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PORTUGUÊS PARA O STJ – TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Apresentação do Professor Caro Aluno, Sou o professor Albert Iglésia. É com imensa satisfação que me aproximo de você. Neste primeiro contato, gostaria de falar um pouco sobre minha formação e minha experiência no ensino de Língua Portuguesa para concursos. Sou graduado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de Brasília (UnB) e possuo especialização em Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo Branco. Há onze anos ministro aulas voltadas para concursos públicos. Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, compreensão e interpretação de texto e redação oficial. Possuo experiência com diversas bancas examinadoras. Entre elas, destaco aqui as principais: Cespe, FCC, Esaf, FGV e Cesgranrio. Já participei da preparação de diversos alunos para os mais importantes concursos nacionais e regionais (Senado Federal, MDIC, TCU, MPU, Tribunais, Petrobras, BNDES, Receita Federal, PF, Bacen, Banco do Brasil, CEF, CGU, Abin, PCDF, TCDF, TJDFT etc.) Além de ensinar nos cursinhos preparatórios, também atuo como instrutor da Esaf (já tendo lecionado aulas de gramática e redação oficial para auditores e analistas da Receita Federal) e de outras instituições profissionalizantes. Por quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei cursos de atualização gramatical e redação oficial. Sempre que precisar, faça contato comigo, meu e-mail é: [email protected]. Nessa etapa da sua vida, quero me colocar ao seu lado para ajudá-lo a conquistar a tão sonhada vaga. Para você refletir: “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade” (Winston Churchill).

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Apresentação do Professor

Caro Aluno,

Sou o professor Albert Iglésia. É com imensa satisfação que me

aproximo de você. Neste primeiro contato, gostaria de falar um pouco sobre

minha formação e minha experiência no ensino de Língua Portuguesa para

concursos.

Sou graduado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade

de Brasília (UnB) e possuo especialização em Língua Portuguesa pelo

Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a

Universidade Castelo Branco.

Há onze anos ministro aulas voltadas para concursos públicos.

Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem.

Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, compreensão e

interpretação de texto e redação oficial. Possuo experiência com diversas

bancas examinadoras. Entre elas, destaco aqui as principais: Cespe, FCC, Esaf,

FGV e Cesgranrio. Já participei da preparação de diversos alunos para os mais

importantes concursos nacionais e regionais (Senado Federal, MDIC, TCU,

MPU, Tribunais, Petrobras, BNDES, Receita Federal, PF, Bacen, Banco do

Brasil, CEF, CGU, Abin, PCDF, TCDF, TJDFT etc.)

Além de ensinar nos cursinhos preparatórios, também atuo como

instrutor da Esaf (já tendo lecionado aulas de gramática e redação oficial para

auditores e analistas da Receita Federal) e de outras instituições

profissionalizantes. Por quase seis anos estive cedido à Casa Civil da

Presidência da República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e

ministrei cursos de atualização gramatical e redação oficial.

Sempre que precisar, faça contato comigo, meu e-mail é:

[email protected]. Nessa etapa da sua vida, quero me colocar

ao seu lado para ajudá-lo a conquistar a tão sonhada vaga.

Para você refletir: “O pessimista vê dificuldade em cada

oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”

(Winston Churchill).

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Apresentação do Curso

Agora que você já me conhece melhor, que tal falarmos sobre o curso?

Este é um curso de teoria e exercícios. Está dividido em nove

aulas (incluindo esta, a aula 0 ou demonstrativa). Nele, adoto o edital

publicado recentemente pelo Cespe como base das nossas aulas. Abaixo,

transcrevo o conteúdo programático que nos interessa.

1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. 2

Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. 3 Domínio da ortografia oficial.

3.1 Emprego das letras. 3.2 Emprego da acentuação gráfica. 4 Domínio dos

mecanismos de coesão textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciação,

substituição e repetição, de conectores e outros elementos de sequenciação

textual. 4.2 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. 5 Domínio da

estrutura morfossintática do período. 5.1 Relações de coordenação entre

orações e entre termos da oração. 5.2 Relações de subordinação entre orações

e entre termos da oração. 5.3 Emprego dos sinais de pontuação. 5.4

Concordância verbal e nominal. 5.5 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.6

Colocação dos pronomes átonos. 6 Reescritura de frases e parágrafos do texto.

6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.2 Retextualização de

diferentes gêneros e níveis de formalidade. 7 Correspondência oficial. 7.1

Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.2 Adequação do formato do

texto ao gênero.

Não fique espantado com a extensão do programa. Quem

acompanha as provas do Cespe sabe que a banca apenas mudou algumas

nomenclaturas, mas a essência do que é cobrado continua a mesma.

Como estratégia de estudo, o conteúdo das aulas está assim

dividido:

Aula 0 – Ortografia oficial e acentuação gráfica

Significação contextual de palavras

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Aula 1 – Emprego das classes de palavras

Aula 2 – Regência e crase

Aula 3 – Sintaxe dos termos da oração

Aula 4 – Sintaxe do período (relação de coord. e subord.)

Aula 5 – Pontuação

Aula 6 – Sintaxe de concordância

Aula 7 – Texto: tipologia, compreensão e interpretação

Aula 8 – Redação de correspondências oficiais

Utilizarei questões de provas elaboradas anteriormente pelo

Cespe/UnB para direcionar os nossos estudos. Reproduzirei os textos e os

itens (será respeitada a grafia original dos enunciados) que tratam do assunto

abordado em cada aula.

Como a instituição tem o costume de usar um mesmo texto para, a

partir dele, apresentar várias assertivas, é possível que eu repita o mesmo

texto (ou fragmento dele) na explicação do conteúdo de outras aulas.

Portanto, não estranhe se isso acontecer. O procedimento é puramente

didático. Dessa forma, pretendo aproximar você – futuro servidor do STJ –

daquilo que vem sendo exigido pelo Cespe acerca de determinado assunto da

Língua Portuguesa em concursos públicos.

Apresentação da Matéria

A partir de agora, começo a ministrar o primeiro conteúdo deste

curso, que corresponde à aula 0 (ou demonstrativa).

Acredito que você obterá uma noção de como as explicações serão

transmitidas, do grau de complexidade das aulas e da linguagem que usarei

em nossos próximos encontros.

Espero que aproveite cada explicação e cada exemplo da melhor

forma possível. Interaja comigo nos fóruns. A sua participação é fundamental

para o bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa!

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Ortografia

No Brasil, quem dita as normas para a correta escrita das palavras

é a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em seu Vocabulário ortográfico da

língua portuguesa (VOLP), a instituição mantém registrada a forma oficial de

escrever as palavras.

Apesar da vigência do novo Acordo Ortográfico, as regras antigas e

as atuais estarão em vigor até 31 de dezembro 2012. Por quê? Porque o então

presidente Lula, por meio do Decreto nº 6.583, de 26 de setembro de 2008,

além de ter promulgado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – que foi

assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 –, também estabeleceu um

período de transição: “de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012,

durante o qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova

norma estabelecida”.

Você e eu sabemos que é humanamente impossível decorar a

grafia de todas as palavras da nossa Língua. Só para você ter uma ideia da

dificuldade que é isso, saiba que a nova edição do VOLP, lançada oficialmente

pela ABL em 19 de março de 2009, tem 976 páginas, 381 mil verbetes e

outras coisas mais. Você se atreve a decorar tudo isso?!

Entretanto podemos sistematizar a grafia de certas palavras, em

decorrência, por exemplo, da sua origem, do seu radical. É isso que você verá

aqui. A experiência nos permite dizer que esse processo é muito útil no

momento de resolver uma questão de concurso. Não estou dizendo que tudo

se resumirá ao que será demonstrado nestas poucas linhas. O que você

precisa entender é que a prática de leitura de livros, jornais, revistas e

dicionários deve ser somada à minha explicação.

Comecemos pelo EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS. Sempre que for

preciso, trarei para nossa aula as mudanças das novas regras ortográficas

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• Usa-se, normalmente, a letra X:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – depois de ditongos ameixa, frouxo, peixe Recauchutar

2 – depois da sílaba EN enxame, enxergar

encher, encharcar,

enchova, enchumaçar e

derivados dessas

palavras

3 – depois da sílaba ME,

quando “fechada” mexa (verbo), mexerico

mecha (substantivo) =

pronúncia “aberta”

• Usa-se, normalmente, a letra G:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nos sufixos AGEM,

IGEM e UGEM

viagem (substantivo),

vertigem, ferrugem

pajem, lajem,

lambujem

2 – nos sufixos AGIO,

EGIO, IGIO, OGIO e

UGIO

pedágio, colégio,

prestígio, relógio,

refúgio

3 – nas palavras

derivadas daquelas que

possuem G no radical

(você perceberá que

esse princípio vale

também para o emprego

de outras letras)

margem/margear,

homenagem/homenagear

monge/monja, eu dirijo

(flexão do verbo dirigir).

Imaginem se

mantivéssemos a letra

“g” nas palavras

derivadas...

