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Veja anúncio pág. 12 PORTUGUESES NO MUNDO > A avaliação de impacte ambiental do projecto IKEA para Loulé terminou e a comissão de avaliação deu parecer favorável ao projecto “com condicio- nalismos”, revela a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve. Em breve se saberá que condições foram impostas ao IKEA para avançar, enquanto decorrem ainda processos em tribunal para travar o projecto p. 4 IKEA recebe luz verde mas CCDR impõe condições PUB D.R. D.R. Lei da Água revista para facilitar a vida aos proprietários AMBIENTE Militares vigiam fogos em Monchique e São Brás INCÊNDIOS > 3 Faro vai ter novo cônsul de Angola em breve RELAÇÕES INTERNACIONAIS > 7 CA D.R. ÀS SEXTAS EM CONJUNTO COM O PÚBLICO POR 1,60 PUB Director Henrique Dias Freire • Ano XXVII • Edição 1126 • Quinzenário à sexta-feira • 4 de Julho de 2014 • Preço 1 Problemas na área da saúde: Parece mentira, mas é verdade, os autarcas de Loulé e São Brás, depois de falhas sucessivas de médicos para assegurarem a urgência básica de Loulé, transferiram para a porta do centro de saúde louletano os seus gabinetes. Vítor Guerreiro diz que “já basta desta vergonha!” > 2 Autarcas contra escândalo na saúde Loulé e São Brás: A INFORMAÇÃO DE SEMPRE À DISTÂNCIA DE UM CLIQUE VISITE - NOS EM : WWW . POSTAL . PT ON- LINE EM FOCO 2 EXÉRCITO AJUDA A REDUZIR INCÊNDIOS EM MONCHIQUE 3 IKEA TEM LUZ VERDE AMBIENTAL 4 CCDR MOSTRA RESULTADOS À UNIÃO EUROPEIA 5 REFORÇOS NA SAÚDE CHEGAM COM 32 POSTOS DE PRAIA 6 FARO VAI TER NOVO CÔNSUL-GERAL DE ANGOLA 7 SAÚDE & BEM-ESTAR 9 CLASSIFICADOS 10 Descubra nesta edição o Jornal do Lethes D.R. > 8

POSTAL 1126 - 4 JUN 2014

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• VEJA O POSTAL DESTA SEMANA • Sexta-feira 4/7) nas bancas com o PÚBLICO • NESTA EDIÇÃO COM O CULTURA.SUL • • Partilhe o que é indispensável saber sobre o Algarve • EM DESTAQUE: > IKEA recebe luz verde mas CCDR impõe condições > Autarcas contra escândalo na saúde > Militares vigiam fogos em Monchique > Lei da Água revista para facilitar a vida aos proprietários > Faro vai ter novo Cônsul de Angola • POUPE centenas de euros ao assinar o POSTAL por 30€ anuais com o Plano de Saúde gratuito em medicina dentária, estética e ginásio • PRÓXIMA EDIÇÃO DO POSTAL dia 25 de Julho: o indispensável sobre o Algarve

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Page 1: POSTAL  1126 -  4 JUN 2014

Veja anúncio pág. 12

PORTUGUESES NO MUNDO

> A avaliação de impacte ambiental do projecto IKEA para Loulé terminou e a comissão de avaliação deu parecer favorável ao projecto “com condicio-nalismos”, revela a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve.Em breve se saberá que condições foram impostas ao IKEA para avançar, enquanto decorrem ainda processos em tribunal para travar o projecto p. 4

IKEA recebe luz verde mas CCDR impõe condições

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d.r.

d.r.

Lei da Água revistapara facilitar a vida aos proprietários

AMBIENTE

Militares vigiam fogos em Monchique e São Brás

INCÊNDIOS

> 3

Faro vai ter novo cônsul de Angola em breve

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

> 7

CA

d.r.

ÀS SEXTAS EMCONJUNTO COM OPÚBLICO POR €1,60

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Director Henrique Dias Freire • Ano XXVII • Edição 1126 • Quinzenário à sexta-feira • 4 de Julho de 2014 • Preço € 1

Problemas na área da saúde: Parece mentira, mas é verdade, os autarcas de Loulé e São Brás, depois de falhas sucessivas de médicos para assegurarem a urgência básica de Loulé, transferiram para a porta do centro de saúde louletano os seus gabinetes. Vítor Guerreiro diz que “já basta desta vergonha!” > 2

Autarcas contra

escândalo na saúde

Loulé e São Brás:

a informação de sempre à distância de um clique

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EM FOCO 2 EXÉRCITO AJUDA A REDUZIR INCÊNDIOS EM MONCHIQUE 3 IKEA TEM LUZ VERDE AMBIENTAL 4 CCDR MOSTRA RESULTADOS À UNIÃO EUROPEIA 5

REFORÇOS NA SAÚDE CHEGAM COM 32 POSTOS DE PRAIA 6 FARO VAI TER NOVO CÔNSUL-GERAL DE ANGOLA 7 SAÚDE & BEM-ESTAR 9 CLASSIFICADOS 10

Descubra nesta edição o Jornal do Lethes

d.r.

> 8

Page 2: POSTAL  1126 -  4 JUN 2014

em foco

Escândalo na saúdeUrgência Básica de Loulé volta a não ter médico e autarcas reagem

Ricardo [email protected]

O SERVIÇO DE URGÊNCIA BÁ-SICA (SUB) de Loulé, um dos quatro do género na região, a par de Albufeira, Lagos e Vila Real de Santo António, voltou a não abrir por falta de médico nas passadas terça e quarta-fei-ra, durante as primeiras horas do dia.

Só a partir das 9.15 horas de ambos os dias o serviço abriu as portas e apenas com a pre-sença de um clínico, uma situa-ção que levou a que na passada quarta-feira os presidentes das Câmaras de Loulé e São Brás de Alportel transferissem para a entrada do SUB louletano os seus gabinetes.

Uma secretária colocada late-ralmente à porta de entrada foi o bastante para que os autarcas dessem nota do seu protesto face à repetida incapacidade daquele serviço dar resposta aos utentes de ambos os concelhos.

Recorde-se que à falta de res-posta do SUB de Loulé resta aos louletanos e são-brasenses diri-girem-se ao Serviço de Urgên-cia do Hospital de Faro, já de si sempre congestionado. Quebra--se assim a resposta intermédia nos cuidados de saúde que foi criada na reorganização dos ser-viços de saúde da região, nome-damente, após o encerramento

dos serviços de atendimento permanente, os antigos SAPs.

VÍTOR GUERREIRO DIZ BASTA! Ao POSTAL Vítor Guerreiro, presidente da Câmara de São Brás de Alportel, diz que “já basta desta vergonha!”.

Ainda no SUB de Loulé [na tarde de quarta-feira] o autarca afirmou ao POSTAL que “os au-tarcas estão fartos de promessas”. “De boas intenções sabemos nós o que está cheio...” refere o presi-dente da autarquia são-brasense, que sublinha que “esta situação

se arrasta há meses”.“Ainda agora quando fui al-

moçar uma bifana com o pre-sidente da Câmara de Loulé [também ele a atender os mu-nícipes e a despachar junto à porta do SUB] ouvi na televisão o presidente da ARS Algarve e do Centro Hospitalar do Algar-ve a descreverem uma história idílica onde só há problemas de pormenor”, refere Vítor Guerreiro.

“Temos participado e tentado encontrar as melhores soluções em silêncio e através dos canais

normais e políticos, mas já che-ga de desrespeito pelas popu-lações. No meu caso fui eleito para defender a população de São Brás, muito prejudicada com esta situação naquele que é um seu direito fundamental e não me calo nem calarei peran-te esta situação digna do tercei-ro mundo”, protesta o autarca.

“Temos tido o cuidado de em respeito pelo turismo que im-porta defender tentar solucio-nar da melhor forma possível a situação, mas basta de promes-sas e queremos ver acção no ter-

reno e as respostas certas para os problemas reais”, conclui.

O autarca revelou ainda ao POSTAL que enquanto presi-dente do Conselho da Comu-nidade do Agrupamento dos Centros de Saúde (ACES) Al-garve Central, que engloba os Centros de Saúde de Albufeira, Faro, Loulé, Olhão e São Brás de Alportel, contactou os restantes autarcas do grupo e que “em Al-bufeira o SUB esteve a funcionar só com um médico na passada quarta-feira e que está sem pes-soal auxiliar”.

REFORÇOS DE MISÉRIA O mi-nistro da Saúde, Paulo Mace-do, anunciou quarta-feira da passada semana na Comissão Parlamentar de Saúde, onde foi chamado, o reforço de enfer-meiros, médicos e assistentes operacionais para a região do Algarve.

De acordo com o ministro, para a região foram abertas vagas destinadas a 45 enfer-meiros, para médicos de me-dicina geral e familiar e, ainda, para médicos hospitalares. A estas junta-se a contratação de assistentes operacionais.

O anúncio de Paulo Macedo é uma ajuda para colmatar a falta de pessoal de saúde na re-gião, mas a verdade é que o que o ministro anuncia só pode ser classificado como migalhas.

É que na região faltam, de acordo com dados oficiais da ARS-Algarve, 282 médicos, 159 enfermeiros, 244 assistentes operacionais, 101 assistentes técnicos, 22 técnicos de diag-nóstico e terapêutica, e 15 téc-nicos superiores, para que os serviços de saúde possam fun-cionar normalmente.

Os dados foram revelados pelo presidente da ARS-Algar-ve na Comissão Parlamentar de Saúde, onde foi chamado na passada semana e revelados ao POSTAL pelo deputado Pau-lo Sá, eleito pelo PCP no círculo do Algarve.

Basta comparar o número de vagas lançadas a concurso para os enfermeiros - revelado pelo ministro - para perceber a dife-rença entre as necessidades e a resposta do Governo.

Para o deputado Paulo Sá, “as vagas abertas pelo Governo não respondem a mais de 10% das necessidades do sistema de saúde na região” e, portanto, não cumprem “o dever constitu-cional de garantir à população o acesso à saúde que é uma das obrigações do Estado e, pois, do Governo”.

O PCP exigiu ao ministro a su-pressão de todas as necessida-des detectadas pela ARS Algarve e, de acordo com o deputado Paulo Sá, “o ministro limitou--se a fugir à questão”.

d.r.

Ô Vítor Guerreiro e Vítor Aleixo transferiram os seus gabinetes para a entrada do SUB de Loulé

2 | 4 de Julho de 2014

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região

4 de Julho de 2014 | 3

Exército ajuda a reduzir incêndios em MonchiqueAcções de vigilância ajudam a diminuir o número de igniçõesAS PATRULHAS DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS florestais reali-zadas pelo Exército têm efeito dissuasor e ajudaram a reduzir o número de ignições diárias na serra de Monchique durante o Verão, disse o presidente da câ-mara, Rui André.

A Câmara de Monchique as-sinou na passada segunda-feira um protocolo com o Regimento de Infantaria 1, Tavira, para a re-alização de patrulhas nas zonas florestais do concelho, pelo quar-to ano consecutivo, numa acção que será também efectuada em São Brás de Alportel, disse o co-ronel Jorge Manuel Sequeira Iglésias.

Em declarações à Lusa, o co-

mandante do Regimento de Infantaria 1 revelou que, “quan-do o Exército começou as pa-trulhas na serra de Monchique, em 2010, o número de ignições diárias era de entre 10 a 15” e, “depois de as patrulhas terem começado no terreno, foi possí-vel fazer descer esse número para quase zero, havendo meses em que é zero”.

Também o autarca de Mon-chique, Rui André, disse à Lusa que se tem “reduzido muito o número de ignições”, sobretu-do através da acção do Exército, que faz patrulhas “numa zona chamada de cinzenta, sem co-bertura por meios de vigilância fixos ou por outras formas”.

“E a única maneira de fazer ali vigilância no terreno é a pé, de viaturas, e é esse trabalho que é feito. Esta presença é muito im-portante, porque uma ignição sem essa vigilância só seria ata-cada mais tarde e o fogo já teria alguma dimensão”, sublinhou o autarca.

BENEFÍCIOS SÃO SUPERIORES ÀS VERBAS DESPENDIDAS Rui André considerou que os be-nefícios que o município de Monchique tem com a colabo-ração com o Exército são mui-to superiores às verbas que são despendidas com o protocolo, cujo “custo mais elevado tem a ver com os combustíveis, por-

que as viaturas andam 24 so-bre 24 horas e no ano passado gastaram à volta de 600 euros por semana”.

O Regimento de Infantaria 1 vai colocar as duas viaturas para patrulhamento e a respectiva guarnição.

Rui André frisou ainda que estas acções de vigilância da floresta, no âmbito da preven-ção de incêndios, ganha ainda mais importância porque “pra-ticamente tudo o que acontece em Monchique, seja na área da indústria da transformação, seja no Turismo, como a produção de medronho e florestal, depen-de, totalmente ou em grande parte, da floresta”.

d.r.

Ô Patrulhas de prevenção têm feito descer o número de fogos

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Protocolos mensais com:

Albufeira: Centro Clínica Arca-das S. João ı Aljezur: Farmácia Aljezur ı Castro Marim: Cruz Vermelha de Altura ı Faro: Farmácia Almeida ı Farmácia Huguette Ribeiro (Patacão) ı Casa Do Povo Estoi ı Lagoa: Clínica de Lagoa ı Lagos: Clí-nica Lacobrigense ı Farmácia Praia da Luz ı Loulé: Clínica

de Medicina & Cirurgia - CMC ı Centro Clínico Almancil ı Po-liclínica Eurosaúde (Quarteira) ı Idealclínica - (Vilamoura) ı Assoc. In-Loco (Salir) ı Olhão: Policlínica Etienne ı Portimão: Policlínica da Mó ı São Brás: Clínica S. Brás ı Silves: Xel-clínica ı Clínica Osteoreuma (S.B. Messines) ı Tavira: Cruz Vermelha Tavira ı Parafarmá-cia Pharmaromus ı Farmácia

Tavares (Stº Estêvão) ı Clínica Santiago - Tavimédico ı Vila do Bispo: Parafarmácia MC Farma (Sagres) ı Vila Real de Sto. António: Clínica S. Cris-tóvão ı Clínica Stº António ı Baixo Alentejo: Farmácia Mil Fontes ı Casa do Povo Stª Cla-ra-a-Velha E ainda em todas as Juntas de Freguesia do Algarve e Baixo Alentejo

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Uma pequena grande

diferençatemos a resposta para o seu problemade audição

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE TAVIRA

EditalJOSÉ OTÍLIO PIRES BAIA, Presidente da Assembleia Municipal de Tavira.

