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Vol. 1
Marcas sobre Convivncia e Resistncia
Potencialidades do Bioma Caatinga
Organizadores Alecksandra Vieira de Lacerda
Azenate Campos Gomes
Hugo Morais de Alcntara
Organizadores Alecksandra Vieira de Lacerda
Azenate Campos Gomes
Hugo Morais de Alcntara
Potencialidades do Bioma Caatinga
Marcas sobre Convivncia e Resistncia
Ituiutaba, MG
Agosto/2016
Alecksandra Vieira de Lacerda / Azenate Campos Gomes / Hugo Morais de Alcntara
(Orgs.), 2016.
Alecksandra Vieira de Lacerda / Francisca Maria Barbosa / Azenate Campos Gomes
(Orgs.), 2016.
Arte Grfica e editorao: Alecksandra Vieira de Lacerda e Leandro Pedro
Arte da capa: Alecksandra Vieira de Lacerda
Editor da obra: Anderson Pereira Portuguez
Correo gramatical e ortogrfica: Wandson Vagner Azevedo Souza
Contatos:
E-Books Barlavento
CNPJ: 19614993000110. Prefixo editorial: 68066 / Brao editorial da Sociedade Cultural e
Religiosa Il As Bab Olorigbin.
Rua das Orqudeas, 399, Cidade Jardim, CEP 38.307-854, Ituiutaba, MG.
Tel: 55-34-32689168 e 55-34-88629391
Conselho Editorial:
Mical de Melo Marcelino (Editor-chefe)
Anderson Pereira Potuguez (Editor da Obra)
Antnio de Oliveira Junior
Claudia Neu
Giovanni de Farias Seabra
Hlio Carlos Miranda de Oliveira
Leonor Franco de Arajo
Maria Izabel de Carvalho Pereira
Jean Carlos Vieira Santos
Potencialidades do Bioma Caatinga: marcas sobre convivncia e
resistncia. Alecksandra Vieira de Lacerda / Azenate Campos Gomes /
Hugo Morais de Alcntara (Organizadores). Ituiutaba: Barlavento,
2016. Vol. III. 123p.
ISBN: 978-85-68066-33-1
I Alecksandra Vieira de Lacerda. II Azenate Campos Gomes. III
Hugo Morais de Alcntara. IV Diversos autores
1. Riquezas Naturais; 2. Sustentabilidade; 3. Semirido
Os contedos a formatao de referncias e as opinies externadas nesta obra so de
responsabilidade exclusiva dos autores de cada texto.
Todos os direitos de publicao e divulgao em lngua portuguesa esto reservados
Editora
Barlavento e aos organizadores da obra.
Ituiutaba, MG
5
APRESENTAO
As marcas que definem o Bioma Caatinga vm sendo edificadas pela sua significativa
diversidade biolgica e paisagstica, o que determina diretamente a riqueza cultural dos atores
sociais da regio. Neste ambiente ocorre o milagre da vida que se ressalta a cada estao com a
chegada das guas, e que estrategicamente fica dormente nos longos perodos de estiagem.
Por seu aspecto desolador na maior parte do ano, percebida por alguns como pobre, seca,
hostil e espinhenta. Mas, para os olhos de quem a enxerga alm da aparncia, um lugar mgico e
encantador onde vida e beleza explodem em abundncia e numa rapidez e eficincia inigualveis.
Diante deste tesouro, nossa misso respeitar, amar e cuidar no apenas de forma pontual e
isolada, mas permanentemente lutarmos por sua conservao enquanto Catingueiros que se
orgulham de um patrimnio que no apena seu, mas tambm de toda a humanidade. Assim,
assumindo esta misso, foi executado o I Seminrio Regional sobre Potencialidades do Bioma
Caatinga. Proposto como uma referncia ao Dia Nacional da Caatinga (28 de abril), o objetivo geral
do evento foi promover uma significativa exposio de saberes e prticas voltadas para as
potencialidades regionais e difundir estratgias de convivncia no Bioma Caatinga. Nesse sentido,
considerando as suas significativas potencialidades, as quais devem ser evidenciadas e trabalhadas,
torna-se perceptvel a real necessidade de maiores investimentos em aes que busquem expor as
riquezas dessa regio. Os eixos temticos ofertaram sustentao s questes centrais sobre
convivncia e resistncia, direcionando assim as diretrizes para a construo dos trabalhos
acadmicos e cientficos apresentados nos artigos deste livro.
Portanto, o livro Potencialidades do Bioma Caatinga: marcas sobre convivncia e resistncia
se configura como um instigante convite para um passeio atravs do tempo e do espao pelas
estradas da Caatinga no Semirido Brasileiro.
Os Organizadores
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REFLEXO E REFERNCIA POTICA
Caatingus
Falar o Caatingus historiar as Caatingas em palavras, que modelam seus espaos e suas vidas
entrelaadas por uma teia de prticas e saberes que se fortalecem no sonho e na realidade de
Caatingueiros Guerreiros, que lutam com armas faladas para ofertar visibilidade a uma terra que
transpira potencialidades.
Caatinga: uma Riqueza Escondida
Seca que encanta pela oferta de Resistncia
Vida que no est morta, mas, em Dormncia
Sol fonte de luz que se reveste em Eficincia
Solo propriedades que resultam em Resilincia
gua recurso em Suficincia
Caatingueiros almas e corpos direcionados por uma Vivncia
Uma Terra, um sonho, um amor, Uma Potncia.
(Alecksandra Vieira de Lacerda)
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SUMRIO
As unidades de conservao sob a percepo dos alunos do ensino mdio de So Jos dos Cordeiros
PB ...................................................................................................................................................... 8
Ecoescola - ensinar e aprender a reutilizar ......................................................................................... 15
O Rio Tapero como contexto para o ensino na educao de jovens e adultos ................................. 21
Educao ambiental expressa em projetos sociais de ONGs no Semirido ...................................... 25
A pirmide alimentar como recurso didtico para o processo ensino-aprendizagem em escola da
zona rural de Cajazeiras-PB ............................................................................................................... 31
Educao ambiental no Bioma Caatinga: percepo ambiental de educandos em uma escola pblica
na cidade de Santa Helena, Serto paraibano .................................................................................... 36
Educao ambiental e sistema agrossilvopastoril: uma experincia no Cariri paraibano ................. 41
Educao ambiental no contexto do semirido: a experincia da formao continuada de
professor@s das escolas de Sum-PB ............................................................................................... 46
O meio ambiente na concepo de estudantes do ensino mdio De uma escola pblica ................. 52
Percepo ambiental de alun@s do curso de especializao Em educao ambiental para o
semirido ........................................................................................................................................... 57
Produo de vdeos educativos sobre meio ambiente no Semirido como ferramenta de
aprendizagem para alunos de qumica .............................................................................................. 63
Sensibilizao de pessoas quanto a valorao do horto Florestal olho dgua da bica, municpio de
Cuit, Paraba .................................................................................................................................... 68
Um olhar sobre os olhares discente acerca da biodiversidade aqutica do Rio Tapero .................. 76
Avaliao do nvel de conhecimento dos professores do Municpio de Sum/Pb em relao
temtica educao Ambiental (EA) .................................................................................................. 81
Elos da educao ambiental sustentvel para o bioma Caatinga (Semirido paraibano) ................. 87
A educao planetria em espaos no formais de Educabilidades no Semirido ......................... 102
Uma proposta de educao ambiental a partir do resgate Histrico da bacia hidrogrfica do Rio
Apodi-Mossor ............................................................................................................................... 118
8
AS UNIDADES DE CONSERVAO SOB A PERCEPO DOS ALUNOS
DO ENSINO MDIO DE SO JOS DOS CORDEIROS PB
1Azenate Campos GOMES
2Alecksandra Vieira de LACERDA
Maria da Gria Lopes FRAGOSO
Joo Paulo Pereira de LIMA
Karlla Karen da SILVA
1Mestranda no Programa de Ps Graduao em Agronomia PPGA/CCA/UFPB; E-mail para correspondncia -
[email protected]; 2Professora adjunta CDSA/UFCG;
3Graduando CDSA/UFCG.
RESUMO: As unidades de conservao tm como funo preservar e conservar o patrimnio
biolgico existente nos ecossistemas do territrio nacional. Assim, de extrema importncia que as
escolas trabalhem essa temtica, como forma de auxiliar na conscientizao dos alunos sobre a
relevncia das Unidades de Conservao. Este trabalho teve como objetivo analisar a percepo dos
alunos do ensino mdio de So Jos dos Cordeiros - PB, a cerca das Unidades de Conservao e
Reservas Particular do Patrimnio Natural (RPPNs). A pesquisa foi realizada na E.E.E.F.M.
Bartolomeu Maracaj em maio de 2013, com todos os alunos do ensino mdio. Para a anlise do
conhecimento dos alunos sobre Unidades de Conservao e RPPNs, foi aplicado um questionrio
semiestruturado contendo 4 perguntas, o qual foi analisado por meio de grficos gerados no
programa Excel@
2007. Os resultados mostraram que apenas 34% dos alunos sabem o que so
Unidades de Conservao, 26% sabem o que so RPPNs e 48% sabem os tipos de atividades que
so permitidas em RPPNs. Um percentual que varia de 16% a 26% afirmam no saber nada a cerca
das temticas questionadas. Portanto, frente importncia das Unidades de Conservao urgente a
necessidade de implantao de estratgias de educao ambiental nas escolas que abordem a
referida temtica.
Palavras-chave: Conservao, uso sustentvel, educao do ambiente
ABSTRACT: Protected areas teem as a function preserving and conserving the biological heritage
existing in the national territory ecosystems. Thus, it is extremely important that schools work this
theme, as an aid in the awareness of students about the importance of conservation units. This study
aimed to analyze the perceptions of high school students from So Jos dos Cordeiros - PB, about
the Conservation and Private Natural Heritage Reserves (RPPNs) Units. The survey was conducted
in E.E.E.F.M. Bartolomeu Maracaj in May 2013 with all high school students. For the analysis of
students knowledge about and RPPNs Conservation Units, a semistructured questionnaire
containing four questions, which was analyzed by means of graphs generated in Excel @ 2007
program was implemented. The results showed that only 34% of students know What is
Conservation Units, 26% know what they are RPPNs and 48% know the types of activities that are
allowed in private reserves. A percentage ranging from 16% to 32% claim to know nothing about
the questioned topics. Therefore, forward the importance of protected areas is an urgent need to
implement environmental education strategies in schools that address that issue.
