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Projeto Levantamento e Classificação da Cobertura e do Uso da Terra Potencial Florestal do Estado do Acre Relatório Técnico Resultados Preliminares

Potencial Florestal do Estado do Acre - biblioteca.ibge.gov.br · A avaliação da dimensão das intervenções sobre os ambientes florestais, geradas por diferentes formas de ocupação

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Projeto Levantamento e Classificao da Cobertura e do Uso da Terra

Potencial Florestal do Estado do Acre

Relatrio Tcnico

Resultados Preliminares

Presidente da RepblicaLuiz Incio Lula da Silva

Ministro do Planejamento, Oramento e GestoPaulo Bernardo Silva

INSTITUTO BRASILEIRO

DE GEOGRAFIA E

ESTATSTICA - IBGE

PresidenteEduardo Pereira Nunes

Diretor-ExecutivoSergio da Costa Crtes

ORGOS ESPECFICOS SINGULARES

Diretoria de PesquisasWasmlia Socorro Barata Bivar

Diretoria de GeocinciasGuido Gelli

Diretoria de InformticaLuiz Fernando Pinto Mariano

Centro de Documentao e Disseminao de InformaesDavid Wu Tai

Escola Nacional de Cincias Estatsticas Pedro Luis do Nascimento Silva

UNIDADE RESPONSVEL

Diretoria de Geocincias

Coordenao de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Celso Jos Monteiro Filho

Ministrio do Planejamento, Oramento e GestoInstituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE

Diretoria de GeocinciasCoordenao de Recursos Naturais e Estudos Ambientais

Projeto Levantamento e Classificao da Cobertura e do Uso da Terra

Potencial Florestal do Estado do Acre

Relatrio Tcnico

Resultados Preliminares

Rio de Janeiro2005

SUMRIO

Resumo 5

Apresentao 6

Smula histrica 8

Reviso de literatura 10

Caracterizao geral da rea 20

Referncias 41

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Resumo

O presente trabalho faz uma descrio qualitativa e quantitativa das

formaes florestais do Estado do Acre Roraima, notadamente a Floresta Ombrfila

Densa Submontana, Floresta Ombrfila Densa Montana e Floresta Ombrfila Aberta

Submontana. nfase especial dada ao potencial florestal das disjunes de Floresta

Aberta com Bambu dominante j que esta classe de vegetao representa uma parcela

significativa da cobertura florestal do Estado.

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Apresentao

A avaliao da dimenso das intervenes sobre os ambientes

florestais, geradas por diferentes formas de ocupao da Amaznia brasileira ao longo

dos ltimos 30 anos, constitui uma linha de trabalho do Projeto Uso da Terra do

IBGE. A insero desse trabalho nos estudos de Uso da Terra do IBGE representa

uma nova abordagem na anlise das reas florestais amaznicas e tambm a

oportunidade de se poder balizar o conhecimento determinado pelos levantamentos

produzidos pelo Projeto RADAM entre 1972 e 1976 com documentos mais recentes,

em textos e imagens. Busca-se nessa linha de trabalho comparar o potencial e as

caractersticas fitossociolgicas das florestas da regio entre o perodo citado e a

atualidade.

Os resultados preliminares, ora divulgados, apresentam a

caracterizao dos tipos de florestas existentes no estado, assim como informaes

estatsticas referentes s formas de aproveitamento desse recurso.

O estudo completo do estado, a ser brevemente divulgado, apresentar

uma avaliao do quanto os ecossistemas florestais vm sendo atingidos pelas

transformaes imputadas pelas formas de ocupao e uso que se desenvolveram

regionalmente.

Os dados e mapas produzidos pelo Projeto RADAM permitem uma

comparao com informaes mais recentes, fornecidas por outras instituies, em

especial a atualizao que o tema recebeu, de um lado pelos levantamentos realizados,

no mbito do Projeto SIVAM para a sistematizao das informaes sobre recursos

naturais e, de outro, pelos levantamentos sobre o uso da terra, em andamento no

mbito do Projeto Uso. Essas informaes, tanto no que trata dos dados estatsticos,

especialmente os dados de volumetria de madeira, como das informaes textuais

sobre os ambientes florestais e a cartografia atualizada do desmatamento, a partir de

imagens de satlite para 2004, caracterizam uma das principais etapas que subsidiam

as anlises estatsticas elaboradas nesse estudo e se constituem em uma anlise da

pesquisa bibliogrfica produzida.

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O Estado do Acre constitui o terceiro produto dessa linha de trabalho do

Projeto Uso da Terra que se incorpora ao Levantamento e Classificao da Cobertura

e Uso da Terra.

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Smula histrica

Uma breve retrospectiva mostra que o Acre foi a ltima grande rea a

ser incorporada ao territrio brasileiro. Pelos acordos de limites do perodo colonial,

confirmados no Imprio, essas terras pertenciam Bolvia e uma pequena parcela era

reinvidicada pelo Peru. No final do sculo XIX, o interesse do governo federal no

mercado internacional da borracha leva-o a incentivar polticas de migrao para a

regio (Silva et al., 1990) e de fixao do homem na Amaznia ocidental. Nesse

cenrio migrantes nordestinos, principalmente cearenses, chegaram regio fugindo

da seca. A explorao dos seringais e o povoamento da rea por esses brasileiros

provocam um grave conflito com os bolivianos, cujas autoridades reagiram presena

brasileira, negociando o arrendamento da regio a uma entidade internacional (The

Bolivian Syndicate). Todavia, os brasileiros tambm reagem organizando rebelies

armadas e garantindo ali sua permanncia. A disputa somente termina em 1903, com a

assinatura do Tratado de Petrpolis entre Brasil, Bolvia e Peru. O Brasil ento

compra a regio dos bolivianos e peruanos por 2 milhes de libras esterlinas e se

compromete a construir em Rondnia a ferrovia Madeira-Mamor, que ligaria a

cidade de Guajar-Mirim a Porto Velho, hoje desativada, permitindo a transposio

do trecho encaichoeirado do rio Madeira e, conseqentemente, permitindo o

escoamento dos produtos bolivianos atravs da bacia hidrogrfica amaznica e da ao

oceano Atlntico. Em 1904 o Acre tornou-se territrio federal, por decreto do

presidente Rodrigues Alves, dividido em trs departamentos (Alto Acre, Alto Purus e

Alto Juru), cujos prefeitos foram nomeados pelo governo federal. Somente em 1920

a administrao centralizada em um governador, tambm nomeado pelo presidente

da Repblica.

O declnio da extrao da borracha e a estagnao econmica aceleram o

processo de explorao da madeira e da devastao de considervel parte da floresta

amaznica, especialmente a partir da dcada de 60 do sculo passado, quando o

modelo centrado na revoluo verde introduzido no pas, pelo vis da agricultura

modernizada. Em 1962, com pouco mais de 200 mil habitantes, o Acre torna-se

Estado, dado que atingiu a arrecadao necessria para essa transformao,

estabelecida pela Constituio de 1946. Nos anos 80, que antecedem a Conferncia

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Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, o movimento ambientalista

ganhou fora e j prenunciava algumas preocupaes com a questo Amaznica,

especialmente com a perda de recursos naturais. No Brasil um dos expoentes desse

movimento foi o seringueiro Chico Mendes, cuja expresso internacional fez se

voltarem os olhos polticos para a regio. A defesa de um modelo de extrativismo que

no destrusse a floresta ganhou repercusso mundial em 1988 com o assassinato

desse lder ecolgico. Hoje, no entanto, apenas uma reduzida parcela de habitantes

garante sua subsistncia trabalhando nos seringais. estimado que menos de 2,5 mil

famlias que se dedicam a esta atividade. (www.portalbrasil.net).

http://www.portalbrasil.net/

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Reviso de literatura

Conforme IBGE (2005) as tipologias florestais encontradas no Estado

do Acre, so as seguintes: Floresta Aberta com Bambu Dominante: ocupa 9,40%

da rea do estado e concentra bambus que alcanam o dossel e acabam dominando a

vegetao. Certas reas apresentam menor concentrao dessas gramneas e um

aumento na densidade de indivduos arbreos; Floresta Aberta com Bambu mais

Floresta Aberta com Palmeiras: representa 26,20% da rea estadual e composta

por trs (3) fisionomias (floresta aberta concentrando bambus, floresta aberta com

palmeiras e pequenas manchas de floresta densa); as demais esto representadas pela

Floresta Aberta com Palmeiras das reas Aluviais (5,48%), Floresta Aberta com

Palmeiras (7,77%), Floresta Aberta com Palmeiras e Floresta Densa (12,12%),

Floresta Densa mais Floresta Aberta com Palmeiras (7,20%), Floresta Aberta

com Palmeiras mais Floresta Aberta com Bambu (21,02%), Floresta Aberta com

Bambu em reas Aluviais (2,04%), Floresta Densa (0,53%), Floresta com Bambu

mais Floresta Densa (0,36%), Floresta Densa Submontana (0,47%). As reas

Desmatadas que representam 7% do total e situam-se ao longo de estradas, ramais,

rios, igaraps e em torno das cidades, alm daquelas situadas no interior das florestas

em forma de clareiras.