• Usa-se, normalmente, a letra J:

QUANDO EXEMPLO

1 – nas palavras de origem indígena,

africana e árabe

pajé, jiboia, jeca, jenipapo, jirau, jiló,

cafajeste, jerico, jequitibá

2 – nas flexões dos verbos que viajar (verbo) – que eles viajem;

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possuem J no radical bocejar – eu bocejei

3 – nas palavras derivadas daquelas

que possuem J no radical gorja – gorjeta; lisonja – lisonjeado

4 – nas palavras de origem latina jeito, hoje, majestade, injetar, objeto,

ultraje

• Usa-se, normalmente, a letra Ç:

QUANDO EXEMPLO

1 – nas palavras derivadas daquelas

que possuem T no radical

exceto – exceção, setor – seção, cantar

– canção

2 – nas palavras de origem indígena,

árabe e africana

miçanga, paçoca, muriçoca,

muçulmano, açougue, açoite

3 – nos sufixos AÇU e AÇO babaçu, Paraguaçu, Nova Iguaçu,

golaço, poetaço, atrevidaço

4 – depois de ditongo compleição, feição, beiço

• Usa-se, normalmente, a letra S:

QUANDO EXEMPLO

1 – nos substantivos que designam

origem, título honorífico e feminino

chinês, japonês, baronesa, duquesa,

sacerdotisa, poetisa

2 – Nos sufixos ASE, ESE, ISI e OSE fase, ascese, eletrólise, apoteose

3 – nos sufixos OSO e OSA formoso, formosa, gostoso, gostosa

4 – nas palavras derivadas daquelas

que possuem D, RT ou RG no seu

radical

iludir – ilusão, defender – defesa;

divertir – diversão, inverter – inversão;

imergir – imersão, submergir –

submersão

5 – no prefixo TRANS e nos seus

derivados

transatlântico, trasladar (ou

transladar)

6 – após os ditongos maisena, Sousa, coisa

7 – nas formas verbais derivadas dos quis, quisera, pusera, compusera

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verbos QUERER e PÔR

• Usa-se, normalmente, SS:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas palavras

derivadas daquelas que

possuem as expressões

CED, GRED, PRIM, MIT,

MET e CUT no radical

suceder – sucessão,

regredir – regressão,

comprimir –

compressão, demitir –

demissão, intrometer –

intromissão, discutir –

discussão

2 – prefixo terminado

em vogal + palavra

começada por S

pre + sentir = pressentir

(repare que o “s” foi

duplicado”)

• Usa-se, normalmente, a letra Z:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas terminações EZ

e EZA, formando

substantivos

abstratos derivados de

adjetivos

insensato – insensatez,

nu – nudez; claro –

clareza, belo – beleza

2 – nas terminações

IZAR, formando

infinitivos verbais

sintonia – sintonizar,

real – realizar, visual –

visualizar

a) se a palavra possuir

S em sua parte final, o

infinitivo verbal também

levará S: análise –

analisar, paralisia –

paralisar;

b) Hipnose – hipnotizar;

Síntese – sintetizar;

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Batismo – batizar;

Catequese – catequizar;

Ênfase – enfatizar.

(Lembre-se da sigla de

um famoso banco, só

que com E no final:

HSBCE).

3 – como consoante de

ligação

pé + udo = pezudo; guri

+ ada = gurizada

• Usa-se, normalmente, a letra H:

QUANDO EXEMPLO CUIDADO

1 – nas palavras ligadas

por hífen em que o

segundo elemento

começa com H

anti-higiênico, pré-

histórico, super-homem desarmonia, lobisomem

2 – na palavra Bahia as palavras derivadas

não possuem H: baiano

• Verbos terminados em EAR e IAR:

1 – são irregulares os

verbos terminados em

EAR; eles recebem a

letra I nas formas

rizotônicas (eu, tu, ele,

eles – a sílaba tônica

integra o radical)

passear: passeio,

passeias, passeia,

passeamos, passeais,

passeiam

2 – são regulares os

verbos terminados em

IAR

premiar: premio,

premias, premia,

premiamos, premiais,

Mediar, Ansiar,

Remediar, Incendiar,

Odiar (MARIO): apesar

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premiam de terminarem em IAR,

são irregulares e

recebem a letra E nas

formas rizotônicas (eu,

tu, ele, eles): odeio,

odeias, odeia, odiamos,

odiais, odeiam

• As letras K, W e Y (conforme o novo Acordo Ortográfico)

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k,

w e y.

a A j J s S

b B k K t T

c C l L u U

d D m M v V

e E n N w W

f F o O x X

g G p P y Y

h H q Q z Z

i I r R

A essa altura você deve estar se perguntando: “Por que as letras

k, w e y voltaram ao alfabeto?”, “Quais as consequências práticas?”, “Alguma

palavra será grafada de forma diferente?”, “Como deverão ser usadas?”, “Elas

são vogais ou consoantes?”, “Como é a pronúncia do w?”.

As letras k (cá ou capa) – letra oriunda do alfabeto fenício (kaph),

adotada pelos gregos (kapa) e depois pelos romanos (capa) –, w (dábliu) –

letra usada nas línguas inglesa, em que soa como o “u”, e alemã, em que é

pronunciada como “v” – e y (ípsilon) – letra com som de “i” –, que na verdade

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não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são

usadas em várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km

(quilômetro), kg (quilograma), W (watt);

b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus

derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang,

William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Bem, e o que acontece agora que elas estão oficialmente

introduzidas no nosso alfabeto? Haverá mudanças na grafia de alguma

palavra? Deveremos escrever “kilômetro” em vez de “quilômetro”?

Na prática, nada muda na grafia das palavras, pois a reintrodução

das letras K, W e Y em nosso alfabeto NÃO AUMENTA SEU USO. Essas três

letrinhas continuam sendo usadas em NOMES PRÓPRIOS ORIUNDOS DE

LÍNGUAS ESTRANGEIRAS, como nos exemplos abaixo:

Byron; Darwin; Franklin; Taylor; Wagner; Wilson; Kardec;

Também continuam sendo usadas nas PALAVRAS DERIVADAS DE

NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS. Veja alguns exemplos:

byroniano (relativo a Lord Byron, poeta inglês, autor da obra Don

Juan);

kantismo (doutrina filosófica de Immanuel Kant, filósofo alemão);

kardecismo (doutrina espírita do pensador francês Allan Kardec);

kardecista (relativo ao kardecismo, seguidor dessa doutrina);

kuwaitiano (indivíduo natural do Kuwait);

As letras K, W e Y também são usadas em SIGLAS, SÍMBOLOS E

PALAVRAS INTERNACIONALMENTE ADOTADAS como:

TWA (Trans World Airlines);

KLM (Koninklijke Luchtvaart Maatschappij, em português:

Companhia Real de Aviação);

kw (quilowatt);

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watt;

yd (jarda, do inglês yard);

K (Potássio);

W (Tungstênio);

Y (Ítrio);

Kr (Criptônio);

W - oeste (West);

SW - sudoeste (southwest);

NW - noroeste (northwest).

Você aí já se perguntou se ESSAS LETRAS SERÃO CLASSIFICADAS

COMO VOGAL OU CONSOANTE?!?! Certo, vejamos como elas poderão se

comportar.

As novas letras do alfabeto deverão ser classificadas em vogais ou

consoantes, DE ACORDO COM A FORMA COMO SÃO PRONUNCIADAS nas

palavras em que aparecem.

O K será sempre CONSOANTE, pois sempre é pronunciado como

o C antes das vogais A, O e U e como o dígrafo QU antes de E

e I.

Já o Y será VOGAL ou SEMIVOGAL, pois normalmente é

pronunciado como se fosse um I.

A letra W pode assumir o papel de VOGAL (ou SEMIVOGAL) ou

CONSOANTE. Nas palavras de origem inglesa, por ser

normalmente pronunciado como U, o W será vogal ou

semivogal:

Wallace; waffle; show; Wilson; windows; watt (uote).

Nas palavras de origem alemã, o W normalmente é pronunciado

como um V, e, assim, será uma CONSOANTE:

Walter; Wagner.

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Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES que,

certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar por uma ou

outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns vocábulos que, volta e

meia, surgem em diversos textos. Vejamos quais são.

• MAL x MAU

a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem,

refere-se a um verbo)

b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa

adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo)

c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um substantivo,

contrário de bom)

ATENÇÃO! Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a mesma

classificação gramatical nas alternativas “a)” e “b)”. Isso é importante porque

a banca examinadora pode sugerir o contrário. O Cespe/UnB, por exemplo,

pode selecionar duas frases de um texto em que esses vocábulos aparecem,

destacá-los e formular a seguinte assertiva: “Nas linhas X e Y, os vocábulos

em destaque possuem a mesma classificação gramatical”. Muito cuidado antes

de responder. Como vimos anteriormente, isso nem sempre será verdade.

Quero que note ainda as diferentes classificações dos vocábulos que surgirão

nos próximos exemplos.

• POR QUE x POR QUÊ

a) Por que você não veio? (advérbio interrogativo, usado no início da

oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono)

b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase

interrogativa é indireta)

c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase, e

o “que” é tônico)

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d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome

relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)

• PORQUE x PORQUÊ

a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial,

indica circunstância de causa)

b) Fique quieto, porque você está incomodando. (conjunção coordenativa

explicativa)

c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é

substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)

ATENÇÃO! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta),

use a expressão separada.

• SENÃO x SE NÃO

a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou, indica

alternância de ideias que se excluem mutuamente)

b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim,

porém,)

c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é

substantivo)

d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção

subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)

ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas

quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional.

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• ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE

a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” = de

+ os –, equivale-se a sobre, a respeito de)

b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.

(refere-se a acontecimento passado)

c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (equivale-se a

aproximadamente)

• AFIM x A FIM DE

a) Temos ideias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em

número para com ele concordar)

b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,

denota finalidade, objetivo, intenção)

• DEMAIS x DE MAIS

a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo,

equivale-se a muito, bastante, demasiadamente, em excesso)

b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido, equivale-se a

outros, restantes, vem precedido de artigo)

c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de menos)

• ONDE x DONDE x AONDE

a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a

preposição em, na língua portuguesa não existe a suposta contração nonde,

indicada por em + onde)

b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em

razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de +

onde)

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c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige, também

por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal “vai”:

“Aonde” = a + onde)

• MAS x MAIS

a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa

adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas)

b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade,

refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo)

c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a

substantivo)

• HÁ x A

a) Ele chegou da Europa há dois anos. (refere-se a acontecimento passado)

b) Ela voltará daqui a um ano. (refere-se a acontecimento futuro)

• DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE

a) O ônibus foi de encontro ao carro, causando a morte de duas pessoas.