Keywords: Conservation, sustainable use, environmental education
9
INTRODUO
As unidades de conservao (UCs) so espaos territoriais, incluindo seus recursos
ambientais, com caractersticas naturais relevantes, que possuem a funo de assegurar a
representatividade de amostras significativas e ecologicamente viveis das diferentes populaes,
habitats e ecossistemas do territrio nacional e das guas jurisdicionais, preservando o patrimnio
biolgico existente (BRASIL, 2004).
Conforme o Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC), as Unidades de
Conservao (UC) so legalmente criadas pelos governos federal, estadual e municipal, aps a
realizao de estudos tcnicos dos espaos propostos e quando necessrio consulta populao.
As UCs so divididas em Unidades de Proteo Integral, que tem como principal objetivo a
proteo da natureza, que possui normas muito restritivas e em Unidades de Proteo de Uso
Sustentvel, a qual visa conciliar a conservao da natureza com o uso sustentvel dos recursos
naturais.
As Unidades de Conservao de Uso Sustentvel so divididas em 7 categorias, ou seja,
rea de Relevante Interesse Ecolgico, Floresta Nacional, Reserva de Fauna, Reserva de
Desenvolvimento Sustentvel, Reserva Extrativista, rea de Proteo Ambiental e Reserva
Particular do Patrimnio Natural (RPPN). Conforme So Paulo (1998), a criao de unidades de
conservao uma estratgia poltica adotada como forma de possibilitar a conservao dos
ecossistemas naturais, uma vez que considerada uma via efetiva de proteo dos processos
ecolgicos fundamentais. Essas reas podem se constituir em importantes espaos pedaggicos e
so campos privilegiados para o desenvolvimento de aes em Educao Ambiental
(SAMMARCO, 2009).
A educao do ambiente gera reflexes sobre as prticas educativas e com isso abre novos
caminhos para um dilogo de saberes e de aprendizagem no campo social. Para a eficcia da
educao escolar, com a formao de sujeitos crticos, necessrio partir da realidade dos alunos.
Dessa forma possvel que os mesmos despertem para a importncia dos recursos que os cercam
atravs de uma educao contextualizada.
Este trabalho teve como objetivo analisar a percepo dos alunos do ensino mdio de So Jos
dos Cordeiros - PB, a cerca das Unidades de Conservao e Reservas Particular do Patrimnio
Natural (RPPNs).
10
METODOLOGIA
O trabalho foi realizado no Municpio de So Jos dos cordeiros, localizado no Cariri
Ocidental Paraibano. So Jos dos cordeiros possui 3.749 habitantes distribudos em 417,745 Km2
(IBGE, 2010). Neste Municpio est localizada a maior parte de uma das principais Unidades de
Conservao de Uso Sustentvel do Bioma Caatinga - a RPPN Fazenda Almas, que possui
aproximadamente 3.500ha, sendo que uma pequena rea desta Unidade localiza-se no Municpio de
Sum - PB .
A regio na qual est inserida a RPPN caracterizada por possuir baixos ndices
pluviomtricos e alto nvel de degradao da vegetao natural. Esta Unidade uma das poucas
reas intactas na regio, a quarta maior RPPN do Bioma Caatinga e a maior do estado da Paraba
(FUMBIO, 2013).
A zona urbana do Municpio de So Jos dos Cordeiros conta com uma escola Municipal,
uma escola Estadual e o Centro educacional de jovens e adultos (CEJA). O ensino mdio
lecionado apenas na escola estadual. A pesquisa foi realizada especificamente na E.E.E.F.M.
Bartolomeu Maracaj em maio de 2013, com todos os alunos do ensino mdio que totalizam 50.
Para a anlise do conhecimento dos alunos sobre Unidades de Conservao e RPPNs, foi
aplicado um questionrio semiestruturado contendo as seguintes perguntas: I Voc sabe o que so
Unidades de Conservao; II Voc sabe o que so RPPNs; III Voc sabe se existe RPPN no seu
Municpio; IV Quais as atividades permitidas em RPPNs. Cada pergunta continha 5 alternativas,
sendo apenas uma a correta. Os dados foram tabulados em planilha do Excel@
2007 e analisados
mediante a gerao de grficos.
RESULTADOS E DISCUSSO
Os resultados mostraram que os alunos do ensino Mdio da E.E.E.F.M. Bartolomeu Maracaj
detm pouco conhecimento acerca das Unidades de Conservao (Figura 1), embora compartilhem
de um Municpio que possui umas das principais Unidades de Conservao de Uso Sustentvel do
Bioma Caatinga (FUMBIO, 2013).
11
Figura 1 - Conhecimento dos alunos da E.E.E.F.M. Bartolomeu Maracaj sobre Unidades de Conservao
Fonte: Dados da pesquisa
Apenas 34% dos alunos definiram de forma correta as Unidades de Conservao, alegando
ser reas que asseguram a representatividade de amostras significativas dos ecossistemas, 16%
afirmaram no saber do que se trata as Unidades de Conservao e 50% opinaram erroneamente,
sendo que destes,18% associaram as Unidades de Conservao rea de proteo integral e 32% a
qualquer tipo de rea que um proprietrio deseje conservar. Relacionado ao conceito de RPPNs os
alunos tambm mostraram pouco conhecimento (Figura 2).
Figura 2 - Conhecimento dos alunos da E.E.E.F.M. Bartolomeu Maracaj sobre RPPNs
Fonte: Dados da pesquisa
12
Conforme a Figura 2 apenas 26% dos alunos apontaram a definio correta de RPPNs,
embora o significado das prprias siglas j indiquem parte da definio atravs do termo
particular, o que indica tambm a dificuldade que os alunos tm na interpretao de
questionamentos. 32% afirmaram no saber o que so RPPNs e 42% opinaram a definio errada,
sendo que 18% relacionaram s Unidades de Preservao e 24% s Unidades de Conservao de
domnio pblico. Relacionado s atividades permitidas em reas de RPPNs encontra-se na Figura 3
o nvel de conhecimento dos alunos.
Figura 3 - Conhecimento dos alunos da E.E.E.F.M. Bartolomeu Maracaj sobre RPPNs
Diferentemente dos demais questionamentos, os alunos demonstraram deter um pouco mais
de conhecimento a cerca do que permitido em reas de RPPNs, pois 48% afirmaram ser reas que
podem ser realizadas atividades de pesquisa e turismo, o que pode estar relacionado ao fato de68%
saberem da existncia de uma RPPN no Municpio de So Jos dos Cordeiros e consequentemente
de algumas restries de uso. 22% dos alunos afirmaram no saber que tipo de ao permitido e
28% apontaram informaes erradas, sendo que 2% indicou que permitido extrativismo, 12% que
permitido qualquer tipo de atividade e 14% apenas preservao. Relacionado ao total de erros e
acertos a cerca dos questionamentos de Unidades de Conservao e reas de RPPNs encontra-se na
Figura 4 a representatividade dos mesmos.
Fonte: Dados da pesquisa
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Figura 4 - Conhecimento dos alunos da E.E.E.F.M. Bartolomeu Maracaj sobre RPPNs
Fonte: Dados da Pesquisa
Relacionado aos maiores valores observados, dos questionamentos abordados 50% dos alunos
mostraram que no sabem a definio de Unidades de Conservao seguido de 42% que
desconhecem o significado de RPPNs, 48% revelaram saber os tipos de atividades permitidas em
RPPNs. O nmero de pessoas que no sabem nada das temticas abordadas ainda grande, levando
em considerao a presena de uma unidade dentro do Municpio, pois o percentual variou de 16 a
26%.
Para Oliveira, Imbernon e Gonalves (2012), as escolas, tm papel fundamental no processo
conservacionista, pois esto em contato direto com a comunidade e correspondem ao local por
excelncia no processo de educao e formao. O autor acrescenta ainda que sem uma formao
especifica e direcionada aos professores dentro da escola o trabalho da escola torna-se pobre e sem
continuidade, alm de superficial no processo da Educao Ambiental.
Portanto urgente a necessidade de implantao de estratgias de educao ambiental nas
escolas que abordem a temtica das Unidades de Conservao e RPPNs bem como suas funes e
importncia, tendo em vista a carncia de conhecimento dos alunos a cerca das mesmas.
14
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BRASIL. Sistema Nacional de Unidades de Conservao (SNUC). Ministrio do Meio
Ambiente. Unidades de Conservao. 2000. Disponvel em: . Acesso em: 18 de junho de 2014.]
FUNDO BRASILEIRO PARA A BIODIVERSIDADE (FUMBIO) (Brasil). Consolidao e
Conservao da RPPN Fazenda Almas Paraba. 2013. Disponvel em:
.
Acesso em: 18 jun. 2014.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. IBGE Cidades. 2010.
Disponvel em:
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=251480&search=paraiba|sao-jose-
dos-cordeiros.. Acesso em 14 de maio de 2014.
OLIVEIRA, Cau Nascimento de; IMBERNON, Rosely Aparecida Liguori; GONALVES, Pedro
Wagner. Educao Ambiental em Unidades de Conservao: a ao docente e o papel da escola na
Estao Ecolgica Juria-Itatins (EEJI), SP, Brasil. In: VIII ENCONTRO NACIONAL DE
PESQUISA EM EDUCAO E CINCIA, 8., 2011, So Paulo.Anais... . Campinas: Abrapec,
2011. p. 1 - 9.
SAMMARCO, Y. M. Educacin ambiental y paisaje en los espacios naturales protegidos de Brasil:
contribuiciones a la construccin del documento Encea (Estrategias Nacionales de comunicacin y
EA para el SNUC). In: MEIRA-CARTEA, P. A. et al. Educacin ambiental: investigando sobre la
prctica. Organismo Autnomo Parques Nacionales, 2009. p. 202-225.
