15
Junho de 2011 Ano XVI Número 188 REI Por quê? De tal pergunta começarão a responder: “Ah, mas o nosso líder tem que ser escolhido pelo povo; porque nós é que devemos ser responsáveis pelo nosso destino; porque o rei vai querer me mandar? Só porque nasceu rei?”. É, as coisas não são assim. Artigo de Aloysio Telles de Moraes Netto Pág.5 Livro “1882” é lançado em versão dedicada ao público juvenil Pág.9 IBI faz homenagem a Princesa Dona Isabel em Sergipe Pág.4

Por quê? - Brasil Imperial · ... e da imperatriz Dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas ... Descerramento de uma Placa no Salão do Hotel San ... 3 Davidson Halevy O. Marinho Bentes

Embed Size (px)

Citation preview

Junho de 2011 Ano XVI Número 188

REIPor quê?De tal pergunta começarão a responder:

“Ah, mas o nosso líder tem que ser

escolhido pelo povo; porque nós é que

devemos ser responsáveis pelo nosso

destino; porque o rei vai querer me

mandar? Só porque nasceu rei?”. É,

as coisas não são assim. Artigo de

Aloysio Telles de Moraes NettoPág.5

Livro “1882”é lançadoem versãodedicadaao públicojuvenil

Pág.9

IBI faz homenagem a Princesa Dona Isabel em SergipePág.4

O mês de junho é muito especial para nós, monarquistas. O nosso chefe da Casa

Imperial, D. Luiz de Orleans e Bragança, e nosso Príncipe Imperial, D. Antonio de

Orleans e Bragança, fazem aniversário. É o momento ideal para reforçarmos os

laços e expandir ainda mais a nossa defesa por um Brasil monárquico constitucional

com democracia e justiça. Hoje, é preciso algo mais do que resgatar a verdadeira

história do Brasil, agredida todos os dias. É necessário mostrar que o sistema

republicano é o responsável pelas mazelas que vivemos.

Nas mãos de quem não é referência de virtude e moral, este sistema nunca vai

consolidar o funcionamento das instituições. É uma inverdade espantosa aquele

conceito de que Executivo, Legislativo e Judiciário funcionam em harmonia. Basta

ver o que vem acontecendo, com principal corte suprema do País legislando ao

invés de proteger a Constituição. A libertação do terrorista Battisti foi uma afronta a

um País ordeiro e conservador como o nosso. Sem um moderador, que é Rei, a

sociedade fica órfã. Temos que ter coragem e afirmar isso em todos os fóruns

possíveis.

É sempre bom lembrar o grande Rui Barbosa, tido como um dos defensores da

República pelos historiadores que ignoram o arrependimento dessa figura da nossa

história. Como ele disse: “Havia uma sentinela vigilante, cuja severidade todos

temiam, e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se

apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade. Era o Imperador Dom

Pedro II.”

Como ampliar a voz do nosso movimento? Participando de entidades como o

Instituto Brasil Imperial e defendendo conceitos que possam atrair ainda mais

brasileiros para nossas fileiras. Consultado nosso arquivo de edições da Gazeta

Imperial é possível encontrar subsídios dos nossos articulistas. Os países com

maior desenvolvimento social e econômico são monarquias constitucionais

parlamentares! Os reis exercem a função de manter a identidade da nação. As

instituições funcionam efetivamente exercendo dentro de um sistema justo as suas

reais prerrogativas.

Defenda o pensamento monárquico! Tem dúvidas sobre como fazer isso? Mande-

nos um e-mail e tire suas dúvidas, monte um núcleo em seu município. Que o

exemplo de nossos Príncipes Imperiais D. Antonio e D. Luiz,

grandes estadistas, perdurem por muito tempo. Vida longa a

Família do Imperial do Brasil! Vida longa ao Movimento

Monárquico Brasileiro! Vida longa ao Instituto Brasil

Imperial!

Saudações Monarquistas!

Vida longa a FamíliaImperial do Brasil!

Imperial ImperialGazetaGazeta

02

Prezados amigos dirigentes de núcleos monarquistas brasileiros.

Imagem do MesImagem do Mes^

Imperial ImperialGazetaGazeta

Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial

www.brasilimperial.org.br

A Gazeta Imperial é uma publicação do

Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de

reportagens, divulgação de eventos

monárquicos e imagens podem ser enviados

para [email protected]

Alessandro Padin Editor e jornalista responsável

[email protected]

José Bonifácio de Andrada e Silva, o

Patriarca da Independência do Brasil

Primeira reunião do InstitutoBrasil Imperial é um sucesso

A Coordenação do IBI em Sergipe promoveu palestras para lembrar a libertação dos escravos no Brasil

A Coordenação do Instituto Brasil

Imperial (IBI) em Sergipe promoveu

palestras, Salão do Hotel San

Manuel, para lembrar a assinatura

da libertação dos escravos no Brasil.

O coordenador local, Dr. João

Francisco dos Santos, falou sobre a

biografia da Princesa Dona Isabel,

nascida Dona Isabel Cristina

Leopoldina Augusta Micaela

Gabriela Rafaela Gonzaga de

Bragança e Bourbon, (Rio de

Janeiro, 29 de julho de 1846 — Eu,

França, 14 de novembro de 1921)

que foi a última princesa imperial do

Brasil e regente do Império por três

ocasiões, na qualidade de herdeira

de seu pai, o imperador Dom Pedro

II, e da imperatriz Dona Teresa

Cristina de Bourbon-Duas Sicílias.

Foi a terceira Chefe de Estado

brasileira após sua avó Leopoldina e

sua trisavó Dona Maria I. Foi

cognominada a “Redentora” por ter,

através da Lei Áurea, abolido a

escravidão no Brasil.

Em uma segunda palestra, abordou

o tema “Os Príncipes do Brasil e

como vivem”, tecendo grandes

elogios à postura exemplar da

Família Imperial e em particular ao

Chefe da Casa Imperial Brasileira,

Dom Luiz de Orleans e Bragança. O

Príncipe Dom Antonio de Orleans e

Bragança que esteve em visita a

Sergipe em novembro passado, foi

h o m e n a g e a d o c o m o

Descerramento de uma Placa no

Salão do Hotel San Manuel

Da redação do IBI

O Jornal da cidade e a Televisão

Sergipe Concessionária da Rede

Globo de Televisão também foram

homenageados pela excelente

cobertura que deram à visita do

IBI comemora o dia de D. Isabel do Brasil, “A Redentora da Escravidão”

Instituto Brasil ImperialInstituto Brasil Imperial

Príncipe Imperial em novembro

passado. O Presidente do Instituto

Brasil Imperial, Comendador

Antonyo da Cruz, parabeniza ao

coordenador do IBI em Sergipe, Dr.

João Francisco de Souza, que deu o

exemplo a outros coordenadores e

presidentes de núcleos para que

preparem atividades para todas as

datas monárquicas.

