Portal Educacional do Estado do Paraná Proposta N°7044 Situação do OAC: Rascunho Autor: SALETE TOMALACK Estabelecimento: ANTONIO J. REIS, C E - E FUND MEDIO Ensino: ENSINO MEDIO Disciplina: HISTORIA Conteúdo: RELAÇÕES DE TRABALHO Cor do conteúdo: Problematização do Conteúdo Chamada para a Problematização: Organizar o mundo das idéias, desvendando o mundo do trabalho a partir das experiências dos próprios trabalhadores. Texto: Os anos 80 podem ser considerados a "década das inovações capitalistas", da flexibilização da produção, da "especialização flexível", da desconcentração industrial, dos novos padrões de gestão da força de trabalho. [...]... e programas de Qualidade Total, da racionalização da produção, de uma nova divisão internacional do trabalho e de uma nova etapa da internacionalização do capital. [...]. Na verdade, foi a década de impulso da acumulação flexível, do novo complexo de reestruturação produtiva, cujo "momento predominante" é o Toyotismo. ( Alves, Giovanni, 1999, p.78 ). A sociedade atual vem se caracterizando pelas rápidas transformações nas suas estruturas econômicas e conseqüentemente nas estruturas sociais, isso resultado de gigantescas inovações tecnológicas, assimiladas pelos meios de produção e por todos os que fazem parte desse meio. O capitalismo vem sendo remodelado e com isso transformando a forma de organização do trabalho, provocando constantes mudanças no mundo do trabalho. Na composição do mundo do trabalho muitas dinâmicas aparecem: a tecnologia, profissionais especializados, extinção e surgimento de novas funções, globalização, produção em rede, informatização, terceirização, controle de produção e de qualidade, dentre outros que são características da chamada produção flexível. O momento atual é o da economia do conhecimento, e a Escola como parte de um sistema, também está sujeita a mudanças a partir das dinâmicas na formação da sociedade em que está inserida. Portanto, enquanto Escola temos que tentar estabelecer uma análise remetendo a questões que constituem este processo. E, sabedores de que a disciplina de História deve contribuir para a formação do indivíduo, buscando sempre um diálogo entre os conteúdos abordados e a realidade social em que nossos educandos

estão inseridos, e ainda mais, quando nos referimos ao Ensino Médio, onde nossos jovens têm como principal objetivo, ou necessidade, o ingresso no mercado de trabalho, devemos articular essa realidade ao conhecimento sistematizado que a Escola oferece. ...ter as finalidades do Ensino Médio como horizonte a orientar ações que tomem a realidade da escola e do jovem como referência para propor formas de organização do currículo, que ao considerar o trabalho em sua dupla dimensão, de práxis humana de prática produtiva, permitam estabelecer relações mais imediatas com o mundo do trabalho. ( Kuenzer, Ocácia. 2005, p. 42 ). A disciplina de História tem um estreito relacionamento com o mundo do trabalho. Relacionado ao conteúdo estruturante Relações de Trabalho, pertinente ao Ensino Médio, está a reestruturação capitalista contemporânea e a conseqüente mudança no mundo do trabalho, necessitando a exploração e aprofundamento de conteúdos básicos como: conceituar o trabalho; a divisão do trabalho nas diferentes sociedades; a mão-de-obra no contexto capitalista; a organização dos trabalhadores e a regulamentação do trabalho; teorias e métodos de produção, bem como, os reflexos da ciência e da tecnologia nos meios de produção e no mundo do trabalho. Neste sentido quero propor aos docentes da área a exploração destes conteúdos a partir das experiências dos próprios trabalhadores. No meu caso específico utilizarei a experiência dos funcionários da empresa Sadia S.A., de Toledo que está localizada próxima ao bairro onde a escola, na qual atuo está inserida, e a maioria das pessoas que vivem nessa comunidade são ou foram funcionários dessa empresa, inclusive os jovens que freqüentam o Ensino Médio. Através de entrevistas feitas com esses trabalhadores, teremos em seus relatos do cotidiano, elementos suficientes para explorarmos esse tema afim de que o aluno construa o seu conhecimento histórico, problematizando-os a partir das relações presente/passado. Essa experiência leva aos educadores a proposta de trabalhar com a História Oral, abrindo um espaço de pesquisa pouco utilizado por professores do Ensino Médio e que necessita ser explorado, porque aproxima o conteúdo com a história do cotidiano do aluno e favorece a percepção do sujeito histórico, levando-o, dessa forma, à conscientização de que tudo tem uma história, proporcionando um conjunto muito grande de possibilidades de intervenção. a História imediata é um instrumento para se inserir a reflexão histórica em sala de aula, despertando o pensar histórico. Exercitar o olhar conduzindo-o a perceber coisas, instigá-lo, através de uma metodologia, com entrevistas e debates, a analisar, a levantar questões. O ideal é que ele faça esse exercício sempre, através da observação, percepção visual/sensorial por meio de perguntas, experimentação e anotações, aprofundando essa observação registrando todas essas informações através da descrição verbal e escrita, gráficos, fotografias e outros, explorando então, todos os dados colhidos e, a partir desses, transformar em subsídios para levantar discussões, hipóteses e questionamentos, ampliando a pesquisa para outras fontes como a biblioteca, arquivos, jornais. Através desse diálogo com as diferentes fontes, estaremos possibilitando a percepção de como essas mudanças no mundo do trabalho estão relacionadas ao processo histórico e a ideologia que vem sustentando o capitalismo.