Silva et al (1990), atravs de dois documentos, elaboraram o

diagnstico geoambiental e scio-econmico da rea de influncia da BR-364,

visando atender ao Projeto de Proteo do Meio Ambiente e das Comunidades

Indgenas, cuja metodologia foi respaldada em um referencial terico atravs de uma

abordagem holstico-sistmica. O primeiro documento, denominado PMACI I

abrange o trecho Porto Velho/Rio Branco e o segundo, PMACI II, o trecho Rio

Branco - Cruzeiro do Sul. Ao final, os autores fornecem subsdios ao Plano de

Ordenao, traduzidos por aes recomendadas, projetos prioritrios, demarcao e

regularizao fundiria das reas indgenas, criao de reservas extrativistas e de

florestas nacionais, dentre outros.

O Governo do Acre (2000) , realizou o Zoneamento Ecolgico-

Econmico do Estado, onde so abordados temas como Recursos Naturais e Meio

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Ambiente, Aspectos Socioeconmicos e Ocupao Territorial e Indicativos para

Gesto Territorial.

Daly & Silveira (2000) desenvolveram um Banco de Dados da Flora

Acreana, que permite anlises relacionadas identificao de centros de diversidade

ou de endemismo, ocorrncias de fitofisionomias raras ou nicas, alm de buracos

negros onde a flora continua quase desconhecida. Assinalam ainda que o checklist

preliminar baseou-se em 8.365 colees identificadas at espcie.

A respeito do bambu, Silveira (2003) assinala que as Florestas Abertas

com esta gramnea arborescente e espinhosa do gnero Guadua cobrem cerca de

180.000 km2 do sudoeste da Amazonia e so facilmente identificveis atravs de

imagens do satlite Landsat. Ademais, prossegue o autor, esses bambus possuem

incrvel habilidade de crescimento horizontal atravs de rizomas, crescimento vertical

extremamente rpido e hbito semiescandente. A espcie Guadua weberbaueri tem

um ciclo de vida que varia de 29 a 32 anos. Constatou tambm que o incremento

mdio na altura total foi 3,4m/ms e que a mdia da taxa de recrutamento e

mortalidade de colmos nos anos de 1996 e 2000 foi de 21% e 14%, respectivamente.

Outro dado importante que o bambu tambm altera a composio florstica,

reduzindo em quase 40% o nmero de espcies em uma amostra de um hectare, alm

de afetar a estrutura da comunidade florestal, diminuindo a densidade de rvores e

rea basal da floresta e, mais importante, causa um decrscimo de 30% a 50% no

potencial de armazenamento de carbono.

Silveira (op. cit.) com propsitos de subsidiar a criao de uma

Unidade de Conservao na regio das Campinaranas do sudoeste da Amaznia,

apresenta uma sntese sobre a vegetao e a flora, baseado em dados secundrios e

observaes efetuadas atravs de sobrevo e levantamento de campo, na fronteira do

Acre com o Amazonas, mais especificamente entre Cruzeiro do Sul (AC) e Guajar

(AM).

Rocha & Viana (2004) estimaram o potencial produtivo da colheita

sustentvel de Euterpe precatria em reas de florestas de Baixio e Terra Firme no

Seringal Caquet. Adicionalmente fizeram recomendaes para o bom manejo dos

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frutos. Os resultados do estudo mostraram um potencial produtivo mdio de 450

79kg de frutos/ha (Floresta de Baixio) e 173 22 kg (Floresta de Terra Firme).

Constataram ainda, atravs de simulao, que necessria a manuteno de 55% do

recrutamento inicial para permitir a estabilidade da populao (Floresta de Baixio) e

de 25% para a Floresta de Terra Firme.

Silveira & Daly (2004) em trabalho similar ressaltam que a vegetao

e a flora do sudoeste da Amaznia apresentam um carter especial no cenrio

amaznico, em funo dos muitos contrastes, transio entre floras, raridades e

endemismos. Em funo disto, calcularam o ndice de Densidade de Coletas IDC

(no de coletas no herbrio/100km2) que permite avaliar o grau de conhecimento e de

representatividade de uma flora, possibilitando a determinao de prioridades de

investimentos relacionados conservao. Concluram que a bacia do Purus, com

6,62 coletas/100 km2 considerada o buraco negro no conhecimento florstico

regional e a bacia do rio Acre a regio mais coletada do Estado (11,89 coletas/100

km2). Por outro lado, prosseguem os autores, se alguns municpios da bacia do Juru

apresentam IDCs relativamente altos, a baixa densidade em outros (Jordo, Feij e

Rodrigues Alves) limitou o ndice em 8,67/100 km2. Finalmente concluiram que o

Acre ainda pouco conhecido floristicamente e, se no houver uma intensificao dos

esforos de coletas botnicas, o tempo necessrio para que a flora regional se torne

mais conhecida (50colees/100 km2) de 80 (oitenta) anos.

Arajo et al (2004) avaliaram as alteraes fsicas e qumicas em

Argissolo Amarelo distrfico textura mdia/argilosa relevo plano, sob diferentes tipos

de uso (mata, queimada, pupunha e pastagem) no assentamento Favo de Mel,

municpio de Sena Madureira, Acre. Constataram que, sob pastagem de braquiria o

solo apresentou os maiores valores de densidade no horizonte A, o que revela

tendncia compactao. Os nutrientes avaliados e o carbono orgnico apresentaram

baixos teores e estavam concentrados nos primeiros centmetros do solo. O potsssio

decresceu drasticamente na pastagem, graas, possivelmente, s perdas por eroso,

queima e pastejo. A frao humina, dentre os compostos orgnicos, predominou nos

quatro sistemas avaliados.

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No que diz respeito preservao ambiental, o Estado anunciou a

criao de novas Unidades de Conservao (UCs,) que totalizam mais de 1 milho de

hectares, localizadas ao longo das principais estradas do Estado. Com isto, o total de

reas protegidas passa a corresponder a 47,8% ou 7.825.035 hectares, sendo

5.657.889 hectares de UCs e 2.167.146 hectares de Terras Indgenas, dados

fornecidos pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre - IMAC (www.imac.ac.gov.br ).

Ainda dentro do tema preservao ambiental, o Parque Nacional da

Serra do Divisor, criado pelo Decreto no 97.839 de 16/06/1989, com uma rea

aproximada de 847.000 hectares, apresenta aspectos interessantes como registros da

existncia de fsseis da populao indgena Nukini nas margens do rio Juru. Sua rea

predominantemente coberta pela Floresta Tropical Aberta, com duas fisionomias:

Aberta com cip e Aberta com Palmeiras. (www.amazonia.or.br).

Incentivada pelo Programa Nacional de Estmulo Cultura do Guaran

a EMBRAPA (www.embrapa.br) fez um estudo sobre a aptido para o cultivo do

guaranazeiro no Estado nas reas onde h ocorrncia de plantios de Guaran desde

1981. Uma das concluses foi que, mesmo no havendo restrio climtica, apenas

16,6% das terras so consideradas preferenciais, sem limitaes ou com ligeiras

limitaes naturais. Assinalam ainda que esta essncia pode ser explorada, com

possibilidades de melhor retorno econmico nos municpios de Acrelndia e Plcido

de Castro, desde que adotadas as prticas de manejo e de conservao do solo para o

seu cultivo.

