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Prevenção e Tratamento de Úlceras por Pressão: Guia de Consulta Rápida

Portuguese-Quick Reference Guide-Jan2015 (1)

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Ulceras por pressão

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  • Preveno e Tratamento de

    lceras por Presso: Guia de Consulta

    Rpida

  • Copyright National Pressure Ulcer Advisory Panel, European Pressure Ulcer Advisory Panel e Pan Pacific Pressure Injury Alliance Nota: O copyright do Guia de Consulta Rpida pertence a NPUAP, EPUAP e PPPIA. O NPUAP, o EPUAP e a PPPIA desenvolveram o Guia de Consulta Rpida, mas no so responsveis pela sua traduo. ISBN: 978-989-98909-8-5 Primeira edio publicada em 2009 Segunda edio publicada em 2014 Todos os direitos reservados. Com exceo dos objetivos de estudo privado, investigao ou reviso, este guia no pode ser reproduzido integral ou parcialmente sem autorizao prvia por escrito. Os pedidos de reproduo de informao podem ser solicitados por e-mail para [email protected]. Sugesto de Citao: National Pressure Ulcer Advisory Panel, European Pressure Ulcer Advisory Panel and Pan Pacific Pressure Injury Alliance. Prevention and Treatment of Pressure Ulcers: Quick Reference Guide. Emily Haesler (Ed.). Cambridge Media: Osborne Park, Australia; 2014.

    Aviso de responsabilidade: Este guia de consulta rpida foi desenvolvido pelo National Pressure Ulcer Advisory Panel, pelo European Pressure Ulcer Advisory Panel e pela Pan Pacific Pressure Injury Alliance. Apresenta uma anlise e avaliao abrangentes da melhor evidncia disponvel no momento da pesquisa da literatura relacionada com avaliao, diagnstico, preveno e tratamento das lceras por presso. As presentes recomendaes apresentam orientaes gerais para uma prtica clnica adequada e devem ser implementadas por profissionais de sade qualificados e sujeitas ao seu juzo clnico de cada situao tendo em conta as preferncias individuais de cada doente e os recursos disponveis. O guia deve ser implementado de forma culturalmente consciente e respeitosa de acordo com os princpios de proteo, participao e parceria. As cpias impressas da verso inglesa deste Guia de Consulta Rpida podem ser encomendadas e os respetivos PDFs descarregados nas seguintes pginas oficiais: Pgina oficial do NPUAP: www.npuap.org Pgina oficial do EPUAP: www.epuap.org Pgina oficial da Australian Wound Management Association (AWMA): www.awma.com.au Pgina oficial da Hong Kong Enterostomal Therapist Society: www.etnurse.com.hk Pgina oficial da New Zealand Wound Care Society (NZWCS): www.nzwcs.org.nz Pgina oficial da Wound Healing Society Singapore: www.woundhealingsociety.org.sg Pgina oficial da International Pressure Ulcer Guideline: www.internationalguideline.com

    Coordenao: Lus Paiva - Professor Adjunto da ESEnfC UCP Mdico-Cirrgica Vernica Coutinho - Professora Adjunta da ESEnfC UCP Mdico-Cirrgica Traduo: Ana Fernandes e Patrcia Ribeiro Consultores de validao da traduo: Cristina Miguns - Enf. Educadora Clnica na Amrica Latina e Ibria; Ps-graduao em Viabilidade Tissular e Tratamento de Feridas Ktia Furtado - Ps-graduao em Viabilidade Tecidular e Ps-graduao em lcera de Perna; EWMA Council e Educational Panel; EPUAP Trustee e Support Surfaces Group; WAWLC OMS; Presidente da ELCOS Sociedade de Feridas Paulo Alves - Vice-Presidente da APT Feridas; Membro do SWG doente crtico das Guidelines Internacionais de

    Preveno e Tratamento UP (NPUAP/EPUAP/PPPIA); Membro do Grupo de Educao da EWMA Pedro Gaspar - Doutor em Engenharia Multimdia (eHealth); Membro da ELCOS - Sociedade de Feridas

  • INTRODUO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    2 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    INTRODUO

    Prefcio

    Este Guia de Consulta Rpida sumariza as recomendaes e os excertos da evidncia disponvel sobre a preveno e o tratamento das lceras por presso. A verso mais abrangente, Diretrizes da Prtica Clnica, fornece uma anlise detalhada e discusso da investigao existente, uma avaliao crtica dos pressupostos e conhecimentos da rea e uma descrio da metodologia utilizada no desenvolvimento das diretrizes. Este Guia de Consulta Rpida destina-se a profissionais de sade ocupados que necessitam de efetuar uma consulta rpida para prestarem cuidados em ambientes clnicos. Os utilizadores no devem usar excertos do Guia de Consulta Rpida de forma isolada. A primeira edio deste Guia foi desenvolvida ao longo de quatro anos de colaborao entre o National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) e o European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP). Nesta segunda edio do Guia, a Pan Pacific Pressure Injury Alliance (PPPIA) juntou-se ao NPUAP e ao EPUAP. O objetivo desta colaborao internacional foi o de desenvolver recomendaes baseadas em evidncia para a preveno e tratamento das lceras por presso que possam ser usadas por profissionais de sade em todo o mundo. Foi utilizada uma metodologia cientfica especfica para identificar e avaliar de forma crtica a investigao disponvel. Na ausncia de evidncia definitiva, recorreu-se opinio de peritos (muitas vezes fundamentada em evidncia indireta e outras diretrizes) com vista formulao de recomendaes. As verses preliminares das recomendaes e a evidncia disponvel foram disponibilizadas a 986 stakeholders convidados (pessoas individuais e organizaes) em todo o mundo. A verso final do Guia baseia-se na investigao existente e na sabedoria acumulada do NPUAP, do EPUAP, da PPPIA e de parceiros internacionais. Nesta edio do Guia, a fora de cada recomendao foi avaliada atravs de um processo de votao consensual (GRADE). A fora da recomendao identifica a importncia da recomendao com base no respetivo potencial para melhorar os resultados dos doentes. Indica tambm ao profissional de sade o grau de confiana que poder ter na recomendao para saber se esta ser mais benfica do que prejudicial. Pode ainda ser utilizada para auxiliar na priorizao de intervenes relacionadas com lceras por presso. As cpias impressas da verso inglesa das Diretrizes da Prtica Clnica esto disponveis atravs de links nas seguintes pginas oficiais: Pgina oficial do NPUAP: www.npuap.org Pgina oficial do EPUAP: www.epuap.org Pgina oficial da Australian Wound Management Association (AWMA): www.awma.com.au Pgina oficial da Hong Kong Enterostomal Therapist Society: www.etnurse.com.hk Pgina oficial da New Zealand Wound Care Society (NZWCS): www.nzwcs.org.nz Pgina oficial da Wound Healing Society Singapore: www.woundhealingsociety.org.sg Pgina oficial da International Pressure Ulcer Guideline: www.internationalguideline.com

    Sugesto de Citao

    O NPUAP, o EPUAP e a PPPIA so recetivas utilizao e adaptao deste Guia a nvel internacional, nacional e local. Pedimos que a fonte citada use o seguinte formato:

    National Pressure Ulcer Advisory Panel, European Pressure Ulcer Advisory Panel and Pan Pacific Pressure Injury Alliance. Prevention and Treatment of Pressure Ulcers: Quick Reference Guide. Emily Haesler (Ed.). Cambridge Media: Osborne Park, Western Australia; 2014.

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA INTRODUO

    NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014 3

    Limitaes e uso adequado destas Guidelines As guidelines so declaraes desenvolvidas de forma sistemtica para auxiliar os profissionais de

    sade e os doentes na tomada de deciso sobre os cuidados de sade adequados a situaes clnicas especficas. Estas recomendaes podem no ser adequadas em todas as situaes.

    A deciso de adotar alguma recomendao em particular deve se tomada pelo profissional de sade tendo em conta os recursos disponveis e as circunstncias apresentadas pelo doente em particular. Nenhuma informao contida neste documento considerada como uma recomendao clnica para casos especficos.

    Devido rigorosa metodologia usada no desenvolvimento destas guidelines, os membros do Guideline Development Group acreditam que a investigao que suporta estas recomendaes credvel e precisa. Foram realizados todos os esforos para avaliar criticamente a investigao includa neste documento. No entanto, no garantimos a fiabilidade e exatido dos estudos individuais referenciados neste documento.

    Este guia destina-se unicamente a fins educacionais e informativos.

    Este guia contm informao que foi confirmada na altura da publicao. A investigao e a tecnologia evoluem rapidamente e as recomendaes contidas neste documento podem vir a ser inconsistentes com evolues futuras. O profissional de sade responsvel pela atualizao do seu conhecimento relativo aos avanos da investigao e da tecnologia que possam influenciar as suas decises na prtica clnica.

    Foram usados os nomes genricos dos produtos. Nada neste guia visa direcionar para um produto especfico.

    Nada neste guia pretende aconselhar sobre padres de codificao ou regulamentos de reembolso.

    O presente guia no pretende fornecer informaes completas sobre a segurana e utilizao de produtos e equipamentos. No entanto, foram includos alguns conselhos de segurana e utilizao normalmente disponibilizados. Os eventos adversos referidos na respetiva investigao foram referidos nos sumrios da evidncia e nas declaraes de precauo. Todos os produtos devem ser utilizados de acordo com as instrues dos fabricantes.

    Objetivo e mbito

    O objetivo do presente guia foi o de desenvolver recomendaes baseadas em evidncia para a preveno e o tratamento das lceras por presso, as quais podem ser utilizadas por profissionais de sade em todo o mundo. O propsito das recomendaes para a preveno consistiu em orientar cuidados baseados em evidncia para evitar o desenvolvimento das lceras por presso, ao passo que a finalidade das recomendaes especficas sobre o tratamento consistiu em fornecer orientaes baseadas em evidncia sobre as estratgias mais eficazes para promover a cicatrizao das lceras por presso.

