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COLOR DE LA PORTADA (PORTUGUES) PÁGINAS 8 E 9 PÁGINA 16 PÁGINA 10 PÁGINA 3 PÁGINA 5 Convocadas eleições gerais em CUBA PORTUGUÊS S S e e m m a a n n á á r r i i o o d d e e C C u u b b a a e e d d a a A A m m é é r r i i c c a a L L a a t t i i n n a a

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COLOR DE LA PORTADA (PORTUGUES)

PÁGINAS 8 E 9 PÁGINA 16 PÁGINA 10PÁGINA 3 PÁGINA 5

Convocadaseleições

gerais em

CUBA

PORTUGUÊS

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COLOR DE LA PORTADA (PORTUGUES)

Um trabalhomais apuradona Alfândega

Porto Rico sob o jugocolonial

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Raúl recebeu o chanceler do Grão-Ducadodo Luxemburgo

O Danzón: adança nacionalde Cuba

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Inaugurado primeirohotel cinco estrelasplus em Cuba

PÁGINA 5

Convocadaseleições

gerais em

JUVENAL BALÁN NEYRA

• O Conselho de Estado, conforme o estabe-lecido na Constituição da República e na Leinº 72, de 29 de outubro de 1992, Lei Eleito-ral, adotou o acordo de convocar os eleito-res da República a eleições gerais para ele-ger, respectivamente, os delegados das as-sembleias ou governos municipais, os dele-gados das assembleias provinciais e os de-putados da Assembleia Nacional do PoderPopular.

As eleições para eleger por um período dedois anos e meio os delegados das assem-bleias municipais do Poder Popular serãoefetuadas em 22 de outubro de 2017, noprimeiro turno, e em 29 de outubro, no se-gundo turno, naquelas circunscrições naqual nenhum dos candidatos obtiver mais de50% dos votos válidos emitidos.

A data em que terão lugar as eleições paraeleger, pelo prazo de cinco anos, os delega-dos das assembleias provinciais e os deputa-dos da Assembleia Nacional do Poder Popu-lar, será disposta no momento que corres-ponder. •

CUBA

HAVANA16 DE JUNHO DE 2017

ANO 52o / Número 24Preço em Cuba CUC 0,50

ANO 59o DA REVOLUÇÃO

FRANCÊS INGLÊS PORTUGUÊS ITALIANO ALEMÃO www.granma.cuESPANHOL

SSeemmaannáárr iiooddee CCuubbaa ee ddaaAAmméérr iiccaaLLaatt iinnaa

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NACIONAL2 GRANMA INTERNACIONAL16.JUNHO.2017 |

Texto fotos: Nuria Barbosa León

• A qualidade dos serviços sanitárioscomo baluarte social marcou presen-ça nos debates da 1ª Conferência Na-cional dos Trabalhadores do Sindicatoda Saúde, encerrada pelo segundosecretário do Comitê Central do Parti-do Comunista de Cuba e vice-presi-dente dos Conselhos de Estado e deMinistros, José Ramón Machado Ven-tura.

O líder do Partido elogiou a qualida-de da reunião, que durante os dias de-bateu temas fundamentais, entre eleso funcionamento, princípio indispen-sável no aperfeiçoamento do sistemada Saúde.

Igualmente, destacou a organiza-ção e preparação dos delegados e in-sistiu na importância de estabelecerprocessos de debates na base, emprol de complementar este trabalho edar continuidade aos acordos.

Os mais de 350 delegados e umacentena de convidados à conferên-cia, efetuada no Palácio das Con-venções de Havana, nos dias 9 e 10de junho, também refletiram acercadas reparações realizadas nas insta-lações sanitárias, a batalha pala efi-ciência econômica no setor, a con-corrência socialista e o funciona-mento do sindicato.

Igualmente, o membro do BureauPolítico do Partido Comunista deCuba e secretário-geral da Centraldos Trabalhadores de Cuba (CTC),Ulises Guilarte de Nacimiento, ex-pressou que essa reunião foi combati-va e cheia de compromissos, porcausa dos frutíferos debates em prolde achar soluções idôneas aos pro-blemas. Elogiou, também, o sentidode pertença, a solidez e os pronuncia-

mentos com os quais os delegadostrataram questões do setor organizati-vo e de gestão, as que ainda limitam odesempenho eficiente da esfera noatual ano de 2017.

O semanário Granma Internacionalconversou com várias delegados dosindicato provincial de Sancti Spíritus.Daisy Torres Ramírez procedente dosetor da farmácia insistiu, após con-cluir a reunião, na importância de es-tabelecer espaços de debate nas or-ganizações de base para dar continui-dade aos acordos.

Acrescentou: «Nosso setor se en-

contra em meio de um processo detransformações necessárias no as-pecto material, com resultados tangí-veis na melhora das condições de tra-balho e apoio nos hospitais, policlíni-cas e consultórios. Daí, que nos pro-nunciamos porque os trabalhadorestenham maior compromisso no aten-dimento médico à população».

Sua colega María Elena GonzálezRodríguez trabalha no Hospital Pro-vincial de Reabilitação doutor Fausti-no Pérez. Nesse centro o coletivo detrabalho se destaca por um bom fun-cionamento do sindicato e essas ex-

periências positivas as transmitiramnas comissões de trabalho da Confe-rência para serem aplicadas em ou-tras instituições semelhantes.

González Rodríguez referiu-se aoprocesso de assembleias, prévio aoevento, para discutir entre com os tra-balhadores os temas que são demaior interesse.

«Debatemos acerca do uso ade-quado dos recursos disponíveis peloEstado para evitar a perda e as práti-cas médicas indevidas. Propusemosum eficiente controle interno para evi-tar o desvio desses recursos, neces-sários para nosso trabalho».

Por seu lado Eliza Montano Riverodestacou a entrega de equipamentoaos trabalhadores do setor, que fazparte das 29 medidas adotadas peloMinistério da Saúde Pública, apoia-das pelo Conselho de Ministros e oBureau Político do Partido Comunistade Cuba.

«Em Sancti Spíritus — expressou— todos os médicos receberam seuslaptops. Aos professores de maiorprestígio de nossos hospitais lhe foientregue um carro novo. Igualmente,foram acondicionados os quartos deplantão, com eletrodomésticos comogeladeiras, microondas para a cocçãodos alimentos e televisores o qual au-menta o conforto no descanso, nosdias de trabalho».

Também, assinalou a entrega deestímulos morais, como a distinção75º Aniversário da CTC à pediatra Er-nestina Ramírez, dedicada à nefrolo-gia infantil, com mais de 40 anos detrabalho contínuado. «São muitos osrecursos destinados pelo Ministérioda Saúde Pública (Minsap) para quenossos trabalhadores sejam atendi-dos e se traduza em melhor qualidade

dos serviços para nossa população»,destacou Montano Rivero.

Por seu lado, representando a pro-víncia de Granma, Evelio EstradaVega, manifestou semelhante critériopara destacar que os trabalhadoresda província debateram no processode assembleias, prévio à conferência,acerca da formação política-ideológi-ca que deve ter o sindicato, para cons-cientizar no cuidado da propriedadesocial que dispõe o Estado nas atuaiscircunstâncias.

Acrescentou que se debateu, tam-bém, acerca do desempenho do mo-vimento de inovadores, integrado poraquelas pessoas com talento para so-lucionar problemas técnicos ou fabri-car peças de reposição, perante ascarências materiais para manter fun-cionando os equipamentos de altatecnologia.

Sua companheira Sara DalmaGonzález, igualmente de Granma,precisou que nessa tarefa se inseremprincipalmente os jovens. Com elesse realiza um trabalho personalizadopara inseri-los profissionalmente eque se desenvolvam no setor.

Para o processo de assembleiasprévio se efetuaram 160 conferênciasmunicipais e 15 provinciais. Os afilia-dos realizaram 817 pronunciamentos,deles já foi solucionada a maioria, porseu caráter subjetivo. Só 11 esperampor uma resposta em nível nacional.

Todos os entrevistados concorda-ram em destacar a defesa da socieda-de socialista e suas conquistas so-ciais, assumindo como princípio oamor e o carinho de seus trabalhado-res perante a tarefa que realizam. Issosignifica maior sentido de pertença,humanismo e altruísmo, necessáriosem uma Revolução como a cubana. •

Qualidade e eficiência no serviço: compromissoe desafio dos trabalhadores da Saúde

Da esquerda para a direita Daisy Torres Ramírez, María Elena González Rodríguez e Eliza MontanoRivero, delegadas de Sancti Spíritus, as quais asseveraram que em sua província os trabalhadoresdo setor da saúde se beneficiaram com recursos materiais distribuídos pelo Estado.

Evelio Estrada Vega e Sara Dalma González, da província Granma, manifestaram o sentido depertença, humanitário e de altruísmo que caracteriza os trabalhadores do setor.

O doutor Santiago Badía, (à direita) secretário-geral do Sindicato da Saúdeentrega um reconhecimento ao segundo secretário do Comitê Central do PartidoComunista de Cuba, e vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros,José Ramón Machado Ventura.

JOSÉ MANUEL CORREA

NURIA BARBOSA LEÓN

ESPANHOLInés Míriam Alemán Aroche

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NACIONAL 316.JUNHO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

• O presidente dos Conselhos de Estado ede Ministros, general-de-exército Raúl Cas-tro Ruz recebeu, em 12 de junho, o minis-tro dos Assuntos Exteriores e Europeus, deImigração e Asilo, do Grão-Ducado do Lu-xemburgo, Jean Asselborn, quem fez umavisita oficial ao nosso país.

Durante o encontro conversaram sobreas positivas relações que existem entreLuxemburgo e Cuba, bem como coincidi-ram na decisão de dar impulso às esferasde interesse comum. Igualmente, trocaramopiniões sobre temas da agenda interna-cional.

No encontro marcou presença, ainda, oministro cubano das Relações Exteriores,companheiro Bruno Rodríguez Parrilla.

POR UMA RELAÇÃO MAIS FORTE

Os laços entre Cuba e Luxemburgo sãohistóricos e positivos, concordaram duran-te o encontro que tiveram na própria jorna-da os chanceleres de ambos os países,Bruno Rodíguez e Jean Asselborn, respec-tivamente, e que teve lugar na sede do Mi-nistério das Relações Exteriores de Cuba.

O diplomata Rodríguez asseverou que asrelações entre as duas pequenas nações éum exemplo de amizade, respeito e grandepotencial.

Igualmente o chanceler da Ilha lembrouque este ano se comemora o 75º aniversá-rio do estabelecimento dos laços diplomá-

ticos entre Cuba e o Luxemburgo, e agra-deceu ao país europeu sua contribuição naaproximação entre nosso país e a UniãoEuropeia (EU).

Por seu lado, o ministro dos Assuntos Ex-teriores e Europeus, de Imigração e Asilodo Luxemburgo, que faz a segunda visitaoficial à Ilha, asseverou que Cuba tem mui-tos amigos no velho continente, e nessesentido comentou que seu país continuaráapoiando a aproximação da Ilha ao blococomunitário.

ENCONTRO COM O PARLAMENTO CUBANO

O chanceler do Luxemburgo, Jean Assel-born, fez uma visita à sede da AssembleiaNacional do Poder Popular de Cuba(ANPP), sendo recebido pela vice-presi-denta dessa entidade, Ana María Mari Ma-chado.

Mari Machado recebeu Asselborn emnome de Esteban Lazo, presidente do Par-lamento da Ilha, que atualmente faz umavisita ao Vietnã.

A funcionária cubana agradeceu a posi-ção do país europeu a favor do fim do blo-queio econômico, comercial e financeiroimposto pelos Estados Unidos à Ilha.

A vice-presidenta da ANPP também des-tacou o apoio do Luxemburgo nesta novaetapa das relações entre Cuba e a UniãoEuropeia com o fim da chamada PosiçãoComum, em 2016.

Entretanto, Asselborn lembrou que, em2011, fez sua primeira visita oficial a Cubae finalizando 2016 voltou para participardas honras fúnebres do Comandante-em-chefe Fidel Castro.

O ministro dos Assuntos Exteriores e Eu-

ropeus, de Imigração e Asilo do Luxembur-go, referiu-se ao difícil contexto mundial emencionou a posse do presidente DonaldTrump, o Brexit na Europa, bem como a si-tuação na África e nos países do Golfo Pér-sico (Gabriela Ávila Gómez) •

• O segundo secretário doComitê Central do Partido,José Ramón Machado Ventu-ra, recebeu na tarde da se-gunda-feira, 12 de junho, osecretário-geral do PartidoComunista de Portugal(PCP) companheiro Jerónimode Souza, quem presidiuuma delegação que visitounosso país.

Machado explicou ao visi-tante os conteúdos essen-ciais dos documentos de ca-ráter estratégico, aprovadosrecentemente pela 3ª Reu-nião Plenária do Comitê Cen-tral do Partido e pela Assem-bleia Nacional do Poder Po-pular em sua segunda ses-são extraordinária.