Condessa Elisa Mendes, Dr. João Francisco

dos Santos e Dr. Geovan Teles Franca

Jantar comemorativo no Restaurante

do Hotel San Manuel

Representante do ex-deputado e empresário

Marcos Franco, do Jornal da Cidade, e

representante da presidência da Televisão

Sergipe concessionária da Rede Globo,

receberam diploma pelo apoio a causa

monárquica do Brasil

O coordenador do IBI, Dr. João Francisco dos

Santos, fazendo uma das palestras do encontro

monárquico em homenagem a Princesa Dona

Isabel. A força do movimento no Nordeste

04

JUNHO

2 Amilton Clemente de Paula Itaperuna - RJ

2 Nilton de souza Moraes Maricá - RJ

3 Davidson Halevy O. Marinho Bentes Brazilandia - DF

4 Eduardo Ximenes São Paulo - SP

5 João Francisco dos Santos Aracajú - SE

6 Ricardo José de Souza Goiania - GO

10 Marcio Cruz Bastos Ribeirão Preto - SP

11 Paulo R. Maciel Luz Baependi - MG

12 Relryk Abreu silva Tremenbé - SP

14 Francisco Joaquim de Souza Neto Taguatinga - DF

16 Gustavo Ferreira Cintra do Prado São Paulo - SP

17 Fabrizio Vasconcelos Santos - SP

18 Jorge augusto Costa Meneghelli Colatina - ES

19 Cleber Barros de Lima Muniz Rio de Janeiro - RJ

20 Jorge Walas Alves de Lima Lageado - PE

23 Antonio Carlos Garcia Sorocaba - SP

23 José Jorge Correia Conceição Recife - PE

28 Jadeir Luciano Prudente Itaperuna - RJ

JULHO

1 Alessandro José Padin Fereira Praia Grande - SP

3 Robson José Côgo Serra - ES

4 Alexandre Maurano São Paulo - SP

7 Lucas Gabriel Ribeiro Wagner Petrópolis - RJ

12 Raimundo Nonato Taubaté - SP

13 Adenauer Melo de Oliveira Mont Royal - Canadá

13 Txiliá Credidio Jaboatão do Guararapes - PE

17 Jounalist M.F. Machado Niagara Falls - Canadá

24 Adriane Kuchkarin São Paulo - SP

26 Niels J. Peterson Petrópolis - RJ

30 Dorival Bueno Balneário Camburiú - SC

31 Ivanês Lopes Natal - RN

AniversariosAniversarios´Atualize seu cadastro no nosso site

www.brasilimperial.org.br

D. ANTONIO DE ORLEANS E BRAGANÇA

Aniversário de

Príncipe Imperialdo Brasil

24 de junho

Mas porque um Rei e não um presidente?De tal pergunta começarão a responder: “Ah, mas o nosso líder tem que ser escolhido pelo povo;

porque nós é que devemos ser responsáveis pelo nosso destino; porque o rei vai querer me mandar?

Só porque nasceu rei?”. É, as coisas não são assim.

Atualmente, dentro do pensamento

deturpado a que as pessoas foram e

são submetidas, muitas pensam

que ter um presidente escolhido

pelo povo é melhor do que ter um

Monarca chefiando o país. Mais

u m a v e z f a z e m o s a q u e l a

perguntinha bem simples: “OK, mas

por quê?”.

De tal pergunta começarão a

responder: “Ah, mas o nosso líder

tem que ser escolhido pelo povo;

porque nós é que devemos ser

responsáveis pelo nosso destino;

porque o rei vai querer me mandar?

Só porque nasceu rei?”. É, as coisas

não são assim.

Quando nós estudamos um pouco

de Teoria Geral do Estado, vemos

que o Estado – conjunto de Povo,

Território e Governo – que compõe a

maioria dos países atualmente,

surgiu não do nada, mas de uma

evolução social e política. Existiu

primeiro a família, que evoluiu para

a sociedade tribal com a união entre

várias famílias de mesma origem,

que veio a ser o embrião das

c idades, que começaram a

estender seu território (através da

associação entre comunidades ou

dominações umas sobre as outras),

que foram abrangendo territórios

até que surgiram os primeiros

exemplos de Estado, na Suméria,

Egito, Oriente Médio e Roma, bem

como também na América pré-

colombiana. Esta teoria é a mais

aplicada, e por consecução lógica é

provavelmente a mais correta. Um

exemplo disso é a origem do povo

Aloysio Telles de Moraes Netto

05

ArtigoArtigo

de Israel, originalmente uma

família, cujo surgimento está

descrito na Bíblia (Abraão, Isaac,

Jacó, e daí pra frente até

hoje).Contudo, se for observado,

mesmo sendo entidades de

grandes proporções, os Estados

Nacionais ainda hoje são...

f a m í l i a s , s ó q u e s u p e r

desenvolvidas.

Naturalmente, a chefia de uma

família não é escolhida de maneira

“democrática”. Sempre haverá

quem comanda a família. Seja o

pai, a mãe, ambos, um irmão ou

irmã mais velhos, um dos avós...

enfim, numa família sempre haverá

esta figura. O que não significa que

necessariamente em uma família os

demais membros não terão voz ou

vez. É claro, em se tratando de uma

família monoparental onde só há um

adulto e crianças, ou um casal e

crianças, não há muito espaço para

votações, mas quando todos já são

mais adul tos, todos podem

participar das discussões familiares

e interferir nos destinos do grupo,

mas a última palavra, que mantém a

ordem é do(s) chefe(s) da família.

Em um Estado onde as coisas

funcionam, o pensamento deve ser

o mesmo. O Monarca é aquele pai

de uma família em que todos os

filhos são adultos, de maneira que

estes ajudam no sustento da casa,

os mesmos t em a té ma i s

obrigações do que o pai, mas este é

o que dá a última palavra, e é

respeitado justamente porque não

abusa de seu poder familiar. Deixa a

família seguir seu curso, somente

traçando objetivos de acordo com

sua experiência de vida e formação.

Numa república, o Estado fica

semelhante à “Casa da Mãe Joana”,

onde cada um faz o que quer,

porque não existe uma autoridade

O Monarca não pode participar da vida político-partidária. Seus interesses

transcendem tais anseios, e, por mais que o ser humano seja corruptível

(e nem os reis escapam a esta triste constatação), não existem motivos

para tal, que ensejem a corrupção do soberano

06

legítima, e por mais que se tente

colocar as decisões em voto, o

mesmo não surte efeito, porque um

irmão pode comprar o outro com um

brinquedo novo, uma roupa nova,

um prato de doce, em troca do que o

outro quer na hora da decisão

colegiada. Isso não ocorre numa

família normal, onde os filhos não

têm como comprar a opinião dos

pais, nem estes precisam comprar

os filhos (até porque suas decisões

serão as melhores para eles e para

todos).

Analogias e alegorias à parte, isto

ocorre nos sistemas monárquico e

republicano. O Monarca não pode

participar da vida político-partidária.

Seus interesses transcendem tais

anseios, e, por mais que o ser

humano seja corruptível (e nem os

re is escapam a esta t r is te

constatação), não existem motivos

para tal, que ensejem a corrupção

do soberano. Afinal, o rei não

depende de votos para se manter no

poder ou se sustentar, seus gastos

básicos são arcados pelo erário (da

mesma forma que é feito com os

presidentes da república), não

precisa prevaricar para ganhar

eleitorado ou base política, pois ele

continuará no mesmo lugar até

morrer. Ele não inova na conjuntura

política ao chegar ao governo como

rei porque já participa, enquanto

príncipe, dos atos oficiais de estado.

Aliás, registre-se que mesmo sendo

sustentado pelo Estado, o Monarca

ainda é mais econômico do que

presidentes, pois estes são

sustentados, recebem um valor bem

considerável de salário, e depois

que saem do poder continuam a dar

gastos para o governo, pois

continuam a receber proteção oficial

de ex-presidente e recebem uma

“pensão” pelo período em que

estiveram governando, mesmo que

tenham economizado todo o

dinheiro que receberam ou se

tiverem outras fontes de renda.

O presidente não representa a

c o n t i n u i d a d e d e g o v e r n o

necessariamente. Mesmo que ele

tenha sido indicado pelo seu

sucessor (como é o caso atual no

Brasil) vai querer inovar nos tratos

governamentais, nas políticas

públicas, e sempre visando, no

caso especial do Brasil, preparar a

“cama” para as próximas eleições,

seja para si, seja para algum amigo

próximo.

