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ADVERTÊNCIA Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União Ministério da Saúde Gabinete do Ministro PORTARIA Nº 130, DE 26 DE JANEIRO DE 2012 Redefine o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas 24 h (CAPS AD III) e os respectivos incentivos financeiros. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental; Considerando o Decreto nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, cria o seu Comitê Gestor e dá outras providências; Considerando as disposições constantes do Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que dispõe sobre a organização do SistemaÚnico de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa; Considerando a Portaria nº 336/GM/MS, de 19 de fevereiro de 2002, que regulamenta as modalidades de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e estabelece normas de funcionamento e composição de equipe; Considerando a Portaria nº 816/GM/MS, de 30 de abril de 2002, que institui o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas; Considerando a Portaria nº 2.197/GM/MS, de 14 de outubro de 2004, que redefine e amplia a atenção integral para usuários deálcool e outras drogas, no âmbito do SUS; Considerando a Portaria nº 1.190, de 2 de junho de 2009, que institui o Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no SUS (PEAD); Considerando a Portaria nº 3088, de 23 de dezembro de 2011, que institui a Rede de Atenção Psicossocial para Pessoas com Transtorno Mental e com Necessidades Decorrentes do Uso de Crack,Álcool e Outras Drogas, no âmbito do SUS; Considerando a Portaria nº 3089, de 23 de dezembro de 2011, que institui repasse financeiro fixo (componente fixo) para os CAPS cadastrados pelo Ministério da saúde, com vistas ao custeio das ações de atenção psicossocial realizadas; Considerando as recomendações do Relatório Final da IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial, realizada em junho/julho de 2010; Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas para prevenção, promoção da saúde e redução dos riscos e danos associados ao consumo de crack, álcool e outras drogas, resolve:

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ADVERTÊNCIA

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União

Ministério da Saúde

Gabinete do Ministro

PORTARIA Nº 130, DE 26 DE JANEIRO DE 2012

Redefine o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas 24 h (CAPS AD III) e os

respectivos incentivos financeiros.

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe confere o inciso II do

parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos

das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde

mental;

Considerando o Decreto nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano Integrado de

Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, cria o seu Comitê Gestor e dá outras providências;

Considerando as disposições constantes do Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que

dispõe sobre a organização do SistemaÚnico de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a

assistência à saúde e a articulação interfederativa;

Considerando a Portaria nº 336/GM/MS, de 19 de fevereiro de 2002, que regulamenta as

modalidades de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e estabelece normas de funcionamento

e composição de equipe;

Considerando a Portaria nº 816/GM/MS, de 30 de abril de 2002, que institui o Programa

Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando a Portaria nº 2.197/GM/MS, de 14 de outubro de 2004, que redefine e amplia a

atenção integral para usuários deálcool e outras drogas, no âmbito do SUS;

Considerando a Portaria nº 1.190, de 2 de junho de 2009, que institui o Plano Emergencial de

Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas no SUS (PEAD);

Considerando a Portaria nº 3088, de 23 de dezembro de 2011, que institui a Rede de Atenção

Psicossocial para Pessoas com Transtorno Mental e com Necessidades Decorrentes do Uso de

Crack,Álcool e Outras Drogas, no âmbito do SUS;

Considerando a Portaria nº 3089, de 23 de dezembro de 2011, que institui repasse financeiro

fixo (componente fixo) para os CAPS cadastrados pelo Ministério da saúde, com vistas ao

custeio das ações de atenção psicossocial realizadas;

Considerando as recomendações do Relatório Final da IV Conferência Nacional de Saúde

Mental Intersetorial, realizada em junho/julho de 2010;

Considerando a necessidade de intensificar, ampliar e diversificar as ações orientadas para

prevenção, promoção da saúde e redução dos riscos e danos associados ao consumo de crack,

álcool e outras drogas, resolve:

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CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Portaria redefine o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas 24 h

(CAPS AD III).

Art. 2º O CAPS AD III é o Ponto de Atenção do Componente da Atenção Especializada da

Rede de Atenção Psicossocial destinado a proporcionar a atenção integral e contínua a pessoas

com necessidades relacionadas ao consumo de álcool, crack e outras drogas, com

funcionamento nas 24 (vinte e quatro) horas do dia e em todos os dias da semana, inclusive

finais de semana e feriados.

Art. 3º O CAPS AD III poderá se destinar a atender adultos ou crianças e adolescentes, conjunta

ou separadamente.

Parágrafo único. Nos casos em que se destinar a atender crianças e adolescentes,

exclusivamente ou não, o CAPS AD III deverá se adequar ao que prevê o Estatuto da Criança e

do Adolescente.

Art. 4º O CAPS AD III poderá constituir-se como referência regional, de acordo com

implantação pactuada pela Comissão Intergestores Regional (CIR) respectiva e desde que

previsto no plano de Ação da Região de Saúde ou em instrumento equivalente.

§ 1º O CAPS AD III regional será retaguarda para grupo populacional de 200 a 300 mil

habitantes.

§ 2º No caso do caput, o Plano de Ação da Região de Saúde ou o instrumento equivalente

deverá indicar o Hospital Geral de referência para o CAPS III regional, garantindo-se apoio

qualificado aos usuários que apresentem quadros de abstinência, intoxicação aguda ou outros

agravos clínicos relacionados ao consumo de álcool,crack e outras drogas.

CAPÍTULO II

DO FUNCIONAMENTO

Art. 5º O CAPS AD III observará as seguintes características de funcionamento:

I - constituir-se em serviço aberto, de base comunitária que funcione segundo a lógica do

território e que forneça atenção contínua a pessoas com necessidades relacionadas ao consumo

de álcool, crack e outras drogas, durante as 24 (vinte e quatro) horas do dia e em todos os dias

da semana, inclusive finais de semana e feriados;

II - ser lugar de referência de cuidado e proteção para usuários e familiares em situações de crise

e maior gravidade (recaídas, abstinência, ameaças de morte, etc);

III - ter disponibilidade para acolher casos novos e já vinculados, sem agendamento prévio e

sem qualquer outra barreira de acesso, em todos os dias da semana, inclusive finais de semana e

feriados, das 07 às 19 horas;

IV - condicionar o recebimento de usuários transferidos de outro Ponto de Atenção, para

abrigamento noturno, ao prévio contato

com a equipe que receberá o caso;

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V - produzir, em conjunto com o usuário e seus familiares, um Projeto Terapêutico Singular que

acompanhe o usuário nos contextos cotidianos, promovendo e ampliando as possibilidades de

vida e mediando suas relações sociais;

VI - regular o acesso aos leitos de acolhimento noturno, com base em critérios clínicos, em

especial desintoxicação, e/ou em critérios psicossociais, como a necessidade de observação,

repouso e proteção, manejo de conflito, dentre outros;

VII - promover inserção proteção e suporte de grupo para seus usuários, no processo de

reabilitação psicossocial;

VIII - organizar o processo de trabalho do serviço com equipe multiprofissional, sob a ótica da

interdisciplinaridade, priorizado espaços coletivos;

IX - estabelecer profissionais de referencia para cada usuário;

X - adequar a oferta de serviços às necessidades dos usuários, recorrendo às tecnologias de

baixa exigência, tais como acomodação dos horários, acolhimento de usuários mesmo sob o

efeito de substâncias, dispensação de insumos de proteção à saúde e à vida (agulhas e seringas

limpas, preservativos, etc), dentre outras;

XI - ofertar cuidados às família de usuários, independentemente da vinculação do usuário aos

serviços daquele CAPS AD III;

XII - promover junto aos usuários e familiares a compreensão das Políticas Públicas,

especialmente dos fundamentos legais da Política Pública de Saúde Mental Álcool e outras

Drogas, e da defesa de seus direitos;

XIII - orientar-se pelos princípios da Redução de Danos;

XIV - responsabilizar-se, dentro de suas dependências ou em parceria com outros pontos de

atenção da Rede de Saúde, pelo manejo e cuidado de situações envolvendo comorbidade

psiquiátrica ou clínica;

XV - compartilhar a responsabilidade pelos usuários nas internações em Hospital Geral e outros

Pontos de Atenção;

XVI - realizar ações de apoio matricial na Atenção Básica, no âmbito da Região de Saúde de

seus usuários, compartilhando a responsabilidade com os demais pontos de atenção da Região

de Saúde;

XVII - funcionar de forma articulada com a Rede de Atenção às Urgências e emergências, em

especial junto ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), participando

diretamente do resgate voltado aos usuários com necessidades relacionadas ao consumo de

álcool, crack e outras drogas, com vistas a minimizar o sofrimento e a exposição, de acordo com

pactuação prévia; e

XVIII - articula-se com a Rede do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) da Região de

Saúde a que pertença, para acompanhamento compartilhado de casos, quando necessário.

