Portfólio Políticas da Educação

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  • 7/25/2019 Portflio Polticas da Educao

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    Claretiano- Centro Un ivers itrio

    LICENCIATURA EM ARTES

    Ciclo de Aprendizagem 3 Portflio

    A EDUCAO BSICA NO BRASIL ATUAL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

    Disciplina: Polticas da Educao Bsica

    Tutor: Wagner Montanhini RA: 1174263Aluno(a): Nathalie Ferreira Abreu Turma: 1 Sem./2015

    Unidade: Plo Campinas

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    Anlise do Documentrio: Pro Dia Nascer Feliz (2007)

    O documentrio dirigido por Joo Jardim, de inspirador s tem o nome. Alis, ottulo da filmagem uma grande ironia, e nos mostra uma realidade devastadora: o

    sucateamento da educao, a falta de interesse de alunos e professores, e o insucesso

    escolar.

    As cenas comeam a nos mostrar uma escola do interior da cidade de

    Pernambuco: uma realidade que, de certa forma, j se era esperada: uma escola sem a

    menor estrutura, pois faltam at os quesitos mais bsicos como papel higinico e descarga

    nos banheiros. Os recursos didticos no existem. Um funcionrio diz que o pouco

    dinheiro que chega escola se perde, com gastos de contador, impostos que a prefeitura

    no perdoa e outros. Os alunos, muitas vezes, no podem frequentar as aulas porque o

    transporte destinado a eles quebra frequentemente. Estes so atos que vo na contramo

    do Artigo 4, incisos VIII e IX da Lei de Diretrizes e Bases de 1996:

    VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educao bsica,por meio de programas suplementares de material didtico-escolar, transporte,alimentao e assistncia sade;

    IX - padres mnimos de qualidade de ensino, definidos como avariedade e quantidade mnimas, por aluno, de insumos indispensveis aodesenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. (BRASIL, 1996).

    Mais triste ainda ver a culpa sendo jogada de setor em setor: os alunos culpam

    os professores, que muitas vezes faltam, mandam substitutos e no conhecem os prprios

    alunos. Os professores culpam os alunos que no esto interessados em aprender, e por

    isso ficam desmotivados a trabalhar. um ciclo vicioso negativo que fere diversos

    artigos da LDB/96, como podemos ver abaixo, nos artigos destinados s funes dasinstituies escolares e dos docentes:

    Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e asdo seu sistema de ensino, tero a incumbncia de:

    I - elaborar e executar sua proposta pedaggica;

    II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;

    III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;

    IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

    Art. 13. Os docentes incumbir-se-o de:

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    I - participar da elaborao da proposta pedaggica do estabelecimento deensino;

    II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedaggica doestabelecimento de ensino;

    III - zelar pela aprendizagem dos alunos;

    IV - estabelecer estratgias de recuperao para os alunos de menorrendimento;

    V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, alm de participarintegralmente dos perodos dedicados ao planejamento, avaliao e aodesenvolvimento profissional; (BRASIL, 1996).

    Infelizmente estes no so os nicos artigos desrespeitados. Se formos analisar

    com calma, todo o sistema est infringindo as leis determinadas. A prpria fala dofuncionrio, sobre a falta de verba da escola pode ser justificada pela falta de

    cumprimento daquilo que foi estabelecido pela Constituio de 1988, segundo Serrazes e

    Corra (2013), que cada instncia dever destinar porcentagens mnimas de seus repasses

    para a educao. A Unio dever aplicar em educao 18%, e os Estados e Municpios

    nunca menos de 25%. Ao ver a situao desta escola do interior de Pernambuco, no fica

    difcil entender que algo est muito errado.

    A seguir o documentrio se volta para uma escola na periferia do Rio de Janeiro.