Jerónimo de Souza reiterouo firme rechaço dos comunis-

tas portugueses à continuadapolítica de bloqueio econômi-co, financeiro e comercial dogoverno dos Estados Unidoscontra Cuba, pelas sérias li-mitações que impõe ao de-senvolvimento do nosso país,destacando a transcendênciado pensamento e a obra doComandante-em-chefe FidelCastro como legado para asatuais e futuras gerações derevolucionários.

Ambas as partes ratifica-ram o excelente estado dasrelações entre os dois parti-dos e a disposição de conti-nuar cooperando no fortale-cimento da unidade do mo-vimento comunista interna-cional.

Durante sua permanênciaem nosso país, a delegação

do PCP cumpriu um progra-ma que inclui a participaçãono ato de comemoração dosaniversários natalícios de An-tonio Maceo e Che Guevara,teve encontros com outros lí-deres do Partido, a União dosJovens Comunistas e as or-ganizações de massa e visi-tou diferentes objetivos eco-nômicos e sociais.

Acompanhou o distinto vi-sitante Pedro Guerreiro, res-ponsável pelas Relações In-ternacionais do PCP. Pelaparte cubana marcaram pre-sença José Ramón Bala-guer Cabrera, membro dosecretariado e chefe do De-partamento das RelaçõesInternacionais do ComitêCentral do Partido e outrosfuncionários. •

Raúl recebeu o chanceler do Grão-Ducado do Luxemburgo

ESTÚDIOS REVOLUCIÓN

Machado Ventura recebeudelegação do PartidoComunista de Portugal

JORGE LUIS GONZÁLEZ

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COLOR DE LA 4 PORTUGUES

A tecnologia médica cubana trabalhapara um atendimento de qualidade

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NACIONAL4 GRANMA INTERNACIONAL16.JUNHO.2017 |

COLOR DE LA 4 PORTUGUES

Danae González Del ToroFoto: Yaimí Ravelo Rojas

• O uso dos avanços tecnológicos oferecidos à sociedade esua implementação em diferentes setores como a medicina,tornou-se objetivo principal do Instituto Central de PesquisaDigital (ICID), com o propósito de garantir o bem-estar dopovo cubano.

Dedicado ao desenvolvimento da eletrônica médica, na Ilhamaior das Antilhas, a entidade pertence ao Grupo Empresa-rial Biocubafarma, que abrange a indústria farmacêutica, bio-tecnologia e de equipamentos médicos na Ilha.

Em 1969, foi fundado o ICID, como uma usina piloto chama-da inicialmente Centro de Pesquisas Digitais. Seu primeiropropósito foi o desenvolvimento de um minicomputador. Nodecurso de um ano, e com um pequeno grupo de jovens,entre engenheiros e alunos da Universidade de Havana, sur-giu o primeiro minicomputador digital cubano, o CID-201.

Posteriormente, com o aperfeiçoamento da tecnologia, sur-giram novos modelos, também alguns dispositivos como te-clados, terminais, bem como sistemas e superlinguagens deprogramação.

Em 1983, começaram as primeiras pesquisas aplicadas aequipamentos médicos e dois anos mais tarde foi introduzido,nos hospitais cubanos, o primeiro eletrocardiógrafo digital: oCARDIOCID-PC.

SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES

Pesquisar, desenvolver, produzir, comercializar e instalarequipamentos eletrônicos, bem como módulos, acessórios eaplicações informáticas destinadas à medicina e a biotecno-logia, levaram o ICID à conformação de um pessoal altamen-te qualificado.

Os produtos fabricados no centro são agrupados sob amarca comercial COMBIOMED, que é também a empresa decomércio exterior do ICID, com direito exclusivos para avenda de seus equipamentos no estrangeiro.

Em 1991, começou a exportação dos primeiros equipamen-tos médicos baseados no computador CARDIOCID M.

O vice-presidente comercial desta instituição, Israel Zayas,expressa ao semanário Granma Internacional: «Exporta-sefundamentalmente para a América Latina e a países como oMéxico, Venezuela, Equador, Colômbia e o Brasil».

«Também se conseguiu uma venda no continente africano,especificamente em Angola e estamos procurando outrosmercados internacionais».

Em Cuba, os fornecimentos são encaminhados, principal-mente ao Ministério da Saúde Pública e a alguns centros sa-nitários, como a Clínica Central Cira Gracía, o Centro de Pes-quisas Médico-Cirúrgicas (por sua sigla em espanhol Cimeq);o Centro Internacional de Saúde La Pradera; a clínica do Ins-tituto Nacional de Esportes, Educação Física e Recreação eo Centro Internacional de Reabilitação Neurológica (Ciren).

«Os custos nossos, com respeito aos equipamentos domercado internacional, têm uma diferença muito grande. Ovalor de um equipamento fabricado em Cuba é 40% menor

do que qualquer mercado internacional. Garantimos, ainda, ofornecimento das peças de reposição, com as quais contri-buirmos para a substituição de importações», acrescentaZayas.

DIRETRIZES DE NEGÓCIOS

As pesquisas se desenvolvem em parceria com organismosda saúde pública cubanas, entre os que figuram o Instituto deCardiologia e Cirurgia Cardiovascular, o Centro de Oncologiae o Centro de Cardiologia, William Soler, entre outros.

O ICID impulsiona uma diretriz de pesquisa cardiológica, aprincipal de suas pesquisas. Esta se divide em duas áreasfundamentais, diagnóstico e reabilitação para os hospitais dopaís, entre os que se acham os eletrocardiógrafos, o registra-do eletrocardiógrafo (ECG), portátil, o sistema para testes eesforços cardiorrespiratórios ERGOCID AT-PLUS), desfibrila-dores e monitores bifásicos.

Explica Zayas, também diretor comercial do ICID, que parao correto desenvolvimento deste setor inseriram alguns as-sessórios adquiridos no mercado internacional, com o fim deoferecer um serviço de maior qualidade.

Explica que também se oferece o serviço de manutenção ese garantem as peças de reposição e o pessoal especializa-do deste trabalho.

Destaca que o ICID possui duas usinas: a de produçõesmecânicas e produções eletrônicas. Na primeira são fabrica-dos os componentes que conformam os equipamentos médi-cos, utilizando para isso uma ampla variedade de maquina-rias e ferramentas de alta tecnologia.

«Na segunda se executa a preparação dos cartões e se ava-lia seu funcionamento e se instalam os equipamentos, bemcomo sua embalagem e preparação final, para depois ser ar-mazenados para completar seu destino final», acrescenta.

«Os equipamentos que se fabricam no centro cumprem asregulamentações SO 13485 e ISO 9001 para sua comerciali-zação, bem como a certificação do Centro para o ControleEstatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Mé-dicos (Cecmed), equivalente à certificação da ComunidadeEuropeia e a da Administração Federal de Medicamentos dosEstados Unidos», assevera.

O ICID foi merecedor de diversos prêmios pela qualidadede seus produtos, tais como o Prêmio ao Exportador, outor-gado pelo Ministério da Indústria Siderúrgica e a Eletrônica eo Prêmio Nacional de Design, entregue pelo Gabinete Nacio-nal de Design Industrial, entre outros. •

A tecnologia médica cubana trabalhapara um atendimento de qualidade

A produção de eletrocardiógrafos pelo Instituto Central de Pes-quisa Digital contribui para a substituição de importações nopaís.

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COLOR DE LA 5 PORTUGEZ

Inaugurado primeiro hotel de luxo

cinco estrelas plus

Novos hotéis para o turismo em Villa Clara

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NACIONAL 5GRANMA INTERNACIONAL16.JUNHO.2017 |

COLOR DE LA 5 PORTUGEZ

Yudy Castro Morales Foto: Jorge Luis González

• COMO expressão do interesse da indústria turística cuba-na de conquistar mercados cada vez mais exigentes e sa-tisfazer a demanda de serviços de alta qualidade foi inau-gurado, em 7 de junho, o Gran Hotel Manzana Kempinski,primeira instalação de luxo cinco estrellas plus, situado nocoração de Havana.

Segundo o titular do Ministério do Turismo (Mintur), Ma-nuel Marrero Cruz, esta obra, com 246 apartamentos, é aprimeira de um grupo de hotéis de grande luxo que estãosendo construídos no país, para mostrar o legado cultural,histórico e patrimonial cubano.

«A demanda por este tipo de serviços foi aumentando enos propusemos dar resposta a isso, daí que hoje se es-tejam fabricando instalações de tal natureza em todas ascidades patrimoniais». Nesse sentido, mencionou, paraapenas citar alguns exemplos, Viñales, Santa Clara, Trini-dad, Cienfuegos, Holguín, Gibara, Santiago de Cuba eBaracoa.

«Em Havana» — disse — que tem mais de 12 mil apar-tamentos, apenas metade deles são hotéis de categoriaquatro e cinco estrelas. Portanto, há uma demanda de ho-

téis desta categoria que devemos satisfazer». «No Gran Manzana, apontou, gerido pela companhia

Kempinski, de reconhecida fama internacional, estão apli-cadas as mais altas tecnologias e se aproveitaram ampla-mente os valores patrimoniais».

De acordo com Marrero Cruz, dispor de hotéis comoeste permitirá a entrada de novos segmentos de clientese tornará Cuba um destino turístico muito mais completo.

Durante a inauguração, o historiador da cidade de Hava-na, doutor Eusebio Leal Spengler, ressaltou o acabamen-to desta obra, justamente no ano do centenário da cons-trução desse prédio e em meio a esse contexto no qual setornou notória a restauração de outras edificações de ca-ráter público, como o Grande Teatro de Havana AliciaAlonso, o Teatro Martí, o Capitólio e outras.

Entretanto, o presidente da Junta Diretiva do Kempins-ki, Markus Semer, considerou que se trata de um mode-lo muito importante para sua companhia depois de terestado ausente por vários anos das Américas. «O mer-cado está pronto para um hotel de luxo como este. Comuma coleção de bares e restaurantes de alto padrão, aoestilo contemporâneo, este será o lar dos clientes maisexigentes». •

Freddy Pérez Cabrera Texto e foto do autor

• SANTA CLARA.— A reparação e construçãode seis novos hotéis em Villa Clara e o fortale-cimento de toda a rede de serviços conexosfaz parte do ambicioso programa de desenvol-vimento que acomete nessa província cubanado centro do país, rumo à próxima Feira Inter-nacional do Turismo, que será realizada, nopróximo ano, na ilhota Santamaría e que terácomo país convidado o Reino Unido.

De acordo com as precisões da delegadado Turismo na província, Regla Dayamí Ar-menteros Mesa, os hotéis, alguns dos quais jácomeçaram a ser edificados, serão construí-dos na rota Santa Clara-ilhota Santa María,dois deles; Florida e Floreale, na capital pro-vincial; Cosmopolitan, em Camajuaní; Bauzáe Leyenda, em Remedios; Comercio, em Cai-barién e em Sagua la Grande, o hotel Sagua,todos operados sob a marca de luxo Encantoe com categoria de quatro estrelas.

Precisou, igualmente, que estas instala-ções, às quais se somarão o hotel Central,que reabrirá as portas, brevemente, no ParqueVidal; mais outros apartamentos e áreas re-

creativas nos hotéis La Granjita, América eLos Caneyes, todos em Santa Clara, além deampliar a capacidade de hospedagem do ter-ritório, serão novas opções da modalidade deturismo cultural e/ou patrimonial, de grandedemanda nos mercados estrangeiros, espe-cialmente o europeu.

«De igual maneira, já se trabalha, emboranão seja para o plano de investimento do pró-ximo ano, no desenvolvimento da Ilhota Esqui-vel, ao norte de Sagua la Grande, um lugar deenorme potencial para o turismo, onde seprevê executar um hotel de luxo, com catego-ria cinco estrelas, ideias que serão apresenta-das aos visitantes na próxima FIT-Cuba 2018»,assegurou a delegada do ramo em Villa Clara.

«Dada a magnitude dos empreendimentos ea exigência de manter os padrões construtivosao mais alto nível, na edificação das novasinstalações e a rede extrahoteleira, participa-rão trabalhadores de Emprestur de várias pro-víncias, o qual exige o trabalho em parceriacom indústrias e entidades do território, a fimde reanimar, também, a infraestrutura cultural,gastronômica e de outros serviços nos muni-cípios envolvidos», assegurou a diretiva. •

Inaugurado primeiro hotel de luxo

cinco estrelas plus

Novos hotéis para o turismo em Villa Clara

Grande alegria provocou, nos povoadores de Caibarién, a notícia da reabilitação do hotel Comercio.

O presidente dajunta diretiva do

Kempinski,Markus Semer,considerou quese trata de um

momento muitoimportante parasua companhia,

depois de terestado ausentepor vários anosdas Américas.

«O mercado estápronto para um

hotel de luxocomo este»,

afirmou.

O Gran HotelManzanaKempinski, de246apartamentos, éo primeiro deum grupo dehotéis de grandeluxo que estãosendoconstruídos nopaís.

