parte (autor) ou como . No STF, ele atua, sobretudo,naqueles processos que vo a julgamento

    pelo plenrio: nas aes penais originriasatua como parte (autor); nos mandados desegurana, como , emitindo parecer.Nas aes diretas de inconstitucionalidade,o PGR tanto pode ser autor, quanto podeatuar como . Tambm emitir

    pareceres nos processos de extradio, nasaes civis originrias, nas reclamaes,entre outros.

    4.1 PROCURADOR NO

    PROMOTORCom relao denominao,

    freqente os meios de comunicaoconfundirem os integrantes do MPFentre si ou com os integrantes de outrosministrios pblicos e, at mesmo, comprossionais de outras carreiras que atuamperante o Judicirio.

    Procurador da Repblica chamado depromotor.Esse o erro mais freqente. A

    nomenclatura promotor designa osintegrantes dos ministrios pblicosestaduais - os promotores de Justia.Confundi-los equivale a, no jornalismo,chamar um reprter de jornal impresso

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    de cinegrasta: ambos so jornalistas, masatuam em veculos e exercem funesdiferentes. Assim como os promotoresde Justia e procuradores da Repblica:ambos so Ministrio Pblico, mas atuamem rgos e exercem funes diferentes.

    Procurador da Repblica em atuao no

    estado chamado de procurador-geralda Repblica.Procurador-geral da Repblica o ttuloque se d apenas ao chefe do MPF, superiorhierrquico de todos os demais procuradores.O procurador-geral da Repblica tambmchefe do Ministrio Pblico da Unio edo Ministrio Pblico Eleitoral (nessacondio, recebe o nome de procuradorgeral Eleitoral). O PGR um membro dacarreira do MPF, nomeado pelo presidente

    da Repblica para mandato de dois anos, oqual pode ser prorrogado indenidamente,pois a Constituio no xou prazo para asrecondues.

    O procurador-chee das unidades

    chamado de procurador-geral daRepblica.O procurador-geral da Repblica umanica pessoa, o chefe do MPF no pasinteiro, e no s chefe desta ou daquelaprocuradoria.

    Todas as procuradorias da Repblica, bemcomo as cinco procuradorias regionais,tm um procurador-chefe. Essa chea temcarter administrativo e de representaoinstitucional, no implicando em qualquer

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    autoridade hierrquica sobre os demais

    procuradores que atuam na unidade.Forma correta: O procurador-chefe daProcuradoria da Repblica no Rio de

    Janeiro...

    Procurador da Repblica chamado de

    promotor ederal.Outra variao equivocada, possivelmenteem decorrncia do fato de o procuradorpertencer ao MP Federal.

    Procurador da Repblica chamado de

    procurador ederal.Esse erro decorre de uma confuso que sefaz entre integrantes de instituies distintas.Os procuradores federais no pertencema ne-nhum Ministrio Pblico. Eles soservidores do Poder Executivo Federal e

    so responsveis pela representao judiciale extrajudicial das autarquias e fundaespblicas federais, incluindo as agnciasreguladoras e as instituies federais deensino. Por exemplo, os procuradoresfederais que fazem a defesa do INSS,do Ibama, da Anatel, das universidadesfederais. Possuem, portanto, atribuiestotalmente diversas das que competem aosprocuradores da Repblica.

    Compare, no quadro seguinte, designaesque se assemelham s do MPF e asrespectivas instituies a que pertencem:

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    Instituio

    Designao dos

    integrantes Chefe

    MINISTRIOPBLICOFEDERAL

    procurador da Repblica (1nvel da carreira)procurador regional da Rep-

    blica (2 nvel)subprocurador-geral da Rep-

    blica (ltimo nvel da carreira)

    Procurador-geral da

    Repblica

    MINISTRIOPBLICO

    ESTADUAL

    promotor de Justiaprocurador de Justia

    Procurador-geral deJustia

    MINISTRIOPBLICO

    ELEITORAL

    procurador regional Eleitoralpromotor Eleitoral

    Procurador-geral

    Eleitoral

    MINISTRIOPBLICO

    DO TRABALHO

    procurador do Trabalho

    procurador regional doTrabalhosubprocurador -geral do

    Trabalho

    Procurador-geral doTrabalho

    MINISTRIOPBLICOMILITAR

    promotor da Justia Militarprocurador da Justia Militarsubprocurador-geral da Justia

    Militar

    Procurador-geral daJustia

    MilitarMINISTRIO

    PBLICODO DISTRITO

    FEDERALE TERRITRIOS

    promotor de Justia doDistrito Federalprocurador de Justia doDistrito Federal

    Procurador-geral de

    Justia doDistritoFederal

    ADVOCACIAGERAL DA

    UNIO

    procurador federalprocurador da Fazenda Nacionaladvogado da Unio

    Advogado-geral daUnio

    PROCURADORIAGERAL DOESTADO

    procurador do EstadoProcurador-

    geral doEstado

    PROCURADORIA

    DO MUNICPIOprocurador municipal

    Procurador-geral do

    Municpio

    MINISTRIOPBLICO junto

    ao TCUprocurador do TCU

    Procurador-geral do

    TCU

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    5. COMO ATUAM OS

    INTEGRANTES DO MPF

    A atuao do MPF pode se dar nombito judicial ou extrajudicial. Diz-se quea atuao judicial quando seus integrantes

    ociam perante algum dos rgos do Poder Judicirio, propondo aes, emitindopareceres, comparecendo s audincias,oferecendo denncias.

    A atuao extrajudicial quandoos membros do MPF realizam atos que

    independem da vinculao a um juzo,como, por exemplo, a visita a uma prisopara vericar as condies em que ospresos se encontram; as reunies comas partes para homologao de acordosem procedimentos administrativos; o

    atendimento ao pblico; a participaoou a realizao de audincias pblicas; as

    vistorias a prdios pblicos para vericar aacessibilidade a portadores de necessidadesespeciais.

    Seja como for, em todos os atos que

    realizam, os procuradores da Repblicapodem agir de duas maneiras: de ofcioou mediante provocao. O MPF agede ofcio quando resolve instaurarprocedimento investigatrio por iniciativaprpria, a partir do conhecimento que tiver

    de alguma irregularidade ou de algumasituao que, por sua natureza, requeiraa interveno do Ministrio Pblico. Porexemplo, um procurador, ao assistir a umprograma na TV que viole a Constituio

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    ou a prpria lei que regula os servios de

    radiodifuso, pode instaurar procedimentopara investigar a responsabilidade daemissora e dos eventuais responsveis peloprograma.

    A outra forma de agir, e a maiscomum, depende da provocao de

    terceiros interessados. Ela ocorre sempreque o MPF chamado a apurar ou aopinar sobre alguma situao, esteja ela,ou no, sob apreciao judicial. comumhoje em dia que, diante de determinadofato ou situao irregular, os prprios

    cidados representem ao MinistrioPblico conclamando-o a agir. Mas amaior demanda provm mesmo dosrgos pblicos: aes judiciais, inquritospoliciais, representaes da Receita Federalou do INSS, notcias de irregularidades

    encaminhadas por autarquias como oIbama, Iphan, ou por rgos da Uniocomo os Ministrios e a Controladoria-Geral da Unio.O que uma representao?

    toda notcia de irregularidade que levadaao conhecimento do Ministrio Pblico.Qualquer cidado pode representar aoMPF, podendo faz-lo por escrito ouprestando depoimento pessoal na prpriaProcuradoria. Mas tambm as pessoasjurdicas, entidades privadas, entidades

    de classe, associaes civis ou rgos daadministrao pblica podem noticiarirregularidades para que o MinistrioPblico investigue. A isso se chamarepresentao.

