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Porto Alegre - Rio Grande do Sul 2014

Porto Alegre - Rio Grande do Sul 2014 - apers.rs.gov.br · Bibliotecária responsável: Adriana Arruda Flores, CRB10-1285. Apresentação ..... 05 Prefácio ... rias da Ditadura no

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  • Porto Alegre - Rio Grande do Sul2014

  • Governo do Estado do Rio Grande do SulGovernador Tarso Genro

    Secretaria da Administrao e dos Recursos HumanosSecretrio Alessandro Barcellos

    Arquivo Arquivo Pblico do Estado do Rio Grande do SulDiretora Isabel Oliveira Perna Almeida

    Ficha Tcnica

    Alexsandro Largher Paula BlumeBrbara Cristine Trindade Maria Lcia Ricardo SoutoClarice Machado Gama Hausen Michel Vitor CuryEndrigo Vanzella Nva Marques BrandoFbio Zimmer Renata Pacheco de VasconcellosJssyca Bassani de Oliveira Rosemeri Franzen IensenJos Gonalves de Arajo Vanessa Tavares Menezes

    Coordenao: Vanessa Tavares Menezes

    Capa: Nva Marques Brando

    Fotografia da capa: Luiz Eduardo Robinson Achutti

    Diagramao e edio: Endrigo Vanzella, Jssyca Bassani Oliveira, Juarez Rodolpho dos Santos e Vanessa Tavares Menezes

    R585c Rio Grande do Sul. Secretaria da Administrao e dos Recursos Humanos. Departamento de Arquivo Pblico. Catlogo resistncia em arquivo : memrias e histrias da ditadura no Brasil / Coordenao de Nva Marques Brando... [et al.] Porto Alegre : CORAG, 2014. p. 614 ISBN: 978-85-64859-02-9

    1. Ditadura militar Brasil - Histria. 2. Memria. 3. Golpe militar 1964. 4. Desaparecidos polticos Indenizao. 5. Direitos humanos. I. Brando, Nva Marques II. Vasconcellos, Renata Pacheco de III. Iensen, Rosemeri Franzin IV. Menezes, Vanessa Tavares V.Arquivo Pblico do Estado do Rio Grande do Sul VI.t.

    CDU 981:321.64

    Catalogao elaborada pela Biblioteca da Secretaria da Administrao e dos Recursos Humanos/SARH.

    Bibliotecria responsvel: Adriana Arruda Flores, CRB10-1285.

  • Apresentao ................................................................................................... 05

    Prefcio ............................................................................................................ 07

    A Reparao em Perspectiva Pedaggica: O APERS e o Catlogo

    Resistncia em Arquivo ................................................................................. ..09

    Introduo ........................................................................................................ 13

    Convenes Adotadas...................................................................................... 15

    Fundo Comisso Especial de Indenizao ....................................................... 19

    ndice dos Principais Partidos e Organizaes .............................................. 585

    ndice dos Principais Locais de Priso no RS ................................................ 587

    ndice dos Principais Locais de Priso em outros Estados ............................ 592

    Mapa dos Principais Locais de Priso no RS ................................................. 593

    ndice Espcies e Tipologias .......................................................................... 594

    Legislao ...................................................................................................... 595

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 5

    APRESENTAO

    com muita satisfao que a Secretaria de Estado da Cultura e o Arquivo Pblico do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) apresentam o Catlogo Resistncia em Arquivo: Memrias e Hist-rias da Ditadura no Brasil, resultado no somente do trabalho dirio de uma instituio arqui-vstica, de descrever seu acervo, mas tambm da conscincia da importncia da prestao de

    servios a comunidade em geral. A instituio, alm de implementar a gesto documental no Estado atravs do Sistema de Arquivos do Estado SIARQ/RS, preserva e disponibiliza aos pesquisadores e cidados a documentao produzida no mbito da Administrao Pblica Estadual. O APERS desenvol-ve ainda aes, projetos e programas de incentivo pesquisa, eventos, aes culturais e educativas e elabora meios de busca que facilitem o trabalho do pesquisador.

    prerrogativa das instituies arquivsticas elaborar instrumentos de pesquisa que, se bem pla-nejados, oferecem condies ao pesquisador de melhor orientar seu trabalho e reduzir a quantidade de documentos a serem consultados, visto que o acervo salvaguardado em arquivos fundamental para produo de trabalhos acadmicos, monografias, dissertaes e teses. Desta forma, atravs des-te catlogo, o Arquivo Pblico se prope a disponibilizar para consulta os documentos resultantes do trabalho da Comisso Especial de Indenizao, que possui um vasto potencial para pesquisas que se proponham a reescrever a histria recente do nosso pas.

    Considerando o contexto atual em que lembramos os 50 anos do Golpe de 1964, o advento da Lei de Acesso a Informao e a recente abertura dos acervos relacionados temtica da ditadura, acredi-tamos que o carter histrico desta documentao contribuir para o melhor entendimento dos fatos ocorridos neste perodo.

    O trabalho de construo deste instrumento de pesquisa foi desenvolvido por uma equipe tcnica interdisciplinar formada em sua maioria por historiadores e arquivistas que se dedicaram analisar os processos administrativos de indenizao na busca de informaes relevantes para a composio do verbete.

    Este Projeto est sendo realizado com recursos do Fundo de Apoio a Cultura (PR-Cultura RS FAC), Lei n 13.490/10 em parceria com a Associao dos Amigos do Arquivo Pblico e do Sistema Pr-Cultura - RS - Fundo de Apoio a Cultura - FAC, que viabilizou a publicao e a disponibilizao deste instrumento de pesquisa para estudantes, pesquisadores, sociedade em geral e tambm para porta-dores de deficincia visual atravs de uma publicao em braile.

    Os acervos salvaguardados no Arquivo Pblico so um patrimnio de todos e se bem utilizados, contribuem para a construo de conhecimento cientfico e histrico. Consideramos que o acervo da Comisso Especial de Indenizao, poder contribuir para a recuperao de fatos histricos relacio-nados s graves violaes aos direitos humanos que foram cometidas no Rio Grande do Sul, assim, desejamos a todos uma tima leitura.

    Renata Pacheco de VasconcellosArquivista

    Vanessa Tavares MenezesHistoriadora

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 7

    PREFCIO

    Com a elaborao do Catlogo Resistncia em Arquivo: Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil, o Arquivo Pblico do Estado consolida seu compromisso com o regime democrtico brasileiro, na medida em que, desde o ano 2000 vem trabalhando com o tema da ditadura civil militar instalada em nosso pas em 31 de maro de 1964. A primeira medida foi organizar

    a documentao referente a CPI da Espionagem Poltica ocorrida durante o governo de Alceu Collares, que por determinao do decreto estadual n 39.680/1999 promulgado no governo de Olvio Dutra foi compor o Acervo da Luta Contra a Ditadura. Documentos estes que na poca contaram com amplo acesso as informaes ali trabalhadas por meio do decreto estadual n 40.318/2000.

    Em 2006 o tema da ditadura voltou a ser debatido na Instituio, quando sediou a realizao da I Jornada de Ensino sobre a Ditadura Militar em Sala de Aula, atividade promovida pela Comisso do Acervo da Luta Contra a Ditadura em parceria com o professor Enrique Serra Padrs (Departamento de Histria/UFRGS). Porm, a partir de 2009 este importante tema da nossa histria recente passou a ser debatido cotidianamente no Arquivo, sendo que a partir de agosto de 2012, teve inicio o trabalho de elaborao do presente catlogo mediante a anlise dos 1704 processos administrativos de indeniza-o oriundos da Secretaria da Justia e Segurana Pblica. Processos que foram recolhidos ao APERS em 2009, e constitudos por determinao da Lei Estadual n 11.042/1998, pela qual o Estado do Rio Grande do Sul reconhece a responsabilidade de ter causado danos fsicos e psicolgicos s pessoas que foram presas por motivos polticos no perodo que vai do ano de 1961 ao ano de 1979.

    O Estado efetuava o pagamento de uma indenizao, desde que devidamente provadas, por meio de laudos, testemunhos e depoimentos, as prises e agresses sofridas indiscriminadamente. Os ex-presos polticos submetiam estes documentos a anlise da Comisso Especial de Indenizao composta por um representante do Poder Executivo, um representante da Comisso de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, um representante do Ministrio Pblico Estadual, um representante da Associao Riograndense de Imprensa, um representante da Ordem dos Advogados do Brasil Seco do Rio Grande do Sul , um representante do Conselho Regio-nal de Medicina e um representante do Movimento de Ex-presos e Perseguidos Polticos.

    Estes processos administrativos de indenizao trazem dados referentes a qualificao profissio-nal do postulante, relato sobre datas, locais e durao da deteno ou priso, depoimentos de tortura com os nomes dos torturadores, indicao de pessoas que presenciaram os fatos relatados, certides expedidas por rgos pblicos, como folha corrida judicial, peas de inqurito policial-militar, de pro-cesso penal militar, pronturio policial, fotos, recortes de jornais, entre outros documentos.

    Dados estes que de acordo com a Lei Federal n 12.527, de 18 novembro de 2011, conhecida como Lei de Acesso as Informaes, so classificadas como sendo de carter pessoal, classificada como de acesso restrito pelo prazo de cem anos, pois adentram intimidade, a honra e a imagem das pesso-as que foram presas e torturadas. No entanto, esta premissa que cai por terra, quando as informaes forem necessrias recuperao de fatos histricos da maior relevncia, sobretudo, quando relaciona-do a crimes de violao aos direitos humanos cometidos por agentes pblicos.

    A fim de viabilizar o acesso a estas informaes, conforme Decreto n 7.724, de 16 de maio de 2012 que regulamentou a Lei de Acesso a Informao, foram solicitados pareceres hitoriogrficos fa-vorveis de especialistas no tema, da Associao Nacional de Histria Seo Rio Grande do Sul e dos Professores Enrique Padrs e Carla Rodeghero. Alm destes pareceres tambm contamos com o pronunciamento favorvel da Procuradoria Geral do Estado, que sugeriu a publicao de um edital fixando prazo para que os titulares dos processo administrativo ou seus descendentes solicitassem a

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-19798 |

    manuteno de restrio de acesso a sua documentao. Etapa concluda com a publicao do Edital n 01, de 24 de julho de 2013. Nesta oportunidade, nenhuma pessoa manifestou interesse em restrin-gir sua documentao.