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COLOR DE LA 5 PORTUGEZ

Inaugurado primeiro hotel de luxo

cinco estrelas plus

Novos hotéis para o turismo em Villa Clara

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NACIONAL 5GRANMA INTERNACIONAL16.JUNHO.2017 |

COLOR DE LA 5 PORTUGEZ

Yudy Castro MoralesFoto: Jorge Luis González

• COMO expressão do interesse da indústria turística cuba-na de conquistar mercados cada vez mais exigentes e sa-tisfazer a demanda de serviços de alta qualidade foi inau-gurado, em 7 de junho, o Gran Hotel Manzana Kempinski,primeira instalação de luxo cinco estrellas plus, situado nocoração de Havana.

Segundo o titular do Ministério do Turismo (Mintur), Ma-nuel Marrero Cruz, esta obra, com 246 apartamentos, é aprimeira de um grupo de hotéis de grande luxo que estãosendo construídos no país, para mostrar o legado cultural,histórico e patrimonial cubano.

«A demanda por este tipo de serviços foi aumentando enos propusemos dar resposta a isso, daí que hoje se es-tejam fabricando instalações de tal natureza em todas ascidades patrimoniais». Nesse sentido, mencionou, paraapenas citar alguns exemplos, Viñales, Santa Clara, Trini-dad, Cienfuegos, Holguín, Gibara, Santiago de Cuba eBaracoa.

«Em Havana» — disse — que tem mais de 12 mil apar-tamentos, apenas metade deles são hotéis de categoriaquatro e cinco estrelas. Portanto, há uma demanda de ho-

téis desta categoria que devemos satisfazer». «No Gran Manzana, apontou, gerido pela companhia

Kempinski, de reconhecida fama internacional, estão apli-cadas as mais altas tecnologias e se aproveitaram ampla-mente os valores patrimoniais».

De acordo com Marrero Cruz, dispor de hotéis comoeste permitirá a entrada de novos segmentos de clientese tornará Cuba um destino turístico muito mais completo.

Durante a inauguração, o historiador da cidade de Hava-na, doutor Eusebio Leal Spengler, ressaltou o acabamen-to desta obra, justamente no ano do centenário da cons-trução desse prédio e em meio a esse contexto no qual setornou notória a restauração de outras edificações de ca-ráter público, como o Grande Teatro de Havana AliciaAlonso, o Teatro Martí, o Capitólio e outras.

Entretanto, o presidente da Junta Diretiva do Kempins-ki, Markus Semer, considerou que se trata de um mode-lo muito importante para sua companhia depois de terestado ausente por vários anos das Américas. «O mer-cado está pronto para um hotel de luxo como este. Comuma coleção de bares e restaurantes de alto padrão, aoestilo contemporâneo, este será o lar dos clientes maisexigentes». •

Freddy Pérez CabreraTexto e foto do autor

• SANTA CLARA.— A reparação e construçãode seis novos hotéis em Villa Clara e o fortale-cimento de toda a rede de serviços conexosfaz parte do ambicioso programa de desenvol-vimento que acomete nessa província cubanado centro do país, rumo à próxima Feira Inter-nacional do Turismo, que será realizada, nopróximo ano, na ilhota Santamaría e que terácomo país convidado o Reino Unido.

De acordo com as precisões da delegadado Turismo na província, Regla Dayamí Ar-menteros Mesa, os hotéis, alguns dos quais jácomeçaram a ser edificados, serão construí-dos na rota Santa Clara-ilhota Santa María,dois deles; Florida e Floreale, na capital pro-vincial; Cosmopolitan, em Camajuaní; Bauzáe Leyenda, em Remedios; Comercio, em Cai-barién e em Sagua la Grande, o hotel Sagua,todos operados sob a marca de luxo Encantoe com categoria de quatro estrelas.

Precisou, igualmente, que estas instala-ções, às quais se somarão o hotel Central,que reabrirá as portas, brevemente, no ParqueVidal; mais outros apartamentos e áreas re-

creativas nos hotéis La Granjita, América eLos Caneyes, todos em Santa Clara, além deampliar a capacidade de hospedagem do ter-ritório, serão novas opções da modalidade deturismo cultural e/ou patrimonial, de grandedemanda nos mercados estrangeiros, espe-cialmente o europeu.

«De igual maneira, já se trabalha, emboranão seja para o plano de investimento do pró-ximo ano, no desenvolvimento da Ilhota Esqui-vel, ao norte de Sagua la Grande, um lugar deenorme potencial para o turismo, onde seprevê executar um hotel de luxo, com catego-ria cinco estrelas, ideias que serão apresenta-das aos visitantes na próxima FIT-Cuba 2018»,assegurou a delegada do ramo em Villa Clara.

«Dada a magnitude dos empreendimentos ea exigência de manter os padrões construtivosao mais alto nível, na edificação das novasinstalações e a rede extrahoteleira, participa-rão trabalhadores de Emprestur de várias pro-víncias, o qual exige o trabalho em parceriacom indústrias e entidades do território, a fimde reanimar, também, a infraestrutura cultural,gastronômica e de outros serviços nos muni-cípios envolvidos», assegurou a diretiva. •

Inaugurado primeiro hotel de luxo

cinco estrelas plus

Novos hotéis para o turismo em Villa Clara

Grande alegria provocou, nos povoadores de Caibarién, a notícia da reabilitação do hotel Comercio.

O presidente dajunta diretiva do

Kempinski,Markus Semer,considerou quese trata de um

momento muitoimportante parasua companhia,

depois de terestado ausentepor vários anosdas Américas.

«O mercado estápronto para um

hotel de luxocomo este»,

afirmou.

O Gran HotelManzanaKempinski, de246apartamentos, éo primeiro deum grupo dehotéis de grandeluxo que estãosendoconstruídos nopaís.

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NACIONAL6 GRANMA INTERNACIONAL16.JUNHO.2017 |

Yenia Silva CorreaFotos: Ismael Batista Ramírez

• OS sonhos de Ana se esvaíram mal re-cebeu o diagnóstico, poucas semanasdepois do nascimento do seu bebê. Onome quase impossível de proferir dopadecimento era a constância de queexistia uma deficiência severa na crian-ça, que viria a mudar irremediavelmentea dinâmica familiar. Ela não veria seufilho formar-se no que ele quiser paraganhar a vida e ela teria que se engajartotalmente, e durante a vida toda, no seucuidado.

Os anos já pesam para Maria. A partirdo nascimento sua filha é totalmente de-pendente dela. A filha quase atinge os 30anos e são muitos os momentos felizesque dá para todos em casa, apesar desuas deficiências. Porém, a mãe só temuma preocupação: Quem cuidará delaquando eu não existir?

Certamente Ana e María são persona-gens imaginárias, mas a situação destasmães de filhos com deficiências severasestá longe de ser uma invenção, poisnão são poucas as mulheres que enfren-tam circunstâncias deste tipo e a vida fazcom que se dediquem totalmente aoatendimento de seus filhos. E a elas,quem as protege? Como recebem o sus-tento para elas e suas crianças?

O TEMPO TODO

Conversando com a vice-diretora-geraldo Instituto Nacional de Previdência So-cial, Haydée Franco Leal, tratamos detemas como a proteção que Cuba ofere-ce às mães de filhos com deficiência se-vera, as quais — perante a situação mé-dica das crianças — são obrigadas adesvincular-se do emprego.

«Hoje, a legislação da proteção da ma-ternidade da mulher trabalhadora conce-beu a ajuda para o caso da mãe que tiverum filho com uma doença que requeirade atendimento especial ou que possuauma deficiência física sensorial.

«Levando em conta que essa criançanão pode ser levada a um centro de edu-cação nem de saúde; caso completar umano de vida acarretando estes proble-mas, existe uma licença não retribuídapara a mãe, até a criança completar ostrês anos».

«A legislação contempla outras licen-ças não retribuídas para a proteção dacriança, as quais seriam posteriores aostrês anos, caso esta não possa ser insti-tucionalizada, bem seja na educação ouna saúde pública».

«Também existe o cumprimento de de-terminados requisitos que estabelece alei no caso da mulher trabalhadora: de-pois de trabalhar quatro meses nos limi-tes do semestre anterior à solicitação dalicença, tem direito para pedir uma licen-ça não retribuída, para o cuidado dacriança, até os 17 anos de idade».

Segundo a especialista, estas medidasde proteção mostram a essência huma-nista da Revolução Cubana para aquelesque mais necessitam dela, pois as pes-soas que não são aptas para trabalhar —incluindo as mães que devem cuidar deseus filhos o tempo completo — não sãoabandonadas à própria sorte.

«A proteção para as mães de filhoscom deficiência severa que tiveram quedeixar o emprego, porque a criança de-mandava atendimento permanente e por

tempo indefinido, não era concebida nalegislação anterior. Foi por isso que sur-giu esta disposição, que é um exemplovivente do humanismo de nosso sistemarevolucionário».

«Com o novo Decreto-lei no 339 foi re-conhecido o tempo dedicado ao cuidadoda criança como tempo de serviço paraque a mãe, após atingir os requisitos es-tabelecidos na legislação, possa acessarao direito da pensão por idade, estabele-cida no Regime Geral de Previdência So-cial para os trabalhadores».

NINGUÉM FICA DESAMPARADO

Até agora, só falamos da trabalhadoracom um filho que padece alguma defi-ciência, mas pode acontecer que a mãedo filho com deficiência severa nãotenha vínculo de trabalho.

Também elas têm o direito à proteçãoda Previdência Social.

A vice-diretora de Prevenção, Assistên-cia e Trabalho Social explica que a lei505, entre os serviços comunitários, es-tabelece uma proteção às mães de filhoscom deficiência severa.

«Esta proteção consiste no reconheci-mento dos anos de serviço do tempo quea mãe dedique ao atendimento do filhopermanentemente», sublinhou a funcio-nária».

«Esse é considerado o trabalho damãe, é por isso que se reconhecemestes anos, a partir de que se avalia aproteção, começando a aposentadoria,para que a mãe tenha o direito avaliadona lei que manifesta acessar, em algummomento, à pensão de aposentadoria».

«Esse é um caso que também gera, aofalecer a mãe, pensão por sobrevivênciapara o filho com deficiência. As duaspensões são geradas através daquiloque é estabelecido pela lei».

«Caso falecer a mãe e a criança per-manece viva, como qualquer mãe traba-lhadora, tem uma pensão por sobrevi-vência para que tenha uma ajuda econô-

mica».

AS PRESTAÇÕES

As mães de filhos com deficiência se-vera, consideradas pessoas protegidaspelo regime da Previdência Social, des-frutam de outros serviços que é perti-nente mencionar: prestações monetáriastemporárias, o pagamento do bilhete detransporte e da estada em outra provín-cia para fazer um tratamento médico sis-temático fora do lugar onde a pessoamora; o pagamento do serviço de eletri-cidade para pacientes com doenças crô-

nicas que são definidas na Resolução146ª, do Ministério da Saúde Pública e aentrega de equipamentos e recursosàquelas pessoas que carecem deles eque são vitais para manter a vida do pa-ciente em seu domicilio.

«A entrega de recursos — declara avice-diretora de Prevenção, Assistência eTrabalho Social — é uma das modalida-des de proteção que nós temos».

«Contamos com um orçamento amplodesde 2014 até hoje, com o qual se poderespaldar a situação de muitas famíliasque têm uma situação social crítica eque identificamos. A partir disso se en-tregam os recursos necessários paraque, sobretudo, as crianças e idosos, re-ferindo algumas das pes-soas que sãovulneráveis na família, mantenham umavida digna».

«Isso na população tem um impactomuito positivo e soluciona diferentes pro-blemas pontuais que vínhamos enfren-tando há muito tempo. Agora temos umorçamento na Previdência Social que édestinado, somente, para a compra des-tes equipamentos, independentementedo orçamento que temos sempre paraoutras prestações».

Embora seja conhecido que a mãe émuito importante na vida de uma criançacom qualquer tipo de deficiência, a pro-teção que se concede às mães nesta si-tuação também é aplicada aos pais.

Os dados oferecidos pela diretoria dePrevenção, Assistência e Trabalho So-cial, mostram que até o primeiro trimes-tre de 2017 estavam protegidos pela Pre-vidência Social 3.622 familiares de mãesde filhos com deficiência severa no paístodo.

Números que falam por si só das nãopoucas mulheres com histórias seme-lhantes às das heroínas que apareceramneste artigo e que, independentementede sua situação para trabalhar, sempretêm para elas e para seus fi-lhos as ga-rantias de uma vida com dignidade, am-paro e a atendimento. •

As mães do setor não estatal

• NO setor não estatal cada uma das atividades que hoje se desempenha é amparadapelos regimes especiais da Previdência Social, os quais são concebidos para adequaros benefícios às condições nas quais realizam a atividade essas trabalhadoras.

A maternidade da trabalhadora é condicionada aos benefícios, mas não são iguais. Oconceito da licença não retribuída não está no setor não estatal; contudo a mãe podepedir a suspensão do exercício da atividade por razões justificadas e contempladas emcada um dos regimes especiais no quais se ampara a trabalhadora que tem que se de-dicar ao cuidado da criança. •

A quem protege a PrevidênciaSocial em Cuba?