Cumpre tambm salientar que o bambu, por ser um recurso natural

renovvel. A intensificao do seu uso pode, a um s tempo, diminuir a presso por

madeiras nobres (especialmente aquelas com risco de extino) e tambm

complementar o uso de madeiras de florestas plantadas, cuja demanda no pas cresce

alm da capacidade instalada. Tem inmeras utilidades, tais como, fabricao de

papel, carvo, mveis, cestarias, luminrias, cortinas, objetos de decorao, utenslios

domsticos, na construo civil e rural, alm de alimentao (broto de bambu);

www.ibama.gov.br/ambtec.

http://www.imac.ac.gov.br/http://www.amazonia.or.br/http://www.embrapa.br/http://www.ibama.gov.br/ambtec

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Esprito Santo, Silva e Shimabukuro (2003) com propsitos de

detectar a dinmica da Floresta de Bambu no sudoeste do Acre, atravs da utilizao

de tcnicas de processamento de imagens de satlite, observaram que, de um total de

121.000km2 de sua rea total de distribuio, 76% (92.000km2) esto localizados no

Estado do Acre. Constataram tambm que, dado o seu rpido crescimento vegetativo

e intensa produo de biomassa, os bambus interferem significativamente no

estabelecimento dos indivduos arbreos dentro da floresta. Adicionalmente se

depararam com o que consideraram um fato intrigante, que a ocorrncia de

populaes inteiras em um curto intervalo de tempo, geralmente em ciclos mdios de

30 anos. Finalmente, os autores perceberam que atravs da determinao da frao

vegetao em imagens LANDSAT foi possvel separar, com mais nitidez, as reas

com ocorrncia de bambu na fase de mortalidade e de crescimento, quando

comparadas s imagens NDVI, que o ndice de vegetao baseado na diferena

normalizada.

Na Costa Rica desde 1986 (http://habitat.aq.upm.es/dubai) existe o

Projeto Nacional do Bambu (El Proyecto Nacional de Bambu PNB) que consiste em

substituir o emprego de madeira por outro material alternativo, econmico e adequado

a uma zona ssmica. O projeto tem como objetivos, dentre outros, o desenvolvimento

de uma tecnologia de construo de residncias que atendam os setores mais

necessitados; instalao de uma fbrica de prottipos de mveis de bambu e

instalao de uma fbrica de painis de bambu, capazes de agilizar e baratear o custo

de construo.

Em www.agr.unicamp.br/bambubrasil so encontradas informaes

de que o bambu representa 70% do papel produzido na ndia; que no Nordeste do

Brasil (MA, PE e PB) existem milhares de hectares de bambu plantados para a

produo de papel; na Tanznia existem 700km de tubulaes de bambu para

irrigao; que a drenagem com o uso de colmos de bambu muito eficiente; a

resistncia compresso de uma pea curta de bambu pode ser 6 vezes superior ao

concreto; cabos de bambu tranado podem ser equivalentes ao ao CA25; a ponte

Golden Gate foi inspirada em pontes pnseis de bambu tranado na China. Pode-se

fazer laminado-colado e pisos de bambu; diversas ferramentas e utenslios

domsticos podem ser feitos com bambu, bem como filtros para caf; o uso do bambu

http://www.agr.unicamp.br/bambubrasil

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para reforo do concreto anterior Segunda Guerra Mundial, assim como bambu

picado pode substituir a areia/brita na confeco de concreto leve.

Em www.biodiversitas.org.br o bambu descrito como uma

gramnea que pode atingir 40 metros de altura e que possui cerca de 1200 espcies

espalhadas pelo mundo. Seu crescimento rpido e a maturidade atingida entre 3 e

6 anos. Se devidamente manejado capaz de produzir colmos novos todos os anos.

Alm disso, atravs do corte seletivo, uma touceira sempre ter colmos no ponto ideal

para o corte.

Existe tambm uma espcie de bambu que no forma touceiras

(Phyllostachys pubescens) conhecido como bambu-moss e pode ser cultivada como

planta isolada em qualquer regio do Brasil. O formato tortuoso de seu caule pode ser

obtido atravs da tcnica e da arte das mos humanas. Pode ser plantado no jardim ou

em vasos. (www.jardimdeflores.com.br).

Os bambus do gnero Guadua tm importncia crucial na economia do

Equador e da Colmbia e h registro de seu conhecimento pelos nativos h pelo

menos 5.000 anos. Cabe ressaltar que anteriormente estavam includos no gnero

Bambusa e apresentam uma grande resistncia, sendo considerados como um

excelente material de construo. A espcie de bambu mais conhecida no mundo

Phylloschys aurea, conhecida no Brasil como bambu-mirim e no exterior como

Golden Bamboo. Por possuir rizomas leptomorfos e por isso mais adaptado ao

clima temperado, alguns autores acreditam que sejam da mesma espcie

(www.bambubrasileiro.com/info/especies).

Em relao biomassa, o bambu a planta mais eficiente para

obteno de hidrognio. Algumas pesquisas apontam o mesmo como matria-prima

para gerao da energia do futuro, ps-petrleo. Outra grande utilidade a fabricao

de carvo vegetal em substituio ao produzido pela queima de madeira convencional.

Isto evita a destruio de matas naturais, com a vantagem adicional de apresentar um

poder calorfico igual ou superior s espcies de florestas energticas (Pinus e

Eucalipto) e tima capaciadade de renovao

(www.institutodobambu.com.br/layout-teconologia).

http://www.biodiversitas.org.br/http://www.jardimdeflores.com.br/http://www.bambubrasileiro.com/info/especieshttp://www.institutodobambu.com.br/layout-teconologia

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Em www.bambubrasileiro.com/info/plantio apresentado um

amplo estudo sobre esta essncia, abrangendo caractersticas vantajosas do ponto de

vista econmico, tais como rpido crescimento, facilidade de estabelecimento e

manuteno, utilidades adaptveis, fins ecolgicos e insero cultural; adicionalmente

so fornecidas outras informaes como caractersticas das folhas, da florao,

comportamento em relao s estaes do ano, exigncia de fertilizantes, de solo,

necessidade de luz solar, tcnicas de plantio, estrutura (morfologia), caractersticas

dos rizomas (caules subterrneos), alm de suas mltiplas relacionadas arquitetura e

engenharia.

Outra importante essncia componente da vegetao do Estado a

seringueira, seja na forma plantada (Eng. Florestal Rui Lopes Loureiro, comunicao

pessoal) ou nativa. Tem sua origem no centro Brasileiro/Paraguaio, especificamente

no vale do Rio Amazonas. Sua distribuio geogrfica, notadamente em relao aos

plantios comerciais se estende desde a latitude 22o N (China) at a latitude 25o S

(litoral de S. Paulo). Tradicionalmente, a heveicultura tem abrangncia na Amaznia

Tropical mida, Mato Grosso e Bahia. Em reas no tradicionais cultivada tambm

no estados de Gois, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Maranho, Esprito Santo,

Rio de Janeiro, Paran, So Paulo e Minas Gerais, estando neste concentradas no

Tringulo Mineiro e Alto Paranaba, onde sua produtividade alcana

aproximadamente 1.500kg de borracha seca/ha/ano. No aspecto social a heveicultura

muito importante pois permite a fixao do homem no campo, dado produzir o ano

todo. Outras informaes como variedades, aptido climtica (temperatura altitude,

fatores hdricos rea de escape), tipos de solo, correo e adubao, bem como sua

silvicultura (preparo da cova, formao de mudas) podem ser consultadas em

www.agridata.mg.gov.br/sering.

O nome botnico, os nomes populares, as caractersticas morfolgicas,

ocorrncia, sua madeira, fenologia e utilidade podem ser encontrados em www.clube

dasemente.org.br/seringueira, bem como em www.plantarum.com.br/seringueira.

A Hevea brasiliiensis uma espcie nativa da regio amaznica,

pertencente famlia Euphorbiaceae. Os seus cultivares esto representados por

http://www.bambubrasileiro.com/info/plantiohttp://www.agridata.mg.gov.br/seringhttp://www.clube dasemente.org.br/seringueirahttp://www.clube dasemente.org.br/seringueirahttp://www.plantarum.com.br/seringueira

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clones de alto rendimento, os solos devem ter permeabilidade e profundidade

adequadas e um pH entre 3,8 e 6,0. Outros cuidados devem ser tomados com relao

poca do plantio, tipos de mudas, espaamento, quantidades de mudas necessrias por

hectare, controle da eroso, etc. www.iac.sp.gov.br.

