115
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM CONCRETO ARMADO E PROTENDIDO FERNANDA BARRETO CARREIRO DE ABREU 2021

PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM CONCRETO ARMADO

E PROTENDIDO

FERNANDA BARRETO CARREIRO DE ABREU

2021

Page 2: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM CONCRETO ARMADO

E PROTENDIDO

FERNANDA BARRETO CARREIRO DE ABREU

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientadoras: Flávia Moll de Souza Judice e

Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro

RIO DE JANEIRO

Julho de 2021

Page 3: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM CONCRETO ARMADO

E PROTENDIDO

Fernanda Barreto Carreiro de Abreu

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

___________________________________________________

Flávia Moll de Souza Judice (Orientadora)

D.Sc, Prof.ª Associada – Poli/UFRJ

___________________________________________________

Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro (Orientadora)

D.Sc, Prof.ª Associada – UFF

__________________________________________________

Fernando Celso Uchôa Cavalcanti

M.Sc, Prof. Adjunto – Poli/UFRJ

__________________________________________________

Eng. Marcelo Correia Alcântara Silveira

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

JULHO DE 2021

Page 4: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

Abreu, Fernanda Barreto Carreiro de

Pré-dimensionamento de Pisos Industriais em Concreto

Armado e Protendido/ Fernanda Barreto Carreiro de Abreu –

Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2021.

xii, 102 p.:il.; 29,7 cm.

Orientadora: Flávia Moll de Souza Judice

Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Civil, 2021.

Referências Bibliográficas: p. 76-78

1. Piso Industrial 2. Concreto Armado 3. Concreto

Protendido.

I. Judice, Flávia M. S., et al.; II. Universidade Federal do Rio

de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Pré-dimensionamento de Pisos Industriais em Concreto

Armado e Protendido.

Page 5: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

DEDICATÓRIA

Dedico esta conquista aos meus pais, Rosiane e Marco Antônio e à minha filha, Maya.

Page 6: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter me sustentado até aqui me guiando e me ajudando ao

longo de toda trajetória.

Aos meus pais, Rosiane e Marco Antônio, por todo apoio que me foi dado ao

longo da minha vida, pelo cuidado e amor incondicional, por todas as preocupações e

conselhos, por todas as vezes que acreditaram em mim mais do que eu mesma. Agradeço

especialmente à minha mãe, que não mediu esforços para que esses dois últimos anos

fossem mais leves, me ajudando a cuidar da nossa Maya para que eu pudesse finalizar

meu ciclo acadêmico de forma mais tranquila.

Ao meu irmão, pela cumplicidade e fraternidade.

À minha filha por todos os sorrisos e carinhos. Maya é minha força para continuar.

Ao meu marido, por toda paciência comigo durante os anos de faculdade. E, por

todas as palavras e sentimentos compartilhados.

Aos meus amigos de faculdade que tornaram o caminho mais feliz, pela troca

mútua de palavras, choros, risadas, materiais de estudos e ensinamentos técnicos.

Às professoras Flávia Moll e Mayra Perlingeiro, por acreditarem no meu

potencial, e terem aceitado me orientar, me ajudando a realizar este trabalho com tanta

paciência.

Agradeço à UFRJ, que me ofereceu formação gratuita e de qualidade, à qual serei

eternamente grata. Aproveito para agradecer a todos os professores que cruzaram comigo

nesses anos de graduação, e que me inspiram a ser uma engenheira cada vez melhor.

.

Page 7: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM CONCRETO ARMADO

E PROTENDIDO

Fernanda Barreto Carreiro de Abreu

Julho de 2021

Orientadoras: Flávia Moll de Souza Judice e Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro

Pisos industriais são pavimentos de alto desempenho, geralmente adotados em ambientes

de tráfego intenso, com cargas atuantes elevadas e/ou sujeitos a ataques de agentes

agressivos. Para manter um bom estado de serviço é fundamental evitar patologias que

exijam manutenção ou recuperação estrutural e, consequentemente, desmobilização (total

ou localizada) e custos inerentes ao processo. Dessa maneira, o concreto deve ter

características específicas de forma a atender aos critérios de segurança, utilização e

durabilidade das estruturas. Este trabalho pretende avaliar o comportamento estrutural de

pisos industriais em concreto armado e em concreto protendido, comparando desempenho

e longevidade, a fim de direcionar para cada caso a melhor solução. Diferentes tipos de

solo de suporte e cargas atuantes variando entre 25 kN/m² e 100 kN/m² serão analisadas

a fim de se estabelecer ábacos para o pré-dimensionamento dessas estruturas.

Palavras-chave: Piso Industrial; Concreto Armado; Concreto Protendido.

Page 8: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Civil Engineer.

PRE-SIZING OF INDUSTRIAL FLOORS IN REINFORCED AND PRESTRESSED

CONCRETE

Fernanda Barreto Carreiro de Abreu

July 2021

Advisers: Flávia Moll de Souza Judice and Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro

Industrial floors are high-performance floors, usually adopted in heavy traffic

environments, with high working loads and/or subject to attacks by aggressive agents.

Keeping a good state of service is essential to avoid pathologies that require maintenance

or structural recovery and, consequently, demobilization (total or localized) and process-

related costs. Thus, the concrete must have specific characteristics to meet the structures

safety, use, and durability. This work aims to evaluate the structural behavior of industrial

floors in reinforced concrete and prestressed concrete, comparing performance and

longevity to direct the best solution to each case. Different types of support soil and

working loads ranging from 25 kN/m² to 100 kN/m² will be analyzed to establish abacuses

for pre-sizing these structures.

Keywords: Industrial Floor; Reinforced Concrete; Prestressed Concrete.

Page 9: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

i

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1.1: PISO INDUSTRIAL EM UM GALPÃO DE DEPÓSITO (LPE ENGENHARIA, 2015). ................................................ 1

FIGURA 1.2: EXEMPLO DE PATOLOGIAS NO PISO INDUSTRIAL (ANAPRE, 2006). .......................................................... 2

FIGURA 2.1: PAVIMENTO DE CONCRETO SIMPLES SEM BARRA DE TRANSFERÊNCIA (ADAPTADO DE BALBO, 2009). .............. 6

FIGURA 2.2: PAVIMENTO DE CONCRETO SIMPLES COM BARRA DE TRANSFERÊNCIA (ADAPTADO DE BALBO, 2009). ............. 6

FIGURA 2.3: PAVIMENTO DE CONCRETO ESTRUTURALMENTE ARMADO (ADAPTADO DE BALBO, 2009). ............................ 8

FIGURA 2.4: PAVIMENTO DE CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS (ADAPTADO DE BALBO, 2009). .................................. 9

FIGURA 2.5: PAVIMENTO DE CONCRETO PROTENDIDO (ADAPTADO DE BALBO, 2009). ................................................ 10

FIGURA 3.1: DISTRIBUIÇÃO DE PRESSÕES DE CONTATO (VELLOSO E LOPES, 2016). ................................................. 11

FIGURA 3.2: MODELO DE WINKLER (VELLOSO E LOPES, 2016). .......................................................................... 12

FIGURA 3.3: MODELO DO MEIO CONTÍNUO ELÁSTICO E ELASTOPLÁSTICO (VELLOSO E LOPES, 2016). .......................... 13

FIGURA 3.4: COEFICIENTE DE MOLA (𝑘𝑚 = 𝑓𝑜𝑟Ç𝑎 (𝐹)𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑑)); COEFICIENTE DE REAÇÃO VERTICAL (𝑘𝑣 =

𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠Ã𝑜 (𝑝)𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑑)) (ANTONIAZZI, 2011). ................................................................... 14

FIGURA 3.5: CORRELAÇÃO CBR X 𝑘𝑣 (RODRIGUES E PITTA, 1997). .................................................................... 16

FIGURA 3.6: INCREMENTO DO MÓDULO DE REAÇÃO VERTICAL (𝑘𝑣) PARA SUB-BASE GRANULAR (RODRIGUES E PITTA,

1997). ................................................................................................................................................ 17

FIGURA 4.1: IMPLANTAÇÃO DE PROTENSÃO POR PRÉ-TRAÇÃO (ALVES, 2021). .......................................................... 19

FIGURA 4.2: PROTENSÃO POR PÓS-TRAÇÃO ADERENTE (ALVES, 2021). ................................................................... 19

FIGURA 4.3: SEÇÃO DA MONOCORDOALHA ENGRAXADA COM SETE FIOS. (ARCELOR MITTAL, 2021) ........................... 20

FIGURA 4.4: PERDAS DE PROTENSÃO NO CABO DEVIDO AO ATRITO (LINHA AZUL) E DEVIDO À ACOMODAÇÃO DAS ANCORAGENS

(TRIÂNGULO). ....................................................................................................................................... 23

FIGURA 4.5: CARACTERIZAÇÃO DO FENÔMENO DA FLUÊNCIA DO CONCRETO (ALVES, 2021). ....................................... 26

FIGURA 4.6: CARACTERIZAÇÃO DO FENÔMENO DE RELAXAÇÃO DO AÇO (ALVES, 2021). .............................................. 26

FIGURA 5.1: ESTRUTURA PORTA-PALLETS COM ELEVADA ALTURA DE ESTOCAGEM (ÁGUIA SISTEMAS, 2021). ............... 28

FIGURA 5.2: JUNTA DE CONSTRUÇÃO COM BARRA DE TRANSFERÊNCIA (RODRIGUES, 2015). ...................................... 31

FIGURA 5.3: JUNTA DE CONSTRUÇÃO NO PISO PROTENDIDO COM EXEMPLO DAS MEDIDAS EM CENTÍMETROS (RODRIGUES,

2010). ................................................................................................................................................ 32

FIGURA 5.4: JUNTA SERRADA (RODRIGUES, 2015). ........................................................................................... 33

FIGURA 5.5: JUNTA DE ENCONTRO COM PILAR (RODRIGUES, 2015). ..................................................................... 33

FIGURA 5.6: PADRÃO DE CARGA UNIFORMEMENTE DISTRIBUÍDA QUE CAUSA O MAIOR MOMENTO POSITIVO (THE CONCRETE

SOCIETY, 2016). ................................................................................................................................. 37

FIGURA 5.7: ESQUEMA DE CARREGAMENTO PARA O MÁXIMO ESFORÇO NEGATIVO GERADO POR UM PAR DE CARGA

DISTRIBUÍDA (THE CONCRETE SOCIETY, 2016). ..................................................................................... 37

FIGURA 5.8: CONFIGURAÇÃO DA CARGA UNIFORMEMENTE DISTRIBUÍDA SOB O PISO PARA O CÁLCULO DO MOMENTO POSITIVO

INDUZIDO (THE CONCRETE SOCIETY, 2016). ......................................................................................... 39

Page 10: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

ii

FIGURA 5.9: CONFIGURAÇÃO DA CARGA UNIFORMEMENTE DISTRIBUÍDA SOB O PISO PARA O CÁLCULO DO MOMENTO

NEGATIVO INDUZIDO (THE CONCRETE SOCIETY, 2016). .......................................................................... 39

FIGURA 5.10: COEFICIENTES DE ATRITO PARA DIVERSAS CONDIÇÕES DE APOIO DE PLACA (RODRIGUES, 2006). .............. 41

FIGURA 5.11: DETALHE DE EXECUÇÃO DE UM PISO PROTENDIDO SOB LONA PLÁSTICA (ALPHAPISO, 2021). ................... 49

FIGURA 6.1: PLANO DE CONCRETAGEM DO PISO EM CONCRETO ARMADO (MEDIDAS EM METRO). ................................... 52

FIGURA 6.2: PLANO DE CONCRETAGEM DO PISO EM CONCRETO PROTENDIDO. (MEDIDAS EM METRO). ............................. 52

Page 11: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

iii

LISTA DE TABELAS

TABELA 3.1 – VALORES TÍPICOS DO COEFICIENTE DE REAÇÃO VERTICAL PARA AREIAS E ARGILAS, RECOMENDADOS POR

TERZAGHI, 1955 (ADAPTADO DE KOSHIMA ET AL., 1998) .......................................................................... 15

TABELA 4.1 – PENETRAÇÃO DA CUNHA INDIVIDUAL NO SISTEMA FREYSSINET. ............................................................. 23

TABELA 5.1 – DIÂMETRO DAS BARRAS EM FUNÇÃO DA ESPESSURA DE PISOS DE CONCRETO SIMPLES (RODRIGUES, 2010). 36

TABELA 5.2 – ARMADURA DE RETRAÇÃO NO PISO DE CONCRETO ARMADO (𝐴𝑠, 𝑟𝑒𝑡). .................................................. 42

TABELA 5.3 – ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DAS TELAS SOLDADAS NERVURADA GERDAU DO TIPO Q (GERDAU, 2021). ....... 42

TABELA 5.4 – EXIGÊNCIAS DE DURABILIDADE RELACIONADAS À FISSURAÇÃO E À PROTEÇÃO DA ARMADURA, EM FUNÇÃO DAS

CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL (ABNT, 2014). ............................................................................... 43

TABELA 6.1 – FAIXAS DE VARIAÇÃO DOS PARÂMETROS CONSIDERADOS. ..................................................................... 50

TABELA 6.2 – PROPRIEDADES DOS MATERIAIS. ...................................................................................................... 51

TABELA 6.3 – ORDEM DE EXECUÇÃO DE CONCRETAGEM E PROTENSÃO DO PISO PROTENDIDO. ........................................ 53

TABELA 6.4 – PERDA DE PROTENSÃO POR ATRITO NOS CABOS LONGITUDINAIS NA SEÇÃO DO MEIO DA PLACA. ................... 54

TABELA 6.5 – PERDA DE PROTENSÃO POR ATRITO NOS CABOS TRANSVERSAIS NA SEÇÃO DO MEIO DA PLACA. ..................... 54

TABELA 6.6 – PERDA DE PROTENSÃO POR DEFORMAÇÃO DA ANCORAGEM, EM X = 0 M, PARA OS CABOS LONGITUDINAIS. ... 55

TABELA 6.7 – PERDA DE PROTENSÃO POR DEFORMAÇÃO DA ANCORAGEM, EM X = 0 M, PARA OS CABOS TRANSVERSAIS. ..... 55

TABELA 6.8 – VALOR DO MÓDULO DE ELASTICIDADE DO CONCRETO EM T = 4 DIAS, INSTANTE DA PROTENSÃO LONGITUDINAL.

.......................................................................................................................................................... 55

TABELA 6.9 – VALOR DO MÓDULO DE ELASTICIDADE DO CONCRETO EM T = 1 DIA, INSTANTE DA PROTENSÃO TRANSVERSAL. 55

TABELA 6.10 – PERDA DE PROTENSÃO POR ENCURTAMENTO ELÁSTICO DO CONCRETO NOS CABOS LONGITUDINAIS NA SEÇÃO

DO MEIO DA PLACA. ................................................................................................................................ 56

TABELA 6.11 – PERDA DE PROTENSÃO POR ENCURTAMENTO ELÁSTICO DO CONCRETO NOS CABOS TRANSVERSAIS NA SEÇÃO DO

MEIO DA PLACA...................................................................................................................................... 57

TABELA 6.12 – RESUMO DOS RESULTADOS ENCONTRADOS PARA OS CABOS LONGITUDINAIS........................................... 58

TABELA 6.13 – RESUMO DOS RESULTADOS ENCONTRADOS PARA OS CABOS TRANSVERSAIS. ........................................... 58

TABELA 6.14 – VERIFICAÇÃO DO CONCRETO NO ATO DA PROTENSÃO PARA 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎 NOS CABOS LONGITUDINAIS. . 59

TABELA 6.15 – VERIFICAÇÃO DO CONCRETO NO ATO DA PROTENSÃO PARA 𝑓𝑐𝑘 = 35 𝑀𝑃𝑎 NOS CABOS LONGITUDINAIS. . 59

TABELA 6.16 – VERIFICAÇÃO DO CONCRETO NO ATO DA PROTENSÃO PARA 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎 NOS CABOS TRANSVERSAIS. .. 59

TABELA 6.17 – VERIFICAÇÃO DO CONCRETO NO ATO DA PROTENSÃO PARA 𝑓𝑐𝑘 = 35 𝑀𝑃𝑎 NOS CABOS TRANSVERSAIS. .. 59

TABELA 6.18 – ALONGAMENTO DOS CABOS LONGITUDINAIS.................................................................................... 60

TABELA 6.19 – ALONGAMENTO DOS CABOS TRANSVERSAIS. .................................................................................... 60

TABELA 6.20 – MOMENTO DE FISSURAÇÃO DO CONCRETO PARA PROTENSÃO LONGITUDINAL. ........................................ 60

TABELA 6.21 – MOMENTO DE FISSURAÇÃO DO CONCRETO PARA PROTENSÃO TRANSVERSAL. ......................................... 60

Page 12: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ........................................................................................... I

LISTA DE TABELAS .................................................................................................. III

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1

OBJETIVOS E METODOLOGIA ....................................................................... 3

APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ................................................................. 3

2 PISOS INDUSTRIAIS EM CONCRETO ............................................................ 5

PISOS DE CONCRETO SIMPLES ..................................................................... 5

PISOS DE CONCRETO ARMADO .................................................................... 7

PISOS DE CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS .................................... 8

PISOS EM CONCRETO PROTENDIDO ........................................................... 9

3 INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA .................................................................. 11

DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES DE CONTATO NO SOLO ...................... 11

3.1.1 MODELO DE WINKLER ............................................................................. 12

3.1.2 MODELO DO MEIO CONTÍNUO ............................................................... 13

COEFICIENTE OU MÓDULO DE REAÇÃO VERTICAL DO SOLO (𝑘𝑣) .. 14

3.2.1 INCREMENTO DO 𝒌𝒗 ................................................................................. 16

4 PROTENSÃO ....................................................................................................... 18

SISTEMAS DE PROTENSÃO .......................................................................... 18

4.1.1 PRÉ-TRAÇÃO ............................................................................................... 18

4.1.2 PÓS-TRAÇÃO ADERENTE ......................................................................... 19

4.1.3 PÓS-TRAÇÃO NÃO ADERENTE ............................................................... 20

PERDAS DE PROTENSÃO .............................................................................. 21

4.2.1 PERDAS INICIAIS ........................................................................................ 21

4.2.2 PERDAS PROGRESSIVAS .......................................................................... 26

Page 13: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

5 CRITÉRIOS DE PROJETO E EXECUÇÃO .................................................... 28

CRITÉRIOS DE PROJETO ............................................................................... 28

5.1.1 RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO ENDURECIDO ................ 29

5.1.2 JUNTAS ......................................................................................................... 30

5.1.3 PISOS DE CONCRETO ARMADO .............................................................. 36

5.1.4 PISOS DE CONCRETO PROTENDIDO ...................................................... 43

CRITÉRIOS DE EXECUÇÃO .......................................................................... 46

5.2.1 PISOS DE CONCRETO ARMADO .............................................................. 47

5.2.2 PISOS DE CONCRETO PROTENDIDO ...................................................... 48

6 ESTUDOS DE CASOS ......................................................................................... 50

CARACTERÍSTICAS DO PROJETO ............................................................... 50

6.1.1 PARÂMETROS DOS MATERIAIS ............................................................. 51

PISO EM CONCRETO ARMADO ................................................................... 51

PISO EM CONCRETO PROTENDIDO ........................................................... 52

6.3.1 DIMENSIONAMENTO ................................................................................. 53

ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................... 61

6.4.1 CARGA ADMISSÍVEL ................................................................................. 61

6.4.2 MOMENTO FLETOR SOLICITANTE ........................................................ 65

7 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 75

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .............................................. 76

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 77

APÊNDICE A ............................................................................................................... 80

APÊNDICE B ................................................................................................................ 84

APÊNDICE C ............................................................................................................. 100

Page 14: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

1

1 INTRODUÇÃO

O piso industrial é considerado como elemento de fundamental importância para

logística de operação das empresas, visto que é sobre ele que as atividades produtivas se

realizam, proporcionando movimentação de cargas e equipamentos, além de resistir aos

esforços mecânicos, químicos e biológicos.

Devido ao seu alto desempenho, os pisos industriais passaram a ser valorizados

enquanto solução, tanto por sua funcionalidade como por suas propriedades determinantes ao

longo da vida útil das edificações.

Por ser um pavimento de alta resistência, a infraestrutura constituída pelo terreno de

fundação, sub-base, base, juntas, revestimentos e tratamento superficial precisa ter

características específicas para resistir de maneira satisfatória às solicitações de projeto.

Amplamente utilizado em indústrias, o piso industrial também é adotado em ambientes

diversos, como: shopping centers, estacionamentos, galpões de depósito, laboratórios,

aeroportos, estádios, arenas esportivas, entre outros.