Seção I

Da Atenção Integral ao Usuário

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Art. 6° A atenção integral ao usuário no CAPS AD III inclui as seguintes atividades:

I - trabalhar de portas abertas, com plantões diários de acolhimento, garantindo acesso para

clientela referenciada e responsabilização efetiva pelos casos, sob a lógica de equipe

Interdisciplinar, com trabalhadores de formação universitária e/ou média, conforme definido

nesta Portaria;

II - atendimento individual para consultas em geral, atendimento psicoterápico e de orientação,

dentre outros;

III - oferta de medicação assistida e dispensada;

IV - atendimento em grupos para psicoterapia, grupo operativo e atividades de suporte social,

dentre outras;

V - oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível universitário ou de nível médio,

nos termos desta Portaria;

VI - visitas e atendimentos domiciliares;

VII - atendimento à família, individual e em grupo;

VIII - atividades de reabilitação psicossocial, tais como resgate e construção da autonomia,

alfabetização ou reinserção escolar, acesso à vida cultural, manejo de moeda corrente,

autocuidado, manejo de medicação, inclusão pelo trabalho, ampliação de redes sociais, dentre

outros;

IX - estimular o protagonismo dos usuários e familiares, promovendo atividades participativas e

de controle social, assembleias semanais, atividades de promoção, divulgação e debate das

Políticas Públicas e da defesa de direitos no território, dentre outras;

X - fornecimento de refeição diária aos pacientes assistidos, na seguinte proporção:

a) os pacientes assistidos em um turno (4 horas) receberão uma refeição diária;

b) pacientes assistidos em dois turnos (8 horas) receberão duas refeições diárias; e

c) pacientes que permanecerem no serviço durante 24 horas contínuas receberão 4 (quatro)

refeições diárias;

§ 1º A permanência de um mesmo paciente no acolhimento noturno do CAPS AD III fica

limitada a 14 (catorze) dias, no período de 30 (trinta) dias.

§ 2º Caso seja necessária permanência no acolhimento noturno por período superior a 14

(catorze) dias, o usuário será encaminhado a uma Unidade de Acolhimento.

§ 3º A regra estabelecidas nos §§ 1º e 2º poderá ser excepcionada a critério da equipe de

serviço, quando necessário ao pleno desenvolvimento dos Projetos Terapêuticos Singulares,

devendo ser justificada à Coordenação Municipal de Saúde Mental.

Seção II

Da Equipe Mínima

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Art. 7º O CAPS AD III funcionará com equipe mínima para atendimento de cada 40 (quarenta)

por turno, na seguinte configuração:

I - 1 (um) médico clínico;

II - 1 (um) médico psiquiatra;

III - 1 (um) enfermeiro com experiência e/ou formação na área de saúde mental;

IV - 5 (cinco) profissionais de nível universitário pertencentes às seguintes categorias

profissionais:

a) psicólogo;

b) assistente social;

c) enfermeiro;

d) terapeuta ocupacional;

e) pedagogo; e

f) educador físico.

V - 4 (quatro) técnicos de enfermagem;

VI - 4 (quatro) profissionais de nível médio; e

VII - 1 (um) profissional de nível médio para a realização de atividades de natureza

administrativa.

§ 1º Em casos excepcionais, a equipe mínima poderá atender até o máximo de 60 (sessenta)

usuários por turno.

§ 2º Para os períodos de acolhimento noturno, a equipe mínima ficará acrescida dos seguintes

profissionais, em regime de plantão corrido de 12 (doze) horas:

I - 1 (um) profissional de saúde de nível universitário, preferencialmente enfermeiro;

II - 2 (três) técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço; e

III - 1 (um) profissional de nível fundamental ou médio para a realização de atividades de

natureza administrativa.

§ 3º No período diurno aos sábados, domingos e feriados, a equipe mínima será composta da

seguinte forma, em plantões de 12 (doze) horas:

I - 1 enfermeiro

II - 3 (três) técnicos de enfermagem, sob supervisão do enfermeiro do serviço;

III - 1 (um) profissional de nível fundamental ou médio para a realização de atividades de

natureza administrativa.

§ 4º Para os CAPS AD III de referência regional, que superem os limites de um Município, a

equipe mínima ficará acrescida dos seguintes profissionais:

I - 2 (dois) profissionais de nível universitário pertencentes às seguintes categorias profissionais;

a) psicólogo;

b) assistente social;

c) enfermeiro;

d) terapeuta ocupacional;

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e) pedagogo; e

f) educador físico.

II - 1 (um) técnico de enfermagem;

§ 5º Cabe ao gestor de saúde local garantir a composição da equipe mínima em situações de

férias, licenças e outros afastamentos.

Seção III

Da Estrutura Física Mínima

Art. 8º O CAPS AD III terá a seguinte estrutura física mínima:

I - espaço para atendimento individual;

II - espaço para atendimento de grupo;

III - espaço para refeições;

IV - espaço para convivência;

V - banheiros com chuveiro;

VI - no mínimo 8 (oito) e no máximo 12 (doze) leitos de acolhimento noturno; e

VII - posto de enfermagem.

CAPÍTULO III

DA IMPLANTAÇÃO E DA TIPOLOGIA

Art. 9º O CAPS AD III será implantado conforme previsto no Plano de Ação Regional ou

instrumento equivalente, e poderá ser de dois tipos:

I - CAPS AD III Novo; e

II - CAPS AD III Qualificado.

Parágrafo único. O CAPS AD III Qualificado é aquele que é resultado da adaptação e

qualificação de um CAPS tradicional préexistente e transformado para o atendimento de pessoas

com necessidades de saúde decorrentes do uso de álcool, crack e outras

drogas.

Art. 10. O CAPS AD III Novo será implantado na proporção de um para cada grupo

populacional de 200 a 300 mil habitantes.

Art. 11. O CAPS AD III Qualificado será implantado com a observância das seguintes

diretrizes:

I - todos os CAPS Tipo II das capitais dos Estados da federação serão transformados em CAPS

AD III; e

II - os demais Municípios que não possuam retaguarda para acolhimento 24 (vinte e quatro)

horas transformarão pelo menos 1 (um) CAPS Tipo II em CAPS AD III.

Parágrafo único. O inciso I do caput poderá ser excepcionado nas capitais dos Estados da

Federação cujos gestores de saúde avaliarem não ser necessária a transformação de todos os

CAPS Tipo II para CAPS AD III, caso em que a decisão será formalizada por escrito, devendo-

se demonstrar a existência de efetiva retaguarda de abrigamento 24 horas de pessoas com

necessidades de saúde decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas.

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CAPÍTULO IV

DO INCENTIVO FINANCEIRO

Art. 12. Fica redefinido incentivo financeiro de custeio para implantação de CAPS AD III, no

valor de:

I - R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) para apoiar a implantação de CAPS AD III

Novo; e

II - R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais) para apoiar a implantação de CAPS AD III

Adaptado.

§ 1º O incentivo financeiro de custeio redefinido neste artigo destina-se a apoiar apenas a

implantação de CAPS ADIII públicos.

§ 2º O incentivo financeiro de custeio redefinido neste artigo será transferido em parcela única

pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) aos Fundos de Saúde estaduais ou municipais ou do

distrito federal.

§ 3º Os valores repassados por força deste artigo serão utilizados para reforma predial, aquisição

de material de consumo e capacitação de equipe técnica, dentre outras ações de custeio.

Art. 13. O gestor interessado em receber o incentivo financeiro de custeio previsto no art. 12

deverá apresentar projeto técnico que contenha os seguintes requisitos:

I - proposta de acolhimento 24 horas no próprio CAPS AD III a ser implantado;

II - previsão de equipe mínima, com a observância do art. 7º desta Portaria;

III - previsão de leitos para abrigamento noturno, com a observância dos artigos 5º e 6º desta

Portaria;

IV - previsão de estrutura física adequada, com a observância do art. 8º desta Portaria;

V - termo de compromisso de funcionamento do CAPS AD III em até 3 (três) meses, a contar

do recebimento do incentivo financeiro, renovável uma única vez por igual período, mediante

justificativa aceita pelo Ministério da Saúde; e

VI - parecer favorável da CIR da Região de Saúde do Município, quando existir.