• A necessidade de proteção da previdência social é determinada quando se demons-tra a deficiência dos membros da família para incorporar-se ao trabalho, motivados porsituações de saúde, deficiência ou outras causas justificadas; quando se verifiquem in-suficiências das receitas para assumir a alimentação ou medicamentos, o pagamentode serviços básicos e a carência de familiares obrigados a oferecer apoio. •

Maternidade com garantias em tempo completoMais de 3.500 mães de filhos com deficiências severas são protegidas pela Previdência Social

«A entrega de recursos é uma das modalidadesde proteção que nós temos», declara a vice-diretora de Prevenção, Assistência e TrabalhoSocial, Belkis Delgado Cáceres.

Segundo a vice-diretora-geral do InstitutoNacional de Previdência Social, Haydée FrancoLeal, as medidas de proteção mostram aessência humanista da Revolução Cubana paraaqueles que mais necessitam dela.

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NACIONAL 716.JUNHO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

Texto e fotos: Nuria Barbosa León

• DENTRE os produtos mais co-nhecidos e procurados pelos cu-banos estão os doces, polpas,pastas e conservas, produzidosna Unidade Empresarial de Base(UEB) La Conchita, situada naprovíncia de Pinar del Río e compossibilidades de processar volu-mes superiores às 12 mil tonela-das por ano.

A fábrica foi fundada no ano1937 em várias casas da rua 20de Mayo, esquina a AntonioRubio, na capital de Pinar delRío. Deve seu nome à mãe deseus proprietários, chamadaConcepción Martínez e conheci-da por Conchita. Começou suaprodução com goiabada, destina-da ao lanche das crianças nasescolas.

Em 1942, já trabalhavam nela150 operários em horários de até12 horas de trabalho. Entretanto,foi introduzida tecnologia estran-geira e ampliados os armazéns.Posteriormente, a fábrica foitransferida para um local a setequilômetros da cidade, pela estra-da central (locação atual) e foramconstruídos mais dois hangares,um tanque de petróleo com capa-cidade para 65 mil galões, outrode gasolina de 1.400 galões, umescritório e serviços sanitários.

Com o triunfo da Revolução Cu-bana mudaram radicalmente ascondições. Em 14 de outubro de1960 deixou de ser propriedadeprivada e foram aplicadas trans-formações tecnológicas, como ainstalação de uma máquina térmi-ca transformadora de pastas defrutas, na década de 1980 do sé-culo passado; uma linha de sucose néctares, no ano 2000, e outrade embalagens assépticas, umano depois.

Hoje, elaboram um amplo lequede produtos destinados ao turis-mo na Ilha, à exportação e aoconsumo nacional.

Atendendo a suas produções,trabalham ali 500 trabalhadores,325 deles ligados diretamente àprodução. Sua estrutura é confor-mada por quatro áreas produti-vas, uma de manutenção, arma-zéns, um prédio administrativo euma oficina automotriz. Esta enti-dade está inscrita como uma Uni-dade Empresarial de Base, su-bordinada à Empresa Nacionalde Conservas de Vegetais, per-tencente ao Grupo Empresarialda Indústria Alimentar (GEIA)conformado a partir da reorgani-zação feita na economia cubana,na atual década.

Sua diretora, Fara María PérezHernández, explicou ao GranmaInternacional que em La Conchitasão processadas polpas de fru-tas, mamão, cascas de toranjas ede goiaba (a afamada barra LaConchita), fatias de manga, néc-tares e cremes de frutas. Outrasproduções são os molhos deriva-dos do tomate para cozinhar mas-sas, sopas e purê, mais a maione-se em diversos formatos de em-balagem.

Quanto à estratégia produtivapara o ano 2017, Fará, também

engenheira, apontou: «Começa-mos o primeiro semestre combons resultados produtivos, ascampanhas de vegetais atingiramgrandes volumes. Definimos umplano para processar 14 mil tone-ladas de tomate e hoje alcança-mos as 15.300, o qual favorece ocumprimento da produção anual.Temos contratada a matéria-prima para trabalhar até janeirode 2018».

Para este ano fazem um empre-endimento relacionado com a ins-talação de uma usina de trata-mento de resíduos. Também cum-prirão os programas de manuten-ção geral nas diferentes áreasprodutivas. Em 2016, foi completa-da a reparação de duas delas epara o atual ano continuam mo-dernizando mais duas, o qual ga-rantirá melhores condições de tra-balho.

Tudo isso responde a que LaConchita faz parte da pasta denegócios do Ministério do Co-mércio Exterior de Cuba e elabo-ra a lista de produtos a seremproduzidos, para satisfazer pedi-dos pontuais de compradores es-trangeiros.

Ao mesmo tempo, estão interes-sados em negociar com investido-res estrangeiros para melhorar ascondições tecnológicas da usinae incrementar os resultados pro-dutivos.

Pérez Hernández assegurouque a maior fortaleza de La Con-chita assenta no pessoal que tra-balha ali, com um alto sentido depertença, garantido pela estabili-dade do pessoal com mais de dezanos ligado ao lugar. «Os traba-lhadores se apaixonam pelo pro-cesso produtivo, pelos resultadose se esforçam para cumprir seuscompromissos», ressaltou.

Com ela concorda a operáriaFelicia Ramos Martínez, com 34anos de trabalho na entidade eprodutora na linha de doces emcalda e conservas de vegetais.

Ela relata que chegou na décadade 1980 à usina, porque seu ma-rido ganhou uma casa na comuni-dade próxima.

Acrescentou Fela, como cari-nhosamente é chamada: «Chegona fábrica antes das 6h00. Prepa-ro as condições de trabalho paraacolher o pessoal, depois os colo-co em cada uma das atividades aserem realizadas no dia. Paraisso, me auxilio do chefe da Área.Também, entrego os instrumentosde trabalho e os meios de prote-ção. Quando um trabalhador seausenta, ocupo seu lugar paraque a produção não se prejudi-que. A atividade diária concluicom a faxina da área e a entregaao próximo turno de trabalho».

Para ela embalar, rotular ou co-locar em caixas os produtos ela-borados são as tarefas que commaior destreza realiza.

«Os trabalhadores me acom-panham porque enfrento meu tra-balho com muita energia. Soulíder sindical de minha área, commais de 170 afiliados, deles 66aposentados. Cumpro com mi-nhas atividades sindicais, na cole-ta das finanças e no atendimentodireto aos trabalhadores na solu-ção de seus problemas de traba-lho», apontou.

Afirma que recebeu diversoscursos e capacitações para ad-quirir habilidades na operaçãodos equipamentos e sente orgu-lho ao dizer que detém o recordeda mais alta produtividade em umdia de trabalho. Por tais façanhas,recebeu diplomas e reconheci-mentos, como a medalha PedroMarrero, dada pelo sindicato dosetor. Inclusive, participou de con-gressos e eventos nacionais.

Outro caso é a jovem licenciadaYudith Montes Evora, que ao fin-dar seus estudos de técnicomédio fez seu estágio em La Con-chita e depois foi estimulada a es-tudar a Licenciatura em Direitoem um curso para trabalhadores.

Em 2013, ao concluir a universi-dade, ocupou uma vaga de espe-cialista no gabinete de RecursosHumanos da instituição.

Ela explica que existem duasvias de contratação da força detrabalho, uma por convocatóriasabertas à comunidade e outrapela designação de graduados denível médio e superior, ao con-cluírem carreiras afins à indústria.Este pessoal realiza um estágiopor dois anos cumprindo umplano para capacitar-se nas dife-rentes atividades produtivas dausina para depois se desempe-nhar em uma função específica.

«Para todos — explica a jovem— é muito positivo trabalhar aquipela possibilidade de superaçãoprofissional e porque nossos salá-rios estão ligados aos resultadosprodutivos. Enquanto mais produ-zamos mais ganhamos. Tambémse promovem eventos para gene-ralizar as experiências técnicasatingidas, penso nos Foros deCiência e Técnica e nas BrigadasTécnicas Juniores Em ambos osmovimentos é promovido o con-hecimento, para oferecer soluçõ-es aos obstáculos produtivos.Essas propostas se escrevem esão apresentadas às diferentesindústrias para ser partilhadascom outras instituições similares».

Com ela concordou Germán Ro-dríguez López, operário aposenta-do da usina, que sente orgulho porter trabalhado na entidade mais de30 anos. Ele é convidado a todasas atividades e festas, ainda estáafiliado ao sindicato e participa doseventos científicos e nas assem-bleias do centro, porque sua opi-nião é levada em conta.

Arguiu que sua casa foi cons-truída pelos operários de La Con-chita em uma comunidade próxi-ma, pelo qual expressa um pro-fundo agradecimento à direção dausina e à Revolução. Resume issoem: «Todos nós nos sentimoscomo uma verdadeira família». •

Em La Conchita se produzem sucos de frutas, geleias naturais e concentradas, frutas em calda, derivados do tomate, vegetais esterilizados, maionese e molhos; feijão em conserva,

polpas e conservas de vegetais.

A licenciada Yudith Montes Evoradestaca a possibilidade de superaçãoprofissional em La Conchita e avinculação do salário aos resultadosprodutivos.

O aposentado Germán RodríguezLópez elogia o sentido de pertençano centro.

Felicia Ramos Martínez é uma dastrabalhadoras mais eficientes, senteorgulho ao dizer que detém o recordeda mais alta produtividade em umdia de trabalho.

INDÚSTRIA DE CONSERVAS

La Conchita: história, presente e futuro

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COLOR DE LA 8 PORTUGUES

Dentro do aeroporto cubano: questões legais

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ESPECIAL8 GRANMA INTERNACIONAL16.JUNHO.2017 |

COLOR DE LA 8 PORTUGUES

Katheryn Felipe Foto: Ismael Batista

• SEGUNDO dados oficiais da Al-fândega do aeroporto internacionalJosé Martí (Aaijm), de Havana, em2006, aproximadamente 91% dos2,4 milhões de passageiros quechegaram a Cuba pelos diferentesterminais utilizou o chamado de‘canal verde’, quer dizer, não decla-raram nada perante a Alfândega.

Lembremos que, situada entre oslugares mais reconhecidos do Cari-be, Havana é o principal ponto deentrada ao país. Pelo aeroporto dacapital chega a Cuba 47% do totalde visitantes, que durante 2015 ul-trapassou o número de 1,6 milhão,vindo, fundamentalmente, dos Es-tados Unidos, França, Itália, Méxi-co, Espanha, Reino Unido e Ale-manha. Este número incrementou-se em quase mais um milhão de vi-sitantes, entre 2015 e 2016.

Em uma análise exaustiva com osemanário Granma Internacional, achefa do Departamento dos Assun-tos Legais da Aaijm, Maydel TarréCala, destacou que, embora setenha incrementado o uso do ‘canal

verde’, que em 2015 era de 87%,constitui uma prioridade incremen-tá-lo ainda mais, «em prol de con-seguir a facilidade no trânsito dospassageiros pela fronteira duranteo despacho e controle requeridos.Isso exige maior profissionalismo ecultura jurídica na prestação de ser-viços alfandegários e que a popula-ção conheça melhor as regulamen-tações estabelecidas».

A especialista explica que o incre-mento da entrada de passageiros àIlha maior das Antilhas acarretoumaior atividade para os oficiais oufuncionários da Alfândega nos ter-minais aéreos. Especificamente,em 2016, realizaram-se 21.371atuações primárias, 2.700 a maisdo que em 2015.

É preciso esclarecer que asditas ‘atuações’ são definidascomo a ação do funcionário da Al-fândega sobre determinado artigoou mercadoria, que precisa entãoo preenchimento de um formulário,quer dizer, uma Ata de Retenção eNotificação e, em alguns casos,uma resolução que ampara a con-fiscação.

Por outro lado, nem sempre queo passageiro tenha que declararperante a Alfândega implica que setenha que produzir uma retençãoou confiscação. Isso acontecequando se infringe uma regulamen-tação vigente ou quando é precisocumprir um requerimento determi-nado para o despacho ou devolu-ção do artigo (medida que implicaretenção).

Em todos os casos as mercado-rias e os bens do passageiro sãoguardados e é informado dos direi-tos que tem para estabelecer ou re-alizar uma reclamação durante otempo legal. Se bem o incrementopermanente dessas atuações pri-márias provoca maior número dereclamações, é preciso destacarque em 2016, (487) só houve 19apelações a mais do que em 2015(468).

A funcionária informa que nosdois últimos anos, os de maior inci-dência foram os passageiros nacio-nais residentes e não residentes.

Do total das reclamações, 89declararam-se a favor do passa-geiro. Segundo Tarré Cala, esse

A advogada mais experiente da Aaijm, Niusha Suárez Eizméndiz, desfruta influirna formação profissional da força fundamental dos oficiais da Alfândega.

Dentro do aeroporto cubano: questões legais

Uma pequena fatia dos passageiros que chegam a Havana tem objetos para declarar e quase sempre sãocidadãos que moram na Ilha ou fora dela.