TORNA PÚBLICO, que em sessão ordinária da Assembleia Municipal de Tavira, realizada no dia 19 de junho de 2014, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por unanimidade a Moção: “Prevenção e Combate aos Fogos Florestais” apresentada pelo Partido Socialista;

2. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 87/2014/CM, referente à Atribuição de apoios às freguesias de Santa Luzia, Conceição e Cabanas de Tavira, no âmbito das festas tradicionais de verão;

3. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 89/2014/CM, referente à Composição do Conselho Local de Educação e designado o Presidente da Freguesia de Tavira, José Mateus Domingos Costa, como representante das Juntas de Freguesia no Conselho Local de Educação;

4. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 90/2014/CM, referente à Atribuição de medalhas Municipais de Mérito e de Bons Serviços e Dedicação;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 99/2014/CM, referente à Aquisição de energia elétrica em regime de mercado liberalizado para as instalações elétricas municipais com contratos de energia em Baixa Tensão Normal (BTN) e Baixa Tensão Normal e Iluminação Pública (BTN-IP) – Aprovação de abertura de procedimento e despesas plurianuais;

6. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 100/2014/CM, referente à Apreciação e votação da proposta da Câmara Municipal número 100/2014/CM, referente à 7-Emp/14 – Obras de Conservação da Ermida de São Roque – Assunção de compromissos plurianuais.

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afi-xados nos lugares de costume

Paços do Concelho, aos 19 dias do mês de junho do ano 2014

O Presidente da Assembleia Municipal,

José Otílio Pires Baia

(POSTAL do ALGARVE, nº 1126, de 4 de Julho de 2014

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CCDR mostra resultadosà União Europeia pág. 5

Page 4: POSTAL  1126 -  4 JUN 2014

região

4 | 4 de Julho de 2014

IKEA tem luz verde ambientalComissão de Avaliação de Impacto Ambiental aprova projecto com condicionalismos

d.r.

Ricardo [email protected]

A COMISSÃO DE COORDENA-ÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL (CCDR) do Algarve fez saber na passada terça-feira que o projecto do IKEA para Loulé passou o crivo da Ava-liação de Impacte Ambiental com “condicionalismos”.

Em nota de imprensa, a CCDR divulga que “a comis-são de avaliação do estudo de impacte ambiental do conjunto comercial IKEA pronunciou-se favoravelmen-te com condicionalismos so-bre o projecto a instalar em Loulé, na zona abrangida pelo plano de urbanização Caliços-Esteval”.

Ao POSTAL David Santos, presidente da CCDR, não es-clareceu quais os condiciona-

lismos impostos à emissão de uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável.

“O processo tem primeiro de seguir os seus trâmites”, diz o responsável algarvio, esclarecendo que “neste mo-mento os promotores do pro-jecto foram notificados da pronúncia da comissão de avaliação do estudo de im-pacte ambiental e dispõem de alguns, poucos, dias para se pronunciarem”.

Depois desta fase será en-tão emitida a DIA e serão, só então, conhecidos que condi-cionalismos impôs a CCDR ao projecto, esclareceu ao POS-TAL a mesma fonte, que refe-riu “não conhecer nenhuma DIA que não tenha condicio-nalismos”.

O parecer técnico final do procedimento de avaliação

ambiental em curso foi emi-tido no âmbito da reunião da comissão de avaliação re-alizada no dia 13 de Junho e teve em consideração o re-latório da consulta pública e demais elementos de rele-vante interesse relacionados com o processo.

Entre aqueles que apresen-taram propostas em sede de discussão pública do projec-to IKEA estão a Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) e a Quercus, que emitiram a propósito uma nota de im-prensa conjunta.

ACRAL AGUARDA CONHECER A DECISÃO Ao POSTAL o presi-dente da ACRAL, Vítor Guer-reiro, afirmou que “aguarda com serenidade a emissão da DIA relativa ao projecto

IKEA”, momento após o qual se pronunciará sobre a ques-tão. “Só poderemos tomar posição sobre este assunto depois de conhecermos a totalidade dos factos, é essa a nossa postura em todas as matérias e esta não será tratada de forma diferente”, acrescentou.

A comissão de avaliação, à qual compete a apreciação técnica do EIA, é presidida pela CCDR Algarve e integra um representante de cada um dos seguintes organis-mos: Agência Portuguesa do Ambiente, Instituto da Con-servação da Natureza e das Florestas, Direcção Regional de Cultura, Câmara Muni-cipal de Faro e Câmara de Loulé.

“Do total de 14 organismos chamados a pronunciar-se sobre o projecto, incluindo o conjunto de oito entidades externas à comissão de ava-liação, nenhum emitiu pa-recer desfavorável”, revelou ainda a CCDR Algarve.

IKEA UM GIGANTE COMERCIAL ‘5 EM 1’ O projecto IKEA é um gigante que, de acordo com o

Estudo de Impacte Ambiental (EIA) apresentado pelos pro-motores, tem só em área total dos quatro lotes propostos, 242.353 metros quadrados, mais de 24 hectares.

O mega projecto propõe um ‘5 em 1’ comercial, com uma loja IKEA de 21.300 metros quadrados em dois pisos; um centro comercial a céu aberto com 25.057 me-tros quadrados; e 125 lojas

em um único piso; um cen-tro comercial fechado com 65 mil metros quadrados e 95 lojas em dois pisos; uma loja comercial isolada com 11.453 metros quadrados e uma outra do mesmo género com 8.682 metros quadrados.

Mas o colosso soma ain-da uma área total de arrua-mentos e estacionamento à superfície com mais de 49 mil metros quadrados, com

Ô Projecto IKEA de Loulé propõe o maior espaço comercial da região

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Reforços na saúde chegam com 32 postos de praia pág. 6

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capacidade para colher no mínimo 4.010 lugares de aparcamento, mais de 81 mil metros quadrados de área verde e uma área destinada a equipamento de utilidade pública a ser entregue à Câ-mara de Loulé com mais de 34 mil metros quadrados.

A DIMENSÃO COMPARADA De acordo com os dados do EIA e as informações recolhidas pelo POSTAL, nenhum outro grande espaço comercial da região se aproxima do gigan-te IKEA.

O Algarve Shopping em conjunto com o Retail Park de Albufeira, situados na Guia, somam em área bru-ta locável (ABL), somente o espaço destinado a lojas, 53.685 metros quadrados, enquanto os dois centros co-merciais do complexo IKEA sozinhos têm uma ABL de 68.487 metros quadrados, não considerado o espaço da loja IKEA e das duas lojas comerciais isoladas também previstos para o projecto de Loulé.

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4 de Julho de 2014 | 5

regiãoFaro vai ter novo cônsul-geral de Angola pág. 7

CCDR mostra resultados à União EuropeiaDavid Santos acredita que não sedevolverá um cêntimo dos fundosda União para a região

Ricardo [email protected]

A COMISSÃO DE COORDENA-ÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL (CCDR) do Algarve mostrou à União Europeia os re-sultados práticos da aplicação dos fundos de coesão na região no âmbito do programa opera-cional regional (PO Algarve 21), inserido no Quadro de Referên-cia Estratégico Nacional (QREN).

A visita da chefe de Unidade de Portugal da Direcção-geral da União Europeia para a Políti-ca Regional, Judith Rozsa, ao Al-garve foi o momento aproveita-do para o líder da CCDR, David Santos, dar a conhecer que “o Algarve triplicou, em dois anos (entre Dezembro de 2011 e de 2013) a execução do PO Algarve 21, passando de 20 para 60% os projectos apoiados”.

Ao POSTAL David Santos afirmou-se “convicto” de que o PO Algarve 21 “não terá de de-volver à União Europeia nem um cêntimo dos fundos dispo-nibilizados” para aplicação no quadro de apoio regional que vigorará até 2015.

Para tanto, refere o responsá-vel algarvio, “quer a CCDR, quer os organismos intermédios que interferem no processo de alo-cação dos fundos da União Eu-ropeia têm feito um assinalável esforço de redução dos tem-pos de avaliação e decisão dos processos de candidatura e de acompanhamento dos projec-tos candidatos aos apoios”.

Na apresentação dos resulta-dos intervieram além de David Santos e Judith Rozsa, Sandra Primitivo da Augusto Mateus & Associados - empresa respon-sável pela avaliação intermédia

externa da execução do PO Al-garve 21 - e Duarte Rodrigues, membro do Conselho Directivo da Agência para o Desenvolvi-mento e Coesão.

AVALIAÇÃO INTERMÉDIA POSI-TIVA A avaliação intermédia da execução do PO Algarve 21, que decorreu nos últimos me-ses, desenvolvida pela Augusto Mateus & Associados sob direc-ção de Sandra Primitivo “já está concluída”, revelou David Santos ao POSTAL.

De acordo com o presidente da CCDR, “os resultados são po-sitivos e indicam a capacidade de cumprir os objectivos previstos para o programa regional dentro dos prazos para o efeito”.

Em termos de execução no Sis-tema de Incentivos às Empresas, o PO Algarve 21 está em segundo lugar a nível nacional e a meta, até ao final de 2014, é atingir os 80%.

Quanto aos prazos de paga-mento aos promotores dos pro-jectos, a CCDR salienta a “redu-ção de 70 dias, em 2012, para os 29 dias, actualmente”.

A aposta agora, refere David Santos, “passa por levar os rá-cios de execução que ainda até 2015”.

Ô David Santos mostrou os resultados do PO Algarve 21

d.r.

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6 | 4 de Julho de 2014

região

Reforços na saúde chegam com 32 postos de praiaAtendimento é garantido pela Cruz Vermelha Portuguesa

d.r.

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OS SERVIÇOS DE SAÚDE DO AL-GARVE vão ser reforçados este Verão com 32 postos de praia, entre outras medidas, como for-ma de garantir “um atendimen-to seguro” à população residente e turística, anunciou a Adminis-tração Regional de Saúde (ARS).

O reforço inclui o alargamen-to do horário de atendimento e aumento das consultas de aten-dimento complementar nos concelhos do litoral, onde se re-gista maior afluência de turistas, lê-se no sítio electrónico daquela entidade.

O Plano de Verão, que vigora-rá até 15 de Setembro, mantém o número de postos de praia do ano passado e recupera as linhas gerais do plano aplicado em 2013.

Em cada posto de praia vão ser prestados cuidados de enferma-gem, tratadas situações clínicas de menor gravidade e os profis-sionais encaminharão os doen-tes para outros serviços de saúde da região sempre que necessário.

O atendimento nestes postos de praia é garantido pela Cruz Vermelha Portuguesa entre as 10.30 e as 19.30 horas.

O Plano de Verão de 2014 vai contar com os recursos afectos às unidades da região de acordo com o planeamento realizado pelos diversos Agrupamentos de Centros de Saúde da ARS/Al-garve e do Centro Hospitalar do Algarve, acrescenta a ARS.

Os serviços de urgência básica de Lagos, Albufeira, Loulé e Vila Real de Santo António, o serviço

de urgência médica e cirúrgica de Portimão e o serviço de ur-gência polivalente do polo de Faro do Centro Hospitalar do Algarve vão estar em funciona-mento permanente, assegura a Administração Regional de Saú-de em comunicado.

“Aguarda-se, para breve, um esforço de recursos humanos,

nomeadamente de médicos, enfermeiros e assistentes opera-cionais”, acrescenta.

O plano fica completo com o trabalho de informação e pre-venção sobre ondas de calor que o Departamento de Saúde Pública e Planeamento vai ter em curso até ao final de Setembro.

Lusa

Ô Turistas e residentes vêem reforçados os cuidados de saúde

Alteração à Lei da Água tranquiliza proprietários pág. 8

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ZZZ pág. ## região 4 de Julho de 2014 | 7

Faro vai ter novo cônsul-geral de AngolaEmbaixada de Angola desconhece a data da entrada efectiva em funções d.r.

Ô Luís Galiano é o novo cônsul-geral de Angola em Faro

Ricardo [email protected]

FARO TERÁ EM BREVE UM NOVO REPRESENTANTE da Re-pública de Angola. Luís Filipe de Jesus Alonso do Amaral Galiano, assim se chama o novo cônsul-geral de Ango-la em Faro, tomou na quar-ta-feira da passada semana posse em Luanda perante o ministro da Relações Exte-riores (Mirex) daquele país lusófono, Georges Chikoti.

Está assim para breve a ocupação efectiva do cargo na capital algarvia pelo novo cônsul-geral que substitui Mateus Sá de Miranda, cuja missão - apurou o POSTAL -

já terminou.Muito embora ao POSTAL

a Embaixada de Angola em Lisboa não tenha conse-guido confirmar uma data oficial para a achegada do diplomata a Faro, o Consu-lado-geral de Angola no Al-garve prevê que Luís Galia-no entre em funções dentro de um mês.

Até lá decorrerão os trâmi-tes normais de instalação de um diplomata em Portugal, nomeadamente a apresenta-ção de credenciais ao Minis-tério dos Negócios Estran-geiros português.

Luís Galiano vai trabalhar no Consulado-geral de An-gola em Faro, um dos dois

existentes no país, a par do da cidade do Porto, sob di-recção do embaixador an-golano no nosso país, José Marcos Barrica.

CÔNSUL-GERAL QUER AMBIEN-TAR-SE A PORTUGAL E AO AL-GARVE De acordo com a Agên-cia ANGOP (agência noticiosa de Angola), o ministro Geor-ges Chikoti disse, na tomada de posse, que “estes quadros foram devidamente escolhi-dos, em função do trabalho demonstrado nas anteriores missões”.

O titular da pasta das re-lações exteriores angolanas salientou ainda o facto de “Angola possuir com Portu-

gal relações históricas im-portantes e comunidades consideráveis”.

Luís Filipe de Jesus Alonso do Amaral Galiano referiu que “tudo será feito em prol da comunidade angolana, que é o objectivo primeiro nos consulados”.

O novo cônsul disse ainda que “devido ao facto de estar a sair de uma outra missão irá primeiro integrar-se na realidade da comunidade e dos serviços no seu todo para delinear um plano de acção, que não fugirá daquilo que já foi feito, sempre no espírito de cooperação”.

De acordo com os últimos dados estatísticos disponí-

veis, a população residente em Portugal com estatuto regular de residente oriun-da de Angola somava 19.873

pessoas em 2012 e 19.967 em 2013 e, no Algarve, con-tavam-se 732 angolanos em 2012, nestas condições.

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ZZZ pág. ##região

Alteração à Lei da Água tranquiliza proprietáriosEm causa o regime de prova que se tornou mais flexível

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A RECENTE ALTERAÇÃO À LEI DA ÁGUA, que elimina o prazo para provar que as proprieda-des são privadas e deixa de exigir, nalguns casos, docu-mentos com 150 anos, está a tranquilizar os donos de casas à beira-mar no Algarve.

A lei de titularidade dos recursos hídricos, de 2005, obrigava a que todos os do-nos de casas, edifícios ou terrenos junto ao mar, rios e albufeiras reclamassem nos tribunais a sua propriedade como privada, o que exigia a pesquisa de documentos até ao ano de 1864, quando foi publicado o diploma régio que estabeleceu o Regime Público Hídrico e Marinho.

