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CURSO EM PDF – LÍNGUA PORTUGUESA PARA O CESPE/UNB Prof a . Fernanda Santos www.canaldosconcursos.com.br/curso_pdf 1 APRESENTAÇÃO Olá alunos e alunas!! Bem-vindos à aula demonstrativa de Língua Portuguesa para Concursos. Para quem ainda não me conhece, muito prazer! Sou a professora Fernanda Santos. Atualmente, ministro aulas presenciais e a distância nos principais cursos de concursos públicos do Rio de Janeiro. Para começar o nosso trabalho, acho pertinente, primeiramente, falar um pouco sobre o meu papel como professora de Língua Portuguesa. Meu intuito é ajudá-lo em sua árdua jornada para que assim possa alcançar o tão sonhado objetivo: a vaga no concurso público. Estarei sempre à disposição para qualquer esclarecimento. Não tenha inibição em expor suas dúvidas. Isso mostra que está estudando de verdade. Não é mesmo? É evidente que o seu desempenho depende de sua dedicação, acompanhando as aulas, resolvendo os exercícios, tirando dúvidas. Só assim conseguirá obter um ótimo desempenho na prova de português. Agora, partiremos para o nosso curso de português em PDF. Vamos lá! O atual curso será direcionado para a banca CESPE/UnB e será composto sempre de uma introdução teórica com a resolução posterior de diversos exercícios de provas anteriores aplicadas pela citada banca. Neste curso de teoria com exercícios também trataremos das novas regras ortográficas, visto que o Novo Acordo Ortográfico já está em vigor. Então, a banca poderá exigir algum conhecimento do candidato sobre o assunto. Também não podemos esquecer que as bancas já adaptaram suas provas à nova grafia e que o que mudou foi a escrita, e não a pronúncia. Até 2012 valem as duas (nova e antiga). Nesse sentido, devemos estar preparados e atualizados. Hoje em dia, recebo muitas dúvidas e questionamentos sobre como se preparar para um concurso público. Então, deixo aqui minhas dicas para vocês queridos “concurseiros”. Para que possamos nos preparar para uma prova, além do conhecimento, devemos ter paciência, persistência, foco e, principalmente, dedicação e humildade. Habitualmente, quem chega a um cursinho dizendo que já sabe tal conteúdo e que não precisa dele, certamente terá dificuldades nessa matéria. Por isso, digo que a paciência é necessária. Cada um

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APRESENTAÇÃO

Olá alunos e alunas!! Bem-vindos à aula demonstrativa de Língua Portuguesa para Concursos. Para quem ainda não me conhece, muito prazer! Sou a professora Fernanda Santos. Atualmente, ministro aulas presenciais e a distância nos principais cursos de concursos públicos do Rio de Janeiro. Para começar o nosso trabalho, acho pertinente, primeiramente, falar um pouco sobre o meu papel como professora de Língua Portuguesa. Meu intuito é ajudá-lo em sua árdua jornada para que assim possa alcançar o tão sonhado objetivo: a vaga no concurso público. Estarei sempre à disposição para qualquer esclarecimento. Não tenha inibição em expor suas dúvidas. Isso mostra que está estudando de verdade. Não é mesmo? É evidente que o seu desempenho depende de sua dedicação, acompanhando as aulas, resolvendo os exercícios, tirando dúvidas. Só assim conseguirá obter um ótimo desempenho na prova de português. Agora, partiremos para o nosso curso de português em PDF. Vamos lá! O atual curso será direcionado para a banca CESPE/UnB e será composto sempre de uma introdução teórica com a resolução posterior de diversos exercícios de provas anteriores aplicadas pela citada banca. Neste curso de teoria com exercícios também trataremos das novas regras ortográficas, visto que o Novo Acordo Ortográfico já está em vigor. Então, a banca poderá exigir algum conhecimento do candidato sobre o assunto. Também não podemos esquecer que as bancas já adaptaram suas provas à nova grafia e que o que mudou foi a escrita, e não a pronúncia. Até 2012 valem as duas (nova e antiga). Nesse sentido, devemos estar preparados e atualizados. Hoje em dia, recebo muitas dúvidas e questionamentos sobre como se preparar para um concurso público. Então, deixo aqui minhas dicas para vocês queridos “concurseiros”. Para que possamos nos preparar para uma prova, além do conhecimento, devemos ter paciência, persistência, foco e, principalmente, dedicação e humildade. Habitualmente, quem chega a um cursinho dizendo que já sabe tal conteúdo e que não precisa dele, certamente terá dificuldades nessa matéria. Por isso, digo que a paciência é necessária. Cada um

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tem seu ritmo de estudo e de aprendizagem. Então, não atropele o seu ritmo. Tenha paciência. Outro ponto fundamental é a persistência. Vocês já devem ter percebido que, na maioria das vezes, os cursos se iniciam com um número X de alunos, mas lá no final há uma redução brusca no número de pessoas que frequentam às aulas. Então, o candidato, muitas vezes, não tem persistência. Desiste. Você é um “concurseiro”. Persista sempre! Muitos alunos também não conseguem estabelecer o FOCO. Quem estuda para concursos, deve saber qual é o seu objetivo e o que deve fazer para alcançá-lo. FOCO é a palavra-chave. O que ocorre é que as pessoas ora querem fazer o concurso X, ora querem fazer o concurso Y. É o famoso “pular de galho em galho”. Considero dois fatores fundamentais para a sua aprovação: A DEDICAÇÃO e a HUMILDADE. Ora, se realmente deseja alcançar o seu objetivo, deverá dedicar-se. Primeiro, é fundamental saber o conteúdo. Para isso, é preciso estudar os conceitos da matéria. Depois dos conceitos, deverá realizar exercícios de fixação. Aí, partirá para os exercícios de concursos. Só realizando e praticando muito, é que conseguirá “massificar” os conceitos. Por fim, o melhor trabalho a ser feito é estudar as provas anteriores da banca. É claro que devemos pensar também na humildade. Por mais que você já saiba determinado conteúdo, é importante revisá-lo e pensar que sempre poderá aprender mais e mais. Atualmente, as bancas querem avaliar se o candidato sabe fazer a prova. Para tal, digo a vocês que “concurseiro” bem preparado é aquele que conhece a banca que realizará a prova. Essa preparação se divide em três partes: a) apresentação dos conceitos relativos à matéria, em que o aluno aprende e recolhe o material de estudo; b) fixação do conhecimento, quando o aluno deve fazer exercícios de fixação e exercícios de concursos públicos; c) identificação das próprias necessidades, em que o aluno deve reconhecer quais são os seus pontos fracos na matéria e aqueles que necessitam de maior atenção. Todas essas etapas envolvem envolvimento e muita dedicação. É claro que os obstáculos surgirão. São muitos obstáculos. Temos o trabalho, a família, o cansaço... Mas não podemos nos abater. O telefone vai tocar muitas vezes, você receberá muitos convites para festas, cairá na tentação da internet... Mas lembre-se de que só você pode fazer a diferença, estudando em casa, fixando, revisando. A tarefa é árdua. Mas não podemos parar.

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Receba cada conteúdo de peito aberto e prepare-se para a guerra. Livre-se dos traumas. Conte comigo! Estamos juntos nessa guerra! Para o nosso curso, reservei 12 (doze) aulas (esta e mais 11), com a periodicidade de uma aula semanal, assim divididas:

AULA 0

(DEMO) Emprego do sinal indicativo de crase

AULA 1 Ortografia oficial / Acentuação gráfica

AULA 2 Emprego das classes de palavras

AULA 3 Valor semântico das preposições e conjunções

AULA 4 Sintaxe da oração – período simples / Vozes verbais

AULA 5 Sintaxe da oração – período composto (orações coordenadas e orações subordinadas adverbiais)

AULA 6 Sintaxe da oração – período composto (orações subordinadas substantivas e orações adjetivas) / Funções das palavras QUE e SE

AULA 7 Concordância nominal / Concordância verbal

AULA 8 Regência nominal / Regência verbal

AULA 9 Significação das palavras

AULA 10 Compreensão e interpretação de textos / Tipologia textual

AULA 11 Redação de correspondências oficiais

Após as devidas apresentações, vamos nos preparar!!!

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SUMÁRIO DA AULA

1. Introdução

2. Como analisar o fenômeno da crase?

3. Casos de crase

4. Casos facultativos

5. Crase e as locuções

6. Casos analisáveis

7. Apresentação das questões comentadas

8. Lista de questões apresentadas

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1. INTRODUÇÃO

Olá alunos!!

Hoje falaremos sobre CRASE. Vocês já devem ter ouvido, em muitas aulas, “vamos crasear o a”. Apesar de ser aceita por professores e gramáticos renomados e registrada nos melhores dicionários, rejeitamos a forma “crasear”. Preferimos usar expressões como “colocar o acento grave, indicativo de crase” ou “ocorre crase (fusão)”. Então, dizemos que CRASE NÃO É O ACENTO, CRASE É O FENÔMENO!

A origem da palavra crase é mistura = KRÁSIS. É a contração de dois fonemas iguais representados pelo A + A em um só A. A indicação da crase se dá pelo acento grave À.

Na língua portuguesa, só se registram com o acento grave os encontros da preposição a com outro a, que poderá ser um artigo definido feminino (a, as), um pronome demonstrativo (a, as, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo) ou um pronome relativo (a qual, as quais).

Para ficar mais fácil e simples, você deve se guiar pelo seguinte raciocínio:existem 2 regras para o uso da crase. A primeira é a regra do fenômeno fonético e a segunda é a regra das locuções femininas. Então, o nosso estudo será pautado nessas duas regras. É claro que dentro dessas duas regras, vamos estudar cada caso. Você verá que o raciocínio será mais facilitado.

Bem-vindos à aula de crase!

2. COMO ANALISAR A OCORRÊNCIA DA CRASE?

Para analisar a ocorrência da crase, devemos perceber que existem dois termos importantes: o TERMO REGENTE e o TERMO REGIDO. O TERMO REGENTE é aquele que comanda, que rege, ou seja, é aquele que pode ou não exigir uma preposição (e, nesta

aula, só nos interessa a preposição a). Já o TERMO REGIGO é aquele que obedece. Este termo pode aceitar ou não um artigo definido

feminino (a, as), além de poder existir também um pronome demonstrativo (a, as, aquele, aqueles, aquela,aquelas, aquilo) ou um pronome relativo (a qual, as quais).

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Entendida as noções de TERMO REGENTE e TERMO REGIGO, vamos raciocinar: se houver o encontro da preposição a com o outro a, ocorre a CRASE. Os dois viram um só “a” e recebem o acento grave (`) para indicar essa fusão: à.

Vamos ver agora o quadro explicativo que ilustra essa fusão:

PREPOSIÇÃO A + artigo feminino

a (s) = à (s)

PREPOSIÇÃO A + pronome demonstrativo

a (s) = à (s)

PREPOSIÇÃO A + pronomes demonstrativos

aquele (s) = àquele (s)

aquela (s) = àquela (s)

aquilo = àquilo

PREPOSIÇÃO A + pronome relativo

a qual = à qual

as quais =às quais

Em resumo: só haverá o fenômeno da CRASE se houver dois “as”, isto é, SIMULTANEAMENTE o termo regente exigir a preposição a e o termo regido:

- admitir artigo definido feminino (singular ou plural): a/ as;

- for o pronome demonstrativo: a /as ,aquele / aqueles, aquela / aquelas, aquilo;

- for o pronome relativo: a qual / as quais.

Para saber se a palavra admite o artigo, basta produzir uma frase em que a palavra seja sujeito e verificar a possibilidade de colocar o artigo antes dela.

DICA !!!

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Vejamos esse raciocínio através de exemplos:

1- Eu me refiro ____ jovem.

2- Eu me refiro ____ esta jovem.

3- Eu me refiro ____ você.

Em todos os exemplos, o termo regente é o verbo REFERIR-SE. Esse verbo cobra o uso da preposição a (quem se refere, se refere a alguém). Então, percebemos que nas três ocorrências, existe a preposição a. Mas sabemos que para ocorrer a crase, é necessário outro a. Vamos analisar cada caso.