A Figura 1.1 ilustra um piso industrial de 25.230 m² executado pela LPE Engenharia,

em Santa Catarina no ano de 2015.

Figura 1.1: Piso industrial em um galpão de depósito (LPE engenharia, 2015).

Page 15: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

2

Os benefícios da utilização deste tipo de piso com o uso de novas tecnologias levam o

mercado do setor a uma franca ascensão, uma vez que o sistema bem executado permite manter

um baixo custo de manutenção, aumentando significativamente o lucro das empresas.

Todavia, é fundamental que se defina adequadamente, durante a fase de projeto, os

quantitativos de materiais, os números de juntas e o procedimento de execução que melhor

atendem ao projeto.

Apesar da expansão do setor de pisos ser algo relevante e promissor, ainda hoje há

escassez de normas nacionais, que orientem o procedimento de projeto e execução dessas

estruturas, o que influencia diretamente na lenta propagação da técnica. Desse modo, somente

uma pequena parcela dos pisos projetados para a indústria e edificações comerciais considera,

de fato, as especificações técnicas e os controles tecnológicos apropriados.

Destaca-se que, sem estudo prévio e projeto de qualidade, não é possível garantir

atuação totalmente eficaz do piso, pois diferentes falhas podem acontecer no processo

ocasionando patologias indesejáveis, tais como fissuras, trincas, infiltração e comprometimento

da resistência do material. Esses efeitos, porém, provocam interrupção no processo produtivo

das indústrias e, consequentemente, enormes prejuízos financeiros.

A Figura 1.2 ilustra um exemplo de patologias na região das juntas de um piso industrial.

Figura 1.2: Exemplo de patologias no piso industrial (ANAPRE, 2006).

Torna-se evidente que a única maneira de manter um crescimento sustentado do setor é

a partir de investimentos em estudos científicos que, aliados ao uso de normas estrangeiras,

possam funcionar como alicerce para o dimensionamento e construção de pisos de concreto,

promovendo a inovação da tecnologia e a disseminação do conhecimento.

Page 16: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

3

O desenvolvimento deste estudo foi motivado essencialmente pela lacuna existente no

mercado de trabalho em relação ao processo de escolha da melhor solução de piso industrial

para cada tipo de solo e sua utilização. Alguns fatores que também influenciam a decisão são:

disponibilidade de materiais, de equipamentos e de mão de obra, segurança, durabilidade,

economia e tempo. Para que seja possível escolher a melhor opção é necessário, portanto, amplo

conhecimento sobre as várias tecnologias existentes.

Neste trabalho são apresentados os diferentes tipos de pisos industriais de concreto com

ênfase no dimensionamento do piso estruturalmente armado e em concreto protendido.

OBJETIVOS E METODOLOGIA

Um projeto bem elaborado contribui para garantir as vantagens apresentadas pelos

pavimentos de concreto. O dimensionamento conservador pode inviabilizar a construção por

aumentar demasiadamente o custo. O subdimensionamento pode causar problemas estruturais

e diminuir a vida útil do pavimento, obrigando a execução de reparos e reforços que aumentam

os custos e provocam transtornos aos usuários.

Um projeto deve ser realizado não apenas para garantir a segurança à ruptura, mas para

atender às condições de serviço, por um determinado período de tempo. Por isso, deve-se

incorporar aos projetos estruturais os conceitos de vida útil e estados limites.

O objetivo deste trabalho é justamente auxiliar na escolha do piso industrial em

concreto armado ou concreto protendido, avaliando o comportamento estrutural de cada sistema

e comparando desempenho e longevidade.

Para isso, foram construídos ábacos de pré-dimensionamento dessas estruturas a partir

de análises feitas com distintos carregamentos distribuídos em diversos tipos de solo de suporte,

considerando duas classes de concreto e diferentes espessuras para os pavimentos de concreto.

APRESENTAÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho foi dividido em sete capítulos, cujos conteúdos são apresentados a

seguir:

O capítulo 2 apresenta os sistemas estruturais de pisos industriais em concreto mais

utilizados no Brasil.

Page 17: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

4

O capítulo 3 descreve os dois modelos principais de interação solo-estrutura, a fim de

entender o mecanismo de influência recíproca entre a fundação e o solo: Modelo de Winkler e

o Modelo do Meio Contínuo.

O capítulo 4 apresenta os fundamentos da protensão e, com base na NBR 6118:2014,

classifica as perdas de protensão.

O capítulo 5 aborda os critérios e procedimentos de cálculo para dimensionamento do

pavimento industrial.

O capítulo 6 trata dos estudos de casos, apresenta os parâmetros considerados e realiza

a análise dos resultados, apresentando uma comparação entre as soluções propostas; ábacos

para o pré-dimensionamento são desenvolvidos para auxiliar o projetista na definição da melhor

solução estrutural.

O capítulo 7 apresenta as considerações finais e propostas de futuros estudos

complementares a este trabalho.

Page 18: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

5

2 PISOS INDUSTRIAIS EM CONCRETO

O piso industrial de concreto pode ser uma estrutura simples ou bastante complexa,

dependendo exclusivamente da sua destinação final. Segundo a ANAPRE (2009), o piso

industrial é definido como um sistema de múltiplas camadas com finalidade de resistir e

distribuir as solicitações verticais provenientes dos carregamentos ao subleito. Além disso,

também é atribuição do piso: resistir aos esforços mecânicos e ataques químicos ou biológicos

e proporcionar conforto e segurança aos usuários.

Escolher o piso industrial que melhor se adequa a cada situação é um trabalho que exige

conhecimento prévio das características das diversas tipologias de pisos. O profissional

envolvido deve considerar aspectos tecnológicos, comportamento dos materiais empregados,

logística de execução dos pavimentos, durabilidade do piso e equacionar às condições

financeiras do cliente.

Para atender às diferentes situações de carregamentos impostos, os pisos em concreto

devem ser executados sob aspectos estruturais e funcionais particulares, o que leva a soluções

distintas de reforço estrutural. As diferentes classificações de pisos são apresentadas a seguir.

PISOS DE CONCRETO SIMPLES

Para o dimensionamento de pisos em concreto simples, deve-se levar em conta que

todos os esforços de tração gerados pela retração, pela variação térmica e pelo carregamento

são resistidos unicamente pelo concreto. Isto ocorre pois não há presença de armadura estrutural

ou de combate à retração. Entretanto, é possível empregar dispositivos de transferência de

carga, tais como barras de transferências ou barras de ligação entre as placas de concreto.

Assim, para fins de dimensionamento da espessura, os fundamentos e os modelos de

análise de tensões nesses pavimentos exigem a hipótese de que o concreto trabalhe em regime

elástico, sendo o único responsável por resistir aos esforços impostos, sem que estes, ao

excederem a resistência do concreto, provoquem fissuração (BALBO, 2009).

Esse sistema de piso é formado por placas de concreto com pequenas dimensões, da

ordem de 1,0 m a 2,5 m (BINA et al., 2002), elevado número de juntas transversais e

longitudinais, geralmente com grandes espessuras. As juntas são igualmente espaçadas e

dimensionadas com a finalidade de controlar a retração hidráulica na massa de concreto fresca,

reduzir a dilatação ocasionada pela variação térmica, além de evitar o empenamento das placas.

Page 19: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

6

No entanto, as juntas são o elo mais fraco do piso e, portanto, onde se manifestam as principais

patologias.

Balbo (2009) explica a utilização de elementos de aço para a transferência de carga e a

ligação entre as placas, segundo o autor, nas juntas longitudinais do pavimento de concreto

simples são dispostas as chamadas barras de ligação (BL), cuja função é evitar o deslocamento

horizontal relativo entre as placas lateralmente dispostas, que ocorre pelo engastamento da

armadura em ambas as placas de concreto. Nas juntas transversais são posicionadas as barras

de transferência de carga (BT), que distribuem parte das solicitações das cargas aplicadas sobre

uma placa para a placa subsequente, fazendo com que placas sucessivas trabalhem

solidariamente naquela região.

As Figura 2.1 e Figura 2.2 mostram o sistema de piso em concreto simples sem

utilização de barra de transferência e com utilização de barra de transferência, respectivamente.

Figura 2.1: Pavimento de concreto simples sem barra de transferência (adaptado de BALBO, 2009).

Figura 2.2: Pavimento de concreto simples com barra de transferência (adaptado de BALBO, 2009).

De acordo com Nakamura (2009), o processo executivo deste tipo de pavimento é

bastante simplificado e possui baixo custo de manutenção, porém apresenta menor resistência

Page 20: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

7

e durabilidade que os demais pisos de concreto (armado, com fibras e protendido). Além disso,

de maneira geral, as barras de transferência possuem grandes diâmetros e podem levar a alguma

dificuldade na instalação e fixação.

Balbo (2009) acrescenta que o fator limitante mais crítico de projeto para este tipo de

pavimento é a resistência do concreto. Também destaca que o processo de cura adequado é

importante para o combate às fissuras por retração hidráulica.

A utilização de pisos de concreto simples é mais indicada para casos em que a grande

quantidade de juntas não prejudica a estética do espaço e vida útil do pavimento. É mais

comumente visto em pavimentos rodoviários.

PISOS DE CONCRETO ARMADO

Com a intenção de reduzir o número de juntas, os projetos passaram a contemplar

armaduras como vergalhões ou telas eletrosoldadas, passando o sistema a ser chamado de

estruturalmente armado (VIECILI, 2004).

O piso de concreto armado utiliza armaduras com finalidade estrutural, isto é, a amadura

tem a função de controlar as tensões de tração na flexão geradas na placa. De modo geral, o

concreto absorve as tensões de compressão e as tensões de tração são absorvidas pela área

transversal da armadura de aço, a qual é projetada e disposta de modo racional para cumprir tal

função.

Para o dimensionamento desse pavimento, deve-se considerar dois tipos de armaduras:

a negativa (na face superior do piso), que tem como função controlar a fissuração causada

principalmente por retração hidráulica e variações térmicas do concreto, e a positiva (na face

inferior do piso), que visa resistir às tensões de tração. Segundo Balbo (2009), essa

característica permite que as juntas transversais e longitudinais de um pavimento de concreto

armado sejam projetadas de maneira mais espaçada, de tal modo que são definidas placas de

maiores dimensões, geralmente duas a três vezes superiores a uma placa de concreto simples,

sem riscos de fissuras de retração durante a cura, o que não é válido para pavimentos sem

armadura.

A Figura 2.3 apresenta um exemplo da seção transversal desse tipo de piso.

Page 21: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

8

Figura 2.3: Pavimento de concreto estruturalmente armado (adaptado de BALBO, 2009).

Balbo (2009) afirma que a resistência de concretos utilizados nesse tipo de pavimento

não é definida em função de sua adequação para enfrentar os esforços atuantes, uma vez que

não é o concreto que controla as reações aos esforços de flexão. Define-se, portanto, a

resistência à compressão do concreto em função da necessidade de durabilidade do mesmo e de

critérios de manutenção.

Em função da sua elevada capacidade resistente, os pisos industriais estruturalmente

armados são usualmente empregados na presença de cargas elevadas, como hangares de

aeronaves, pátio de contêineres, áreas de depósito com cargas pontuais elevadas etc.

PISOS DE CONCRETO REFORÇADO COM FIBRAS

Chodounsky (2007) define o concreto reforçado com fibras como uma mistura de duas

fases, o concreto e a fibra. As fibras de aço são as mais utilizadas, mas também podem ser

empregadas as de vidro, polímeros orgânicos e, com menor frequência, as vegetais, como a juta

e o sisal. As propriedades desses materiais são determinadas pelo comportamento estrutural do

conjunto formado por seus componentes.

Ainda segundo Chodounsky, as fibras são produzidas a partir de materiais trefilados de

alta resistência (alto módulo de deformação) e são misturadas ao concreto pouco antes da

execução do piso.

Ao adicionar fibras metálicas no concreto, por exemplo, ele passa a apresentar ruptura

dúctil e não mais frágil como ocorre no concreto simples (BINA et al., 2002). Assim, devido

ao alto valor do módulo de elasticidade das fibras utilizadas nesse tipo de concreto, é possível

utilizá-las de forma a substituir a armadura convencional, uma vez que conseguem resistir às

tensões de tração, reduzem fissurações e melhoram a ductilidade do material, redistribuindo os

esforços de maneira eficiente.

Page 22: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

9

A Figura 2.4 abaixo apresenta um exemplo do perfil de pisos de concreto reforçado com

fibras.

Figura 2.4: Pavimento de concreto reforçado com fibras (adaptado de BALBO, 2009).

De acordo com Viecili (2004), esse tipo de concreto apresenta inúmeras vantagens, tais

como: o número reduzido de juntas (devido às tensões geradas no interior das placas); processo

simplificado de concretagem e redução de riscos patológicos associados à corrosão.

Com o uso das fibras, surge também o conceito de pisos sem juntas (“jointless floor”).

Segundo Bina et al. (2002), o reforço com fibras possibilita a execução de placas de até 2500

m² numa única operação.

No entanto, para que o sistema de piso de concreto reforçado com fibras funcione

adequadamente, é necessário controle tecnológico altamente cuidadoso, uma vez que é

fundamental para o bom desempenho do piso que a distribuição das fibras ocorra de forma

homogênea nas placas de concreto, assegurando, portanto, o comportamento previsto em

projeto.

PISOS EM CONCRETO PROTENDIDO

De acordo com Pfeil (1984), a protensão pode ser descrita pela introdução de um estado

de tensões prévio numa estrutura com o objetivo de melhoria na resistência ou no

comportamento do concreto considerando o efeito de diversas condições de cargas.

O piso protendido consiste, portanto, em um piso de concreto reforçado com armaduras

de alta resistência, tracionado por macacos hidráulicos, cuja força é transferida à placa de

concreto a partir das ancoragens posicionadas nas extremidades, criando tensões que antecedem

a solicitação por cargas externas.

Neste tipo de pavimento, a armadura é usualmente constituída por cordoalhas

engraxadas e plastificadas com resistência à tração até 3,5 vezes superior ao vergalhão, que são

Page 23: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

10

dispostas à meia altura do pavimento e são tensionadas e travadas contra o concreto,

transferindo para este tensões compressivas uniformes. A Figura 2.5 apresenta um exemplo do

perfil deste tipo de piso.

Figura 2.5: Pavimento de concreto protendido (adaptado de BALBO, 2009).

A protensão é um meio eficiente de diminuição do número de juntas e,

consequentemente, de redução dos riscos de patologias causadas pelo mau funcionamento

destes elementos. Segundo Bina et al. (2002), é possível trabalhar com juntas construtivas

distantes de 100 m a 150 m. Além disso, o fato de a placa trabalhar totalmente ou parcialmente

comprimida acarreta a sensível redução dos riscos de fissuração e é possível obter reduções

significativas nas espessuras das placas sem comprometer a capacidade de carga, pois ocorre

tração no concreto protendido apenas quando a tensão prévia de compressão é superada

(BALBO, 2009). Assegura-se, portanto, baixo custo de manutenção e maior durabilidade.

A execução de um piso protendido exige, no entanto, maior rigor quanto à preparação

da base, posicionamento dos cabos de protensão e maiores cuidados durante o lançamento do

concreto para manter os cabos e suas ancoragens nas posições de projeto.

Page 24: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

11

3 INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA

Chama-se interação solo-estrutura o mecanismo de influência recíproca gerada entre a

fundação e o solo. O processo inicia-se ainda na fase de construção e estende-se até que as

tensões e deformações sejam estabilizadas, tanto da estrutura como do maciço de solos

(COLARES, 2006).

Para uma análise apropriada da interação solo-estrutura é necessária uma escolha

adequada do modelo para representação do solo. Velloso e Lopes (2016) expõem dois modelos

principais: Modelo de Winkler e o Modelo do Meio Contínuo, podendo este último ser dividido

entre elástico e elastoplástico.

Ainda segundo Velloso e Lopes (2016), esse tipo de análise tem por objetivo fornecer

os deslocamentos reais da estrutura e suas solicitações internas, com a finalidade de assegurar

a durabilidade, a estabilidade e a funcionalidade da obra durante sua vida útil. Essas solicitações

podem ser obtidas diretamente pela análise da interação ou, indiretamente, por meio das

pressões de contato.

DISTRIBUIÇÃO DAS PRESSÕES DE CONTATO NO SOLO

Ao analisar um elemento de fundação é importante considerar as pressões de contato,

que são as pressões na interface solo-estrutura, através das quais as cargas são transmitidas ao

solo. Segundo Velloso e Lopes (2016), alguns fatores afetam estas pressões, principalmente: as

características das cargas aplicadas, a rigidez relativa fundação/solo, as propriedades do solo e

a intensidade das cargas.

A Figura 3.1 ilustra as pressões mobilizadas no contato de placas com o solo.

Figura 3.1: Distribuição de pressões de contato (VELLOSO E LOPES, 2016).

De maneira simples, sabe-se que o pavimento industrial é constituído por terreno de

fundação (subleito), sub-base, placa de concreto, juntas, revestimentos e tratamento superficial.

É necessário que cada parte deste sistema atenda a parâmetros especificados por norma.

Page 25: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

12

Para tanto, o terreno de fundação precisa ser preparado de forma que a capacidade de

suporte do solo seja suficientemente boa para absorver os carregamentos aplicados. Esse

preparo é feito por meio de compactação ou adensamento do solo.

Além disso, a sub-base também deve ser executada de forma a uniformizar a capacidade

de suporte da fundação ao longo do piso, evitando variações bruscas de deformações e

funcionando como camada de rigidez intermediária entre o subleito e a placa de concreto.

3.1.1 MODELO DE WINKLER

A hipótese de Winkler, proposta em 1867, admite que as cargas aplicadas na superfície

do solo geram deslocamentos somente na região de aplicação da mesma, ou seja, o efeito da

continuidade do meio não é considerado. Sendo assim, o solo pode ser visto como um sistema

de molas lineares com rigidez equivalente e independentes entre si, como ilustrado na Figura

3.2.

Figura 3.2: Modelo de Winkler (VELLOSO E LOPES, 2016).

Pela hipótese de Winkler, a reação por unidade de comprimento resultante do solo sobre

a viga é função do deslocamento daquele ponto da viga na direção correspondente. Assim, para

uma viga sobre base elástica submetida a carregamentos transversais, o modelo prevê que as

pressões de contato são proporcionais aos deslocamentos verticais, ou seja:

(3.1)

𝑞 = 𝑘𝑣 ∙ 𝑤

sendo:

𝑞: pressão de contato na base da fundação;

𝑘𝑣: coeficiente de reação vertical do solo, também chamado de coeficiente de recalque

ou módulo de reação ou coeficiente de mola;

𝑤: deslocamento vertical.

Page 26: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

13

A estimativa dos deslocamentos verticais pode ser feita com base em métodos

conhecidos na literatura para a previsão de recalques, como a teoria da elasticidade, o método

da camada finita, o método de Schmertmann, o método de Aoki-Lopes, o método de propagação

de tensões, entre outros, ou ainda os métodos experimentais (ANTONIAZZI, 2011).

As principais vantagens dessa hipótese consistem na simplicidade do método, na fácil

aplicação e nos resultados mais realistas do que uma mera idealização de estruturas com apoios

indeslocáveis. Em contrapartida, o modelo torna-se pouco representativo quando restringe a

análise ao não considerar o efeito de grupo nos cálculos dos recalques. Dutta e Roy (2002)

registram que a ausência de continuidade do modelo devido à independência das molas é a

maior dificuldade do modelo Winkler. Além disso, esses autores manifestam dificuldades na

determinação do 𝑘𝑣.

No presente trabalho, a escolha desse método para análise da interação solo-estrutura se

justifica por ser um método de fácil aplicação, muito difundido no meio técnico e que apresenta

respostas satisfatórias para os principais tipos de fundação.

3.1.2 MODELO DO MEIO CONTÍNUO

O modelo do meio contínuo permite avaliar a distribuição de tensões ao longo do solo,

por isso é visto como uma maneira mais realista de representar o solo. Segundo esse modelo, o

solo é presumidamente anisotrópico e apresenta camadas distintas, ao passo que, pela hipótese

de Winkler, o solo é sempre considerado homogêneo e isotrópico (PORTO et al., 2012).

De acordo com Koshima et al. (1998), o meio contínuo pode ser elástico ou

elastoplástico. Como ilustrado na Figura 3.3, o primeiro tipo considera um comportamento

linear do solo, sendo representado por dois parâmetros elásticos, o módulo de elasticidade (𝐸𝑠)

e o coeficiente de Poisson (𝜈), enquanto o segundo considera um comportamento não-linear do

solo e é representado pelos dois parâmetros já mencionados e mais dois, coesão (c) e ângulo de

atrito (φ).