    Paralelo a proposta de elaborao do Catlogo Resistncia em Arquivo: Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil, foi criada uma oficina de educao patrimonial destinada aos estudantes do ensino mdio. Proposta que em parceria com o Departamento de Histria da UFRGS, na pessoa da professo-ra Carla Rodeghero, redundou na criao da Oficina Resistncia em Arquivo: Patrimnio, Ditadura e Direitos Humanos cuja matria-prima so as informaes contidas nos processos administrativos de indenizao, em especial na anlise da documentao de Alcides Kitzman, Claudio Antonio Gutierrez, Nilce A. Cardoso, Ignes Serpa, Eloy Maritns e Emlio Neme. Para viabilizar a posterior interao com as novas geraes, foi criado um blog de mesmo nome para que os estudantes entrem em contato com as experincias de luta, dor, e violncia produzidas em nosso Estado durante o regime ditatorial.

    Por fim, com a promulgao do Decreto Estadual n 49.380/2012 pelo governador Tarso Genro, que criou a Comisso Estadual da Verdade, surgiu a necessidade de elaborao de um instrumento que facilitasse as pesquisas nos 1704 processos administrativos de indenizao custodiados no Arquivo P-blico do Estado do RS. Perseguio poltica, prises arbitrrias, torturas, identificao dos locais e insti-tuies do Estado em que ocorreram violaes aos direitos humanos, ocorridas no perodo de 1961 a 1979, so algumas informaes que podem ser encontradas no presente instrumento de pesquisa. So fontes histricas que retratam algumas das lutas empreendidas, como a da Campanha da Legalidade de 1961, a da luta pela terra, a da luta pela reforma agrria, a das lutas pelas reformas de base.

    A publicao do Catlogo Resistncia em Arquivo: Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil, alm de auxiliar os trabalhos da Comisso Estadual da Verdade, objetiva facilitar a realizao de pes-quisas sobre o perodo da Ditadura em nosso Estado, contribuindo assim para a formao de uma massa crtica capaz de propor a reviso da atual lei de anistia.

    Isabel Oliveira Perna AlmeidaDiretora do Arquivo Pblico do Estado do Rio Grande do Sul

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 9

    A reparao em perspectiva pedaggica:O APERS e o Catlogo Resistncia em Arquivo

    Enrique Serra Padrs1*

    O incio de qualquer conversa sobre documentos que ajudam a compreender a realidade da ditadura de segurana nacional brasileira deve partir do seu contexto. No final dos anos 1950, a dinmica da Guerra Fria permeou as relaes internacionais e o Brasil no ficou alheia mesma. A poltica de blocos e a Revoluo Cubana impactaram uma Amrica

    Latina que carregava as marcas de uma impactante concentrao de riqueza, da presena predatria do capital estrangeiro, do autoritarismo e da insensibilidade dos setores dominantes com uma enorme desigualdade social.

    Nesse contexto, o Brasil sofria o embate entre exigncias de mudanas de importantes camadas populares e ameaas autoritrias dos setores conservadores e anticomunistas. Em 1961, a resistncia liderada pelo ento governador Leonel Brizola, atravs da Campanha da Legalidade, impediu um golpe de Estado que pretendia inviabilizar a posse do vice-presidente Joo Goulart. Alis, no exerccio da presidncia, Jango mostrou sensibilidade diante da difcil situao dos setores populares e das exigncias de mudanas estruturais (reformas de base). Entretanto, em 1964, no resistiu bem sucedida ofensiva golpista das Foras Armadas em conluio com setores empresariais, polticos e com a prpria Igreja.

    Assim nasceu a longa ditadura que acabou com a democracia e a constituio vigente, proibiu partidos polticos, cassou mandatos, perseguiu funcionrios pblicos, expurgou universidades e imps a censura e o medo. Nos anos seguintes, a priso, o exlio, a clandestinidade e as difceis condies da luta armada constituram um durssimo cenrio para a sobrevivncia de milhares de cidados. Um cotidiano de insegurana e incerteza, que se prolongou por quase duas dcadas, atingiu significativa parcela da sociedade brasileira e fez com que siglas como DOPS, DOI-Codi, Oban ou SNI fossem sinnimo de represso e impunidade e, palavras como tortura e desaparecimento constitussem expresses de extremadas polticas repressivas estatais.

    Enquanto isso, a poltica econmica foi direcionada para garantir os interesses dos setores dominantes nacionais, das multinacionais e do capital financeiro. Um amplo programa de investimentos estatais foi implementado para atrair investimentos estrangeiros mediante vantagens comparativas (fornecimento de infraestrutura e mo de obra barata e dcil, livre acesso a um grande mercado de consumo, ausncia de restries ambientalistas e liberdade de remessa de lucros). No setor agrcola foi priorizada a produo para as exportaes em detrimento daquela que compunha a base alimentar da populao. Entre 1968 e 1973 o pas experimentou o milagre econmico (crescimento industrial baseado em bens durveis, como eletrodomsticos e automveis), o que beneficiou certos setores mdios da populao, sem reverter, contudo, a acentuada m distribuio de renda. A partir dos anos 80, os aspectos negativos da poltica econmica da ditadura (elevado endividamento externo, maior dependncia do mercado internacional, volta do processo inflacionrio e achatamento salarial) se tornaram visveis e acarretaram em evidente desgaste poltico.

    Por outro lado, a violncia estatal deixou como saldo traumas e feridas ainda no cicatrizadas, de ordem fsica, mental, psicolgica e poltica, alm de resduos de uma persistente cultura do medo. Quase trs dcadas aps o fim desse ciclo, permanece como delicado desafio, a necessidade de

    1. Professor do Departamento de Histria/UFRGS.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197910 |

    reverter a perigosa descrena na Justia (omisso ante as questes do passado recente), bem como a sobrevivncia da escandalosa impunidade.

    Tornar conhecida a memria dos que resistiram e/ou foram vtimas desse regime repressivo um passo essencial no desmonte das verses oficiais consolidadas pelos setores golpistas e pela atitude conciliatria dos que, em vez da verdade, preferiram o silncio e o esquecimento induzido. Depoimentos, testemunhos e documentos que expressam as palavras daqueles protagonistas, suas percepes e vivncias so, efetivamente, portadores de uma vitalidade incomparvel para o resgate da histria coletiva e a consolidao de uma cultura realmente democrtica. Nesse sentido, a documentao produzida pela Comisso Estadual de Indenizao e resenhada no Catlogo Resistncia em Arquivo, tem destaque substancial para o resgate desse passado ainda muito pouco conhecido, pois se trata de um conjunto de registros contados pelos prprios protagonistas (e vtimas) que sofreram violento arbtrio e coero. O uso histrico e o acesso pblico desse rico acervo permitem resgatar experincias de luta e resistncia da penumbra e do apagamento da desmemoria. Revelar, preservar e tornar acessveis fontes to preciosas possibilita que seu contedo se transforme em matria-prima para o conhecimento histrico e, socializado com o conjunto da populao, se torne parte do patrimnio coletivo da sociedade.

    Aes de disponibilizao de acervos documentais do perodo repressivo (caso dos pedidos de indenizao do Rio Grande do Sul), como as de iniciativa do APERS, se inserem dentro dos marcos das diretrizes de Memria, Verdade e Justia e do esprito da Comisso Nacional da Verdade; quer dizer, so geradoras de efeitos como o fortalecimento de uma conscincia democrtica, a consolidao de direitos civis e polticos, e maior conscientizao quanto intolerncia, tortura, ao autoritarismo e defesa dos direitos humanos, entre outros.

    O relato de pessoas que sofreram violncia fsica, humilhao, vexao ou foram torturadas, bem como das famlias que tiveram seres queridos assassinados ou desaparecidos pelo Estado, ajudam a quem no sofreu esse tipo de constrangimento, a ter uma dimenso mais concreta, realista, do que so crimes estatais de lesa humanidade e o porqu do seu carter imprescritvel. Reside aqui, inegavelmente, parte da fundamentao da qualidade excepcional de um acervo como este, pois torna inteligvel a dor dos outros, educa com suas denncias. Portanto, um aspecto que merece ser realado: os efeitos poltico-pedaggico que resultam da apropriao de histrias que tratam da atuao de homens e mulheres que, com muita coragem, enfrentaram a ditadura. Aes como essas garantem a conexo entre geraes e oferecem aos mais jovens a chance de se identificarem com a realidade vivida pela gerao de seus pais e avs; trocando em midos, trata-se da apropriao de experincias at ento desconhecidas e que passam a fazer parte da experincia social acumulada, que d sentido ao processo histrico de um coletivo humano denominado sociedade brasileira.

    H um efeito reparador ao trazer a tona falas de homens e mulheres concretos, mediante a divulgao de documentos que narram situaes e protagonismos diante da represso estatal. A reparao se manifesta quando as vtimas so reconhecidas como tais, quando se divulgam as motivaes que as levaram a agir e/ou optar de acordo com a sua conscincia - e apesar de condies to adversas. Se na sua origem a documentao em questo propiciou uma solicitao de reparao pecuniria, ela , hoje, portadora de outros significados muito mais profundos, como na contribuio no reconhecimento de crimes cometidos por agentes estatais, ou na elucidao do desenho e funcionamento das estruturas repressivas. Estes documentos restituem a voz dos que foram acusados de subversivos e terroristas acusao que garantia maus-tratos ou, at, condenao morte -, sem direito de defesa ou de denunciar o que estavam sofrendo. o som da voz, do grito silenciado pelo arbtrio, pela histria oficial, pelo esquecimento, pela indiferena de dcadas.

    Por ltimo, as palavras e informaes que constam nesse acervo, representam a comprovao e confirmao do que sempre foi negado pelo Estado repressor, o teor da sua responsabilidade, a violncia cometida no como excesso assim alegado no seu momento diante da contundncia das

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    provas -, mas como verdadeira poltica administrativa, deixando expostos funcionrios, colaboradores e uma estrutura existente para perpetrar crimes hediondos contra aqueles considerados culpveis ou meramente suspeitos de agresso lgica da Doutrina de Segurana Nacional.