Sejamos claros: o atual governo, da

Sra. Dilma Roussef teve sua base

eleitoral nos programas sociais

criados pelo seu antecessor.

Criaram o chamado Programa de

Aceleração do Crescimento, e

colocaram sob a tutela desta

senhora, que à época era a ministra

da Casa Civil (cujo ministério não

tem NADA A VER com a matéria do

suposto programa, que deveria

estar sob a tutela do ministério das

cidades ou do planejamento, por

exemplo). Após ser eleita, o

denominado PAC foi transferida

para outra pasta, porque não era

mais necessário vincular a imagem

desta ministra ao programa, que

sequer tinha concluído um quarto

do que p rometera quando

resolveram lançar o PAC 2! (que

legal...).

Num sistema Monárquico, o

governo não fica limitado a quatro

anos: suas diretrizes gerais são

traçadas quando é formado um

novo gabinete de ministros, e o

primeiro ministro permanecerá no

comando do governo enquanto

estiver tocando seus projetos, sob a

atenção do imperador, que só

intervém em último caso (e a

supervisão do Imperador garante

que deslizes ocorram o menos

possível). Se ocorrer alguma

irregularidade grave, como um

grande esquema de corrupção

( v i d e M e n s a l ã o ) , o u s e

simplesmente o Primeiro-Ministro e

seu gabinete forem incompetentes,

no primeiro caso o Imperador pode

dissolver o parlamento e convocar

novas eleições, e no segundo caso

o povo se encarrega de escolher

outros representantes mais dignos

d e c o n f i a n ç a . To n y B l a i r

permaneceu no poder na Inglaterra

por dez anos, e Gordon Brown, seu

sucessor, só três, exatamente

porque o povo escolheu quem

queria para governar, e não era este

último. Aliás, ressalte-se que

dissolver o parlamento não é a

mesma coisa que fechá-lo (como

ocorreu várias vezes após o golpe

republicano). Quando se fecha o

Parlamento, o governante governa

sozinho por tempo indeterminado.

Quando é dissolvido, é convocada

nova eleição antes do término da

legislatura, mas o Parlamento não

deixa de atuar.

No modelo atual, o presidente não

dissolve nem fecha o parlamento (e

pelo menos esta regra tem sido

atendida nos últ imos anos).

Contudo, ainda que ocorram

escândalos, os políticos que estão

no poder podem continuar no poder

sem problema nenhum (para eles).

No caso do Mensalão foi uma

vergonha sobre a outra. Todo o alto

escalão do governo federal e do

partido do governo, bem como seus

aliados, caiu. Aliás, este é o motivo

para Dilma ter sido escolhida como

sucessora de Lula, pois não sobrou

NINGUÉM no PT, além de uma ex-

secretária de estado, no comando

do ministério das minas e energia,

mera técnica, que nunca tinha

recebido a devida instrução para

conduzir um Estado, nem mesmo

tinha sido eleita para nada, nem

para síndica de prédio! Isto sem

falar no lindo caso ocorrido com a

Sra. Erenice, braço direito de longo

tempo da Sra. Dilma, que, mal virou

ministra em seu lugar, nem esperou

esquentar a cadeira do ministério

para ser envolvida em mais

escândalos de corrupção. Será que

ela mudou de lado somente depois

que a Dilma se separou dela? Será

que a Sra. Dilma sabia do que

acontecia antes e depois de sua

saída? (mistério...) Mas, apesar de

todos seus “companheiros” terem

sido flagrados e culpabilizados

pelos escândalos citados, o Exmo.

Sr. Presidente Lula permaneceu o

“Impávido Colosso”, como se nada

Tony Blair permaneceu no poder na Inglaterra

por dez anos, e Gordon Brown, seu sucessor,

só três, exatamente porque o povo escolheu quem

queria para governar, e não era este último. Aliás,

ressalte-se que dissolver o parlamento não é a

mesma coisa que fechá-lo (como ocorreu várias

vezes após o golpe republicano)

07

pudesse atingi-lo. Será mesmo que

ele não sabia do que estava

acontecendo ao lado de seu

gabinete, este tempo todo?

E para completar o cenário de

degradação moral, o Sr. Zé Dirceu,

ex-Chefe da Casa Civil antes de

Dilma, mesmo respondendo a um

processo criminal pelos escândalos

foi um dos principais artífices da

campanha que ganhou o comando

da república. O Sr. Pallocci retornou

como CHEFE DA CASA CIVIL (esse

cargo deve ter alguma coisa, pois

está mais concorrido do que a

presidência), e a própria amiga

Erenice, recém envolvida em

escândalos, foi cumprimentar sua

excelência (só dela, porque minha

excelência não é) no dia da posse...

Ta i s f a t o s e n o j a m a t é o s

republicanos que eventualmente

estejam de boa fé.

Este é o cenário do nosso

presidencialismo. Note bem que

n ã o e s t o u f a l a n d o , c o m o

acertadamente falam outros

colegas da Causa Monárquica, de

“causos” ocorridos na época de

Deodoro, Floriano ou Getúlio. Estou

falando de algo que aconteceu (e

acontece) AGORA, na atual

conjuntura política, que não aceita

mais golpes de estado como antes

(quando era fácil tomar o poder sem

a ex i s tênc ia de me ios de

comunicação), mas o uso do poder

em proveito próprio com fins quase

exclusivamente financeiros, sem

qualquer responsabilidade moral e

quase nenhuma legal. Estas sim

permanecem desde novembro de

1889.

Agora, vamos ver a Monarquia,

sistema de governo onde nós temos

o nosso grande “pai” (ou “mãe”) da

Nação. Alguém pode apontar um

ato de corrupção perpetrado pelos

Imperadores do Brasil? Concordo,

nem sempre a história mostrou

tudo perfeito, em especial algumas

atitudes de Dom Pedro I. Mas,

mesmo que este tivesse um estilo

de vida, digamos, liberal, ao ter

vários romances e até casos

extraconjugais, independente de

seus deslizes na vida privada, seu

trato com as coisas públicas foi

excelente, garantindo a integridade

nacional e a independência

brasileira desde o início e a

legitimidade do governo português,

dando constituições para ambos os

países, ao invés de querer ser

absolutista, como muitos ainda

afirmam. Ele foi tão “mau”

governante que governou o Brasil,

Po r tuga l , venceu o i rmão

usurpador lá e ainda colocou os

dois filhos nos tronos de Brasil e

Por tuga l an tes de morrer,

precocemente, infelizmente.

Vejamos: existe algum caso de

c o r r u p ç ã o p r o v o c a d o p o r

monarcas no mundo ocidental, nos

dias atuais? Já sabemos a

resposta, e essa pergunta acaba

sendo quase retórica.

No Brasil nós ainda temos esta

figura do Chefe de Estado e Chefe

de Governo ao mesmo tempo. Tal

circunstância é muito pior do que a

Monarquia, pois concentra poder

demais nas mãos de alguém. A

criação do presidencialismo se deu

nos Estados Unidos posto que lá

eles estavam ainda acostumados

com o poder absoluto do Rei da

Inglaterra, antes que o instituto do

Par lamenta r i smo es t i vesse

desenvolvido. O Chefe de Estado,

como já foi falado muito aqui na

figura do Monarca, tem a função de

representar o país internamente e

externamente, garantir a unidade

nacional e socorrer o povo nos

momentos de dificuldade, como

ocorre quando é necessário

dissolver o Parlamento ou demitir um

primeiro ministro incompetente. Ele

deve conhecer bem sua nação,

haver uma identificação entre os

cidadãos e o Monarca, para que

estes confiem nele e ele os proteja. É

um pacto de confiança mútua. Por

isso é necessário alguém que tenha

recebido esta formação como

missão de vida, e viva em função de

seu país.