Figura 3.3: Modelo do meio contínuo elástico e elastoplástico (VELLOSO E LOPES, 2016).

Page 27: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

14

Para o meio contínuo elástico há algumas soluções para vigas e placas pela Teoria da

Elasticidade, além de algumas soluções numéricas pelo Método das Diferenças Finitas e

Método dos Elementos de Contorno. Já o meio contínuo elastoplástico, dificilmente justificado

em projetos correntes, requer solução numérica, pelo Método do Elementos Finitos, por

exemplo (KOSHIMA et al., 1998).

Dutta e Roy (2002) afirmam que uma das principais desvantagens no uso do modelo

contínuo elástico é a imprecisão dos valores para as reações calculadas nas periferias da

fundação. No entanto, para contornar esse problema e obter uma quantidade maior de resultados

mais precisos, o modelo pode ser ampliado e ocupar um domínio maior.

Outra dificuldade no emprego do modelo contínuo reside na dificuldade de se obter o

módulo de elasticidade apropriado do solo em um problema prático, por isso, requer maior

experiência de campo.

No modelo contínuo elastoplástico, o comportamento do solo é modelado até a ruptura

e, no geral, não apresenta caráter prático, pois requer grande quantidade de manipulação de

dados de alto custo de processamento, inviabilizando a aplicação.

COEFICIENTE OU MÓDULO DE REAÇÃO VERTICAL DO SOLO (𝑘𝑣)

O coeficiente de reação vertical é um valor escalar que representa a rigidez que o solo

possui para resistir ao deslocamento mobilizado por uma pressão imposta. Conforme ilustra a

Figura 3.4, Antoniazzi (2011) faz uma analogia do coeficiente de reação vertical 𝑘𝑣 com o

coeficiente de mola 𝑘𝑚, e mostra que o 𝑘𝑣 relaciona-se com pressão, e não a força.

Figura 3.4: Coeficiente de mola (𝑘𝑚 = 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 (𝐹) 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑑)⁄ ); Coeficiente de reação vertical

(𝑘𝑣 = 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 (𝑝) 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑑))⁄ (ANTONIAZZI, 2011).

O módulo de reação vertical está associado a diferentes fatores, tais como a forma, as

dimensões da fundação, o tipo de construção e as variações de carregamento, ou seja, não é

uma propriedade do solo (ANTONIAZZI, 2011).

Page 28: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

15

Segundo Velloso e Lopes (2016), é possível obter o coeficiente de reação vertical a

partir de tabelas com valores típicos, ou ainda por meio de ensaios de placa, por correlações

com as propriedades elásticas do maciço do solo ou pelo recalque vertical estimado.

A Tabela 3.1 resume os valores típicos do coeficiente vertical apresentados por

Terzaghi, em 1955, e determinados a partir de ensaios de placa quadrada de 1 pé (305 mm) de

lados assente sobre diferentes tipos de solo.

Tabela 3.1 – Valores típicos do coeficiente de reação vertical para areias e argilas, recomendados por

Terzaghi, 1955 (adaptado de KOSHIMA et al., 1998)

Argilas Rija Muito Rija Dura

Faixa de Valores [MPa/m] 15,7 – 31,4 31,4 – 62,8 >62,8

Valor Proposto 23,5 47,1 94,1

Areias Fofa Med. Compacta Compacta

Faixa de Valores [MPa/m] 5,9 – 18,6 18,6 – 94,1 94,1 – 313,8

Areia acima do NA 12,7 41,2 156,9

Areia Submersa 7,8 25,5 94,1

Frente à variabilidade de valores propostos por Terzaghi, alternativamente pode-se

estimar o módulo de reação vertical a partir do Índice de Suporte Califórnia (ISC), também

chamado CBR (California Bearing Ratio). O CBR é bastante conhecido entre os profissionais

envolvidos em obras de terraplenagem e pavimentação, sendo empregado em diversos métodos

de dimensionamento de pavimentos flexíveis e rígidos. A norma nacional que preconiza o

ensaio para determinação do CBR é a ABNT NBR 9.895:1987 (Solo – Índice de Suporte

Califórnia – Método de Ensaio).

Segundo Rodrigues et al. (2006), o CBR pode ser associado ao módulo de reação

vertical por meio da correlação apresentada na Figura 3.5.

Page 29: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

16

Figura 3.5: Correlação CBR x 𝑘𝑣 (RODRIGUES E PITTA, 1997).

3.2.1 INCREMENTO DO 𝒌𝒗

Sabe-se que o terreno de suporte do pavimento de concreto é composto por subleito

(solo) e sub-base. As sub-bases são elementos estruturais intermediários entre as placas de

concreto e o subleito, formados pelo terreno natural ou por solo substituído e devidamente

compactado, sendo de importância primordial ao desempenho do piso.

Segundo Chodounsky (2007), o emprego de sub-base incrementa o valor do módulo de

reação vertical da fundação. Esse aumento é tão maior quanto melhor a qualidade da sub-base

adotada e sua espessura. Embora este ganho no coeficiente de reação vertical não seja a

principal função da sub-base, é muito conveniente levá-lo em consideração no

dimensionamento estrutural da fundação.

Diferentes tipos de sub-bases podem ser utilizadas para pavimentos de concreto. As

mais comuns são as britas granulares (BG), o solo-cimento (SC), a brita graduada tratada com

cimento Portland (BGTC) e o concreto compactado com rolo (CCR).

Page 30: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

17

Neste trabalho, foi considerada uma sub-base de brita granular (BG). A Figura 3.6

apresenta o incremento do módulo de reação do terreno de fundação em função da presença de

sub-base granular, segundo Rodrigues e Pitta (1997).

Figura 3.6: Incremento do módulo de reação vertical (𝑘𝑣) para sub-base granular (RODRIGUES E

PITTA, 1997).

Page 31: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

18

4 PROTENSÃO

Segundo a NBR6118 (ABNT, 2014), definem-se como elementos protendidos “aqueles

nos quais parte das armaduras é previamente alongada por equipamentos especiais de

protensão, com a finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os

deslocamentos da estrutura, bem como propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta

resistência no estado-limite último (ELU)”.

SISTEMAS DE PROTENSÃO

A protensão introduz no elemento estrutural uma força inicial de compressão 𝑃0 a partir

do pré-alongamento inicial da armadura ativa, caracterizada por elevada tensão de ruptura e

baixa relaxação.

Em geral, os sistemas de protensão são classificados conforme a existência ou não de

aderência entre concreto e armadura ativa e quanto ao procedimento de execução. A protensão

das cordoalhas, portanto, pode ser realizada antes ou depois da concretagem da estrutura, sendo

denominada pré-tração ou pós-tração, respectivamente.

4.1.1 PRÉ-TRAÇÃO

Neste sistema, não são usadas ancoragens mecânicas e a transferência da força de

protensão do aço para o concreto é feita somente por aderência.

A protensão com aderência inicial só é empregada na produção de peças pré-fabricadas.

Nas bancadas ou pistas de protensão, as cordoalhas são mantidas ancoradas nas extremidades

destas, a armadura ativa é posicionada e tracionada no interior da forma, antes da concretagem,

sem o uso de bainhas. Em seguida, a armadura passiva é colocada e o concreto é lançado. Após

a cura do concreto, as formas são retiradas, as ancoragens extremas são liberadas e a protensão

se implanta por aderência. A Figura 4.1 ilustra o processo.

Page 32: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

19

Figura 4.1: Implantação de protensão por pré-tração (ALVES, 2021).

4.1.2 PÓS-TRAÇÃO ADERENTE

Neste caso, as bainhas metálicas são posicionadas, as cordoalhas são agrupadas no

interior delas e a protensão é aplicada sobre uma peça de concreto já endurecido. Assim, a

aderência acontece posteriormente por intermédio da injeção de calda de cimento sob pressão

no interior das bainhas, com o auxílio de bombas injetoras.

Em geral, os cabos são pós-tracionados por cilindros hidráulicos específicos que se

apoiam nas próprias peças de concreto já endurecido. Quando a força de protensão atinge o

valor especificado, os cabos são ancorados por meio de dispositivos especiais. A Figura 4.2

apresenta a sequência do procedimento.

Figura 4.2: Protensão por pós-tração aderente (ALVES, 2021).

Page 33: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

20

4.1.3 PÓS-TRAÇÃO NÃO ADERENTE

A inexistência de aderência entre aço e concreto refere-se somente à armadura ativa,

já que a armadura passiva sempre deve estar aderente ao concreto.

Geralmente, este método utiliza cordoalhas engraxadas e plastificadas. Segundo o

catálogo técnico da Arcelor Mittal (2021), as cordoalhas engraxadas apresentam as mesmas

características mecânicas que as cordoalhas convencionais, porém recebem adição de

revestimento de PEAD (polietileno de alta densidade) impermeável à água, extremamente

resistente e durável (Figura 4.3). A camada de revestimento plástico e a graxa, além de servirem

para garantir que a armadura possa se movimentar livremente na estrutura, também protegem

contra corrosão.

Nesse sistema, as cordoalhas são protendidas individualmente utilizando-se cilindros

hidráulicos mais leves do que os da pós-tração aderente. Além disso, os cabos podem ser

dispostos internamente, posicionados junto às armaduras, ou externos, ao longo da face externa

da viga tal como ocorre no reforço ou recuperação de estruturas.

Figura 4.3: Seção da monocordoalha engraxada com sete fios. (ARCELOR MITTAL, 2021)

Nesse trabalho, empregou-se o sistema de pós-tração não aderente com o uso de

cordoalhas engraxadas, visto que este é o método comumente aplicado em pisos industriais

protendidos.

De acordo com Veríssimo (1998), dentre as vantagens da protensão não-aderente,

podem-se citar:

• Possibilita o posicionamento dos cabos com excentricidades maiores;

• Contribui com a proteção do aço contra corrosão fora da obra;

• Viabiliza a colocação dos cabos de forma rápida e simples;

• Apresenta baixas perdas por atrito;

• Permite a eliminação da operação de injeção.

Page 34: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

21

PERDAS DE PROTENSÃO

Um tema importante a ser avaliado adequadamente nas estruturas protendidas é a perda

de protensão. O processo de protensão, por si só, origina uma série de efeitos que conduzem a

uma diminuição da força de tração inicialmente aplicada na armadura ativa. Dentre os diversos

fatores que influenciam nesta perda, alguns ocorrem durante a operação de protensão e

imediatamente após a ancoragem do cabo (perdas imediatas), e outros se desenvolvem ao longo

da vida útil da estrutura (perdas progressivas).

A NBR6118:2014 classifica as perdas de protensão como perdas iniciais, imediatas e

progressivas ou diferidas ou lentas. As particularidades de cada uma dessas classificações são

descritas nos itens 4.2.1 e 4.2.2 desse trabalho.

4.2.1 PERDAS INICIAIS

Segundo a NBR6118:2014 (item 9.6.3.2), consideram-se iniciais as perdas ocorridas

antes da transferência da protensão ao concreto, sendo um tipo de perda avaliado apenas no

caso da pré-tração. As causas podem ser decorrentes de:

a) Atrito nos pontos de desvio da armadura poligonal;

b) Escorregamento dos fios na ancoragem;

c) Relaxação inicial da armadura, em função do tempo decorrido entre o

alongamento da armadura e a liberação do dispositivo de tração;

d) Retração inicial do concreto, considerado o tempo decorrido entre a concretagem

do elemento estrutural e a liberação do dispositivo de tração.

É importante que essas perdas imediatas sejam medidas e controladas durante a

execução da protensão, para conhecer o valor da força que está sendo efetivamente aplicada no

concreto.

a) Perdas por atrito

Ao longo do comprimento do cabo ocorrem as perdas por atrito no contato entre a

cordoalha e a bainha. Destaca-se que essa perda só ocorre nos sistemas de pós-tração, uma vez

que o sistema de pré-tração não utiliza bainhas e nem há deslizamento entre o cabo e o concreto.

A perda por atrito, segundo a NBR 6118 (item 9.6.3.3.2.2), pode ser determinada pela

expressão 4.1:

Page 35: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

22

(4.1)

∆𝑃(𝑥) = 𝑃𝑖[1 − 𝑒−(𝜇𝛴𝛼+𝑘𝑥)]

sendo:

∆𝑃(𝑥): perdas de protensão por atrito, medidas a partir de 𝑃𝑖, na seção da abscissa 𝑥;

𝑃𝑖: força máxima aplicada à armadura de protensão pelo equipamento de tração;

𝛴𝛼: soma dos ângulos de desvio entre a ancoragem e o ponto de abscissa 𝑥 (rad);

𝑘: coeficiente de perda por metro de cabo provocada por curvaturas não-intencionais do

cabo;

𝑥: abscissa do ponto onde se calcula ∆𝑃, medida a partir da ancoragem (m);

𝜇: coeficiente de atrito aparente entre o cabo e a bainha, de valor igual a 0,05 para

cordoalhas engraxadas e plastificadas.

b) Perdas por deslizamento da armadura na ancoragem e acomodação da

ancoragem

No momento em que ocorre a transferência da força do macaco hidráulico para o

concreto, após a colocação das cunhas, estas se acomodam na ancoragem deixando que o cabo

sofra um pequeno encurtamento e, consequentemente, um alívio de tensão até o ponto de

repouso (𝑥𝑟), que é o ponto em que as tensões deixam de ser afetadas pelo efeito do recuo da

ancoragem.

Segundo a NBR 6118:2014 (item 9.6.3.3.2.3), essas perdas devem ser determinadas

experimentalmente ou adotados valores indicados pelos fabricantes dos dispositivos de

ancoragem, variando entre 6 mm e 7 mm, aproximadamente.

Para o caso em estudo, de cabos retilíneos passando pelo centroide da seção, o cálculo

do ponto de repouso ou ponto de parada (em metros) pode ser feito de acordo com a expressão

simplificada, dada por Santos (2015):

(4.2)

𝑥𝑟 = √𝐸𝑝 ∙ 𝐴𝑝 ∙ 𝛿 ∙ 𝐿

2 ∙ 𝛥𝑃𝑎𝑡𝑟

sendo:

𝑥𝑟: ponto de repouso (m);

𝐸𝑝: módulo de elasticidade da cordoalha (Pa);

𝐴𝑝 : área da seção de aço por metro (m²/m);

Page 36: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

23

𝛿: retorno do cabo por acomodação da ancoragem (m);

𝐿 : a distância entre as ancoragens, ou seja, o comprimento útil do cabo (m);

∆𝑃𝑎𝑡𝑟: perdas de protensão por atrito (N/m).

Na protensão com cunha individual para cada cordoalha, os valores médios para a

penetração são os seguintes (PFEIL, 1983):

Tabela 4.1 – Penetração da cunha individual no sistema Freyssinet.

Tipo e diâmetro dos cabos Penetração da cunha δ (mm)

Fio φ7 mm 5

Cordoalha φ1/2" 6

Cordoalha φ1/2" (cunha cravada com macaco)

4

O escorregamento das cunhas que fica em torno de 4 mm a 7 mm não gera perdas

consideráveis. No entanto, pode assumir valores expressivos caso haja escorregamento elevado

do cabo em virtude de falhas no mecanismo de acionamento da cunha ou da sua própria

deficiência de ancoragem. O cálculo pode ser feito de acordo com a expressão geométrica, cujo

conceito pode ser compreendido na Figura 4.4.

Figura 4.4: Perdas de protensão no cabo devido ao atrito (linha azul) e devido à acomodação das

ancoragens (triângulo).

A reta inclinada superior do triângulo corresponde à perda linear de protensão no cabo,

devido ao atrito entre ele e a bainha.

Com auxílio da Figura 4.4, entende-se que a perda máxima de protensão por

acomodação das ancoragens ocorre nas extremidades da placa e pode ser calculada como:

(4.3)

𝛥𝑃𝑎𝑛𝑐(0) = 2𝛼 ∙ 𝑥𝑟

Page 37: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

24

sendo:

𝛥𝑃𝑎𝑛𝑐(0): perda de protensão por acomodação da ancoragem na extremidade 𝑥 = 0 (m);

𝑥𝑟 : ponto de repouso (m);

𝛼: inclinação da reta (Figura 4.4).

c) Encurtamento imediato do concreto

Nos elementos estruturais com pós-tração, a protensão sucessiva de cada um dos n

grupos de cabos protendidos simultaneamente provoca deformações sucessivas do concreto e,

consequentemente, afrouxamento dos cabos anteriormente protendidos. Isso ocorre porque,

durante o tensionamento dos cabos, o concreto sofre encurtamento devido à introdução da força

de compressão nas ancoragens. Conforme o concreto reduz seu comprimento, os cabos já

protendidos sofrem alívio na força de tração, caracterizando a perda que pode ser calculada,

segundo a NBR6118 (item 9.6.3.3.2.1), pela expressão 4.4:

(4.4)

∆𝜎𝑝 =𝛼𝑝(𝜎𝑐𝑝 + 𝜎𝑐𝑔)(𝑛 − 1)

2𝑛

sendo:

Δσp: perda média de protensão por cabo devida ao encurtamento imediato do concreto;

αp: relação entre Ep e Eci, sendo Ep o módulo de elasticidade do aço de armadura ativa e

Eci o módulo de elasticidade inicial do concreto;

σcp: tensão inicial no concreto ao nível do baricentro da armadura de protensão, devida

à protensão simultânea de n cabos;

σcg: tensão no concreto ao nível do baricentro da armadura de protensão, devida à carga

permanente mobilizada pela protensão ou simultaneamente aplicada com a protensão;

n: quantidade de grupos de cabos protendidos simultaneamente.

Outra maneira de calcular a deformação instantânea do concreto quando submetido a

um carregamento é dado por Aalami (2014), como na Eq. 4.5:

(4.5)

𝛥𝜎𝐸𝐿 = 0,5𝐸𝑝

𝑓𝑐𝑝𝑎

𝐸𝑐𝑖

Page 38: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

25

sendo:

𝛥𝜎𝐸𝐿 : a redução da tensão no cabo de protensão (MPa);

𝐸𝑝 : módulo de elasticidade da cordoalha (MPa);

𝐸𝑐𝑖 : módulo de elasticidade do concreto no momento da protensão – normalmente no

4º dia pós concretagem (MPa);

𝑓𝑐𝑝𝑎: tensão média na placa de concreto (MPa).

Segundo a NBR 6118:2014, o módulo de elasticidade do concreto em uma idade menor

que 28 dias deve ser avaliado pela expressão a seguir, para concretos com 𝑓𝑐𝑘 de 20 MPa a 45

MPa:

(4.6)

𝐸𝑐𝑖(𝑡) = √𝑓𝑐𝑘𝑗

𝑓𝑐𝑘∙ 𝐸𝑐𝑖

(4.7)

𝑓𝑐𝑘𝑗 = 𝛽1 ∙ 𝑓𝑐𝑘

(4.8)

𝛽1 = 𝑒{𝑠[1−(28 𝑡)⁄1

2⁄]}

(4.9)

𝐸𝑐𝑖 = 𝛼𝐸 ∙ 5600 ∙ √𝑓𝑐𝑘

sendo:

𝐸𝑐𝑖(𝑡): módulo de elasticidade do concreto no instante considerado (MPa);

𝛽1 : relação entre 𝑓𝑐𝑘𝑗 e 𝑓𝑐𝑘;

𝑠: coeficiente correspondente ao tipo de cimento: 0,25 para cimento CPI e CPII;

𝑡 : idade do concreto para a aplicação da primeira parcela de protensão;

𝐸𝑐𝑖: módulo de elasticidade aos 28 dias de idade, dado em MPa pela equação 4.9;

𝛼𝐸: 1,0 para granito e gnaisse;

𝑓𝑐𝑘: resistência característica à compressão do concreto;

𝑓𝑐𝑘𝑗: resistência característica à compressão do concreto aos j dias.

Page 39: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

26

4.2.2 PERDAS PROGRESSIVAS

As perdas progressivas são provocadas por fenômenos físicos dos materiais envolvidos

no processo. No caso do concreto, há dois fenômenos bastante conhecidos na literatura que são

responsáveis pelas perdas lentas: a retração e a fluência.

A retração é o fenômeno de redução de volume, resultante, da perda de água não

consumida na hidratação do cimento. Ocorre mais intensamente durante as primeiras horas de

cura do concreto e pode ser atenuada umedecendo-se a superfície recém concretada com água.

É um processo natural e ocorre mesmo que o material não esteja sob tensão (ALVES, 2021).

O processo conhecido como fluência, ilustrado graficamente na Figura 4.5, é

caracterizado como o aumento das deformações ao longo do tempo sob efeito de tensão

constante. A deformação por fluência do concreto é função da idade do concreto no instante

considerado e da idade no instante do carregamento (ALVES, 2021). Esta característica consiste

no rearranjo das moléculas de concreto devido às tensões impostas.

