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    Postura Colaborativa:um desafio aos docentes para o uso das TICs

    Mara Rosane Noble Tavares

    Secretaria de Educao do Estado do Rio Grande do Sul (SEC-RS)

    Ncleo de Tecnologia Educacional de Porto Alegre (1 CRE/NTE)

    CEP: 90020-110 - Centro - Porto Alegre - RS - Brasil

    [email protected]

    Abstract. This paper is an experience report on the completion of the

    Preparation Project Course Using Technology Resources, the IntegratedProInfo, offered by the Educational Technology Ncleo from Porto Alegre to

    Teachers Network Public State of Rio Grande do Sul, in hybrid mode. Thecourses aims to apply Teaching methodologies for the digital age, through

    the development of projects that integrate the use of technology in the schoolcurriculum. For this purpose, the methodology of Learning Projects

    associated with tools like Moodle, PBworks and CmapTools, are employed asPedagogical Architecture.

    Resumo.O presente artigo um relato de experincia sobre a realizao do

    Curso Elaborao de Projetos Utilizando os Recursos Tecnolgicos, do

    ProInfo Integrado, oferecido pelo Ncleo de Tecnologia Educacional de Porto

    Alegre aos Professores da Rede Pblica Estadual do Rio Grande do Sul, na

    modalidade hbrida. O curso visa aplicao de Metodologias de ensino para

    a era digital, atravs do desenvolvimento de projetos que integram o uso da

    Tecnologia ao Currculo Escolar. Com esse propsito, a Metodologia de

    Projetos de Aprendizagem associada s Ferramentas Moodle, Pbworks e

    CmapTools, so empregados como Arquitetura Pedaggica.

    1. Estrutura e Apresentao do Curso

    No mundo atual inquestionvel o poder educativo das Tecnologias da Informao e da

    Comunicao (TICs), mas esse potencial depende do modo como professores e alunos

    as inserem no processo didtico. Vrios investigadores abordam a utilizao do

    Pbworks e da Internet como proposta educativa (Mattos et al, 2005; Haetinger et al,2006; Real, Axt e Maraschin, 2007; Bittencourt et al, 2011; Real e Picetti, 2011; Real e

    Corbelin, 2011; Real e Tavares, 2012). Contudo, parece oportuno lembrar que atecnologia s faz sentido se usada com a intencionalidade de construir indivduos aptos

    a transformarem criticamente o meio em que vivem, ou seja, corretamente integrada naconcepo e desenvolvimento de todo um projeto curricular.

    O presente artigo descreve uma experincia pedaggica realizada no curso de

    Elaborao de Projetos Utilizando os Recursos Tecnolgicos, oferecido pelo Ncleo de

    Tecnologia Educacional de Porto Alegre 1 CRE/NTE, conforme os objetivos do

    ProInfo Integrado, para professores de ensino fundamental e mdio da rede pblica

    estadual do Rio Grande do Sul. As atividades aconteceram na modalidade hbrida, com

    durao de 40 horas distribudas por sete encontros presenciais, quinzenais, totalizando21 horas presenciais e 19 horas em Educao Distncia (EAD).

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    O curso transcorreu no perodo de agosto a dezembro de 2012. Inscreveram-sequarenta e oito professores de ensino fundamental e mdio, desses, vinte e dois

    desistiram, seis evadiram e vinte professores concluram o curso. Seu desenvolvimento

    aconteceu na articulao entre a experincia pedaggica do professor, as teoriaseducacionais e o desenvolvimento de projetos com o uso integrado de mdias e

    tecnologias, respaldado nos princpios da interao, da construo do conhecimento no

    domnio da tecnologia e da formao na ao.

    Na experincia em questo, foram usados os Ambientes Virtuais de

    Aprendizagem SEDUC no Moodle1, com a apresentao dos mdulos, postagem das

    atividades e Fruns; o Pbworks do Curso2, como plataforma para abrigar outros

    Pbworks, individuais e hospedeiros dos Projetos de Aprendizagem, planilhas de

    acompanhamento, cronograma, mural de recados, chat e orientaes gerais dosmdulos; e a ferramenta CmapTools3, para criao e repositrio dos mapas conceituais

    construdos com os temas abordados nos Projetos de Aprendizagem.

