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Escola superior de Educação de Beja 4 3º Ano Animação Sociocultural Animação Socioeducativa 1º Semestre 2012/2013 Docente: Maria José do Rosário. Discente: Daniela Fernandes.

Portefólio Daniela

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3º Ano Animação Sociocultural

Animação Socioeducativa

1º Semestre 2012/2013

Docente: Maria José do Rosário.

Discente: Daniela Fernandes.

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Índice Evolução I

Introdução………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….Pág.5

Portfólio……………………………………………………………………………………………………………………….…………………………………………………………………….Pág.7

Evolução II

Animação Sociocultural…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..Pág.10

Estatuto do Animador…………………………………………………………………………………………………………….………………………………………………………..Pág.13

Animação Socioeducativa…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………Pág.23

Relação entre animação sociocultural e animação socioeducativa……………………………………………………………………………………………………Pág.26

Reflexão Critica……………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………………..Pág.27

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Evolução III

Aulas…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………Pág.29

Fichas……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..Pág.44

Relatórios Individuais……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….Pág.72

Pesquisas Individuais……………………………………………………………………………….……………………………………………………………………………………..Pág.100

Reflexão Critica……………………………………………………………………………………………………….……………………………………………………………………..Pág.124

Evolução IV

Webgrafia……………………………………………………………………………………………………………………………………………….………………………………………Pág.126

Apêndices……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..Pág.127

Anexos………………………………………………………………………………………………………………………………………………..………………………………………….Pág.130

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Evolução I

Introdução

Portfólio

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Introdução O Presente Portfólio insere-se no âmbito da Unidade Curricular de Animação Socioeducativa leccionada no curso de Animação

Sociocultural da Escola Superior de Beja e ministrado pela Docente Maria José do Rosário e tem como objectivo organizar as matérias

leccionadas pela mesma. A Animação Sociocultural tem um enorme leque de conceitos relacionados, o que permite ao animador uma vasta

informação e relação de ideias.

Tem como objectivo principal definir animação sociocultural no âmbito educativo, deste modo é importante fazer a relação existente

entre estes salientando a importância que tem para a construção do futuro. Com este trabalho quero também demonstrar a importância da

mediação na animação sociocultural, e mostrar com este portfólio as fichas realizadas em sala de aula, com as quais adquirimos conhecimentos

fundamentais para o desenvolvimento desta unidade curricular.

No decorrer da unidade curricular tive a oportunidade de assistir a testemunhos importantes no contexto do curso, e ainda de ter o

privilégio de ir visitar a biblioteca municipal e o museu rainha dona Leonor.

Este portfólio mostra assim a importância dos conteúdos leccionados nesta unidade curricular, bem como alguns dos temas mais

relevantes para o desenvolvimento de competências fundamentais para o meu crescimento enquanto profissional. Um trabalho deste cariz, é

essencial para organizar as metodologias de trabalho e os conceitos que devemos tratar enquanto animadores.

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O nome que resolvi dar ao meu portfólio é “evolução” por mim atribuído, este nome surgiu devido a uma conversa de café onde o

assunto era a evolução do homem, exactamente por este assunto pensei em fazer o portfólio com este tema, pois ao longo do semestre todos

nós fomos evoluindo e adquirindo novos conhecimentos, dai a minha primeira página conter a evolução I com a fotografia de um bebé, pois é

nessa fase que começamos a obter conhecimentos para o nosso desenvolvimento enquanto seres humanos. A última acaba com a evolução

completa para mostrar que ao longo de todo o trabalho fui evoluindo a nível académico e pessoal.

Este portfólio é pessoal e este organizado de acordo com o meu ponto de vista em relação a toda a matéria dada, sendo um

instrumento de aprendizagem e de evolução.

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Portfólio

O que é um portfólio?

Um portfólio é designado como um suporte físico, normalmente este é um dossier, aqui podemos inserir documentos como: trabalhos

escritos, relatórios, fichas de trabalho, que foram realizados ao longo do ano lectivo, no âmbito de uma disciplina. Os trabalhos devem reflectir

o percurso que foi sendo desenvolvido ao longo do tempo e devem ser seleccionados de forma a patentear aprendizagens. Este pode ser uma

construção contínua, progressiva e dinâmica, logo este pode ser melhorado, alterado ou aumentado.

O portefólio, tem algumas vantagens quando realizado, sendo elas:

Os alunos reflectirem sobre a sua aprendizagem e avaliá-lo com o docente;

Quem realizou este, pode vir um dia a propor a realizarem este tipo de trabalho, uma vez que este é uma forma dinâmica e voltada

para uma abordagem formativa;

Fornecimento de Feedback entre os alunos e o professor;

Os alunos melhoram a forma de redigir textos e a comunicação através da narração de experiências e realizações;

Os alunos aprendem a rever os seus trabalhos de maneira organizada;

Os alunos aprendem a envolver-se activamente na elaboração dos portfólios.

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Para que serve? Este é um elemento de avaliação no progresso dos alunos. O portefólio dá oportunidade aos alunos para reflectirem e perceberem tudo

aquilo que foi feito, ao longo do ano lectivo, as dificuldades sentidas, as áreas de mais interesse para eles, como é que os alunos reconhecem o

seu próprio trabalho, ou seja, avaliando o seu trabalho e desempenho ao longo da sua trajectória do desenvolvimento profissional.

O que deve conter? Deve conter diversos tipos de trabalhos, feitos tanto em aula como fora dela. Estes podem reflectir o desenvolvimento de tarefas ou a

versão final das mesmas. Deve conter também os registos das várias etapas para o trabalho do projecto. Todos os trabalhos inseridos devem

ser acompanhados de um comentário onde o aluno deve justificar a sua escolha. Algumas das perguntas a que os comentários podem

responder podem ser:

- De que modo a tarefa ajudou o aluno a aprender alguma coisa?

- O que aprendeu a partir desta tarefa?

- Teria feito algo diferente se tivesse tido mais tempo? Como vê a qualidade do trabalho realizado?

Como se organiza? Tem que ter índice, introdução, conteúdos/trabalhos e comentários do professor.

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Evolução II

Animação Sociocultural

Estatuto do Animador

Animação Socioeducativa

Relação entre animação sociocultural e

animação socioeducativa

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Reflexão Critica

Animação Sociocultural A animação Sociocultural tem um papel importante, pois vai ao encontro das realidades sociais, adaptando-se concretamente a cada

uma delas.

Deste modo o animador desempenha um papel dinâmico junto das populações onde intervém, participando nas actividades e

projectos de forma directa, sendo também considerado um agente de mudança que leva a cabo um conjunto de acções que

contribuem para a autonomia (cultural, psicológica, social, afectiva, politica) da população alvo.

“O animador sociocultural é todo aquele que sendo possuidor de uma formação, é capaz de elaborar e/ou executar um plano de

intervenção uma comunidade, instituição ou organismo, utilizando técnicas culturais, sociais, desportivas, recreativas e lúdicas”.1

O conceito de Animação Sociocultural é bastante complexo, pois existe uma vasta quantidade de definições que têm vindo a ser

apresentadas ao longo do tempo.

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O conceito que mais se enquadra na minha forma de encarar a Animação Sociocultural, é o conceito apresentado no livro “Animação

Sociocultural – Teorias, Programas e Âmbitos” de Jaume Trilla que apresenta Animação Sociocultural como:

“O conjunto de acções realizadas por indivíduos, grupos ou instituições numa comunidade (ou num sector da mesma) e dentro do

âmbito de um território concreto, com o objectivo principal de promover nos seus membros uma atitude de participação activa no processo do

seu próprio desenvolvimento quer social quer cultural” – Trilla, (1997:26) 2

Definir Animação Sociocultural é uma tarefa bastante complexa, como referi acima, principalmente se ficarmos fixados apenas a uma

definição, vou por isso apresentar mais alguns conceitos, para fundamentar a minha ideia.

João Marrana (pág,4) refere diferentes definições de Animação avançadas por diferentes instituições, o autor considera que para a

UNESCO, Animação Sociocultural “distingue-se menos pelas suas actividades especificas que pela maneira de as praticar. A diversidade dos

“suportes” de Animação é, na verdade, extraordinária: museus, serviços sociais, emissões de rádio ou tv, urbanização, teatro, protecção do

meio ambiente, lares juvenis, bibliotecas, etc…”

Para Ander-Egg “a Animação Sociocultural é um conjunto de técnicas sociais que se baseiam na pedagogia participativa. Tem como

finalidade promover práticas voluntárias, para que, com a participação activa das pessoas, se atinjam objectivos comuns e a consequente

melhoria da sua qualidade de vida

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Para Pilar Crespo, “o distintivo de animação sociocultural não é o que faz senão como o faz, e a sua tarefa é situar-se no centro da

realidade e mobilizar as energias da comunidade, de forma que de espectador passivo se converta em protagonista. Daí que as palavras-chave

da Animação sejam: Animar, Mover e Suscitar.”

Pelas palavras de diferentes autores posso concluir que o animador deve agir não em função de si mesmo, mas sim em função dos

outros e das suas necessidades, devido a este motivo a animação é um processo multidimensional que envolve toda a comunidade, quebrando

barreiras e estereótipos, promovendo assim o bem-estar físico e psicológico da população alvo onde vai intervir. Posto isto, a Animação

Sociocultural é uma das mais importantes metodologias de intervenção social.

Animação Sociocultural é um acto de educação permanente, um acto de educar ao longo da vida.” – (Lopes 2008:148).

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Estatuto do Animador A Animação Sociocultural é o conjunto de práticas desenvolvidas a partir do conhecimento de uma determinada realidade, que visa

estimular os indivíduos, para a sua participação com vista a tornarem-se agentes do seu próprio processo de desenvolvimento e das

comunidades em que se inserem. A Animação Sociocultural é um instrumento decisivo para um desenvolvimento multidisciplinar integrado

dos indivíduos e dos grupos.

O animador sociocultural é aquele que, sendo possuidor de uma formação adequada, é capaz de elaborar e executar um plano de

intervenção, numa comunidade, instituição ou organismo, utilizando técnicas culturais, sociais, educativas, desportivas, recreativas e lúdicas.

O presente Estatuto do Animador Sociocultural foi ratificado por aclamação no I Congresso Nacional de Animação Sociocultural,

subordinado ao tema da Profissão e Profissionalização dos Animadores, que se realizou nos dias 18, 19 e 20 de Novembro de 2010, no Centro

Cultural e de Congressos da cidade de Aveiro, após ter sido aprovado por unanimidade na Assembleia geral da APDASC – Associação

Portuguesa para o Desenvolvimento da Animação SócioCultural, realizada nos dois primeiros dias do Congresso.

CAPÍTULO I

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OBJETO, ÂMBITO, NATUREZA, OBJETIVOS E ESTRUTURA DA CARREIRA

Artigo 1º

Objecto

1. O presente diploma estabelece o Estatuto do Animador Sociocultural, nomeadamente no âmbito das carreiras da administração central,

regional, local, do 3.º sector e empresas privadas.

Artigo 2º

Âmbito

1. O presente diploma aplica-se em Portugal continental e às respectivas Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, a todos os Animadores

Socioculturais que, independentemente do vínculo contratual, desenvolvam a sua actividade na administração central, regional, local, do 3.º

sector ou em empresas privadas.

2/7

Artigo 3º

Natureza e Objectivos

1. A carreira dos Animadores Socioculturais enquadra todas as pessoas que tenham em sua posse o respectivo certificado ou diploma em

Animação Sociocultural, Animação e Intervenção

Sociocultural, Animação Educativa e Sociocultural, Animação Cultural, Animação

Socioeducativa, Animação Cultural e Educação Comunitária, Animador Sociocultural,

Animador Sociocultural/Técnico de geriatria, Animador Sociocultural/Assistente familiar, Animador Sociocultural/Desporto, Técnico de

Animação Sociocultural, Animador Social, Animador Social/Assistente de Geriatria, Animador Social/Assistente Familiar, Animador

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Social/Organização e apoio nas áreas sociais, Animador Social/Organização e planeamento, e Animador Social/Técnico de desenvolvimento,

obtido através de curso superior, pós-secundário ou secundário legalmente reconhecido pelo Ministério da Educação ou Ministério da Ciência,

Tecnologia e Ensino Superior, e que exerçam a sua actividade no território nacional, independentemente do regime em que esta é

desenvolvida.

2. No desenvolvimento das suas funções, o Animador Sociocultural, a tua em conformidade com as metodologias da Animação

Sociocultural, e dentro dos respectivos conteúdos funcionais inerentes às categorias profissionais.

Artigo 4º

Estrutura e Acesso às Carreiras Profissionais

1. O presente Estatuto define dois tipos de Animadores Socioculturais:

a) Técnico Superior em Animação Sociocultural

b) Assistente Técnico em Animação Sociocultural

2. Considera-se Técnico Superior em Animação Sociocultural aquele que tenha a titularidade oficialmente reconhecida e correspondente à

licenciatura em Animação Sociocultural, Animação e Intervenção Sociocultural, Animação Educativa e Sociocultural, Animação Cultural,

Animação Socioeducativa, Animação Cultural e Educação Comunitária. Qualquer outro diploma, ainda que de habilitações idênticas ou

superiores à licenciatura, não possibilita o acesso a esta Carreira.

3. A carreira do Técnico Superior em Animação Sociocultural que desenvolva a sua actividade profissional no âmbito da função pública,

enquadra-se nas carreiras gerais da função pública de Técnico Superior (cf. Art.º 49, Lei N.º 12-A/2008, DR 1.ª Série - N.º 41 – 27 Fevereiro).

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4. A carreira do Técnico Superior em Animação Sociocultural que desenvolva a sua actividade profissional no âmbito das Instituições

Particulares de Solidariedade Social (IPSS), enquadra-se

3/7 na carreira de Técnico Superior de Animação Sociocultural de 1.ª (nível III), Técnico

Superior de Animação Sociocultural de 2.ª (nível IV), Técnico Superior de Animação

Sociocultural de 3.ª (nível V), (cf. Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 34 de 15 de Setembro de 2010).

5. A carreira do Técnico Superior em Animação Sociocultural que desenvolva a sua actividade profissional no âmbito das Misericórdias,

enquadra-se na carreira de Animador Sociocultural,

Animador Cultural ou Animador Familiar, níveis V (Grau I), IV (Grau II) e III (Grau

Principal), (Cf. Boletim do Trabalho e Emprego, 1.ª série n.º 47, de 22 de Dezembro de 2001).

6. Considera-se Assistente Técnico em Animação Sociocultural aquele que tenha em sua posse o respectivo certificado ou diploma

oficialmente reconhecido e correspondente à conclusão do 12.º ano, ou habilitação equivalente, em Curso de Animador Sociocultural,

Animador Sociocultural/Técnico de geriatria, Animador Sociocultural/Assistente familiar, Animador Sociocultural/Desporto, Técnico de

Animação Sociocultural, Animador Social, Animador Social/Assistente de Geriatria, Animador Social/Assistente Familiar, Animador

Social/Organização e apoio nas áreas sociais, Animador Social/Organização e planeamento, e Animador Social/Técnico de desenvolvimento.

Qualquer outro diploma, ainda que de habilitações idênticas ou superiores ao 12.º ano, não possibilita o acesso a esta Carreira.

7. A carreira do Assistente Técnico em Animação Sociocultural que desenvolva a sua actividade profissional no âmbito da função pública,

enquadra-se nas carreiras gerais da função pública de Assistente Técnico (cf. Art.º 49, Lei N.º 12-A/2008, DR 1.ª Série - N.º 41 – 27Fevereiro).

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8. A carreira do Assistente Técnico em Animação Sociocultural que desenvolva a sua actividade profissional no âmbito das Instituições

Particulares de Solidariedade Social (IPSS), enquadra-se na carreira de Animador Sociocultural (nível IX), (cf. Boletim do Trabalho eEmprego, n.º

34 de 15 de Setembro de 2010).

9. A carreira do Assistente Técnico em Animação Sociocultural que desenvolva a sua actividade profissional no âmbito das Misericórdias,

enquadra-se na carreira de Animador Sociocultural, Animador Cultural ou Animador Familiar, níveis IX (Grau I), VIII (Grau II) e VII (Grau

Principal), (Cf. Boletim do Trabalho e Emprego, 1.ª série n.º 47, de 22 de Dezembro de 2001).

CAPÍTULO II

CONTEÚDO FUNCIONAL

Artigo 5.º

Conteúdo funcional

1. O exercício da actividade de Técnico Superior em Animação Sociocultural insere-se no quadro das competências atribuídas aos organismos

da administração central, regional, local, do

3.º sector e empresas privadas, compreendendo um conjunto de funções na definição de planos e programas de intervenção no domínio

sociocultural.

2. O Técnico Superior em Animação Sociocultural, é o trabalhador responsável pela concepção e coordenação de processos de diagnóstico

sociocultural, bem como pelo planeamento, execução, gestão, acompanhamento e avaliação de projectos, programas e planos de Animação

Sociocultural. Coordena equipas de Assistentes Técnicos em Animação Sociocultural ou outros, definindo, implementando e avaliando

estratégias para a sua intervenção através dos recursos possíveis.

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3. O exercício da actividade de Assistente Técnico em Animação Sociocultural insere-se no quadro das competências atribuídas aos

organismos da administração central, regional, local, do 3.º sector e empresas privadas, e compreende um conjunto de funções, superiormente

enquadradas, visando a intervenção junto de uma comunidade ou grupo tendo por instrumento técnicas de Animação Sociocultural e por

objecto o desenvolvimento global e a integração pela via da actividade social e cultural dessa comunidade ou grupo.