“O que está em causa é o regime de prova, que era muito rigoroso e se tornou mais flexível”, explicou à Lusa a advogada Alexandra Soares, observando que os proprietários ficaram “mais descansados” desde que souberam que deixavam de correr o risco de perder o di-reito às casas se não apresen-tassem a documentação até 1 de Julho deste ano.

A nova redacção da lei, pu-blicada em Maio, continua a exigir o reconhecimento da titularidade das proprieda-des, mas exclui as que estão nas margens dos rios - salvo em zonas de jurisdição das autoridades marítima e por-tuária (estuários e portos) -, e nas zonas urbanas conso-

lidadas, desde que construí-das depois de 1951 e não es-tejam em zonas de risco de erosão ou de invasão do mar.

MARGENS DAS ALBUFEIRAS SÃO CONSIDERADAS PARTICULARES Com as alterações à lei, as margens das albufeiras são automaticamente considera-das particulares, salvo se ti-verem sido expropriadas ou pertencerem efectivamente ao Estado, uma vez que se trata de uma construção do ho-mem que conduziu a água às propriedades e não o contrá-rio, interpretação que já era feita pela Agência Portugue-sa de Ambiente (APA).

Alexandra Soares, repre-sentante legal de vários pro-prietários com casas à beira--mar, na sua maioria em Lagos, lembra que grande parte destas propriedades são casas de luxo, que foram compradas como sendo pro-priedades privadas, licencia-das pelas autarquias desde 1951, quando passou a haver licenciamento municipal das edificações.

“Sou favorável à protec-ção das áreas de domínio público, mas deve haver um equilíbrio, não era necessá-rio tanto rigor em casos que são de manifesta titularida-de privada, como nas zonas urbanas”, afirmou, observan-do que tem casos em que há seis meses que procura os documentos necessários

para dar entrada de acções judiciais de reconhecimento das propriedades.

O presidente da Associa-ção de Residentes e Pro-prietários Estrangeiros em Portugal (Afpop), Michael Reeve, disse à Lusa que tem recebido alguns pedidos de informação acerca da lei que obriga ao reconhecimen-to das propriedades até 50 metros das zonas hídricas, embora pouco representati-vos num universo de mais de cinco mil associados.

“Houve pessoas que compra-ram casas depois de 2005 que não sabiam dessa lei e que de-viam ter sido avisadas”, subli-nhou, observando que a comu-nidade estrangeira se queixa, sobretudo, da falta de informa-ção, na área legislativa e outras, embora reconheça que “as leis passam e até mesmo os portu-gueses não sabem”.

O presidente daquela as-sociação, com sede em Por-timão, refere que a principal preocupação dos proprietários estrangeiros tem sido o esfor-ço e a quantidade de dinhei-ro, para pagar aos advogados, necessários para encontrar a documentação em causa.

Inicialmente tinha sido dado um prazo até Janeiro deste ano para as acções da-rem entrada nos tribunais, mas no final de 2013 o prazo foi alargado para Julho e ago-ra, em Maio, foi eliminado.

Lusa

8 | 4 de Julho de 2014

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRANos termos do art.º 100.º, n.º 1, do Código do Notariado, faço saber que no dia dezasseis de Junho de dois mil e catorze, de folhas quarenta e sete a folhas quarenta e oito verso, do livro de notas para escrituras diversas número cento e setenta – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Justificação, na qual JORGE PEDRO MARTINS PIRES, NIF 111.501.300 e mulher MARIA BENILDE MARTINS PIRES, NIF 111.501.296, ambos naturais do concelho de Tavira, ele da freguesia de Santo Estêvão e ela da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no sitio de Campina, C.P. 861-X, Luz, Tavira, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores do prédio misto, a parte rústica composta por terra de cultura com árvores e a parte urbana composta por casa de moradia com vários compartimentos, destinada a habitação, sito em Poço do Vale, União das Freguesias de Luz de Tavira e Santo Estêvão, a parte rústica inscrita na matriz sob os art.º 2.841 e 2.842 e a parte urbana com o art.º 820; descrito na Conservatória do Registo Predial de Tavira sob o número dois mil e seis, de seis de Julho de dois mil e onze, registada a aquisição, em comum e sem determinação de parte ou direito, a favor de Abílio Honorato Fernandes e mulher Ilda das Dores Soares, Joaquim Fernandes e mulher Gertrudes Dores Nascimento e Maria Odete Fernandes Ramos de Castro Correia e marido José de Castro Correia, pela apresentação onze, de vinte e sete de Setembro de mil novecentos e oitenta e três. Que desde o ano de mil novecentos e oitenta e sete estão na posse do mencionado prédio, em nome próprio, usufruindo do mesmo, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos; fazendo as obras de beneficiação, conservação e reparação ne-cessárias no prédio urbano, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, dado o modo de aquisição, documento que lhes permita fazer o reatamento do trato sucessivo.Vai conforme o original.

Tavira, em 16 de Junho de 2014

A funcionária por delegação de poderes Ana Margarida Silvestre Francisco – Insc. na O.N. sob o n.º 87/1). Conta n.º PAO 845/2014

(POSTAL do ALGARVE, nº 1126, de 4 de Julho de 2014)

MUNICÍPIO DE TAVIRAEdital nº 29/2014

Jorge Manuel do Nascimento Botelho

Presidente da Câmara Municipal de Tavira

TORNA PÚBLICO, que em reunião de Câmara Municipal, realizada no dia 11 de junho de 2014, foram tomadas as seguintes deliberações:

1. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 85/2014/CM, referente à Atribuição de apoio ao Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia;

2. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 86/2014/CM, referente à Atribuição de apoio à Associação para o Desenvolvimento Integrado da Baixa de Tavira - UAC Tavira;

3. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 87/2014/CM, referente à Atribuição de apoios às freguesias de Santa Luzia, Conceição e Cabanas de Tavira, no âmbito das festas tradicionais de verão;

4. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 88/2014/CM, referente ao Júri para a concessão de Bolsas de Estudo a alunos universitários;

5. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 89/2014/CM, referente a Composição do Conselho Local de Educação e designação de um representante dos Presidentes das Juntas de Freguesia do concelho;

6. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 90/2014/CM, referente a Atribuição de Medalhas Municipais de Mérito e de Bons Serviços e Dedicação;

7. Aprovada por maioria a proposta da Câmara Municipal número 91/2014/CM, refer ente ao Processo disciplinar n.º 1/2014 – Decisão;

8. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 92/2014/CM, referente a POVT - Candidatura para “Aquisição de equipamento de proteção individual para combate a incêndios em espaços naturais” - Contrato de Comodato;

9. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 93/2014/CM, referente a Cedência de utilização de equipamentos à autoridade de proteção civil para a base de apoio distrital;

10. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 94/2014/CM, referente ao Protocolo entre a Agência para a Modernização Administrativa, I.P. e o Município de Tavira, relativo ao Licenciamento Zero e ao Sistema de Indústria Responsável;

11. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 95/2014/CM, referente ao Contrato de comodato com a Asso-ciação Guias de Portugal;

12. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 96/2014/CM, referente a Denúncia de contrato referente à loja n.º 10 do Mercado da Ribeira e revogação da proposta n.º 197/2013/CM;

13. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 97/2014/CM, referente a Loja nº. 9 do Mercado Municipal de Tavira - alteração ao ramo de atividade;

14. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 98/2014/CM, referente a Plano de Transportes Escolares - 2014/2015;

15. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 99/2014/CM, referente a Aquisição de energia elétrica em regime de mercado liberalizado para as instalações elétricas municipais com contratos de energia em Baixa Tensão Normal (BTN) e Baixa Tensão Normal de Iluminação Pública (BTN-IP) - Aprovação de abertura de procedimento e assunção de compromissos plurianuais;

16. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 100/2014/CM, referente a 7-emp/14 - obras de conservação da Ermida de São Roque - assunção de compromisso plurianual;

17. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 101/2014/CM, referente ao Fornecimento de Refeições Escolares ao Abrigo do Acordo Quadro N.º AQ 15-RC (Lote 5) da ANCP - Anos Letivos 2014/2015 e 2015/2016 – Processo n.º 2-AQ/14 - Relatório Preliminar;

18. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 102/2014/CM, referente ao Concurso Público para aquisição de combustíveis rodoviários a granel e lubrificantes (processo 1-CPU/14) – prorrogação de prazo para apresentação dos documentos de habilitação e aprovação de minuta de contrato;

19. Aprovada por unanimidade a proposta da Câmara Municipal número 103/2014/CM, referente a Receção provisória das infraestruturas - Alvará n.º 4/2007 - José João Pereira do Santos (Sitio das Areias - Cabanas).

Para constar e produzir efeitos legais se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares de costume.

Paços do Concelho, 11 de junho do ano 2014

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL,

Jorge Manuel Nascimento Botelho

(POSTAL do ALGARVE, nº 1126, de 4 de Julho de 2014)

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d.r.

Ô A nova redacção da Lei da Água elimina o prazo para provar que as propriedades são privadas

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ZZZ pág. ## saúde & bem estar 4 de Julho de 2014 | 9

POSTAL (P) - Há quantos anos existem as Malo Clinic?

Paulo Malo (PM) - As nossas clínicas existem há 19 anos, des-de que em 1995 abrimos a pri-meira clínica em Lisboa.

P - Há uma aposta clara na expansão a nível nacional e na internacionalização, a que é que se deve este percurso?

PM - Neste momento em Por-tugal já existem 11 locais no con-tinente e na Madeira e em mais 13 países no mundo que cobrem as regiões geográficas da Europa, do Médio Oriente, da Ásia e da Oceânia, bem como, da África, América do Norte e América do Sul.

Iniciámos este processo de expansão internacional porque desenvolvemos procedimentos e técnicas inovadoras que nos permitiram na área da medicina dentária obter uma elevada no-toriedade a nível internacional.

Estávamos a receber doentes de todo o mundo em Portugal e consideramos que o não es-tarmos presentes noutros países estava a pôr em causa o acesso desses doentes e de outros aos tratamentos que prestamos, por isso foi um crescimento natural.

P - De que procedimentos e técnicas inovadoras estamos a falar?

PM - Entre outros procedimen-tos na área da implantologia e da

prostodontia, nomeadamente, a técnica all-on-4 que permite a co-locação de uma prótese fixa com resultados de excelência.

As técnicas inovadoras criadas pela Malo Clinic permitiram-nos afirmar-nos como players inter-nacionais de topo na medicina dentária porque temos uma capacidade e know how muito acima da média da maioria dos médicos dentistas, o que fez com que tivéssemos mais argumentos para vencer mesmo nos merca-dos internacionais.

P - É portanto uma aposta ganha?

PM - Sim, mas trata-se de uma aposta contínua na quali-dade dos serviços de saúde que prestamos. Já somos líderes em Portugal e na maioria dos paí-ses onde abrimos as Malo Clinic. Mesmo naqueles em que não so-mos líderes neste momento esta-mos muito perto de o ser, o que atesta a capacidade e a qualidade dos tratamentos que prestamos aos nossos doentes.

P - Que segredos tem esse percurso de liderança?

PM - Trabalhar muito. E traba-lhar muito significa mesmo mui-to, num investimento constante na inovação, na investigação e na formação dos nossos profis-sionais.

O que fizemos foi criar, pela primeira vez, protocolos exclu-

sivos que são reprodutíveis em qualidade em qualquer Malo Clic no mundo.

Este padrão máximo de qua-lidade permite um tratamento e um atendimento iguais em qual-quer Malo Clinic no planeta e vai desde a construção das clínicas, até à recepção e todos os serviços, terminando no consultório e no seguimento que se faz aos doen-tes já tratados.

P - Trata-se de um processo de difícil operacionalização?

PM - Gastamos muito tempo a pensar e a criar as melhores res-postas e soluções para os nossos procedimentos.

Portugal não tem na área da medicina e da inovação de técni-cas a ela associadas um imagem reputada internacionalmente. Para vencermos não basta, por

isso, sermos melhores do que os outros, temos de ser muitíssi-mo melhores do que quaisquer outros e é exactamente isso que fazemos.

P - E são hoje um nome de referência na área a nível mun-dial...

PM - Nenhum outro grupo no mundo tem uma pegada geo-gráfica como nós temos.

Somos a única clínica de me-dicina dentária que conseguiu implantar-se em 13 países dife-rentes com um total de 24 uni-dades de saúde.

P - Como é que se mantém um controlo de qualidade efi-ciente perante um universo tão alargado de unidades?

PM - O que fazemos não se trata de um qualquer franchi-

sing de uma marca de produção de bens de consumo.

A saúde é um serviço insus-ceptível de ser franchisado, criamos unidades controladas directamente por nós, com procedimentos pensados e de-senvolvidos por nós e profissio-nais formados pela Malo Clinic. A isto juntamos a presença de pessoal nosso em permanência em quase todas as Malo Clinic à volta do mundo, o que assegu-ra o mais rigoroso controlo da qualidade do serviço.

P - E um responsável que não pára...

PM - Sim, de facto estou per-manentemente em viagem e não cesso de dar voltas ao mun-do para poder acompanhar o desenvolvimento das nossas clínicas nos cinco continentes.

Seguir de perto todo o processo é uma mais-valia e uma obriga-ção.

P - A formação é uma das apostas da Malo Clinic impres-cindível para o sucesso?

PM - Absolutamente. A for-mação dos nosso profissionais demora anos e é feita em contí-nuo para que estejamos sempre a trabalhar no limiar da inova-ção e no máximo da competi-tividade.

Para isso temos em Lisboa o maior centro mundial de for-mação em medicina dentária, que recebe em permanência os nossos profissionais de todo o mundo para conseguirmos dar cumprimento aos nossos objec-tivos e às necessidades dos nos-sos doentes.

P - Como é que vê a saúde dentária em Portugal? Esta é uma área fundamental?

PM - É equivalente à realida-de existente nos países euro-peus e nos EUA, não estamos em média nem melhor, nem pior do que os países da Euro-pa ou dos EUA.

Quanto a ser uma área funda-mental é-o nos mesmos termos que são todas as áreas da saú-de. A saúde é uma questão que deve ser sempre analisada glo-balmente e nessa medida todas as áreas da saúde são fulcrais.

P - Em termos de qualidade de vida dos doentes, como é que vê o trabalho desenvovi-do pelas Malo Clinic?

PM - Trata-se de um trabalho desenvolvido para melhorar a saúde dos pacientes, mas tam-bém para lhes devolver quali-dade de vida.

Neste campo, por exemplo, o protocolo Malo Clinic, que permite colocar todos os den-tes num único dia e que foi uma inovação nossa, alterou de forma peremptória a qua-lidade de vida das pessoas que são tratadas por nós.

Trata-se de uma mudança radical de paradigma no que respeita à medicina dentária de que estamos orgulhosos pela diferença que significa na vida das pessoas.

Malo Clinic: a devolver sorrisos em todo o mundoQualidade e excelência presentes em três clínicas no Algarve

d.r.