SO PAULO. Proposta para a discusso do Sistema Estadual de Unidades de
Conservao. So Paulo: Secretaria do Meio Ambiente, 1998. 266 p. (PROBIO/SP). Documentos
ambientais.
http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=251480&search=paraiba|sao-jose-dos-cordeiroshttp://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=251480&search=paraiba|sao-jose-dos-cordeiros
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ECOESCOLA - ENSINAR E APRENDERA REUTILIZAR
Maria Jos Flix de FARIAS
Messias Alexandre Ramos da SILVA
Ilza Maria do Nascimento BRASILEIRO 4Djane de Ftima OLIVEIRA
Graduada em Biologia/ Governo da Paraba - e-mail para correspondncia [email protected]; Graduado em
Qumica/ Prefeitura Municipal de Sum; Professora UFCG/CDSA; 4 Professora UEPB/CCT/CG
RESUMO: Trabalhar educao ambiental significou para pessoas a oportunidade de construrem
uma nova relao com a natureza e o planeta. Ecoescola: ensinar e aprender a reutilizar reconheceu
as responsabilidades individuais e coletivas para esse tema, planejou aes que contriburam para as
transformaes de qualidade de vida na escola e na comunidade e levou um modelo de inter-relao
com o meio ambiente. O projeto implantou na escola uma horta vertical e horizontal com diversas
vantagens, tais como: reutilizou garrafas PETs 2 L e garrafes de gua mineral 20 L,produziu
hortalias agroecolgicas,permitiu a colaborao dos alunos enriquecendo o conhecimento,
estimulou o interesse destes pelos temas desenvolvidos com a horta de forma interdisciplinar com o
componente curricular Biologia e o macro campo Iniciao Cientfica e Pesquisa, promoveu assim
um espao verde e uma relao coletiva que buscou a sustentabilidade e a formao de um cidado
mais consciente.
Palavras-chave:Ecoescola, educao ambiental, garrafas PETs
ABSTRACT: Working environmental education meant for people the opportunity to build a new
relationship with nature and the planet. Ecoescola: teaching and learning to reuse recognized the
individual and collective responsibilities for this theme, planned actions that contributed to the
changes in quality of life at school and in the community and took a model of inter - relationship
with the environment. The project implemented in school a vertical and horizontal garden with
several advantages , such as reused PET bottles and 2 L bottles of mineral water 20 L,
agroecological produced vegetables , enabled collaboration enriching students' knowledge ,
stimulated interest by developed these themes garden with an interdisciplinary way with the
curricular component Biology and macro Scientific Research Initiation field, thereby promoted a
green space and a collective relationship that sought to sustainability and the formation of a more
conscious citizen.
Keywords: Ecoschool, environmental education, PET bottles
INTRODUO
Os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) incorporam na educao nacional uma
poltica centrada na cidadania, escola e professor detm um papel transformador, partindo de um
despertar de conscincia onde cada pessoa desenvolva uma prtica de vida voltada principalmente
para construo de um mundo mais justo e com um novo olhar para o meio ambiente. Os
16
PCNs(1997) aprimoram a interdisciplinaridade como interligao do ensino entre os diversos
componentes curriculares, a escola e a comunidade.
Este projeto traa um paralelo entre o macro campo Iniciao Cientfico e Pesquisa e a
componente curricular Biologia, fazendo existir uma relao de conhecimentos variados. Implantar
uma horta autossustentvel significa observar a taxonomia e a organografia dessas hortalias. Neste
contexto trabalhar educao ambiental significa d as pessoas a oportunidade de construrem uma
nova relao com a natureza e o planeta (BALDISSARELLI et al., 2009), Ou seja, cada cidado
deve ser motivado para construir na escola, na comunidade e na sua prpria vida tcnicas que gerem
menos poluio e principalmente diminuam a degradao do nosso planeta.
O lixo que cada cidado produz diariamente, deve ser o elemento para este despertar, neste
caso as embalagens PETs so fundamentais para serem reutilizadas e gerarem nova alternativa de
renda e de incluso social.
Ecoescola: ensinar e aprender a reutilizar so reconhecer as responsabilidades individuais e
coletivas para esse tema, planejar aes que contribuam para as transformaes de qualidade de
vida na escola e na comunidade e que leve um modelo de inter-relao com o meio ambiente.
Este trabalho teve por objetivo implantar uma horta autossustentvel objetivando habilidades
e mudanas de valores e atitudes ambientalmente corretas no ambiente escolar.
METODOLOGIA
O projeto est sendo desenvolvido na EEEFM Prof. Jos Gonalves de Queiroz, no municpio
de Sum, cariri ocidental paraibano e tem como titulo Ecoescola: ensinar e aprender a reutilizar -
Implantao de uma horta autossustentvel objetivando habilidades e mudanas de valores e
atitudes ambientalmente corretas no ambiente escolar. Desenvolvendo-se no macro campo Iniciao
Cientifica e Pesquisa com a professora efetiva Maria Jos Flix de Farias da disciplina de Biologia,
um trabalho interdisciplinar com a turma do ensino mdio inovador 2 Ano A.
No perodo compreendido entre maio e outubro de 2013 aconteceram diversas atividades a
exemplo de: Aulas tericas; Aulas Prticas; Palestras; Exposies e vdeos produzidos pelos alunos
entre outras, para que assim toda a comunidade escolar possa entender a importncia de
desenvolver a sustentabilidade em nosso cotidiano. Os recursos necessrios para a realizao do
projeto foram: garrafas PETs 2 L, garrafes de gua mineral 20 L, terra, regadores (produzidos de
garrafa PET), ps de jardim, tesoura, barbante, arame, alicate, sementes, mudas de hortalias e o
laboratrio de cincias da escola.
17
Nas garrafas PETs 2 L e garrafes de 20 L de gua mineral ser implantada uma horta vertical
e horizontal e nelas os alunos iro plantar as seguintes hortalias: coentro (CoriandrumsativumL.),
cebolinha (AlliumfistolosumL.), tomate cereja (SolanumlycopersicumL.) e alface (Lactuca sativa L.)
nas garrafas PETs 2 L. J nos garrafes de 20 L: pimenta (CapsicumannumL.), beterraba (Beta
vulgarisL.), couve manteiga (BrassicaoleraceaL.) e cenoura (DaucuscarotaL.).
Aps as embalagens coletadas, estas sero limpas e cortadas, para o incio do plantio com a
preparao de terra (substrato) em pores iguais de areia, barro e adubo (esterco). Aps o plantio
das hortalias a turma ser divida em grupos, com tarefas e horrios definidos para o cuidado com a
horta autossustentvel. Grupo 1 responsvel por regar a horta sempre s 07h e 45min; Grupo 2
responsvel pela reposio da gua que utilizada para regar a horta, sempre s 08h30min; Grupo 3
responsvel por regar a horta sempre s 13h45min; Grupo 4 - responsvel pela reposio da gua
que utilizada para regar a horta, sempre s 14h30min; Grupo 5 responsvel pelo cuidado e
manuteno da horta, devendo esta est sempre limpa e bem cuidada.
A horta foi localizada na rea externa da escola, ficando sempre a exposio do sol nas
primeiras horas do dia e permanecendo a maior parte do dia na sombra. Aps observar
germinao e esperar o tempo de colheita das hortalias foram entregues na cozinha da escola e
usadas na preparao das refeies.
RESULTADOS E DISCUSSO
No ms de maio do ano 2013 foi lanada a proposta de se trabalhar um projeto voltado para o
meio ambiente, sendo escolhido a reutilizao de embalagens Pets (garrafas de 2 L e garrafes de
gua mineral de 20 L), na implantao de uma horta vertical e horizontal autossustentvel.Visando
diminuir a poluio e gerar menos lixo para o nosso planeta, como tambm a possibilidade de
incluso social e gerao de renda.
Em seguida iniciou as orientaes tericas sobre a temtica e, por conseguinte a escolha da
logomarca do projeto. Nas primeiras discusses em sala de aula os alunos escolheram
ECOESCOLA: APRENDER E ENSINAR A REUTILIZAR como ttulo do projeto j que se trata
de uma ao ambiental de dentro da escola para com toda a comunidade. O aluno Lucas Henrique
F. Rosa criou a logomarca do projeto.
18
Fonte: Arquivo da autora Fonte: Arquivo da autora
Aps todo material selecionado, iniciou-se a seleo de sementes e o plantio de mudas de
hortalias como mostra as ilustraes abaixo.
Fonte: Arquivo da autora Fonte: Arquivo da autora Fonte: Arquivo da autora
Aps o plantio passou-se a observar e cuidar diariamente da horta, regando-a duas vezes ao
dia e preservando-a da exposio ao sol, de acordo com as funes e horrios definidos.Com a
germinao concluda adequadamente, esperou-se o tempo da colheita e como parte integrante do
projeto na comunidade escolar as hortalias foram entregue na cozinha da escola para auxiliar no
preparo das refeies.
Os garrafes de 20 L tem prazo de validade para armazenar gua potvel, passando este
tempo o mesmo descartado no meio ambiente e na maioria das vezes sem reutilizao.Contamos
com a colaborao de uma distribuidora de gs e gua mineral da cidade de Sum de propriedade
do senhor Jos Juracy Ferreira (Branco) que abraou a parceria para doao dos garrafes de 20 L
Figura 2 -Autor da Logomarca -Lucas Henrique F. Rosa
Figura5 -Seleo das sementes
Figura1 -Logomarca do Projeto
Figura3 -Plantio Figura 4 - Preparao do substrato para plantio
19
que j se encontra fora do prazo de validade.Iniciando os trabalhos com a limpeza e corte dos
garrafes de gua mineral 20 L, preparao da terra e plantio.
Fonte: Arquivo da autora Fonte: Arquivo da autora
Em seguida de modo experimental, porm com resultado satisfatrio houve o plantio de
mudas do tomate cereja para a garrafa PET, tambm.
Fonte: Arquivo da autora Fonte: Arquivo da autora
Ecoescola prope em suma mudar e construir na vida da escola e das pessoas o uso
sustentvel da garrafa PET e dos botijes de 20 L, fazendo acontecer a produo de hortalias e
principalmente evidenciando um planeta de cidados mais conscientes e voltados para cultura da
preservao e conservao ambiental.
Figura 7 - Hortalias em garrafes de 20L
Figura 8 - Preparao para plantio de tomate
cereja Figura9 - Tomatecereja
Figura 6 - Preparo da terra para plantio
em garrafes de 20 L
20
REFERNCIAS
BALDISSARELLI, A.; LOPES, C. Q.; OROFINO, F. V. G.; MARTINS, G. C. Considerando
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AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R.Biologia. 2. Ed So Paulo: Moderna, 2004.
