46
PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. Aprova o Procedimento Operacional de Segurança Socioeducativa – POSS da FUNASE. A DIRETORA-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO - Funase, no uso de suas atribuições e, CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar e uniformizar os procedimentos e as ações de segurança da Funase; CONSIDERANDO a necessidade de orientar o servidor da Funase para atuar, de acordo com as previsões legais, seguindo normas e procedimentos operacionais que reduzam o espaço para a discricionariedade e o improviso, na gestão do cotidiano, nas unidades socioeducativas do Estado de Pernambuco; CONSIDERANDO ainda que a publicação do presente Procedimento Operacional de Segurança Socioeducativa - POSS norteará o servidor da Funase quanto às ações que devem ser adotadas visando a proporcionar condições adequadas para evitar ocorrências que possam resultar em riscos à integridade física e psicológica dos servidores e dos socioeducandos, bem como da sociedade, RESOLVE: Art. 1º. Aprovar o Procedimento Operacional de Segurança Socioeducativa - POSS da Funase, na forma do Anexo Único que integra a presente Portaria; Art. 2º. Esta Portaria entrará em vigor a partir da data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário. Publique-se. Cumpra-se. NADJA MARIA ALENCAR VIDAL PIRES Diretora-Presidente da Funase

PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

  • Upload
    others

  • View
    5

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018.

Aprova o Procedimento Operacional

de Segurança Socioeducativa – POSS

da FUNASE.

A DIRETORA-PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO DE ATENDIMENTO

SOCIOEDUCATIVO - Funase, no uso de suas atribuições e,

CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar e uniformizar os

procedimentos e as ações de segurança da Funase;

CONSIDERANDO a necessidade de orientar o servidor da Funase para atuar,

de acordo com as previsões legais, seguindo normas e procedimentos

operacionais que reduzam o espaço para a discricionariedade e o improviso, na

gestão do cotidiano, nas unidades socioeducativas do Estado de Pernambuco;

CONSIDERANDO ainda que a publicação do presente Procedimento

Operacional de Segurança Socioeducativa - POSS norteará o servidor da Funase

quanto às ações que devem ser adotadas visando a proporcionar condições

adequadas para evitar ocorrências que possam resultar em riscos à integridade

física e psicológica dos servidores e dos socioeducandos, bem como da

sociedade,

RESOLVE:

Art. 1º. Aprovar o Procedimento Operacional de Segurança Socioeducativa -

POSS da Funase, na forma do Anexo Único que integra a presente Portaria;

Art. 2º. Esta Portaria entrará em vigor a partir da data de sua publicação,

revogando-se as disposições em contrário.

Publique-se. Cumpra-se.

NADJA MARIA ALENCAR VIDAL PIRES

Diretora-Presidente da Funase

Page 2: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA

POSS

TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1° A implantação do Procedimento Operacional de Segurança

Socioeducativa - POSS tem por objetivo sistematizar e regulamentar todo um

conjunto de normas e procedimentos a serem adotados pelos funcionários da

Funase, visando a proporcionar condições seguras à ação socioeducativa,

objetivando garantir a integridade física e psicológica dos socioeducandos,

funcionários, colaboradores, visitantes, agentes socioeducativos, bem como da

sociedade;

Art. 2° O conhecimento dos aspectos básicos relacionados à segurança, à

socioeducação e à disciplina permitirá ao funcionário da Funase, sempre que

possível, antever, prevenir e/ou resolver situações de crise, observando os

limites impostos pela lei, buscando desenvolver e disseminar uma cultura de

paz e o respeito aos direitos humanos;

Art. 3° Os procedimentos de segurança visam à manutenção da segurança e à

proteção da comunidade socioeducativa da Funase. Os métodos adotados

tendem a aperfeiçoar o atendimento aos socioeducandos, com a inclusão de

elementos relevantes ao desenvolvimento pessoal em diversas áreas, entre as

quais: a educação, a ética, a organização, a disciplina, a cultura de paz, o

respeito ao próximo e a dignidade da pessoa humana;

Art. 4° A segurança deve contribuir para a concretização dos objetivos e

fundamentos pedagógicos das medidas socioeducativas, para o respeito à

dignidade humana, para a convivência institucional ordenada e para infundir

no socioeducando o respeito por si mesmo, pelos outros e pelos direitos

fundamentais, conforme Projeto Político-Pedagógico da Funase;

Art. 5° Os funcionários da Funase deverão cumprir os procedimentos,

objetivando a unificação e o cumprimento efetivo dos preceitos normativos de

segurança, com foco na socioeducação;

Page 3: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Art. 6° Agregam-se às unidades diferentes operadores do Sistema

Socioeducativo: profissionais pertencentes ao quadro de servidores da Funase,

servidores cedidos à Fundação, funcionários de empresas terceirizadas,

prestadores de serviços, voluntários, entre outros;

Art. 7° Os socioeducandos deverão ter ciência deste instrumento para respeitar

as regras de segurança estabelecidas nas unidades, para que se perpetue a boa

convivência, a ordem, o respeito mútuo e a disciplina;

Art. 8° O disposto nesta ferramenta está em conformidade com o que preconiza

a Constituição Federal de 1988; o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei

Federal n°. 8.069/1990) e a Lei do Sistema Nacional de Atendimento

Socioeducativo (Lei Federal n°. 12.594/2012), bem como as demais normas

atinentes à matéria.

TITULO II – DOS PROCEDIMENTOS INICIAIS DE SEGURANÇA

CAPÍTULO I – DA SEGURANÇA DA UNIDADE SOCIOEDUCATIVA

SEÇÃO I

Da Segurança Interna

Art. 9° Entende-se por segurança física o conjunto coordenado de medidas que

garantam o funcionamento das unidades socioeducativas, mediante vigilância,

disciplina e aplicação correta das normas de segurança recomendadas pelo

Procedimento Operacional de Segurança Socioeducativa - POSS.

§1º A responsabilidade pela segurança interna das unidades socioeducativas

será dos agentes socioeducativos - ASEs, atuando, de forma preventiva e

corretiva, quando a situação exigir, propiciando a todos que trabalham e aos

socioeducandos na unidade a segurança para a condução proativa dos seus

objetivos;

§2º Considera-se área interna, os espaços de convivências, pavilhões, alas, casas,

blocos, corredores, pátios, entre outros, os quais ficam localizados dentro do

perímetro cercado por barreiras, como muralhas, muros, alambrados, grades e

cercas, nas unidades socioeducativas;

§3º Considera-se área de segurança da unidade de atendimento socioeducativo

todo espaço e perímetro onde, frequente ou esporadicamente, haja o trânsito de

Page 4: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

socioeducandos ou que necessite da atuação direta do agente socioeducativo,

inclusive, externos à estrutura física da unidade.

SEÇÃO II

Da Segurança Externa

Art. 10. Considera-se área externa a que está fora de todas as barreiras

perimetrais, ou seja, além das muralhas, muros ou alambrados que circundam

as unidades socioeducativas.

§ 1º Caberá à Polícia Militar a garantia da segurança externa das unidades, com

atuação diuturna (24h) de policiais militares armados e treinados para esse

trabalho, conforme parâmetros de segurança estabelecidos no item 6.3.8.2 do

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo - Sinase, aprovado pela

Resolução nº 119, de 11 de novembro de 2006, do Conselho Nacional dos

Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.

§2º Compete à Funase apresentar cópias do plano de segurança institucional

aos comandantes das unidades da PMPE, da área sob sua responsabilidade

territorial, visando a garantir a segurança de todos que se encontram no

atendimento socioeducativo, bem como orientações às ações do cotidiano,

solução e gerenciamento de conflitos.

SEÇÃO III

Dos Postos de Serviço

Art. 11. Entende-se por postos de serviços aqueles, estrategicamente, assim

definidos: paredes, muros, portões metálicos ou com grades, salas de

atividades, salas de atendimento, quadras, entre outros, com equipamentos

tecnológicos modernos ou com barreiras eletrônicas e outros que forem criados,

em que permaneçam agentes socioeducativos controlando a passagem de

socioeducandos, funcionários e outras pessoas.

§1° Os postos de serviço permanentes devem existir em todas as unidades

socioeducativas e funcionar como um sistema harmônico e integrado;

§2° A administração deve manter em local seguro e apartado cópias,

devidamente identificadas, de todas as chaves usadas nos postos de serviços e

demais setores da unidade socioeducativa;

§3° Os postos de serviços, durante as atividades, no transcorrer do dia, poderão

ser acrescidos ou suprimidos, a critério do Coordenador Geral, operacional ou de

Page 5: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

quem estiver respondendo pela unidade, de acordo com a conveniência,

necessidade e oportunidade.

CAPÍTULO II – DOS PROCEDIMENTOS DA PORTARIA

SEÇÃO I

Da Portaria

Art. 12. A portaria é o local por onde se inicia o fluxo de pessoas e objetos das

unidades socioeducativas. Neste posto, os agentes socioeducativos prestam o

primeiro atendimento a quem chega, fazem a primeira triagem e dispensam

quem não tenha motivo legítimo para adentrar na área interna da unidade

socioeducativa.

Parágrafo único. Todas as pessoas que adentrarem nas unidades, inclusive

coordenadores, equipes técnicas, funcionários administrativos, equipes de

serviço e agentes socioeducativos, deverão ser submetidas à revista em seus

pertences e poderão ser submetidas à revista pessoal.

SEÇÃO II

Dos Documentos Entregues Pelos Familiares

Art. 13. Toda correspondência destinada ao socioeducando deverá ser

protocolada em livro próprio e entregue, posteriormente, ao socioeducando,

pela coordenação técnica ou equipe técnica da unidade.

§1° Nos finais de semana, a correspondência será entregue ao responsável do

plantão;

§2° Os documentos recebidos nos finais de semana, após serem protocolados,

deverão ser guardados em local apropriado e repassados, no primeiro dia útil

seguinte, ao setor competente.

Page 6: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

SEÇÃO III

Do Controle do Acesso e da Circulação de Pessoas

Art. 14. As pessoas receberão orientações relativas às normas de acesso e

circulação na unidade, atitudes e condutas esperadas e contraindicadas.

Parágrafo único. Toda autorização será precedida de identificação e

apresentação do motivo do ingresso nas dependências da unidade, que será

previamente apresentada ao funcionário da recepção.

Art. 15. Não será autorizada, sem permissão prévia, a circulação de

socioeducandos em áreas restritas aos funcionários.

SEÇÃO IV

Da Visitação em Geral

Art. 16. São consideradas visitantes as pessoas que não sejam funcionários

lotados na unidade.

Parágrafo único. Aos funcionários, fora de seu horário normal de trabalho, é

vedado o livre acesso ao interior da unidade, salvo com expressa autorização da

coordenação geral.

Art. 17. O acesso de visitante ocorrerá, com prévia autorização da coordenação

geral da unidade ou por aquele que estiver respondendo por ela.

§1º O acesso de visitantes deve ocorrer no horário de expediente, das 08h às

17h.

§2º A visita poderá ocorrer em horário diverso do estipulado no §1º, desde que

em caráter excepcional e justificado.

Art. 18. Caberá ao funcionário que estiver designado para exercer suas

atribuições na portaria ou recepção da unidade:

I – Solicitar documento de identificação oficial, com foto, do visitante;

II – Cadastrar o nome do visitante, número da identidade, data e hora de

entrada e de saída;

III – Registrar o motivo do ingresso na unidade e o setor/pessoa que irá recebê-

lo.