(indica posição contrária, colisão, confronto)

A proposta da diretoria foi de encontro aos anseios dos funcionários.

b) O filho foi ao encontro do pai, abraçando-o. (sugere posição favorável,

concordância)

• À TOA (o novo Acordo retirou o hífen, a diferença se dará pelo

contexto)

a) Ele era uma pessoa à toa. (locução adjetiva invariável; refere-se a um

substantivo; significa desprezível, sem valor, insignificante)

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b) Ele andava à toa na rua. (locução adverbial; indica maneira, modo, sem

rumo certo, a esmo, sem fazer nada)

• DIA A DIA (o novo Acordo aboliu o hífen, a diferença se dará pelo

contexto)

a) O dia a dia do operário brasileiro é desgastante. (substantivo, precedido

por artigo, equivale-se a cotidiano)

b) Os preços das mercadorias aumentam dia a dia. (locução adverbial de

tempo, equivale-se a diariamente)

• TAMPOUCO x TÃO POUCO

a) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer justificativa.

(advérbio de negação, equivale-se a também não)

b) Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (tão = advérbio de

intensidade; pouco = pronome indefinido adjetivo, alude a um substantivo)

c) Estudamos tão pouco. (tão = advérbio de intensidade, refere-se a outro

advérbio: pouco = advérbio de intensidade, refere-se ao verbo)

A respeito do EMPREGO DO HÍFEN, várias mudanças foram

introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico. Resumirei aqui os casos

importantes.

Prefixos Usa-se hífen Não se usa hífen

Agro, ante, anti, arqui, auto,

contra, extra, infra, intra,

macro, mega, micro, maxi,

mini, semi, sobre, supra,

tele, ultra...

Quando a palavra

seguinte começa com h

ou com vogal igual à

última do prefixo: auto-

-hipnose, auto-

-observação, anti-herói,

anti-imperalista, micro-

a) Em todos os demais

casos: autorretrato,

autossustentável,

autoanálise,

autocontrole,

antirracista, antissocial,

antivírus, minidicionário,

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-ondas, mini-hotel minissaia, minirreforma,

ultrassom... (perceba

que as letras R e S

são duplicadas).

b) Quando se usam os

prefixos des- e in-,

caem o h e o hífen:

desumano, inabitável,

desonra, inábil.

c) Também com os

prefixos co- e re- caem

o h e o hífen: coordenar,

coerdeiro, coabitar,

reabilitar, reeditar,

reeleição.

Hiper, inter, super

Quando a palavra

seguinte começa com h

ou com r: super-homem,

inter-regional

Em todos os demais

casos: hiperinflação,

supersônico

Sub, sob, ob, ab

Quando a palavra

seguinte começa com b,

h ou r: sub-base, sub-

-reino, sub-humano (ou

subumano)

Em todos os demais

casos: subsecretário,

subeditor

Vice, ex, sem, além, aquém,

recém, pós, pré, pró

Sempre: vice-rei, vice-presidente, além-mar,

além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor,

ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente,

pós-graduação, pré-história, pré-vestibular,

pró-europeu, recém-casado, recém-nascido,

sem-terra

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Pan, circum, mal

Quando a palavra

seguinte começa com h,

m, n ou vogais: pan-

americano, circum-

hospitalar

Em todos os demais

casos: pansexual,

circuncisão

Quero enfatizar as seguintes mudanças:

1 – Com prefixos, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história,

mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.

2 – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal

com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,

autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição,

extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto,

semiesférico, semiopaco.

3 – Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo

elemento começar pela mesma consoante.

Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário,

super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.

4 – Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo

elemento começar por vogal.

Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar,

interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico,

superexigente, superinteressante, superotimismo.

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EMPREGO DO HÍFEN NA COMPOSIÇÃO

A regra geral para palavras compostas é que se deve empregar o

hífen APENAS SE OS SEUS ELEMENTOS FORMADORES (palavras que formam o

composto) PERDERAM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL para que a palavra

composta adquirisse um significado único. Observe os exemplos seguintes.

Abaixo assinado x abaixo-assinado

Mesa redonda x mesa-redonda

testa de ferro x testa-de-ferro

Sem o hífen, as palavras mantêm seu significado individual.

Abaixo assinado – indivíduo que subscreve, que assina abaixo de

um texto ou reivindicação.

Mesa redonda – é uma mesa de formato redondo.

Nas palavras compostas, nas quais o hífen é usado, repare que OS

ELEMENTOS FORMADORES PERDEM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL para que

a palavra composta formada adquira um significado completamente novo.

Abaixo-assinado – é o documento que normalmente contém um

texto ou reivindicação assinada por várias

pessoas.

Mesa-redonda – é uma reunião destinada a debater determinado

assunto.

Fique de olho agora nas regras estabelecidas pelo atual Acordo

Ortográfico.

1. Usa-se o hífen quando, nos COMPOSTOS SEM ELEMENTO DE LIGAÇÃO

(de, da, do etc.), os elementos de natureza nominal, adjetiva, numeral ou

verbal constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento

próprio.

abaixo-assinado, amor-perfeito, água-marinha, ano-luz, arco-íris,

beija-flor, decreto-lei, joão-ninguém, médico-cirurgião,

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mesa-redonda, tenente-coronel, tio-avô, zé-povinho,

afro-brasileiro, azul-escuro, amor-perfeito, boa-fé, guarda-costas,

guarda-noturno, má-fé, mato-grossense, norte-americano,

sempre-viva, sobrinha-neta, sul-africano, verbo-nominal,

primeiro-ministro, segundo-sargento, segunda-feira, conta-gotas,

guarda-chuva, vaga-lume, porta-aviões, porta-retrato,

porta-moedas etc.

As palavras iniciadas por afro, anglo, euro, franco, indo, luso,

sino e outros adjetivos pátrios, reduzidos ou não, seguidos por outros

adjetivos pátrios, serão grafadas com hífen:

afro-americano, luso-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático,

euro-afro-americano, greco-romano, latino-americano etc.

Observação: indo-chinês se refere à Índia e à China, mas indochinês se

refere à Indochina, assim como centro-africano se refere à porção central

da África, enquanto centroafricano se refere à República Centroafricana.

Os compostos em que há uso de apóstrofo no elemento de ligação

entre as palavras também serão grafados com hífen:

cobra-d'água, mãe-d'água, olho-d'água, mestre-d'armas.

O novo Acordo Ortográfico não trata especificamente de compostos

formados de palavras repetidas ou parecidas; mas, por analogia, esses

compostos se acomodam na primeira regra e, por isso, são hifenizados:

blá-blá-blá, reco-reco, lenga-lenga, zum-zum-zum, tico-tico,

xique-xique, zás-trás, zigue-zague, pingue-pongue, tique-taque.

Emprega-se o hífen quando a primeira palavra for além, aquém,

recém, bem e sem:

além-mar, aquém-mar, recém-casado, recém-eleito, recém-

nascido, bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, bem-criado,

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bem-dizer, bem-mandado, bem-nascido, bem-vestido, bem-vindo,

bem-visto, sem-número, sem-vergonha, sem-terra.

Em alguns casos, o advérbio bem se junta à segunda palavra, sem uso do

hífen: benfeitor, benfeitoria, benquerer, benquisto, etc.

2. Tratando-se de nomes geográficos, emprega-se o hífen em qualquer dos

casos abaixo:

– iniciados por Grã e Grão: Grã-Bretanha, Grão-Pará;

– iniciados por forma verbal: Abre-Campo, Passa-Quatro,

Quebra-Costas, Quebra-Dentes;

– ligados por artigo: Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios,

Trás-os-Montes.

Os demais nomes geográficos compostos grafam-se sem hífen:

América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde etc.

Exceção: Guiné-Bissau

Os adjetivos gentílicos, que são adjetivos que se referem ao local

de nascimento, quando derivados de nomes compostos, serão hifenizados:

belo-horizontino (Belo Horizonte)

cabo-verdiano (Cabo Verde)

americano-do-sul (América do Sul)

mato-grossense (Mato Grosso)

mato-grossense-do-sul (Mato Grosso do Sul)

juiz-forano (Juiz de Fora)

cruzeirense-do-sul (Cruzeiro do Sul)

3. O hífen também é empregado em nomes compostos de espécies botânicas

e zoológicas (mato e bicho, entendeu?!):

Andorinha-do-mar, bem-me-quer, bem-te-vi, coco-da-baía, couve-

flor, dente-de-leão, erva-doce, fava-de-santo-inácio, feijão-verde,

joão-de-barro, lesma-de-conchinha, vassoura-de-bruxa etc.

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ATENÇÃO! Se o significado da palavra composta for outro, o hífen não será

usado.

não-me-toques (espécie de planta)

Ela é cheia de não me toques. (melindres, frescuras)

O hífen também é usado para ligar palavras que se combinam para

formar encadeamentos vocabulares.

A ponte Rio-Niterói;

o trecho Paraná-Goiás;

a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade;

o acordo Brasil-Inglaterra;

a liga Itália-França-Alemanha.

Acentuação Gráfica

A partir de agora, vamos falar sobre acentuação gráfica, que

também é mais um tópico do programa. Novamente, enfatizarei as regras

novas. Tudo da forma mais clara e objetiva possível. Comecemos assim:

REGRAS GERAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA

O propósito delas é sistematizar a leitura das palavras de nossa

língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da

vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua. Em relação aos

vocábulos:

1 – MONOSSÍLABOS TÔNICOS o acento é empregado naqueles

terminados por A(S), E(S) ou O(S)

Ex.: Elas são más. / Pisaram o meu pé. / Ninguém ficará só.

CUIDADO! Quando os prefixos PRÉ e PRÓ vierem separados por hífen, eles

serão acentuados: pré-técnico, pró-labore.