Por outro lado, a cadeia agroindustrial da borracha natural composta

por pelos segmentos de insumos e servios (mquinas e equipamentos; assistncia

tcnica), segmento produtivo (produo e extrao do ltex vigem; beneficiamento da

borracha natural), segmento consumidor (indstria pesada pneumticos; indstria

leve artefatos), segmento distribuidor (atacadistas e varejistas de pneus e artefatos;

recauchutagens; borracharia). Cumpre ainda assinalar que a expanso heveicultura no

Brasil traria grandes benefcios socioeconmicos e ambientais, como gerao de

emprego e renda, reduo das importaes e proteo ao meio ambiente. Finalmente,

ressalta-se que a seringueira originria da regio amaznica do Brasil e sua borracha

foi descoberta em meados do sculo XVIII, sendo atualmente a principal fonte

borracha natural do mundo. Suas sementes foram levadas pelos ingleses para suas

colnias na sia, cujos sistema de produo basearam-se na explorao comercial,

com a vantagem de l inexistir o fungo causador do mal-das-folhas (Microcyclus ulei)

www.borrachanatural.agr.br/borracha.

Em www.iac.sp.gov.br/Centros visto que antes de 1500 a borracha

j era utilizada por ndios latino-americanos que coletavam o ltex da seringueira e o

secavam em fogueiras. Colombo foi o primeiro europeu a descobrir a borracha

quando encontrou nativos do Haiti brincando com bolas de um estranho material e

levou algumas amostras rainha da Espanha, Isabel de Castela.

A importncia da cultura da seringueira pode ser medida pela sua

utilizao no transporte, indstria e material blico, dentre outras. nica entre os

produtos naturais, possuidora de elasticidade, plasticidade, resistncia ao desgaste,

propriedades isolantes de eletricidade e impermeabilidade para lquidos e gases.

Adicionalmente, informaes produo, importao e consumo no Estado de S. Paulo,

no Brasil e no mundo podem ser visto no mesmo site. A introduo da seringueira no

Estado de S. Paulo ocorreu em 1917, que recebeu sementes do Marechal Cndido

Rondon. Todavia, somente em 1951, quando o Brasil se tornou importador de

http://www.iac.sp.gov.br/http://www.borrachanatural.agr.br/borrachahttp://www.iac.sp.gov.br/Centros

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borracha natural que foi despertado o interesse na cultura da seringueira.

A seringueira constitui-se tambm em importante opo econmica e

ecolgica para o sombreamento de cacaueiros, visto que a mesma cultivada

geralmente em solos de baixa fertilidade, ocupando extensas reas que poderiam ser

melhor exploradas. Como tais culturas possuem requerimentos complementares,

acredita-se que podem ser cultivadas conjuntamente com inmeros benefcios mtuos,

desde que observados alguns fatores fundamentais como a qualidade e intensidade de

sombra e o espaamento do plantio da seringueira (www.ceplac.gov.br).

Atualmente, a produo brasileira de borracha natural

aproximadamente 105 mil toneladas, para uma demanda de em torno de 250 mil

toneladas, o que implica na necessidade de importar 145 mil toneladas econtribui para

o desequilbrio da balana comercial brasileira. Especificamente no caso Amaznia, a

situao do setor bastante crtica. Por exemplo, antes de 1999, os preos estavam

bastante baixos, chegando a menos R$-0,50/kg, para uma produo de 1,5 mil

toneladas/ano. Posteriormente, com a adoo de uma poltica estadual de subsdios,

somada a uma poltica de preos do governo federal, a borracha atinge atualmente o

valor de R$ 1,67/kg. Isto fez com que a produo se elevasse para algo de 5 mil

toneladas/ano e, concomitantemente, reativando usinas e seringais em todas as regies

do Estado, envolvendo aproximadamente 7 mil famlias de seringueiros no processo

produtivo. (www.ambientebrasil.com.br).

Reydon & Maciel (2002) assinalam que a sustentabilidade do

extrativismo vegetal da borracha tem sido objeto de grandes discusses na Amaznia,

dado que considerada uma atividade invivel, por padecer de atraso tcnico inerente

cultura, alm de desempenho econmico inferior s demais atividades. Diante disso,

os autores propem a criao de ilhas de alta produtividade (IAPs) como uma

alternativa para a viabilizao do extrativismo. Tais IAPs, implantadas na Reserva

Extrativista (RESEX) Chico Mendes, mostram que existe viabilidade econmica

desses plantios.

Em www.ambientebrasil.com.br so feitas consideraes sobre o

conceito de Inventrio Florestal, sua classificao quanto ao detalhamento, bem como

quanto sua abrangncia. Tambm se faz uma abordagem sobre as varveis mais

http://www.ceplac.gov.br/http://www.ambientebrasil.com.br/http://www.ambientebrasil.com.br/

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relevantes a serem consideradas durante os trabalhos de campo, sobre as tcnicas de

amostragem e aquelas relacionadas a levantamentos fitossociolgicos.

Silva (2001) faz uma breve digresso sobre as funes tpicas de

Estado na rea florestal, objetivando garantir os benefcios coletivos decorrentes dos

recursos florestais. Adicionalmente apresenta exemplos para cada funo, quando

disponveis

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Caracterizao geral da rea

De acordo com dados do IBGE, o Estado apresenta as seguintes

caractersticas: est localizado no extremo oeste da Amaznia, apresentando uma rea

de 153.149,9 km2 , com relevo no geral dissecado em colinas e em formas tabulares

sem reas deprimidas na sua maior parte; o ponto mais elevado localiza-se na Serra do

Divisor (609m). Sua populao de 557.526 habitantes (Censo 2000), com uma

densidade de 3,45 hab/km e um crescimento demogrfico de 3% ao ano. A capital,

Rio Branco (fundada em 1882) o municpio mais populoso com uma populao

estimada em 2004 de 286.082 habitantes.

Conforme dados do Zoneamento Ecolgico-Econmico (2000), o

Estado do Acre drenado por extensos rios de direo geral SW/NE, sendo todos

parte integrante da rede hidrogrfica do Rio Amazonas. importante ressaltar ainda

que a origem dos povoados est associada rede de drenagem, ou seja, a maioria das

cidades localiza-se nas margens dos rios que a compem. Seus principais rios so

Acre, Iaco, Xapuri, Acre, Tarauc e Emvira, Purus, Juru e Moa.

Ainda segundo o Zoneamento Ecolgico Econmico (2000, op.cit.), o

clima Quente e mido, subdividido em quatros faixas que se distribuem no sentido

dos paralelos:

- Primeiro mido (B1) : 20-40% de umidade efetiva

- Segundo mido (B2) : 40-60% de umidade efetiva

- Terceiro mido (B3) : 60-80% de umidade efetiva

- Quarto mido (B4) : 80-100% de umidade efetiva

Apresenta duas estaes: a seca, que se estende de maio a outubro,

onde so comuns as friagens e a chuvosa (nverno) que se prolonga de novembro

a abril.

Dambrs (2005), atravs do mapeamento da vegetao do Estado doAcre assim descreve os tipos existentes:

21

Regio da Floresta Ombrfila Densa (Floresta Pluvial Tropical) - D

Regio Fitoecolgica ou Tipo de Vegetao que constituda basicamente de

macro e mesofanerfitos (rvores de porte entre 20 e 50 metros), alm de lianas e

epfitos. Sua distribuio se d em reas de clima ombrotrmico, isto , praticamente

sem perodo seco, com precipitaes acima de 2.300 mm e temperaturas mdias

anuais, geralmente entre 22 e 23 C. Ocorre predominantemente na Amaznia, mas

tambm em reas costeiras desde Pernambuco at o norte do Rio Grande do Sul,

subdivida em cinco formaes principais, de acordo com o critrio de posicionamento

altimtrico. No Estado do Acre, as variaes altimtricas aliadas s diferenas

edficas permitiram separar trs formaes: Aluvial, das Terras Baixas e Submontana.

Floresta Ombrfila Densa Aluvial Da

Trata-se de formao florestal que ocupa os terrenos quaternrios das plancies

e terraos, periodicamente inundveis e/ou s eventualmente inundados, ao longo dos

flvios, independentemente da altitude. Constitui-se de rvores, geralmente de rpido

crescimento, de cascas lisas com tronco por vezes em forma de botija e muitas razes

tabulares. Em condio natural primria, ocorre freqentemente com duas

subformaes: com dossel de emergentes Dae e com dossel uniforme Dau.

Entretanto, devido explorao madeireira, ambas as subformaes ficam

descaracterizadas, tendendo a uma homogeneizao e tornando a fisionomia bem mais

aberta, geralmente com profuso de lianas e presena de muitas palmeiras espinhosas

no estrato dominado. No sub-bosque comum a ocorrncia de plantas rosuladas como

Heliconia e Phenakospermum e grande quantidade das espcies da sinsia dominante

em regenerao que, pelo emaranhado de razes-escoras e pneumatforos, agravam a

dificuldade de penetrao neste ambiente, j penalizado pela inundao temporria.