§ 1º No caso de CAPS AD III regional, será necessário ainda o encaminhamento de termo de

compromisso dos gestores de saúde dos Municípios que compõem a Região de Saúde, com a

definição das responsabilidades relacionadas ao CAPS AD III regional.

§ 2º O projeto técnico de que trata o caput será encaminhado à Área Técnica de Saúde Mental,

Álcool e Outras Drogas do DAPES/ SAS/MS, com cópia para a Secretaria de Saúde estadual

respectiva.

§ 3º O repasse do incentivo financeiro de custeio de que trata este artigo dependerá da

publicação de Portaria específica autorizativa da SAS/MS, cabendo à Área Técnica de Saúde

Mental do DAPES/ SAS/MS acompanhar o cumprimento do prazo fixado no inciso V do caput.

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§ 4º Em case de descumprimento do prazo fixado no inciso V do caput, o FNS/MS adotará as

medidas necessárias para devolução do recurso repassado.

Art. 14. A partir do credenciamento de cada CAPS AD III junto à Área Técnica de Saúde

Mental do DAPES/SAS/MS, conforme disposto na Portaria nº 3.089, de 23 de dezembro de

2011, o Limite Financeiro de Média e Alta Complexidade do respectivo Estado ou do Distrito

Federal ficará acrescido de R$ 78.000,00 (setenta e oito mil reais) mensais, para o custeio dos

procedimentos a serem realizados por aquele CAPS AD III efetivamente implantado e em

funcionamento.

Parágrafo único. No caso de CAPS AD III Qualificado, o acréscimo financeiro de que trata o

caput será calculado a partir da diferença entre os valores já incorporados, referente à

habilitação anterior, e o valor estabelecido no caput deste artigo.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 15. Compete à Secretaria de Atenção à Saúde/MS a publicação de manual e/ou documentos

de apoio que tragam a descrição técnica detalhada dos procedimentos para a atenção realizada

pelos CAPS AD III.

Art. 16. Os recursos orçamentários relativos às ações previstas nesta Portaria correção por conta

do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes programas de trabalho:

I - para o incentivo financeiro de custeio de que trata o art. 12 desta Portaria, onera-se o

Programa de Trabalho 10.302.1220.20B0 - Atenção Especializada em Saúde Mental;

II - para o recurso de que trata o art. 14 desta Portaria, onerase o Programa de Trabalho

10.302.1220.8585 - Atenção à Saúde da População para Procedimentos de Média e Alta

Complexidade.

Art. 17. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 18. Fica revogada a Portaria nº 2.841/GM/MS, de 20 de setembro de 2010, publicada no

Diário Oficial da União nº 181, de 21 de setembro de 2010, Seção 1, pg. 42.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

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ADVERTÊNCIA

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União

Ministério da Saúde

Gabinete do Ministro

PORTARIA Nº 3.088, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2011(*)

Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e

com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema

Único de Saúde (SUS).

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I

e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e

do Adolescente e dá outras providências;

Considerando as determinações da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a

proteção e os direitos das pessoas

portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental;

Considerando a Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que institui o auxílio-reabilitação

psicossocial para pacientes acometidos

de transtornos mentais egressos de internações;

Considerando o Decreto nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano Integrado de

Enfrentamento ao Crack e outras Drogas;

Considerando as disposições contidas no Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que dispõe

sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a assistência à

saúde e a articulação interfederativa;

Considerando a Política Nacional a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas, de

2003;

Considerando a Portaria nº 336/GM/MS, de 19 de fevereiro de 2002, que regulamenta o

funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS);

Considerando a Portaria nº 816/GM/MS, de 30 de abril de 2002, que institui, no âmbito do SUS,

o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a Usuários de Álcool e outras Drogas;

Considerando as diretrizes previstas na Portaria nº 1.190/GM/MS, 4 de junho de 2009, que

institui Plano Emergencial de ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e

outras Drogas (PEAD);

Considerando a Portaria nº 4.279/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010, que estabelece diretrizes

para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do SUS;

Considerando a ?Portaria, nº 1.600/GM/MS, de 7 de julho de 2011, que reformula a Política

Nacional de Atenção às Urgências e

institui a Rede de Atenção às Urgências SUS;

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Considerando as recomendações contidas no Relatório Final da IV Conferência Nacional de

Saúde Mental Intersetorial, realizada em 2010;

Considerando a necessidade de que o SUS ofereça uma rede de serviços de saúde mental

integrada, articulada e efetiva nos diferentes pontos de atenção para atender as pessoas com

demandas decorrentes do consumo de álcool, crack e outras drogas; e

Considerando a necessidade de ampliar e diversificar os serviços do SUS para a atenção às

pessoas com necessidades decorrentes do consumo de álcool, crack e outras drogas e suas

famílias, resolve:

Art. 1º Fica instituída a Rede de Atenção Psicossocial, cuja finalidade é a criação, ampliação e

articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e

com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema

Único de Saúde (SUS).

Art. 2º Constituem-se diretrizes para o funcionamento da Rede de Atenção Psicossocial:

I - respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia e a liberdade das pessoas;

II - promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde;

III - combate a estigmas e preconceitos;

IV - garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência

multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;

V - atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas;

VI - diversificação das estratégias de cuidado;

VII - desenvolvimento de atividades no território, que favoreça a inclusão social com vistas à

promoção de autonomia e ao exercício da cidadania;

VIII - desenvolvimento de estratégias de Redução de Danos;

IX - ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle social dos

usuários e de seus familiares;

X - organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com estabelecimento de

ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado;

XI - promoção de estratégias de educação permanente; e

XII - desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com transtornos mentais e com

necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, tendo como eixo central a

construção do projeto terapêutico singular.

Art. 3º São objetivos gerais da Rede de Atenção Psicossocial:

I - ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral;

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II - promover o acesso das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do

uso de crack, álcool e outras e drogas e suas famílias aos pontos de atenção; e

III - garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território,

qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às

urgências.

Art. 4º São objetivos específicos da Rede de Atenção Psicossocial:

I - promover cuidados em saúde especialmente para grupos mais vulneráveis (criança,

adolescente, jovens, pessoas em situação de rua e populações indígenas);

II - prevenir o consumo e a dependência de crack, álcool e outras drogas;

III - reduzir danos provocados pelo consumo de crack, álcool e outras drogas;

IV - promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mental e com

necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas na sociedade, por meio do

acesso ao trabalho, renda e moradia solidária;

V - promover mecanismos de formação permanente aos profissionais de saúde;

VI - desenvolver ações intersetoriais de prevenção e redução de danos em parceria com

organizações governamentais e da sociedade civil;

VII - produzir e ofertar informações sobre direitos das pessoas, medidas de prevenção e cuidado

e os serviços disponíveis na rede;

VIII - regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Atenção

Psicossocial; e

IX - monitorar e avaliar a qualidade dos serviços por meio de indicadores de efetividade e

resolutividade da atenção.

Art. 5º A Rede de Atenção Psicossocial é constituída pelos seguintes componentes:

I - atenção básica em saúde, formada pelos seguintes pontos de atenção:

a) Unidade Básica de Saúde;

b) equipe de atenção básica para populações específicas:

1. Equipe de Consultório na Rua;

2. Equipe de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório;

c) Centros de Convivência;

II - atenção psicossocial especializada, formada pelos seguintes pontos de atenção:

a) Centros de Atenção Psicossocial, nas suas diferentes modalidades;

III - atenção de urgência e emergência, formada pelos seguintes pontos de atenção:

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a) SAMU 192;

b) Sala de Estabilização;

c) UPA 24 horas;

d) portas hospitalares de atenção à urgência/pronto socorro;

e) Unidades Básicas de Saúde, entre outros;

IV - atenção residencial de caráter transitório, formada pelos seguintes pontos de atenção:

a) Unidade de Recolhimento;

b) Serviços de Atenção em Regime Residencial;

V - atenção hospitalar, formada pelos seguintes pontos de atenção:

a) enfermaria especializada em Hospital Geral;

b) serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno

mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas;

VI - estratégias de desinstitucionalização, formada pelo seguinte ponto de atenção:

a) Serviços Residenciais Terapêuticos; e

VII - reabilitação psicossocial.