Quando não estiverem, não serão acentuados: pressentir,

prosseguir.

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Nas formas verbais terminadas em R, S ou Z e seguidas por

pronomes oblíquos átonos A(s) ou O(S), essas consoantes são suprimidas, as

vogais A, E ou O da terminação verbal recebem acento gráfico e os pronomes

oblíquos átonos A(S) ou O(S) recebem a letra “L”: dar + o = dá-lo; pôs + os =

pô-los; fez + a = fê-la.

2 – OXÍTONOS (a sílaba tônica da palavra é a última) usa-se o acento

quando terminarem em A(S), E(S), O(S), EM, ENS:

Ex.: cajá, cafés, cipó, armazém, armazéns

CUIDADO! Os vocábulos oxítonos terminados por I ou U não serão

acentuados, salvo se estiverem em hiato.

Ex.: Bangu – Grajaú // dividi-lo – construí-lo

3 – PAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a penúltima) são acentuados aqueles

que terminam em I(S), US, Ã(S), ÃO(S), UM, UNS, L, N, R, X, PS, DITONGO

ORAL.

Ex.: júri, íris, vírus, ímã, órfãs, órgão, sótãos, médium, álbuns, amável,

abdômen, mártir, látex, bíceps, íon, íons, vôlei, jóquei, história, gênio.

CUIDADO! Não serão acentuados os vocábulos paroxítonos terminados por EM

ou ENS: item, itens, hifens (mas: hífen ou hífenes), polens (mas: pólen ou

pólenes)

Os prefixos paroxítonos terminados por I ou R não serão

acentuados: semi-histórico, super-homem.

4 – PROPAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a antepenúltima) todos são

acentuados.

Ex.: histórico, cântico, lâmpada, hífenes, pólenes.

REGRAS ESPECIAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA (note as mudanças

introduzidas pelas novas regras)

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1 – HIATOS

a) Não se acentua mais a primeira vogal dos hiatos OO, EE.

Ex.: voo, enjoos, creem, deem, leem, veem. (3ª pessoa do plural dos verbos

crer, dar, ler e ver)

ATENÇÃO! De acordo com as novas regras, o acento circunflexo deixa de

existir, mas até 31/12/2012 é possível usá-lo (vôo, crêem etc.).

b) Acentuam-se as vogais I(S) e U(S), quando formam a sílaba tônica e

ocupam a segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S.

Ex.: saída, saúde, país, baús, incluí-lo.

Compare com mia, via, lua, nua. Nessas palavras, as vogais I e U não ocupam

a segunda posição do hiato, ainda que constituam a sílaba tônica.

CUIDADO! Se as vogais I ou U formarem sílabas com L, M, N, R, Z ou vierem

seguidas de NH, não haverá acento gráfico: pa-ul, ru-im, a-in-da, sa-ir, ju-iz,

ra-i-nha.

Se as vogais I ou U formarem hiato com uma vogal idêntica, não

se usará acento gráfico: xi-i-ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba (nome de uma planta).

O acento só surgirá se a palavra for uma proparoxítona: fri-ís-si-mo.

ATENÇÃO! Conforme as novas regras, se essas vogais surgirem após ditongos

e a palavra for paroxítona, não levarão acento: baiuca, feiura. Ressalto que até

31/12/2012 você decidirá se quer ou não usar o acento: baiúca, feiúra.

Interessante é o que acontece, por exemplo, com o vocábulo

Piauí. Observe que, agora, a vogal tônica I ocupa a última posição, ou seja, a

palavra é oxítona. Casos como esse não foram atingidos pelas mudanças

ortográficas.

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2 – DITONGOS

a) EU, EI, OI: deixam de receber acento agudo quanto tônicos, abertos e

como sílabas tônicas de palavras paroxítonas; mas o recebem quando a

palavra for oxítona ou monossílaba tônica.

Ex.: chapéu, assembleia, jiboia, céu, herói.

ATENÇÃO! Ressalto que até 31/12/2012 é facultativo recorrer ao novo Acordo

Ortográfico. Portanto até lá ainda é possível escrever jibóia, assembléia etc.

3 – GUE, GUI e QUE, QUI

a) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE, GUI e QUE, QUI

receberá trema quando for pronunciada fracamente; sendo, pois, semivogal.

Ex.: agüentar, pingüim, lingüiça, eloqüente, qüinqüênio.

b) A letra U receberá acento agudo quando for pronunciada fortemente;

sendo, pois, vogal.

Ex.: averigúe, apazigúe, argúi, obliqúes.

CUIDADO! Quando a letra U não for pronunciada, não receberá trema nem

acento agudo: quilo, quente, guerra, guincho. O que temos aqui é

simplesmente um dígrafo representado pelas letras “qu” e “gu”.

Diante de A e O, a letra U não receberá trema: água, quota (ou

cota), mesmo sendo semivogal. Mas receberá acento agudo, sendo vogal, em

flexões dos verbos aguar (agúo), apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar

(averigúo), desaguar, enxaguar, obliquar, delinqüir e afins.

ATENÇÃO! O trema foi abolido pelas novas regras. Também o foi o acento

agudo no U tônico dos grupos verbais mencionados acima (averiguar,

apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar e afins). Exemplos: arguo, arguis,

argui, arguem, argua, arguas, arguam, redarguo, averiguo, enxague, oblique.

Repito: até 31/12/2012 estaremos no período de transição, sendo aceitas as

duas formas.

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4 – ACENTO DIFERENCIAL (com a vigência das novas regras, foi

abolido, salvo algumas exceções, que estão destacadas abaixo; todavia

o período de transição – que vai até 31/12/2012 – dá-nos a faculdade

quanto ao uso)

Ele tem – eles têm (verbo TER na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

Ele vem – eles vêm (verbo VIR na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

ATENÇÃO! Repare que as formas TEM e VEM constituem monossílabos tônicos

terminado por EM. Lembre-se de que apenas as terminações A(S), E(S) e O(S)

recebem acento: má, fé, nó. É muito comum as bancas examinadoras

explorarem questões envolvendo esses verbos. Elas relacionam, por exemplo,

um sujeito no singular à forma verbal TÊM (com acento circunflexo mesmo) e

perguntam se a concordância está correta. Obviamente, se a forma verbal

empregada é TÊM, o sujeito deve ser representado por um nome plural. Fique

atento para esse detalhe.

Atente ainda para o fato de o acento circunflexo (diferencial)

não ter sido abolido desses verbos nem de seus derivados. Portanto,

continue a usá-lo.

Ele detém – eles detêm (verbo DETER na 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo)

Ele provém – eles provêm (verbo PROVIR na 3ª pessoa do plural do presente

do indicativo)

ATENÇÃO! Agora, a “pegadinha” é outra. As bancas gostam de explorar o

motivo do acento nos pares detém/detêm, mantém/mantêm, provém/provêm,

todos derivados dos verbos TER e VIR. Repare que a forma correspondente à

terceira pessoa do singular recebe acento AGUDO em virtude de ser uma

oxítona terminada por EM. Já a forma correspondente à terceira pessoa do

plural recebe acento CIRCUNFLEXO para diferenciar-se do singular.

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Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo)

Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo)

ATENÇÃO! O novo acordo não aboliu o acento diferencial de PÔDE. Você deve

usá-lo.

Pôr (verbo)

Por (preposição)

ATENÇÃO! O novo acordo também não aboliu o acento diferencial de PÔR.

Você deve usá-lo.

Fôrma (substantivo = molde)

Forma (substantivo = disposição exterior de algo)

ATENÇÃO! É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as

palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais

clara: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Significação Contextual das Palavras

Para você compreender melhor a mensagem transmitida por meio

de um texto, às vezes não é suficiente conhecer o significado isolado das

palavras nele utilizadas. Há momentos em que a interpretação só é possível se

você considerar o contexto em que as palavras estão inseridas. Tenho

percebido que as bancas examinadoras também exploram esse fato em provas

de concursos públicos. Por isso é importante que você estude um pouco de

semântica na sua preparação.

Semântica é a parte da linguística que estuda a significação das

palavras, que pode variar de acordo com o contexto. A palavra GATO, por

exemplo, apresenta diversos significados em um dicionário (considerada

isoladamente): animal mamífero da família dos felídeos; indivíduo esperto;

erro, engano; etc.

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Ex.: O cão correu atrás do gato.

O ladrão foi muito ligeiro, e a polícia não conseguiu pegar o gatuno.

A fiscalização flagrou um gato na instalação telefônica do prédio.

Trarei à sua memória alguns conceitos sobre semântica que,

acredite, serão muito úteis na hora de resolvermos questões de prova,

principalmente quando elas tratarem de interpretação de texto.

• Antônimos

São palavras de sentido contrário. Assim como é difícil encontrar

um par perfeito de sinônimos, o mesmo ocorre com os antônimos. Em alguns

casos, é mais adequado falar em graus de antonímia.

Ex.: velho – novo / bom – mau

Um objeto velho, em princípio pode ser o oposto de um objeto

novo. Porém, dizer que um objeto é menos velho, em certos casos, pode ser

equivalente a dizer que ele é mais novo. O que torna relativa a antonímia entre

novo e velho. O mesmo ocorre com o par bom/mau.

O par emigrante – imigrante, aparentemente são antônimos

perfeitos, já que a primeira palavra se refere àqueles que saem de

determinado lugar (cidade, estado, país); e a segunda, àqueles que entram.

Contudo, o emigrante, no momento em que chega a outro lugar, não passa a

ser também, obrigatoriamente, um imigrante?

• Sinônimos

São palavras de sentidos idênticos ou aproximados, que podem ser

substituídas uma pela outra em diferentes contextos. Embora se fale em

palavras sinônimas, também existem frases sinônimas.

Ex.: Você já vacinou seu cão? / Você já vacinou seu cachorro.

Joana é a mulher de Marcelo. / Marcelo é o marido de Joana.