    O APERS, com a publicao do Catlogo, d sequncia ao seu trabalho rigoroso - em termos de sua expertise tcnica e comprometido, contribuindo com as suas aes de resgate e preservao documental e de educao patrimonial no que se refere histria recente do Brasil, em termos gerais, e do Rio Grande do Sul, de forma particular. A instituio, seu corpo diretivo e a equipe de trabalho podem ter muito orgulho por esta caminhada consequente e indita em termos gachos, sempre se mantendo dentro do escopo tico do Para que no se esquea, para que nunca mais acontea.

    Como historiador s me resta cumprimentar pela excelncia do trabalho. Como pesquisador especialista no estudo da ditadura de segurana nacional s me resta reconhecer a profundidade da interao com a sociedade. E como cidado s me resta agradecer, com profunda muita admirao.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 13

    O Arquivo Pblico do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) reconhece muitos avanos na pesquisa e na produo de conhecimento sobre as temticas da Ditadura Civil Militar e dos Direitos Humanos. Reconhece tambm o aumento da procura por fontes arquivsticas que contenham informaes acerca do assunto e da demanda pelo acesso e pela difuso

    dessa documentao. Nesse sentido, e assim como a outras instituies, coube ao Arquivo a reflexo acerca do debate e o posicionamento quanto ao trabalho para viabilizao da consulta aos documentos custodiados por essa instituio que dizem respeito a essa parte da histria do Brasil.

    O resultado de uma das iniciativas que o Arquivo Pblico tem desenvolvido para a difuso dessa documentao foi a publicao deste Catlogo, importante instrumento de pesquisa construdo a partir das informaes encontradas nos documentos produzidos pela Comisso Especial de Indenizao que foi criada pela Lei 11.042, de 18 de novembro de 1997, por meio da qual o Estado assumiu a responsabilidade pelos danos fsicos e psicolgicos causados aos ex-presos polticos durante os anos de 1961 a 1979 e pela qual normatizou a concesso de indenizaes s vtimas da Ditadura.

    A documentao que resultou dos trabalhos dessa Comisso foi recolhida ao APERS e organizada como Fundo da Comisso Especial de Indenizao no ano de 2009. Composto por 1704 processos administrativos de indenizao e 231 processos de antecedentes polticos, foi subdividido em duas sries: indenizao de ex-presos polticos e solicitao de antecedentes polticos, dispostas em ordem alfabtica. Caracterizado por uma documentao de guarda permanente, os processos foram acondicionados e catalogados no banco de dados da Instituio, Sistema de Administrao de Acervos Pblicos (AAP), como parte dos trabalhos desenvolvidos para sua preservao e para a disponibilizao das informaes, neles contidas, de forma rpida e precisa. O Acervo encontra-se em bom estado de conservao e no possui restrio de acesso.

    Desde o final do ano de 2012, uma equipe do Arquivo dedicou-se ao trabalho de construo desse catlogo, descrevendo os processos administrativos de indenizao de ex-presos polticos na inteno de promover uma ampla difuso do acervo e de construir mecanismos que viabilizassem e que auxiliassem a pesquisa histrica acerca da temtica da Ditadura Militar no Rio Grande do Sul e no Brasil. O trabalho de construo do catlogo constituiu-se em um amplo contato e conhecimento do acervo pelos profissionais nele envolvidos, que a partir disso formularam um conjunto de informaes que foram retirados dos processos para a elaborao de verbetes sobre cada um dos ex-presos polticos que acionaram a Lei.

    Esses processos, compostos de variados documentos, foram construdos pelos prprios requerentes. O pedido de indenizao era oficializado atravs do preenchimento de um formulrio padronizado no qual o requerente descrevia seus dados pessoais e informaes acerca da sua priso. Nesse formulrio eram solicitados informaes a respeito do perodo e local de priso, vinculao poltica, confirmao ou no de maus-tratos sofridos pela vtima e descrio de problemas fsicos e psicolgicos decorrentes da priso. Era de responsabilidade do requerente buscar toda e qualquer documentao que julgasse conveniente e a qual pudesse ser utilizada como dado comprobatrio da sua priso por motivos polticos. Assim, alm da documentao padro solicitada pela Comisso como cpia de documentos pessoais, certides expedidas por rgos pblicos, ficha datiloscpicas, recortes de jornais, laudos, atestados mdicos e relato detalhado dos acontecimentos, tambm podero ser encontrados nos processos outros documentos que comprovam sua priso, como por exemplo,

    INTRODUO

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    cpias de inquritos policiais e militares, documentos produzidos pelos Departamentos de Ordem Poltica e Social (DOPS), fotografias, correspondncias, cpias de livros, cpias de revistas, pareceres psiquitricos e declaraes de testemunhas.

    Portanto, na sua composio, encontramos tanto documentao produzida pela resistncia Ditadura quanto pela represso do Estado, e por isso, consideramos que tais processos transformam esse acervo em uma fonte riqussima para a pesquisa. Atentando aos princpios da crtica s fontes, esto presentes neles diversas verses sobre o ocorrido, disponveis para o pesquisador que pretenda construir importantes conhecimentos acerca do perodo da Ditadura em nosso estado e no pas. E, por sabermos da relevncia dessa documentao para as pesquisas histricas, reforamos a importncia e a responsabilidade do pesquisador em manusear o processo original, quando necessrio para o desenvolvimento do seu trabalho.

    Por fim, desejamos que o Catlogo Resistncia em Arquivo cumpra o papel de divulgao do Acervo da Comisso Especial de Indenizao, de auxlio na pesquisa histria e de contribuio para a ampliao do conhecimento sobre a histria do Rio Grande do Sul e do Brasil. Acreditamos que em trabalhos como esse, o APERS cela seu compromisso com os princpios de uma instituio pblica, a partir da contribuio que dele resulta para o esclarecimento dos fatos ocorridos no perodo da Ditadura e para o fortalecimento da Democracia.

    Nva BrandoHistoriadora do APERS

    Rosemeri IensenArquivista do APERS

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 15

    CONVENES ADOTADAS

    O catlogo est organizado em ordem alfabtica, na qual os verbetes so identificados pelos nomes dos ex-presos polticos. Iniciam com a informao do nmero do processo, com a qual o pesquisador solicitar o documento caso seja de sua convenincia. A seguir, constar o Assunto e abaixo o Nome do ex-preso poltico. Aps essas informaes pr-textuais, o

    pesquisador encontrar informaes do ex-preso poltico que foram retiradas do interior do processo, nas mais diversas documentaes que dele fazem parte. O Corpo do verbete composto por diversos campos, separados por ponto e vrgula, nos quais alguns so de preenchimento obrigatrio, outros no obrigatrios. Abaixo segue o formato geral dos verbetes:

    Nmero do processo:Assunto:

    Nome do ex-preso

    Codinome/pseudnimo/alcunha; Naturalidade (quando/onde); profisso/ocupao (que exercia na poca dos fatos); vinculao partidria ou atuao poltica; prises (perodo e local); motivo da priso; companheiros de priso; testemunhas; sevcias, maus-tratos e seus responsveis; consequncias da priso; deciso da Comisso Especial de Indenizao.

    Observaes: tipologias documentais e consideraes (quando necessrias importantes sobre grafias e nomes encontrados na capa do processo.

    Devido complexidade dos processos que originaram os verbetes, achamos necessrio um maior detalhamento, campo a campo, das informaes que o compe. A partir de agora, apresentaremos um quadro com o levantamento de todas as convenes sobre o contedo dos verbetes acordadas pela equipe que construiu o catlogo. Consideramos, preferencialmente, voz do requerente e de outras documentaes constantes no processo. Segue a organizao dos campos:

    Nmerodo Processo

    Escrito de acordo com o Sistema de Protocolo Integrado (SPI), composto de onze dgitos.

    Assunto

    Assunto do processo de acordo com o sistema SPI. Pode estar descrito nele apenas Indenizao ou essa informao acompanhada de outras entre parntese como: Antecedentes (quando estiver anexado ao processo de indenizao outro proces-so de antecedentes polticos ou estes estiver como assunto principal na capa); Reviso (quando estiver anexado ao processo de indenizao um processo separa-do para solicitao de reviso da primeira deciso da comisso ou quando este for o assunto principal da capa); Solicitao (quando estiver anexado ao processo de indenizao, solicita informaes em geral e quando este for o assunto principal da capfor o assunto principal da capa).

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    Nome

    Nome do ex-preso poltico conforme documentao de identificao encontrada no processo. Alm do nome, em muitos casos, ser encontrada o termo falecido dentro de parnteses isso significa que o ex-preso era falecido no momento da solicitao da indenizao e que o requerente do processo foi algum de seus su-cessores legais.

    CodinomeAlcunhas

    Pseudnimo

    Nesse campo, estaro listados nomes pelo qual o ex-preso era identificado no mo-mento da sua priso. Esse nome pode ter sido citado pelo requerente ou identi-ficado na documentao que compe o processo. No temos como precisar, em todos os casos, se os nomes se tratavam de codinomes, alcunhas ou pseudni-mo, ento optamos por cit-los e padroniz-los a partir da expresso conhecido como.... Esse campo somente compor os verbetes daqueles processos cuja in-formao foi identificada.

    Data denascimento

    e naturalidade

    Nesse campo, o pesquisador encontrar informaes referentes a data e ao local de nascimento. Sobre a data, descrevemos as informaes mais precisas encon-tradas no processo, seja pelos documentos de identificao ou seja pela voz do requerente. No geral, ela ser descrita de forma completa, com dia, ms e ano de nascimento. No entanto, em muitos casos, nossa equipe no teve como identificar todas as informaes, mantendo, portanto, os elementos encontrados. Sobre a naturalidade, a equipe citar somente a cidade e o estado quando esse no for o Rio Grande do Sul. Tambm ser encontrado descries nas quais somente foi possvel identificar o Estado ou mesmo o pas (no caso de estrangeiros). Quando no houver informaes sobre data e naturalidade, o campo ser ignorado.

    ProfissoOcupao

    Nesse campo, o pesquisador encontrar a profisso ou a ocupao do ex-preso po-ltico no momento de sua deteno, indicada pelo requerente ou pela documenta-o do processo. Quando no houver a informao ou ela for imprecisa, o campo estar assinalado com a expresso atividade profissional no identificada.