21
O RIO TAPERO COMO CONTEXTO PARA O ENSINO NA EDUCAO
DE JOVENS E ADULTOS
Maria Elizabeth Ramos da Silveira MARACAJ
Thiago Leite de Melo RUFFO
Sec. Educao de So Joo do Cariri-PB. E-mail para correspondncia - [email protected]
IFPB Cabedelo-PB.
RESUMO: Adequar o ensino buscando a sua contextualizao as questes ambientais propicia ao
aluno uma nova forma de perceber o mundo e possibilita uma nova relao entre indivduos,
sociedade e natureza. Diante disso, objetivou-se nesse trabalho abordar em uma turma da Educao
de Jovens e Adultos (EJA) os problemas ambientais do rio Tapero no Cariri paraibano e seu
potencial econmico, ecolgico, social e cultural. O presente trabalho teve uma abordagem de
cunho qualitativo e biorregionalista, onde se trabalhou com a modalidade das oficinas pedaggicas.
Diante do que foi exposto e discutido pelos alunos, percebe-se que a importncia do rio para os
mesmos est focada na ideia de que o mesmo existe, para ser explorado em detrimento prprio, seja
como meio de sobrevivncia da comunidade ou de animais de suas posses, o que remete a uma
viso antropocntrica. Discutir aes que possibilitem a mudana na forma de pensar/agir desses
indivduos uma necessidade a ser implementada pela educao ambiental no mbito escolar.
Palavras-chave: Educao ambiental, oficina pedaggica, Cariri paraibano, escola pblica, rios temporrios
ABSTRACT: Seeking to adapt teaching to the context of environmental issues provides students
with a new way of perceiving the world and allows a new relationship between individuals, society
and nature. Therefore, this study aimed to address in a class of Youth and Adults (EJA)
environmental problems in the Taperoriver, cariris region and its economic, ecological, social and
cultural potential. This study was a qualitative study approach and biorregionalista, where he
worked with the modality of teaching workshops. Given the foregoing and discussed by students, it
is perceived that the importance of the river for the same is focused on the idea that it exists, to be
explored in its own expense, either as a means of survival of the community or their animals
possessions, which leads to an anthropocentric view. Discuss actions that enable the change in
thinking / acting of these individuals is a need to be implemented through environmental education
in schools.
Keywords: Environmental education, pedagogical workshop, Cariri, public school, temporaryrivers
INTRODUO
A proposta de Educao para o sculo XXI est fundamentada em quatro pilares do
conhecimento: Aprender a conhecer, aprender a viver, aprender a viver juntos e aprender a ser. Esse
novo conceito de Educao prioriza a condio humana e o local onde se est inserido, seus
problemas locais e globais. Enfim, uma educao em que se busca a contextualizao de todo
conhecimento para que ele seja significativo ao educando. Nesse contexto, a Educao Ambiental
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como vis da educao deve ser concebida e evidenciada como eixo norteador na formao dos
indivduos, dando-lhes condio de intervir e modificar o ambiente em que esto inseridos,
exercendo de forma plena a sua cidadania.
Conforme Ablio (2011) a escola como local de convergncia das questes sociais que deve
propiciar ao aluno informaes significativas que possibilitem condies na construo dos saberes
tendo como foco a construo da cidadania. A insero das questes ambientais ticas e polticas na
escola, se feita de forma permanente e contextualizada com as disciplinas que integram o currculo
escolar torna-se possibilidade vivel e concreta na formao de indivduos com formao critica e
ecolgica que resulte numa relao harmoniosa com o ambiente. Na Educao de Jovens e Adultos
(EJA), a incorporao da questo ambiental pode propiciar uma nova percepo nas relaes com a
sociedade e com a natureza, como tambm uma reavaliao de valores e atitudes (BARRETO,
2011).
Fazendo um recorte da realidade local, o foco desse trabalho foi o rio Tapero, ecossistema
ltico dos cariris velhos do estado da Paraba, que apesarde sua importncia para o desenvolvimento
scio econmico e ecolgico da regio, vem sofrendo impactos ambientais ao longo de seu leito. De
acordo com Ablio (2010), as principais causas da degradao das bacias hidrogrficas so:
eutrofizao, prticas agrcolas inadequadas, desmatamento e reduo da cobertura vegetal.
Portanto, a sensibilizao para as mudanas das prticas que acarretam os problemas do rio Tapero
uma necessidade, devendo ser tratada como questo de relevncia social.
Com o objetivo de evidenciar para os educandos a importncia deste rio, foram realizadas
oficinas pedaggicas como parte de um projeto monogrfico do curso de especializao Educao
Ambiental para o semirido, Educao Ambiental e ensino da Matemtica: um estudo do rio
Tapero no contexto da sala de aula na educao de jovens e adultos. Neste trabalho,
descreveremos uma destas oficinas e discutiremos acerca dorio Tapero e sua importncia
econmica, ecolgica, social e cultural.
METODOLOGIA
O presente trabalho teve uma abordagem de cunho qualitativo e biorregionalista, onde se
trabalhou com a modalidade das oficinas pedaggicas. O mesmo foi realizado com alunos de uma
turma da 2 srie de ensino mdio (modalidade EJA) da EEEFM Jornalista Jos Leal Ramos, no
municpio de So Joo do Cariri-PB.
23
De acordo com Ablio e Sato (2012), o biorregionalismo busca resgatar uma conexo
intrnseca entre as comunidades humanas e biticas de uma dada realidade geogrfica.
Comomodalidade didtica, as oficinas pedaggicas proporcionam a construo de
conhecimentos coletivos a partir de situaes vivenciadas pelos participantes, assim como
possibilita aprofundar a reflexo sobre a educao, a escola e a prtica que nela se efetiva
(ANDRADE et al., 1996).
RESULTADOS E DISCUSSO
Essa oficina teve como tema O rio Tapero e sua importncia, cujo objetivo era evidenciar
para os educando aspectos ecolgicos, econmicos, sociais e culturais relacionadas ao rio em
questo. Inicialmente, fez-se uma exposio oral sobre o tema. Aps esta, os alunos foram divididos
em grupos e foi pedido aos mesmos que citassem qual a importncia do rio, para que em seguida
cada grupo fizesse sua apresentao.
Todos os grupos deram maior nfase s atividades econmicas, citando plantios com irrigao
para: milho, alho, alface, tomate, pimento etc. Dois grupos citaram a retirada de areia como
potencial econmico e como importncia cultural os banhos de rio, jogo de futebol e vlei de areia.
Um dos grupos citou que no perodo de secas o rio servia para abastecimento das casas dos
moradores da zona rural, lavagem de roupas e dessedentao dos animais.
Na concepo de alguns alunos, a importncia ecolgica do rio foi citada como fonte de
sobrevivncia dos insetos, criao de animais como gado, ovelhas e animais silvestres. Com relao
importncia social, dois grupos citaram o rio como meio de sobrevivncia de algumas famlias
que possuem terras s margens do rio.
Aps a apresentao dos grupos foi feita uma explanao da importncia dos rios para a
diversidade aqutica, falando em cadeia alimentar, teia alimentar e equilbrio dos ecossistemas
aqutico e sua importncia para as espcies que ali coexistem. Foram abordadas as prticas
inadequadas de irrigao, uso de pesticidas e fertilizantes e como elas contribuem para o
comprometimento das espcies aquticas.
Vale destacar que no estado da Paraba mais de 90% dos seus municpios sofrem com os
problemas de estiagem prolongada. Dentre os corpos aquticos do semirido paraibano, destaca-se
o rio Tapero (ABLIO, 2010), que tem como uma de suas peculiaridades a intermitncia de suas
guas. Assim, afora a presena de poas dgua permanentes, num ciclo hidrolgico anual, suas
guas superficiais podem permanecer por um perodo de at quatro meses, distribudas em fases
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hidrolgicas tpicas: uma fase de fluxo contnuo superficial e uma fase do tipo secando, com
formao de poas temporrias e posterior ausncia completa de guas superficiais (ABLIO,
2010).
Ainda assim, os ecossistemas aquticos temporrios so muito importantes nas regies
semiridas e muitos so os problemas que afetam esses ecossistemas. O rio Tapero no foge dessa
realidade e vem sofrendo impactos ambientais em toda sua bacia. Esse rio por diversas vezes
durante os longos perodos de estiagem foi a nica fonte de abastecimento para diversas cidades da
regio.
Todavia, diante do que foi exposto e discutido pelos alunos, percebe-se que a importncia do
rio para os mesmos est focada na ideia de que o mesmo existe, para ser explorado em detrimento
prprio, seja como meio de sobrevivncia da comunidade ou de animais de suas posses, o que
remete a uma viso antropocntrica. Discutir aes que possibilitem a mudana na forma de
pensar/agir desses indivduos uma necessidade a ser implementada pela educao ambiental no
mbito escolar.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABLIO, F.J.P. Educao Ambiental: formao continuada de professores no bioma caatinga. In:
ABLIO, F.J.P. (Org.). Educao Ambiental: formao continuada de professores no bioma
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ABLIO, F. J. P. (ORG) Educao Ambiental para o Semirido. Joo Pessoa: Editora
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Educao Ambiental. In: ABLIO, F.J.P.; SATO, M. (Org.). Educao Ambiental: do Currculo da
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BARRETO, A. L. P.; ARAUJO, M. P.; NASCIMENTO, D. G. E. G. Educao Ambiental na
educao de Jovens e Adultos. In: Educao Ambiental para o Semirido. ABLIO, F. J. P.
(ORG) Joo Pessoa: Editora Universitria da UFPB, 2011.