É uma verdadeira multinacionalda medicina dentária. As Malo Clinic estão presentes em todos os continentes e são o maior grupo do sector no mundo, com a inovação e desenvolvimento das técnicas de medicina dentária a serema base de uma presença mundial assente na máxima qualidade.No Algarve as clínicas estão em Vila Real de Santo António, Faro e Portimão e o POSTAL entrevistou Paulo Malo, o rosto por detrás de um projecto de sucesso na área da saúde que dá cartas em 13 países.

Ô O médico dentista Paulo Malo, o rosto por detrás do sucesso das Malo Clinic

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AGRADECIMENTO No dia 24 de Maio faleceu a nossa querida mãe, sogra e avó.Vimos por este meio agradecer a todos aque-les que estiveram ao seu lado (e foram muitos) e ajudaram a amenizar os seus momentos mais difíceis, assim como àqueles que esti-veram presentes no seu funeral.

Um grande abraço e bem hajam.

A Família

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NOTÁRIOExtrato de Escritura de Justificação

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100.º do Código do Notariado que, por escritura pública de Justificação outorgada em vinte e um de Junho de dois mil e catorze, exarada a folhas setenta e cinco e seguintes do Livro de notas para escrituras diversas número Quarenta e oito – A, do Cartório Notarial em Tavira, do Notário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n.º 17-A:

- Maria Odília de Jesus e marido Manuel Joaquim Cavaco, naturais ela da freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira, e ele da freguesia de Santa Catarina da Fonte do Bispo, concelho de Tavira, casados com sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no Sítio de Amaro Gonçalves, caixa postal 1085 C, 8800-120 Luz de Tavira, contribuintes fiscais números 126640564 e 128744537, declararam:

- Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do prédio rústico com-posto por terra de cultura com árvores, com a área de mil e duzentos metros quadrados, a confrontar do Norte com António José, Sul com Manuel do Nascimento, Nascente com Custódio Bento, e do Poente com José Sebastião, sito em Canivete-Soalheira, na freguesia da União das Freguesias de Tavira (Santa Maria e Santiago), concelho de Tavira, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1534, com proveniência no artigo 1307 da extinta freguesia de Tavira (Santa Maria), com o valor patrimonial tributário de 83,30 €, igual ao atribuído para efeitos deste acto.

- Que este prédio, com a indicada composição e área, chegou à posse deles, justificantes, em data imprecisa do ano de mil novecentos e noventa e um, já no estado de casados entre si, por partilha meramente verbal feita com os demais interessados, por óbito de seu pai Domingos João, falecido no ano de mil novecentos e setenta e cinco, residente que foi no sítio da Soalheira do Pereiro, em Santa Maria, Tavira;

- Que, assim sendo, não têm título suficiente da aquisição do referido prédio, estando, por isso, impossibilitados de comprovar a referida aquisição pelos meios extrajudiciais normais e de efectuar o registo do mesmo a seu favor.

- Que, porém, desde aquela data, mil novecentos e noventa e um, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem os únicos titulares do direito de propriedade sobre o identificado prédio, e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aquele prédio – cultivando a terra, limpando-a, nela pastando os animais, tratando das árvores, dele retirando os respectivos rendimentos –, pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram o referido prédio por USUCAPIÃO.

Tavira, 21 de Junho de 2014.

O Notário,

Bruno Filipe Torres Marcos

Conta registada sob o n.º 2/1244

(POSTAL do ALGARVE, nº 1126, de 4 de Julho de 2014)

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AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

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AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

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MARIA DAS DORES

27-09-1924 / 21-06-2014

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

SANTIAGO - TAVIRASANTA LUZIA - TAVIRA

JORGE HUMBERTO GREGÓRIO DA LUZ

10-07-1962 / 07-06-2014

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm por este meio agradecer a to-dos quantos se dignaram acompanhar o seu ente que-rido à sua última morada ou que, de qualquer forma, lhes manifestaram o seu pesar.

4 de Julho de 2014 | 11

TAVIRA

MANUEL AUGUSTO

77 ANOS

AGRADECIMENTOA sua querida família cumpre o doloroso dever de agradecer reconhecidamente a todas as pessoas que assistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 24 de Junho, para o Cemitério de Tavira, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade. Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, dia 26 de Junho, pelas 8.45 horas, na Igreja de Santiago, em Tavira.

“Paz à sua Alma”

“Serviços Fúnebres efectuados pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”

Tavira • Luz • V.R.Stº AntónioTelm. 964 006 390 - 965 040 428

VILA NOVA DE CACELA

EVARISTO JOSÉ LINO

61 ANOS

AGRADECIMENTOA família enlutada cumpre o doloroso dever de agra-decer reconhecidamente a todas as pessoas que as-sistiram ao funeral do seu ente querido, realizado no dia 4 de Junho, para o Cemitério de Vila Nova de Cacela, bem como a todos os amigos que manifestaram o seu pesar e solidariedade.Agradecem também a todos que rezaram Missa do 7º Dia, pelo seu eterno descanso, celebrada dia 11 de Ju-nho, pelas 9.30 horas, na Igreja Nossa Senhora D’Assunção, em Vila Nova de Cacela

“Paz à sua Alma”“Serviços Fúnebres efectuados

pela Agência Funerária Pedro & Viegas, Ldª”Tavira • Luz • V.R.Stº António

Telm. 964 006 390 - 965 040 428

Reze 9 Ave-Marias com uma vela acessa durante 9 dias, pedindo 3 desejos,

1 de negócios e 2 impossíveis, ao 9º dia publique este aviso, cumprir-se-á mesmo que não acredite.

J.P.S.

SANTIAGO - TAVIRASANTA MARIA E SANTIAGO - TAVIRA

JORGE MANUEL VALONGO DO NASCIMENTO PALMEIRA

14-12-1959 / 20-06-2014

AGRADECIMENTOOs seus familiares vêm, por este meio, agradecer a todos quantos o acompanharam em vida e nas suas cerimónias exéquias ou que de algum modo lhes ma-nifestaram o seu sentimento e amizade.

Page 12: POSTAL  1126 -  4 JUN 2014

última

A POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚ-BLICA estima distribuir, este ano, 30 mil pulseiras, que po-dem ser adquiridas a partir de terça-feira nas esquadras da PSP de todo o país, sendo a activação do pedido feita através da página da internet do programa (https://estouaqui.mai.gov.pt/Pages/de-fault.aspx.), com o preenchimen-to de uma base de dados.

O porta-voz da PSP, subinten-dente Paulo Flor, disse à Lusa que a pulseira é activada em mi-nutos e a validade termina a 30 de Setembro.

Este ano, as pulseiras podem ser utilizadas por crianças es-trangeiras que visitam Portugal e por filhos de portugueses que façam férias em países da União Europeia, adiantou Paulo Flor, sublinhando que há 27 Estados--membros que têm uma ligação directa ao 112, número europeu de emergência.

A pulseira, destinada a crian-

ças entre os dois e os nove anos, pode também ser usada por crianças que pertencem a escolas, campos de férias e instituições.

Segundo a PSP, o programa “visa facilitar e agilizar a locali-zação dos educadores ou pais de crianças perdidas no período de Verão”.

Cada pulseira “é única”, sendo atribuída a cada uma um núme-ro diferente que, apesar de ser perceptível, só pode ser lido pela PSP, através da base de dados.

Em caso de desaparecimento da criança e através de uma cha-mada para o 112, serão acciona-dos os mecanismos necessários de comunicação com as forças de segurança, que enviarão para o local do desaparecimento da criança uma patrulha policial.

Paralelamente, ao longo deste processo, que se pre-tende o “mais célere possí-vel”, a PSP agilizará, atra-vés da força de segurança

envolvida, o contacto com o responsável pela criança perdida, de acordo com os registos fornecidos no acto de adesão e activação da pul-seira, segundo a Polícia.

Em 2013, 25 mil crianças usaram esta pulseira, distri-buída gratuitamente pela PSP.

Pulseiras ‘Estou aqui’ podem ajudar a salvar crianças Projecto da PSP já está em marcha para este Verão

Ô As pulseiras ‘Estou aqui’

Tiragem desta edição:9.049 exemplares

d.r.

O POSTAL regressa no dia

25 de Julho

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Page 13: POSTAL  1126 -  4 JUN 2014

A luta por dar um espaço à música

p. 5

www.issuu.com/postaldoalgarve9.049 EXEMPLARES

Espaço Património: A vez e a voz dos alunos

ps. 8 e 9

Espaço Cria:

Precisamos de bons empresários

p. 2

Grande ecrã:

É tempo de Mostra de Verão em Faro

p. 3

O(s) Sentido(s)da Vida a 37º N:

Julhop. 10

Da minha biblioteca:

António Manuel Venda

p. 11

Mensalmente com o POSTAL

em conjuntocom o PÚBLICO

JULHO 2014n.º 71

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Page 14: POSTAL  1126 -  4 JUN 2014

04.07.2014 2 Cultura.Sul

Parece que foi ontem, mas não. Foi há exactamente seis anos - Julho de 2008 - que nas-ceu o Cultura.Sul.

O único caderno cultural em formato jornal no Algarve, cria-do pela mão do POSTAL, nasceu e afirmou-se por direito próprio fruto do trabalho e dos contri-butos de centenas de pessoas que incansavelmente escreve-ram para as suas páginas.

Mérito daqueles que o diri-gem, dos que lhe conceberam o design e o paginam, dos que lhe fazem a revisão e o trata-mento de imagens, dos que o levam até às rotativas e tam-bém daqueles que nelas o im-primem e dos que o distribuem por todo o Algarve, este foi, é e continua a ser um caderno de cultura pensado para o Algarve e para os algarvios.

Sem citar nomes a todos os que fizeram, fazem e farão o Cultura.Sul fica a homenagem face a seis anos de verdadeiro serviço público, digno de nota de louvor.

Há em nós, apesar de todos os pesares, a força de continuar a busca de uma cada vez mais adequada resposta às necessi-dades informativas da região na área cultural.

Somos um palco do muito que por cá se faz nos mais va-riados palcos, seja à secretária de pena em punho, palco da escrita, ou nas tábuas de uma qualquer boca de cena, espa-ço maior das artes, bem assim como no atelier de um criador.

Somos tábua rasa preenchi-da pelo génio dos ‘fazedores’ de cultura, rostos que inculcam em cada um de nós o produto de um mister reservado a seres especiais, os artistas.

Destes damos apenas nota, somos mera correia de trans-missão da sua genealidade e somo-lo orgulhosamente.

Fazemos o que nos compe-te e deixamos a todos os leito-res a palavra escrita que faz da arte informação. Venham mais anos, tantos quantos os que ha-jam para vir e a todos os leito-res um sincero obrigado.

Seis anos de serviço público

Ficha Técnica:

Direcção:GORDAAssociação Sócio-Cultural

Editor:Ricardo Claro

Paginação:Postal do Algarve

Responsáveis pelas secções:• O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N:

Pedro Jubilot• Espaço ALFA:

Raúl Grade Coelho• Espaço AGECAL:

Jorge Queiroz• Espaço CRIA:

Hugo Barros• Espaço Educação:

Direcção Regionalde Educação do Algarve

• Espaço Cultura:Direcção Regionalde Cultura do Algarve

• Grande ecrã:Cineclube de FaroCineclube de Tavira

• Juventude, artes e ideias: Jady Batista• Da minha biblioteca:

Adriana Nogueira• Momento:

Vítor Correia• Panorâmica:

Ricardo Claro• Património:

Isabel Soares• Sala de leitura:

Paulo Pires

Colaboradoresdesta edição:Ana GonzálezLuís RodriguesPaulo Côrte-RealPaulo Serra

Parceiros:Direcção Regional de Cul-tura do Algarve, Direcção Regional de Educação do Algarve, Postal do Algarve

e-mail redacção:[email protected]

e-mail publicidade:[email protected]

on-line em: www.issuu.com/postaldoalgarve

Tiragem:9.049 exemplares

Precisamos de bons empresários

Fico feliz quando vejo nas notícias casos de sucesso em-presarial português. Eleva-nos a autoestima. Ser empresário sempre foi muito difícil. Em qualquer parte do mundo. Ser empresário em Portugal, nos tempos que correm, é muito, mas muito difícil.

O empreendedor tem de gostar muito do que está a fazer, caso contrário, acabará inevitavelmente por desistir. É desgastante, exige muita determinação. Implica muito trabalho e preocupações cons-tantes. Daquelas que tiram o sono e fazem aparecer cabelos brancos.

No primeiro terço do mês, até dia 10, preocupa-se com pagamento a fornecedores (renda, água, luz, matérias--primas, etc.). Se não o fizer arrisca-se a não ter nada para vender. No segundo terço, até dia 20, há compromissos fis-cais (retenções, IRS, segurança social, IVA). Do dia 20, ao final do mês, é um instante. Como

vou pagar os salários aos meus colaboradores?

Criar uma empresa em Por-tugal é hoje muito fácil. Uma questão de horas. Mantê-la viva é um desafio enorme. Olhar para a conta bancária mensalmente e perceber que depois de satisfeitos todos os compromissos fiscais (TSU, IRC, IRS, IVA, Pagamentos Es-

peciais por Conta, TOC, Taxas e Licenças, etc.) e de pagar os vencimentos, pouco ou nada sobra para reinvestir. Pouco ou nada sobra para novos projec-tos e ideias. É desesperante. O pequeno empresário vive, ou melhor, sobrevive diariamen-

te consumido com as despesas para cumprir os compromis-sos com o Estado. Quando se-ria muito mais benéfico para o país que estivesse concentrado em fazer crescer o seu negócio, em expandir e em inovar.

Oiço, por vezes, críticas ao nosso tecido empresarial. Al-gumas com fundamento. Nem todos poderão ser empresá-

rios, é certo. A ambição de ser patrão exige preparação.

Lembro-me bem que há poucos anos para se beneficiar de apoios do IEFP para desen-volver uma iniciativa local de emprego era necessário fre-quentar um curso de formação

profissional na área da gestão. O Estado tinha a preocupação de fornecer aos que aposta-vam na criação do seu pró-prio emprego conhecimentos mínimos. Ferramentas básicas. Deixou de ser obrigatório.

Ser empresário exige com-petências técnicas na área de negócio em que vamos apos-tar, exige competências de gestão e de marketing. Um empresário hoje tem que do-minar as TIC’s e ser fluente no inglês. Tem de saber delegar. Motivar e gerir equipas. Comu-nicar e falar em público. A am-bição de ser patrão vem acom-panhada do rigor, do sentido de responsabilidade, da serie-dade e do compromisso.

Acredito na nova geração de empreendedores que está a sair das universidades. É preciso que os bons empre-sários ajudem e apoiem os que estão a começar. É pre-ciso criar rapidamente con-dições para que a iniciativa empresarial aconteça. É pre-ciso valorizar quem arrisca e investe. Criar um ecossis-tema que apoie os empre-endedores. Que funcione em parceria entre todos os agentes e seja eficiente. É preciso uma outra atitude, mais colaborativa.