A investigação histórica pode detectar causalidades externas voltadas para a descoberta de relações humanas, e causalidades internas que buscam compreender e interpretar os sentidos que os sujeitos atribuem às suas ações. ( Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. 2006, p.22 ). Portanto, o objetivo desse OAC é estar propondo aos professores a utilização da História Oral como recurso pedagógico, amarrando os conteúdos que permeiam o Ensino Médio ao cotidiano, à vivência de nossos educandos, levando-os a ampliar sua visão para um contexto maior, formando assim, um cidadão crítico e consciente, necessário para essa sociedade em transformação. Trabalhando com a realidade de nossos educandos, com a proximidade do objeto a ser estudado, para que possam entender melhor as mudanças do sistema de produção e do mundo do trabalho, percebendo-se como parte integrante desse meio, que exige cada vez mais de trabalhadores que tenham conhecimentos, qualificados. Levando-os à conscientização, estimulando-os a uma tomada de atitude necessária a desenvolver um plano de vida de acordo com suas aspirações. Para tanto, utilizarei todos os recursos disponíveis neste Ambiente Pedagógico Colaborativo (OAC): - Sugestão de Leitura: neste recurso indico algumas obras de autores que discutem a problemática e são úteis como fundamentação teórica para o desenvolvimento e exploração do conteúdo proposto, bem como, para o encaminhamento metodológico necessário na ação pedagógica. - Imagens: é um recurso a mais a ser explorado a fim de buscar a compreensão e a percepção de elementos marcantes presentes no mundo do trabalho na atualidade. Utilizo uma imagem que retrata a automação e onde se visualiza, de forma humorística, a robotização e o trabalhador. - Sítios: sugiro sítios que trazem informações do mundo do trabalho e da automação dentro do processo de reestruturação do capitalismo. - Sons e Vídeos: proponho, como instrumento para enriquecer a apropriação do conteúdo, dois filmes que exploram a questão do trabalho em diferentes períodos históricos. São os filmes: " Tempos Modernos " de Clarles Chapin e " A Classe Operária vai ao Paraíso " de Elio Petri.

- Notícias: apresento uma notícia do Jornal Correio da Bahia intitulada " Escola é Renda ", fazendo apontamentos às perspectivas do mercado de trabalho relacionadas a escolarização dos trabalhadores. - Destaque: trago uma informação referente a uma inovação tecnológica desenvolvida para ser utilizada numa linha de produção de abate de aves, importante para despertar a curiosidade com relação a automação. - Paraná: mostro neste recurso a presença da Empresa Sadia no Estado do Paraná, apresentando a distribuição das unidades industriais, produtos e funcionários neste Estado. - Investigação Disciplinar: proponho a utilização dos recursos da História Oral para se perceber as transformações no mundo do trabalho, questionando como o trabalhador percebe essas mudanças e a exploração do trabalho. - Proposta de Atividade: desenvolvo uma atividade partindo da organização da classe para a utilização de entrevistas como recurso de aprendizagem. - Contextualização: apresento um histórico do capitalismo industrial relacionado a tecnologia, crescimento econômico e perfil do trabalhador, necessário ao entendimento do processo e dos sujeitos do capitalismo. - Perspectiva Interdisciplinar: através de partes selecionadas das entrevistas dos trabalhadores, sugiro a possibilidade de se explorar conteúdos relacionados às áreas da Sociologia, da Geografia e da Matemática. REFERÊNCIAS: ALVES, Giovanni. Dimensões da Globalização: O Capital e Suas Contradições. Ed. Praxis, Londrina, 2001. ______________ Trabalho e Mundialização do Capital: A Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização. Ed. Praxis, Londrina, 1999. ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho. Ensaio Sobre a afirmação e a negação do trabalho. Ed. Boitempo, São Paulo, 1999.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. KUENZER, Ocácia (org.)- Ensino Médio. Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. Ed. Cortez- 4ª edição, 2005. SEED. Diretrizes Curriculares: Da Educação do Ensino Médio da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Pr. – Ensino Médio- História. Curitiba- Paraná SEED- Secretaria do Estado de Educação- Pr, 2006. . Investigação Disciplinar Título: A experiência demonstrando conhecimento Texto: A sociedade em que estamos inseridos é caracterizada pela constante dinâmica em suas estruturas econômicas e consequentemente sociais, resultado das grandes inovações tecnológicas assimiladas pelos meios de produção e pelos sujeitos que fazem parte desse meio. Compreendemos essa sociedade atual como resultado de um processo histórico que envolve toda essa dinâmica capaz de refletir e ao mesmo tempo marcar a chamada " sociedade urbano- industrial". Portanto, o século XXI inicia-se com uma sociedade globalizada em termos tecnológicos, culturais e econômicos, com significativos avanços no segmento de informações provocando mudanças expressivas no cenário mundial, ou seja, a "Aldeia Global" é uma realidade. O mundo está interligado num grande mercado e os cidadãos convertidos em consumidores (Castells,1999). À medida que essa sociedade vai se estruturando, o Mundo do Trabalho, também, passa por mutações que altera o modo como as pessoas trabalham, o significado do trabalho nas suas vidas, a organização, as práticas sociais e as normas que as regulamentam, bem como as técnicas e métodos de produção que acompanham o desenvolvimento do capitalismo. As características da chamada produção flexível podem permitir a compreensão de novos modelos de organização da produção, do trabalho e, consequentemente, na estrutura da classe trabalhadora. Ricardo Antunes ao analisar esse contexto afirma que " o pano de fundo é formado pelo processo de globalização, pela difusão acelerada de novas tecnologias na produção e pela presença do Toyotismo, que expressa a forma mais acabada da organização do trabalho desejada pelas empresas". Trata a situação numa dimenção de crise no mundo do trabalho, consequentemente de um quadro de crise estrutural do próprio capital, chamando a atenção para uma análise da totalidade dos elementos que constituem esse universo e que afetou tanto a forma de ser da classe trabalhadora, quanto a sua esfera subjetiva,