25
EDUCAO AMBIENTAL EXPRESSA EM PROJETOS SOCIAIS DE ONGS
NO SEMIRIDO
Maria da Conceio da Silva FERREIRA 1Maria Jos Lins COELHO
AntoniaArisdlia Fonseca Matias Aguiar FEITOSA
Graduandas do Curso Licenciatura em Cincias, Habilitao em Matemtica, Unidade Acadmica de Cincias Exatas
e da Natureza UACEN/UFCG Campus de Cajazeiras PB. E-mail para correspondncia -
[email protected]; Profa. Adjunta da Unidade Acadmica de Cincias Exatas e da Natureza
UACEN/UFCG, Campus de Cajazeiras PB
RESUMO: A educao que se almeja para esta era planetria precisa estar conectada s demandas
locais, regionais e globais, na perspectiva de instituir nos sujeitos atitudes e habilidades para
enfrentarem os desafios contemporneos nos diferentes contextos sociais. Esta misso no est
circunscrita aos espaos de educao formal. Na regio semirida, a exemplo de outras
experincias, vrias entidades da sociedade civil realizam atravs de suas prticas educativas, uma
educao para convivncia com o meio ambiente a partir de intervenes sociais no sentido de
reorientar os sujeitos a atuarem no seu contexto e alcanarem mudanas em realidades indesejadas.
O estudo teve como objetivo analisar como a educao ambiental se expressa nas prticas
educativas das entidades no governamentais bem como sua repercusso na vida dos sujeitos. A
pesquisa foi realizada na cidade de Cajazeiras-PB, junto Ao Social da Diocese de Cajazeiras
ASDICA. Adotamos como estratgias metodolgicas o estudo de caso e a fenomenologia. Os dados
foram apreendidos a partir da anlise de documentos e aplicao de entrevistas semiestruturadas
junto aos sujeitos envolvidos. Como resultado identificou-se que as prticas educativas no mbito
da ASDICA so conduzidas atravs de metodologias no convencionais, constitudas por reunies
temticas, oficinas de capacitao, visitas de intercmbio, cursos de formao interpessoal. As
alternativas pedaggicas analisadas mostraram-se eficientes, com potencial para promoverem
mudanas e melhorar a qualidade de vida em comunidades do semirido. Entendemos que tais
modalidades constituem possibilidades de inovao pedaggica nos espaos formais de educao.
Palavras-chave:Entidades No Governamentais, educao ambiental, prticas educativas
ABSTRACT: Education, as we aim for in this planetary era, needs to be connected with local, regional and
social demands in a perspective that leads subjects to assimilate attitudes and abilities when facing
contemporary challenges in different social contexts. This mission, however, is not restricted to the formal
education environment. In the semiarid region, for instance, several civil society entities make it possible, by
means of educational practices, to implement education in a coexistence with the environment and social
intervention. They aim at redirecting subjects to act in their context and to reach changes in unwanted
realities. The present study, thus, aimed both at analyzing the way environmental education expresses itself
in non-governmental organization practices, and at analyzing how it impacted on peoples lives. The
research was developed in Cajazeiras - PB, together with the Cajazeiras Diocese Social Action ASDICA.
We have adopted, as methodological strategies, the case study and the phenomenology. Data were collected
through the analysis of documents and through the application of semi-structured interviews, together with
the subjects involved. Results have shown that the educational practices, concerning ASDICA, were
conveyed through non-conventional methodologies, and constituted by thematic meetings, training
workshops, exchange visits and interpersonal relations courses. The pedagogical alternatives which were
26
analyzed were said to be efficient, promoting changes and better living conditions in the area. We understand
that such modalities constitute pedagogical innovation possibilities in the formal education spaces.
Keywords: Non Governmental Entities, environmental organization, educational practices
INTRODUO
As Organizaes No-Governamentais (ONGs) constituem um campo cada vez mais amplo,
que gera percepes variadas promovendo mediaes e parcerias entre a comunidade local
organizada, setores pblicos e privados. Implementam programas sociais como: educao, sade,
saneamento, meio ambiente, gerao de renda, entre outros, na busca da construo de uma
sociedade mais igualitria, justa e com novas prticas coletivas. As estratgias educativas
mobilizadas pelas entidades no governamentais na formao de uma Educao Ambiental crtica
deveria fornecer os elementos para a formao de um sujeito capaz tanto de identificar a dimenso
conflituosa das relaes sociais que se expressam em torno da questo ambiental quanto posicionar-
se diante desta (CARVALHO, 2012).
As entidades no governamentais atravs de projetos sociais constituem uma fora
mobilizadora de valores e ideologias capazes de reorientar percepes humanas e conduzir
alteraes nas estruturas sociais com a finalidade de promover cidados conscientes e
comprometidos com a Educao Ambiental apontando para um novo estilo de vida, para um jeito
ecolgico de ser, com modos prprios de pensar a si mesmo e as relaes com os outros neste
mundo (CARVALHO, 2012).
As prticas educativas desenvolvidas atravs dos projetos sociais com abordagem na
Educao Ambiental buscam a formao de um sujeito ecolgico que, segundo Carvalho (2012),
no se trata de imaginar como uma pessoa ou grupo de pessoas completamente ecolgicas em todas
as esferas de suas vidas ou ainda como um cdigo normativo a ser seguido e praticado em sua
totalidade por todos os que nele se inspiram. Em sua condio de modelo ideal, , pois, importante
compreender quais so os valores e crenas centrais que constituem o sujeito ecolgico e como ele
opera enquanto orientao de vida, expressando-se de diferentes maneiras por meio de
caractersticas pessoais e coletivas de indivduos e grupos em suas condies scio-histricas de
existncia.
Buscamos, atravs deste trabalho, analisar como a Educao Ambiental se expressa nas
prticas educativas das entidades no governamentais bem como sua repercusso na vida dos
sujeitos. A importncia desta pesquisa revela-se sob dois aspectos bsicos: 1) a contribuio das
27
entidades no governamentais na formao de sujeitos ecolgicos no ambiente do semirido de
modo a modificar realidades indesejadas a partir de um pensar coletivo; e, 2) apresentao das
contribuies pedaggicas que projetos de ao social oferecem para a educao formal.
Considerando que ao identificar as metodologias, no convencionais, adotadas na execuo do
projeto estudado, ser possvel compreender a viabilidade de implementao nos espaos formais
de educao. Desta forma, a pesquisa oferece alternativas didticas e pedaggicas para o processo
de formao de sujeitos contemporneos que possam atender s demandas de uma sociedade-
mundo.
METODOLOGIA
O estudo foi desenvolvido no mbito da Ao Social da Diocese de Cajazeiras (ASDICA)
entidade no governamental que desenvolve projetos junto a comunidades rurais e urbanas do
semirido nordestino , no perodo entre agosto de 2012 a Julho de 2013. As estratgias
metodolgicas adotadas foram: estudo de caso e fenomenologia. Atravs do estudo de caso se
investigou um fenmeno dentro do seu contexto real, com pouco controle sobre seus eventos e
manifestaes, rastreando processos de mudanas, identificando e analisando as foras histricas,
presses contextuais e a dinmica dos grupos em uma ou mais organizaes (GODOI, 2006;
MARTINS, 2008). Pela fenomenologia a realidade o compreendido, o interpretado e o
comunicado. No havendo uma s realidade, mas tantas quantas forem suas interpretaes e
comunicaes, a realidade perceptvel (MACEDO, 2000).
Os instrumentos usados para a obteno de dados foram: anlise de documentos e entrevistas
semiestruturadas luz das abordagens formuladas por Minayo (1998), Alves-Mazzotti (1998), May
(2004); Chizzotti (2006) e Vasconcelos (2002). Foram investigados 12 sujeitos sociais,
especificamente, 02 coordenadores e executores, 01 colaboradora e executora e 09 pessoas
beneficiadas pelos projetos.
A pesquisa investigou sobre os processos educativos da ASDICA, a partir da anlise de um
projeto de ao social, desenvolvido, no perodo de 03 anos (2006-2008), a saber: Projeto com
Catadores de Material Reciclvel cujo objetivo foi contribuir para a erradicao do trabalho
infantil; articulao, mobilizao e organizao dos/as catadores/as; fortalecimento dos
empreendimentos e conquista e controle de polticas pblicas. A anlise dos dados permitiu
identificar metodologias no convencionais de educao que foram conduzidas nas prticas
educativas realizadas no mbito da ASDICA.
28
RESULTADOS E DISCUSSO
O cenrio das ONGs com projetos de ao social possibilita que a constituio da conscincia
do ser humano se d por meio da dialtica entre a histria do sujeito e o mundo em que vive. No
mbito das ONGs voltadas a projetos sociais, abrem-se possibilidades para que os sujeitos
expressem suas pretenses e as tornem legtimas mediante a aceitabilidade por parte dos demais
integrantes do processo, constituindo uma atitude de respeito.
A ASDICA revela-se como instncia onde o dilogo e produo de sentidos sejam
compartilhados e que a partir deles seja possvel alcanar na sociedade a convergncia de sonhos,
utopias e esperanas, na construo de projetos sociais intersubjetivos e que dialetizem o discurso e
prticas, planejamento e interveno na realidade.
Os Projetos Sociais desenvolvidos pela ASDICA demonstram a busca incessante em
concretizar o ideal da sustentabilidade humana e ambiental e, para isto, adotam prticas educativas
no convencionais, contextualizadas com as demandas dos grupos beneficiados. A partir da anlise
de documentos e entrevistas semiestruturadas, percebemos que as atividades realizadas com os
grupos acompanhados so planejadas de maneira que atendam suas necessidades e dessa forma
possam envolver os mesmos no processo ensino-aprendizagem. No entanto, esses projetos no
visam atender as necessidades imediatas, pois um processo de transformao dos sujeitos a partir
da educao pautada neles, para que possam compreender a sua itinerncia no Planeta.
Os sujeitos beneficiados se caracterizam por serem sujeitos que geralmente no tinham
conhecimentos de como realizarem um trabalho de valor coletivo e social, ou que no conheciam a
importncia dos seus trabalhos para a sociedade e para o meio ambiente. Formam um grupo de
sujeitos que estavam margem da sociedade, muitas vezes discriminados sem apoio da sociedade e
do poder pblico. Podemos dizer que a Educao Ambiental herdeira direta do debate ecolgico e
est entre as alternativas que visam construir novas maneiras de os grupos sociais se relacionarem
com o meio ambiente.
A Educao Ambiental desenvolvidas nas atividades e aes dos projetos sociais esto,
segundo Carvalho (2012), efetivamente oferecendo um ambiente de aprendizagem social e
individual no sentido mais profundo da experincia de aprender. Uma aprendizagem em seu sentido
radical, a qual, muito mais do que apenas prover contedos e informaes, gera processos de
formao do sujeito humano, instituindo novos modos de ser, de compreender, de posicionar-se
ante os outros e a si mesmo, enfrentando os desafios e as crises do tempo em que vivemos.
