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Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria Geral da União RELATÓRIO Nº 201600185 QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO? Avaliação dos resultados da gestão na 5ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf / 5ª SR). O presente trabalho foi realizado em Maceió - AL, como forma de subsídio para a emissão de opinião do Controle Interno acerca da gestão da Codevasf no exercício de 2016. Para tanto, foi selecionado o macroprocesso denominado gestão de obras hídricas (acompanhamento e fiscalização). POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? A avaliação foi realizada pelo fato do macroprocesso “gestão de obras hídricas” estar estreitamente relacionado à missão institucional da unidade, qual seja: “promover o desenvolvimento e a revitalização das bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim com a utilização sustentável dos recursos naturais e estruturação de atividades produtivas para a inclusão econômica e social”. QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS? A Codevasf/5ª SR conta com mão de obra qualificada e os veículos e equipamentos necessários ao exercício de sua missão. Contudo, a quantidade de obras fiscalizadas tem sido aquém de sua capacidade operacional. A análise do contrato constante da amostra de auditoria revelou o descumprimento de especificações e atrasos no cronograma por parte da contratada sem a aplicação de sanções pela 5ª SR. Foi recomendada a conclusão de novos estudos e projetos de desenvolvimento regional, bem como uma articulação da Companhia para que estes sejam efetivamente concretizados em obras e demais ações inclusivas. Adicionalmente, foi recomendada uma alocação mais eficiente dos empregados que fiscalizam a execução dos projetos, bem como um acompanhamento mais incisivo dos contratos, inclusive com a aplicação de sanções aos contratados que não cumprem com suas obrigações contratuais.

POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO? - Pesquisa · Federal de 1988, de acordo com o qual cabe ao Sistema de Controle Interno: “comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto

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Ministério da Transparência,

Fiscalização e Controladoria Geral

da União

RELATÓRIO Nº 201600185

QUAL FOI O TRABALHO REALIZADO? Avaliação dos resultados da gestão na 5ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf / 5ª SR). O presente trabalho foi realizado em Maceió - AL, como forma de subsídio para a emissão de opinião do Controle Interno acerca da gestão da Codevasf no exercício de 2016. Para tanto, foi selecionado o macroprocesso denominado gestão de obras hídricas (acompanhamento e fiscalização).

POR QUE O TRABALHO FOI REALIZADO?

A avaliação foi realizada pelo fato do macroprocesso “gestão de obras hídricas” estar estreitamente relacionado à missão institucional da unidade, qual seja: “promover o desenvolvimento e a revitalização das bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim com a utilização sustentável dos recursos naturais e estruturação de atividades produtivas para a inclusão econômica e social”.

QUAIS AS CONCLUSÕES ALCANÇADAS? QUAIS RECOMENDAÇÕES FORAM EMITIDAS?

A Codevasf/5ª SR conta com mão de obra qualificada e os veículos e equipamentos necessários ao exercício de sua missão. Contudo, a quantidade de obras fiscalizadas tem sido aquém de sua capacidade operacional. A análise do contrato constante da amostra de auditoria revelou o descumprimento de especificações e atrasos no cronograma por parte da contratada sem a aplicação de sanções pela 5ª SR. Foi recomendada a conclusão de novos estudos e projetos de desenvolvimento regional, bem como uma articulação da Companhia para que estes sejam efetivamente concretizados em obras e demais ações inclusivas. Adicionalmente, foi recomendada uma alocação mais eficiente dos empregados que fiscalizam a execução dos projetos, bem como um acompanhamento mais incisivo dos contratos, inclusive com a aplicação de sanções aos contratados que não cumprem com suas obrigações contratuais.

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Unidade Auditada: CIA DE DESENV.DOS VALES DE S.FRANC.E

PARNAIBA

Exercício: 2015

Processo:

Município: Penedo - AL

Relatório nº: 201600185

UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DE

ALAGOAS

_______________________________________________ Análise Gerencial

Senhor Superintendente da CGU-Regional/AL,

Por meio deste relatório, apresentam-se os resultados do trabalho de avaliação dos

resultados da gestão na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e

Parnaíba (Codevasf), realizado de acordo com os preceitos contidos na Ordem de

Serviço n.º 201600185 e em atendimento ao inciso II do Art. 74, da Constituição

Federal de 1988, de acordo com o qual cabe ao Sistema de Controle Interno:

“comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão

orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal”.

1. Introdução

O presente trabalho foi realizado em Maceió - AL, como forma de subsídio para um

trabalho posterior, que visa a emissão de opinião do Controle Interno acerca da gestão

do exercício de 2016 da Codevasf. Para tanto, foi selecionado o macroprocesso

denominado gestão de obras hídricas (acompanhamento e fiscalização). O

macroprocesso foi selecionado por estar estreitamente relacionado à missão

institucional da unidade, qual seja: “promover o desenvolvimento e a revitalização das

bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim com a utilização

sustentável dos recursos naturais e estruturação de atividades produtivas para a

inclusão econômica e social”.

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Para este trabalho de avaliação, não houve trabalhos de campo, apenas a realização de

análise documental fornecida pela Companhia e consulta aos sistemas de orçamento e

de contratos do governo federal, em estrita observância às normas de auditoria

aplicáveis ao serviço público federal.

Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames.

2. Resultados dos trabalhos

A abordagem adotada pela CGU objetivou responder às seguintes questões de auditoria,

referentes ao macroprocesso avaliado:

2.1 Os fiscais são sobrecarregados por outras atividades?

Na planilha relativa às obras acompanhadas pelos fiscais, encaminhada pela Codevasf,

existem fiscais que foram responsáveis por até quatro obras, enquanto outros

fiscalizaram apenas uma, conforme detalhado no quadro 2, deste relatório, que também

demonstra os fiscais que tinham cargo de chefia, supervisão ou coordenação, bem como

os que eram sócios gerentes ou responsáveis por empresas. Embora os empregados da

Codevasf sejam vinculados ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),

que não veda o exercício de gerência em sociedade privada, seria necessário comprovar

a compatibilidade de horários entre a administração dessas empresas e o exercício de

suas atividades na Codevasf.

Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado

eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores

apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria, editada nos

nomes dos servidores, para preservar suas identidades:

“Preliminarmente, informamos que apenas um dos empregados relacionados ficou

responsável por até quatro obras. De maneira geral todos fiscais, incluindo o caso

anterior em especial e os ocupantes de funções de chefia/coordenação/supervisão,

estiveram devidamente assistidos pelos Assistentes Técnicos em Desenvolvimento

Regional M. V. N. de F. e W. M. B., no desempenho do acompanhamento e da

fiscalização das obras/serviços em tela”.