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    O que ocorre com as representaesquando elas chegam ao MP?Inicialmente feita uma triagem,separando-as conforme a natureza cvel ou criminal dos fatos que relatam.Em seguida, elas so encaminhadas paraos setores respectivos, onde feita aautuao em um instrumento denominado

    de procedimento administrativo. Emalguns casos, determinado fato pode terrepercusso nas duas esferas e sero abertosconcomitantemente procedimentos tantona rea cvel quanto criminal. Feito isso,as representaes, transformadas agoraem procedimentos administrativos, so

    encaminhadas aos procuradores, conformenormas internas de distribuio. A partirda, o procurador responsvel ir tomartodas as medidas necessrias apuraodos fatos: requisita informaes, determinadiligncias, ou, se for o caso, encaminhacpia do procedimento Polcia Federal

    para instaurao de inqurito policial.

    Existe prazo para o encerramentodas apuraes eitas por meio doprocedimento administrativo?

    No, para as matrias cveis; sim, paraas criminais. Naquelas, a apuraodepende de vrios fatores, entre eles acomplexidade do assunto, no sendopossvel estabelecer a priori prazo para aconcluso das investigaes. Nas criminais,o prazo de trinta dias, conforme

    estabeleceu a Resoluo n 77, editada peloConselho Superior do MPF em 2004 pararegulamentar as investigaes conduzidasno mbito interno.

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    6. A ATUAO NA REA CRIMINAL

    No imaginrio coletivo, a imagem maisforte que se tem do Ministrio Pblico ade rgo acusador. Talvez porque a criminaltenha sido a primeira rea de atuao do

    Ministrio Pblico, e tambm porque, pordeterminao constitucional, somente osintegrantes dos MPs Estadual e Federal,cada um em sua esfera de atribuies, que podem ser autores de uma ao penalpblica.

    Mas raramente o oferecimento dadenncia, que a pea que d origem ao penal pblica, ato simples. Ele conseqncia de uma srie de atosanteriores, que envolve, s vezes, umprocesso demorado de investigao, com a

    participao, inclusive, em alguns casos, deoutras instituies (Polcia Federal, INSS,Receita Federal, Banco Central).

    Como eita uma investigao criminalno MPF?

    Na rea penal, a atuao dos procuradoresse inicia com a chegada Procuradoria derepresentaes noticiando a ocorrncia defatos em que se vislumbre a ocorrnciade crimes. Essas representaes podemoriginar-se de qualquer cidado que tenhatido conhecimento do fato ou ser enviadaspor rgos da administrao federal (porexemplo, autuaes feitas pela ReceitaFederal, processos administrativos doBanco Central). Sero autuadas comopeas de informao.

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    Se o procurador a quem for distribudo ofeito entender que o caso de arquivamento,porque no h elementos que justiquem aapurao, ele dever comunicar essa deciso 2 Cmara de Coordenao e Revisodo MPF, que o rgo institucional descalizao da atuao dos procuradoresna rea criminal. A pessoa fsica ou jurdica

    que fez a denncia ser informada doarquivamento e ter, ento, prazo de 20dias para apresentar recurso pe-rante a 2Cmara.Mas caso o procurador entenda queos fatos noticiados so consistentes emerecem apurao, ele editar portaria

    para determinar a instaurao de umProcedimento Investigativo Criminal-PIC,determinando em seguida as dilignciasnecessrias (poder marcar depoimentos daspessoas envolvidas, requisitar documentose informaes ou esclarecimentos). Oprazo para concluso dessa investigao,

    que se efetua no mbito interno do MPF, de 30 dias, ao nal do qual, se necessrioprorrogao, o procurador dever estarautorizado pela 2 Cmara.Quando for necessrio investigaopela Polcia Federal, o MPF solicitarabertura de inqurito policial, cujo prazo,a partir da, ser controlado por um juizfederal. importante registrar que hinmeras situaes em que a prpriaPF que tem conhecimento dos fatos (porexemplo, numa apreenso de mercadoriacontrabandeada). A PF lavra a ocorrncia,

    instaura o inqurito policial e envia os autos Justia Federal que, por sua vez, abre vistaao Ministrio Pblico. O objetivo dessa

    vista dar oportunidade ao rgo, que sero responsvel pela acusao, de ter cinciae controle do que est sendo apurado, para

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    que sejam colhidos todos os elementosnecessrios posterior elaborao dadenncia.O MPF s denuncia algum por um crimequando considera que a investigaoconseguiu colher informaes e dados queapontam para a materialidade (se o fatoconstitui mesmo crime e qual seria esse

    crime) e autoria (quem o teria cometido).O juiz, ao receber a denncia, d incio ao penal. Se ele rejeit-la, o procuradorpoder recorrer ao Tribunal RegionalFederal.

    Nota: importante esclarecer que a atuao

    criminal tambm se d na segunda instncia (TRFs)e nas instncias extraordinrias (STF e STJ). Assim,o que foi dito aqui se aplica, no que couber, aosinquritos policiais e aes penais que tramitam,originariamente, nos tribunais. Exemplos: deputadofederal responde, por eventual crime, perante o STF;por isso, cabe ao procurador-geral da Repblicadenunci-lo. Desembargadores e governadores dos

    Estados e do DF respondem criminalmente noSTJ: a investigao e posterior denncia caberoa um subprocurador. Juzes federais respondemcriminalmente nos TRFs: a investigao e dennciacabero aos procuradores regionais.

    A Polcia Federal pode denunciar algum

    diretamente ao juiz?No. S o Ministrio Pblico pode pedir aabertura de ao penal contra criminosos.

    A PF investiga, coleta provas, executa osmandados de busca e apreenso, realizaescutas autorizadas judicialmente, cumpremandados de priso. Mas quem denuncia,

    quem busca a condenao dos criminososna Justia o MPF. Por isso, incorretodizer que a PF denunciou fulano aojuiz. A denncia o ato processual qued origem ao penal pblica e quempode faz-la somente o Ministrio

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    Pblico. A atuao da Polcia terminacom o m da investigao. Ou seja, aPolcia INVESTIGA; o Ministrio PblicoDENUNCIA; o juiz DECIDE sobre aculpa ou no do ru.

    O que signifca indiciar algum pelaprtica de crime?

    O indiciamento ato da Polcia Federalapontando uma pessoa como suspeita deter cometido determinado crime. Trata-se,na verdade, de uma garantia daquela pessoadurante a fase investigatria, no sentidode saber com exatido do que poder vira ser acusada. bom esclarecer que o ato

    de indiciar no obriga o Ministrio Pblicoao oferecimento da denncia. H casos,inclusive, em que o delegado da PolciaFederal encerra o inqurito policial, maso MPF, ao analisar o relatrio policial,entende que no h todos os elementosnecessrios ao oferecimento da denncia e

    requer a realizao de mais diligncias. E hsituaes em que o MPF denuncia algumpela prtica de um crime, sem que sequertenha havido seu indiciamento pela PF.

    Um determinado cidado oi presodurante operao da Polcia Federal. correto dizer que ele RU naquelainvestigao?No. Na fase de investigao, no hqualquer acusao formalizada contraessa pessoa; portanto, deve-se utilizaros termos suspeito ou indiciado

    (nesse caso, somente se a PF tiver feito oindiciamento).O termo acusado s deve ser utilizadoaps o oferecimento da denncia peloMPF (quando tambm se pode utilizara expresso denunciado). O termo

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    RU s pode ser utilizado aps ainstaurao de ao penal, que tem inciocom o recebimento, pelo juiz, da dennciaoferecida pelo Ministrio Pblico.