Parabéns aos Vencedores do Concurso Ideias em Caixa 2013. Muito sucesso. Precisa-mos de bons empresários!

d.r.

Ricardo [email protected]

Editorial Espaço CRIA

Luís RodriguesCRIA - Divisão de Empreendedo-rismo e Transferênciade Tecnologia da UAlg

Uma ideia

Haverá algo mais poderoso que uma ideia?

As ideias encerram em si a for-ça e a criatividade da concretiza-ção do mundo. O ritmo de vida atual leva-nos, vezes sem conta, a esquecer a grandiosidade das ideias. De um simples esboço, a uma obra pictórica ou a um objeto arquitetónico, a ideia é o que lhe dá origem. O abstrato

dá lugar ao concreto. Pensando na nossa vida quotidiana, es-tamos de acordo que, objetos nela materializados dependem da qualidade, criatividade e for-ça das ideias. Então que se apoie e cultive o surgimento de novas ideias, onde os jovens, graças à sua abertura, disponibilidade a novas experiências e a vontade de apropriação do mundo, são os verdadeiros embaixadores do empreendedorismo.

Consubstanciadas pela Educa-ção - um dos pilares das nações que almejam a prosperidade e o desenvolvimento sustentá-vel, as artes, ao mesmo tempo que abrem novos horizontes e apontam novos caminhos, con-ferem beleza ao mundo. Como parte integrante da cultura, são um rico e importante fator de

desenvolvimento imaterial. Em-bora ultimamente se venha a assistir a tentativas, falsamente legitimidadas, de destruição das artes e da cultura (direi mesmo da própria identidade nacio-nal), importa lembrar que essa será uma tentativa vã, já que as

artes e a cultura têm como gé-nese uma IDEIA. As ideias não se destroem. Os homens e as mulheres podem morrer mas as suas ideias ficam e dissemi-nam-se como a brisa de um novo dia. Imagina-se um mun-do sem beleza?

d.r

.

Juventude, artes e ideias

Paulo Côrte-RealDocente

Page 15: POSTAL  1126 -  4 JUN 2014

04.07.2014  3Cultura.Sul

Espaço AGECAL

“ … a minha pátria é a língua portuguesa.”

Bernardo Soares,heterónimo de Fernando Pessoa

in “O livro do desassossego”

A humanidade é só uma, irrefutável.Contudo sabemos que a evolução

assentou nos processos adaptativos que permitiram a diversidade.

Cada ser humano possui caracterís-ticas comuns a outros, mas elementos únicos que definem o seu património genético, as especificidades do grupo familiar e individuais.

Assim acontece também com as culturas.

Território, ambiente, economia e cultura estão interligados e são in-terdependentes como centenas de cimeiras científicas mundiais o têm demonstrado.

Desta realidade resultou a noção de desenvolvimento sustentável.

A protecção às culturas e idiomas da humanidade equivale na sua im-portância à defesa da biodiversidade, essenciais à qualidade de vida e à so-brevivência do planeta.

Os Estados e comunidades têm en-contrado nas convenções da UNESCO, sobretudo nas de 1972 (Património Mundial) e de 2003 (Património Cul-tural Imaterial), mecanismos legais e meios de defesa das suas heranças culturais.

Sabemos pelo estudo da História que os processos de colonização sem-

pre procuraram substituir os idiomas, religiões e práticas culturais, pelo con-vencimento da maior valia e utilidade de culturas “superiores”, apostando na substituição de valores e “reeducação” de elites nacionais e locais.

O português fez agora 800 anos. O testamento de Afonso II de 27 de Junho de 1214 é o mais antigo docu-mento conhecido escrito em língua portuguesa.

Como idioma autónomo evoluiu durante oito séculos, até se transfor-mar por via da expansão de quinhen-tos na sexta língua do mundo, com 240 milhões falantes e língua oficial

de sete Estados independentes em quatro continentes

O património cultural português está espalhado pelo mundo, expres-sões verbais, comportamentos, ur-banismo, gastronomia, festividades, religiosidades, artes,.. A herança por-tuguesa está em muitos países reco-nhecida como Património da Huma-nidade pela UNESCO.

A cultura, a língua e o potencial hu-mano são as maiores riquezas deste País quase milenar.

A desvalorização quotidiana da lín-gua portuguesa está patente no uso de outra língua para títulos, marcas,

expressões, símbolos, festivais, progra-mas e provas desportivas. As “modas” padronizadas de vestuário e alimenta-ção e massiva presença da cultura de uma única origem, correspondem ao mesmo e antigo objectivo de domínio geocultural.

A produção cinematográfica, teatral e musical portuguesa, italiana, espa-nhola, francesa, grega e de outras na-ções “deixou de existir” no espaço pú-blico ou está subordinada a critérios meramente mercantis ou audiência.

Se as indústrias da globalização têm promovido a intensa aculturação dos mais novos, os orçamentos mínimos para as culturas nacionais são a ex-pressão financeira da estratégia de de-pendência cultural intimamente liga-da à debilitação económica dos países do Sul, que está a ser acompanhada da transferência compulsiva de recursos humanos qualificados dos países do sul para os promotores desta globali-zação de sentido único.

Os recentes indicadores de saúde pública são elucidativos sobre as con-sequências da adopção de um modelo cultural - alimentar imitativo, as “do-enças da civilização” estão já no topo.

Pela primeira vez uma geração poderá ter uma esperança de vida menor que a anterior.

Há que mudar de estrada…

Grande ecrã

Cineclube de TaviraProgramação: www.cineclubetavira.com281 971 546 | [email protected]

14ª MOSTRA DE CINEMA EUROPEU - AR LIVRE | CLAUSTROS DO CONVENTO DO CARMO – 21.30 HORAS

11 JUL | ABOUT TIME, Richard Curtis,Reino Unido 2012 (120’) M/1212 JUL | LA CAGE DORÉE, Ruben Alves, França/Portugal 2013 (90’) M/1213 JUL | ERNEST ET CELESTINE, Stépha-ne Aubier e Vincent Patar, França/Bélgica 2012 (80’) M/614 JUL | VENUTO AL MONDO, SergioCastellitto, Itália/Espanha 2012 (127’) M/1615 JUL | DANS LA MAISON, François Ozon, França 2012 (105’) M/1216 JUL | LA MIGLIORE OFFERTA, Giuseppe Tornatore, Itália 2013 (131’) M/1217 JUL | THE BROKEN CIRCLE BREAKDO-WN, Felix Van Groeningen, Bélgica/Holan-da 2012 (111’) M/16 18 JUL | HYSTERIA, Tanya Wexler, Reino Unido/França/Alem/Luxemburgo 2012 (100’) M/1619 JUL | LA VIE D’ADÈLE, Abdellatif Kechi-che, França/Bélgica/Espanha 2013 (179’) M/1620 JUL | PHILOMENA, Stephen Frears, Rei-no Unido/E.U.A./França 2013 (98’) M/12

É tempo de Mostra de Verão em Faro

Tradicionalmente, Julho é o mês da Mostra de Verão do CCF e este ano não foge à regra, mas com um formato inovador. Entre 14 de Julho e 1 de Agosto, todas as 2ªs, 4ªs e 6ªs-feiras, às 22 horas, o Cineclube de Faro apresenta uma seleção de curtas e longas--metragens onde se incluem al-guns dos melhores filmes estre-ados este ano.

A principal inovação será o ca-rácter itinerante da Mostra de Ci-nema de Verão de 2014; durante estas três semanas, o CCF instala--se em três espaços da cidade de Faro, num diálogo inédito entre o cinema e diferentes cenários da cidade, reforçando o carácter idílico e mágico destas sessões sob o manto das estrelas. Come-çamos como habitualmente nos Claustros do Museu Municipal, na segunda semana no Jardim da Alameda e, finalmente, na tercei-ra semana, no átrio do Mercado Municipal.

A programação será diversifi-cada, entre alguns dos destaques mais independentes dos nome-ados e oscarizados do cinema norte-americano, o brilhante “A Grande Beleza”, de Paolo Sor-rentino, o melhor do Festival de Curtas de Vila do Conde ou o novíssimo “A Mãe e o Mar”, que contará com a presença do reali-zador Gonçalo Tocha, a terminar a Mostra a 1 de Agosto. Destaque

também para o facto de algumas sessões (Mercado Municipal) se-rem de entrada livre, o que só é possível graças ao apoio da De-legação Regional da Secretaria de Estado da Cultura, do Merca-do Municipal e da Ambifaro. O melhor mesmo é consultar toda a programação, aqui, nas redes sociais, nos folhetos da Mostra ou nos sites/blogs do CCF. Con-tamos convosco!

Imagem de ‘A Grande Beleza’

d.r.

Cineclube de Faro Programação: cineclubefaro.blogspot.pt

MUSEU MUNICIPAL – ENTRADA PAGA14 JUL | A FELICIDADE, Jorge Silva Melo, Pt, 2008, 8’ - A PROPÓSITO DE LLEWYN DAVIS, Ethan e Joel Coen, EUA, 2013, 105’, M/1216 JUL | CAROSELLO, Jorge Quintela, Pt/It, 2013, 7’ - A GRANDE BELEZA, PaoloSorrentino, It, 2013, 142’, M/1618 JUL | TRÊS SEMANAS EM DEZEMBRO, Laura Gonçalves, Pt 2013, 6’ - NEBRASKA, Alexander Payne, EUA, 2013, 115’, M/12

JARDIM DA ALAMEDA - ENTRADA PAGA21 JUL | SANGUETINTA, Filipe Abranches, Pt, 2012, 12’ - GOLPADA AMERICANA, Da-vid O’ Russel, EUA, 2013, 138’, M/1623 JUL | A ÚNICA VEZ, Nuno Amorim, Pt, 2010, 5’HER – UMA HISTÓRIA DE AMOR, Spike Jonze, EUA, 126’, 2013, M/1225 JUL | PICKPOCKET, João Figueiras, Pt, 2010, 20’ - BLUE JASMINE, Woody Allen, EUA, 2013, 98’, M/12

MERCADO MUNICIPAL – ENTRADA LIVRE28 JUL | CÂNDIDO, Zepe, Ptl, 2007, 11’ - A LANCHEIRA, Ritesh Batra, Ind, Fr, De,104›, 30 JUL | BEST OF CURTAS DE VILA DO CONDE – 22ª EXTENSÃO DO FESTIVAL

A Cultura Portuguesa e o Modelo “Global”...

Jorge QueirozSociólogo. Membro da AGECAL

d.r.

Page 16: POSTAL  1126 -  4 JUN 2014

04.07.2014 4 Cultura.Sul

Aqui há espectáculo

A ligação entre a fotografia e a poesia

Existe uma ligação muito ínti-ma entre a fotografia e a poesia, ambas são formas distintas de captar e expressar sentimentos. A dimensão do olhar na poesia revela-se imagem. A imagem fo-tográfica destaca-se pela sua ação de flagrar o instante. Quando le-mos um poema, tentamos ima-ginar pela descrição do mesmo, como seria aquele lugar, aquela pessoa, ou um pormenor qual-quer evidenciado no poema. En-tretanto, uma fotografia pode ser-vir de inspiração para escrever um poema, segundo Clarice Lispec-tor, “Fotografia é o retrato de um côncavo, de uma falta, de uma ausência”. A poesia seduz-nos facilmente para viajarmos nas palavras e a fotografia faz-nos re-viver um turbilhão de sensações e sentimentos. A poesia tem como desafio transmitir através das pa-

lavras uma imagem, e a fotogra-fia tenta substituir mil palavras, por uma imagem. Atualmente, a fotografia e a poesia enfrentam grandes desafios: dar asas à ima-ginação, ter a capacidade de reter o olhar e despertar interesse no espectador, seja através de uma ação descrita num poema, ou da expressão que uma imagem pode transmitir. Por um lado, temos os amantes da fotogra-fia, que tentam captar o melhor momento, ajustando as funções mais usuais na sua máquina fo-tográfica para obter o melhor enquadramento, uma ilumina-ção perfeita, um bom contraste, entre outros pormenores. Numa outra situação, temos a preocu-pação de quem escreve, que im-plica num trabalho minucioso, principalmente na escolha das palavras, pois escrever um poe-ma não é simplesmente agrupar palavras ao acaso, bem como fotografar, não é sinónimo de premir o botão para disparar e já está. Sendo assim, inspirem-se nesta estação cheia de cores para fotografar e ousem fotografar com alma, e não simplesmente fazer disparos. O resultado pode ser surpreendente e motivador, com tons de poesia.

Teatro Municipal de Faro Programação: www.teatromunicipaldefaro.pt

5 JUL | 9º ANIVERSÁRIO TEATRO DAS FIGURAS - BATIDA, música e vídeo, 21.30 horas, 60 min.

TEMPO - Teatro Municipal de PortimãoProgramação: www.teatromunicipaldeportimao.pt

É nos trezentos anos sobre o nascimen-to de Christoph Willibald Gluck que a CNB encomenda a Olga Roriz um Orfeu e Eurídice, baseado naquela que foi uma das magistrais partituras do compositor alemão.Esta nova versão de Olga Roriz nasce a partir da mítica história do poeta/mú-sico a quem foi dado a oportunidade de recuperar a sua amada dos infernos com a condição de nunca olhar para ela durante a viagem de regresso do Hades, condição que não cumpriu e que lhe fez perder para sempre o seu amor.Interpretação de Orfeu e Eurídice a car-go do elenco da Companhia Nacional de Bailado.

Dest

aque 11 JUL | ORFEU E EURÍDICE, dança, 21.30 horas, 60 min.

fotos: d.r.

A Academia de Música de Lagos propõe a revisitação a uma das maiores bandei-ras culturais de Portugal no Mundo: o Fado. Em 2010, João Rocha (trompete) e Vasco Ramalho (percussão) resolveram criar um novo projecto musical transdisci-plinar. Da música portuguesa fez-se a ponte para a música do mundo (world music), e da vontade comum criou-se um novo fado. Endereçaram o convite a Tiago Sequeira (piano), e mais tarde a Pedro Frias (guitarra), Bruno Vítor (con-trabaixo) e José Alegre (guitarra portu-guesa), nascendo assim o Gato Malvado Ensemble. Do “Gato” vêm as 7 vidas e as 7 notas, do “Malvado”, uma clave de ir-reverência artística. O canto está a cargo de Inês Santos.

Dest

aque 11 JUL | MUSICA MUNDI: GATO MALVADO CONVIDA INÊS SANTOS, música, 21.30 horas,

60 min., preço 6 euros

Cesário Costa assume a direcção e conta com o solista António Rosado para um concerto que inclui uma primeira parte com António Pinho Vargas, Quadros (de arte moderna) - Estreia Absoluta Absolu-te Premiere e Beethoven, Concerto para Piano N.º 4 em Sol maior, Op. 58, Piano

Concerto No. 4 in G major, Op. 58, I. Al-legro moderato, II. Andante con moto, III. Rondo. Vivace e uma segunda parte onde se poderá escutar Schubert, Sinfo-nia Nº 5 em Si Bemol Maior, D. 485, I. Allegro, II. Andante con moto, III. Me-nuetto, IV. Allegro vivace.