    Vinculaopoltica

    Nesse campo, sero citados os partidos polticos e/ou organizaes na qual milita-va ou participava o ex-preso. Para o preenchimento desse campo, a equipe optou por reconhecer apenas o relato do requerente, desconsiderando a documentao anexa ao processo. Caso o requerente tenha declarado no ter participado de ne-nhum partido ou organizao, constar no campo a expresso sem vinculao partidria. Caso o requerente no tenha se manifestado a respeito dessa infor-mao, constar no campo a expresso no mencionou vinculao partidria. Vale ressaltar, que consideramos para fins de preenchimento desse campo parti-dos polticos, organizaes profissionais, sindicais e estudantis e quaisquer outra forma de organizao citada pelo requerente como sendo de sua atuao poltica.

    Datae Local

    de Priso

    Nesse campo sero encontradas as datas de incio e de trmino das prises bem como seus respectivos locais. O preenchimento deu-se a partir da voz do reque-rente e de informaes contidas em documentos anexos ao processo. Cabe ressal-tar aqui que o modelo geral de descrio caracteriza-se pela data inicial e a data final de priso seguida do lugar que pode ser uma instituio e/ou cidade. Entre-tanto, nem todos os processos contem essa informao de forma clara, precisa e completa. Nesses casos, conservaremos as informaes encontradas no processo, mesmo que incompletas. Alertamos que as prises descritas, no geral, ocorreram no estado do Rio Grande do Sul e quando forem identificados locais de priso em outros estados, esses sero mencionados no campo. Ainda que na letra da lei conste a necessidade de comprovao de priso, alguns requerentes que entra-ram com o pedido de indenizao no mencionaram priso e sim perseguio e/ou ameaa de priso. Tais informaes foram mantidas e podem ser encontradas tambm nesse campo.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 17

    Motivosda priso

    Nesse campo, sero descritos os motivos da priso encontrados no processo na seguinte ordem: (1) os motivos descritos pelo requerente; (2) os motivos constan-tes nas certides fornecidas pelas Subsecretaria de Inteligncia da Presidncia da Repblica/ Agncia Brasileira de Inteligncia e pelas Auditorias de Circunscries da Justia Militar. Tambm nesse campo, privilegiamos a voz do ex-preso ou de seu sucessor legal, por isso, quando ela no aparecer foi porque a equipe no identificou tal informao no processo. Quando no for encontrada informaes em nenhuma das alternativas descritas, o campo ser descrito com a seguinte expresso no consta motivo de priso. Cabe ressaltar que isso diz respeito s escolhas feitas pela equipe de somente mencionar os motivos encontrados nas duas possibilidades listadas acima. Portanto, no consta...,no significa que essa informao no exista em outras fontes no processo como, por exemplo, o relato das testemunhas ou notcias de jornal.

    Companheirosde Priso

    Nesse campo, estaro descritos os nomes citados pelo requerente como sendo de seus companheiros de priso. Quando no houver a informao, o campo ser preenchido pela expresso no citou companheiros de priso.

    Testemunhas

    Da mesma forma que no campo Companheiros de Priso, nesse campo estaro descritos os nomes identificados pelo requerente como sendo de testemunhas dos fatos ocorridos no perodo da priso. Quando no houver a informao, o campo ser preenchido pela expresso no indicou testemunhas;

    Sevcias emaus-tratos

    Nesse campo, constar as informaes de sofrimento de sevcias e de maus-tratos1 assinaladas pelo requerente na ficha de solicitao de Indenizao ou em informa-es contidas no relato descritivo. Ser padronizado pela expresso alegou ter sofrido sevcias e/ou maus-tratos. Para os casos no qual o requerente negou tal sofrimento, descreveremos declarou no ter sofrido sevcias e/ou maus-tratos. E, ainda, para os casos no qual no encontramos tal informao, constar no ver-bete no declarou sevcias e/ou maus-tratos; Acompanhado dessa descrio, constar a informao dos nomes dos responsveis pelas sevcias e/ou maus-tra-tos, quando eles forem indicados no processo pelo requerente;

    Consequncias

    Descreveremos, nesse campo, as consequncias da priso mencionadas pelo re-querente. A equipe, ao considerar que muitas das consequncias so de carter ntimo, optou por generalizar as informaes nas expresses problemas fsicos, problemas psicolgicos e descrever somente aquilo que julgou serem problemas sociais recorrentes como, por exemplo, demisses de empregos, mudanas de cidade, abandono de estudos e assim por diante. Cabe ressaltar que, apesar da prioridade dada voz do requerente, em alguns processos, a equipe somente encontrou as consequncias das prises nos laudos mdicos e psicolgicos que, portanto, tambm serviram de fonte para preenchimento desse campo. Alm das consequncias da priso, tambm podero ser encontradas nesse campo, conse-quncias de perseguies sofridas por pessoas que declararam no ter sido pre-sas. Quando no encontradas as informaes, constar no campo no mencio-nou consequncias da priso;

    Resultado doProcesso

    No ltimo campo do verbete constar a descrio da Deciso da Comisso Espe-cial de Indenizao, no qual sero encontradas informaes referentes ao valor da indenizao, caso o pedido seja deferido, bem como informaes a respeito do indeferimento, do pedido de reviso e da deciso do julgamento de recurso pela Comisso, quando nos processos contiverem essas informaes. Em todos os casos, mantivemos a redao conforme o texto do relator do processo.

    1. Conforme conceitos jurdicos, maus-tratos so tratos que se afastam do humano e do justo, revelados em imposies descabidas ou em castigos imoderados s pessoas sob dependncia de quem delas dever cuidar, dando-lhes assistncia e as mantendo como do seu dever. [] No conceito jur-dico, no se afastando do sentido etimolgico, sevcia o maus-tratos, ou tratamento cruel, a grosseria continuada ou injusta, a ofensa fsica, o castigo imoderado, aplicados continuamente por algum ou outrem, sobre a qual tem qualquer poder ou autoridade. (PLACIDO E SILVA, Vocabulrio Jurdico. Rio de Janeiro: Companhia Editora Forense, 1961).

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197918 |

    Abaixo do verbete, o pesquisador encontrar as Observaes, local no qual estaro descritas algumas tipologias documentais encontradas no interior do processo e consideraes que dizem respeito ao nome do ex-preso quando necessrias.

    Uma das descries que ser encontrada nas Observaes chama-se documentos oficiais. A equipe optou por chamar de documentos oficiais aqueles que de alguma forma possuem f pblica, ou porque foram emitidos e/ou assinados por servidores pblicos ou porque foram emitidos e/ou assinados por instituies e ou profissionais que prestam servios sociais. Cabe ressaltar, que embora consideremos como oficiais os laudos mdicos e os pareceres psicolgicos ou psiquitricos, optamos por apont-los em separado nesse campo, da mesma forma que documentos como: fotografias, jornais ou parte de jornais, livros ou partes de livro, poesias, revistas ou parte de revistas, telegramas, bilhetes, folhetos, cartas, cartazes, correspondncias pessoais. Esses documentos estaro listados em separado, quando aparecerem no processo, respeitando o nome de suas tipologias. Ainda indicamos que as espcies e tipologias identificadas nos processos estaro disponveis em listagem anexa.

    A equipe deseja que o detalhamento da construo dos verbetes auxilie na leitura do catlogo e na pesquisa do leitor.

    Equipe Tcnica de Elaborao do Catlogo

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 19

    Processo: 5798-1200/98-6Assunto: Indenizao

    ABEL CAMPAGNHOL

    Nascido em 25/10/1926 em Soledade; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 22/04/1964 a 24/04/1964 na cidade de Erechim e de maio de 1964 a novembro de 1964 em priso domiciliar; segundo o requerente, preso sob acusao de ser comunista e subversivo; citou como companheiro de priso, Antnio Angoneze; indicou como testemunhas: Rosalino Piazza e Lourdes D'Agostini Oltramari; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: abalos morais e psicolgicos; concedida indenizao de R$ 5.000,00.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 6019-1200/98-4Assunto: Indenizao

    ABEL JOO COLOME

    Nascido em 04/05/1940 em Tupanciret; balconista; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso por horas em 20/04/1964 no Frum de Tupanciret; segundo o requerente, preso sob acusao de ser comunista; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Amir Regis Rosa da Silva, Sadi Silveira Pereira e Francisco Soares Cezar; alegou ter sofrido maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos e perda do emprego; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97. Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 5273-1200/98-8Assunto: Indenizao

    ABELE CAMPAGNOLO

    Nascido em 28/11/1917 em Soledade; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 22/04/1964 a 24/04/1964 no Presdio de Erechim e de maio de 1964 a setembro de 1964 em priso domiciliar; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: ngelo Lazzaretti, Rosalino Piazza e Lourdes DAgostini Oltramari; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos; concedida indenizao de R$ 5.000,00.Observaes: documentos oficiais.