O Estado é representado e

protegido pelo Monarca, mas a

verdadeira soberania pertence ao

povo, e este é quem decidirá o seu

destino, em especial suas políticas

públicas. Assim, temos a figura do

primeiro ministro, que não é

escolhido individualmente, mas é

nomeado pelo partido que for

escolhido pelo povo, de acordo com

suas propostas de governo em

eleições livres, democráticas,

universais, periódicas e justas. E, se

o partido vencedor estiver fazendo

um bom trabalho, o povo continuará

a escolhê-lo nas eleições, e será

f i s c a l i z a d o p e l o s p a r t i d o s

opositores, como numa democracia.

Se não estiver trabalhando bem,

outro grupo político – liderado por

outra pessoa – será escolhido. Aqui,

nestes moldes nós temos a figura do

Chefe de Governo, que é o grande

administrador da Nação.

Concentrar ambos os poderes –

Chefia de Estado e Governo – é,

portanto, conferir poderes quase

absolutos a um governante.

Por fim, podem falar: “Simples:

vamos eleger um presidente e um

primeiro ministro separadamente”.

Também não daria certo, já que

seria ainda pior: teríamos ou dois

inimigos, pois poderiam ser de

partidos diferentes e poderiam

acabar disputando entre si o poder,

ou não teríamos efeitos práticos,

pois se fossem aliados, na verdade

um seria o fantoche do outro, e

haveria um presidencialismo

travestido de parlamentarismo

republicano.

Repita-se: o Monarca não se

imiscui na política, deixando tal

função para o gabinete chefiado

pelo primeiro ministro. Assim, como

não haveria motivos para disputa

política (pois um nunca poderia

ocupar o lugar do outro), ambos

trabalhariam juntos, dentro de suas

atribuições.

Enfim, como podemos ver,

principalmente na questão moral e

de formação, o Monarca, sim,

sempre será mais preparado e mais

legítimo para desempenhar o papel

de Chefe de Estado do que uma

pessoa aventureira (e muitas vezes

escolhida como falta de opção para

um grupo político). O de Chefe de

Governo, este sim, pode (e deve)

ficar com os representantes eleitos

pelo povo, desde que seja fiel aos

que lhes elegeram, e saiba que não

está ali de favor, mas está prestando

um serviço nobre, coadjuvando o

Monarca nos rumos do País.

Entendido o porquê de um Rei (e no

nosso caso brasileiro, Imperador), e

não um presidente?

Salve o Imperador. Salve o Brasil.

Rio de Janeiro, 5 de maio de 2011.

SUPORTE BÁSICO INTENSIVO

Curso Oficial com diretrizes e protocolos da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva

Visite o site; www.medicinaintensiva.com.br

Faça sua inscrição pelo link www.medicinaintensiva.com.br/ibs.htm

SUPORTE E TREINAMENTO BÁSICO EM EMERGÊNCIA DESTINADO A EMPRESAS E UNIVERSIDADES !!

Na entrevista informe que conheceu o curso através do IBI.

I CURSO NACIONAL INTERDISCIPLINAR FEITO POR INTENSIVISTAS BRASILEIROS

Pau que nasce torto morre torto!

Quem no Brasil ainda não ouviu esta

frase?

Lembro-me de minha saudosa avó

que muito a utilizava quando se

referia a alguém que já tinha em seu

curso de vida algum desvio de

conduta. Imaginemo-nos então,

aplicando esta frase ao nosso país. O

nascimento da República Federativa

do Brasil – a república nasce de um

golpe/trapalhada militar em 15 de

novembro de 1889. Dom Pedro II, por

não aceitar que o sangue de irmãos

brasileiros manchasse nosso solo,

não reagiu a este atentado. Um pouco

mais tarde, aquele que numa dita

“Proclamação” é substituído por seu

vice Floriano, e governa o país com

mãos de ferro e revoltas acontecem

por todos os cantos e, aquilo que o

sereno Imperador não queria,

acontece, irmãos lutando contra

irmãos. A liberdade sonhada por D.

Pedro I passa a ser um pesadelo. Rui

Barbosa um monarquista iludido com

o ideal republicano, mais tarde

proferiu a célebre frase – “De tanto ver

triunfar as nulidades, de tanto ver

prosperar a desonra, de tanto ver

crescer a injustiça, de tanto ver

agigantarem-se os poderes nas mãos

dos maus, o homem chega a

desanimar da virtude, a rir-se da

honra, a ter vergonha de ser

honesto...- Essa foi a obra da

República nos últimos anos. O Brasil

republicano tem na sua historiografia,

grandes momentos de perturbação

da “Ordem”, fechamentos do

Congresso Nacional e Assembleias,

regimes ditatoriais, presos políticos,

censura, e mais mortes em busca da

t ã o s o n h a d a “ d e m o c r a c i a ” .

Presidentes sendo depostos por suas

ideologias não serem compatíveis

com as ideologias de algumas

classes dominantes, mil i tares

sedentos pelo poder. Mais tarde, já

Lembro-me de minha saudosa avó que muito a utilizava quando se referia a alguém que já tinha em seu curso de

vida algum desvio de conduta. Imaginemo-nos então, aplicando esta frase ao nosso país

ArtigoArtigo

Edson Murilo PrazeresIBI-SC

08

numa ta l “Nova Repúbl ica” ,

presenciamos e nos comovemos

com a morte de um presidente que

trazia um pingo de esperança ao

povo, aí também, surgiu uma dúvida

se o seu vice deveria ou não assumir

a Presidência. Apareceu no linguajar

do povo uma palavra não usual em

nosso dia a dia, a CORRUPÇÃO, o

ato já existia, mas a palavra nosso

povo aprendeu tarde demais, talvez.

Foi esta palavra que derrubou, até

agora, o primeiro presidente eleito

após um longo período de ditadura.

Surg iu nesse momento um

movimento nacional denominado

“Caras Pintadas”, nos mostrando

mais uma vez a força estudantil,

unida aos descontentes em todo o

país. E, aquela palavra maldita

continua a nos perseguir.

Há! Tivemos também um Plebiscito,

para que escolhêssemos a Forma e o

Sistema de governo. Uma coisa que

os criadores da república haviam

prometido ao povo brasileiro e levou

104 anos para se tornar realidade.

Mas também não aconteceu porque

eles quiseram, e sim, porque havia

vigilantes, pessoas que não deixaram

de lutar pela moralização no Estado

brasileiro. Até a data em que

aconteceria o plebiscito, os nobres

presidencial istas republ icanos

conseguiram antecipar de 7 de

setembro para 21 de abril de 1993.

Talvez fosse o medo de um novo Grito

de Independência. As propagandas

d o r e g i m e p r e s i d e n c i a l i s t a

republicano transformaram-se em

propagandas políticas antecipadas

para as eleições presidenciais no ano

seguinte. Contudo, com curto espaço

de tempo, nós monarquistas

conseguimos 13% dos votos válidos

em favor da Monarquia. Daí pra frente

o que temos vivenciado chega a ser

uma vergonha, um verdadeiro

deboche para nós brasileiros e para a

nossa rica e mal cuidada nação.