4. O Assistente Técnico em Animação Sociocultural, é o trabalhador que está capacitado para

(cf. perfil de Animador Sociocultural no Catálogo Nacional de Qualificações):

a) Diagnosticar e analisar, em equipas técnicas multidisciplinares, situações de risco e áreas de intervenção sob as quais actuar, relativas ao

grupo alvo e ao seu meio envolvente (observar e recolher informação, através de instrumentos vários, sobre a comunidade, o grupo e o

indivíduo; despistar situações de risco, encaminhando-as para as equipas técnicas especializadas).

b) Planear e implementar, em conjunto com a equipa técnica multidisciplinar, projectos de intervenção sócio-comunitária.

c) Planear, organizar e avaliar actividades de carácter educativo, cultural, desportivo, social, lúdico, turístico e recreativo, em contexto

institucional, na comunidade ou ao domicílio, tendo

em conta o serviço em que está integrado e as necessidades do grupo e dos indivíduos, com vista a melhorar a sua qualidade de vida e a

qualidade da sua inserção e interacção social

(conceber os materiais necessários para o desenvolvimento das actividades de animação, tais como, fantoches, gigantones, esculturas,

trabalhos de cerâmica, máscaras, adereços e pinturas).

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d) Desenvolver actividades diversas, nomeadamente ateliês, visitas a museus e exposições, encontros desportivos, culturais e recreativos,

encontros interjeccionais, actividades de expressão corporal, leitura de contos e poemas, trabalhos manuais, com posterior exposição dos

trabalhos realizados, culinária, passeios ao ar livre.

f) Promover a integração grupal e social e envolver as famílias nas actividades desenvolvidas, fomentando a sua participação.

g) Fomentar a interacção entre os vários atores sociais da comunidade, articulando a sua intervenção com os atores institucionais nos quais o

grupo alvo/indivíduo se insere.

h) Acompanhar as alterações que se verifiquem na situação dos clientes/utilizadores e que afectem o seu bem-estar.

i) Elaborar relatórios de actividades.

CAPÍTULO III

DIREITOS E DEVERES

Artigo 6º

Direitos

1. São garantidos aos Animadores Socioculturais os direitos estabelecidos para os trabalhadores em geral, bem como os direitos profissionais

decorrentes do presente Estatuto.

2. São direitos profissionais do Animador Sociocultural:

a) Direito de participação.

b) Direito à formação e informação para o exercício da sua função.

c) Direito ao apoio técnico, material e documental.

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d) Direito à segurança na actividade profissional.

e) Direito à negociação colectiva.

Artigo 7º

Direito de participação

1. O direito de participação exerce-se nos diferentes âmbitos da Animação Sociocultural.

2. O direito de participação que, consoante os casos, é exercido individualmente, em grupo ou através de organizações profissionais ou

sindicais, que venham a formar-se, compreende:

a) O direito de participar na definição da política de Animação Sociocultural à escala comunitária, local, regional e nacional.

6/7

b) O direito de intervir na orientação pedagógica dos projectos de Animação Sociocultural em que se encontre envolvido, bem como na escolha

dos métodos, das tecnologias e técnicas de animação mais adequadas.

c) O direito de coordenar e participar em projectos de estudo e investigação na área da Animação

Sociocultural, bem como nos respectivos processos de avaliação.

d) O direito de eleger e ser eleito para organizações profissionais ou sindicais, que venham a formar-se.

Artigo 8º

Direito à formação e informação

1. O direito à formação e informação para o exercício da sua função é garantido pelo acesso a

acções de formação contínua regulares, destinadas a actualizar e aprofundar os conhecimentos e as competências profissionais e ainda à

autoformação, podendo visar objectivos de reconversão profissional, bem como de mobilidade e progressão na carreira.

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Artigo 9º

Direito ao apoio técnico, material e documental

1. O direito ao apoio técnico, material e documental exerce-se sobre os recursos necessários à formação e informação do Animador

Sociocultural, bem como ao exercício da Animação

Sociocultural.

Artigo 10º

Direito à segurança na actividade profissional

1. O direito à segurança na actividade profissional compreende a protecção por acidentes em serviço, nos termos da legislação aplicável, bem

como a prevenção e tratamento de doenças que venham a ser definidas pelo Governo, como resultando necessária e directamente do

exercício continuado da função de Animador Sociocultural.

2. O direito à segurança na actividade profissional compreende ainda, a penalização da prática de ofensa corporal ou outra violência sobre o

Animador Sociocultural no exercício das suas funções ou por causa delas.

3. Direito ao sigilo e confidencialidade.

Artigo 11º

Direito à negociação colectiva

1. É reconhecido ao Animador Sociocultural o direito à negociação colectiva, nos termos legalmente previstos.

7/7

Artigo 12º

Deveres profissionais

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1. O Animador Sociocultural está obrigado ao cumprimento dos deveres estabelecidos para os trabalhadores em geral e dos deveres

profissionais decorrentes do presente Estatuto.

2. Decorrendo da natureza da função exercida, são deveres profissionais do Animador

Sociocultural:

a) Contribuir para a formação e realização integral dos indivíduos, promovendo o desenvolvimento das suas capacidades, estimulando a

sua autonomia e criatividade, incentivando a formação de cidadãos civicamente responsáveis e democraticamente intervenientes na vida da

comunidade.

b) Reconhecer e respeitar as diferenças socioculturais dos membros da comunidade, valorizando os diferentes saberes e culturas,

combatendo processos de exclusão e discriminação, promovendo a interculturalidade.

c) Colaborar com todos os intervenientes da Animação Sociocultural, favorecendo a criação e o desenvolvimento de relações de respeito

mútuo.

d) Participar na organização e assegurar a realização das actividades de Animação Sociocultural.

e) Respeitar o sigilo profissional, respeitando principalmente a natureza confidencial da informação relativa aos cidadãos, salvo se em

consciência estão em sério risco exigências do bem comum.

f) Reflectir sobre o trabalho realizado individual e colectivamente, defendendo o projecto pessoal e comunitário.

g) Enriquecer e partilhar os recursos da Animação Sociocultural, bem como utilizar novos meios que lhe sejam propostos numa perspectiva de

abertura à inovação e de reforço da qualidade da Animação Sociocultural.

h) Respeitar, como forma de inserção na comunidade, as tradições, os usos e costumes do meio envolvente ao local em que exerce funções.

i) Co-responsabilizar-se pela preservação e uso adequado das instalações e equipamentos que utilize.

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J Actualizar e aperfeiçoar os seus conhecimentos, capacidades e competências, numa perspectiva

de desenvolvimento pessoal e profissional.

k) Cooperar com os restantes intervenientes na Animação Sociocultural com vista implementação de projectos.

l) Promover as relações internacionais e a aproximação entre povos.

m) Cumprir as obrigações do Código Deontológico do Animador Sociocultural.

Animação Socioeducativa Dado que educar é animar e animar é educar, torna-se imprescindível a existência de uma relação indissociável.

Tanto no trabalho social como na prática educativa, tem-se recorrido á animação como motivação (ex: realização de actividades lúdicas,

recorrendo à criatividade, participação, envolvência e satisfação das crianças, podendo ou não articular-se com a educação formal).

Nos dias de hoje os empregos são muito absorventes, com maior competitividade e alargamento da carga horária, o que origina uma

redução do tempo passado em família e, por consequência, um afastamento das crianças do seio familiar desde uma idade muito precoce. , na

sociedade actual, desde muito cedo, as crianças, vão para instituições (ex: infantário) sendo afastadas de laços e afectos, passando a ser

lançadas em sistemas agressivos de grande competitividade, tendo que provar que são detentoras de diversas competências, que socialmente

lhes são impostas. Neste contexto torna-se permanente encarar a educação como algo mais que um meio de proporcionar / transmitir

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conhecimentos, mas também como um meio de ligação do indivíduo à comunidade, uma forma para comunicar, para promover a

expressividade, a criatividade e a confiança.

Segundo Morais (1975), “Entendo a animação socioeducativa como uma das áreas de animação sociocultural que se dedica ao trabalho com as

crianças e pré-adolescentes fora do contexto escolar (institucional) contribuindo para o seu desenvolvimento bio-psico-social através da prática

de actividades em que seja feito um apelo à actividade, afirmação pessoal e inserção na realidade próxima…”.

De acordo com Morais (1975) o perfil do animador socioeducativo deve compreender:

- Maturidade, bom senso e sentido de disponibilidade;

- Experiencias e provas positivas já dadas no campo da animação socioeducativa;

- Conhecimento da zona em que vai intervir e aceitação no meio;

- Experiência no trabalho com crianças e adolescentes, o que supõe conhecimento das características básicas destes grupos etários nos

respectivos locais;

- Inclinação para actividades criativas (artes plásticas, música, teatro, cinema, dança, desporto…

Por sua vez Martins (1978) caracteriza a Animação socioeducativa destinada a uma faixa etária específica, referindo que a importância

desta acção social no contexto português se manifesta por fomentar a criatividade e por estimular uma aprendizagem ligada ao meio. Assim, o

mesmo refere que “A animação socioeducativa: animação dirigida ao escalão etário dos 8 aos 13 anos – Animação socioeducativa – pela

importância que na prática está a tomar no nosso pais. Aqui é possível desenvolver as capacidades criadoras das crianças, a sua socialização

numa ligação à comunidade (…) a animação não se pode fechar numa sala em que o animador e as crianças desenvolvam actividades, é

necessário uma abertura permanente á comunidade, não querendo dizer isto evidentemente que elementos da comunidade tentem limitar a

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relação pedagógica entre o animador e as crianças, ou ainda que se recorram às “anti-pedagógicas” festinhas de fim de ano em que os meninos

fazem uma representação para os pais e familiares. Mas uma abertura que se traduza num conhecimento do meio, geográfico, económico e

social, em que as crianças reconheçam os seus valores culturais próprios e se preparem assumindo hoje a compreensão desses valores”.

(Martins, 1977: p.4, in Revista Intervenção, n.º 5/6 de Novembros / Dezembro).

Actualmente abrem-se novos espaços e novas hipóteses de trabalho para a Animação socioeducativa, que se traduzem na ligação desta

a uma inovadora tecnologia educativa que articula, cruza e partilha saberes referentes aos diferentes espaços educativos, formal, não formal e

informal, a partir da utilização de diferentes técnicas, nomeadamente: teatro, expressão dramática, expressão musical, expressão plástica e

jogos. Só assim, a animação socioeducativa poderá contribuir para elevar o sucesso da educação formal, permitindo uma motivação adicional

para o estudo de matérias normalmente consideradas pouco atractivas.

Nesta perspectiva de animação, torna-se importante ligar a escola à comunidade, dos mais diversos modos:

- Ligar a animação socioeducativa à animação de museus, desmistificando a ideia de museu como espaço morto;

- Associar a animação socioeducativa á educação para a saúde, promovendo uma educação para a prevenção;

- Estender a animação socioeducativa às bibliotecas, nomeadamente pela via de dramatização, leituras expressivas de contos, histórias e

romances.

Este conceito vai de encontro ao defendido por Pereira, (2008) “A Animação socioeducativa assenta a sua estratégia na promoção de

uma educação em contexto não formal e tende a uma educação global e permanente de carácter lúdica, criativo e participativo.”

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Relação entre Animação sociocultural e Animação

Socioeducativa

E assim importante referir as relações da animação sociocultural com as áreas que a complementam, com as quais tem uma afinidade

conceptual ou ainda com as áreas nas quais a animação ocupa uma função central. Estas relações constituem um factor vital, na hora de

intervir, e compreendem a tríade educacional formada a partir da educação formal, educação não formal e educação informal.

Na educação formal, a estratégia de animação sociocultural é operar como um meio para motivar, complementar, articular saberes e

potenciar aprendizagens envolventes. A educação não formal corresponde á esfera de actuação da animação sociocultural entendida como um

conjunto de práticas que se realizam fora do espaço escolar, portanto, associada á ideia de uma educação em sentido permanente e atinente

com o ciclo de vida da pessoa. A educação informal considera a família e a comunidade como agentes educativos.

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Assim sendo, a acção da animação traduz-se na execução de actividades lúdicas, que se podem desenvolver independentemente, ou

em articulação com a educação formal. Assiste-se assim a uma estreita relação entre a animação sociocultural e socioeducativa.

Reflexão critica A noção de todos estes conceitos é fundamental para um enquadramento, exacto, dos vários campos de acção e da exigente

polivalência prescrita ao animador sociocultural, nas suas várias dimensões de actuação.

O Animador Sociocultural terá que ter uma visão periférica dos cenários e estar apto para dirigir um plano, capaz de envolver todos os

seus saberes e conhecimentos, com um intuito construtivo onde a mudança e o investimento seja constante.

E importante que todos os momentos sejam de aprendizagem e sejam notados como factores de desenvolvimento e de conhecimento.

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Evolução III

Aulas

Fichas

Relatórios Individuais

Pesquisas Individuais

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Reflexão Critica

Aulas Objecto material: Educação.

Objecto teórico- cientifico: Relação entre a educação e a sociedade.

Pesquisa: Conceito de Animação; cultura e sociedade.

Animação socioeducativa

Cultura: Em ciências sociais designa tudo o que numa dada sociedade é adquirida, aprendido e pode ser transmitido. Abrange, todo um

conjunto da vida social desde a realidade objectiva e como resultado concreto da tecnologia, até a realidade subjectiva que se exprime na

estruturação de diferentes formas de vivências quotidianas reguladas por normas, valores e ideologias colectivas. (cultura material e imaterial).

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A cultura de um grupo social é constituída por um agregado de elementos que se encaixam com um mínimo de equilíbrio, constituindo um

todo que se estrutura coerentemente da seguinte forma:

1. Nível Económico – Determina a posição social (estatuto) e o prestigio social (status), permitindo distinguir múltiplas realidades;

2. Nível comportamentos e regras de conduta- que regem o domínio material, a organização do tempo, a organização do espaço e das

relações;

3. Nível normas e valores- Normas significam regras interiorizadas que implicam comportamentos automáticos; valores são referências

morais que legitimam as regras e as normas consolidando todo o edifício cultural dando uma dimensão ética á vida quotidiana.

Educação

Educare: alimentar. Ênfase no produto= instituição; extrair de dentro. Ênfase no processo= Formação.

É o resultado da interação de uma multiplicidade de factores:

Biologicos; físico-geográficos; socioculturais; resultantes da experiência passada do individuo, estruturantes da sua liberdade,

criatividade.

Cada factor é ele e o seu ambiente e faz simultaneamente parte do ambiente de outros factores (perspetival ecológica).

Tipos de educação;

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Finalidades e funções da educação.

O conteúdo da Educação é a cultura;

Distinguir: Meio rural e meio urbano

Identificar o perfil de desenvolvimento da pessoa em meio urbano e igual para o meio rural.

Encontro de culturas: CPLP amanha as 10h no auditório. Relatório individual entre os conteúdos da sessão c\ reflexão sobre os mesmos c\a Animação sociocultural.

Cidadania- O estado do pais;

-Pesquisar sobre o Orçamento de estado e as suas consequências.

Cidadãos Activos e não activos.

Trabalho de aula: texto sobre os pais e a sociedade. Grelha de análise.

Aldeia das Amoreiras- Questões, relatório, grupo de 4 elemento.

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Caracterização do meio;

Caracterização da organização;

Educação Informal;

Educação Multicultural;

Metodologias de intervenção.

O relatório deve conter:

Capa;

Indice;

Intrudução;

Corpo do relatório;

Bibliografia;

Conclusão \ considerações fina;

Apêndices;

Anexos.

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Educar para a cidadania

“ Da noção de cidadania como participação na vida publica observa-se a passagem para um sentido mais amplo e para uma definição

sociológica que implica uma enfase superior na relação dos cidadãos com a sociedade de uma forma geral. Problemas e questões

sociais como a pobreza, desigualdades associadas ao sexo de pertença, identidade nacional, democracia participativa, minorias e

mesmo questões ambientais começam agora a ser analisados em termos da cidadania.

A concepção de cidadania implica direitos e deveres. Mas da enfase nos direitos , assiste-se ao despertar da necessidade de repensar as

responsabilidades” In Viegas e Dias (2000).

Os dez dualismos da cidadania liberal

Individuo Comunidade

Acção pessoal Estrutura Esfera Privada Esfera pública Homens como Cidadãos Mulheres como “prestadoras de cuidados” Direitos de mercado Direitos sociais Cidadãos activos Cidadãos passivos Direitos Direitos passivos Soberania Responsabilidades Ciência Natureza

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Educar para a cidadania

Aprendizagem da Autonomia

Aprendizagem

da autonomia

Educação para a

cidadania

Aprendizagem

da Participação

Aprendizagem

da cooperação

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Intelectual- Aceder ao pensamento formal e princípios democráticos; Adquirir a aptidão de julgar e criticar.

Moral e afetiva- Aceder ao estádio pós- convencional do moralismo; Desenvolver capacidades de descentramento.

Aprendizagem da Participação

- Aprender a argumentar em público;

- Aprender a tomar decisões concretas.

Aprendizagem da cooperação social

Do ponto de vista instrumental- Aprender a resolver problemas em grupo.

Do ponto de vista moral- Adquirir sentimentos de respeito, solidariedade e fraternidade.

Destinatários (pop.alvo): 1º infância (0-5\6); Infância (5\6- 12\13); jovens; adultos e idosos.

Papel da mediação;

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A mediação socio-cultural.

www.oi.acidi.gov.pt – ler o primeiro capítulo

Definição de ASC e tipos de ASC.

Princípios e tipos de mediação.

Metologias de trabalho de projectos

A metodologia do trabalho de projecto consiste na adopção de um conjunto de procedimentos, técnicas e instrumentos com vista a atingir os

objectivos do projecto.

Fase de estudo : trata-se de uma fase preliminar, que se recolhem e ponderam informações de interesse sobre o assunto do projecto e

estabelece decisão, a de fazer ou não nascer o projecto.

1. Identificação de uma situação \ problema social;

2. Elaboração da questão de partida de investigação;

3. Delimitação de objectos;

4. Obtenção de informação técnica e empírica.

4.1- Revisão bibliográfica (enquadramento teórico)

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41

4.2- Caracterização da realidade sociocultural- obtenção de dados empíricos (utilização de técnicas qualitativas e quantitativas)

4.2.1- Caracterização do meio, caracterização da organização e caracterização da população-alvo.

4.3- Tratamento e análise de dados (recursos e técnicas de analise de conteúdos para os dados qualitativos e o recurso á estatística

descritiva para os dados qualitativos.

5. Análise de necessidades

5.1- Situação real, situação ideal, identificação de necessidades.