Figura 4.5: Caracterização do fenômeno da fluência do concreto (ALVES, 2021).

A relaxação do aço de protensão, por sua vez, é um processo semelhante à fluência do

concreto. Porém, sob deformação constante, a armadura de protensão perde tensão ao longo do

tempo e essa perda é tão maior quanto mais tensionado estiver o cabo. A Figura 4.6 ilustra esse

fenômeno.

Figura 4.6: Caracterização do fenômeno de relaxação do aço (ALVES, 2021).

Page 40: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

27

Vale ressaltar que os fenômenos de retração e fluência do concreto e de relaxação do

aço têm influência uns sobre os outros. Nesses processos, admite-se que exista aderência entre

a armadura e o concreto e que o elemento estrutural permaneça no estádio I.

Embora não sejam estudados a fundo neste trabalho, é importante ressaltar que os

processos de cálculo, inclusive os da norma brasileira vigente, tratam deste caso com resultados

bastante satisfatórios. Baseado na literatura, considerou-se razoável estimar a ordem de

grandeza para a perda lenta da força de protensão em 15%.

Page 41: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

28

5 CRITÉRIOS DE PROJETO E EXECUÇÃO

No setor industrial, a estocagem direta de material sobre o piso é simples e a mais usual.

Segundo Rodrigues et al. (2006), as cargas frequentemente adotadas no dimensionamento dos

pavimentos industriais são uniformemente distribuídas. No entanto, essas cargas não são

comuns. Na verdade, elas representam as cargas pontuais, as cargas lineares e/ou aquelas com

demais configurações, tais como empilhadeiras, montantes de prateleiras etc.

Normalmente, considera-se o layout do carregamento uniformemente distribuído mais

desfavorável para o dimensionamento, podendo ser facilmente modificado. Em geral, distribui-

se o estoque em grandes áreas intercaladas com regiões descarregadas denominadas corredores

de acesso que servem para a movimentação das mercadorias, como ilustrado na Figura 5.1.

Figura 5.1: Estrutura porta-pallets com elevada altura de estocagem (ÁGUIA SISTEMAS, 2021).

Para alcançar o desempenho previsto em projeto é necessário um intenso controle

tecnológico dos processos e materiais de cada etapa executiva. Portanto, é de suma importância

conhecer e aplicar os critérios de projeto e de execução.

CRITÉRIOS DE PROJETO

São descritos, a seguir, os principais critérios de projeto a serem atendidos no

dimensionamento estrutural dos pisos industriais.

Page 42: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

29

5.1.1 RESISTÊNCIA MECÂNICA DO CONCRETO ENDURECIDO

A resistência mecânica do concreto é largamente empregada para avaliar e/ou definir o

seu desempenho. Frequentemente, utiliza-se a resistência característica à compressão do

concreto (𝑓𝑐𝑘). No dimensionamento dos pisos industriais de concreto, porém, é comum

empregar a resistência característica à tração na flexão (𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘), sendo denominada por alguns

autores como módulo de ruptura do concreto, pois é o parâmetro mais representativo das

solicitações a que essas estruturas ficam submetidas.

A norma que estabelece o método de ensaio de corpos de prova para determinar a

resistência à tração na flexão do concreto (𝑓𝑐𝑡,𝑓) é a ABNT NBR 12.142:2010 (Concreto –

Determinação da resistência à tração na flexão de corpos de prova prismáticos), a qual

especifica como amostra padrão uma viga simplesmente apoiada com duas forças concentradas

nos terços do vão.

Para fins de compatibilização de notações, emprega-se, para a resistência à tração na

flexão, 𝑓𝑐𝑡,𝑓, a nomenclatura 𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘 utilizada comumente em pisos.

No intuito de facilitar o controle de obras, onde o requisito é a resistência à tração na

flexão, diferentes pesquisadores elaboraram, de forma teórica, correlações estatísticas entre a

resistência à compressão e a resistência à tração na flexão. A prática demonstra que o emprego

dessas correlações tem resultados satisfatórios e devem ser tomados como referência para

efeitos de dosagem do concreto.

Apresenta-se, a seguir, a resistência característica do concreto à tração na flexão

segundo diversos autores.

• NBR 6118:2014 (item 8.2.5)

(5.1)

𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘 =𝑓𝑐𝑡,𝑚

0,7

(5.2)

𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 0,30 ∙ √(𝑓𝑐𝑘)²3

, para 𝑓𝑐𝑘 ≤ 50 𝑀𝑃𝑎

Page 43: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

30

• Rodrigues (2006)

(5.3)

𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘 = 𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑗̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅ − 0,84𝑠

(5.4)

𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑗̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅ =

𝑓1 + 𝑓2 + ⋯ + 𝑓𝑛

𝑛

• Bucher e Rodrigues (1983)

(5.5)

𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘 = 0,56 ∙ (𝑓𝑐𝑗)0,60

• Packard (1976)

(5.6)

𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘 = 0,76 ∙ (𝑓𝑐𝑗)0,50

sendo:

𝑓𝑐𝑡,𝑚: resistência média à tração na flexão (MPa), obtida de ensaios de tração direta;

𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘: resistência à tração na flexão (módulo de ruptura) do concreto (MPa);

𝑓𝑐𝑗: resistência à compressão do concreto da amostra 𝑗 (MPa);

𝑛: número de amostras;

𝑠: desvio padrão da amostra;

5.1.2 JUNTAS

Rodrigues e Gasparetto (1999) afirmam que a função básica das juntas é permitir as

movimentações de contração e expansão do concreto e a adequada transferência de carga entre

as placas contíguas, sem que ocorram danos ao piso sob o ponto de vista estrutural e de

durabilidade, assegurando a qualidade e conforto do rolamento. São, portanto, elementos

fundamentais para o bom funcionamento estrutural do pavimento.

Segundo Rodrigues et al. (2015), as juntas representam os pontos mais frágeis no piso

e, se não forem adequadamente projetadas e executadas, podem provocar deficiência estrutural,

seja pela impossibilidade de transferência adequada das solicitações, seja por movimentações

verticais excessivas que podem ocasionar desde a perda do material de preenchimento das

juntas até a ruptura das bordas, denominado esborcinamento. Por esse motivo, tem-se buscado

cada vez mais reduzir a quantidade e melhorar a qualidade das juntas.

Page 44: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

31

Fica evidente, portanto, que o cuidado com as juntas é fundamental, tanto na fase

executiva, permitindo a concretagem em etapas discretas e formando faixas com dimensões

compatíveis com os equipamentos disponíveis, quanto posteriormente, criando pontos frágeis

que permitem a movimentação do concreto. No entanto, ainda hoje, na literatura há uma lacuna

muito grande no que se refere ao projeto de juntas.

5.1.2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS JUNTAS

Rodrigues et al. (2006) classificam as juntas de acordo com o método executivo e sua

função, devendo cada uma delas ser empregada em casos específicos: juntas de construção (JC),

juntas serradas (JS) e juntas de encontro (JE).

Atualmente, as juntas de dilatação são raramente empregadas. Isso se deve ao fato de

que as juntas serrada e de construção trabalham como pequenas juntas de dilatação capazes de

acomodar perfeitamente as variações térmicas ao longo da vida do concreto. Rodrigues (2010)

ilustra essa afirmativa quando ratifica que a retração hidráulica do concreto é sempre superior

à dilatação que ele pode apresentar em condições usuais de temperatura.

• Juntas de Construção (JC)

A junta de construção (Figura 5.2) é utilizada para facilitar a execução do pavimento. O

espaçamento entre essas juntas é ditado pela largura do equipamento utilizado na construção,

pela espessura do pavimento, pela interrupção da jornada de trabalho e pela geometria da área

a ser obtida. Devem ser executadas com dispositivos de transferência de carga, como as barras

de transferência.

Sob o ponto de vista executivo, Rodrigues (2010) afirma que as JC são usualmente

longitudinais à placa, devem ser cortadas em uma profundidade de até 25 mm e devem ficar

situadas fora das trilhas de tráfego. Já as juntas transversais de construção não devem coincidir

com bueiros, drenos ou estruturas que venham a enfraquecer a seção do piso.

Figura 5.2: Junta de Construção com barra de transferência (RODRIGUES, 2015).

Page 45: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

32

No caso do piso protendido, de acordo com Rodrigues (2010) é comum o emprego de

armadura de borda, pois a protensão acaba não sendo eficiente nessa região, exigindo armadura

complementar, como pode ser visto na Figura 5.3. A taxa de reforço é função das cargas

atuantes.

Figura 5.3: Junta de Construção no piso protendido com exemplo das medidas em centímetros

(RODRIGUES, 2010).

• Juntas Serradas (JS)

A junta serrada ou de retração (Figura 5.4) corresponde a uma seção enfraquecida na

placa de concreto que é feita por meio de corte ou ranhura da superfície do pavimento.

Rodrigues (2008) afirma que essa junta é realizada para permitir a acomodação das tensões de

tração geradas pela variação de temperatura e pelo atrito entre a interface placa-fundação,

controlando a fissuração. Adicionalmente, registra-se a importância do emprego de barras de

transferência de carga também nessas seções.

Segundo Rodrigues (2015), as JS não são aplicáveis aos pisos protendidos e

normalmente são ortogonais à maior direção da placa. Devem ser cortadas num período de 4 a

12 horas após a concretagem, com uma profundidade mínima de 40 mm ou 1/4 da espessura da

placa e de até 1/3 da espessura do piso, e com abertura da ordem de 3 mm a 4 mm. O seu

espaçamento é função da taxa de armadura empregada. O Instituto Brasileiro de Telas Soldadas

(IBTS) afirma, em seus estudos, que em pavimentos com armadura de retração a distância entre

as juntas serradas pode chegar a 30 metros.

Page 46: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

33

Figura 5.4: Junta Serrada (RODRIGUES, 2015).

• Juntas de Encontro (JE) ou Juntas de Expansão

De acordo com Pitta (1998), a junta de encontro (Figura 5.5) deve permitir que o

pavimento se movimente livremente na direção da estrutura confrontante, sem comprimi-la, de

modo a não trazer prejuízos, tanto ao pavimento quanto à estrutura. Sendo assim, a JE propicia

espaço para expansão do pavimento e absorve movimentações da placa, prevenindo o

desenvolvimento de tensões de compressão que podem causar o empenamento do pavimento.

São empregadas nos encontros do piso com peças estruturais ou outros elementos, como

canaletas e bases de máquinas, que impeçam a livre movimentação do piso ou mesmo quando

ocorrer a necessidade de se isolar duas ou mais partes do piso.

A espessura da JE, segundo Chodounsky (2007), é de 5 mm a 20 mm, sendo preenchida

com material compressível com bom índice de resiliência, podendo possuir barras de

transferência (quando há tráfego sobre elas) ou não.

Figura 5.5: Junta de Encontro com pilar (RODRIGUES, 2015).

Page 47: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

34

5.1.2.2 PROJETO GEOMÉTRICO DO PISO

O projeto geométrico estabelece o adequado dimensionamento e posicionamento das

juntas e deve ser executado de forma a compatibilizar o processo executivo com os tipos de

equipamentos a serem empregados na construção.

Um fato frequente em projetos de piso é que, muitas vezes, o projetista se preocupa

somente com a determinação da espessura da placa, sendo preterido o projeto geométrico. No

entanto, Rodrigues et al. (2015) lembram que a espessura da placa é apenas uma pequena parte

do projeto e que grande parcela das patologias observadas creditadas ao projeto está ligada à

ausência de detalhes específicos do piso e do projeto geométrico.

As principais recomendações feitas por Rodrigues et al. (2015) para um projeto

adequado são:

• O piso deve trabalhar isolado da estrutura, portanto, no encontro de pilares, de bases de

máquinas etc devem ser previstas juntas de encontro (JE) que permitam que o piso

trabalhe livremente e não seja solicitado pela estrutura;

• As juntas devem ser sempre contínuas, podendo apenas ser interrompidas nas juntas de

encontro. Deve-se evitar fazer junta tipo T, exceto quando se empregar dispositivos

adequados para evitar a propagação da fissura;

• No encontro de duas juntas, o ângulo formado deve ser preferencialmente 90° e não

deve ser inferior a 70°, caso contrário, ocorrerá fissura.

O espaçamento entre as juntas depende de uma série de fatores, tais como: espessura da

placa; coeficiente de atrito da placa com a sub-base; condições de cura do concreto e tipo do

piso (simples, armado, protendido ou reforçado com fibras).

Nos pisos não armados, o espaçamento recomendado pela Portland Cement Association

(1983) varia entre 3 m, para espessuras de placa de 12 cm, até em torno de 8 m, para placas de

25 cm. No Brasil, é comum empregar pisos com espessura da ordem de 15 cm e, nesse caso,

adotam-se placas de até 5 m, desde que sejam tomados os devidos cuidados com os parâmetros

de dosagem e cura.

O uso de placas razoavelmente maiores, requer o reforço do piso. Para tanto, emprega-

se armadura de flexão ou faz-se adição de fibras ao concreto. Assim, há a possibilidade de

execução de placas com comprimento superior a 30 m, podendo chegar a 150 m com o concreto

protendido.

Page 48: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

35

Rodrigues (2010) exemplifica que, em pisos reforçados com fibras que empregam o

sistema jointless, tem-se índices de juntas de, aproximadamente, 0,067 m/m² em placas com

área de 900 m², podendo atingir valores ainda mais baixos em pisos protendidos.

Além disso, outro ponto importante do projeto de juntas é sua espessura. Para uma dada

temperatura, a abertura teórica da junta (δ) é diretamente proporcional à retração específica do

concreto (ε) e às dimensões (L) da placa, tal que:

(5.7)

𝛿 = 휀 ∙ 𝐿

Na prática, a abertura da junta acaba sendo um pouco menor do que o valor teórico, mas

não muito longe, pois o fenômeno de fluência tende a dissipar parte das tensões que tracionam

a placa, além de a secagem não ser uniforme.

Tomando como base essa análise, Rodrigues (2010) observou que, nas placas com

dimensões próximas a 12 m, a abertura das juntas é de aproximadamente 6 mm, compatível

com os materiais de preenchimento semirrígidos.

Portanto, a adequação do projeto geométrico à arquitetura e interferências com a

estrutura proporciona liberdade ao projetista e maior funcionalidade e racionalização ao piso.

Uma vez definido o comprimento da placa, basta determinar a armadura necessária em função

dos parâmetros adotados.

5.1.2.3 BARRAS DE TRANSFERÊNCIA DE CARGA

As barras de transferência são necessárias nas juntas e promovem uma conexão

mecânica entre as placas do pavimento, sem restringir o movimento horizontal, e mantêm as

placas em alinhamento horizontal e vertical. Constituídas por barras maciças de seção circular

ou quadradas, geralmente de aço CA-50, são o principal e mais eficiente mecanismo de

transferência de cargas empregado nas juntas.

É importante ressaltar que, para o pleno funcionamento desse sistema, é necessário que,

pelo menos, metade do comprimento da barra seja lubrificada a fim de impedir a aderência ao

concreto e permitir o seu deslizamento quando ocorrer a retração da placa.

Segundo Rodrigues e Gasparetto (1999), as barras de transferência têm o seu

desempenho ditado por dois parâmetros principais: o espaçamento e o diâmetro das barras;

secundariamente, é função também da abertura da junta, uma vez que interferem na magnitude

das tensões desenvolvidas tanto no dispositivo quanto na matriz do concreto circundante.

Page 49: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

36

A Tabela 5.1 apresenta recomendações de diâmetros das barras de transferência em

função da espessura de pisos de concreto simples.

Tabela 5.1 – Diâmetro das barras em função da espessura de pisos de concreto simples

(RODRIGUES, 2010).

Espessura

da Placa

(mm)

Tipo de Barra de Transferência

Seção Quadrada (mm) Seção Circular (mm)

Lado Comprimento

mínimo Espaçamento Diâmetro

Comprimento

mínimo Espaçamento

<120 16 350 350 16 350 300

120 a 175 20 350 350 20 350 300

176 a 225 25 400 350 25 400 300

226 a 275 32 450 350 32 450 300

Rodrigues (2010) explica que a barra de seção quadrada apresenta maior capacidade de

transferência de carga do que as circulares, pois, além do maior momento de inércia, a superfície

de contato plana contribui para uniformizar a tensão de contato. Contudo, o dispositivo em

forma de seção quadrada ainda não é utilizado no cenário brasileiro.

5.1.3 PISOS DE CONCRETO ARMADO

Historicamente, os pisos industriais no Brasil, geralmente de concreto simples, foram

dimensionados pelo método da PCA (Portland Cement Association). Nos últimos anos, porém,

o Brasil vem avançando nas técnicas de dimensionamento dos pisos estruturalmente armados,

adotando critérios que conduzem à produção de pavimentos mais esbeltos e placas de maiores

dimensões (The Concrete Society, 1966).

5.1.3.1 DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento do pavimento estruturalmente armado (PEA) pode ser realizado

com base na determinação dos momentos fletores de acordo com o modelo simplificado de

cálculo exposto na 4ª edição da Technical Report 34 – Concrete Industrial Ground Floors (The

Concrete Society, 2016), baseado nos estudos de Hetényi (1971) sobre vigas apoiadas em

fundações elásticas.

Page 50: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

37

Conforme exposto por Hetényi, o processo para verificação da carga distribuída sobre

pisos incorpora o termo λ (módulo de deformação) às equações, sendo uma característica

conjunta do sistema placa de concreto e fundação, tal que:

(5.8)

𝜆 = √3 ∙ 𝑘

𝐸 ∙ ℎ3

4

sendo:

𝜆: módulo de deformação (m-1);

𝑘: módulo de reação da fundação (MPa/m);

𝐸: módulo de elasticidade do concreto (MPa);

ℎ: espessura da placa (m).

Um exemplo comum de carregamento uniformemente distribuído é o empilhamento de

blocos. Para o caso geral, em que a laje é submetida a um padrão aleatório de carregamento

uniformemente distribuído, verificou-se que o momento máximo positivo na laje é causado por

uma carga de amplitude 𝜋/2𝜆, como mostrado na Figura 5.6.

Figura 5.6: Padrão de carga uniformemente distribuída que causa o maior momento positivo (THE

CONCRETE SOCIETY, 2016).

Para o mesmo exemplo, o momento máximo negativo é induzido entre um par de cargas

distantes de π/2λ e cada um com amplitude igual a π/λ, como ilustrado na Figura 5.7. Este

espaçamento entre cargas é comumente conhecido como largura crítica do corredor.

Figura 5.7: Esquema de carregamento para o máximo esforço negativo gerado por um par de carga

distribuída (THE CONCRETE SOCIETY, 2016).

Page 51: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

38

A determinação da carga admissível por unidade de área é feita por:

(5.9)

𝑞𝑎𝑑𝑚 = 5,95 ∙ 𝜆2 ∙ 𝑀𝑟

sendo:

𝑞𝑎𝑑𝑚: carga admissível (kN/m²);

𝜆: módulo de deformação (m-1);

𝑀𝑟: momento de fissuração do concreto simples (kNm/m).

Vale ressaltar que a análise elástica adotada nos cálculos é baseada no trabalho de

Hetényi, que utiliza, tradicionalmente, um fator de segurança global de 1,5. No entanto, como

um fator de minoração 𝛾𝑚 é aplicado às propriedades do concreto, não há necessidade de um

fator adicional aplicado à carga.

O momento resistente ou momento de fissuração do concreto simples é dado por:

(5.10)

𝑀𝑟 = 𝑓𝑐𝑡𝑑,𝑓𝑙 ∙ℎ2

6

(5.11)

𝑓𝑐𝑡𝑑,𝑓𝑙 =𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘

𝛾𝑚

sendo:

𝑀𝑟: momento de fissuração do concreto simples (kNm/m);

𝑓𝑐𝑡𝑑,𝑓𝑙: resistência de cálculo do concreto à tração na flexão (kN/m²);

𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘: resistência característica do concreto à tração na flexão (kN/m²);

ℎ: espessura da placa de concreto (m);

𝛾𝑚: fator de minoração do concreto, igual a 1,4.

Conforme ilustra a Figura 5.8, para uma posição bem definida do carregamento

distribuído, Hetényi mostrou que o momento positivo induzido sob uma carga de largura 2c é

dado por:

(5.12)

𝑀𝑝 =𝑞

𝜆2∙

𝐵𝜆𝑐

2

(5.13)

𝐵𝜆𝑐 = 𝑒−𝜆𝑐 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑐)

sendo:

𝑀𝑝: momento positivo solicitante (kNm/m);

Page 52: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

39

𝑞: carga de projeto (kN/m²);

𝑐: metade da largura da carga distribuída (m).