Art. 19. O visitante somente terá acesso quando a visita for previamente

programada ou autorizada pela coordenação geral da unidade.

Page 7: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Parágrafo único. O visitante será encaminhado à área administrativa para ser

recepcionado pelo funcionário designado.

Art. 20. O ingresso ocorrerá, obrigatoriamente, pela porta principal instalada

junto à entrada, anotando-se o horário de entrada e saída.

§1º Se uma mesma pessoa entrar e sair diversas vezes, no mesmo período/dia,

essas movimentações deverão ser devidamente registradas;

§2º No caso de visita familiar, a mesma não poderá entrar na unidade mais de

uma vez durante o dia, salvo com autorização da coordenação geral.

Art. 21. Todos os visitantes, antes de terem acesso à área de visitação, devem ser

orientados sobre as normas de rotina da unidade.

§1º Antes de acessarem o interior da unidade, os visitantes devem deixar

guardados na área destinada os objetos e produtos proibidos, especialmente

chaves, telefones, entre outros solicitados pela coordenação da unidade;

§2º Não será permitida a entrada de visitantes portando armas, dispositivos,

simulacros, ou qualquer objeto que possa colocar em risco a segurança das

unidades socioeducativas, salvo as autoridades policiais, quando a situação

exigir e com a prévia ciência da direção da unidade;

§3º Nas demais situações em que autoridades reputem necessário o porte da

arma na área restrita, o fato deverá ser registrado em documento próprio,

devendo haver prévia autorização da direção da unidade socioeducativa.

Art. 22. Nos casos de visita da imprensa ou de pesquisadores, deverá ser

observado o previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, cabendo à

Funase autorizar, expressamente, o ingresso, mediante justificativa

circunstanciada, sobre os benefícios e contribuições da visita ao atendimento

socioeducativo, resguardando-se o sigilo e a privacidade dos socioeducandos.

§1° Nos casos autorizados judicialmente, a imprensa e os pesquisadores

deverão seguir o recomendado no Estatuto da Criança e do Adolescente, bem

como as regras estabelecidas na unidade;

§2° Salvo em hipótese excepcional e fundamentada em relevante justificativa,

não será autorizado o ingresso da imprensa e dos pesquisadores nos

alojamentos dos socioeducandos.

SEÇÃO V

Dos Prestadores Eventuais de Serviços

Page 8: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Art. 23. A presença de prestadores de serviço deve ser pontual e delimitada ao

tempo necessário à realização do serviço.

Art. 24. Os prestadores de serviço somente poderão ter acesso à unidade se

estiverem devidamente uniformizados, portando crachás de identificação

profissional da empresa que representam e após confirmação da documentação

enviada pela empresa.

Art. 25. Cabe à coordenação administrativa da unidade informar à equipe de

plantão os seguintes detalhes, quanto aos prestadores eventuais de serviços:

I – dia, hora e local;

II – o número de pessoas;

III – detalhes da prestação do serviço.

Art. 26. O prestador de serviço acessará a área de circulação de socioeducandos

portando o material necessário à execução do serviço. As ferramentas e

instrumentos serão conferidos, contados e registrados em livro próprio, pelos

funcionários da Funase, na entrada e na saída dos prestadores.

Art. 27. Os prestadores de serviço devem ser informados sobre as normas de

segurança, acesso e circulação, bem como as atitudes e comportamentos

esperados e contraindicados, e sua permanência deve ser monitorada durante

todo o período em que permanecerem nas dependências da unidade.

Art. 28. Cabe à Assessoria Técnica de Logística ou à própria empresa prestadora

de serviço enviar, com antecedência mínima de 48h (quarenta e oito horas), a

comunicação aos gestores das unidades, informando o dia, a hora, o local, o

número de pessoas e o tipo de trabalho que será realizado.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos

emergenciais, onde o responsável poderá comunicar tão logo se realizem os

encaminhamentos.

Art. 29. O responsável pela coordenação operacional ou administrativa da

unidade, ou outra pessoa por eles designados, acompanhará o profissional até o

local da execução do serviço, garantindo-se o monitoramento dessa atividade

até a sua conclusão.

Art. 30. Na saída, será realizada nova conferência das ferramentas, dos

instrumentos e de outros materiais utilizados pelo prestador de serviço, tendo

como referência os registros feitos no livro de ocorrências da unidade.

Page 9: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Art. 31. Na falta de qualquer objeto, o responsável pela segurança comunicará,

imediatamente, à coordenação geral e iniciará os procedimentos de revista

necessários, devendo o prestador de serviço sair, preferencialmente, somente

após as diligências necessárias.

Art. 32. Na hipótese da execução de serviços com maior duração (dois períodos

do dia ou dias consecutivos), deverão ser designados dois ou mais servidores

fixos, que responderão pela conferência de itens, pelo acompanhamento e pelo

monitoramento do serviço em execução.

Art. 33. Quando o serviço estiver concluído, o fato deverá ser comunicado à

coordenação geral da unidade, para conferência.

SEÇÃO VI

Das Visitas de Autoridades

Art. 34. Compreendem-se por autoridades as pessoas com prerrogativas legais

de visita, independentemente de prévio agendamento, conforme previsto na

legislação pertinente a cada cargo ou função.

§1º Serão registrados pelos funcionários da portaria ou recepção o nome da

autoridade, cargo ou função que ocupa e os horários de entrada e saída da

unidade;

§2º A autoridade deverá ser conduzida à coordenação geral da unidade para os

encaminhamentos necessários.

Art. 35. Cabe à coordenação geral da unidade informar à Presidência da Funase

acerca do agendamento dessas visitas.

Art. 36. Na hipótese de visita sem prévio agendamento, os funcionários

seguirão o mesmo protocolo daquelas agendadas.

Art. 37. A unidade de atendimento socioeducativo deve sempre estar preparada

para o recebimento de visitas de autoridades, independentemente de prévio

agendamento.

Art. 38. A autoridade será acompanhada pelo coordenador geral ou por pessoa

por ele designada, devendo receber orientações relativas às normas de acesso e

circulação.

Page 10: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

SEÇÃO VII

Dos Voluntários

Art. 39. O acesso do voluntário está condicionado ao prévio cadastramento

pessoal e aprovação do plano de trabalho educacional, cultural, esportivo ou

religioso, que deverá ser apresentada à apreciação e aprovação pela DGPAT e

formalizada pela DGGTE.

Art. 40. Somente será permitido o acesso de voluntários autorizados pela

coordenação geral da unidade.

§1º O acesso somente será permitido em horário de expediente da unidade,

salvo com autorização da coordenação geral da unidade;

§2º Antes de acessar o interior da unidade, o voluntário deve deixar guardados

na administração os objetos e produtos proibidos, podendo ser revistado ao

entrar na unidade.

Art. 41. Na entrada será registrada a identificação do voluntário em livro

próprio, com o nome e a instituição que representa, conforme previsto no art. 93

e seguintes deste instrumento.

Art. 42. Os voluntários serão informados sobre as normas de segurança e terão

sua presença monitorada, durante todo o período em que permanecerem nas

dependências da unidade.

Art. 43. O acesso do voluntário deverá ser restrito ao local onde desenvolva sua

atividade.

Art. 44. O coordenador geral da unidade deverá comunicar ao responsável pela

segurança o ingresso do voluntário, contendo:

I – o dia e o horário de entrada e saída;

II– o número de voluntários;

III – a natureza do trabalho;

IV – o local onde será realizado o trabalho.

SEÇÃO VIII

Dos Fornecedores

Art. 45. A presença de fornecedores é delimitada ao tempo necessário à

realização do serviço, sendo o seu acesso e sua circulação permitidos somente

mediante prévia autorização.

Page 11: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Art. 46. Para ter acesso à unidade, os fornecedores deverão, obrigatoriamente,

ser antecipadamente cadastrados, devendo a empresa fornecer o nome dos

funcionários, número de documento oficial e número das placas dos veículos

que terão acesso.

Art. 47. Os funcionários a que alude a presente seção deverão portar sempre o

documento de identificação funcional, fornecido pela empresa, e a sua ação será

monitorada durante todo o período em que permanecerem nas dependências

da unidade.

SEÇÃO IX

Dos Advogados

Art. 48. O advogado, afirmando urgência, pode ingressar na unidade sem

procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de 15 dias, ressalvados os

casos em que o cliente socioeducando for menor de 18 anos, devendo, nestes

casos, estar constituído em autos e/ou apresentar procuração dos pais ou

representante legal do menor.

Parágrafo único. O advogado terá acesso à unidade socioeducativa,

preferencialmente, no horário de expediente, das 08:00 às 17:00hs, e nos demais

dias e horários, somente quando devidamente justificado e com autorização da

direção.

Art. 49. É direito do advogado constituído comunicar-se com os

socioeducandos, pessoal e reservadamente.

Art. 50. Em qualquer caso, será anotado pelos funcionários responsáveis pela

portaria ou recepção da unidade:

I – o nome do advogado;

II – o número de seu registro, junto à Ordem dos Advogados do Brasil;

III – o nome do socioeducando cliente;

IV – os horários de entrada e de saída da unidade.

Art. 51. Todo advogado deve receber orientações relativas às normas de acesso e

circulação e sua presença deve ser monitorada, durante todo o período em que

permanecer nas dependências da unidade.

Page 12: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

SEÇÃO X

Dos Oficiais de Justiça

Art. 52. O oficial de justiça tem acesso à unidade, preferencialmente, durante o

horário de expediente.

Art. 53. Quando do ingresso, será anotado pelos funcionários responsáveis pela

portaria ou recepção da unidade:

I – o nome do oficial de justiça;

II – número do documento de identificação funcional;

III – os horários de entrada e de saída da unidade.

Art. 54. Todo oficial de justiça deve receber orientações relativas às normas de

acesso e circulação nas dependências da unidade.

SEÇÃO XI

Dos Funcionários

Art. 55. Os funcionários somente terão acesso ao interior da unidade no horário

correspondente ao seu turno de trabalho ou, excepcionalmente, em turno

diverso, desde que convocados ou, previamente, autorizados pela coordenação

geral da unidade.

Art. 56. O funcionário deve apresentar-se devidamente trajado, de forma

adequada à função que desempenha.

Art. 57. Antes de ingressar no interior da unidade, o funcionário deve certificar-

se de que não está de posse de nenhum objeto que, nas normas/regulamentos,

tenha sido proibido ou tido seu acesso restrito, podendo ser submetido à

revista. Os objetos devem permanecer guardados em local seguro, até o

momento da saída da unidade.

SEÇÃO XII

Das Visitas aos Socioeducandos

Art. 58. Os visitantes terão acesso à unidade, em dias e horários pré-

estabelecidos, salvo com autorização excepcional da coordenação geral,

coordenação técnica ou da equipe técnica de referência do socioeducando.

Page 13: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Parágrafo único. O número de visitantes e os critérios serão estabelecidos pela

coordenação geral da unidade.

Art. 59. A visita deverá ser credenciada após atendimento e autorização da

equipe técnica da unidade.

Art. 60. O visitante deverá identificar-se na portaria, apresentando documento

de identificação oficial com foto.