Fase de planeamento: com base em informação anterior durante esta fase estabelece-se a estratégia do projecto, definem-se as linhas

de acção, identificam-se os recursos e calendarizam-se as tarefas.

6. Projetos de intervenção;

6.1- Objectivos do projecto;

6.2- Cronograma;

6.3- Plano de Acção

Acção \ actividades Objectivos Recursos: Humanos, materiais, financeiros

Calendarização Avaliação

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Fase de realização (descrição das actividades desenvolvidas)

7. Avaliação do projecto.

Plano nacional de leitura

www.planonacionaldeleitura.gov.pt

“Abordagens etnográficas nas pesquisas com crianças e suas culturas”.

- Destacar elementos do texto de forma a:

- Compreender os enquadramentos conceptuais necessários á caracterização da infância e suas culturas.

CES= Conselho Economico e Social.

Animação Socioeducativa e os jovens.

Jovem

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Fase da Juventude

Principais espaços vitais dos jovens:

Família e as relações familiares;

Escola e as actividades educativas formais e informais;

Os grupos de pares e a relação entre iguais e entre amigos (experimentação de relacionamentos, formas de associativismo, rede,

social…);

Trabalho e profissões: as actividades e as relações;

Tempos livres, de ócio e de diversão;

O desenvolvimento pessoal e social ( a construção do bem- estar saudável e da qualidade de vida);

A concepção do futuro ( a construção dos processos de transição e o posicionamento perante a realidade social).

Puberdade

(+\- 12 A)

Adolescência

(+\- 20 A)

Moratória social

(+ de 30 A)

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Os espaços vitais têm significados diferentes conforme as subculturas dos grupos e os territórios onde se situam:

Principais territórios:

As organizações escolares;

Os territórios geográficos (bairros, ruas…);

Os territórios de lazer (bares, discotecas…);

Principais interesses:

Estudar;

Trabalhar;

Desportos;

Associativismo.

Funções do(a) animador(a) socioeducativo:

Acompanhamento;

Mediação;

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Normalizadora;

Projectiva;

Substituição;

Avaliativa.

Papeis do(a) animador(a):

Mediador e animador em contextos organizacionais;

Educador social (facilitador, tutor, orientador no acesso á informação);

Animador comunitário (atendimento primário);

Animador especializado (lares sociais, instituições de acolhimento…).

Estruturação de um projecto de intervenção em animação socioeducativa.

- População crianças e jovens – fundação gerardo;

- Desenvolver uma intervenção de histórias de tradição.

- Cultura tradicional.

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Declaração de Hamburgo sobre educação de adultos – 1997

- Educação pelos diferentes tipos de literatura=TIC; Desenvolvimento pessoal e social (saber estar, saber fazer, saber ser).

EAPN- Rede anti-pobreza Nacional.

Declaração ministerial de Leon, 2007 – uma sociedade para todas as idades: desafios e oportunidades – ONU

Mediação Comunitária

Identidade;

Memória colectiva;

Património;

Turismo;

Desenvolvimento local;

Empowerment;

Interculturalismo.

Dominique Wolton “ a outra globalização”.

1. Assumir a diversidade de línguas;

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2. Promover a laicidade; (separação do poder politico e religioso);

3. Garante o pluralismo mediático;

4. Associar a diversidade cultural dos direitos humanos;

5. Valorizar os contributos da imigração;

6. Pensar o turismo.

19 de dezembro de 2012

Palestra- Márcio Guerra, Animador Sociocultural, comunidade terapêutica Orta Nova, ligado á caritas.

Reflexão critica

- Com base na matéria dada e todos os conhecimentos que adquiri ao longo do primeiro semestre, fizeram com que me relembra-se

de matérias dadas anteriormente e adquiri novos conhecimentos importantes para o meu futuro. Contudo é sempre uma mais valia

reformular questões e relembrar matérias, não só como estudante mas também enquanto cidadã.

"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida."

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Dewey, Jonh.

Fichas Efeitos Educacionais do Meio Urbano e Rural Meio Urbano

Mentalidade mais aberta;

Educação mais desenvolvida;

Mais cultura social;

Mais variedade de cursos tecnológicos;

Maior nível académico;

Mais partilha de tarefas entre homem e mulher;

Meio Rural

Conservadores da tradição;

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Mentalidade mais fechada;

Pouca informação entre a sociedade;

Ensino mais básico;

Maior taxa de analfabetismo;

Maior taxa de abandono escolar;

Pouco nível académico;

Mais diferença entre o Homem e a mulher.

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TEXTO 1 Os Pais e a sociedade.

Trabalhos de grupo

1- O João, o luís e a Lina são de um nível económico baixo, visto que, os seus pois tem pouca escolaridade não ultrapassando o ensino primário

( e em um dos casos o pai nem sabe ler e escrever). Devido á pouca instrução e profissão que um dos pais que estas crianças tem é limitado o

acesso a algumas actividades que envolvam dinheiro. As mães das crianças referidas a cima tem alguns pontos em comum, por exemplo, todas

estão ligadas á igreja, todas elas ocupam cargos profissionais que não exigem estudos e todas elas são responsáveis pela lide doméstica em

suas casas. Quanto aos pais deles encontram-se desempregados, ou seja, são sustentados pelas suas respectivas mulheres, e não frequentam a

igreja com regularidade. O único pai que trabalha é o pai do lino que é agricultor e católico praticante, gosta de cozinhar apesar de ter pouco

tempo para tal acção. Ao contrario dos outros dois pais que fazem pouco, ou ate nada que esteja relacionado ás lides domesticas. É de realçar

que o pai do lino gosta de ler jornais, o que faz com que aumente o seu conhecimento a todos os níveis, estando desta forma sempre

actualizado do que se passa no pais e no mundo. Relativamente aos pais do Paulo, do Manuel e do André devido aos seus estudos mais

elevados, o seu nível económico é também mais estável. Com estas condições estas três crianças conseguem ter acesso a quase todas as

actividades mesmo que estas sejam pagas. As mães destas crianças também tem alguns pontos em comum, por exemplo, são ambas

licenciadas, têm um emprego na sua área de formação, todas elas já praticaram modalidades e estão ligadas a associações e organizações

tendo uma participação activa nestas. A mãe do Paulo e a mãe do André são católicas, outro ponto que estas três mães têm em comum é o

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facto de todas elas sabem fazer de tudo nas lides domésticas, mas a Mãe do Paulo e a Mãe do Manuel têm quem as ajude na realização das

mesmas, ao contrário da Mãe do André que desempenha este papel sem empregadas. Quando aos pais das crianças em questão, o pai do

Paulo e do Manuel são licenciados e o pai do André apenas completou o ensino secundário. Também todos eles estão ligados a associações. O

pai do Paulo e o pai do André gostam de cozinhar e acabam por ajudar noutras tarefas que sejam necessárias, o pai do Manuel devido á sua

actividade profissional leva trabalho para a casa, e desta forma acaba por não ter muito tempo, mas gosta de tocar piano. Todos estes pais

para além da actividade profissional, colaboram com a associação e praticam alguma modalidade, tendo ainda tempo para as lides domesticas

e alguns hobbies.

Salientamos ainda que a mãe do lino praticou futebol salão, acompanha os seus filhos no hóquei em patins e badminton e ainda tem tempo

para praticar uns hobbies, a leitura.

Grelha de Análise continuação do trabalho de aula.

Familias Habilitações escolares Profissões Act Sociais e Culturais Hobbis Outros

João Mãe: 3º Ciclo Pai: analfabeto

- Doméstica - Desempregado

- Igreja -

- Gosta de cuidar de flores -

Paulo Mãe: Licenciada Português – Inglês Pai: Licenciado Ecónomia

- Professora Inglês - Director de uma unidade hoteleira

- Sócia do Clube Naval Clube ambient5e Católica

- Ginástica Natação Jardinagem e ler

- Escoteira Atletismo

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- Grupo de futebol Associação de Pais

- Natação Cozinhar

- Futebol

Luis Mãe: 4º ano imcompleto Pai: 4º ano

- Empregada doméstica - Desempregado

- Católica - - Ver televisão

- Conversar com o filho

Manuel Mãe: Licenciada em Medicina Pai: Engenheiro Civil

- Ortopedia - Engenheiro civil

-Sócia do clube de turismo, Associação hípica da Madeira, Ordem dos médicos. - Sócio da própria empresa, membro da ordem dos engenheiro, sócio da associação protectora dos animais, associação hípica da Madeira, Automóvel clube, clube de turismo.

- Jardinagem -Grupo musical, tocar piano

- Vela, Hipismo, Jogou andebol, guia de Portugal. - Escoteiro

Lino Mãe: 4º ano Pai: 4º ano

- Doméstica - Agricultor

- Católica Praticante. - Católico Praticante, associação desportiva, associação de agricultores.

- Catequista, Costura, ler. - Cozinhar, ler jornais.

- Jogou futebol, ajuda o marido e acompanha os filhos.

André Mãe: Licenciatura enfermagem Pai: 12º ano

- Enfermeira - Bancário

- - Elemento activo no teatro , grupo folclórico, católico praticante, elemento da assembleia da junta de freguesia, participa em manifestações culturais, actividades

- catequista, cinema, teatro, espectáculos musicais, exposições, tricot, jardinagem. - Cozinha.

- Passeios a pé, gosta de ir ao futebol, praticou futebol, grupo folclórico, acção católica na paroquia. - Gosto por carros

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desportivas.

Daniela Fernandes Mãe: 9º ano Pai: 4º ano

- Desempregada - Desempregado

- socia da deco. -

- ouvir musica, ler, internet. -

- cuidar do filho, passear o cão. -

Catarina Mãe: 4º ano Pai: 4º ano

- Desempregada - Reformado

-católica praticante. -catolico praticante.

- Palavras cruzadas, sudoku, custura, natação, hidroginastica -natação, hidroginastica.

- passear. -passear.

Leonor Mãe: 9º ano Pai: 9º ano

- Operaria fabril - Ajudante de Campo

- socia do clube desportivo, socia do centro de dia, socia da sociedade recreativa. - socio do centro dia, soio do clube desportivo, socio da sociedade recreativa.

- cozinhar, ver documentarios no odiseia, nathional geographic. -

- passear a cadela. - ir ver o futebol, gosta de ir passear a terra onde nasceu.

Ana Ramalho Mãe: 4º ano Pai: 6º ano

- Domestica - Encarregado de serviços gerais

- católica praticante. - Faz parte da assembleia municipal

- jardinagem, ir ao café, ir a misa, ler, fazer renda. - horticultura, politica, andar de bicicleta.

- estar com o neto

Equipamentos e Cultura

João Uma televisão e um rádio gravador, só tem livros escolares e não têm jornais nem revistas

Paulo Livros de todos os tipos, infantis, de adultos, enciclopédias, jornais e revistas. Duas televisões, um portátil, vídeo, rádio, gira-discos, aparelhagem com leitor de CD, um computador

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Luís Rádio, televisão, vídeo, por vezes livros aos quadradinhos, mas quando já estão velhos vão para o lixo, não têm jornais nem revistas

Manuel Duas televisões, vídeo, rádio, gira-discos, aparelhagem com leitor de CD, computador, livros de todos os tipos, infantis, de adultos, enciclopédia, jornais e revistas cientificas, decoração e informação

Lino Televisão, rádio e gravador, poucos livros infantis, livros da história de Portugal, gastronomia, inglês, revistas de moda, “A Maria”, “Nova Gente”.

André Televisão, vídeo, rádio e gravador, gira-discos, leitor de CD, computador, livros infantis, de adultos, jornais e revistas de informação, de desporto, carros e moda.

Catarina Quatro televisões, três computadores, duas aparelhagens, livros de diversas áreas.

Daniela Quatro televisões, Duas aparelhagens, Um rádio, um computador, livros infantis, livros sobre regiões de portugal, romances, leitor de DVD, gira discos, livro de cães.

Ana Ramalho

Uma televisão, livros de várias áreas (história, geografia, economia, etc), dois portáteis, aparelhagem de leitor de CD e gira-discos, revista National Geografic e Visão, jornais Diário do Sul e Público

Leonor Duas televisões, aparelhagem com gira-discos, aparelhagem CD, dois portáteis, vídeo, leitor de DVD, livros infantis, de adultos (história, regiões de Portugal, de cães, etc), jornal Correio da Manhã, Revista de Cães

Informações referente a mãe. Informações referente ao pai.

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Trabalho sobre Mediação.

Mediação

A prática da mediação no caso concreto de Portugal começa a dar os primeiros passos na década de 90.

Esta, que inicialmente surge ligada ao termo negociação, é actualmente assumida como um recurso fundamental para o

desenvolvimento social dos vários países, em particular aqueles que se caracterizam por uma forte diversidade sociocultural, na medida em

que se apresenta como uma função-chave para que a comunicação intercultural se realize.

A mediação aparece como uma variante da negociação cujo processo implica a utilização de uma terceira pessoa - o mediador - que

deve ser neutra e ajudar as partes na procura de soluções, valorizando de forma positiva os conflitos.

Mediação Socioeducativa

A mediação socioeducativa incide preferencialmente nos contextos educativos tanto escolares como de educação não formal e

informal, associativos e comunitários, enquanto método de resolução e gestão alternativa de conflitos, meio de regulação social e de

recomposição pacífica de relações humanas. É uma prática cuja acção se pode centrar em indivíduos – e no seu desenvolvimento e inserção

social – ou em grupos e comunidades – com uma dimensão colectiva e de coesão social (Luison & Velastro, 2004).

As potencialidades da mediação para facilitar a ligação entre a escola, a família e a comunidade centram-se na valorização da

comunicação com vista ao restabelecimento das relações e interacções inexistentes ou fragilizadas, à aceitação das diferenças, trabalhando no

sentido do desenvolvimento de competências sociocomunicacionais e sinergias mútuas.

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Mediador Socioeducativo

O papel do mediador é o de accionar redes de interacção e comunicação, proporcionar as pontes, que promovam a aproximação

daqueles que não conseguem ou têm dificuldade em comunicar (Freire, 2006). Tal implica, por parte do mediador socioeducativo, uma

polivalência de funções, que permita a melhoria do acesso aos recursos humanos e materiais, o apoio e articulação com outros profissionais e a

criação de redes comunitária.

Um mediador socioeducativo deve se um profissional que para além da formação académica tem que ser pró-activo, empenhado,

negociador e responsável. Este deve ter um papel fundamental na construção de diálogos e no estabelecimento de “pontes”. Para que consiga

realizar esta função tem que ter competências como saber ouvir, saber comunicar, ser dinâmico e receptivo e ter responsabilidade.

Mediação Sociocultural

A mediação é definida, segundo Sousa, 2002, como “um meio de procura de acordo em que as pessoas envolvidas são ajudadas por um

especialista que orienta o processo”.

Segundo José Vasconcelos (2002) a mediação é aplicável a todas as situações onde a negociação é possível. É utilizada, como por

exemplo, em decisões conjuntas e participadas, no estabelecimento de consensos, no alinhamento de opiniões ou de programas, em

transacções comerciais, em interacções de parceiros em negócios, na economia, na relação entre poderes públicos ou privados, nas relações de

família, nas organizações, nas comunidades, em casos de litígios, enfim, em todas as situações em que os vários intervenientes procurem

chegar a um acordo e onde a comunicação entre as partes é deficiente ou apresenta dificuldades na resolução dos conflitos.

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Assim, podemos dizer que o objectivo da mediação consiste em levar as partes a colaborarem na resolução do problema, em vez de se

manterem intransigentemente agarradas a posições inultrapassáveis e incompatíveis.

Santos Silva (1998) refere que o conceito de mediação em Portugal varia segundo a perspectiva da sua actuação e inclusive do seu campo de

aplicação, consideram-se os seguintes aspectos:

• A mediação como acordo entre partes;

• A mediação como qualificação das partes;

• A mediação como integração.

Hoje em Portugal, as solicitações ao recurso da mediação são inúmeras e para os mais variados fins.

Contextos de Intervenção da Mediação Sociocultural em Portugal:

A imigração

As Minorias Étnico Culturais

A necessidade de descobrir o “intercultural”

Exclusão Social

Mediador Sociocultural Segundo Sousa (2002) e Mourineau (1997) existem três princípios, que o mediador sociocultural deve ter, são eles:

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Imparcialidade ou Neutralidade: o mediador não deve representar nenhuma das partes, nem deve interferir no sentido de impor

soluções;

Confidencialidade: o mediador tem que assegurar às partes envolvidas sigilo e conferir confiança para que se possa de forma aberta

expor os problemas;

Voluntariedade: ambas as partes devem participar de livre vontade no processo de mediação/resolução do conflito.

O mediador deve fazer com que as partes envolvidas participem activamente na busca de melhores soluções que se ajustem a seus

interesses, pois, ninguém é melhor do que os próprios envolvidos numa disputa para saber tomar decisões sobre si mesmos.

Isto porque, na mediação tudo deve acontecer entre as pessoas directamente envolvidas no conflito. O mediador é somente um auxiliar, que

ajuda a esclarecer os reais interesses que possibilitarão o acordo final.

Animador Sociocultural vs Mediador Sociocultural

Embora estes dois conceitos se assemelhem não são exactamente iguais, Avelino Bento entende que enquanto o animador orienta,

coordena, tem um perfil e uma competência, o mediador pode oscilar entre ser uma pessoa ou algo que funcione como um meio de passagem

ou uma ponte entre duas margens. O animador sociocultural muitas vezes na sua actividade tem que fazer papel de mediador na mediação de

alguns conflitos que possam existir e de modo a haver uma negociação entre as partes envolvidas para que o conflito não se torne colossal.

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Reflexão Crítica

O termo mediação é um termo muito utilizado hoje em dia. Surgiu em Portugal pela primeira vez nos anos 90 e veio permitir que se

pudesse entrar em mútuo acordo quando existem conflitos entre as pessoas.

O papel do mediador é fundamental para que haja negociação entre as partes envolvidas num conflito, pois este vai permitir que estas

entrem num consenso e que o conflito se resolva.

Existem vários tipos de mediação como é o caso da mediação socioeducativa e da mediação sociocultural.