Art. 6º São pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção básica em saúde os

seguintes serviços:

I - Unidade Básica de Saúde: serviço de saúde constituído por equipe multiprofissional

responsável por um conjunto de ações de saúde, de âmbito individual e coletivo, que abrange a

promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a

reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver a

atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes

e condicionantes de saúde das coletividades;

II - Equipes de Atenção Básica para populações em situações específicas:

a) Equipe de Consultório na Rua: equipe constituída por profissionais que atuam de forma

itinerante, ofertando ações e cuidados de saúde para a população em situação de rua,

considerando suas diferentes necessidades de saúde, sendo responsabilidade dessa equipe, no

âmbito da Rede de Atenção Psicossocial, ofertar cuidados em saúde mental, para:

1. pessoas em situação de rua em geral;

2. pessoas com transtornos mentais;

3. usuários de crack, álcool e outras drogas, incluindo ações de redução de danos, em parceria

com equipes de outros pontos de atenção da rede de saúde, como Unidades Básicas de Saúde,

Centros de Atenção Psicossocial, Prontos-Socorros, entre outros;

b) equipe de apoio aos serviços do componente Atenção Residencial de Caráter Transitório:

oferece suporte clínico e apoio a esses pontos de atenção, coordenando o cuidado e prestando

serviços de atenção à saúde de forma longitudinal e articulada com os outros pontos de atenção

da rede; e

III - Centro de Convivência: é unidade pública, articulada às Redes de Atenção à Saúde, em

especial à Rede de Atenção Psicossocial, onde são oferecidos à população em geral espaços de

sociabilidade, produção e intervenção na cultura e na cidade.

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§ 1º A Unidade Básica de Saúde, de que trata o inciso I deste artigo, como ponto de atenção da

Rede de Atenção Psicossocial tem a responsabilidade de desenvolver ações de promoção de

saúde mental, prevenção e cuidado dos transtornos mentais, ações de redução de danos e

cuidado para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas,

compartilhadas, sempre que necessário, com os demais pontos da rede.

§ 2º O Núcleo de Apoio à Saúde da Família, vinculado à Unidade Básica de Saúde, de que trata

o inciso I deste artigo, é constituído por profissionais de saúde de diferentes áreas de

conhecimento, que atuam de maneira integrada, sendo responsável por apoiar as Equipes de

Saúde da Família, as Equipes de Atenção Básica para populações específicas e equipes da

academia da saúde, atuando diretamente no apoio matricial e, quando necessário, no cuidado

compartilhado junto às equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o Núcleo de Apoio à Saúde da

Família está vinculado, incluindo o suporte ao manejo de situações relacionadas ao sofrimento

ou transtorno mental e aos problemas relacionados ao uso de crack, álcool e outras drogas.

§ 3º Quando necessário, a Equipe de Consultório na Rua, de que trata a alínea "a" do inciso II

deste artigo, poderá utilizar as instalações das Unidades Básicas de Saúde do território.

§ 4º Os Centros de Convivência, de que trata o inciso III deste artigo, são estratégicos para a

inclusão social das pessoas com transtornos mentais e pessoas que fazem uso de crack, álcool e

outras drogas, por meio da construção de espaços de convívio e sustentação das diferenças na

comunidade e em variados espaços da cidade.

Art. 7º O ponto de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção psicossocial

especializada é o Centro de Atenção Psicossocial.

§ 1º O Centro de Atenção Psicossocial de que trata o caput deste artigo é constituído por equipe

multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar e realiza atendimento às pessoas com

transtornos mentais graves e persistentes e às pessoas com necessidades decorrentes do uso de

crack, álcool e outras drogas, em sua área territorial, em regime de tratamento intensivo, semi-

intensivo, e não intensivo.

§ 2º As atividades no Centro de Atenção Psicossocial são realizadas prioritariamente em

espaços coletivos (grupos, assembleias de usuários, reunião diária de equipe), de forma

articulada com os outros pontos de atenção da rede de saúde e das demais redes.

§ 3º O cuidado, no âmbito do Centro de Atenção Psicossocial,é desenvolvido por intermédio de

Projeto Terapêutico Individual, envolvendo em sua construção a equipe, o usuário e sua família,

e a ordenação do cuidado estará sob a responsabilidade do Centro de Atenção Psicossocial ou da

Atenção Básica, garantindo permanente processo de cogestão e acompanhamento longitudinal

do caso.

§ 4º Os Centros de Atenção Psicossocial estão organizados nas seguintes modalidades:

I - CAPS I: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e também com

necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas de todas as faixas etárias;

indicado para Municípios com população acima de vinte mil habitantes;

II - CAPS II: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, podendo também

atender pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, conforme

a organização da rede de saúde local, indicado para Municípios com população acima de setenta

mil habitantes;

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III - CAPS III: atende pessoas com transtornos mentais graves e persistentes. Proporciona

serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e

finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde

mental, inclusive CAPS Ad, indicado para Municípios ou regiões com população acima de

duzentos mil habitantes;

IV - CAPS AD: atende adultos ou crianças e adolescentes, considerando as normativas do

Estatuto da Criança e do Adolescente, com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e

outras drogas. Serviço de saúde mental aberto e de caráter comunitário, indicado para

Municípios ou regiões com população acima de setenta mil habitantes;

V - CAPS AD III: atende adultos ou crianças e adolescentes, considerando as normativas do

Estatuto da Criança e do Adolescente, com necessidades de cuidados clínicos contínuos.

Serviço com no máximo doze leitos leitos para observação e monitoramento, de funcionamento

24 horas, incluindo feriados e finais de semana; indicado para Municípios ou regiões com

população acima de duzentos mil habitantes; e

VI - CAPS I: atende crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes e os

que fazem uso de crack, álcool e outras drogas. Serviço aberto e de caráter comunitário indicado

para municípios ou regiões com população acima de cento e cinquenta mil habitantes.

Art. 8º São pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção de urgência e

emergência o SAMU 192, Sala de Estabilização, UPA 24 horas, as portas hospitalares de

atenção à urgência/pronto socorro, Unidades Básicas de Saúde, entre outros

§ 1º Os pontos de atenção de urgência e emergência são responsáveis, em seu âmbito de

atuação, pelo acolhimento, classificação de risco e cuidado nas situações de urgência e

emergência das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes

do uso de crack, álcool e outras drogas.

§ 2º Os pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção de urgência e

emergência deverão se articular com os

Centros de Atenção Psicossocial, os quais realizam o acolhimento e o cuidado das pessoas em

fase aguda do transtorno mental, seja ele decorrente ou não do uso de crack, álcool e outras

drogas, devendo nas situações que necessitem de internação ou de serviços residenciais de

caráter transitório, articular e coordenar o cuidado.

Art. 9º São pontos de atenção na Rede de Atenção Psicossocial na atenção residencial de caráter

transitório os seguintes serviços:

I - Unidade de Acolhimento: oferece cuidados contínuos de saúde, com funcionamento de vinte

e quatro horas, em ambiente residencial, para pessoas com necessidade decorrentes do uso de

crack, álcool e outras drogas, de ambos os sexos, que apresentem acentuada vulnerabilidade

social e/ou familiar e demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório

cujo tempo de permanência é de até seis meses; e

II - Serviços de Atenção em Regime Residencial, entre os quais Comunidades Terapêuticas:

serviço de saúde destinado a oferecer cuidados contínuos de saúde, de caráter residencial

transitório por até nove meses para adultos com necessidades clínicas estáveis decorrentes do

uso de crack, álcool e outras drogas.

§ 1º O acolhimento na Unidade de Acolhimento será definido exclusivamente pela equipe do

Centro de Atenção Psicossocial de referência que será responsável pela elaboração do projeto

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terapêutico singular do usuário, considerando a hierarquização do cuidado, priorizando a

atenção em serviços comunitários de saúde.

§ 2º As Unidades de Acolhimento estão organizadas nas seguintes modalidades:

I - Unidade de Acolhimento Adulto, destinados a pessoas que fazem uso do crack, álcool e

outras drogas, maiores de dezoito anos; e

II - Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil, destinadas a adolescentes e jovens (de doze até

dezoito anos completos).