    Qual a dierena entre priso provisria,priso temporria e priso preventiva?Na verdade, em termos prticos, h mais

    semelhanas do que diferenas. Prisoprovisria ou priso cautelar o nomeque se d a toda priso decretada antesda sentena judicial denitiva. Portanto,priso temporria e priso preventiva soespcies de priso provisria.O que diferencia a temporria da preventiva

    so certos requisitos e a durao de cadauma delas. Por exemplo:- a priso temporria, prevista pela Lei7.960/89 para crimes mais graves, s podeser decretada pelo juiz a requerimentodo MP ou da Polcia; a priso preventivapode ser decretada pelo prprio juiz, sem

    que tenha havido pedido do MP e PF (naprtica, isso dicilmente ocorre).- a priso temporria geralmente antecedea preventiva. Isso ocorre porque a prisotemporria tem um prazo rgido (noscrimes previstos pela Lei 7.960/89 ela spode durar at 60 dias no mximo; nosoutros crimes, o prazo mximo de 10dias). Encerrado esse prazo, normalmenteo juiz a transforma em preventiva. Se noo zer, o acusado dever ser posto emliberdade.De modo geral, pode-se dizer que as prises

    provisrias tm o objetivo de impedirque o investigado pratique algum ato quediculte ou impossibilite as investigaes,como queimar documentos, alterar dados,apagar arquivos, ameaar testemunhasou at fugir do local onde possa ser

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    encontrado. , portanto, uma cautela quese toma para garantir a ordem pblica, aproduo de provas, a regular instruodo processo e a aplicao da lei penal. Apriso provisria pode ainda ser decretadapara garantir a ordem econmica, em casode cometimento de crimes dessa espcie.

    6.1 Os criMes eM Que atua OMPF

    A primeira orientao para asatribuies penais do MPF encontra-se nos incisos IV a X, do artigo 109 daConstituio, que dispe sobre as causasas quais compete Justia Federal julgar.Essa regra alcana uma enorme variedadede crimes, que, por sua vez, esto previstosdetalhadamente no Cdigo Penal e em leis

    ordinrias. Os mais comuns so os quepodem ser enquadrados nos incisos IV eVI da Constituio:

    Ar. 109. [...]iV a nfra pna praadam drmn d bn, rv

    nr da un d a ndadarqa mpra pba,xda a nravn ravadaa mpna da Ja Mar da

    Ja era;

    criMescOntraaadMinistraOPblica

    Nesse contexto, destacam-se:

    . roubo (art. 157, do Cdigo Penal). Ex.:um indivduo assalta uma agncia da CEF

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    (empresa pblica federal).

    . estelionato (art. 171, do CP). Trata-se de uma das infraes mais freqentesapuradas pelo MPF. Estelionato consistena obteno de vantagem ilcita, induzindoalgum a erro, com a utilizao de algum

    meio ardiloso, fraudulento. Ex.: a inserode informao falsa nos documentosapresentados perante o INSS para aobteno de benefcio previdencirioindevido (um dos crimes de maiorocorrncia no Pas).

    . moeda alsa (art. 289, do CP).Interessante registrar que, se a falsicaofor grosseira, o crime no ser de moedafalsa, mas de estelionato, e a competnciaser da Justia Estadual.

    . peculato (art. 312, do CP). o delitocometido por funcionrio pblico queusa o cargo para apropriar-se ou desviardinheiro, valor ou bem pblico, em proveitoprprio ou de terceiros. Ex.: caso Marka-FonteCindam - funcionrios do BancoCentral, entre eles um ex-presidente ediretores da instituio, foram condenadospor esse crime pelo juzo da 6 VaraFederal do Rio - os funcionrios teriam, na

    operao de socorro aos bancos Marka eFontecindam, desviado dinheiro pblicoem favor de terceiro. No caso da obrasuperfaturada do TRT paulista, tambmhouve prtica de peculato.

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    O uncionrio pblico que manda umsubalterno azer servios particulares,como por exemplo, pintar sua casa,comete crime?No. Essa conduta caracteriza apenas atode improbidade administrativa. Mas sefor praticada por prefeito, haver o crimeespecco do art. 1, II, do Decreto-Lei n

    201/67.

    . corrupo ativa (art. 333, do CP) epassiva (art. 317, do CP). Corrupoativa quando algum oferece a servidorpblico algum tipo de vantagem para

    que este deixe de praticar ato prprio deseu dever de ofcio; corrupo passiva quando o servidor pblico pede ou recebe

    vantagem indevida em razo do cargo queocupa. Uma variao da corrupo ativa a

    corrupo privilegiada(art. 317, 2), queocorre quando o funcionrio pblico novisa obter vantagem; ele pratica, retarda oudeixa de praticar ato com infrao de deverfuncional cedendo a pedido ou inunciade terceiro.

    .concusso (art. 316, do CP). Esse crime semelhante corrupo passiva; a diferena que, na concusso, o funcionrio pblicoconstrange, exige a vantagem indevida.

    A vtima, temendo represlia, cede

    exigncia. um crime, por isso, mais gravedo que a corrupo passiva. Ex.: o policialfederal que exige dinheiro para no prenderou para no instaurar inqurito.

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    O fscal da Receita Federal que recebe

    propina para no lavrar multa contraum contribuinte incorre em que tipo decrime: corrupo ou concusso?Em nenhum deles, porque essa conduta especicamente prevista pela Lei n8.137/90, que trata de crimes contra aordem tributria. No Direito, a lei especial

    prevalece sobre a lei geral. Por isso, se oart. 3 da Lei 8.137/90 considera crimefuncional o ato de exigir, solicitar, receberou aceitar promessa de vantagem indevidapara deixar de lanar ou cobrar, no todo ouem parte, tributo ou contribuio social,ele prevalece sobre as normas do Cdigo

    Penal.

    .prevaricao (art. 319, do CP). Consisteem retardar ou deixar de praticar,indevidamente, ato de ofcio, ou pratic-lo contra a lei, para satisfazer interesse ou

    sentimento pessoal. Na prevaricao, ofuncionrio pblico no recebe qualquer

    vantagem (o que seria corrupo passiva);nem atende a pedidos de terceiros (o queseria corrupo privilegiada). Ele age parasatisfazer, geralmente, sentimento pessoal,que diz respeito a sua subjetividade (omodo como ele entende ou se sente emrelao a pessoas ou fatos). Ex: delegadoque nunca instaura inqurito policial paraapurar o crime de furto, porque acha que

    isso pouco grave.. advocacia administrativa (art. 321,do CP). Ocorre quando o funcionrio,

    valendo-se de sua qualidade de funcionrio

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    e da amizade ou prestgio no ambiente de

    trabalho, defende interesse alheio, privado,perante a administrao pblica.

    .trfco de inuncia (art. 332, do CP).Ocorre quando algum, gabando-se deinuncia junto a funcionrio pblico,

    pede, exige, cobra ou recebe qualquervantagem, material ou no, para inuenciartal funcionrio a praticar um ato quebeneciar terceiro.

    Nota: 1) se o autor do crime realmente gozar deinuncia junto ao funcionrio e zer uso dessa

    inuncia, ento o crime ser de corrupo ativae passiva, e no de trco de inuncia. 2) Se oautor do crime pede a vantagem para inuenciarespecicamente atos judiciais a serem praticados porjuiz, membros do Ministrio Pblico, funcionrioda justia, testemunhas, dentre outros, o crime serde explorao de prestgio (art. 357, do CP).

    .emprego irregular de verbas ou rendaspblicas (art. 315, do CP). Nesse delito,o funcionrio pblico no se apropria das

    verbas pblicas em seu benefcio ou node terceiros; na realidade, ele as emprega

    em benefcio da prpria Administrao,mas com m diverso daquele que foiestabelecido em lei.Nota: a competncia aqui pode ser estadual oufederal, ainda que a verba seja federal. O critrioutilizado pelos tribunais o seguinte: se a verba daUnio foi repassada e incorporada ao patrimnio

    do Municpio, a competncia da Justia Estadual.Mas, quando se trata de desvio de verba relativaa convnios, sujeita, portanto, prestao decontas perante rgo federal (TCU, Ministrios), acompetncia da Justia Federal, com atuao doMPF.