    L podemos ver que h uma estrutura melhor do que a escola anterior (longe de ser a

    ideal). A aparncia dos alunos tambm evolui ligeiramente. Os problemas so os

    mesmos: falta de interesse geral dos alunos, professores e agentes escolares. Uma cena

    chocante nos mostra um conselho de classe em que os professores discutem a situao de

    um determinado aluno, que j havia sido entrevistado cenas antes, e confessado o uso de

    armas, drogas e outros delitos. No conselho, vemos que o aluno ficou retido em diversas

    disciplinas, mas alguns professores insistem em pass-lo, alegando que seu

    desenvolvimento estava em crescimento, e que ret-lo iria prejudica-lo ainda mais. O que

    nos parece, na verdade, o que os professores esto se livrando do problema. Os

    mesmos artigos citados acima servem de exemplo para mostrar o quanto esta educao

    est sucateada. A escola tem de lidar com a violncia dos alunos, com a falta de respeito

    da comunidade, e com o desinteresse geral. Sofrem, nestes casos, aqueles alunos que, de

    fato, querem mudar sua situao.

    Ao passar para o interior de So Paulo, na cidade de Itaquaquecetuba, o quadro

    no de uma vasta melhora. A estrutura escolar melhor, os alunos j no esto na faixa

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    da extrema pobreza. O que ocorre nesta escola o desinteresse geral, alunos e

    professores. Uma das alunas, ao relatar seus momentos de desnimos, assume desejo pela

    morte em um discurso comovente. Em oposio, outro aluno afirma seu desejo em

    formar-se padre e estudar filosofia. Dois destinos opostos. Outra cena chocante de uma

    professora, justificando suas faltas porque se sente cansada. Ela admite sem nenhum

    ressentimento que falta porque no sente vontade trabalhar, que faz terapias, porque no

    consegue lidar com as situaes escolares. um discurso cheio de lamentos e queixas

    que na verdade no amenizam o problema. Todo trabalhador tem direito a ficar doente e

    ser assistido, mas podemos ver claramente que no deste tipo de afastamento que

    estamos tratando.

    E ento Joo Jardim nos leva para outro extremo: um colgio particular em Alto

    de Pinheiros, na cidade de So Paulo, cuja mensalidade beira os R$ 1.600,00. A princpio

    pensamos que a realidade seria diferente, mas no . Alunos desmotivados, sonolentos,

    depredao do patrimnio escolar, tudo isso em um colgio catlico destinado elite

    paulista. Os alunos no conseguem organizar seu pensamento, e colocam a culpa na falta

    de carinho dos pais, ou mesmo na presso que estes impe para que os filhos tirem boas

    notas. um quadro srio de depresso, violncia velada e crises existenciais.

    Os alunos no fazem ideia do abismo social que h entre eles e a periferia. Uma

    das alunas relata que gostaria de ajudaros mais necessitados, mas que isso implicaria

    em sair de suas aulas de natao, de yoga, e atrapalharia sua rotina. Destaca ainda que

    no tem culpa de ter nascido em um famlia rica, e que deve aproveitar as

    oportunidades que o dinheiro lhe d. A desmotivao dos alunos cheia de lamentos, e

    isso pode ser provado na cena da garota que chora e se emociona porque acha que

    estuda demais e acaba se tornando mulher de menos. Outra aluna comemora ter

    passado de ano, pelo conselho (que no pde ser filmado), mas que nos d a entender queo aluno visto como cliente, e como diz a sabedoria popular: o cliente sempre tem

    razo. um desrespeito, para no dizer um desacato, com as leis educacionais, que

    priorizam a educao. O Estado deveria supervisionar os estabelecimentos privados, mas

    esta regra continua sendo vista como uma lei morta.

    Para finalizar este quadro deprimente e aterrador, uma escola da periferia de So

    Paulo. Violncia explcita, relatos de brigas entre meninas. Uma aluna que foge da

    escola por medo de outras meninas, que a ameaaram. Outro depoimento de uma garota

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    que comete um assassinato a facadas, dentro da escola. No sente o menor remorso, nem

    culpa, nem nada.

    De todos os adolescentes que foram filmados, nenhum est isento de problemas,

    seja ele de qualquer origem. A educao no um meio para resolv-los, e isso o mais

    assustador. A escola passa a ser o lugar que destri os sonhos, e facilita a criao de uma

    identidade frgil, pautada na violncia e na desiluso.

    Em todas as filmagens, em todas as cenas, nas escolas pblicas e na particular no

    vemos a participao da famlia em nenhum momento. algo distante, e que reflete nos

    prprios alunos muitos dos comportamentos analisados.