A chefa do Departamento dos Assuntos Legais da Aaijm, Maydel TarréCala, destaca que, embora se tenha incrementado o uso do canal verde,procura-se incrementá-lo ainda mais.

Dos 2,4 milhões de passageiros que chegaram a Cuba pelo aeroporto da capital, 91% delespassou pelo chamado de ‘canal verde’.

Uma dasfunções

muitoparticulares

do Direitodentro da

Aaijm éparticipar

noscontroles

que serealizam

nosterminais.

O aumento crescente da entrada de passageiros ao país resultou em um aumento na atividade dos funcionários da Alfândega nos terminais aéreos

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ESPECIAL 9GRANMA INTERNACIONAL16.JUNHO.2017 |

número responde, o mais dasvezes, a que o visitante pede re-embarcar a mercadoria ou queseja entregue a um familiar queviajou com ele, ou apresenta umdocumento com o qual não conta-va no dia da chegada.

«Embora estejamos zelando naaplicação de regulamentações pré-estabelecidas que, às vezes, exi-gem a confiscação, existem situa-ções que, de maneira excepcional ecom muita humanidade, são avalia-das profundamente. Por exemplo,quando se trata de crianças ou pes-soas doentes», assevera Maydel,também licenciada em Direito.

Como refere a especialista, res-ponsável pela recolha da informa-ção dos dados internos dos termi-nais, as infrações se materializamquando é vulnerada ou violada umaregulamentação legal vigente que aAlfândega, aplicando o controle,deve exigir sua execução e dissoderiva a confiscação administrativadas mercadorias.

Normalmente, as confiscaçõessão relacionadas com a posse deartigos cuja importação é proibi-da, as quantidades repetidas deum mesmo artigo, que indicam ocaráter comercial do mesmo e oexcesso de bagagem, entre ou-tras causas.

Apesar de que ainda a populaçãonão consegue compreender e do-minar a regulamentação alfandegá-ria, é um princípio o tratamento pro-fissional e agradável na fronteirapara todos os passageiros, inde-pendentemente do seu status, cate-goria migratória e nacionalidade.

Tarré Cala explica que todos ospassageiros são tratados damesma forma. «Caso um visitantecometer alguma infração, age-sesobre ele», assevera.

«Os turistas também são subme-tidos a um controle alfandegárioquando viajam ao país. Contudo,são menores as incidências quantoa infrações administrativas alfande-gárias, pois na maioria dos casos,eles vêm tão só acompanhados deescassos artigos pessoais», mani-festa a executiva da Alfândega.

«Nosso dever é assessorar aspessoas e é dever do cliente ou dodestinatário cumprir as regulamen-tações. Somos funcionários do Es-tado, munidos de uma autoridade,com grande responsabilidade. Àsvezes, somos mais associados àconfiscação de artigos e pertençasdos passageiros do que à vigilânciaque impede a entrada de drogas aopaís ou uma bomba. Tudo aquiloque realizamos é para oferecer pro-teção e tranquilidade aos cida-dãos», argui.

***

O que, com certeza, poucossabem é que por trás do esforço pe-rene para tornar mais ótimo o fun-cionamento profissional da Aaijm,está o dinâmico desempenho deseis advogadas profissionais.

Ainda que a prática internacionalreconheça em muitos países o Di-reito Alfandegário como especiali-dade, não acontece dessa forma naIlha. Não obstante, nos últimosanos o trabalho da direção da Al-fândega Geral da República (AGR)faz com que a sociedade esteja re-conhecendo melhor esse trabalho.

Daí que seja uma tarefa invulgara realizada pelas mulheres lidera-das por Torré Cala que, como de-fensoras da Aaijm, desempenham-se, às vezes, como assessoras e

representam a entidade, também,como pessoas jurídicas na assina-tura de contratos econômicos oucontrovérsias com outros organis-mos ou processos perante os tribu-nais.

Ao mesmo tempo, são responsá-veis por zelar pela legalidade dosprocessos de trabalho: a partir dasdisposições da AGR ou medidasdisciplinares, até as nomeações,promoções e demissões.

Para a entrevistada, que chegou àAaijm em 2001, após se formar emDireito, na Universidade de Havana,a matéria alfandegária é muito com-plexa e é preciso atualizar-se cons-tantemente de tudo o que se conhe-ce, não só em temas nacionais, mastambém internacionais.

Reconhece que graças à Internetconseguem se manter atualizadasacerca dos convênios internacio-nais e tudo o que é emitido nomundo relativamente à Alfândega.Igualmente, explica: «Foi difícil as-sumir a maternidade e realizar, si-multaneamente, as tarefas do lar eas de um trabalho amplo e diverso,que nunca acaba».

Através da União dos Juristas deCuba, à qual pertencem todas suasintegrantes, a equipe legal estendesua assessoria à preparação e di-vulgação de boletins e outros mate-riais instrutivos, a participação emeventos científicos, bem como mi-nistrar aulas e cursos que têmcomo centro as técnicas e regimesalfandegários e o enfrentamento aatos ilícitos, além da preparação esuperação em temas legais dos ofi-ciais da Alfândega e dirigentes daAaijm.

Conhecida por seu sólido desem-penho, Niusha Suárez Eizméndiz,com 17 anos de experiência naAaijm, refere que o advogado da Al-fândega deve dominar muitos co-nhecimentos específicos. «Istoexige uma cultura geral, que permi-ta saber tanto de patrimônio quantode equipamentos técnicos, psicolo-gia ou informática, sem descurar oponto de vista legal. Exige muita do-cumentação para exercer o contro-le e incidir na formação profissionalda força fundamental da Alfândega,que são os oficiais que trabalhamem marinas, portos, aeroportos e osetor postal».

Suárez Eizméndiz assevera quena Alfândega tudo está regido pelalei e existe uma base política parafazê-lo cumprir. Com poucos recur-

sos tentam elevar o desempenhoprofissional de todos os trabalha-dores.

A esse respeito, Tarré Cala ex-pressa: «Apesar de que não temosconseguido a especialização quequeremos que tenham os supervi-sores do Departamento de Atençãoà População, formado por especia-listas nos temas da Alfândega, jun-tamos-nos a eles para o atendi-mento e tramites de todas as recla-mações e inconformidades que sur-jam depois da aplicação da regula-mentação alfandegária, em relaçãoàquelas questões puramente técni-co-legais, como uma declaração deherdeiros ou um termo de respon-sabilidade».

«Para a advogada da Aaijm,Laimy Yi León, há uma década, évital o trabalho de assessoria legal,tanto da população quanto do fun-cionário alfandegário, cujo desem-penho não se limita à atuação dian-te do passageiro, mas também aexplicação clara da regulamenta-ção e a aplicação do que seja cor-reto», conclui.

***

A responsável pela área legal,alega que atualmente encaminhama documentação para responder àsqueixas, reclamações, recursos deapelação contra atos administrati-vos como são as confiscações e assanções impostas às pessoas natu-rais ou jurídicas; e apresentam o re-sultado perante a Comissão de Le-galidade, órgão colegiado e asses-sor que, presidido pelo Chefe da Al-fândega e outros membros, avaliacada reclamação ou inconformida-de apresentada pela população eos passageiros, bem como a regu-lamentação infringida, o que alegaquem estiver reclamando e as deci-sões tomadas.

Esta comissão reúne-se cada se-mana e a sentença ou decisão écomunicada, de forma escrita, àpessoa, pelo Departamento deAtendimento à População.

Outras funções muito particularesdo Direito no seio da Aaijm é fazerparte dos requerimentos de passa-geiros que não pagaram as impor-tações e mantenham uma dívida tri-butária com a administração da Al-fândega ou os controles alfandegá-rios que se realizam em determina-das áreas localizadas nos termi-nais, como o Departamento de Ob-

jetos Perdidos e Achados, que re-colhe objetos achados nos aviõesou artigos abandonados no salão,ou os chamados quartos de confis-cação ou retenção.

Em outro sentido, a advogadaadmite que, atualmente, recebemum grupo de jovens, que precisamcontinuar sua preparação. A Alfân-dega tem a Escola de Formação Al-fandegária que, constantemente,aperfeiçoa seus métodos de ensinoe planos de estudo e prevê, inclusi-ve, converter o curso básico de ofi-ciais da Alfândega em uma espe-cialidade.

Segundo Tarré Cala: «O advo-gado é essencial. Não pode exis-tir um chefe de Alfândega quenão contemple seu assessor jurí-dico como uma fortaleza. Nos úl-timos anos ganhamos maior des-taque e envolvimento em outros

ramos competentes da Alfânde-ga, mas continuamos aspirando aatingir novos patamares na ativi-dade de assessoria legal, espe-cialmente em momentos em quese trabalha na institucionalizaçãodo país».

«Temos influências do que éem Cuba o direito administrativo,o mercantil e o econômico. Mere-cemos um espaço próprio. Tudoaquilo que nos torne mais com-petentes, inclusive em nível doDireito internacional, é significa-tivo».

«Trabalhar para sermos maisprofissionais e competentescomo especialistas do Direito nostorna melhores servidores públi-cos, na função de zelar pela lega-lidade em todos os processos al-fandegários e garantir o respeitodos direitos da população». •

Laimy Yi León refere que um pessoal qualificado deve, entre outras coisas,saber lidar com o passageiro, explicar-lhe a regulamentação e aplicar o queseja correto.

Embora os oficiais da Alfândega zelem pela aplicação das regulamentaçõespré-estabelecidas, procuram sempre a maneira de melhorar o tratamento eoferecer um bom serviço.

A Alfândega é responsável pela proteção da tranquilidade cidadã, através docontrole da fronteira cubana.

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CULTURA10 GRANMA INTERNACIONAL16.JUNHO.2017 |

Ricardo Alonso Venereo

• CADA nova edição do Festival Internacio-nal Danzón Habana, que organiza a Uniãodos Escritores e Artistas de Cuba (Uneac) esua Associação de Músicos, desde o ano2004, reconhece e faz uma homenagem àhistória deste gênero musical cubano e suasfiguras principais, nas mais jovens provín-cias do país: Artemisa e Mayabeque.

Por isso, o evento Danzón Habana 2017,que terá lugar de 21 a 25 de junho, na capi-tal e em outras províncias próximas, dedica-rá sua presente edição às cidades de SanAntonio dos Baños, em Artemisa e Madrugae Santa Cruz del Norte, em Mayabeque.

Como deu a conhecer o maestro José Lo-yola Fernández, presidente-fundador doevento, novamente estas três cidades cuba-nas são o centro de um importante grupo deatividades em torno das figuras dos irmãosRaimundo e Pablo Valenzuela, de San Anto-nio de los Baños, em Artemisa; e de JoséUrfé e Antonio María Romeu, de Madruga eSanta Cruz del Norte, respectivamente, emMayabeque, que serão o centro deste Festi-val Internacional fora da capital.

Igualmente outras cidades de Artemisa eMayabeque estarão envolvidas na magia dodanzón, durante os dias que durar o evento.Por exemplo, em cidades como Artemisa, Gui-nes, Quivicán e Bejucal, entre outras, ondehoje existe um forte movimento de clubes dedanzón e orquestras que cultuam esse gêne-ro, poderá desfrutar-se desta dança nacional,mais uma razão para que a Uneac sempre re-torne a estas duas províncias.

UM POUCO DE HISTÓRIA: O DANZÓN EMARTEMISA E MAYABEQUE

O danzón, gênero nascido em Matanzas,sob a batuta de Miguel Ramón DemetrioFailde Pérez (1852-1921), autor da peça Lasalturas de Simpson, foi escutado e dançado,pela primeira vez, em 1º de janeiro de 1879,nos salões do Clube de Matanzas, depoisconvertido em Liceu Artístico-Literário (hojeSala White.). Fê-lo com sua orquestra LosFaildes, fundada em 1871, na qual tambémtocavam os seus irmãos Eduardo e Cándido.

A partir de então, o danzón encontrou em

outras províncias do país um meio favorávelpara seu desenvolvimento.

Enquanto em Matanzas os Faildes cultiva-vam o novo ritmo e Miguel Ramón DemetrioFailde Pérez desfrutava do sucesso de suamúsica Las alturas de Simpson, no Ociden-te do país Raimundo Valenzuela e AurelioGómez Jardín realizavam um trabalho se-melhante. A obra do segundo, lamentavel-mente pouco conhecida, segundo o pesqui-sador Luis César Núñez, chegou mais alémdas nossas fronteiras, pois seu danzón Arte-misa, dedicado a essa vila, onde ele nas-ceu, chegou a fazer parte do repertório dabanda militar da cidade de Lambayeque, noPeru, quando era regida pelo maestro Ricar-do Flores Vizcarra.

Raimundo Valenzuela (1848-1905) ePablo Valenzuela (1859-1926) de León(1848- 1905) fizeram parte da orquestra LaFlor de Cuba, de Juan de Dios Alfonso.Foram estes dois músicos os que mais bri-lharam no Ocidente do país, especialmentena que é hoje a província de Artemisa.