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    A pessoa que exerce temporariamente

    cargo pblico, sem vnculo defnitivocom o rgo, tambm pode serenquadrada nesses crimes?Sim. A lei, para proteger o patrimniopblico e a moralidade administrativa,previu todas as situaes. Assim, ndra- fnnr pb, para f pna, qm,

    mbra ranramn m rmnra,xr ar, mpr fn pba (art.327, do CP), equiparando-se a funcionriopblico tambm as pessoas que atuam nasentidades paraestatais e quem trabalha paraempresa prestadora de servio contratadaou conveniada para a execuo de atividade

    tpica da Administrao Pblica.Nota: alm dos crimes cometidos por funcionriospblicos ou particulares contra a Administrao, oMPF tambm atua na persecuo aos que praticamcrimes contra os prprios funcionrios pblicosno exerccio de suas funes. Um caso de granderepercusso foi o assassinato dos scais do trabalho

    ocorrido no municpio mineiro de Una, em janeirode 2004, processado pela 9 Vara da Justia Federalem Belo Horizonte, com atuao dos procuradoresda Repblica daquele estado.

    Todo crime cometido contra servidorpblico ederal deve ser julgado pela

    Justia Federal?No. A Justia Federal s julga crimecontra funcionrio pblico federal setiver sido cometido em razo da funoque essa pessoa exerce. Se, por exemplo,um servidor do INSS for morto na ruaem decorrncia de um assalto, o crime

    ser julgado pela Justia Estadual e nopela Federal, embora ele seja um servidorpblico federal.

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    .contrabando ou descaminho (art. 334,

    do CP). Contrabando a exportao ouimportao clandestina de mercadoriascuja entrada ou sada do pas proibida;descaminho o delito que consiste emdeixar de pagar os impostos devidos

    pela importao ou exportao deuma mercadoria cuja entrada no pas permitida. Ex.: a entrada, no pas, de armase drogas caracteriza contrabando; a entradade produtos eletrnicos, via sacoleirosdo Paraguai, numa quantidade acima da

    cota xada pela Receita Federal, crime dedescaminho.

    . uso de passaporte also (art. 308, doCP). O crime por uso de passaporte falsoou a insero de visto consular falso no

    passaporte de competncia da JustiaFederal.Nota: a emigrao que consiste na ida para o Mxicoe travessia da fronteira para entrada nos EUA nocongura crime, a menos que sejam utilizadospassaportes e/ou vistos falsicados.

    . rdios clandestinas. A autorizaode funcionamento para veculos deradiodifuso dada pela Unio (art. 21,XII, a, da Constituio Federal). Praticacrime quem instala ou utiliza serviode radiodifuso clandestinamente, ou

    quem, ainda que autorizado, utiliza-ocom condies tcnicas alteradas, sem oconhecimento da Anatel (art. 70 da Lei4.117/62 e art. 183 da Lei no 9.472/97).

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    .crimescontra a ordem tributria (Lei

    8.137/90). Dizem respeito a todas ascondutas praticadas com o objetivo desonegar tributos federais. Essa lei previupenas mais severas para funcionriospblicos responsveis por servios de

    natureza scal que pratiquem atos decorrupo ou concusso.

    . crimes contra a Previdncia. Oscrimes previdencirios, alm do crimede estelionato de que falamos no item 2,

    abrangem ainda- a apropriao indbita (art. 168-A,do Cdigo Penal): ocorre quando oempregador deixa de repassar Previdnciaas contribuies recolhidas de seusempregados; e

    - a sonegao de contribuio previdenciria(art. 337-A, do CP): ocorre quando oempregador deixa de pagar, ou reduz o

    valor, de contribuio previdenciria. Porexemplo, um empregador omite da folhade pagamentos da empresa os nomes de

    trabalhadores que ali prestam servio.

    . crimes ambientais (Lei 9.605/98). Acompetncia ser federal quando os crimesforem praticados em reas protegidas pelaUnio ou de interesse da Unio, como as

    APAs (reas de Proteo Ambiental quetenham sido criadas por lei federal) e osrios de divisa entre estados (ex.: o acidenteocorrido com um depsito de rejeitos da

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    empresa Cataguases, que poluiu o rio de

    mesmo nome, causando danos em MinasGerais e Rio de Janeiro). Tambm constituicrime ambiental a extrao de areia e deoutros minerais do subsolo, j que este,pela Constituio, pertence Unio.Nota: a Lei 9.605/98 inclui tambm os crimescometidos contra o patrimnio histrico-cultural.

    [...]Vi rm nra a ranzad rabah , n a drmnad

    por lei, contra o sistema nanceiro e aordem econmico-nanceira;

    criMes cOntra a OrganizaO dOtrabalhO

    A Constituio Federal no deucompetncia Justia do Trabalho paraatuar em matria criminal. Se um crimedessa espcie chegar ao conhecimentode algum juiz do Trabalho, ele devercomunicar o fato ao Ministrio PblicoFederal, Polcia Federal ou ao juzo federalcompetente.

    Nota: a jurisprudncia tem entendido que acompetncia da Justia Federal, no entanto, s cabequando as infraes atingem os sistemas de rgose institutos destinados a preservar, coletivamente,os direitos e deveres dos trabalhadores, e no direitoindividual deste ou daquele trabalhador.

    . Trabalho escravo. O art. 149, do CdigoPenal, alterado pela Lei 10.803/2003,descreve esse crime como sendo o dereduzir algum condio anloga deescravo, submetendo a vtima a trabalhosforados ou jornada exaustiva, ou

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    sujeitando-a a condies degradantes de

    trabalho, ou mesmo impedindo-a de sairdo local de trabalho em razo de dvidacontrada com o empregador. O CdigoPenal, contudo, no faz qualquer indicaode qual justia seria competente para oseu julgamento. Em 30/11/2006, o STF

    nalmente decidiu que a Justia Federal quem deve julgar os crimes referentes atrabalho escravo.

    criMescOntraaOrdeMecOnMica

    Os crimes contra a ordem econmicaesto previstos nas Leis 8.137/90 e1.521/51. Entre outras, pode-se citaras seguintes condutas: abusar do podereconmico, dominando o mercadoou eliminando parcial ou totalmente a

    concorrncia, bem como formar acordopara xao articial de preos (ex.:formao de cartel); discriminar preosde bens ou de prestao de servios como m de estabelecer monoplio; elevarsem justa causa preo de um produto ouservio, valendo-se de posio dominanteno mercado; subordinar a venda de bemou a utilizao de servio aquisio deoutro bem.

    criMes

    cOntra

    O

    sisteMa

    FinanceirO

    Encontram-se a os casos maisrumorosos em que o MP Federal vematuando na rea criminal.

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    .Lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98).

    Lavar dinheiro signica ocultar oudissimular a natureza, origem, localizao,disposio, movimentao ou a propriedadede bens, direitos ou valores provenientes,direta ou indiretamente, de crime. Ou seja, o

    dinheiro lavado tem de obrigatoriamente ter-seoriginado de atividade ilcita, e a Lei 9.613/98elencou expressamente quais seriam essescrimes: trco ilcito de drogas; terrorismo;contrabando ou trco de armas; extorsopraticada no crime de seqestro; crimes contra

    a Administrao Pblica, contra o sistemananceiro ou os praticados por organizaocriminosa (quadrilha, mas) ou por particularcontra a administrao pblica estrangeira. Ex.:caso TRT. O juiz que quela poca presidia otribunal foi condenado pela Justia Federal

    pelos crimes de lavagem de dinheiro (desviadodas obras de construo do tribunal) e evasode divisas.

    O chamado caixa dois uma orma delavagem de dinheiro?