Dest

aque 4 JUL | 9º ANIVERSÁRIO TEATRO DAS FIGURAS - ANTÓNIO ROSADO E OCS, música,

21.30 horas, 75 min.

Um maravilhoso e encantador espectáculo de Música e Dança Oriental com os mun-dialmente reconhecidos artistas Hossam e Serena Ramzy. Este espetáculo contará ain-da com a presença de bailarinas convidadas.Hossam é um artista de vasta experiência e é conhecido internacionalmente por pro-duzir e criar arranjos musicais para Shaki-ra, The Gipsy Kings, Robert Plant, Jimmy

Page, Andy Sheperd, Geoff Williams, entre muitos outros.Serena tornou-se das mais jovens bailari-nas profissionais do Brasil com apenas 15 anos. Desde então, juntamente com Hos-sam, tem ensinado e feito espetáculos por todo o Mundo, apresentando um variado repertório que capta os olhares e o coração de todo o público.

Dest

aque 19 JUL | BELLYDANCE RENAISSANCE – HOSSAM & SERENA RAMZY, dança, 21 horas,

150 min., preço: 12 euros

ESPAÇO ALFA

Ana González Membro da ALFAL

Page 17: POSTAL  1126 -  4 JUN 2014

04.07.2014  5Cultura.Sul

A luta por dar um espaço à música

Armindo Silva, um dos responsáveis pela Associação Recreativa e Cultural de Músicos

ricardo claro

“RETROSPECTIVA”Até 31 de JUL | Paços do Concelho de AlbufeiraDesde cedo Lino Gonçalves revela apetência para as artes. Autodidacta, explorou áreas como o desenho, pintura, escultura, artes gráficas e cenografia, no en-tanto a sua preferência vai para a pintura a óleoAg

endar

Panorâmica

À beira de um quarto de século a Associação Recreativa e Cultu-ral de Músicos mantém a mes-ma vontade férrea de sempre. Aquela que os leva há já 24 anos a lutar diariamente para dar aos músicos farenses e da região um espaço para que possam criar, ensaiar, gravar, apresentar e dar a conhecer a sua arte.

São 24 anos a dar espaço à música, a fomentar uma das ar-tes mais marcantes do espectro artístico e a criar condições para que artistas de todas as idades, tendências musicais e experiên-cia possam dar asas à inspiração.

Berço de bandas tão diferentes entre si como os Confrontate, os Bunny & The Gang ou os Satarize, os Harum, os Fora da Bóia ou os Fundos Perdidos, fizeram e fazem da Associação Recreativa e Cultu-ral de Músicos a sua casa mãe.

Ali desenvolvem o seu traba-lho Sonia Litle B Cabrita, Tércio Nanook ou os Mofo, como o fa-zem e fizeram os Dirty, os Ban-da Noia ou mesmo Zé Eduardo, um dos nomes incontornáveis do Jazz nacional.

Armindo Silva, que o Cultura.Sul entrevistou, deu vida à Asso-

ciação Recreativa e Cultural de Músicos a par de Carlos Baião e Celso Pedro. Podia esperar-se que Armindo Silva fosse músico, tal a dedicação de tantos anos à arte dos fazedores de melodias, mas não. Apenas e só melóma-no e não é de somenos, porque o gosto pela música fê-lo em certa medida pai de uma larguíssima fatia da música que se produz por terras algarvias e muito em particular em Faro.

Uma casa para a música

A grande batalha da Associa-ção Recreativa e Cultural de Mú-sicos sempre foi, e é, a de arranjar uma sede definitiva onde possa desenvolver o seu trabalho. Um trabalho cujo merecimento está para lá de qualquer questão ou dúvida e cujos frutos estão espa-lhados por milhares de horas de música produzidos por largas de-zenas de bandas que em 24 anos fizeram da associação a sua pedra angular.

Mas o objectivo maior da As-sociação Recreativa e Cultural de Músicos tem sempre sido marca-do pelos percalços.

Do Alto Rodes onde nasceu num armazém, passando pelo Bom João, ambos na cidade de Faro, e por Bordeira, a Associação Recreativa e Cultural de Músicos só há 11 anos atrás conseguiria o seu primeiro espaço mais defini-tivo, ou pelo menos assim acredi-taram os dirigentes da associação.

Na moagem junto à estação de comboios de Faro encontraram pouso por 11 anos e ali fizeram, como sempre, de raiz instalações capazes de acolher os músicos e as suas actividades.

Foram 11 anos de trabalho ininterrupto, de criação, de con-certos, de muita música, mas também de muito teatro e dan-ça e de eventos das mais variadas correntes artísticas. Ali teve espa-ço a arte como a solidariedade, o convívio como a divulgação cul-tural e ali se acolheram largos mi-lhares de seguidores do trabalho de uma das mais activas forças do associativismo farense.

Uma nova sede

Após um processo judicial de despejo que fez correr mares de

tinta nos jornais e que foi am-plamente acompanhado pela imprensa, que reconheceu à As-sociação Recreativa e Cultural de Músicos o mérito de um traba-lho que não podia, uma vez mais ficar desalojado, eis que a asso-ciação se faz de novo à aventura de reconstruir um lar.

Desta feita, já com um terreno garantido durante o mandato de Macário Correia na autarquia - mas longe de poder ali construir uma sede nova dadas as contin-gências financeiras - à Associação Recreativa e Cultural de Músicos foi entregue parte das instala-ções da antiga Fábrica da Cerveja na cidade velha de Faro.

Recomeçar do zero novamen-te é a palavra de ordem e Armin-do Silva não se faz rogado. “Sem-pre conseguimos crescer com as dificuldades e em cada uma das sedes que tivemos de construir e esta não será diferente”, diz, acrescentando que “desta vez será provavelmente a última an-tes da sede definitiva para a qual estamos a gerar e a guardar todos os fundos que podemos”.

A velha e degradada Fábrica da Cerveja e os seus vãos imensos

passam aos poucos de decrépitos para uma nova face, pintada, ar-ranjada e reinventada à medida das necessidades dos muitos ar-tistas que ali verão crescer a sua arte e darão corpo à vontade da mãe de todas as excelências, a inspiração.

Já a funcionar a meio gás - a inauguração decorrerá dia 26 de Julho - a nova sede da Associação Recreativa e Cultural de Músicos terá dez salas de ensaio, duas sa-las de concertos - Caracol e Mor-cego - além de uma sala multi--usos, um estúdio de gravação, áreas de arrumos e um escritório.

As instalações acolhem ainda espaços, no mínimo sui generis, para mais duas bandas, respec-tivamente na antiga câmara fri-gorifica que recebe o som Metal no interior de grossas paredes capazes de fazer travar o mais ruidoso arranque sonoro deste género musical e num antigo paiol de munições da época em que o espaço acolheu instalações do exército, que foi o espaço es-colhido por uma banda que tam-bém ali dá os primeiros passos.

É do trabalho, do génio e do esforço de todos os utilizadores

das instalações da Associação Recreativa e Cultural de Músicos que nasce o novo espaço da asso-ciação, recuperado, usando mui-to material reciclado, imensa de-dicação de todos e mesmo fardos de palha, capazes de insonorizar a baixo custo os desmandos do génio criativo dos artistas.

Também na construção os ar-tistas se dão e só da arte poderia sair a vontade férrea de continuar a fazer renascer, verdadeiramente a recriar, a Associação Recreati-va e Cultural de Músicos. Tudo vale a pena quando a alma não é pequena e são os sócios que corporizam a imensa força da associação.

Qual fénix renascida das cin-zas, a Associação Recreativa e Cul-tural de Músicos está de volta já no final deste mês ao seu público, aos seus músicos e à sua arte.

Uma vez mais provando que do pouco se faz muito e se agi-ganta a alma de quem ama incondicionalmente a música, dando a Faro e a todos nós, ra-zões de sobra para um orgulho sereno naquilo que por cá se vai fazendo.

Ricardo Claro

“GATO MALVADO CONVIDA INÊS SANTOS”19 JUL | 21.30 | Centro Cultural de LagosA Academia de Música de Lagos propõe a revisitação a uma das maiores bandeiras culturais de Portugal no Mundo: o Fado

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04.07.2014 6 Cultura.Sul

“SINGULARIDADES DO BRANCO”Até 2 AGO | Galeria de Arte do Convento Espírito Santo - LouléExposição de pintura de João Moniz, que já mostrou as suas obras em alguns dos mais importantes espa-ços do país, bem como em vários pontos do globo como França, Macau, Hong Kong ou Luxemburgo

“É REVISTA, COM CERTEZA!”12 JUL | 21.30 | Centro Cultural de LagosEspectáculo com um olhar franco e humorístico sobre a revista pela mão de um elenco jovem de ambição e excelência, que conta com a presença de Marisa Carva-lho, Flávio Gil, Raquel Caneca e Renato Pino liderados pela consagrada Vera Mónica e Hugo RendasAg

endar

Carlos Ruiz Zafón - Mistério e horror compulsivo

A Sombra do Vento, publicado em 2001, foi o primeiro romance de Carlos Ruiz Zafón a ser traduzido entre nós, tendo-se tornado num êxito de vendas. O autor nasceu em Barcelona, em 1964, e tornou-se num dos autores mais lidos em todo o mundo, traduzido em mais de quarenta línguas.

A história começa de forma envol-vente, situada na cidade de Barcelona, no ano de 1945, num ambiente de cin-za, como o próprio título evoca, ou não estivesse o país a reemergir dos horro-res da guerra civil. Acompanhamos o percurso de um rapazinho, Daniel Sempere, ainda a sofrer com a perda da mãe, e que quando faz o seu décimo aniversário recebe um presente que de-terminará toda a sua vida. Filho de um livreiro, Daniel é levado pelo pai a um sítio especial que poucos conhecem, o Cemitério dos Livros Esquecidos. Neste espaço dissimulado entre tantos outros edifícios e guardado por um porteiro sem idade, Daniel percorre uma bi-blioteca labiríntica onde estão todos os livros outrora publicados e que se encontram agora esquecidos. Nesse ambiente de pós-guerra, e consideran-do as pilhas de livros queimados pelo regime nazi na Segunda Guerra, não deixa de ser pertinente que a missão de Daniel seja escolher um livro, livro esse que tal como seu autor, foi tragado pelo esquecimento, tendo-se tornado perfeitamente desconhecido com o tempo. O papel de Daniel é zelar por esse mesmo livro que escolheu e que doravante lhe é confiado, sendo que é ao ler esse mesmo livro que Daniel lhe pode insuflar nova vida, como todos nós leitores. Sem querer fugir ao assun-to em mãos, podiam tecer-se inúmeras considerações em torno desta trama, como, por exemplo, deixar-nos a ima-ginar qual o tamanho real de uma bi-blioteca que pudesse albergar todos os livros escritos ao longo da história da humanidade. Ou até mesmo a exten-são de um corredor onde pudessem estar perfilados nas estantes todos os livros que fomos lendo ao longo de

uma vida. E quantos deles ficaram ir-revogavelmente esquecidos, ou pelo menos com certos pormenores desbo-tados, como um retrato a sépia, pois a nossa memória tem limites, da mesma forma que cada vez mais haverá livros a serem irremediavelmente relegados para o esquecimento, enquanto nos de-batemos com dezenas (ou mesmo mais) de novidades literárias que todos os me-ses chegam aos escaparates das livrarias. Daniel Sempere, dizíamos, escolhe um pequeno livro justamente intitulado A Sombra do Vento, de um autor espanhol chamado Julián Carax. Essa escolha traçará toda a sua vida a partir desse momento, não só pela história que irá

descobrir nas páginas do livro, e que o fará remontar a aconteci-mentos ocorridos duas décadas antes, como pela obsessiva busca e procura de sentido quanto ao que terá acontecido a esse “obscuro” Julián Carax. Daniel será absorvido pelo mistério desse autor que foi supostamente morto em Bar-celona, logo no início da guerra civil, e cujas obras desapareceram por comple-to da face da terra, a não ser pelo livro que ele resgatou do Cemitério, talvez o único que se salvou de ter sido quei-mado como todos os outros por uma estranha personagem, que se faz pas-sar por Carax, e terá adquirido todos os exemplares do romance que pôde para

os queimar. O jovem Daniel deixa de vi-ver a sua própria vida, enquanto tenta reconstruir o quebra-cabeças da vida do autor, juntando episódios que lhe são relatados por diversas pessoas que terão feito parte da vida de Julián Carax. Mas é ao reconstruir a vida de Carax, que Sempere consegue também criar a sua própria identidade, e, naturalmente, apaixonar-se.

Uma personagem inesquecível, pelo seu carácter cómico, é Fermín, um fun-cionário da livraria do pai de Daniel, que esconde um passado enquanto agente republicano, depois perseguido e torturado, e reduzido à mendicidade. Fermín tem qualquer coisa de Sancho Pança, na forma como ajuda Daniel e como disserta acerca da vida, do amor e das mulheres, sendo tão especial ao ponto de regressar como o protagonis-ta de O Prisioneiro do Céu. Infelizmente, em A Sombra do Vento, bem como em quase todas as obras de Zafón, um iní-cio arrebatador, original e envolvente parece depois resvalar numa série de lugares comuns - O Prisioneiro do Céu, com a sua história de vingança, afigura--se bastante a uma recriação de O Con-de de Monte Cristo. Com O Jogo do Anjo, segundo livro do autor a ser publicado, em 2008, regressamos ao universo de «O Cemitério dos Livros Esquecidos», constituindo-se assim um tríptico, em-bora o ambiente seja bastante mais negro, como compete aliás, para se re-contar de forma eficaz a história de um autor, David Martín, que parece vender a alma ao Diabo (clara alusão ao mito

de Fausto) quando aceita uma lucrati-va comissão de um misterioso editor parisiense, que representa as Éditions de la Lumière. Logo no parágrafo de abertura deste romance, David Martín constata como todo o escritor incorre numa espiral descendente a partir do momento em que recebe algum pa-gamento pelo seu trabalho ou algum elogio ou aclamação da crítica: desse momento em diante, o autor está con-denado e a sua alma tem um preço...