    2. Arquitetura Pedaggica: metodologia, ambientes e ferramentas

    A Arquitetura Pedaggica (AP) adotada na experincia compreendeu a metodologia deprojetos em conjunto com trs ferramentas: dois Ambientes Virtuais de Aprendizagem(AVAs), o SEDUC/Moodle, sede do curso; o Pbworks, como espaos dedesenvolvimento para os Projetos de Aprendizagem (PAs); e o programa CmapTools,

    para a criao de mapas conceituais, envio e acesso onlinede arquivos.

    A AP compreende um conjunto de aes educacionais que podem serdesenvolvidas na modalidade presencial e a distncia por meio de atividades, como os

    PAs, com o uso das tecnologias digitais, so diferentes metodologias, estratgias einstrumentos que se unem, convergindo para apoiar a construo de aprendizagens.ParaCarvalho, Nevado e Menezes (2005), a AP um novo conceito que une os instrumentostecnolgicos a diferentes estratgias numa prtica pedaggica mais flexvel, ou seja, acombinao de estratgias, dinmicas de grupo, softwares educacionais e ferramentas deapoio cooperao, voltadas para o favorecimento da aprendizagem.

    So inmeras as atividades humanas nas quais a ideia de projetos est associada,a forma de organizar o tempo, o espao e os recursos para se construir algo ou atingiralgum objetivo, em especial nas atividades escolares e profissionais. Podemos dizer quea Metodologia de Projetos a ideia que aceita diferentes modalidades de projetos dentrodo espao escolar flexibilizando o uso de diferentes APs para o seu desenvolvimento.

    Para pertencer Metodologia de Projetos, um projeto precisa estar em sintoniacom as transformaes sociais e a construo de novos saberes gerados por essastransformaes, levar em conta o que acontece fora da escola; precisa estar aberto grande produo de informaes caracterstica do nosso tempo, ao mesmo tempo emque capaz de dialogar criticamente com todos esses fenmenos (Hernndez, 1998).

    Os PAs tm como propsito promover a aprendizagem num enfoqueconstrutivista, norteados pelas perguntas dos alunos que so embasadas em questes econflitos reais e relevantes de suas realidades e provenientes do conhecimento prvio,isto , das hipteses levantadas sobre o desconhecido, para deste ponto, construirconhecimentos especficos e escolarizados pelos prprios alunos.

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    Ao longo da histria, muitos educadores vm buscando aproximar os mtodosde ensino da maneira como a criana aprende. John Dewey (1859-1952) observou queas crianas aprendem melhor quando a aprendizagem faz parte da sua experincia de

    vida; Freire (1921-1997) defendia que, se as crianas se encarregassem de seus prpriosprocessos de aprendizagem, aprenderiam melhor; Piaget (1896-1980) investigou comoacontece o processo evolutivo da inteligncia e a influncia dos fatores externos einternos, que precisa de tempo para ser acomodada e equilibrada, na aprendizagem dacriana; j para Vygotsky, a conversao desempenha um papel crucial naaprendizagem. (Cf. Paper, 1994, p.21).

    Com base nos pressupostos pedaggicos baseados na aprendizagem, defendidospelos autores, adotaram-se no curso, a cooperao (Piaget, 1973) como escala comumde valores, conservao dos acordos e reciprocidade entre os integrantes, o dilogo,como coordenao de pontos de vista com conservao de contedo; e a conversao

    (Maturana, 2001), que o entrelaamento do emocionar e do linguajar. Quando, numaconversao, muda a emoo, muda tambm o fluxo das coordenaes consensuais deaes comportamentais e vice-versa, o recursivo entrelaamento do linguajar e doemocionar produz consensos e modifica a estrutura de convivncia.