    FUNDO COMISSO ESPECIALDE INDENIZAO

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197920 |

    Processo: 3634-1200/98-1Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    ABELINO FINGER

    Nascido em 19/07/1937 em Sobradinho; projetista eletromecnico; sem vinculao partidria; preso por quatro dias no final de 1972 na 1 Delegacia de Polcia de Porto Alegre; segundo requerente preso sob acusao de participar do Grupo dos Onze; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Valdemar Luiz Finger, Hilria Finger, Nbia Therezinha de Deus, Emy Libera Davi Sturmer e Edelma Cerveira Finger; alegou ter sofrido maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos e financeiros; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

    Processo: 6754-1200/98-5Assunto: Indenizao

    ABILIO PEREIRA DOS SANTOS (falecido)

    Nascido em 16/09/1906 no estado do Rio Grande do Sul; agricultor; sem vinculao partidria; preso de 24/04/1964 a 22/05/1964 no SESME, preso sem precisar datas, no DOPS e por seis meses foi mantido em priso domiciliar; segundo o requerente, Abilio foi preso e perseguido por no concordar em sair de sua terra, na qual o Governo do Estado queria construir um Posto Policial; citou como companheira de priso, Elida Rodrigues Costa; indicou como testemunhas: Pedro Machado Heinrich, Maria Francisca Morem da Silva, Gilda Benitz e Sirlei Pereira dos Santos; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncia da priso, problemas psicolgicos; concedida indenizao de R$ 20.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

    Processo: 2826-1200/98-4Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    ABRO ANTONIO DORNELLES

    Nascido em 24/01/1940 em Santo ngelo; agricultor; participou do Movimento Revolucionrio 26 de Maro MR26; preso de 17/05/1965 a 04/06/1965 no SESME e no ano de 1972 foi preso pela Brigada Militar de Trs Passos; no consta motivo da priso; citou como companheiros de priso: Valdetar Antnio Dorneles, Joo Batista Figueira, Ado Oliveira da Silva, Antnio Ribeiro Vogt, Pedro de Campos Bones, Joo Antnio Jaques, Reinoldo Von Groll, Arsnio Blatt, Alpio Charo Dias, Manoel Aires, Selvino Souza Fraga e Silvano Soares dos Santos; indicou como testemunhas: Valdetar Antnio Dornelles, Joo Antnio Batista Figueira, Floriano Carvalho de Arajo, Otvio Gomes dos Santos, Arindo Benno Vacner e Valdomiro Avila de Brito; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos e morais; concedida indenizao de R$ 15.000,00.Observaes: documentos oficiais, parecer psiquitrico, recorte de jornal.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 21

    Processo: 3583-1200/98-0Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    ABRAHAO BRAGA (falecido)

    Nascido em 30/03/1923 em So Borja; eletricista e vigilante; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB e do Movimento Democrtico Brasileiro MDB; preso de 10/11/1969 a 11/11/1969 e de 11/11/1969 a 21/01/1970 na Delegacia de Polcia Civil de So Borja e no Quartel do 2 Regimento de Cavalaria Mecanizada de So Borja; segundo requerente, Abrahao foi preso sob a acusao de ter jogado uma bomba na casa de um sargento; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Maria Laura Cndida da Rosa, Dcio Pennafirme Teixeira, Rubem Enio Tasca, Alcir Marques da Silva, Florncio Aquino Guimares, Dino Aldir Nascimento Lopes, Joo Batista Maciel Braga, Oreste Morales do Nascimento, Amndio Moraes do Amaral, Pedro Israel Vieira Prestes e Joo Antnio Carvalho de Castro; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos, perda do emprego de vigilante que mantinha sua famlia e pela dificuldade em conseguir trabalho passou fome; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 2827-1200/98-7 Assunto: Indenizao

    ACELINO ALVES DORNELES (falecido)

    Conhecido como Caturra; nascido em 04/04/1918 em So Borja; agricultor; participou do Movimento Revolucionrio 26 de Maro MR26; preso de 28/03/1965 a 17/05/1965 em Foz do Iguau, de 17/05/1965 a 04/06/1965 no SESME de Porto Alegre e de 24/04/1967 a 06/07/1967 em Curitiba PR; no consta motivo da priso; citou como companheiros de priso: Valdetar Antnio Dorneles, Joo Batista Figueira, Ado Oliveira da Silva, Antnio Ribeiro Vogt, Pedro de Campos Bones, Joo Antnio Jaques, Reinoldo Von Groll, Arsnio Blatt, Alpio Charo Dias, Manoel Aires, Selvino Souza Fraga e Silvano Soares dos Santos; indicou como testemunhas: Valdetar Antnio Dornelles e Joo Antnio Batista Figueira; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos, financeiros e familiares; concedida indenizao de R$ 15.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197922 |

    Processo: 6301-1200/98-5Assunto: Indenizao

    ACILINO HOLLANDA DOS SANTOS

    Nascido em 03/08/1928 em Santa Brbara do Sul; pedreiro; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 18/04/1964 a 25/04/1964 na cidade de Carazinho e de 25/04/1964 a 30/05/1964 na FEBEM em Porto Alegre; segundo o requerente, foi preso sob acusao de ser comunista; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Delfino de Quevedo, Evaldo Barbosa de Quevedo, Agilberto Netto, Victor Machado e Joo dos Santos; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos e financeiros, pois no conseguia mais trabalho; concedida indenizao de R$ 17.000,00.Observaes: documentos oficias, recorte de jornal.

    Processo: 3732-1200/98-4Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    ADAHIR MOREIRA DE CASTILHOS

    Nascido em 18/12/1919 em So Francisco de Paula; operrio braal da Prefeitura de So Marcos; participou do Partido Comunista Brasileiro PCB; preso de 19/02/1965 a 24/02/1965 no 3 Grupo da CAA na Unidade Militar Federal de Caxias do Sul, de 18/03/1975 a 16/05/1975 no DOPS e de 26/05/1977 a 30/03/1978 no Presdio Central e no Presdio Agrcola de Mariante; segundo requerente foi preso por motivos polticos; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Jos Daltro da Silva, Honrio Campos Peres e Teresinha Susana de Castilhos; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos; concedida indenizao de R$ 30.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

    Processo: 7011-1200/98-0Assunto: Indenizao

    ADAIR BATISTA ANTUNES

    Nascido em 24/10/1943 em Rosrio do Sul; estudante; participou do Movimento Estudantil e Sindical; preso de 05/05/1965 a 08/06/1965 no DIPAME em Porto Alegre, de 11/06/1965 a 13/06/1965 na Casa de Pedra no DOPS e de 27/03/1968 a 06/04/1968 no DOPS; segundo o requerente, preso sob acusao de ser ativista nos movimentos estudantis e sindicais da poca; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Luiza Helena de Lima Rode, Eta Gibbon Fernandes, Maria de Lourdes Pereira, Telma dos Santos Silva, Adilson Rodrigueiro e Luciano Campos Duarte; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos, ficou impedido de fazer concursos pblicos e teve dificuldades em conseguir trabalho, pois no conseguia a folha-corrida de bons antecedentes; concedida indenizao de R$ 30.000,00.Observaes: documentos oficiais.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 23

    Processo: 5805-1200/98-0Assunto: Indenizao

    ADALBRIO STUMPF (falecido)

    Nascido em 01/12/1926 em Porto Alegre; vereador; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB e do Sindicato dos Metalrgicos de So Leopoldo; preso de 1964 a 1971 no DOPS e em um local no especificado da rua Padre Cacique; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Leontina Maria de Oliveira Silva, Gerson Luis da Rosa Stumpf, General Lessa, Fernando Alberto Gonalves de Castro, Olmpio Srgio Albrecht, Francisco Guimares, Sadi da Rosa e Manoela Eloar de C. Stumpf; alegou ter sofrido maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos; concedida indenizao de R$ 20.000,00.Observaes: documentos oficiais, correspondncia.

    Processo: 5577-1200/98-3Assunto: Indenizao

    ADALBERTO CABRAL CASTILHOS

    Nascido em 18/12/1944 em Porto Alegre; estudante; sem vinculao partidria; preso de 08/04/1970 a 20/04/1970 no Palcio da Polcia em Porto Alegre; segundo documento da Subsecretaria de Inteligncia, o requerente foi preso sob acusao de ser membro da Vanguarda Armada Revolucionria Palmares VAR Palmares; citou como companheiro de priso, Paulo de Tarso Carneiro; indicou como testemunhas: ndio Brum Vargas, Carlos Alberto Moraes, Paulo de Tarso Carneiro e Gustavo Schiller; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncia da priso, problemas psicolgicos; concedida indenizao de R$ 20.000,00.Observaes: documentos oficiais, parecer psiquitrico.

    Processo: 6388-1200/98-9Assunto: Indenizao

    ADALBERTO GUTTERRES BERNARDI

    Nascido em 23/04/1934 em Ponta Por MS; atividade profissional no identificada; participou do Partido Comunista Brasileiro PCB; preso de abril de 1964 a julho de 1964 no Presdio Municipal de So Gabriel, no DOPS e no SESME; segundo o requerente, foi preso por denncia feita contra um irmo j falecido; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Paulo Andrade de Horn e Juan Pedro Milan; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncia da priso, problemas psicolgicos; concedida indenizao de R$ 15.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197924 |

    Processo: 4735-1200/98-0Assunto: Indenizao (Antecedente)

    ADALBERTO MORESCO (falecido)

    Nascido em 23/02/1900 em Veranpolis; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 29/04/1964 a 30/04/1964 no Presdio de Erechim e de maio de 1964 a dezembro de 1964 em priso domiciliar na cidade de So Valentim; segundo requerente, Adalberto foi preso por ser acusado de ser chefe do Grupo dos Onze e de esconder armas em sua residncia; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Vicente Visoli, Hermnio Jos Neves, Joo de Oliveira e Pedro Dassoler; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: inmeros prejuzos morais e materiais, discriminaes e desenvolveu problemas psicolgicos; concedida indenizao de R$ 5.000,00, pedido de reviso, negado provimento ao recurso.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 2739-1200/02-1Assunto: Indenizao

    ADAMIR OLIVEIRA BONETTI

    Nascido em 18/11/1937 em So Borja; comerciante e empregado particular do presidente Goulart; sem vinculao partidria; preso no ano de 1964 no Quartel do 2 Regimento de Cavalaria Mecanizada de So Borja e preso de maro de 1965 a setembro de 1965 em campo de concentrao na cidade de Itaqui; no consta motivo de priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Manoel Antonio Lemos da Silveira, Dcio Pennafirme Teixeira, Ilson Roberto Robaldo Guimares e Floribaldo Barbosa; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos e necessidade de fugir para a Argentina; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 4656-1200/98-8Assunto: Indenizao

    ADO BAPTISTA DA SILVA

    Nascido em 08/12/1928 em Carazinho; patroleiro; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB e do Grupo dos Onze; preso de 28/05/1964 a 16/06/1964 nas cidades de Nonoai e Erechim, e de 20/06/1964 a 28/07/1964 em priso domiciliar; no consta motivo da priso; citou como companheiro de priso, Valdemar dos Santos; indicou como testemunhas: Valdomiro Carlos Dotto, Joo Maciel da Silva e Nelson Bringhenti; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, discriminao da comunidade, prejuzos financeiros e funcionais; concedida indenizao de R$ 10.000,00. Observaes: documentos oficiais.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 25

    Processo: 5853-1200/98-3Assunto: Indenizao

    ADO BARATO (falecido)

    Nascido em 22/08/1914 em Lagoa Vermelha; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB e do Grupo dos Onze; preso de 03/04/1964 a 07/04/1964 no Presdio de Erechim e de maio de 1964 a novembro de 1964 em priso domiciliar; segundo o requerente, Ado foi preso por participar do Grupo dos Onze; no citou companheiros de priso; indicou como testemunha, Arcindo Chipetti; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos cometidos pelo Coronel Gonalino Crio de Carvalho; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos e humilhaes pelas quais passou na comunidade em que vivia; concedida indenizao de R$ 5.000,00. Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 5614-1200/98-2Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    ADO CARLOS FONSECA GARCIA

    Nascido em 26/08/1948 em Pelotas; industririo; participou do Movimento Revolucionrio 26 de Maro MR26 e da Frente Armada Revolucionria Popular FARP; preso de 26/08/1969 a 07/10/1970 no Quartel do Exrcito, de 07/10/1970 a 22/06/1972 no DOPS, na Polcia do Exrcito em Porto Alegre, no Presdio Central de Porto Alegre, na Colnia Penal do Jacu e no Presdio Municipal de Pelotas; segundo o requerente, foi preso por participar do MR26; citou como companheiros de priso: Francisco Lages dos Santos, Jesus Francisco Lages dos Santos, Pedro Bitencurte da Fonseca e Pedro Lages dos Santos; no indicou testemunhas; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos e dificuldades para conseguir emprego; concedida indenizao de R$ 30.000,00.Observaes: documentos oficiais, parecer psiquitrico.