    O guia direcionado a todos os profissionais de sade, independentemente da disciplina clnica, que estejam envolvidos na prestao de cuidados a indivduos em risco de desenvolver ou com lceras por presso j desenvolvidas. Este guia destina-se a ser aplicado em todos os contextos clnicos, incluindo hospitais ou instituies de reabilitao, cuidados continuados e assistncia domiciliria e, a menos que seja especificamente indicado, pode ser considerado adequado a todos os indivduos, independentemente do seu diagnstico ou outras necessidades de cuidados de sade. As seces do guia referentes a Populaes Especiais fornecem orientaes adicionais para grupos da populao com necessidades adicionais, incluindo doentes em cuidados paliativos, doentes em estado crtico, doentes peditricos e no blocos operatrio, doentes submetidos a cirurgia baritrica, doentes com leso medular e doentes idosos. Alm disso, o presente guia pode ser utilizado para orientar indivduos que se encontram em situao de risco de desenvolver ou j tenham desenvolvido lceras por presso dentro do leque de estratgias preventivas e de tratamento disponveis. A classificao das lceras por presso da membrana mucosa no ser abordada no presente guia.

  • INTRODUO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    4 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    Desenvolvimento das Guidelines

    O processo metodolgico descrito na verso completa das Diretrizes da Prtica Clnica. O US National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), o European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) e a Pan Pacific Pressure Injury Alliance (PPPIA) colaboraram na atualizao das guidelines sobre a preveno e o tratamento das lceras por presso e juntaram as duas guidelines da edio anterior (preveno e tratamento) numa nica e abrangente guideline para a prtica clnica.

    Esta guideline foi desenvolvida por um grupo interprofissional de desenvolvimento das guidelines (Guideline Development Group - GDG) e inmeros grupos de trabalho de pequena dimenso (Scientific Working Groups - SWGs). Cada um deles era composto por representantes das trs organizaes de desenvolvimento.

    O primeiro passo no desenvolvimento destas guidelines consistiu em identificar a evidncia mais recente. O GDG solicitou uma reviso abrangente da literatura sobre a preveno e o tratamento das lceras por presso em vrias bases de dados eletrnicas utilizando uma estratgia de pesquisa sensvel. Todas as referncias identificadas foram triadas pelo GDG e por um metodologista quanto aos critrios de incluso pr-estabelecidos. Alm disso, foram criadas tabelas de extrao de dados preliminares. Numa segunda etapa, a evidncia recolhida foi avaliada e, posteriormente, os artigos em texto integral foram divididos de acordo com o tema e submetidos aos respetivos SWGs. Com a ajuda do metodologista, os membros dos SWGs avaliaram a evidncia de forma crtica, atriburam um nvel de evidncia a cada estudo atravs de um sistema de classificao adaptado de Sackett (1997)1 e melhoraram as tabelas de evidncia.

    A fase seguinte consistiu na elaborao das recomendaes. Cada SWG formulou concluses sobre o corpo de evidncia cientfica disponvel e desenvolveu recomendaes que resultaram da evidncia existente. As recomendaes das guidelines de 2009 foram revistas e corrigidas com base nas concluses retiradas de estudos mais recentes e de uma anlise do corpo atual de evidncia cumulativa. A fora da evidncia foi avaliada. Essa classificao identifica a fora da evidncia cumulativa que suporta cada recomendao. Os SWGs sintetizaram a evidncia que sustenta cada recomendao. As recomendaes e as snteses de evidncia foram revistas pelo GDG e por stakeholders internacionais e as verses finais foram aprovadas pelo GDG.

    A fase final envolveu a anlise da fora de cada recomendao. Todos os indivduos envolvidos no processo de desenvolvimento das guidelines foram convidados a analisar as recomendaes e a participar na votao consensual, realizada online, onde cada recomendao recebeu um nvel de fora. A fora da recomendao representa o grau de confiana que o profissional de sade pode depositar na referida recomendao, tendo em conta a fora da evidncia que a sustenta, os riscos clnicos versus os benefcios clnicos, a relao custo-eficcia e as implicaes para os sistemas.

    Recomendaes das Guidelines

    As recomendaes so declaraes desenvolvidas de forma sistemtica para auxiliar os profissionais de sade e os doentes na tomada de deciso sobre os cuidados de sade adequados a situaes clnicas especficas. As recomendaes podem no ser adequadas em todas as situaes.

    As recomendaes includas no presente guia constituem uma orientao geral com vista a uma prtica clnica adequada e devem ser implementadas por profissionais de sade qualificados com base no seu julgamento clnico de cada caso individual e tendo em conta as preferncias pessoais dos doentes e os recursos disponveis. As guidelines devem ser implementadas de forma culturalmente consciente e respeitosa, de acordo com os princpios de proteo, participao e parceria.

    A orientao fornecida pelas guidelines no deve ser considerada como um aconselhamento mdico para casos especficos. Este guia e todas as recomendaes includas destinam-se unicamente a fins informativos e educacionais. So apresentados os nomes genricos dos produtos. Nada neste guia visa direcionar para um produto especfico.

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA INTRODUO

    NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014 5

    Nveis de Evidncia, Fora da Evidncia e Fora das Recomendaes

    A explicao completa da metodologia utilizada est disponvel na verso completa das Diretrizes da Prtica Clnica. Um determinado nvel de evidncia foi atribudo a cada estudo individual, com base no respetivo desenho e qualidade, utilizando um sistema de classificao adaptado de Sackett (1989)2.

    Nveis de Evidncia Estudos de Interveno Estudos de Diagnstico Estudos de Prognstico

    Nvel 1 Ensaio(s) clnico(s) aleatrio(s) com resultados claros e baixo risco de erro OU reviso sistemtica de literatura ou meta-anlise de acordo com a metodologia Cochrane ou cumprimento de pelo menos 9 dos 11 critrios de qualidade estabelecidos segundo o instrumento de avaliao AMSTAR.

    Reviso sistemtica de estudos (transversais) de alta qualidade de acordo com instrumentos de avaliao da qualidade com aplicao consistente de padres de referncia e processos de blinding.

    Reviso sistemtica de estudos de coorte prospetivos (longitudinais) de alta qualidade de acordo com instrumentos de avaliao da qualidade.

    Nvel 2 Ensaio(s) clnicos aleatrio(s) com resultados incertos e risco moderado a alto de erro.

    Estudos (transversais) individuais de alta qualidade de acordo com instrumentos de avaliao da qualidade com aplicao consistente de padres de referncia e processos de blinding a pessoas consecutivas.

    Um estudo de coorte prospetivo.

    Nvel 3 Ensaio(s) clnicos no aleatrio(s) com controlos simultneos ou contemporneos.

    Estudos no-consecutivos, ou estudos sem aplicao consistente de padres de referncia.

    Anlise de fatores de prognstico em indivduos de um coorte nico num ensaio aleatrio controlado.

    Nvel 4 Ensaio(s) clnicos no aleatrio(s) com controlos histricos.

    Estudos de caso-controlo, ou padro de referncia deficiente/no-independente.

    Estudos de casos ou estudos de caso-controlo, ou estudo de coorte prognstico de fraca qualidade, estudo de coorte retrospetivo.

    Nvel 5 Estudos de caso sem controlos. Nmero especfico de sujeitos.

    Raciocnio baseado em mecanismo, estudo de rendimento de diagnstico (sem padro de referncia).

    No aplicvel.

    Uma determinada "fora da evidncia" foi atribuda ao corpo de evidncias que suporta cada recomendao. Recorreu-se a um processo de votao consensual (GRADE) onde participaram todos os especialistas envolvidos formalmente no desenvolvimento das guidelines com o intuito de designar uma "fora da recomendao". Esta indica a confiana que o profissional de sade pode depositar na prtica recomendada para saber se esta melhorar os resultados do doente (ou seja, se traz mais benefcios do que prejuzos). O objetivo global da "fora da recomendao" consiste em ajudar os profissionais de sade a priorizar as intervenes.

    Fora da Evidncia

    A A recomendao suportada por uma evidncia cientfica direta proveniente de estudos controlados adequadamente desenhados e implementados sobre lceras por presso em sujeitos humanos (ou sujeitos humanos em risco das lceras por presso), que fornecem resultados estatsticos que suportam a recomendao de forma consistente (So exigidos estudos de nvel 1)

  • INTRODUO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    6 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    B A recomendao suportada por evidncia cientfica direta de estudos clnicos adequadamente desenhados e implementados sobre lceras por presso em sujeitos humanos (ou sujeitos humanos em risco das lceras por presso), que fornecem resultados estatsticos que suportam a recomendao de forma consistente (Estudos de nvel 2, 3, 4 e 5)

    C A recomendao suportada por uma evidncia indireta (ou seja, estudos em sujeitos humanos saudveis, sujeitos humanos com outro tipo de feridas crnicas ou modelos animais) e/ou a opinio de peritos

    Fora da Recomendao

    Recomendao positiva forte: definitivamente fazer

    Recomendao positiva fraca: provavelmente fazer

    Nenhuma recomendao em especfico

    Recomendao negativa fraca: provavelmente no fazer

    Recomendao negativa forte: definitivamente no fazer

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA INTRODUO

    NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014 7

    NDICE

    Prefcio ...................................................................................................................................................................... 2

    Sugesto de Citao .................................................................................................................................................... 2

    Limitaes e Uso Adequado destas Guidelines ............................................................................................................ 3

    Objetivo e mbito ...................................................................................................................................................... 3

    Desenvolvimento das Guidelines ................................................................................................................................ 4

    Recomendaes das Guidelines .................................................................................................................................. 4

    Nveis de Evidncia, Fora da Evidncia e Fora das Recomendaes ......................................................................... 5

    Pessoas Envolvidas no Desenvolvimento das Guidelines ............................................................................................ 8

    Agradecimentos ........................................................................................................................................................ 10

    Agradecimentos aos Patrocinadores ......................................................................................................................... 11

    Enquadramento ....................................................................................................................... 12 Prevalncia e Incidncia das lceras por Presso ........................................................................................................ 12 Sistema Internacional de Classificao das lceras por Presso NPUAP/EPUAP ......................................................... 13