Como tende a ser hábito, partiu-se dos últimos livros para a tradução dos anteriores livros do autor. O autor ini-ciou a sua carreira literária em 1993 com O Príncipe da Neblina, O Palácio da Meia-Noite, As Luzes de Setembro e Ma-rina. A tradução destes romances tem seguido o ritmo de um livro por ano, sendo que, em Espanha, os primeiros três livros foram publicados num vo-lume conjunto, pois têm em comum

o facto de serem thrillers “antiquados” (remontam à primeira metade do séc. XX) e imbuídos de uma aura de sobre-natural e horror. Marina foi o primeiro romance a ser traduzido e embora não seja considerado como parte integrante dessa trilogia (cujas histórias são, aliás, completamente independentes) é um romance que facilmente se enquadra-ria na mesma. São livros que se pode-riam dizer de formação do autor, além de serem romances juvenis, até porque na sua escrita, nomeadamente nos li-vros da chamada Trilogia, o ambiente é mais cinematográfico do que literário, como o próprio autor salvaguarda na sua nota introdutória. As Luzes de Se-tembro acabou de ser publicado e é de leitura compulsiva, narrando um epi-sódio que afetará a vida de uma família empobrecida e convidada a viver numa gigantesca mansão de um fabricante de brinquedos e autómatos (motivos que ressurgem em Marina). Uma leitu-ra ideal para as férias de verão, mesmo quando se arrasta um pouco. É inegá-vel que os livros de Zafón se leem de um fôlego mas a sensação de promes-sa com que muitas vezes começamos acaba por se desvanecer. Nuno Júdice ressalva, no seu livro ABC da Crítica, a discussão que se tem gerado em tor-no de autores como Zafón cuja obra será «extraordinária» e deveria entrar no «cânone da literatura actual». Por fim, cita Germán Gullón que afirma estar perfeitamente de acordo com essa opinião generalizada e remata: «Acontece ser uma excelente obra que merece entrar no cânone da literatura de entretenimento.».

Paulo SerraInvestigador da UAlgassociado ao CLEPUL

Letras e Leituras

fotos: d.r.

O escritor Carlos Ruiz Zafón

O primeiro romance do autor a ser traduzido em português

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04.07.2014  7Cultura.Sul

Momento

Mundialzinho

Foto de Vítor Correia

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04.07.2014 8 Cultura.Sul

Em busca do silêncio perdido

O que é o Património? A vez e a voz dos alunosEspaço ao Património

Sala de leitura

Paulo PiresProgramador culturalno Município de [email protected]

In memoriam: Bernardo Sassetti

Há homens que buscam (a musicalidade d’)o silêncio e fa-zem tudo por uma boa imagem. A linguagem musical transmite o que, apesar de não traduzível em palavras, não pode permane-cer em silêncio (escreveu Victor

Hugo), mas Bernardo Sassetti [Bernardo Sassetti] (1970-2012) convocaria decerto para esta re-flexão o pensamento de Aldous Huxley: depois do silêncio, o que mais se aproxima de transmitir o inexprimível é a música.

Bernardo Sassetti sabia bem que o silêncio e o segredo po-dem ser plenos de verdade, vir-tude, sabedoria, liberdade, pen-samento e espírito, e que nessa confissão não confessada, tantas vezes solitária, sem fronteiras ou limites (que faz do longe perto), desfila uma cativante, surpreen-dente e (não poucas vezes) in-sondável gramática do mundo.

O poder onírico e lirismo das imagens (o sonho dentro do sonho, segundo Allan Poe) e a função heróica, reveladora ou enlouquecedora das cores (to-das) – na linha de Michael Mann, um dos cineastas predilectos do pianista –, aliados a essa mudez/recolhimento de oiro, são moti-vos centrais na obra de Bernardo Sassetti.

Cruzando pintura/imagem e música, Kandinsky equiparava a cor à tecla, o olho ao martelo e a alma a um piano de inúmeras cordas. Curiosamente, Bernar-do Sassetti costumava dizer: “A forma como tiro uma fotogra-

fia tem muito a ver com a forma como me atiro ao piano. É difí-cil explicar... A fazer fotografia oiço música, a fazer música vejo sempre imagens”. Fascinava-o a tentativa constante e desafiado-ra de compreensão do poder de sedução das imagens, sobretudo daquilo que os outros considera-vam secundário, menos objecti-vo nelas: uma certa estranheza, mistério...

A memória traz-me de volta algumas performances ao vivo de Bernardo Sassetti: para além da singular sensibilidade e res-peito pela música e pelo piano (uma espécie de prolongamento

espiritual do seu corpo), sobres-saía nele a simplicidade, humil-dade, sinceridade (aquela rara “verdade natural”), discrição e uma genuína gentileza, feitas de uma certa timidez infantil e de um ar ternamente desajeitado/inadaptado quando confronta-do com a necessidade de falar em público.

Movia-o uma constante pro-cura interior, uma busca dos sons e de uma representação que tivessem a ver com a sua vida, através de uma espécie de meditação silenciosamen-te musical em que procurava contar uma história através do

piano. Considerava o improviso algo tão espontâneo e verdadei-ro que, segundo ele, talvez fosse um dos grandes exemplos de humanidade na música.

Gostava de morar numa terra de ninguém, sem ser rotulado com um “J” de jazz estampado na testa, e havia pessoas que o abordavam na rua e diziam: “O seu disco é interessante, mas no próximo talvez pudesse pôr um pouco mais de melodia”.

Admirava Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Fra-zão (bateria) pela inspiração e telepatia que os unia, pela cum-plicidade, pela “comunicação

Não são visitantes de pri-meira viagem. Nos primeiros

quatro anos de estudantes já palmilharam alguns espaços culturais e museus, nomeada-mente os Monumentos Mega-líticos de Alcalar e o Museu de Portimão. Falamos do 4º J da Escola EB1 Major David Neto de Portimão. Felizmen-te, as visitas a estes “lugares de memória” continuam a ser “obrigatórias” para quem es-tuda no Algarve. Já passaram quase quarenta anos e ainda

me recordo do alvoroço e da manifestação de alegria no momento em que entrei, pela primeira vez, num museu: o de Lagos.

Hoje, com a certeza de que não lhes causarei a magia e o espanto que me foram provo-cados naquele museu, pelos bizarros animais de oito patas, três olhos, duas cabeças, e pe-los milhares de coisas expostas

e explicadas, entro na sala de aula e a “viagem” começa, es-perando não maçá-los, com a partilha das minhas vivências, questões e explicações. Trata--se, portanto, de uma conversa amigável sobre o que é o pa-trimónio cultural, o que são as nossas memórias, e como se forma a nossa identidade.

Apresento-me, dizendo que sou arqueóloga e que trago

uma sacola carregada de me-mórias minhas, do meu tem-po, e de outras pessoas, de ou-tros tempos.

Contado assim, tudo pode parecer ter-se dado por acaso, mas não. De facto, a minha presença e a da sacola foram planeadas, e rapidamente provocam na turma o desas-sossego e o desejo de verem e aprenderem as “coisas do anti-

gamente”. Não é dia de repre-ensões, nem de proibições. «Toca a mexer! Podem obser-var, sentir e experimentar».

Da sacola, saem réplicas de lucernas e candeias, candeeiros a petróleo, ardósias, máquinas, rolos e películas fotográficas, cassetes, disquetes, piões, mo-edas (escudos), entre outros objetos que despertam o ima-ginário destas crianças. Com

4º J da Escola EB1 Major David Neto de Portimão

Isabel Soares Coordenadora da secção “Espaço Património”

A secção Património do Cultura.Sul já leva quase quatro anos, desde que em Janeiro de 2013 se inaugurou este espaço dedicado ao legado patrimonial regional.Pela mão incansável de Isabel Soares, coorde-nadora da secção, passaram pelas páginas da secção dezenas de ilustres convidados que em-prestaram ao Cultura.Sul o seu saber e arte.Desde a primeira série ‘Museus - a vez e a voz do visitante’, passando pelos textos dedicados à temática escolhida para a segunda série ‘O Pa-trimónio Cultural Imaterial no Algarve’ até ao publicado na terceira e última série ‘Espaço ao Património’, onde tiveram lugar as temáticas ligadas ao património edificado, sítios arqueo-lógicos e à arqueologia no Algarve, a todos os autores temos de agradecer, o Cultura.Sul e os leitores.Enceta-se agora uma nova etapa e a secção vai acolher textos dedicados ao tema ‘O que é o Património? A vez e a voz dos alunos’, mais próxima da realidade educativa e da necessi-dade de também nesse campo o património regional marcar presença.Nova pujança para a secção liderada por Isa-bel Soares, prestando aquilo que é para o Cul-tura.Sul e para os que nele escrevem verdadei-ro serviço público.

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Em busca do silêncio perdido

Espaço ao Património

absoluta no momento”, como gostava de dizer. E fazia-lhe muita confusão aqueles músi-cos que passavam dias a fio em estúdio a gravar tudo em separa-do. Para Bernardo Sassetti o jazz era um “gajo estranho” e, como tal, “tem que ser mais vivo, tem que ser naquele momento e de preferência vivendo da frescura de um primeiro take. Aconteça o que acontecer. Se for muito mau repete-se, mas o gozo é a procura no estúdio. É outra filosofia, nem precisamos de falar”.

Além de fonte de prazer, a arte musical também era para si um sofrimento, um conflito

entre aquilo que gostava de fa-zer e aquilo que não conseguia fazer no momento. Assumia que a música era antes de mais para quem a fazia e que começava sempre por ser um gesto algo egoísta (“não há outra forma de ser verdadeiro”), daí fazer discos e tomar opções artísticas sem demasiada preocupação com a opinião dos outros.

Bernardo Sassetti não gostava que ouvissem os seus discos no rádio do carro, porque perdia-se a noção do detalhe, a intenciona-lidade do intérprete, e criticava a forma como a música é mistura-da por produtores/editores, no

pico do volume, perdendo di-nâmica, pormenor, qualidade:

“Está tudo altíssimo e estamos todos a ficar surdos. Acredito

que 90% do mundo ouve música de forma errada e não é por cul-pa sua. É apenas porque não co-nhecem outro som, outra forma de ouvir”. E usava como exemplo o seu trabalho Um Amor de Per-dição (2009), ao qual se dedicou mais de um mês para chegar a uma sonoridade que muitos acharam depois baixa: “Mas é assim que deve ser ouvido para se ouvir o que se quis lá pôr para ser ouvido”.

Em 2011 Bernardo Sassetti e a actriz Beatriz Batarda (sua esposa), revisitaram, em palco, a obra A Menina do Mar, de So-phia de Mello Breyner Andre-

sen. Nessa história há um me-nino que sonha em conhecer o fundo do mar e que, depois de muitas aventuras, consegue realizar esse desejo com uma menina que era dançarina das ondas.

Deixem-me acreditar que o golfinho (do conto de Sophia) amparou o “mergulho” de Ber-nardo Sassetti no Guincho e o levou até uma recôndita “praia extasiada e nua”, onde ele pôde (re)encontrar o “grande vento límpido do mar” (versos de So-phia) e um piano solitário que uma menina do mar enfeitou com corais e búzios.

4º J da Escola EB1 Major David Neto de Portimão

fotos: d.r.

d.r.

Bernardo Sassetti

um olhar curioso, surgem as primeiras perguntas e histó-rias. Todos dizem tratarem-se de coisas muito antigas, dos pré-históricos, dos romanos e dos árabes, e outras do tempos dos avós ou dos bisavôs.

Ao conhecerem e mexerem em cada objeto, percebem que, em cada época, as pes-soas foram usando diferentes técnicas e instrumentos. Conto as diversas formas de alumiar

o escuro da noite, que prin-cipiaram com uma simples fogueira, lucerna ou candeia, passando pelo candeeiro a petróleo, e termino com um simples toque no interruptor da sala, que fez acender a lâm-pada. Desta forma, percebem que as coisas se transformam e são espelho de saberes e téc-nicas de cada geração.

Depois da sacola vazia, voltamos a “enchê-la”, desta

vez, com as suas opiniões. E o que é, para os alunos,

o património?

«Património é tudo o que os antigos deixaram, como os cas-telos e as igrejas, ou as ruínas muito antigas».

Quanto aos objetos, aos sa-beres e às tradições dos seus avós e bisavós, referem que «Esses saberes, objetos e histó-rias são coisas menos antigas». Contam ainda que «Existem muitos museus, em quase todos os sítios, que guardam coisas muito diferentes e importantes do passado, que nos ensinam como as pessoas viviam antiga-mente”.

No entanto, no desenrolar da conversa, as opiniões fo-ram-se completando. Agora, entendem que o que integra o património não são só caste-los e fortalezas, mas também saberes, tradições e memórias.

E assim, património aca-bou por ser descrito como «O conjunto de todos os monumen-tos, profissões antigas, objetos, lendas, histórias, saberes, mú-sica, fotografias, língua, trajes,

tradições, e também lugares de memória»; «Existe património que podemos sentir, cheirar e mexer, e outro que não é palpá-vel, como os cantares, as lendas e os saberes antigos sobre as profissões e atividades que já não existem»; «Cada história e saber dos nossos bisavôs são também património, bem como as memórias e testemunhos que chegam aos nossos dias»; «Nós temos coisas que nos identificam e são diferentes das dos outros

povos: as nossas tradições, os nossos costumes, a nossa mú-sica, como por exemplo o fado, que é património do mundo».

Por fim, e segundo estes alunos, património é «tudo aquilo que somos e fomos».

Não é por acaso que pintam igrejas antigas, ferramentas dos pré-históricos, objetos e brinquedos dos seus avós, as-sim como retratam museus de temas diferentes.

Na despedida, os alunos

agradecem e partilham as suas experiências e, tal como lhes ensinei e mostrei, tam-bém me ensinam a utilizar os mais recentes brinquedos: beyblades, playstations, vídeo – games, computadores, tablets.

O tempo das crianças de joelhos no chão a jogarem ao berlinde está a acabar e, sem dúvida, as opções tecnológi-cas levam-nos a ficar dentro de casa, já quase não brin-cando na rua. Os brinque-

dos passaram a ser outros e eu, forçosamente, penso que o tempo para mim também passou... Eles, por sua vez, entendem que, daqui a al-guns anos, as suas histórias e experiências, ou mesmo os seus jogos e brinquedos “tec-nológicos”, serão tão antigos como as minhas cassetes ou disquetes, que farão igual-mente parte da sacola das memórias.

