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PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO TRIBUTÁRIO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Prof. Caio Bartine Prof. Caio Bartine

PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO Prof. Caio Bartine

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PÓS GRADUAÇÃO EM PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIODIREITO TRIBUTÁRIO

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIOPLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Prof. Caio BartineProf. Caio Bartine

I – APONTAMENTOS INICIAISI – APONTAMENTOS INICIAIS1.1. Carga Tributária Brasileira e aspectos Carga Tributária Brasileira e aspectos

internacionaisinternacionais2.2. Conceito de Planejamento TributárioConceito de Planejamento Tributário3.3. Princípios norteadores do Planejamento Princípios norteadores do Planejamento

TributárioTributárioa.a. Princípio da Liberdade FiscalPrincípio da Liberdade Fiscalb.b. Princípio da Capacidade ContributivaPrincípio da Capacidade Contributivac.c. Princípio da proporcionalidadePrincípio da proporcionalidade4.4. Elisão e Evasão Fiscal: consideraçõesElisão e Evasão Fiscal: considerações

II – DIREITO DE PLANEJAMENTO E II – DIREITO DE PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DOS NEGÓCIOSORGANIZAÇÃO DOS NEGÓCIOS

1.1. Entendimento doutrinário e jurisprudencial Entendimento doutrinário e jurisprudencial sobre a elisão e evasão fiscal: momento da sobre a elisão e evasão fiscal: momento da ocorrênciaocorrência

2.2. Teorias que sustentam a norma antielisãoTeorias que sustentam a norma antielisãoa.a. Interpretação econômica do direito tributário Interpretação econômica do direito tributário

e o uso da analogiae o uso da analogiab.b. Teoria do abuso da formaTeoria do abuso da forma

- coibir o uso de uma forma jurídica - coibir o uso de uma forma jurídica “atípica” ou “não comum” para um negócio “atípica” ou “não comum” para um negócio obrigando a utilização da forma “típica” ou obrigando a utilização da forma “típica” ou “normal” para o mesmo negócio, que “normal” para o mesmo negócio, que permitiria uma maior incidência fiscalpermitiria uma maior incidência fiscal

c.c. Teoria do Abuso de DireitoTeoria do Abuso de Direito- tem a nota de considerar ilícita a - tem a nota de considerar ilícita a

conduta do contribuinte que pretende conduta do contribuinte que pretende exclusivamente a economia de imposto, exclusivamente a economia de imposto, fundamentando-se no uso imoral do fundamentando-se no uso imoral do Direito.Direito.

d.d. Teoria Norte-Americana do Teoria Norte-Americana do Business Business PurposePurpose

- visa impedir ou limitar a vontade - visa impedir ou limitar a vontade do contribuinte que opta por escolher a do contribuinte que opta por escolher a transação negocial que tem como único transação negocial que tem como único objetivo evitar o pagamento do tributo.objetivo evitar o pagamento do tributo.

3.3. Simulação e DissimulaçãoSimulação e DissimulaçãoDeclaração enganosa de vontade, Declaração enganosa de vontade,

visando a produzir efeito diverso do visando a produzir efeito diverso do ostensivamente indicado.ostensivamente indicado.

SimularSimular: fingir o que não é, fazer : fingir o que não é, fazer de uma não verdade uma verdade.de uma não verdade uma verdade.

DissimularDissimular: esconder o que é, : esconder o que é, fazer de uma verdade uma não verdadefazer de uma verdade uma não verdade

4.4. Modelo brasileiro de antielisão – LC Modelo brasileiro de antielisão – LC 104/01 que criou o parágrafo único no 104/01 que criou o parágrafo único no art. 116 CTNart. 116 CTN

Parágrafo único.Parágrafo único. A autoridade A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordináriaa serem estabelecidos em lei ordinária

4.1. Primeira corrente: 4.1. Primeira corrente: o parágrafo único do art. o parágrafo único do art. 116 do CTN não produz nenhum efeito. 116 do CTN não produz nenhum efeito. Entendem que o dispositivo citado não Entendem que o dispositivo citado não inovou na Ordem Tributária, já que a inovou na Ordem Tributária, já que a hipótese de simulação tem previsão hipótese de simulação tem previsão expressa no art. 149, VII, CTNexpressa no art. 149, VII, CTN