Art. 61. As visitas serão devidamente revistadas, sem violação de seus direitos e

garantias fundamentais.

Art. 62. Namoradas(os) ou companheiras(os), menores de 18 anos, somente

poderão realizar visitas mediante autorização judicial ou termo de

consentimento, assinado pelos pais ou responsáveis legais do socioeducando e

da (o) pretensa (o) visitante.

Art. 63. Crianças com idade inferior a 12 anos podem entrar nas unidades

acompanhadas pelo responsável legal, apenas nos casos de serem filhos ou

irmãos dos socioeducandos.

Art. 64. Irmãos de internos, com idade entre 12 e 17 anos, podem realizar

visitas, mediante acompanhamento de responsável legal do visitante.

Art. 65. É proibida a entrada de visitantes que estejam visivelmente sob efeitos

de substâncias psicoativas (lícitas ou ilícitas) ou que tenham sido surpreendidos

portando drogas, armas e/ou similares.

§1° O visitante que for surpreendido tentando ingressar nas unidades com

drogas e/ou armas de qualquer natureza ou mesmo similares, deverá ser

encaminhado à Delegacia de Polícia, acompanhado do relatório interno de

ocorrência emitido pela direção da unidade, visando a elaboração de boletim de

ocorrência;

§2° Nos casos referidos do §1°, o visitante será proibido, permanentemente, de

ingressar nas unidades socioeducativas e o fato deverá ser comunicado,

imediatamente, pela coordenação geral, às autoridades judiciais competentes;

§3° Sua retenção será feita, preferencialmente, pela guarda externa, até a

chegada da polícia, caso não haja possibilidade de conduzi-lo até a delegacia de

polícia;

Page 14: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

§4° Nos casos que envolverem menores de 18 anos tentando ingressar com

materiais proibidos na unidade, deve ser acionado o Conselho Tutelar e feito o

encaminhamento à delegacia de polícia competente.

Art. 66. Na primeira visita, faz-se necessária a apresentação dos seguintes

documentos:

I – 02 fotos 3x4 recentes;

II – cópia da Carteira de Identidade (frente e verso) ou Carteira de Trabalho e

Previdência Social;

III – comprovante de residência atual ou com data de até 03 meses anteriores.

§1° No primeiro contato, o técnico de referência ou coordenação técnica deve

informar à família sobre a documentação necessária, os dias e horários de

visitas, bem como as informações referentes ao número de visitantes

permitidos, alimentos liberados (quantidades e características);

§2° Caso, na primeira visita, falte algum documento dos pais ou responsáveis,

pode-se autorizar a visita, com a ressalva de que, na próxima vez, não será

permitida a entrada;

§3°. O socioeducando será retirado do local de visitas pelos agentes

socioeducativos antes da saída dos familiares, que devem realizar uma revista

minuciosa no socioeducando, antes de o mesmo retornar ao alojamento.

SEÇÃO XIII

Da Visita Íntima

Art. 67. Nas unidades de atendimento socioeducativo destinadas ao

cumprimento de Medida Socioeducativa de Internação, será autorizada a

entrada da(o) esposa(o) ou companheira(o) do socioeducando, mediante prévia

comprovação documental, cadastro e documento de identificação, com foto.

§1º A comprovação documental à qual alude o Caput deste artigo se refere a:

I – certidão de casamento ou documento que comprove a união estável;

II – parecer da equipe técnica de referência, atestando a união estável anterior à

internação;

III – concordância dos responsáveis legais, quando houver relação de

socioeducandos entre 14 e 18 anos, salvo quando houver comprovação de

casamento ou emancipação.

Page 15: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

§2º A comprovação da união estável, quando algum dos companheiros for

menor de 16 anos ou for gestante ou genitora de filho em comum, será feita

mediante reconhecimento judicial, sendo que a visita íntima ocorrerá após

autorização do Juízo da respectiva Vara Regional.

Art. 68. Cabe ao coordenador geral ou técnico da unidade viabilizar o dia de

visitas, mantendo-se o registro da documentação, que será repassada à equipe

técnica, para que proceda, de forma apropriada, na prevenção e promoção à

saúde do socioeducando.

Parágrafo único. A visita íntima ocorrerá no interior da unidade, em espaço

definido em normativa interna, com comunicação ao Juízo de Execução.

CAPÍTULO III – DO ACESSO E CIRCULAÇÃO DE VEÍCULOS

SEÇÃO I

Das Disposições Iniciais

Art. 69. Os portões de acesso à unidade deverão estar sempre fechados.

Parágrafo único. No caso do acesso através da “gaiola”, enquanto um dos

portões de entrada estiver aberto, o outro, obrigatoriamente, estará fechado.

Art. 70. O condutor do veículo deverá aguardar em frente ao portão, estando o

veículo com os faróis apagados, os vidros abaixados e a luz interna acesa, para a

identificação dos seus ocupantes.

Art. 71. O funcionário da portaria deverá solicitar ao responsável pelo plantão a

liberação da entrada do veículo.

Art. 72. Após a autorização de acesso à unidade, o funcionário da portaria ou

recepção anotará em livro de registro:

I – os dados do condutor do veículo e seus ocupantes;

II – os dados do veículo;

III – data e o horário de entrada e saída;

IV – o motivo do ingresso na unidade.

Art. 73. O veículo deverá ser vistoriado ao adentrar e sair da unidade.

Page 16: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

SEÇÃO II

Do Veículo de Fornecedores

Art. 74. Designa-se veículo de fornecedor todo veículo que transporta

alimentos, mercadorias de consumo, materiais permanentes ou consumíveis

destinados às unidades de atendimento socioeducativo ou prestadores de

serviços.

Art. 75. O acesso de veículos de fornecedores às dependências da unidade

somente será permitido nos casos em que seja difícil o transporte da mercadoria

do portão até o seu destino ou o caminho inverso e com expressa autorização da

administração.

Art. 76. O funcionário da portaria deve registrar o número da placa do veículo,

especificando o tipo, marca e outras características, devendo, para tanto, o

mesmo sair de seu posto e se dirigir ao veículo, para solicitar os documentos

pessoais do condutor e dos demais ocupantes ou passageiros, se for o caso, e

aguardar a liberação do acesso pela administração da unidade.

Art. 77. Devem ser anotados em livro de registro o nome, o número do

documento apresentado, a data e o horário de entrada, o motivo do ingresso e o

setor/pessoa que irá recebê-lo, e só após esse procedimento o portão de acesso

será aberto.

Art. 78. Será estabelecido contato através do rádio comunicador e/ou ramal

telefônico, com o setor/pessoa responsável pelo recebimento da

mercadoria/serviço, para anunciar a chegada do fornecedor.

Art. 79. O veículo só poderá permanecer nas dependências da unidade o tempo

necessário à carga ou descarga.

Art. 80. Deverá ser procedida a revista rigorosa no veículo de transporte de

mercadorias, na entrada e saída da unidade.

SEÇÃO III

Do Veículo Oficial

Art. 81. Veículos oficiais, desde que em serviço, terão o seu acesso liberado,

condicionado ao registro do número da placa do veículo, especificando o tipo,

marca e demais características, assim como o motivo específico do ingresso.

Page 17: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Parágrafo único. Nos casos de viaturas policiais, identificar o horário, o

número da viatura, o seu condutor, bem como os motivos que ensejaram a

entrada da viatura na unidade.

Art. 82. O responsável pela portaria anotará em livro de registro o nome, o

número do documento apresentado, a data e o horário de entrada, o motivo do

ingresso na unidade e o setor/pessoa que irá recebê-lo e, após esse

procedimento, abrirá o portão de acesso.

SEÇÃO IV

Dos Veículos dos Servidores e Voluntários

Art. 83. A autorização de entrada dos veículos particulares pertencentes a

servidores ou voluntários fica condicionada à aprovação da coordenação geral

da unidade, ouvindo-se, sempre, o parecer do coordenador operacional.

Art. 84. Para acesso às dependências da unidade socioeducativa, o condutor

deverá manter os faróis apagados, o vidro abaixado e a luz interna acesa, bem

como o seu crachá de identificação funcional sempre visível.

Parágrafo único. É vedado o acesso de veículos não oficiais à área de segurança,

salvo veículos de fornecedores, conforme critérios estabelecidos neste

Procedimento, quando for imprescindível sua entrada para execução do

serviço.

SEÇÃO V

Outros Veículos

Art. 85. É vedado o acesso de qualquer outro veículo às dependências da

unidade, salvo com autorização expressa do coordenador geral.

Page 18: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

TÍTULO III – DAS COMPETÊNCIAS

SEÇÃO I

Da Competência do Coordenador Operacional

Art. 86. Compete ao coordenador operacional da unidade de atendimento

socioeducativo:

I – acompanhar e avaliar os trabalhos desenvolvidos pelos agentes

socioeducativos;

II – acompanhar e desempenhar o papel de interlocutor entre as equipes e

plantões de trabalho, com o objetivo de manutenção da continuidade do

atendimento socioeducativo;

III – acompanhar e executar as ações de segurança para a realização e o

cumprimento das atividades diárias destinadas aos socioeducandos, delegando

tarefas e observando as condições de recursos humanos, materiais e estruturais

para sua execução;

IV – acompanhar, promover e orientar as ações que facilitem o funcionamento

das rotinas administrativas, técnicas e de segurança, sempre de forma

integrada;

V – atuar como apoio e suporte à coordenação geral da unidade, por meio de

planejamento e supervisão da execução das rotinas da unidade;

VI – acompanhar a elaboração e aprovar as escalas relativas à jornada de

trabalho de todos os funcionários da área de segurança da unidade, de forma a

garantir a execução das atividades socioeducativas, cabendo a ele a fiscalização

do fiel cumprimento da escala;

VII – convocar e realizar reuniões com as equipes de segurança, com o intuito

de dar orientações gerais, bem como convidar demais funcionários, quando

necessário;

VIII – registrar no livro específico da coordenação operacional as informações e

ocorrências, com vistas a subsidiar e assessorar a coordenação geral e demais

setores da unidade;

IX – levantar dificuldades e sugestões das equipes de segurança;

X – quando necessário, estabelecer contato com fóruns, delegacias, hospitais e

IML;

XI – participar da avaliação dos agentes socioeducativos;

XII – participar de reuniões multidisciplinares de planejamento e avaliação do

trabalho entre os setores da unidade;

XIII – providenciar, dando ciência ao coordenador geral, o encaminhamento

para a delegacia de polícia, hospitais e IML, se for o caso de vítimas e autores de

agressões, espancamentos, danos ao patrimônio público e outros atos

infracionais ou delitos cometidos nas dependências das unidades

socioeducativas;

Page 19: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

XIV – reportar ao coordenador geral situações de conflitos e problemas no

desenvolvimento do trabalho socioeducativo;

XV – representar o coordenador geral em atividades externas, quando

solicitado;

XVI – comunicar, imediatamente, à coordenação geral da unidade, qualquer

irregularidade ou situação que possam ameaçar a segurança ou o bom

andamento do trabalho socioeducativo;

XVII – observar se as condutas e os procedimentos estão em conformidade com

o estabelecido neste Procedimento;

XVIII – ler atentamente, todos os dias, os livros de ocorrências, para se inteirar

se algum incidente pode ter ocorrido ou está em andamento na unidade e atuar,

imediatamente, no sentido de coibir eventual ameaça;

XIX – acompanhar, pessoalmente, as revistas e/ou as intervenções realizadas

pela Polícia Militar nas dependências da unidade socioeducativa, visando

sempre a resguardar a integridade física, psíquica e moral dos socioeducandos;

XX – acompanhar, pessoalmente, as revistas e/ou intervenções realizadas

apenas pelos agentes socioeducativos da unidade, ou mesmo por estes com

apoio de outros agentes socioeducativos de outras unidades escalados para

realizar a missão, visando sempre a resguardar a integridade física, psíquica e

moral dos socioeducandos.