Figura 5.8: Configuração da carga uniformemente distribuída sob o piso para o cálculo do momento

positivo induzido (THE CONCRETE SOCIETY, 2016).

O momento negativo induzido, por sua vez, é obtido a partir da distribuição da carga

sob o pavimento. Tal como mostra a Figura 5.9, a uma distância 𝑎1 da face mais próxima e 𝑏1

da face mais distante da área carregada, o momento 𝑀𝑛1 é dado por:

(5.14)

𝑀𝑛1 =1

4𝜆2∙ (𝐵𝜆𝑎1 − 𝐵𝜆𝑏1) ∙ 𝑞

(5.15)

𝐵𝜆𝑎1 = 𝑒−𝜆𝑎1 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑎1)

(5.16)

𝐵𝜆𝑏1 = 𝑒−𝜆𝑏1 ∙ 𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑏1)

sendo:

𝑀𝑛1: momento negativo solicitante (kNm/m);

𝑎1: distância da face próxima da carga até o ponto de cálculo (m);

𝑏1: distância da face mais distante da carga até o ponto de cálculo (m).

The concrete Society (2016) esclarece que, se uma segunda carga estiver localizada

perto da primeira, isso induzirá um momento negativo adicional 𝑀𝑛2, novamente determinado

a partir da Equação 5.14, mas com valores modificados de a e b. Assim, o momento negativo

solicitante é a soma das parcelas 𝑀𝑛1 + 𝑀𝑛2.

Figura 5.9: Configuração da carga uniformemente distribuída sob o piso para o cálculo do momento

negativo induzido (THE CONCRETE SOCIETY, 2016).

Uma vez conhecidos os momentos solicitantes (positivo e negativo) e comparando-os à

capacidade resistente do concreto simples, 𝑀𝑟, a determinação das armaduras necessárias para

resisti-los passa a ser relativamente simples, seguindo os critérios usuais do cálculo do concreto

Page 53: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

40

armado. De forma simplificada, há a necessidade de armadura (tela soldada) apenas nos casos

em que o momento solicitante é maior que o momento de fissuração do concreto, sendo

calculada por:

(5.17)

𝐴𝑠 =𝑀

0,95 ∙ 𝑑 ∙ 𝑓𝑦𝑑

sendo:

𝐴𝑠: área da armadura (cm²/m);

𝑀: momento solicitante (kN.cm/m);

𝑑: altura útil (cm);

𝑓𝑦𝑑: tensão de escoamento de cálculo do aço (kN/cm²).

5.1.3.2 ARMADURA DE RETRAÇÃO (As,ret)

O concreto é um material que apresenta variações volumétricas significativas,

principalmente devido à retração hidráulica que ele experimenta nas primeiras semanas de vida

e, posteriormente, pelas variações térmicas que sofre durante a vida útil.

A armadura de retração, por sua vez, tem como função controlar as tensões de retração

do concreto, permitindo a utilização de placas com grandes dimensões. Há diversos critérios

para este dimensionamento, no entanto, nenhum deles impede a ocorrência de fissuras. O que

acontece é que essas fissuras, de tão fechadas, tornam-se imperceptíveis.

Dentre os diversos procedimentos para o cálculo da área de aço da armadura de retração,

Rodrigues et al. (2015) citam a drag equation, que leva em consideração o atrito gerado entre

a placa de concreto e a sub-base.

No Brasil, este cálculo ganhou muita popularidade em função de sua simplicidade de

aplicação, por ser bastante conceitual e por apresentar ótimos resultados práticos, tal que:

(5.18)

𝐴𝑠,𝑟𝑒𝑡 = 𝑓 ∙ 𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 ∙ 𝐿 ∙ 𝑊 ∙ ℎ

2 ∙ 𝜎𝑠

sendo:

𝐴𝑠,𝑟𝑒𝑡: área de aço da armadura de retração (cm²/m);

𝛾𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜: peso específico do concreto (kN/m³);

𝜎𝑠: tensão admissível do aço, igual 2/3 da tensão de escoamento do aço (𝑓𝑦𝑘) (MPa);

Page 54: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

41

𝑓: coeficiente de atrito entre a sub-base e a placa de concreto (no Brasil, geralmente, os

projetistas adotam valores entre 1,50 e 2,00);

𝐿: comprimento da placa de concreto (m);

𝑊: largura da placa de concreto (m);

ℎ: espessura da placa de concreto (cm).

A expressão 5.18 pode ser simplificada, desde que sejam consideradas faixas de largura

de 1 metro, peso específico do concreto igual a 24 kN/m³ e armadura de aço CA-60, tal que:

(5.19)

𝐴𝑠,𝑟𝑒𝑡−𝐶𝐴60 =𝑓 ∙ 𝐿 ∙ ℎ

333

Dessa forma, a armadura de retração é função do comprimento, da espessura da placa e

do coeficiente de atrito (Figura 5.10) e deve ser posicionada no terço superior da placa, a até 5

cm da superfície.

Para as diferentes espessuras e comprimentos de placa, a Tabela 5.2 apresenta as áreas

de aço calculadas para as armaduras de retração (𝐴𝑠,𝑟𝑒𝑡) e as telas de aço CA-60 Tipo Q

(GERDAU) adotadas, considerando coeficiente de atrito de 1,7.

Figura 5.10: Coeficientes de atrito para diversas condições de apoio de placa (RODRIGUES, 2006).

Page 55: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

42

Tabela 5.2 – Armadura de retração no piso de concreto armado (𝐴𝑠,𝑟𝑒𝑡).

A adoção de telas soldadas e padronizadas permite o correto posicionamento da

armadura, elimina a necessidade de correções do posicionamento das barras e, gera ganho de

produtividade à obra. As telas são posicionadas somente nas regiões da placa de concreto onde

ocorrem tensões de retração e tração na flexão, permitindo a otimização da espessura do piso e

do consumo de armadura. A Tabela 5.3 descreve as especificações técnicas do produto.

Tabela 5.3 – Especificações técnicas das Telas Soldadas Nervurada Gerdau do tipo Q (GERDAU,

2021).

Page 56: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

43

5.1.3.3 CONTROLE DA FISSURAÇÃO E PROTEÇÃO DAS ARMADURAS

De maneira geral, a presença de fissuras com aberturas que respeitem os limites

estabelecidos pela NBR 6118:2014 (item 13.4.2), em estruturas bem projetadas, construídas e

submetidas às cargas previstas na normalização, não implicam em perda de durabilidade ou

perda de segurança quanto aos estados-limites últimos.

Os estados limites representam as condições a partir das quais a estrutura pode

apresentar desempenho inadequado, de acordo com a sua finalidade de projeto.

Pela Tabela 13.4 da NBR 6118:2014, tem-se a combinação de ações a utilizar para cada

tipo de concreto estrutural e classe de agressividade ambiental, como também os respectivos

limites de fissuração.

Tabela 5.4 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da armadura, em

função das classes de agressividade ambiental (ABNT, 2014).

Tipo de concreto estrutural

Classe de agressividade ambiental (CAA) e tipo de

protensão

Exigências relativas à fissuração

Combinação de ações em serviço a utilizar

Concreto simples CAA I a CAA IV Não há -

Concreto armado

CAA I ELS-W wk ≤ 0,4 mm

Combinação frequente CAA II e CAAIII ELS-W wk ≤ 0,3 mm

CAA IV ELS-W wk ≤ 0,2 mm

Concreto protendido nível 1 (protensão

parcial)

Pré tração com CAA I ou

Pós-tração com CAA I e II ELS-W wk ≤ 0,2 mm Combinação frequente

Concreto protendido nível 2 (protensão

limitada)

Pré tração com CAA II ou

Pós-tração com CAA III e IV

Verificar as duas condições abaixo

ELS-F Combinação frequente

ELS-D Combinação quase permanente

Concreto protendido nível 3 (protensão

completa)

Pré tração com CAA III e IV

Verificar as duas condições abaixo

ELS-F Combinação rara

ELS-D Combinação frequente

5.1.4 PISOS DE CONCRETO PROTENDIDO

Os pisos de concreto protendido tornaram-se atrativos a partir de fins dos anos 90,

quando teve início a produção nacional de cordoalhas engraxadas e plastificadas. Todavia, seu

emprego ainda é bastante diminuto frente às soluções em concreto simples ou armado, muitas

vezes motivado pelo desconhecimento dos métodos de dimensionamento e da tecnologia da

protensão.

Page 57: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

44

5.1.4.1 FORÇA DE PROTENSÃO

Durante as operações de protensão, a força de tração na armadura não pode superar os

valores limites prescritos em norma.

De acordo com a NBR 6118:2014, no seu item 9.6.1.2.1, a tensão transmitida pelo

macaco hidráulico às armaduras ativas constituídas por cordoalhas engraxadas de baixa

relaxação deve respeitar os seguintes limites: 0,80 ∙ 𝑓𝑝𝑡𝑘 ou 0,88 ∙ 𝑓𝑝𝑦𝑘, sendo 𝑓𝑝𝑡𝑘 a tensão de

ruptura do aço de protensão e 𝑓𝑝𝑦𝑘 a tensão de escoamento do aço de protensão.

5.1.4.2 ESPAÇAMENTO MÁXIMO ENTRE CORDOALHAS

Segundo a NBR 6118:2014, no seu item 20.3.2.1, para que uma faixa de laje seja

tratada como uma região protendida (na direção considerada), o espaçamento entre cordoalhas,

cabos ou feixes de cabos deve ser, no máximo, de valor igual a seis vezes a espessura da laje,

não excedendo 120 𝑐𝑚. Além disso, na seção da laje correspondente ao cabo ou feixe de cabos,

o espaçamento entre eles deve resultar em uma tensão de compressão média igual ou superior

a 1 𝑀𝑃𝑎, considerando-se todas as perdas.

5.1.4.3 VERIFICAÇÃO DO CONCRETO NO ATO DA PROTENSÃO

A retração do concreto pode causar fissuração prematura na placa. Por isso, a protensão

deve ser aplicada o mais cedo possível, desde que o concreto possua resistência para suportar a

compressão. Usualmente, para concretos da classe C35, a protensão é realizada no terceiro ou

quarto dia após a concretagem.

Para evitar o esmagamento do concreto durante a operação da protensão, devem ser

atendidas as tensões limites prescritas em norma.

Conforme o item 17.2.4.3.2 da NBR 6118:2014, a tensão máxima de compressão na

seção do concreto não pode ultrapassar 70% da resistência característica à compressão do

concreto (𝑓𝑐𝑘𝑗) prevista na idade de aplicação da protensão. Além disso, a tensão máxima de

tração do concreto não pode ultrapassar 1,2 vezes a resistência média à tração do concreto

(𝑓𝑐𝑡𝑚) correspondente ao valor de 𝑓𝑐𝑘𝑗.

Sendo assim, considerando cabos sem excentricidade, tem-se:

Page 58: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

45

(5.20)

|𝜎𝑐𝑝1| = −𝛾𝑝 ∙ 𝑃0 ∙1

𝐴𝑐< 0,7 ∙ 𝑓𝑐𝑘𝑗

(5.21)

|𝜎𝑐𝑝2| = −𝛾𝑝 ∙ 𝑃0 ∙1

𝐴𝑐< 1,2 ∙ 𝑓𝑐𝑡𝑚

sendo:

𝛾𝑝: coeficiente de ponderação, igual a 1,1 na pós-tração (item 17.2.4.3.2 da NBR 6118);

𝑃0: força final de protensão no instante t = 0 (kN/m);

𝐴𝑐: área da seção transversal do concreto (m²/m).

5.1.4.4 ALONGAMENTO DOS CABOS

Durante a operação de protensão, os cabos sofrem alongamento, o qual é função da força

de tração e do módulo de elasticidade do aço. O valor desse alongamento é uma medida

importante, pois determina quando a força de tração de projeto foi atingida.

Santos (2015) deduz geometricamente a seguinte equação para cálculo do alongamento

dos cabos, tal que:

(5.22)

𝛥𝐿 =(2𝑃𝑖 − 𝛥𝑃𝑎𝑡𝑟) ∙ 𝐿

4 ∙ 𝐸𝑝 ∙ 𝐴𝑝

sendo:

𝛥𝐿: alongamento dos cabos (m);

𝑃𝑖: força máxima aplicada à armadura de protensão pelo equipamento de tração (kN/m);

𝛥𝑃𝑎𝑡𝑟: perdas de protensão por atrito (N/m);

𝐿: distância entre as ancoragens, ou seja, o comprimento útil do cabo (m);

𝐸𝑝: módulo de elasticidade da cordoalha (MPa);

𝐴𝑝: área da seção de aço por metro (m²/m).

5.1.4.5 CONTROLE DE FISSURAÇÃO

No projeto de pisos protendidos, considera-se nível de protensão completa (nível 3), isto

é, o pavimento é dimensionado para resistir às solicitações de compressão, não havendo

possibilidade de tensões de tração em serviço.

Page 59: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

46

Conforme apresentado na Tabela 13.4 da NBR6118 (Tabela 5.4 desse trabalho), a

verificação da formação de fissuras deve ser feita para a combinação rara de ações e o momento

de fissuração correspondente deve ser calculado de acordo com a equação:

(5.23)

𝑀𝑟 =𝛼 ∙ 𝑓𝑐𝑡 ∙ 𝐼𝑐

𝑦𝑡+

𝑁𝑝∞ ∙ 𝐼𝑐

𝐴𝑐 ∙ 𝑦𝑡+ 𝑀𝑝

sendo:

𝑀𝑟: momento de fissuração do concreto protendido (kNm/m);

𝛼: fator que correlaciona, aproximadamente, a resistência à tração do concreto na flexão

com a resistência à tração direta do concreto – igual a 1,5 para seções retangulares (item 17.3.1

da NBR6118:2014);

𝑓𝑐𝑡: resistência à tração na flexão do concreto (kN/m²). No estado limite de formação de

fissuras, deve ser usado 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓. No estudo de caso apresentado, por se tratar de piso, empregou-

se 𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘;

𝐼𝑐: momento de inércia da seção bruta de concreto (m4);

𝑦𝑡: distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada (m);

𝑁𝑝∞: força de protensão após todas as perdas (kN/m);

𝐴𝑐: área da seção transversal do concreto (m²);

𝑀𝑝: soma dos momentos isostáticos e hiperestáticos de protensão. No caso deste estudo,

não há excentricidade dos cabos, que se encontram posicionados à meia-altura da seção, e esta

parcela é nula.

CRITÉRIOS DE EXECUÇÃO

A execução do piso industrial pode ser separada em duas macroetapas: a primeira,

relacionada ao preparo da fundação, com as operações de compactação do subleito, aplicação

de eventual camada de reforço e da sub-base; a segunda, refere-se à execução da placa de

concreto, englobando a colocação das formas, lançamento do concreto, acabamento, cura e

serragem das juntas (RODRIGUES, 2010).

A alta performance de um piso industrial está associada à resistência e estabilidade do

subleito. Nesta etapa, Chodounsky (2007) afirma que o principal é garantir a resistência (CBR),

compactação (grau de compactação) e o nivelamento do subleito, de modo a assegurar as

espessuras corretas de sub-base e placa de concreto.

Page 60: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

47

A etapa seguinte é a execução da sub-base, usualmente constituída de material granular,

tal como a brita. As características fundamentais a serem observadas são: controle da espessura,

grau de compactação e nivelamento.

Acima da sub-base, o projetista pode requerer a instalação de uma lona plástica a fim

de reduzir o coeficiente de atrito entre a placa de concreto e a sub-base, além de formar uma

barreira de vapor minimizando os danos causados pela umidade ascendente do solo.

Em seguida, com o solo preparado, deve-se assentar as formas e posicionar as armaduras

(telas, reforços, cordoalhas e barras de transferência).

Após todo esse processo, inicia-se a concretagem, que engloba operações de

lançamento, adensamento, nivelamento e acabamento. Rodrigues et al. (2006) afirmam que a

concretagem do piso industrial apresenta importância, no mínimo equivalente, se não maior,

que o dimensionamento e os materiais empregados. Portanto, é extremamente necessário que

haja controle adequado de qualidade da execução.

A etapa de concretagem possui certas especificidades para o concreto protendido e para

o concreto armado, e encontra-se explanada de forma detalhada nos itens 5.2.1 e 5.2.2.

5.2.1 PISOS DE CONCRETO ARMADO

A concretagem é, geralmente, feita por faixas com o objetivo de evitar o surgimento de

fissuras de retração e a geometria é definida em conformidade com o tipo de equipamento

utilizado para realizar o espalhamento e o adensamento do concreto. O lançamento deve ser

feito sempre em camada única e a velocidade deve ser compatível com a condição de vibração

e acabamento do concreto, não sendo recomendável que, após o lançamento, haja demora nos

trabalhos complementares (RODRIGUES et al., 2006).

Em conjunto ao lançamento, faz-se o espalhamento do concreto, que deve ser uniforme

e em quantidade adequada que assegure, após o adensamento, pouco material em excesso para

ser removido. Isso facilita os trabalhos subsequentes e possibilita o início do acabamento

superficial do piso, que, por vezes, sugere o nível de qualidade da obra, uma vez que o aspecto

final é sempre visível aos usuários, sendo a principal fonte de medida do seu desempenho.

A cura do concreto é um processo importante, visto que visa manter as condições

adequadas para a hidratação do cimento e é o procedimento executivo que mais altera a

qualidade do piso, pois, caso não seja executado de maneira correta, pode afetar o ganho de

resistência e ocasionar patologias relacionadas à retração do concreto.

Page 61: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

48

Por fim, faz-se o corte das juntas. As juntas serradas são feitas por meio de corte com

serras diamantadas, algumas horas após a pega do concreto, geralmente de 12 a 18 horas após

o lançamento. A profundidade do corte costuma ser em torno de um terço da espessura da placa

(RODRIGUES, 2010). Já as juntas de construção, oriundas das formas, são função das

condições executivas, principalmente dos equipamentos empregados, e delimitam as dimensões

da placa.

5.2.2 PISOS DE CONCRETO PROTENDIDO

Os cabos de protensão são retilíneos e, geralmente, constituem-se de cordoalhas

engraxadas e plastificas dispostas nas duas direções e posicionadas à meia-altura da espessura

do pavimento (sem excentricidade). Por se tratarem de cabos retilíneos, as perdas por atrito são

devidas, somente, às ondulações parasitas e podem chegar a valores bastante significativos,

tornando problemática a execução de cabos maiores que 150 m.

As ancoragens usualmente são dispostas nas extremidades da placa. Uma alternativa,

que facilita o processo executivo é deixar sem concretar uma faixa de, aproximadamente, 1,0

m para instalação dos macacos. Armaduras de espera garantem o bom acabamento posterior

dessa faixa.

A área a ser pavimentada é dividida em faixas, normalmente de 3 m a 7 m de largura, e

de até 150 m de comprimento. Concretam-se sempre faixas inteiras, alternadamente uma sim e

uma não, dentro do menor tempo possível, a fim de que sejam mantidas condições similares em

toda a faixa.

Ressalta-se a importância do adensamento cuidadoso do concreto nas regiões das formas

onde estão localizadas as ancoragens, de modo que elas permaneçam integralmente envolvidas

pelo concreto.

As etapas de acabamento e cura devem ser executadas conforme projeto, sempre

zelando pela integridade da estrutura, da mesma maneira como foi descrito para o concreto

armado.

A protensão acontece em etapas, visando combater o aparecimento de fissuras de

retração que ocorrem com muita facilidade em placas esbeltas e longas. Preferencialmente,

numa primeira etapa faz-se a protensão transversal, que deve ser aplicada 24 h após a

concretagem da faixa (momento em que o concreto deve ter uma resistência mínima em torno

de 8 MPa a 12 MPa) com 10% da força prevista de protensão. Apenas ao final de toda a

concretagem do piso é que se aplica a totalidade da protensão transversal de projeto.

Page 62: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

49

A protensão longitudinal acontece quando o concreto atinge a resistência mínima

prevista em projeto. Isso ocorre por volta do terceiro ou quarto dia após a concretagem, quando

o 𝑓𝑐𝑘𝑗 ≈ 0,60 𝑓𝑐𝑘, podendo ser aplicada a protensão com toda capacidade possível.

Uma vez encerrada a protensão e os resultados dos alongamentos dos cabos forem

aprovados pelo projetista, o excesso do comprimento dos cabos deve ser cortado e o nicho das

cordoalhas adequadamente protegido com grautes apropriados (RODRIGUES, 2010).

Deve-se executar o piso sobre lona plástica para que a protensão se estabeleça. Pode-se

considerar, nessa situação, o coeficiente de atrito entre a placa de concreto e a lona de 0,8.