política e ideológica que pautam suas ações. O mesmo apontamento é feito por Geovanni Alves ao salientar que o Toyotismo se caracteriza pela captura da subjetividade do trabalho pelos valores capitalistas. Castells ao observar que a tecnologia foi essencial para o processo de reestruturação do sistema capitalista a partir da década de 1980 e, que o desenvolvimento tecnológico foi moldado pela lógica e pelo interresse capitalista, mostra que: " as sociedades são organizadas em processos estruturados por relações historicamentes determinadas de produção, experiência e poder" (Castells, 1999, p.34). Diante dessa abordagem faz-se necessário uma profunda discussão acerca das transformações no Mundo do Trabalho comtemporâneo que afetam diretamente a vida do Trabalhador e a proposta metodológica dessa investigação é perceber as interpretações historicamente estabelecidas, de acordo com as circunstâncias que a constituem, com a capacidade de se transformar os fatos em uma linguagem mais acessível, historicizando-os, viabilizando-os e materialozando-os. Criando, assim, um diálogo partindo desses referenciais e estabelecendo uma problematização do tema, discutindo a reestruturação produtiva no contexto do capitalismo flexível a partir das experiências dos próprios trabalhadores. O momento atual é o da economia do conhecimento e a disciplina de História deve contribuir para a formação do indivíduo como um todo, buscando sempre dialogar com a realidade social em que o educando está inserido, aproximando conteúdos programáticos a essa realidade. Desvendar os segredos da História é uma prática permanente e, utilizando-se dos recursos da História Oral, por meio das suas variadas possibilidades metodológicas é um exercício investigativo muito interessante. Organizando entrevistas com trabalhadores da ativa e, também, com outros já afastados do trabalho, por exemplo, nos deparamos com muitas informações riquíssimas, que chamam a atenção e podem nos trazer inúmeros elementos capazes de alimentar esse debate teórico acerca dessa problemática, mais propriamente possibilitando a reprodução do contexto social, identificando nele elementos que o compõe. A partir das narrativas pode-se pensar outras questões, criando possibilidades de dialogar com o mundo do trabalho. São narrativas da vida profissional, mas pautada na realidade do mundo do trabalho atual . As mudanças no mundo do trabalho fluem naturalmente nos relatos: terceirização, informalidade, modelos de organização da produção (Toyotismo), automação, dentre outras, nos remetendo a uma profunda discussão diante da representação da realidade descrita pelos próprios sujeitos, ou seja, a construção histórica a partir da vivência desses. Diante disso podemos levantar a seguinte problemática: Como os trabalhadores incorporam essas mudanças? Onde realmente percebem a exploração do trabalho? REFERÊNCIAS: ALVES, Giovanni. Dimensões da Globalização: O Capital e Suas Contradições. Ed. Praxis, Londrina, 2001. ______________ Trabalho e Mundialização do Capital: A Nova Degradação do Trabalho na Era da Globalização. Ed. Praxis, Londrina, 1999. ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Trabalho. Ensaio Sobre a afirmação e a negação do trabalho. Ed. Boitempo, São Paulo, 1999.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. KUENZER, Ocácia (org.)- Ensino Médio. Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. Ed. Cortez- 4ª edição, 2005. PORTELLI, Alessandro. O que faz a História Oral diferente. São Paulo:EDUC, 1997. Perspectiva Interdisciplinar Título: A narrativa dos trabalhadores Texto: Perceber a dinâmica das relações de trabalho circunscritas ao espaço pesquisado, dissipando esse conhecimento da realidade do Mundo do Trabalho numa perspectiva maior, é uma prática pedagógica presente na metodologia do ensino de História. Portanto, contemplando os recursos proporcionados pelo uso da História Oral, desenvolvemos e incentivamos a prática da pesquisa nesse nível de ensino, alimentando o debate teórico referente ao tema e, então, partindo desses referenciais à efetividade que assumem na esfera do cotidiano social. Sabemos que através do relato de uma pessoa percebemos possibilidades de dialogar com a sociedade em que estamos inseridos. Podemos adquirir conhecimentos das relações de produção capitalista a partir de sua especificidade, que nos fornece um universo de informações referentes ao mundo do trabalho.Esses elementos nos dão um rico suporte pedagógico proporcionando a exploração do tema de forma interdisciplinar, como: - Em Sociologia, cuja disciplina valoriza e utiliza-se de diferentes recursos pedagógicos, como a pesquisa de campo, pode articular os dados levantados na atividade das entrevistas na disciplina de História à teoria, proporcionando compreender e criticar elementos que compõem a realidade social. Podendo explorar o impacto do amplo e rápido avanço da tecnologia na classe trabalhadora e nas relações sociais como um todo e, principalmente, como os trabalhadores se vêem inseridos nesse processo. sendo esses temas parte integrante do conteúdo estruturante: trabalho, Produção e Classes Sociais, pertinente a essa disciplina. Assim, estimulando a compreensão do presente a partir do mundo vivido. - De posse dos dados, textos, e outros recursos levantados e problematizados nas outras disciplinas, os conhecimentos da área de Matemática, referentes aos conteúdos Razões e Proporções, são importantes para analisar o aumento da produção em proporção ao número de trabalhadores de uma indústria nos últimos anos, justificado pela automação e pelo novo modo de organização da produção capitalista. Criando possibilidades, por meio de dados elencados, a compreensão da própria extração da mais valia. Produzindo tabelas e gráficos que venham a enriquecer e facilitar, através da visualização dos dados, a análise da temática nas demais disciplinas, inclusive servindo de apoio na exploração do seu próprio conteúdo estruturante: Tratamento da Informação. - A Circulação de mercadorias, mão-de-obra, capital, mercadoria e informação, integra um dos conteúdos básicos da disciplina de Geografia, portanto, usando os conhecimentos dessa área, temos a possibilidade de relacionar o processo de

industrialização nas diferentes regiões do Brasil, e com base na comparação de dados fazer uma análise sobre a modernização tecnológica, a concentração industrial e ainda a remuneração salarial dos trabalhadores nestes diferentes espaços. Pode-se levantar dados, imagens, textos, tabelas, mapas, gráficos e outros recursos relevantes que irão enriquecer a problematização do tema como um todo. REFERÊNCIAS: SEED. Diretrizes Curriculares: Da Educação do Ensino Médio da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Pr. – Ensino Médio- História. Curitiba- Paraná SEED- Secretaria do Estado de Educação- Pr, 2006. ________________________ Ensino Médio- Matemática. Curitiba- Paraná SEED- Secretaria do Estado de Educação-Pr, 2006. ________________________ Ensino Médio- Sociologia. Curitiba- Paraná SEED- Secretaria do Estado de Educação-Pr, 2006. _________________________ Ensino Médio- Geografia. Curitiba- Paraná SEED- Secretaria do Estado de Educação-Pr, 2006. Livro Didático Público. Secretaria de Estado da Educação. Ensino Médio: História. Curitiba- Paraná, 2006. _________________ Secretaria de Estado da Educação. Ensino Médio: Geografia. Curitiba- Paraná, 2006. _________________ Secretaria de Estado da Educação. Ensino Médio: Sociologia. Curitiba- Paraná, 2006. _________________ Secretaria de Estado da Educação. Ensino Médio: Matemática. Curitiba- Paraná, 2006. Contextualização Título: Capitalismo Industrial: tecnologia e crescimento econômico Texto: É interessante mostrar aos alunos o processo de evolução da industrialização e, consequentemente os avanços tecnológicos que surgem e vão se aprimorando conforme às necessidades do mercado e em função do aumento da produção e, conseqüentemente, em cada fase da industrialização muda, também, o perfil do trabalhador. Desde a passagem do capitalismo comercial para o industrial, no século XVIII, as inovações tecnológicas vêem permeando o histórico do processo de desenvolvimento industrial, transformando e consolidando o modo de produção capitalista e, consequentemente provocando significativas mudanças na sociedade e na economia. Durante o século XVIII, na Inglaterra, foram construídas, para retirar água das minas de carvão e nas fábricas de tecidos, às máquinas à vapor. Com elas a produção e os lucros para os donos das fábricas cresceram muito, o trem tornou o mundo mais veloz.