    Preveno das lceras por Presso .......................................................................................... 15 Fatores de Risco e Avaliao de Risco .......................................................................................................................... 15 Avaliao da Pele e dos Tecidos ................................................................................................................................... 17 Cuidados Preventivos com a Pele ................................................................................................................................. 19 Terapias Emergentes para a Preveno das lceras por Presso ................................................................................ 20

    Intervenes para Preveno e Tratamento das lceras por Presso ........................................ 22 Nutrio na Preveno e Tratamento das lceras por Presso ................................................................................... 22 Reposicionamento e Mobilizao Precoce ................................................................................................................... 25 Reposicionamento para Prevenir e Tratar as lceras por Presso Nos Calcneos ...................................................... 30 Superfcies de Apoio ..................................................................................................................................................... 31 lceras por Presso Relacionadas com Dispositivos Mdicos ..................................................................................... 35

    Tratamento das lceras por Presso ........................................................................................ 38 Classificao das lceras por Presso .......................................................................................................................... 38 Avaliao das lceras por Presso e Superviso da Cicatrizao ................................................................................. 39 Avaliao e Tratamento da Dor .................................................................................................................................... 42 Cuidados com a Ferida: Limpeza .................................................................................................................................. 45 Cuidados com a Ferida: Desbridamento ...................................................................................................................... 45 Avaliao e Tratamento da Infeo e Biofilmes ........................................................................................................... 47 Pensos para o Tratamento das lceras por Presso .................................................................................................... 50 Pensos Biolgicos para o Tratamento das lceras por Presso ........................................................................................ 54 Fatores de Crescimento no Tratamento das lceras por Presso ............................................................................... 54 Agentes Biofsicos no Tratamento das lceras por Presso......................................................................................... 54 Cirurgia s lceras por Presso .................................................................................................................................... 58

    Populaes Especiais ................................................................................................................ 62 Doentes Baritricos (Obesos) ....................................................................................................................................... 62 Doentes em Estado Crtico ........................................................................................................................................... 64 Doentes Idosos ............................................................................................................................................................. 66 Doentes no Bloco Operatrio ....................................................................................................................................... 67 Doentes em Cuidados Paliativos .................................................................................................................................. 69 Doentes Peditricos ...................................................................................................................................................... 71 Doentes com Leso Medular ........................................................................................................................................ 74

    Implementao deste Guia ...................................................................................................... 77 Facilitadores, Obstculos e Estratgia de Implementao ........................................................................................... 77 Formao Profissional em Sade ................................................................................................................................. 78 Os Utentes e Respetivos Cuidadores ............................................................................................................................ 79 Indicadores de Qualidade deste Guia ........................................................................................................................... 81

    Bibliografia ............................................................................................................................................................... 83

  • INTRODUO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    8 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    PESSOAS ENVOLVIDAS NO DESENVOLVIMENTO DAS GUIDELINES

    Guideline Development Group (GDG)

    NPUAP

    Diane Langemo, PhD, RN, FAAN (Presidente da NPUAP) Professor Emeritus, University of North Dakota College of Nursing, Grand Forks, ND, USA

    Janet Cuddigan, PhD, RN, CWCN, FAAN Associate Professor, University of Nebraska Medical Center College of Nursing, Omaha, NE, USA

    Laurie McNichol, MSN, RN, GNP, CWOCN, CWON-AP Clinical Nurse Specialist/WOC Nurse, Cone Health, Greensboro, North Carolina, USA

    Joyce Stechmiller, PhD, ACNP-BC, FAAN Associate Professor and Chair, Adult and Elderly Nursing, University of Florida, College of Nursing, Gainseville, FL, USA

    EPUAP

    Lisette Schoonhoven, PhD (Presidente da EPUAP) Senior Researcher Nursing Science, Radboud University Medical Center, Scientific Institute for Quality of Healthcare, Nijmegen, The Netherlands Associate Professor, University of Southampton, Faculty of Health Sciences, UK

    Michael Clark, PhD Professor in Tissue Viability, Birmingham City University, Birmingham, UK Director, Welsh Wound Network, Welsh Wound Innovation Centre, Pontyclun, Wales, UK

    Jan Kottner, PhD Scientific Director Clinical Research, Clinical Research Center for Hair and Skin Science, Department of Dermatology and Allergy, Charit-Universittsmedizin Berlin, Germany

    Cees Oomens, PhD, Ir Associate Professor, Biomedical Engineering Department, Eindhoven University of Technology, Eindhoven, The Netherlands

    PPPIA

    Keryln Carville, PhD, RN (Presidente da PPPIA) Professor, Primary Health Care and Community Nursing, Silver Chain Group and Curtin University, Western Australia, Australia

    Pamela Mitchell, MN, RN, PGDipWHTR (Wales) Clinical Nurse Consultant, Wound Management, Christchurch Hospital, Christchurch, New Zealand.

    Siu Ming Susan Law, BScN, MScN, RN, RM,ET Nurse Consultant (Wound Management), Princess Margaret Hospital, Lai Chi Kok, Kowloon, Hong Kong.

    Ai Choo Tay, BN, Oncology Nursing, CWS Senior Nurse Clinician, Singapore General Hospital, Singapore, Republic of Singapore.

    Japanese Society of Pressure Ulcers Observer

    Takafumi Kadono, MD, PhD Associate Professor, Department of Surgical Science, University of Tokyo, Tokyo, Japan

    Metodologista e Editor Chefe

    Emily Haesler, BN, PGDipAdvNursing Honorary Associate, Department of Nursing and Midwifery, La Trobe University, Victoria, Australia Visiting Fellow, Academic Unit of General Practice, Australian National University, Canberra, Australia

    Membros do Small Working Group (SWG)

    Enquadramento

    Etiologia: Cees Oomens (Lder), David Brienza, Laura Edsberg, Amit Gefen & Pang Chak Hau Prevalncia e Incidncia das lceras por Presso: Catherine Ratliff (Lder), Yufitriana Amir, Margaret Birdsong, Chang Yee Yee, Emily Haesler, Zena Moore & Lin Perry

    Preveno das lceras por Presso

    Fatores de Risco e Avaliao de Risco: Jane Nixon (Lder), Katrin Balzer, Virginia Capasso, Janet Cuddigan, Ann Marie Dunk, Claudia Gorecki, Nancy Stotts & Aamir Siddiqui Avaliao da Pele e dos Tecidos: Emily Haesler (Lder), Carina Bth, Margaret Edmondson, Emil Schmidt & Ai Choo Tay Cuidados Preventivos da Pele: Emily Haesler Terapias Emergentes para a Preveno das lceras por Presso: Kerrie Coleman (Lder), Teresa Conner-Kerr, Susan Law, Anna Polak, Pamela Scarborough & Jakub Taradaj

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA INTRODUO

    9 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    Intervenes para Preveno e Tratamento

    das lceras por Presso

    Nutrio na Preveno e Tratamento das lceras por Presso: Jos Schols (Lder), Mary Ellen Posthauer, Merrilyn Banks, Judith Meijers, Nancy Munoz & Susan Nelan Reposicionamento e Mobilizao Precoce: Zena Moore (Lder), Barbara Braden, Jill Trelease & Tracey Yap Reposicionamento para Preveno e Tratamento das lceras por Presso nos Calcneos: Zena Moore (Lder), Barbara Braden, Jill Trelease & Tracey Yap Superfcies de Apoio: Clarissa Young (Lder), David Brienza, Joyce Black, Sandra Dean, Liesbet Demarr, Lena Gunningberg & Cathy Young lceras por Presso Relacionadas com Dispositivos Mdicos: Jill Cox (Lder), Liesbet Demarr, Tracy Nowicki & Ray Samuriwo

    Tratamento das lceras por Presso

    Classificao das lceras por Presso: Emily Haesler (Lder), Carina Bth, Margaret Edmondson, Emil Schmidt & Ai Choo Tay Avaliao das lceras por Presso e Superviso da Cicatrizao: Kerrie Coleman (Lder), Elizabeth Ong Choo Eng, Michelle Lee, Amir Siddiqui, Mary Sieggreen Dor: Avaliao e Tratamento: Carrie Sussman (Lder), Jane Nixon & Jan Wright Cuidados com a Ferida: Limpeza: Nicoletta Frescos (Lder), Mona Baharestani, Catherine Ratliff, Sue Templeton, Martin van Leen & David Voegeli Cuidados com a Ferida: Desbridamento: Sue Templeton (Lder), Mona Baharestani, Catherine Ratliff, Nicoletta Frescos, Martin van Leen & David Voegeli Avaliao e Tratamento da Infeo e Biofilmes: Judith Barker (Lder), Virginia Capasso, Erik de Laat & Wan Yin Ping Pensos para o Tratamento das lceras por Presso: Erik de Laat (Lder), Michelle Deppisch, Margaret Goldberg, Yanting Quek & Jan Rice Pensos Biolgicos: Laura Edsberg (Lder), Kumal Rajpaul & Colin Song Fatores de Crescimento: Laura Edsberg (Lder), Kumal Rajpaul & Colin Song Agentes Biofsicos para o Tratamento: Kerrie Coleman (Lder), Teresa Conner-Kerr, Anna Polak, Pamela Scarborough, Maria ten Hove & Jakub Taradaj Cirurgia s lceras por Presso: Aamir Siddiqui (Lder), Emily Haesler & Kok Yee Onn

    Populaes Especiais

    Doentes Baritricos: Mary Ellen Posthauer (Lder), Jeannie Donnelly & Tracy Nowicki Doentes em Estado Crtico: Jill Cox (Co-Lder), Ang Shin Yuh (Co-Lder), Maarit Ahtiala, Paulo Alves, & Alison Stockley Doentes Idosos: Tracey Yap (Lder), Jill Campbell, Emily Haesler & Susan Kennerly Doentes no Bloco Operatrio: David Huber (Lder), Steven Black, Ray Samuriwo, Susie Scott-Williams & Geert Vanwalleghem Doentes a Receber Cuidados Paliativos: Trudie Young (Lder), Wayne Naylor & Aletha Tippett Doentes Peditricos: Emily Haesler, Mona Baharestani, Carmel Boylan, Holly Kirkland-Walsh & Wong Ka Wai Doentes com Leso Medular: Emily Haesler (Lder), Amy Darvall, Bernadette McNally & Gillian Pedley