4.2. Segunda Corrente: 4.2. Segunda Corrente: defende a defende a inconstitucionalidade da LC 104/01, pois inconstitucionalidade da LC 104/01, pois considera a norma antielisiva uma violação considera a norma antielisiva uma violação ao princípio da legalidade estrita, ao princípio da legalidade estrita, instaurando-se uma completa insegurança instaurando-se uma completa insegurança nos negócios praticados pelo contribuintenos negócios praticados pelo contribuinte

4.3. Terceira corrente: 4.3. Terceira corrente: o critério de o critério de interpretação da norma deve ser interpretação da norma deve ser orientado pela busca do pluralismo de orientado pela busca do pluralismo de valores com equilíbrio entre a liberdade, valores com equilíbrio entre a liberdade, justiça e segurança jurídica.justiça e segurança jurídica.

Dois regimes de antielisãoDois regimes de antielisãoa) Consiste na previsão de norma antielisiva a) Consiste na previsão de norma antielisiva

geral disposta no CTN associada à geral disposta no CTN associada à legislação ordinária meramente legislação ordinária meramente procedimental dos membros da federaçãoprocedimental dos membros da federação

b)b) Norma antielisiva de forma genérica no Norma antielisiva de forma genérica no CTN e deixa ao legislador de cada ente CTN e deixa ao legislador de cada ente federativo a tarefa de elaborar um federativo a tarefa de elaborar um norma norma antielisiva específicaantielisiva específica que contenha a lista que contenha a lista dos negócios inoponíveis ao Fisco, dos negócios inoponíveis ao Fisco, prestigiando o pacto federativo, mediante prestigiando o pacto federativo, mediante ponderação de interesses.ponderação de interesses.

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PROPRIAMENTE DITOPROPRIAMENTE DITO

1.1. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ESPECÍFICO ESPECÍFICO A CISÃO TOTAL – IPI E A CISÃO TOTAL – IPI E ICMSICMS

Empresa “X” domiciliada no Estado de SP, Empresa “X” domiciliada no Estado de SP, explora as atividades industrial e de explora as atividades industrial e de prestação de serviços. Recente reunião de prestação de serviços. Recente reunião de sua AG deliberou cisão total. A Empresa “Y” sua AG deliberou cisão total. A Empresa “Y” resultante da cisão, desenvolverá a resultante da cisão, desenvolverá a atividade de prestação de serviços, atividade de prestação de serviços, enquanto a Empresa “Z”, também oriunda enquanto a Empresa “Z”, também oriunda da cisão, realizará a atividade industrial.da cisão, realizará a atividade industrial.

As empresas “Y” e “Z” funcionarão, por As empresas “Y” e “Z” funcionarão, por determinação da diretoria, em estabelecimentos determinação da diretoria, em estabelecimentos situados em domicílios diversos daquele onde situados em domicílios diversos daquele onde se encontra o estabelecimento da Empresa “X”, se encontra o estabelecimento da Empresa “X”, porém todos situados no município de porém todos situados no município de Campinas.Campinas.

Em decorrência da cisão, a saída física de bens do Em decorrência da cisão, a saída física de bens do ativo imobilizado, de produtos acabados ativo imobilizado, de produtos acabados (industrialização própria) e de matéria primas, (industrialização própria) e de matéria primas, produtos intermediários e material de produtos intermediários e material de embalagem (adquiridos de terceiros no mercado embalagem (adquiridos de terceiros no mercado nacional) do estabelecimento da empresa “X” nacional) do estabelecimento da empresa “X” (cindida) para o estabelecimento onde a (cindida) para o estabelecimento onde a empresa “Z” (proveniente da cisão) empresa “Z” (proveniente da cisão) desenvolverá sua atividade.desenvolverá sua atividade.

QUESTÕESQUESTÕES1.1. Quais as consequências nas áreas de IPI Quais as consequências nas áreas de IPI

e do ICMS relacionadas com a e do ICMS relacionadas com a concretização de operação descrita nos concretização de operação descrita nos fatos narrados?fatos narrados?

2.2. Como proceder a conciliação dos Como proceder a conciliação dos aspectos societários e fiscais voltada à aspectos societários e fiscais voltada à economia dos ônus do IPI e do ICMS?economia dos ônus do IPI e do ICMS?