Nessas florestas, referidas como de vrzeas, comum existir, entre as rvores,

dominncia de leguminosas como as faveiras e ings, gameleiras, mamoranas, pentes-

de-macaco, aacus e outras. Alm dessas, tambm possvel ocorrer muitas espcies

de valor, madeiras ou no, algumas tpicas de ambientes inundveis como o anani

(Synphonia globulifera), ucuuba (Virola surinamensis) e sumama (Ceiba

pentandra), ao lado de pau-mulato (Calycophylum spruceanum), andiroba (Carapa

guianensis), copaiba (Copaifera ducke), pracuuba (Trichilia sp) e seringueira (Hevea

22

brasiliensis), algumas destas tambm comuns em matas de terra firme.

A floresta densa aluvial geralmente ocorre associada com fisionomias naturais

de floresta aberta e/ou formaes pioneiras. Eventualmente se mescla com tratos

agrcolas de subsistncia e capoeiras (Vegetao Secundria), estes figurando no

mapeamento, basicamente, de forma subordinada ou como segunda expresso de

legenda.

Floresta Ombrfila Densa das Terras Baixas Db

A Formao das Terras Baixas a que, no Brasil, ocupa geralmente terrenos

de coberturas sedimentares tercirias de plancies, planaltos rebaixados, terraos e

depresses no inundveis, como as dos tabuleiros plio-pleistocnicos do Grupo

Barreiras, desde a Amaznia at o Rio de Janeiro, em altitudes aproximadas de 5 a

100m e, excepcionalmente, at prximo a 300 m, como no presente caso, em que no

h soluo de continuidade.

Por toda a Amaznia esta formao caracteriza-se pela exuberncia de sua

cobertura vegetal, com predominncia de rvores de grande porte, apresentando-se

com duas subformaes, a Dbe, que destaca a presena de algumas rvores

gigantescas, ou emergentes e a Dbu, caracterizada por apresentar um dossel uniforme,

mais homogneo e geralmente mais baixo. A subformao com dossel uniforme tem

geralmente uma composio mais simples, ocorrendo prioritariamente em interflvios

tabulares amplos. Seu sub-bosque geralmente limpo, constituindo-se basicamente de

rebentos ou plntulas de regenerao das espcies arbreas dominantes. A

subformao com dossel emergente destacada nos terrenos mais dissecados,

ocupando os topos e encostas dos relevos colinosos, sendo substituda, nos talvegues,

por fisionomias mais abertas, geralmente constituindo intercalaes de Floresta

Ombrfila Aberta com palmeiras. No Acre, coincidindo com a Sub-Regio dos

Baixos Plats da Amaznia, dentre suas rvores destacam-se, pela freqncia obtida

nos inventrios, a lecitidacea (Eschweilera odora), as sapotaceas (Pouteria laurifolia

e Prieurella prieurii), as euforbiaceas (Hevea brasiliensis e Sapium marmieri), as

morceas (Pseudolmedia multinervis, Brosimum potabile, Castilloa ulei, Clarisia

racemosa, Maquira sclerophylla e Helicostylis pedunculata), as leguminosas

23

(Acacia huilana, Hymenaea intermedia, inga alba, Piptadenia suaveolens e

Swartzia racemosa) e a elaeocarpacea (Sloanea nitida), dentre outras, conforme

descrita por Fonseca et al (1976), no Levantamento de Recursos Naturais, vol. 12 do

Projeto RADAMBRASIL

Floresta Ombrfila Densa Submontana Ds

A formao vegetal da Floresta Ombrfila Densa Submontana com a

subformao com dossel de emergentes, Dse, muito restrita no Estado do Acre.

Ocupa basicamente, parte da unidade morfoestrutural definida pelo

RADAMBRASIL, como Sub-Regio da Superfcie Dissecada da Serra do Divisor,

um complexo fisiogrfico esculpido em litologias cretcicas, com escarpas e vales que

seguem um sentido geral N-S, prximo ou coincidente com os limites Brasil-Peru.

A Floresta Ombrfila Densa Submontana ocorre nas pores mais altas das

serras que, em alguns lugares, atingem cerca de 600m de altitude. Caracteriza-se pela

presena de poucas rvores de porte avantajados ou emergentes. Dentre suas espcies

as da famlia Sapotaceae a mais bem representada, tanto pelo nmero de espcies

como pelos indivduos. Outras famlias de importncia fisionmica so Leguminosae,

Tiliaceae, Burseraceae, Euphorbiaceae, Lecytidaceae, Meristicaceae, Lauraceae,

Apocynaceae e Anacardiaceae.

O sub-bosque dessa tipologia florestal geralmente muito adensado,

apresentando no raro, muita taboca, Bromeliacea e Melastomataceae, alm de

palmeirinhas espinhosas.

Regio da Floresta Ombrfila Aberta (Faciaes da Floresta Densa) - A

Regio Fitoecolgica ou Tipo de Vegetao ainda situada na faixa de clima

ombrotrmico, porm podendo apresentar um curto perodo seco (2 a 3 meses).

Apesar de constituda por meso e macrofanerfitos, como na Floresta Densa,

apresenta uma dominncia de formas biolgicas de fanerfitas rosuladas e lianas

lenhosas. At recentemente era considerada como tipologia vegetal de transio entre

24

a floresta amaznica e as florestas das reas extra-amaznicas. No Brasil em geral,

ocupa prioritariamente os espaos intermedirios a sul do grande vale do Amazonas,

entre o domnio da Floresta Ombrfila Densa com a Floresta Estacional Semidecidual

e a Savana (Cerrado). Mais ao norte, geralmente aparece dispersa em meio Floresta

Densa, formando mosaicos de reas reduzidas. Apresenta-se com quatro faciaes

florsticas que alteram a fisionomia da floresta densa, imprimindo-lhe claros, da o

nome adotado: Floresta Ombrfila Aberta com palmeiras; Floresta Ombrfila Aberta

com cips; Floresta Ombrfila Aberta com bambus e Floresta Ombrfila Aberta com

sororocas.

Nesse mapeamento, de acordo com o mesmo critrio de nveis altimtricos,

foi identificada com as formaes Aluvial e Terras Baixas, configurando faciaes

com bambus, com palmeiras e com cips.

Floresta Ombrfila Aberta Aluvial - Aa

Formao florestal que ocupa as plancies e os terraos periodicamente ou

permanentemente inundados, ao longo dos cursos dgua. Na Amaznia so

designadas ordinariamente como matas de vrzeas e matas de igap, respectivamente.

Embora caracterizadas dominantemente por adensamentos ora de palmeiras,

constituindo a subformao Aap, ora de cips, subformao Aac, tambm ocorrem

nesta regio, subordinadamente, as subformaes com bambus e com sororocas.

A Floresta Ombrfila Aberta Aluvial com palmeiras Aap a de maior

representatividade, estando presente em praticamente todas as plancies fluviais da

rea, onde por vezes se expande por vrios quilmetros de largura. Tem ocorrncia

expressiva na plancie do rio Juru, onde foi descrita com a palmeira jauari

(Astrocaryum jauary), aparecendo junto com embaubais (Cecropia paraensis), que

formam cordes junto s partes convexas das praias, acompanhadas de oeirana

(Alchornea sp), s vezes munguba (Bombax sp) e/ou tachi-da-vrzea (Triplaris

surinamensis).

No geral retrata uma fisionomia de rvores esparsas e baixas, cuja dominncia

varivel de local para local, mas onde quase nunca faltam indivduos de muiratinga

25

(Pseudolmedia multinervis), abiorana-vermelha (Prieurella prieurii), quaruba-cedro

(Vochysia vismiifolia), mapatirana (Pourouma paraensis), mutamba (Guazuma

ulmifolia), caxinguba (Ficus insipida), ing-xixica (Inga alba), fava-de-espinho

(Acacia huilana), ucuuba (Virola melinonii), pau-mulato (Calycophyllum

spruceanum), seringueira (Hevea brasiliensis) e aacu (Hura creptans), dominadas ou

entremeada aqui e ali com palmeiras diversas como buriti (Mauritia flexuosa), aa

(Euterpe oleracea), inaj (Attalea maripa), paxiba-barriguda (Iriartea deltoidea),

jauari, jaci (Attalea butyracea), murumuru (Astrocaryum murumuru), patau

(Oenocarpus bataua) e outras.