A Figura 5.11 exibe a extremidade de um piso industrial com destaque ao uso da lona

plástica e ao posicionamento das ancoragens e cordoalhas engraxadas.

Figura 5.11: Detalhe de execução de um piso protendido sobre lona plástica (ALPHAPISO, 2021).

Page 63: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

50

6 ESTUDOS DE CASOS

Apresenta-se, nesse capítulo, o estudo de caso de um piso industrial de concreto,

dimensionado em concreto armado e em concreto protendido. Foram aplicados distintos

carregamentos distribuídos em diversos tipos de solo de suporte, e consideradas duas classes de

concreto e diferentes espessuras para os pavimentos.

Com os resultados obtidos do dimensionamento, construíram-se ábacos de pré-

dimensionamento dessas estruturas para auxiliar na escolha do piso industrial a ser projetado.

CARACTERÍSTICAS DO PROJETO

Os pisos aqui estudados consistem em uma placa de concreto 30,0 m de largura por 90,0

m de comprimento, apoiada diretamente sobre o solo (meio elástico), dimensionados em

concreto armado e em concreto protendido. A espessura dos pisos variou de 12,0 cm a 23,0 cm.

No dimensionamento, as cargas foram consideradas atuantes no interior da placa de

concreto, caracterizando as bordas como não sendo livres. Na prática, isso impõe a

obrigatoriedade do emprego de mecanismos de transferência de juntas, tanto nas juntas de

construção como nas serradas.

Os cálculos das tensões devidas às variações térmicas e retrações não foram realizados

neste estudo. No entanto, reconhece-se sua importância e ressalta-se que, no Brasil, em

trabalhos mais aprofundados, tem-se o cuidado de levar em consideração os efeitos térmicos

relacionados ao empenamento dessas longas placas de concreto.

O terreno de fundação que caracteriza o subleito é formado por siltes, argilas ou solos

granulares (areia) e a sub-base por solo granular simples ou solo tratado com cimento.

A Tabela 6.1 apresenta os valores adotados para os módulos de elasticidade do concreto

de acordo com as resistências características do concreto adotadas, as cargas por área, os

módulos de reação do subleito e as espessuras das placas.

Tabela 6.1 – Faixas de variação dos parâmetros considerados.

PISO INDUSTRIAL EM CONCRETO

Variável Unidade Valores

Módulo de elasticidade da placa (E) MPa 27000 29000 - - - - - - - - - -

Carga uniformemente distribuída (q) kN/m² 25 50 75 100 - - - - - - - -

Módulo de reação do subleito (k) MPa/m 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 - -

Espessura da placa (h) cm 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Page 64: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

51

6.1.1 PARÂMETROS DOS MATERIAIS

Os materiais empregados e seus parâmetros são apresentados na Tabela 6.2. Utilizaram-

se dois tipos de concreto de resistência característica de 30 MPa e de 35 MPa. Os aços são o

CA-50 para armadura passiva e o CP 190 RB para a armadura ativa de protensão.

Tabela 6.2 – Propriedades dos materiais.

Concreto 𝒇𝒄𝒌 = 𝟑𝟎 𝑴𝑷𝒂 𝒇𝒄𝒌 = 𝟑𝟓 𝑴𝑷𝒂

Peso específico (γ) [kN/m³] 25 25

Resistência à tração na flexão (𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘

) 1

[MPa] 4,14 4,59

Módulo de deformação secante (𝐸𝑐𝑠) [MPa] 27000 29000

Aço CP 190-RB

Módulo de Elasticidade (𝐸𝑝) [GPa] 200

Resistência na ruptura (𝑓𝑝𝑡𝑘) [MPa] 1900

Cordoalha 7 fios – CP 190

Diâmetro nominal [mm] 12,7

Área aproximada [mm²] 101

Aço CA-50

Resistência ao escoamento (𝑓𝑦𝑘) [MPa] 500

Telas Eletrossoldadas – aço CA-60

Resistência ao escoamento (𝑓𝑦𝑘) [MPa] 600

PISO EM CONCRETO ARMADO

A Figura 6.1 ilustra o piso em concreto armado e o seu plano de concretagem. O piso

de 30 m × 90 m foi dividido em doze faixas de 7,5 m x 30 m a fim de permitir adequada

execução, considerando, principalmente, o volume de concreto por faixa e a necessidade de

juntas.

Para o dimensionamento do concreto armado, optou-se neste trabalho pelo uso de telas

soldadas tipo Q (Tabela 5.3).

Os resultados obtidos a partir do dimensionamento proposto no capítulo 5 estão

apresentados em planilhas no Apêndice A.

1 𝑓𝑐𝑡𝑀,𝑘: resistência do concreto à tração na flexão, tal como definido pela NBR 6118:2014 e descrito no item

5.1.1 deste trabalho.

Page 65: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

52

Figura 6.1: Plano de concretagem do piso em concreto armado (medidas em metro).

PISO EM CONCRETO PROTENDIDO

O mesmo piso é dimensionado em concreto protendido. A definição da divisão dos

painéis depende da capacidade de produção de concreto da obra. Tomando como referência

volumes de concreto entre 50 m3 e 100 m3, recomenda-se o plano de concretagem típico

apresentado na Figura 6.2.

Figura 6.2: Plano de concretagem do piso em concreto protendido (medidas em metro).

Os cabos de protensão estão ilustrados na Figura 6.2. Para não sobrecarregar a figura,

encontra-se representado exclusivamente um cabo por painel. Os cabos curtos (transversais)

são protendidos somente por uma das extremidades (ativa-passiva) e os cabos longos

(horizontais) são protendidos nas duas extremidades (ancoragens ativa-ativa). Deve-se observar

que a concretagem das faixas pares somente deve começar após a protensão das faixas ímpares.

Page 66: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

53

A Tabela 6.3 apresenta a ordem de execução da concretagem e da protensão dos cabos

transversais e longitudinais, respeitando as resistências mínimas necessárias do concreto para

aplicação da protensão.

Tabela 6.3 – Ordem de execução de concretagem e protensão do piso protendido.

Concretagem Protensão Transversal Protensão Longitudinal

Dia 01 Faixa 1 - -

Dia 02 Faixa 2 Faixa 1 -

Dia 03 Faixa 3 Faixa 2 -

Dia 04 Faixa 4 Faixa 3

Dia 05 Faixa 5 Faixa 4

Dia 06 Faixa 6 Faixa 5

Dia 07 Faixa 6

Dia 10 Faixas 1 a 6

6.3.1 DIMENSIONAMENTO

São apresentados a sequência e os cálculos para o dimensionamento do piso protendido,

conforme apresentado no capítulo 5, no item 5.1.4.

6.3.1.1 PROTENSÃO INICIAL

Como descrito no item 5.1.4.1 deste trabalho, para o caso de armadura pós-tracionada,

a NBR 6118 (ABNT, 2014) exige que o valor máximo para tensão inicial de protensão (𝜎𝑝𝑖)

deve ser o menor entre as duas verificações a seguir:

• Aço CP190-RB:

0,80 × 1900 = 1520 𝑀𝑃𝑎

0,88 × 0,9 × 1900 = 1505 𝑀𝑃𝑎

Portanto, 𝝈𝒑𝒊 = 𝟏𝟓𝟎𝟓 𝑴𝑷𝒂.

Por se tratar de um projeto de pavimento, a área de aço deve ser calculada por metro. A

área da seção transversal de uma cordoalha ou barra deve ser obtida no catálogo do fabricante,

neste trabalho optou-se por usar a cordoalha CP 190 RB 12,7 da Arcelor Mittal (2021), com

área de 101 𝑚𝑚². A equação 6.1 determina a área de aço por metro do pavimento. E os

resultados se encontram nas Tabela 6.12 e Tabela 6.13.

Page 67: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

54

(6.1)

𝐴𝑝 =𝑛º 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠 ∙ á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑒 1 𝑏𝑎𝑟𝑟𝑎

𝑙𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑖𝑥𝑎

A força de protensão inicial (𝑃𝑖) é dada por:

(6.2)

𝑃𝑖 = 𝐴𝑝 ∙ 𝜎𝑝𝑖

sendo:

𝑃𝑖: força de protensão inicial (kN/m)

𝐴𝑝: área da seção de aço por metro (m²/m);

𝜎𝑝𝑖: tensão inicial do aço de protensão (MPa).

6.3.1.2 PERDAS DE PROTENSÃO

A seguir, apresentam-se os resultados, de forma resumida, dos cálculos das perdas de

protensão das monocordoalhas engraxadas nas Tabela 6.4 a Tabela 6.13. As perdas imediatas

são compostas pelas perdas por atrito, por recuo da ancoragem e por encurtamento elástico do

concreto.

a) Perda por atrito no cabo

Tabela 6.4 – Perda de protensão por atrito nos cabos longitudinais na seção do meio da placa.

Tabela 6.5 – Perda de protensão por atrito nos cabos transversais na seção do meio da placa.

Page 68: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

55

b) Perdas por cravação

Tabela 6.6 – Perda de protensão por deformação da ancoragem, em x = 0 m, para os cabos

longitudinais.

Tabela 6.7 – Perda de protensão por deformação da ancoragem, em x = 0 m, para os cabos

transversais.

c) Perdas por encurtamento elástico

Tabela 6.8 – Valor do módulo de elasticidade do concreto em t = 4 dias, instante da protensão

longitudinal.

Tabela 6.9 – Valor do módulo de elasticidade do concreto em t = 1 dia, instante da protensão

transversal.

Page 69: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

56

Como a placa está apoiada na sub-base, o peso próprio não causa flexão e, portanto, a

tensão média na placa de concreto pode ser dada por Aalami (2014):

(6.3)

𝑓𝑐𝑝𝑎 = −𝑃𝑎(1

𝐴𝑐+

𝑒𝑝2

𝐼𝑐)

(6.4)

𝑃𝑎 = 𝑃𝑖 − 𝛥𝑃𝑎𝑡𝑟 − 𝛥𝑃𝑎𝑛𝑐

sendo:

𝑓𝑐𝑝𝑎: tensão média na placa de concreto (MPa);

𝑃𝑎: força de protensão, após as perdas por atrito e acomodação das ancoragens (kN/m);

𝐴𝑐: área da seção transversal do concreto (m²/m);

𝑒𝑝: excentricidade do cabo resultante em relação ao baricentro da seção de concreto (m).

No caso deste trabalho, considera-se que não há excentricidade;

𝐼𝑐: momento de inércia na seção de concreto (m4).

Assim, tem-se que a perda de protensão por encurtamento elástico do concreto é:

(6.5)

𝛥𝑃𝐸𝐿 = 𝛥𝜎𝐸𝐿 ∙ 𝐴𝑝

sendo:

𝛥𝑃𝐸𝐿: perda de protensão por encurtamento elástico (kN/m);

𝛥𝜎𝐸𝐿 : a redução da tensão no cabo de protensão (MPa);

𝐴𝑝: área da seção de aço por metro (m²/m).

Tabela 6.10 – Perda de protensão por encurtamento elástico do concreto nos cabos longitudinais na

seção do meio da placa.

Page 70: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

57

Tabela 6.11 – Perda de protensão por encurtamento elástico do concreto nos cabos transversais na

seção do meio da placa.

d) Força final de protensão na seção do meio da placa no instante t = 0

A força inicial de protensão subtraída da soma de todas as perdas imediatas resulta na

força final de protensão que atuará no cabo, conforme mostra a Equação 6.6.

(6.6)

𝑃0 = 𝑃𝑖 − 𝛥𝑃𝑎𝑡𝑟 − 𝛥𝑃𝑎𝑛𝑐 − 𝛥𝑃𝐸𝐿

e) Perdas lentas

Conforme descrito no item 4.2.2, considerou-se 15% de perdas lentas, portanto, a força

de protensão para um tempo infinito é dado por:

(6.7)

𝑃∞ = 0,85𝑃0

Page 71: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

58

Tabela 6.12 – Resumo dos resultados encontrados para os cabos longitudinais.

Tabela 6.13 – Resumo dos resultados encontrados para os cabos transversais.

6.3.1.3 VERIFICAÇÃO DO CONCRETO NO ATO DA PROTENSÃO

No ato da protensão, verificam-se se as tensões máximas na seção de concreto

ultrapassam os limites expostos no item 5.1.4.3. Como nesse exemplo, a tensão 𝜎𝑐𝑝1 é de

compressão, é necessário verificar apenas a condição de compressão excessiva, conforme a Eq.

5.20.

Page 72: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

59

As Tabela 6.14 e Tabela 6.15 apresentam os cálculos da verificação de compressão

excessiva da seção de concreto com as resistências características de 30 MPa e 35 MPa sob a

ação dos cabos longitudinais, na idade t = 4 dias e as Tabela 6.16 e Tabela 6.17 sob a ação dos

cabos transversais, na idade t = 1 dia.

Tabela 6.14 – Verificação do concreto no ato da protensão para 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎 nos cabos

longitudinais.

Tabela 6.15 – Verificação do concreto no ato da protensão para 𝑓𝑐𝑘 = 35 𝑀𝑃𝑎 nos cabos

longitudinais.

Tabela 6.16 – Verificação do concreto no ato da protensão para 𝑓𝑐𝑘 = 30 𝑀𝑃𝑎 nos cabos transversais.

Tabela 6.17 – Verificação do concreto no ato da protensão para 𝑓𝑐𝑘 = 35 𝑀𝑃𝑎 nos cabos transversais.

Page 73: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

60

6.3.1.4 CÁLCULO DE ALONGAMENTO DOS CABOS

O cálculo dos alongamentos dos cabos longitudinais e transversais de protensão estão

apesentados nas Tabela 6.18 e Tabela 6.19, conforme a Eq. 5.22.

Tabela 6.18 – Alongamento dos cabos longitudinais.

Tabela 6.19 – Alongamento dos cabos transversais.

6.3.1.5 CÁLCULO DO MOMENTO DE FISSURAÇÃO NO PAVIMENTO

Os momentos de fissuração, no ELS-F, decorrentes da contribuição da protensão junto

ao concreto são calculados e apresentados nas Tabela 6.20 e Tabela 6.21.

Tabela 6.20 – Momento de fissuração do concreto para protensão longitudinal.

Tabela 6.21 – Momento de fissuração do concreto para protensão transversal.

Page 74: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

61

Conhecidos os momentos de fissuração, faz-se o dimensionamento da carga admissível

do pavimento com a mesma equação utilizada para o piso em concreto armado (Equação 5.9).

Como visto nas Tabela 6.20 e Tabela 6.21, os valores de 𝑀𝑟 para protensão longitudinal são

menores do que para protensão transversal, então, fez-se o cálculo considerando os resultados

da protensão longitudinal. Os resultados obtidos para carga admissível no piso em concreto

protendido se encontram no Apêndice A.

Os momentos fletores solicitantes (positivo e negativo) são definidos pelas equações

apresentadas no dimensionamento do concreto armado (item 5.1.3.1). Verificou-se que não

houve necessidade de armadura (tela soldada), pois o momento fletor solicitante é menor que o

momento fletor de fissuração do concreto. As armaduras de aço CA-50 são necessárias somente

na região das ancoragens para absorver as tensões elevadas de compressão no ato da protensão.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Como resultado deste trabalho, foram construídos ábacos relacionando o tipo de solo de

fundação, a espessura da placa de concreto e a carga admissível de projeto. Estes ábacos podem

ser usados de diferentes maneiras a fim de permitir o pré-dimensionamento do pavimento.

Em função da carga admissível, define-se a espessura da placa de concreto a partir dos

ábacos propostos nesse trabalho. Em seguida, faz-se a verificação da necessidade de armaduras

de flexão positivas e/ ou negativas, conforme o momento fletor solicitante.

6.4.1 CARGA ADMISSÍVEL

Os ábacos dos Gráfico 1, Gráfico 2, Gráfico 3 e Gráfico 4 mostram como o tipo de solo

de fundação, a espessura da placa de concreto e a carga admissível de projeto se comportam

diante do tipo de piso escolhido e do concreto utilizado. Presumia-se que para solicitações cada

vez maiores, solos melhores fossem exigidos, e essa expectativa foi confirmada.

Page 75: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

62

Gráfico 1: Correlação entre espessura de placa, carga admissível e tipo de solo para o piso em concreto

armado para o concreto classe C30.

Gráfico 2: Correlação entre espessura de placa, carga admissível e tipo de solo para o piso em concreto

armado para o concreto classe C35.

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

18,0

19,0

20,0

21,0

22,0

23,0

24,0

40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 110,0 120,0 130,0

Esp

essu

ra d

a p

laca

de

con

cret

o (c

m)

Carga Admissível (kN/m²)

Piso em concreto armado (classe C30)

k = 15 MPa/m k = 20 MPa/m k = 25 MPa/m k = 30 MPa/m k = 35 MPa/m

k = 40 MPa/m k = 45 MPa/m k = 50 MPa/m k = 55 MPa/m k = 60 MPa/m

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

18,0

19,0

20,0

21,0

22,0

23,0

24,0

40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 110,0 120,0 130,0

Esp

essu

ra d

a p

laca

de

con

cret

o (

cm)

Carga Admissível (kN/m²)

Piso em concreto armado (classe C35)

k = 15 MPa/m k = 20 MPa/m k = 25 MPa/m k = 30 MPa/m k = 35 MPa/m

k = 40 MPa/m k = 45 MPa/m k = 50 MPa/m k = 55 MPa/m k = 60 MPa/m

Page 76: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

63

Gráfico 3: Correlação entre espessura de placa, carga admissível e tipo de solo para o piso em concreto

protendido para o concreto classe C30.

Gráfico 4: Correlação entre espessura de placa, carga admissível e tipo de solo para o piso em concreto

protendido para o concreto classe C35.

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

18,0

19,0

20,0

21,0

22,0

23,0

24,0

80,0 90,0 100,0 110,0 120,0 130,0 140,0 150,0 160,0 170,0 180,0 190,0 200,0 210,0

Esp

essu

ra d

a p

laca

de

con

cret

o (c

m)

Carga Admissível (kN/m²)

Piso em concreto protendido (classe C30)

k = 15 MPa/m k = 20 MPa/m k = 25 MPa/m k = 30 MPa/m k = 35 MPa/m

k = 40 MPa/m k = 45 MPa/m k = 50 MPa/m k = 55 MPa/m k = 60 MPa/m

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

15,0

16,0

17,0

18,0

19,0

20,0

21,0

22,0

23,0

24,0

80,0 90,0 100,0 110,0 120,0 130,0 140,0 150,0 160,0 170,0 180,0 190,0 200,0 210,0

Esp

essu

ra d

a p

laca

de

con

cret

o (c

m)

Carga Admissível (kN/m²)

Piso em concreto protendido (classe C35)

k = 15 MPa/m k = 20 MPa/m k = 25 MPa/m k = 30 MPa/m k = 35 MPa/m

k = 40 MPa/m k = 45 MPa/m k = 50 MPa/m k = 55 MPa/m k = 60 MPa/m

Page 77: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

64

Considerando os tipos de solo, a espessura de placa e a classe de concreto, destaca-se

que o piso em concreto armado pode suportar cargas de até 123 kN/m² (Gráfico 2), enquanto o

concreto protendido, com as mesmas condições iniciais, resiste cargas de até 200 kN/m²

(Gráfico 4).

Observou-se que para solos com coeficiente de recalque muito baixo, qualquer melhora

do material de fundação resulta em significativa melhora estrutural do pavimento. Em

contrapartida, à medida que o coeficiente de recalque aumenta, é importante avaliar, de forma

cautelosa, se a alternativa mais adequada, em busca de maiores cargas admissíveis, é de fato

alterar o solo de toda fundação ou incrementar a espessura da placa de concreto.

Assim, entende-se que a variação da capacidade de suporte do solo tem influência sobre

a espessura do pavimento, porém, é menos expressiva quando o coeficiente vertical do solo é

maior que 45 MPa/m. Há a possibilidade de o piso industrial ser construído em solos de baixa

resistência, desde que a sub-base seja adotada de forma a regularizar e aumentar a resistência

do subleito e reduzir o bombeamento de finos para a superfície.

A mudança no comportamento da linha de tendência dos gráficos do piso em concreto

armado para o piso em concreto protendido também foi analisado. A carga admissível,

calculada pela Eq. 5.9, depende somente do momento fletor de fissuração definido pela equação

5.10, para o piso em concreto armado, e pela equação 5.23 para o piso protendido. No concreto

armado, para uma mesma classe de concreto, o único parâmetro que faz o 𝑀𝑟variar é a espessura

da placa. Já no concreto protendido, além da espessura da placa, existe uma parcela devido à

protensão que influencia diretamente no 𝑀𝑟, considerando a força de protensão no tempo

infinito.