    Processo: 2701-1200/02-4Assunto: Indenizao

    ADO CONCEIO DORNELLES FARACO

    Nascido em 08/12/1934 em Alegrete; professor e vereador; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso em 05/04/1964 e em 31/12/1965 na cidade de Alegrete; segundo documento do Ministrio da Guerra do III Exrcito de Alegrete, preso sob acusao de infiltrao comunista no meio estudantil; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Nelly Bitencourt Assuno, Reverendo Richard Caufield, Rui Barbosa da Silveira, Irmo Jos Oto, Irmo Faustino Joo, Galeno Vellinho de Lacerda, Ruy Sirne Lima, Airton Pacheco do Amaral, Ajax Abreu Parrot, Irineu Rui Azevedo Medeiros, Jos Guedes do Canto e Carlos Eroni Nogueira Carus; declarou no ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: o afastamento do magistrio estadual, perseguies polticas, perseguies a toda famlia e cassao do cargo eletivo de vice-prefeito de Alegrete; concedida indenizao de R$ 5.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197926 |

    Processo: 4731-1200/98-9Assunto: Indenizao

    ADO DA SILVA

    Nascido em 25/09/1930 em Erechim; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 13/05/1964 a 21/05/1964 no Presdio de Erechim e de maio de 1964 a setembro de 1964 em priso domiciliar; segundo requerente foi preso por fazer parte do Grupo dos Onze; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Eugnio da Silva e Hugo Stallbaum; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: humilhaes pelas quais passou diante da comunidade e familiares, e sofrimento que culminou em sua mudana para o estado do Paran; concedida indenizao de R$ 10.000,00.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 1212-1200/98-5Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    ADO DIAS MACHADO

    Nascido em 09/05/1936 em Lagoa Vermelha; prottico; participou do Partido Operrio Comunista POC e da Vanguarda Popular Revolucionria VPR; preso de 25/04/1970 at o incio do ano de 1972 no Quartel da Brigada Militar de Trs Passos, em estabelecimento militar federal em Passo Fundo e no Exrcito de Santa Maria; segundo documento da CJM, incurso nos arts. 23, 24, 25, 42, 43, 45 e 46 do Decreto Lei 898; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Belmor Carlos Palma, Sergio Guimares Siqueira, Ari Pinto Teixeira, Presevedo Uosque, Idalcio Vitter Moreira, Atade Pinto Teixeira e Prezewodoswski Machado; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos, teve de fechar o estabelecimento comercial onde trabalhava como prottico devido ao afastamento da clientela e passou por dificuldades financeiras; concedida indenizao de R$ 30.000,00.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 4857-1200/98-7Assunto: Indenizao

    ADO DOMINGOS DOS SANTOS

    Conhecido como Fedato; nascido em 04/08/1935 em Gravata; representante comercial; sem vinculao partidria; preso de 15/03/1970 a 20/05/1970 no DOPS, de 20/05/1970 a 11/01/1972 no 18 RI e de 14/05/1973 a 14/07/1973 no Presdio Central de Porto Alegre; segundo documento da Subsecretaria de Inteligncia, preso sob acusao de participar da Organizao Marx, Mao, Mariguella, Guevara M3G e indiciado em IPM para apurar atividades subversivas no estado do Rio Grande do Sul; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Ilgo Kloplim, Indio Vargas e Carlos Frank; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos, a perda do emprego e de propriedades; concedida indenizao de R$ 30.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal, parte de livro.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 27

    Processo: 5694-1200/98-7Assunto: Indenizao

    ADO JOS DA LUZ

    Nascido em 19/03/1930 em Venncio Aires; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 02/09/1961 a 15/08/1979 em local no descrito; segundo o requerente, preso sob acusao de subversivo, comunista e de participar do Grupo dos Onze; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Carlito da Silva marques, Raul Soares, Dario de Deus e Dlcio; alegou ter sofrido maus-tratos; mencionou como consequncia, problemas psicolgicos; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.

    Processo: 2800-1200/02-5Assunto: Indenizao

    ADO LUIZ DOS SANTOS (falecido)

    Nascido em 25/07/1930 em Venncio Aires; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso no ano de 1964 na cidade de Tuparendi; segundo o requerente, acusado de subversivo e de afrontamento ao governo militar; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Joo Ivair Luiz dos Santos, Nilda Canabarro Ribeiro, Abrelino Sonza, Iracema da Silva Cezar e Selomar de Souza; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, financeiros, perda de amigos, humilhaes, sofrimento familiar; concedida indenizao de R$ 5.000,00.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 4408-1200/98-8Assunto: Indenizao

    ADO MANOEL DA GRAA

    Nascido em 04/12/1938 em So Leopoldo; industririo e instrutor de confeco de sapatos no SESME; participou do Partido Comunista Brasileiro PCB; preso de novembro de 1973 a dezembro de 1973 no DOPS; segundo documento da CJM, incurso no art. 23 do Decreto Lei 868/69; citou como companheiro de priso, Antnio Louzada; no indicou testemunhas; alegou ter sofrido sevcias e maus- tratos; mencionou como consequncias da priso: demisso do SESME, destituio da Presidncia do Sindicato dos Trabalhadores de Calado de Porto Alegre e desenvolvimento de problemas fsicos e psicolgicos; concedida indenizao de R$ 15.000,00.Observaes: documentos oficiais e parecer psiquitrico.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197928 |

    Processo: 4873-1200/98-0Assunto: Indenizao

    ADO MARTINS

    Conhecido como Madruga; nascido em 01/02/1934 em Taquari; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 17/04/1964 a 24/04/1964 e de 27/05/1964 a 28/05/1964 na Delegacia de Polcia de Frederico Westphalen; segundo o requerente, preso sob acusao de pertencer ao Grupo dos Onze, indiciado e denunciado em crime de subverso na Justia Militar; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Dalmiro da Rosa, Deoclides da Rosa, Elmrio da Costa vila, Jos Duarte Garcia, Leonido da Costa vila e Eva de Oliveira Martins; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos e mudana de cidade devido ao desprestgio junto comunidade; concedida indenizao de R$ 5.000,00.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 6624-1200/98-1Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    ADO MARTINS DE MIRANDA

    Nascido em 26/01/1932 em Torres; telegrafista; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 14/04/1964 a 08/05/1964 no DOPS, de 18/12/1965 a 30/01/1966 na Polcia do Exrcito e de 09/07/1969 a 11/07/1969 no Destacamento da Brigada Militar em Torres; no consta motivo de priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Iraj Almeida Prates, Antonio Almeida, Selita A. Miranda, Jones Errol Raymundi e Romildo Bolzan; alegou ter sofrido maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos e a perda do emprego na repartio dos Correios e Telgrafos; concedida indenizao de R$ 10.000,00.Observaes: documentos oficiais, parecer psiquitrico.

    Processo: 6951-1200/98-3Assunto: Indenizao

    ADO NASCIMENTO ATHAYDES (falecido)

    Nascido em 28/12/1918 em Porto Alegre; estivador; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB e do Grupo dos Onze; preso de 01/04/1964 a 30/07/1964 no DOPS e no SESME; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: ndio Brum Vargas, Cleci Crixel, Paulo Rocha, Marco Antnio Alvarenga, Emerson Assis Capp, Elida R. F. Costa e Jorge Fischer Nunes; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos, perda da nomeao para o servio pblico e enfrentou dificuldades para arrumar emprego; concedida indenizao de R$ 20.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal, fotografia.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 29

    Processo: 2838-1200/98-1Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    ADO OLIVEIRA DA SILVA

    Nascido em 20/10/1945 em Trs Passos; agricultor; participou do Movimento Revolucionrio 26 de Maro MR26; preso de 28/03/1965 a 17/05/1965 em Foz do Iguau PR e de 17/05/1965 a 30/06/1965 no SESME; segundo documento da Subsecretaria de Inteligncia, foi indiciado em IPM para apurar a existncia de uma organizao subversiva sediada no Uruguai que pretendia derrubar o governo do Brasil e mudar a ordem poltica e social; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Valdetar Antnio Dorneles, Abrao Antnio Dornelles, Joo Batista Figueira, Oniro Solano Bones, Floriano Alves Bones, Armino Benno Vagner, Valdomiro Avila de Brito, Arnaldo Klessener Solano; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos, sofreu perseguio e teve de vender a propriedade de seu pai, que era seu local de trabalho; concedida indenizao de R$ 15.000,00, pedido de reviso, negado provimento ao recurso.Observaes: documentos oficiais, recorte de revista.