O animador e o mediador têm papéis semelhantes embora não sejam iguais porque o animador também tem que, por vezes nas suas

intervenções fazer o papel de mediador para conseguir que haja acordo entre as partes envolvidas num conflito.

O surgimento da mediação veio contribuir favoravelmente para que se possa resolver conflitos da melhor forma possível.

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Trabalho sobre “Abordagens Etnograficas nas pesquisas com crianças e suas culturas”.

Questão 1

A criança é uma cidadã e está sujeita a direitos tal e qual como os adultos, e de tal forma, em 1959 foi criado a declaração dos direitos

da criança com desdobramentos na convenção para os direitos da criança em 1989. Para o pensador Benjamin, por um lado diz que, toda a

sociedade relaciona as crianças aos inúteis, inadaptos e marginalizados, mas por outro lado diz-nos que as crianças são as que estão mais perto

do artista, do colecionador, e do mago e não do pedagogo que as trata como adultos em miniaturas.

Para se puder falar na cultura das crianças é importante compreender-se o conceito de cultura para a compreensão da Etnografia e

apreensão dos seus significados e, esta difere de autor para autor. Para Tamaroff (2000, p.178 – 179) para falar da cultura da criança usa a

defição de Malinowski: “conjunto das formas adquiridas de comportamento nas sociedades humanas”. Para a autora a culturas infantis estão

ligadas com as transformações da família, da sociedade, da mídia, e das novas tecnologias de informação, e, desta forma concluí que a cultura

é aquilo que cada um/uma se apropria para construir-se como pessoa. Para Geertz o homem é um animal amarrado a teias de significados que

ele mesmo teceu e assume a cultura como sendo essas teias e sua análise, não compreende a cultura como costumes, usos, tradições, hábitos,

mas como um conjunto de mecanismos de controle – planos, receitas, regras, instruções para governar o comportamento - e ainda enfatiza

que o homem depende de tais mecanismos de controle, de tais programas culturais para ordenar seu comportamento e ainda considera o

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senso comum como um sistema cultural, um corpo de crenças e juízos, com conexões vagas, porém mais fortes que uma simples relação de

pensamentos inevitavelmente iguais para todos os membros de um grupo que vive em comunidade.

Como explica Geertz qualquer proposta de uma teoria geral a respeito de qualquer coisa social soa cada vez mais vazia. Nesse sentido

precisamos conviver com as incertezas nos estudos das crianças, agora não mais compreendidas como sujeitos passivos na apreensão dos

programas culturais de governo dos seus comportamentos. Elas são capazes de burlar algumas regras e normas dos adultos e criam entre elas

verdadeiros sistemas culturais de apreensão dos significados do mundo.

Vivemos numa sociedade de adulto, que não compreende como as crianças muito pequenas podem participar e tomar decisões. Isto

não nos surpreende, uma vez que vivemos em uma sociedade com regras sociais e culturais muito rígidas e pouco flexíveis com relação às

crianças e aos idosos, em um país que prioriza o adulto produtivo, eternamente jovem, branco e das classes sociais mais privilegiadas.

Para o autor Sarmento é importante mencionar alguns conceitos para a compreensão de infâncias e culturas da infância, tais como:

- Diversidade: não se pode falar em infância como grupo homogêneo. A infância é marcada pela heterogeneidade e diversidade de condições

de existência, possibilitando a existência de múltiplas infâncias. Embora a infância seja plural – infâncias -, constantemente ela sofre

generalizações. Isto se deve à administração simbólica da infância que assumiu novos instrumentos reguladores com a Convenção dos Direitos

da Criança e com as normas de agências internacionais configuradoras de uma infância global;

- Alteridade: constitui-se no fosso entre o que se é e aquilo que os outros são, principalmente quando o outro tem uma diferença radical. Nesse

sentido, nossa visão de mundo, enquanto adultos, é muito diferente da das crianças;

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62

- Cultura: sistemas simbólicos organizados, ou seja, conjuntos articulados relativamente estáveis de idéias, normas de comportamento. É

resultado de um processo de sedimentação de relações entre seres humanos.

Assim, desta forma, podemos afirmar que culturas infantis são sistemas simbólicos distintos dos demais, com um recorte geracional que

mantém cruzamentos com recortes de classe, gênero, raça, não é formada só em pares mas também em interação com os adultos.

Destas forma Sarmento apresenta-nos quatro pilares das culturas da infância:

1) Interação: em termos de culturas populares a autoria é coletiva, pois todos os membros de uma comunidade participam. As culturas da

infância aproximam-se muito das culturas populares neste aspecto.

2) Reiteração: é o princípio da repetição e da réplica. É a razão circular do tempo e o tempo pode sempre começar de novo, não há uma

medida que o controle para as crianças.

3) Ludicidade: assim como as crianças brincam, os adultos também brincam, porém estes últimos separam o brincar de uma “coisa séria”. No

jogo, os adultos se “infantilizam” e as crianças se “adultizam”, o que não pode ser levado ao extremo, pois é necessário manter esta alteridade

entre adultos e crianças.

4) Fantasia: o imaginário é a condição para experimentar outras possibilidades de existência, não sendo sinal de incompetência. Isto possibilita

a articulação entre as culturas da infância e as dos adultos.

Page 60: Portefólio Daniela

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63

Por último Sarmento diz que as crianças podem ser entendidas a partir das dimensões culturais que “surgem e se desenvolvem como um

resultado das tentativas das crianças para fazer sentido e, até certo ponto, para resistir ao mundo adulto”.

2ª questão

A etnografia é um estilo de pesquisa que persiste na presença prolongada do investigador no contexto social em estudo e no contacto

directo com as pessoas e com as situações, pois a sua descrição é bastante densa. Para Geertz entender as crianças, seus significados e

culturas, não necessitamos ser como elas, e sim, “é necessário que deixemos de lado nossa concepção e busquemos ver as experiências de

outros com relação à sua própria concepção do ‘eu’” e, desta forma, é necessário perceber a tessitura de uma descrição densa na concepção

deste e outros autores (Sarmento, 2003; Woods, 1987) exige um esforço de interpretação acerca dos significados e vozes das crianças de forma

crítica e analítica. Por outro lado é necessário compreender a apreensão dos significados, pois estamos interessados no modo como as crianças

dão um sentido para fatos das suas vidas, como elas próprias interpretam as suas experiências ou estruturam o mundo social no qual vivem

(Bogdan & Biklen, 1994, p. 50).

Para o autor Soares (2003 p.14-15) apresenta algumas ferramentas metodológicas, divididas em quatro grupos:

1) as que apelam à oralidade: entrevistas que motivam ambientes abertos de discussão;

2) as que apelam à criatividade em termos de registro gráfico ou escrito: diários, ensaios ou registros do cotidiano;

Page 61: Portefólio Daniela

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3) as que apelam à utilização de recursos de multimídia: registros escritos de crianças com formato de ensaios, diários ou observações sobre o

cotidiano das que dominam a escrita, uso de fotografia e vídeo encarando as crianças como capazes de manusear e documentar com estes

equipamentos suas representações sobre o mundo;

4) as que apelam à expressão dramática: uso de técnicas dramáticas, observações de situações de faz - de – conta.

Para finalizar consideramos, tal como Soares (2003), que necessitamos vislumbrar a alteridade das infâncias como um conjunto de

aspectos que distinguem as crianças dos adultos e reconhecer as culturas da infância como um modo específico de interpretação e

representação do mundo.

Trabalho elaborado por:

- Ana Canhoto

-Ana Ramalho,

- Daniela Fernandes,

-Leonor Pãozinho.

Page 62: Portefólio Daniela

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65

Características dos Jovens

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66

Docente: Maria José do Rosário

Discentes: Ana Ramalho, Ana Santos, Leonor Pãozinho, Ana Canhoto, Daniela Fernandes

1- Quais os Principais Interesses dos Jovens?

Page 64: Portefólio Daniela

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67

Actualmente os principais interesses dos jovens passam por uma sexualidade activa, uma enorme dependência das redes sociais e da

Internet, ser Independente e ter dinheiro com facilidade. Embora haja algumas excepções a maioria dos jovens prefere sair à noite para bares e

discotecas, e experimentar novas experiências em vez de frequentar teatros, cinemas, exposições, e outras associações culturais e recreativas.

2- Quais as características da fase jovem?

Este período é caracterizado pelo pico de vitalidade, força, resistência física e uma vida muito activa, passando também por uma mentalidade

aberta, ousadia, coragem, espirito de aventura, etc…

É um período mais conturbado onde tudo parece correcto e onde nem sempre as decisões são as mais acertadas. Contudo, existem algumas

excepções e alguns jovens pensam em construir família e garantir um futuro melhor.

É complicado indicar quais as características exactas dos jovens da sociedade actual, pois cada um é diferente e a forma como interagem na

sociedade é muito influenciada pela educação e pelas relações socias.

A constante mudança dos padrões impostos pela Sociedade tem evoluído de uma forma significativa, fazendo com que as

características dos jovens da actualidade sejam completamente diferentes das características dos jovens de antigamente.

3- Identificação das etapas vitais mais importantes para os jovens…

Page 65: Portefólio Daniela

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68

Visto que o ciclo vital é um conjunto de etapas que tem que ser superadas e uma serie de transições quer a nível físico quer a nível

psicológico, consideramos que as etapas vitais mais importantes para os jovens são a pré-adolescência e a adolescência.

Animação Socioeducativa – Trabalho Nº 4

2012/2013

Page 66: Portefólio Daniela

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69

Conceito de Adulto e Animação Socioeducativa Para os Adulto

Docente: Maria José do Rosário

Discentes: Ana Ramalho, Ana Canhoto, Leonor Pãozinho, Ana Catarina,

Daniela Fernandes.

1- Conceito e delimitação de conceito de adulto.

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70

A definição exacta do conceito de adulto ainda não está pacificada na literatura, tendo esse termo a conotação que determinada

especialidade lhe confere. Se a biologia apresenta uma definição, a psicologia a contraria e se a antropologia aponta melhores direcções, de

qualquer modo, assim, como o adulto não deve ser visto como um ser acabado, por estar em constante evolução, o seu conceito segue a

mesma linha. Deste modo, consideramos o conceito de adulto muito amplo, o que faz que nele seja abrangida a categoria de idosos.

Apesar de anteriormente denotarmos uma contradição, a Organização Mundial da Saúde (OMS), define a pessoa idosa como aquela com 60

anos de idade ou mais, a faixa etária da chamada idade adulta vai distintamente dos 24 aos 60 anos de idade, compreendendo 35 anos, vez

que abriga os indivíduos de 25 a 59 anos e inúmeras faixas de desenvolvimento bio-psico-social.

De acordo com a visão de Lapassade (1977) “(…) o adulto remete a uma ideia de ser acabado (…)o adulto está formado, amadurecido,

terminado (…)”

Assim, podemos dizer, que a idade adulta varia entre os 16 e os 21 anos, dependendo da região em causa. Em algumas culturas africanas

consideram adultos todos os maiores de 13 anos, mas a maior parte das civilizações enquadram essa idade na adolescência. Sendo a idade

comum de entrada na maioridade a de 18 anos. Assim, tornar-se adulto, quando e como, depende da cultura em que se vive.

2- Áreas e dimensões da animação sociocultural e socioeducativa nos adultos.

A animação sociocultural e socioeducativa pode intervir em diversas áreas com os adultos tais como:

Page 68: Portefólio Daniela

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71

- Área da Educação, é o uso de um conjunto de técnicas para desenvolver acções e dinamizar a realização de acções através da participação das

pessoas. Permitindo assim o desenvolvimento da criatividade e das aprendizagens.

- Área da Saúde, é onde se desenvolvem actividades e se dinamiza a realização de acções com o objectivo de melhorar as condições físicas e

psicológicas do ser humano.

- Área do Desporto, desenvolvem-se acções desportivas que confiem aos participantes o prazer, a acção e o movimento. Isto tem como

objectivo combater o stress e o sedentarismo.

- Área do Lazer, usa-se várias técnicas para desenvolver um conjunto de acções e dinamizar a execução de actividades recreativas e lúdicas que

permitam às pessoas o divertimento, o desenvolvimento e o repouso.

- Área da Cultura, desenvolvem-se e dinamizam-se actividades que permitam o desenvolvimento da criatividade, criação e expressão cultural e

artística. Tais como a música, teatro, escultura, entre outros.

- Área Social, desenvolvem-se acções que possam resolver problemas de comunidades, de grupos e de organizações, levando ao

aperfeiçoamento das relações humanas.

- Área do Turismo, estimula-se as pessoas para descobrir monumentos, sítios e locais e se informem sobre tal, desenvolvendo assim o turismo.

- Área do Património Cultural, estimula-se as pessoas a participarem em festas tradicionais, festivais gastronómicos, valorizando e divulgando

assim o património cultural.

Page 69: Portefólio Daniela

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72

- Área do Ambiente, estimula-se a realização de actividades que permitam a concretização da educação ambiente.

1.1. Papel do Animador Socioeducativo

O animador socioeducativo assume uma multiplicidade de funções, podendo intervir em diferentes contextos educativos aparecendo

como mediador em contextos organizacionais, como educador social facilitando o acesso à informação, em contextos comunitários prestando

apoio primário e também em contextos especializados como por exemplo lares, instituições de acolhimento, etc…

O animador é um educador porque tenta estimular a acção, o que supõe uma educação na mudança de atitude.

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73

Grupo: Ana Ramalho, Ana Canhoto, Leonor Pãozinho, Daniela Fernandes

Docente: Dr.ª Maria José do Rosário

Trabalho Nº 5 – Projecto Trabalhado Para: Fundação Manuel Gerardo

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74

Objectivo:

1- Transmitir aspectos culturais ligados ao espírito Natalício;

2- Trabalhar competências educativas;

Actividade I

Público-alvo 6 Anos Até aos 12 Anos

Descrição da Actividade Leitura de um contro de Natal

Tradicional, seguido de construção de

figuras decorativas onde cada “criança”

coloca um desejo de natal.

Objectivo Conhecer as necessidades pessoais de

cada criança para se possível

podermos intervir e melhorar a sua

qualidade de vida na instituição.

Tempo de Duração da Actividade 2 Horas

Page 72: Portefólio Daniela

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75

Actividade II

Público-alvo 13 Anos Até aos 18 anos

Descrição da Actividade Visionamento de um filme “A Christmas

Carol”, seguido de um debate sobre o

filme.

Passagem de uma folha de papel onde

colocam os desejos de natal.

Objectivo Conhecer as necessidades pessoais de

cada jovem para se possível podermos

intervir e melhorar a sua qualidade de

vida na instituição.

Tempo de Duração da Actividade 3 Horas

Page 73: Portefólio Daniela

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76

Actividade III

Público-alvo Geral

Descrição da Actividade Ateliê de Culinária Natalícia onde

todos os jovens ajudam a

confeccionar doces tradicionais de

natal. (Ex. Rabanadas, Sonhos,

Tronco de Natal, Bacalhau, Peru, etc.)

Objectivo Promover a interacção entre todos os

jovens e funcionários e realizar um

momento de convívio e lazer.

Tempo de Duração da Actividade Várias Horas

Reflexão critica

- Os trabalhos realizados em sala de aula foram bastante importântes, pois deu para adquiri novos conhecimentos e aprofundar matérias.

Consuante a matéria leccionada assim se foram realizando trabalhos complementares a esta, é de extrema importância a realização dos trabalhos pois o

animador sociocultural, tem que ter sempre presente a diferença entre todas as faixas etárias para que todos os trabalhos se possam adquar á comunidade

em questão. Com a relização dos trabalhos consegui ver as prespectivas de diferentes autores e compara-las entre si, fazendo uma breve análise do meu

próprio conhecimento.

Page 74: Portefólio Daniela

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Relatórios Individuais

Aldeia das Amoreiras

Trabalho realizado por:

Ana Ramalho. Nº 9441

Daniela Fernandes. Nº 10245

Leonor Guerlixa. Nº 10242

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78

Índice

Introdução…………………………………………………………………………………………………………….Pág.3

Aldeia das Amoreiras Contextualização…………………..…………………………………………….Pág.4

O que é o Gaia………………………………………………………………..……………………………………..Pág.5

O que é o centro de convergência………………………………….……………………………………..Pág.7

Conclusão………………………………………………………………………..………………………………….Pág.13

Webgrafia……………………………………………………………………………….…………………………..Pág.14

Apêndices…………………………………………………………………….……………………………………..Pág.15

Page 76: Portefólio Daniela

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79

Introdução

No âmbito da unidade curricular de Animação Socioeducativa, lecionada pela docente Maria José do Rosário, foi-nos proposto realizar

um relatório referente a visita de estudo realizada a Aldeia das Amoreiras.

Porquê Aldeia das Amoreiras? Devido ao facto de a Aldeia se encontrar num progressivo abandono e envelhecimento populacional e lá

se ter implementado um centro de convergências que tem trazido melhorias para a aldeia, trazendo mais habitantes jovens, tendo projectos

relacionados com a dinamização cultural, sendo estes importantes para o conhecimento de futuros Animadores Socioculturais.

“Todas as Opiniões que Há sobre a Natureza”. “Nunca fizeram crescer uma erva ou nascer uma flor. Toda a sabedoria a respeito das cousas Nunca foi cousa em que pudesse pegar como nas cousas; Se a ciência quer ser verdadeira, Que ciência mais verdadeira que a das cousas sem ciência? Fecho os olhos e a terra dura sobre que me deito Tem uma realidade tão real que até as minhas costas a sentem. Não preciso de raciocínio onde tenho espáduas”. Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" Heterónimo de Fernando Pessoa

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80

Aldeia das Amoreiras Contextualização

Situada no extremo Oeste do Concelho de Odemira, a São Martinho das Amoreiras dista da sua sede de concelho 32km, e é uma aldeia

sustentável, privilegiada por um relevo pouco acidentado, com um clima de grandes amplitudes térmicas entre o dia e a noite.

Segundo um documento elaborado pela Faculdade de Economia da Universidade do Algarve a sua área ocupa uma área de 143km2 e tem uma

população constituída por 1199 habitantes, sendo a sua densidade populacional de 8,4 hab/km2 sendo constituída por três pequenas aldeias,

São Martinho das Amoreiras, Aldeia das Amoreiras e Amoreiras-Gare.