    Implementao deste Guia

    Facilitadores, Obstculos e Estratgia de Implementao: Dimitri Beeckman (Lder), Nancy Estocado, Morris Magnan, Joan Webster, Doris Wilborn & Daniel Young Formao Profissional em Sade: Dimitri Beeckman (Lder), Nancy Estocado, Morris Magnan, Joan Webster, Doris Wilborn & Daniel Young Os Utentes e os Seus Cuidadores: Nancy Stotts (Lder), Winnie Siu Wah Cheng, Michael Clark, Liesbet Demarr, Rebekah Grigsby & Emil Schmidt Indicadores de Qualidade: Ruud Halfens (Lder), Anne Gardner, Heidi Huddleston Cross, Edel Murray, Lorna Semple & Mary Sieggreen

    Necessidades Adicionais de Investigao

    Keryln Carville, Michael Clark, Janet Cuddigan, Emily Haesler, Jan Kottner, Diane Langemo, Susan Law, Laurie McNichol, Pamela Mitchell, Cees Oomens, Lisette Schoonhoven, Joyce Stechmiller, Ai Choo Tay

  • INTRODUO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    10 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    AGRADECIMENTOS

    Agradecimento & Apoio em Gneros

    Um reconhecimento e agradecimento especial aos membros do Guideline Development Group e dos Small Working Groups 2009 da NPUAP e EPUAP que desenvolveram a primeira edio deste guia. O trabalho na segunda edio deste guia baseou-se na investigao que foi avaliada e resumida pela equipa de desenvolvimento do guia de 2009.

    Janet Cuddigan, PhD, RN, CWCN, FAAN, Metodologista Interina (atualizao, reviso e anlise da literatura durante as atividades de desenvolvimento formal da guideline [2009 a 2012])

    Lisette Schoonhoven, PhD (organizadora lder e convocadora do Guideline Development Group)

    Kandis McCafferty, PhD, RNC-OB (tabelas preliminares de evidncia)

    Paul Haesler, BSc(Hons) (web development e apoio de TI)

    College of Nursing, University of Nebraska Medical Center, Omaha, NE, USA (apoio profissional, organizacional e de TI)

    McGoogan Library, University of Nebraska Medical Center, Omaha, NE, USA (consulta sobre pesquisas em bases de dados, acesso a revistas e servios de emprstimos interbibliotecrios)

    La Trobe University, Melbourne, Victoria, Australia (acesso a bases de dados e revistas e servios de emprstimos interbibliotecrios)

    Academic Unit of General Practice, Australian Medical School, Australian National University, Canberra (apoio professional e de TI)

    Um agradecimento especial a Emily Haesler que fez um trabalho extraordinrio na gesto das complexidades de uma reviso sistemtica, abrangente e internacional da literatura e no desenvolvimento desta guideline revista e ampliada sobre a preveno e o tratamento das lceras por presso.

    Traduo

    Os seguintes peritos do Clinical Research Center for Hair and Skin Science, Department of Dermatology and Allergy, Charit-Universittsmedizin Berlin, Alemanha realizaram a traduo e extrao de dados de documentos em outros idiomas que no o Ingls: Claudia Richter, MA Vera Kanti, MD Eva Katharina Barbosa Pfannes, PhD Jan Kottner, PhD

    Stakeholders

    Um agradecimento especial aos vrios stakeholders que fizeram a reviso dos rascunhos e dos processos de desenvolvimento do guia. Todos os comentrios dos stakeholders foram analisados pelo Guideline Development Group e as revises foram feitas com base nesses comentrios. Agradecemos o investimento dos profissionais da sade, investigadores, educadores e fabricantes de todo o mundo que partilharam os seus conhecimentos de forma crtica e reflexiva.

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA INTRODUO

    NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014 11

    AGRADECIMENTOS AOS PATROCINADORES

    O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP),o European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) e a Pan Pacific Pressure Injury Alliance (PPPIA) agradecem as contribuies dos seguintes indivduos e grupos pelo apoio financeiro na apresentao e divulgao do guia. Todas as contribuies financeiras foram feitas aps a fase de desenvolvimento do guia e no influenciaram de forma nenhuma o desenvolvimento do guia ou o seu contedo final. As contribuies financeiras esto a ser utilizadas para a impresso e divulgao do guia e produtos educativos associados. As seguintes empresas do subsdio ilimitado educao:

    Patrocinadores de Nvel Diamante

    EHOB, Inc.

    Smith & Nephew PLC

    Patrocinadores de Nvel Platina

    ArjoHuntleigh Inc.

    Mlnlycke Health Care

    Patrocinadores de Nvel Ouro

    Sage Produtos LLC

  • ENQUADRAMENTO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    12 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    ENQUADRAMENTO

    PREVALNCIA E INCIDNCIA DAS LCERAS POR PRESSO

    Existe uma forte necessidade de coerncia em termos de conceo e transmisso de informaes a fim

    de permitir uma avaliao comparativa de maior fiabilidade a nvel internacional. As taxas relativas a

    lceras por presso adquiridas em instituies de sade devem ser relatadas principalmente nos casos

    em que a eficcia dos programas de preveno das lceras por presso esteja a ser analisada. Por favor,

    consulte as Diretrizes da Prtica Clnica para uma explicao mais detalhada sobre as taxas de

    prevalncia, incidncia e lceras adquiridas em instituies de sade e outras. O presente documento

    apresenta tambm as taxas das lceras por presso referentes a uma variedade de contextos e

    populaes de doentes.

    Recomendaes

    1. Utilizar um desenho metodolgico rigoroso e uma avaliao consistente das variveis durante a realizao de estudos sobre a prevalncia e a incidncia das lceras por presso. (Fora da Evidncia

    = C; Fora da Recomendao = )

    Um estudo rigoroso deve incluir: uma definio clara da populao do estudo antes da recolha de dados, formao de avaliadores, fiabilidade inter-avaliadores, inspees de pele para classificar/definir o grau das lceras por presso e dois avaliadores por inspeo de pele.

    2. Comparar os resultados obtidos com conjuntos de dados organizacionais, nacionais e/ou internacionais, (usando metodologias semelhantes) para uma melhor compreenso da prevalncia e

    da incidncia das lceras por presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3. Utilizar as taxas relativas a lceras por presso adquiridas em instituies de sade (em vez de taxas de prevalncia) para avaliar programas de preveno das lceras por presso. (Fora da Evidncia =

    C; Fora da Recomendao = )

    4. Apresentar os resultados dos estudos de prevalncia e incidncia com base no nvel de risco das

    lceras por presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    5. Incluir as localizaes anatmicas mais comuns das lceras por presso ao referir estudos de

    prevalncia e incidncia. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    6. Apresentar resultados por Categoria/Grau e indicar claramente se as lceras por presso de Categoria/Grau I foram includas ou excludas no clculo final das taxas de prevalncia e de

    incidncia. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    7. Incluir, mas no categorizar/definir o grau das lceras por presso da membrana mucosa. (Fora da

    Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA SISTEMA DE CLASSIFICAO INTERNACIONAL

    NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014 13

    SISTEMA INTERNACIONAL DE CLASSIFICAO DAS LCERAS POR PRESSO NPUAP/EPUAP

    Uma lcera por presso uma leso localizada da pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminncia ssea, em resultado da presso ou de uma combinao entre esta e foras de toro. As lceras por presso tambm esto associadas a vrios fatores contribuintes ou de confuso, cujo papel ainda no se encontra totalmente esclarecido.

    Categoria/Grau I: Eritema No branquevel Pele intacta com rubor no branquevel numa rea localizada, normalmente sobre uma proeminncia ssea. Em pele de pigmentao escura pode no ser visvel o branqueamento; a sua cor pode ser diferente da pele da rea circundante. A rea pode estar dolorosa, dura, mole, mais quente ou mais fria comparativamente ao tecido adjacente. A Categoria/Grau I pode ser difcil de identificar em indivduos com tons de pele escuros. Pode ser indicativo de pessoas em risco (sinal precoce de risco).

    Categoria/Grau II: Perda Parcial da Espessura da Pele Perda parcial da espessura da derme que se apresenta como uma ferida superficial (rasa) com leito vermelho-rosa sem tecido desvitalizado. Pode tambm apresentar-se como flitena fechada ou aberta preenchida por lquido seroso.

    Apresenta-se como uma lcera brilhante ou seca, sem tecido desvitalizado ou equimose.* Esta Categoria/Grau no deve ser usada para descrever fissuras da pele, queimaduras por abraso, dermatite associada incontinncia, macerao ou escoriaes.*A equimose um indicador de uma suspeita de leso nos tecidos profundos.

    Categoria/Grau III: Perda Total da Espessura da Pele Perda total da espessura dos tecidos. O tecido adiposo subcutneo pode ser visvel, mas os ossos, tendes ou msculos no esto expostos. Pode estar presente algum tecido desvitalizado, mas no oculta a profundidade dos tecidos lesados. Podem ser cavitadas e fistulizadas.

    A profundidade de uma lcera por presso de Categoria/Grau III varia de acordo com a localizao anatmica. A asa do nariz, as orelhas, a regio occipital e os malolos no tm tecido subcutneo e as lceras de Categoria/Grau III podem ser superficiais. Em contrapartida, em zonas com tecido adiposo abundante podem desenvolver-se lceras por presso de Categoria/Grau III extremamente profundas. Tanto o osso como o tendo no so visveis nem diretamente palpveis.

  • SISTEMA DE CLASSIFICAO INTERNACIONAL GUIA DE CONSULTA RPIDA

    14 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    Categoria/Grau IV: Perda total da espessura dos tecidos

    Perda total da espessura dos tecidos com exposio ssea, dos tendes ou dos msculos. Em algumas partes do leito da ferida, pode aparecer tecido desvitalizado (hmido) ou necrose (seca). Frequentemente so cavitadas e fistulizadas.