Nota-se que, para um mesmo tipo de piso escolhido, a variação da classe do concreto

melhora o desempenho do piso de concreto armado em 7%, e do piso de concreto protendido

entre 4% e 6%, dependendo da espessura da placa. Ao passo que, para uma mesma classe de

concreto, o piso em concreto protendido tem um desempenho 63% a 97% superior ao piso em

concreto armado, dependendo da espessura da placa. Ressalta-se que apesar desta clara

comparação, que pode ser observada no Apêndice C, outros aspectos como custo de material e

mão de obra, e prazo de entrega da obra, devem ser levados em consideração na decisão final

da escolha do tipo de piso ideal ao projeto.

Para utilização do ábaco, deve-se conhecer a carga máxima de projeto e o tipo de solo

do terreno para definir, de forma rápida, a espessura de placa mais adequada ao piso em

concreto armado ou em concreto protendido, para as classes de concreto (C30 ou C35). Pode-

se, também, a partir da carga máxima de projeto, por meio dos ábacos, definir qual coeficiente

Page 78: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

65

de recalque mínimo do solo para que uma determinada espessura de piso atenda às solicitações

de uso.

Todos os resultados encontrados para as diferentes combinações de carga, tipo de solo

e tipo de pavimentação estão no Apêndice A.

6.4.2 MOMENTO FLETOR SOLICITANTE

Em função da carga admissível do solo, define-se a espessura da placa de concreto por

meio dos ábacos apresentados nos Gráfico 1, Gráfico 2, Gráfico 3 e Gráfico 4. Em seguida, faz-

se a verificação da necessidade de armaduras positivas e/ ou negativas a partir do momento

fletor solicitante.

Cabe ressaltar, que o momento fletor solicitante depende exclusivamente do

carregamento, do layout das cargas atuantes no pavimento, das características do solo, da classe

do concreto e da espessura da placa. O momento fletor solicitante é o mesmo

independentemente do tipo de piso escolhido, seja em concreto simples, concreto armado,

reforçado com fibras ou protendido.

Os gráficos de momentos fletores solicitantes foram divididos de acordo com a carga de

projeto (25 kN/m2 a 100 kN/m2), a classe do concreto (30 MPa e 35 MPa) e do tipo de momento

fletor (momentos fletores positivos e negativo), como visto nos Gráfico 5 a Gráfico 20, sempre

relacionando à espessura de placa e tipo de solo.

Deve-se atentar que mesmo o momento fletor de cálculo sendo inferior ao momento

fletor de fissuração (de projeto), esta condição não é suficiente para o correto dimensionamento

do piso, pois a carga admissível continua sendo o principal fator limitante.

De modo geral, observa-se que os momentos fletores solicitantes são significativamente

menores do que os momentos fletores de fissuração do concreto, os quais são tomados como

referência para avaliar a necessidade de armar ou não o piso. Isso se deve ao fato de que, neste

trabalho, são consideradas, exclusivamente, cargas distribuídas sobre o pavimento. Em vista

disso, não foi necessário calcular armadura positiva ou negativa em nenhum dos casos

considerados neste estudo.

Acrescenta-se que, usualmente, a necessidade de armadura inferior ocorre apenas

quando há cargas pontuais. Dessa maneira, na prática do piso industrial estruturalmente armado,

sempre há armadura de retração em todo o piso e armadura positiva apenas de forma localizada

(na região sob a carga concentrada).

Page 79: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

66

Percebe-se que a variação do momento fletor, alterando apenas a classe do concreto de

C30 para C35 é quase nula, tanto para o momento fletor positivo quanto para o momento fletor

negativo. Os resultados dos cálculos de momentos fletores estão apresentados no Apêndice B.

a) MOMENTO FLETOR POSITIVO – CONCRETO C30

Gráfico 5: Comportamento do momento fletor positivo em piso industrial (C30) – carga de 25 kN/m².

0,030

0,050

0,070

0,090

0,110

0,130

0,150

0,170

0,190

0,210

0,230

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to p

osi

tivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Positivo Solicitante devido q = 25 kN/m² (fck = 30 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

Page 80: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

67

Gráfico 6: Comportamento do momento fletor positivo em piso industrial (C30) – carga de 50 kN/m².

Gráfico 7: Comportamento do momento fletor positivo em piso industrial (C30) – carga de 75 kN/m².

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,400

0,450

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to p

osi

tivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Positivo Solicitante devido q = 50 kN/m² (fck = 30 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to p

osi

tivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Positivo Solicitante devido q = 75 kN/m² (fck = 30 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

Page 81: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

68

Gráfico 8: Comportamento do momento fletor positivo em piso industrial (C30) – carga de 100 kN/m².

b) MOMENTO FLETOR POSITIVO – CONCRETO C35

Gráfico 9: Comportamento do momento fletor positivo em piso industrial (C35) – carga de 25 kN/m².

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to p

osi

tivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Positivo Solicitante devido q = 100 kN/m² (fck = 30 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

0,030

0,050

0,070

0,090

0,110

0,130

0,150

0,170

0,190

0,210

0,230

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to p

osi

tivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Positivo Solicitante devido q = 25 kN/m² (fck = 35 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

Page 82: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

69

Gráfico 10: Comportamento do momento fletor positivo em piso industrial (C35) – carga de 50 kN/m².

Gráfico 11: Comportamento do momento fletor positivo em piso industrial (C35) – carga de 75 kN/m².

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

0,400

0,450

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to p

osi

tivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Positivo Solicitante devido q = 50 kN/m² (fck = 35 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to p

osi

tivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Positivo Solicitante devido q = 75 kN/m² (fck = 35 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

Page 83: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

70

Gráfico 12: Comportamento do momento positivo em piso industrial (C35) – carga de 100 kN/m².

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to p

osi

tivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Positivo Solicitante devido q = 100 kN/m² (fck = 35 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

Page 84: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

71

c) MOMENTO FLETOR NEGATIVO – CONCRETO C30

Gráfico 13: Comportamento do momento fletor negativo no piso industrial (C30) – carga de 25 kN/m².

Gráfico 14: Comportamento do momento fletor negativo no piso industrial (C30) – carga de 50 kN/m².

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to n

egat

ivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Negativo Solicitante devido q = 25 kN/m² (fck = 30 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to n

egat

ivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Negativo Solicitante devido q = 50 kN/m² (fck = 30 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

Page 85: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

72

Gráfico 15: Comportamento do momento fletor negativo no piso industrial (C30) – carga de 75 kN/m².

Gráfico 16: Comportamento do momento fletor negativo piso industrial (C30) – carga de 100 kN/m².

0,050

0,150

0,250

0,350

0,450

0,550

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to n

egat

ivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Negativo Solicitante devido q = 75 kN/m² (fck = 30 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

0,050

0,150

0,250

0,350

0,450

0,550

0,650

0,750

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to n

egat

ivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Negativo Solicitante devido q = 100 kN/m² (fck = 30 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

Page 86: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

73

d) MOMENTO FLETOR NEGATIVO – CONCRETO C35

Gráfico 17: Comportamento do momento fletor negativo no piso industrial (C35) – carga de 25 kN/m².

Gráfico 18: Comportamento do momento fletor negativo no piso industrial (C35) – carga de 50 kN/m².

0,020

0,040

0,060

0,080

0,100

0,120

0,140

0,160

0,180

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to n

egat

ivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Negativo Solicitante devido q = 25 kN/m² (fck = 35 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

0,300

0,350

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to n

egat

ivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Negativo Solicitante devido q = 50 kN/m² (fck = 35 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

Page 87: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

74

Gráfico 19: Comportamento do momento fletor negativo no piso industrial (C35) – carga de 75 kN/m².

Gráfico 20: Comportamento do momento fletor negativo piso industrial (C35) – carga de 100 kN/m².

0,050

0,150

0,250

0,350

0,450

0,550

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to n

egat

ivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Negativo Solicitante devido q = 75 kN/m² (fck = 35 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

0,050

0,150

0,250

0,350

0,450

0,550

0,650

0,750

10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

Mo

men

to n

egat

ivo

(kN

m/m

)

Módulo de reação da fundação (MPa/m)

Momento Negativo Solicitante devido q = 100 kN/m² (fck = 35 MPa)

h = 12 cm h = 13 cm h = 14 cm h = 15 cm h = 16 cm h = 17 cm

h = 18 cm h = 19 cm h = 20 cm h = 21 cm h = 22 cm h = 23 cm

Page 88: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

75

7 CONCLUSÃO

O comportamento das placas de concreto sobre base elástica pode ser estudado com o

uso de programas computacionais baseados em métodos numéricos. Apesar disso, os métodos

de dimensionamento tradicionais ainda são constantemente utilizados por profissionais

especialistas em pavimentos industriais de concreto.

Ao longo do trabalho, constatou-se certa deficiência normativa específica para esse tipo

de pavimento. Há recomendações no meio técnico que são amplamente difundidas e bastante

utilizadas, mas ainda não foram normatizadas. A falta de normas sobre esse assunto pode

comprometer o resultado dos projetos, uma vez que essa é uma área específica da engenharia e

apresenta características particulares de projeto e execução. Por isso, a normatização relativa

aos sistemas construtivos quanto ao dimensionamento e à execução da estrutura deve ser

urgentemente desenvolvida.

Com objetivo de melhor atender à demanda do mercado, alguns profissionais da área,

tais como projetistas, empresas de execução ou fornecedores de materiais, iniciaram uma

movimentação em busca de desenvolver tecnologia e controle de qualidade mais adequado.

Baseado na literatura técnica existente e com o intuito de realizar análise comparativa

entre pisos industriais de concreto armado e de concreto protendido, esse trabalho, de caráter

acadêmico, utilizou os métodos tradicionais de cálculo para investigar e comparar os resultados

de dimensionamento dos pisos quando submetidos à ação de cargas distribuídas.

Os pisos aqui estudados consistem em uma placa de concreto apoiada diretamente sobre

o solo (siltes, argilas ou areias), com espessuras variando entre 12,0 cm a 23,0 cm, para

resistências à compressão do concreto de 30 MPa e 35 MPa e considerando cargas atuantes de

25 kN/m², 50 kN/m², 75 kN/m² e 100 kN/m².

Foram desenvolvidos ábacos para o pré-dimensionamento, considerando a ação de cargas

distribuídas nas posições mais desfavoráveis, com o objetivo de auxiliar o projetista na definição

da melhor solução estrutural. O desenvolvimento dos ábacos permitiu ratificar que o

dimensionamento do piso industrial não depende exclusivamente da intensidade, do tipo do

carregamento e das características elásticas do terreno de fundação, mas, também, da

configuração geométrica da carga atuante.

Com isso, foi possível perceber que, para o piso industrial, vários parâmetros têm

significativa influência na definição da espessura do pavimento de concreto, tais como: a

variação da capacidade de suporte do solo, a carga solicitante e o sistema estrutural do

pavimento.

Page 89: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

76

Após a análise comparativa de soluções para pisos industriais, conclui-se que a

utilização do concreto protendido traz vantagens como a redução da espessura da placa e do

número de juntas em detrimento ao piso em concreto armado. Por outro lado, exige mão de

obra mais qualificada e alto controle de qualidade, com ênfase na sistematização e na gestão

eficiente das etapas de projeto e execução.

Por fim, foi possível compreender que a qualidade do pavimento construído depende de

decisões criteriosas de projeto, definidas sob a ótica de equipes envolvendo projetista,

fornecedores e equipe de execução da obra. Somente assim e com intenso controle de execução,

é possível garantir boas condições de operação do piso industrial.

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A seguir são apresentadas algumas sugestões visando trabalhos futuros:

• Desenvolvimento de estudo comparativo de solicitações e comportamento estrutural dos

pisos industriais que incorporem os efeitos térmicos relacionados ao empenamento das

longas placas de concreto;

• Consideração das cargas móveis e pontuais que, em geral, ocasionam momentos fletores

negativos e positivos bastante superiores aos produzidos pela carga distribuída;

• Consideração da deformação plástica do terreno de fundação sob ação de cargas

permanentes ou de elevada duração;

• Consideração de outros tipos de piso industrial para as mesmas condições iniciais de

projeto;

• Utilização de modelos computacionais para estudar a influência de diferentes tipos de

solo de fundação no comportamento estrutural do piso industrial;

• Análise semelhante variando os parâmetros considerados e utilizando programa

computacional para analisar o impacto das alterações.

Page 90: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

77

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AALAMI, Bijan O., 2014, Post-Tensioned Buildings Design and Construction. USA: PT-

Structures.

AASTHO – American Association of State Highway and Transportation Official, 1993, Guide

for Design of Pavement Structures. Washington, DC.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2014, NBR 6118: Projeto de estruturas

de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro.

ÁGUIA SISTEMAS. Disponível em: < https://aguiasistemas.com> Acesso em 12 de maio de

2021.

ALPHAPISO, Tecnologia em Pisos Industriais. Disponível em:

<http://alphapiso.com.br/protendido> Acesso em 23 de março de 2021.

ALVES, Ricardo Valeriano, 2021, Pontes. São Paulo: Oficina de Textos.

ANAPRE – Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho, 2006, 1º

Seminário Anual de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho. Disponível em:

<http://www.anapre.org.br/seminario/palestras/Publio.pdf> Acesso em 06 de janeiro 2021.

ANAPRE – Associação Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho, 2009,

Boletins Técnicos. Disponível em: <http://www.anapre.org.br/boletim_tecnico> Acesso em 06

de janeiro de 2021.

ANTONIAZZI, Juliana Pippi, 2011, Interação Solo-Estrutura de edifícios com fundações

superficiais. Dissertação de mestrado, UFSM. Santa Maria, Rio Grande do Sul.

ARCELOR MITTAL, Fios e Cordoalhas para Concreto Protendido. Disponível em:

<https://www.aecweb.com.br/cls/catalogos/arcellormittal/fios_cordoalhas.pdf> Acesso em 05

de março de 2021.

BALBO, José Tadeu, 2009, Pavimentos de Concreto. São Paulo: Oficina de Textos.

BINA, Paulo, CASTRO, Paulo R., TEIXEIRA, Antônio O. F., 2002, Estado da arte dos pisos

industriais e pavimentos: do sistema de damas ao protendido. Belo Horizonte, MG 2002 In:

REIBRAC, 44.

CHODOUNSKY, Marcel Aranha, 2007, Pisos Industriais de Concreto: aspectos teóricos e

construtivos. São Paulo: Reggenza.

CINTRA, José Carlos Angelo, AOKI, Nelson, ALBIERO, José Henrique, 2011, Fundações

diretas: projeto geotécnico. São Paulo: Oficina de Textos.

COLARES, George Moura, 2006, Programa para análise da interação solo-estrutura no

projeto de edifícios. Dissertação de mestrado, EESC – USP. São Carlos, São Paulo.

Page 91: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

78

DUTTA, Sekhar Chandra, ROY, Rana, 2002, A critical review on idealization and modeling

for interaction among soil–foundation–structure system. Computers & structures, v. 80, n. 20,

p. 1579-1594.

FARIA, Breno Macedo, 2016, Desmistificando Pisos Protendidos (Projeto e execução). Artigo

para LPE Engenharia. Brasil: São Paulo.

GERDAU, 2021, Especificações técnicas: Tela soldada nervurada. Disponível em:

<https://www2.gerdau.com.br/produtos/telas-gerdau> Acesso em 06 de junho de 2021.

KOSHIMA, Akira, et al, 1998, Fundações: Teoria e Prática, 2ªed. São Paulo: Pini.

LEAL, Carlos, 1999, Pisos, Pavimentos e Radiers de Concreto Protendido, Concreto reforçado

com Fibras de Aço e Concreto Armado. Seminário Belgo - 3ekart. São Paulo.

NAKAMURA, Juliana. Diferentes Concretos para Pisos Industriais. Revista Téchne PINI 144ª

ed., São Paulo, 2009.

OLIVEIRA, Patrícia Lizi, 2000, Projeto estrutural de pavimentos rodoviários e de pisos

industriais de concreto. Dissertação de mestrado, EESC – USP. São Carlos, São Paulo.

PFEIL, Walter, 1983, Concreto Protendido: Processos Construtivos, Perdas de Protensão,

Sistemas Estruturais, v. 2, 2ª ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A.

PFEIL, Walter, 1984, Concreto Protendido – Introdução, v. 1, 2ª ed. Rio de Janeiro: Livros

Técnicos e Científicos Editora S.A.

PITTA, Márcio Rocha, 1998, Selagem de Juntas em Pavimentos de Concreto. Estudo Técnico

– ET22. Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), São Paulo.

PORTO, Thiago B., MENDONÇA, Beatriz Q., CARVALHO, Lucas S. G, 2012, Análise

estrutural de pisos industriais utilizando o método dos elementos finitos. Artigo para

Asociación Argentina de Mecánica Computacional – v. XXXI, p. 1355 – 1377. Argentina:

Salta.

RODRIGUES, Públio Penna Firme, PITTA, Márcio Rocha, 1997, Pavimento de Concreto.

Revista Ibracon nº 19. São Paulo.

RODRIGUES, Públio Penna Firme, GASPARETTO, Wagner, 1999, Juntas em pisos

industriais. Artigo para LPE Engenharia. Brasil: São Paulo.

RODRIGUES, Públio Penna Firme, BOTACINI, Silvia Maria, GASPARETTO, Wagner

Edson, 2006, Manual Gerdau de Piso Industriais, 1ªed. SãoPaulo: Pini.

RODRIGUES, Lezzir Ferreira, 2008, Juntas em Pavimentos de Concreto: dispositivos de

transferência de carga. Tese de doutorado, EESC – USP. São Carlos, São Paulo.

RODRIGUES, Públio Penna Firme, 2010, Manual de Piso Industriais – Fibras de Aço e

Protendido, 1ªed. São Paulo: Pini.

Page 92: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

79

RODRIGUES, Públio Penna Firme, FARIA, Breno Macedo, SILVA, João Batista Rodrigues

da, 2015, Novos Critérios para Pavimentos Industriais de Concreto Armado. São Paulo: IBTS

– Instituto Brasileiro de Telas Soldadas.

SANTOS, Mateus Berwaldt, 2015, Utilização de Concreto Protendido em Pavimentos

Portuários. Dissertação de mestrado, UFRGS. Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

VELLOSO, Dirceu de Alencar, LOPES, Francisco de Rezende, 2016, Fundações: critérios de

projeto, investigação do subsolo, fundações superficiais, fundações profundas. São Paulo:

Oficina de Textos.

VERÍSSIMO, Gustavo de Souza; CÉSAR JR, Kléos M. Lenz, 1998, Concreto Protendido:

Perdas de Protensão, 4ª ed. Universidade Federal de Viçosa. Disponível em

<https://wwwp.feb.unesp.br/lutt/Concreto%20Protendido/CP-vol2.pdf>. Acesso em 13 jan

2021.

VIECILI, Fábio André, 2004, Influência da utilização dos endurecedores superficiais

cimentícios na resistência à abrasão de pisos industriais de concreto. Dissertação de mestrado,

EE – UFRGS. Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

WINKLER, Emil, 1867, Die lehre von der Elastizistat und Festigkeit. Praga.

Page 93: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

80

APÊNDICE A

RESULTADOS DO DIMENSIONAMENTO DA CARGA ADMISSÍVEL PARA O

PAVIMENTO EM CONCRETO ARMADO E CONCRETO PROTENDIDO

Tabela A 1 – Carga admissível calculada considerando piso em concreto armado e classe C30.