Relativamente aos fiscais que eram responsáveis por empresas privadas, os gestores

anexaram declarações destes informando que suas respectivas empresas não realizavam

transações comerciais, uma delas, desde 2009, e a outra, desde 2002, e que estariam

providenciando a baixa de seus registros na Junta Comercial. Portanto, segundo

informação prestada pelos gestores, os referidos fiscais não exerciam atividades de

gerência de sociedade privada e, portanto, não havia incompatibilidade com os horários

de trabalho destes na Codevasf.

Vale ressaltar, contudo, que as empresas permanecem ativas no cadastro de pessoas

jurídicas da Receita Federal do Brasil.

##/Fato##

2.2 Quais critérios são usados para escolha do fiscal para acompanhar

determinada obra?

Segundo informação prestada pela Superintendência Regional da Codevasf:

“Os fiscais são escolhidos com base na sua formação profissional e experiência, de

modo a estar condizente com o serviço a ser fiscalizado. Após a assinatura do contrato,

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o Gerente Regional da área a qual o contrato estará sob a responsabilidade, indica o

fiscal ao Superintendente Regional, após consulta à unidade subordinada a qual o

técnico a ser indicado está lotado. O Superintendente Regional solicita a designação do

fiscal ao Presidente da Codevasf, que, caso esteja de acordo expede Decisão

designando o fiscal do contrato”.

Todos os fiscais escolhidos, inclusive para este contrato auditado, eram analistas de

desenvolvimento regional, cujo cargo é de nível superior. No quadro 1, consta o

resultado da consulta de profissionais ao Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

(Confea), realizada para os fiscais das obras relacionadas pela 5ª SR da Codevasf.

Constata-se que todos os nove profissionais elencados possuíam registro no CREA,

sendo oito deles engenheiros civis e um engenheiro agrimensor.

Quadro 1 – Consulta de registro profissional dos fiscais de obras

CPF Fiscal Registro Profissional

***.276.544-** ***0724*** CREA-AL

***.505.724-** ***0675*** CREA-AL

***.419.204-** ***9161*** CREA-AL

***.448.232-** ***2296*** CREA-PA

***.793.405-** ***6391*** CREA-SE

***.458.594-** ***7955*** CREA AL(1)

***.701.085-** ***6702*** CREA-SE

***.538.484-** ***1653*** CREA-PB

***.930.894-** ***3609*** CREA-AL

Notas: (1) Engenheiro Agrimensor ##/Fato##

Fonte: Codevasf – “Contratos de Obras - 5ª SR - 2013 a 2017 - reduzida”; CGU/Ativa/Macros: Consulta

Informações RFB; Consulta de profissional no Confea (disponível em

http://www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=1609. Acesso em 12 de janeiro de 2017)

##/Fato##

2.3 Em quais situações a obra é acompanhada pelo coordenador do contrato, e não

pelo fiscal de obras

Os gestores disponibilizaram o Manual de Contratos da Codevasf, o qual elenca as

seguintes funções de acompanhamento de contratos, das quais citam-se as principais

atribuições:

a) Supervisor de fiscalização de obras – coordenar as equipes de implantação de

obras; acompanhar o fechamento das medições; acompanhar o andamento dos

cronogramas físico e financeiro das obras; orientar a equipe de fiscalização nos serviços

a serem realizados;

b) Fiscal de obras – representar a Codevasf no ambiente da obra; coordenar a equipe

de fiscalização da obra; acompanhar a implantação da obra verificando o cumprimento

do controle de qualidade e o cronograma físico; proceder às medições nos serviços

executados, conferindo-os, atestando-os e encaminhando-os à sede para a remuneração

correspondente; efetuar os registros diários no diário da obra; responder as solicitações

técnicas demandadas pela contratada na implantação das obras, acionando projetistas,

consultoria e a área de estudos e projetos da Codevasf; realizar vistorias de obras

verificando sua conformidade com as normas vigentes e o cumprimento de orientações

técnicas e indicações de segurança; acompanhar os contratos de apoio a fiscalização e a

vigilância na obra;

c) Apoio à fiscalização de obras – apoiar a equipe de fiscalização de obras no

cumprimento do cronograma de fiscalização;

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d) Coordenador de contratos - acompanhar e coordenar os contratos de fornecimento

e prestação de serviços; verificar se a contratada indicou o respectivo preposto; verificar

se a contratada disponibilizou as instalações, equipamentos e recursos humanos

previstos no projeto básico ou termos de referência, para a execução dos fornecimentos

ou serviços; analisar eventuais acréscimos ou supressões de serviços ou materiais, bem

como, os similares propostos pela contratada, de forma a garantir o perfeito

cumprimento do objeto do contrato; atestar notas fiscais/faturas e demais documentos

relacionados à execução do contrato; registrar o acompanhamento físico do contrato em

relatórios específicos, previstos no manual; atualizar as informações do contrato no

Sistema de Gestão de Contratos (Sigec). ##/Fato##

Portanto, a princípio, o fiscal de obras seria o profissional habilitado para fiscalizar

obras (engenheiro ou técnico em edificações), enquanto o coordenador de contratos

acompanharia a execução dos contratos que não são de obras.

Contudo, os gestores informaram que “o Coordenador do Contrato poderá ser

designado para desempenhar ambas as atribuições, cabendo, portanto, aos Fiscais de

Obras a suplementação do acompanhamento e da fiscalização das obras/serviços”.

Para o contrato nº 19500150500452013, que foi objeto da amostra deste trabalho de

auditoria, foi designada uma coordenadora de contratos, o que está coerente com o que

preceitua o manual de contratos da Codevasf, visto que o objeto do referido contrato

não consistia em obra, mas em serviço de elaboração de projetos de engenharia.

##/Fato##

2.4 A CODEVASF tem utilizado profissionais contratados para o exercício das

atividades de fiscalização?

Segundo o Manual de Contratos da Codevasf, subitem 9.2.2.3, “a Codevasf poderá

designar empregado ou contratar terceiro para assistir e subsidiar o Fiscal de Obras

no que se refere a informações pertinentes as suas atribuições, incluindo a realização

de tarefas administrativas ou burocráticas, como atualização de informações do

contrato no SIGEC [...]”. Segundo o subitem 9.4.2 do mesmo Manual, “a Codevasf

manterá, desde o início dos serviços até o seu recebimento definitivo, profissional do

seu quadro técnico, como Fiscal de Obras responsável pelo contrato de obra, e poderá

contratar equipe de Apoio à Fiscalização de Obras para as atividades de campo.