    Para FAGUNDES et al (2000) a metodologia de Projetos de Aprendizagem,consiste em levantar as questes no grupo; agrupar questes parecidas; formar gruposmenores, pelo interesse nas questes; inserir tabela: dvidas temporrias e certezas

    provisrias; pesquisar; construir a sntese das aprendizagens e relatar a experincia.Estes elementos metodolgicos desafiam o currculo tradicional porque so flexveis,dinmicos e articulados com os conhecimentos construdos previamente pelo aprendiz,que est inserido na sociedade; criam uma perspectiva maior de participao dos alunos

    no planejamento das aprendizagens, pois a incerteza, as contradies, a indeterminaono so resduos a serem eliminados, mas elementos constituintes do processo. Os PAsso interdisciplinares e espaos abertos ao imprevisvel.

    A Professora La Fagundes define PA de uma maneira muito clara: "Um projetopara aprender vai ser gerado pelos conflitos, pelas perturbaes nesse sistema designificaes, que constituem o conhecimento particular do aprendiz" (Cf. Fagundes etal, 2000. p. 53).

    A plataforma SEDUC da Secretaria da Educao do Rio Grande do Sul, noAVA Moodle, serviu como ambiente de aprendizagem do curso oferecido pela 1CRE/NTE, abrigando o perfil de identificao dos cursistas, as orientaes, participaonos Fruns de Discusso e as postagens das atividades individuais solicitadas: o esboodo projeto e o mapa conceitual. O Moodle um software livre, de apoio aprendizagem, executado em um ambiente virtual, isto , um programa que permite acriao de cursos online, pginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidades deaprendizagem, possui um sistema de administrao das atividades educacionais,avaliao e de criao de ambientes virtuais, como fruns e chats, voltados para aaprendizagem colaborativa, permitindo aos cursistas e formadores a interao em umcurso distncia4.

    O Pbworks um sistema de wiki, foi escolhido para hospedar os PAsdesenvolvidos no curso como ambiente colaborativo de aprendizagem, por ser uma

    ferramenta simples para a criao e edio de pginas na web em alguns minutos, de

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    fcil manejo que exige poucos conhecimentos tcnicos dos usurios, permitindo otrabalho colaborativo e a interao dinmica entre cursistas e formadores na Internet.

    Segundo Schfer et al (2009), uma ferramenta eletrnica de fcil uso naconstruo de pginas na web, permitindo que vrios usurios interajam, publiquem,editem, alterem seu contedo e armazenem arquivos, atravs de um sistema de trabalhosimultneo e colaborativo. Os workspaces, espaos de trabalho, criados podem ser

    pblicos ou privados, gratuitos ou pagos, podendo remeter a outros sites; seufuncionamento em grande parte semelhante ao de hospedagem de blogs. Destinam-sea construo e edio de pginas da web, alm da elaborao, edio e armazenamentode arquivos; tudo pode ser feito de forma colaborativa. Os autores Gomes et al(2009)diferenciam a wikide outros editores de texto principalmente quanto historicidade da

    produo, que permite o acompanhamento dos processos produtivos e colaborao entreos usurios, tanto por oportunizar o acesso remoto ao registro quanto pela recuperao

    da histria do documento produzido.O CmapTools um programa de computador usado para elaborar mapas

    conceituais, com a possibilidade de compartilh-los pela internet. Os Mapas Conceituaisso representaes grficas semelhantes a diagramas, que indicam relaes entreconceitos ligados por palavras. Representam uma estrutura que vai dos conceitos maisabrangentes aos menos inclusivos. Os conceitos aparecem dentro de caixas e as relaesentre eles so especificadas por meio de setas com frases de ligao, as setas so emgeral caracterizadas por um verbo5, que une cada um dos conceitos; um conceito emgeral um substantivo, um termo que representa uma ideia ou um objeto; a distribuiodos conceitos permite ver as relaes entre eles. Podemos definir o mapa conceitualcomo uma ferramenta para organizar e representar o conhecimento. Os mapas

    conceituais podem ser usados como planejamento e estratgia de estudo; comoferramenta de aprendizagem; de apresentao de itens curriculares; como instrumento

    para avaliao da aprendizagem; como forma de fazer anotaes; de resolverproblemas; de embasar a redao de textos; etc.