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“O uso de palavras sinonímias pode ser de grande utilidade nos

processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos

textos.” (Cipro & Neto, 1999:565)

Ex.: Alguns segundos depois, apareceu um menino. Era um garoto magro, de

pernas compridas e finas. Um típico moleque.

• Polissemia

É a propriedade de uma palavra apresentar vários sentidos.

Compare este par de enunciados:

a) Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô.

b) Enrosquei minha pipa no fio daquele poste.

Observe que, nas duas ocorrências da palavra fio, ela apresenta

sentidos diferentes: “fibra”, no primeiro enunciado, e “cabo de metal” no

segundo. Apesar disso, há um sentido comum entre elas: sequência, fiada,

eixo, alinhamento, encadeamento.

• Campo semântico, hiponímia e hiperonímia

Leia o enunciado abaixo:

Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma

impressora para o escritório, pois, sem esse equipamento, não conseguiria dar

conta do trabalho.

Palavras como “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado”

apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de pertencerem ao mesmo

campo semântico, ou seja, ao universo da informática. Já a palavra

“equipamento” possui um sentido mais amplo, que engloba todas as outras.

Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado”

são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez, “equipamento” é um

hiperônimo das outras palavras.

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• Homônimos

São palavras diferentes no sentido, tendo a mesma escrita ou a

mesma pronúncia.

Ex.: são (verbo ser – eles são) / são (saudável) / são (santo); como (advérbio

interrogativo) / como (verbo) homônimos perfeitos;

caçar (apanhar) / cassar (anular); concerto (harmonia) / conserto

(remendo) homônimos homófonos

ele (pronome pessoal) / ele (substantivo, nome da letra L); almoço

(verbo) / almoço (substantivo); sede (vontade de beber) / sede (residência)

homônimos homógrafos

• Parônimos

São palavras diferentes no sentido, na escrita e na pronúncia,

apesar de se assemelharem nos dois últimos aspectos.

Ex.: flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)

arrear (por arreios) / arriar (abaixar)

mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)

inflação (alta dos preços) / infração (violação)

eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)

comprimento (extensão) / cumprimento (saudação)

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• Denotação

Em semântica, a denotação de um termo é o objeto ao qual o

mesmo se refere. A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é

tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os

dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota

determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal)

A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não

produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de informar.

É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, em um

manual de instruções etc.

• Conotação

Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a

inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos,

evocando outras ideias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.

Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um

sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto. A

linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em letras

de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia, etc.

Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim

jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35)

Pois bem, prezado aluno, que tal você colocar em prática tudo isso

que aprendeu e resolver algumas questões de provas anteriores?

Lembre-se sempre de que o novo Acordo Ortográfico está em vigor

e que a Academia Brasileira de Letras já lançou oficialmente o novo VOLP.

Portanto nada impede que a banca examinadora exija de você conhecimentos

a respeito dele.

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[...]

1. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011) Na linha 26, “por que”

poderia, sem prejuízo para a correção gramatical, ser grafado porque,

em razão de estar empregado como conjunção causal, tal como ocorre em

“mas o mandamento de agir unicamente porque se trata de um dever”

(L.31-32).

Comentário – Questão muito fácil. Você nem precisa ter o trabalho de

analisar tudo o que a banca propôs. De acordo com o que foi explicado sobre o

assunto, jamais a expressão por que (com separação; equivale-se a pela

qual, no caso sob análise) poderá ser substituída corretamente pela expressão

porque (sem separação; conjunção causal ou explicativa, dependendo do

caso). O texto é até dispensável. Assim, você não desperdiça tempo durante

uma prova.

Resposta – Item errado.

[...]

22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter

dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O

discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em

25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira

tradicional, deixando as externalidades para a sociedade.

E mais, não são apenas os grandes líderes do setor

28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete

recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores

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e jornalistas também não entenderam as oportunidades que

31 estão surgindo a partir das transformações que estamos

vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica

pode reduzir aquecimento global, diz estudo”.

[...]

Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital, 26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

2. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia

ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um dos

termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.

Comentário – De acordo com o texto, “as oportunidades” (l. 30) são o efeito

das “transformações que estamos vivendo” (l. 31-32). Essa ideia é corroborada

pela expressão “a partir das”, que ajuda a expressar essa noção de causa (ou

motivo, razão) e consequência (ou efeito). Não há prejuízo sintático ou

semântico ao texto devido às mudanças propostas. Vamos reescrever a

passagem e tirar a dúvida:

– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as

oportunidades que estão surgindo por razão das transformações que estamos

vivendo.”

– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as

oportunidades que estão surgindo em consequência das transformações que

estamos vivendo.”

– “...pesquisadores e jornalistas também não entenderam as

oportunidades que estão surgindo com as transformações que estamos

vivendo.”

Resposta – Item certo.

3. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do

vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem” —

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ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído, que

passaria a significar também.

Comentário – O significado do vocábulo “ainda” é o mesmo; ele não se altera

por causa da mudança proposta pela banca. A ideia, já presente no texto

original, é de continuidade (noção de tempo), e não de inclusão. O período

seguinte fortalece essa ideia:

“O discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados

em modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da

maneira tradicional, deixando as externalidades para a

sociedade” (l. 23-26).

Resposta – Item errado.

4. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) Na opção a seguir,

é apresentado trecho adaptado de texto extraído do sítio dos Correios na

Internet. Julgue-a quanto à correção gramatical.

O progresso comercial advindo da chegada da família real no novo mundo

abriu caminhos afim de que o serviço postal se desenvolvesse. Esse fato

permitiu a elaboração do primeiro Regulamento Postal do Brasil, o

funcionamento regular dos Correios Marítimos e a emissão de novos

decretos que criassem os Correios Interiores.

Comentário – Repara na expressão “afim de”, usada para exprimir finalidade,

propósito, intento. Nesse sentido, a grafia correta é separada: a fim de.

Resposta – Item errado.

[...]

O planejamento caiu em descrédito com a queda do

16 Muro de Berlim, a implosão da União Soviética e a

contrarreforma neoliberal baseada no mito dos mercados que

se autorregulam. Seria ingênuo pensar que esse mito

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19 desapareceu com a recente crise, mas, que ele está mal das

pernas, está. Chegou, portanto, o momento de reabilitar e

atualizar o planejamento. Até Jeffrey Sachs — diretor do Earth

22 Institute, da Columbia University, em Nova Iorque, e

conselheiro do secretário-geral das Nações Unidas —

pronuncia-se em favor de um planejamento flexível a longo

25 prazo, voltado para o enfrentamento dos três desafios

simultâneos da segurança energética, segurança alimentar e

redução da pobreza, buscando uma cooperação tripartite entre

28 os setores público e privado e a sociedade civil.

[...]

34 O fenomenal crescimento da economia mundial no

decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias

fósseis, provocou um aquecimento global de consequências

37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro

considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais

podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de

40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios

de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais

do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,

43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para

plantar.

[...]

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.

Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

5. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O sentido da expressão

“mal das pernas” (l.19-20), característica da oralidade, seria prejudicado

caso se substituísse “mal” por mau.

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Comentário – Em linguagem figurada, a expressão nos comunica que o “mito

dos mercados que se autorregulam” está desacreditado, já não produz o

mesmo efeito, sua sustentabilidade está abalada, enfraquecida.

O vocábulo “mal”, no contexto, é o contrário de bem

(advérbio) e não pode ser trocado por mau, antônimo de bom (adjetivo).

Resposta – Item certo.

6. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O termo “consequências

deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser

apagados, alterados.

Comentário – Não adianta resmungar. Tem hora que o examinador abre o

dicionário e de lá retira uma palavra (que quase ninguém usa) para montar

uma questão de prova. Literalmente, o adjetivo deletério significa algo que

prejudica a saúde, é insalubre; que destrói, causa dano. Figuradamente, indica

aquilo que corrompe, que é degradante.

Resposta – Item errado.

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

[...]

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Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

7. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de

acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos” (l.

2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:

íbero-americanos.

Comentário – A palavra “ibero” é paroxítona terminada em “o”; por isso não

recebe acento. Ela não possui dupla prosódia, ou seja, não há variação da

sílaba tônica – como em “acrobata” (paroxítona) ou “acróbata” (proparoxítona)

– para justificar sua pronúncia como uma proparoxítona.

Resposta – Item errado.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

[...]

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência & vida. Ano III, nº 27, p. 40-1 (com adaptações).

8. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a

substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem

prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção

gramatical.

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Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para indicar

relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência, mesmo

significado que “convivência”.

Resposta – Item certo.

9. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do texto

mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados, em

significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca de

posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção

gramatical do texto.

Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de

palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos de

posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade

decidem...”. Apesar de os dois termos serem sinônimos textuais e de estarem

empregados em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce literalmente e

“homens” não representa apenas seres do sexo masculino), a troca causa

prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a concordância entre o

verbo “decidem” e o sujeito correspondente.

Resposta – Item errado.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já

apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,

como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem

4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

[...]

o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma

28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois

quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais

movimentadas. [...]

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Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por

acerca de manteria a correção gramatical do período.

Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas não

devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade

aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre.

Resposta – Item errado.

11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o

sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois

quarteirões” (l.28-29).

Comentário – A forma verbal “há”, nesse contexto, causaria incoerência, visto

que indicaria a existência de dois quarteirões. Não é isso o que se pretende

dizer no texto. O autor pretende indicar a distância mínima da localização do

imóvel. Nesse sentido, o vocábulo adequado é “a”.

Resposta – Item errado.

[...] Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. [...]

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

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12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo

empregada com o sentido de árduo, difícil.

Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação

contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir

ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar algo

árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial. Mas,

no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo aconteça,

ocorra, ou exista; é o mesmo que capita; essência; fundamental.