Em Candelaria, igualmente na provínciade Artemisa, nasceu, em 25 de dezembrode 1926, o violinista, compositor e regentede orquestras Enrique Jorrín Olead. Jorrín éautor das peças Unión Cienfueguera, DoñaOlga, La Antorcha de Artemisa, Candelariae outras músicas do gênero cha cha cha quesão La Engañadora, El Alardoso e El Túnel.Fez parte das orquestras Artemisa, Ideal eArcaño y sus Maravillas. Foi regente da or-questra América e formou sua própria or-questra em 1954.

Rapidamente, o novo ritmo, que veio subs-tituir a contradanza, virou sucesso nos sa-lões de dança do país e já no século XX foideclarado dança nacional. O exemplo de Mi-guel e sua orquestra Los Faildes foi seguidopor outros músicos, entre eles, compositorese regentes de orquestras da atual provínciade Mayabeque.

Alguns deles foram: Nicolás González,clarinetista. Foi conhecido como SinsonteGuinero, professor e regente da banda dosBombeiros de Guines; Pedro Plutarco Rojase González, trombonista, conhecido por Pe-rico, fundou sua orquestra, primeiramenteem 1884, em uma primeira etapa, e em1904, em uma segunda, na qual contou com

Andrés Rojas, no violino e Miguel Rojas noclarinete. Estes irmãos Rojas constituíramuma família de músicos que formou novasgerações. Hoje em Guines conseguiu-se re-fundá-la como a orquestra Hermanos Rojase mensalmente, com músicos aficionadosda localidade, oferecem atuações domini-cais na praça da vila. Ainda, existe a orques-tra Melodias Danzoneras.

Menção à parte merece a cantora Domini-ca Verges por ter sido a única mulher que foiintérprete do danzón cantado e do danzone-te. Ela cantou, entre outras, com a orquestraSiglo XX.

Porém, sem dúvida, de todos eles os maisimportantes foram os integrantes da famíliaUrfé, em Madruga, liderados por José Urfé,seus filhos José Esteban, Odilio, Orestes eseu irmão Jesús, clarinetista.

Urfé, compositor, clarinetista, professor eregente de orquestra e bandas, fez estudosmusicais sob o cuidado do professor Domin-go Ramos. Como autor, legou destacadasobras, entre habaneras, criollas, caprichose, sobretudo, danzones, à parte de algumamúsica de corte religioso. Viajou em diver-sas ocasiões ao México e os Estados Uni-dos integrando orquestras de teatro. Entre-gou ao danzón elementos rítmicos proce-dentes do son que definiram, desde então, aatual forma do danzón cubano. Outros dan-zones seus muito escutados e conhecidosforam: Fefita, Nena, El churrero, El dioschino e El progreso.

Conhecido como «O mágico das teclas»,Antonio María Romeu (1876–1955) come-çou a tocar em salões de dança com dez

anos de idade. Em 5 de agosto de 1887 es-treou como pianista no Cassino Espanhol deAguacate, onde tocou, pela primeira vez, umdanzón intitulado Carió no hay mejor caféque el de puerto Rico. Seu primeiro danzónfoi Ten Dollar or Ten Days, e depois conse-guiu escrever mais de 500 danzones, entreos que atingiram extraordinária difusão:Marcheta, Alemán prepara tu cañón, Ladanza de los millones, El servicio obligato-rio, Cinta azul, El mago de las teclas, Jiba-coa, Los frescos e, sobretudo, La flauta má-gica, em parceria com Alfredo Brito. Mas,sobretudo, a peça sua que mais universal setornou é o danzón Tres lindas cubanas, es-treado em 1926 e onde aparece pela primei-ra vez um solo de piano. Foi o nascimentode um estilo singular na interpretação dodanzón.

Hoje, o danzón continua cativando asnovas gerações de músicos de Mayabeque,como mostra o jazzista Chucho Valdés, na-tural da vila de Quivicán, em seu Danzónpara Alicia, peça com uma grande força ex-perimental ou em seus antológicos Valle dePicadura e Cien años de juventud.

O Festival Danzón Habana 2017 será de-dicado, ainda, aos estados mexicanos deYucatán, Veracruz, Campeche e QuintanaRoo. Sob o lema ‘Do danzón, ao Mambo, aoCha cha cha, no centenário de DámasoPérez Prado (1917-1989), e homenageará,ainda, Paulina Álvarez (1912-1965), impera-triz do danzonete, e a Aniceto Diaz (1887-1964) criador do danzonete, bem como serálembrado o centenário da chegada do dan-zón de Cuba a Yucatán. •

O Danzón: a dança nacional

de Cuba

O danzón é considerada a dança nacional cubana e Patrimônio Cultural da Nação. Contudo, nãoresulta atraente para muitos jovens. Alguns músicos acometem a tarefa de revitalizá-lo e torná-lomais visível nos espaços públicos e de dançar do país.Fãs do danzón em Cuba.

O danzón continua cativando as novas gerações de músicos de Mayabeque como demonstra a obrado jazzista Chucho Valdés, em seu Danzón para Alicia, peça com uma grande força experimental.

RICARDO ALONSO VENEREO WWW.GIRON.CU

YAIMI RAVELO ROJAS

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ESPORTES 11GRANMA INTERNACIONAL16.JUNHO.2017 |

Yosel E. Martínez CastellanosFoto: Ricardo López Hevia

• PELA quarta ocasião consecutivao boxe cubano atinge seu objetivode chegar à fase final do Campeo-nato Mundial de Boxe (WSB), emum momento em que decorre o Tor-neio das Américas, em Honduras,de 10 a 18 de junho, que permiteclassificar para o 19º CampeonatoMundial, previsto para setembro, nacidade alemã de Hamburgo.

Quando muitos acharam que aparticipação dos cubanos na 7ªedição da WSB seria fácil, os con-trários que enfrentaram os defen-sores campeões (Domadores deCuba) ofereceram uma grande re-sistência, demonstrando a quali-dade dos boxeadores que partici-pam deste evento.

Para os boxeadores nossos setorna bem difícil, especialmentepara os homens do grupo C-1 (49,56, 64, 75 e 91 quilos), vencer noestrangeiro, pois de 25 combatestravados na Colômbia (duasvezes), Venezuela, Argentina eUzbequistão, os Domadores sofre-ram 12 derrotas, quase todas deforma esmagadora. Para a etapafinal contra os Astaná Arlans, doCazaquistão, o site oficial do even-to ainda não tinha determinado emqual dos dois países começará ocertame.

Se os Domadores conseguiram

chegar à final é devido, maiormen-te, aos sucessos no grupo C-2(52, 60, 69, 81 e +91 quilos), quin-teto que nas quartas de final e nasemifinal, conseguiu superar pla-cares adversos de 2-3. Outro dadointeressante é que na Cidade Es-portiva de Havana nenhum visitan-te conseguiu, na edição atualdeste Campeonato Mundial, ven-cer os representantes de Ilhamaior das Antilhas.

No combate contra os cazaques— considerados favoritos de ime-diato para atingir a final — os cu-

banos assistem com uma equipecompletada em Honduras, paraconseguir em cada categoria umadas seis vagas para o Mundial deHamburgo.

Este torneio permitirá, para al-guns homens com instabilidadenos combates durante a WSB,aproximar-se de uma melhorforma competitiva, em prol de en-frentar os poderosos Astaná Ar-lans, já que se espera assistir àfinal com os mesmo boxeadoresque atualmente se encontram emHonduras.

A final do Campeonato Mundialde Boxe colocará, em primeirolugar, duas equipes com boxeado-res experientes nos mais diversoscertames internacionais, diga-secampeonatos mundiais, JogosOlímpicos e torneios continentais.O desafio para ambas as equipesse torna bem difícil, particularmen-te para os Astaná Arlans, casoesse time estrear em Havana,onde nenhum boxeador estrangei-ro vence há mais de dois anos.

Cubanos e cazaques enfrenta-ram-se em 2015. Nesse torneio, o

placar favoreceu o Cazaquistão, emum enfrentamento não isento de de-cisões polêmicas por parte do júri,para desfavorecer o time cubano.

Agora, um dos dois times conse-guirá a coroa do evento. Os cuba-nos sentem desejos de apagaraquela péssima imagem e conser-var a medalha de ouro ganha em2016. Caso reterem o campeonato,os cubanos atingiriam três títulosem quatro participações e dessaforma começaria a dinastia dosDomadores, que se poderá esten-der vários anos. •

Lázaro Álvarez (direita) retorna em boa forma esportiva ao CampeonatoMundial.

Domadores querem fazer perdurar sua dinastia7º CAMPEONATO MUNDIAL DE BOXE

Novamente Julio Cesar La Cruz, dos 81 quilos, é considerado um dos favoritosda equipe dos Domadores para revalidar o título de Cuba na atual WSB. Oatleta de Camaguey venceu por RSC o colombiano Jeisson Camargo, em 9 dejunho, na Cidade Esportiva de Havana.

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PAGINA DE COLOR 12 PORTUGUES

A terceira via ou centrismo político em Cuba.Uma aproximação a partir da história

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NOSSA AMÉRICA12 16.JUNHO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

PAGINA DE COLOR 12 PORTUGUES

Elier Ramírez Cañedo

• HÁ algum tempo vem se falando, essen-cialmente na mídia digital, da ideia de umcentrismo político na Cuba atual, algo quefaz parte de uma das estratégias dos Es-tados Unidos para subverter o modelo so-cialista cubano, perante os fulminantesfracassos e o desprestígio da chamadacontrarrevolução cubana. [1]

Uma das mensagens reveladas pelaWikileaks, em 2010, revelou que Jona-

than Farrar, na hora chefe da Repartição de Interesses deWashington em Havana, informou ao Departamento de Es-tado, em 15 de abril de 2009, que essa oposição realmen-te estava afastada da realidade cubana, não tinha nenhumpoder de influência nos jovens e estava mais preocupadano dinheiro do que colocar suas plataformas nos setoresmais diversos da sociedade.

A origem do centrismo político é uma concepção essen-cialmente de raiz geométrica: o ponto equidistante detodos os extremos.

Aparentemente, seria uma posição política que se colo-caria entre a esquerda e a direita, o socialismo e o capi-talismo, uma terceira via que permite «conciliar as melho-res ideias» dos extremos que a dotam de vida e onde sepostula a moderação perante qualquer tipo de radicalis-mo. Lenin qualificou esta posição de utopismo traiçoeiro eproduto do reformismo burguês. E é que, certamente, adenominada terceira via ou centrismo nunca foi umaopção revolucionária, mas sim uma estratégia para ins-taurar, salvar, restaurar e modernizar o capitalismo.

Quando é avaliada a moderação perante o radicalismo re-volucionário cubano — que é ir até a raiz, não sendo asso-ciado ao extremismo, que é outra coisa [2] — acho inevitá-vel encontrar determinadas analogias entre esse centrismoque hoje se tenta articular em Cuba com a tendência auto-nomista em auge no século 19.

O autonomismo, como tendência política, surgiu a partirda primeira metade do século 19, mas se conformoucomo partido a partir de 1878, como um dos frutos queproduziu a revolução de 1868. Foi uma tendência que co-existiu, no mesmo tempo histórico, com o independentis-mo, o intregrismo e o anexionismo. Era a tendência, porexcelência, da moderação, da evolução, inimiga dos inde-pendentistas cubanos radicais.

Também assumia uma posição equidistante, entre o inte-grismo — a defesa do status quo — e a independência, masno momento de definições, alinhavam-se ao intregrismo,atacando e entorpecendo a revolução, considerando-a apior das mazelas. Algumas figuras célebres da tendênciaautonomista finalmente partilharam as ideias anexionistas,ao produzir-se a intervenção-ocupação estadunidense emCuba. Seus principais líderes brilharam por suas capacida-des intelectuais, eram grandes oradores, mas com um pen-samento de elite, essencialmente burguês. Daí que nuncafossem seguidos pela maioria do povo. Naquela etapa, opovo cubano não necessitava de ideias elaboradas em la-boratórios, daí que quando eclodiu novamente a guerra pelaindependência, em 1895, o partido autonomista ficasse to-talmente desarticulado, perante a nova realidade nacional. Atendência autonomista defendeu um nacionalismo modera-do e excludente das grandes maiorias e suas aspiraçõesfundamentais não contemplavam pôr fim às relações com a«mãe pátria espanhola», mas sim modernizar sua domina-ção na Ilha. Não debalde, a vanguarda cubana, liderada porJosé Martí, combateu muito as ideias autonomistas. Em 31de janeiro de 1893, em um de seus extraordinários discur-sos, Martí expressou: «dava-se o caso singular de queaqueles que proclamavam o dogma político da evoluçãoeram simples retrógrados, que mantinham para um povo for-mado na revolução as soluções imaginadas anteriormente aela...».

Contudo, a ideia de apoiar em Cuba uma terceira força— moderada, do centro ou como uma terceira via — ad-quiriu maior força na política exterior dos Estados Unidosfinalizando os anos 50, com o objetivo de evitar que o Mo-vimento 26 de Julho conquistasse o poder, algo que setornou uma obsessão para a administração de Eisenho-wer, nos últimos meses de 1958.