Embora no representada no mapeamento, mesclado com essas

fisionomias comum ocorrer, especialmente nos aluvies mais frequentemente

inundados, uma vegetao de carter pioneiro em diversas fases de sucesso ou

evoluo. Partindo normalmente de uma hidrocere, tende a evoluir passando por

estgios de macrfitos aquticos, graminoso-herbceo, arbustivo, at arbreo,

medida que o terreno deixa de ser saturado dgua, podendo ou no atingir o clmax

vegetacional circundante, no caso o de Floresta Aluvial. Assim posto, fica

caracterizada na rea a existncia de duas fisionomias principais de campos de

vrzeas definidas em funo do porte, ora predominantemente herbceo, ora

arbustivo, podendo ou no apresentar muitas palmeiras em seu interior.

Floresta Ombrfila Aberta das Terras Baixas Ab

Em termos espaciais esta formao florestal a de maior ocorrncia no

Estado do Acre. Ocupa a maior parte da unidade morfoestrutural definida pelo

RADAMBRASIL (Melo, Pitthan e Almeida, 1976) como Sub-Regio dos Baixos

Plats do Amazonas, correspondente basicamente Depresso do Rio Acre - Rio

Javari, caracterizada por terrenos tercirios da Formao Solimes. Com altitudes

variando de pouco mais de 250m, prximo s fronteiras internacionais, at cerca de

100 m, nos limites com o Estado do Amazonas, esta regio mostra um relevo com

predomnio de formas colinosas.

Fisionomicamente apresenta-se com trs faciaes ou subformaes

principais: com palmeiras Abp, com bambus Abb e com cips Abc. A floresta com

26

cips, de ocorrncia mais restrita, ocupa basicamente as reas mais dissecadas das

encostas, como na borda oriental da Serra do Divisor, apresentando rvores

geralmente muito espaadas, tendo suas copas e galhos totalmente envolvidos por

elementos sarmentosos pendentes. Dentre os cips comum ocorrer escada-de-jaboti

(Bauhinia sp), timboau (Derris guianensis), mucun (Dioclea sp), cip-cruz

(Chicocca brachiata), abuta (Abuta sp) entre outros. Eventualmente, alm de cips

ocorrem epfitas de porte lenhoso conhecidos como apuis (Ficus spp) e tambm

cebola-brava (Clusia sp).

A floresta com palmeiras Abp, com ampla distribuio ocorre em

grandes pores dos relevos dissecados em colinas e cristas. A densidade das

palmeiras muito varivel, aumentando nos vales e reas aplanadas e diminuindo nas

encostas, fazendo que o espaamento entre rvores tambm se modifique, implicando

em diferenas significativas na fitomassa e potencial madeireiro. Dentre as palmeiras

predomina a paxiba-lisa (Socratea exorrhiza) em reas com lenol prximo

superfcie e diversas outras nos terrenos mais secos como aa-solteiro (Euterpe

precatoria), patau (Oenocarpus bataua), jaci (Attalea butyracea), murumuru

(Astrocaryum murumuru), paxiba-barriguda (Iriartea deltoldea), inaj (Attalea

maripa) e outras. A faciao florestal com bambus Abb, tem no Estado do Acre o seu

mximo ecolgico, tendo sido referida em excurses de botnicos e naturalistas como

Martius e Huber no final do sculo 19, ensejando especulaes quando sua origem

se natural ou antrpica. O fato que essa fisionomia atinge grandes reas, ocorrendo

basicamente com duas feies principais, no separadas devido a escala desse

mapeamento: floresta com bambus dominando e floresta com bambus dominados.

Trata-se de diferenas no muito sutis em que, no primeiro caso os bambus chegam

atingir cerca de 30 metros de altura e dimetros de at 15 20 cm, sobrepondo-se

maioria das rvores. No segundo caso, apesar de distribuio densa, os bambus tem

porte menor. Observaes de campo permitem afirmar que esta floresta tem uma

dinmica muito especial, admitindo-se tratar-se de espcies diferentes, mas tambm

estgios vegetativos diversos. Predominantemente, essa floresta caracteriza-se pela

presena de grupamentos de taboca-gigante identificada como Guadua superba.

Independentemente da fisionomia, as espcies arbreas das famlias

Sapotaceae, Annonaceae, Leguminosae, Lecytidaceae, Moraceae, Euphorbiaceae e

27

Tiliacae predominam tanto em indivduos como em nmero de espcies, destacando-

se pela alta freqncia a abiurana-seca e abiurana-vermelha (Pouteria laurifolia e

Prieurella prieurii), envira-preta (Guatteria poeppigiana), ing-xixica (Inga alba),

joo-mole (Neea sp), matamat (Eschweilera odora) e morcea-chocolate

(Pseudolmedia multinervis), dentre outras.

Regio da Campinarana (Campinas) L

Tipo de vegetao que no Brasil s encontrado na Amaznia, com o

seu core situado em sua poro ocidental norte, onde foi descrita inicialmente nas

bacias do alto rio Negro e mdio rio Branco, mas que ocorre tambm como disjunes

ecolgicas, dispersas por toda a Hilia, do Acre ao Par e tambm com penetraes na

Colmbia e Venezuela. Trata-se de um tipo de vegetao de ocorrncia muito bem

definida pelas reas de acumulaes lixiviadas e plancies com Espodossolos e

Neossolos Quartzarnicos, com formas biolgicas adaptadas a estes solos quase

sempre encharcados; florstica tpica com um domnio especfico de alguns gneros

endmicos e tambm de ectipos raquticos amaznicos que se repetem num mesmo

tipo de clima quente super mido, com precipitaes superiores a 3.000 mm anuais e

temperaturas mdias em torno dos 25oC. O Projeto RADAMBRASIL em seu

mapeamento da vegetao (Fonseca et al., 1976), utilizou o termo Campinarana, uma

denominao regional amaznica, que quer dizer falso campo, para delimitar essa

regio ecolgica que, na verdade engloba diferentes fitofisionomias, interligadas entre

si por gradientes edafoclimticos, fisionmicos e florsticos que, de acordo com o

local, recebe diferentes denominaes.

No Estado do Acre, a Campinarana se caracteriza como uma pequena

disjuno que adentra o Amazonas com correspondncia Sub-Regio das reas de

Acumulao Inundveis, existente na Superfcie Tabular de Cruzeiro do Sul, com

altitudes em torno de 150 metros, sendo parte do Domnio Morfoestrutural das Bacias

e Coberturas Inconsolidadas, de idade quaternria. Esta regio foi inicialmente

mapeada com duas fisionomias ou ecossistemas principais: arbrea densa e arbustiva,

conforme o mapeamento do Projeto RADAMBRASIL. Atualmente, com a nova

nomenclatura adotada, foi renomeada como subformao de Campinarana Florestada

sem palmeiras e subformao de Campinarana Arbustiva sem palmeiras. Com novas

28

observaes efetuadas na rea, constatou-se que tambm ocorre, subordinadamente,

as fisionomias de Campinarana Arborizada e de Campinara Gramineo-Lenhosa.

Campinarana Arbustiva Lb

Formao que representa uma fisionomia bastante aberta e baixa deste

tipo de vegetao. Localmente tambm denominada de campina. Caracteriza-se

nesta rea por uma cobertura ou revestimento integral da superfcie de solo arenoso

por gramneas e ciperaceas, almofadas de Cladonia, alem das espcies de porte

arbustivo e subarbustivo, com distribuio muito densa como: Episthufilium

parviflorum, Graffeurieda cf. rupestris, Remigea ferriginea, Lagenocarpus rigidus,

Maytenus cf. laevis, Byrsonima sp, Sandemania sp, Cupania diphylla e outras. Na

regio ocorre a subformao sem palmeiras Lbs. De forma subordinada, ou com

menor expresso, no discriminada no mapeamento. Tambm ocorre a Campinarana

Arborizada, caracterizada como uma fisionomia ainda predominantemente baixa,

porm tendo muita semelhana florstica com a fisionomia florestada. Nesta situao

as rvores maiores tem menos que 5 metros de altura. Entre as espcies identificadas

domina a Myrsinaceae Cybianthus spicatus, junto com Couma catingae, Emmotum

nitens, Walacea insignes, Lagenocarpum rigidus, Maytenus sp, Sandemania sp,

Mauritia flexuosa e outras que tambm ocorrem na formao florestada. Estes

ambientes tem como uma caracterstica principal a ocorrncia de almofadas de

Cladonia que se distribuem sobre a camada de matria orgnica com cerca de 30 cm

de espessura.