    Em alguns casos, sim. O caixa dois o resultado contbil registrado de formairregular, fora da contabilidade ocial daempresa. Como no aparece nos registros, ocaixa dois acaba sendo uma das formas maiscomuns de sonegao de tributos que no foiprevista pela Lei 9.613/98 como antecedente

    do crime de lavagem de dinheiro. Mas, quandoo caixa dois utilizado para ocultar umdinheiro que entrou ilegalmente na empresa,oriundo da prtica de outros delitos, acabacongurando uma forma de lavagem.

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    . Crimes do Colarinho Branco (Lei7.492/86). a lei que define os crimescontra o Sistema Financeiro Nacional:- gesto raudulenta e/ou temerria deinstituio fnanceira (art. 4). A gestoraudulenta a prtica de ato de direo,

    administrao ou gerncia, voluntariamenteconsciente, que traduza manobras ilcitas, comemprego de fraudes, ardis e enganos pelosadministradores. Ex.: as fraudes detectadasem consrcios, por meio das quais os gestoresdesviam os valores pagos pelos consorciados.

    Na gesto temerria, os administradorespraticam atos sem os cuidados objetivos, e, aoassumirem riscos audaciosos em transaesperigosas ou inescrupulosas, pem em risco opatrimnio dos associados. vericada, comfreqncia, nas irregularidades praticadas por

    gestores de cooperativas de crdito.Nota: esses crimes podem ser praticados juntamentecom o crime de apropriao indbita (art. 5, caput,da Lei n 7.492/86), que ocorre quando os gestoresde instituio nanceira se apropriam, ou desviam emproveito prprio, os valores por eles administrados.

    - uncionamento irregular de instituiofnanceira (art. 16). o ato de operarinstituio nanceira sem a devida autorizaodo Banco Central, ou com autorizao obtidamediante declarao falsa. Vale inclusivepara operaes de cmbio. A atividade dos

    chamados doleiros pode ser enquadrada nesseartigo da Lei 7.492/86.

    - evaso de divisas (art. 22, caput e par.nico). a remessa de moeda ou de divisas

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    para o exterior por meio de operaes de

    cmbio sem autorizao legal. Abrangetambm a conduta de quem mantm, noexterior, depsitos no declarados repartiofederal competente. A remessa ilegal de divisaspara o exterior freqentemente utilizada paraa lavagem de dinheiro oriundo do caixa 2

    de empresas e do crime organizado. Ex.: asoperaes praticadas por meio da instituioparanaense Banestado.

    A manuteno de depsitos no exterior crime?

    No. No ilcita, por si s, a manutenode depsitos no estrangeiro, desde que ade-quadamente declarados Receita Federal.

    Como distinguir o que atribuio do MPFe o que seria do MP Estadual?O primeiro critrio para efetuar essa distino

    vericar se os crimes foram cometidos contrabens, servios ou interesses da Unio. Ouseja, se h interesse da Unio, normalmente aatuao vai ser do MPF. Exemplo:Bingos e caa-nqueis a competncia dajustia estadual, no que diz respeito represso,porque se trata de jogos de azar, uma contra-

    veno. Se os bingos forem irregulares (fun-cionam sem autorizao legal), a atribuio do MPF, porque esse tipo de scalizao cabe Caixa Econmica Federal. No caso dos caa-nqueis, os crimes porventura detectados quesejam atribuio do MPF como sonegaode tributos federais, evaso de divisas, contra-

    bando so enviados pelo Ministrio PblicoEstadual ao MPF para investigao. O que se

    verica, na prtica, uma atuao coordenadaentre o MPF e os MPs Estaduais na repressoa esses crimes.

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    7. A ATUAO NA TUTELA

    COLETIVAA rea da tutela coletiva, pelos temas

    que abrange, a que exige uma posturaeminentemente pr-ativa dos procuradores.Em vrias questes, a iniciativa de ao ser

    do Ministrio Pblico, e, para subsidiar otrabalho, ser preciso ir atrs de todas asinformaes possveis. Isso implica em oprocurador estar atento aos assuntos docotidiano, para ser capaz de perceber asinmeras situaes em que se faz necessria

    a sua atuao. a rea em que o sentidoda expresso pblica administraopblica, verbas pblicas, servio pblico -alcana seu maior signicado.

    Na tutela coletiva, o MPF agepara proteger (tutelar) os interesses e

    direitos difusos, coletivos e individuaishomogneos. A atuao do MinistrioPblico na proteo a esses direitos temrelao direta com a noo de coletividade;com a idia de que o direito a ser tuteladodiz respeito a um nmero consi-dervel depessoas.Nota: o que no possvel a atuao do MPem defesa de direito que s benecie um nicoindivduo ou um grupo reduzido deles (porexemplo, uma ao para que seja revisto o benefcioprevidencirio de um segurado em funo de seucaso especco, sem potencial para repercutir em

    outros casos).

    a aO civil Pblica

    O instrumento mais comum de

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    atuao nessa rea a Ao Civil Pblica,

    consi-derada tambm o mecanismomais ecaz de proteo aos direitos dacoletividade. O Mi-nistrio Pblico hojeo autor da maioria das aes civis pblicasde grande repercusso que tramitam no

    Judicirio, para a defesa de direitos de toda

    ordem, mas principalmente dos que dizemrespeito queles interesses irrenunciveis sade, educao, dignidade da pessoahumana - e de ampla repercusso no meiosocial consumidor, meio ambiente, defesado patrimnio pblico.

    Antes de chegar ao Judicirio, noentanto, o Ministrio Pblico percorre umlongo caminho, que comea com a abertura,nas procuradorias, de um Procedimento

    Administrativo Cvel-PAC ou de umInqurito Civil Pblico-ICP. Aberto o PAC

    ou o ICP, o procurador ir tomar todasas providncias necessrias obteno deinformaes que permitam a ele concluirpela existncia ou no de irregularidades.

    Exemplo:Um consumidor representa ao MPF contrauma empresa de telefonia. O procuradorresponsvel pela defesa do consumidor, apartir daquela representao, instaura umPAC, fazendo preliminarmente uma anlisedo caso para ver se a demanda diz respeito a

    fatos que atingem uma coletividade ou se dizrespeito apenas quele cidado especco,e, ainda, se a questo encontra-se inseridano mbito de suas atribuies. Nesse caso,como se trata de servio de telefonia, que

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    uma concesso do governo federal, sujeito

    scalizao da Anatel, est presente ointeresse da Unio; a competncia ser da Justia Federal, na esfera de atribuiesdo MP Federal. Quanto ao direito, seo procurador entender que se trata deinteresse apenas privado, a representao

    arquivada e o representante informadodesse arquivamento, com a orientao paraque ele procure os rgos responsveis peladefesa de direitos individuais. Caso o assuntoseja de interesse coletivo, o procuradordetermina a expedio de ofcios para a

    empresa denunciada pedindo explicaes;ocia tambm aos rgos governamentaisresponsveis pela scalizao do servio detelefonia. Em resumo, ouve todos os quetiverem ligao com aquele direito, para

    vericar se a Constituio e as leis esto

    sendo cumpridas.Outro exemplo:

    Os jornais noticiam que determinadopovo indgena est passando por sriosproblemas de alcoolismo e violncia.O procurador expede portaria parainstaurao de um Inqurito Civil Pblicoe, a partir da, expede ofcios para a Funai,Funasa, Polcia Federal, Polcia Civil,Ministrio Pblico Estadual, e quaisqueroutros rgos que possam ter informaes

    sobre o caso.Qual a dierena entre um PAC e umICP?