No exemplo 1, perceba que a palavra jovem pode ser precedida de artigo feminino. Vejamos uma frase produzida: A jovem acordou tarde. Então, como o termo regente pede a preposição a e termo regido admite o artigo definido feminino a, ocorre crase.

1- Eu me refiro à jovem.

No exemplo 2, o termo regido vem precedido de um pronome demonstrativo esta jovem. Se produzirmos uma frase, percebemos que a expressão não admite o artigo definido feminino (A esta jovem acordou tarde.). Então, nesse caso, não ocorrerá a crase, já que não há dois sons iguais.

2- Eu me refiro a esta jovem.

No exemplo 3, temos a palavra você. Não utilizamos o artigo feminino definido antes do pronome de tratamento. Veja uma frase: A você acordou tarde? Não produzimos uma frase assim. Então, se não há o artigo, não ocorrerá, portanto, a crase.

3- Eu me refiro a você.

3. CASOS DE CRASE

Vamos estudar agora a primeira regra de utilização do acento grave indicativo de crase: fenômeno fonético. Já vimos que a preposição a pode se unir ao artigo definido feminino, pronome

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demonstrativo e pronome relativo. Nesses casos, temos o fenômeno fonético da crase.

Vejamos os casos a seguir:

1- Preposição A + ARTIGO DEFINIDO

Exemplos:

a) Os alunos foram à festa do curso.

b) Fizemos referência à palestra do médico.

c) O cigarro é prejudicial à saúde.

d) Fumar faz mal à saúde.

Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES (foram – quem vai, vai a algum lugar; referência (quem faz referência, faz referência a; prejudicial – o que é prejudicial, é prejudicial a e mal – faz mal a) pedem o uso da preposição a. Além disso, os substantivos festa, palestra e saúde aceitam o artigo. Vamos produzir frases:

A festa foi legal.

A palestra do médico é interessante.

A saúde é fundamental para todos.

Percebemos que, nesses casos, temos a cobrança da preposição a + o uso do artigo definido a. Logo, usaremos o acento grave indicativo de crase.

Outros exemplos:

e) Vou à Bahia.

f) Vou à Itália.

g) Vou a Portugal.

h) Vou à Portugal dos Imperadores.

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Nesses exemplos, temos os Topônimos, ou seja, nomes de lugares.

Com nomes de lugares, basta você utilizar a música: “se volto da crase há; se volto de crase pra que.”

Você volta de Bahia ou da Bahia? Volto da Bahia. Então, crase há.

Você volta de Itália ou da Itália? Volto da Itália. Então, crase há.

Você volta de Portugal ou da Portugal? Volto de Portugal. Se volto de crase pra que.

ATENÇÃO!!!

Quando o nome de lugar vier determinado de alguma outra forma (adjetivo ou locução adjetiva), usa-se artigo. Logo, usa-se também a crase.

Você volta de Portugal dos Imperadores ou da Portugal dos Imperadores? Volto da Portugal dos Imperadores. Então, crase há.

2- PREPOSIÇÃO A + PRONOME DEMONSTRATIVO A(S)

a) Dirijo-me à que está sentada.

b) Sou útil às que você procurava.

c) As taxas de crédito são inferiores às dos financiamentos.

Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES (dirijo-me – quem se dirige, se dirige a; útil (quem é útil, é útil a; inferiores – o que é inferior, é inferior a) pedem o uso da preposição a. Além disso, temos o uso dos pronomes demonstrativos a /as = aquela ; aquelas. Logo, usaremos o acento grave indicativo de crase.

a) Dirijo-me à que está sentada. = Dirijo-me àquela que está sentada.

b) Sou útil às que você procurava. = Sou útil àquelas que você procurava.

DICA !!!

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c) As taxas de crédito são inferiores às dos financiamentos. = As taxas de crédito são inferiores àquelas dos financiamentos.

Para saber se o a ou as é pronome demonstrativo, basta substituir pelos pronomes demonstrativos aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo.

Toda vez que você encontrar que ou de e houver antes a ou as, fique alerta! É bem provável que a ou as seja pronome demonstrativo.

3- PREPOSIÇÃO A + PRONOMES DEMONSTRATIVOS (AQUELE (S), AQUELA (S), AQUILO)

a) Refiro-me àquele carro.

b) Aludimos àqueles que passaram.

c) Obedeço àquela regra.

Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES (refiro-me – quem se refere, se refere a; aludimos (quem alude, alude a; obedeço – quem obedece, quem obedece a) pedem o uso da preposição a. Além disso, temos o uso dos pronomes demonstrativos aquele, aqueles e aquela que se iniciam pela letra a. Logo, usaremos o acento grave indicativo de crase.

4- PREPOSIÇÃO A + PRONOME RELATIVO (A QUAL, AS QUAIS)

a) Procuramos a mulher à qual obedeço.

b) Estas são as jovens às quais fiz referência.

c) Estas são as paixões às quais fui nocivo.

DICA !!!

DICA !!!

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Nos exemplos acima, percebemos que os TERMOS REGENTES (obedeço – quem obedece, quem obedece a; referência (quem faz referência, faz referência a; nocivo – quem é nocivo, é nocivo a) pedem o uso da preposição a. Além disso, temos o uso dos pronomes relativos a qual, as quais se iniciam pela letra a. Logo, usaremos o acento grave indicativo de crase.

A partir do entendimento desses conceitos, verificamos que o uso do acento grave indicativo de crase é puro raciocínio. Assim, evitamos aquelas listas de exceções imensas, como:

- antes de palavra masculina – se o artigo usado antes da palavra masculina é o O, e não o A é evidente que não há crase;

Exemplo: Não redija a lápis o texto.

ATENÇÃO!!!

Diante de palavras masculinas se estiver subtendida a expressão “à moda de” ou “a maneira de”, usaremos o acento grave indicativo de crase.

Exemplos:

Fiz um gol à Romário. (Fiz um gol à moda de / à maneira de Romário)

Fez um vestido à Clodovil. (Fez um vestido à moda de / à maneira de Clodovil)

- antes de verbo - não usamos artigo antes de verbos. Logo, não haverá a crase. Mesmo quando o verbo vier substantivado, receberá o artigo masculino, e não feminino – “o andar”, “o lutar”;

Exemplo: Todos saíram a comentar aquele fato.

- antes de pronomes em geral – os pronomes, de regra geral, não admitem artigo definido feminino. Com exceção dos pronomes possessivos (que veremos adiante) e de alguns poucos pronomes indefinidos (mesmas, outras);

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Exemplos:

Dedico-me a você. (Pronome de Tratamento)

Dei o presente a ela. (Pronome Pessoal)

Tenho uma caneta igual a essa / a esta. (Pronome Demonstrativo)

O menino fazia referência a certa jovem. (Pronome Indefinido)

O pai a cuja filha se referiu ontem é valente. (Pronome Relativo)

A pessoa a quem me refiro não trabalha mais aqui. (Pronome Relativo)

O teatro a que nos dirigimos fica na Avenida Presidente Vargas. (Pronome Relativo)

ATENÇÃO!!!

Os pronomes de tratamento SENHORA, SENHORITA e MADAME admitem o uso do artigo. Logo, aceita-se a crase.

Refiro-me à senhora / à senhorita / à madame.

- antes de artigos indefinidos – o artigo indefinido parte da noção de indeterminação. Logo, como podemos misturar o artigo definido com o artigo indefinido? Por esse motivo, não se utiliza crase diante de artigo indefinido.

Exemplo: Fiz referência a uma mulher.

- antes de substantivos em sentido vago, genérico – os substantivos quando apresentam ideia vaga, genérica, não admitem artigo definido feminino;

Exemplo: Todo trabalhador tem direito a licença.

- em expressões de palavras repetidas (frente a frente, dia a dia, gota a gota, face a face, cara a cara) – Só existe uma preposição ligando dois substantivos genéricos que formam uma expressão. O que se percebe é o paralelismo sintático. Se não há o artigo antes do primeiro elemento, também faltará antes do segundo.

Exemplo: Deve ser feito face a face.

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4. CASOS FACULTATIVOS

1-Nomes próprios femininos- O uso do artigo antes de

nomes próprios depende de diversos fatores. Por exemplo, regionalismo (em alguns lugares, não se usa artigo antes de nomes das pessoas – Fui à casa de Maíra); intimidade que se tem com a pessoa. Por esse motivo, o uso do acento grave é facultativo.

Exemplos:

Refiro-me a Ana Maria.

Refiro-me à Ana Maria.

ATENÇÃO!!!

Em referência a pessoas ilustres, não se utiliza o artigo definido. Logo, por não se usar artigo definido, não se emprega o acento grave indicativo de crase.

Exemplos:

Aludi a Joana D’arc.

As referências foram feitas a Virgem Maria.

2-Pronome possessivo feminino singular seguido de substantivo singular- O uso do artigo é facultativo diante do pronome possessivo. Por exemplo, ao produzir uma frase, poderíamos empregar o artigo ou não: “Minha mãe é legal” ou “A minha mãe é legal”. Se não colocar o artigo antes do possessivo, haverá somente a preposição e, por isso, não haverá a ocorrência de crase.

Exemplos:

Refiro-me a minha irmã.

Refiro-me à minha irmã.

ATENÇÃO!!!

a) Refiro-me às minhas irmãs.

b) Obedeço às minhas amizades e não às suas.

c) Fiz referência a (crase facultativa) minha mãe e não à (crase obrigatória) sua. = Fiz referência a minha mãe e não à sua mãe.

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Nos exemplos a e b, o uso do acento grave indicativo de crase é obrigatório, já que os termos regentes refiro-me e obedeço pedem o uso da preposição a e temos pronomes possessivos femininos no plural. Já na letra c, no primeiro a, a crase é facultativa, pois estamos diante de um pronome possessivo feminino singular + substantivo feminino singular. Porém, no segundo a, houve a omissão do substantivo que acompanha o pronome possessivo. Logo, a crase é obrigatória.

3- Locução prepositiva ATÉ A- A locução prepositiva ATÉ A é a junção das duas preposições: até + a. Se houver um termo regido que admita o artigo definido, haverá crase. Essa locução prepositiva equivale à preposição “até”, que, quando usada na forma simples, não leva à fusão de dois ‘as’, pois só existe um – o artigo. O que é facultativo é o uso da locução prepositiva “até a” ou da preposição simples “até” – com a primeira, haverá crase (até à); com segunda, não (até a).

Exemplos:

Fui até a vila.

Fui até à vila.

5. CRASE E AS LOCUÇÕES

Vamos falar agora sobre a segunda regra de crase: o acento grave nas locuções femininas. Existem alguns casos em que o “a” recebe o acento grave (à) mesmo não havendo esse encontro de dois “as”. Há acento grave:

a) LOCUÇÕES ADVERBIAIS: à noite, às pressas, às vezes, à toa, à beça, às duas horas, à vontade, etc.

b) LOCUÇÕES PREPOSITIVAS: à beira de, à procura de, à moda de, à espera de, etc.

c) LOCUÇÕES CONJUNTIVAS: à medida que, à proporção que.

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OBSERVAÇÃO: Em relação ao acento grave nas locuções, alguns gramáticos consagrados só admitem o acento grave quando houver algum risco de ambiguidade (Recebeu a bala ≠ Recebeu à bala; Comprar a vista ≠ Comprar à vista). Outros desaconselham em locuções adverbiais de instrumento (escrever a máquina). Entretanto,

em provas de concursos, já encontramos questões que exigiram

acento grave em locuções adverbiais femininas. Por isso,na hora

da prova, utilize o bom senso. Veja todas as opções antes de indicar “certo ou errado”.

6. CASOS ANALISÁVEIS

Com as palavras TERRA, CASA e DISTÂNCIA devemos prestar atenção na noção de especificação, mas também no sentido.

1- TERRA

a) Os marinheiros voltaram a terra.

b) As meninas voltaram à terra natal.

c) Os astronautas voltaram à Terra.