Resposta – Item errado.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. [...]

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

13. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da

textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no qual

vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a coerência

nem para a correção gramatical do texto.

Comentário – A ênfase aqui será dada ao emprego de onde, que é usado

com verbo estático (“vivem”) que pede a preposição em; na língua

portuguesa não existe a suposta contração nonde, supostamente indicada por

em + onde.

O pronome relativo que pode ser substituído por o/a qual.

Logo, a forma em que pode ser trocado pela forma no/na qual, conforme o

caso.

Resposta – Item certo.

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1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

[...]

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

14. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção

gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de “no

qual”.

Comentário – Esta foi só para confirmar o que eu disse anteriormente e como

o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expressões. Quando

tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos.

Resposta – Item certo.

15. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,

“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com base

na mesma justificativa gramatical.

Comentário – Sim, todas são proparoxítonas.

Resposta – Item certo.

16. (Cespe/TRE-ES/Técnico/Operação de Computadores/2011) As palavras

“catástrofe” e “climática” recebem acento gráfico com base em

justificativas gramaticais diferentes.

Comentário – A justificativa é uma só. Ambas são palavras proparoxítonas e

devem ser acentuadas por isso.

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Resposta – Item errado.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. [...]

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

17. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9) está

sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar,

ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro.

Resposta – Item certo.

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana.

7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

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As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

18. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto

acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações críticas,

assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

determinado grupo humano em um dado momento histórico.

b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades

semânticas de “pegou” (v.4).

c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo

derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

originário, gerador, causal, seminal.

d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo sublinhado

alude a regras gramaticais.

e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como

disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

Comentário – Mais uma vez quero frisar que o contexto não deve ser

desprezado durante a resolução de questões sobre o significado de palavras.

No texto, a expressão “Moda ave” significa maneira ou modo distinto e peculiar

como o menino vivia: de acordo com os hábitos de uma ave.

O contato com vários alunos me fez perceber que muitos

ficaram com dúvida em relação ao item “b”. Esclareço que o verbo pegar

admite a ideia de um agente desencadeador da ação, sendo ele mesmo o

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responsável por ela. O verbo contrair sugere um sujeito paciente, alguém que

é acometido de algo (independentemente da sua vontade). Este é o sentido no

texto.

Resposta – A

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”

Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso

prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de

7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no

espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido

10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à

modulação da voz significa estar cego às modalidades do

sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição

entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre

presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que

19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à

Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento

22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

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19. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,

julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que “acento”

(l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

Comentário – Esta questão é para você constatar como o Cespe

recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio que

não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom ficar

atento e não se deixar levar pelas “aparências”.

Na linha 3, a palavra “acentos” se refere a sinais gráficos

(como acento circunflexo, agudo, til, grave etc.) usados para marcar, por

exemplo, nasalização, diferença entre plural e singular (têm/tem) entre classes

de palavras (preposição por, verbo pôr), fusão de sons iguais etc.

Na linha 7, a palavra "acento" se refere ao timbre, à

pronúncia tônica ou átona, à melodia e ao ritmo, aspectos que não são visuais,

e sim audíveis, não se identificam por meio dos sinais gráficos.

Resposta – Item certo.

20. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009 – adaptada) Com relação às ideias e

aos aspectos gramaticais do texto, julgue as opções abaixo.

a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da

visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em “Gramático”

(l.9) e em Gramática (l.21).

Comentário – Alternativa A: é o contrário! Pela afinidade de sentidos

existente entre elas, as palavras do mesmo campo semântico contribuem com

a coerência e a coesão do texto.

Alternativa B: os motivos são diferentes. Na linha 9, o termo

designa o profissional; na linha 21; designa o nome de uma disciplina, uma

área do conhecimento.

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Lemos em Cegalla (Novíssima gramática da Língua

Portuguesa, 2008, página 66) que o emprego de iniciais maiúsculas é

facultativo nos dois casos (repare como a mesma palavra surgiu na linha 1). O

autor nos dá os seguintes exemplos: Doutor Paulo ou doutor Paulo; Professor

Renato ou professor Renato; Matemática ou matemática.

Resposta – Itens errados.

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de

várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas

isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que

não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam

7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores.

[...]

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

21. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os

sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora

menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo menos

“perceber”) o significado das seguintes palavras:

a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados;

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b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal

corrupto tinha até uma lista dos comerciantes

escorchados.);

c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso

esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem

nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;

d) “exatores” – cobrador de impostos.

Resposta – Item certo.

[...]

10 A declaração não previu que o desenvolvimento

capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de

capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e

13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente

nas economias periféricas. [...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

22. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Preservam-se a correção

gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “sem controle” (l.

12) por aleatoriamente.

Comentário – Não, pois aleatoriamente tem a ver com o acaso, com fatores

incertos ou acidentais; que ocorrem fortuita ou casualmente. Essa ideia

afasta-se do sentido original, que transmite a noção de uma situação

repetitiva, sistemática, mas sem sofrer qualquer tipo de controle ou gerência.

Resposta – Item errado.

23. (Cespe/MPS/Análise de Comprovantes/2010) As palavras “últimas”,

“trânsito”, “econômica” e “contribuírem” recebem acento gráfico por

serem proparoxítonas.

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Comentário – São proparoxítonas apenas “últimas”, “trânsito” e “econômica”.

A palavra “contribuírem” é paroxítona e é acentuada porque:

a) a letra I representa a segunda vogal do hiato formado

com a vogal representada pela letra U,

b) ela (a letra I) representa a sílaba tônica da palavra e

c) está só na sílaba.

Resposta – Item errado.

24. (Cespe/TRE-ES/Técnico/Operação de Computadores/2011) Em

“contribuíram”, o emprego do acento gráfico justifica-se pela presença de

ditongo em sílaba tônica.

Comentário – Então, o que achou? A explicação da acentuação da palavra

“contribuírem” (questão acima) serve perfeitamente para a acentuação da

palavra contribuíram.

Resposta – Item errado.

25. (Cespe/SEDU-ES/Agente de Suporte Educacional/2010) As palavras

“metrópoles”, “acúmulo”, “inúmeros” e “mínimas” recebem acento gráfico

com base em justificativas gramaticais diferentes.

Comentário – Todas as palavras são proparoxítonas, sendo acentuadas por

esse motivo.

Resposta – Item errado.

26. (Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2010) O uso das letras

iniciais maiúsculas em "Império Romano", "Cristianismo" e "Revolução

Francesa" são exemplos de que substantivo usado para designar ente

singular deve ser grafado com inicial maiúscula, como, por exemplo, Lei

nº 8.888/1998.

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Comentário – Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de

obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúscula (caixa alta) é

convencionalmente usada na grafia de substantivos singulares para indicar

deferência e, ainda, nos casos abaixo:

• nomes, sobrenomes (José Ferreira) e cognomes (Ivan, o Terrível) das

pessoas;

• alcunhas (Sete Dedos); pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes

dinásticos (os Médici);

• topônimos (Brasília, Paris);

• regiões (Nordeste, Sul);

• nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação

Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas Americanas);

• nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia

Militar);

• nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo);

• nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de

Novembro);

• designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de

unidades da Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);

• nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);

• nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou

político-administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);

• nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário

Alvim);

• nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício

Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja da Sé);

• nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda);

• nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (“A Terra gira

em torno do Sol”);

• nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea, Lei

Afonso Arinos).

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Resposta – Item certo.

27. (Cespe/CEF/Arquiteto/2010) Os vocábulos “políticas”, “desperdício” e

“carcerária” recebem acento gráfico com base na mesma regra de

acentuação.

Comentário – O vocábulo “políticas” é acentuado por ser proparoxítono; mas

“desperdício” e “carcerária” recebem acento por serem palavras paroxítonas

finalizadas em ditongo oral.

Resposta – Item errado.

28. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) O emprego de acento

gráfico no vocábulo “barbárie” deve-se à mesma regra que se observa no

emprego de acento em “caleidoscópio”.

Comentário – Sim, o emprego do acento em ambas as palavras justifica-se

porque elas são paroxítonas terminadas em ditongo oral.

Resposta – Item certo.

29. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/2011) A regra de acentuação gráfica que

justifica o emprego do acento gráfico em “aeroportuário” é a mesma que

justifica o emprego do acento em “meteorológica”.

Comentário – Não. A primeira palavra é paroxítona terminada em ditongo

oral: a-e-ro-por-tu-á-ria; a segunda é proparoxítona: me-te-o-ro-ló-gi-ca.

Resposta – Item errado.

30. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Os vocábulos "espécies",

"difíceis" e "históricas" são acentuados de acordo com a mesma regra de

acentuação gráfica.

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Comentário – As duas primeiras são paroxítonas terminadas em ditongo oral:

es-pé-cies, di-fí-ceis. A última, entretanto, é proparoxítona: his-tó-ri-cas.

Resposta – Item errado.

31. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011) Levando-se em consideração

o que está previsto na ortografia oficial vigente, é correto afirmar que: o

vocábulo “têxtil” (L.2), que segue o padrão de flexão do vocábulo pênsil,

é acentuado também na forma plural; “obsolescência” (L.12) é vocábulo

que segue o padrão do vocábulo ciência, no que se refere ao emprego de

sinal de acentuação; a acentuação gráfica do vocábulo “déspotas” (L.18)

também é empregada quando o vocábulo é grafado na forma singular.

Comentário – Vamos com calma! Os vocábulos têxtil e pênsil pluralizam-se

assim, respectivamente: têxteis e pênseis. A terminação átona

–il dá lugar à terminação –eis. Não confunda com a terminação tônica: funil

> funis, em que o –l dá lugar ao –s. No singular, o acento circunflexo em

têxtil e pênsil ocorre porque as palavras são paroxítonas terminadas em L.