    A diferena entre eles est somente namaior publicidade que se d abertura do

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    ICP, que instaurado por meio de portariapublicada no Dirio Ocial. O PAC aberto por mero despacho secretariada respectiva unidade, determinandoa sua autuao. Nas causas de maiorinteresse pblico ou repercusso social,os procuradores tm optado pelo ICP, emfuno exatamente da publicidade que se

    d aos atos nele praticados.Quando se trata de assunto queexige anlises tcnicas de prossionaisespecializados, o procurador podedeterminar a realizao de percias, estudosantropolgicos, clculos de engenharia;

    ou quando o problema exige visita aolocal para averiguar a procedncia dareclamao (como uma denncia sobreconstruo irregular em conjunto urbanotombado pelo patrimnio histrico), elepode ainda realizar ou determinar vistorias

    de inspeo.Munido de todos os dados e

    informaes sobre o fato que deu origem investigao, o procurador da Repblica,com base na legislao, verica entose o caso de propositura de ao ou

    de arquivamento da representao. Sedecidir pela ao, o assunto sai da esferaadministrativa, interna da procuradoria,e vai para o mbito judicial, por meioda propositura das aes civis pblicas,aes de improbidade ou aes coletivas,conforme cada caso.

    Normalmente, as aes propostas narea da Tutela Coletiva pedem que o juizconceda uma liminar ou uma antecipao

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    de tutela. A inteno a de se evitar que os

    prazos longos com que trabalha a Justiaacabem resultando na perda do direito ouna total ineccia da deciso. Por exemplo,uma ao que pea o embargo de obracausadora de impactos ambientais. Se ojuiz no conceder a liminar, enquanto

    se espera pela sentena, que somente proferida aps o cumprimento de todosos atos processuais (citao, contestao,intimao, depoimentos etc.), as obrascontinuaro a ser feitas. Quando a sentenasair, os prejuzos sero denitivos e, em

    alguns casos, irrecuperveis.

    Qual a dierena entre uma liminar euma tutela antecipada?Em termos prticos, nenhuma. Liminar uma deciso provisria, dada antes do

    julgamento nal do processo, para evitarprejuzo irre-parvel a um direito. Tutelaantecipada, como o prprio nome diz, a antecipao de um ou mais dos pedidosfeitos pelo autor. Ambas as decises podemser revogadas: a liminar, por deciso dopresidente da instncia superior ao juiz

    que a concedeu; e a tutela, pelo prpriojuiz concedente.

    as aesde iMPrObidade adMinistrativa

    Trata-se de aes ajuizadas contra

    agentes pblicos em decorrncia da prticade atos ilcitos, que, alm de atentaremcontra os princpios da administraopblica, especialmente os da moralidade eda legalidade, constituem violao tambm

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    a certas leis. Geralmente, as aes de

    improbidade administrativa so propostasnos casos em que o dinheiro pblico desviado ou mal empregado. H casos emque o agente pblico, ao invs de embolsara quantia, simplesmente a aplica emdestinao diferente do que a lei previu, e

    isso, por si s, constitui ato de improbidade(por exemplo, verbas do Fundef aplicadasna recuperao de estradas municipais).

    As notcias de improbidade quechegam ao MP Federal vm normalmentedos rgos de controle da administrao,

    como as auditorias dos Ministrios, aControladoria-Geral da Unio, o TCU.Mas h casos de relatos feitos tambmpor particulares - cidados que tmconhecimento do fato e o denunciam aoMP.Nota: importante esclarecer que as sanesaplicadas por meio da ao de improbidade soapenas as sanes civis e polticas: perda do cargo,perda dos direitos polticos por um determinadoperodo, proibio de contratar com o PoderPblico, obrigao de restituir a quantia desviadacom juros e correo monetria, entre outras. Assanes penais, que derivam do cometimento decrime - porque o desvio ou o mau emprego de

    verbas pblicas um crime devem ser impostaspor um juiz criminal em ao penal especca. Ouseja, sempre que um procurador prope uma aode improbidade administrativa, ele envia cpiados autos aos procuradores que atuam na reacriminal, para que estes, se entenderem que os fatosconstituem crime, o-feream denncia contra os

    envolvidos.

    A ao de improbidade propostasomente contra agentes pblicos?No. Ela pode ser proposta contra todos

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    que contratam com a AdministraoPblica, pessoas fsicas ou jurdicas,inclusive contra a prpria pessoa de direitopblico interno para a qual a verba foidestinada (por exemplo, o Municpio).

    Os terMOsde aJustaMentOde cOnduta

    ainda na Tutela Coletiva que oMPF tem sua disposio um dos maisimportantes instrumentos de atuao:o Termo de Ajustamento de Conduta-

    TAC. Por meio dos TACs, as partes se

    comprometem, perante os procuradoresda Repblica, a cumprirem determinadascondicionantes, de forma a resolvero problema que esto causando ou acompensar danos e prejuzos j causados. o que acontece, com freqncia, na rea

    do meio ambiente.Os TACs antecipam a resoluo dosproblemas de uma forma muito mais rpidae ecaz do que se o caso fosse a juzo. Rpida,porque uma ao judicial geralmente levaanos at chegar deciso judicial denitiva

    em razo dos inmeros recursos existentes;e ecaz, porque os direitos protegidos narea da Tutela Coletiva, pela sua prprianatureza, necessitam de solues rpidas,sob pena de o prejuzo tornar-se denitivoe irreparvel. claro que, em alguns

    casos, se a parte demandada no cumpreo combinado, o MPF se ver obrigado alevar o caso Justia.

    Os Termos de Ajustamento deConduta tm natureza de ttulo executivo

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    extrajudicial. A sua diferena para os

    acordos judiciais que estes so rmadosno curso de ao judicial j proposta, e,por isso, devem ser homologados pelojuiz federal que preside o julgamento dacausa. Mas, tanto o TAC quanto o acordojudicial tm o mesmo objetivo: abreviam

    o processo, com a assinatura de umcompromisso da parte r, concordandocom o que proposto pelo MinistrioPblico. Se essa parte desrespeitar oacordo, no cumprindo com as obrigaesque assumiu, o procurador da Repblica

    pode entrar com pedido de execuo, parao juiz obrig-la ao cumprimento.

    as audincias PblicaseasrecOMendaes

    Outros instrumentos de atuaoextrajudicial do Ministrio Pblico bastanteutilizados so as audincias pblicas e asrecomendaes. As primeiras destinam-se a colher subsdios para a instruo deprocedimentos ou de inquritos civispblicos: o procurador convoca umaaudincia pblica para que todas as partesinteressadas, bem como representantes dasociedade civil, exponham suas posiessobre o assunto investigado. Ainda que

    no seja o m ltimo da audincia pblica,h casos em que, ao nal do encontro,obtm-se uma soluo intermediada peloMinistrio Pblico.

    O outro instrumento consiste em

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    recomendaes enviadas a rgos pblicos

    para que cumpram determinados dispositivosconstitucionais ou legais. Por exemplo, oprocurador-geral da Repblica, em 2003,expediu recomendao ao Governo Federalpara que o oramento da Unio enviadoao Congresso Nacional cumprisse a

    determinao constitucional do percentualmnimo que deveria ser destinado Sade. Arecomendao foi atendida; o governo refezo planejamento anterior, obedecendo lei.

    7.1 eM Que atuaM Os

    PrOcuradOres da tutelacOletiva

    O alargamento das atribuies doMinistrio Pblico pela ConstituioFederal ocorreu exatamente nos direitos

    contemplados por essa rea. Eles dizemrespeito a:

    . Ordem Econmica e Consumidores.Na represso s infraes ordemeconmica, o Ministrio Pblico buscaproteger ditames constitucionais comoliberdade de iniciativa, livre concorrncia,funo social da propriedade e repressoao abuso do poder econmico (Lei8.884/94). O m ltimo sempre a

    proteo aos direitos dos consumidores.Por exemplo, quando o MPF investiga aformao de cartel em algum dos setoresda vida econmica, ou irregularidadespraticadas por empresas de transporte,

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    ou manipulao do mercado de aes, o

    que se est protegendo , l no nal dacadeia, o prprio direito do consumidor aum sistema livre de prticas irregulares eilcitas.