Políticos que roubam a verba da

merenda escolar, dinheiro de obras

p a r a e s c o l a s e h o s p i t a i s

simplesmente somem, grupos de

políticos e de politiqueiros saem com

dinheiro em cuecas, desvios e mais

desvios na Previdência Social.

O Brasil republicano tem na sua historiografia, grandes momentos de

perturbação da “Ordem”, fechamentos do Congresso Nacional e Assembleias,

regimes ditatoriais, presos políticos, censura, e mais mortes em busca da

tão sonhada “democracia”

09

Qualquer notícia sobre desvios de

verba pública já não damos muita

atenção, pois já são tão corriqueiras e

até a finalização dos processos nós

brasileiros honestos e pagadores de

impostos, já sabemos o veredicto,

“pizza”. Isto me faz lembrar o trecho

final de Rui Barbosa que diz: “E nessa

d e s t r u i ç ã o g e r a l d e n o s s a s

instituições, a maior de todas as

ruínas, Senhores, é a ruína da justiça,

colaborada pela ação dos homens

públicos, pelo interesse dos nossos

partidos, pela influência constante dos

nossos Governos . E nesse

esboroamento da justiça, a mais

grave de todas as ruínas é a falta de

p e n a l i d a d e a o s c r i m i n o s o s

confessos, é a falta de punição

quando se aponta um crime que

envolve um nome poderoso,

apontado, indicado, que todos

conhecem...”. É, meu povo, é com

todos estes descasos que temos

vividos esses quase 122 anos de

República. Uma República que não

respeita seu povo, que não lhe dá

saúde, educação, moradia, não lhe

dá dignidade. Não podemos e não

devemos esmorecer, vamos lutar por

dias melhores e com isto podemos

começar a vislumbrar um futuro mais

justo e digno a partir das eleições

municipais do próximo ano. Sendo

mais seletivos em nossas escolhas,

não reelegendo políticos de carreira.

Escolha aquele que faz pela sua

comunidade. Não precisamos

derramar o sangue irmão, pois nossa

arma é o Título Eleitoral, embora ele

tenha sido desprezado pelo TSE na

última eleição. Vamos construir um

novo Brasil, um Brasil Imperial. É nele

que encontraremos a Justiça, a

Dignidade e vamos descobrir o

verdadeiro significado da palavra

“DEMOCRACIA” como os grandes

países monárquicos da Europa e

Oriente. Lembrem-se, pau que nasce

torto morre torto! Vamos mudar, ainda

dá tempo.

Florianópolis (por obrigação), em 10

de junho de 2011.

A história da Independência para os jovensA edição juvenil da obra “1822” nasceu de uma demanda de pais e professores, segundo Laurentino Gomes

LiteraturaLiteratura

Chega às livrarias de todo o Brasil

neste começo de junho, pela editora

Nova Fronteira, a edição juvenil do

meu último livro, “1822”, sobre a

Independência do Brasil. A versão

original da obra foi lançada em

setembro do ano passado e desde

então permanece nos primeiros

lugares das listas das obras mais

vendidas no Brasil e em Portugal.

D e s t i n a d a a e s t u d a n t e s

adolescentes, na faixa etária entre

nove e dezesseis anos, a nova edição

vem com 232 páginas e ilustrações da

artista plástica gaúcha Rita Brugger, a

mesma que havia trabalho comigo na

versão juvenil de “1808”, sobre a fuga

da familia real portuguesa para o Rio

de Janeiro. A adaptação do texto foi

realizada por Luiz Antonio Aguiar,

escritor especializado em linguagem

para o público jovem.

A edição juvenil nasceu de uma

demanda de pais e professores.

Desde que lancei o primeiro livro

comece i a ouv i r de les uma

observação curiosa. Todos diziam

que eu usava uma linguagem

acessível, fácil de entender, mas que

a obra para adultos era muito grande,

com cerca de 400 páginas. Por isso,

assustava os adolescentes, não

habituados a ler livros tão volumosos.

Laurentino GomesJornalista e escritor

Decidi então facilitar a vida desse

público fazendo uma versão mais

condensada, mais visual e mais

lúdica, mas sem perder a substância

do conteúdo. O estudante que ler a

edição juvenil conseguirá entender

os personagens e acontecimentos

da Independência do Brasil tanto

quanto o leitor da versão adulta.

Publicada em 2008 pela Editora

Planeta, a versão juvenil de “1808”

recebeu o selo de obra “altamente

recomendável” pela Fundação

Nacional do Livro Infantil e Juvenil

(FNLIJ). Já foi adotada como livro

paradidático por inúmeras escolas e

vendeu cerca de 100 mil exemplares

no Brasil e em Portugal, refletindo o

sucesso das obras voltadas para os

leitores adultos. Juntos, “1808” e

“1822” já venderam mais de um

milhão de cópias nos dois países.

Além dos livros em papel para

adultos e jovens, tenho lançado

ainda versões eletrônicas das duas

obras. É o caso dos e-books, os

chamados livros digitais, para serem

lidos em aparelhos como Kindle e

iPad, e dos audiolivros, destinados a

deficientes visuais e leitores que

passam muitas horas no trânsito das

grandes cidades. Também lancei um

DVD sobre a história da corte

portuguesa no Brasil.

Estamos em um novo século que pede

uma nova linguagem e novos formatos

capazes de atingir diferentes públicos.

H á u m p ú b l i c o j o v e m q u e ,

aparentemente, não está lendo muito

no papel, mas passa boa parte do

tempo surfando na internet e é muito

seduzido pela linguagem audiovisual.

Para atingir esses novos leitores é

preciso desenvolver novos formatos.

As versões juvenil e digitais de “1808”

e “1822” nasceram desse esforço,

tanto quanto o meu site pessoal

(www.laurentinogomes.com.br), no

qual os leitores podem encontrar

conteúdo extra relacionados ao tema

e também me acompanhar no blog e

nas redes sociais, como Twitter,

Facebook e Orkut.

Sobre a obra:

Livro: 1822 – edição juvenil ilustrada

Autor: Laurentino Gomes (adaptação

Luiz Antonio Aguiar e ilustrações de

Rita Brugger)

Preço de capa: R$ 29,90

Páginas: 232

Gênero: infanto-juvenil

Formato: 15,5 x 23 cm

Selo: Nova Fronteira

Laurentino Gomes: despertar nos mais jovens o

interesse pela História do Brasil

10

Pobre RuyNão se pode omitir um fato pouco conhecido da vida de Ruy, que se deu em 1889,

quando da formação do gabinete a suceder o governo demissionário de João Alfredo,

chefiado pelo senador visconde de Ouro Preto, este o convida para compor o

ministério, Ruy impõe como condição a implantação da federação

Artigo

O falecido ex vice-presidente José

Alencar, em 2009, após uma grave

operação a que fora submetido então,

declarou numa entrevista, que não

temia a morte, temia sobretudo a

desonra, pois um político desonrado é

um homem morto em vida, enquanto

um político honrado continua vivo,

mesmo depois de morto. Creio que

era o único ator da república que

pensava assim. Quando se reflete

sobre essas sábias palavras, logo nos

vem dois exemplos do segundo caso,

homens que vivem mesmo depois de

mortos, são eles D. Pedro II e Ruy

Barbosa.

O primeiro foi muito festejado por todo

o Brasil em 2007, quando da edição

de mais um estudo biográfico, mais

um dos muito que já foram feitos,

desta vez da lavra do acadêmico José

Murilo de Carvalho. O segundo tão

decantado como a Águia de Haia, é

igualmente um orgulho nacional

brasileiro. Contudo não se pode omitir

um fato pouco conhecido da vida de

Ruy, que se deu em 1889, quando da

formação do gabinete à suceder o

governo demissionário de João

Alfredo, chefiado pelo senador

visconde de Ouro Preto, este o

convida para compor o ministério,

Ruy impõe como condição a

implantação da federação como uma

das propostas do gabinete. Ouro

Preto oferece uma maior autonomia

das províncias, e propõe a Ruy que

este fizesse a federação quando ele

fosse presidente do Conselho de

Ministros, ou seja, chefe do governo.