Essas mudanças impulsionaram a produção, camponeses migraram para os centros urbanos criando um contingente de mão-de-obra barata disponível devido a escassez de oferta de trabalho, provocando o que se convencionou chamar de Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra expandindo-se pela Europa e outros continentes. A partir de meados do século XIX, descobriu-se a eletricidade (1860), a transformação do ferro em aço. Houve o avanço dos meios de transportes com a ampliação das ferrovias, invenção do automóvel e do avião, a invenção dos meios de comunicação, o telégrafo e mais tarde o telefone, o desenvolvimento da indústria química e a introdução do uso do petróleo. Essas inovações trouxeram uma maior potência e eficiência, permitindo a intensificação e diversificação do desenvolvimento tecnológico, provocando a chamada 2ª Revolução Industrial, onde as empresas aliam-se à ciência financiando, tanto a pesquisa básica quanto a aplicada, ao contrário do empirismo tecnológico dissociado da ciência que caracterizava a 1ª fase da Revolução Industrial. Na segunda fase, acelerou-se o processo de desenvolvimento científico e tecnológico e consequentemente da produção industrial, onde na busca da lucratividade exige-se a especialização do trabalho e a produção em série. Surgem, então as linhas de montagem, afim de vitalizar o processo e os métodos de produção como o fordismo e o taylorismo, criados no início do século XX, que determina a divisão radical das atividades em nível hierárquico, controle de tempo dos operários, premiando quem produzisse mais em menos tempo, pois o objetivo era maior produção no menor tempo, e cada trabalhador especializava-se em uma função e a empresa num único produto. Cria-se então sistemas de controle e gerenciamento do processo produtivo, a fim de racionalizar o trabalho, diminuir os custos, elevar a produtividade e, principalmente, aumentar os lucros do dono do capital. Dada a constante e acelerada dinâmica tecnológica podemos caracterizar uma terceira Revolução Industrial, que ganhou impulso a partir da segunda metade do século XX, com os avanços na microeletrônica, na robótica industrial, na computadorização dos serviços, na química fina e na biotecnologia. Esses avanços foram associados ao sistema conhecido como toyotismo, que incorporou as mais modernas tecnologias,especialmente da informática e da robótica, exigindo trabalhadores capazes de realizar diferentes tarefas, fazendo parte de uma equipe encarregada de controlar o processo de produção, constituindo um Círculo de Controle de Qualidade onde o próprio trabalhador colabora para melhorar a produção e a qualidade do produto. Também introduziu o just-in-time, atingir uma determinada produção num tempo determinado, racionalizando estocagem. Outras características a se destacar desse sistema é a terceirização, o uso de robôs na linha de produção, inserindo-se nas práticas de produção flexíveis adequadas a globalização, adotando medidas para reduzir as despesas, especialmente os encargos trabalhistas, criando alternativas para a obtenção de maior lucratividade. Essa retomada do histórico do processo de desenvolvimento tecnológico no capitalismo industrial faz-se necessário para que se possa contextualizar com o momento atual da reestruturação produtiva desse sistema, onde é grande a exigência de imensos investimentos e pesquisas associada a eficiência, produtividade e qualidade, sob o controle dos grandes conglomerados econômicos multinacionais e das muitas mudanças que atingem diretamente o trabalhador, entendendo que como práticas sociais as ações humanas não são fragmentadas e quem produz e vive a história são os homens.

Portanto, os sujeitos do capitalismo são todos os que produzem esse sistema, os donos do capital e os trabalhadores. REFERÊNCIAS: HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções (1789-1848). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989. MANTOUX, Paul. A Revolução Industrial no Século XVIII. São Paulo: Hucitec, 1988. Sítio Título do Sítio: Notícias BR do Brasil Disponível em (endereço web): http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v56n1/a04v56n1.pdf Acessado em (mês.ano): Setembro/2007 Comentários: Esse sítio apresenta o efeito do uso da tecnologia, atualmente, no setor produtivo, ressaltando a extinção de postos de trabalhos e, em contrapartida, o surgimento de novas funções, relacionando esse fenômeno a dinâmica social, contextualizando historicamente. -------------------------------------------------------------------------------- Título do Sítio: A Flexibilização da Legislação no Brasil Disponível em (endereço web): http://www.espacoacademico.com.br/036/36csouza.htm Acessado em (mês.ano): Setembro/2007 Comentários: Este sítio apresenta um estudo do Professor Roberto Murillo de Souza Filho com relação a flexibilização da legislação do trabalho no Brasil, dentro do processo de reestruturação capitalista, discorrendo sobre a reforma sindical e trabalhista, apresentando inclusive uma síntese da reforma trabalhista no Brasil. -------------------------------------------------------------------------------- Título do Sítio: Adital- Mutações no Mundo do Trabalho Disponível em (endereço web): http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=16232 Acessado em (mês.ano): Setembro/2007 Comentários: Este sitio traz artigos com informações sobre as transformações no mundo do trabalho, nessa atual fase da automação no capitalismo industrial. Apresentando os avanços nesse campo, bem como a relação ciência/tecnologia e principalmente os efeitos dessa automação para os trabalhadores. Sons e Vídeos Categoria: Vídeo Título: A Classe Operária Vai ao Paraíso Direção: Elio Petri