§ 3º Os serviços de que trata o inciso II deste artigo funcionam de forma articulada com:

I - a atenção básica, que apoia e reforça o cuidado clínico geral dos seus usuários; e

II - o Centro de Atenção Psicossocial, que é responsável pela indicação do acolhimento, pelo

acompanhamento especializado durante este período, pelo planejamento da saída e pelo

seguimento do cuidado, bem como pela participação de forma ativa da articulação intersetorial

para promover a reinserção do usuário na comunidade.

Art. 10. São pontos de atenção na Rede de Atenção Psicossocial na atenção hospitalar os

seguintes serviços:

I - enfermaria especializada para atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com

necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, em Hospital Geral, oferece

tratamento hospitalar para casos graves relacionados aos transtornos mentais e ao uso de álcool,

crack e outras drogas, em especial de abstinências e intoxicações severas;

II - serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno

mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas oferece suporte

hospitalar, por meio de internações de curta duração, para usuários de álcool e/ou outras drogas,

em situações assistenciais que evidenciarem indicativos de ocorrência de comorbidades de

ordem clínica e/ou psíquica, sempre respeitadas as determinações da Lei nº 10.216, de 6 de abril

de 2001, e sempre acolhendo os pacientes em regime de curtíssima ou curta permanência.

Funciona em regime integral, durante vinte e quatro horas diárias, nos sete dias da semana, sem

interrupção da continuidade entre os turnos.

§ 1º O cuidado ofertado no âmbito da enfermaria especializada em Hospital Geral de que trata o

inciso I deste artigo deve estar articulado com o Projeto Terapêutico Individual desenvolvido

pelo serviço de referência do usuário e a internação deve ser de curta duração até a estabilidade

clínica.

§ 2º O acesso aos leitos na enfermaria especializada em Hospital Geral, de que trata o inciso I

deste artigo, deve ser regulado com base em critérios clínicos e de gestão por intermédio do

Centro de Atenção Psicossocial de referência e, no caso do usuário acessar a Rede por meio

deste ponto de atenção, deve ser providenciado sua vinculação e referência a um Centro de

Atenção Psicossocial, que assumirá o caso.

§ 3º A equipe que atua em enfermaria especializada em saúde mental de Hospital Geral, de que

trata o inciso I deste artigo, deve ter garantida composição multidisciplinar e modo de

funcionamento interdisciplinar.

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§ 4º No que se refere ao inciso II deste artigo, em nível local ou regional, compõe a rede

hospitalar de retaguarda aos usuários de álcool e outras drogas, observando o território, a lógica

da redução de danos e outras premissas e princípios do SUS.

Art. 11. São pontos de atenção na Rede de Atenção Psicossocial nas Estratégias de

Desinstitucionalização os Serviços Residenciais Terapêuticos, que são moradias inseridas na

comunidade, destinadas a acolher pessoas egressas de internação de longa permanência (dois

anos ou mais ininterruptos), egressas de hospitais psiquiátricos e hospitais de custódia, entre

outros.

§ 1º O componente Estratégias de Desinstitucionalização é constituído por iniciativas que visam

a garantir às pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack,

álcool e outras drogas, em situação de internação de longa permanência, o cuidado integral por

meio de estratégias substitutivas, na perspectiva da garantia de direitos com a promoção de

autonomia e o exercício de cidadania, buscando sua progressiva inclusão social.

§ 2º O hospital psiquiátrico pode ser acionado para o cuidado das pessoas com transtorno

mental nas regiões de saúde enquanto o processo de implantação e expansão da Rede de

Atenção Psicossocial ainda não se apresenta suficiente, devendo estas regiões de saúde priorizar

a expansão e qualificação dos pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial para dar

continuidade ao processo de substituição dos leitos em hospitais psiquiátricos.

§ 3º O Programa de Volta para Casa, enquanto estratégia de desinstitucionalização, é uma

política pública de inclusão social que visa contribuir e fortalecer o processo de

desinstitucionalização, instituída pela Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003, que provê auxílio

reabilitação para pessoas com transtorno mental egressas de internação de longa permanência.

Art. 12. O componente Reabilitação Psicossocial da Rede de Atenção Psicossocial é composto

por iniciativas de geração de trabalho e renda/empreendimentos solidários/cooperativas sociais.

§ 1º As ações de caráter intersetorial destinadas à reabilitação psicossocial, por meio da inclusão

produtiva, formação e qualificação para o trabalho de pessoas com transtorno mental ou com

necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas em iniciativas de geração de

trabalho e renda/empreendimentos solidários/ cooperativas sociais.

§ 2º As iniciativas de geração de trabalho e renda/empreendimentos solidários/cooperativas

sociais de que trata o § 1º deste artigo devem articular sistematicamente as redes de saúde e de

economia solidária com os recursos disponíveis no território para garantir a melhoria das

condições concretas de vida, ampliação da autonomia, contratualidade e inclusão social de

usuários da rede e seus familiares.

Art. 13. A operacionalização da implantação da Rede de Atenção Psicossocial se dará pela

execução de quatro fases:

I - Fase I - Desenho Regional da Rede de Atenção Psicossocial:

a) realização pelo Colegiado de Gestão Regional (CGR) e pelo Colegiado de Gestão da

Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (CGSES/DF), com o apoio da SES, de análise

da situação de saúde das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades

decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, com dados primários, incluindo dados

demográficos e epidemiológicos, dimensionamento da demanda assistencial, dimensionamento

da oferta assistencial e análise da situação da regulação, da avaliação e do controle, da

vigilância epidemiológica, do apoio diagnóstico, do transporte e da auditoria e do controle

externo, entre outros;

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b) pactuação do Desenho da Rede de Atenção Psicossocial no CGR e no CGSES/DF;

c) elaboração da proposta de Plano de Ação Regional, pactuado no CGR e no CGSES/DF, com

a programação da atenção à saúde das pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com

necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, incluindo as atribuições, as

responsabilidades e o aporte de recursos necessários pela União, pelo Estado, pelo Distrito

Federal e pelos Municípios envolvidos; na sequencia, serão elaborados os Planos de Ação

Municipais dos Municípios integrantes do CGR;

d) estímulo à instituição do Fórum Rede de Atenção Psicossocial que tem como finalidade a

construção de espaços coletivos plurais, heterogêneos e múltiplos para participação cidadã na

construção de um novo modelo de atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e

com necessidades decorrentes do uso de crack,álcool e outras drogas, mediante o

acompanhamento e contribuição na implementação da Rede de Atenção Psicossocial na Região;

II - Fase II - adesão e diagnóstico:

a) apresentação da Rede de Atenção Psicossocial no Estado, Distrito Federal e nos Municípios;

b) apresentação e análise da matriz diagnóstica, conforme o Anexo I a esta Portaria, na

Comissão Intergestores Bipartite (CIB), no CGSES/DF e no CGR;

c) homologação da região inicial de implementação da Rede de Atenção Psicossocial na CIB e

CGSES/DF;

d) instituição de Grupo Condutor Estadual da Rede de Atenção Psicossocial, formado pela SES,

Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e apoio institucional do

Ministério da Saúde, que terá como atribuições:

1. mobilizar os dirigentes políticos do SUS em cada fase;

2. apoiar a organização dos processos de trabalho voltados a implantação/implementação da

rede;

3. identificar e apoiar a solução de possíveis pontos críticos em cada fase;

4. monitorar e avaliar o processo de implantação/implementação da rede;

e) contratualização dos Pontos de Atenção;

f) qualificação dos componentes;

III - Fase 3 - Contratualização dos Pontos de Atenção:

a) elaboração do desenho da Rede de Atenção Psicossocial;

b) contratualização pela União, pelo Estado, pelo Distrito Federal ou pelo Município dos pontos

de atenção da Rede de Atenção Psicossocial observadas as responsabilidades definidas para

cada componente da Rede;

c) instituição do Grupo Condutor Municipal em cada Município que compõe o CGR, com apoio

institucional da SES;

IV - Fase 4 - Qualificação dos componentes:

a) realização das ações de atenção à saúde definidas para cada componente da Rede, previstas

nos arts. 6° ao 12 desta Portaria; e

b) cumprimento das metas relacionadas às ações de atenção à saúde, que deverão ser definidas

na matriz diagnóstica para cada componente da Rede serão acompanhadas de acordo com o

Plano de Ação Regional e dos Planos de Ações Municipais.