Ruy não aceita, e passa a atacar o

novo governo em formação pela

imprensa, artigos esses que seriam

publicados nas suas obras completas

com título Queda do Império.

Medeiros e Albuquerque em suas

Memórias, diz que essa atitude de

Ruy muito influenciou os ânimos do

período que teve por desfecho o 15 de

novembro. Curiosamente, Josué

Montelo conta no seu excelente -

Anedotário da Academia pag. 160, o

relato do major Carlos Nunes Aguiar,

que Rui que redigira o decreto de

banimento da família imperial, com

Luís Severiano Soares RodriguesEconomista, pós-graduado

em história, sócio

correspondente do Instituto

Histórico e Geográfico de

Niterói e Artista Plástico

Imperial ImperialGazetaGazeta

11

ele assistira da casa do mesmo no

Flamengo (Rui ainda não morava em

Botafogo), de binóculos a saída do

vapor Alagoas na passagem da barra

da baía do Rio de Janeiro, e quando

Rui lhe passou o binóculo vê-o com os

olhos molhados, e daquele dia em

diante, nos muitos revezes e injustiças

que Ruy sofreu na sua carreira

republicana, sempre lhe dizia: "você

teve razão ao chorar quando o

Imperador partiu".

Como fruto do golpe de estado que

impôs a república aos brasileiros,

temos que Ruy Barbosa passa

tranquilamente de membro do partido

liberal a ministro da fazenda do

governo provisório, na sua gestão,

coloca em prática suas concepções

teóricas de moeda fiduciária, que

levam a jovem republiqueta ao

completo descontrole monetário e

inflacionário. Ruy renuncia com todo o

ministério, após uma crise com o

marechal presidente, nesse momento

Ruy deve ter sentido que algo havia de

errado com o produto que sem

perguntar impuseram ao povo

brasileiro. No governo de fuzilamentos

do mal. Floriano, Ruy teve sorte, pois

apenas amargou o exílio na Europa,

mais precisamente em Londres,

curiosamente numa monarquia, entre

set/1893 e jul/1895. Em 1914 o

c o n s e l h e i r o R u y B a r b o s a ,

estranhamente Ruy não abriu mão do

honroso título que o imperador lhe

deu,faz a mea culpa, quando em

discurso no senado declara: "(... ) de

tanto ver triunfar as nulidades, de

tanto ver prosperar a desonra, de

tanto ver crescer a injustiça, de tanto

ver agigantarem-se os poderes nas

mãos dos maus, o homem chega a

desanimar da virtude, a ter vergonha

de ser honesto. Essa é a obra da

república nos últimos anos. No outro

regime(a monarquia) o homem que

tinha certa nódoa em sua vida era um

homem perdido para todo o sempre,

as carreiras políticas lhe estavam

fechadas. Havia uma sentinela

vigilante, de cuja severidade todos se

temiam a que, acesa no alto,

guardava a redondeza, como um farol

que não se apaga, em proveito da

honra, da justiça e da moralidade

gerais".Outra frase muito lembrada de

Ruy é a de que "o parlamento no

Império era uma escola de estadistas,

na república uma praça de negócios".

Amargas e atuais palavras. A

sentinela qual um farol, de que nos

fala Ruy, era justamente D. Pedro II.

Pobre Ruy, depois destas palavras,

podemos ter certeza, que quando

morreu o visconde de Ouro Preto em

1912, Ruy deve ter se lembrado que

se extinguira o único homem que

sabia que ele viria a ter o seu

governo, mas era tarde, na república

Ruy não teve o seu governo, perdera

três eleições para presidente da

república, da qual fora elemento

fundamental para a implantação.

Isabel Lustosa, no seu “Histórias de

Presidentes”, que em 1919, Ruy e

um jornalista foram ao Palácio do

Catete, para falar com o presidente

Delfim Moreira, e este dá um chá de

cadeira nos dois, e de vez em

quando uma fresta se abria na porta

e eles percebiam que era Delfim

Moreira espiando, e quando eles

olhavam, a porta se fechava

suavemente. Ruy ter ia d i to

:"estranho país é o Brasil, onde até

um louco pode ser presidente da

república e eu não posso".

No ano seguinte Ruy, daria novo

testemunho, de que a sua opção

pela república foi por ter a classe

política dominante nos partidos de

então se negado a fazerem a

federação, mesmo tendo entre seus

entusiastas, além dele, Joaquim

Nabuco e um grande pensador

político ter muito teorizado sobre o

tema, este foi o já falecido então,

Tavares Bastos, falando inclusive

que o Imperador era favorável à

federação, que o Conselheiro

Saraiva a propusera no seio do

partido liberal, mas a maioria dentro

deste, não comungava com essa

idéia para já, em palestra na Liga da

Defesa Nacional, ecomentando a

revogação do banimento da Família

Imperial, aproveita para mais uma

vez para falar das instituições que

ajudara a derrubar: "nunca deixei de

acatar respeito ao príncipe reinante,

nunca neguei ao imperador as suas

virtudes pessoais ... social e

nacionalmente, foi um alto padrão de

moralidade, um fanal penetrante, que

brilhava dos cimos do poder,

exercendo com a vigilância da sua luz,

que sobre o governo, que sobre a

administração, que sobre o estado

geral dos costumes, uma ação

incalculavelmente saneadora. Sem

algumas virtudes notáveis, não seria

possível exercitar função tão útil;e,

para medir o bem que deveria ter

causado, pelo mal que a sua falta

causaria, basta calcular em que

estado se acharia o Brasil, ao cabo

daqueles sessenta anos, se durante

eles se houvesse regido o Império

com o mesmo gênero de moralidade e

idoneidade com que se tem dirigido a

república nos seus trinta de mal

simulado governo constitucional e

n o m i n a l d e m o c r a c i a " . ( O b r a s

completas- Tomo I pag.236/237 -

Discursos, Orações e Conferências.

Editora Iracema - Bahia s/d). Por

essas palavras lamentamos que Ruy

não tenha esperado, o seu governo

para fazer a federação com a

monarquia, teria sido algo pensado e

es tudado e imp lan tado com

segurança e experimentação, para

funcionar di reito, ao invés daquilo que

nasceu em 1889, que foi o ninho das

oligarquias, e hoje a despeito do erros

do passado, ainda funciona mal.

Pelas palavras de Ruy, também

entendemos por que ele chorou

quando o Imperador partiu.

Vimos que Ruy Barbosa pagou caro

pelas suas opções, ou pelos seus

erros, com acharmos melhor, acho

que ele pagou caríssimo. Assim frente

às graves irregularidades e absurdos

que desde 2008, vêm se acumulando

no senado da República, e até hoje

não foi dada uma resposta à

sociedade brasileira, e o bravo

senador José Sarney, mostrando

quem manda por lá, cremos que o

busto de Ruy presente no plenário do

mesmo, deve estar sent indo

desconfortável, mantê-lo lá é

desrespeitar a memória e as palavras

do próprio Ruy Barbosa. Ele foi muito

castigado em vida, apesar de suas

glórias, não devemos castigar-lo

mais, depois de morto. Melhor seria,

no lugar do busto de Ruy, se colocar o

Busto do senador Pinheiro Machado,

um notório oligarga e manipulador

político, cujo perfil melhor se adéqua

ao Brasil republicano, nestes 122

anos de fa rsa com p i tadas

tragicômicas, mais trágicas do que

cômicas, com tendência ao bizarro.