A sua história remete para o tempo dos Romanos, marcando assim a sua organização agrária, mas como quase todas as regiões do

baixo Alentejo, também esta freguesia sentiu as dificuldades em autossustentar-se.

A sua paisagem característica composta por um relevo ligeiramente ondulado repleto de vegetação onde a azinheira domina, faz desta

pequena aldeia Alentejana um pequeno paraíso dotado de paz e tranquilidade.

Sabe-se que a Aldeia das Amoreiras é a mais antiga das três aldeias, e como tal está repleta de lendas e tradições que passam de

geração em geração e são preservadas ao longo do tempo.

Page 78: Portefólio Daniela

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81

O que é o GAIA?

As siglas GAIA correspondem ao Grupo de Ação e Intervenção Ambiental, que por sua vez é uma associação ecologista, inovadora,

plural, apartidária e não hierárquica.

Esta associação foi fundada no ano de 1996 em Lisboa como um núcleo universitário dedicado exclusivamente a questões ambientais e atua

não só a nível regional mas também nacional, tendo núcleos não só na cidade onde nasceu mas também no Alentejo e no Porto.

Após três anos de ativismo dentro e fora da universidade, os elementos que compunham o GAIA consciencializaram-se que os assuntos

por eles defendidos eram demasiado importantes para se limitarem a uma associação de estudantes. Posto isto, em 2000 o GAIA evoluiu e

registou-se como associação juvenil legalmente independente, o que permitiu uma participação mais ativa nos temas das Alterações Climáticas

e Globalização ao nível das bases e com um nível de crítica social que raramente se encontra noutras ONGA.

Em 2004, registou-se legalmente como ONGA e iniciou o processo para se tornar ONGA no Registo Nacional.

A colaboração com outras associações Portuguesas e a ligação a várias redes Europeias fazem do GAIA uma associação bastante dinamizadora,

e sendo uma ONGA (organização não-governamental do ambiente) tem uma forte componente ativista, inovando ações diretas, criativas e

não-violentas, fomentando o trabalho a partir das bases.

Esta organização aborda a problemática ecológica através de uma crítica ao modelo social e económico que abusa da Natureza e prejudica o

Planeta, a sociedade e as gerações futuras, apresentando iniciativas sustentáveis e alternativas positivas para o auxílio da construção de um

mundo melhor.

Page 79: Portefólio Daniela

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82

Projetos do GAIA:

1- Aldeia Sustentável;

2- Campanha Europeia pelas Sementes Livres;

3- Sementes Livres e Transgénicos;

4- Voluntariado Internacional;

5- Crianças em Ação;

6- Dia Sem Compras;

O que é o Centro de Convergência?

O Centro de Convergência é uma proposta de projeto inédito no sentido de dinamizar e desenvolver meios rurais cada vez mais

desertificados, este agrega diferentes disciplinas que interagem entre as ciências sociais e de ambiente e a cultura e a arte.

Está sediado na aldeia das Amoreiras, concelho de Odemira, e surgiu no contexto de uma campanha contra a desertificação do GAIA e

do seu núcleo do Alentejo, abrangendo uma dinâmica de parcerias com organizações locais.

Page 80: Portefólio Daniela

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83

O Centro de Convergência dispõe-se como uma infraestrutura para indivíduos e organizações com projetos inovadores, dirigidos ao

meio ambiente e social local, e como sistema organizativo de carater dinâmico e aberto, transdisciplinar, não institucional, não partidário e

sem hierarquia. É dinamizado por módulos de atividades a longo prazo, garantindo a sustentabilidade da estrutura, admitindo a meio termo

projetos curtos e pontuais.

As principais finalidades deste projeto centram-se na proposta de alternativas sustentáveis e originais para o desenvolvimento rural,

eficazes no combate da desertificação física e ao despovoamento, apoiando e valorizando a comunidade local e fomentando a deslocação de

pessoas da cidade para o campo, facilitando assim a comunicação entre os dois meios.

Para além do trabalho anteriormente referido, o Centro de Convergência propõe novos estilos de vida e também de trabalho, tentando

constantemente adaptar novas pessoas e novas ideias, tendo por eixo um conjunto de princípios que identificam o projeto. A conceção do

Centro de Convergência assenta em cinco princípios fundamentais:

Visão;

Modelo de Organização;

Infraestruturas;

Módulos de Atividades;

Pessoas;

O plano de ação do Centro de Convergência compreende presentemente a implementação dos módulos de trabalho de Arte e Ofícios, Turismo

Ético, Permacultura, Centro de Internet, Biblioteca e Dinamização na Aldeia das Amoreiras.

Page 81: Portefólio Daniela

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Projetos do Centro de Convergência:

1- Aldeia Sustentável;

2- BD a Fresco;

3- Biblioteca.

Perdida no meio de três paisagens (Serra do Caldeirão e Monchique, os Campos de Ourique e as Colinas de Odemira), por entre

vales, encontramos a aldeia das Amoreiras, uma aldeia de pequena dimensão, onde os dias parecem todos iguais e o vento sopra

agitado carregando histórias que passam da boca daqueles que há muito trabalharam a terra e usufruem agora do merecido descanso.

É aqui, nesta aldeia que em muito se assemelha a todas as outras, que existe algo que marca a diferença, principalmente em tempos

tão controversos como aqueles que passamos. Aqui não existe uma só palavra, uma só finalidade, aqui todos contribuem, todos

opinam, e todos trabalham, chamam-lhe então de Aldeia Sustentável.

Escolhida pela iniciativa “Centro de Convergência” do Grupo de Ação e Intervenção Ambiental (GAIA), a aldeia das Amoreiras privilegia

assim de um conjunto de atividades que beneficiam não só os seus habitantes mas também a região. As suas alternativas sustentáveis e

criativas fazem deste meio rural uma atração turística e um oásis no meio da desertificação física que se faz sentir cada vez mais nas aldeias

Alentejanas. Apoiando e valorizando a comunidade local, fomentando a deslocação da população até à cidade, o Centro de Convergência

quebra assim barreiras e abre novos horizontes a jovens, idosos e crianças.

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Gravemente afetada pelo desemprego, má gestão dos recursos naturais, pobreza, carência de transportes públicos e deficiência do

sistema de saúde, quando o Centro de Convergência chegou à aldeia havia muito trabalho para fazer, segundo o Engenheiro André Vizinho a

primeira tarefa era ganhar a confiança da população.

“As pessoas na aldeia quando fazem alguma coisa fora do normal são fortemente criticadas. O nosso objectivo é envolver todas as pessoas e

mudar isso, embora saibamos que é uma questão muito cultural” – André Vizinho, 23 de Outubro de 2012, Coordenador do Projecto.

Embora haja ainda quem se recuse a participar nas actividades, a verdade é que a maior parte da população aprendeu a viver com a

presença destes forasteiros que tanto têm para oferecer.

No que diz respeito à produção, o Centro de Convergência apostou nas técnicas antigas e mais ecológicas bem como na prática inovadora da

permacultura*, aumentando assim a produção de mel, aguardente de medronho, queijo de cabra fresco e curado, vinho, azeite, cortiça, lenha

de azinho e sobro, gado ovino, caprino e suíno, hortícolas e frutas, árvores de fruto para venda, artesanato, marionetas, fornos solares, e casas

de banho ecológicas. No decorrer da visita de estudo realizada no âmbito da Unidade Curricular Animação e Desenvolvimento Local (ADL),

tivemos o privilégio de perceber como funciona o processo de “construção” de alguns dos produtos em cima expostos.

Foi-nos explicado o motivo do porquê da aposta no gado ovino, caprino e suíno em vez de outro tipo de gado, e a justificação é simples,

uma vez que o tipo de alimentação deste animal pode ser sustentado com o que a Natureza oferece à aldeia, evitando assim gastos

dispendiosos em rações.

Page 83: Portefólio Daniela

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86

Outro exemplo que presenciámos foi a casa de banho ecológica. Nesta casa de banho ao ar livre, a água quente é obtida através de um

processo químico bastante simples, basta cobrir um tubo com restos de folhas e agulhas de pinheiro e em seguida regar essa matéria com chá

de ortigas, é óbvio que é necessário uma grande quantidade. Em seguida esta mistura forma azoto, que por sua vez aquece a água que passa

no tubo, permitindo assim duches de água quente sem a utilização de gás e sem investir em painéis solares.

A sanita, também ao ar livre, não tem utilização de água potável, consiste apenas num balde com cerradura, e as fezes são depois armazenadas

numa espécie de “estrumeira” para mais tarde serem utilizadas na fertilização da terra.

Estes processos, pouco comuns nos dias de hoje, permitem não só a poupança de dinheiro, como também a poupança de água e gás,

ajudando na factura ao fim do mês e também na preservação da Natureza.

Outro aspecto interessante é também a forma como alguns espaços da aldeia foram requalificados. As pinturas foram feitas com cal, e

contaram com a participação de toda a população, embora algumas pessoas tenham sido mais activas que outras, como é o caso da Senhora

Clárida, que foi uma das principais chefes de equipa no processo de “caiação”.

Também o muro principal do Centro de Convergência foi alvo desta arte popular, embora tenha contado com a participação do

arquitecto Bernardo Rodrigues, que fez o desenho principal composto por uma rua da aldeia, sendo depois completado pelas crianças, que

graciosamente desenharam animais que são avistados habitualmente, e embora tenham sido efectuadas outras pinturas em mais alguns

muros, o Senhor Presidente da Junta da Aldeia das Amoreiras entendeu que não era algo que devesse ser mantido, então pediu para pintarem

novamente o muro de branco.

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87

“É pena! Nós fizemos aquilo com muito gosto, e ficámos todos muito tristes porque era uma coisa nossa. Mas o que é que podemos fazer? Ele é

que manda e nós temos que respeitar!” – Senhor António, 23 de Outubro de 2012, habitante da aldeia.

Os lavadouros foram da mesma forma alvo de requalificação, mas através de um método mais complexo, aqui podemos encontrar uma

banda desenhada feita com técnica de “afresco”. Esta técnica consiste na pintura de paredes com pigmentos à base de água feita sobre

argamassa ainda fresca de cal queimada e areia, e destaca-se por resistir ao tempo mantendo boa qualidade.

Mas infelizmente nem tudo é perfeito, e ainda existe muito trabalho para fazer, principalmente na vertente educativa, embora o Centro

de Convergência tenha investido em actividades lúdicas num contexto mais informal, a verdade é que os alunos têm que se deslocar até Coles

para terem acesso ao ensino, e as condições da escola não são de todo as melhores, portanto uma das propostas do orçamento participativo

de Odemira é a requalificação do Espaço Exterior da Escola Aviador Brito Pais. Este tipo de Orçamento permite a participação activa da

população evitando gastos absurdos em obras desnecessárias, e nós tivemos o privilégio de participar no auxílio desta votação, deslocando-nos

em grupos de 6 pessoas porta a porta para que a população pudesse votar em consciência.

Outro projecto interessante desenvolvido também na aldeia das amoreiras é o projecto “Terra das Crianças”, desenvolvido pelo Senhor

Luís. Este projecto consiste em arranjar um espaço vazio onde as crianças possam plantar e criar biodiversidade e aplicar as suas ideias

previamente desenhadas e ponderadas.

Este projecto foi pensado por uma associação porto-riquenha denominada “Centro de Recursos de Ania” e já está em funcionamento há algum

tempo em países estrangeiros, chegou agora à aldeia das Amoreiras e já fez sucesso no meio dos pequenos.

Page 85: Portefólio Daniela

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O facto da metodologia utilizada ser essencialmente uma metodologia participativa permite envolver toda a população, e atingir assim níveis

de satisfação bastante produtivos.

A equipa interage com cada habitante da aldeia, e preocupa-se constantemente em saber quais as suas necessidades, quais os seus

sonhos, produzindo campanhas como é o caso da “Aldeia de Sonhos”, onde cada pessoa teve oportunidade de dizer qual o seu sonho para a

aldeia, para em seguida tentar arranjar soluções viáveis. Desta forma o trabalho que têm desenvolvido tem mostrado excelentes resultados e a

pequena aldeia das Amoreiras já é conhecida até a nível Internacional, o que é bastante gratificante para todos os envolvidos.

Só é possível manter viva a chama deste projecto porque as pessoas aceitaram as ideias desta família que é o Centro de Convergência, e

apesar de todas as dificuldades este projecto vem mostrar que é possível acreditar num mundo melhor, e que não é preciso muito para se ser

feliz.

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Conclusão

Com esta visita de estudo completada por uma pesquisa exaustiva, chegamos á conclusão que não é preciso muito para rentabilizar os

recursos endógenos e aquilo que a Natureza nos dá, basta sermos criativos e trabalhar arduamente nos objectivos que pretendemos alcançar.

Como animadores foi uma experiência muito enriquecedora, que nos deu algumas ideias para no futuro podermos aplicar.

Foi bastante interessante ver a forma como aquela equipa pega nos conhecimentos antigos e conseguem adaptá-los aos seus projectos,

juntando o que ambos têm de melhor para oferecer.

Se estas ideias fossem postas em prática também noutros locais, talvez fosse mais fácil enfrentar as dificuldades que tanto destroem os sonhos

das pessoas, e tornar-se-ia mais fácil sustentar os territórios.

Este projecto tem reunido uma grande equipa que é incansável e que dá tudo para manter o Centro de Convergência em

funcionamento. Essa equipa é composta por:

Concepção do projecto André Vizinho, Sara Serrão, Ricardo Inácio, Gualter Baptista, Gil Pereira, Ana Nuno

Coordenação do projecto André Vizinho

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Aldeia de Sonho Sara Serrão, André Vizinho, Ricardo Inácio, Beatriz Martinez, Sebastian Rost + voluntários pontuais.

Webgrafia

http://centrodeconvergencia.files.wordpress.com/2008/11/tres-paisagens-e-uma-freguesia.pdf

http://www.citador.pt/poemas/todas-as-opinioes-que-ha-sobre-a-natureza-alberto-caeirobrheteronimo-de-fernando-pessoa

http://gaia.org.pt/node/327

http://gaia.org.pt/node/16164

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91

Relatório encontro com culturas II

Docente: Maria José do Rosário

Discente: Daniela Fernandes

Page 89: Portefólio Daniela

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92

Índice

Introdução………………………………………………………………….pág. 3

Corpo do Relatório…………………………………………………………pág.4

Conclusão/Considerações Finais………………………………………..pág. 6

Anexos………………………………………………………………...pág. 7

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93

Introdução

Este relatório é do âmbito da disciplina de Animação Socioeducativa (ASE) e tem como objectivo relacionar a Animação Sociocultural

com o Encontro com Culturas.

Todos sabemos que a Animação Sociocultural trabalha muito na base da cultura, tanto a tentar preserva-la como a modifica-la para

melhor, sem que lhe retire a identidade, seja ela a cultura portuguesa ou outra, assim o animador pode ser um mediador para tal tarefas.

O II Encontro com Culturas 2012: Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), é promovido pelo Instituto Politécnico de Beja e

tem como objectivo a internacionalização num contexto de diversidade e qualidade, fazendo assim com que se facilite o contacto com os

parceiros externos e fortaleça a cooperação entre eles, possibilitando o desenvolvimento de actividades e iniciativas conjuntas nas áreas do

ensino/aprendizagem, cultura e investigação através de todo o tipo de projectos, facilitando o seu desenvolvimento.

Corpo do Relatório

Dia 3 de Outubro, deslocamo-nos até ao auditório do IPBeja, com a professora Maria José do Rosário, com o objectivo de participar no II

Encontro com Culturas 2012: Comunidades de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Como já expliquei anteriormente, este encontro tem como

objectivo promover as parcerias externas e fortalece-las, cooperando assim para o desenvolvimento.

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O encontro começou com a participação do Presidente da Turismo Alentejo, o Sr. António Ceia da Silva e o seu tema desenvolvia-se à

volta do turismo, mais concretamente do turismo da região do Alentejo. No início começou por afirmar que o turismo estava a crescer em

Portugal e que se devia de apostar fortemente nele, pois este possibilitava o desenvolvimento. Também nos explicou que os factores essenciais

para o sucesso no turismo é o planeamento, o produto turístico flexível, o trabalho, a inovação e a superação, sem estes factores tornar-se-ia

complicado obter um resultado positivo e assim o desenvolvimento da região. Informo-mos que todos os anos se realiza e elabora o

Planeamento Estratégico Monitorizado e que é importante ter em conta, a identidade de cada local ou região, pois isso é o que torna único e

especial.

Falou-nos um pouco do projecto, Alentejo Património do Tempo (informações sobre o projecto em anexos) que tem vindo a ganhar

dimensão e sustentabilidade nos últimos anos, devido a ter sido a primeira região a apostar no online (Facebook e Youtube) para a divulgação e

para cativar o público.

Por fim, apresentou-nos um desafio que consistia em realizar um estudo sobre os mercados internacionais.

O segundo participante foi o Sr. António Silvestre Ferreira da Herdade Vale da Rosa em Ferreira do Alentejo, viveu muitos anos no Brasil

na região do Maringá exercendo o cargo de professor, quando veio para Portugal apostou no mercado das uvas que têm vindo a ter êxito tanto

nacionalmente como internacionalmente. A sua participação baseou-se na comparação da região de Beja com a região de Maringá.

Por último, o Sr. Filipe Cameirinha da Herdade do Monte Novo e Figueirinha (informação sobre a herdade em anexos) que nos falou um

pouco da história da herdade e como ela se tinha desenvolvido ao longo dos anos, apostando na criação de vinhos e azeites, que actualmente

são exportados um pouco por todo o mundo, como é o caso da China, em que já são elaborados rótulos dos vinhos em chinês.

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Conclusão/Considerações Finais

É importante salientar que a nossa participação em encontros deste tipo, nos enriquece e também nos dá bases para uma futura

intervenção seja a área qual for, promove e dá-nos a conhecer vários projectos que estão a ser elaborados para o desenvolvimento dos países

de língua portuguesa baseados no desenvolvimento territorial, empresarial e cultural e também realça a importância da cooperação para o

desenvolvimento. Na minha opinião foi gratificante, pois o animador sociocultural trabalha nas mais diversas áreas, tanto a nível de turismo

como de desenvolvimento local, promovendo o bem-estar e a sustentabilidade da própria comunidade com os recursos que esta tem

disponíveis e a envolvendo no seu próprio desenvolvimento para que mais tarde sejam autónomos.