No exemplo a, a palavra terra é o contrário da palavra bordo. Nesse caso, não haverá crase. Já na letra b, a palavra terra veio determinada(é a terra natal). Sendo assim, usaremos a crase. Por último, a palavra terra significa planeta Terra. Então, usaremos a crase.

2- CASA

a) Voltarei a casa cedo.

b) Voltarei à casa de meu pai.

No exemplo a, a palavra casa não veio determinada. Portanto, não usamos a crase. Já na letra b, houve a noção de especificação(casa de meu pai). Por isso, usamos a crase.

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3- DISTÂNCIA

a) Atiramos a bola a distância.

b) Atiramos a bola à distância de 200m.

No exemplo a, a palavra distância não veio determinada. Logo, não haverá a crase. Na letra b, houve a noção de especificação (distância de 200m). Por isso, usamos a crase.

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7. APRESENTAÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS

1- (CESPE/UNB–Auditor Fiscal do Tesouro Municipal–2007) A Câmara Municipal de Vitória (CMV) esteve representada na XVIII Descida Ecológica do Rio Jucu. Segundo o presidente da CMV, Alexandre Passos, a participação da Câmara de Vitória, que é uma das instituições que apóiam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jucu, é fundamental para unir esforços junto a outros órgãos e entidades, no intuito de preservar e recuperar o rio.

“A cidade de Vitória é o município que tem o maior consumo entre todos os abastecidos pela bacia hidrográfica do rio Jucu. É a água do rio Jucu que abastece toda a área continental do nosso município. Atualmente nós consumimos diariamente 82.651 metros cúbicos, o que equivale a um consumo de 82.651 caixas de água de mil litros por dia”, ressaltou.

Passos também evidenciou que a preservação do rio Jucu é importante em todos os sentidos. “O rio Jucu, devido a sua potencialidade como fonte de geração de energia hidrelétrica, é estratégico para todas as atividades econômicas”. Passos lembrou que as cidades atendidas por essa bacia desenvolvem atividades agropecuárias, turísticas e industriais, entre outras.

Internet: <www.cmv.es.gov.br> (com adaptações).

O trecho ‘devido a sua potencialidade’ ficaria incorreto se fosse colocado sinal indicativo de crase em ‘a’.

ERRADA. Nesse trecho, temos um termo regente que pede o uso da preposição devido a alguma coisa. Além disso, temos um pronome possessivo feminino + um substantivo feminino. Temos aí um caso de facultatividade do uso do artigo. Logo, a crase também é facultativa. A questão diz que é incorreto o sinal indicativo de crase, mas não é. É correto.

2- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) O ano de 2001 caracterizou-se por grandes desafios para a economia brasileira, que levaram a mudanças substanciais na formação

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de expectativas quanto ao desempenho das principais variáveis econômicas.

Em relação ao trecho acima, julgue a assertiva.

O uso do sinal indicativo de crase em “levaram a mudanças” é facultativo, porque “mudanças” está no plural.

ERRADA. Nesse trecho, o termo regente é o verbo levar que cobra o uso da preposição. O substantivo mudanças está tomado no sentido genérico, por isso não se utilizou o artigo. Além disso, se houvesse artigo antes do substantivo, estaria no plural para concordar com o substantivo (as mudanças). Então, não existe a possibilidade de haver a crase.

3- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase.

Os dias estão mais quentes. Nesta década, foram registradas altíssimas temperaturas. A previsão é de que, até o ano de 2100, as temperaturas estarão destinadas a aumentarem até seis graus, o que poderia trazer conseqüências devastadoras.

CERTA. Nessa questão, a banca deixou para o candidato encontrar o acerto ou o erro. No trecho: “... destinadas a aumentarem...” está correta a ausência da crase, já que diante de verbo (aumentarem) não se admite o artigo. Logo, não poderá haver a crase. Temos só a preposição a, destinadas a alguma coisa.

4- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase.

Eles destroem, com isso, à “Camada de Osônio”, que tem a função de proteger a Terra dos raios solares. Com a destruição dessa camada, a Terra fica mais exposta ao Sol e, conseqüentemente, a temperatura aumenta.

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ERRADA. Nessa questão, a banca deixou para o candidato encontrar o acerto ou o erro. No trecho: “... Camada de Osônio”, percebe-se um erro de grafia. Ozônio seria a forma correta. Além disso, temos também um erro de crase. No trecho: “Eles destroem, com isso, à “Camada de Osônio”..., o verbo destruir não pede o uso da preposição. Quem destrói, não destrói a alguma coisa. Perceba que não há motivo para se colocar a crase, já que não existe a preposição. Então, deve-se retirar o acento grave do a, já que é apenas artigo que antecede o termo substantivo.

5- (CESPE/UNB-TST–2008) O cenário econômico otimista levou os empresários brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de trabalho nos últimos cinco anos. As contratações com 4 carteira assinada cresceram 19,5% entre 2003 e 2007, enquanto a geração de emprego seguiu ritmo mais lento e aumentou 11,9%, segundo estudo comparativo divulgado 7 pelo IBGE.

In: Correio Braziliense, 25/1/2008 (com adaptações).

No primeiro período do texto, a partícula “a” ocorre tanto como preposição quanto como artigo: a primeira ocorrência é uma preposição exigida pelo emprego do verbo “levou”; a segunda ocorrência é um artigo que determina “formalização”.

CERTA. O verbo levar, nesse caso, exigiu 2 complementos (levou alguém a alguma coisa). De fato, o 1° a é a preposição exigida por ele. O 2° a é um artigo que antecede o substantivo formalização. Quem aumenta, aumenta alguma coisa. O verbo não exige a preposição. Portanto, a assertiva está correta.

6- (CESPE/UNB-ABIN–2008) Assistimos à dissolução dos discursos homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um traçado único, um horizonte de sentido unitário da experiência da vida, da cultura, da ciência ou da subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se intensamente complexo e as respostas não são diretas nem estáveis. Mesmo que não possamos olhar de um curso único para a história, os projetos humanos têm um assentamento inicial que já permite

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abrir o presente para a construção de futuros possíveis. Tornar-se um ser humano consiste em participar de processos sociais compartilhados, nos quais emergem significados, sentidos, coordenações e conflitos.

A complexidade dos problemas desarticula-se e, precisamente por essa razão, torna-se necessária uma reordenação intelectual que nos habilite a pensar a complexidade.

Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p.

17 (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “à dissolução” deve-se à dupla possibilidade de relações sintático- semânticas para o verbo assistir.

CERTA. O verbo assistir, nesse caso, tem o sentido de ver, presenciar. E, com esse sentido, pede o uso da preposição a. Então, temos a preposição a + um nome feminino dissolução que admite o artigo (Vamos produzir uma frase: A dissolução é importante) . Por isso, utiliza-se a crase.

7- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) A Venezuela, como a Argentina, ainda que de maneira distinta, recebe as duras lições de adaptações malsucedidas ao dilema entre a valorização do interno e a incorporação dos valores externos. A presidência de Hugo Chávez, nos últimos anos, expunha a fratura a que, estruturalmente, está submetida a América Latina, inclusive o Brasil. A tensão entre a administração para os de dentro, especialmente aqueles menos favorecidos pelo modelo de inserção aberta e liberal, e o agrado aos centros internacionais de poder, especialmente àqueles que hegemonizam as relações internacionais do presente, levou ao descompasso social e político a que chegou a Venezuela.

Relativamente ao texto e ao assunto nele tratado, julgue o item seguinte.

O sinal indicativo de crase em “àqueles” indica que ocorre aí uma preposição, a, por exigência do substantivo “agrado”, segundo as regras de regência da norma culta.

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CERTA. O substantivo agrado pede o uso da preposição a (agrado a) + o pronome demonstrativo aquele. A preposição a + AQUELE = haverá a crase.

8- (CESPE/UNB-CEF-2002) As carteiras Hipotecária e de Cobrança e Pagamentos surgiram em 1934, durante o governo Vargas, quando tiveram início as operações de crédito comercial e consignação. As loterias federais começaram a ser gerenciadas pela CAIXA em 1961, representando um importante passo na execução dos programas sociais do governo, já que parte da arrecadação é destinada à seguridade social, ao Fundo Nacional de Cultura, ao Programa de Crédito Educativo e a entidades de prática esportiva.

Considerando o texto acima, julgue o item que se segue.

Caso se reescrevesse o trecho "a entidades de prática esportiva" como à entidades de prática desportiva, o período permaneceria de acordo com a norma culta da língua portuguesa.

ERRADA. O nome entidades está no plural. O artigo que o antecede é o as. Está incorreta a construção “à entidades de prática desportiva”. Não há a presença do artigo, logo, não poderá haver a crase.

9- (CESPE/UNB-Agente de Polícia Federal–2009) A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a nossas relações sociais” (R.3-4) preservaria a correção gramatical e a coerência do texto, tornando determinado o termo “relações”.

ERRADA. A inserção da crase não preservaria a correção do período, já que nossas relações está no plural. O artigo que deveria ser empregado é AS. Logo, não há como utilizar o acento grave de crase.

10- (CESPE/UNB-Abin–2008) Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem desenvolver-se atividades de apoio

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logístico ou de recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica de disseminação transnacional, que busca continuamente novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas que cada país pode oferecer a membros de organizações extremistas, como facilidades de obtenção de documentos falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação, refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica. (...)

Em “às vantagens”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” e pela presença de artigo definido feminino plural.

CERTA. O verbo dever cobra o uso da preposição a (deve a alguma coisa). Vantagens é um nome feminino que admite o artigo (Vamos produzir uma frase: As vantagens são importantes). Logo, houve a junção da preposição a + o artigo as = crase.

11- (CESPE/UNB-Abin–2008) Sem o contínuo esforço supranacional para integrar e coordenar ações conjuntas de repressão, o terrorismo internacional continuará, por tempo indeterminado, a ser fator de ameaça aos interesses da comunidade internacional e à segurança dos povos. (...)

Em “à segurança”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “ameaça” e pela presença de artigo definido feminino singular.

CERTA. O termo ameaça pede o uso da preposição a (ameaça a alguma coisa). E a palavra segurança aceita o artigo (Vamos produzir uma frase: A segurança é fundamental). Logo, houve a junção da preposição a + o artigo a = crase.

12- (CESPE/UNB-TST–2008) Eu acho que poderá corresponder àquilo que sempre foi...

O sinal indicativo de crase em “àquilo” é resultado da presença da preposição a, regendo o complemento do verbo “corresponder” e do pronome demonstrativo aquilo.

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CERTA. O verbo corresponder cobra o uso da preposição a (quem corresponde, corresponde a) + o pronome demonstrativo aquilo que se inicia pela letra a. Preposição a + pronome demonstrativo aquilo= crase.

13- (CESPE/UNB–SEMPLAD–SEMED–2008) São incalculáveis as possibilidades de desenvolvimento de produtos que a TV digital passa a oferecer à indústria e à criatividade brasileira.

Em “à indústria e à criatividade”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência do verbo “oferecer”, que exige preposição, e pela presença de artigo definido feminino.

CERTA. O verbo oferecer cobra o uso da preposição a (quem oferece, oferece a ) + o artigo definido a (vamos produzir frases: A indústria é avassaladora. / A criatividade é importante). Preposição a + artigo definido a= crase.

14- (CESPE/UNB–Banco do Brasil-2003) Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais.

Jaime Pinsky. História da cidadania. (Org. Contexto 2003).

Considerando o texto acima e a atualidade brasileira, julgue o item seguinte.

Constitui uma estrutura alternativa e também correta para o primeiro período do texto o trecho Ser cidadão é ter direito a vida, liberdade, propriedade, igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis.

CERTA. O termo regente é direito (Alguém tem direito a alguma coisa). Assim, o substantivo exige a preposição a. O autor do texto

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determinou cada termo regido com o uso do artigo: a vida, a liberdade, a propriedade, a igualdade perante a lei. Se você retirar todos os determinantes, estará correta a assertiva. Aí, o a é apenas preposição, sem crase.