    Utilizaram-se os mapas conceituais, na experincia, para auxiliar a ordenao e asequenciao hierarquizada dos contedos que apareceram nas questes de investigaoe nas dvidas e certezas dos grupos, de forma a oferecer estmulos adequados para aconstruo da sntese dos conhecimentos pesquisados nos PAs. A proposta est baseadano pressuposto de que a aprendizagem ocorre por assimilao e equilibrao de novosconhecimentos e acomodaes na estrutura cognitiva do aprendiz (Piaget, 1976). Novas

    ideias e informaes so aprendidas, na medida em que existem pontos de ancoragem.A aprendizagem implica em modificaes na estrutura cognitiva e no apenas emacrscimos.

    Para Piaget (1998), os ambientes colaborativos de aprendizagem so espaosdesenvolvidos para estimular a experincia e a interao entre os sujeitos na construode aprendizagens. Embora o conceito seja anterior popularizao da Internet, foi pormeio dela e sua facilidade em permitir a formao de redes sociais que o conceito

    passou a descrever no s os ambientes de aprendizagem apoiada por computador, mastambm, a nova postura colaborativa que precisa ser adotada pelos sujeitos na utilizaodas tecnologias durante o processo.

    A AP selecionada para a realizao do cursoElaborao de Projetos Utilizandoos Recursos Tecnolgicos coloca o foco da aprendizagem no domnio da experincia e

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    da interao, porque o melhor meio de aprender a fazer algo aprender fazendo. Nodesenvolvimento dos PAs, os cursistas interferiram na aprendizagem uns dos outros,auxiliando os colegas que ainda no dominavam o meio; interagiram juntos dentro de

    um meio sociocultural especfico, que a Internet; (re)construram, socialmente, umconhecimento atribuindo significados e usos especficos para empreg-lo. Enquantointeragiram uns com os outros e com o meio, transformaram-no para seu uso e setransformaram durante o seu uso, evidenciando o desenvolvimento de novas habilidadese competncias cognitivas e sociais.

    3. Relato da Experincia

    Os objetivos propostos pelo ProInfo Integrado previam que os cursistas, ao final do

    curso, fossem capazes de: identificar ascontribuies das TICs no desenvolvimento deprojetos em sala de aula; abordar o conceito de projeto relacionado com o contextoeducacional e tecnolgico; integrar o uso das tecnologias s teorias de aprendizagem;

    analisar o conceito de currculo na perspectiva da integrao com as TICs; planejar edesenvolver o projeto integrado de Tecnologia no Currculo.

    O planejamento dos contedos e atividades para os sete encontros presenciaisdistriburam-se por cinco mdulos com Teoria e Prtica, correspondendo cada mdulo aum encontro presencial; um prazo quinzenal para a realizao das tarefas em EAD e osdois encontros finais para apresentao dos Projetos de Aprendizagem desenvolvidos

    pelos cursistas.

    O primeiro mdulo apresentou aos cursistas o contedo e estrutura do curso, osAVAs SEDUC/Moodle e Pbworks. As atividades presenciais foram explorao dos

    ambientes; criao do perfil do cursista no SEDUC/Moodle e login no Pbworks doCurso. Em EAD, as atividades propostas para a quinzena foram participao nosFruns: Expectativas individuais e coletivase Discusso inicial sobre projetos,noAVA SEDUC/Moodle; no Pbworks do Curso: acessar a pgina dos Tutoriais de criaoe uso do Pbworks, assistir e deixar comentrio; leituras do Eixo I - Guia do Cursista ecomplementares. As atividades em EAD propostas no Pbworks, no foram realizadasneste mdulo, porque os cursistas apresentaram dificuldade em transitar entre os doisambientes, as justificativas variaram entre no ter tempo de realizar as atividades em

    EAD, no possuir computador em casa e no haver compreendido a proposta,refletindo no desenvolvimento do segundo mdulo.