    Pro dia nascer feliz nos mostra um triste quadro, o da educao. No importa

    como, onde e nem quanto dinheiro est envolvido. O insucesso educacional uma

    realidade do pas. A culpa jogada de um para outro, enquanto o tempo passa, os alunos

    se formam, e, tecnicamente, est tudo bem.

    Pesquisa e Anlise de Dados

    Nesta parte do estudo, dedicamo-nos a encontrar alguns dados referentes

    matriculas em escolas pblicas e privadas, taxas de evaso e repetncia escolar. De

    acordo com a interpretao dos grficos, analisaremos alguns possveis fatores.

    Abaixo podemos ver o nmero de matrculas em escolas de ensino fundamental

    da rede pblica e privada, e tambm os recursos disponveis nas escolas. Temos ainda o

    dado geral da nao, e os nmeros por regies (imagens retiradas do site do MEC).

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    No necessrio um estudo muito extenso para perceber que as escolas da rede

    pblica de ensino possuem recursos muito mais escassos quando comparados s escolas

    particulares. Apenas 9,8% das escolas pblicas da regio norte esto devidamente

    adequadas para receber alunos com deficincia fsica ou mobilidade motora reduzida,

    contra 44,5% das escolas particulares. Ainda assim um nmero muito baixo, e infringe

    a constituio de 1988, que diz em seu artigo 208, inciso III: atendimento educacional

    especializado aos portadores de deficincia, preferencialmente na rede regular de ensino

    (SERRAZES e CORRA, 2013, p. 82). Como este inciso pode ser cumprido se nem

    metade das escolas so adaptadas? Este apenas um dos problemas mostrados por este

    grfico.

    Outro dado alarmante: no Brasil, apenas 45% das escolas pblicas possuem

    bibliotecas ou salas de estudo, contra quase 85% das particulares. um abismo muito

    grande. Mais da metade dos alunos das escolas pblicas brasileiras no tem acesso,

    dentro da escola, a outros materiais que no aqueles distribudos pela rede, ou seja, tm

    seu conhecimento limitado ao que a escola ensina. Conforme vimos no documentrio, e

    explicamos acima, depender apenas do que a escola ensina no um quadro promissor.

    Enquanto mais de 23 milhes de alunos se matricularam em escolas pblicas no

    ano de 2014, pouco mais de 4 milhes se matricularam em particulares. o reflexo do

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    extenso abismo social e da m distribuio de renda em nosso pas. Menos de 20% da

    populao tem condies de estudar em uma escola particular.

    Abaixo veremos dois quadros que nos mostram as taxas de aprovao, reprovao

    e evaso escolar nos ensinos fundamental e mdio, entre os anos de 2007 a 2010.

    O primeiro grfico refere-se ao ensino fundamental (imagens retiradas do site do

    IBGE):

    As taxas de aprovao so animadoras, quando comparadas s taxas de

    reprovao. Aproximadamente 85% dos alunos so aprovados. Isso no quer dizer,

    porm, que eles saiam da escola plenos de suas capacidades. Os analfabetos funcionais

    enchem a fila dos desempregados, e os alunos chegam at os anos finais do ensino

    fundamental (8 e 9 ano) sem saber ler corretamente, interpretar um texto, ou ainda

    realizar operaes matemticas simples, correspondentes a idade deles.

    O abandono nesta fase relativamente baixo, embora o ideal seria que fosse

    inexistente. Mesmo assim h uma preocupao dos pais e responsveis com o Conselho

    Tutelar, que pode entrar em ao caso o aluno comece a faltar repetidas vezes. Isso gera

    problemas no s aos alunos, como aos pais.

    Agora o grfico do ensino mdio:

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    A aprovao no Ensino Mdio j menor, prova de que os problemas

    educacionais no resolvidos no Ensino Fundamental no se corrigem automaticamente

    com o passar dos anos. A taxa de aprovao beira os 75%, mostrando-nos uma baixa de

    10% em relao aos anos anteriores de ensino. O Abandono tambm cresce, e chega a um

    ponto alarmante: mais de 10% no ltimo ano do censo. um nmero que est

    decrescendo, mas ainda existe em propores muito maiores que as ideais.