A Campinarana Florestada, por sua vez, reveste as superfcies de areia

branca nas imediaes do interflvio Ipixuna/Moa, representando a sua forma ou

fisionomia mais evoluda, caracterizada aqui como uma rea de Contato ou de Tenso

Ecolgica com a Floresta Ombrfila (Lds1 e Dse1). Apresenta um estrato arbreo

com altura entre 5 e 10 metros, onde geralmente ocorrem: Bombax sordidum,

Cybianthus spicatus, Protium heptaphyllum, Neoxythece maguire, Ocotea sp,

Retiniphyllum concolor e Episthephium parviflorum; no andar herbceo Tococa

arestida, Trichomanes pilosum, Elaphoglosum glabellum, Lindsaia schomburgkii,

alm de Cladonia sp.

29

reas de Tenso Ecolgica ou Contatos Florsticos

Entre duas ou mais regies ecolgicas ou tipos principais de vegetao

existem sempre, ou pelo menos na maioria das vezes, comunidades indiferenciadas

onde as floras se interpenetram constituindo as reas de transio florstica, ou

contatos edficos. O primeiro caso se refere ao mosaico especfico ou ao prprio

ectono (mistura) de Clementes (1949, apud IBGE, 1992). O segundo caso, se refere

ao mosaico de reas edficas, onde cada encrave guarda sua identidade ecolgica

sem se misturar (Veloso et.al, 1973, apud IBGE, op. cit.), sendo que, neste caso, sua

separao puramente uma questo de escala.As caractersticas fisionmicas das

reas de Tenso Ecolgica esto representadas na rea do Estado do Acre pelo

Contato Campinarana/Floresta Ombrfila, na forma de encraves - LO, sendo que a

forma mistura, apesar de existir, no apresentou dimenses para mapeamento, nesta

escala.Assim, os aspectos florsticos e estruturais que caracterizam estes contatos so

sempre refletidos ou definidos pela formao predominante, j descritos

anteriormente.

30

Tabela 1 - Populao rea e densidade demogrfica

ESTADO POPULAO(milhares)

REA(milhares de km2)

NOMUNICPIOS

DENSIDADE DEMOGRFICA(hab/km2)

ACRE 557 153 22 3,6AMAZONIA LEGAL 21.055 5.019 762 4,2

Fonte:: IBGE (2000)

Tabela 2 -. Situao fundiria (1996-2002)

ESTADO SITUAO FUNDIRIA (% da Amaznia Legal)TERRAS PRIVADAS REAS PROTEGIDAS TERRAS DEVOLUTAS OU PRIVADAS EM

DISPUTAACRE 22 36 43AMAZONIA LEGAL 24 29 47

Tabela 3 - Uso do solo nas reas privadas (1996)

USO DO SOLO NAS PROPRIEDADES (%)ESTADOS PASTAGENS CULTURAS

ANUAISCULTURAS PERENES TERRAS ABANDONADAS FLORESTAS

ACRE 19 3 1 2 75AMAZONIA LEGAL 42 6 1 3 48

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Tabela 4 - Desflorestamento na Amaznia Legal

ESTADOS % ORIGINAL DA COBERTURA VEGETAL DESFLORESTAMENTO (% da rea total01998 1999 2000 2001 2002

ACRE 98,4 9,6 10,1 10,3 10,6AMAZONIA LEGAL 72,6 11,0 11,4 11,7 12,1 12,6

Tabela 5 - Volume de madeira explorado e renda bruta da atividade madeireira na Amaznia Legal (1998)

ESTADO PRODUO PROCESSADAN. PLOSMADEIREIROS

N. EMPRESAS VOLUME TOTAL EXPLORADO RENDA BRUTA (US$MILHES)

ACRE 1 35 200 18,2AMAZONIA LEGAL 72 2.570 28.260 2.497,1

Tabela 6 - Madeira Processada na Amaznia Legal (1998)

ESTADO PRODUO PROCESSADA (%)SERRADA BENEFICIADA

(APARELHADA)LAMINADOS ECOMPENSADOS

PROD.PROCESSADA(1.000.000m3)

ACRE 82 12 6 75AMAZONIA LEGAL 68 11 21 10.792

32

Tabela 7 - Tipo de empresas madeireiras (1998)

ESTADO QUANTIDADE E TIPO DE MADEIREIRASERRARIAS CIRCULARES SERRARIAS(SERRA-FITA) LAMINADORAS FBRICA DE COMPENSADOS TOTAL

ACRE - 24 - 1 25AMAZONIA LEGAL 833 1.463 175 99 2.590

Tabela 8 - Porte das empresas madeireiras

ESTADO PORTE DAS MADEIREIRASMICRO PEQUENAS MDIAS GRANDES TOTAL

ACRE 1 7 16 1 25AMAZONIA LEGAL 879 483 823 385 2.570

Tabela 9 - Empregos diretos gerados pelo setor madeireiro da Amazonia Legal (1998)

ESTADO EMPREGOS DIRETOS (em milhares)EXPLORAOFLORESTAL

SERRARIAS LAMINADORAS EFBRICA DECOMPENSADOS

EXPORTADORAS EBENEFICIADORAS

TOTAL

ACRE 0,3 0,5 0,1 - 0,9AMAZONIA LEGAL 45,2 46,5 31,6 4,0 127,3

33

Tabela 10 - Pessoal ocupado por segmento econmico da Amazonia Legal (1996 e 2000)

ESTADO Pessoal ocupado por setor econmico (milhares de pessoas)INDUSTRIA COMRCIO SETORES

PBLICOSOUTROSSETORES

AGRICULTURAE PECURIA

TOTAL

ACRE 4 12 34 16 93 159AMAZONIA LEGAL 276 426 562 527 3.539 5.330

Tabela 11 - Participao das florestas plantadas nas propriedades privadas (1996)

ESTADO REA TOTAL (em milhares de hectares)FLORESTAS PLANTADAS TOTAL DE REAS PRIVADAS

ACRE 11,3 3.183AMAZONIA LEGAL 349,78 120.770

Tabela 12 - Responsvel pela explorao madeireira na Amaznia (1998)

ESTADO RESPONSVEL PELA EXPLORAO MADEIREIRA (%) TOTAL (milhares de m3)Empresas Madeireiras Terceiros

ACRE 80 20 200TOTAL (%) 49 51 100

TOTAL (milhares de m3) 13.491 14.569 28.260

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Tabela 13 - Tipos de arraste usados na explorao madeireira na Amaznia Legal (1998)

ESTADO SISTEMA DE EXPLORAO (% DO VOLUME EXTRADO)Trator skidder Trator de

esteiracatraca Trator agrcola Manual Submersa

ACRE 6 - 11 83 - -AMAZONIA LEGAL 31 28 8 29 2 2

Tabela 14 - Origem da matria-prima florestal na Amaznia Legal (1998)

ESTADOS ORIGEM DA MATRIA-PRIMA (% DO TOTAL EXPLORADO)REAS PRPRIAS REAS DE TERCEIROS TOTAL (milhares m3)

ACRE 3 87 200AMAZONIA LEGAL 28 72 28.260

Tabela 15 - Situao Legal dos Planos de Manejo na Amaznia Legal, 1998

ESTADO N. DE PLANOS DE MANEJO REA TOTAL (1.000KM 2)PTOS SUSPENSOS OUTROS TOTAL PTOS SUSPENSOS OUTROS TOTAL

ACRE 5 6 23 34 46 77 52 175TOTAL 866 1.128 812 2.806 1.766 1.709 551 4.026

35

Tabela 16 - Situao Legal dos Planos de Manejo na Amaznia Legal, 2000

ESTADO N. DE PLANOS DE MANEJO REA TOTAL (1.000KM 2)PTOS SUSPENSOS OUTROS TOTAL PTOS SUSPENSOS OUTROS TOTAL

ACRE 7 1 14 22 3 1 3 7TOTAL 389 361 72 822 185 187 31 403

Tabela 17 - Situao Legal dos Planos de Manejo na Amaznia Legal, 2001

ESTADO N. DE PLANOS DE MANEJO REA TOTAL (1.000KM 2)PTOS SUSPENSOS OUTROS TOTAL PTOS SUSPENSOS EM

RECOMPOSIOTOTAL

ACRE 15 2 - 17 7 6 - 13TOTAL 549 459 51 1.059 340 219 47 606

36

Tabela 18 - Florestas Nacionais Existentes na Amaznia (2002)