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Art. 14. Para operacionalização da Rede de Atenção Psicossocial cabe:

I - à União, por intermédio do Ministério da Saúde, o apoio à implementação, financiamento,

monitoramento e avaliação da Rede de Atenção Psicossocial em todo território nacional;

II - ao Estado, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, apoio à implementação, coordenação

do Grupo Condutor Estadual da Rede de Atenção Psicossocial, financiamento, contratualização

com os pontos de atenção à saúde sob sua gestão, monitoramento e avaliação da Rede de

Atenção Psicossocial no território estadual de forma regionalizada; e

III - ao Município, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, implementação, coordenação do

Grupo Condutor Municipal da Rede de Atenção Psicossocial, financiamento, contratualização

com os pontos de atenção à saúde sob sua gestão, monitoramento e avaliação da Rede De

Atenção Psicossocial no território municipal.

Art. 15. Os critérios definidos para implantação de cada componente e seu financiamento, por

parte da União, serão objetos de normas específicas a serem publicadas pelo Ministério da

Saúde.

Art. 16. Fica constituído Grupo de Trabalho Tripartite, coordenado pelo Ministério da Saúde, a

ser definido por Portaria específica, para acompanhar, monitorar, avaliar e se necessário, revisar

esta Portaria em até cento e oitenta dias.

Art. 17. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

ANEXO I

MATRIZ DIAGNÓSTICA DA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

MATRIZ DIAGNÓSTICA REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Região:

Município:

População:

COMPONENTE Ponto de Atenção Necessidade Existentes Déficit Parâmetro

I. Atenção Básica em

Saúde

Unidade Básica de

Saúde

Conforme

orientações da

Política Nacional

de Atenção

Básica, de 21 de

outubro2 0 11

Equipes de Atenção

Básica para

populações em

situações

específicas

Consultório na

Rua -Portaria que

define as

diretrizes de

organização e

funcionamento

das Equipes de

Consultório na

Rua

Equipe de apoio

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aos serviços do

componente

Atenção

Residencial de

CaráterTransitório

1- municípios com

3 ou mais CT: 1

equipe para cada 3

CTs.2 -

municípios com

menos de 3 CT

(menos de 80

pessoas): a

atenção

integralfica por

conta das equipes

de AB do

município.

Núcleo de Apoio à

Saúde da Família

Conforme

orientações da

Política Nacional

de Atenção Básica

- 2011

Centro de

Convivência

II. Atenção

Psicossocial

Especializada

Centro de Atenção Psicossocial

CAPS I

Municípios ou

regiões com pop.

acima de 20 mil

hab.

CAPS II

Municípios ou

regiões com pop.

acima de 70 mil

hab

CAPS III

Municípios ou

regiões com pop.

acima de 200 mil

hab

CAPS AD

Municípios ou

regiões com pop.

acima de 70 mil

hab

CAPS ADIII

Municípios ou

regiões com pop.

acima de 200 mil

hab

CAPS i

Municípios ou

regiões com pop.

acima de 150 mil

hab

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III. Atenção de

Urgência e

Emergência

UPA / SAMU Conforme

orientações da

Portaria da Rede

de Atenção às

Urgências, de 07

dejulho de 2011.

IV. Atenção

Residencial de

CaráterTransitório

UA ADULTO 1 UA (com 15

vagas) para cada

10 leitos de

enfermarias

especializadasem

hospital geral por

município.

UA INFANTO-

JUVENIL

Municípios com

mais de 100 mil

habitantes e com

mais de

2500crianças e

adolescentes em

potencial para uso

de drogas ilícitas

(UNODC,2 0 11 )

. Municípios com

2500 a 5000

crianças e

adolescentes em

potencial parauso

de drogas ilícitas:

1 Unidade.

Municípios com

mais de 5000

crianças e

adolescentes em

potencial parauso

de drogas ilícitas:

1 Unidade para

cada 5000

crianças e

adolescentes.

COMUNIDADE

TERAPÊUTCA

V. Atenção Hospitalar LEITOS 1 leito para cada

23 mil habitantes

Portaria nº

1.101/02 ENFERMARIA

ESPECIALIZADA

VI. Estratégias de

Desinstitucionalização

SRT

A depender do nº

de munícipes

longamente

internados

PVC

A depender do nº

de munícipes

longamente

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internados

VII. Reabilitação

Psicossocial

COOPERATIVAS

(*) Republicada por ter saído, no DOU nº 247, de 26-12-2011, Seção 1, págs. 230/232, com

incorreção no original.

(*) Republicada por ter saído, no DOU nº 251, de 30-12-2011, Seção 1, págs. 50/60, com

incorreção no original.

(*) Republicada por ter saído, no DOU nº 96, de 21.05.2013, Seção 1, págs. 37/38, com

incorreção no original.

ADVERTÊNCIA

Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial da União

Ministério da Saúde

Gabinete do Ministro

PORTARIA Nº 615, DE 15 DE ABRIL DE 2013

Dispõe sobre o incentivo financeiro de investimento para construção de Centro de Atenção

Psicossocial (CAPS) e Unidades de Acolhimento, em conformidade com a Rede de Atenção

Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental incluindo aquelas com

necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do Sistema Único de

Saúde (SUS).

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I

e II do parágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e

do Adolescente e dá outras providências;

Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a

promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços

correspondentes e dá outras providências.

Considerando a Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos

das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde

mental;

Considerando o Decreto nº 7.179, de 20 de maio de 2010, que institui o Plano Integrado de

Enfrentamento ao Crack e outras Drogas;

Considerando o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que dispõe sobre a organização do

Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação

interfederativa;

Considerando a Portaria nº 336/GM/MS, de 19 de fevereiro de 2002, que regulamenta o

funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS);

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Considerando a Política Nacional a Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas, de

2003; Considerando a Portaria nº 204/GM/MS, de 29 de janeiro de 2007, que regulamenta o

financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na

forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle;

Considerando a Portaria nº 3.088/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011, que institui a Rede de

Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com

necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas noâmbito do SUS,

especialmente o disposto nos arts. 14 e 15 que versam a respeito da competência da União, por

meio do Ministério da Saúde, de apoio à implementação, financiamento, monitoramento e

avaliação da Rede de Atenção Psicossocial em todo o território nacional;

Considerando a Portaria nº 130/GM/MS, de 26 de janeiro de 2012, que redefine o Centro de

Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas 24h (CAPS AD III) e os respectivos incentivos

financeiros; e

Considerando a Portaria nº 121/GM/MS, de 25 de janeiro de 2012, que institui a Unidade de

Acolhimento para pessoas com necessidades decorrentes do uso de Crack, Álcool e Outras

Drogas (Unidade de Acolhimento), no componente de atenção residencial de caráter transitório

da Rede de Atenção Psicossocial, resolve:

Art. 1º Fica instituído incentivo financeiro de investimento para construção de Centro de

Atenção Psicossocial (CAPS) e Unidades de Acolhimento, em conformidade com a Rede de

Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades

decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas noâmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 2º O incentivo financeiro de investimento de que trata esta Portaria se destina à construção

de CAPS e Unidades de Acolhimento no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios,

como pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial.

§ 1º O CAPS é o ponto de atenção da Rede de Atenção Psicossocial na atenção psicossocial

especializada.

§ 2º A Unidade de Acolhimento é um dos pontos de atenção da Rede de Atenção Psicossocial

na atenção residencial de caráter transitório.

Art. 3º Os estabelecimentos de saúde construídos com recursos financeiros oriundos do

incentivo de que trata esta Portaria serão identificados de acordo com os padrões visuais da

Portaria nº 2.838/GM/MS, de 1º de dezembro de 2011, que institui a programação visual

padronizada das Unidades de Saúde do SUS.

Art. 4º O incentivo financeiro de investimento para construção se destina à construção dos

seguintes tipos de estabelecimentos:

I - Centro de Atenção Psicossocial I (CAPS I);

II - Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II);

III - Centro de Atenção Psicossocial i (CAPS i);

IV - Centro de Atenção Psicossocial AD (CAPS AD);

V - Centro de Atenção Psicossocial AD III (CAPS AD III);

VI - Centro de Atenção Psicossocial III (CAPS III);

VII - Unidade de Acolhimento Adulto;

VIII - Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil.

Parágrafo único. Os estabelecimentos de saúde contarão, no mínimo, com área física e

distribuição de ambientes estabelecidos para o respectivo tipo, conforme regras e diretrizes

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técnicas fixadas pelo Ministério da Saúde, cujo acesso encontra-se disponível no sítio eletrônico

http://www.saude.gov.br/mental.