    O segundo mdulo apresentou os fundamentos tericos para trabalhar comprojetos e as propostas no encontro presencial foram criao das pginas individuaisna plataforma Pbworks; levantamento e agrupamento das questes; formao dosgrupos, escolha da questo geradora e do Pbworks hospedeiro do grupo. Em EAD, asatividades foram planejadas para incentivar a navegao entre os AVAs e criar umarotina de acesso: construo e postagem do esboo inicial do projeto, participao noFrum de Dvidas do Eixo I e da Sala de Bate-Papo no AVA SEDUC/Moodle; noPbworks do Curso, participao no Cafezinho (Chat); inserir e preencher o quadro deDvidas e Certezas no Pbworks hospedeiro do Grupo; pesquisar sobre o tema escolhido;continuao das leituras do Eixo I do Guia do Cursista e complementares. Porm, emconseqncia do descrito no pargrafo anterior, apenas criaram-se os Pbworks

    individuais e levantaram-se as questes geradoras, no encontro presencial. Em EAD,

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    ocorreu apenas a participao no Frum de Dvidas do Eixo I no AVASEDUC/Moodle.

    Combinou-se com os cursistas o uso dos fruns no AVA SEDUC/Moodle e doCafezinho no Pbworks do Curso, para troca de informaes sobre as dificuldadesencontradas e a busca de ajuda para a realizao das tarefas em EAD, entretanto, essescanais no foram usados pelos cursistas na quinzena seguinte.

    O terceiro mdulo abordou os fundamentos dos Mapas Conceituais e suaimportncia para a aprendizagem. As atividades presenciais contemplaram a exploraoe criao de mapas conceituais com a ferramenta Cmaptools e a retomada dos PAs comos grupos. Em EAD, props-se a criao dos mapas conceituais dos grupos, baseadosna Questo Geradora e no Quadro de Dvidas e Certezas dos PAs, para postar no AVASEDUC/Moodle; continuao das pesquisas dos PAs e interaes virtuais; leituras doEixo II do Guia do Cursista e complementares.

    Como os cursistas, nos dois primeiros mdulos, apresentaram pouca autonomiapara trabalhar distncia e dificuldade com a rotina de acesso aos AVAs, nesseencontro refletiu-se com eles sobre o texto Os10 mandamentos do aluno de educaoonline 6 e distribuiu-se uma cola para ajudar memria: um minitutorial com os

    passos para navegar no Pbworks do Curso7. Foram combinadas para a quinzenaseguinte, novas aes distncia, entre elas, a escolha da pergunta geradora no Pbworksdo Curso e a formao dos grupos online para a realizao do esboo individual do

    projeto8. Os canais de comunicao de ambos os AVAs comearam a ser utilizadosnesse perodo e alguns grupos comearam a desenvolver os PAs nos Pbworkshospedeiros.

    O quarto mdulo contemplou a articulao entre conhecimento e tecnologia:Projetos de Aprendizagem, Tecnologia Educativa e Currculo. Aps a discusso sobre otema apresentado no encontro presencial, foi disponibilizado para os cursistas um tempo

    para tirarem as dvidas sobre as tarefas pendentes e coloc-las em dia, reunirem osgrupos e ajustarem a questo geradora e o Pbworks hospedeiro; em EAD, no foramsolicitadas novas atividades at o final do curso, apenas a concluso das leituras do EixoII do Guia do cursista e complementares, para que os cursistas finalizassem asatividades individuais nos AVAs, a formao dos grupos e comeo dos PAs pendentes.