    . Meio Ambiente e PatrimnioCultural.Na rea do meio ambiente, cabe ao MPFinvestigar irregularidades constatadas emobras ou atividades causadoras de impactosambientais que estejam sendo executadaspor rgos ou entidades da administrao

    pblica direta ou indireta federal.O MPF atua tambm na scalizao dasobras modicadoras do meio ambienteque se realizam:- em reas que explorem bens da Unio(extrao de recursos minerais, construo

    de hidreltricas) ou que estejam sob seudomnio (rodovias e ferrovias federais);- que provoquem impactos sobre bens daUnio (remanescentes de Mata Atlntica,cursos dgua federais, stios arqueolgicose pr-histricos, terras tradicionalmenteocupadas pelos ndios), sobre reas deproteo federal (reas de PreservaoPermanente-APPs e Parques Nacionais),bem como sobre comunidades tradicionais(em especial, os quilombolas).

    Essa rea abrange ainda assuntos relativosa agrotxicos, biossegurana e polticanacional do meio ambiente.Na rea do patrimnio histrico-cultural,o MPF atua na preservao dos bens

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    tombados pelo Instituto do Patrimnio

    Histrico e Artstico Nacional-IPHAN,tais como conjuntos arquitetnicose urbansticos (as cidades histricas),monumentos religiosos (igrejas, paos,imagens), monumentos civis (estaesferrovirias, palcios de governo),

    patrimnio natural (exs.: Parque Nacionalda Serra da Capivara-Piau; Morro da Urca-Rio) e stios arqueolgicos (ex.: Sambaquido Pinda-MA).Os procuradores cuidam ainda da proteoaos bens imateriais, especialmente os que

    foram objeto de registro pelo Iphan (exs.: aFesta do Crio de Nazar-PA, o acaraj-BAe as paneleiras de Goiabeiras-ES).

    . Criana, Adolescente, Idoso e Portadorde necessidades especiais.

    O MPF cuida aqui de proteger os interesses edireitos coletivos dessas categorias, quandoa responsabilidade pela concesso ou pelaobservncia desses direitos esteja a cargoda Unio, de suas autarquias, fundaes ouempresas pblicas federais.

    . Comunidades Indgenas e Minorias.O MPF foi encarregado pela prpriaConstituio da proteo aos povosindgenas (art. 129, V). No cumprimento

    dessa atribuio, os procuradores scalizama atuao dos rgos governamentais,intermediando e defendendo direitosindgenas relacionados sade, demarcaode terras, educao, auto-sustentao e

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    preservao cultural.

    No caso das minorias tnicas, as principaisaes do MPF cuidam dos quilombolas,das comunidades extrativistas e ribeirinhase dos ciganos.

    . Educao e Sade.Presente o interesse da Unio e de seusrgos da administrao pblica direta eindireta, o MPF scaliza o cumprimentoda regra constitucional do acesso universal educao e sade. Atua tambm emquestes que envolvem a administrao

    e gesto dos rgos responsveis poressas reas (por exemplo, professoresde universidade federal que estariamdesrespeitando o regime de dedicaoexclusiva; centro de transplante que noobedece a ordem da la de receptores para

    o recebimento de rgos doados).Alm disso, os procuradores da Repblicascalizam a aplicao das verbas federaisdestinadas realizao de obras nas reasde educao e sade (construo de escolas,Fundef, saneamento bsico), ajuizandoaes contra os responsveis por eventuaisirregularidades.

    . Previdncia e Assistncia Social.O MPF scaliza o cumprimento dos

    direitos assegurados aos cidados que serelacionem previdncia e assistnciasocial prestadas por rgos federais.Exemplo de atuao nessa rea foram asaes civis pblicas ajuizadas em vrios

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    estados, no ano de 2003, pedindo a reviso

    dos benefcios previdencirios devidos aosaposentados.

    . Patrimnio Pblico e Social.Na defesa do patrimnio pblico e social,o MPF procura garantir a efetivao dos

    direitos sociais, scalizando as atividadesdesenvolvidas no mbito dos rgosda administrao pblica federal diretae indireta, incluindo as fundaes e osrgos de registro prossionais, como osconselhos regionais.

    Os procuradores da Repblica realizamatividades de controle da destinao eaplicao de todos os recursos federais.Em caso de atos ilcitos, causadores dedanos diretos ao patrimnio da Unio,seja ele material ou imaterial, como por

    exemplo, respectivamente, o desvio oua m aplicao dos recursos pblicos e odesrespeito moralidade administrativa, oMPF busca a responsabilizao de todasas pessoas envolvidas, sejam elas agentespblicos ou no, por meio do ajuizamentode aes de improbidade administrativa.

    . Cidadania, Direitos Humanos eViolncia Policial.Incluem-se a todas as questes

    relacionadas aos direitos constitucionaisda pessoa humana cuja defesa possa serdiscutida no mbito de atuao do MPF,ou seja, perante a Justia Federal. Osprocuradores buscam garantir que direitos

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    constitucionais como liberdade, igualdade,

    dignidade, acessibilidade, acesso justia,direito informao e livre expresso, sejamefetivamente respeitados pelos PoderesPblicos e pelos prestadores de servios derelevncia pblica (ex.: transporte e meiosde comunicao).

    No MPF, esses assuntos so defendidos,em mbito nacional, pela ProcuradoriaFederal dos Direitos do Cidado e, nosestados, pelos procuradores regionais dosDireitos do Cidado.

    Nota: importante esclarecer que, em todas as reasda Tutela Coletiva, se for constatado algum ato quese enquadre como crime, so retiradas cpias dosprocedimentos para remessa aos procuradores queatuam na rea criminal. Por exemplo: a formaode cartel infrao ordem econmica que gerarepercusses nos mbitos cvel e criminal; assimcomo certos danos causados ao meio ambiente ou

    ao patrimnio pblico.

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    8. A ATUAO COMO CUSTOSLEGIS

    c uma expresso em latimpara scal da lei.

    Do ponto de vista constitucional, os

    integrantes do MPF, em qualquer momentoou em qualquer rea de atuao cvel oucriminal jamais deixam de scalizar ocumprimento e aplicao da lei. Quandofaz uma denncia por crime de estelionatocontra o INSS, o MPF est garantindo que

    o Cdigo Penal seja cumprido; quandoprope uma ao civil pblica por danosao meio ambiente, o procurador estgarantindo que a Constituio e as leispertinentes ao assunto sejam obedecidas.Essa posio, portanto, de scal da lei,

    intrnseca a toda atuao de um membrodo MPF.

    Mas, no mbito interno do MinistrioPblico Federal, o uso da expresso cou consagrado numa forma deatuao especca: a de interveniente nosprocessos cveis. Isso ocorre quando o MPFno faz parte da relao processual, nemcomo autor, nem como ru. Sua posio apenas a de vericar, com base na legislao,se o pedido feito ao juiz merece ou no ser

    atendido. Em linguagem jurdica, diz-se queo procurador deu parecer sobre o caso, que nada mais, nada menos do que emitir umaopinio fundamentada, de forma a fazercumprir o que a lei determina. No meio

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    jurdico, chama-se a relao processual de

    trade: juiz numa ponta, autor e ru nasoutras duas. Na funo de , o MPfuncionaria como o olhar da sociedadesobre essa relao, para garantia, inclusive,da imparcialidade do julgador.

    Nessa condio, portanto, de scal

    da lei, os procuradores atuam, na primeirainstncia, principalmente em mandados desegurana, aes ordinrias e precatrios.

    J a atuao dos procuradores regionaisda Repblica perante os TRFs, e dossubprocuradores perante o STJ e STF,

    ocorre principalmente na condio de , scalizando a correta aplicao da leinos diversos tipos de processos existentesnesses Tribunais.