Art. 5º O valor dos incentivos financeiros a ser destinado pelo Ministério da Saúde para o

financiamento da construção dos CAPS e das Unidades de Acolhimento varia de acordo com

cada tipo de estabelecimento descrito no art. 4 º, nos seguintes termos:

I - CAPS I, II, i e AD: R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais);

II - CAPS AD III: R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais);

III - CAPS III: R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais);

IV - Unidade de Acolhimento Adulto: R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais); e

V - Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil: R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).

§ 1º Caso o custo final da construção seja superior ao incentivo financeiro repassado pelo

Ministério da Saúde, a respectiva diferença de valores deverá ser custeada por conta do ente

federativo proponente, conforme pactuação na Comissão Intergestores Bipartite (CIB).

§ 2º Caso o custo final da construção seja inferior ao incentivo financeiro repassado pelo

Ministério da Saúde, a respectiva diferença de valores poderá ser utilizada pelo proponente para

despesas de investimento no mesmo estabelecimento de saúde construído.

Art. 6º Para pleitear habilitação ao financiamento previsto nesta Portaria, o Estado, Distrito

Federal ou Município deverá cadastrar sua proposta perante o Ministério da Saúde por meio do

sítio eletrônico http://www.fns.saude.gov.br, incluindo-se os seguintes documentos e

informações:

I - localização do estabelecimento a ser construído, com endereço completo;

II - indicação da localização georreferenciada do terreno para a obra;

III - certidão de registro emitida pelo cartório de registro de imóveis competente ou,

alternativamente, termo de doação de forma irretratável e irrevogável por, no mínimo, 20 (vinte)

anos ao Estado, Município ou Distrito Federal conforme documentação exigida em lei como

hábil à prova de propriedade e ocupação regular do imóvel ou, ainda, mediante declaração

comprobatória da condição de terreno público;

IV - fotografia do terreno;

V - justificativa técnica que demonstre a relevância da implantação da nova unidade de saúde;

VI - termo de compromisso, assinado pelo gestor local, em que assume a obrigação de cumprir

os requisitos de habilitação do CAPS e da Unidade de Acolhimento a ser construída e de

solicitar a habilitação do novo serviço em até 90 (noventa) dias após a conclusão da obra,

conforme Portarias nº 3.089/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011, nº 121/GM/MS, de 25 de

janeiro de 2012, e nº 130/GM/MS, de 26 de janeiro de 2012, sob pena de não obter novos

financiamentos do Ministério da Saúde no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial; e

VII - no caso de construção de Unidade de Acolhimento, indicação na justificativa técnica de

que trata o inciso V do "caput" do CAPS habilitado que será referência para a nova Unidade.

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§ 1º O período para cadastro de propostas será divulgado no sítio eletrônico do Ministério da

Saúde por meio do sítio eletrônico http:// www. fns. saude. gov. br.

§ 2º O terreno em que o novo estabelecimento será construído deverá ter metragem mínima

conforme descrito no Anexo.

§ 3º Os Estados, Distrito Federal e Municípios que tiverem CAPS e UA construídas com

recursos financeiros previstos no art. 5º poderão utilizá-los para substituir os CAPS e UA

atualmente em funcionamento até a data de publicação desta Portaria.

Art. 7º O Ministério da Saúde priorizará as propostas cadastradas levando em consideração os

seguintes critérios:

I - adesão ao Programa "Crack, é possível Vencer", cujas regras e diretrizes encontram-se

disponíveis no sítio eletrônico http:// www. brasil. gov. br/ crackepossivelvencer/ home;

II - apresentação de propostas para construção de CAPS III e CAPS AD III;

III - Municípios situados em Estados com Grupo Condutor Estadual da Rede de Atenção

Psicossocial instituído e Plano de Ação da Rede de Atenção Psicossocial homologado na

respectiva Comissão Intergestores Bipartite (CIB);

IV - realização de processo de desinstitucionalização de pessoas internadas em hospitais

psiquiátricos do SUS;

V - oferta de vagas de residência médica em psiquiatria e vagas de residência multiprofissional

em saúde mental com campo de estágio nos serviços da Rede de Atenção Psicossocial;

VI - maior concentração de população em situação de extrema pobreza, conforme informações

da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e

VII - baixa cobertura de CAPS, conforme o Indicador de Cobertura CAPS/100.000 habitantes

fixado anualmente e por unidade federativa.

Art. 8º Após análise e aprovação das propostas, o Ministério da Saúde editará portaria específica

de habilitação do ente federativo contemplado para o recebimento do financiamento previsto

nesta Portaria.

Art. 9º Uma vez publicada a portaria de habilitação de que trata o art. 8º , o repasse dos

incentivos financeiros para investimento de que trata esta Portaria será realizado pelo Fundo

Nacional de Saúde ao fundo de saúde do ente federativo beneficiário, nos seguintes termos:

I - primeira parcela, equivalente a 20% (vinte por cento) do valor total aprovado, após a

publicação da portaria específica de habilitação;

II - segunda parcela, equivalente a 60% (sessenta por cento) do valor total aprovado, mediante a

inserção no Sistema de Monitoramento de Obras do Ministério da Saúde (SISMOB):

a) da respectiva ordem de início do serviço, assinada por profissional habilitado pelo Conselho

Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) ou Conselho de Arquitetura e

Urbanismo (CAU), ratificada pelo gestor local;

b) das fotos correspondentes às etapas de execução da obra; e

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c) das demais informações requeridas pelo SISMOB; e

III - terceira parcela, equivalente a 20% (vinte por cento) do valor total aprovado, após a

conclusão da edificação da unidade e a inserção no SISMOB:

a) do respectivo atestado de conclusão da edificação da unidade, assinado por profissional

habilitado pelo CREA ou CAU, ratificado pelo gestor local;

b) das fotos correspondentes às etapas de execução da obra e à conclusão da obra; e

c) das demais informações requeridas pelo SISMOB.

§ 1º O repasse da segunda e terceiras parcelas de que tratam os incisos II e III do "caput" apenas

ocorrerá após aprovação pelo

Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS), das informações e

documentos inseridos no SISMOB pelo ente federativo beneficiário.

§ 2º O SISMOB encontra-se disponível para acesso por meio do sítio eletrônico

http://dab.saude.gov.br/sistemas/sismob/.

§ 3º O proponente poderá solicitar à SAS/MS a alteração do local de construção do novo

estabelecimento de saúde, desde que o pedido seja efetuado antes da emissão da ordem de início

de serviço da obra e que sejam enviados àquele órgão, ainda, os seguintes documentos e

informações:

I - novos dados de localização do estabelecimento de saúde a ser construído, para verificação de

enquadramento aos critérios utilizados para a seleção de propostas; e

II - certidão de registro emitida pelo cartório de registro de imóveis competente ou,

alternativamente, termo de doação de forma irretratável e irrevogável por, no mínimo, 20 (vinte)

anos ao Município ou Distrito Federal conforme documentação exigida em lei como hábil à

prova de propriedade e ocupação regular do imóvel da nova localização ou, ainda, mediante

declaração comprobatória da condição de terreno público.

Art. 10. Os entes federativos que forem contemplados com financiamento previsto nos termos

desta Portaria ficam sujeitos ao cumprimento dos seguintes prazos para execução e conclusão

das obras e efetivo início de funcionamento das unidades:

I - 9 (nove) meses, a contar da data do pagamento da primeira parcela do incentivo financeiro no

respectivo fundo de saúde, para a emissão da Ordem de Início de Serviço e sua inserção no

Sistema de Monitoramento de Obras (SISMOB), cujo acesso encontra- se disponível por meio

do sítio eletrônico http://dab.saude.gov.br/sistemas/sismob/;

II - 18 (dezoito) meses, a contar da data do pagamento da primeira parcela do incentivo

financeiro no respectivo fundo de saúde, para emissão do Atestado de Conclusão de Edificação

da Unidade e sua inserção no SISMOB; e

III - 90 (noventa) dias, após a inserção do Atestado de Conclusão de Edificação da Unidade no

SISMOB, para início do funcionamento da unidade.

Parágrafo único. O cumprimento dos prazos de que tratam os incisos I e II do "caput" independe

do recebimento das parcelas do incentivo financeiro previstas no art. 9º .