15- (CESPE/UNB –DEFENSOR -2004) Não temos dado muita atenção a uma de nossas mais importantes riquezas nacionais. Trata-se de nosso patrimônio lingüístico. Exatamente as línguas ou idiomas e dialetos falados em nosso país. Qual é a situação atual e importância? Há proteção legal para eles? É o que tentaremos analisar.

A respeito da organização do texto acima, julgue o seguinte item.

Na linha 2, é gramaticalmente opcional o emprego do sinal indicativo de crase em “a”, mas seu uso tornaria o sentido de “atenção” menos genérico e mais especificamente direcionado para “riquezas nacionais” .

ERRADA. O termo regente dar (verbo que faz parte da locução temos dado) apresenta complemento direto (atenção) e indireto (regido pela preposição a). Não é possível o emprego do acento grave por não ser possível o emprego de um artigo definido feminino antes daquela expressão. Logo, não haverá crase.

16- (CESPE/UNB–MPE/AM–2008) Ao conectar-se, o internauta passa a ter acesso a informações diversas, relacionadas a cultura, turismo, 25 educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião, enfim, um mundo paralelo ao nosso, onde a informação é compartilhada de diferentes maneiras.

Não foi empregado o acento grave em “relacionadas a cultura” porque o termo “cultura” está empregado em sentido geral, sem anteposição de artigo definido, tal como as demais palavras da enumeração — “turismo, educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião”.

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CERTA. Quando queremos colocar um termo no sentido genérico, não utilizamos o artigo definido para especificá-lo. Assim, o autor utilizou a preposição cobrada pelo termo relacionadas (relacionadas a alguma coisa), mas preferiu deixar o substantivo de modo genérico, ou seja, é qualquer cultura. As palavras que pertencem à enumeração também se encontram no sentido genérico turismo, educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião. Logo, a assertiva está correta.

17- (CESPE/UNB–SESA–2008) Até hoje respondíamos à questão quando começa a vida?

A presença do sinal indicativo de crase em “à questão” indica que o verbo responder, como está empregado no texto, exige o uso de ao, se, mantida a coerência textual, o vocábulo “questão” for substituído por questionamento.

CERTA. O verbo responder, nesse caso, apresenta a seguinte regência: quem responde, responde a alguma coisa.Temos o uso da preposição a + o artigo definido a = crase. Se trocarmos o verbo pelo substantivo questionamento, também se mantém a regência: Até hoje responderíamos ao questionamento.

18- (CESPE/UNB–TRT-2008) O instituto é uma garantia de Primeiro Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as injunções políticas que certamente decorrem das mudanças de governo.

O sinal indicativo de crase em “à carreira” justifica-se pela regência da palavra “garantia” e pela presença de artigo definido feminino singular.

CERTA. O termo garantia exige a preposição a (garantia a alguma coisa. Além disso, a palavra carreira admite o artigo (vamos produzir uma frase: a carreira é importante para todos). Logo, preposição a + artigo definido a = crase.

19- (CESPE/UNB–TRT-2009) A capital dá exemplo, também, às empresas privadas controladoras de pequenas centrais

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elétricas e de projetos de biomassa, que poderiam se enquadrar nesse sistema, fortalecendo a presença do Brasil no mercado de créditos de carbono.

O emprego do sinal indicativo de crase em “às empresas” justifica-se pela regência de “capital” e pela presença de artigo definido feminino singular.

ERRADA. Nesse caso, não foi o termo capital que exigiu o uso da preposição, mas sim o verbo dar que cobrou (dá alguma coisa a alguém). O termo as empresas admite sim o uso do artigo, mas, nesse caso, não foi a palavra capital que cobrou a preposição. Por isso, a assertiva está incorreta.

20- (CESPE/UNB–ANTAQ–Técnico Administrativo–2009) Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se inserir um sinal indicativo de crase em “a grandes distâncias”, escrevendo-se: à grandes distâncias.

ERRADA. Nesse caso, a palavra distância não veio determinada. Eu não sei qual é a distância. Logo, se tal palavra não vier especificada, não se admite a crase.

21- (CESPE/UNB–TRT–ANALISTA JUDICIÁRIO–2009) 13 DE JUNHO... Vesti as crianças e eles foram para a escola. Eu fui catar papel. No Frigorífico vi uma mocinha comendo salsichas do lixo. (...) Os preços aumentam igual as ondas do mar. Cada qual mais forte. Quem luta com as ondas? Só os tubarões. Mas o tubarão mais feroz é o racional. É o terrestre. É o atacadista. A lentilha está a 100 cruzeiros o quilo. Um fato que alegrou me imensamente. Eu dancei, cantei e pulei. E agradeci o rei dos juízes que é Deus. Foi em janeiro quando as águas invadiram os armazéns e estragou os alimentos. Bem feito. Em vez de vender barato, guarda esperando alta de preços: Vi os homens jogar sacos de arroz dentro do rio. Bacalhau, queijo, doces. Fiquei com inveja dos peixes que não trabalham e passam bem.

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Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2004, p. 54 (com adaptações)

Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens seguintes.

O emprego do sinal indicativo de crase em “as ondas” é facultativo, uma vez que a palavra “igual”, que equivale a como, dispensa a preposição.

ERRADA. Nesse caso, o emprego do sinal indicativo de crase não é facultativo, já que o adjetivo igual pede o uso da preposição a. Além disso, a palavra as ondas veio com o artigo definido as. Então, temos preposição a + artigo as = crase.

22- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional. A decisão foi tomada durante um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.

O sinal indicativo de crase em “à Cúpula” justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.

CERTA. O termo paralelamente pede o uso da preposição a (paralelamente a alguma coisa). E o termo cúpula aceita o artigo, Logo, preposição a + artigo a = crase.

23- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a 2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote de estímulo à economia. As medidas serão anunciadas assim que o novo presidente norte-americano, Barack Obama, tomar posse, no final de janeiro. Há menos de um mês, o governo alemão anunciou um pacote de medidas de US$ 63 bilhões para fortalecer a economia. Agora, a oposição quer que outros 25 bilhões sejam usados no pacote.

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O sinal indicativo de crase em “à economia” justifica-se pela regência de “planeja” e pela presença de artigo definido feminino.

ERRADA. Nesse caso, o verbo planeja não pede o uso da preposição a. Quem planeja, planeja algo. O uso da preposição se dá pela palavra estímulo (estímulo a alguma coisa. Logo, não há a preposição cobrada pelo verbo. A assertiva está errada.

24- (CESPE/UNB–MRE-IRbr–2009) José Genoíno disse que o isolamento da Venezuela poderia levar a uma crise e a um fundamentalismo.

Em “a um fundamentalismo”, o emprego de preposição deve-se à regência de “levar”, e não exige sinal indicativo de crase porque antecede artigo indefinido masculino.

CERTA. De fato, o verbo levar cobra o uso da preposição (levar a alguma coisa), mas o artigo indefinido não admite o uso do artigo definido. Logo, não haverá a crase.

25- (CESPE/UNB–IBRAM–2009) As políticas públicas urbanas, até a década de 70, eram reações, por parte do governo federal, ao êxodo rural que o país vinha sofrendo. Essas políticas eram, em sua maioria, voltadas para a infraestrutura urbana, a saber: habitação e saneamento. Na década de 70, foram elaboradas políticas de ordenamento urbano, por parte do governo federal, a fim de se definir e fomentar o ordenamento das regiões metropolitanas.

Em “voltadas para a infraestrutura urbana”, a preposição “para” poderia ser excluída, o que exigiria o uso do acento grave indicativo de crase, para que fosse mantida a correção gramatical do texto.

CERTA. De fato, se não usássemos a preposição para, deveríamos usar a crase. O termo voltadas pede o uso da preposição (voltadas para ou voltadas a). Então, voltadas à infraestrutura estaria correto sim.

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26- (CESPE/UNB–SEGER–2009) Em uma outra frente, surgiram funções relativas a assuntos ambientais, como a do consumidor de sustentabilidade, profissional...

Caso a expressão destacada no trecho “surgiram funções relativas a assuntos ambientais” fosse substituída por questão ambiental, deveria ser empregado o acento grave, indicativo de crase – à questão ambiental.

CERTA. Se realizássemos a troca, teríamos o uso de uma expressão feminina que admite o uso do artigo a (a questão ambiental). Como já existe a preposição a cobrada pelo termo relativas , teríamos a junção da preposição a + artigo definido a = crase.

27- (CESPE/UNB–INPE–2009) Creio que há evidência contundente em favor do argumento de que os investimentos públicos em pesquisa científica têm tido um retorno bastante compensador em termos da utilização para o bem-estar social dos progressos científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se pode questionar, não somente quanto à aplicação de conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.

As ocorrências de crase em “à aplicação” e “à humanidade e à natureza” justificam-se pelo uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”.

ERRADA. Nesse caso, NÃO é o verbo questionar que pede o uso da preposição, pois quem questiona, questiona alguma coisa. Temos o uso da preposição que é cobrado pelos termos “quanto” e “nocivas”, que exigem a preposição a. Logo, a explicação da assertiva está errada.

28- (CESPE/UNB–POLÍCIA CIVIL–2009)

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Considerando o quadrinho acima, julgue o próximo item.

De acordo com a norma culta da língua portuguesa, emprega-se o acento indicativo de crase em “bife à cavalo” para indicar que o personagem que utiliza essa expressão não compreendeu seu sentido.

ERRADA. Nesse caso, temos um nome masculino cavalo e não podemos substituir o a por à moda de, já que cavalo não cria moda nenhuma. Por esse motivo, a assertiva está incorreta. Se pensássemos em bife à milanesa, aí sim levaria crase =à moda de Parma.

29- (CESPE/UNB–TCE–RN–2009) Em todos os povos ou períodos da história, a sensação de pertencimento a uma comunidade sempre foi construída com base nas diferenças em relação aos que estão de fora, “os outros”. Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de “homens” ou “gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos — esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”. O filósofo Aristóteles considerava a “raça helênica” superior aos outros povos. Mas até o Iluminismo, no século XVIII, a humanidade não recorreu a teses raciais para justificar a escravidão — tratava-se de uma decorrência natural das conquistas militares.

A ausência do sinal indicativo de crase em “a teses” indica que o substantivo está sendo usado em sentido generalizado, sem a determinação marcada pelo artigo.

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CERTA. A ausência do artigo definido mostra que o substantivo teses está tomado no sentido geral. Por esse motivo, não há a fusão de sons iguais. Logo, não há a crase.

30- (CESPE/UNB–TRE–PR–2009) A eleição brasileira, considerada a maior votação eletrônica do mundo, atrai a atenção de observadores internacionais e passou por longo processo de evolução até chegar à atual etapa de informatização. Por estranho que pareça, a previsão de uma máquina de votar já constava no primeiro Código Eleitoral, em 1932.

Na linha 4, o emprego do acento grave em “à atual” é exigido pela regência de “chegar” e pela presença de artigo definido feminino.

CERTA. O verbo chegar cobra o uso da preposição a (quem chega, chega a). A palavra atual admite o uso do artigo definido a. Então, temos o uso da preposição a + o artigo definido a= crase.

31-(CESPE/UNB–TRE–MA–2009) Julgue os itens a seguir quanto ao emprego do acento grave nas frases neles apresentadas.

I - Acostumado à vida parlamentar, o senador resistiu à reação desproporcional pretendida pela bancada oposicionista.

II- A rotina, à qual o ator aderira em 2001, era igual à de sua

parceira de novelas.

III- Inúmeros países, à partir daí, não criaram obstáculos à paz.

IV- A globalização financeira, associada à melhores instituições e à estabilidade macroeconômica, contribuiu para elevar a taxa de investimento do Brasil.

Estão certos apenas os itens:

A) I e II.

B) I e III.

C) I e IV.

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D) II e IV.

E) III e IV.

Letra A.

I) Percebe-se que a palavra acostumado pede o uso da preposição (quem está acostumado, está acostumado a). Nesse caso, o substantivo vida pode vir com o artigo, basta produzir uma frase (A vida é bonita). Então, temos a presença da preposição a + o artigo definido a = crase.