Monarquista, anuncie seusprodutos e serviços aqui

Monarquista, anuncie seusprodutos e serviços aqui

Imperial ImperialGazetaGazeta

12

Edvaldo F. EsquivelBaiano, jornalista e estudioso

da monarquia brasileira

O mais insuportável dos anacronismosO ideal monarquista vive no Brasil. Mas ainda sofre provações. Exemplo disto foi um jornalista da televisão

brasileira que fraquejou, feio, durante transmissão do casamento real, em Londres. Displicente, ele taxou

de “anacrônica” a monarquia inglesa. Anacrônica é a fome, que assola boa parte dos países republicanos!

ArtigoArtigo

Uns dizem que a restauração da

Monarquia-Parlamentarista no Brasil

é uma causa perdida. Será? Outros,

porém, retrucam lembrando que as

grandes causas impossíveis foram

justamente as que fizeram avançar a

Humanidade! De quebra, a assertiva

de que a História sempre foi uma

associada do progresso das nações e

por isto alimenta esse sonho íntimo

dos brasileiros de ter um rei de volta.

Um sonho que não está no presente e

sim no futuro. É dele que o Brasil de

hoje mais precisa. Temos um regime

republicano-presidencialista que

nunca conseguiu se encontrar com o

seu futuro de grande nação. Parece

a t é u m a p r a g a . M a s , s e

considerarmos as circunstâncias

nada civilizadas da implantação da

república entre nós, logo teremos a

resposta: golpe de estado. A nação

parece perdida, em que pesem os

avanços democráticos das últimas

décadas. Interessante é que

repudiam tanto o golpe militar de

1964, que derrubou João Goulart e

convenientemente esquecem o de 15

de novembro de 1889. Ali estava o

começo de todos os desacertos

institucionais. Só que nos dias de

hoje, ainda, causa espanto falar-se de

Monarquia no Brasil. Por quê? Por

falta de conhecimento histórico. Falta

daquelas informações básicas - e

sem deformações - que faltaram às

diversas gerações de brasileiros nas

escolas. Que se estudem então o

Brasil Império. O Plebiscito de 93,

após 25 anos de regime-militar, fez o

povo dançar. Ninguém sabia, ao

certo, o que era Monarquia! O ranço

da escravidão permeou, como se não

tivesse sido a república responsável

por um novo tipo de escravidão: a

miséria. E o povo lá, embasbacado,

tateando o voto no futuro do Brasil.

Não deu outra, boa parte do

eleitorado votou errado. Pelé mais

uma vez estava certo. Aliás, na

história deste país o que mais teve foi

eleição equivocada. A pátria é amada.

E é verdade que um rei a defende

sobre todas as coisas. Triste é ver

pessoas esclarecidas, independente

de ideologias, com posições político-

partidárias firmes, fugir de questão

inadiável como é a volta do regime

monárquico-parlamentarista. Ora,

bolas! Desvaneçam-se os tabus.

Chegou o momento de ousar, de

O casamento real,em Londres, foi uma festa da democracia inglesa, mas

desconcertou convicções republicanas mundo afora

pensar forte e livre, de perder o

“complexo do esquerdismo”. Sim. Ele

constrange, faz lembrar a guilhotina,

na França; os fuzilamentos na Rússia.

E daí? As revoluções se autodevoram

mesmo... O importante é arejar as

idéias. Nada de temer o novo. Sem

pejo de apoiar – ou sequer discutir – a

volta da Monarquia ao Brasil.

Imperial ImperialGazetaGazeta

13

Bobagem. Temos o exemplo da

Espanha! Do rei Juan Carlos I! Da

democracia monárquica construída

sobre o sepulcro do franquismo. Uma

coisa tem a ver com a outra. No Brasil

atual, falar de monarquia é simples,

minha gente! É como falar de futebol.

De Bahia e Vitória. Os argumentos

e s t ã o n a s r u a s , c a m p o s e

construções. É só ter a História na

mão e a certeza na mente. Faça-se a

discussão salutar da volta às nossas

origens. E nós fomos uma nação

monárquica. O que muitos fingem

ignorar, e isto sempre me pareceu

irônico, porquanto o país ficou

independente de Portugal em 7 de

setembro de 1822 e D. Pedro I fundou

o Brasil Império. Não há nada de

absurdo! E muito menos de

anacrônico. Por sinal, recorro a esta

última palavra porque ela foi usada

recentemente por um jornalista da

televisão para justificar o seu

espanto. Sim. Pude ouvi-la durante a

transmissão do casamento do

príncipe William com Catharine

Midlleton, os duque e duquesa de

Cambridge. Diante da dificuldade de

aceitar – ou mesmo compreender –

que um país tão desenvolvido como a

Inglaterra ainda viva sob uma

monarquia constitucional, o jornalista

preferiu taxar esse regime de

“anacrônico”. Ele simplesmente

esqueceu que nos dias de hoje as

democracias mais sólidas - e

avançadas - do mundo estão nos

países de Monarquia-Parlamentarista.

As exceções são raras. Muito

engraçado. Sempre há um momento

em que aparece alguém, que gosta de

criticar os Estados Unidos – e seu

imperialismo – para citar precisamente

este país como exemplo de república-

presidencialista! Bravo. Mas esquece

as republiquetas, que tanto maculam

o conceito de Democracia. Vale

lembrar aqui, inclusive, um dos

slogans da campanha do Plebiscito

de 1993: “Coroe a Democracia! Vote

no Parlamentarismo-Monárquico”.

Assim, à luz dos novos tempos,

felizmente, a monarquia nada tem

anacrônica. Anacrônica é a fome, que

assola boa parte dos países de

regime republicano-presidencialista!

E como já disse o poeta baiano,

“gente é pra brilhar, não pra morrer de

fome...”!

A carta de despedida de D.Pedro I"Meu querido filho, e meu imperador. Muito lhe agradeço a carta que me escreveu, eu mal a pude ler porque

as lágrimas eram tantas que me impediam a ver...”

MemoriaMemoria

O reconhecimento internacional da

Independência, em decorrência dos

tratados firmados com Portugal

(1825) e Inglaterra (1826), assim

como a perda da Província Cisplatina,

que se tornou o estado independente

do Uruguai, afetaram as finanças do

Império e contribuíram para o

desgaste político do imperador

D.Pedro I.Paralelamente, com a

morte de d. João VI (1826), cresciam

os embates em torno da sucessão ao

trono português, entre d. Pedro,

herdeiro legítimo, e seu irmão d.

Miguel. D. Pedro abdicou em favor de

sua filha, Maria da Glória, afastando

assim os temores de uma nova união

entre Brasil e Portugal.

Esses acontecimentos contribuíram

para que d. Pedro I abdicasse ao

trono brasileiro, no dia 7 de abril de

1831, partindo para Portugal. Aqui

ficou seu filho Pedro de apenas cinco

anos de idade como futuro imperador.

Carta de Despedida de d. Pedro I para

seu filho d. Pedro II

"Meu querido filho, e meu imperador.

Muito lhe agradeço a carta que me

escreveu, eu mal a pude ler porque as

lágrimas eram tantas que me

impediam a ver; agora que me acho,

apesar de tudo, um pouco mais

Da redação do IBI

descansado, faço esta para lhe

agradecer a sua, e para certificar-lhe

que enquanto vida tiver as saudades

jamais se extinguirão em meu

dilacerado coração. Deixar filhos,

pátria e amigos, não pode haver

maior sacrifício; mas levar a honra

ilibada, não pode haver maior glória.