    A profundidade de uma lcera por presso de Categoria/Grau IV varia de acordo com a localizao anatmica. A asa do nariz, as orelhas, a regio occipital e os malolos no tm tecido subcutneo e estas lceras podem ser superficiais. Uma lcera de Categoria/Grau IV pode atingir o msculo e/ou as estruturas de suporte (ou seja, fscia, tendo ou cpsula articular), tornando possvel a osteomielite. Tanto o osso como o tendo expostos so visveis ou diretamente palpveis.

    No graduveis/Inclassificveis: Profundidade Indeterminada

    Perda total da espessura dos tecidos, na qual a base da lcera est coberta por tecido desvitalizado (amarelo, acastanhado, cinzentos, verde ou castanho) e/ou necrtico (amarelo escuro, castanho ou preto) no leito da ferida.

    At que seja removido tecido desvitalizado e/ou necrtico suficiente para expor a base da ferida, a verdadeira profundidade e, por conseguinte, a verdadeira Categoria/Grau, no podem ser determinados. Um tecido necrtico (seco, aderente, intacto e sem eritema ou flutuao) nos calcneos serve como penso (biolgico) natural e no deve ser removido.

    Suspeita de leso nos tecidos profundos: Profundidade Indeterminada

    rea vermelha escura ou prpura localizada em pele intacta e descolorada ou flitena preenchida com sangue, provocadas por danos no tecido mole subjacente resultantes de presso e/ou cisalhamento. A rea pode estar rodeada por tecido doloroso, firme, mole, hmido, mais quente ou mais frio comparativamente ao tecido adjacente.

    A leso dos tecidos profundos pode ser difcil de identificar em indivduos com tons de pele escuros. A evoluo pode incluir uma flitena de espessura fina sobre o leito de uma ferida escura. A ferida pode evoluir ficando coberta por uma fina camada de tecido necrtico. A sua evoluo pode ser rpida expondo outras camadas de tecido adicionais, mesmo que estas recebam o tratamento adequado.

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA PREVENO

    NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014 15

    PREVENO DAS LCERAS POR PRESSO

    FATORES DE RISCO E AVALIAO DE RISCO

    Introduo

    As Diretrizes da Prtica Clnica incluem uma discusso aprofundada do enquadramento terico subjacente ao risco de lcera por presso. Incluem ainda um captulo sobre a Etiologia das lceras por presso, que est intimamente relacionada com os fatores de risco das lceras por presso. A seco deste guia sobre Populaes Especiais: Doentes Peditricos aborda os fatores de risco e a avaliao de risco em neonatos e crianas.

    Recomendaes Gerais para Avaliao Estruturada do Risco

    1. Realizar uma avaliao estruturada do risco com a maior brevidade possvel (realizada, no entanto, no perodo mximo de oito horas aps a admisso) para identificar os indivduos em risco de

    desenvolver lceras por presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2. Repetir a avaliao do risco tantas vezes quanto necessrio tendo em conta o nvel de acuidade do

    doente. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3. Efetuar uma reavaliao em caso de alteraes significativas na condio de sade do doente. (Fora

    da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Devido ao peso e impacto do desenvolvimento das lceras por presso no indivduo e no servio de sade, prtica comum que a avaliao do risco seja realizada em indivduos com o objetivo de identificar os que esto em risco de modo a planear e iniciar intervenes preventivas individualizadas.

    4. Incluir uma avaliao completa da pele em todas as avaliaes de risco para verificar eventuais

    alteraes em pele intacta. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    5. Documentar todas as avaliaes do risco. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    6. Desenvolver e implementar um plano de preveno baseado no risco para os indivduos identificados como estando em risco de desenvolver lceras por presso. (Fora da Evidncia = C;

    Fora da Recomendao = )

    Ateno: No confiar apenas na pontuao total de um instrumento de avaliao do risco como base para uma preveno baseada no risco. As pontuaes das subescalas dos instrumentos de avaliao do risco e outros fatores de risco devem tambm ser analisados de forma a orientar o planeamento com base no nvel de risco

    Avaliao Estruturada do Risco

    1. Utilizar uma abordagem estruturada para a avaliao do risco, que seja refinada pelo juzo crtico e suportada pelo conhecimento dos principais fatores de risco. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    No existe nenhuma abordagem universalmente aceite como sendo a melhor abordagem para a realizao de uma avaliao do risco. No entanto, o consenso entre especialistas sugere que a abordagem seja estruturada a fim de facilitar a anlise dos principais fatores de risco.

  • PREVENO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    16 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    Avaliao dos Fatores de Risco

    1. Utilizar uma abordagem estruturada da avaliao do risco que inclua uma avaliao da

    atividade/mobilidade e a condio da pele. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    1.1. Considerar os indivduos acamados e/ou confinados a uma cadeira de rodas como estando em

    risco de desenvolver lceras por presso. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    1.2. Considerar o impacto das limitaes de mobilidade no risco das lceras por presso. (Fora da

    Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    Os indivduos acamados ou confinados a cadeiras de rodas so geralmente descritos como tendo limitaes de atividade. Uma reduo da frequncia de movimento ou da capacidade de um indivduo se mover normalmente considerada como uma limitao da mobilidade.

    1.3. Realizar uma avaliao completa do risco em indivduos acamados e/ou confinados a cadeiras de rodas para orientar intervenes preventivas. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    As limitaes de mobilidade e de atividade podem ser consideradas como uma condio necessria ao desenvolvimento das lceras por presso. Na ausncia dessas condies, a existncia de outros fatores de risco no dever resultar em lceras por presso.

    1.4. Considerar os indivduos com lceras por presso de Categoria/Grau I como estando em risco de progresso para lceras por presso de Categoria/Grau II ou superior. (Fora da Evidncia =

    B; Fora da Recomendao = )

    1.5. Considerar os indivduos com lceras por presso (independentemente da Categoria/Grau) como estando em risco de desenvolver outras lceras por presso. (Fora da Evidncia = B;

    Fora da Recomendao = )

    1.6. Considerar a condio geral da pele no risco das lceras por presso. (Fora da Evidncia = B;

    Fora da Recomendao = )

    2. Ter em considerao o impacto dos seguintes fatores no risco de um determinado indivduo desenvolver lceras por presso:

    perfuso e oxigenao;

    situao nutricional deficiente;

    aumento da humidade da pele. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3. Ter em considerao o potencial impacto dos seguintes fatores no risco de um determinado indivduo desenvolver lceras por presso:

    aumento da temperatura corporal;

    idade avanada;

    perceo sensorial;

    avaliaes hematolgicas;

    estado geral de sade (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Instrumentos de Avaliao do Risco

    Se forem selecionados instrumentos de avaliao do risco para a abordagem estruturada da avaliao do risco, a utilizao de fatores adicionais (por exemplo, a perfuso, a condio da pe le e outros riscos relevantes) deve ser considerada como parte de uma avaliao completa do risco. Independentemente da forma como a avaliao de risco estiver estruturada, o juzo clnico essencial.

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA PREVENO

    NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014 17

    1. Reconhecer fatores de risco adicionais e recorrer ao juzo clnico durante a utilizao de um

    instrumento de avaliao do risco. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Ateno: No confiar apenas nos resultados de um instrumento de avaliao do risco para avaliar o risco de desenvolvimento das lceras por presso num determinado indivduo.

    2. Selecionar um instrumento de avaliao do risco que seja adequado populao, vlido e fivel.

    (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    AVALIAO DA PELE E DOS TECIDOS

    Introduo

    A avaliao da pele e dos tecidos importante para prevenir, classificar, diagnosticar e tratar lceras por presso. Por favor, consulte a seco deste guia sobre lceras por Presso Relacionadas com Dispositivos Mdicos para analisar a avaliao de membranas mucosas e outras lceras por presso associadas a dispositivos mdicos.

    Recomendaes para uma Poltica de Avaliao da Pele

    1. Garantir que uma avaliao completa da pele parte integrante da poltica de rastreio de avaliao do risco implementada em todas as instituies de sade. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    2. Formar profissionais de sade sobre como realizar uma avaliao completa da pele que inclua as tcnicas de identificao de respostas ao branqueamento, calor local, edema e indurao (rigidez).

    (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    Estas tcnicas de avaliao devem ser utilizadas para avaliar a condio da pele em todos os indivduos. No entanto, existem evidncias de que as lceras por presso de Categoria/Grau I so mais difceis de ser identificadas em indivduos com tons de pele escuros, uma vez que as reas de rubor no so facilmente visveis.

    Realizar a Avaliao da Pele e dos Tecidos

    1. Em indivduos em risco de desenvolver lceras por presso, realizar uma avaliao completa da pele:

    logo que possvel, mas dentro de um prazo mximo de oito horas aps a admisso (ou primeira consulta em contexto comunitrio),

    como parte integrante de todas as avaliaes do risco,

    de forma contnua, com base no contexto clnico e no grau de risco do indivduo,

    antes de o indivduo receber alta. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    1.1. Aumentar a frequncia das avaliaes da pele em resposta a qualquer deteriorao do estado

    geral. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Realizar uma avaliao geral com especial nfase nas reas cutneas sobrejacentes s proeminncias sseas, incluindo o sacro, as tuberosidades isquiticas, os grandes trocnteres e os calcneos.3,4 Cada reposicionamento do doente uma oportunidade de avaliao rpida da pele.

    1.2. Documentar os resultados de todas as avaliaes completas da pele. (Fora da Evidncia = C;

    Fora da Recomendao = )

  • PREVENO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    18 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    2. Inspecionar a pele quanto a reas de eritema em indivduos que foram identificados como estando em

    risco de desenvolver lceras por presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Ateno: Sempre que possvel, evitar posicionar o indivduo sobre uma superfcie corporal que esteja ruborizada.

    A avaliao contnua da pele essencial para a deteo precoce de danos causados por presso, especialmente sobre proeminncias sseas.

    2.1. Diferenciar a causa e o grau de eritema. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Diferenciar se o eritema da pele branquevel ou no branquevel.

    2.2. Utilizar o dedo ou o mtodo do disco para avaliar se a pele branquevel ou no branquevel.

    (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    mtodo de presso com os dedos o dedo pressionado sobre o eritema durante trs segundos e o branqueamento avaliado aps remoo do dedo;

    mtodo do disco transparente utilizado um disco transparente para pressionar uniformemente uma rea de eritema, podendo observar-se o branqueamento sob o disco durante a sua aplicao.