Com isto, posso concluir, que no caso do turismo tem muitos alicerces em comum com a Animação Sociocultural, pois para ter sucesso

tem que planear, inovar, trabalhar, superar e “jogar” com a identidade da região ou comunidade. E no caso das empresas frutícolas, estas

aproveitam o que a região tem de melhor para dar e apostam nos seus produtos, tornando-os especiais e únicos, preservando a sua

identidade. Ou seja, ambos os casos têm muitos elos de ligação com a Animação Sociocultural, não só em termos da aposta da identidade da

região, como também têm que trabalhar na inovação e na superação para obterem resultados positivos e lhe dar continuidade.

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Anexos

Projecto: Alentejo Património do Tempo

“A Turismo do Alentejo, Entidade Regional de Turismo responsável pela gestão da Área Regional de Turismo do Alentejo, realizou no

passado mês de Abril o 1º Congresso Internacional “Alentejo: Património do Tempo”, no Centro de Artes do Espectáculo de Portalegre.

Ao longo de dois dias, estiveram em análise a forma de exploração do património, o seu impacto e dimensão, a eficiência de parcerias

público-privadas, o branding e operacionalização user friendly dos produtos e as formas de venda.

Como objectivos foram apresentados: a valorização turística e uma maior diversidade de produtos de Touring Cultural, de forma a

consolidar o património e cultura desta região e usufruir dos seus benefícios económico-sociais.

O projecto “Alentejo: Património do Tempo”, foi apresentado como uma marca a ser comercializada pela região, com ‘label’, ‘branding’,

e linha de merchandising própria.

As suas linhas estratégicas gerais passam pela gestão privada dos locais de interesse histórico e cultural, criação de uma plataforma de

estruturação do produto touring e de operacionalização de bens patrimoniais para investimento turístico. Está também contemplada a

implementação de rotas turísticas que tenham como finalidade a venda da operação.

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O desafio lançado pela Turismo do Alentejo, ERT visa a comercialização do património da região, quer se trate de monumentos,

tradições ou eventos, como “produto” turismo-cultural e destino turístico de excelência. No entanto, mantém-se presente a necessidade de

compreender todos os elementos e entidades do sector, bem como a motivação e consciência dos players, de modo a partilhar conhecimentos

e experiências.

Durante o Congresso foram ainda atribuídos os Prémios “Turismo do Alentejo 2011”, com destaque para o Convento do Espinheiro,

vencedor na categoria de “Melhor Empreendimento Turístico 2011”, O Hotel Convento de Alter e o Évora Hotel receberam uma menção

Honrosa e o “Prémio Especial Turismo do Alentejo” foi atribuído ao Centro Histórico de Évora.

Na categoria de Melhor Turismo Rural, venceram a Casa da Ermida de Santa Catarina, a Herdade do Sobroso, a Herdade da Malhadinha

Nova e a Herdade do Touril.”

Fonte: http://news.portugaltravelguide.com/pt/news/alentejo-patrimonio-do-tempo-uma-marca-de-excelencia

Monte Novo e Figueirinha

“A empresa Sociedade Agrícola do Monte Novo e Figueirinha, Lda está estabelecida desde 1998. O fundador é o Comendador Leonel

Cameirinha . E a gestão da empresa está a cargo do fundador e do seu neto Filipe Cameirinha Ramos. A Herdade do Monte Novo e Figueirinha

é uma área de 300 hectares de terra plana e boa qualidade, perto de S. Brissos, cerca de 5 km de Beja, no Alentejo, a região sul de Portugal. As

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principais produções do estado são a vinha e o olival. As variedades de uvas e azeitonas são cuidadosamente seleccionadas para dar corpo ao

vinho de alta qualidade e ao azeite , com todas as características distintivas da região do Alentejo. A Adega da Figueirinha foi construída em

2003, e é uma moderna adega equipada com a mais recente tecnologia, para atender a uma capacidade de produção anual de 800 mil litros de

vinho. O enólogo é o Eng. Filipe Sevinate Pinto. Com uma área de 170 hectares de olival, em 2006, a empresa decidiu construir o Lagar da

Figueirinha, com uma capacidade de produção de 8 milhões de toneladas de azeitonas, que produz um azeite de alta qualidade. O consultor

técnico para a produção de azeite é João Gomes.”

Fonte: http://www.montenovoefigueirinha.pt/

Justificação: Achei oportuno colocar alguma informação sobre os projectos e empresas, visto que no Encontro com Culturas os

participantes tinham tempo pré-estabelecido e não facultaram todas as informações

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No âmbito da Unidade Curricular de Animação Socioeducativa, a turma de Animação Sociocultural da Escola superior de Beja dirigiu-se

pela manhã à Biblioteca Municipal José Saramago, de Beja para assistir a uma intervenção feita pela Dra. Cristina Taquelim com o propósito de

mostrar como um animador sociocultural pode intervir em âmbitos educativos numa biblioteca, que tipos de projectos existem nesta e que

tipos de públicos-alvo abarcam.

Segundo a Dra. Cristina Taquelin um funcionário público não é aquela pessoa que nada faz, como o que está estereotipado hoje na

nossa sociedade, é alguém que presta um serviço público e que cria, gera problemáticas que dão resposta ás necessidades da sociedade. É

neste sentido que os funcionários da Biblioteca Municipal de Beja desenvolvem o seu trabalho, criando respostas para as necessidades dos

munícipes e para a divulgação social e cultural da importância da leitura e questões relacionadas com a mesma. Com cerca de 20 anos de

existência, este Serviço Municipal, criado por uma pequena equipa, começou por realizar pequenas actividades como o contar de histórias para

os mais novos e hoje já conta com um leque de actividades mensais definidas e protagonizadas por diversos actores, nomeadamente

escritores, poetas, jornalistas, contadores de histórias e outros ligados a estas áreas, não só a nível nacional como também a nível

internacional.

Os públicos-alvos aos quais se dirigem os serviços socioeducativos da biblioteca Municipal de Beja são essencialmente ás crianças,

porém já existe um grande leque de oferta para o publico jovem, adulto e 3º idade. Desde o empréstimo, a animação de leitura, a realização de

leitura partilhada, a recolha de contos junto de idosos, entre outras actividades que dão o protagonismo e o bom nome que esta casa já

adquirio. Aqui, neste trabalho há que ter em conta o que se quer animar e como o fazer, para isso é fundamental que, entre os técnicos que

trabalham nesta área existam animadores socioculturais que façam a ponte entre as necessidades da população e os serviços que a biblioteca

tem a oferecer.

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Assim conseguimos perceber a importância que nós, animadores temos em contexto biblioteca e que directrizes deveremos seguir se,

futuramente nos surgir trabalho nesta área.

Na intervenção em bibliotecas devemos ser conhecedores dos diversos tipos de leitura, das diversas formas de ler, de cativar o leitor,

de cativar o ouvinte, de pô-lo a refletir e de potenciar a escuta activa de qualquer tipo de público. Devemos também ter alguns aspectos em

conta, um dos exemplos que a Dra. Cristina deu de um projecto realizado na cidade e no bairro e, tendo como referência o mesmo público-

alvo, têm que ser desenvolvidos de maneiras completamente diferentes. No bairro, era fundamental que os pais percebessem certas questões

fundamentais para o desenvolvimento dos miúdos, enquanto na cidade, como esta questão já estaria mais evoluída o fundamental aqui seria

incentivar os miúdos á prática activa da leitura. Outras das questões fundamentais para um técnico que trabalhe nestas áreas é a

personalidade e a maneira de ser. Pode não fazer sentido á primeira impressão mas, um agente de animação sociocultural deve ser alguém

activo, alguém que participe como cidadão numa comunidade e que se relacione com as pessoas de modo a desenvolver informações e

contactos que dêem, mais tarde lugar a parcerias fundamentais para a concretização de actividades. É importante saber com quem contar e, se

dermos apoio, também iremos receber de volta dai a importância das relações sociais nesta área.

A participação em sessões como esta, onde alguém, nos fala do que nós podemos vir a fazer futuramente são contributos essenciais

para a nossa formação enquanto animadores socioculturais, e é pena não existirem mais oportunidades de participação e observação destas

actividades em âmbito de sala de aula.

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Visita ao museu regional rainha dona Leonor.

Este museu foi fundado em 1459, foi um dos primeiros museus fundados em Portugal.

Este museu antigamente era um convento de freiras, actualmente o museu é tutelado pela assembleia distrital de beja.

É um museu bastante interessante, repleto de historias que encantam qualquer pessoa que ali passe e o visite.

Este tem algumas activiades e exposições temporárias com artistas nacionais e internacionais, bem como trabalhos direcionados para o

publico escolar, através da criação de variadas actividades consoante o grau de ensino do aluno.

Estes são exemplos de algumas exposições :

Esplendor azul e branco;

A ourivesaria nas coleções do museu;

Soror mariana alcoforado;

Exposição maria T;

Fé, olhares sobre o Alentejo;

Com a visita foi mais fácil perceber a realidade do museu, e abriu portas no sentido de mostrar ao animador o trabalho que lá pode

desenvolver, mesmo sabendo que existe varias dificuldades nesse âmbito, pois torna-se difícil manter projectos activos e dinâmicos

numa realidade que é o museu.

Conclui com esta visita que foi uma mais valia em todos os aspectos, mostrando assim a dificuldade que um animador sociocultural

pode encontrar neste contexto.

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No dia dezanove de dezembro de 2012, a convite da Docente Maria José do Rosário, contámos com a presença do técnico superior de

animação sociocultural, Márcio Guerra, (licenciado na Escola Superior de Educação de Beja no ano 2008) na aula de Animação

Socioeducativa.

O técnico superior de animação sociocultural Márcio, deu-nos a conhecer a instituição onde trabalha que é a Cáritas Diocesana de Beja

e o projecto onde esta inserido “Comunidade Terapêutica Horta Nova” que é uma das valências da Cáritas.

Esta comunidade é composta por três psicólogos clínicos, um psiquiatra, um técnico superior de animação sociocultural e um médico,

de forma a darem resposta a problemática desta instituição que é a toxicodependência.

Os utentes que fazem parte da “Comunidade Terapêutica Horta Nova” ficam em tratamento durante um período que vai desde os 12

aos 18 meses ao longo de 3 fases. Na 1 fase não têm qualquer contacto com o exterior, na 2 fase já podem receber visitas de familiares e fazer

um contacto com o exterior e a terceira fase, é uma fase em que já têm um abertura com o exterior e vão aos poucos sendo preparados para a

para saída da “Comunidade Terapêutica Horta Nova”.

Fazem parte desta comunidade três componentes, a componente funcional, a componente terapêutica e a componente de lazer.

A componente funcional, é a mais importante do projecto terapêutico. Nesta componente eles participam numa serie de funções que

têm que cumprir. Na “casa” onde eles estão durante o tratamento têm que cumprir algumas tarefas, na divisão casa estão responsáveis pela

higiene e limpeza de todo o espaço, na “lavandaria” têm que lavar, colocar a secar e passar a roupa a ferro, na “horta/jardim” têm que

alimentar os animais e tratar da horta, existe ainda a divisão “administração” pela qual está responsável um utente e que o seu dever é

controlar e distribuir o dinheiro e tabaco pelos outros utentes. Por fim a última divisão é o “coordenador” este coordenador tem como

objectivo fazer a mediação entre o grupo de utentes e os técnicos.

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De 15 em 15 dias a equipa técnica têm uma reunião com a psicóloga para obterem informação relativamente ao estado de evolução

dos utentes.

A componente terapêutica, é composta por espaços terapêuticos e a componente lazer, fazem parte dela os espaços criativos (pintura,

olaria, entre outros) e é aqui que o técnico superior de animação sociocultural intervém. Essa intervenção é feita aos sábados e domingos. O

técnico superior Márcio no primeiro projecto que elaborou para a “Comunidade Terapêutica Horta Nova” percebeu através do diagnóstico de

necessidades que na altura a população-alvo não tinha escolaridade obrigatória então ele propôs o RVCC e conseguiu que este se

implementasse na Horta Nova e são professores reformados que leccionam essas aulas. Os recursos económicos são muito escassos e são os

utentes que têm que realizar tudo com os materiais que têm disponíveis.

Reflexão critica

- No meu ponto de vista os relatórios individuais tiveram bastanta importância pois através deles adquiri conhecimentos importantes, e

ajudou-me a superar algumas dificuldades que tinha na elaboração dos mesmos.

- Foi atraves da visita ao museu rainha dona leonor que adquiri maiores conhecimentos acerca do papel do animador na vertente

museu, e com a mais valia de ficar a conhecer um museu e a sua história. Atraves tambem da visita feita á biblioteca municipal fiquei a

conhecer melhor o papel que o animador desempenha em contexto de educação de biblioteca, fiquei a saber tambem quais as actividades que

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tinham e a conhecer o espaço, que é bastante interessante, ganhei um gosto especial pela leitura depois de ter ouvido a Dr. Cristina Taquelin,

ficando assim com maior interesse na participação nesse tipo de actividades.

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Pesquisas Individuais

O que é Cidadão:

Cidadão é um indivíduo que convive em sociedade, respeitando o próximo, cumprindo com suas obrigações e gozando de seus direitos.

O cidadão tem direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei, ou seja, os direitos civis são apresentados como o ponto de

saída. O cidadão deve participar dos destinos da sociedade e ter seus direitos políticos.

Cidadão tem um conjunto de direitos e deveres que está sujeito em relação à sociedade em que vive. Cidadão e cidadania dizem respeito à

noção de direitos, especialmente os direitos políticos, que permitem ao indivíduo intervir na direção dos negócios públicos do Estado,

participar de modo direto ou indireto na formação do governo e na sua administração, seja ao votar ou concorrer a um cargo público.

Mediação - origem

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Em Portugal mediação surge na década de 90 na sequência da entrada do país na Comunidade Económica Europeia e, desta forma, foi

permitido o acesso a projectos internacionais de modo a dar a conhecer outros contextos e organizações sociais para quem a estratégia de

mediação era fundamental.

No inicio a mediação surgiu ligada à negociação mas, actualmente é assumida como um recurso fundamental para o desenvolvimento social de

vários países (em especial para aqueles países que se caracterizam com uma grande diversidade sociocultural). Assim mediação acaba por

assumir uma função-chave para que haja comunicação intercultural. De um modo geral, a mediação foi definida como “um meio de procura de

acordo em que as pessoas envolvidas são ajudadas por um especialista que orienta o processo” (Sousa, 2002: 19). Esta procura de acordo,

retomando a ideia inicial de mediação, consiste num processo de negociação directa ou indirecta entre as partes envolvidas.

O raio de acção da mediação é amplo, uma vez que se pode estender a várias áreas de interesse, nomeadamente:

- mediação social,

- cultural,

- ambiental,

- civil,

- comercial,

- de seguros,

- comunitária,

- desportiva,

- familiar,

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- laboral,

- penal,

- política.

Mediação Sócio-Cultural

A mediação sócio-cultural apresenta-se como uma estratégia abrangente, não se limitando a origens étnicas e culturais, mas alargando-

se a todas as áreas onde seja necessário reforçar a dimensão da interculturalidade e da coesão social.

Tipos de Mediação

- Mediação intercultural: segundo Philippe Pierre e Nicolas Delange (2004), na sua acepção pedagógica, permite-nos conceber novos percursos,

integrando paradigmas abertos sobre o outro e a diferença.

- Mediação Social: visa sobretudo reconstruir os laços sociais, pretende a reinserção dos indivíduos na vida em sociedade, isto é, procura

reconstruir as interacções positivas entre os indivíduos marginalizados e a sociedade, de modo a que se possa dar a socialização. Dentro da

mediação social podemos encontrar a mediação cultural; mediação escolar; mediação do conflito; mediação institucional.

- Mediação Comunitária: visa sobretudo a regulação e a integração social, que se reportam ao modo de gestão de conflitos pelas comunidades

e pelos seus membros, de modo a que estes, juntos, possam conseguir viver melhor em conjunto. Está ligada à vontade dos membros de uma

comunidade definirem eles própria os seus problemas e soluções, pretende-se favorecer

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a participação da população na resolução dos conflitos e restabelecer a coesão social no seio de uma comunidade de forma autónoma e

responsável. Deste modo, a mediação comunitária está relacionada com o conceito de empowerment, entendido como um movimento

intencional dinâmico, centrado na comunidade local, envolvendo respeito mútuo, reflexão crítica, participação e preocupação do grupo em

partes iguais na valorização dos recursos, acesso e controlo sobre os mesmos.

Principios da Mediação:

- A imparcialidade ou neutralidade - considerando que a pessoa do mediador não deve representar nenhuma das partes, nem deve interferir

no sentido de impor soluções;

- A confidencialidade - assegurando às partes envolvidas sigilo e conferindo confiança para que se possa de forma aberta expor os problemas;

- A voluntariedade - ambas as partes devem participar de livre vontade no processo de mediação/resolução do conflito.

CULTURA

A cultura ao ser definida se refere à literatura, cinema, arte, entre outras, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser

considerada como tudo que ohomem, através da sua racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue executar. Dessa forma, todos

os povos e sociedades possuem sua cultura por maistradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das

gerações passadas para as futuras.

Os elementos culturais são: artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento,

preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir).

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A cultura é uma das principais características humanas, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolver culturas, distinguindo-se,

dessa forma, de outros seres como os vegetais e animais.

Apesar das evoluções pelas quais passa o mundo, a cultura tem a capacidade de permanecer quase intacta, e são passadas aos descendentes

como uma memória coletiva, lembrando que a cultura é um elemento social, impossível de se desenvolver individualmente.