29
Com o apoio da ASDICA atravs dos projetos sociais tais sujeitos, que antes sentiam
vergonha do seu trabalho e eram excludos da sociedade, encontraram, atravs do conhecimento,
um novo sentido pra suas vidas e atravs da unio, do trabalho coletivo, da participao, da
colaborao, passaram a lutar por uma vida melhor e alcanaram mudanas significativas tanto no
pensar como no agir.
O que antes eram grupos sem esperana, com a interveno desses projetos os sujeitos
beneficiados passaram a apresentar novas caractersticas por lutarem juntos pelos seus objetivos,
a reconhecer-se como pessoas, como gente, como profissionais e a importncia do seu trabalho para
a sociedade, para o meio ambiente, dando, assim, sua contribuio na sensibilizao dos sujeitos
para se alcanar um mundo melhor para todas as formas de vida. Os projetos so voltados para os
grupos acompanhados e as atividades so desenvolvidas de maneira que atendam as necessidades
dos sujeitos
A presente pesquisa, ao analisar as prticas educativas desenvolvidas no mbito das ONGs,
em caso especfico as da ASDICA apreendeu aspectos da Educao Ambiental impressos nos
projetos e aes junto aos sujeitos envolvidos. Atravs de estratgias pedaggicas no
convencionais os grupos gestores dos projetos estudados alcanaram mudanas significativas na
forma de pensar e viver dos sujeitos beneficiados. Tais prticas educativas constituram nos sujeitos
uma preocupao ambiental, convertida em atitudes cotidianas ecologicamente adequadas. Esta
forma de interveno consiste na participao ativa dos sujeitos, no envolvimento dos atores sociais
e na promoo de processos coletivos de educao que tm como objetivo conscientizar o cidado
planetrio sobre o seu compromisso com o futuro da terra e, consequentemente, com a humanidade.
O fazer educativo assume, neste contexto, a intencionalidade de desenvolver nos sujeitos a
compreenso da realidade em que vivem e desafia queles que pensam a educao como meio de
articular a utopia com a realidade das relaes sociais, em constante transformao.
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31
A PIRMIDE ALIMENTAR COMO RECURSO DIDTICO PARA O
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM ESCOLA DA ZONA RURAL
DE CAJAZEIRAS-PB
Maria Francisca Alves de ANDRADE
Eliana Pereira de SOUSA
Francisco Carlos Pinheiro da COSTA 4Maria Alcntara dos SANTOS
5Rosana Ferreira de ALENCAR
Estudante do PPGCN/MCN/UERN; Universidade Federal de Campina Grande. E- mail para correspondncia .
[email protected]. Estudante do PPGSA/UFCG; Tcnico do Laboratrio de Biologia - CFP/UFCG; 4Tcnica do Laboratrio de Qumica - CFP/UFCG;
5Tcnica do Laboratrio de Biologia - CFP/UFCG
RESUMO: Em geral, as aulas de Cincias nas escolas da zona rural se resumem a palavras,
frmulas, smbolos e conceitos sem nenhuma ligao com a realidade vivida pelo aluno. A pirmide
alimentar um recurso que favorece a compreenso por parte dos alunos no que diz respeito aos
princpios da alimentao correta, uma vez que uma representao do consumo de alimentos e das
quantidades ideais para a composio de uma dieta nutricionalmente adequada. Este trabalho foi
desenvolvido com alunos do 8 ano da Escola Jos Martins de Oliveira, localizada no stio
Patamut, zona rural do Municpio de Cajazeiras-PB e teve como objetivo auxiliar na compreenso
dos contedos referentes pirmide alimentar, bem como conhecer os hbitos alimentares dos
estudantes e de suas famlias. A metodologia aplicada constou de aplicao de questionrio junto
comunidade para coleta de dados sobre alimentos consumidos; produo de cartazes com
embalagens de alimentos obtidos nas residncias dos estudantes e confeco de uma maquete de
uma pirmide alimentar com alimentos regionais. As atividades realizadas contriburam para o
conhecimento dos alunos quanto importncia de uma alimentao saudvel e para a valorizao
da cultura alimentar que gradativamente est sendo esquecida, uma vez que, de acordo com os
dados obtidos, alguns entrevistados desconhecem quais so os alimentos e plantas tpicas da
Caatinga.Os resultados obtidos enaltecem a necessidade de inovao pedaggica, seja na
diversidade ou na qualidade das aulas ou simplesmente ao introduzir os alunos na realidade em que
se encontram, uma vez compreendido o ambiente em que se inserem a transmisso e recepo de
conhecimento sero efetivas. Dessa forma, percebe-se a importncia da realizao de atividades que
tornam o processo ensino - aprendizagem mais dinmico e participativo.
Palavras-chave: Ensino de Cincias, alimentao, Caatinga
ABSTRACT: In general, the science classes in rural zone schools comes down to words, formulas,
symbols and concepts without links with the reality experienced by the student. The food pyramid is
a resource that favors the understanding by students regarding to principles of correct feeding, since
it is a representation of food consumption and optimum amounts for the composition of a
nutritionally adequate diet. This work was developed with students of the 8th year of School Jos
Martins de Oliveira, located on the site Patamut, rural area of the municipality of Cajazeiras-PB
and aimed to assist in understanding of content related to the food pyramid, as well as know the
eating habits of students and from their families. The methodology applied consisted of
questionnaire application together with the community for data collection about foods consumed;
production of posters with food packaging obtained the residences of students and making a
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mockup of a food pyramid with regional food. The activities performed contributed to the
knowledge of students about importance of healthy eating and valuing the food culture that is
gradually being forgotten, since, accordance with the data obtained, some interviewees unaware
what are the foods and plants typical of the Caatinga The results obtained extol the need for
pedagogical innovation, either in diversity or in the quality lessons or simply to introduce students
in reality that are found, once comprehended the environment in which they insert the transmission
and reception of knowledge will be effective. That way, one realizes the importance of carrying out
activities that make it the teaching - learning process more dynamic or participative.
Keywords: Teaching Science, feed, Caatinga
INTRODUO
O ensino de Cincias Naturais tem sido praticado ao longo das dcadas como mera
transmisso de informaes, tendo como recurso exclusivo o livro didtico e contedos distantes da
realidade do aluno. Utilizar o meio, no caso a Caatinga, como instrumento didtico tem se mostrado
um recurso importante no processo de ensino/aprendizagem.
Segundo Ablio (2010), fundamental que a escola, em suas atividades pedaggicas dirias,
incorpore contedos e discusses relacionados com a realidade da Caatinga, buscando assim,
reverter viso apresentada na maioria dos livros didticos de que este ecossistema pobre em
biodiversidade e com pouca importncia biolgica. Para tanto necessrio que haja a
implementao de prticas pedaggicas voltadas para a contextualizao de contedos,contribuindo
para o despertar de uma conscincia ecolgica voltada para a valorizao do meio entre todos os
atores sociais relacionados com a escola.
Sabendo que a aprendizagem s se realiza, efetivamente, quando o aluno capaz de constru-
la significativamente, um dos modos eficazes de promover a aprendizagem consiste em colocar o
aluno em contato direto com as situaes prticas. Conforme Philippi (2003), a Pirmide Alimentar
um instrumento educativo que adapta os conhecimentos cientficos de nutrio em mensagens
prticas que facilitam s diferentes pessoas a seleo e o consumo de alimentos saudveis,
possibilitando a aquisio de informaes sobre uma educao alimentar e nutricional favorvel ao
desenvolvimento do indivduo.
Dentro dessa proposta, os modelos didticos tm a funo de facilitar a transmisso de
conhecimentos e o aprendizado. A aprendizagem ocorre durante a construo dos modelos, pois
exige o conhecimento da teoria e da realidade.
33
Shmitzet al. (2008) argumentam que a escola um espao privilegiado para o
desenvolvimento de aes de melhoria das condies de sade e do estado nutricional das crianas
por permitir a concretizao de iniciativas de promoo da sade.
Este trabalho foi realizado durante a vigncia do Projeto Recursos Naturais da Caatinga como
Instrumento Didtico para o Ensino Fundamental no Municpio de Cajazeiras realizado na Escola
Municipal Jos Martins de Oliveira, zona rural do municpio de Cajazeiras - PB com os alunos do
8 ano, visando utilizar os recursos naturais da Caatinga, plantas e alimentos tpicos da regio, como
instrumento didtico no processo ensino-aprendizagem, contribuindo para o resgate cultural local.
METODOLOGIA
A primeira etapa das atividades consistiu-se de levantamento de dados junto comunidade
para obter informaes sobre: animais, frutas, cereais, folhas e razes da Caatinga utilizados na
alimentao humana e os pratos tpicos da regio. A turma foi dividida em 6 equipes de acordo com
os temas. Cada equipe recebeu 10 questionrios para aplicao junto comunidade. Os alunos
receberam orientao quanto s questes e a forma de abordagem dos entrevistados.
Para a realizao da segunda etapa das atividades os alunos foram orientados a separar
embalagens de alimentos consumidos em suas casas, pertencentes aos grupos alimentares:
carboidratos, protenas, vitaminas e lipdios. Esse foi um trabalho de carter individual.
A terceira etapa foi realizada no Laboratrio de Biologia da UFCG campus de Cajazeiras. Foi
apresentado um vdeo sobre Caatinga e em seguida os comentrios sobre a importncia desse
Bioma. Em seguida foi apresentado o tema da atividade: Pirmide Alimentar. Foram exibidos dois
vdeos um sobre pirmide alimentar e outro esclarecendo o que uma alimentao saudvel. Os
alunos foram divididos em equipes com a incumbncia de montar pirmides alimentares com as
embalagens dos alimentos que eles conseguiram. Essa atividade teve como objetivos auxiliar na
compreenso dos contedos como tambm conhecer os hbitos alimentares dos estudantes e de suas
famlias. Aps a montagem das pirmides foi feito um debate sobre alimentao comparando os
resultados das entrevistas com os trabalhos produzidos pelos alunos.
Como culminncia o material produzido como cartazes, sistematizao dos dados, maquete da
Pirmide Alimentar com alimentos tpicos da Caatinga representando os grupos alimentares e
Pratos Tpicos da comunidade, foram exibidos na feira de cincias organizada pela escola.