Esta tendência devia estar em uma posição equidistanteentre Fulgencio Batista e Fidel Castro e seu desenvolvi-mento foi estimulado, tanto no plano militar quanto políti-co. A repartição de inteligência da CIA em Havana foi aprimeira a manipular essa ideia e depois seria sua princi-pal executora. Assim confirma o oficial David Atlee Philips,em seu livro autobiográfico The Night Watch, quando refe-re que James Noel — na época chefe do centro de inteli-gência da CIA em Havana — informou-lhe, em uma desuas poucas frequentes reuniões, acerca de sua reco-mendação ao governo dos Estados Unidos de patrocinardiscretamente a ação de uma terceira força política emCuba, «um grupo, com Castro à esquerda e Batista à di-reita (...)» [3].

Em fevereiro de 1958, incorporou-se ao 2º Front Nacio-nal do Escambray, que liderava Eloy Gutiérrez Menoyo, oagente dos serviços secretos estadunidenses, WilliamMorgan, que tinha a missão de se tornar o segundo chefedaquela guerrilha, algo que conseguiu em pouco tempo,bem como a patente de comandante.

Morgan não seria o único agente que os Estados Unidosinfiltraram nessa zona, na tentativa de estimular uma ter-ceira força guerrilha que pudesse enfrentar-se e se impor,em uma dada altura, às forças da Serra Maestra, lidera-das por Fidel Castro.

Os Estados Unidos também se envolveram em outrosconluios, onde se tiveram em conta diversos nomes de fi-guras que podiam integrar uma opção política que arre-batasse o triunfo revolucionário das mãos de Fidel Cas-tro, entre elas: o coronel Ramón Barquín, Justo Carrillo,chefe da Agrupação Montecristi e Manuel Antonio, Tony,de Varona.

Em 23 de dezembro de 1958, em uma reunião do Con-selho de Segurança Nacional, Eisenhower ainda expres-sava sua esperança no crescimento, fortaleza e influênciade uma terceira força [4].

A criação de uma «terceira força» não só era promovidapelos Estados Unidos, mas sim também por alguns políti-cos que a encorajavam internamente.

«A terceira força — assinala Jorge Ibarra Guitart — foium movimento de instituições cívicas privadas que, re-presentando o sentir de setores importantes da burgue-

sia e da pequena burguesia, promoveu gestões de paz econciliação com o regime. O promotor de todas essasgestões, nos bastidores, foi José Miró Cardona, quem apartir da Sociedade de Amigos da República já tinha pla-nejado a tática de mobilizar as instituições burguesaspara forçar o regime a atingir um acordo. Esse era o mo-mento de pôr em prática a referida tática, pois era favore-cida por circunstâncias: a burguesia, após perceber quediariamente mais organizações revolucionárias se forta-leciam, estava alarmada por causa do perigo que repre-sentava para seus interesses políticos e econômicos ocomeço de uma guerra civil, com uma participação ativada população» [5].

Devido à impossibilidade de os Estados Unidos evitaremo triunfo da Revolução Cubana e a tomada do poder pelasforças do Movimento 26 de Julho, nos primeiros meses de1959, o objetivo fundamental de Washington consistiu emapoiar e destacar as figuras que dentro do Governo Revo-lucionário fossem consideradas «moderadas», do centro,contra os que eram qualificados de «extremistas» para,através do predomínio desta tendência, evitar que a Revo-lução consolidasse seu alcance social [6].

Quando Fernandez Martínez Heredia adverte que emCuba existe hoje um nacionalismo de direita, com preten-sões de centro, que tem «uma acumulação cultural à qualse referir», está se referindo à longa história desse nacio-nalismo, que tem no plano das atitudes políticas antece-dentes na tendência autonomista; que durante os anos daRepública Neocolonial Burguesa admitiu e defendeu a do-minação e que, em muitas ocasiões, foi utilizado pelo pró-prio governo dos Estados Unidos, com o proposito dereter, evitar ou conseguir situações pós-revolucionáriasque mantivessem salvas as estruturas de dominação ca-pitalista em Cuba, sob melhores consensos.

Hoje vemos como esse nacionalismo de direita que éestimulado por aqueles que se nos opõem, sob a falsa fa-chada de centrismo, não tem outro objetivo que a tentati-va desesperada de restaurar o capitalismo em Cuba. Maisuma vez, será um ensaio falhado, pois o principal escolhoque sempre enfrenta esta tendência, é que jamais conse-guiu fazer ancorar suas ideias no povo. Esse povo que,em sua maioria, abraçou ao longo da história a tradiçãoindependentista, patriótica, nacional-revolucionária e an-tiimperialista; jamais a da tendência autonomista, o ane-xionismo ou o nacionalismo de direita. (Reproduzido deCubahora). •

1Veja-se o texto de Esteban Morales: La contrarrevolución cuba-

na nunca ha existido, in: Esteban Morales e Elier Ramírez, Apro-ximaciones al conflicto Cuba-Estados Unidos, Editora Política,Havana, 2015. Morales põe em causa que essa contrarrevoluçãopossa ser considerada cubana, pois a partir do seu nascimentoassumiu uma agenda imposta pelo governo dos Estados Unidos.

2Durante o discurso proferido em 3 de setembro de 1979, na

sessão de abertura da Cúpula dos Não Alinhados, realizada emHavana, Fidel expressou: «O que se pode impugnar a Cuba?Que é um país socialista? Sim, somos um país socialista (Aplau-sos). Mas a ninguém nem dentro nem fora do Movimento preten-demos impor nossa ideologia e nosso sistema. (...) Ou que fize-mos uma Revolução radical em Cuba? Sim, somos revolucioná-rios radicais, mas não pretendemos impor a ninguém, e muitomenos ao Movimento dos Não Alinhados, nosso radicalismo».

3Citado por Andrés Zaldívar Diéguez e Pedro Etcheverry Váz-

quez, in: Una fascinante história. La conspiración Trujillista, Edi-tora Capitán San Luis, Havana, 2009.

4Francisca López Civeira, El Gobierno de Eisenhower ante la

Revolución Cubana: Un nuevo escenario, in: http://www.radiola-primerisima.com/articulos/2527

5Citado por Andrés Zaldívar Diéguez e Pedro Etcheverry Váz-

quez in: Ob.Cit, p.51.6Muita informação a esse respeito pode ser achada na obra de

Luis M. Buch e Reinaldo Suárez, Gobierno Revolucionario Cu-bano. Primeros Pasos, Editora de Ciencias Sociales, Havana,2004. •

A terceira via ou centrismo político em Cuba.Uma aproximação a partir da história

A vanguarda patriótica cubana, liderada por José Martí (1853-1895), combateu resolutamente o autonomismo, que ele consi-derava ideias retrógradas.

JUVENAL BALÁN

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Chegou o fim da recessão econômica no Brasil?

COLOR DE LA 13 PORTUGUES

ASSINATURA

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NOSSA AMÉRICA 1316.JUNHO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

Moisés Pérez Mok

• BRASÍLIA.— Muito anunciado como o fimda recessão, por parte do presidente MichelTemer, o modesto crescimento atingido noProduto Interno Bruto (PIB) brasileiro, no pri-meiro trimestre do ano, foi comparado porum economista com o voo de uma galinha.

«O Brasil voltou a crescer. E com as refor-mas vai crescer ainda mais», advertiu Temernas redes sociais, depois de ter sido conhe-cido um relatório do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatísticas (IBGE) que davaparte do incremento, em 1%, do PIB do tri-mestre janeiro-março de 2017, em relaçãoao último de 2016.

No mesmo tom eufórico, o ministro da Fa-zenda, Henrique Meirelles — que apenasdias atrás lamentava a existência no país deum clima exagerado de pessimismo, relati-vamente à economia — qualificou o anúnciocomo «histórico», apesar de admitir que«ainda há um caminho por percorrer paraatingir a plena recuperação econômica».

Em relação a este primeiro aumento doPIB, depois de dois anos de baixa continua-da, especialistas do Departamento Intersin-dical de Estatísticas e Estudos Socioeconô-micos (Dieese) advertiram que, se compara-do com igual período do passado ano, o ín-

dice baixou 0,4%; entretanto, a queda acu-mulada em 12 meses é de 2,3%.

Em uma nota divulgada aqui, a entidadeexplicou que o crescimento registrado noprimeiro trimestre do ano guarda maior rela-ção com fatores externos, como a exporta-ção e a alta dos preços de alguns dos pro-dutos colocados no mercado mundial (com-modities), do que com ações internas da po-lítica econômica.

Pelo contrário, ressaltou, indicadores comoa formação bruta do capital fixo, que medemo investimento em maquinarias e novas in-dústrias, mostraram no período de referên-cia uma queda que testemunhava a fragili-dade da economia brasileira.

A crise se mantém e tudo indica que oritmo da retração econômica foi apenas ate-nuado, freado, por fatores pontuais e exter-nos, concordou em apreciar o professor daUniversidade Estatal de Campinas (Uni-camp) e economista, Márcio Pochmann.

Sem medidas efetivas para a recuperação,como acontece no ambiente atual, essesnúmeros celebrados por Temer poderão serapenas um ponto fora da curva de uma re-cessão prolongada, disse ao jornal digitalBrasil de Fato o também ex-presidente doInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada(IPEA).

«Para a classe trabalhadora a recessãocontinua na medida em que o nível de em-prego piora e a renda também não cresce»,sustentou. E fez questão de insistir em que oefeito estatístico não é resultado de políticasdo governo Temer, mas da expansão do co-mércio externo, que desde 2015 vem se pro-duzindo pela desvalorização da moeda.

Ainda, o professor da Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro (UFRJ) João Sicsúcoincidiu em que o resultado trimestral foiimpulsionado pela demanda externa, «umfator que — disse — nenhum governo écapaz de controlar».

Os setores que registraram altas, como oagropecuário, transporte e armazenamento,estão todos ligados à atividade externa.«Pelo contrário, o mercado interno, o consu-mo das famílias e os investimentos baixa-ram», apontou.

Sicsú assinalou que em verdade o queexiste é uma longa trajetória de queda e pre-cisou que desde o último trimestre de 2014o consumo baixou em aproximadamente10% e os investimentos em 24 pontos per-centuais.

«Não existe nenhuma trajetória de recupe-ração consistente, nem também não de me-lhoria», opinou o especialista, para quem aeconomia brasileira ‘suspirou’ nos três pri-meiros meses do ano «apesar do governo enão por causa deste».

«Um trimestre não configura uma tendên-cia», manifestou por seu lado, em declara-ções à mídia internacional, o professor deMacroeconomia, da Fundação Getúlio Var-gas (FGV), do Rio de Janeiro, Mauro Roch-lin, para quem a partir desse lapso é difícildizer se o quadro se alterou de forma es-trutural.

Rochlin, contudo, considera que apesarde tudo, alguns indicadores parecem mar-car uma tendência à recuperação, emboraainda esteja assente em bases muito pe-quenas.

Para o presidente nacional da CentralÚnica dos Trabalhadores (CUT) do Brasil,Vagner Freitas, a reação exagerada deTemer respeito ao crescimento trimestraldo PIB não passa de ser uma tentativa me-lancólica de impor um resultado positivo ao

balanço de sua gestão, em momentos quan-do sua saída do Palácio do Planalto (man-são presidencial, n.r) parece próxima.

«Temer — disse — não conhece a realida-de, as necessidades e muito menos o sofri-mento dos brasileiros, que durante seu go-verno perderam seus empregos e viram pio-rar suas condições de vida».

«Um país com mais de 14,5 milhões dedesempregados, 2,6 milhões em um ano degestão Temer, não tem nada que comemo-rar. O Brasil está parado, as empresas estãofechando as portas. Não há como transfor-mar as derrotas política, econômica e moralem vitória mediante uma folha de cálculo fi-nanceira», asseverou. (PL) •

Chegou o fim da recessão econômica no Brasil?Desempregados no Brasil.

Oeconomista

MárcioPochmann

assinala quea crise semantém e

tudo indicaque o ritmoda retraçãoeconômicafoi apenas

atenuado porfatores

pontuais e .externos.

CORREIO DO BRASIL

REUTERS

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INTERNACIONAL14 16.JUNHO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

Ernesto J. Gómez Figueredo

• FREQUENTEMENTE, quando falamossobre a Turquia, este país é mostradocomo uma potência econômica escondi-da atrás do Estreito do Bósforo, esperan-do para aderir à União Europeia e,assim, dar o salto para a «modernidadeocidental», mas a realidade turca éagora mais complicada do que antes.

Localizado em uma geografia tantopeculiar, este país bicontinental é aporta entre o Oriente Médio, que viveuma situação turbulenta, devido aosconflitos internos e as ameaças exter-nas, e o Ocidente que está em meio dacrise.

Internamente, a nação turca experi-menta uma realidade igualmente com-plexa. Em julho do ano passado foi aba-lada por um golpe de Estado e sofreuvários ataques terroristas que deixaramcentenas de mortos e feridos.