II) A rotina, à qual o ator aderira em 2001, era igual à de sua parceira de novelas. Nessa frase, temos o termo regente aderira (aderira a alguma coisa) pede o uso da preposição a + o pronome relativo a qual. Então, preposição a + pronome relativo a qual = crase. Em seguida, temos o termo regente igual (igual a alguma coisa) + o pronome demonstrativo aquela (... era igual aquela de sua parceria de novelas). Então, preposição a + pronome demonstrativo aquela = crase.

III) Inúmeros países, à partir daí, não criaram obstáculos à paz.

Nessa frase, temos o verbo partir. Não se admite artigo antes de verbo. Logo, se não temos o artigo, não temos a fusão de sons iguais. Por esse motivo, não haverá a crase.

IV- A globalização financeira, associada à melhores instituições e à estabilidade macroeconômica, contribuiu para elevar a taxa de investimento do Brasil. Nessa frase, temos o termo regente associada que pede o uso da preposição (associada a alguma coisa). Porém, o termo melhores está no plural e o artigo que o acompanha é o AS , e não A. Então, não haverá a crase justamente por não ter o artigo. O A é apenas a preposição. Além disso, percebe-se o paralelismo sintático ...associada a melhores instituições e à estabilidade macroeconômica... Se não há artigo antes da palavra melhores, também não haverá antes da palavra estabilidade. Sendo assim, o que acontecer com um elemento deve acontecer também com todos os demais que exercem a mesma função sintática = paralelismo sintático.

32-(CESPE/UNB–MPU-2010) As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e

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classe não privilegiada.Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do imaginário social. Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade capitalista, ora pela forma de apresentação em vestuário, ora pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim por diante. O imaginário, em sua organização dinâmica e com sua capacidade de produzir imagens simbólicas e estereótipos, maneja representações que possibilitam pôr ordem no caos. O imaginário, acionado pela imaginação individual, é pluriespacial e, na interação social, constrói a memória, a história museológica. Mesmo que possamos pensar que estereótipos são resultado de matrizes, a cultura é dinâmica, porquanto símbolos e estereótipos são olhados e ressignificados em determinado instante social.

Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações).

A ausência de sinal indicativo de crase no segmento “a classes” indica que foi empregada apenas preposição a, exigida pelo verbo dar, sem haver emprego do artigo feminino.

CERTA. Nesse caso, temos o verbo dar que é verbo transitivo direto e indireto (quem dá, dá alguma coisa a alguém). Logo, exigem-se dois complementos: o objeto direto é quitação e o objeto indireto é a classes. Como não existe a flexão de plural porque o substantivo classes está no plural (as classes), trata-se apenas do uso da preposição a. Logo, não haverá a crase.

33-(CESPE/UNB–MPU-Técnico Administrativo-2010) Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade são

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o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais criminosos causam são minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho

branco e trabalham para as organizações mais poderosas. Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis

antitrust — apenas um item de uma longa lista dos principais crimes do colarinho branco — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos crimes notificados à polícia em mais de

uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América durante uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.

James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

No segmento “quanto as destruídas” (R.14-15), o emprego do acento grave é facultativo, visto que o termo “quanto” rege complemento com ou sem a preposição a.

ERRADA. Nesse caso, não se trata da utilização do termo “quanto a”, mas sim a utilização do pronome demonstrativo AS = AQUELAS. Vejamos: ...quanto aquelas destruídas. Como não existe a preposição no texto, não haverá a fusão de sons iguais. Portanto, não há crase.

34-(CESPE/UNB-Anatel–2009) O real não é constituído por coisas. Nossa experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas), isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo, costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em nossa experiência.

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Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa física ou material e, de outro, a coisa como ideia e significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo significativo.

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

O sinal de crase em “oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências” indica que “oferecidos” tem complemento regido pela preposição “a”.

CERTA. Nesse caso, temos o termo regente oferecidos que pede o uso da preposição (oferecidos a alguma coisa). Além disso, temos o uso do pronome possessivo feminino singular nossa que faculta o uso do artigo + substantivo feminino singular percepção. Para manter o paralelismo sintático, temos às nossas vivências – pronome possessivo feminino plural + substantivo feminino plural. Aqui a crase é obrigatória, pois existe o artigo as. Logo, a assertiva está correta.

35-(CESPE/UNB–Administrador Hospitalar–2009) Sendo concretas, não haveria necessidade de metáforas para pensar, descobrir ou comunicar essas coisas. O que talvez não esteja claro para aqueles que possuem tal visão inocente ou leiga da ciência é que, antes das descobertas e das invenções, há intenso trabalho de pesquisa e que esse trabalho tem uma base metafórica considerável.

A preposição para, que rege a complementação de “não esteja claro”, estabelece, no texto, relações semânticas correspondentes à preposição a; por isso, esta poderia ser usada em lugar daquela, desde que se registrasse a crase, escrevendo-se àqueles.

CERTA. Nesse caso, temos o termo regente claro. Podemos usar a preposição para ou a preposição a. Se usarmos a preposição a, teríamos o seu uso + o pronome demonstrativo aqueles. Ocorre a fusão de sons iguais. Logo, haverá a crase.

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36- (CESPE/UNB–Delegado–2009) No passado, o calcanhar-de-aquiles do Brasil se situou naquela terceira esfera, a dos direitos humanos.

Preservam-se a coerência do texto e o atendimento às regras gramaticais da língua portuguesa ao se inserir sinal indicativo de crase em “a dos direitos”: à dos direitos.

ERRADA. Nesse caso, não temos o uso da preposição exigida por nenhum termo. Logo, se não existe a preposição, não podemos ter o uso da crase. O trecho ...a dos direitos humanos corresponde ao uso do pronome demonstrativo = aquela dos direitos humanos. Assertiva errada.

37- (CESPE/UNB–TRE–2009) De acordo com essa concepção, a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à realidade e acessível apenas ao pensamento, e vedada aos sentidos.

Tanto o uso da crase em “à realidade” como da contração em “ao pensamento” justificam-se pelas relações de regência de “idêntica”.

ERRADA. Nesse caso, temos dois termos regentes. O primeiro é idêntica que solicita o uso da preposição (idêntica a algo).O segundo é acessível (acessível a). O comando da questão disse que existia apenas um termo regente, o que não ocorre. Então, a assertiva é incorreta.

38- (CESPE/UNB–PROFESSOR–2009) Pode-se empregar o acento grave indicativo de crase para marcar a fusão da preposição a com os pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo. Assinale a opção em que a frase apresentada não obedece a essa regra.

A) Entreguei o bilhete àquele homem.

B) Deram emprego àquela senhora.

C) Não pertenço àquele grupo.

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D) O livro de que preciso está sobre àquela mesa.

E) Assistiram àquilo calados.

Letra D.

Vamos verificar cada opção:

A) Entreguei o bilhete àquele homem.

Nesse caso, o verbo entregar exige dois complementos (entreguei algo a alguém). Então, temos o uso da preposição a + pronome demonstrativo aquele = crase.

B) Deram emprego àquela senhora.

Nesse caso, o verbo dar exige dois complementos (deram algo a alguém). Então, temos o uso da preposição a + pronome demonstrativo aquela = crase.

C) Não pertenço àquele grupo.

Nesse caso, o verbo pertencer exige um complemento com a preposição a (quem pertence, pertence a). Então, temos o uso da preposição a + pronome demonstrativo aquele = crase.

D) O livro de que preciso está sobre àquela mesa.

Nesse caso, não temos o uso da preposição a. Nós não dizemos está sobre a alguma coisa. Nesse item temos apenas o uso do pronome demonstrativo aquela. Como não há a preposição, não podemos usar o acento grave indicativo de crase.

E) Assistiram àquilo calados.

Nesse caso, o verbo assistir no sentido de ver, presenciar, pede o uso da preposição a. Então, temos o uso da preposição a + pronome demonstrativo aquilo = crase.

39- (CESPE/UNB–DELEGADO SUBSTITUTO–2009) Schelling denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia de deliberadamente levar uma situação...

No trecho “denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia", o “a” deveria levar a marca gráfica de crase.

ERRADA. Nesse caso, temos o uso do verbo denominar que não exige um complemento com a preposição a (quem denomina, não

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denomina a alguma coisa). Então, não temos a presença da preposição. Logo, não podemos usar o acento grave indicativo de crase. O a é apenas artigo que antecede o elemento substantivo estratégia.

40- (CESPE/UNB–DETRAN–2009) A exposição das gestantes à poluição, em especial nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes da saúde infantil.

O emprego do sinal indicativo de crase em “à poluição” deve-se à regência da palavra “exposição”, que exige preposição, e à presença de artigo definido feminino singular.

CERTA. Nesse caso, temos o termo regente exposição que pede o uso da preposição (exposição a alguma coisa). O termo poluição admite o artigo. Veja uma frase: A poluição é danosa. Então, temos a preposição a + artigo definido a = crase.

41- (CESPE/UNB–ADRAGRI–2009) “O líquido, obtido após a maceração das folhas e o descanso em uma solução com álcool, é indicado para muitas aflições”.

A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho “após a maceração”, fosse empregado acento indicativo de crase, dado que a expressão nominal está antecedida da palavra “após”, a qual faculta o uso desse acento.

ERRADA. Nesse caso, não temos um caso de facultatividade de crase. São três os casos de facultatividade de crase: diante de nomes próprios femininos, pronome possessivo feminino singular + substantivo feminino singular e a preposição até. Logo, podemos ver que a crase não é facultativa. Além disso, o termo após não exige a preposição (após a algo NÃO!).

42- (CESPE/UNB–FUB–2009) Isto leva-o à sua imperfeição. O sinal indicativo de crase em “à sua” mostra que o artigo definido feminino, facultativo antes de pronomes possessivos, foi usado.

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CERTA. Nesse caso, temos o termo regente levar que exige dois complementos (quem leva, leva alguma coisa a). Além disso, diante de pronome possessivo feminino singular, o uso do artigo é facultativo. Por isso, a crase é facultativa. Como temos o acento grave indicativo de crase em “à sua imperfeição”, mostra que temos a presença do artigo a + o uso da preposição a = crase.

43- (CESPE/UNB–STF-Analista Judiciário-2008) O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é,como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser livre que escolhe o que faz e como um ser responsável que responde pelo que faz. A ação ética é balizada pelas idéias de bem e de mal, justo e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e responsável e será virtuosa se realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior do próprio agente e não de uma pressão externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valoresmorais de sua sociedade (os valores são dados externos aosujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação.

Marilena Chaui. Uma ideologia perversa.

In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações).

É pela acepção do verbo levar, em “leva a perceber”, que se justifica o emprego da preposição “a” nesse trecho, de tal modo que, se for empregado o substantivo correspondente a “perceber”, percepção, a preposição continuará presente e será correto o emprego da crase: à percepção.

CERTA. Nesse caso, temos o termo regente levar que pede o uso da preposição a. Se substituirmos o verbo perceber pelo substantivo percepção, podemos usar o artigo definido. Veja uma frase: A

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percepção é infalível. Então, temos a preposição a + artigo definido a= crase.

44- (CESPE/UNB–STF-Analista Judiciário-2008) O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A nova estimativa do consumo das famílias é uma das principais mudanças nas perspectivas para a economia brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado em 6,2%. O aumento do emprego e os programas de transferência de renda continuam a beneficiar mais as famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente essa faixa.

O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo definido feminino plural antes de “previsões”.

CERTA. Nesse caso, temos a locução “em relação a” que se contrai com o artigo as (as previsões) e, por esse motivo, temos a fusão de sons iguais. Logo, haverá a crase.

45- (CESPE/UNB–SERPRO-Analista-2006) Quando o leitor se depara com o assomo de grandeza do romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, é assaltado por enorme espanto e fascínio — intacto, há décadas — desde logo pelo idioma próprio em que foi escrito, língua quase autárquica, alterada por construções sintáticas singulares e palavras novas. “Muita coisa importante falta nome”, ensina o narrador do romance. Narrado em primeira pessoa, o personagem conta sua história a um ouvinte silencioso, informando do seu saber e do não saber, na difícil tarefa de dar forma narrada às coisas vividas.