(original sem grifo)

Constatou-se a existência do contrato nº 19500150500292013, cujo objeto era o “apoio

técnico à coordenação, à fiscalização e supervisão técnica de contratos e convênios das

obras e ação social, no âmbito do programa Água para Todos, na jurisdição da 5ª

Superintendência Regional, sediada no Município de Penedo, Estado de Alagoas”,

firmado com a empresa JM Engenheiros Consultores Ltda. (07.321.709/0001-38), cuja

vigência encerrou-se em 24/12/2015.

Foi solicitado o último processo de pagamento do contrato e constatou-se que foram

pagos os serviços de um engenheiro coordenador e quatro engenheiros civis, além de

outros profissionais. O relatório da contratada descreve a fiscalização de obras em

diversos municípios alagoanos, realizadas no âmbito do programa “Água para Todos”,

que incluíam a instalação de cisternas, escavações, solo-cimento e instalação de calhas,

tubos, Kit 3P, bombas e conexões.

Mediante os Ofícios 153/5ª SR, de 27 de dezembro de 2016 e 006/5ª SR, de 17 de

janeiro de 2017, os gestores responderam que na 5ª Superintendência Regional, a

responsabilidade pela fiscalização da obra é exercida por empregado do quadro

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funcional da própria Codevasf, não havendo profissional terceirizado contratado para tal

fim, e que o contrato em tela “teve como objetivo: acompanhamento das obras,

retificações e complementações dos Projetos Básicos, aprovação de detalhamentos

construtivos, verificação dos serviços, organização dos beneficiários e identificação de

novos beneficiários, ação social e apoio à Codevasf nos trabalhos de

georreferenciamento”.

A consulta ao Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG) para os

contratos da 5ª Superintendência Regional da Codevasf, revelou que, até

dezembro/2016, não houve nova contratação nos moldes do contrato nº

19500150500292013.

##/Fato##

2.5 A aplicação da técnica pelos fiscais é suficientemente adequada à detecção de

problemas e inconsistências nos valores a serem pagos?

O contrato analisado não se referia a uma obra, mas a serviço de engenharia que

consiste na “elaboração de projetos básicos de sistemas de abastecimento d'água para

consumo humano e aproveitamento hidroagrícola em comunidades rurais difusas

localizadas nos municípios de Pariconha, Delmiro Gouveia e Água Branca – AL”.

Contudo, a análise dos processos de pagamento desse contrato revela que a fiscalização

solicitou os respectivos boletins de medição e memórias de cálculo dos itens medidos,

bem como as certidões de regularidade fiscal, trabalhista e previdenciária, e os

comprovantes de recolhimento do imposto sobre serviços, das contribuições

previdenciárias e do FGTS dos empregados da contratada. Houve a emissão de notas

técnicas, contendo a análise dos projetos apresentados e recomendando ajustes por parte

da contratada.

Diante do exposto, considera-se que, para o contrato em tela, a aplicação da técnica

pelos coordenadores do contrato foi suficientemente adequada à detecção de problemas

e inconsistências nos valores a serem pagos. #/Fato##

2.6 São fornecidos veículos e equipamentos para atuação dos fiscais?

O contrato em tela não tem como objeto uma obra, mas um conjunto de projetos de

engenharia.

Contudo, vale ressaltar que consta do item E00 do boletim de medição a

“disponibilização de carro para fiscalização tipo hatch 1.4 flex, com seguro, gasolina,

lubrificantes e manutenção inclusos”.

Foi solicitada a relação de veículos e equipamentos disponíveis para utilização pelos

fiscais, que foi encaminhada pelos gestores mediante o Ofício nº 006/5ª SR, de 17 de

janeiro de 2017. Ainda segundo os gestores, além dos equipamentos existentes, foram

adquiridos, para 2017:

“• 10 (dez) novos computadores;

• 06 (seis) carros novos (Alugados);

• 01 (um) Novo Software para a Topografia;

• 01 (um) GPS, Montana 650, com fotografia georreferenciada;

• 02 (dois) Rádios Transceptor Portátil Bidirecional (Digital e Analógico);

• 01 (um) Nível Eletrônico com leitura por código de barras;

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• 02 (duas) miras de alumínio de 5m;

• 02 (dois) Tripés de alumínio com trava rápida na parte superior e trava de

borboleta na parte inferior;

• 02 (dois) prismas circular 64 mm com garfo de metal e alvo articulável

constante (offset) 0 mm e -30mm”.

Os gestores consideram que as condições para o exercício da fiscalização de obras são

suficientes.

A análise da documentação fornecida pela Codevasf mostra que o quantitativo e tipos

de equipamentos disponíveis atualmente para a 5ª SR da Codevasf, são suficientes,

considerando o número de obras que a Superintendência fiscaliza atualmente.

##/Fato##

2.7 Qual o tempo semanal que um fiscal de obra pode se dedicar à fiscalização "in

loco" de um contrato?

Os gestores informaram que o fiscal pode se dedicar à fiscalização em tempo integral,

contudo, a análise do quadro 2, deste Relatório, demonstra que os fiscais exercem outras

atividades dentro da Codevasf, como chefias, coordenações e supervisões, bem como

fora da Companhia, tendo em vista que dois dos fiscais relacionados são

administradores de empresas privadas.

Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado

eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores

apresentaram manifestação ao relatório preliminar de auditoria, informando que “a

fiscalização em tempo integral não está ligada à mudança de domicílio do empregado

para o local da obra. O termo apenas se refere a autonomia que o fiscal tem programar

suas inspeções”.

##/Fato##

2.8 Qual a estrutura proporcionada ao fiscal para permanecer realizando suas

atividades de campo (ex.: diárias, passagens, alojamento, escritório, pessoal de

apoio etc.)?

Além dos veículos e equipamentos disponibilizados, os fiscais recebem diárias.

Até o final do exercício de 2015, estava vigente o contrato nº 19500150500292013, de

pessoal terceirizado, cujo objeto era o “apoio técnico à coordenação, à fiscalização e

supervisão técnica de contratos e convênios das obras e ação social, no âmbito do

programa Água para Todos, na jurisdição da 5ª Superintendência Regional, sediada no

Município de Penedo, Estado de Alagoas e que, segundo informações dos gestores,

“teve como objetivo: acompanhamento das obras, retificações e complementações dos

Projetos Básicos, aprovação de detalhamentos construtivos, verificação dos serviços,

organização dos beneficiários e identificação de novos beneficiários, ação social e

apoio à Codevasf nos trabalhos de georreferenciamento”.