FLORESTAS NACIONAIS CRIAO REA (km2)Altamira (PA) 1998 6.880Amap (AP) 1989 4.120Amazonas (AM) 1989 787Bom Futuro (RO) 1988 2.450Carajs (PA) 1988 4.119Caxiuan (PA) 1967 2.000Humait (AM) 1998 4.401Itacaiunas (PA) 1998 1.414Itaituba I (PA) 1998 2.200Itaituba II (PA) 1998 4.404Jamari (RO) 1984 2.138Jatuarana (AM) 2002 8.370Macau (AC) 1988 1.725Mapi-Inauini (AM) 1989 3.070Mulata (PA) 2001 2.034Pau-Rosa (AM) 2001 8.019Purus (AM) 1988 2.202Roraima (RR) 1989 102Santa Rosa do Purus (AC) 2001 1.595So Francisco (AC) 2001 206Sara-Taquera (PA) 1989 4.296Tapajs (PA) 1974 6000Tapirap Aquiri (PA) 1989 910Tef (AM) 1989 10.200Xi (AM) 1990 35Xingu (PA) 1998 2.528REA TOTAL DAS FLONAS 86.204

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Tabela 19 - Florestas Nacionais e Florestas Estaduais em processo de criao na Amaznia

FLONAS EM CRIAO UF REA (km2)Acari AM 5.182Balata-Tufari AM 6.713Pombal PA 930Rio Novo PA 800Crepori PA 2.502Alala AM 2.650Sucunduri AM 8.371Roraima RR 900Jacand RO 2.980Anau RR 2.601Paredo RR 900Jauaperi RR 2.361FLONAS EM CRIAO UF REA (km2)Rio Gregrio AC 4.400Maus AM 4.300REA TOTAL EMCRIAO

45.590

38

Tabela 20 Reservas Extrativistas

RESEX UF AN0 DE CRIAO REA (km2)FEDERAIS 38.209Alto Juru AC 1990 5.062Alto Tarauac AC 2000 1.512Baixo-Juru AC 2001 1.880Chico Mendes AC 1990 9.683Rio Preto/Jacund RO 1996 953REA TOTAL DAS RESEXs (km2) 44.459

Tabela 21 - reas florestais nativas certificadas pelo FSC na Amaznia 2003

PROPRIETRIO FLORESTAL MUNICPIO/UF REA CERTIFICADA (ha)Associao Indgena Bep Noi Nova Marab (PA) 44.000Cikel Brasil Verde S/A Paragominas (PA) 140.658Emapa Exportadora de Madeira do Par Afu (PA) 12.000Gethal Amazonas S/A Manicor (AM) 40.862Juru Florestal Ltda Tailndia e N. Repartimento (PA) 36.999Lisboa Madeireira Ltda. Portal (PA) 45.738Porto Dias Acrelndia (AC) 4.209Precious Wood Amazon (Mil Madeireira) Itacoatiara (AM) 80.571Seringal Cachoeira Xapuri (AC) 900TOTAL REAS CERTIFICADAS 405.937

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Tabela 22 - Mercado de madeira processada (m3) na Amazonia Legal (1998)

ESTADO MERCADO DE MADEIRA (em milhares de m3 processados)R. SUL S. PAULO SUDESTE* R. NORD. R. NORTE EXTERIOR OUTROS TOTAL

ACRE 9 14 5 - 46 0,5 0,5 75AMAZONIA LEGAL 2.425 2.103 1.972 1.425 754 1.603,5 509,5 10.792

exclui S. Paulo

Tabela 23 - Mercado de madeira processada (%) na Amaznia Legal (1998)

ESTADO MERCADO DE MADEIRA (% DA PRODUO ANUAL PROCESSADA)R.G.SUL S. PAULO SUDESTE* R. NORD. R. NORTE EXTERIOR OUTROS ESTADOS

ACRE 12 19 7 - 61 0,5 0,5AMAZONIA LEGAL 22 20 18 13 7 14 6

* Exclui S. Paulo

Tabela 24 - Composio da produo de madeira serrada (1998)

ESTADOS CLASSE DE VALOR MADEIREIRO (% DA PRODUO)ALTO MDIO BAIXO

ACRE 30 60 10

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Tabela 25 -Empregos gerados pelas marcenarias e indstrias moveleiras da Amazonia Legal (1998)

ESTADOS NMERO DE EMPREGOS GERADOSPRODUTOS DE MADEIRA INDSTRIA DE MVEIS ARTIGOS DE MOBILIRIO TOTAL

ACRE 905 281 234 1.420

AMAZONIA LEGAL 74.315 10.791 7.728 92.834

41

Referncias

ACRE. Governo do Estado do Acre. Programa Estadual de Zoneamento Ecolgico-Econmico:

Indicativos para a Gesto territorial do Acre. Rio Branco, SECTMA, 2000. v3.

Arajo, E.A. et al. Uso da terra e propriedades fsicas e qumicas de argissolo distrfico na Amaznia

Ocidental. Ver. Bras. Ci. Solo. 28:307-315.

Espirito Santo, F.B.; Silva, B.S.G; Shimabokuro, Y.E. Deteco da dinmica da floresta de bambu no

sudoeste do Acre com uso de processamento digital de imagens de satlite. In: SIMPSIOI

BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 11, Belo Horizonte, 2003. Anais. Belo Horizonte,

INPE, p. 649-656.

IBGE. Estado do Acre vegetao. Mapa na escala 1: 1.000.000., Rio de Janeiro, IBGE, 2005.

Manhago, H.; Barreto, R.A.A. & Pastore, U. As regies fitoecolgicas, sua natureza e seus recursos

econmicos. Estudo Fitogeogrfico. In : BRASIL, Departamento Nacional.

Projeto RADAM. Folha SA.20 MANAUS.

SILVA, J. A. As funes do Estado na rea de florestas. Rio de janeiro, Floresta e Ambiente. 2001.

1:223-226.

SILVA, T.C. et. al. Projeto de Proteo ao meio Ambiente e s Comunidades Indgenas. PMACI. Rio de

Janeiro, IBGE, 1990. 115p.

42

Equipe tcnica

Diretoria de Geocincias

Coordenao de Recursos Naturais e Estudos AmbientaisCelso Jos Monteiro Filho

Unidade Estadual do IBGE no ParAntnio Jos de Souza Biffi

Gerncia do Projeto Levantamento e Classificao da Cobertura e do Usoda TerraEloisa Domingues

Gerncia de Recursos Naturais e Estudos Ambientais da UnidadeEstadual do ParPedro Edson Leal Bezerra

Superviso tcnica da Unidade Estadual do Par Eduardo da Silva Santos

Elaborao do relatrioLuiz Carlos de Oliveira Filho

Projeto Levantamento e Classificao da Cobertura e do Uso dPotencial Florestal do Estado do AcreRelatrio TcnicoResultados PreliminaresORGOS ESPECFICOS SINGULARES

Diretoria de GeocinciasUNIDADE RESPONSVELCoordenao de Recursos Naturais e Estudos Ambientais

Ministrio do Planejamento, Oramento e GestoInstituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGEDiretoria de GeocinciasCoordenao de Recursos Naturais e Estudos AmbientaisProjeto Levantamento e Classificao da Cobertura e do Uso dPotencial Florestal do Estado do AcreRelatrio TcnicoResultados PreliminaresRio de Janeiro2005SUMRIO

ResumoApresentaoSmula histricaReviso de literaturaCaracterizao geral da rea

Regio da Floresta Ombrfila Densa (Floresta Pluvial TropicaFloresta Ombrfila Densa Submontana DsFloresta Ombrfila Aberta Aluvial - AaFloresta Ombrfila Aberta das Terras Baixas Ab

reas de Tenso Ecolgica ou Contatos FlorsticosAMAZONIA LEGALAMAZONIA LEGAL

USO DO SOLO NAS PROPRIEDADES (%)DESFLORESTAMENTO \(% da rea total0AMAZONIA LEGALESTADO

PRODUO PROCESSADAESTADOACREESTADO

QUANTIDADE E TIPO DE MADEIREIRATOTALESTADO

PORTE DAS MADEIREIRASACREAMAZONIA LEGALESTADOTOTALESTADO

Pessoal ocupado por setor econmico (milhares de pessoas)ACREAMAZONIA LEGALTOTAL (milhares de m3)

FLONAS EM CRIAOUFAMAZONIA LEGAL

ESTADOSNMERO DE EMPREGOS GERADOSReferncias

Equipe tcnicaCoordenao de Recursos Naturais e Estudos AmbientaisGerncia do Projeto Levantamento e Classificao da Cobertur