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Ana Maria Roland. Encruzilhada de linguagens. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 150 (com adaptações).

O sinal indicativo de crase em “às coisas” justifica-se pela regência de “forma” e pela presença de artigo feminino plural.

ERRADA. Nesse caso, temos o termo regente dar que exige dois complementos (dar algo a). Então, o objeto direto é “forma narrada” e o objeto indireto é “a coisas vividas”. O acento grave deve-se à fusão da preposição a + artigo definido as, mas não ao termo regente é forma, como disse a questão.

46- (CESPE/UNB–Técnico Bancário-2006) Gastar um pouquinho a mais durante o mês e logo ver sua conta ficar no vermelho. Isso que parecia apenas um problema de adultos ou pais de famílias está também atingindo os mais jovens.

Diante desse contexto, é fundamental, segundo vários educadores, que a família ensine a criança, desde pequena, a saber lidar com dinheiro e a se envolver com o controle dos gastos. Uma criança que cresça sem essa formação será um adulto menos consciente e terá grandes chances de se tornar um jovem endividado.

Para o jovem que está começando sua vida financeira e profissional, um plano de gastos é útil por excelência, a fim de controlar, de forma equilibrada, o que entra e o que sai. Para isso, é recomendável:

a) anotar todas as despesas que são feitas mensalmente, analisando o resultado de acordo com o que costuma receber;

b) comprar, preferencialmente, à vista;

c) ao receber, estabelecer um dízimo, ou seja, guardar 10% do valor líquido do salário em uma conta de poupança, todo mês.

Graziela Salomão. Economista explica como o jovem pode controlar seu orçamento e evitar gastar demais. In: Época, 31/10/2005 (com

adaptações).

É obrigatório o sinal indicativo de crase em “à vista”, à semelhança do que ocorre com a expressão à prestações.

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ERRADA. Em relação à expressão “à vista”, temos um adjunto adverbial de modo e a crase é obrigatória. Já o acento grave da expressão “à prestações” não foi bem empregado, já que temos o termo prestações no plural. Sabemos que o artigo que antecede o substantivo plural é as. Então, não haverá crase.

47-(CESPE/UNB–Gestor de políticas públicas-Acre-2006)

Assinale a opção em que o emprego do sinal indicativo de crase está correto.

A) Ninguém se prestou à acompanhar o homem ao Instituto Médico-Legal.

B) Os humanitários preferem a misericórdia pelo próximo à indiferença alheia.

C) Enviaram-se ofícios à autoridades competentes a respeito o fato.

D) Trouxemos estas questões à Vossa Senhoria, pedindo providências.

Letra B.

A) Ninguém se prestou à acompanhar o homem ao Instituto Médico-Legal.

Não se utiliza artigo antes de verbos. Logo, não haverá crase. O A é apenas preposição.

B) Os humanitários preferem a misericórdia pelo próximo à indiferença alheia.

Nesse caso, temos o termo regente preferir que cobra o uso de dois complementos (a misericórdia = objeto direto; à indiferença alheia = objeto indireto). Então, temos a preposição a + o artigo definido a que antecede o substantivo indiferença = crase.

C) Enviaram-se ofícios à autoridades competentes a respeito do fato.

O substantivo a autoridades está no plural. A inexistência do plural mostra que tal vocábulo não tem artigo definido. Não houve a concordância. Logo, percebe-se que o A é preposição. Sem crase.

D) Trouxemos estas questões à Vossa Senhoria, pedindo providências.

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Lembre-se de que não usamos artigo antes de pronomes de tratamento. Então, percebe-se que o A é apenas preposição. Logo, não usaremos a crase.

48-(CESPE/UNB–Delegado de Polícia-2006) O que importa para os proponentes do desarmamento da população é o sentimento de estar “fazendo algo” para acabar com a violência, mesmo que o tal “algo” seja absolutamente inócuo.

Desarmar a população só pode trazer dois resultados. O mais imediato é a continuação e até o recrudescimento da violência, já que os bandidos vão contar com a certeza de que ninguém terá como reagir. O resultado mais remoto — mas nem por isso desprezível — é deixar a população indefesa frente a aventuras políticas. Quem duvida, procure a seção de História da biblioteca mais próxima.

Paulo Leite. Desarmamento e liberdade. In: Internet: <http://www.diegocasagrande.com.br> (com adaptações).

Por ser opcional o emprego do sinal indicativo de crase no termo regido por “frente”, sua inserção preservaria a correção gramatical do texto.

ERRADA. Nesse caso, temos o termo regido por “frente” é “aventuras políticas” que exige o uso da preposição a (não é opcional). Porém, percebe-se que o termo “aventuras políticas” está no plural. Logo, o artigo que antecede esse termo é as. Como não existe o artigo, o a é apenas a preposição.

49- (CESPE/UNB–PF- ESCRIVÃO-2004) Definimos guerra a partir da definição de nação e de Estado e conceituamos guerra civil por meio de critérios políticos, entre os quais devem ser incluídos os étnicos, raciais, lingüísticos e religiosos. Mas, se redefinirmos guerra com base no número de mortes violentas, poderemos considerar que o país enfrenta, há muito tempo, um dos conflitos mais sangrentos da história. O Brasil, em geral, e o estado do Rio de Janeiro e sua capital, em particular, vivem uma catástrofe humana equivalente à soma das perdas militares em muitas guerras.

Gláucio Ary Dillon Soares. Somos mesmo violentos? In: Correio Braziliense, Pensar, 24/7/2004 (com adaptações).

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O emprego do sinal indicativo de crase em “à soma” justifica-se pela regência da forma verbal “vivem”.

ERRADA. Nesse caso, a justificativa para o acento grave indicativo de crase é o termo regente equivalente, e não o termo vivem. Então, temos a preposição (equivalente a) + o artigo definido a = crase.

50-(CESPE/UNB–Delegado de Polícia-2004) A análise que a sociedade costuma fazer da violência urbana é fundamentada em fatores emocionais, quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de segurança nas ruas do bairro, por preconceito social ou por discriminação. As conclusões dos estudos científicos não são levadas em conta na definição de políticas públicas. Como reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos e sociológicos associados às raízes sociais da violência urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares, imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na justiça.

Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “às raízes” justifica-se pela regência de “associados” e pela presença de artigo; o sinal deveria ser eliminado caso a preposição viesse sem o artigo.

CERTA. Nesse caso, temos o termo regente associados que exige a preposição a + o artigo definido as = crase. Caso não houvesse o artigo, deveríamos sim eliminar a crase, já eu não haveria a fusão de sons iguais.

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8. LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS

1- (CESPE/UNB–Auditor Fiscal do Tesouro Municipal–2007) A Câmara Municipal de Vitória (CMV) esteve representada na XVIII Descida Ecológica do Rio Jucu. Segundo o presidente da CMV, Alexandre Passos, a participação da Câmara de Vitória, que é uma das instituições que apóiam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Jucu, é fundamental para unir esforços junto a outros órgãos e entidades, no intuito de preservar e recuperar o rio.

“A cidade de Vitória é o município que tem o maior consumo entre todos os abastecidos pela bacia hidrográfica do rio Jucu. É a água do rio Jucu que abastece toda a área continental do nosso município. Atualmente nós consumimos diariamente 82.651 metros cúbicos, o que equivale a um consumo de 82.651 caixas de água de mil litros por dia”, ressaltou.

Passos também evidenciou que a preservação do rio Jucu é importante em todos os sentidos. “O rio Jucu, devido a sua potencialidade como fonte de geração de energia hidrelétrica, é estratégico para todas as atividades econômicas”. Passos lembrou que as cidades atendidas por essa bacia desenvolvem atividades agropecuárias, turísticas e industriais, entre outras.

Internet: <www.cmv.es.gov.br> (com adaptações).

O trecho ‘devido a sua potencialidade’ ficaria incorreto se fosse colocado sinal indicativo de crase em ‘a’.

2- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) O ano de 2001 caracterizou-se por grandes desafios para a economia brasileira, que levaram a mudanças substanciais na formação de expectativas quanto ao desempenho das principais variáveis econômicas.

Em relação ao trecho acima, julgue a assertiva.

O uso do sinal indicativo de crase em “levaram a mudanças” é facultativo, porque “mudanças” está no plural.

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3- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase.

Os dias estão mais quentes. Nesta década, foram registradas altíssimas temperaturas. A previsão é de que, até o ano de 2100, as temperaturas estarão destinadas a aumentarem até seis graus, o que poderia trazer conseqüências devastadoras.

4- (CESPE/UNB-Técnico bancário-2007) Julgue os fragmentos de texto contidos nos seguintes itens quanto à grafia, à acentuação e ao emprego do sinal indicativo de crase.

Eles destroem, com isso, à “Camada de Osônio”, que tem a função de proteger a Terra dos raios solares. Com a destruição dessa camada, a Terra fica mais exposta ao Sol e, conseqüentemente, a temperatura aumenta.

5- (CESPE/UNB-TST–2008) O cenário econômico otimista levou os empresários brasileiros a aumentarem a formalização do mercado de trabalho nos últimos cinco anos. As contratações com 4 carteira assinada cresceram 19,5% entre 2003 e 2007, enquanto a geração de emprego seguiu ritmo mais lento e aumentou 11,9%, segundo estudo comparativo divulgado 7 pelo IBGE.

In: Correio Braziliense, 25/1/2008 (com adaptações).

No primeiro período do texto, a partícula “a” ocorre tanto como preposição quanto como artigo: a primeira ocorrência é uma preposição exigida pelo emprego do verbo “levou”; a segunda ocorrência é um artigo que determina “formalização”.

6- (CESPE/UNB-ABIN–2008) Assistimos à dissolução dos discursos homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um traçado único, um horizonte de sentido unitário da experiência da vida, da cultura, da ciência ou da subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se intensamente complexo e as respostas não são diretas nem estáveis. Mesmo que não possamos olhar de um curso único para a história, os

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projetos humanos têm um assentamento inicial que já permite abrir o presente para a construção de futuros possíveis. Tornar-se um ser humano consiste em participar de processos sociais compartilhados, nos quais emergem significados, sentidos, coordenações e conflitos.

A complexidade dos problemas desarticula-se e, precisamente por essa razão, torna-se necessária uma reordenação intelectual que nos habilite a pensar a complexidade.

Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p.

17 (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “à dissolução” deve-se à dupla possibilidade de relações sintático- semânticas para o verbo assistir.

7- (CESPE/UNB-Banco do Brasil-2002) A Venezuela, como a Argentina, ainda que de maneira distinta, recebe as duras lições de adaptações malsucedidas ao dilema entre a valorização do interno e a incorporação dos valores externos. A presidência de Hugo Chávez, nos últimos anos, expunha a fratura a que, estruturalmente, está submetida a América Latina, inclusive o Brasil. A tensão entre a administração para os de dentro, especialmente aqueles menos favorecidos pelo modelo de inserção aberta e liberal, e o agrado aos centros internacionais de poder, especialmente àqueles que hegemonizam as relações internacionais do presente, levou ao descompasso social e político a que chegou a Venezuela.

Relativamente ao texto e ao assunto nele tratado, julgue o item seguinte.

O sinal indicativo de crase em “àqueles” indica que ocorre aí uma preposição, a, por exigência do substantivo “agrado”, segundo as regras de regência da norma culta.

8- (CESPE/UNB-CEF-2002) As carteiras Hipotecária e de Cobrança e Pagamentos surgiram em 1934, durante o governo Vargas, quando tiveram início as operações de crédito comercial e consignação. As loterias federais começaram a ser gerenciadas pela CAIXA em 1961, representando um

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importante passo na execução dos programas sociais do governo, já que parte da arrecadação é destinada à seguridade social, ao Fundo Nacional de Cultura, ao Programa de Crédito Educativo e a entidades de prática esportiva.

Considerando o texto acima, julgue o item que se segue.

Caso se reescrevesse o trecho "a entidades de prática esportiva" como à entidades de prática desportiva, o período permaneceria de acordo com a norma culta da língua portuguesa.