Produtora: Euro International Film (EIA) Duração (hh:mm): 01:55 Local da Publicação: Itália Ano: 1971 Disponível em (endereço web): Comentário: A história desse filme descreve a evolução política de um operário italiano, dividido entre os sonhos de consumo da classe média e os movimentos de protestos de sua categoria. Devido a sua dedicação ao trabalho é adorado pelos seus chefes e odiado pelos colegas de profissão, pois é o mais veloz operário na linha de produção, apontado como padrão de comportamento, operário-modelo, massacrado pela rotina, objetivando ganhar um valor extra no salário ( premiação ). Mas, após sofrer um acidente de trabalho é envolvido e se entrega a luta sindical, desvendando esse lado dos conflitos sindicais. O filme nos oferece elementos para uma reflexão da figura histórica do trabalhador, do impasse ideológico de muitos desses. É uma fonte de observação sobre o papel da classe operária na história das lutas de classes, mostrando as manifestações de alienação do indivíduo e a precarização dentro de um ambiente de trabalho; a exigência do perfil de operário padrão que cumpre metas; ritmo de trabalho desumano; a subjetividade do trabalhador, influenciando sua vida para além da fábrica, expropriação das possibilidades de humanização; mas, em contraponto, apresenta a persistência desses trabalhadores em lutar pelo fortalecimento da unidade sindical, não deixando de apontar as limitações e contradições do movimento. É um recurso interessante para explorar o conteúdo, pertinente ao Ensino Médio, Relações de Trabalho, que envolve todos os indivíduos submetidos ao capitalismo, tendo o mundo do trabalho e o movimento sindical como protagonistas. -------------------------------------------------------------------------------- Categoria: Vídeo Título: Cidade do Silêncio Direção: Gregory Nava Produtora: Imagens Filmes Duração (hh:mm): 01:55 Local da Publicação: Estados Unidos Ano: 2006 Disponível em (endereço web): Comentário: Esse é um filme que chama bastante a atenção para as cenas de violência sexual e exploração de mulheres. Uma repórter de Chicago viaja à cidade industrial de Juárez, na fronteira do México com os EUA, para fazer uma reportagem sobre uma série de assassinatos envolvendo trabalhadoras de fábricas mexicanas. Descobre, com a ajuda de um jornalista local, que esses crimes fazem parte de uma trama muito complexa envolvendo políticos e grandes empresários da região. A história do filme é baseada em fatos reais, bem recentes, da década de 90, que por sinal chocou a todos que tomaram

conhecimento. Torna-se um recurso pedagógico relevante, pois, numa visão cinematográfica, retrata a situação dos trabalhadores nas fábricas do México no contexto da globalização, trazendo a tona o lado negativo desse processo , os dramas que os latinos passam, a luta e, até mesmo, a inibição de lutar pelos seus direitos. A temática do filme gira em torno da força dos acordos e interesses econômicos e, sobretudo, a exploração do trabalho, principalmente o trabalho feminino. -------------------------------------------------------------------------------- Categoria: Vídeo Título: Tempos Modernos Direção: Charles Chapin Produtora: Continental Home Vídeo Duração (hh:mm): 01:25 Local da Publicação: Estados Unidos Ano: 1936 Disponível em (endereço web): Comentário: O filme faz uma crítica ao Capitalismo e à Sociedade Industrial moderna. É muito interessante para a percepção e discussão do capitalismo industrial do século XX. Retratando as inovações tecnológicas, a criação da linha de produção, da especialização e das condições de trabalho, dos movimentos operários e das diferenças sociais entre operários e burgueses. Nos dá possibilidades de compreender melhor a dinâmica dos modelos de produção "fordista e Taylorista", através das cenas de intensificação do ritmo de trabalho; controle do tempo; hierarquização; divisão do processo de trabalho, principalmente através da maquinaria, negando a potencialidade humana e conduzindo à alienação dos trabalhadores. É um recurso interessante para iniciar a exploração do conteúdo Relações de Trabalho Contemporâneo. Proposta de Atividades Título: Entrevistando trabalhadores Texto: Atividade: Pesquisa de campo. Entrevista com trabalhadores da indústria. Levantamento de informações relacionadas ao trabalho. Recursos: Gravador, filmadora, bloco de anotações, câmera fotográfica. Procedimento: Dividir a classe em grupos de quatro alunos. Decidir com eles a escolha dos entrevistados, produzir um roteiro para as entrevistas. Como sugestão observe esse roteiro para as entrevistas: 1º bloco: questões sobre a trajetória de vida do trabalhador. 2º bloco: Questões sobre a trajetória ocupacional. 3ºbloco: Questões sobre as condições de trabalho na empresa (jornada, salário, hora-extra, metas de produção, etc...).

4º bloco: Narrativa de vida ( sonho, futuro, realização profissional...) Depois de realizada, a entrevista deve ser transcrita e o resultado apresentado em sala de aula, proporcionando um debate, organizado em mesa redonda, problematizando os elementos apontados, enriquecendo, dessa forma, a fonte e socializando o conhecimento. Essas entrevistas editadas tornam-se um rico material didático, onde o professor poderá explorar vários conteúdos referentes ao mundo do trabalho, pois o relato das experiências dos trabalhadores nos dá elementos suficientes para isso. O objetivo dessa atividade proposta é utilizarmos das fontes da História Oral, conduzindo nossos alunos ao gosto pela pesquisa, à descoberta. Aproximando o conteúdo a ser estudado com a realidade mais próxima , identificando o mundo do trabalho, fazendo com que o próprio aluno problematize a partir de um depoimento. REFERÊNCIAS: THIOLLENT, Michel. Metodologia da Pesquisa-Ação. Ed. Cortez- 8ª Edição- 1998. __________________ Teoria Metodológica. " O Questionário de 1880". (Marx, Karl)- Introdução- Ranziere. PORTELLI, Alessandro. O que faz a História Oral diferente. São Paulo: EDUC, 1997. Imagens Comentários e outras sugestões de Imagens: Essa imagem ilustra e ajuda no processo de compreensão da dinâmica do mercado de trabalho atual. Ao observar o Mundo do Trabalho Contemporâneo percebe-se a presença marcante da automação e de tecnologias modernas voltadas a produção e a lucratividade, eliminando postos de trabalhos e, também criando novos, exigindo cada vez mais trabalhadores qualificados para ingressar ou manter-se no mercado de trabalho. As transformações no mundo do trabalho contemporâneo são percebidas através da articulação entre esses elementos e a subjetividade dos trabalhadores. Com a reestruturação, hoje, a automação é vista como substituição do trabalho, mas a indústria ao produzir tecnologia produz o que chamamos de plus trabalho, onde o trabalhador manipulando a máquina vai aumentar a produção que é apropriada pelo capital, ou seja, a extração da mais valia, numa organização tipicamente capitalista.