SEÇÃO II

Da Competência do Responsável pelo Plantão

Art. 87. Compete ao responsável pelo plantão da unidade de atendimento

socioeducativo:

I – ao iniciar seu turno de serviço, ler atentamente o livro de ocorrências do

plantão anterior e se inteirar se alguma anormalidade ocorreu ou encontra-se

em curso e que providências foram tomadas até aquele momento;

II – quando da leitura do livro de ocorrências, se detectar alguma ameaça ou

algo que tenha fugido da rotina/normalidade, acionar, imediatamente, o

coordenador operacional ou o coordenador geral da unidade, na ausência

daquele, e repassar o ocorrido;

III – receber o plantão e fazer o registro no livro de ocorrências, descrevendo os

materiais repassados, bem como o quantitativo de socioeducandos por

alojamento, nominando-os;

IV – registrar no livro de ocorrências os nomes completos e matrículas de todos

os agentes presentes no referido plantão, conforme modelo de passagem de

serviço constante na parte final deste POSS, e solicitar que todos os agentes

assinem o referido livro, no campo específico da passagem de plantão, mesmo

os que, porventura, tenham permutado o serviço;

Page 20: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

V – distribuir os agentes presentes ao plantão nos diversos postos de serviços

da unidade;

VI – elaborar a escala de revezamento noturno, prevista neste POSS;

VII – designar os funcionários que realizarão o acompanhamento de

socioeducandos para audiências, custódias ou outras saídas autorizadas da

unidade;

VIII – manter o coordenador operacional ciente de qualquer alteração no

plantão;

IX – acompanhar e participar, pessoalmente, das revistas e/ou as intervenções,

com o apoio da Polícia Militar, visando sempre a resguardar a integridade

física, psíquica e moral do socioeducando;

X – comunicar, de forma célere, ao seu superior imediato, qualquer

irregularidade ou situação que possam ameaçar a segurança ou o bom

andamento do trabalho socioeducativo;

XI – observar se as condutas e os procedimentos estão em conformidade com o

estabelecido neste Procedimento;

XII – organizar o acompanhamento interno na unidade para movimentação dos

socioeducandos, que deverá obedecer aos princípios de segurança, devendo

escalar o efetivo de agentes socioeducativos adequado para a condução dos

socioeducandos;

XIII – acompanhar e participar, pessoalmente, nas revistas e/ou intervenções

realizadas apenas pelos agentes socioeducativos da unidade, ou mesmo por

estes com apoio de outros agentes socioeducativos de outras unidades

escalados para realizar a missão, visando sempre a resguardar a integridade

física, psíquica e moral dos socioeducandos;

XIV – organizar o planejamento, junto à coordenação operacional, das

atividades e rotinas diárias da unidade, principalmente aquelas relacionadas a

movimentações de socioeducandos;

XV – organizar e determinar as rondas noturnas, que deverão ser

desempenhadas pelos agentes socioeducativos, designando os funcionários, por

postos de serviço, bem como os seus respectivos horários;

XVI – designar o agente socioeducativo que ficará responsável pelo

preenchimento do livro de ocorrências dos espaços de convivência;

XVII – manter-se informado sobre a relação nominal, devidamente autorizada,

dos socioeducandos que se encontram em atividades.

SEÇÃO III

Da Competência do Agente Socioeducativo

Art. 88. Compete ao agente socioeducativo, entre outras atribuições:

I – apresentar-se ao trabalho com vestuário apropriado, no horário estabelecido,

em condições condignas para o exercício da função, devendo assinar seu ponto,

Page 21: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

na frequência e no livro de ocorrências, devendo apresentar a carteira de

identificação profissional, quando solicitado;

II – auxiliar a coordenação operacional da unidade, na ocorrência de situações

inesperadas, quando houver a necessidade de reforço, realizando

adequadamente suas tarefas, objetivando evitar o comprometimento das

atividades de rotina da unidade;

III – comparecer, extraordinariamente, quando convocado, em outra unidade,

executando as atividades que lhe competem;

IV – comunicar, imediatamente, ao seu superior, qualquer irregularidade ou

situação que possam ameaçar a segurança ou o bom andamento do trabalho

socioeducativo;

V – cumprir as orientações e determinações relativas ao desempenho das suas

funções, estipuladas pelos seus superiores, exceto quando manifestamente

ilegais;

VI – manter conduta exemplar, de modo a influenciar positivamente os

socioeducandos;

VII – manter sigilo sobre procedimentos de segurança, sobre a história de vida

e a situação juridicossocial dos socioeducandos de que tiver conhecimento;

VIII – participar de reuniões de rotina, encontros de aperfeiçoamento e

capacitação profissional, planejamento das ações, avaliação das atividades e

integração da equipe de trabalho, sempre que convocado;

IX – prestar informações à coordenação geral da unidade, sobre o

comportamento e o desempenho dos socioeducandos em atividades que tenha

presenciado, participado ou conduzido;

X – primar pelo comportamento ético e moral dentro da unidade, tanto no trato

com os socioeducandos, como com os demais funcionários e o público em geral;

XI – respeitar as diversidades étnicas, culturais, credo, identidade de gênero e

orientação sexual dos socioeducandos, colegas de trabalho e outras pessoas;

XII – zelar pela segurança dos socioeducandos, evitando situações que ponham

em risco sua integridade física, moral e psicológica;

XIII – zelar pelas instalações físicas e bens materiais da unidade, bem como pela

segurança geral;

XIV – observar se os visitantes e socioeducandos estão nos devidos locais, nas

condições e tempos pré-definidos;

XV – observar se a estrutura física, rádios comunicadores, livros de ocorrências,

os equipamentos e os dispositivos estão íntegros, em funcionamento e

respondendo à demanda existente e, diante de qualquer alteração, informar ao

responsável pelo plantão;

XVI – manter a vigilância, disciplina e segurança em todos os espaços das

unidades socioeducativas;

XVII – realizar conferência nominal dos socioeducandos, sempre no início e na

passagem de plantão;

XVIII – realizar revistas nos socioeducandos, sempre que sejam requisitados, na

saída e no retorno ao espaço de convivência, com extrema cautela quanto ao seu

estado físico, psíquico e higiênico;

Page 22: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

XIX – impedir a circulação dos socioeducandos nos espaços em que os mesmos

não estejam devidamente autorizados;

XX – colocar os socioeducandos, de forma organizada, por ocasião das

refeições, atividades diversas, estabelecendo um disciplinamento, a fim de se

evitar aglomeração;

XXI – evitar que os socioeducandos promovam algazarras e que perturbem as

atividades dos demais;

XXII – prestar informações no encaminhamento dos socioeducandos, quando

solicitadas;

XXIII – manter sempre sobre o seu controle todas as chaves e cadeados do seu

setor de trabalho;

XXIV – evitar o uso de toda e qualquer forma de violência contra os

socioeducandos, bem como outras formas de constrangimento, humilhação

e/ou situação vexatória;

XXV – manter, permanentemente, a vigilância no posto de serviço para o qual

foi escalado;

XXVI – comunicar, imediatamente, toda e qualquer alteração ao responsável

pelo plantão, informando à direção da unidade em caso de ausência do mesmo;

XXVII – realizar as revistas nos socioeducandos e nos seus pertences, bem como

nos espaços de convivência, sempre que necessário e devidamente autorizado,

com a contenção ou não da Polícia Militar, nas dependências da unidade

socioeducativa, visando sempre a resguardar a integridade física, psíquica e

moral dos socioeducandos;

XXVIII – atuar de maneira rápida para evitar que certas intercorrências tomem

grandes proporções, agindo sempre com cautela e coerência, promovendo a segurança

preventiva de todos os envolvidos, somente fazendo uso de força moderada e de forma

progressiva, quando necessário for, para contenção, conforme artigo 125 do ECA.

§1º Por ocasião da troca de turno/equipe, o agente deverá permanecer no posto

de trabalho até que o profissional da outra equipe, designado para o posto,

assuma suas funções;

§2º O agente previamente designado pelo responsável do plantão deverá

registrar no livro de ocorrências dos espaços de convivência toda a rotina do

plantão, assinalando sempre o horário do registro e assinando com letra legível;

§3º Por ocasião da passagem de plantão, o agente deve fazer uma conferência

do quantitativo de socioeducandos nos espaços de convivência, verificando

ainda, o estado físico de cada socioeducando, bem como anotando as

observações no livro de ocorrências;

§4º Os agentes socioeducativos realizarão rondas diurnas e noturnas pelos

interiores dos espaços de convivência, devendo ser observado o comportamento

dos socioeducandos. À noite a ronda deve ser discreta, respeitando-se o horário

de repouso dos socioeducandos.

Page 23: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

§5º O agente previamente designado deverá registrar em livro competente toda

e qualquer ocorrência verificada nos turnos de trabalho, bem como as

providências tomadas.

§6º Ao revistar os pertences dos socioeducandos, o agente não deve cometer

excessos, preservando a integralidade de suas roupas, pertences, fotografias

e/ou outros objetos autorizados.

§7º Quando convocado, o agente deverá realizar custódia e escolta de

socioeducandos.

SEÇÃO IV

Das Condutas Exigidas de Todos os Funcionários

Art. 89. São condutas exigíveis de todos os funcionários:

I – colocar-se de maneira cordial e com postura firme, sempre orientando o

socioeducando a compreender o caráter pedagógico da medida socioeducativa;

II – fazer-se valer pela presença, garantindo de forma preventiva a integridade

física e mental dos socioeducandos e de todos os integrantes da comunidade

socioeducativa;

III – manter postura íntegra, ilibada, coerente, focando sempre no

socioeducando, enquanto ser em pleno desenvolvimento psíquico, físico e

social;

IV – agir com cordialidade junto aos socioeducandos, familiares, visitantes e

funcionários, propiciando um ambiente de trabalho saudável;

V – praticar diálogos salutares, estabelecendo relacionamento com os

socioeducandos, norteado por princípios éticos, podendo assim, conhecer suas

expectativas e dificuldades encontradas no cumprimento de sua medida

socioeducativa;

VI – quando da prática de atividades pedagógicas, observar o envolvimento e o

comportamento do socioeducando nessas atividades e somente abordá-lo

quando solicitado pelos professores ou instrutores, para não gerar um

desencontro de atitudes;

VII – chamar o socioeducando pelo seu nome, nunca lhe atribuindo apelidos ou

palavras que identifiquem seu ato infracional, bem como a sua condição de

privado de liberdade;

VIII – nunca se dirigir ao socioeducandos de maneira desrespeitosa;

IX – manter-se calmo, mesmo se provocado pelos socioeducandos;

X – nunca submeter os socioeducandos a situações constrangedoras;

XI – não fazer uso de qualquer objeto que pertença aos socioeducandos;

XII – nunca fazer comentários, elogios ou críticas sobre os visitantes;

Page 24: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

XIII – não comentar com os socioeducandos suas insatisfações ou satisfações

com seus níveis hierárquicos;

XIV – agir como mediador em situações limites, apaziguando os ânimos com o

intuito de evitar o ápice, salvaguardando a integridade dos socioeducandos,

funcionários e demais pessoas, dentro da unidade;

XV – nunca conceder aos socioeducandos nada que não esteja no Regimento

Interno da Funase e/ou nas normas da unidade;

XVI – nunca se apropriar de qualquer tipo de equipamento, material, calçado,

alimento e vestuário dos socioeducandos;

XVII – nunca fotografar e/ou expor, de forma ilegal, socioeducandos, em redes

sociais, aplicativos de mensagens instantâneas, imprensa ou outras formas de

exibir o mesmo.