Constatou-se que o referido contrato não foi renovado e, segundo os gestores, não

houve nova contratação de serviços dessa natureza.

##/Fato##

2.9 Existem procedimentos mínimos a serem cumpridos para a liberação dos

valores a serem efetivamente pagos?

Segundo os gestores, os critérios são os seguintes:

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“Medição dos itens contratados na planilha orçamentária e verificação deles com o

Caderno de Encargos (Especificações Tecnicas. Critérios de Medição e Pagamento

etc.).”

##/Fato##

2.10 Os fiscais têm formação técnica ou superior na área de construções?

Segundo os gestores:

“Os fiscais designados para os contratos de execução de obras desta Superintendência,

conforme planilha dos anexos 1 e 2, são engenheiros habilitados tecnicamente,

portanto, para o desempenho da função atribuída”.

A análise do quadro 1, deste Relatório, demonstra que, dos nove fiscais de obras da 5ª

Superintendência Regional da Codevasf, informados em planilha encaminhada pelos

gestores, oito eram engenheiros civis e um era engenheiro agrimensor e, portanto,

tinham formação superior na área de obras civis e ou de projetos de irrigação, principal

negócio da Companhia.

##/Fato##

2.11 Os sistemas fornecem informações atualizadas sobre as medições? - O que

comprova que o fiscal tem realizado as visitas "in situ" para análise das medições?

Segundo os gestores:

“Desde 2007, foi institucionalizado pela Codevasf o ‘Sistema de Gestao de Contratos e

Convênios – SIGEC’, cujo manual consta do anexo 4, que é alimentado até o quinto dia

útil do mês pelo respectivo fiscal designado ou quando haja a ocorrência de qualquer

fato digno de registro. No SIGEC são fornecidas informações atualizadas sobre as

medições.

Dentre as atribuições do fiscal de obras, preconizada no subitem 9.2.2.2, alínea ‘c’ do

manual de contrato (anexo 3), está a de informar o acompanhamento físico do contrato,

por meio do Relatório de Acompanhamento Físico do Contrato (Anexo E) que contem

fotos, relatório este presente nas medições, o que comprova suas visitas "in situ" para

análise das medições.”

Foram solicitados os últimos Relatórios de Acompanhamento Físico de Contratos, para

as obras que estavam em execução, e constatou-se a existência de registros fotográficos

dessas obras, à época da fiscalização, o que seria uma evidência de que o fiscal teria

realizado a vistoria “in situ”. Contudo, a confirmação de tais registros fotográficos

depende de uma inspeção às obras por parte da CGU, o que não faz parte do escopo

deste trabalho.

##/Fato##

2.12 As inconsistências apontadas pelos fiscais têm sido comunicadas à empresa,

apuradas e regularizadas?

Mediante o Ofício nº 153/5ª SR, de 27 de dezembro de 2016, os gestores informaram

que:

“As inconsistências na execução do objeto do contrato nº 5.045.00/2013 são

comunicadas à contratada através de reuniões e envio de correspondências, conforme

apresentado no anexo 5”.

Porém, contrariando o que foi afirmado pelos gestores, a análise do Parecer Técnico nº

02/16-DCC, de 22 de junho de 2016, emitido pela coordenadora do contrato, demonstra

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que a empresa contratada vinha entregando os projetos com falhas, que eram

identificadas pela fiscalização do contrato, mas não eram plenamente corrigidas, ou

seja: “As falhas e distorções dos projetos persistem, sendo os mesmos do início dos

trabalhos e já corrigidos pela fiscalização, demonstrando a falta de zelo por parte da

Contratada e atrasando o desenvolvimento do objeto contratado”.

Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado

eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores

apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:

“Esclarecemos que, de fato, com relação as inconsistências na execução do contrato

5.045.00/2013, a recomendação da Coordenadora do instrumento era para que fosse

aplicada as sanções contratuais, porém, a Superintendência Regional,

administrativamente, no intuito de não perder os recursos aplicados e evitar a

frustração pela não execução do objeto pactuado, bem como na tentativa de sanar as

pendências sem recorrer a esfera judicial, manteve, dentro da legalidade,

entendimentos com a contratada, visando a concessão de oportunidade para conclusão

dos projetos, em conformidade com as especificações técnicas.

Todos os aditivos de prazos foram devidamente justificados no processo e, no momento,

a empresa está atendendo as recomendações da Codevasf apresentadas nas notas

técnicas dos integrantes do grupo de trabalho constituído para análise e aprovação dos

projetos.

Ressalta-se que os projetos destinam-se a implantação de sistemas de abastecimento

d’água para consumo humano e aproveitamento hidroagrícola em cerca de 100

comunidades rurais difusas nos municípios de Pariconha, Delmiro Gouveia e Água

Branca, região fortemente castigada pela longa estiagem que está dizimando o rebanho

e as culturas agrícolas.

A paralisação do contrato sem a conclusão do objeto levaria a perda dos serviços

executados, a necessidade de nova alocação de recursos em montante superior a R$

2.000.000,00 (dois milhões de reais) e, também, um período muito longo para realizar

nova licitação, contratação e execução do objeto, retardando, sobremaneira, a

implantação dos empreendimentos, fato que ocasionaria prejuízos irreparáveis a

população a ser beneficiada”.

##/Fato##

2.13 A Codevasf tem aplicado sanções nas situações de descumprimento do

pactuado no contrato, planilha orçamentária e especificações técnicas?

Os gestores informaram que:

“São seguidas nos contratos da 5ª Superintendência Regional e, especificamente em

relação ao contrato em pauta, as rotinas indicadas no documento ‘Procedimento para

Aplicação de Sanções ao Contratado’ (anexo 6), não tendo culminado, até o presente,

na etapa de aplicação de sanções, uma vez que as inconsistências vêm sendo

resolvidas, quando da apresentação das notificações à contratada”.

Porém, contrariando o que foi afirmado pelos gestores, a análise do Parecer Técnico nº

02/16-DCC, de 22 de junho de 2016, emitido pela Coordenadora do Contrato,

demonstra que a empresa contratada vinha entregando os projetos com falhas, que eram

identificadas pela fiscalização do contrato, mas não eram plenamente corrigidas, ou

seja: “As falhas e distorções dos projetos persistem, sendo os mesmos do início dos

trabalhos e já corrigidos pela fiscalização, demonstrando a falta de zelo por parte da

Contratada e atrasando o desenvolvimento do objeto contratado”.