    MandadOsde segurana

    Todo mandado de seguranaimpetrado na Justia Federal contra atode autoridade pertencente Unio ou aquaisquer de seus rgos da administraodireta ou indireta enviado ao MPF paraparecer. A maior parte dos mandados desegurana trata de assuntos:

    .previdencirios (ex.: um cidado impetramandado de segurana, porque o INSS

    indeferiu seu pedido de aposentadoria,sob o fundamento de que o tempo decontribuio no suciente. O procurador

    vai analisar o pedido e a documentaojuntada pelo impetrante, bem como a

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    defesa apresentada pela autarquia e dizer

    quem est com a razo);. tributrios (ex.: uma empresa entra commandado de segurana contra a ReceitaFederal porque discorda dos valoreslanados pela autarquia no clculo deimposto que est sendo cobrado dela); e

    . administrativos (ex.: um cidado entracom mandado de segurana contra umauniversidade federal porque teve negadoseu pedido de transferncia; ou umaempresa entra com mandado de seguranacontra rgo federal pedindo a anulao de

    uma licitao).

    aes Ordinrias

    Nem todas as aes ordinriasajuizadas na Justia Federal so enviadas ao

    MPF. Para distinguir quais devem merecera interveno dos procuradores e quaisdela no necessitam, utiliza-se o critrioda qualidade da parte ou da natureza dademanda, sempre tendo em vista o interessepblico. Por exemplo, as aes ordinrias

    ajuizadas contra o INSS somente seroenviadas ao MPF quando estiverem emdiscusso interesses de idosos e incapazes.

    No entanto, h casos em que obrigatria a interveno dos procuradores:aes de usucapio em terras pertencentes

    Unio, aes de desapropriao do Incra,e, at, aes de jurisdio voluntria (comoas que tratam de direitos de nacionalidade.Ex.: pedido de naturalizao).

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    PrecatriOs

    So as execues ajuizadas contra aFazenda Federal. O juiz concede vista aoMPF para que opine se foram atendidastodas as exigncias legais, alm de outrosrequisitos relacionados ao prprio contedo

    do precatrio, como a correo dos valores(correo monetria, juros) e a legitimidade daparte que ir receber o pagamento.

    O juiz est obrigado a decidir conorme oparecer do MPF?No. Mas caso o juiz decida em sentidocontrrio ao parecer, o MPF, como scal da lei,poder recorrer da deciso, embora, at aquelemomento, no tenha sido parte no processo.

    A uno de custos legistambm existe emmatria criminal?

    Sim. Por exemplo, quando o TRF ou o STJ vojulgar recursos interpostos contra sentenasproferidas em aes penais, os integrantesdo MPF que atuam naqueles tribunais(respectivamente, procuradores regionais esubprocuradores) do parecer sobre a causa.Essa atuao tipicamente de .

    O procurador-geral da Repblica pode atuarnas Aes Diretas de Inconstitucionalidadepropostas por partidos polticos ou peloConselho Federal da OAB?Sim, como . Alm de autor dasaes de inconstitucionalidade que entender

    cabveis, o procurador-geral da Repblica temque dar seu parecer em todas as demais ADIsque forem propostas no Supremo TribunalFederal.

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    9. O MINISTRIO PBLICO

    ELEITORAL

    O Ministrio Pblico Eleitoral temuma congurao peculiar. Diversamentedos outros ramos do Ministrio Pblico,

    o Eleitoral no possui um quadroinstitucional prprio, com integrantes,carreiras ou existncia fsica independente.Em decorrncia dessa singularidadee para conseguir atuar em um pas dedimenses continentais como o Brasil,

    sua composio tem natureza hbrida:integram-no dois diferentes ministriospblicos - o Ministrio Pblico Federal (doqual provm o procurador-geral Eleitorale os procuradores regionais Eleitorais)e os ministrios pblicos estaduais (de

    onde vm os promotores Eleitorais, queso promotores de Justia que exercem asfunes eleitorais por delegao do MPF).

    Sendo a Justia Eleitoral uma justiafederalizada, com jurisdio em todo o pas,a chea do Ministrio Pblico Eleitoral,em mbito nacional, exercida peloprocurador-geral da Repblica, que, noexerccio das funes eleitorais, chamadode procurador -geral Eleitoral. O PGEatua nas causas em julgamento perante o

    Tribunal Superior Eleitoral.Nos estados, a chea administrativa dorgo exercida pelo procurador regionalEleitoral - um procurador da Repblica(ou procurador regional da Repblica,

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    nos locais onde existirem procuradorias

    regionais), designado para um mandatode dois anos, prorrogvel por um binioconsecutivo. Os procuradores regionaisEleitorais so responsveis pela designaode promotores de Justia para o exercciodas funes do MPE nas zonas eleitorais.

    Para essa prestao de servio, que temnatureza extraordinria, os promotoresrecebem uma remunerao mensal,paga pelos cofres da Unio, chamada degraticao eleitoral.

    O procurador regional Eleitoral atua

    perante o Tribunal Regional Eleitoral e ospromotores Eleitorais, perante os juzesEleitorais.

    As atribuies dos integrantes doMinistrio Pblico Eleitoral podem serassim resumidas:

    . Eleies municipais. So os promotoresEleitorais quem detm atribuio originriapara propor aes ou dar parecer emquaisquer processos movidos contra oscandidatos a prefeito ou a vereador. Oprocurador regional Eleitoral atua apenasna 2 instncia, quando os recursosinterpostos contra as decises dos juzesde primeiro grau sobem para os TREs.. Eleies gerais. O foro dos candidatos agovernador, a deputado federal e estadual

    e a senador o Tribunal Regional Eleitoral;local de atuao, portanto, do procuradorregional Eleitoral. Nas eleies gerais, o

    TRE a primeira instncia, salvo quandose trata de ao contra candidatos

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    presidncia da Repblica, que tm foro no

    Tribunal Superior Eleitoral, onde atua oprocurador-geral Eleitoral.

    O procurador regional Eleitoral, quandorecebe um recurso ajuizado por promotorEleitoral, obrigado a dar-lhe pareceravorvel?

    No. Apesar de fazerem parte do mesmorgo (o Ministrio Pblico Eleitoral), elesatuam independentemente.

    Quando um promotor Eleitoral propeuma ao por abuso de poder econmiconuma eleio, correto dizer que aquelaao oi proposta pelo Ministrio Pblicoestadual?No. Ainda que aquele promotor pertenaao MP Estadual, sua atuao na JustiaEleitoral nada tem a ver com as suasatribuies perante a Justia Estadual.

    So justias completamente distintas. Porisso, deve-se utilizar sempre a designaopromotor Eleitoral ou MinistrioPblico Eleitoral.

    9.1 as PrinciPais aes

    O Ministrio Pblico atua em todasas fases do processo eleitoral, desdea inscrio dos eleitores, convenespartidrias, registro de candidaturas,campanhas, propaganda eleitoral, at o

    pleito propriamente dito e subseqentediplomao dos eleitos. O MPE tambmscaliza a prestao de contas doscandidatos e dos partidos polticos perantea Justia Eleitoral, proferindo parecer pela

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    sua rejeio ou aprovao.

    O MPE pode atuar ativamente(propondo aes ou recorrendo de decisesjudiciais) ou como (quando oMinistrio Pblico no gura como partena ao eleitoral; ele chamado a opinarsobre aes ajuizadas por terceiros - outros

    candidatos ou partidos polticos, porexemplo).

    . Ao de Investigao Judicial Eleitoral(art. 22, da LC 64/90). Tem por objetivoapurar denncias de atos que congurem

    abuso de poder econmico e/ou polticono perodo que vai do deferimento doregistro de candidatura at a eleio (atospraticados, portanto, durante a campanhaeleitoral). Se for julgada aps as eleies,cpia da AIJE deve ser enviada ao

    Ministrio Pblico para a propositura doRecurso contra Diplomao ou da Ao