    Os 75% aprovados na rede pblica de ensino esto longe de ter suas habilidades

    desenvolvidas. Os alunos saem do terceiro ano sem saber, muitas vezes, ler e escrever

    corretamente. No sabem (o que pior), articular pensamentos e ideias, construir um

    texto conciso e coerente. Eles aprendem algumas informaes, mas elas ficam soltas, semuma conexo que as faa ter sentido. Isso tudo pode ser visto e acompanhado no

    documentrio Pro dia nascer feliz.

    A seguir veremos os ndices do IDEB (ndice de Desenvolvimento da Educao

    Bsica), que analisa o fluxo escolar e a mdia das avaliaes. Pode variar de zero a 10.

    Com base neste indicador, o governo consegue distinguir quais so as cidades que

    necessitam de maior apoio financeiro e assistncia tcnica educacional. (SERRAZES;

    CORRA, 2013). (imagens retiradas do site do IDEB).

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    Anos Iniciais do Ensino Fundamental

    IDEB Observado Metas

    2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2021

    Total 3.8 4.2 4.6 5.0 5.2 3.9 4.2 4.6 4.9 6.0

    Dependncia Administrativa

    Estadual 3.9 4.3 4.9 5.1 5.4 4.0 4.3 4.7 5.0 6.1

    Municipal 3.4 4.0 4.4 4.7 4.9 3.5 3.8 4.2 4.5 5.7

    Privada 5.9 6.0 6.4 6.5 6.7 6.0 6.3 6.6 6.8 7.5

    Pblica 3.6 4.0 4.4 4.7 4.9 3.6 4.0 4.4 4.7 5.8

    Anos Finais do Ensino Fundamental

    IDEB Observado Metas

    2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2021

    Total 3.5 3.8 4.0 4.1 4.2 3.5 3.7 3.9 4.4 5.5

    Dependncia Administrativa

    Estadual 3.3 3.6 3.8 3.9 4.0 3.3 3.5 3.8 4.2 5.3

    Municipal 3.1 3.4 3.6 3.8 3.8 3.1 3.3 3.5 3.9 5.1

    Privada 5.8 5.8 5.9 6.0 5.9 5.8 6.0 6.2 6.5 7.3Pblica 3.2 3.5 3.7 3.9 4.0 3.3 3.4 3.7 4.1 5.2

    Para uma avaliao que pode variar de zero a 10, podemos ver que nossas escolas

    esto muito aqum do esperado, e poucas superam o padro (baixssimo) esperado. A

    diferena das escolas particulares ainda gritante, se comparadas s escolas municipais e

    estaduais. Frustrante perceber que a meta para 2021, ou seja, para daqui cinco anos, seja

    de apenas 5.5, ou seja, na mdia. Espera-se que de todo o contedo aprendido, o aluno

    fixe apenas metade. desolador.

    A seguir dos dados do ensino mdio:

    Ensino Mdio

    IDEB Observado Metas

    2005 2007 2009 2011 2013 2007 2009 2011 2013 2021

    Total 3.4 3.5 3.6 3.7 3.7 3.4 3.5 3.7 3.9 5.2

    Dependncia Administrativa

    Estadual 3.0 3.2 3.4 3.4 3.4 3.1 3.2 3.3 3.6 4.9

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    Privada 5.6 5.6 5.6 5.7 5.4 5.6 5.7 5.8 6.0 7.0

    Pblica 3.1 3.2 3.4 3.4 3.4 3.1 3.2 3.4 3.6 4.9

    O ensino mdio possui dados ainda piores que os do ensino fundamental. O

    padro esperado ainda menor. Resultado dos problemas no corrigidos dos primeiros

    anos da educao fundamental, como exemplificamos acima.

    Ao analisar os trs quadros do IDEB, podemos perceber que as maiores metas so

    esperadas nos primeiros anos do ensino fundamental. exatamente nestes anos que o

    aluno aprende a base daquilo que ir usar em todos os outros anos. Talvez a reforma

    educacional deva comear por estes anos, para que os resultados seja promissores, e no

    decrescerem, como podemos notar. A impresso que temos ao analisar os grficos que a

    educao vai ficando pior como passar dos anos.