§1º É dever de todos os funcionários constatar as lideranças dentro dos espaços

de convivências identificadas como influências negativas, informando à sua

chefia imediata.

§2º Não é permitido aos funcionários da Funase, em hipótese alguma,

sinalizarem para os policiais que estejam contendo socioeducandos, em

procedimentos de revistas ou intervindo em situações de crises, os atos

infracionais cometidos pelos socioeducandos.

§3º Fica estabelecido que no horário das refeições dos funcionários deverá

ocorrer rodízio entre eles, de forma a não comprometer os serviços e a

segurança da unidade.

TÍTULO IV - DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS RELATIVOS

À SEGURANÇA DA UNIDADE SOCIOEDUCATIVA

CAPÍTULO I – DO LIVRO DE OCORRÊNCIAS

Art. 90. O livro de ocorrências constitui um registro diário de informações de

segurança e intercorrências e não poderá ser noticiado ao socioeducando.

Art. 91. É obrigatório o registro diário nos livros de ocorrências, contendo

informações relevantes ao funcionamento da unidade de atendimento

socioeducativo, no que tange à segurança e ao cotidiano da unidade.

Art. 92. Deve ser registrado no livro de ocorrências:

Page 25: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

I – identificação da equipe de plantão, com o posto de serviço, data, hora de

início e término do plantão, registro de faltas, serviço externo e viagens, se

houver;

II – relação nominal, por espaço de convivência, dos socioeducandos recebidos

e repassados entre os plantões;

III – registrar o que cada agente socioeducativo fez em seu posto de serviço,

horários em que se ausentou para fazer rondas, buscar material, nome de quem

ficou em seu lugar e o horário em que isso ocorreu;

IV – registrar, de maneira clara e sucinta, as ocorrências do serviço, informando

ao responsável pelo plantão e/ou à direção da unidade as providências

adotadas ou ainda a forma encontrada para resolver o problema ou situação,

registrando as providências tomadas;

V – movimentações nos espaços de convivência, especificando horário, nome e

quantidade de pessoas, técnicos, profissionais, voluntários, autoridades, entre

outros;

VI - todos os agentes socioeducativos de serviço devem assinar o livro, de

forma legível.

Art. 93. Cabe ao responsável pelo plantão, e aos agentes socioeducativos,

descrever toda a rotina do local sob sua supervisão, tais como:

I – recebimento e passagem do plantão;

II – conferência dos agentes socioeducativos presentes ao serviço;

III – conferência dos socioeducandos;

IV – relação de socioeducandos cumprindo medida disciplinar;

V – relação de socioeducandos com medicação prescrita;

VI – movimentação diária;

VII – relato de fato anormal;

VIII – histórico de acionamentos do sistema de monitoramento da unidade e

acionamento da Polícia Militar;

IX – registro dos horários dos atendimentos sociopsicopedagogicos e de saúde;

X – registro de visitas;

XI – material de carga;

XII – ocorrências administrativas;

XIII – problemas estruturais.

Parágrafo único. O Livro de Ocorrências deve conter fielmente os fatos

ocorridos no ambiente da unidade socioeducativa.

Art. 94. É dever do agente socioeducativo, do responsável pelo plantão e da

coordenação operacional da unidade ter ciência de todos os fatos narrados no

livro de registro dos dias anteriores de todos os plantões.

Page 26: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

TÍTULO V - DA RECEPÇÃO, ACOLHIDA E MOVIMENTAÇÃO DO

SOCIOEDUCANDO

SEÇÃO I

Das Disposições Gerais

Art. 95. Nenhum socioeducando deve ser incluído, excluído ou transferido da

unidade, sem ordem da autoridade competente, nos termos do procedimento

em vigor, sob pena de responsabilidade, obedecendo ao que está

regulamentado para o funcionamento da Gestão de Vagas, quando necessário,

ouvindo parecer da Coordenadoria de Inteligência.

SEÇÃO II

Da Recepção

Art. 96. A recepção é o procedimento que dá início ao processo socioeducativo,

momento em que é realizada a identificação e o ingresso do socioeducando,

prosseguindo-se com a acolhida que lhe oportuniza conhecer o ambiente e a

rotina institucional.

Art. 97. Na chegada do socioeducando à unidade, o funcionário responsável

pelo acesso deve identificar os seus condutores e comunicar à equipe de

recepção que irá proceder à acolhida do socioeducando.

Art. 98. Na hipótese do atendimento inicial, sobretudo quando tratar-se de

socioeducando apreendido em virtude de flagrante infracional, a equipe de

recepção realizará a admissão do socioeducando, mediante auto de apreensão

em flagrante de ato infracional, expedido pela autoridade policial.

Art. 99. Na hipótese de internação provisória, a equipe de recepção realizará a

admissão do socioeducando, mediante guia de internação provisória ou

mandado de busca e apreensão.

Art. 100. Ao ser realizado o ingresso do socioeducando, a equipe de recepção

inicial deve:

I – realizar a identificação do socioeducando;

II – conferir a documentação exigida pela legislação em vigor;

III – executar revista minuciosa no socioeducando e nos seus pertences;

Page 27: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

IV – catalogar os pertences pessoais do socioeducando, sendo os autorizados

devolvidos ao socioeducandos, e os não autorizados, embalados em receptáculo

próprio, com as vias de registro, e encaminhados à coordenação geral da

unidade;

V – observar se existe no socioeducando marca de ferimento ou qualquer sinal

de violência física, devendo ser exigido o laudo do IML ou o ofício da delegacia

de polícia, encaminhando o socioeducando para o IML, com o carimbo do

recebimento;

VI – constatada a existência de marca de ferimento ou qualquer sinal de

violência física recente, deve-se entregar ao condutor o termo de recebimento

com ressalvas que discriminem a condição física do socioeducando, com a

assinatura deste e do condutor;

VII – lançar em livro próprio a entrada do socioeducando, anotando data, hora,

local, nome e matrícula do funcionário que o recepcionou, bem como as

condições apresentadas;

VIII – assinar o documento recebendo o socioeducando e devolver uma via aos

condutores do socioeducando, anotando data, hora, local, nome e matrícula do

funcionário que o recepcionou;

IX – possibilitar a higiene pessoal do socioeducando;

X – proceder à condução do socioeducando aos setores competentes, bem como

encaminhar a documentação de acompanhamento para a coordenação geral da

unidade;

XI – os bens de valor, como dinheiro, correntes, adornos e eletrônicos, devem

ser colocados em sacos plásticos, lacrados, identificados e guardados em local

de acesso restrito, sendo entregues à família e/ou responsáveis o mais breve

possível;

XII – se, durante a revista, forem encontrados quaisquer substâncias ou objetos

ilícitos, o responsável pela recepção do socioeducando deve comunicar à

coordenação geral, que determinará o encaminhamento à autoridade policial,

para registro, acompanhado de uma testemunha e do material recolhido;

XIII– caso necessário, o socioeducando deve ser, imediatamente, encaminhado

para emergência médica;

XIV – os condutores do socioeducando devem ser liberados, somente após a

assinatura do termo de recebimento de socioeducando, emitido pela equipe de

recepção da unidade;

XV – A equipe da recepção deve dirimir quaisquer dúvidas do socioeducando.

SEÇÃO III

Da Acolhida

Art. 101. Ultrapassada a fase de recepção do socioeducando, o mesmo deve ser

acolhido pela direção e/ou equipe técnica.

Page 28: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

§1º No caso de entrada noturna, o socioeducando ficará no espaço destinado ao

acolhimento inicial, devendo ser providenciado:

I – o acolhimento inicial do socioeducando, que compreende o atendimento

pela equipe técnica e posterior encaminhamento aos demais serviços;

II – o contato e a orientação dos familiares ou responsáveis legais do

socioeducando, quanto às normas da unidade e da instituição;

III – o cadastramento, inclusive a identificação fotográfica, e/ou atualização dos

dados do socioeducando no SIPIA;

IV– o coordenador, geral ou técnico, deverá designar a equipe de referência do

socioeducando.

§2º O atendimento técnico inicial, a orientação aos familiares ou responsáveis

legais, bem como o cadastro no SIPIA, devem ser feitos em horário de

expediente.

§3° Caso o socioeducando esteja utilizando algum tipo de medicamento, esta

informação deve ser repassada, imediatamente, ao setor de saúde ou, na

ausência de funcionários desta equipe, à coordenação geral e/ou técnica, para

que não haja interrupção no tratamento.

§4º Os pertences que não puderem ficar com o socioeducando devem ser

entregues pelo setor responsável à família do mesmo ou ao seu responsável,

mediante assinatura do termo de entrega de pertences.

§ 5º Caso não seja possível realizar a entrega dos pertences à família do

socioeducando, estes deverão ser identificados e acondicionados em local

apropriado.

Art. 102. Se a unidade for desprovida de serviço de saúde, o mesmo deve ser

buscado junto aos recursos existentes na comunidade.

Art. 103. Oportunizar ao socioeducando, desde a recepção/acolhida, a

realização de atividades ao ar livre, lúdicas, de leitura e visita familiar, além de

outros direitos garantidos em legislação específica, em especial, nas Leis

Federais n°. 8.069/1990 e 12.594/2012.

Art. 104. Deve ser realizado, com a maior brevidade possível, o estudo de caso

do socioeducando, com a finalidade de se discutirem os encaminhamentos a

serem adotados, bem como subsidiar a produção de relatórios, diagnóstico

polidimensional e Plano Individual de Atendimento - PIA.

SEÇÃO IV

Da Inserção do Socioeducando

Art. 105. A inserção deverá ocorrer de forma gradual nas atividades

socioeducativas, devendo-se considerar os seguintes aspectos:

Page 29: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

I – idade;

II – compleição física;

III – histórico e complexidade do ato infracional;

IV – nível de escolaridade;

V – existência de rivalidades e/ou desafetos.

§1º A equipe de referência deverá orientar o socioeducando quanto às

atividades socioeducativas das quais irá participar;

§2º No caso da identificação de existência de rivalidades e/ou desafetos, a

equipe de referência, em conjunto com a coordenação geral da unidade, deverá

avaliar os encaminhamentos mais adequados, frente à situação.

SEÇÃO V

Da Transferência Administrativa

Art. 106. A transferência administrativa deve acontecer, de forma excepcional,

sendo cabível apenas nos casos previstos em legislação específica.