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RESULTADOS E DISCUSSO
A sistematizao dos dados obtidos com as entrevistas realizadas junto a comunidade mostrou
que o consumo de alimentos tpicos de comunidades rurais nordestina ainda est presente,
principalmente os alimentos a base de milho e mandioca mesmo com o incentivo ao consumo dos
produtos industrializados. Quanto ao antigo hbito de utilizar animais na alimentao as pessoas
mostraram conscincia quanto a no utilizao de animais silvestres como fonte de alimento. Essa
atividade aproxima o educando da cultura local. Muitos deles mostraram completo
desconhecimento quanto ao uso, preparo e importncia nutricional de determinados alimentos.
De acordo com as entrevistas foram citados: arroz (Oryzasp) (27,2%) e milho (Zeamays L.)
(18,2%), mandioca (Manihot sp) (71,4%), erva-cidreira (Lippia alba N. E. Br ex. Britton & P.
Wilson) (50,0 %) e alface (Lactuca sativa L.) (50,0%), mandacaru (Cereus jamacaru D.C.) (25,0%)
e ameixa (XimeneacoriaceaEngl.) (25,0%). Entre os pratos tpicos indicados pela comunidade
destacaram-se: baio de dois, angu, espcie de gergelim, mungunz e canjica. A produo de
cartazes proporcionou a colaborao atravs do trabalho em equipe.
Conforme Batista e Georg (2011) o uso de metodologias diferenciadas se mostram como uma
boa alternativa de ensino da pirmide alimentar, contribuindo para facilitar a compreenso da
problemtica, permitindo aos estudantes uma reflexo sobre as questes relacionadas aos alimentos.
Os contedos de educao alimentar necessitam de uma maior proximidade da realidade dos
alunos, necessitando de abordagens interdisciplinares ldicas no processo ensino-aprendizagem.
As experincias de educao nutricional com a pirmide alimentar indicam que a alimentao
pode ser trabalhada para abordar temticas nutricionais e de sade, realizando a socializao do
conhecimento cientfico e a valorizao dos alimentos para uma qualidade de vida.
Acreditamos que a metodologia vivenciada durante as atividades propiciou o sucesso do
processo ensino-aprendizagem, pois permitiu que os alunos aprendessem de uma forma mais leve e
dinmica contedos que no podem ser meramente comentados pelo educador em sala de aula.
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABLIO, Francisco Jos Pegado (Org.). Bioma caatinga: ecologia, biodiversidade, educao
ambiental e prticas pedaggicas. Joo Pessoa: Editora Universitria UFPB, 2010.
BATISTA, M. A.; GEORG, R. C. A Pirmide Alimentar: Uma Proposta de Metodologia De Ensino
De Cincias.Resumos da63 Reunio Anual da SBPC. ANAIS... 63 Reunio Anual da SBPC.
Goincia, 2011.
CHMITZ, B.A.S.; RECINE, E.; CARDOSO, G.T.; SILVA, J.R.M.; AMORIM, N.F.A.;
BERNARDON, R; RODRIGUES, M.L.C.F. A escola promovendo hbitos alimentares
saudveis: uma proposta metodolgica de capacitao para educadores e donos de cantina
escolar. Cad. Sade Pblica, Rio de Janeiro: 2008.
PHILIPPI, S. T.; CRUZ, A. T. R.; COLUCCI, A. C. A. Pirmide Alimentar para crianas de 2 a 3
anos. Revista Nutrio, Campinas, v. 16 n.1 p. 5-19, Jan-mar, 2003.
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EDUCAO AMBIENTAL NO BIOMA CAATINGA: PERCEPO
AMBIENTAL DE EDUCANDOS EM UMA ESCOLA PBLICA NA CIDADE
DE SANTA HELENA, SERTO PARAIBANO
Myller Gomes MACHADO
Francisco Jos Pegado ABLIO
Graduando em Cincias Biolgicas, Universidade Federal da Paraba UFPB. E-mail para correspondncias:
[email protected]; Professor Associado II DME-CE UFPB, Universidade Federal da Paraba UFPB
RESUMO: A Caatinga, nico bioma genuinamente brasileiro, est entre os que mais sofreram
mudanas devido interveno humana, sendo que 80% da sua cobertura original j foram
desmatada e apenas 1% do territrio protegido por Unidades de Conservao. Torna-se ento
fundamental sensibilizar a sociedade atravs da Educao Ambiental (EA) em todos os mbitos,
com o destaque no mbito formal j que a escola representa um espao propcio para formao de
cidados. Diante disto, o trabalho em questo tem como objetivo a analisar a percepo ambiental
dos educandos do 6 ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Jos de Anchieta,
localizada no municpio de Santa Helena-PB sobre a necessidade de aes educativas para a
conservao deste bioma. Neste estudo, utilizaram-se pressupostos da pesquisa qualitativa (Teoria
do Bioregionalismo e Fenomenologia) onde foram aplicados questionrios semiestruturados a 18
alunos com faixa etria entre 10 e 16 anos, a fim de observar a percepo ambiental deste pblico
alvo sobre a Caatinga, Meio Ambiente, EA, da biodiversidade e os principais impactos ambientais.
Como resultados, observou-se que os discentes, na sua maioria, tm uma percepo de Meio
Ambiente como naturalista (39%), e definem a Educao Ambiental como preservacionista (44%),
em relao a Fauna e Flora, estes citam em sua maioria, animais e vegetais tpicos como o pre e a
jurema, e os principais impactos ambientais citados pelos educandos so as queimadas e o
desmatamento. Os resultados iniciais obtidos nesta pesquisa subsidiaro a execuo de vivncias
eco-pedaggicas futuras, entendendo a necessidade de pesquisas em relao percepo da
comunidade sobre o bioma antes de se determinar quaisquer atividades de conservao ou proteo.
Palavras-chave: Educao ambiental, Caatinga, Serto paraibano, percepo ambiental
ABSTRACT: Caatinga is the only genuinely Brazilian biome and is one of the most changed due
to human intervention; 80% of its original forest has been deforested and only 1% of the land is
protected by conservation units. It then becomes essential to sensitize the society through
environmental education at all levels, emphasizing the formal framework as the school, since it
offers an excellent space for the formation of citizens. Hence, this study aimed to examine the
environmental perception of students of the 6th grade of the Elementary School Padre Jos de
Anchieta, located in the Municipality of Santa Helena, in Paraba, and was based on the need for
educational actions for the conservation of this ecosystem. In this study, using assumptions of
qualitative research (Bioregionalism Theory and Phenomenology) where applied semi-structured
questionnaires to 18 students aged between 10 and 16 years in order to observe the environmental
perception of audience on the Caatinga, Environment, environmental education, biodiversity and
the main impacts observed on the environment. As a result, was observed that students mostly have
a perception of the Environment as a naturalist (39%), and define environmental education as
preservationist (44%). Related to fauna and flora, the students talk in their most animals and plants
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typical as the pre and jurema, and the main environmental impacts mentioned by students are
burning and deforestation. Conceiving the need for research regarding community perception of the
biome before determining any protection or conservation activities the initial results of this research
will subsidize the implementation of future ecological and educational experiences.
Keywords: Environmental education, Caatinga, Serto of Paraba, environmentalperception
INTRODUO
A Caatinga um bioma exclusivamente brasileiro que cobre quase 10% do territrio nacional
sendo que 80% da sua cobertura original j foram desmatada e apenas 1% do territrio protegido
por Unidades de Conservao1. Por muito tempo a Caatinga, erroneamente, foi considerada como
um ambiente de pouca riqueza biolgica quando comparada a outras regies semiridas do mundo.
Como afirma Leal et al. (2005) este bioma apresenta alto grau de diversidade biolgica, onde
possvel encontrar elevadas taxas de endemismo, estimando-se que pelo menos 40% das espcies da
flora identificadas sejam endmicas.
Neste contexto, torna-se ento fundamental sensibilizar a sociedade atravs da Educao
Ambiental (EA) em todos os mbitos, com destaque para a educao formal, j que a escola
representa um espao propcio para formao de cidados. Portanto, este trabalho teve como
objetivo central analisar a percepo ambiental dos educandos do 6 ano da Escola Municipal de
Ensino Fundamental Padre Jos de Anchieta, localizada no municpio de Santa Helena-PB.
METODOLOGIA
O trabalho se caracterizou como uma Pesquisa de cunho Qualitativo, onde utilizou-se como
pressupostos terico-metodolgicos elementos da Teoria do Biorregionalismo e da Fenomenologia.
A Pesquisa qualitativa, segundo Moreira (2004), apresenta como caractersticas: um foco na
interpretao que os prprios participantes tm da situao sob estudo, em vez de na quantificao;
enfatiza aspectos da subjetividade, em vez de na objetividade; demonstra uma flexibilidade no
processo de conduzir a pesquisa; preocupa-se com o contexto.
O Biorregionalismo busca o conhecimento local atravs das anlises biolgicas e narrativas
da regio, estimulando e intervindo para que a prpria comunidade possa ser autnoma nos
processos de conservao do ambiente e implementao dos programas de Educao Ambiental
(SATO; PASSOS, 2002).
1 Fonte: BRASIL ESCOLA. Disponvel em: http://www.brasilescola.com/brasil/caatinga.htm Acesso em: 27 Agost.
2011.
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A Fenomenologia entende que entre o ambiente e o sujeito h um lugar de encontro e
compartilhamento (um hbitat), isto , um hbitat onde o mundo encontra o homem e a mulher (os
habitantes), onde a mulher e o homem encontram o mundo. Este locus o lugar da manifestao, o
lugar do fenmeno: o aparecimento do ser (o hbito). Em outras palavras, parece que o fenmeno
o que nos mediatiza para o mundo e que mediatiza o mundo para ns (SATO; PASSOS, 2002).
Foram aplicados questionrios semi-estruturados a 18 educandos do 6 ano da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Padre Jos de Anchieta, localizada no municpio de Santa
Helena-PB. O trabalho ocorreu no ms de agosto de 2011, no questionrio continha perguntas a
cerca da Caatinga, Meio Ambiente, EA, Fauna, Flora e os principais impactos ambientais que
assolam a regio sertaneja paraibana.