9- (CESPE/UNB-Agente de Polícia Federal–2009) A inserção do sinal indicativo de crase em “existimos previamente a nossas relações sociais” (R.3-4) preservaria a correção gramatical e a coerência do texto, tornando determinado o termo “relações”.

10- (CESPE/UNB-Abin–2008) Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica de disseminação transnacional, que busca continuamente novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas que cada país pode oferecer a membros de organizações extremistas, como facilidades de obtenção de documentos falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação, refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica. (...)

Em “às vantagens”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” e pela presença de artigo definido feminino plural.

11- (CESPE/UNB-Abin–2008) Sem o contínuo esforço supranacional para integrar e coordenar ações conjuntas de repressão, o terrorismo internacional continuará, por tempo indeterminado, a ser fator de ameaça aos interesses da comunidade internacional e à segurança dos povos. (...)

Em “à segurança”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “ameaça” e pela presença de artigo definido feminino singular.

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12- (CESPE/UNB-TST–2008) Eu acho que poderá corresponder àquilo que sempre foi...

O sinal indicativo de crase em “àquilo” é resultado da presença da preposição a, regendo o complemento do verbo “corresponder” e do pronome demonstrativo aquilo.

13- (CESPE/UNB–SEMPLAD–SEMED–2008) São incalculáveis as possibilidades de desenvolvimento de produtos que a TV digital passa a oferecer à indústria e à criatividade brasileira.

Em “à indústria e à criatividade”, o sinal indicativo de crase justifica-se pela regência do verbo “oferecer”, que exige preposição, e pela presença de artigo definido feminino.

14- (CESPE/UNB–Banco do Brasil-2003) Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais.

Jaime Pinsky. História da cidadania. (Org. Contexto 2003).

Considerando o texto acima e a atualidade brasileira, julgue o item seguinte.

Constitui uma estrutura alternativa e também correta para o primeiro período do texto o trecho Ser cidadão é ter direito a vida, liberdade, propriedade, igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis.

15- (CESPE/UNB –DEFENSOR -2004) Não temos dado muita atenção a uma de nossas mais importantes riquezas nacionais. Trata-se de nosso patrimônio lingüístico. Exatamente as línguas ou idiomas e dialetos falados em nosso país. Qual é a

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situação atual e importância? Há proteção legal para eles? É o que tentaremos analisar.

A respeito da organização do texto acima, julgue o seguinte item.

Na linha 2, é gramaticalmente opcional o emprego do sinal indicativo de crase em “a”, mas seu uso tornaria o sentido de “atenção” menos genérico e mais especificamente direcionado para “riquezas nacionais” .

16- (CESPE/UNB–MPE/AM–2008) Ao conectar-se, o internauta passa a ter acesso a informações diversas, relacionadas a cultura, turismo, 25 educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião, enfim, um mundo paralelo ao nosso, onde a informação é compartilhada de diferentes maneiras.

Não foi empregado o acento grave em “relacionadas a cultura” porque o termo “cultura” está empregado em sentido geral, sem anteposição de artigo definido, tal como as demais palavras da enumeração — “turismo, educação, lazer, viagem, televisão, cinema, arte, informática, política, religião”.

17- (CESPE/UNB–SESA–2008) Até hoje respondíamos à questão quando começa a vida?

A presença do sinal indicativo de crase em “à questão” indica que o verbo responder, como está empregado no texto, exige o uso de ao, se, mantida a coerência textual, o vocábulo “questão” for substituído por questionamento.

18- (CESPE/UNB–TRT-2008) O instituto é uma garantia de Primeiro Mundo à carreira dos funcionários públicos contra as injunções políticas que certamente decorrem das mudanças de governo.

O sinal indicativo de crase em “à carreira” justifica-se pela regência da palavra “garantia” e pela presença de artigo definido feminino singular.

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19- (CESPE/UNB–TRT-2009) A capital dá exemplo, também, às empresas privadas controladoras de pequenas centrais elétricas e de projetos de biomassa, que poderiam se enquadrar nesse sistema, fortalecendo a presença do Brasil no mercado de créditos de carbono.

O emprego do sinal indicativo de crase em “às empresas” justifica-se pela regência de “capital” e pela presença de artigo definido feminino singular.

20- (CESPE/UNB–ANTAQ–Técnico Administrativo–2009) Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se inserir um sinal indicativo de crase em “a grandes distâncias”, escrevendo-se: à grandes distâncias.

21- (CESPE/UNB–TRT–ANALISTA JUDICIÁRIO–2009) 13 DE JUNHO... Vesti as crianças e eles foram para a escola. Eu fui catar papel. No Frigorífico vi uma mocinha comendo salsichas do lixo. (...) Os preços aumentam igual as ondas do mar. Cada qual mais forte. Quem luta com as ondas? Só os tubarões. Mas o tubarão mais feroz é o racional. É o terrestre. É o atacadista. A lentilha está a 100 cruzeiros o quilo. Um fato que alegrou me imensamente. Eu dancei, cantei e pulei. E agradeci o rei dos juízes que é Deus. Foi em janeiro quando as águas invadiram os armazéns e estragou os alimentos. Bem feito. Em vez de vender barato, guarda esperando alta de preços: Vi os homens jogar sacos de arroz dentro do rio. Bacalhau, queijo, doces. Fiquei com inveja dos peixes que não trabalham e passam bem.

Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2004, p. 54 (com adaptações)

Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens seguintes.

O emprego do sinal indicativo de crase em “as ondas” é facultativo, uma vez que a palavra “igual”, que equivale a como, dispensa a preposição.

22- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do Tratado de Itaipu e uma possível

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renegociação da dívida de US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional. A decisão foi tomada durante um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.

O sinal indicativo de crase em “à Cúpula” justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.

23- (CESPE/UNB–MRE/IRbr/2009) A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a 2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote de estímulo à economia. As medidas serão anunciadas assim que o novo presidente norte-americano, Barack Obama, tomar posse, no final de janeiro. Há menos de um mês, o governo alemão anunciou um pacote de medidas de US$ 63 bilhões para fortalecer a economia. Agora, a oposição quer que outros 25 bilhões sejam usados no pacote.

O sinal indicativo de crase em “à economia” justifica-se pela regência de “planeja” e pela presença de artigo definido feminino.

24- (CESPE/UNB–MRE-IRbr–2009) José Genoíno disse que o isolamento da Venezuela poderia levar a uma crise e a um fundamentalismo.

Em “a um fundamentalismo”, o emprego de preposição deve-se à regência de “levar”, e não exige sinal indicativo de crase porque antecede artigo indefinido masculino.

25- (CESPE/UNB–IBRAM–2009) As políticas públicas urbanas, até a década de 70, eram reações, por parte do governo federal, ao êxodo rural que o país vinha sofrendo. Essas políticas eram, em sua maioria, voltadas para a infraestrutura urbana, a saber: habitação e saneamento. Na década de 70, foram elaboradas políticas de ordenamento urbano, por parte do governo federal, a fim de se definir e fomentar o ordenamento das regiões metropolitanas.

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Em “voltadas para a infraestrutura urbana”, a preposição “para” poderia ser excluída, o que exigiria o uso do acento grave indicativo de crase, para que fosse mantida a correção gramatical do texto.

26- (CESPE/UNB–SEGER–2009) Em uma outra frente, surgiram funções relativas a assuntos ambientais, como a do consumidor de sustentabilidade, profissional...

Caso a expressão destacada no trecho “surgiram funções relativas a assuntos ambientais” fosse substituída por questão ambiental, deveria ser empregado o acento grave, indicativo de crase – à questão ambiental.

27- (CESPE/UNB–INPE–2009) Creio que há evidência contundente em favor do argumento de que os investimentos públicos em pesquisa científica têm tido um retorno bastante compensador em termos da utilização para o bem-estar social dos progressos científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se pode questionar, não somente quanto à aplicação de conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.

As ocorrências de crase em “à aplicação” e “à humanidade e à natureza” justificam-se pelo uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”.

28- (CESPE/UNB–POLÍCIA CIVIL–2009)

Considerando o quadrinho acima, julgue o próximo item.

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De acordo com a norma culta da língua portuguesa, emprega-se o acento indicativo de crase em “bife à cavalo” para indicar que o personagem que utiliza essa expressão não compreendeu seu sentido.

29- (CESPE/UNB–TCE–RN–2009) Em todos os povos ou períodos da história, a sensação de pertencimento a uma comunidade sempre foi construída com base nas diferenças em relação aos que estão de fora, “os outros”. Muitas tribos indígenas brasileiras, por exemplo, chamam a si próprias de “homens” ou “gente” e denominam pejorativamente integrantes de outros grupamentos — esses são “seres inferiores” ou “narizes chatos”. O filósofo Aristóteles considerava a “raça helênica” superior aos outros povos. Mas até o Iluminismo, no século XVIII, a humanidade não recorreu a teses raciais para justificar a escravidão — tratava-se de uma decorrência natural das conquistas militares.

A ausência do sinal indicativo de crase em “a teses” indica que o substantivo está sendo usado em sentido generalizado, sem a determinação marcada pelo artigo.

30- (CESPE/UNB–TRE–PR–2009) A eleição brasileira, considerada a maior votação eletrônica do mundo, atrai a atenção de observadores internacionais e passou por longo processo de evolução até chegar à atual etapa de informatização. Por estranho que pareça, a previsão de uma máquina de votar já constava no primeiro Código Eleitoral, em 1932.

Na linha 4, o emprego do acento grave em “à atual” é exigido pela regência de “chegar” e pela presença de artigo definido feminino.

31-(CESPE/UNB–TRE–MA–2009) Julgue os itens a seguir quanto ao emprego do acento grave nas frases neles apresentadas.

I - Acostumado à vida parlamentar, o senador resistiu à reação desproporcional pretendida pela bancada oposicionista.

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II- A rotina, à qual o ator aderira em 2001, era igual à de sua

parceira de novelas.

III- Inúmeros países, à partir daí, não criaram obstáculos à paz.

IV- A globalização financeira, associada à melhores instituições e à estabilidade macroeconômica, contribuiu para elevar a taxa de investimento do Brasil.

Estão certos apenas os itens:

A) I e II.

B) I e III.

C) I e IV.

D) II e IV.

E) III e IV.

32-(CESPE/UNB–MPU-2010) As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada.Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. Em cada um dos polos, outras diferenças se fazem presentes, mas preferimos alçar a dicotomia maior que tanto habita o mundo das estatísticas quanto, e principalmente, o mundo do imaginário social. Estudos a respeito de riqueza e pobreza ora dão quitação a classes pela forma quantitativa da ordem do ganho econômico, ora pelo grau de consumo na sociedade capitalista, ora pela forma de apresentação em vestuário, ora pela violência de quem não tem mais nada a perder e assim por diante. O imaginário, em sua organização dinâmica e com sua capacidade de produzir imagens simbólicas e estereótipos, maneja representações que possibilitam pôr ordem no caos. O imaginário, acionado pela imaginação individual, é pluriespacial e, na interação social, constrói a memória, a história museológica. Mesmo que possamos pensar que estereótipos são resultado de matrizes, a cultura é dinâmica, porquanto símbolos e estereótipos são olhados e ressignificados em determinado instante social.

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Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp&Annablume, p. 62 (com adaptações).

A ausência de sinal indicativo de crase no segmento “a classes” indica que foi empregada apenas preposição a, exigida pelo verbo dar, sem haver emprego do artigo feminino.

33-(CESPE/UNB–MPU-Técnico Administrativo-2010) Para a maioria das pessoas, os assaltantes, assassinos e traficantes que possam ser encontrados em uma rua escura da cidade são o cerne do problema criminal. Mas os danos que tais criminosos causam são minúsculos quando comparados com os de criminosos respeitáveis, que vestem colarinho branco e trabalham para as organizações mais poderosas. Estima-se que as perdas provocadas por violações das leis antitrust — apenas um item de uma longa lista dos principais crimes do colarinho branco — sejam maiores que todas as perdas causadas pelos crimes notificados à polícia em mais de uma década, e as relativas a danos e mortes provocadas por esse crime apresentam índices ainda maiores. A ocultação, pela indústria do asbesto (amianto), dos perigos representados por seus produtos provavelmente custou tantas vidas quanto as destruídas por todos os assassinatos ocorridos nos Estados Unidos da América durante uma década inteira; e outros produtos perigosos, como o cigarro, também provocam, a cada ano, mais mortes do que essas.