SEÇÃO VI

Da Desinternação

Art. 107. Toda desinternação de socioeducando somente será efetuada mediante

autorização judicial, por escrito.

TÍTULO VI – DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA

CAPÍTULO I – DA PASSAGEM DOS PLANTÕES

Art. 108. A passagem do plantão deve ocorrer presencialmente, momento em

que o funcionário informará as ocorrências e particularidades de seu plantão,

registradas no livro de ocorrências da unidade, sobre todas as movimentações

ocorridas no período.

Page 30: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

§1° A passagem de serviço nas unidades dar-se-á às 07h (plantões 24x72),

mediante conferência da carga de materiais e de agentes escalados necessários

para assunção do novo serviço, bem como do quantitativo de socioeducandos;

§2° A passagem de serviço nas unidades poderá, excepcionalmente, ser

realizada às 08h (plantões 24x72), mediante autorização, por escrito, da

Presidência;

§3° Haverá, excepcionalmente, uma tolerância máxima de 15 (quinze) minutos,

para a entrada do funcionário na unidade de trabalho;

§4° Ultrapassado o prazo da tolerância, deverá ser atribuída falta ao funcionário

e o mesmo deve ser dispensado, no caso de comparecer após a tolerância

estipulada no parágrafo anterior. O responsável pelo plantão deverá fazer esse

controle, registrando-o no livro de ocorrências;

§5° Ficará a critério da coordenação geral e/ou coordenação operacional da

unidade autorizar a entrada do funcionário após o prazo de tolerância, desde

que o mesmo tenha mantido contato e informado o motivo do atraso,

devidamente justificado.

Art. 109. Deve ser realizada a conferência do número e das condições dos

materiais/instrumentos de trabalho, dando-se especial atenção para os molhos

de chaves, rádios comunicadores e carregadores, algemas, além de se verificar

que portas, ferrolhos, cadeados ou similares estejam devidamente trancados,

assim como a limpeza da unidade.

Art. 110. O responsável pelo plantão, ao assumir o serviço, deverá fazer a leitura

do livro de ocorrências, repassando para os ASEs as novas determinações, assim

como ratificar as deliberações antigas.

Art. 111. O responsável pelo plantão deve fazer o planejamento e a organização

das atividades a serem desenvolvidas durante o plantão, inclusive, as saídas

externas de socioeducandos, bem como o registro das ocorrências diárias em

livro específico, descrevendo, detalhadamente, as alterações percebidas.

Art. 112. O agente socioeducativo que estiver encerrando o turno, inclusive nos

casos de custódia hospitalar, somente poderá retirar-se do posto de serviço

depois da chegada do rendeiro que está assumindo o plantão, após ter-lhe

repassado todas as informações e orientações que se fizerem necessárias.

Art. 113. O responsável pelo plantão que estiver encerrando o turno somente

poderá retirar-se da unidade depois da chegada do seu rendeiro, após ter-lhe

repassado todas as informações e orientações que se fizerem necessárias.

Page 31: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Art. 114. Na passagem do plantão/turno, caso haja qualquer alteração

considerada prejudicial ao bom funcionamento do serviço, o agente

socioeducativo deve solicitar a presença do superior imediato, para ciência e

resolução do problema, devendo ausentar-se apenas depois de adotadas todas

as providências para o encaminhamento de solução da ocorrência.

CAPÍTULO II – DOS DESLOCAMENTOS DE SOCIOEDUCANDOS

EM UNIDADES DE INTERNAÇÃO

Art. 115. Os socioeducandos deverão ser revistados sempre que saírem e/ou

adentrarem em seus alojamentos.

Parágrafo único. Na impossibilidade de revista minuciosa na saída do

alojamento, dever-se-á realizar revista de busca corporal e revista minuciosa no

retorno ao alojamento.

Art. 116. Dentro das unidades, todo deslocamento será precedido por uma

revista nos locais das atividades, espaços de convivência ou alojamentos,

devendo ser registrada em livro de ocorrências toda e qualquer alteração

observada.

Art. 117. As revistas minuciosas são de caráter preventivo, visando a coibir o

porte e circulação de objetos e substâncias não permitidos e a manutenção da

ordem e segurança na unidade.

Art. 118. A revista minuciosa nos socioeducandos deve ser realizada

respeitando-se a dignidade da pessoa humana.

CAPÍTULO III – DO USO DAS ALGEMAS

Art. 119. Instrumentos de contenção, como algemas, somente poderão ser

utilizados por agentes socioeducativos, nas seguintes situações:

I – em casos de resistência e de fundado receio de fuga durante o deslocamento

do socioeducando, fora da área de segurança e/ou durante translado, desde que

justificada a excepcionalidade, por escrito;

II – em casos de perigo à integridade física, própria do socioeducando ou

alheia, por parte do socioeducando e/ou de terceiros, desde que justificada a

excepcionalidade, por escrito.

Page 32: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

§1º Em qualquer situação em que seja necessária a saída do socioeducando da

unidade fazendo uso da algema, o funcionário que o acompanha deve portar

termo de justificativa, assinado pela coordenação geral da unidade, salvo nas

situações emergenciais, em que a utilização será registrada posteriormente;

§2º Deve-se evitar o deslocamento de forma vexatória ou que demonstre

subjugação do socioeducando, cabendo a seu condutor evitar, quando possível,

a exposição dos instrumentos de contenção;

§3º O funcionário que descumprir o disposto no Caput poderá ser

responsabilizado disciplinar, civil e penalmente.

CAPÍTULO IV – DOS PROCEDIMENTOS DE REVISTA

SEÇÃO I

Considerações Gerais

Art. 120. Todos os procedimentos de revista devem respeitar os princípios da

personalidade e da dignidade da pessoa humana.

SEÇÃO II

Dos Materiais Proibidos

Art. 121. É proibida a entrada dos seguintes materiais nas unidades

socioeducativas:

I – armas de fogo e munições;

II – objetos perfurocortantes: facas, navalhas, estiletes, canivetes, metais

pontiagudos e outros similares;

III – quaisquer tipos de drogas ilícitas;

IV – bebidas alcoólicas;

V – fósforos, isqueiros ou similares;

VI – produtos inflamáveis;

VII – produtos inalantes;

VIII – revistas pornográficas e/ou eróticas;

IX – periódicos que fazem apologia à violência;

X – jornais que tragam notícias do mundo do crime;

XI – telefones celulares, smartphones, câmeras fotográficas ou filmadoras,

excetuando-se nos casos previamente autorizados;

Page 33: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

XII – rádios comunicadores, exceto os oficiais, fornecidos pela Funase;

XIII – quaisquer objetos que, a juízo da coordenação geral, constituir ameaça à

vida, à integridade física, emocional e moral dos socioeducandos e funcionários

e/ou risco de causar danos ao patrimônio;

XIV – qualquer espécie de serra, exceto nos casos de funcionários de empresas

que estejam realizando obras na unidade;

XV – espelhos e vidros, independentemente do tamanho;

XVI – explosivos ou quaisquer tipos de fogos de artifício ou de estampido;

XVII – sprays de pimenta, de gengibre, de menta ou similares.

Parágrafo único. O material proibido deverá ser apreendido e encaminhado,

juntamente com o infrator, para a delegacia de polícia competente, para que

todas as providências legais sejam adotadas.

SEÇÃO III

Da Revista

Art. 122. A revista estrutural destina-se a coibir, localizar e apreender objetos

cuja posse, porte e circulação sejam vetados, conforme art. 123 deste

Procedimento, além de detectar falhas ou depredações na estrutura física da

área de segurança.

Art. 123. A revista estrutural compreende a verificação dos diversos setores que

compõem a área de segurança ou perímetro da unidade socioeducativa,

mediante os seguintes procedimentos:

§1º Diariamente, a observação e conferência da estrutura física, em especial, dos

locais de grande circulação de socioeducandos, detectando falhas e/ou

depredações e também a conferência das condições de uso dos objetos

utilizados pelos socioeducandos.

§2º Quando necessário, o exame minucioso dos colchões, cobertores, lençóis,

toalhas e outros objetos mantidos, junto ao socioeducando, em seu alojamento.

Art. 124. Conferir se a estrutura física, os equipamentos e os dispositivos estão

íntegros, em funcionamento e respondendo à demanda existente.

Art. 125. Só devem permanecer em circulação os materiais em número

estritamente necessário, sendo o excedente recolhido em local apropriado.

Page 34: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Art. 126. A revista estrutural, realizada pelos agentes socioeducativos do

período noturno, será mais extensa e completa, devendo ocorrer todas as noites,

nos seguintes locais:

I – pátios, incluindo a tela de proteção, onde houver;

II – banheiros coletivos;

III – ralos e esgotamentos de água;

IV – refeitório e suas janelas, mesas e bancos;

V – salas de aula e suas janelas, bancadas, mesas, bancos e carteiras;

VI – oficinas e suas janelas, mesas, bancadas, armários, bancos e cadeiras;

VII – corredores de acesso às oficinas e salas de aula;

VIII – salas do setor administrativo;

IX – sala de revista;

X – salas de visitas;

XI – refletores e iluminação interna e externa.

Parágrafo único. Os pedidos de substituição de refletores e lâmpadas

queimadas deverão ser encaminhados ao setor administrativo da unidade.

SEÇÃO IV

Das Condições de Revista

Art. 127. Ao socioeducando é assegurada a mínima intervenção, restrita ao

necessário para a realização dos objetivos da medida socioeducativa, sem

distinção de natureza racial, social, religiosa, política ou relativa à orientação

sexual e identidade de gênero.

§1º Para realização das revistas nos socioeducandos deve ser observado o

disposto no Caput deste artigo.

§2º É expressamente vedada a utilização de objetos ou qualquer tipo de material

pelos socioeducandos que impeça ou reduza a visibilidade interna dos

alojamentos.

Art. 128. Para realizar a revista de busca corporal, o agente socioeducativo

deverá:

I – orientar que o socioeducando se coloque em posição de revista de costas

para o agente, com os braços bem abertos e apoiando as mãos na parede,

devendo, somente, se virar, quando indicado pelo ASE;

II – orientar o socioeducando para abrir a boca, levantar a língua, os lábios,

inferior e superior;

Page 35: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

III – orientar o socioeducando a mostrar a sola dos pés;

IV – orientar o socioeducando a mostrar os dois lados das mãos, afastando os

dedos uns dos outros;

V – orientar o socioeducando a soltar e mostrar o cabelo.

Parágrafo único. O agente se posicionará e executará a busca, tateando o corpo

do socioeducando, com especial observância para as costuras e dobras da

roupa.

Art. 129. Para realizar a revista corporal minuciosa, o agente socioeducativo

deverá orientar o socioeducando a realizar os seguintes procedimentos:

I - retirar roupas excedentes e acessórios e entregá-los ao agente, desde que não

provoque o desnudamento;

II - mostrar os dois lados das mãos, com os dedos afastados;

III - abrir a boca, levantar a língua, os lábios, inferior e superior;

IV - levantar os braços e realizar uma volta em torno de si próprio;

V - mostrar a sola dos pés;

VI - após o agente revistar cuidadosamente as peças entregues do vestuário do

socioeducando, estas serão devolvidas.