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A conclusão do Parecer foi pela aplicação de multa contratual, conforme transcrito a

seguir:

“Com base na análise realizada, esta coordenação mantém o seu entendimento quanto

à intenção de aplicar as penalidades previstas no instrumento contratual à empresa

COHIDRO Consultoria Estudos e Projetos Ltda., por atraso no cronograma do projeto

objeto do contrato n.º 5.045.00/2013, conforme previsto na Cláusula Dez do contrato

firmado, que o atraso, na execução dos fornecimentos e serviços, inclusive dos prazos

parciais constantes do cronograma físico, constitui inadimplência passível de aplicação

de multa”.

Dessa forma, a despeito do descumprimento das especificações do Termo de Referência

e dos prazos para apresentação e correção dos projetos, a contratada não recebeu as

sanções da Codevasf, que limitou-se a adverti-la.

Vale ressaltar que o contrato tinha vigência inicial até 5 de outubro de 2015, sendo

prorrogado pelo segundo e terceiro termos aditivos até 30 de setembro de 2016 e,

atualmente, consta no sistema de compras governamentais do governo federal o final de

vigência em 31 de janeiro de 2017, sem que a Codevasf tenha apresentado justificativas

e um novo termo aditivo para essa prorrogação.

Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado

eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores

apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:

“As especificações dos contratos são cumpridas, porém, em defesa do interesse

público, com o objetivo de atingir a conclusão do objeto pactuado, evitar a perda dos

recursos disponibilizados, retardar a implantação do empreendimento e, até mesmo,

inviabilizar a sua execução, atendendo todos os critérios de legalidade, foram buscadas

soluções para permitir a contratada finalizar os projetos, atendendo as recomendações

técnicas da Codevasf. Os projetos elaborados estão em análise pelo Grupo de Trabalho

e as correções estão sendo efetuadas pela contratada. Caso a empresa não atenda às

recomendações serão aplicadas as sanções pertinentes”.

Ressalta-se que, em fevereiro/2017, os gestores continuam afirmando que “as correções

estão sendo efetuadas pela contratada”, a despeito da entrega dos referidos projetos ter

sido prevista, inicialmente, para 5 de outubro de 2015.

##/Fato##

2.14 O "as built" da obra tem sido exigido junto às empresas e devidamente

arquivado?

Não se aplica ao contrato em tela, tendo em vista que o objeto deste consiste na

elaboração de projetos básicos de abastecimento de água para consumo humano e

aproveitamento hidroagrícola de comunidades rurais difusas, localizadas em diversos

municípios do sertão alagoano, com suprimento hídrico pelo Canal do Sertão.

Portanto, não se trata de uma obra e, sendo assim, não existe a possibilidade de

elaboração de “as built”.

##/Fato##

2.15 Existem procedimentos a serem cumpridos para o recebimento da obra? Estes

procedimentos têm sido realizados? As obras têm sido formalmente recebidas? As

garantias têm sido devolvidas apenas após o recebimento das obras?

Embora o objeto do contrato constante da amostra desta auditoria não seja uma obra,

mas um serviço de elaboração de projetos, vale ressaltar que a Codevasf dispõe de

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procedimentos para encerramento dos contratos que se assemelham ao recebimento de

obras, detalhados no subitem 9.8 do Manual de Contratos da Companhia.

O contrato em tela ainda não foi concluído, tendo previsão de final de vigência para 29

de janeiro de 2017. Portanto, ainda não pôde ser encerrado pela Codevasf.

Segundo os gestores:

“O contrato em pauta está em fase de execução e será recebido quando do término da

sua vigência, por comissão designada para este fim, quando será expedido o “termo de

encerramento físico do contrato”.

#/Fato##

3. Conclusão

Verificou-se, por meio do presente trabalho, que o macroprocesso finalístico Gestão de

Obras Hídricas (acompanhamento e fiscalização) apresenta os seguintes aspectos que

contribuem para o alcance da missão da unidade: disponibilidade de veículos,

equipamentos e mão de obra qualificada para a execução das ações de fiscalização.

Por outro lado, verificou-se que os seguintes aspectos constituem obstáculos para o

atingimento da sua missão: baixa quantidade de obras fiscalizadas, descumprimento de

especificações do contrato e atrasos no cronograma por parte da contratada sem a

aplicação de sanções pela Codevasf/5ª SR.

Nesse contexto, conclui-se que, para que a unidade cumpra adequadamente a sua missão

institucional, é necessário que sejam concluídos novos estudos e projetos de

desenvolvimento regional e que estes sejam efetivamente concretizados em obras e

demais ações inclusivas, de modo que a Codevasf possa cumprir a sua missão de

“promover o desenvolvimento e a revitalização das bacias dos rios São Francisco,

Parnaíba, Itapecuru e Mearim com a utilização sustentável dos recursos naturais e

estruturação de atividades produtivas para a inclusão econômica e social”.

Adicionalmente, como forma de aperfeiçoamento de suas rotinas de trabalho,

recomenda-se uma alocação mais eficiente dos empregados que fiscalizam a execução

desses projetos, bem como um acompanhamento mais incisivo dos contratos, inclusive

com a aplicação de sanções aos contratados que não cumprem com suas obrigações

contratuais.

As recomendações registradas neste relatório serão acompanhadas por meio do Plano de

Providências Permanente da Unidade.

Maceió/AL, 06 de março de 2017.

Relatório supervisionado e aprovado por:

_____________________________________________________________

Superintendente da Controladoria Regional da União no Estado de Alagoas

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_______________________________________________ Ordem de Serviço nº 201600185

1 GESTÃO OPERACIONAL

1.1 Avaliação dos Resultados da Gestão

1.1.1 Avaliação dos Resultados da Gestão

1.1.1.1 INFORMAÇÃO

Redução no número de obras fiscalizadas nos exercícios de 2015 e 2016,

evidenciada pela diminuição do montante pago em diárias aos fiscais.

Fato

Constatou-se que o montante pago em diárias aos fiscais nos exercícios de 2015 e 2016

correspondeu a um montante inferior ao que havia sido pago aos mesmos fiscais apenas

no exercício de 2014, embora, segundo dados extraídos do Siasg, houvesse nove obras

em execução em 2014, contra dezenove que estariam em execução em 2016, o que seria

um indício de que os servidores responsáveis pela fiscalização estariam deixando de se

deslocar até as obras.

Mediante o Ofício nº 006/5ª SR, de 17 de janeiro de 2017, os gestores informaram que:

“As obras estão sendo executadas em municípios próximos a nossa sede administrativa

em Penedo/AL e ao Escritório de Apoio Técnico de Delmiro Gouveia/AL, como também

em razão da paralisação de alguns instrumentos, tais como: 5.071.00/2013,

5.074.00/2013, 5.065.00/2013, 5.084.00/2013 e 5.116.00/2013”.

Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado

eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores

apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:

“Os analistas que estão com maior número de instrumentos para fiscalizar possuíam

no máximo dois de maior complexidade e os demais de baixa complexidade, como é o

caso da pavimentação de ruas e os termos de compromisso para implantação de

sistemas de abastecimento d’água que, inclusive, foram encerrados sem execução dos

seus objetos pelas prefeituras correspondentes.

Com relação a redução no valor pago em diárias, destaca-se que as obras realizadas

na região de Penedo e de Delmiro Gouveia, onde estão lotados os respectivos fiscais,

geralmente, não são passíveis de pagamento de diárias por ocasião das fiscalizações,

haja vista que as elas são realizadas num único período e retorno no horário de

trabalho.

A análise dos locais de execução das 13 obras fiscalizadas pela Codevasf em 2015 e

2016, revela que oito delas ocorreram em Pão de Açúcar, Olho d’Água Grande, Santana

do Ipanema, Batalha, Junqueiro e Arapiraca, municípios para os quais houve o

pagamento de diárias.

O fato é que realmente houve menos visitas às obras, restando verificar se essas foram

reduzidas em função da menor complexidade das obras ou maior eficiência da

fiscalização da Codevasf, ou se foi por paralisação das obras ou, ainda, por conta de

contingenciamento de recursos.

##/Fato##

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1.1.1.2 CONSTATAÇÃO

Falhas na distribuição, entre os fiscais, do quantitativo de obras a serem

fiscalizadas.

Fato

Constatou-se uma distribuição desigual no número de obras fiscalizadas, havendo

fiscais que foram responsáveis por até quatro obras, enquanto outros fiscalizaram

apenas uma, conforme detalhado no Quadro 2, que também demonstra os fiscais que

tinham cargo de chefia, supervisão ou coordenação, bem como os que eram sócios

gerentes ou responsáveis por empresas privadas.

Quadro 2 – Fiscais de obras contratadas, no período de 2013 a 2017, na Codevasf

CPF Fiscal Obras

Fiscaliz.

Obras em

Execução Função Outras Observações

***.276.544-** 1 1 Chefe de Unidade -

***.505.724-** 1 1 Supervisor II -

***.419.204-** 1 0

S/Atividade

Funcao -

***.448.232-** 1 0 Coordenador -

***.793.405-** 2 2

S/Atividade

Funcao -

***.458.594-**

1 0 S/Atividade

Funcao

É responsável, sócio adminis-

trador da empresa Canavieira

Serviços Gerais Ltda. - ME

(05.273.349/0001-10), que se

encontra ativa no CNPJ. A

empresa não tem contratos nem

recebeu ordens bancárias de

entes do governo federal.

***.701.085-**

1 0 Chefe

É responsável, sócio adminis-

trador da empresa Simel Estru-

turas Metálicas Ltda.

(00.128.452/0001-53), que se

encontra ativa no CNPJ. A

empresa não tem contratos nem

recebeu ordens bancárias de

entes do governo federal.

***.538.484-** 1 0 Supervisor -

***.930.894-** 4 2 Chefe de Unidade -

Fonte: Codevasf – “Contratos de Obras - 5ª SR - 2013 a 2017 - reduzida”; e CGU/Ativa/Macros: Consulta

pagamentos e Consulta informações RFB. ##/Fato##

##/Fato##

Causa

Baixa quantidade de obras fiscalizadas pela Codevasf/5ª SR, nos exercícios de 2015 e

2016, resultando num número insuficiente para distribuir entre os fiscais

Os gestores informaram que os fiscais que ficaram com menos obras para fiscalizar

estavam alocados em outras atividades dentro da Companhia.

##/Causa##

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Manifestação da Unidade Examinada

Mediante o Ofício 006/5ª SR, de 17 de janeiro de 2017, os gestores apresentaram os

seguintes esclarecimentos:

“A Gerência Regional de Infraestrutura desenvolve, além da coordenação e fiscalização

dos contratos, estudos e projetos para execução de empreendimentos, infraestrutura e

demais ações voltadas ao desenvolvimento regional, por meio das seguintes estruturas

orgânicas:

I - Unidade Regional de Estudos e Projetos, a qual compete: elaborar estudos e projetos

de desenvolvimento regional.

II - Unidade Regional de Implantação e Acompanhamento de Projetos, a qual compete:

programar, implementar, coordenar, supervisionar, acompanhar e fiscalizar a

implantação dos projetos regionais de infraestrutura.

Desta forma, os profissionais envolvidos em apenas um contrato, estão engajados,

também, em outras atividades, tais quais: na identificação de áreas in loco,

levantamentos topográficos, desenhos técnicos, especificações, orçamentos detalhados,

cronogramas, entre outros documentos que compõem o Projeto Básico.

Além dos trabalhos voltados à elaboração dos projetos básicos dos contratos em

vigor, bem como participação nas comissões de Licitação, seguem abaixo

fiscalizações de contratos (anexo 7):”

N. R. B

Contrato

5.050.00/2015 Fiscalização

Construção de pavimentação, em

paralelepípedo, da Avenida Brasil (Bairro

Cacimbinhas) e da Rua da Rodagem (Povoado

Tabuleiro do Negros), localizadas no

município de Penedo, na área de atuação da 5ª

SR, Estado de Alagoas.

Contrato

5.037.00/2014 Fiscalização

Construção e recuperação de uma passagem

molhada sobre o Riacho Raposo, que liga os

Núcleos I e II da COOPENEDO, no

município de Penedo, na área de atuação da 5ª

Superintendência Regional, no Estado de

Alagoas.

Convênio

5.006.00/2016 Fiscalização

Pavimentação da estrada de ligação da

comunidade de Bom Sucesso à comunidade

de Santa Terezinha - 2ª Etapa.

Convênio

5.034.00/2013 Fiscalização

Pavimentação da estrada de ligação da

comunidade de Bom Sucesso à comunidade

de Santa Terezinha - 1ª etapa, no município de

Coruripe - AL.

Contrato

0.044.00/2013 Fiscalização

Fornecimento, transporte e instalação de

26.021 cisternas, em polietileno, com

capacidade de 16.000 litros, para acumulação

de água de chuva, visando ao abastecimento

de comunidades rurais difusas, no estado de

Alagoas.