James William Coleman. A elite do crime. 5.ª ed., São Paulo: Manole, 2005, p. 1 (com adaptações).

No segmento “quanto as destruídas” (R.14-15), o emprego do acento grave é facultativo, visto que o termo “quanto” rege complemento com ou sem a preposição a.

34-(CESPE/UNB-Anatel–2009) O real não é constituído por coisas. Nossa experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas), isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo, costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um nome e de que a chamemos montanha

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indica que ela é, pelo menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em nossa experiência.

Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa física ou material e, de outro, a coisa como ideia e significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo significativo.

Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).

O sinal de crase em “oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências” indica que “oferecidos” tem complemento regido pela preposição “a”.

35-(CESPE/UNB–Administrador Hospitalar–2009) Sendo concretas, não haveria necessidade de metáforas para pensar, descobrir ou comunicar essas coisas. O que talvez não esteja claro para aqueles que possuem tal visão inocente ou leiga da ciência é que, antes das descobertas e das invenções, há intenso trabalho de pesquisa e que esse trabalho tem uma base metafórica considerável.

A preposição para, que rege a complementação de “não esteja claro”, estabelece, no texto, relações semânticas correspondentes à preposição a; por isso, esta poderia ser usada em lugar daquela, desde que se registrasse a crase, escrevendo-se àqueles.

36- (CESPE/UNB–Delegado–2009) No passado, o calcanhar-de-aquiles do Brasil se situou naquela terceira esfera, a dos direitos humanos.

Preservam-se a coerência do texto e o atendimento às regras gramaticais da língua portuguesa ao se inserir sinal indicativo de crase em “a dos direitos”: à dos direitos.

37- (CESPE/UNB–TRE–2009) De acordo com essa concepção, a verdade estaria inscrita na essência, sendo idêntica à realidade e acessível apenas ao pensamento, e vedada aos sentidos.

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Tanto o uso da crase em “à realidade” como da contração em “ao pensamento” justificam-se pelas relações de regência de “idêntica”.

38- (CESPE/UNB–PROFESSOR–2009) Pode-se empregar o acento grave indicativo de crase para marcar a fusão da preposição a com os pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo. Assinale a opção em que a frase apresentada não obedece a essa regra.

A) Entreguei o bilhete àquele homem.

B) Deram emprego àquela senhora.

C) Não pertenço àquele grupo.

D) O livro de que preciso está sobre àquela mesa.

E) Assistiram àquilo calados.

39- (CESPE/UNB–DELEGADO SUBSTITUTO–2009) Schelling denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia de deliberadamente levar uma situação...

No trecho “denominou brinkmanship (de brink, extremo) a estratégia", o “a” deveria levar a marca gráfica de crase.

40- (CESPE/UNB–DETRAN–2009) A exposição das gestantes à poluição, em especial nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes da saúde infantil.

O emprego do sinal indicativo de crase em “à poluição” deve-se à regência da palavra “exposição”, que exige preposição, e à presença de artigo definido feminino singular.

41- (CESPE/UNB–ADRAGRI–2009) “O líquido, obtido após a maceração das folhas e o descanso em uma solução com álcool, é indicado para muitas aflições”.

A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho “após a maceração”, fosse empregado acento indicativo de crase, dado que a expressão nominal está antecedida da palavra “após”, a qual faculta o uso desse acento.

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42- (CESPE/UNB–FUB–2009) Isto leva-o à sua imperfeição.

O sinal indicativo de crase em “à sua” mostra que o artigo definido feminino, facultativo antes de pronomes possessivos, foi usado.

43- (CESPE/UNB–STF-Analista Judiciário-2008) O agente ético é pensado como sujeito ético, isto é,como um ser racional e consciente que sabe o que faz, como um ser livre que escolhe o que faz e como um ser responsável que responde pelo que faz. A ação ética é balizada pelas idéias de bem e de mal, justo e injusto, virtude e vício. Assim, uma ação só será ética se consciente, livre e responsável e será virtuosa se realizada em conformidade com o bom e o justo. A ação ética só é virtuosa se for livre e só o será se for autônoma, isto é, se resultar de uma decisão interior do próprio agente e não de uma pressão externa. Evidentemente, isso leva a perceber que há um conflito entre a autonomia da vontade do agente ético (a decisão emana apenas do interior do sujeito) e a heteronomia dos valoresmorais de sua sociedade (os valores são dados externos aosujeito). Esse conflito só pode ser resolvido se o agente reconhecer os valores de sua sociedade como se tivessem sido instituídos por ele, como se ele pudesse ser o autor desses valores ou das normas morais, pois, nesse caso, ele será autônomo, agindo como se tivesse dado a si mesmo sua própria lei de ação.

Marilena Chaui. Uma ideologia perversa. In: Folhaonline, 14/3/1999 (com adaptações).

É pela acepção do verbo levar, em “leva a perceber”, que se justifica o emprego da preposição “a” nesse trecho, de tal modo que, se for empregado o substantivo correspondente a “perceber”, percepção, a preposição continuará presente e será correto o emprego da crase: à percepção.

44- (CESPE/UNB–STF-Analista Judiciário-2008) O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A nova estimativa do consumo das famílias é uma das principais mudanças nas perspectivas

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para a economia brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado em 6,2%. O aumento do emprego e os programas de transferência de renda continuam a beneficiar mais as famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente essa faixa.

O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo definido feminino plural antes de “previsões”.

45- (CESPE/UNB–SERPRO-Analista-2006) Quando o leitor se depara com o assomo de grandeza do romance de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas, é assaltado por enorme espanto e fascínio — intacto, há décadas — desde logo pelo idioma próprio em que foi escrito, língua quase autárquica, alterada por construções sintáticas singulares e palavras novas. “Muita coisa importante falta nome”, ensina o narrador do romance. Narrado em primeira pessoa, o personagem conta sua história a um ouvinte silencioso, informando do seu saber e do não saber, na difícil tarefa de dar forma narrada às coisas vividas.

Ana Maria Roland. Encruzilhada de linguagens. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 150

(com adaptações).

O sinal indicativo de crase em “às coisas” justifica-se pela regência de “forma” e pela presença de artigo feminino plural.

46- (CESPE/UNB–Técnico Bancário-2006) Gastar um pouquinho a mais durante o mês e logo ver sua conta ficar no vermelho. Isso que parecia apenas um problema de adultos ou pais de famílias está também atingindo os mais jovens.

Diante desse contexto, é fundamental, segundo vários educadores, que a família ensine a criança, desde pequena, a saber lidar com dinheiro e a se envolver com o controle dos

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gastos. Uma criança que cresça sem essa formação será um adulto menos consciente e terá grandes chances de se tornar um jovem endividado.

Para o jovem que está começando sua vida financeira e profissional, um plano de gastos é útil por excelência, a fim de controlar, de forma equilibrada, o que entra e o que sai. Para isso, é recomendável:

a) anotar todas as despesas que são feitas mensalmente, analisando o resultado de acordo com o que costuma receber;

b) comprar, preferencialmente, à vista;

c) ao receber, estabelecer um dízimo, ou seja, guardar 10%

do valor líquido do salário em uma conta de poupança, todo mês.

Graziela Salomão. Economista explica como o jovem pode controlar seu orçamento e evitar gastar demais. In: Época, 31/10/2005 (com

adaptações).

É obrigatório o sinal indicativo de crase em “à vista”, à semelhança do que ocorre com a expressão à prestações.

47-(CESPE/UNB–Gestor de políticas públicas-Acre-2006)

Assinale a opção em que o emprego do sinal indicativo de crase está correto.

A) Ninguém se prestou à acompanhar o homem ao Instituto

Médico-Legal.

B) Os humanitários preferem a misericórdia pelo próximo à

indiferença alheia.

C) Enviaram-se ofícios à autoridades competentes a respeito do fato.

D) Trouxemos estas questões à Vossa Senhoria, pedindo providências.

48-(CESPE/UNB–Delegado de Polícia-2006) O que importa para os proponentes do desarmamento da população é o sentimento de estar “fazendo algo” para acabar com a violência, mesmo que o tal “algo” seja absolutamente inócuo.

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Desarmar a população só pode trazer dois resultados. O mais imediato é a continuação e até o recrudescimento da violência, já que os bandidos vão contar com a certeza de que ninguém terá como reagir. O resultado mais remoto — mas nem por isso desprezível — é deixar a população indefesa frente a aventuras políticas. Quem duvida, procure a seção de História da biblioteca mais próxima.

Paulo Leite. Desarmamento e liberdade. In: Internet: <http://www.diegocasagrande.com.br> (com adaptações).

Por ser opcional o emprego do sinal indicativo de crase no termo regido por “frente”, sua inserção preservaria a correção gramatical do texto.

49- (CESPE/UNB–PF- ESCRIVÃO-2004) Definimos guerra a partir da definição de nação e de Estado e conceituamos guerra civil por meio de critérios políticos, entre os quais devem ser incluídos os étnicos, raciais, lingüísticos e religiosos. Mas, se redefinirmos guerra com base no número de mortes violentas, poderemos considerar que o país enfrenta, há muito tempo, um dos conflitos mais sangrentos da história. O Brasil, em geral, e o estado do Rio de Janeiro e sua capital, em particular, vivem uma catástrofe humana equivalente à soma das perdas militares em muitas guerras.

Gláucio Ary Dillon Soares. Somos mesmo violentos? In: Correio Braziliense, Pensar, 24/7/2004 (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “à soma” justifica-se pela regência da forma verbal “vivem”.

50-(CESPE/UNB–Delegado de Polícia-2004) A análise que a sociedade costuma fazer da violência urbana é fundamentada em fatores emocionais, quase sempre gerados por um crime chocante, pela falta de segurança nas ruas do bairro, por preconceito social ou por discriminação. As conclusões dos estudos científicos não são levadas em conta na definição de políticas públicas. Como reflexo dessa atitude, o tratamento da violência evoluiu pouco no decorrer do século XX, ao contrário do que ocorreu com o tratamento das infecções, do câncer ou da AIDS. Nos últimos anos, entretanto, estão sendo

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desenvolvidos métodos analíticos mais precisos para avaliar a influência dos fatores econômicos, epidemiológicos e sociológicos associados às raízes sociais da violência urbana: pobreza, impunidade, acesso a armamento, narcotráfico, intolerância social, ruptura de laços familiares, imigração, corrupção de autoridades ou descrédito na justiça.

Dráuzio Varella. Internet: <http://www.drauziovarella.com.br> (com adaptações).

O emprego do sinal indicativo de crase em “às raízes” justifica-se pela regência de “associados” e pela presença de artigo; o sinal deveria ser eliminado caso a preposição viesse sem o artigo.

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GABARITO

1- ERRADA 26- CERTA

2- ERRADA 27- ERRADA

3- CERTA 28- ERRADA

4- ERRADA 29- CERTA

5- CERTA 30- CERTA

6- CERTA 31-A

7- CERTA 32- CERTA

8- ERRADA 33- ERRADA

9- ERRADA 34- CERTA

10- CERTA 35- CERTA

11- CERTA 36- ERRADA

12- CERTA 37- ERRADA

13- CERTA 38-D

14- CERTA 39- ERRADA

15- ERRADA 40- CERTA

16- CERTA 41- ERRADA

17- CERTA 42- CERTA

18- CERTA 43- CERTA

19- ERRADA 44- CERTA

20- ERRADA 45-ERRADA

21- ERRADA 46- ERRADA

22- CERTA 47-B

23- ERRADA 48- ERRADA

24- CERTA 49- ERRADA

25- CERTA 50- CERTA Bons estudos !!!