§1º Nas formas de revista de busca corporal e revista corporal minuciosa, cada

agente socioeducativo deverá possuir um ou mais pares de luvas, destinadas ao

procedimento e, ainda, deverá ter a presença de outro agente, que ficará

observando o procedimento e servindo como apoio, com o intuito de auxiliar na

segurança e demais movimentações dos socioeducandos.

§2º Ao verificar alguma anormalidade na integridade física do socioeducando

ou porte de objeto/substância não autorizado, o fato deverá ser comunicado ao

superior imediato.

Art. 130. Deve o agente socioeducativo executor da revista:

I – atuar de forma organizada e planejada, sem improvisos;

II – agir com calma e não incitar os socioeducandos, tratando-os com respeito e

firmeza, dentro da legalidade, sempre zelando pelos pertences, pois a revista é

uma tarefa de rotina;

III – realizar, sempre que possível, a revista diariamente e, quando necessário,

mais de uma vez no mesmo dia.

§1º Ao assumir o serviço, os agentes socioeducativos devem examinar, com

atenção, os aspectos gerais e os detalhes de todos os espaços físicos da unidade,

tais como salas, refeitórios, alojamentos, quartos, áreas externas e outros

ambientes, verificando se existem materiais e/ou objetos que possam ameaçar a

Page 36: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

segurança da unidade, dos socioeducandos e/ou dos funcionários e, em caso

positivo, retirá-los;

§2º A revista pessoal nos socioeducandos deverá ser realizada antes e depois de

cada atividade, e durante, quando a situação exigir;

§3º Os alojamentos deverão estar sempre vazios no momento da revista,

devendo-se dispensar cuidados especiais com objetos de valor e com a

arrumação do alojamento, evitando prejuízos e/ou danos aos objetos pessoais

dos socioeducandos sempre em ambiente reservado e apropriado;

§4º Sempre deverão ser empregados mais de um agente na execução das

revistas;

§5º Caso haja mais de um socioeducando para ser revistado, os mesmos

deverão ficar lado a lado e de frente para a parede, onde será feita a revista de

cada socioeducando por vez, ficando um segundo agente responsável pela

segurança daquele que estiver executando a revista.

§6º A revista nas socioeducandas deverá ser executada, exclusivamente, por

agentes do sexo feminino.

SEÇÃO V

Da Revista Completa e Inopinada

Art. 131. Denomina-se revista completa e inopinada, aquela que contempla

procedimentos tanto da revista estrutural, quanto da corporal minuciosa.

Art. 132. A revista inopinada tem por objetivo garantir as condições adequadas

de segurança ao trabalho dos funcionários e socioeducandos, pautando-se no

fator surpresa como elemento inibidor às ações que atentem contra as normas

de segurança e convivência, ou seja, é realizada em dia e hora conhecida

somente pela coordenação geral e operacional.

Art. 133. A revista inopinada somente será realizada em situações excepcionais,

para desarticular ou desmobilizar alguma organização e/ou movimento dos

socioeducandos com o objetivo de realizar tumultos, rebeliões, fugas,

depredação do patrimônio público ou ainda quando se têm fundadas suspeitas

de que os socioeducandos estão em posse de objetos não autorizados.

Art. 134. A realização da revista completa e inopinada ocorrerá após a análise

dos seguintes fatores, em conjunto ou isoladamente:

Page 37: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

I – quais os prováveis socioeducandos envolvidos;

II – se há suspeita de porte de objetos proibidos;

III – quais serão os prováveis impactos posteriores;

IV – quais serão as prováveis ações subsequentes.

CAPÍTULO V – DO RÁDIO COMUNICADOR

Art. 135. O uso de rádio comunicadores tem as seguintes finalidades:

I – otimizar o uso do tempo de trabalho, evitando deslocamentos

desnecessários;

II – sincronizar os deslocamentos de socioeducandos e/ou de grupos, a fim de

evitar encontros entre os mesmos que possam desencadear situações de tensão

e confronto;

III – informar o andamento dos trabalhos desenvolvidos nos diferentes setores,

esclarecendo dúvidas, somando e articulando esforços.

Art. 136. A equipe que passa o plantão deve entregar o rádio ao plantão

subsequente, em condições de uso, principalmente com bateria carregada,

devendo todo funcionário fazer o uso adequado dessa ferramenta de trabalho.

Art. 137. Cada funcionário ou grupo responsável por determinado espaço, deve

ter a carga de um aparelho em específico.

TÍTULO VII - USO DA FORÇA E GERENCIAMENTO DE CRISES

SEÇÃO I

Dos Princípios para o Uso da Força

Art. 138. O emprego da força, dentro das unidades socioeducativas, deve

obedecer aos seguintes princípios:

I – Legalidade, sendo o uso de força limitado para atingir um objetivo legítimo,

devendo-se, ainda, observar a forma estabelecida, conforme dispositivos legais;

II – Necessidade, sendo que o uso da força somente deve ocorrer quando

outros meios forem ineficazes para atingir o objetivo desejado;

Page 38: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

III – Proporcionalidade, sendo que o uso da força deve ser empregado,

proporcionalmente, à resistência oferecida, levando-se em conta os meios dos

quais o agente socioeducativo dispõe;

IV – Conveniência, ressalvando-se que, mesmo que no caso concreto, o uso de

força seja legal, necessário e proporcional, é preciso observar se não coloca em

risco outras pessoas e/ou se é razoável utilizar-se desse meio;

V – Disciplina, como meio para realização do atendimento socioeducativo.

Art. 139. É proibido o uso de força na unidade, exceto para impedir o

socioeducando de se ferir, ferir o agente socioeducativo ou mesmo terceiros,

bem como para evitar que cause destruição ao patrimônio público e em ações

proporcionais ao gerenciamento de crise.

Parágrafo único. Se um nível de intensidade falhar ou se as circunstâncias

mudarem, o nível de força deve ser redefinido pela coordenação geral ou pela

coordenação operacional, de forma consciente e ponderada.

SEÇÃO II

Dos Requisitos Para o Uso De Força

Art. 140. Para o uso de força, os funcionários da unidade devem adotar as

seguintes providências:

I – esgotar todas as possibilidades de diálogo;

II – usar a força durante o tempo estritamente necessário, vedadas em qualquer

caso, posturas, condutas ou atitudes que objetivem humilhar ou degradar os

socioeducandos;

III – escalonamento no uso da força e dos instrumentos de coação.

Art. 141. O uso da força dentro da unidade deverá ser autorizado somente pelo

Coordenador Geral e, na ausência deste, pelo Coordenador Operacional ou pelo

responsável pelo plantão, sempre em ato devidamente fundamentado.

Parágrafo único. O uso de equipamentos de defesa pessoal, intervenção tática e

de coerção utilizados nas unidades socioeducativas, assim entendidos, escudos,

coletes, capacetes, algemas, luvas ou outros regulamentados, dependem de

autorização.

Page 39: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Art. 142. Para efeito de uso da força dentro das unidades socioeducativas, são

considerados casos excepcionais:

I – quando o recurso a outros métodos de controle menos coercitivos se revelar

ineficaz;

II – os casos de legítima defesa e de resistência, quando o socioeducando

oferecer grave ameaça a sua integridade física, à integridade física do agente

socioeducativo ou de terceiros ou mesmo ao patrimônio público;

III – de tentativa de fuga das unidades de privação de liberdade;

IV – caracterização de situações limite, tais como, brigas, vandalismo, motins,

tumultos, rebeliões, fugas, invasões, incêndios, agressões e outras ocorrências

semelhantes, desde que esgotados os outros meios de resolução de conflitos.

SEÇÃO III

Das Regras para o Uso da Força

Art. 143. O emprego de força dentro das unidades socioeducativas deve ser

realizado de forma progressiva, respondendo a cada situação específica com a

força equivalente, necessária à resolução do evento.

Art. 144. A avaliação de cenário e a definição pelo acionamento da força policial

são de responsabilidade do coordenador geral e, na ausência dele, do

coordenador operacional da unidade.

Parágrafo único. Avaliando ser necessário acionar a força policial para atuar no

interior da unidade, o Coordenador Geral deve informar à Presidência e à

Coordenadoria de Segurança da Funase sobre a decisão tomada.

SEÇÃO IV

Das Crises

Art. 145. É considerado situação de crise um evento ou situação crucial que

ameace a segurança interna ou externa, comprometa o desenvolvimento do

Projeto Político-Pedagógico e exija uma resposta especial imediata, a fim de

assegurar uma solução aceitável, sempre considerando os aspectos legais,

morais e éticos.

Parágrafo único. Nas situações de crise, faz-se necessário:

I – alertar, de imediato, todos os agentes socioeducativos e demais funcionários

da unidade;

Page 40: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

II – na possibilidade de ocorrência de qualquer situação de anormalidade, os

agentes socioeducativos deverão, sempre que possível, dirigir-se para a entrada

dos alojamentos, quartos, casas, blocos, alas e/ou pavilhões, trancando a grade

principal, para evitar a saída dos socioeducandos, não permitindo que o

movimento se espalhe para outros locais;

III – em caso de tumulto, manter os socioeducandos trancados nos devidos

alojamentos, quartos, casas, blocos, alas e/ou pavilhões, solicitando, em seguida,

a presença da coordenação geral da unidade, para que seja feita uma avaliação

da situação, visando ao acionamento ou não da Polícia Militar;

IV – nas ocorrências de tumultos e/ou rebeliões, retirar os socioeducandos do

interior dos espaços de segurança, visto que estes são os mais vulneráveis e,

geralmente, são as vítimas dos insurgentes, devendo ser colocados em uma área

segura, de preferência, próxima à área da portaria da unidade, até a chegada da

Polícia Militar, sendo necessário solicitar apoio de outros agentes;

V – deve-se prestar socorro aos socioeducandos que estejam feridos por terem

sido agredidos e/ou ameaçados de morte pelos insurgentes;

VI – quando se tratar de infração penal, os líderes do movimento devem ser

identificados e encaminhados à delegacia de polícia para os procedimentos

legais.

Art. 146. Todos os funcionários devem estar atentos aos possíveis fatores

desencadeadores e/ou indicadores de situações de crise, de forma a preveni-las.

Art. 147. Revistas estruturais na unidade, além das revistas pessoais dos

socioeducandos, devem ser realizadas periodicamente para prevenir a

ocorrência e evolução de situações de crise.

Art. 148. São considerados possíveis situações de crise os casos de:

I – motim: todo ato de rebeldia e indisciplina isolada ou em grupo de

socioeducandos, sem causar influência direta aos demais socioeducandos;

II – tumulto: todo ato de rebeldia e indisciplina de média proporção, que não

envolva a maioria dos socioeducandos internados;

III – rebelião: todo ato de rebeldia ou indisciplina de grande proporção,

envolvendo a maioria dos socioeducandos.

§1º Casos de motim, em geral, serão resolvidos internamente pelos agentes

socioeducativos, sob a coordenação do coordenador operacional e/ou do

responsável pelo plantão, bem como pelo coordenador geral da unidade.

§2º Os casos de tumulto podem ser solucionados internamente, através do

trabalho conjunto dos diversos setores ou com auxílio externo de órgãos

competentes, desde que autorizados pela coordenação geral ou pela

coordenação operacional da unidade.

Page 41: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

§3º Os casos de rebelião serão solucionados mediante trabalho conjunto entre as

equipes da unidade e órgãos de apoio externo, previamente autorizados pelo

coordenador geral.