Desenhos feitos pelos alunos para retratar o património

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04.07.2014 10 Cultura.Sul

“CONCERTO COM ANTÓNIO ROSADO”4 JUL | 21.30 | Teatro das Figuras - FaroA Orquestra Clássica do Sul e o consagrado pianista António Rosado vão interpretar um programa com-posto por obras de Beethoven, de Schubert e pela es-treia absoluta de uma peça de António Pinho Vargas, sob direcção do maestro Cesário CostaAg

endar

“QUEM MAIS GAMOU… MELHOR FICOU”5 e 6 de JUL | 21.30 e 15.30 | Centro Culturalde Vila do BispoA actualidade política e social do país e do mundo, bem como o quotidiano de Vila do Bispo, dão o mote a esta revista à portuguesa apresentada pelo Grupo de Teatro do Boa Esperança Atlético Clube Portimonense

Julho

Pedro [email protected]

O(s) Sentido(s) da Vida a 37º N

Postais da Costa Sul

~ a praia. é o pedaço de mundo por excelên-cia que foi inventado para as crianças. e que nós tomamos de assalto em cada verão, para ver se ainda conseguimos trazer à memória esse tem-po de quando éramos reis.

o mar, quente ou frio, é ainda e sempre do seu domínio. para isso elas constroem castelos e fortalezas à beira-mar, num árduo trabalho de carregar baldes de água e areia. a tarefa é sempre recompensada a bolas de berlim ou ge-lados ~

Josef Koudelk

A época da safra tem início em Março, quan-do são preparadas as salinas, decorrendo depois a extracção do sal durante os meses de Verão. Nenhum marnoto percebe que é jardineiro das salinas, até ao coalho passar a flor de sal. O mar-

noto não se sabe o ourives, que colhe cuidado-samente apetrechado dos devidos utensílios, a película finíssima dos preciosos cristais (de sal) à superfície da água antes de passarem a ser o vulgar sal marinho tradicional que é colhido à mão com ajuda de instrumentos de madeira. Os salineiros trabalham numa relação com as marés, o sol e o vento, para os chefes de cozinha puderem usar os pequenos cristais quebradi-ços que contendo oligoelementos e micronu-trientes mantêm o sabor e a humidade do mar. Josef Koudelka (Morávia,1938), o fotógrafo da agência Magnum que fotografou a ‘Primavera de Praga’ também não sabia nada disto até ter visitado o sotavento e ter levado na sua câmara as salinas à beira da ria formosa.

14ª Mostra de CinemaEuropeu

Chega-se a um enorme largo de igreja (do carmo - Tavira). À direita um pequeno portão de ferro abre-se a um chão de terra, e logo depois à esquerda a alta porta de madeira que dá acesso aos claustros (convento do car-mo) de um paraíso de cinema. Pode-se tomar café e começar a sonhar apenas de admirar os grandes cartazes de fitas mágicas…

O projeccionista (andré viane), essa espécie em vias de extinção, entra na cabine. A pelí-cula vai rolar. Começa a sessão. O tempo vai parar por alguns minutos. Ver um filme num grande ecrã ao ar livre, alarga os horizontes da visão e liberta o céu da imaginação (de 11 a 21 de Julho-21h30).

Sophia Mello BreynerAndresen

É à sua vivência na cidade de Lagos que irá buscar a luminosidade necessária, para aí com o silêncio e o tempo que se consegue junto à costa algarvia, concretizar versos que segui-riam directamente para a eternidade da poe-sia: «Lagos onde reenventei o mundo num verão ido /Lagos onde encontrei /Uma nova forma do visível sem memória /Clara como a cal concreta como a cal /Lagos onde aprendi a viver rente /Ao instante mais nítido e recente», e «Na luz de Lagos matinal e aberta /Na praça quadra-da tão concisa e grega /Na brancura da cal tão veemente e directa /O meu país se invoca e se projecta». (3)

Os verões de Lagos tornam-se parte inte-grante e fundamental da arte poética de So-phia, encontrando nos elementos desse mun-do que a rodeia – a beleza, o equilíbrio e a harmonia espiritual.

Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu há 10 anos, em Julho de 2004, em Lisboa, também ao pé do mar, mas não para sempre, pois tes-tamentaria: «Quando eu morrer voltarei para buscar /Os instantes que não vivi junto do mar». 

Al Gharb

Há um homem que anda a fotografar… a vida a sul. A sua/nossa vida na vida dele. E a paisagem, a ruína, a tradição, a modernidade, a natureza viva ou morta, a arquitectura, e todo o mais que se possa descobrir entre o céu e o mar daqui. Uma obra sem igual, um arquivo ímpar, uma colecção de temas algarvios. Há um homem – Filipe da Palma - que anda a libertar a imagem de um Algarve . Se vão visitar o Al-garve têm de passar pela sua página facebook: AL Gharb (Al Gharb). E talvez passem por ele, num dos seus périplos.

Estofo de Maré

sei que temos duas vidas. esta de agora em que olhamos para as coisas. e outra que já ficou para trás, essa só guardada na memória de quem a viu quando nós ainda não conseguíamos guardar a nossa própria memória. só os pais sa-bem tudo sobre nós. o que fomos e fizemos do tempo no tempo em que a nossa memória não estava activa. eles guardaram esse bocado reme-tido à nossa infância, que perdemos quando eles perdem também o seu registo de memória. assim nos tornamos adultos. esse estado de ca-lamidade iminente.

fotos: d.r.

António José Ventura(A cidade das palavras, 1994)

Havia o marou talvez apenas uma árvorelodo, areia, ilhas na paisagemuma costa de ânforase navegação rara.Povoámos o litoralcom movimentos de lábios.Da cidade como paraísoguardo a memória de um jardimuma palmeira num quintalcasas brancas de linhas definidaschaminés de fábricaso mar ao fundo como num quadroo correio do sule um álbum com fotografias.

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04.07.2014  11Cultura.Sul

Contos Municipais - António Manuel VendaDa minha biblioteca

Adriana NogueiraClassicistaProfessora da Univ. do [email protected]

“BAILADO ORFEU E EURÍDICE”11 JUL | 21.30 | Teatro das Figuras - FaroÉ nos trezentos anos sobre o nascimento de Chris-toph Willibald Gluck que a Companhia Nacional de Bailado encomenda a Olga Roriz um Orfeu e Eurídice, baseado naquela que foi uma das magis-trais partituras do compositor alemãoAg

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“ARTE MOLE”Até 29 de JUL | Galeria de Arte Pintor Samora Bar-ros - AlbufeiraO pintor José Maria Subtil intercala a figura humana com a paisagem, e é por esta que se tem notabiliza-do, sobretudo quando aborda os ambientes rurais e urbanos tradicionais do Alentejo e das Beiras

Aguardo sempre com alguma expectativa quan-do António Manuel Venda publica uma nova obra, desde que li o seu primei-ro livro, em 1996, Quando o Presidente da República visitou Monchique por mera curiosidade. Ao longo dos anos, fui acompanhando o seu percurso literário, até que, em maio deste ano, saiu o último, intitulado Contos Municipais, editado pela Just Media.

Desengane-se quem acha-va que uma câmara munici-pal não dava um divertido passatempo. Principalmente com um presidente depen-dente de whiskey e sempre a praguejar; com um vereador a querer estabelecer uma li-gação umbilical com uma cidade imaginária do Brasil (em vez de uma simples ge-minação), para poder estar perto da namorada; com um partido da oposição que ele-ge o Diabo como vereador; ou com uma secretária que passa a ferro a correspon-dência que o presidente amachuca…

Neste novo livro, António Manuel Venda situa os acon-tecimentos numa edilidade na serra, nunca nomeada. Sabendo nós que o autor é de Monchique, podemos deduzir que pode ter sido a sua fonte de inspiração, mas deste modo torna-se mais ambíguo, mais uni-versal, e pode-se aplicar a muitas outras terras por esse país fora. O mesmo se passa com os nomes: exceto a bruxa (Maria Cadela) e os diabos (Diabo e Diaba), nin-guém ali tem nome próprio, mas são todos conhecidos

pela profissão que exercem: o especialista, o funcionário, o vereador, o guarda, etc.

O título diz-nos que se trata de um livro de contos, mas, na verdade, os dez ca-sos ali narrados mais pare-cem capítulos de uma nove-la, pois entreligam-se entre si, não só pelas personagens que se repetem de história para história (o presiden-te da câmara, protagonista ou personagem secundá-ria, aparece quase sempre), como pelas referências que são feitas e que remetem de uns para outros. Por exem-plo, no último conto, «Com a cruz às costas», quando o presidente matuta no apro-veitamento político que se pode fazer de um aparente milagre, discorre, ao mes-mo tempo: «O milagre tinha

mesmo pegado. Não tinha sido como o dos diospiros, que estava rapidamente a cair no esquecimento», re-metendo o leitor para a his-tória das «Duas nuvens fu-riosas em pleno Verão».

Bruxas e bruxedos, diabos

e diabruras

António Manuel Venda gosta de (e consegue) cons-truir ambientes normais, com gente comum, nos quais circulam seres estra-nhos, que todos encaram com naturalidade, sem se surpreenderem, como se não vissem o impossível da situação, o que leva a que frequentemente o conside-rem um cultor do realismo mágico.

E não deixa igualmente de ser assim neste livro: há um inspetor-geral de uma «instituição de fiscalização da capital» que, tendo ido para aquela terra inspecio-nar as atividades da câmara, adoece e começa a inchar de tal maneira que, querendo transferi-lo para o hospital distrital, «não conseguem retirá-lo do quarto, nem pela porta nem pela janela. (…) Passados dois dias, aca-baram por tomar a decisão de partir a parede, inclusive com a anuência do gerente do hotel» (p. 68).

Na lista de personagens fantásticas, está um pre-sidente de uma junta de freguesia que é um ouriço--caixeiro. Literalmente. Um bicho cheio de espinhos, dentro de uma gaiola, ta-pada com serapilheira. Há um vereador que se chama (e parece mesmo que é)

Diabo: «um indivíduo bai-xo e gordo, de fato preto, camisa preta e gravata ver-melha» (p.30), que amolece o plástico da cadeira onde se senta. Há uma bruxa que faz bruxedos por encomen-da e, quando não lhe pagam os serviços, fá-los por conta própria… enfim, uma panó-plia de figuras e de situações que nos são mostradas como normalíssimas, apresentadas com a habilidade e a graça que reconhecemos em Antó-nio Manuela Venda.

Os males autárquicos

Mas não só de realismo mágico é feito o livro. Há re-alismo muito pouco mágico, disfarçado com uma capa de humor.

Para quem nunca esteve ligada a uma estrutura par-tidária nem fez parte de ór-gãos autárquicos, como é o

meu caso, vai encontrar al-gumas referências aos males que comummente se ouve dizer que as câmaras so-frem (e que, acredito, não se aplica a todas. Aliás, espero mesmo que não se aplique à sua maioria): que praticam um despesismo sem sentido (o presidente manda com-prar dois elevadores, mas só manda montar um deles, deixando o outro fechado, bem acondicionado, pronto a ser instalado e utilizado); que há corrupção, roubos e negócios pouco lícitos; que há envolvimento entre secretárias e chefes; que há excesso de bebida; que há desinteresse pelos muníci-pes, exceto durante as cam-panhas eleitorais...

Mas que não se pense que estamos apenas perante um rol de queixas. Antes pelo contrário. É muito mais do que isso. Por exemplo, ao invés de nos contar com pormenores e explicitamen-te que existe um relaciona-mento entre o presidente da câmara e aquela que nos é apresentada, logo no início, como «secretária/ assessora/ conselheira/ confidente» (p. 20), é com ironia, e de uma forma indireta, que o vamos desvendando, como se pode inferir destes dois exemplos: «A secretária não se limitou a pensar [que o Diabo estava ali], soltou imediatamente um grito, mas mais uma vez ele chegou-lhe a tempo com uma das mãos à boca. Via-se que tinha experiência nisso, em meter-lhe as mãos na boca sempre que ela ia para gritar, coisa que tinha alturas em que dava um certo jeito, como ele bem sabia» (p. 34). Ou então: «Falaram de outras coisas. Pela noite fora. Quan-do falaram. Nem sempre falaram. Estavam longe do concelho, numa viagem que incluía um hotel da capital» (p. 86).

Este é daqueles livros pe-queninos (87 páginas), que tem, certamente, muito para contar, para quem quiser (e souber) lê-lo.

António Manuel Venda é natural de Monchique

d.r.

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04.07.2014 12 Cultura.Sul

O Prémio Maria Veleda, cuja apresentação e divulga-ção teve lugar no dia 20 de junho, em sessão pública, é um contributo, que reputa-mos muito relevante, da Di-reção Regional de Cultura do Algarve para a medida «Mu-lheres Criadoras de Cultu-ra», preconizada no V Plano Nacional para a Igualdade de Género, Cidadania e Não Discriminação, a decorrer no período 2014-2017.

Consubstanciada no espí-rito, ideário e ação de Maria Veleda, esta iniciativa pro-põe premiar, para destacar, reconhecer, valorizar e in-centivar, a atividade cultural de indivíduos e/ou entidades e instituições algarvias, pro-tagonistas de intervenções particularmente relevantes e inovadoras na região, que se destaquem no âmbito da cidadania e igualdade de género, ou do combate à exclusão social, no combate à desertificação do interior da região, na educação pela arte, na valorização do patri-mónio imaterial - preserva-ção das tradições, memórias e identidade -, na revitaliza-ção dos núcleos e edifícios históricos, no desenvolvi-mento de projetos multidis-ciplinares, multiculturais e, ainda, projetos em rede.

Maria Veleda, pseudóni-mo da farense Maria Caroli-na Frederico Crispim (1861-1955), destacou-se como uma das mais influentes mu-lheres do nosso País, na luta pela justiça e igualdade de oportunidades entre mulhe-res e homens, entre os quais o direito ao voto. Foi escri-tora, jornalista interventiva, professora, educadora, repu-blicana ativa, conferencista, livre pensadora e lutadora pelos direitos das mulheres.

Esta relevante personali-dade algarvia foi a primeira mulher a pertencer e a fun-dar variados centros escola-res e associações, iniciando aulas noturnas para mulhe-res adultas, para crianças de rua e em risco. Lutou contra a prostituição, sobretudo a infantil, e contra os abusos sexuais de crianças. Defen-deu e praticou uma educação integral, laica, aliando teoria, prática, liberdade, criativida-de, espírito crítico e valores

de cidadania, para a inclu-são e igualdade, recorrendo a estratégias pedagógicas que cruzavam os domínios cientí-ficos e artísticos.

Maria Veleda destaca-se como uma pioneira na luta pelos direitos jurídicos, civis

e políticos entre os sexos. A instituição deste prémio é também uma forma de lhe render justa homenagem.

O júri deste prémio, a atri-buir através de concurso regional, é constituído por destacadas individualidades: António Branco — Reitor da UAlg; Idálio Revez — Jorna-lista; José Carlos Barros — Arqt.º Paisagista; Lídia Jorge — Escritora; Mirian Nogueira Tavares — Prof.ª Doutora; Na-tividade Monteiro — Profes-sora e Investigadora; Paulo Cunha — Professor; e pelas Diretoras Regionais de Cul-tura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, e do Algarve, Alexandra Rodrigues Gonçal-ves, que preside ao júri.

O prazo de candidatura ao prémio, que envolve o valor pecuniário de 5.000 euros, termina dia 20 de setembro de 2014.

O regulamento pode ser consultado na página da Di-reção Regional da Cultura do Algarve em http://www.cultalg.pt/MariaVeleda/.

Direção Regional de Cultura do Algarve

Prémio Maria Veleda: destacar, reconhecer, valorizar

d.r.

Consubstanciada no espírito, ideário e ação de Maria Veleda, esta inicia-tiva propõe premiar - para destacar, reconhecer, valori-zar e incentivar - a atividade cultural de indivíduos e/ou entidades algarvias, protagonistas de intervenções par-ticularmente rele-vantes e inovado-ras na região, que contribuam para a igualdade de géne-ro, a cidadania e a não discriminação social

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