Sugestão de Leitura Categoria: Livro Sobrenome: Antunes Nome: Ricardo Título do Livro: Os Sentidos do Trabalho Edição: Local da Publicação: São Paulo Editora: Boitempo Disponível em (endereço WEB): Ano da Publicação: 2000 Comentários: O autor busca entender as metamorfoses no processo de constituição do capitalismo contemporâneo, a partir das mudanças que se apresentam no mundo do trabalho e as conseqüências disso para os trabalhadores. Relata uma trajetória dos processos econômicos e políticos que produzem o que denomina de " classe que vive do trabalho", apontando uma série de efeitos dessas ações político-econômicas nessa categoria, como: aumento do tempo de trabalho, aumento do desemprego estrutural, ameaças às conquistas sociais do operariado legitimadas por legislações e outras. Essa obra pode contribuir para se fazer uma leitura dos fatores estruturais que possibilitam ou dificultam a implementação de determinadas políticas. Também faz uma alerta para a questão de que as transformações no mundo do trabalho precisam ser analisadas além das aparências, lembrando que o sentido dado ao trabalho pelo capital é oposto ao sentido que a humanidade lhe atribui. -------------------------------------------------------------------------------- Categoria: Livro Sobrenome: Alves Nome: Giovanni Título do Livro: O Novo ( e precário ) mundo do trabalho- Reestruturação produtiva e crise do socialismo Edição: Local da Publicação: São Paulo Editora: Boitempo Disponível em (endereço WEB): Ano da Publicação: 2000 Comentários: Nesta obra o autor apresenta um panorama do processo de reestruturação produtiva no Brasil nas décadas de 80 e 90, ressaltando os princípios do Toyotismo como uma lógica de organização do capital, ditando as regras da produção. Faz um direcionamento para as repercussões e conseqüências desse sistema no mundo do trabalho e no movimento sindical, apontando como principal característica o seu potencial destrutivo sobre a classe trabalhadora e a subjetividade do trabalhador. Sendo, portanto, uma das principais determinações da crise estrutural dos sindicatos, contribuindo, dessa forma, para a precarização do trabalho.

-------------------------------------------------------------------------------- Categoria: Livro Sobrenome: Kuenzer Nome: Acácia Título do Livro: Ensino Médio construindo uma proposta para os que vivem do trabalho Edição: 4 Local da Publicação: São Paulo Editora: Cortez Disponível em (endereço WEB): Ano da Publicação: 2005 Comentários: Esse livro é uma organização de textos de alguns educadores que discutem políticas educacionais para o Ensino Médio, fazendo uma reflexão sobre os desafios da educação e a função social nesse nível de ensino. É uma obra que pode auxiliar na construção de projetos pedagógicos levando em consideração a clientela específica de cada realidade vinculada à concepção de homem e de sociedade, dialogando com os que vivem do trabalho, seus intelectuais e suas organizações. Os textos servem de referencial para uma discussão do papel do professor e da escola como um todo no processo de construção do conhecimento. É um livro que faz parte do acervo da Biblioteca do Professor, portanto acessível a todos. -------------------------------------------------------------------------------- Categoria: Livro Sobrenome: Thiollent Nome: Michel Título do Livro: Crítica Metodológica, investigação social e enquête operária Edição: 5 Local da Publicação: São Paulo Editora: Polis Disponível em (endereço WEB): Ano da Publicação: 1987 Comentários: Nesta obra você encontrará definição de técnicas de entrevistas e de como explorar esse recurso, necessário a quem trabalha com a História Oral.O autor conduz a uma reflexão e à crítica dos procedimentos que se tem feito nos últimos tempos, centrando sua análise na questão das técnicas de questionários e entrevistas, instrumentos muito válidos nas investigações sociais, chamando à atenção para a forma de analisá-los a fim de que os resultados não sejam mascarados. Traz, também, em anexo, o questionário elaborado por Marx em 1880. Notícias Categoria: Jornal Sobrenome: Dimenstein Nome: Gilberto

*Título da Notícia/Artigo: Emprego de "tiozão" está em alta *Nome do Jornal: Folha de S. Paulo *Data de Publicação: 02/12/2007 *Página: 25 Coluna: 1 Disponível em (endereço WEB): Comentários: Folha de S. Paulo 02/12/2007 Emprego de "tiozão" está em alta A faixa que, percentualmente, vem demonstrando melhor desempenho na ocupação de vagas é a de 50 a 64 anos Uma das informações mais relevantes sobre o futuro do Brasil aparece sem maior destaque num relatório sobre novas tendências do emprego no país, elaborado pelo Ministério do Trabalho: o "tiozão" está em alta. A faixa etária que, percentualmente, vem demonstrando melhor desempenho na ocupação de vagas é a de 50 a 64 anos -um segmento que, até pouco tempo atrás, seria considerado o fim da linha. Enquanto a expansão do número de trabalhadores entre 16 e 17 anos de idade caiu 2% neste ano, em comparação com 2006, os "tiozões" avançaram em 9,77%. Acima dos 65 anos, o crescimento foi de 6,1%, o dobro do verificado na faixa etária dos 18 aos 24 anos. Esses números revelam que o mercado de trabalho se abre a indivíduos com maior experiência e escolaridade, deixando um pouco de lado preconceitos sobre a idade. O emprego do "tiozão" vale mais do que todos os discursos sobre a importância, tão repetida e tão pouco considerada, de investir em qualidade da educação. É um dos impulsos para que se alcance melhor posição no ranking de desenvolvimento humano, divulgado na semana passada, no qual, apesar de todos os avanços (e não foram poucos, vamos reconhecer), estamos atrás de nações mais pobres. O desempenho negativo dos mais jovens se deve a pelo menos dois motivos: 1) mais adolescentes preferem concluir o ensino médio e retardar a procura por uma vaga; 2) os empregadores estão cada vez mais seletivos. Essa tendência explica a crescente atenção à tragédia do ensino médio público, do qual apenas 5% dos estudantes saem com conhecimentos apropriados em língua portuguesa e