    O quinto e ltimo mdulo apresentou outras metodologias e ferramentas quepodem ser usadas como AP na aprendizagem em EAD com o uso de TICs e os recursos

    possveis para a apresentao dos PAs. Novamente, aps a apresentao e discusso dotema, o restante do tempo do encontro presencial foi disponibilizado para olevantamento das dvidas e ajustes, entre os cursistas, das estratgias usadas por cadagrupo na construo do PA. Em EAD, solicitou-se apenas a finalizao das leituras. Emconseqncia, os cursistas comearam a criar uma rotina de acesso e a transitar commais tranqilidade entre os AVAs, colocando em dia as tarefas pendentes dos mdulosanteriores; participando espontaneamente dos fruns, e criando novos tpicos; adotaramo Mural de Recados, com interao sncrona e assncrona, visvel no SideBar doPbworks do Curso, para se comunicarem uns com os outros e com a formadora; e deramandamento aos PAs.

    Nos dois encontros finais foram apresentados cinco PAs com os temas:Sustentabilidade9, Lixo Domstico10, Pbworks11, Realidade Aumentada12 e Nuvens13.Momento em que os cursistas evidenciaram a construo de conhecimentos relativos

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    aos temas, de competncias no uso do ambiente e das ferramentas e da habilidade deaprender a aprender, resultado de um perfil autnomo, prprio de um aluno em EAD,construdo no decorrer do curso.

    4. Consideraes Finais

    Nessa experincia observou-se que os professores, inicialmente, no conseguiramintegrar facilmente a rotina em EAD e as TICs a sua prtica, porque essa proposta nofaz parte do projeto curricular de suas escolas, do mesmo modo que, as competncias ehabilidades, obrigatoriamente, envolvidas na construo de aprendizagens em EAD comTICs no foram, previamente, desenvolvidas na prtica pedaggica, tornando difcil aadaptao e a mudana da postura individualista para colaborativa, necessrias, no

    processo de aprendizagem caracterstico da EAD.

    Todavia, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, baseada no princpio

    da autonomia, estabeleceu como incumbncia da escola e de seus professores aconstruo do Projeto Pedaggico (PP) (LDBEN Lei n 9394/1996 Artigo 14). naconstruo do PP que a comunidade escolar debate, discute e estabelece suasconcepes de homem, de mundo, de sociedade, de conhecimento, de aprendizagem, deavaliao, de currculo e tantas outras, com o objetivo de criar referncias e diretrizes

    prprias para as prticas que pretende implantar, entre estas, as que apiem o uso dasTICs e da EAD no processo de ensino/aprendizagem.

    O currculo escolar traduz a inteno do PP na organizao dos tempos, espaose prticas em que a escola desenvolve os diferentes conhecimentos e valoresconsiderados necessrios para a formao de seus alunos. Existem outras formas de

    organizao curricular previstas para o atendimento dos alunos, alm das comumenteplanejadas nas unidades escolares, conforme o Art. 80 da LDB n 9394/96 decreta: OPoder Pblico incentivar o desenvolvimento e a veiculao de programas de ensino adistncia, em todos os nveis e modalidades de ensino, e de educao continuada.

    J o decreto N 5.622, Artigo 1, de 19 de dezembro de 2005, regulamenta o art.80 da Lei no9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases daeducao nacional salienta:

    [...] caracteriza-se a educao distncia como modalidade

    educacional na qual a mediao didtico-pedaggica nos

    processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilizao de

    meios e tecnologias de informao e comunicao, comestudantes e professores desenvolvendo atividades educativasem lugares ou tempos diversos.

    Portanto, Currculo a inteno do PP colocada em prtica, uma finalidade, umobjetivo, o Currculo Escolar pensado como um conjunto de objetivos deaprendizagem e valores, escolhidos para provocar nos alunos determinadas experinciasque sero construdas e avaliadas num sistema de assimilao e acomodaesconstantes. Nele tambm devem estar implcitos os aspectos que no foram expressos,como o campo afetivo, a disciplina, as atitudes, as normas comportamentais, os valores,as competncias e habilidades prprias para atuar no meio digital, etc., que contribuamde forma dinmica para as aprendizagens sociais do sujeito e sua formao comoindivduo.