PROCEDIMENTOPROCEDIMENTO1.1. Analisar a estrutura dos impostosAnalisar a estrutura dos impostos2.2. Resposta à primeira questão com base na Resposta à primeira questão com base na

estrutura dos impostosestrutura dos impostos- Saída de bens do ativo imobilizado do Saída de bens do ativo imobilizado do

estabelecimento da empresa X para o estabelecimento da empresa X para o estabelecimento onde a empresa Z estabelecimento onde a empresa Z desenvolverá sua atividade não caracterizará desenvolverá sua atividade não caracterizará incidência de IPI. Em se tratando de ICMS a incidência de IPI. Em se tratando de ICMS a empresa X deverá proceder essa saída de empresa X deverá proceder essa saída de bens do ativo imobilizado sem destaque de bens do ativo imobilizado sem destaque de ICMS na respectiva nota fiscal que acobertar ICMS na respectiva nota fiscal que acobertar a operação.a operação.

- saída real de produtos acabados - saída real de produtos acabados (industrialização própria) do estabelecimento (industrialização própria) do estabelecimento da empresa X para o estabelecimento onde da empresa X para o estabelecimento onde a empresa Z desenvolverá sua atividade. a empresa Z desenvolverá sua atividade. Neste caso, haverá incidência de IPI, Neste caso, haverá incidência de IPI, devendo ocorrer o lançamento nas devendo ocorrer o lançamento nas correspondentes notas fiscais que correspondentes notas fiscais que formalizarão a operação em exame. Quando formalizarão a operação em exame. Quando da escrituração das aludidas notas fiscais no da escrituração das aludidas notas fiscais no Registro de Saídas, o IPI, nelas lançado, Registro de Saídas, o IPI, nelas lançado, deverá ser escriturado na coluna deverá ser escriturado na coluna Imposto Imposto Debitado Debitado (própria para o lançamento do (própria para o lançamento do montante de IPI)montante de IPI)

No caso do ICMS, ocorrerá a mutação da No caso do ICMS, ocorrerá a mutação da propriedade de mercadorias, sendo propriedade de mercadorias, sendo necessário destacá-lo nas respectivas necessário destacá-lo nas respectivas notas fiscais que formalizarão a operação notas fiscais que formalizarão a operação em estudo.em estudo.

3. Resposta a questão 23. Resposta a questão 2Com a finalidade de eliminar as Com a finalidade de eliminar as consequências fiscais, terá que se consequências fiscais, terá que se proceder uma reformulação dos aspectos proceder uma reformulação dos aspectos operacionais do negócio jurídico operacionais do negócio jurídico societário da seguinte forma:societário da seguinte forma:

A empresa Y funcionará em estabelecimento A empresa Y funcionará em estabelecimento situado em domicilio diverso daquele onde situado em domicilio diverso daquele onde se encontra o estabelecimento da empresa se encontra o estabelecimento da empresa X.X.

A empresa Z funcionará temporariamente em A empresa Z funcionará temporariamente em estabelecimento situado no mesmo domicilio estabelecimento situado no mesmo domicilio onde, atualmente, se encontra o onde, atualmente, se encontra o estabelecimento da empresa X. Isso estabelecimento da empresa X. Isso impedirá a concretização do ICMS (momento impedirá a concretização do ICMS (momento da saída dos bens do ativo imobilizado) e do da saída dos bens do ativo imobilizado) e do IPI e ICMS (no momento da saída dos IPI e ICMS (no momento da saída dos produtos acabados, matérias primas, etc, do produtos acabados, matérias primas, etc, do estabelecimento da empresa X para a estabelecimento da empresa X para a empresa Z).empresa Z).

Posteriormente, a empresa Z procederá a Posteriormente, a empresa Z procederá a mudança de seu estabelecimento para o mudança de seu estabelecimento para o domicilio ideal ao desenvolvimento de sua domicilio ideal ao desenvolvimento de sua atividade economica. A saída dos atividade economica. A saída dos produtos acabados, produtos produtos acabados, produtos intermediários, etc, por motivo de intermediários, etc, por motivo de mudança de estabelecimento não mudança de estabelecimento não concretizará os aspectos temporais do IPI concretizará os aspectos temporais do IPI e do ICMS, visto que tal saída não será e do ICMS, visto que tal saída não será oriunda de um ato ou negócio jurídico.oriunda de um ato ou negócio jurídico.