R. T. L.

Contrato

5.022.00/2014 Fiscalização

Construção de pavimentação em

paralelepípedo das ruas Joaquim Vieira -

Povoado Capela, Roberto Vieira – Bairro

Santa Cecília e Clovis Peixoto - Bairro Santa

Luzia, no município de Penedo - AL, área de

atuação da 5ª Superintendência Regional.

Contrato

0.119.00/2013 Fiscalização

Execução dos serviços de

georreferenciamento, incluindo o cadastro

físico, jurídico, agrícola e socioeconômico dos

imóveis situados nas áreas de influência dos

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Projetos de Irrigação, Itiúba, Boacica e

Marituba, com área total aproximada de

10.200 hectares.

V. P. R. C.

Termo de

Compromisso

5.071.00/2013

Fiscalização

Implantação de 03 sistemas simplificados de

abastecimento de água em áreas rurais no

Município de Ouro Branco, Estado de

Alagoas.

Termo de

Compromisso

5.074.00/2013

Fiscalização Implantação de 03 sistemas simplificados de

abastecimento de água em áreas rurais no

Município de Piranhas, Estado de Alagoas.

Termo de

Compromisso

5.065.00/2013

Fiscalização

Implantação de 03 sistemas simplificados de

abastecimento de água em áreas rurais no

Município de Água Branca, Estado de

Alagoas

Termo de

Compromisso

5.084.00/2013

Fiscalização

Implantação de 03 sistemas simplificados de

abastecimento de água em áreas rurais no

Município de Senador Rui Palmeira, Estado

de Alagoas

Contrato

0.072.00/2012 Fiscalização

Execução de obras e serviços relativos ao

sistema de esgotamento sanitário no município

de Olho D´Água do Casado, (Lote II), no

Estado de Alagoas, onde o prazo de vigência é

contado a partir da data registrada na Ordem

de Serviço, após a publicação no diário

Oficial.

M. O. S. G.

Termo de

Compromisso

0.072.00/2011

Fiscalização

Conjugação de esforços para o

desenvolvimento de atividades de interesse

comum abrangendo o repasse de recursos,

pela Codevasf à Secretaria do Estado de

Infraestrutura - SEINFRA, para

complementação e/ou implantação do sistema

de esgotamento sanitário do Município de

Piaçabuçu, no Estado de Alagoas

Contrato

5.116.00/2013 Fiscalização Construção de uma casa de farinha no

Povoado Konrad no município de Penedo.

Nota: Os nomes foram abreviados para preservar a identidade dos fiscais.

Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado

eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores

apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:

“Para indicação de um determinado técnico para exercer a fiscalização do contrato são

observados vários critérios, além do número de instrumentos de que ele já é

responsável. A escolha envolve, também, a competência, grau de complexidade da obra,

disponibilidade para deslocamento e a lotação do empregado.

Com relação a lotação do empregado, destaca-se que os analistas (Fiscais) são lotados

em 3 (três) gerências distintas: Infraestrutura, Irrigação e Revitalização. Dessa forma,

normalmente, procura-se indicar o técnico que esteja lotado na gerência a qual a obra

está vinculada, podendo haver exceções.

É importante destacar que são classificados como “Analista em Desenvolvimento

Regional” todos os profissionais de nível superior, com exceção dos assessores jurídicos

e analistas em comunicação. Assim temos na relação de Analistas – engenheiros civis,

agrônomos, mecânicos, elétricos, administradores, contadores, economistas, etc.

A Codevasf por não dispor de equipe especializada para realização de estudos básicos

de campo e laboratório contrata a elaboração de projetos de maior complexidade e que

necessitam de estudos técnicos especializados”.

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Relativamente aos fiscais que eram responsáveis por empresas privadas, os gestores

anexaram declarações destes informando que suas respectivas empresas não realizavam

transações comerciais, uma delas, desde 2009, e a outra, desde 2002, e que estariam

providenciando a baixa de seus registros na Junta Comercial. Portanto, segundo

informação prestada pelos gestores, os referidos fiscais não exerciam atividades de

gerência de sociedade privada e, portanto, não havia incompatibilidade com os horários

de trabalho destes na Codevasf.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os gestores informaram outros compromissos aos quais os fiscais que não exerciam

chefia e não estavam acompanhando obras, no segundo semestre de 2016, estrariam

vinculados.

A manifestação apresentada pelos gestores não elide a constatação, tendo em vista que a

análise expedita realizada por esta equipe da CGU, aponta que, a princípio, também há

um desequilíbrio na distribuição desses outros compromissos, havendo empregados que

assumiram apenas um, além da obra que já fiscalizavam, enquanto outros chegaram a

assumir mais quatro compromissos, além das obras que fiscalizavam.

Vale ressaltar que, em 2016, existiam 68 analistas em desenvolvimento regional lotados

na Codevasf/5ª SR, e que a Companhia contrata empresas terceirizadas para a

elaboração de projetos básicos e executivos de obras. Assim, os analistas estariam

disponíveis para as atividades de fiscalização e de estudos e elaboração dos projetos de

desenvolvimento regional. Contudo, embora tenham mencionado esta atividade em sua

manifestação, os gestores não listaram os estudos e projetos desenvolvidos ao longo dos

exercícios de 2015 e 2016, nem mesmo quando do envio de suas manifestações ao

relatório preliminar de auditoria.

Os gestores também não apresentaram um mapeamento do quadro de analistas, de modo

a informar quantos eram engenheiros, quantos eram administradores, ou contadores, ou

economistas etc., de modo a evidenciar o quantitativo de analistas disponíveis para a

elaboração de estudos e projetos, atividade crucial para o cumprimento da missão da

Companhia.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Avaliar a atual distribuição de atividades entre os analistas em

desenvolvimento regional, bem como entre os empregados ocupantes dos demais cargos

previstos no plano de carreira da Companhia, como os assistentes técnicos e auxiliares

operacionais, de modo a garantir uma distribuição mais equilibrada, evitando ociosidade

da mão-de-obra qualificada.

Recomendação 2: Garantir as condições necessárias para a elaboração de novos estudos

e projetos e articular para a efetiva implantação dos projetos já elaborados, refletindo-se

no desenvolvimento regional e no cumprimento da missão da Codevasf.

1.1.1.3 CONSTATAÇÃO

Ausência de aplicação de sanções à contratada, a despeito de falhas nas

especificações dos produtos e atrasos no cronograma de entrega.