Recentemente, a Grande AssembleiaNacional da Turquia aprovou o envio detropas turcas a uma base militar noQatar e conduz operações militares naSíria e no Iraque, mantendo uma relação

particularmente tensa com o Irã, ArábiaSaudita e a Rússia.

Diante de todas estas situações, oPartido Comunista da Turquia, que até

agora não é uma organização com gran-de influência no espectro político dopaís, luta pela inclusão e os direitos cívi-cos e políticos dos setores mais desfa-vorecidos.

«Embora não seja necessariamenteuma grande força, a esquerda turca temuma característica básica, somos lutado-res duros, difíceis de mudar nossa ideolo-gia e postura política», disse ao GranmaInternacional Kemel Okuyan, secretário-geral do Partido Comunista da Turquia,que esteve em Cuba em uma visita oficial.

O PCT foi fundada em 1920, mas eravirtualmente clandestino até 2001, quan-do foi legalizado. «Após o colapso dobloco socialista, o Partido entrou emuma fase de autoliquidação; por isso po-demos dizer que agora é uma força re-novada», esclareceu Okuyan.

«Nosso partido é o bastante desco-nhecido, por causa das circunstânciasda realidade turca», especificou.

Okuyan explicou que a Turquia é um paíspredominantemente muçulmano, onde é ne-cessário 10% dos votos para um partido terpresença no Parlamento e ninguém querarriscar e votar em um partido pequeno.

«Nosso partido se opõe à entrada daTurquia na União Europeia (UE) e tam-bém se opõe ao governo de Recep Tay-yip Erdogan, mas acreditamos na unida-de do país e na necessidade de sermuito mais unidos agora do que antes,para enfrentar as particularidades da re-gião em que vivemos», afirmou.

Okuyan disse a este jornal que a posi-ção geral do PCT é a de organizar aclasse trabalhadora, como a única solu-ção para resolver os conflitos internos daTurquia, que são principalmente o resul-tado da situação de tensão externa.

A respeito de sua viagem a Cuba, osecretário-geral da PCT disse que oprincipal objetivo de sua visita foi conhe-cer as mudanças no modelo econômicocubano.

«As relações entre a PCT e o PCCnunca foram protocolares, sempre manti-vemos uma troca sincera e franca», disse.

«Para todos os comunistas do mundoCuba é um farol que nos guia rumo aofuturo. A luta dos comunistas é uma lutade classes, mas também é uma lutapelos valores humanos», concluiuKemel. •

Entrevista com o secretário-geral do Partido Comunista da Turquia (PCT) Kemel Okuyan, que lidera o Movimento de Solidariedade com Cuba naquele país

A luta dos comunistas é pelos valores humanos

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INTERNACIONAL 1516.JUNHO.2017 | GRANMA INTERNACIONAL

Reino Unido, semcalma perante o caos

• UM novo atentado mantém em lutoe em vigília o Reino Unido; trata-sedo terceiro ataque terrorista em trêsmeses na nação e cuja autoria, talcomo nas outras duas ocasiões, foireivindicada pelo Estado Islâmico.

O mais recente ocorreu no sábado,3 de junho, em Londres, e um dia de-pois a premiê britânica Theresa Mayofereceu uma entrevista coletiva, naqual deixou clara sua posição de en-durecer a estratégia das forças desegurança do país, no sentido deprevenir mais tragédias deste tipo.

«Não podemos pretender que ascoisas possam continuar como atéagora», disse May, que tambémanunciou uma imediata revisão daestratégia antiterrorista do ReinoUnido. •

Lutar contra a «ideologiamaligna» que inspira osatentados.

Elaborar uma nova norma-tiva para reduzir o extre-mismo na Internet.

Impulsionar medidas paraacabar com o extremismona sociedade.

Revisão da estratégia anti-terrorista.

AS QUATRO ÁREAS DA PRO-POSTA DE MAY

22 DE MARÇO, WESTMINSTER, LONDRESUm homem investiu com seu veículo contra pedestres enquan-to estes transitavam pela ponte de Westminster e bateu em umadas barreiras do Parlamento britânico. Ao descer do carro esfa-queou um policial e depois de ir à entrada do Parlamento foimorto por vários agentes policiais

.Falecidos: 5Feridos: 50Atacante: Khalid Massood, britânico, de 52anos. O Estado Islâmico o identificou comoum de seus soldados.

ATENTADOS TERRORISTAS NO REINO UNIDO

22 DE MAIO, MANCHESTERDepois de um concerto da artista estadunidense Ariana Gran-de, ocorreu uma explosão na zona que liga o Manchester Arenacom a estação de trens de Victoria. Entre as vítimas se encon-travam grande quantidade de crianças e jovens, seguidores dacantora.

Falecidos: 22Feridos: 59Salman Abedi, 22 anos (o autor morreu no ato). O Estado Islâmico reclamou autoria do atentado.

3 DE JUNHO, LONDRESEm um primeiro momento uma caminhonete atropelou, deforma intencional, vários pedestres na ponte de Londres e de-pois seus ocupantes esfaquearam várias pessoas, em um mer-cado em uma zona cental da cidade.

Falecidos: 8Feridos: 48Atacantes: Khuram Shazad Butt, 27 anos;Rachid Redouane, 30 anos e Zaghba, 22 anos (todos morreram abatidos pela polícia). O Estado Islâmico reivindicou a autoria.

Manchester

Londres

Legaliza um grande número deprogramas de vigilância.Obriga os fornecedores da In-ternet a armazenar os dadosde seus clientes durante umano.

É permitido invadir o telefonede um cidadão britânico, aindaque não se encontre no país,sem a necessidade de inter-venção de um juiz.

Também, a nação conta com:Seis milhões de câmeras emcircuitos fechados de televisão(equivale a uma câmera emcada 11 pessoas).

As câmeras estão instaladasem negócios, ruas, prédios pú-blicos, na rede do metrô, com ofim de reduzir o crime e garan-tir a segurança cidadã.

TERRORISMO, UM DELITO

O Reino Unido conta com a chamadaLei de Terrorismo de 2006, a qual esta-belece o delito de apologia do terroris-mo, que se entende como «a realiza-ção» de atos que possam levar outros apensar que devam replicar essas ações.Além disso, o texto expõe os delitos depreparação de atos terroristas, dar oureceber treino para cometê-los.

I N ST RU M E N TO SDE SEGURANÇA

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E INVES-TIGAÇÃO DO TERRORISMO (TPIMS)

Introduzidas em 2012 e reforçadasem 2015.Aplicam restrições aos suspeitos deterrorismo que não foram processa-dos por nenhum delito, mas queestão no «radar» dos serviços deinteligência.Permitem impor uma detenção do-miciliar de um a dois anos, ou impe-dem o indivíduo de se afastar 320quilômetros de sua residência.

PLANO PREVENT:

Estratégia impulsionada depois dosatentados de julho de 2005 na capi-tal britânica.Busca lutar contra a radicalizaçãono país e impedir que os cidadãosapoiem ou adotem o terrorismo.

TEXTOS: GABRIELA AVILA

DESIGN: DARIAGNA STEYNERS

FONTES: EL PAÍS, BBC E EL MUNDO

O PAÍS MAISVIGIADO DO MUNDO

Inglaterra

Lugar dos atentados

No ano passado, o ReinoUnido aprovou a Lei de Po-deres de Investigação, queentre outras medidas:

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COLOR DE LA 16 PORTUGUES

O status colonial dilacera Porto Rico

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COLOR DE LA 16 PORTUGUES

O status colonial dilacera Porto Rico

Texto e fotos: Nuria Barbosa León

• «O modelo de Estado LivreAssociado (ELA), imposto aPorto Rico a partir de 1952, co-meça uma progressiva e pro-funda crise, agravada por umadívida pública de mais de US$73 bilhões», asseverou ao se-manário Granma Internacionalo representante da missãodesse país em Havana, EdwinGonzález González.

O delegado porto-riquenhoalegou que o atual governo daIlha caribenha reconheceu aimpossibilidade de pagar aoscredores de Wall Street essavultosa quantia, devido à in-existência de um fundo público,pois todas as receitas geradasno território passam aos Esta-dos Unidos, em sua condiçãode metrópole.

Também carecem de sobera-nia política para procurar outrasformas financeiras internacio-nais e tampouco podem decla-rar-se em falência, como algumEstado da União norte-ameri-cana. Porto Rico não faz partedo território dos Estados Uni-dos e se torna impossível apli-car programas de resgate eco-nômico, como dois exemplossemelhantes que aconteceramnos próprios EUA.

O membro do Movimento Inde-pendentista Nacional Hostosia-no, assinalou: «Em épocas ante-riores o governo dos EstadosUnidos assumiu parte da dívida,porque resultava muito interes-sante mostrar um Porto Rico,com 3,4 milhões de habitantes,como a vitrine do Caribe, quefosse referência para outros paí-ses da América Latina. Em nossopaís se tentou aplicar o modeloneoliberal estabelecido em vá-rias nações da região».

Para resolver o tema da enor-me dívida, em 2016, a CasaBranca nomeou uma Junta deControle Fiscal, que começarásuas funções neste ano, inte-grada por sete membros e comum poder superior ao governa-dor de Porto Rico. O grupo de-signado será responsável pelarealização de planos de ajustesocial para garantir o pagamen-to aos credores.

Um dos escolhos impostopela Junta foi a avaliação do or-çamento anual da Ilha caribe-nha, com cortes para as univer-sidades e o sistema de pensãodos aposentados. Este temanão foi divulgado totalmente,para não provocar maiores rea-ções de resistência popular,principalmente nos estudantes

universitários, os quais recente-mente fizeram uma greve du-rante mais de dois anos, de-mandando que não fosse priva-tizado o ensino superior.

Para Edwin González, aJunta deseja reduzir em US$500 milhões o orçamento porto-riquenho a partir de julho, poisisso afetará os trabalhadores,em primeiro lugar, os quais nãopoderão ter acesso aos servi-ços básicos. Entretanto, serãoincontáveis as receitas geradaspelos consórcios e as empre-sas transnacionais já estabele-cidas, a maioria das quais é decapital estadunidense.

«A solução sempre será quePorto Rico se torne indepen-dente e soberano», asseverouo militante porto-riquenho. Para

isso também será apresentada,em 20 de julho, uma Resoluçãono Comitê de Descolonizaçãodas Nações Unidas com a ten-tativa de condenar, mais umavez, a situação colonial danação.

Nestes últimos dez anos, oprojeto perante a ONU semprefoi apresentado por Cuba e re-cebeu o apoio de quase todosos Estados latino-americanos.Apesar disso, os Estados Uni-dos se empenham em demons-trar que o caso é um tema in-terno.

«Esperamos, que novamentea resolução contra o colonialis-mo seja discutida, mas teráuma novidade, que não pedire-mos a liberdade do indepen-dentista Oscar López Rivera,

porque graças à solidariedadenacional e internacional, con-seguimos tirá-lo das grades»,assinalou Edwin González re-ferindo-se aos mais de 35 anosde cárcere desse patriota, porpretender a independência dopaís.

Para o entrevistado este quin-to referendo sobre o status dePorto Rico, convocado em 11de junho, não soluciona o temacolonial da Ilha; entretanto, osEstados Unidos se mantêm au-sentes a afastados desse pro-cesso, quando devem fazerparte ativa. Também, a formade convocar e formular as per-guntas responde mais a umasondagem estatal.

«Caso vencer a opção pelaindependência, resulta impos-sível aplicá-la, porque a metró-pole se declarou Não Vinculati-va com antecedência», asse-verou Edwin.

Destacou, também, o papelfundamental de Cuba no apoioà liberdade de Porto Rico, quemantém posições dignas e cla-ras no âmbito internacional ese desempenha como a vozdentro das organizações inter-nacionais, como o Movimentodos Países Não Alinhados, aComunidade dos Estados Lati-no-americanos e Caribenhos(Celac) e outras.

Finalizou dizendo: «Com ogrande triunfo conseguidoapós a liberdade de OscarLópez Rivera nos enfrentare-mos a novas tarefas. Continua-rá nossa resistência contra asmedidas de ajuste econômico,lutaremos até conseguir a inde-pendência nacional e porquesejamos os próprios porto-ri-quenhos, todos juntos, os quedeterminemos nosso destino efuturo». •

A grave crise econômica de Porto Rico provoca o fechamento de 179 escolas, medida que afetará a qualidade dosistema e deixará milhares de professores sem emprego.

Movimentos independentistas rechaçam o mais recente referendo em Porto Rico, efetuado em 11 de junhoúltimo, pois afirmam que não é uma consulta descolonizadora. No centro da foto o ex-preso políticoindependentista Oscar López Rivera.

O delegado daMissão de Porto

Rico em Havana,Edwin González

Gonzálezasseverou que a

soluçãodefinitiva à crise

econômica deseu país seráquando seja

conseguida aindependência

do país.

NURIA BARBOSA LEÓN

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SEMANÁRIO DE CUBA E DA AMÉRICA LATINA | 16.JUNHO.2017 | EDIÇÃO EM PORTUGUÊS

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