Art. 149. Em situações de crise, os funcionários não essenciais para seu

gerenciamento, prioritariamente, serão retirados dos locais que ofereçam risco.

Art. 150. Não é permitida, em hipótese alguma, a troca de reféns.

Art. 151. As informações sobre as situações de crise somente serão repassadas

aos meios de comunicação de massa/imprensa por meio da Assessoria de

Comunicação da Funase.

Parágrafo único. Em momentos de crise, a imprensa não adentrará na unidade.

Art. 152. Poderão ser convocados, em caráter emergencial, agentes

socioeducativos, técnicos e outros funcionários de apoio, de acordo com a

necessidade nas situações de crise.

SEÇÃO V

Do Gerenciamento das Crises

Art. 153. Compete à unidade a responsabilidade pela resolução de eventos

considerados simples e/ou complexos.

Art. 154. Considera-se evento simples aquele cuja ameaça à segurança pode ser

resolvida pela equipe de agentes socioeducativos presentes na unidade.

§1° São elementos que compõem um evento simples:

I – ameaças verbais;

II – desacatos;

III – agressões indiretas (atirar comida, chinelo, urina, fezes, água);

IV – danos ou destruição de materiais pedagógicos ou de consumo;

V – tentativa ou destruição de patrimônio público, pequeno dano estrutural,

destruição pontual, sem prejuízos ao funcionamento do estabelecimento;

VI – atentado contra a própria integridade física, resultando em escoriações ou

lesões leves;

VII – agressão a terceiros, sem resultar em lesão;

VIII – inexistência de armas brancas, artefatos cortantes, perfurantes e/ou

contundentes;

IX – ação protagonizada por de um a três socioeducandos.

Page 42: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

§2° O evento simples deve ser solucionado com a mera presença dos agentes

socioeducativos, utilizando-se do poder da argumentação, orientação e/ou a

aplicação de advertência verbal visando a encerrar a ameaça.

Art. 155. Considera-se evento complexo aquele cuja ameaça à segurança é

superior à capacidade de resposta da equipe de agentes socioeducativos e do

coordenador operacional presentes na unidade, em que a mera presença dos

agentes socioeducativos e/ou a advertência verbal não sejam suficientes para o

encerramento do evento.

§1° São elementos que compõem um evento complexo:

I – todos os elementos do evento simples que não tenham resolução, mediante

mera presença ou a aplicação de advertência verbal;

II – agressão, resultando em lesão corporal leve, sem ameaça à vida;

III – existência de armas brancas;

IV – destruição extensa do patrimônio público, consideráveis danos à estrutura

física da unidade, prejudicando o funcionamento de um ou mais setores;

V – evento restrito a um setor específico da unidade: alojamento, ala, setor,

quadra, campo ou pátio;

VI – ação protagonizada por um grupo restrito de internos, evento não

generalizado;

VII – existência de refém, sem flagrante ameaça à vida, sem sevícias, sem uso

de violência, com possibilidade de negociação não especializada;

VIII – incêndio de pequena proporção, passível de ser extinto com recursos da

unidade.

§2° A resolução do evento complexo é possível por meio da coordenação de

esforços dos setores da unidade ou pela atuação da coordenação geral.

Havendo necessidade de intervenção física ou negociação especializada, a

Polícia Militar deverá ser acionada.

Art. 156. Considera-se evento crítico aquele cuja ameaça à segurança é superior

à capacidade de resposta de todos os setores da unidade.

§1° São elementos que compõem evento crítico:

I – elementos do evento complexo que não puderam ser solucionados pela

equipe da unidade;

II – existência de armas de fogo e munições;

III – destruição extensa do patrimônio público, inutilização de uma ou mais

áreas da unidade;

IV – evento disseminado em diversos setores da unidade;

V – número de insurgentes, duas vezes superior ao número de agentes

socioeducativos presentes no estabelecimento;

Page 43: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

VI – existência de um ou mais reféns, com flagrante ameaça à vida;

VII – sevícias contra socioeducandos em convivência protetora (sob ameaça a

sua integridade física) ou reféns;

VIII – incêndio em grande área da unidade, não controlável pelos funcionários;

IX – perda de controle de 50% ou mais do estabelecimento.

§2° Tendo em vista que a atuação dos setores da unidade não é suficiente para a

resolução do evento, há necessidade da ação integrada da unidade com forças

de defesa social.

Art. 157. É de responsabilidade do Coordenador Geral da Unidade, com o apoio

da Coordenadoria de Segurança da Funase, a avaliação constante e sistemática

da capacidade de resposta, bem como o desenvolvimento de planos de

contingência específicos para cada unidade, considerando a estrutura física, os

recursos humanos e a capacidade de atendimento.

Art. 158. O Coordenador Geral da Unidade, no momento do evento crítico,

deverá imediatamente, seguir os procedimentos de evacuação e acionar os

órgãos da Secretaria de Defesa Social da região, responsável pela atuação

policial especializada em situações de crise.

Parágrafo único. Na ausência do coordenador geral, respondem pela unidade

na ordem sucessiva, o coordenador técnico, o coordenador operacional e/ou o

coordenador administrativo.

SEÇÃO VI

Da Evacuação nas Unidades de Atendimento Socioeducativo

Art. 159. Uma vez estabelecida a situação de crise caracterizada como evento

crítico, a coordenação geral da Unidade, além de acionar a Presidência, a

Coordenadoria de Segurança e a Corregedoria da Funase para relatar o

ocorrido, deverá imediatamente garantir:

I – a emissão de alerta e a interrupção das atividades de rotina;

II – a organização dos funcionários atuantes na crise e a distribuição de suas

respectivas funções;

III – a retirada de materiais que possam dar suporte à insurgência;

IV – a convocação de funcionários de reforço;

V – a restrição da entrada de pessoas não autorizadas;

VI – a evacuação de pessoal não fundamental para o gerenciamento da crise.

Page 44: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

Parágrafo único. Estabelece-se como padrão a evacuação total e imediata de

técnicos, professores, pessoal administrativo e de serviços gerais, visitantes,

voluntários e demais profissionais que não possuam atribuição definida ou não

sejam convocados a auxiliar no gerenciamento da crise.

Art. 160. O plano de evacuação tem por objetivo promover a saída, o mais

rápido possível, de todas as pessoas que não são necessárias à resolução da

situação de crise. Para tanto, deve-se proceder:

I – a identificação clara e prévia de todas as vias de evacuação, principais e

alternativas;

II – a definição dos pontos de encontro, para a conferência das pessoas retiradas

e a identificação de possíveis desaparecidos e/ou não retirados;

III – a garantia de que todos os funcionários têm conhecimento dos

procedimentos a serem adotados para a mais rápida evacuação possível.

SEÇÃO VII

Das Ocorrências de Incêndio

Art. 161. Ao assumir o serviço, os agentes socioeducativos deverão se certificar

da existência e localização dos extintores de incêndio e das suas condições de

uso.

§1° Quando um incêndio for localizado em um dos alojamentos, quartos, casas,

blocos, alas e/ou pavilhões, que estejam ocupados por socioeducandos, a

providência inicial será a retirada destes dos locais e, em seguida, combater o

fogo, utilizando os extintores que estão disponibilizados pela unidade.

§2° Caso o incêndio seja de grande proporção, deverão ser adotadas as

providências citadas no item anterior, como também ser acionado o Corpo de

Bombeiros Militar.

§3° Sempre, deve-se identificar a motivação do incêndio, bem como atentar para

o fato de que, nessas situações, os socioeducandos ficam bastante inquietos e há

a possibilidade da ocorrência de tumultos, tentativas de fugas ou mesmo de

rebeliões.

§4° Nos casos de incêndio, os socioeducandos deverão ser colocados em local

seguro, para salvaguardar suas vidas.

Page 45: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

TÍTULO VIII - DAS PERMUTAS DE PLANTÃO

Art. 162. A permuta poderá ocorrer, desde que formal e, previamente,

requisitada ao coordenador geral da unidade, e devidamente autorizada, nos

moldes do Formulário de Permuta de Plantão, que deverá ser encaminhado à

Diretoria Geral de Gestão do Trabalho e Educação – DGGTE, mensalmente,

juntamente com a frequência dos funcionários.

§1° A permuta deverá constar no Livro de Ocorrências da unidade, na data do

plantão trocado, e a assinatura deverá ser do funcionário que estiver

trabalhando no dia do plantão;

§2° As permutas ficam limitadas a 02 (duas) vezes ao mês, limitadas ao máximo

de 24 (vinte e quatro) ao ano;

§3° A responsabilidade pela permuta de plantão é exclusiva do Coordenador

Geral da unidade, não podendo ser delegada;

§4° A permuta somente poderá ser efetivada entre funcionários de uma mesma

categoria;

§5° A permuta somente poderá ocorrer dentro do mesmo mês;

§6° Caberá à Corregedoria e à Coordenadoria de Segurança, quando da

inspeção, verificar a obediência ao estabelecido nessas regras de permuta de

plantão, devendo, no caso de encontrar irregularidades, fazê-las constar no

Livro de Ocorrências, bem como proceder com a abertura de procedimento

destinado a apurar responsabilidades.

TÍTULO IX - DO REVEZAMENTO NOTURNO

Art. 163. Os funcionários que trabalham nas unidades socioeducativas, no

sistema de plantões, em jornada de 24 X 72 horas, poderão se revezar no turno

da noite, conforme as regras deste Procedimento.

§1° O quantitativo de agentes socioeducativos presentes deverá ser dividido por

dois grupos, denominados A e B;

Page 46: PORTARIA FUNASE N°. 969, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2018. de … › images › legislacao › POSS_27... · 2019-12-13 · PROCEDIMENTO OPERACIONAL DE SEGURANÇA SOCIOEDUCATIVA POSS TÍTULO

§2° Um dos grupos sempre deverá estar em serviço, de forma que apenas um

poderá estar no repouso noturno, enquanto o outro estará distribuído em seus

postos de serviços;

GRUPO DE

AGENTES

HORA INICIAL DO

REVEZAMENTO (REPOUSO)

HORA FINAL

A 00:00 03:00

B 03:01 06:00

§3° Às 06:00h, todos os agentes devem estar em seus postos de serviços,

aguardando a rendição, para que ocorra a passagem de plantão;

§4° O revezamento poderá ser suspenso, a critério do coordenador geral ou do

coordenador operacional, ou mesmo do responsável pelo plantão, se o serviço

assim o exigir;

§5° Deverá haver um rádio comunicador nos dormitórios dos agentes, pois, se

ocorrer alguma anormalidade no curso da noite, os agentes serão convocados a

dar apoio e deverão seguir para o local de onde foi solicitado suporte.

Art. 164. Cada unidade socioeducativa deverá disponibilizar, nas respectivas

portarias, um exemplar deste instrumento, para consulta pelos interessados.

Art. 165. Os casos omissos serão resolvidos pela Presidência, Coordenadoria de

Segurança e Corregedoria da Funase, ouvidos, se for o caso, os coordenadores

gerais das unidades.

Art. 166. Ficam revogadas as disposições em contrário, especialmente a Portaria

Interna nº 001 de 06 de janeiro de 2015 e o Manual de Segurança da Funase.

Art. 167. Publique-se e cumpra-se.

Nadja Maria Alencar Vidal Pires

Diretora-Presidente da Funase