Fato

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Mediante análise do processo relativo ao contrato nº 19500150500452013,

especificamente quanto ao Parecer Técnico nº 02/16-DCC, de 22 de junho de 2016,

emitido pela Coordenadora do Contrato, constatou-se que a empresa contratada vinha

descumprindo prazos e especificações exigidas, quando da entrega de seus produtos

parciais. De acordo com o citado Parecer:

“As falhas e distorções dos projetos persistem, sendo os mesmos do início dos

trabalhos e já corrigidos pela fiscalização, demonstrando a falta de zelo por parte da

Contratada e atrasando o desenvolvimento do objeto contratado”.

A conclusão do Parecer foi pela aplicação de multa contratual, conforme transcrito a

seguir:

“Com base na análise realizada, esta coordenação mantém o seu entendimento quanto

à intenção de aplicar as penalidades previstas no instrumento contratual à empresa

COHIDRO Consultoria Estudos e Projetos Ltda., por atraso no cronograma do projeto

objeto do contrato n.º 5.045.00/2013, conforme previsto na Cláusula Dez do contrato

firmado, que o atraso, na execução dos fornecimentos e serviços, inclusive dos prazos

parciais constantes do cronograma físico, constitui inadimplência passível de aplicação

de multa”.

A análise da documentação e dos processos de pagamento do contrato, revelam que, a

despeito do descumprimento das especificações do Termo de Referência e dos prazos

para apresentação e correção dos projetos, a contratada não recebeu as sanções da

Codevasf, que se limitou a adverti-la.

Vale ressaltar que o contrato tinha vigência inicial até 5 de outubro de 2015, sendo

prorrogado pelo segundo e terceiro termos aditivos até 30 de setembro de 2016 e,

atualmente, consta no sistema de compras governamentais do governo federal o final de

vigência em 31 de janeiro de 2017, sem que conste no processo o novo termo aditivo e a

justificativa para essa última prorrogação.

##/Fato##

Causa

Conduta leniente dos gestores.

##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

Mediante o Ofício nº 013/5ª SR, de 9 de fevereiro de 2017, encaminhado

eletronicamente a esta CGU-Regional em 14 de fevereiro de 2017, os gestores

apresentaram a seguinte manifestação ao relatório preliminar de auditoria:

“Esclarecemos que, de fato, com relação as inconsistências na execução do contrato

5.045.00/2013, a recomendação da Coordenadora do instrumento era para que fosse

aplicada as sanções contratuais, porém, a Superintendência Regional,

administrativamente, no intuito de não perder os recursos aplicados e evitar a frustração

pela não execução do objeto pactuado, bem como na tentativa de sanar as pendências

sem recorrer a esfera judicial, manteve, dentro da legalidade, entendimentos com a

contratada, visando a concessão de oportunidade para conclusão dos projetos, em

conformidade com as especificações técnicas.

Todos os aditivos de prazos foram devidamente justificados no processo e, no

momento, a empresa está atendendo as recomendações da Codevasf apresentadas nas

notas técnicas dos integrantes do grupo de trabalho constituído para análise e aprovação

dos projetos.

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Ressalta-se que os projetos destinam-se a implantação de sistemas de abastecimento

d’água para consumo humano e aproveitamento hidroagrícola em cerca de 100

comunidades rurais difusas nos municípios de Pariconha, Delmiro Gouveia e Água

Branca, região fortemente castigada pela longa estiagem que está dizimando o rebanho

e as culturas agrícolas.

A paralisação do contrato sem a conclusão do objeto levaria a perda dos serviços

executados, a necessidade de nova alocação de recursos em montante superior a R$

2.000.000,00 (dois milhões de reais) e, também, um período muito longo para realizar

nova licitação, contratação e execução do objeto, retardando, sobremaneira, a

implantação dos empreendimentos, fato que ocasionaria prejuízos irreparáveis a

população a ser beneficiada”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Não houve comprovação de que o contrato nº 19500150500452013 foi devidamente

concluído e todos os projetos entregues até 31 de janeiro de 2017, data do último aditivo

registrado no Siasg.

Ao contrário do que informam os gestores, a aplicação de sanções à contratada não

deveria implicar em rescisão contratual, paralisação ou abandono do projeto, mas na

aplicação da multa prevista na cláusula dez do contrato, no percentual de 0,1% (um

décimo por cento) do valor do contrato, por dia de atraso. Somente em caso de reiterado

descumprimento do contrato é que caberia a rescisão, com aplicação das sanções

previstas no art. 87, incisos III e IV da lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, ou seja,

suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a

Administração por até dois anos e, caso perdurassem os motivos determinantes da

punição, declaração de inidoneidade da empresa para licitar ou contratar com a

Administração Pública.

Os gestores informaram que “os projetos destinam-se a implantação de sistemas de

abastecimento d’água para consumo humano e aproveitamento hidroagrícola em cerca

de 100 comunidades rurais difusas nos municípios de Pariconha, Delmiro Gouveia e

Água Branca, região fortemente castigada pela longa estiagem que está dizimando o

rebanho e as culturas agrícolas”, e que a paralisação do contrato demandaria nova

licitação, “retardando, sobremaneira, a implantação dos empreendimentos, fato que

ocasionaria prejuízos irreparáveis a população a ser beneficiada”

Vale ressaltar, mais uma vez, que a vigência original do contrato era até 5 de outubro de

2015. Caso a empresa tenha entregue todos os projetos, atendendo a todas as

especificações exigidas no contrato, em 31 de janeiro de 2017, data final de vigência do

último aditivo, o atraso na execução desse contrato terá sido de 484 dias, ou seja, o

atraso na execução do referido contrato submeteu as comunidades citadas pelos gestores

a uma espera adicional de um ano e meio em relação ao que estava originalmente

previsto, numa região fortemente castigada pela longa estiagem que está dizimando o

rebanho e as culturas agrícolas. Enquanto isso, a Cohidro teve direito ao reajuste anual

do contrato com base no Índice Nacional de Custos da Construção (INCC), sem ter

recebido as penalidades pelo atraso na conclusão do contrato.

##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

Recomendação 1: Garantir a atuação tempestiva no sentido de advertir e, em caso de

não atendimento da advertência, aplicar as devidas sanções aos contratados que não

cumprirem as cláusulas dos respectivos contratos ou descumprirem os prazos

estabelecidos no cronograma contratual.

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Recomendação 2: Caso a Cohidro não tenha apresentado todos os projetos previstos no

contrato nº 5.045.00/2013 (Siasg nº 19500150500452013) até o dia 31 de janeiro de

2017, ou estes, caso apresentados, não atendiam às especificações do referido contrato,

aplicar as sanções previstas na cláusula dez do contrato em tela, ou seja, multa de 0,1%

(um décimo percentual) do valor atualizado do contrato, por dia de atraso.