Lembre-se sempre de seu pai, ame a

,

sua e a minha pátria, siga os

conselhos que lhe derem aqueles que

cuidarem na sua educação, e conte

que o mundo o há de admirar, e que

me hei de encher de ufania por ter um

filho digno da pátria. Eu me retiro para

a Europa: assim é necessário para

que o Brasil sossegue, o que Deus

permita, e possa para o futuro chegar

àquele grau de prosperidade de que é

capaz. Adeus, meu amado filho,

receba a benção de seu pai que se

retira saudoso e sem mais esperanças

de o ver.”

D. Pedro de Alcântara

Bordo da Nau Warspite

12 de abril de 1831

Coroação de D.Pedro II

14

Olavo de CarvalhoPublicado no site Mídia sem Máscara

Princípios de uma política conservadoraNenhuma proposta revolucionária é digna de ser debatida como alternativa respeitável num quadro político

democrático. A revogabilidade das medidas de governo é um princípio incontornável da democracia, e toda

proposta revolucionária, por definição, nega esse princípio pela base

ArtigoArtigo

Nenhuma proposta revolucionária é

digna de ser debatida como

alternativa respeitável num quadro

p o l í t i c o d e m o c r á t i c o . A

revogabilidade das medidas de

governo é um princípio incontornável

da democracia, e toda proposta

revolucionária, por definição, nega

esse princípio pela base.

Estes princípios não são regras a ser

seguidas na política prática. São um

c o n j u n t o d e c r i t é r i o s d e

reconhecimento para você distinguir,

quando ouve um político, se está

diante de um conservador, de um

revolucionário ou de um "liberal", no

sentido brasileiro do termo hoje em

dia (uma indecisa mistura dos dois

anteriores).

1) Ninguém é dono do futuro. "O

futuro pertence a nós" é um verso do

hino da Juventude Hitlerista. É a

e s s ê n c i a d a m e n t a l i d a d e

revolucionária. Um conservador fala

em nome da experiência passada

a c u m u l a d a n o p r e s e n t e . O

revolucionário fala em nome de um

futuro hipotético cuja autoridade de

tribunal de última instância ele

acredita representar no presente,

mesmo quando nada sabe desse

futuro e não consegue descrevê-lo se

não por meio de louvores genéricos a

algo que ele não tem a menor ideia do

que seja.

Quando o ex-presidente Lula dizia

"não sabemos qual tipo de socialismo

queremos", ele presumia saber: (a)

que o socialismo é o futuro brilhante e

inevitável da História, quando a

experiência nos mostra que é na

verdade um passado sangrento com

um legado de mais de cem milhões

de mortos; (b) que ele e seus

cúmplices têm o direito de nos

conduzir a uma repetição dessa

experiência, sem outra garantia de

que ela será menos mortífera do que

a anterior exceto a promessa verbal

saída da boca de alguém que, ao

mesmo tempo, confessa não saber

para onde nos leva.

A mentalidade revolucionária é uma

mistura de presunção psicótica e de

irresponsabilidade criminosa.

2) Cada geração tem o direito de

escolher o que lhe convém. Isto

implica que nenhuma geração tem o

d i re i to de comprometer as

subsequen tes em esco lhas

drásticas cujos efeitos quase

certamente maléficos não poderão

ser revertidos jamais ou só poderão

sê-lo mediante o sacrifício de muitas

gerações. O povo tem, por definição,

o direito de experimentar e de

aprender com a experiência, mas,

por isso mesmo, não tem o direito de

usar seus filhos e netos como

cobaias de experiências temerárias.

3) Nenhum governo tem o direito de

fazer algo que o governo seguinte

não possa desfazer. É um corolário

incontornável do princípio anterior.

As eleições periódicas não fariam o

menor sentido se cada governo

eleito não tivesse o direito e a

possibilidade de corrigir os erros dos

governos anteriores. A democracia

é, portanto, essencialmente hostil a

qualquer projeto de mudança

profunda e irreversível da ordem

social, por pior que esta seja em

determinado momento.

Nenhuma ordem social gerada pelo

decurso dos séculos é tão ruim

quanto uma nova ordem imposta por

uma elite iluminada que se crê, sem

razão, detentora do único futuro

desejável. No curso dos três últimos

s é c u l o s n ã o h o u v e u m s ó

experimento revolucionário que não

resultasse em destruição, morticínio,

guerras e miséria generalizada. Não

se vê como os experimentos futuros

possam ser diferentes.

4) Nenhuma proposta revolucionária

é digna de ser debatida como

alternativa respeitável num quadro

p o l í t i c o d e m o c r á t i c o . A

revogabilidade das medidas de

governo é um princípio incontornável

da democracia, e toda proposta

revolucionária, por definição, nega

esse princípio pela base. É

impossível colocar em prática

qualquer proposta revolucionária

sem a concentração do poder e sem

a exclusão, ostensiva ou camuflada,

de toda proposta alternativa. Não se

pode discutir alternativas com base

na proibição de alternativas.

5) A democracia é o oposto da política

revolucionária. A democracia é o

g o v e r n o d a s t e n t a t i v a s

experimentais, sempre revogáveis e

de cur to prazo. A proposta

revolucionária é necessariamente

irreversível e de longo prazo. A rigor,

toda proposta revolucionária visa a

transformar, não somente uma

sociedade em particular, mas a Terra

inteira e a própria natureza humana.

É i m p o s s í v e l d i s c u t i r

democraticamente com alguém que

não respeita sequer a natureza do

interlocutor, vendo nela somente a

matéria provisória da humanidade

futura. É estúpido acreditar que

comunistas, socialistas, fascistas,

eurasianos e tutti quanti possam

integrar-se paci f icamente na

convivência democrática com

facções políticas infinitamente

menos ambiciosas. Será sempre a

convivência democrática do lobo

com o cordeiro.

6) A total erradicação da mentalidade

revolucionár ia é a condição

essencial para a sobrevivência da

liberdade no mundo. A mentalidade

revolucionária não é um traço

permanente da natureza humana.

Teve uma origem histórica - por volta

do século 18 - e terá quase

certamente um fim. O período do seu

apogeu, o século 20, foi o mais

violento, o mais homicida de toda a

História humana, superando, em

número de vítimas inocentes, todas

as guerras, epidemias, terremotos e

catástrofes naturais observadas

desde o início dos tempos.

Não há exagero nenhum em dizer

que a mentalidade revolucionária é o

maior flagelo que já se abateu sobre

a humanidade. É uma questão de

números e não de opinião. Recusar-

se a enxergar isso é ser um monstro

de insensibilidade. Toda política que

não se volte à completa erradicação

da mentalidade revolucionária, da

maneira mais candente e explícita

possível, é uma desconversa

criminosa e inaceitável, por mais que

adorne sua omissão com belos

pretextos democráticos, libertários,

religiosos, moralísticos, igualitários,

etc.

www.midiasemmascara.org

15

Atual Chefe da Casa Imperial

do Brasil, é primogênito e

herdeiro dinástico do falecido

Príncipe Dom Pedro Henrique de

Orleans e Bragança (1909-1981),

admirável figura de brasileiro,

chefe de família exemplar e artista

de conhecido talento; é neto de

Dom Luiz de Orleans e Bragança;

bisneto da Princesa Isabel, a

Redentora, e trineto do

Imperador Dom Pedro II.

D. LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA

Aniversário de

Chefe da CasaImperial do Brasil

6 de junho