Por Eduardo De Freitas

CONCEITOS DE CULTURA ·Aldo Vannucchi ·Conceito básicos de cultura Cultura é tudo aquilo que não é natureza, ou seja, tudo o que é

produzido pelo ser humano. Por exemplo: a terra é natureza e o plantio é cultura. É o desenvolvimento intelectual do ser humano, são os

costumes e valores de uma sociedade. Conceito filosófico de cultura Significa que o homem não apenas sente, faz e age com relação à cultura,

mas também pensa e reflete sobre o sentido de tudo no mundo. Quanto mais minuciosamente investiga os dados empíricos e as análises

particularizadas oferecidas pelas ciências, mais o filósofo se convence de que o existir humano é essencialmente cultural. Em suma, os homens

são seres culturais por natureza. Conceito humanista de cultura Esse sentido humanizante de cultura floresceu entre os romanos, a partir do

cuidado com a terra, a “agricultura”, isto é, o trabalho do agro, o cultivo do campo. Atualmente, a perspectiva humanista da cultura perdeu a

hegemonia, mas continua válida e freqüentemente exaltada. Na verdade, não foi a cultura humanista que perdeu o crédito, mas sim o

humanismo retórico, estéril e fechado em si próprio, conduzindo tristemente ao fascismo. Conceito etnológico de cultura Existem várias

definições para essa ciência, o “Aurélio” nos dá três delas. Para nós, a primeira delas é significativa: “Etnologia é um ramo da antropologia que

estuda a cultura dos chamados povos primitivos”.

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Definição

Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização.

Portanto, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos,

língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização

social, etc.

Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade de produção de cultura.

Você sabia?

- É comemorado em 5 de novembro o Dia Nacional da Cultura.

Cultura: Um Conceito Antropológico

21/10/2008

Desde a antigüidade, tem-se tentado explicar as diferenças de comportamento entre os homens, a partir das diversidades genéticas ou

geográficas.

As características biológicas não são determinantes das diferenças culturais: por exemplo, se uma criança brasileira for criada na França, ela

crescerá como uma francesa, aprendendo a língua, os hábitos, crenças e valores dos franceses.

Podemos citar, ainda, o fato de que muitas atividades que são atribuídas às mulheres numa cultura são responsabilidade dos homens em

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outra.

O ambiente físico também não explica a diversidade cultural. Por exemplo, os lapões e os esquimós vivem em ambientes muito semelhantes –

os lapões habitam o norte da Europa e os esquimós o norte da América. Era de se esperar que eles tivessem comportamentos semelhantes,

mas seus estilos de vida são bem diferentes. Os esquimós constróem os iglus amontoando blocos de gelo num formato de colméia e forram a

casa por dentro com peles de animais. Com a ajuda do fogo, eles conseguem manter o interior da casa aquecido. Quando quer se mudar, o

esquimó abandona a casa levando apenas suas coisas e constrói um novo iglu.

Os lapões vivem em tendas de peles de rena. Quando desejam se mudar, eles tem que desmontar o acampamento, secar as peles e transportar

tudo para o novo local.

Os lapões criam renas, enquanto os esquimós apenas caçam renas.

Outro exemplo são as tribos de índios que habitam uma mesma área florestal e têm modos de vida bem diferentes: algumas são amigáveis,

enquanto outras são ferozes; algumas alimentam-se de vegetais e sementes, outras caçam; têm rituais diferentes; etc

O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo chamado endoculturação ou socialização. Pessoas de raças ou

sexos diferentes têm comportamentos diferentes não em função de transmissão genética ou do ambiente em que vivem, mas por terem

recebido uma educação diferenciada

Assim, podemos concluir que é a cultura que determina a diferença de comportamento entre os homens.

O homem age de acordo com os seus padrões culturais, ele é resultado do meio em que foi socializado

Para Edward Tylor, 1871:

Cultura é o todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos

pelo homem enquanto membro de uma sociedade.

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Tylor, foi o primeiro a formular o conceito de cultura do ponto de vista antropológico da forma como é utilizado atualmente. Na verdade, ele

formalizou uma idéia que vinha crescendo desde o iluminismo. John Locke, em 1690, afirmou que a mente humana era uma caixa vazia no

nascimento, dotada de capacidade ilimitada de obter conhecimento, através do que hoje chamamos de endoculturação,

Tylor enfatizou a idéia do aprendizado na sua definição de cultura.

O homem é um ser predominantemente cultural. Graças à cultura, ele superou suas limitações orgânicas. O homem conseguiu sobreviver

através dos tempos com um equipamento biológico relativamente simples.

Um esquimó que deseje morar num país tropical, adapta-se rapidamente, ele substitui seu iglu e seus grossos casacos por um apartamento

refrigerado e roupas leves – enquanto o urso polar não pode adaptar-se fora de seu ambiente.

A cultura é o meio de adaptação do homem aos diferentes ambientes. Ao invés de adaptar o seu equipamento biológico, como os animais, o

homem utiliza equipamentos extra-orgânicos. Por exemplo, a baleia perdeu os membros e os pêlos e adquiriu nadadeiras para se adaptar ao

ambiente marítimo. Enquanto a baleia teve que transformar-se ela mesma num barco, o homem utiliza um equipamento exterior ao corpo

para navegar.

A cultura é um processo acumulativo. O homem recebe conhecimentos e experiências acumulados ao longo das gerações que o antecederam

e, se estas informações forem adequada e criativamente manipuladas, permitirão inovações e invenções. Assim, estas não são o resultado da

ação isolada de um gênio, mas o esforço de toda uma comunidade.

Não existe um consenso, na antropologia moderna, sobre o conceito de cultura.

Roger Keesing, antropólogo, em seu artigo "Theories of Culture" (1974), define cultura de acordo com duas correntes:

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• As teorias que consideram a cultura como um sistema adaptativo: culturas são padrões de comportamento socialmente transmitidos que

servem para adaptar as comunidades humanas ao seu modo de vida (tecnologias, modo de organização econômica, padrões de agrupamento

social, organização política, crenças, práticas religiosas, etc.)

• As teorias idealistas da cultura são divididas em três abordagens:

• A primeira considera cultura como sistema cognitivo: cultura é um sistema de conhecimento, "consiste de tudo aquilo que alguém tem de

conhecer ou acreditar para operar de maneira aceitável dentro da sociedade"

• A segunda abordagem considera cultura como sistemas estruturais: define cultura como "um sistema simbólico que é a criação acumulativa

da mente humana. O seu trabalho tem sido o de descobrir na estruturação dos domínios culturais – mito, arte, parentesco e linguagem – os

princípios da mente que geram essas elaborações culturais.

• A terceira abordagem considera cultura como sistemas simbólicos: cultura é um sistema de símbolos e significados partilhados pelos

membros dessa cultura que compreende regras sobre relações e modos de comportamento.

A cultura é uma lente através da qual o homem vê o mundo - pessoas de culturas diferentes usam lentes diferentes e, portanto, têm visões

distintas das coisas.

O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como conseqüência a propensão em considerar o seu modo de vida como o

mais correto e o mais natural (isso é denominado etnocentrismo), depreciando o comportamento daqueles que agem fora dos padrões de sua

comunidade – discriminando o comportamento desviante.

Comportamentos etnocêntricos resultam em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes, práticas de outros sistemas

culturais são vistas como absurdas.

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O etnocentrismo é um comportamento universal. É comum a crença de que a própria sociedade é o centro da humanidade.

A reação oposta ao etnocentrismo é a apatia. Em lugar da superestima dos valores de sua própria sociedade, num momento de crise os

indivíduos abandonam a crença naquela cultura e perdem a motivação que os mantém unidos.

Por exemplo, os africanos, quando foram trazidos como escravos para uma terra estranha, com costumes e línguas diferentes, perdiam a

motivação de continuar vivos e muitos praticavam suicídio.

Embora nenhum indivíduo conheça totalmente o seu sistema cultural, é necessário que o indivíduo tenha um mínimo de conhecimento da sua

cultura para conviver com os outros membros da sociedade. Nenhum indivíduo é perfeitamente socializado. São estes espaços que permitem a

mudança.

Qualquer sistema cultural está num contínuo processo de mudança.

Existem dois tipos de mudança cultural: interna, resulta da dinâmica do próprio sistema cultural. Esta mudança é lenta; porém, o ritmo pode

ser alterado por eventos históricos, como catástrofe ou uma grande inovação tecnológica.

A mudança externa é resultado do contato de um sistema cultural com outro. Esta mudança é mais rápida e brusca.

O tempo é um elemento importante na análise de uma cultura.

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Assim, da mesma forma que é importante para a humanidade a compreensão das diferenças entre os povos de culturas diferentes, é

necessário entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema.

http://gestor.adm.ufrgs.br/adp/culturaorg_adpo14_2 ....

ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA

A existência humana é marcada pela cultura e é ela a própria fundamentação da humanidade. Cultura é criação/ aprendizagem/ criação. É

modificada, enriquecida, num processo constante, consciente e inconsciente, por acaso e por necessidade. Por isso a cultura marca, registra e

pauta as condutas humanas. O ser humano é muito pouco programado.

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A ANTROPOLOGIA E SUAS TEORIAS ACERCA DAS CULTURAS

Com o avanço da colonização e a partir das viagens do século XVIII, os europeus passaram a manter contato com outros povos e a incluí-los na

reflexão sobre a evolução da humanidade. Várias maneiras de interpretar a evolução humana surgiram; dentre elas, as versões monogenista e

poligenista. A monogenia, seguindo a idéia de "perfectibilidade" defendida por Rousseau, considerava a evolução da humanidade um gradiente

que ia desde o estágio menos avançado (primitivo) ao mais avançado (civilização). As dissimilitudes entre os entre os homens eram

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consideradas provas dos diferentes estágios pelos quais passavam no seu processo evolutivo. Essa forma de interpretação foi adotada pelos

etnólogos na reconstrução do passado dos povos "primitivos". A poligenia considerava que os diferentes centros de criação explicavam as

diferenças físicas e morais entre os homens. Os poligenistas acreditavam que mesmo que tivessem ancestrais comuns, os homens

diferenciaram-se tanto num dado momento que não restou a possibilidade de cruzamento sem que dele resultasse degeneração.

A partir da obra de Darwin, A origem das espécies, publicada em 1859, vários ramos do conhecimento passaram a adotar uma perspectiva

evolucionista: a lingüística, a pedagogia, a sociologia, a filosofia, a política. Na política, o imperialismo europeu se valeu da idéia de

sobrevivência dos mais aptos para justificar o avanço do colonizador. Uma teoria sobre as raças foi sistematizada a partir do darwinismo social,

preconizado por Herbert Spencer. Essa teoria estabelecia um paralelo comparativo entre as diferenciações entre os homens e as diferenças

que existem entre os animais - o asno e o cavalo, por exemplo - e rejeitava a idéia de livre arbítrio do homem, pois que ele estaria fadado a

receber características étnico-culturais do meio ao qual pertenciam e condenava a miscigenação, valorizando os "tipos puros" considerava a

miscigenação. Essa teoria surgiu dos poligenistas e veio a legitimar o domínio de um grupo étnico sobre outro.

Nesse contexto, surge a Antropologia, que teve o evolucionismo como princípio orientador. Dividindo a evolução em estágios, os etnólogos

abandonaram o uso convencional do tempo e utilizaram-se de etapas construídas logicamente para referenciar o homem. Na escala evolutiva.

Morgan, em sua obra Ancient Society, descreve três estágios que seriam aplicáveis na explicação da escala de evolução humana: selvageria,

barbárie e civilização.

O estudo das sociedades "primitivas" era feito tendo por base documentos escritos, onde havia o relato dos costumes, mitos, objetos utilizados

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pelos "selvagens" etc. Através da utilização do método comparativo, os antropólogos analisaram essas sociedades, guiados pela idéia de

progresso. Esse método recebeu vários ataques, sendo Franz Boas o seu principal crítico. Uma das críticas dizia respeito ao fato de os

elementos culturais serem analisados fora do seu contexto: a partir de uma parcela mínima da cultura inferia-se sobre a totalidade.

Dessa breve digressão, podemos concluir que, apesar de não podermos considerar os usos advindos dos estudos antropológicos da época

como os mais "honestos", sem dúvida nenhuma foi um grande avanço o abandono da análise dos dados coletados por viajantes e a adoção da

pesquisa de campo como meio de investigação. Da mesma forma, pode ser considerado um passo significativo o abandono da utilização da

perspectiva evolucionista na análise dos povos não-europeus, bem como das suas explicações psicológicas e intelectualistas. Porém, o

surgimento da corrente funcionalista na Antropologia - da qual Malinowski foi o precursor - trouxe consigo uma certa dose de determinismo,

ao considerar o processo de colonização como dado, como algo inevitável. A necessidade do estudo dessas sociedades era justificada pelo

avanço do imperialismo europeu sobre os povos "primitivos" e as comparações feitas entre essas sociedades e a sociedade da qual fazia parte

o pesquisador não preocupavam-se em situá-las mecanicamente numa escala evolutiva. Os povos estudados eram focalizados em situação, ou

seja, seu processo de auto-construção era avaliado a partir da contextualização dos fenômenos culturais.

Bronislaw Malinowski, tocado pelo "nojo à civilização", dedicou-se ao estudo das sociedades "primitivas" imbuído do objetivo de "apreender o

ponto de vista do nativo, sua relação com a vida, compreender a sua visão de mundo." Malinowski procedeu a explicação do todo social a

partir da construção de unidades significativas de análise, que seriam compostas por elementos representativos do todo e, assim,

ulteriormente, encadeadas na análise. A essas unidades ele chamou isolats, e utilizou as instituições como objeto de análise. Para ele, as

necessidades biológicas (primárias), determinavam a existência de outras necessidades: as necessidades culturais (secundárias). A cultura seria

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o aparato instrumental que inicialmente estaria ligado à satisfação das necessidades biológicas, e à medida em que houvesse o

desenvolvimento, o crescimento da população e a diferenciação estrutural, ela passaria a constituir-se num meio próprio. Os padrões culturais

determinariam o surgimento do estatuto, que é o liame entre as instuições. No processo de análise da realidade, Malinowski vê como

fundamentais três procedimentos metodológico: a observação de todos os costumes dos nativos, a apreensão das narrativas orais e a

utilização do método estatístico. Para ele, através da observação do comportamento dos nativos seria captados os "imponderáveis da vida

real" - os elementos não abarcados pela análise estatística e que são "a carne e o sangue" do arcabouço teórico da pesquisa.

A antropologia de Malinowski dava maior visibilidade aos sujeitos integrantes da cultura em estudo, como forma de garantir a legitimidade

científica da investigação. O abandono de pré-noções, para ele seria fundamental:

"Conhecer bem a teoria científica e estar a par de suas últimas descobertas não significa estar sobrecarregado de idéias preconcebidas. Se um

homem parte numa expedição decidido a provar certas hipóteses e é incapaz de mudar seus pontos de vista constantemente, abandonando-os

sem hesitar ante a pressão da evidência, sem dúvida seu trabalho será inútil."

Radcliffe-Brown, também funcionalista, propunha a combinação das tarefas de pesquisa de campo e de gabinete. Ele apontava a necessidade

de estudos comparativos sistemáticos para que a Antropologia não se tornasse mera etnografia. O método indutivo, proposto também por ele,

possibilitaria o estabelecimento de regularidades e leis gerais. Ele enfatiza o aspecto funcional de costumes como o rapto da noiva, hostilidade

inter-grupal, entre outros, baseando-os na idéia de oposição que fundaria sociedades divididas em metades exogâmicas. Radcliffe-Brown

chegou à explicação histórica de cada uma dessas sociedades em particular e, consequentemente, ao problema do totemismo e da natureza e

funcionamento das relações e estruturas sociais baseadas em "oposição", que são fenômenos gerais. Dessa forma, ele articulou os métodos

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histórico e comparativo (aliás, numa articulação que ele propunha aos estudos antropológicos em geral), considerando, entretanto, que o

método histórico seria específico da Etnologia e o método comparativo mais afeito à Antropologia Social.

Radcliffe-Brown, que também considerava de suma importância a pesquisa de campo, rejeitava o uso do conceito de cultura em sua análise,

pois considerava-o desprovido do caráter empírico necessário à análise social. A abstração que o termo sugere seria substituída pela realidade

empírica das estruturas sociais, que eram o seu objeto de estudo. Para ele, o indivíduo adquire relevância analítica quando inserido nessa rede

de relações, desempenhando os seus diversos papéis. Aliado a esse conjunto de relações que se dão entre os indivíduos, está o conceito de

forma estrutural. Para Radcliffe-Brown, a forma estrutural seria o padrão das relações que ocorrem na estrutura, tendo como maior

característica a constância do mesmo. Ele não nega mudanças na forma estrutural, porém, admite que elas ocorrem de uma maneira mais

lenta. A totalidade fica, assim melhor explicada na teoria de Radcliffe-Brown, pois possibilita a visualização da mesma através dos conceitos de

estrutura e forma estrutural. Com a idéia de coerência funcional, ele exprime a necessidade de que os elementos estejam interligados por uma

mutualidade de relações que, se não forem observadas, levam ao surgimento de conflitos.

Vê-se que o funcionalismo possibilitou o diálogo entre pesquisador e pesquisado a partir da adoção de uma postura flexível e menos dogmática

perante o seu objeto de estudo, porém, nota-se que a utilização do relativismo como princípio orientador proporcionava um certo

distanciamento e faz com que o investigador, ao abordar o "nativo", estabeleça uma relação na qual o entrevistado realiza o papel de mero

informante, sem que haja uma troca de experiências visando ao conhecimento e questionamento culturais mútuos. Esse procedimento

decorre do fato de que para os relativistas, as culturas são válidas em si mesmas, consequentemente, não há porque questionar as normas e

valores nela imbricados. A postura do investigador que utiliza-se do relativismo é a de um mero coletor de informações. O relativismo, a partir

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da sua proposta de validade das práticas inerentes às varias culturas, inspirada no alemão Herder, não dá margem a uma interação subjetiva

efetiva entre os envolvidos na relação e não possibilita a disseminação de valores universais como a liberdade e a igualdade.

CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO

Introdução

Pretende-se aqui delinear a evolução do conceito de cultura, pinçando idéias defendidas no passado tais como, o determinismo biológico,

geográfico, antecedentes históricos do conceito de cultura, mostrando a conciliação da unidade biológica e da grande diversidade cultural da

espécie humana. O desenvolvimento do conceito de cultura, idéias sobre a origem da cultura e teorias modernas sobre cultura organizacional

e, fatores que compõem a cultura brasileira. Porém, ressalta-se que não se pretende esgotar a discussão nesta apresentação, pois a natureza e

a amplitude do tema não permite findar esta discussão devido as perspectivas multidisciplinares e das diversas abordagens em que se pode

visualizar o emprego e a intersecção do estudo da cultura, tais como a semiótica e a hermenêutica.

Origem da cultura e antecedentes históricos do conceito de cultura

O termo cultura segundo o Novo Dicionário da língua portuguesa significa “ato, efeito ou modo de cultivar. Complexo dos padrões de

comportamento, das crenças, das instituições e de outros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característica de uma

sociedade" (p.508). Porém no final do século XVIII e no princípio do século XIX, o termo germânico Kultur era utilizado para simbolizar todos os

aspectos espirituais de uma comunidade, enquanto a palavra francesa Civilization referia-se principalmente às realizações materiais de um

povo. Mais tarde Edward Tylor (1832-1917) sintetizou os dois termos no vocábulo inglês Culture, que

"tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer

outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade".

Segundo Laraia (1996: 25) com a definição acima apresentada Tylor abrange em suma só palavra todas as possibilidades de realização humana,

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além de marcar fortemente o caráter de aprendizado da cultura em oposição a idéia de aquisição inata, transmitida por mecanismos

biológicos.

Há muito se estuda o comportamento dos animais, inclusive o comportamento do homem, com a finalidade de entender o que o conduz as

atividades cotidianas e, as relações entre eles na formação dos grupos e na relação entre outros grupos. Confúcio (VX séc. a C.) enunciou que

"a natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantêm separados" este é um pensamento compartilhado por vários

estudiosos até a atualidade, inclusive adotado pelas ciências sociais quando se trata de estudos inerentes a cultura organizacional. Pois, não há

como se aceitar algo como bom ou mal, sem uma análise prévia, quando esta não é prática em sua terra, isto vale para práticas de gestão

sugeridas a serem adotadas em uma organização. Há que se observar e analisar as possibilidades de adequação.

Segundo Sahlins apud Laraia (1996: 24),

"(...) a posição da moderna antropologia é que a cultura age seletivamente, e não casualmente, sobre o seu meio ambiente, explorando

determinadas possibilidades e limites ao desenvolvimento, para o qual as forças decisivas estão na própria cultura e na história da cultura."

Apesar da evolução do conceito de cultura demonstrar que as questões biológicas e geográficas não interferem nas ações humanas, ainda

existe alguns resquícios no que diz respeito as questões referentes a supremacia de raça (inteligência) e da melhor localização geográfica

(nordeste brasileiro).

Desenvolvimento do conceito de cultura

O determinismo biológico, bem como o geográfico são idéias que no passado foram consideradas relevantes para conceituar cultura. Com o

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passar do tempo diversas investigações foram realizadas e chegou-se a conclusão de que estas teorias, apesar de terem sido importantes para

o entendimento de algumas dimensões da natureza humana, apresentando limitações e inconsistência para o entendimento do conceito de

cultura. Aí então, inaugura-se uma nova fase de estudos e interpretação de culturas.

Segundo Leibniz apud (Laraia, 1986) a natureza nunca age por saltos, analogamente conclui-se que, a cultura também não age por saltos, ela é

resultado do acúmulo das ações dos homens, que inclusive altera a própria natureza, pois é necessário compreender a época em que se viveu e

consequentemente o background intelectual de quem ou do que está se analisando.

A comunicação é um instrumento decisivo para a assimilação da cultura, pois a experiência de um indivíduo é transmitida aos demais, criando

assim um interminável processo de acumulação permeado por valores cristalizados, o que nos leva a afirmar que a linguagem humana é um

produto da cultura. Daí a necessidade de identificar as determinadas formas de comunicação que atinja todos as pessoas da organização

quando da transmissão de uma mensagem.

Pois, para Hoebel apud (Barros & Prates, 1996: 15),

"O homem é o único animal que fala de sua fala, pensa o seu pensamento, que responde à sua própria resposta, que reflete o seu próprio

reflexo e é capaz de diferenciar-se mesmo quando está se adaptando as causas comuns e estímulos comuns".

Comportamentos compartilhados são componentes da cultura o que nos leva inclusive a afirmar que, teorias behavioristas (Watson -

condicionamento), Cognitivista (Piaget-psicogenética) quando aplicadas, mesmo que inconscientemente por um grupo de pessoas determinam

algumas características culturais em relação ao padrão de comportamento. Normas impostas por organizações determinam padrões de

comportamento, marcando de forma indelével a cultura organizacional. Portanto, pode-se afirmar que diferenças culturais não são genéticas e

sim adquiridas no decorrer do tempo.

"Possuidor de um tesouro de signos que tem a faculdade de multiplicar infinitamente, o homem é capaz de assegurar a retenção de suas idéias

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(...), comunicá-las para outros homens e transmiti-las para os seus descendentes como herança sempre crescente." (Turgot apud Laraia 1986,

27).

De acordo com Kluckhohn apud Geertz (1989: 14) cultura pode ser vista como:

“...o modo de vida global de um povo; 2) legado social que o indivíduo adquire do seu grupo; 3) uma forma de pensar, sentir e acreditar; 4)

uma abstração do comportamento; 5)Uma teoria, elaborada pelo antropólogo, sobre a forma pela qual o grupo de pessoa se comporta

realmente; 6) um celeiro de aprendizagem em comum; 7) um conjunto de orientações padronizadas para os problemas recorrentes; 8)

comportamento aprendido; 9) um mecanismo para regulamentação normativa do comportamento; 10) um conjunto de técnicas para se

ajustar tanto ao ambiente externo como em relação aos outros homens; 11) um precipitado da história.”

Ao correlacionar o conceito de cultura apresentado por Kluckhohn com a "praxis" organizacional, emerge daí padrões de comportamento

(normas), processo de adaptação (símbolos e signos), tecnologia e componentes ideológicos (religião, mitos, cerimônias), ou seja, valores

compartilhados pelos membros da organização, resultado do processo de individuação, isto é, de atitudes individuais que ao mesmo tempo

que interfere no comportamento do grupo, interfere na atitude individual de cada membro da organização, resultando numa configuração

impar de cultura organizacional.

Teoria moderna sobre cultura ·A utilização da antropologia para a análise organizacional deve-se ao fato de que esta área do conhecimento

consegue abranger as dimensões da linguagem, do simbolismo, do espaço, do tempo e da cognição. A abordagem antropológica intensificou-se

na década de 80, inclusive gerando críticas pelo uso acrítico, explicando tudo e qualquer coisa através do conceito de cultura. Porém, para seus

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defensores o grande mérito desses estudos foi justamente chamar a atenção para a dimensão simbólica que permeia a organização e os seus

grupos. A necessidade de encontrar os significados das relações entre os elementos da cultura de uma organização e que dão sentido ao

quotidiano das mesmas justifica o apelo ao estruturalismo, do qual Geertz (1989) é um dos representantes.

Para Geertz (1989: 15) o conceito de cultura é essencialmente semiótico, que vem de encontro com o pensamento de Max Weber "que o

homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu". Geertz concebe a cultura como uma "teia de significados" que o

homem tece ao seu redor e que o amarra. Busca-se apreender os seus significados (sua densidade simbólica).

Um dos métodos utilizados para entender a cultura é a descrição etnográfica que se baseia nas palavras dos informantes e o pesquisador

interpreta-a e compartilha os significados juntamente com seus informantes, ou seja, aqueles que na verdade possuem o roteiro simbólico do

que concebem e articulam logicamente entre suas visões de mundo. O respeito rigoroso à visão que os nativos têm sobre os aspectos

analisados (sobre si mesmo, seus conhecimentos e práticas cotidianas, sua concepção do mundo) é fundamental.

Ao se analisar a cultura organizacional sob a ótica antropológica, faz-se necessário interpretar e decodificar a visão de mundo subjacente aos

sistema de gestão utilizados e praticados pelas organizações. Pois a prática etnográfica estabelece relações e sendo assim é dialógica, ou seja é

uma via de mão dupla, na qual o mesmo objeto ou fato deve ser visto e sentido do mesmo modo, o que requer uma descrição densa do que se

está diagnosticando, que segundo Goodenough apud Geertz (1989: 21) "a cultura (está localizada) na mente e no coração dos homens".

Alguns estudiosos contemporâneos tal como Schein, apresentam alguns modelos para diagnosticar a cultura organizacional. Para Schein apud

Monteiro et.al.(1999: 74) as categorias para investigar o universo cultural de uma organização são:

1) Analisar o teor e o processo de socialização dos novos membros;

2) Analisar as respostas a incidentes críticos da história da organização;

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3) Analisar as crenças, valores e convicções dos criadores ou portadores da cultura;

4) Explorar e analisar junto a pessoas de dentro da organização as observações surpreendentes descobertas durante as entrevistas.

As categorias apresentadas por Schein vem sendo largamente utilizadas nas investigações sobre cultura organizacional, inclusive se tem

chegado a algumas conclusões tais como: a importância do papel dos fundadores da organização no processo de moldar seus padrões

culturais, que imprime sua visão de mundo aos demais membros da organização e, também sua visão do papel que a organização deve

desempenhar no mundo.

Dentre os estudiosos da atualidade encontra-se Fleury, que apresenta o seguinte conceito de cultura organizacional:

“Cultura organizacional é um conjunto de valores e pressupostos básicos, expressos em elementos simbólicos que, em sua capacidade de

ordenar, atribuir significações, construir a identidade organizacional, tanto agem como elementos de comunicação e consenso, como ocultam

e instrumentalizam as relações de dominação.” (Fleury, 1991: 06).

Smircich apud Monteiro et al. (1999: 73-74) propõe duas linhas de pesquisa a serem seguidas na investigação da cultura organizacional que

são:

1) A cultura como uma variável, como alguma coisa que a organização tem, estas variáveis são independentes externa (cultura da sociedade

onde a organização está inserida) e interna (produtos culturais como lendas, ritos, símbolos).

2) A cultura como raiz da própria organização, algo que a organização é, considerando a organização como um fenômeno social.

A cultura não é determinante nas tomadas de decisões em uma organização, mas influencia sobremaneira nas diretrizes e práticas a serem

adotadas, pois é um instrumento de poder a ser utilizado pelos gestores.

Uma visão antropológica

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Para Beyer & Trice (1986), o rito se configura como uma categoria analítica privilegiada para desvendar a cultura das organizações, que é

composta por redes de concepções, normas e valores, que são tão tomados por certos que permanecem submersas à vida organizacional. Para

Horton & Hunt (apud Fleury, 1989), a cultura é tudo aquilo que é apreendido e partilhado pelos membros de uma sociedade. Esse conceito

utiliza-se do método funcional, ou seja, a sociedade sofreu segmentação causada pela divisão de trabalho. Para Hofstede (apud Fleury, 1989), a

cultura se baseia em modelo de pensamento que se transfere de pessoa para pessoa. Apesar desses pensamentos situarem-se na mente das

pessoas, ficam cristralizados nas instituições e nos produtos tangíveis de uma sociedade.

Já para Horton & Hunt (1980), a cultura é tudo aquilo que é socialmente apreendida e partilhada pelos membros de uma sociedade. Desta

forma, conclui-se que a antropologia funcional explica a gênese da cultura de uma sociedade e que as subculturas nasceram dentro deste

mesmo processo funcional, pelo motivo de a sociedade ter sofrido segmentação causada pela divisão de trabalho e ainda que cultura é

adequada por surgir uma necessidade a ser satisfeita, e se manteve porque se provou ser conveniente para um fim colimado.

Lakatos (1979) define que a cultura é um modelador de comportamento e está presente em qualquer agrupamento de pessoas com

características próprias a cada um deles. Malinowski (1965) afirma que a cultura não é estática e que acompanha as modificações da

sociedade; desta forma conclui-se que a organização formal é dinâmica e assim se transforma de acordo com as interações sociais.

SOCIEDADE

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A sociedade é um conjunto de indivíduos que partilham uma cultura com as suas maneiras de estar na vida e os seus fins, e que interagem

entre si para formar uma comunidade. Embora as sociedades mais desenvolvidas sejam as humanas (estudadas pelas ciências sociais como a

sociologia e a antropologia), também existem as sociedades animais (estudadas pela sociobiologia ou a etologia social).

As sociedades humanas são formadas por entidades populacionais cujos habitantes e o seu entorno se interrelacionam num projecto comum

que lhes outorga uma identidade de pertença. O conceito também implica que o grupo partilhe laços ideológicos, económicos e políticos. Na

hora de analisar uma sociedade, são tidos em conta factores como o grau de desenvolvimento, a tecnologia alcançada e a qualidade de vida.

A sociedade existe desde o próprio aparecimento do Homem, apesar de a sua forma de organização ter sofrido alterações ao longo da história.

A sociedade do homem pré-histórico estava organizada numa forma hierárquica, em que um chefe (o mais forte ou sábio do grupo) ocupava o

poder. Na Grécia Antiga, a tendência absolutista do poder começou a variar, já que as classes inferiores da sociedade puderem chegar a certos

sectores de destaque na tomada de decisões através da democracia.

Recentemente, em 1789, com a Revolução Francesa, a organização social mudou radicalmente: desde então, qualquer pessoa pode subir para

uma classe superior da sociedade.

Convém mencionar que o conceito de sociedade também é empregue no âmbito jurídico e económico, para definir o agrupamento entre duas

ou mais pessoas que se obrigam em comum acordo a contribuir para desenvolver uma actividade comercial, com o objectivo de repartir entre

si os ganhos.

Conceito de sociedade

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Em Sociologia, uma sociedade é o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos, preocupações e costumes, e que interagem entre

si constituindo uma comunidade. A sociedade é objeto de estudo comum entre as ciências sociais, especialmente a Sociologia, a História, a

Antropologia e a Geografia.

Em Biologia, sociedade é um grupo de animais que vivem em conjunto, tendo algum tipo de organização e divisão de tarefas, sendo objeto de

estudo da Sociobiologia.

Uma sociedade é um grupo de indivíduos que formam um sistema semi-aberto, no qual a maior parte das interações é feita com outros

indivíduos pertencentes ao mesmo grupo. Uma sociedade é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade é uma comunidade

interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo de pessoas vivendo juntas numa comunidade

organizada.

A origem da palavra sociedade vem do latim societas, uma "associação amistosa com outros". Societas é derivado de socius, que significa

"companheiro", e assim o significado de sociedade é intimamente relacionado àquilo que é social. Está implícito no significado de sociedade

que seus membros compartilham interesse ou preocupação mútuas sobre um objetivo comum. Como tal, sociedade é muitas vezes usado

como sinônimo para o coletivo de cidadãos de um país governados por instituições nacionais que lidam com o bem-estar cívico.

Pessoas de várias nações unidas por tradições, crenças ou valores políticos e culturais comuns, em certas ocasiões também são chamadas de

sociedades (por exemplo, Judaico-Cristã, Oriental, Ocidental etc.). Quando usado nesse contexto, o termo age como meio de comparar duas ou

mais "sociedades" cujos membros representativos representam visões de mundo alternativas, competidoras e conflitantes.

Também, alguns grupos aplicam o título "sociedade" a eles mesmos, como a "Sociedade Americana de Matemática". Nos Estados Unidos, isto é

mais comum no comércio, em que uma parceria entre investidores para iniciar um negócio é usualmente chamada de uma "sociedade". No

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Reino Unido, parcerias não são chamadas de sociedade, mas cooperativas.

Margaret Thatcher não foi a única a dizer que não existe sociedade. Ainda há um debate em andamento nos círculos antropológicos e

sociológicos sobre se realmente existe uma entidade que poderíamos chamar de sociedade[carece de fontes?] . Teóricos marxistas como Louis

Althusser, Ernesto Laclau e Slavoj Zizek argumentam que a sociedade nada mais é do que um efeito da ideologia dominante e não deveria ser

usada como um conceito sociológico.

Reflexão critica

Concluo assim que posso dizer que a realização deste portfólio é uma mais-valia para o meu trabalho em termos futuros pois dá-me, ou

melhor, permite-me aglomerar um conjunto de ferramentas que me pode vir a ser indispensável para qualquer trabalho nas áreas de

intervenção que me compete, sendo estas a Animação Sociocultural e Socioeducativa.

Pois este portfólio fez com que desenvolve-se não só algum trabalho de pesquisa ao autónomo como também promove um trabalho de

grupo, com partilhas, debates necessários, desenvolvendo assim maiores capacidades.

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EvoluçãoIV

Webgrafia

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Apêndices

Anexos

Webgrafia

http://uppt.academia.edu/BasilioManuelMarquesdeAlmeida/Papers/749195/Do_s_conceito_s_a_s_praticas_de_mediacao_socio-

educativa_alguns_contributos_para_a_clarificacao_de_um_perfil_profissional;

http://www.egger.com.br/ie/mediacao.htm;

http://animaridosos.blogspot.com/2007/12/o-conceito-de-animao_06.html;

http://www.dad.uem.br/xixsemad/comunicacoes;

http://conceito.de/sociedade#ixzz2GMqj5nxx;

www.mundoeducacao.com.br;

http://pt.shvoong.com/books/1771321-conceitos-cultura/#ixzz2GMeGVKGc;

www.suapesquisa.com/o_que_e/cultura.htm;

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132

http://gestor.adm.ufrgs.br/adp/culturaorg_adpo14_2;

http://zelindabarros.vila.bol.com.br/antropologia;

http://www.epa.adm.br/cultura.htm;

Silvestre, Sandra. “Educação para a Paz e a Democracia com jovens em Centros Educativos”. Revista “Praticas de Animação”. Ano 1,

Numero 0, Outubro de 2007

http://www.citador.pt/frases/a-educacao-e-um-processo- social-e-

desenvolviment-john-dewey-1991

Apêndices

Aldeia das amoreiras

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Presépios de natal, exposição na galaria da escola

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Anexos