No plural, o acento permanece porque as palavras são paroxítonas terminadas

em ditongo oral.

As palavras obsolescência e ciência também recebem acento

porque são paroxítonas terminadas em ditongo oral: ob-so-les-cên-cia,

ci-ên-cia.

Déspota(s) recebe acento por ser proparoxítona (todas são

acentuadas, independentemente de estarem no singular ou no plural).

Resposta – Item certo.

32. (Cespe/Serpro/Técnico – Operação de Redes/2010) No trecho “O episódio

colocou em xeque a viabilidade do modelo”, a palavra “xeque” poderia

ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque. Nesse caso,

seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu sentido original.

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Comentário – Também existe no léxico da nossa Língua a palavra cheque, o

seu significado nada tem a ver com xeque. Entenda:

– cheque: documento fornecido por um banco a quem nele

tem conta, que equivale a dinheiro, uma vez preenchido com determinada

quantia e assinado pelo titular da conta.

– xeque (conforme usado no trecho): situação que representa

ameaça, perigo, risco, contratempo, transtorno: A paz está em xeque.

Resposta – Item errado.

33. (Cespe/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2010)

[...] e sendo cada vez mais urgente a tomada de decisões em tempo

recorde [...]

O vocábulo “recorde” também poderia ser corretamente grafado com

acento – récorde.

Comentário – Existem inúmeras palavras que são proferidas erroneamente

por pessoas menos familiarizadas com a norma linguística – são casos de

silabadas. O conhecimento do que está na tabela abaixo evitará que esses

equívocos aconteçam.

Oxítonas Paroxítonas Proparoxítonas

Cateter austero ádvena

Cister avaro aeródromo

Condor aziago aerólito

Gibraltar batavo édito (ordem judicial)

Hangar ciclope elétrodo

Masseter edito (lei, decreto) ínterim

Mister filantropo lêvedo

Negus fortuito arquétipo

Nobel gratuito aríete

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Novel ibero crisântemo

Obus látex hieróglifo

Oximel maquinaria ímprobo

Ureter misantropo lúgubre

necromancia munícipe

rubrica notívago (ou noctívago)

nenúfar protótipo

pudico recôndito

recorde trânsfuga

vermífugo

zênite

Resposta – Item errado.

34. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010)

[...] Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança

monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de

idade e 80 mil gestantes [...]

Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de”

por acerca de.

Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas não

devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade

aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre e à locução prepositiva

a respeito de.

Resposta – Item errado.

35. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010) As palavras “Único”,

“críticas” e “público” recebem acento gráfico porque têm sílaba tônica na

antepenúltima sílaba.

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Comentário – Sim, a sílaba tônica delas é a antepenúltima, outra maneira de

dizer que são proparoxítonas.

Resposta – Item certo.

36. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) As palavras “amazônico” e

“viúva” acentuam-se de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

Comentário – Não. A primeira é acentuada porque é uma proparoxítona; a

segunda se enquadra na regra do hiato: letra I o U representando a segunda

vogal do hiato, constituindo a sílaba tônica da palavra e estando só ou

acompanhada de S (país, saúde, Grajaú etc.).

Resposta – Item errado.

37. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) Estaria de acordo com o que

estabelece a prescrição gramatical para textos escritos no nível formal da

linguagem, tais como documentos oficiais, a substituição da expressão

“dali para a frente” por dali pra frente.

Comentário – A forma pra representa uma variação linguística conhecida

como linguagem informal ou popular, que não tem aceitação em documentos

oficiais, justamente por se distanciar da norma gramatical. Abaixo há um

quadro que assinala a diferença entre a variação padrão (formal, culta) e a não

padrão (informal ou popular) por meio de outros exemplos:

FORMAL INFORMAL

Está Tá

Falar Falá

Queijo Quejo

Vamos Vamo

Vou Vô

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Regência do verbo visar Ele visa o bem público. (deveria ser ao)

Resposta – Item errado

38. (Cespe/Correios/Cargos de Nível Superior/2011) As palavras “ônibus” e

“invioláveis” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

Comentário – A primeira recebe acento por ser proparoxítona (ô-ni-bus); a

segunda, por ser paroxítona terminada em ditongo oral (-eis).

Resposta – Item errado.

39. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) Os vocábulos

“quilômetros”, “emblemático” e “picolé” são acentuados de acordo com a

mesma regra de acentuação gráfica.

Comentário – Os dois primeiros são acentuados por serem proparoxítonos

(qui-lô-me-tro / em-ble-má-ti-co); “picolé” é oxítona terminada em E.

Resposta – Item errado.

40. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) Os vocábulos

“analítica” e “teríamos” recebem acento gráfico com base na mesma regra

de acentuação.

Comentário – Sim, os dois acentos são usados porque as palavras são

proparoxítonas (todas são acentuadas): a-na-lí-ti-ca / te-rí-a-mos.

Resposta – Item certo.

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[...]

19 Para se ter uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm

direito à inscrição e, ainda assim, 85% deles ficam de fora.

[...]

41. (Cespe/FUB/Cargos de Nível Médio/2011) Em razão do contexto, o acento

gráfico empregado na forma verbal “têm” (L.19) é obrigatório.

Comentário – Sim, o acento é obrigatório. Este acento serve para diferenciar

a terceira pessoa do plural (“os alunos de ótimo boletim” = eles) da terceira

pessoa do singular (ele). Nem mesmo a vigência do novo Acordo o aboliu.

Resposta – Item certo.

42. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Os vocábulos “países” e

“áreas” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

Comentário – Negativo. O acento agudo em países justifica-se pela regra dos

hiatos. A vogal I é a segunda do hiato (pa-í-ses), está sozinha na sílaba e

constitui a sílaba tônica da palavra. Em áreas, o acento ocorre porque a

palavra é paroxítona terminada em ditongo (á-reas).

Resposta – Item errado.

43. (Cespe/PC-ES/Perito Criminal Especial/2011) Os vocábulos “público” (L.9)

e “caótico” (L.12), que foram empregados no texto como adjetivos,

obedecem à mesma regra de acentuação gráfica.

Comentário – Sim, pois ambas são palavras proparoxítonas (pú-bli-co,

ca-ó-ti-co). Todas as proparoxítonas são acentuadas.

Resposta – Item certo.

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Então, o que você achou? Posso esperá-lo na próxima aula?

Lembre-se de que o êxito deste curso também depende do diálogo

entre nós dois. Portanto participe dos fóruns, esclareça suas dúvidas e mande

suas sugestões.

Um grande abraço e que Deus o abençoe!

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Lista das Questões Comentadas

[...]

1. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011) Na linha 26, “por que”

poderia, sem prejuízo para a correção gramatical, ser grafado porque,

em razão de estar empregado como conjunção causal, tal como ocorre em

“mas o mandamento de agir unicamente porque se trata de um dever”

(L.31-32).

[...]

22 Os grandes líderes de mercado parecem ainda ter

dificuldade para entender o que está acontecendo de fato. O

discurso e a prática dessas empresas ainda estão baseados em

25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira

tradicional, deixando as externalidades para a sociedade.

E mais, não são apenas os grandes líderes do setor

28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete

recente em um grande jornal diário mostra que pesquisadores

e jornalistas também não entenderam as oportunidades que

31 estão surgindo a partir das transformações que estamos

vivendo. Eis o título da matéria: “Só estagnação econômica

pode reduzir aquecimento global, diz estudo”.

[...]

Ricardo Young. Mudanças no consumo. In: CartaCapital,

26/2/2010. Internet: <www.cartacapital.com.br> (com adaptações).

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2. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho “a partir das” (l.31) poderia

ser substituído, sem prejuízo sintático ou semântico ao texto, por um dos

termos a seguir: por razão das, em consequência das, com as.

3. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento do

vocábulo “ainda” para imediatamente antes da forma verbal “parecem” —

ainda parecem — alteraria a ideia original do vocábulo substituído, que

passaria a significar também.

4. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) Na opção a seguir,

é apresentado trecho adaptado de texto extraído do sítio dos Correios na

Internet. Julgue-a quanto à correção gramatical.

O progresso comercial advindo da chegada da família real no novo mundo

abriu caminhos afim de que o serviço postal se desenvolvesse. Esse fato

permitiu a elaboração do primeiro Regulamento Postal do Brasil, o

funcionamento regular dos Correios Marítimos e a emissão de novos

decretos que criassem os Correios Interiores.

[...]

O planejamento caiu em descrédito com a queda do

16 Muro de Berlim, a implosão da União Soviética e a

contrarreforma neoliberal baseada no mito dos mercados que

se autorregulam. Seria ingênuo pensar que esse mito

19 desapareceu com a recente crise, mas, que ele está mal das

pernas, está. Chegou, portanto, o momento de reabilitar e

atualizar o planejamento. Até Jeffrey Sachs — diretor do Earth

22 Institute, da Columbia University, em Nova Iorque, e

conselheiro do secretário-geral das Nações Unidas —

pronuncia-se em favor de um planejamento flexível a longo

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25 prazo, voltado para o enfrentamento dos três desafios

simultâneos da segurança energética, segurança alimentar e

redução da pobreza, buscando uma cooperação tripartite entre

28 os setores público e privado e a sociedade civil.

[...]

34 O fenomenal crescimento da economia mundial no

decorrer dos dois últimos séculos, baseado no uso das energias

fósseis, provocou um aquecimento global de consequências

37 deletérias e, em parte, irreversíveis. Seria, no entanto, um erro

considerar que o clima é a bola da vez e as urgências sociais

podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhões de

40 indigentes e 46,3 milhões de pobres. E, enquanto os latifúndios

de mais de mil hectares — 3% do total das propriedades rurais

do Brasil — ocupam 57% das terras agriculturáveis,

43 4,8 milhões de famílias sem-terra estão à espera do chão para

plantar.

[...]

Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento. Internet: <www.envolverde.com.br.> (com adaptações).

5. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O sentido da expressão

“mal das pernas” (l.19-20), característica da oralidade, seria prejudicado

caso se substituísse “mal” por mau.

6. (Cespe/Aneel/Cargos de Nível Superior/2010) O termo “consequências

deletérias” (l.36-37) significa resultados que não podem ser

apagados, alterados.

1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21

países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência

Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

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4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a

fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações

como fórum de diálogo, cooperação e concertamento

7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais

que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

características próprias de cada uma das nossas múltiplas

10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

unidade na diversidade.

[...]

Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.

Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).

7. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de

acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos” (l.

2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma: íbero-

americanos.

1 O poder político é produto de uma convenção, não

da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente

com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de

4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao

contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da

10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à

preservação da propriedade.

[...]

Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,

ciência & vida. Ano III, nº 27, p. 40-1 (com adaptações).

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8. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a

substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem

prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção

gramatical.

9. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do texto

mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados, em

significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca de

posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção

gramatical do texto.

1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já

apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,

como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem

4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

[...]

o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma

28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois

quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais

movimentadas. [...]

Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).

10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por

acerca de manteria a correção gramatical do período.

11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o

sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois

quarteirões” (l.28-29).

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[...] Tendo como principal propósito a

13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à

constituição de uma nação-Estado verdadeiramente

unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no

16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o

crescimento era enormemente inibido pela ausência de um

sistema nacional de comunicações e de que o

19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial

para o alargamento da base econômica do país. [...]

Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).

12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo

empregada com o sentido de árduo, difícil.

1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente

difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os

primeiros homens em contato com a natureza. [...]

José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).

13. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da

textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no qual

vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a coerência nem

para a correção gramatical do texto.

1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é

obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.

4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às

vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,

concepções de desenvolvimento e interesses distintos e

7 conflitantes.

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[...]

Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade

nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).

14. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção

gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de “no

qual”.

15. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,

“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com base

na mesma justificativa gramatical.

16. (Cespe/TRE-ES/Técnico/Operação de Computadores/2011) As palavras

“catástrofe” e “climática” recebem acento gráfico com base em

justificativas gramaticais diferentes.

O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,

ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria

Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.

Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o

10 acordo. [...]

Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

17. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9) está

sendo empregada com o sentido de sancionaram.

Canção do Ver (fragmento)

1 Por viver muitos anos

dentro do mato

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Moda ave

4 O menino pegou

um olhar de pássaro –

Contraiu visão fontana.

7 Por forma que ele enxergava

as coisas

Por igual

10 como os pássaros enxergam.

As coisas todas inominadas.

Água não era ainda a palavra água.

13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.

As palavras eram livres de gramáticas e

Podiam ficar em qualquer posição.

16 Por forma que o menino podia inaugurar.

Podia dar às pedras costumes de flor.

Podia dar ao canto formato de sol.

19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a

[palavra abelha e entrar dentro dela.

Como se fosse infância da língua.

Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

18. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto

acima, assinale a opção incorreta.

a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações críticas,

assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

determinado grupo humano em um dado momento histórico.

b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades

semânticas de “pegou” (v.4).

c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo

derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

originário, gerador, causal, seminal.

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d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo sublinhado

alude a regras gramaticais.

e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como

disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.

A diferença na linguagem

1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na

arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos

acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam

4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”

Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso

prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de

7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no

espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido

10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à

modulação da voz significa estar cego às modalidades do

sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a

13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da

desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas

também a indicação do estatuto que Rousseau confere à

16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição

entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre

presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que

19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à

Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento

22 essencialmente homogêneo.

Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

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19. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,

julgue (C ou E) o item a seguir.

A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que “acento”

(l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.

20. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009 – adaptada) Com relação às ideias e

aos aspectos gramaticais do texto, julgue as opções abaixo.

a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da

visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.

b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em “Gramático”

(l.9) e em Gramática (l.21).

Receita – 96:924$985

1 No orçamento do ano passado houve supressão de

várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas

isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que

não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam

7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores.

[...]

Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

21. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os

sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.

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A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora

menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,

escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).

[...]

10 A declaração não previu que o desenvolvimento

capitalista chegasse à sua atual etapa de globalização e de

capitais voláteis, especulativos, que, sem controle, entram e

13 saem de diferentes países, gerando instabilidade permanente

nas economias periféricas. [...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).

Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

22. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Preservam-se a correção

gramatical e o sentido original do texto ao se substituir “sem controle” (l.

12) por aleatoriamente.

23. (Cespe/MPS/Análise de Comprovantes/2010) As palavras “últimas”,

“trânsito”, “econômica” e “contribuírem” recebem acento gráfico por

serem proparoxítonas.

24. (Cespe/SEDU-ES/Agente de Suporte Educacional/2010) As palavras

“metrópoles”, “acúmulo”, “inúmeros” e “mínimas” recebem acento gráfico

com base em justificativas gramaticais diferentes.

25. (Cespe/TRE-ES/Técnico/Operação de Computadores/2011) Em

“contribuíram”, o emprego do acento gráfico justifica-se pela presença de

ditongo em sílaba tônica.

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26. (Cespe/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/2010) O uso das letras

iniciais maiúsculas em "Império Romano", "Cristianismo" e "Revolução

Francesa" são exemplos de que substantivo usado para designar ente

singular deve ser grafado com inicial maiúscula, como, por exemplo, Lei

nº 8.888/1998.

27. (Cespe/CEF/Arquiteto/2010) Os vocábulos “políticas”, “desperdício” e

“carcerária” recebem acento gráfico com base na mesma regra de

acentuação.

28. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) O emprego de acento

gráfico no vocábulo “barbárie” deve-se à mesma regra que se observa no

emprego de acento em “caleidoscópio”.

29. (Cespe/STM/Técnico Judiciário/2011) A regra de acentuação gráfica que

justifica o emprego do acento gráfico em “aeroportuário” é a mesma que

justifica o emprego do acento em “meteorológica”.

30. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Os vocábulos "espécies",

"difíceis" e "históricas" são acentuados de acordo com a mesma regra de

acentuação gráfica.

31. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Superior/2011) Levando-se em consideração

o que está previsto na ortografia oficial vigente, é correto afirmar que: o

vocábulo “têxtil” (L.2), que segue o padrão de flexão do vocábulo pênsil,

é acentuado também na forma plural; “obsolescência” (L.12) é vocábulo

que segue o padrão do vocábulo ciência, no que se refere ao emprego de

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sinal de acentuação; a acentuação gráfica do vocábulo “déspotas” (L.18)

também é empregada quando o vocábulo é grafado na forma singular.

32. (Cespe/Serpro/Técnico – Operação de Redes/2010) No trecho “O episódio

colocou em xeque a viabilidade do modelo”, a palavra “xeque” poderia

ser, facultativamente, grafada da seguinte forma: cheque. Nesse caso,

seriam mantidos a correção gramatical do texto e seu sentido original.

33. (Cespe/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais/2010)

[...] e sendo cada vez mais urgente a tomada de decisões em tempo

recorde [...]

O vocábulo “recorde” também poderia ser corretamente grafado com

acento – récorde.

34. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010)

[...] Criada em 1983 pela doutora Zilda Arns, a Pastoral da Criança

monitora atualmente cerca de 2 milhões de crianças de até 6 anos de

idade e 80 mil gestantes [...]

Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “cerca de”

por acerca de.

35. (Cespe/Inca/Técnico em Análise Clínica/2010) As palavras “Único”,

“críticas” e “público” recebem acento gráfico porque têm sílaba tônica na

antepenúltima sílaba.

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36. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) As palavras “amazônico” e

“viúva” acentuam-se de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

37. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2010) Estaria de acordo com o que

estabelece a prescrição gramatical para textos escritos no nível formal da

linguagem, tais como documentos oficiais, a substituição da expressão

“dali para a frente” por dali pra frente.

38. (Cespe/Correios/Cargos de Nível Superior/2011) As palavras “ônibus” e

“invioláveis” são acentuadas de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

39. (Cespe/Correios/Agente de Correios/2011 – adaptada) Os vocábulos

“quilômetros”, “emblemático” e “picolé” são acentuados de acordo com a

mesma regra de acentuação gráfica.

40. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Taquigrafia/2011) Os vocábulos

“analítica” e “teríamos” recebem acento gráfico com base na mesma regra

de acentuação.

[...]

19 Para se ter uma ideia, apenas os alunos de ótimo boletim têm

direito à inscrição e, ainda assim, 85% deles ficam de fora.

[...]

41. (Cespe/FUB/Cargos de Nível Médio/2011) Em razão do contexto, o acento

gráfico empregado na forma verbal “têm” (L.19) é obrigatório.

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42. (Cespe/TJ-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Os vocábulos “países” e

“áreas” são acentuados de acordo com a mesma regra de acentuação

gráfica.

43. (Cespe/PC-ES/Perito Criminal Especial/2011) Os vocábulos “público” (L.9)

e “caótico” (L.12), que foram empregados no texto como adjetivos,

obedecem à mesma regra de acentuação gráfica.

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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado

2. Item certo

3. Item errado

4. Item errado

5. Item certo

6. Item errado

7. Item errado

8. Item certo

9. Item errado

10. Item errado

11. Item errado

12. Item errado

13. Item certo

14. Item certo

15. Item certo

16. Item errado

17. Item certo

18. A

19. Item certo

20. Item errado

21. Item certo

22. Item errado

23. Item errado

24. Item certo

25. Item errado

26. Item certo

27. Item errado

28. Item certo

29. Item errado

30. Item errado

31. Item certo

32. Item errado

33. Item errado

34. Item errado

35. Item certo

36. Item errado

37. Item errado

38. Item errado

39. Item errado

40. Item certo

41. Item certo

42. Item errado

43. Item certo