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Art. 11. Os Estados, Distrito Federal e Municípios são responsáveis pela contínua atualização

das informações no SISMOB no mínimo uma vez a cada 60 (sessenta) dias, responsabilizando-

se, ainda, pela veracidade e qualidade dos dados fornecidos, quais sejam:

I - informações relativas ao estabelecimento, ao imóvel, ao projeto e à contratação;

II - informações relativas à execução física da obra, incluindo- se fotos; e

III - informações relativas à conclusão da obra, incluindo-se fotos.

Parágrafo único. Na hipótese de inexistência de modificação das informações descritas neste

artigo até 60 (sessenta) dias após aúltima inserção de dados, o ente federativo ainda assim fica

obrigado a acessar o SISMOB para registro dessa atividade pelo próprio sistema informatizado.

Art. 12. Caso o SISMOB não seja acessado e atualizado pelo menos uma vez durante um

período de 60 (sessenta) dias consecutivos pelo ente federativo beneficiário, a SAS/MS

providenciará a suspensão do repasse ao ente federativo de recursos financeiros doâmbito da

Rede de Atenção Psicossocial.

Parágrafo único. Regularizada a causa que ensejou a suspensão do repasse de recursos

financeiros de que trata o "caput", o Fundo Nacional de Saúde providenciará a regularização das

transferências dos recursos.

Art. 13. Na hipótese de descumprimento dos prazos definidos nos incisos I e II do art. 10, o ente

federativo beneficiário estará sujeito:

I - à devolução imediata dos recursos financeiros repassados, acrescidos da correção monetária

prevista em lei, mas apenas em relação aos recursos que foram repassados pelo Fundo Nacional

de Saúde para o respectivo fundo de saúde e não executados no âmbito do programa; e

II - ao regramento disposto na Lei Complementar nº 141, de 3 de janeiro de 2012, e no Decreto

nº 7.827, de 16 de outubro de 2012, em relação aos recursos financeiros que foram repassados

pelo Fundo Nacional de Saúde para o respectivo fundo de saúde e executados parcial ou

totalmente em objeto diverso ao originalmente pactuado.

Art. 14. O monitoramento de que trata esta Portaria não dispensa o ente federativo beneficiário

de comprovação da aplicação dos recursos financeiros percebidos por meio do Relatório Anual

de Gestão (RAG).

Art. 15. Com o término da construção do CAPS e/ou Unidade de Acolhimento, o ente

federativo beneficiário assumirá a manutenção preventiva do referido estabelecimento de saúde

pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos como condição para continuar na Rede de Atenção

Psicossocial e, depois desse prazo, para receber eventuais novos recursos financeiros.

Art. 16. Como condição para receber eventuais novos recursos financeiros no âmbito da Rede

de Atenção Psicossocial, o Estado, Distrito Federal ou Município informará o início,

andamento, conclusão e posteriores manutenções preventivas da obra, incluindose dados

referentes ao projeto, contratação, localização geográfica, fotos anterior ao inicio da obra, fotos

correspondentes às etapas de execução da obra e demais informações requeridas pelo SISMOB.

Art. 17. Os recursos financeiros para a execução das atividades de que tratam esta Portaria são

oriundos do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar o Programa de Trabalho

10.302.2015.8535 - Estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde.

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Art. 18. A construção dos novos CAPS e Unidades de Acolhimento http:///deverá atender as

regras e diretrizes técnicas fixadas pelo Ministério da Saúde, cujo acesso encontra-se disponível

no sítio eletrônico http://www.saude.gov.br/mental, sem prejuízo de outras regras previstas na

legislação vigente.

Art. 19. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA

ANEXO

Centro de Atenção Psicossocial - CAPS

Nome

resumido

ambiente

Quant. Mínima

obrigatória

Área unit. mínima

(aproximada) obrigatória

(m²)

Área

total

(m²)

CA

PS

A

DII

I

CA

PS

III

CA

PS

II

CA

PS

I

CA

PS

A

D

CA

PS

i

CA

PS

A

DII

I

CA

PS

III

CA

PS

II

CA

PS

I

CA

PS

A

D

CA

PS

i

CA

PS

A

DII

I

CA

PS

III

CA

PS

II

CA

PS

I

CA

PS

AD

CA

PS

i

Recepção

(Espaço de

Acolhiment

o)

1 1 1 1 1 1 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30

Sala de

atendimento

individualiz

ado

3 3 3 3 3 3 9 9 9 9 9 9 27 27 27 27 27 27

Sala de

atividades

coletivas

2 2 2 2 2 2 24 24 24 24 24 24 48 48 48 48 48 48

Espaço de

convivência

(Áreade

estar para

paciente

interno,aco

mpanhante

de paciente

evisitante)

1 1 1 1 1 1 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65 65

Banheiro

adaptado 2 2 2 2 2 2 4,8 4,8 4,8 4,8 4,8 4,8 9,6 9,6 9,6 9,6 9,6 9,6

Sala de

aplicação de

medicament

os (Sala de

Medicação)

1 1 1 1 1 1 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5

Posto de 1 1 1 1 1 1 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6

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enfermagem

Quarto

coletivo com

acomodaçõe

s individuais

(para

Acolhiment

o Noturno

com 02

camas)

4 4 1 1 1 1 9 9 9 9 9 9 36 36 9 9 9 9

Quarto

Coletivo

(para

Acolhiment

o Noturno

com 02

leitos)

1 0 0 0 0 0 14 0 0 0 0 0 14 0 0 0 0 0

Banheiro

anexo aos

quartos

deacolhimen

to

5 4 1 1 1 1 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 3,6 18 14,

4

3,6 3,6 3,6 3,6

Quarto de

Plantão

(Sala

deRepouso

Profissional)

1 1 0 0 0 0 9 9 0 0 0 0 9 9 0 0 0 0

Sala

Administrat

iva

1 1 1 1 1 1 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22 22

Sala de

Reunião 1 1 1 1 1 1 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20

Almoxarifa

do 1 1 1 1 1 1 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5

Arquivo

(Sala para

Arquivos)

1 1 1 1 1 1 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5

Refeitório 1 1 1 1 1 1 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60 60

Copa

(cozinha) 1 1 1 1 1 1 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16 16

Banheiro

com

vestiário

parafuncion

ários

2 2 2 2 2 2 12 12 12 12 12 12 24 24 24 24 24 24

Depósito de

material de

limpeza

(DML)

1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

Rouparia 1 1 1 1 1 1 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4

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Abrigo de

recipientes

de resíduos (

lixo )

1 1 1 1 1 1 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4

ÁREA

TOTAL

(INTERNA

DOS

AMBIENT

ES)

42

9,6

41

2

365

,2

365

,2

365

,2

365

,2

ÁREA

TOTAL +

ÁREA

DECIRCUL

AÇÃO

(20%

ÁREATO

TA L )

51

6

49

4,4

438

,24

438

,2

438

,24

438

,24

Área

externa de

convivência

1 1 1 1 1 1 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75 75

Área

externa

para

embarque

edesembarq

ue de

ambulância

1 1 1 1 1 1 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21 21

Abrigo

externo de

resíduos

sólidos

1 1 1 1 1 1 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4

ÁREA

TOTAL

(INTERNA

+EXTERN

A)

6

11

, 5

59

0,4

534

,24

534

,24

534

,24

534

,24

UNIDADE DE ACOLHIMENTO - UA

Nome resumido ambiente Quant.

Mínima

obrigatória

Área unit. mínima

(aproximada)

obrigatória (m²)

Área total

(m²)

Sala de acolhimento de residentes,

familiares e visitantes (Espaço para

atividades, reuniões e visita)

1 36 36

Quarto coletivo com acomodações

individuais e espaço para guarda de

roupas (04 Quartos de Acolhimento

Noturno - com 04 camas cada um)

4 18 72

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Banheiros com chuveiros, adaptado

para pessoa com deficiência 2 4,8 9,6

Sala Administrativa (Escritório) 1 9 9

Sala de TV 1 30 30

Almoxarifado 1 3 3

Refeitório 1 18 18

Cozinha 1 16 16

Banheiro (vestiário) para funcionários 2 12 24

Lavanderia 1 7 7

Abrigo externo de resíduos sólidos 1 4 4

ÁREA TOTAL (INTERNA DOS

AMBIENTES)

228,6

ÁREA TOTAL + ÁREA DE

CIRCULAÇÃO (20% ÁREA TOTAL)

274,32

Área externa de convivência 1 24 24

Área externa para embarque e

desembarque de ambulância 1 21 21

ÁREA TOTAL (INTERNA +

EXTERNA)

319,32