onde existe um apagão de professores, especialmente na área de ciências, traduzido na péssima posição que o país ocupou no Pisa, um teste internacional de educação, divulgado na semana que passou. Para piorar, dias depois, outro ranking, o da Unesco, coloca-nos depois do Paraguai e da Bolívia. A debilidade educacional fez com que o apagão de trabalhadores qualificados entrasse no topo das preocupações sobre o crescimento econômico, comparável, para muitos, a uma eventual escassez de energia. Há carências por todos os lados e nas mais diferentes profissões. Na cidade de São Paulo, por exemplo, faltam profissionais de todas as áreas, de engenheiro a manicure, passando por advogados especialistas em fusões. A bilionária corrida por ações da BM&F, na sexta-feira, reproduzindo o que já tinha ocorrido com a Bovespa, traz toda uma série de demandas de novos profissionais nas mais diversas áreas em torno do mercado de capitais. Quando olhamos para o que sai das escolas públicas, vemos a disparidade com o mercado. Por isso, entre outras razões, vemos com desconfiança e sem muitos motivos para comemorar o fato de o Brasil estar, conforme foi divulgado na semana passada, na lista dos países com alto desenvolvimento humano. Mas o emprego do "tiozão" indica que também existem inúmeros motivos para um cauteloso otimismo: a educação do brasileiro terá de crescer na marra por uma questão econômica. Assim como terão de, na marra, evitar a crise de energia. Meu cauteloso otimismo é motivado porque, além das pressões econômicas, o país está aprendendo a se guiar por indicadores de qualidade. Só nas últimas semanas, os alunos da cidade de São Paulo passaram por três testes, ministrados pelos governos municipal, estadual e federal. Cria-se uma pressão da opinião pública e captura-se a atenção dos meios de comunicação. Note-se que os resultados do Pisa foram as principais manchetes dos mais importantes jornais brasileiros. Até pouco tempo atrás, o assunto não teria nem chamada na primeira página. Está quase se tornando um consenso a idéia de que é necessário implantar a jornada de aulas em tempo integral, coisa que já vem ocorrendo em algumas cidades, com resultados promissores tanto na atitude dos alunos como em suas notas. Inventam-se novas fórmulas para, com pouco dinheiro, deixar as crianças mais tempo estudando. A cidade de São Paulo prepara-se para lançar a escola de sete horas, com direito a almoço. O Ministério da Educação decidiu, neste ano, disseminar a educação em tempo integral e já reservou verba para estimular prefeitos e governadores a ampliar o número de aulas.

O emprego do "tiozão", além do melhor desempenho dos trabalhadores com mais de 65 anos, não é resultado de nenhuma consideração especial para com a terceira idade. É apenas um recado: valemos o quanto sabemos. PS - Como o "tiozão", a mulher é um bom indicativo das mudanças do mercado de trabalho. Nos últimos relatórios, vemos que cresceu ainda mais o emprego feminino, o que se explica pela crescente superioridade delas em relação aos homens. Coloquei em no site um dossiê sobre as tendências do emprego, no qual se nota que, depois de muito tempo, devido à demanda por trabalhadores qualificados, expande-se a classe média. É surpreendente como o ensino superior, particularmente o privado, vem oferecendo os mais diversos cursos de olho na sofisticação do mercado. Coluna publicada na Folha de S.Paulo, editoria Cotidiano. Esta notícia nos dá grandes possibilidades de estabelecermos uma problematização do presente por meio dos fatos expostos. Estabelecendo uma discussão pautada em questões relacionadas ao mundo do trabalho contemporâneo e ao sistema educacional, nos quais nossos jovens estão inseridos. Elencando, dessa forma, elementos que estão presentes na composição do mercado de trabalho, buscando uma interpretação da realidade, lendo e refletindo as dinâmicas que aparecem nessa área, remetendo isso a uma questão sócio- cultural num contexto de uma economia globalizada. -------------------------------------------------------------------------------- Categoria: Jornal on-line Sobrenome: Alvarez Nome: Graciela *Título da Notícia/Artigo: Escola é Renda *Nome do jornal: Correio da Bahia Disponível em (endereço WEB): http://www.correiodabahia.com.br *Acessado em (mês.ano): Outubro/2007 Comentários: Podemos refletir o mundo do trabalho observando as publicações mais recentes que abordam o tema, pois elas trazem informações que retratam a realidade mais próxima. O jornal Correio da Bahia publicou uma reportagem onde faz apontamentos às perspectivas do mercado de trabalho relacionando a escolaridade dos trabalhadores à tecnologia e à produção. O economista Paulo França afirma que " o aumento no nível de

escolaridade irá trazer uma série de reflexos positivos para o país, porque profissionais com maior instrução são mais capazes de observar tecnologia e trabalhar com eficiência". A partir da notícia é interessante discutirmos o tema abordado possibilitando a inserção de outras problemáticas como: os ideários do capitalismo, as mudanças no mundo do trabalho na atualidade, extinção de postos de trabalho bem como, surgimento de novas profissões, a ciência em função da produção, a subjetividade dos trabalhadores e outros, levando-os a olhar para um contexto maior com indicações concretas despertando a reflexão histórica, conduzindo-o, dessa forma, a pensa historicamente. A seguir veja a notícia na íntegra. Graciela Alvarez A escolaridade média da população ativa do país, entre 15 e 64 anos, deverá passar de 7,4 anos completos para algo em torno de 9,3 anos até 2020, um incremento de mais de 25%. Esta e outras informações constam no relatório feito pela Ernst & Young e Fundação Getúlio Vargas (FGV), chamado “Brasil 2020: Os Desafios da Economia Global”. Nesse mesmo período, a população brasileira em idade ativa deve crescer 1,3%. Os pesquisadores acreditam que, se isso ocorrer, o Produto Interno Bruto (PIB) por trabalhador chegaria a R$44,51 mil por ano, um acréscimo médio anual de 2,6%, que será impulsionado pelo aumento na escala de negócios. Segundo o diretor da Ernst & Young da capital baiana, o economista Paulo França, o aumento no nível de escolaridade irá trazer uma série de reflexos positivos para o país, porque profissionais com maior instrução são mais capazes de absorver tecnologia e trabalhar com eficiência. “Cada ano adicional de estudo tem capacidade de elevar a renda do indivíduo em 10%”, garante, explicando que quando se aumenta a renda do trabalhador ele, conseqüentemente, acaba consumindo mais, esquentando também diversos fatores da economia do país. França acredita que, no ponto de vista do trabalho, já que haverá uma maior instrução dos profissionais, as empresas também irão exigir muito mais. “A demanda vai exigir que eles estejam mais preparados. Em contrapartida, as organizações também vão investir nisso para seguir uma linha de competitividade”, opina. Para o diretor da Ernst & Young em Salvador, daqui a 13 anos vão ocorrer mudanças no Brasil que vão alterar não só o quadro social, mas o econômico também. No relatório ainda foi feita uma projeção econômica para o período entre 2006 e 2020 indicando um crescimento médio de 3,7% ao ano. O percentual ainda não é suficiente para classificar o Brasil como uma economia em grande evolução, mas é muito superior ao desempenho recente (expandiu a uma média anual de 2,6% entre 1990 e 2005). Os pesquisadores estimam que o PIB mundial cresça 3,3% ao ano entre 2006 e 2020, índice superior ao observado entre 1990 e 2005, de 1,8%. A diferença equivale a um acréscimo acumulado de 24,6% sobre o produto mundial.