    Processo: 6736-1200/98-7Assunto: Indenizao

    ADO PEDRO SOARES

    Nascido em 29/06/1930 em Cruz Alta; agricultor e vereador; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 01/04/1964 a 01/06/1964 nas cidades de Santa Barbara do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre; segundo documento da Subsecretaria de Inteligncia, preso sob acusao de subverso, incurso nos art. 25 e 40 da Lei n 1.802/53 e condenado a dois anos de priso pela Auditoria Militar; citou como companheiros de priso: Dr. Danilo Ado Bonotto, Paraguassu Brizolla, Hlida Costa, Ilka Piegas, Antnio Fulco, irmos Vaz, Manoel Antnio da Rosa, Pithan, Ganeval Oliveira, Baldevim Oliveira, Jair Moura Calixto, Paris Ferreira de Souza e Humberto Ferreira da Silva; indicou como testemunhas: Gilberto Martins dos Santos, Carlos Pomplio Schimidt, Baldevim Pereira de Oliveira, Humberto Ferreira da Silva, Carol Majewiski, Ado Leite de Oliveira, Constantino Carlan, Nilton Paulo Homercher, Olvio da Silva, Ovdio de Quadros Lrio, Martim Jos Bruxel, Erclio Jos Schenkel e Eno Cristiano Becker; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos, foi impedido de exercer o mandato de vereador, teve prejuzos financeiros, perda de crdito e teve de fugir para o Uruguai; concedida indenizao de R$ 20.000,00, pedido de reviso, negado provimento ao recurso.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal, parte de livro, parecer psiquitrico.

    Processo: 2685-1200/02-01Assunto: Indenizao

    ADO ROLIM DE MOURA

    Nascido em 19/05/1926 em Chapec SC; agricultor; no mencionou vinculao partidria; preso em meados do ano de 1964 no Batalho da Polcia Militar de Nonoai; segundo o requerente, preso sob acusao de subverso e corrupo; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Laurendano de Barros e Joo Antnio Santos; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; no mencionou consequncias da priso; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197930 |

    Processo: 6097-1200/98-3Assunto: Indenizao

    ADELO MENEZES DA SILVA

    Nascido em 07/11/1929 em Rosrio do Sul; policial militar; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 17/12/1967 a 14/01/1968 na cidade de Santana do Livramento, de 22/03/1977 a 05/04/1977, de 26/07/1977 a 02/08/1977 e de 12/07/1978 a 16/07/1978 no DOPS; segundo documento da Justia Militar, foi incurso nos art. 134 e 229 do Cdigo Penal Militar; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Jaci Andrade, Reginaldo Ives da Rosa e Joo Alves Verlindo; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos cometidos pelo Tenente Hilrio Retamozzo e pelo policial civil Linck; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos desenvolvidos pela famlia, grandes dificuldades para arrumar emprego e a perda de sua casa comprada da Cooperativa da Brigada Militar; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da lei n 11.042/97. Observaes: recorte de jornal, parte de livro.

    Processo: 6956-1200/98-7 Assunto: Indenizao

    ADELI SELL

    Nascido em 21/06/1954 em Palhoa SC; professor; participou da Organizao Socialista Internacionalista OSI; preso de 13/08/1979 a setembro de 1979 e de 07/01/1980 a 16/01/1980 na Polcia Federal em Porto Alegre; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Valter de Almeida Freitas, Alberto Gotthilf e Sandra Machado; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos, perdeu o emprego na escola em que trabalhava e enfrentou isolamento social; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses da lei n11.042, pedido de reviso, negado provimento ao recurso.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

    Processo: 4277-1200/98-1 Assunto: Indenizao

    ADELINO JOS AMPESSAN

    Nascido em 05/08/1922 em Caxias do Sul; comerciante; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de junho de 1964 a julho de 1964 no Presdio Municipal de Erechim; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Antnio Baldin, Adelino Ampessan, Arlindo Baggio, Alcides Caldart, Bernardo Arcego, Darcy Luiz Bertuol, Carlos Naum Salim, Euclides Antonio Bertuol, Gabriel Conte, Idylio Carlotto, Jandir Joo Bertuol, Giacomini Valmorbida, Olivo Conte, Protsio Vasco, Silvino Orlandino Bertuol, Luiz Valdemar Beltrame, Napoleo Joo Baldissera, Albino Carlotto, Eduardo Boza e Armando Baggio; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos, alm disso, sua loja permaneceu fechada no perodo de sua priso; concedida indenizao de R$ 10.000,00. Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 31

    Processo: 2619-1200/02-0Assunto: Indenizao

    ADELIR JOS PAVAN

    Nascido em 09/10/1939 em Erechim; escriturrio; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 14/05/1964 a 30/12/1964 em priso domiciliar na cidade de Planalto; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Norberto Adolfo Scherer, Olides Potrich Picolotto e Amlia Reginatto; alegou ter sofrido maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos; concedida indenizao de R$ 30.000,00. Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 3649-1200/98-7Assunto: Indenizao ADELMO JOSE BASTIANELLO

    Nascido em 27/11/1935 em Santa Maria; policial militar; sem vinculao partidria; preso de 27/10/1964 a 16/11/1964 no 1 RPM (Fazenda Filipson); no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Osvaldo dos santos, Ulmerindo dos Santos Pinheiro, Riograndino da Rosa Garcia, Antnio Setembrino dos Santos e Pedro Osmar Reichert; declarou no ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: a perda do prestgio e do respeito que tinha conquistado com seu trabalho e dedicao; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97, pedido de reviso, negado provimento ao recurso. Observaes: documentos oficiais

    Processo: 4788-1200/98-7Assunto: Indenizao

    ADELMO SIMAS GENRO

    Nascido em 19/10/1921 em Santiago; professor e vereador; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 08/09/1964 a 22/10/1964 na 4 Cia. Exrcito de Santa Maria; segundo documento da Justia Militar, foi incurso no artigo 24 da Lei n 1.802 de 05/01/1953; no citou companheiros de priso; no indicou testemunhas; declarou no ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos e a cassao de seus direitos polticos; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197932 |

    Processo: 7020-1200/98-9Assunto: Indenizao

    ADEMAR ADAO DOS SANTOS

    Nascido em 09/12/1921 em Taquara; comerciante; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 12/06/1964 a 23/06/1964 no Presdio Estadual de So Francisco de Paula; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; no indicou testemunhas; declarou no ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncia da priso, problemas psicolgicos; concedida indenizao de R$ 5.000,00.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 6640-1200/98-4Assunto: Indenizao

    ADEMAR VARGAS DE FREITAS

    Nascido em 01/08/1941 em So Vicente do Sul; jornalista; no mencionou vinculao partidria; preso de 03/11/1970 a 15/11/1970 no Quartel da Polcia do Exrcito da cidade do Rio de Janeiro RJ; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; no indicou testemunhas; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos, perda do emprego e dificuldades para conseguir novo trabalho; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 5618-1200/98-3Assunto: Indenizao

    ADIL DOMINGUES DE OLIVEIRA

    Nascido em 05/07/1922 em Viamo; comerciante; participou do Partido Comunista Brasileiro - PCB; preso de 04/01/1962 a 13/01/1962 na Casa de Correo de Porto Alegre e de 1961 a 1964 em prises espordicas no DOPS; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunha, Iraj Almeida Prates; alegou ter sofrido maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos, familiares e profissionais; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais, parecer psiquitrico.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 33

    Processo: 6856-1200/98-9Assunto: Indenizao

    ADIL MACHADO IANZER (falecido)

    Nascido em 04/10/1926 em Bag; ferrovirio; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de abril de 1964 a maio de 1964 na 25 GAC Comando de Artilharia e Cavalaria de Bag; segundo documento da CJM incurso no art. 7, c/c art. 3 da Lei n 1.802/53; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Jose Carlos Teixeira Giorgis, Mathias Nagestei, Manoel Piragibe Teixeira, David Pegas, Alcir Brito, Ilka Pegas, Walter Almeida, Lucia Helena Jardim Lucas, Maria Lucinda Umpierre, Elenara Janzer Lucas, Berenice Ianzer Hertzog e Vera Helena Nunes Lanzer; alegou ter sofrido maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos e a perda de seu emprego pblico; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

    Processo: 6675-1200/98-3Assunto: Indenizao

    ADOLFO CORNEAU (falecido)

    Nascido em 18/04/1930 em Iju; sargento da Brigada Militar; sem vinculao partidria; o requerente no foi preso, porm teve sua casa invadida por brigadianos trs dias antes de sua morte; indicou como testemunhas: Cacildo Ricardo, Patrcio Castilhos, Ivone Palaver Fernandes, Joo Ademir Corneau e Milton Garcia Incio; no declarou sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncia, a morte de Adolfo aps uma briga corporal com policiais na qual seu filho no presenciou o desfecho; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei 11.042/97, pedido de reviso, negado provimento ao recurso.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal, fotos.

    Processo: 6775-1200/98-1Assunto: Indenizao

    ADOLPHO SOUTO CORREA (falecido)

    Nascido em 14/01/1917 em Alegrete; telegrafista e vereador; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 16/06/1964 a 20/06/1964 no 6 Regimento de Cavalaria de Alegrete e de 24/04/1965 a 26/04/1965 no DOPS; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Moacir Corra Silva, Carlos Eroni Nogueira Cars e Ado Conceio Dornelles Faraco; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos; concedida indenizao de R$ 15.000,00.Observaes: documentos oficiais.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197934 |

    Processo: 6572-1200/98-7Assunto: Indenizao

    ADROALDO DIESEL

    Nascido em 28/02/1931 em Porto Alegre; mdico; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; declarou priso domiciliar no ano de 1970 na cidade de Porto Alegre; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Alcebades Kontz Filho, Lo Sergio Rossi, Ari Marcos Rovaris, Carlos Rodrigues, Omerolino Silva, Luiz Carlos Peyrot, Raul Vargas, Ledo Pinto, Mario Rigatto, Jair Oliveira Soares e Germano Bonow; declarou no ter sofrido sevcias e maus-tratos; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 6998-1200/98-0Assunto: Indenizao

    ADROALDO FRANCISCO FERREIRA

    Nascido em 06/07/1941 em Santa Cruz do Sul; motorista; participou do Partido Comunista Brasileiro PCB; preso de 04/03/1965 a 10/03/1965 na 18 RI de Porto Alegre; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Jomil Francisco Ferreira, Joo Ruaro e Apolnio Canha; declarou no ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos e financeiros por conta da perda de seu estabelecimento comercial; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 7017-1200/98-6Assunto: Indenizao

    ADROALDO SILVEIRA DA ROSA (falecido)