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    Por representar uma finalidade, um objetivo, o projeto curricular se baseia emuma determinada concepo sobre o que a educao, com base nessa finalidade quese concretiza um projeto qualquer; exatamente aqui, na concretizao do objetivo

    educativo comum, a aprendizagem, que as TICs se cruzam com o Currculo, integrando-o e proporcionando os meios operacionais para a aprendizagem: as TICs se apropriamdos cdigos, discursos, linguagens, direes e contextos prescritos no Currculoe osemprega como propostas de aprendizagem, utilizando a Arquitetura Pedaggica maisadequada para sua concretizao, tendo em vista a interveno no processo educativocom o sentido de otimizar, ou seja, conseguir o melhor em funo dos objetivos

    propostos no PP pela comunidade escolar (Coutinho, 2007).

    Coutinho (2007) aponta que h mais de vinte e cinco anos uma concepo deTICs vem se consolidando, entendida no apenas como o uso dos meios tecnolgicos,mas como uma forma sistemtica de conceber, gerenciar e avaliar o processo de ensino

    aprendizagem em funo de metas e objetivos educacionais perfeitamente definidos nocurrculo. Assim, as TICs interligam as Teorias de Aprendizagem com oDesenvolvimento Curricular (DC), e encontram a cobertura conceitual para a sua formade atuao no terreno educativo. Entretanto, esse cruzamento no percebido pelos

    professores e colocado em prtica, enquanto no houver um entendimento que conduzaa sua construo no PP, num movimento interno, dentro de cada unidade escolar.

    Com essa experincia, constatou-se que para construir efetivamenteaprendizagens em EAD com o uso das TICs, e desenvolver uma educao cidad e dequalidade, no basta instalar laboratrios de informtica nas escolas e utilizar oscomputadores como substitutivos das ferramentas e metodologias tradicionalmenteusadas pelos professores em sala de aula. preciso desenvolver um projeto curricular

    que contemple novas posturas, espaos e tempos para propostas pedaggicasinovadoras, em que o Laboratrio de Informtica seja um espao interdisciplinar e os

    professores atuem como apoiadores, administrando o hardware, disponibilizandomultimdias e recursos hipermididticos, em aes que permitam o trabalhocolaborativo, entre os alunos e os prprios professores, no presencial e na distncia, nosdiferentes campos do saber.

    Esta ideia tambm corroborada por Nardin, Fruet e Bastos (2009) que referemque a incluso de um ambiente distncia na educao no implica, necessariamenteem novas prticas escolares. Desta maneira, essencial que os professores, aomediarem este processo, procurem se atualizar e influenciar as mudanas necessrias no

    currculo escolar, visando explorar ao mximo o potencial tecnolgico e educacionalque a EAD oferece.

    Por essa razo, os professores necessitam desenvolver habilidades ecompetncias distintas para transitar por espaos e tempos virtuais, apresentar asinformaes, planejar, desenvolver e avaliar estratgias de ensino/aprendizagem, almde saber selecionar qual Arquitetura Pedaggica mais adequada para um determinadocontexto escolar, e sempre problematiz-la.

    A aprendizagem em EAD com uso das TICs est investida da intencionalidadede provocar no aprendiz o processo de construo do conhecimento, por meio daaquisio e interpretao da lngua escrita e da realidade e us-los realimentando o

    processo de investigao e experimentao que o uso da tecnologia exige, mas sem umametodologia prpria isso no possvel. O mundo evolui em uma velocidade

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    vertiginosa, razo de a tecnologia ser cada vez mais presente e necessria na vida daspessoas. Uma educao de qualidade visa construo de competncias e habilidades,para que o sujeito possa atuar no mundo de forma cidad, contribuindo para a qualidade

    de vida pessoal e da comunidade a qual pertence.Referncias

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  • 8/13/2019 postura colaborativa - senid13

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