Pesquisa - Para chegar aos resultados do relatório, a Ernst & Young e a FGV processaram dados de cem economias, responsáveis por 96% do PIB mundial, em um modelo estatístico elaborado por uma equipe de doutores em economia e com consultoria e supervisão de José Alexandre Scheinkman, um dos economistas brasileiros de maior reconhecimento internacional. O objetivo maior era oferecer uma visão do futuro com rigor e consistência técnica, a fim de servir de apoio aos gestores na validação de decisões e de estratégias a longo prazo. “É óbvio que todo estudo sobre o futuro é ousado, sem falar que pode acontecer algum fato que venha a distorcer os dados. Porém, se mantidas as condições atuais, sairá tudo como previsto”, conclui França. Fonte: http://www.correiodabahia.com.br Destaques Título: Realidade Ampliada será utilizada em linha de abate de aves Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/assuntos.php?assunto=robotica Texto: Realidade Ampliada será utilizada em linha de abate de aves Da redação 15/08/2005 Uma nova tecnologia que transfere informações geradas em computador para o mundo físico, criando a chamada "realidade ampliada", está sendo testada para uso prático em uma granja e na linha de produção de abate das aves, melhorando o acesso dos trabalhadores aos dados registrados sobre cada animal. Utilizando a realidade ampliada, os pesquisadores Simeon Harbert, Blair Macintyre e Parth Bhawalkar, do Instituto de Tecnologia da Georgia, Estados Unidos, construíram dois sistemas que projetam graficamente instruções de um sistema de inspeção automatizada, captadas por visão de máquina, sobre as aves que se deslocam automaticamente na linha de produção. As informações projetadas informam aos funcionários qualquer ação específica sobre cada ave, inclusive se ela deve ser total ou parcialmente descartada ou devolvida para novo processamento. Para construir o novo sistema, os pesquisadores levaram em conta o fato de que uma linha de produção destas está constantemente molhada e é lavada diariamente com jatos de água quente, o que restringe muito o tipo de equipamento que pode ser utilizado. Além disso, os trabalhadores que cortam as aves devem ter as mãos totalmente livres, portando apenas suas ferramentas de corte.

A primeira solução apresentada pelos pesquisadores utiliza uma mini-tela de projeção transparente, localizada logo à frente do olho do funcionário, suspensa em uma armação parecida com óculos. As informações vão mudando em tempo real assim que o trabalhador olha para a próxima ave. A segunda solução utiliza um scanner a laser, montado em um local fixo, próximo à linha de produção, projetando instruções diretamente sobre o corpo da ave que exija alguma ação diferenciada, como o descarte de algum pedaço. "Nós acreditamos que o sistema baseado no laser é mais prático no curto prazo e, potencialmente, também no longo prazo," afirma Macintyre. "A grande desvantagem do sistema montado na cabeça do trabalhador é o seu custo. Telas como estas custam cerca de US$3.600,00, mas estão se tornando mais baratas. Dois anos atrás elas custavam cerca de US$7.000,00 cada uma." Por enquanto os dois sistemas foram testados apenas em laboratório. Os cientistas alertam que ainda será necessário algum tempo de pesquisa para que estas tecnologias sejam seguras e confiáveis o suficiente para serem utilizadas em linhas de produção real. Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br Acessado em setembro de 2007 Essa é uma notícia pode ser tomada como instrumento crítico a fim de se perceber o desenvolvimento da ciência aliada a produção industrial e em função dessa produção, do controle de qualidade e do desempenho do trabalhador, ou seja, explorada sob a dinâmica do capital, no qual estamos inseridos. Clique para visualizar o arquivo Paraná Título: A Empresa Sadia no Paraná Texto: A Sadia S.A é uma empresa que nasceu no oeste de Santa Catarina em 1944, no seguimento agroindustrial e na produção de alimentos derivados de suínos, bovinos e aves, além de massas e margarinas, tendo atualmente no mercado um portifólio de cerca de 680 itens. É a maior empresa do ramo na América-Latina e uma das maiores exportadoras do país. A empresa possuiu um total de 12 unidades industriais no Brasil, o estado do Paraná concentra o maior número delas, são cinco, que estão localizadas nas cidades de Toledo, Francisco Beltrão, Dois Vizinhos, Paranaguá e Ponta Grossa.

Dos mais de 40.000 funcionários da Sadia, aproximadamente 35% trabalham nas unidades paranaenses, de onde saem cerca de 400 produtos. A primeira unidade da empresa no Paraná foi a de Toledo inaugurada em 1964, sendo essa, atualmente, a maior unidade da empresa no Brasil, com cerca de 8.000 empregados, abatendo frangos e suínos, além da produção de industrializados e fábrica de ração. A unidade de Dois Vizinhos concentra no abate de frangos e fábrica de ração. Na cidade de Francisco Beltrão a empresa abate frangos e perus e fabrica ração. A unidade de Paranaguá marcou a entrada da empresa no ramo de margarinas e hidrogenados, essa região é estratégica, pois utiliza o Porto de Paranaguá para escoar suas exportações, de onde saem mais da metade dos produtos exportados pela empresa. A unidade de Ponta Grossa especializou-se na fabricação de pizzas, massas e pratos prontos, além disso, produz as sobremesas da linha Miss Daisy; nessa cidade, a empresa, também, tem o Centro Logístico que é uma referência quanto à estocagem e distribuição dos produtos exportados. A Sadia foi a primeira empresa no Brasil a adotar o sistema de integração, possui hoje cerca de 10.000 produtores trabalhando nesse sistema, e desses, 50% dos integrados de frangos e suínos estão no Paraná. Fonte: www.sadia.com.br Copyright © 2003 - Portal Educacional do Estado do Paraná Secretaria de Estado da Educação do Paraná Av. Água Verde, 2140 - Água Verde - CEP 80240-900 Curitiba-PR - Fone: (41) 3340-1500 Desenvolvido pela Celepar