RESULTADOS E DISCUSSO
Os atores sociais tinham uma faixa etria entre 10 a 16 anos, sendo a maioria destes do sexo
feminino (66,66%). A primeira questo era voltada para o conceito de Meio ambiente, sendo
observadas as seguintes concepes de Meio Ambiente (SAUV, 2005) como: Natureza (38,89%),
Lugar para viver (16,66%), Biosfera (16,66%), Recurso (11,12%), Problema (5,55%), e 11,12% dos
alunos no souberam ou no responderam (Grfico I).
Grfico I -Percepes sobre a temtica Meio Ambiente dos educandos da turma do 6 ano do Ensino Fundamental da E.
M. E. F. Padre Jos de Anchieta Santa Helena-PB.
Sauv (2005) apresenta caractersticas para percepo de meio ambiente como Natureza
aquele para ser apreciado, respeitado, preservado, do qual os seres humanos esto dissociados.
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Referente categoria lugar para viver, o ambiente caracterizado pelos seres humanos, nos seus
aspectos socioculturais, tecnolgicos e componentes histricos.
J em relao ao conceito de EA (ABLIO, 2010), os alunos tm uma viso Preservacionista
(44,44%), Generalista (16,67%), Conservacionista (11,12%), Disciplina curricular (5,55%),
Atividade resolutiva (5,55%) e 16,67% dos alunos no souberam ou no responderam (Grfico II).
Grfico II -Percepes sobre a temtica EA dos educandos da turma do 6 ano do Ensino Fundamental da E. M. E. F.
Padre Jos de Anchieta Santa Helena-PB.
Definir Educao Ambiental falar sobre Educao, dando-lhe uma nova dimenso: a
dimenso ambiental, contextualizada e adaptada realidade interdisciplinar, vinculada aos temas
ambientais locais e globais (ABLIO, 2010). Este novo enfoque busca a conscincia crtica que
permita o entendimento e a interveno de todos os setores da sociedade, encorajando o surgimento
de um novo modelo de sociedade, onde a Conservao dos Recursos Naturais seja compatvel com
o bem-estar socioeconmico da populao.
Acerca da Biodiversidade do bioma Caatinga, as questes indagavam que os alunos citassem
05 exemplos de vegetais e animais tpicos do bioma. Entre os vegetais, os mais citados foram o
mandacaru (35,36%), juazeiro (22,01%), jurema (20,73%) e outros citados como o pau ferro,
malicia, coroa-de-frade e etc. totalizaram 21,90%. Em relao fauna, os mais mencionados foram
o veado (17,24%), pre (17,24), tatu (17,24%) e Tei (17,24), outros animais foram citados como a
lagartixa, moc, tamandu e etc. (31,04%).
Em suma, os alunos tiveram uma boa percepo da fauna e flora da caatinga, na qual citaram
na maioria absoluta animais e vegetais tpicos do Bioma, isto est relacionado com local da
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residncia dos educandos, pois os mesmos na sua maioria moram na zona rural da cidade.
Provavelmente outro fator da predominncia da maioria dos educandos citarem os mesmos animais
e vegetais o grande processo de desertificao pelas queimadas e desmatamento (os impactos
ambientais mais citados) que ocorrem na regio onde foi feita pesquisa, ocasionando assim
impactos ambientais como a diminuio na quantidade da fauna e flora.
Com a anlise sobre a percepo dos educandos faz-se necessrio execuo de vivncias
eco-pedaggicas dentre os atividades, contribuindo assim para o aumento do nvel de sensibilizao
em relao biodiversidade do bioma Caatinga, a partir de aes de EA, para que estes se tornem
membros multiplicadores da necessidade de conservao de um ecossistema to sensvel ao
antrpica.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABLIO, F.J.P. Educao Ambiental: Conceitos, Princpios e Tendncias. IN: Ablio, F.J.P. (Org.)
Educao Ambiental para o Semirido. Joo Pessoa-PB: Editora Universitria da UFPB, 2011.
LEAL, I.R., TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C. Ecologia e Conservao da Caatinga. Recife, PE:
Ed. Universitria da UFPE, 2005.
MOREIRA, D.A. O Mtodo Fenomenolgico na Pesquisa. So Paulo: Pioneira Thomson
Learnig, 2004. 152p.
SATO, M.; PASSOS, L.A. Biorregionalismo: identidade histrica e caminhos para a Cidadania. In:
Loureiro, C.FB, Layrargues, P.P. & Castro, R.S. (orgs). Educao Ambiental: repensando o
espao da cidadania. So Paulo: Cortez, 2002.
SAUV, L. Uma cartografia das correntes em educao ambiental. In: Sato, M. e Carvalho, I.
(organizadoras). Educao Ambiental: pesquisa e desafio. Porto Alegre: Artmed, 2005.
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EDUCAO AMBIENTAL E SISTEMA AGROSSILVOPASTORIL: UMA
EXPERINCIA NO CARIRI PARAIBANO
Pedro Jorge de ARAJO
Thiago Leite de Melo RUFFO
IFPB Cabedelo PB. E-mail para correspondncia - [email protected]
RESUMO: O efeito negativo das prticas usadas pelo homem do campo do cariri paraibano vem
destruindo ao longo do tempo a paisagem natural, acabando com a biodiversidade e esgotando os
recursos naturais renovveis, sem falar do aceleramento da desertificao. Diante disso, acreditamos
que trabalhar com o sistema agrossilvopastoril no cariri paraibano, propiciar um novo jeito de ver a
natureza, mudando o convvio do homem com esta. Assim, objetivou-se neste trabalho promover a
sensibilizao ambiental de alunos de uma escola pblica na regio do cariri paraibano, a partir do
olhar reflexivo sobre o sistema agrossilvopastoril. O trabalho foi desenvolvido com alunos do 6 e
7 ano do ensino fundamental da Escola Jornalista Jos Leal Ramos, localizada no municpio de So
Joo do Cariri-PB, regio inserida no bioma caatinga, entre 2011 e 2012. O referido trabalho
ocorreu atravs de aulas de campo, buscando sempre conhecer e propiciar vivncias acerca do
sistema agrossilvopastoril. Durante as vivncias, foi possvel observar e discutir acerca do sistema
agrossilvopastoril, que consiste no uso da terra e dos recursos naturais que combinam a utilizao
de espcies florestais, agrcolas e/ou criao de animais, numa mesma rea e de maneira simultnea.
Assim, sugerimos que trabalhos iguais a este sejam incentivados em todas as escolas do cariri e
depois em todas as escolas que estejam situadas no bioma caatinga, e em um plano mais ousado, em
todo o mundo, pois existe condio de desenvolvermos e cuidar da natureza, pois cuidando da desta
estaremos cuidando da vida em nosso planeta e isso inclui a nossa.
Palavras-chave: Agricultura sustentvel, espcies florestais, Criao de animais, sensibilizao,
Escola pblica
ABSTRACT: The negative effect of the practices used by man of the field of Paraiba cariri has
destroyed over time the natural landscape, destroying biodiversity and depleting renewable natural
resources, not to mention accelerating desertification. Therefore, we believe that working with the
pasture system in Paraiba cariri, will provide a new way of seeing nature, changing the interaction
of human beings with this. Thus, this work aimed to promote environmental awareness among
students of a public school in the Paraiba state cariris region, from the reflective gaze on the
pasture system. The study was conducted with students from the 6th and 7th year of primary School
Jornalista Jos Leal Ramos, localized in the So Joo do Cariri city, Caatinga biome, between 2011
and 2012. Such work occurred through the field classes, always seeking to recognize and provide
experiences about pasture system. During the experience, it was possible to observe and discuss
about the pasture system, consisting of the use of land and natural resources that combine the use of
forest species, agricultural and /or animal husbandry, and in the same area simultaneously. Thus, we
suggest that this equal work should be encouraged in all schools cariri and then all the schools that
are located in the savanna biome , and a bolder plan, worldwide, for there condition develop and
care for nature because of this we are taking care of taking care of life on our planet and that
includes ours.
Keywords: Sustainable Agriculture, Forest species, Breeding, Awareness, Public school
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INTRODUO
Em decorrncia das condies climticas prprias da regio Semirida paraibana e as prticas
inadequadas de uso e aproveitamento do solo e demais recursos naturais, o desgaste da paisagem
natural tem sido acentuado, levando a perda da biodiversidade e esgotamento de recursos naturais,
alm de acentuar o processo de desertificao nas reas susceptveis.
O modelo agropecurio local h muito tempo vem se mostrando obsoleto, pois o homem dos
tempos atuais utiliza prticas devastadoras, derrubando rvores, aproveitando estacas e moures
para as cercas e algumas madeiras para queimar no fogo a lenha existente em sua casa, sendo o
restante da derrubada das rvores totalmente queimado, matando todo o banco de sementes
silvestres, sem falar dos tocos das rvores em rebrota. Esta situao despertou em ns uma
preocupao com a conservao do bioma caatinga e a sobrevivncia dos atores sociais ali
presentes. Diante disso, acreditamos que trabalhar com o sistema agrossilvopastoril no cariri
paraibano, propiciar um novo jeito de ver a natureza, mudando o convvio do homem com esta.
Todavia, buscar a conservao pela gesto no algo facilmente executvel, principalmente
quando as propostas de interveno apresentadas se contrapem aos padres comportamentais da
comunidade (GADOTTI, 2000). A mudana de comportamento esta diretamente relacionada com a
elevao do nvel de conscincia dos grupos humanos envolvidos. Para que isto seja possvel, so
necessrios projetos que favoream a sensibilizao da comunidade. Acreditamos que a escola seja
um espao privilegiado para se discutir as questes ambientais, podendo tais discusses contribuir
para o processo ensino/aprendizagem sob diferentes aspectos, entre eles, elementos relativos
poltica, cidadania e tica, permitindo o desenvolvimento de cidados conscientes e crticos.
Encontramo-nos, neste caso, diante de uma proposta de mudanas. Portanto, nada mais
adequado que buscarmos o desenvolvimento da cidadania e formao da conscincia ambiental
dentro das escolas, sendo a mesma o local adequado para a realizao de um ensino ativo e
participativo, buscando o conhecimento e a importncia da biodiversidade do bioma caatinga para a
manuteno da vida das populaes do cariri paraibano, bem como especificamente do municpio
de So Joo do Cariri.
Assim, este trabalho teve como objetivo principal promover a sensibilizao ambiental de
alunos de uma esco