    Analisar todos estes dados, de matrculas, aprovao e reprovao, evaso escolar

    e os ndices do IDEB s reforam a triste realidade da educao brasileira, que j

    havamos evidenciado na anlise do documentrio de Joo Jardim. O desinteresse mtuo

    gera os nmeros que vimos neste estudo, e o abismo social entre as escolas pblicas e

    privadas cada dia maior.

    Texto dissertativo. Tema: A Educao Bsica no Brasil Atual:

    Desafios e Perspectivas.

    O que ser do amanh?

    Desde os tempos da monarquia a questo da educao discutida em nosso pas.

    Em algumas dcadas esta discusso se tornou mais evidente, como por exemplo no

    governo de Getlio Vargas, que estava impregnado dos ideais escolanovistas, em outros

    perodos a educao foi reduzida aos interesses polticos, como na ditadura brasileira, em

    que disciplinas foram, inclusive, excludas dos componentes curriculares para benefcio

    dos militares.

    O que vemos hoje, porm, um total descaso com a educao em todos os

    mbitos. A Unio, os Estados e Municpios comeam por no repassar a verba necessria

    aos estabelecimentos de ensino, um dinheiro que misteriosamente se perde. Isso gera

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    problemas graves de estrutura, falta de materiais e recursos didticos. Aliado ao

    problemas financeiro vemos a desmotivao de professores a alunos.

    Os alunos vo para a escola defender interesses escusos: namorar, fazer amizades,

    e (por muitas vezes), cometer delitos. A falta de estrutura familiar propicia este tipo de

    comportamento, os jovens no possuem quem os acompanhe em sua vida escolar. Os

    professores, por sua vez, ficam desmotivados porque os alunos no querem aprender,

    usam da falta de respeito e da desorganizao. Os docentes no se importam, faltam,

    passam os alunos de ano para se livrarem dos problemas. O trabalho no levado a srio,

    porque as consequncias no existem.

    Com isso, os ndices de desenvolvimento como o IDEB continuam baixssimos.

    Algumas escolas passam pelo padro esperado, que no abrange nem 50% da

    totalidade de variao. As taxas de aprovao e reprovao no so eficazes para anlise,

    porque os alunos saem da escola verdadeiros analfabetos funcionais. No sabem ler,

    escrever, produzir um texto coerente, ou ainda organizar o prprio pensamento.

    As filas de desempregados so cada vez maiores. As exigncias trabalhistas

    tambm. Esta safra de alunos que se formam todos os anos no encontram no mercado

    de trabalho seu lugar, porque no foram devidamente preparados. Muitos ganham a vida

    na clandestinidade, no anonimato, ou ainda na criminalidade, que no escolhe atributos.

    O descaso educacional tratado com uma naturalidade assustadora. Como se a

    prpria nao no quisesse alunos bem instrudos. Se formos pensar com calma e clareza,

    perceberemos que, desde o tempo da monarquia, caminhamos a passos lentos. Sabemos

    que toda evoluo lenta e gradual, mas temo que estejamos retrocedendo.

    Este ciclo vicioso negativo, que envolve Unio, Estados, Municpios, pais, alunos,

    professores, agentes escolares, tende a permanecer at que alguma razo maior aja sobre

    eles e os faa mudar. Do contrrio, continuaremos a ver os imensos abismos entre asescolas particulares (que abarcam uma minoria da populao, elitizada) e as escolas

    pblicas. Continuaremos a ver os jovens perdidos, sem nenhuma instruo que os permita

    escolher uma formao. Colheremos estes frutos daqui 10 ou 15 anos, quando esta

    gerao comear a ocupar cargos importantes para o funcionamento de nossas vidas.

    Eles so o futuro, e com a atual educao, o amanh se torna muito perigoso.

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    Referncias Bibliogrficas

    CORRA, R. A.; SERRAZES, K. E. Polticas da Educao Bsica. Batatais:

    Claretiano, 2013.

    E-referncias

    Acesso em 30/04/2016

    Acesso em 30/04/2016

    Acesso em 30/04/2016

    Acesso em 30/04/2016

    Acesso em 30/04/2016

    Acesso em 30/04/2016