    3. Incluir os seguintes fatores em todas as avaliaes da pele:

    temperatura da pele;

    edema;

    alterao na consistncia do tecido em relao ao tecido circundante. (Fora da Evidncia = B;

    Fora da Recomendao = )

    3.1. Durante a avaliao da pele de um indivduo com pele de pigmentao escura priorizar a avaliao da:

    temperatura da pele;

    edema;

    alterao na consistncia do tecido em relao ao tecido circundante. (Fora da Evidncia

    = B; Fora da Recomendao = )

    Como nem sempre possvel identificar o eritema na pele de pigmentao escura, fatores como calor local, edema e alterao na consistncia do tecido em relao ao tecido circundante (por exemplo, indurao/rigidez) so indicadores importantes dos danos precoces causados por presso na pele em indivduos com tons de pele mais escuros.

    3.2. Avaliar a dor localizada como parte integrante de cada avaliao da pele. (Fora da Evidncia =

    C; Fora da Recomendao = )

    Se o indivduo for capaz de responder com fiabilidade, pedir-lhe que identifique eventuais reas de desconforto ou de dor que possam ser atribudas a danos por presso. Outras estratgias de avaliao da dor associada a lceras por presso so aprofundadas na seco deste guia sobre Avaliao e Tratamento da Dor.

    4. Inspecionar a pele sob e ao redor dos dispositivos mdicos, pelo menos duas vezes por dia, para identificar sinais de leso por presso no tecido circundante. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    4.1. Realizar avaliaes da pele mais frequentes (mais de duas vezes por dia) no dispositivo de interface com a pele em indivduos vulnerveis a alteraes de fluidos e/ou indivduos com sinais

    de edema localizado/generalizado. (Fora da evidncia = C; Fora da Recomendao = )

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA PREVENO

    NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014 19

    Alteraes no volume dos fluidos ou estados hipoproteinmicos podem resultar em edemas localizados ou generalizados e fazer com que um determinado dispositivo mdico que foi inicialmente encaixado de forma adequada exera presses externas na pele que provoquem o desenvolvimento das lceras por presso.5

    CUIDADOS PREVENTIVOS COM A PELE

    Recomendaes

    1. Sempre que possvel, evitar posicionar o indivduo numa superfcie corporal que esteja ruborizada.

    (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    O eritema indica que o corpo ainda no recuperou da presso anterior e exige um intervalo de tempo maior entre presses repetidas.

    2. Manter a pele limpa e seca. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2.1. Utilizar um produto de limpeza da pele com um pH equilibrado. (Fora da Evidncia = C; Fora

    da Recomendao = )

    3. No massajar nem esfregar vigorosamente a pele que esteja em risco das lceras por presso. (Fora

    da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Alm de ser doloroso, esfregar a pele pode tambm provocar uma ligeira destruio tecidular ou uma reao inflamatria, especialmente na pele mais frgil dos idosos.

    4. Desenvolver e implementar um plano individualizado de tratamento da incontinncia. (Fora da

    Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    4.1. Limpar a pele imediatamente aps os episdios de incontinncia (Fora dg Evidncia = C; Fora

    da Recomendao = )

    5. Proteger a pele da exposio humidade excessiva atravs do uso de produtos barreira de forma a

    reduzir o risco de danos de presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    importante referir que os danos na pele resultantes da humidade no so uma lcera por presso, mas que a presena desses danos pode aumentar o risco de desenvolvimento das lceras por presso.

    6. Considerar a utilizao de emolientes para hidratar a pele seca, a fim de reduzir o risco de dano da

    pele. (Fora de Evidncia = C; Fora de Recomendao = )

    6.1. No utilizar sulfxido de dimetilo (DMSO) sob a forma de creme para prevenir lceras por

    presso. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    Ateno: Os cremes de DMSO no esto aprovados para uso em seres humanos nos Estados Unidos, mas, por vezes, so utilizados topicamente noutros pases.

  • PREVENO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    20 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    TERAPIAS EMERGENTES PARA A PREVENO DAS LCERAS POR PRESSO

    Introduo

    Esta seco do guia aborda terapias novas e emergentes, incluindo a manipulao microclimtica, txteis concebidos para reduzir o cisalhamento e a frico, pensos de proteo e estimulao eltrica dos msculos em indivduos com leso medular.

    Controlo Microclimtico

    1. Considerar a necessidade de caractersticas adicionais ao selecionar uma superfcie de apoio, tais como a capacidade de controlar a humidade e a temperatura. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    A utilizao de superfcies especializadas, que entram em contacto com a pele, pode alterar o microclima, alterando a taxa de evaporao da humidade e a taxa de dissipao do calor da pele.6

    1.1. Considerar a necessidade de controlar a humidade e a temperatura durante a seleo de uma

    cobertura para a superfcie de apoio. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Qualquer superfcie que esteja em contato com a pele tem o potencial de afetar o microclima. O efeito global depende da natureza e do tipo de cobertura da superfcie de apoio.6

    2. No aplicar dispositivos de aquecimento (por exemplo, sacos de gua quente, almofadas trmicas, sistemas integrados de aquecimento das superfcies de apoio) diretamente sobre superfcies

    cutneas ou lceras por presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    O calor aumenta a taxa metablica, induz a transpirao e diminui a tolerncia do tecido presso.

    Pensos de proteo

    O uso de pensos de proteo para proteger a pele de dispositivos mdicos discutido na seco do guia sobre lceras por Presso Relacionadas com Dispositivos Mdicos.

    1. Considerar a aplicao de pensos de espuma de poliuretano nas proeminncias sseas (por exemplo, calcneos ou sacro) para prevenir lceras por presso em zonas anatmicas frequentemente submetidas a frico e cisalhamento. (Fora da Evidncia = B; Fora da

    Recomendao = )

    2. Ter em conta os seguintes aspetos na escolha de um penso de proteo:

    capacidade de gerir o microclima;

    facilidade de aplicao e remoo;

    capacidade de avaliao regular da pele;

    regio anatmica para a aplicao do penso;

    tamanho correto do penso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Os pensos de proteo tm qualidades diferentes. Assim, importante selecionar um penso que seja adequado ao indivduo e ao seu uso clnico.

    3. Continuar a utilizar todas as restantes medidas preventivas paralelas utilizao de pensos de

    proteo. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

  • GUIA DE CONSULTA RPIDA PREVENO

    NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014 21

    4. Avaliar eventuais sinais de desenvolvimento das lceras por presso na pele cada vez que o penso substitudo, ou pelo menos uma vez por dia, e confirmar a adequao do atual regime de aplicao

    dos pensos de proteo. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    5. Substituir o penso de proteo caso este se danifique, desloque, solte ou esteja excessivamente

    hmido. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Os pensos de proteo no anulam a necessidade de avaliao rigorosa e regular da pele, portanto, este tipo de pensos facilita, muitas vezes, as avaliaes regulares da pele (p. ex., bordas de silicone suaves, fceis de levantar para ajudar a avaliar regularmente a pele sem provocar queimaduras por abraso ou outras leses cutneas).

    Tecidos e txteis

    1. Considere a utilizao de tecidos do tipo seda em vez de tecidos de algodo ou de mistura de algodo

    para reduzir o cisalhamento e a frico. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    Estimulao Eltrica dos Msculos para Preveno das lceras por Presso

    Existem evidncias emergentes de que a estimulao eltrica (ES) induz contraes musculares isomtricas intermitentes e reduz o risco de desenvolvimento das lceras por presso em zonas corporais de risco, especialmente em indivduos com leso medular (LM).

    1. Considerar a utilizao da estimulao eltrica em localizaes anatmicas de risco para o desenvolvimento das lceras por presso em doentes com leso medular. (Fora da Evidncia = C;

    Fora da Recomendao = )

  • PREVENO E TRATAMENTO GUIA DE CONSULTA RPIDA

    22 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    INTERVENES PARA PREVENO E TRATAMENTO DAS LCERAS POR

    PRESSO

    NUTRIO NA PREVENO E TRATAMENTO DAS LCERAS POR PRESSO

    Introduo

    As recomendaes da presente seco do guia destinam-se predominantemente a indivduos adultos e resultam de estudos realizados com populaes adultas. As recomendaes de avaliao e tratamento nutricional em populaes peditricas so apresentadas na seco Populaes Especiais: Doentes Peditricos.

    Rastreio do Estado Nutricional

    1. Rastreio do estado nutricional de cada indivduo em risco de desenvolver ou com uma lcera por presso:

    no momento de admisso numa instituio de sade;

    em cada alterao significativa da condio clnica e/ou

    quando no se verificam progressos em termos de cicatrizao da lcera por presso. (Fora da

    Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    O rastreio nutricional o processo utilizado para identificar os indivduos que necessitam de uma avaliao completa do seu estado nutricional devido s caractersticas que os colocam em potencial risco nutricional. Qualquer membro qualificado da equipa de sade pode realizar o rastreio do estado nutricional, sendo este um procedimento a realizar no momento da admisso na instituio de sade ou durante a primeira consulta em contexto comunitrio.

    2. Utilizar um instrumento de rastreio nutricional vlido e fivel para determinar o risco nutricional.

    (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3. Encaminhar os indivduos identificados como estando em risco de desnutrio ou com lceras por presso para um nutricionista ou uma equipa nutricional multidisciplinar com vista a uma avaliao

    nutricional completa. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Avaliao do Estado Nutricional

    1. Avaliar o peso de cada indivduo para determinar o respetivo historial de peso e as perdas de peso

    relevantes ( 5% em 30 dias ou 10% em 180 dias). (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2. Avaliar a capacidade de o indivduo comer de forma independente. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    3. Avaliar a adequao da ingesto total de nutrientes (ou seja, alimentos, lquidos, suplementos orais

    e nutrio entrica/parentrica). (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    O foco da avaliao nutricional deve recair sobre a avaliao do consumo de energia, a alterao no intencional de peso e o impacto do stresse psicolgico ou de problemas neuro-psicolgicos. Alm disso, a avaliao deve incluir a avaliao das exigncias calricas, proteicas e lquidas do indivduo.