    Nascido em 03/12/1938 em So Vicente do Sul; industririo; no mencionou vinculao partidria; preso de 08/04/1964 a julho de 1964 em Novo Hamburgo; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunha, Olmira Fleck da Rosa; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos, dificuldades no trabalho e discriminao perante a sociedade; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 35

    Processo: 6806-1200/98-0Assunto: Indenizao

    ADRUES XAVIER DA ROCHA

    Nascido em 20/08/1935 em Serto; capataz; sem vinculao partidria; preso de 08/05/1964 a 10/05/1964 no Presdio Getlio Vargas; segundo o requerente, preso sob acusao de pertencer ao Grupo dos Onze e de ser comunista subversivo; citou como companheiros de priso: Darwin Menegs, Fiorello Dionsio Piazzetta, Orlando Ferreira de Andrade, Getlio Uriarte, Joo Lebedeff e Sidnei Simon dos Santos; indicou como testemunhas: Daltro Fernandes Giacomazzi e Sidnei Simon dos Santos; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos cometidos por integrantes da Brigada Militar sob o comando do Coronel Gonalino Crio de Carvalho; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos; concedida indenizao de R$ 5.000,00.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 6605-1200/98-0Assunto: Indenizao

    ADYR CANCELLO FARIA

    Nascido em 23/10/1935; mdico e vereador; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB e do Grupo dos Onze; preso de 10/05/1964 a 12/05/1964 na Reserva Florestal de Nonoai e de 27/05/1964 a 05/06/1964 no Quartel da Brigada Militar de Passo Fundo; segundo o requerente, preso sob acusao de pertencer ao Grupo dos Onze; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Ilo de Arajo Pinto, Antonio Joo Fragoso Brum, Ary Alexandre Machado, Maria Costa Santana e Tais Vismond Faria; alegou ter sofrido maus-tratos cometidos pelo Coronel Gonalino Crio de Caravalho; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos; concedida indenizao de R$ 10.000,00.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 6423-1200/98-2 Assunto: Indenizao

    ADYR MILTON BURMANN (falecido)

    Nascido em 17/04/1927 em Santa Maria; agropecuarista e prefeito; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 18/04/1964 a 21/04/1964 no Quartel do Exrcito de Santo ngelo, de abril de 1965 a maio de 1965 no Quartel do Exrcito de Santa Rosa e de 30/03/1966 a 28/05/1966 na 5 Auditoria de Guerra de Curitiba PR; segundo requerente, Adyr foi preso por motivos polticos; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Francisco Flvio Konzen, Gensio Moreira, Agenor R. Valandro, Anbal Cargnelutti, Eli Sebastio Moreira, Alberto Bernardi, Eugnio Gustavo Schuch, lio Cargnelutti, Amarino Nunes da Silva, Paulino Libardoni, Francisco Forgiarini Neto e Benno Orlando Burmann; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos e perseguio poltica praticada pelo Delegado de Polcia Vilson Souza Amaral e pelo Inspetor de Polcia Aylton Pachamann da Luz; concedida indenizao de R$ 20.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197936 |

    Processo: 3381-1200/98-8Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    AFIF JORGE SIMOES FILHO

    Nascido em 22/10/1927 em So Sep; advogado; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso em abril de 1965 no Quartel do Exrcito de So Gabriel; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; no indicou testemunhas; declarou no ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncia da priso, problemas psicolgicos; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais, parte de livro, recorte de jornal.

    Processo: 4169-1200/98-7Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    AFONSO CELSO RODRIGUES LEAL

    Nascido em 04/06/1940 em So Gabriel; funcionrio pblico; no mencionou vinculao partidria; preso por seis meses no ano de 1964 no 7 Regimento de Infantaria na cidade de Santa Maria; no consta motivo da priso; no citou companheiros de priso; no indicou testemunhas; no declarou sevcias ou maus-tratos; mencionou como conseqncias da priso: problemas psicolgicos, perda do emprego e dificuldades de conseguir um novo trabalho; processo sem suma de deciso.Observaes: documentos oficiais.

    Processo: 5695-1200/98-0Assunto: Indenizao

    AFONSO GEORG

    Nascido em 09/06/1913 em Taquara; comerciante; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso de 15/05/1964 a 16/05/1964 na sede municipal do Exrcito denominada como Casa Branca em Crissiumal; segundo o requerente, preso sob acusao de subversivo, comunista e de pertencer ao Grupo dos Onze; no citou companheiros de priso; indicou testemunhas: Ado Jos da Luz, Ricardo Zetorello, Lindolfo Gastring e Leo Becker; alegou ter sofrido maus-tratos cometidos pelo Capito Gutierres e pelo Delegado Ibsen Machado; mencionou como consequncia da priso, problemas financeiros; pedido indeferido face ao no enquadramento do requerente nas hipteses do art. 1 da Lei n 11.042/97.Observaes: documentos oficiais.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 37

    Processo: 1112-1200/98-7Assunto: Indenizao (Antecedentes)

    AFRANIO FRANCISCO COSTA

    Conhecido como Alan, Sebastio, Tio e Celso; nascido em 10/09/1942 em Osrio; motorista; participou da Vanguarda Armada Revolucionria Palmares VAR Palmares; preso de maro de 1970 a julho de 1970 na cidade de Caxias do Sul, no DOPS, no Presdio Central e na Ilha das Pedras em Porto Alegre e de agosto de 1972 a abril de 1972 na cidade de Cachoeira do Sul e na Ilha das Pedras em Porto Alegre; segundo requerente preso sob acusao de terrorismo e subverso; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Joo Batista Costa, Carlos Alberto Telles Frank, Antnio Osmar Carvalho de Assis, Joo Carlos Bona Garcia, Antnio Bachilli, Expedito Cardoso e Jaci Cavalheiro; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos e financeiros; concedida indenizao de R$ 30.000,00.Observaes: documentos oficiais, parte de livro, recorte de jornal.

    Processo: 6881-1200/98-0Assunto: Indenizao

    AFRANIO VIDAL ARAUJO (falecido)

    Nascido em 13/09/1911 em Quara; advogado; participou do Partido Comunista Brasileiro PCB; preso de abril de 1964 a julho de 1964 no DOPS e no SESME; no consta motivo da priso; citou como companheiros de priso: Carlos Franklin Paixo Arajo, Paulo Franklin Paixo Araujo e Luis Eron Franklin Paixo Araujo; indicou como testemunhas: Mario Chaves, Joo Antonio Cirne Lima, Silvio Andreotti, Vitor Douglas Nunes, Alvaro Ayala, Augusto Lozada, Mario Chaves, Joo Antnio Cirne Lima, Silvio Andreotti Silveira, Marieta Paixo de Arajo e Carlos Franklin Arajo; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos e psicolgicos, devido a presso para que entregasse seus filhos que estavam foragidos; concedida indenizao de R$ 20.000,00.

    Processo: 4616-1200/98-0Assunto: Indenizao

    AGENOR RODRIGUES DA SILVA

    Nascido em 07/06/1924 em Barros Cassal; vereador; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB; preso por aproximadamente dezesseis dias no ano de 1964 ou 1965 no 8 Batalho de Infantaria Motorizada de Santa Cruz do Sul; no consta motivo da priso; citou como companheiros de priso: Saul Westefalem, Joo Loreiro, Srgio Porto e Pery Guterres Cavalli; indicou como testemunhas: Srgio da Costa Franco, Joo Loureiro Ferreira, Silvio B. Almeida, Ari Ferreira da Costa Filho e Joo Dacio de Azambuja; declarou no ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, polticos e morais que o obrigaram a abandonar seus negcios e se mudar para a cidade de So Paulo; concedida indenizao de R$ 5.000,00.Observaes: documentos oficiais, foto.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-197938 |

    Processo: 5638-1200/98-7Assunto: Indenizao

    AGILBERTO CARPES NETO

    Nascido em 14/01/1927 em Carazinho; carpinteiro autnomo; sem vinculao partidria; preso de 19/04/1964 a 21/04/1964 na Delegacia de Polcia de Carazinho e de 21/04/1964 a 31/05/1964 no DOPS; segundo o requerente, preso sob acusao de pertencer ao Grupo dos Onze; no citou companheiros de priso; indicou como testemunhas: Delfino Quevedo, Evaldo Quevedo, Belarmino Barbosa Siqueira e Luis G. V. Ramos; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos, constrangimentos na comunidade onde vivia e dificuldades para trabalhar; concedida indenizao de R$ 30.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

    Processo: 2576-1200/02-4Assunto: Indenizao

    AGOSTINHO MELO

    Nascido em 28/03/1934 em Nonoai; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB e do Grupo dos Onze; preso de 27/04/1964 a 02/05/1964 no destacamento da Brigada Militar em Nonoai e posteriormente em priso domiciliar de 02/05/1964 a 28/07/1964; no consta motivo da priso; citou como companheiros de priso: Adir Farias, Cleto dos Santos e Eldebrando Rodrigues; indicou como testemunhas: Jos Clementino Antunes Severo e Cleto dos Santos; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos cometidos pelo Coronel Gonalino de Carvalho; mencionou como consequncias da priso: problemas psicolgicos e humilhaes sofridas diante da comunidade; concedida indenizao de R$ 5.000,00.Observaes: documentos oficiais, recorte de jornal.

    Processo: 6718-1200/98-9Assunto: Indenizao

    AGRIPIO PINHEIRO DE OLIVEIRA

    Nascido em 18/07/1929 em So Valentim; agricultor; participou do Partido Trabalhista Brasileiro PTB e do Grupo dos Onze; preso de 18/04/1964 a 24/04/1964 no Presdio de Erechim; segundo documento da Subsecretaria de Inteligncia foi indiciado em IPM para apurar atividades subversivas em Nonoai; citou como companheiros de priso: Jos Bopko, Jos Schimidt e Idalcio da Silva; indicou como testemunhas: Idalcio da Silva, Arlindo Coppi, Alexandre Marcon e Antnio Duarte Fagundes; alegou ter sofrido sevcias e maus-tratos; mencionou como consequncias da priso: problemas fsicos, psicolgicos e teve prejuzos relacionados as suas aspiraes polticas; concedida indenizao de R$ 5.000,00, pedido de reviso, negado provimento ao recurso.Observaes: documentos oficiais.

  • Resistncia em Arquivo - Memrias e Histrias da Ditadura no Brasil | 1961-1979 | 39