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    Planeamento dos Cuidados

    1. Desenvolver um plano individualizado de cuidados nutricionais para indivduos em risco de

    desenvolver ou com lceras por presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Um nutricionista, em consulta com a equipa multidisciplinar (incluindo, mas no limitada a um mdico, um enfermeiro, um terapeuta da fala, um terapeuta ocupacional, um fisioterapeuta e um dentista), deve elaborar e documentar um plano individualizado de interveno nutricional com base nas necessidades nutricionais, na via de alimentao e nos objetivos de cuidados do indivduo, conforme definido na avaliao do estado nutricional.

    2. Seguir as diretrizes sobre nutrio e hidratao relevantes e baseadas em evidncia que visam indivduos em risco nutricional e em risco de desenvolver lceras por presso ou que j tenham

    lceras por presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Ingesto Energtica

    1. Fornecer uma ingesto energtica individualizada com base na condio mdica e no nvel de

    atividade subjacentes. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    2. Fornecer 30 a 35 quilocalorias por quilo de peso corporal a adultos em risco de desenvolver lceras por presso avaliados como estando em risco de desnutrio. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    3. Fornecer 30 a 35 quilocalorias por quilo de peso corporal a adultos com lceras por presso avaliados

    como estando em risco de desnutrio (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    4. Ajustar a ingesto energtica com base na mudana de peso ou no nvel de obesidade. Os adultos que estiverem abaixo do peso ou que sofram perdas significativas de peso de forma no intencional podem necessitar de uma ingesto energtica adicional. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    5. Rever e modificar/liberalizar as restries dietticas sempre que as limitaes resultarem numa menor ingesto de alimentos slidos e lquidos. Sempre que possvel, estas adaptaes devem ser realizadas em consulta com um mdico e geridas por um nutricionista. (Fora da Evidncia = C; Fora

    da Recomendao = )

    O ideal seria as necessidades calricas serem satisfeitas por uma dieta saudvel. No entanto, alguns indivduos so incapazes ou no esto dispostos a seguir uma dieta adequada. As dietas excessivamente restritas podem tornar a comida desagradvel e pouco apelativa e, por conseguinte, reduzir o consumo.

    6. Oferecer alimentos enriquecidos e/ou suplementos nutricionais orais de elevado teor calrico e proteico nos intervalos das refeies caso as exigncias nutricionais no sejam satisfeitas atravs da

    ingesto alimentar. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    Os suplementos nutricionais orais (SNO), os alimentos enriquecidos e os alimentos hipercalricos podem ser utilizados para combater a perda de peso no intencional e a desnutrio.

    7. Considerar o suporte nutricional entrico e parentrico sempre que a ingesto oral for insuficiente. Este procedimento deve ser consistente com os objetivos do indivduo. (Fora da Evidncia = C;

    Fora da Recomendao = )

    A nutrio entrica ou parentrica pode ser recomendada nos casos em que a ingesto oral for inadequada e se tal for consistente com os desejos do indivduo. Se o trato gastrointestinal estiver a

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    funcionar, a alimentao entrica (por sonda) a via privilegiada. Os riscos e benefcios do suporte nutricional devem ser discutidos com o indivduo e os cuidadores desde o incio e devem refletir as preferncias e os objetivos de cuidados do doente.

    Ingesto Proteica

    1. Fornecer as protenas adequadas a um equilbrio positivo de nitrognio em adultos avaliados como estando em risco de desenvolver lceras por presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    2. Fornecer diariamente entre 1,25 e 1,5 gramas de protenas por quilo de peso corporal a adultos em risco de desenvolver lceras por presso e avaliados como estando em risco de desnutrio sempre que o mesmo for compatvel com os objetivos de cuidado e reavaliar a situao medida que a

    condio clnica se for alterando. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3. Fornecer as protenas adequadas a um equilbrio positivo de nitrognio em adultos com lceras por

    presso. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    4. Fornecer diariamente entre 1,25 e 1,5 gramas de protenas por quilo de peso corporal a adultos com lceras por presso avaliados como estando em risco de desnutrio sempre que o mesmo for compatvel com os objetivos de cuidado e reavaliar a situao medida que a condio clnica se for

    alterando. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    5. Para alm da dieta habitual, oferecer suplementos nutricionais de elevado teor calrico e proteico a adultos em risco nutricional e em risco de desenvolver lceras por presso caso as exigncias nutricionais no sejam satisfeitas atravs da ingesto alimentar. (Fora da Evidncia = A; Fora da

    Recomendao = )

    6. Avaliar a funo renal para garantir que os elevados nveis proteicos so adequados ao indivduo.

    (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    necessrio fazer uso do juzo clnico para determinar o nvel proteico adequado a cada indivduo com base no nmero das lceras por presso, no estado nutricional geral, nas comorbidades e na tolerncia a intervenes nutricionais de cada indivduo.

    7. Oferecer suplementos de elevado teor proteico, arginina e micronutrientes a adultos com lceras por presso de Categoria/Grau III ou IV ou com vrias lceras por presso sempre que as exigncias nutricionais no puderem ser satisfeitas com recurso a suplementos tradicionais de elevado teor

    calrico e proteico. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    Hidratao

    1. Providenciar e promover uma ingesto diria e adequada de lquidos com vista hidratao de um indivduo avaliado como tendo desenvolvido ou estando em risco de desenvolver uma lcera por presso. Esse procedimento deve ser compatvel com as comorbidades e os objetivos do indivduo.

    (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2. Vigiar eventuais sinais e sintomas de desidratao nos indivduos, incluindo a alterao de peso, o turgor da pele, a quantidade de urina, os nveis sricos de sdio elevados e/ou a osmolalidade srica

    calculada. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3. Providenciar lquidos adicionais a indivduos desidratados, com temperaturas elevadas, vmitos, sudorese profusa, diarreias ou feridas altamente exsudativas. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

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    Os lquidos funcionam como solventes de vitaminas, sais minerais, glucose e outros nutrientes e transportam os nutrientes e os resduos pelo corpo. Os profissionais de sade devem vigiar o estado de hidratao dos indivduos, verificando a existncia de sinais e sintomas de desidratao, tais como: alteraes de peso, turgor da pele, dbito urinrio, nveis sricos de sdio elevados ou osmolalidade srica calculada.7

    Vitaminas e Sais Minerais

    1. Providenciar/incentivar os indivduos avaliados como estando em risco de desenvolver lceras por presso a consumir uma dieta equilibrada que inclua boas fontes de vitaminas e sais minerais. (Fora

    da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2. Providenciar/incentivar os indivduos avaliados como estando em risco de desenvolver lceras por presso a tomar suplementos de vitaminas e sais minerais sempre que a ingesto alimentar for insuficiente ou sempre que forem confirmadas ou haja suspeita de deficincias. (Fora da Evidncia

    = C; Fora da Recomendao = )

    3. Providenciar/incentivar os indivduos com lceras por presso a consumir uma dieta equilibrada que

    inclua boas fontes de vitaminas e sais minerais. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    4. Providenciar/incentivar os indivduos com lceras por presso a tomar suplementos de vitaminas e sais minerais sempre que a ingesto alimentar for insuficiente ou sempre que forem confirmadas ou

    haja suspeita de deficincias. (Fora da Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    REPOSICIONAMENTO E MOBILIZAO PRECOCE

    Introduo

    As recomendaes da presente seco do guia abordam o papel do reposicionamento e da Mobilizao Precoce na preveno e no tratamento das lceras por presso. No caso das lceras por presso nos calcneos, o reposicionamento discutido numa seco separada do guia sobre Reposicionamento para Prevenir e Tratar lceras por Presso nos Calcneos.

    Reposicionamento Geral para Todos os Indivduos

    1. Reposicionar todos os indivduos que estejam em risco de desenvolver ou que j tenham desenvolvido lceras por presso, a menos que contraindicado. (Fora da Evidncia = A; Fora da

    Recomendao = )

    O reposicionamento visa reduzir a durao e a magnitude da presso exercida sobre reas vulnerveis do corpo e contribuir para o conforto, a higiene, a dignidade e a capacidade funcional do indivduo.

    2. Ter em conta a condio clnica do indivduo e a superfcie de apoio de redistribuio da presso em uso no momento de decidir se o reposicionamento deve ser implementado como estratgia de

    preveno. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Alguns indivduos no podem ser reposicionados com regularidade devido sua condio clnica. Nesses casos, poder ter de ser considerada uma estratgia de preveno alternativa, tal como a disponibilizao de um colcho ou de uma cama de alta especificidade.

    Frequncia do Reposicionamento

    1. Considerar a superfcie de apoio de redistribuio da presso em uso para determinar a frequncia

    do reposicionamento. (Fora da Evidncia = A; Fora da Recomendao = )

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    2. Determinar a frequncia do reposicionamento tendo em conta os seguintes aspetos do indivduo:

    tolerncia tecidular,

    nvel de atividade e mobilidade,

    condio clnica geral,

    objetivos gerais do tratamento,

    condio da pele,

    conforto. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3. Estabelecer planos de reposicionamento onde constem a frequncia e a durao da alternncia dos

    posicionamentos. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3.1. Ensinar aos indivduos elevaes para o alvio da presso ou outras manobras de alvio

    adequadas. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    4. Avaliar regularmente a condio da pele e o conforto geral do indivduo. Reconsiderar a frequncia e o mtodo de reposicionamento se o indivduo no responder como esperado ao regime de

    reposicionamento. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    A avaliao frequente da condio da pele ir ajudar a identificar os primeiros sinais de danos devido a presso e, como tal, a tolerncia do indivduo ao plano de reposicionamento acordado. Caso ocorram alteraes na condio da pele, o plano de reposicionamento deve ser reavaliado.

    Tcnicas de Reposicionamento

    1. Reposicionar o indivduo de tal forma que a presso seja aliviada ou redistribuda. (Fora da

    Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Ao escolher uma determinada posio para o indivduo, importante avaliar se a presso realmente aliviada ou redistribuda.

    2. Evitar posicionar o indivduo sobre proeminncias sseas que apresentem eritema no branquevel.

    (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    O eritema no branquevel indicador de sinais iniciais de danos resultantes das lceras por presso. Se um determinado indivduo estiver posicionado diretamente sobre proeminncias sseas que apresentem eritema no branquevel, a presso e/ou as foras de cisalhamento impediro ainda mais o fornecimento de sangue pele, agravando, deste modo, os danos e provocando lceras por presso mais graves.

    3. Evitar sujeitar a pele presso ou a foras de cisalhamento. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    3.1. Utilizar ajudas de transferncia manual para reduzir a frico e o cisalhamento. Levante - no arraste

    - o indivduo enquanto o reposiciona. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Na maioria das situaes, podem ser utilizadas tcnicas simples como resguardos de levantamento. Os princpios de uma transferncia manual segura devem ser utilizados para garantir a segurana do indivduo e do profissional de sade.

    3.2. Sempre que possvel, utilizar um elevador ou grua de elevao eltrica com sistema de abertura das pernas para transferir o indivduo para uma cadeira de rodas ou para uma cadeira junto ao leito quando este estiver totalmente dependente de ajuda para realizar a transferncia. Retirar o elevador/grua imediatamente aps a transferncia. (Fora da

    Evidncia C; Fora da Recomendao = )

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    3.3. No deixar o equipamento de movimentao e ajuda transferncia por baixo do indivduo aps a utilizao, a menos que o equipamento tenha sido concebido especificamente para

    essa finalidade. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    4. Evitar posicionar o indivduo em contacto direto com dispositivos mdicos, tais como tubos, sistemas

    de drenagem ou outros objetos estranhos. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    A seco do guia sobre lceras por Presso Relacionadas com Dispositivos Mdicos inclui recomendaes abrangentes sobre a preveno das lceras por presso relacionadas com dispositivos atravs do posicionamento adequado do dispositivo e do indivduo.

    5. No deixar o indivduo numa arrastadeira mais tempo do que o necessrio. (Fora da Evidncia = C;

    Fora da Recomendao = )

    Reposicionamento de um Indivduo na Cama

    1. Utilizar uma inclinao de 30 para posies laterais (alternadamente para o lado direito, para o lado dorsal e para o lado esquerdo) ou para a posio de pronao se o indivduo assim o tolerar e a

    condio clnica o permitir. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    1.1. Incentivar os indivduos capazes de se reposicionar a dormirem deitados de lado entre 30 a 40 ou na horizontal se tal no for contraindicado. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    1.2. Evitar posturas deitadas que aumentem a presso, tais como estar deitado de lado a 90 ou

    estar semi-reclinado. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2. No caso de um indivduo em repouso no leito, limitar a elevao da cabeceira da cama a 30 salvo contraindicao devido condio clnica ou a aspetos digestivos e relacionados com a alimentao.

    (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Elevar a cabeceira da cama pode ser clinicamente necessrio para facilitar a respirao e/ou prevenir a aspirao e a pneumonia associada ventilao mecnica. Nestes casos, a posio semi-Fowler a mais aconselhada.8 Os indivduos devem ser posicionados e apoiados de forma a evitar que deslizem na cama e criem foras de cisalhamento.

    2.1. No caso de ser necessrio estarem sentados na cama, evitar elevar a cabeceira e evitar posies incorretas que centrem a presso e o cisalhamento ao nvel do sacro e do cccix.

    (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Posio de pronao (Decbito ventral)

    1. Utilizar uma superfcie de redistribuio da presso para libertar pontos de presso no rosto e no

    corpo durante a posio de pronao. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2. Avaliar outras reas do corpo durante as rotaes efetuadas (ou seja, regio mamria, joelhos, dedos dos ps, pnis, clavculas, crista ilaca ou snfise pbica) que possam estar em risco quando os

    indivduos esto em posio de pronao (Fora da evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3. Durante as rotaes efetuadas, avaliar a existncia das lceras por presso faciais nos indivduos em

    posio de pronao. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Os indivduos colocados na posio de pronao podem ter uma maior probabilidade de desenvolver lceras por presso faciais.

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    Reposicionamento de um Indivduo Sentado

    1. Posicionar o indivduo de forma a manter a estabilidade e todas as suas atividades. (Fora da

    Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2. Selecionar uma posio sentada que possa ser tolerada pelo indivduo e minimize a presso e o cisalhamento exercidos na pele e nos tecidos moles. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    2.1. Providenciar uma inclinao adequada para evitar que o indivduo deslize para a frente na cadeira de rodas ou na cadeira e ajustar apoios para os ps e braos de forma a manter uma postura adequada e a redistribuio da presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    Quando um indivduo est sentado, as tuberosidades isquiticas ficam sujeitas a uma forte presso. Esta presso permanente em indivduos paralisados j que os pequenos movimentos involuntrios que permitem o fluxo sanguneo para os tecidos esto ausentes.

    3. Quando o indivduo estiver sentado (na vertical), seja numa cadeira junto cama ou numa cadeira de rodas, garantir que os ps esto bem apoiados diretamente no cho, num banquinho, ou num

    repousa-ps. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Para evitar o cisalhamento e a frico, selecionar um banco com uma distncia adequada entre o assento e o cho. Se os ps no estiverem bem apoiados no cho, a altura do apoio para os ps deve ser ajustada de modo a inclinar ligeiramente a bacia para a frente, posicionando as coxas numa posio ligeiramente inferior posio horizontal.

    3.1. Evitar a utilizao de apoios para elevao das pernas em indivduos com comprimento

    inadequado dos isquiotibiais. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Se o comprimento dos isquiotibiais insuficiente e forem utlizados apoios de elevao da perna, a bacia fica sentada numa posio sacral, aumentado a presso no cccix e/ou sacro.

    4. Restringir o tempo que o indivduo passa sentado numa cadeira sem alvio de presso. (Fora da

    Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

    Recomendaes Adicionais para Indivduos com lceras por Presso

    1. No posicionar um indivduo diretamente sobre uma lcera por presso. (Fora da Evidncia = C;

    Fora da Recomendao = )

    1.1. No posicionar o indivduo sobre a(s) rea(s) com suspeita de leso profunda dos tecidos com pele intacta. Caso no seja possvel o reposicionamento para aliviar a presso sobre essa rea, selecionar uma superfcie de apoio adequada. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    A presso reduz a perfuso dos tecidos com leso. Uma presso constante sobre uma lcera por presso existente retarda a cicatrizao e pode causar deteriorao adicional.

    2. Continuar a virar e a reposicionar o indivduo independentemente da superfcie de apoio em uso. Definir a frequncia de reposicionamento com base nas caractersticas da superfcie de apoio e na

    resposta do indivduo. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Nenhuma superfcie de apoio permite o alvio total da presso.

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    3. Verificar danos adicionais na pele sempre que o indivduo for virado ou reposicionado. No vire o indivduo sobre uma superfcie corporal com leso ou ainda ruborizada resultante de um episdio anterior de carga de presso, especialmente se a zona ruborizada for no branquevel (ou seja,

    lcera por presso de Categoria/Grau I). (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    necessria uma avaliao contnua da pele para identificar danos adicionais.

    Reposicionamento em Cadeira de um Indivduo com lceras por Presso

    1. Minimizar o tempo que o indivduo passa sentado e consultar um especialista caso as lceras por presso se agravem utilizando o assento selecionado. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    2. Considerar perodos de repouso no leito para promover a cicatrizao das lceras na regio

    sacrococcgea e isquitica. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2.1. Pesar os riscos e os benefcios de estar sentado com apoio em relao aos benefcios tanto

    para a sade fsica como emocional. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    3. Se um indivduo com lceras por presso sobre o sacro/cccix ou regio isquial tiver de estar sentado, limitar a posio de sentado a trs vezes por dia em perodos iguais ou inferiores a 60 minutos. Consultar um especialista para prescrever uma superfcie adequada para o indivduo se sentar e/ou tcnicas de posicionamento para evitar ou minimizar a presso sobre a lcera. (Fora da

    Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Estar sentado importante para reduzir os riscos da imobilidade, facilitar a alimentao e a respirao e promover a reabilitao. Embora estar sentado seja importante para a sade em geral, devem ser feitos todos os esforos para evitar ou minimizar a presso sobre a lcera.

    4. Evitar sentar um indivduo com uma lcera isquitica numa postura totalmente ereta (na cadeira ou

    na cama). (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    5. Modificar os horrios para estar sentado e reavaliar a superfcie de apoio e a postura do indivduo se

    a lcera agravar ou se no melhorar. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Dispositivos de Reposicionamento

    1. No utilizar dispositivos em forma de anel ou argola. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    As bordas destes dispositivos criam reas de elevada presso que podem danificar os tecidos.

    2. Os seguintes dispositivos no devem ser utilizados para elevar os calcneos:

    almofadas em pele de carneiro sinttica;

    dispositivos recortados em forma de anel ou donut;

    sacos de fluidos intravenosos;

    luvas cheias de gua. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    Todos estes produtos provaram ter limitaes.

    3. As almofadas em pele de carneiro natural podem ajudar a prevenir as lceras por presso. (Fora da

    Evidncia = B; Fora da Recomendao = )

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    30 NPUAP/EPUAP/PPPIA 2014

    Mobilizao

    1. Estabelecer um plano para o indivduo se sentar de forma progressiva de acordo com a respetiva

    tolerncia e a resposta da lcera por presso. (Fora da Evidncia = C; Fora da Recomendao = )

    2. Aumentar a atividade to rapidamente quanto for tolerado. (Fora da Evidncia = C; Fora da

    Recomendao = )

    Os indivduos em repouso no leito devem avanar para a posio de sentados e a deambulao to rapidamente quanto conseguirem tolerar. A programao da deambulao pode ajudar a compensar a deteriorao clnica, a qual frequentemente visvel em indivduos submetidos a perodos prolongados de repouso no leito.

    Documentao dos Reposicionamentos

    1. Registar os regimes de reposicionamentos, especificando a frequncia e a posio adotadas, e incluir

    uma avaliao dos resultados observados. (Fora da Evidncia = C