CARGA ADMISSÍVEL NO PISO EM CONCRETO ARMADO (fck = 30 MPa)

k (MPa/m)

h (cm) Mr (kNm/m) 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

12 7,09 λ (m-1) 0,99 1,065 1,126 1,179 1,225 1,266 1,304 1,339 1,371 1,401

qadm (kN/m²) 41,4 47,9 53,5 58,6 63,3 67,7 71,8 75,7 79,4 82,9

13 8,32 λ (m-1) 0,933 1,003 1,060 1,110 1,153 1,193 1,228 1,261 1,291 1,320

qadm (kN/m²) 43,1 49,8 55,7 61,0 65,9 70,5 74,7 78,8 82,6 86,3

14 9,65 λ (m-1) 0,883 0,949 1,003 1,050 1,091 1,128 1,162 1,193 1,222 1,248

qadm (kN/m²) 44,8 51,7 57,8 63,3 68,4 73,1 77,5 81,7 85,7 89,5

15 11,08 λ (m-1) 0,838 0,901 0,952 0,997 1,036 1,071 1,103 1,133 1,160 1,186

qadm (kN/m²) 46,3 53,5 59,8 65,5 70,8 75,7 80,3 84,6 88,7 92,7

16 12,61 λ (m-1) 0,799 0,858 0,907 0,950 0,987 1,021 1,051 1,079 1,105 1,130

qadm (kN/m²) 47,9 55,3 61,8 67,7 73,1 78,2 82,9 87,4 91,6 95,7

17 14,24 λ (m-1) 0,763 0,820 0,867 0,908 0,943 0,975 1,004 1,031 1,056 1,079

qadm (kN/m²) 49,3 57,0 63,7 69,8 75,4 80,6 85,5 90,1 94,5 98,7

18 15,96 λ (m-1) 0,731 0,786 0,831 0,869 0,904 0,934 0,962 0,988 1,012 1,034

qadm (kN/m²) 50,8 58,6 65,5 71,8 77,5 82,9 87,9 92,7 97,2 101,5

19 17,78 λ (m-1) 0,702 0,754 0,798 0,835 0,868 0,897 0,924 0,949 0,972 0,993

qadm (kN/m²) 52,2 60,2 67,3 73,8 79,7 85,2 90,3 95,2 99,9 104,3

20 19,70 λ (m-1) 0,676 0,726 0,768 0,803 0,835 0,863 0,889 0,913 0,935 0,955

qadm (kN/m²) 53,5 61,8 69,1 75,7 81,7 87,4 92,7 97,7 102,5 107,0

21 21,7 λ (m-1) 0,651 0,700 0,740 0,775 0,805 0,832 0,857 0,880 0,901 0,921

qadm (kN/m²) 54,8 63,3 70,8 77,5 83,8 89,5 95,0 100,1 105,0 109,7

22 23,8 λ (m-1) 0,629 0,676 0,715 0,748 0,777 0,804 0,828 0,850 0,870 0,890

qadm (kN/m²) 56,1 64,8 72,5 79,4 85,7 91,6 97,2 102,5 107,5 112,2

23 26,1 λ (m-1) 0,608 0,654 0,691 0,723 0,752 0,777 0,801 0,822 0,842 0,860

qadm (kN/m²) 57,4 66,3 74,1 81,2 87,7 93,7 99,4 104,8 109,9 114,8

Page 94: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

81

Tabela A 2 – Carga admissível calculada considerando piso em concreto armado e classe C35.

CARGA ADMISSÍVEL NO PISO EM CONCRETO ARMADO (fck = 35 MPa)

k (MPa/m)

h (cm) Mr (kNm/m) 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

12 7,86 λ (m-1) 0,973 1,046 1,106 1,158 1,203 1,244 1,281 1,315 1,347 1,377

qadm (kN/m²) 44,3 51,2 57,2 62,7 67,7 72,4 76,8 80,9 84,9 88,6

13 9,23 λ (m-1) 0,917 0,985 1,042 1,090 1,133 1,171 1,206 1,239 1,269 1,296

qadm (kN/m²) 46,1 53,3 59,6 65,2 70,5 75,3 79,9 84,2 88,3 92,3

14 10,70 λ (m-1) 0,867 0,932 0,985 1,031 1,072 1,1082 1,141 1,172 1,200 1,226

qadm (kN/m²) 47,9 55,3 61,8 67,7 73,1 78,2 82,9 87,4 91,7 95,8

15 12,28 λ (m-1) 0,823 0,885 0,936 0,979 1,018 1,052 1,084 1,113 1,139 1,165

qadm (kN/m²) 49,6 57,2 64,0 70,1 75,7 80,9 85,8 90,5 94,9 99,1

16 13,98 λ (m-1) 0,785 0,843 0,891 0,933 0,970 1,003 1,033 1,060 1,086 1,110

qadm (kN/m²) 51,2 59,1 66,1 72,4 78,2 83,6 88,6 93,4 98,0 102,4

17 15,78 λ (m-1) 0,750 0,806 0,852 0,892 0,927 0,958 0,987 1,013 1,037 1,060

qadm (kN/m²) 52,8 60,9 68,1 74,6 80,6 86,2 91,4 96,3 101,0 105,5

18 17,69 λ (m-1) 0,718 0,772 0,816 0,854 0,888 0,918 0,945 0,970 0,994 1,016

qadm (kN/m²) 54,3 62,7 70,1 76,8 82,9 88,6 94,0 99,1 103,9 108,6

19 19,71 λ (m-1) 0,690 0,741 0,784 0,820 0,852 0,881 0,908 0,932 0,954 0,975

qadm (kN/m²) 55,8 64,4 72,0 78,9 85,2 91,1 96,6 101,8 106,8 111,5

20 21,8 λ (m-1) 0,664 0,713 0,754 0,789 0,820 0,848 0,873 0,897 0,918 0,939

qadm (kN/m²) 57,2 66,1 73,9 80,9 87,4 93,4 99,1 104,5 109,6 114,4

21 24,1 λ (m-1) 0,640 0,688 0,727 0,761 0,791 0,818 0,842 0,864 0,885 0,905

qadm (kN/m²) 58,6 67,7 75,7 82,9 89,6 95,8 101,6 107,1 112,3 117,3

22 26,4 λ (m-1) 0,618 0,664 0,702 0,735 0,764 0,790 0,813 0,835 0,855 0,874

qadm (kN/m²) 60,0 69,3 77,5 84,9 91,7 98,0 103,9 109,6 114,9 120,0

23 28,9 λ (m-1) 0,598 0,642 0,679 0,711 0,739 0,764 0,786 0,807 0,827 0,845

qadm (kN/m²) 61,4 70,9 79,2 86,8 93,7 100,2 106,3 112,0 117,5 122,7

Page 95: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

82

Tabela A 3 – Carga admissível calculada considerando piso em concreto protendido e classe C30.

CARGA ADMISSÍVEL NO PISO EM CONCRETO PROTENDIDO (fck = 30 MPa)

k (MPa/m)

h (cm) Mr (kNm/m) 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

12 13,97 λ (m-1) 0,991 1,065 1,126 1,179 1,225 1,266 1,304 1,339 1,371 1,401

qadm (kN/m²) 81,7 94,3 105,4 115,5 124,7 133,3 141,4 149,1 156,4 163,3

13 15,82 λ (m-1) 0,933 1,003 1,060 1,110 1,153 1,193 1,228 1,261 1,291 1,320

qadm (kN/m²) 82,0 94,7 105,8 115,9 125,2 133,9 142,0 149,7 157,0 164,0

14 17,82 λ (m-1) 0,883 0,949 1,003 1,050 1,091 1,128 1,162 1,193 1,222 1,248

qadm (kN/m²) 82,6 95,4 106,7 116,8 126,2 134,9 143,1 150,8 158,2 165,2

15 19,96 λ (m-1) 0,838 0,901 0,952 0,997 1,036 1,071 1,103 1,133 1,160 1,186

qadm (kN/m²) 83,5 96,4 107,7 118,0 127,5 136,3 144,5 152,4 159,8 166,9

16 22,2 λ (m-1) 0,799 0,858 0,907 0,950 0,987 1,021 1,051 1,079 1,105 1,130

qadm (kN/m²) 84,4 97,5 109,0 119,4 129,0 137,9 146,3 154,2 161,7 168,9

17 24,7 λ (m-1) 0,763 0,820 0,867 0,908 0,943 0,975 1,004 1,031 1,056 1,079

qadm (kN/m²) 85,6 98,8 110,4 121,0 130,7 139,7 148,2 156,2 163,8 171,1

18 27,3 λ (m-1) 0,731 0,786 0,831 0,869 0,904 0,934 0,962 0,988 1,012 1,034

qadm (kN/m²) 86,8 100,2 112,0 122,7 132,5 141,7 150,3 158,4 166,1 173,5

19 30,0 λ (m-1) 0,702 0,754 0,798 0,835 0,868 0,897 0,924 0,949 0,972 0,993

qadm (kN/m²) 88,0 101,6 113,6 124,5 134,4 143,7 152,4 160,7 168,5 176,0

20 32,9 λ (m-1) 0,676 0,726 0,768 0,803 0,835 0,863 0,889 0,913 0,935 0,955

qadm (kN/m²) 89,3 103,1 115,3 126,3 136,4 145,9 154,7 163,1 171,0 178,6

21 36,1 λ (m-1) 0,651 0,700 0,740 0,775 0,805 0,832 0,857 0,880 0,901 0,921

qadm (kN/m²) 91,1 105,2 117,6 128,8 139,1 148,7 157,8 166,3 174,4 182,2

22 39,4 λ (m-1) 0,629 0,676 0,715 0,748 0,777 0,804 0,828 0,850 0,870 0,890

qadm (kN/m²) 92,8 107,2 119,8 131,3 141,8 151,6 160,8 169,5 177,7 185,6

23 42,9 λ (m-1) 0,608 0,654 0,691 0,723 0,752 0,777 0,801 0,822 0,842 0,860

qadm (kN/m²) 94,5 109,1 122,0 133,7 144,4 154,3 163,7 172,6 181,0 189,0

Page 96: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

83

Tabela A 4 – Carga admissível calculada considerando piso em concreto protendido e classe C35.

CARGA ADMISSÍVEL NO PISO EM CONCRETO PROTENDIDO (fck = 35 MPa)

k (MPa/m)

h (cm) Mr (kNm/m) 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

12 15,12 λ (m-1) 0,973 1,046 1,106 1,158 1,203 1,244 1,281 1,315 1,347 1,377

qadm (kN/m²) 85,3 98,5 110,1 120,6 130,3 139,3 147,7 155,7 163,3 170,6

13 17,17 λ (m-1) 0,917 0,985 1,042 1,090 1,133 1,171 1,206 1,239 1,269 1,296

qadm (kN/m²) 85,9 99,2 110,9 121,4 131,2 140,2 148,7 156,8 164,4 171,7

14 19,38 λ (m-1) 0,867 0,932 0,985 1,031 1,072 1,108 1,141 1,172 1,200 1,226

qadm (kN/m²) 86,7 100,1 112,0 122,7 132,5 141,6 150,2 158,3 166,1 173,5

15 21,8 λ (m-1) 0,823 0,885 0,936 0,979 1,018 1,052 1,084 1,113 1,139 1,165

qadm (kN/m²) 87,8 101,4 113,3 124,1 134,1 143,3 152,0 160,3 168,1 175,6

16 24,3 λ (m-1) 0,785 0,843 0,891 0,933 0,970 1,003 1,033 1,060 1,086 1,110

qadm (kN/m²) 89,0 102,7 114,9 125,8 135,9 145,3 154,1 162,5 170,4 178,0

17 27,0 λ (m-1) 0,750 0,806 0,852 0,892 0,927 0,958 0,987 1,013 1,037 1,060

qadm (kN/m²) 90,3 104,2 116,6 127,7 137,9 147,4 156,4 164,8 172,9 180,6

18 29,9 λ (m-1) 0,718 0,772 0,816 0,854 0,888 0,918 0,945 0,970 0,994 1,016

qadm (kN/m²) 91,7 105,8 118,3 129,6 140,0 149,7 158,8 167,3 175,5 183,3

19 32,9 λ (m-1) 0,690 0,741 0,784 0,820 0,852 0,881 0,908 0,932 0,954 0,975

qadm (kN/m²) 93,1 107,5 120,2 131,7 142,2 152,0 161,2 170,0 178,3 186,2

20 36,1 λ (m-1) 0,664 0,713 0,754 0,789 0,820 0,848 0,873 0,897 0,918 0,939

qadm (kN/m²) 94,6 109,2 122,1 133,7 144,5 154,4 163,8 172,7 181,1 189,1

21 39,6 λ (m-1) 0,640 0,688 0,727 0,761 0,791 0,818 0,842 0,864 0,885 0,905

qadm (kN/m²) 96,5 111,4 124,6 136,4 147,4 157,5 167,1 176,1 184,7 193,0

22 43,3 λ (m-1) 0,618 0,664 0,702 0,735 0,764 0,790 0,813 0,835 0,855 0,874

qadm (kN/m²) 98,4 113,6 127,0 139,1 150,2 160,6 170,3 179,6 188,3 196,7

23 47,2 λ (m-1) 0,598 0,642 0,679 0,711 0,739 0,764 0,786 0,807 0,827 0,845

qadm (kN/m²) 100,2 115,7 129,3 141,7 153,0 163,6 173,5 182,9 191,8 200,4

Page 97: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

84

APÊNDICE B

RESULTADOS DOS MOMENTOS SOLICITANTES DEVIDO AOS DIFERENTES

CARREGAMENTOS DISTRIBUÍDOS PROPOSTOS NO ESTUDO DE CASO

Tabela B 1 – Momento máximo positivo considerando concreto classe C30.

MOMENTO POSITIVO SOLICITANTE (fck = 30 MPa)

Largura da carga (m): π/2λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) π/2λ Bλc Mp (kNm/m)

12

15 0,991 1,585 0,00625 0,0795 0,1591 0,239 0,318

20 1,065 1,475 0,00625 0,0689 0,1378 0,207 0,276

25 1,126 1,395 0,00625 0,0616 0,1232 0,1848 0,246

30 1,179 1,333 0,00625 0,0562 0,1125 0,1687 0,225

35 1,225 1,282 0,00625 0,0521 0,1041 0,1562 0,208

40 1,266 1,240 0,00625 0,0487 0,0974 0,1461 0,1948

45 1,304 1,204 0,00625 0,0459 0,0919 0,1378 0,1837

50 1,339 1,173 0,00625 0,0436 0,0871 0,1307 0,1743

55 1,371 1,145 0,00625 0,0415 0,0831 0,1246 0,1662

60 1,401 1,121 0,00625 0,0398 0,0795 0,1193 0,1591

13

15 0,933 1,683 0,00625 0,0897 0,1794 0,269 0,359

20 1,003 1,566 0,00625 0,0777 0,1554 0,233 0,311

25 1,060 1,481 0,00625 0,0695 0,1390 0,208 0,278

30 1,110 1,415 0,00625 0,0634 0,1268 0,1903 0,254

35 1,153 1,362 0,00625 0,0587 0,1174 0,1762 0,235

40 1,193 1,317 0,00625 0,0549 0,1099 0,1648 0,220

45 1,228 1,279 0,00625 0,0518 0,1036 0,1554 0,207

50 1,261 1,246 0,00625 0,0491 0,0983 0,1474 0,1965

55 1,291 1,216 0,00625 0,0468 0,0937 0,1405 0,1874

60 1,320 1,190 0,00625 0,0448 0,0897 0,1345 0,1794

14

15 0,883 1,779 0,00625 0,1002 0,200 0,301 0,401

20 0,949 1,656 0,00625 0,0868 0,1736 0,260 0,347

25 1,003 1,566 0,00625 0,0776 0,1553 0,233 0,311

30 1,050 1,496 0,00625 0,0709 0,1418 0,213 0,284

35 1,091 1,440 0,00625 0,0656 0,1312 0,1969 0,262

40 1,128 1,392 0,00625 0,0614 0,1228 0,1842 0,246

45 1,162 1,352 0,00625 0,0579 0,1157 0,1736 0,231

50 1,193 1,317 0,00625 0,0549 0,1098 0,1647 0,220

55 1,222 1,286 0,00625 0,0523 0,1047 0,1570 0,209

60 1,248 1,258 0,00625 0,0501 0,1002 0,1504 0,200

Page 98: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

85

Largura da carga (m): π/2λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) π/2λ Bλc Mp (kNm/m)

15

15 0,838 1,874 0,00625 0,1112 0,222 0,334 0,445

20 0,901 1,744 0,00625 0,0963 0,1925 0,289 0,385

25 0,952 1,649 0,00625 0,0861 0,1722 0,258 0,344

30 0,997 1,576 0,00625 0,0786 0,1572 0,236 0,314

35 1,036 1,516 0,00625 0,0728 0,1456 0,218 0,291

40 1,071 1,466 0,00625 0,0681 0,1362 0,204 0,272

45 1,103 1,424 0,00625 0,0642 0,1284 0,1925 0,257

50 1,133 1,387 0,00625 0,0609 0,1218 0,1827 0,244

55 1,160 1,354 0,00625 0,0581 0,1161 0,1742 0,232

60 1,186 1,325 0,00625 0,0556 0,1112 0,1668 0,222

16

15 0,799 1,967 0,00625 0,1225 0,245 0,367 0,490

20 0,858 1,830 0,00625 0,1061 0,212 0,318 0,424

25 0,907 1,731 0,00625 0,0949 0,1897 0,285 0,379

30 0,950 1,654 0,00625 0,0866 0,1732 0,260 0,346

35 0,987 1,591 0,00625 0,0802 0,1603 0,241 0,321

40 1,021 1,539 0,00625 0,0750 0,1500 0,225 0,300

45 1,051 1,494 0,00625 0,0707 0,1414 0,212 0,283

50 1,079 1,456 0,00625 0,0671 0,1342 0,201 0,268

55 1,105 1,421 0,00625 0,0640 0,1279 0,1919 0,256

60 1,130 1,391 0,00625 0,0612 0,1225 0,1837 0,245

17

15 0,763 2,058 0,00625 0,1341 0,268 0,402 0,537

20 0,820 1,915 0,00625 0,1162 0,232 0,348 0,465

25 0,867 1,811 0,00625 0,1039 0,208 0,312 0,416

30 0,908 1,731 0,00625 0,0948 0,1897 0,285 0,379

35 0,943 1,665 0,00625 0,0878 0,1756 0,263 0,351

40 0,975 1,611 0,00625 0,0821 0,1643 0,246 0,329

45 1,004 1,564 0,00625 0,0774 0,1549 0,232 0,310

50 1,031 1,523 0,00625 0,0735 0,1469 0,220 0,294

55 1,056 1,487 0,00625 0,0700 0,1401 0,210 0,280

60 1,079 1,455 0,00625 0,0671 0,1341 0,201 0,268

18

15 0,731 2,148 0,00625 0,1461 0,292 0,438 0,585

20 0,786 1,999 0,00625 0,1266 0,253 0,380 0,506

25 0,831 1,891 0,00625 0,1132 0,226 0,340 0,453

30 0,869 1,807 0,00625 0,1033 0,207 0,310 0,413

35 0,904 1,738 0,00625 0,0957 0,1913 0,287 0,383

40 0,934 1,681 0,00625 0,0895 0,1790 0,268 0,358

45 0,962 1,632 0,00625 0,0844 0,1687 0,253 0,337

50 0,988 1,590 0,00625 0,0800 0,1601 0,240 0,320

55 1,012 1,553 0,00625 0,0763 0,1526 0,229 0,305

60 1,034 1,519 0,00625 0,0731 0,1461 0,219 0,292

Page 99: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

86

Largura da carga (m): π/2λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) π/2λ Bλc Mp (kNm/m)

19

15 0,702 2,237 0,00625 0,1585 0,317 0,475 0,634

20 0,754 2,082 0,00625 0,1372 0,274 0,412 0,549

25 0,798 1,969 0,00625 0,1228 0,246 0,368 0,491

30 0,835 1,881 0,00625 0,1121 0,224 0,336 0,448

35 0,868 1,810 0,00625 0,1037 0,207 0,311 0,415

40 0,897 1,751 0,00625 0,0970 0,1941 0,291 0,388

45 0,924 1,700 0,00625 0,0915 0,1830 0,274 0,366

50 0,949 1,656 0,00625 0,0868 0,1736 0,260 0,347

55 0,972 1,617 0,00625 0,0828 0,1655 0,248 0,331

60 0,993 1,582 0,00625 0,0792 0,1585 0,238 0,317

20

15 0,676 2,325 0,00625 0,1712 0,342 0,513 0,685

20 0,726 2,164 0,00625 0,1482 0,296 0,445 0,593

25 0,768 2,046 0,00625 0,1326 0,265 0,398 0,530

30 0,803 1,955 0,00625 0,1210 0,242 0,363 0,484

35 0,835 1,881 0,00625 0,1120 0,224 0,336 0,448

40 0,863 1,819 0,00625 0,1048 0,210 0,314 0,419

45 0,889 1,767 0,00625 0,0988 0,1976 0,296 0,395

50 0,913 1,721 0,00625 0,0937 0,1875 0,281 0,375

55 0,935 1,680 0,00625 0,0894 0,1788 0,268 0,358

60 0,955 1,644 0,00625 0,0856 0,1712 0,257 0,342

21

15 0,651 2,412 0,00625 0,1842 0,368 0,552 0,737

20 0,700 2,244 0,00625 0,1595 0,319 0,478 0,638

25 0,740 2,123 0,00625 0,1426 0,285 0,428 0,571

30 0,775 2,028 0,00625 0,1302 0,260 0,391 0,521

35 0,805 1,951 0,00625 0,1206 0,241 0,362 0,482

40 0,832 1,887 0,00625 0,1128 0,226 0,338 0,451

45 0,857 1,832 0,00625 0,1063 0,213 0,319 0,425

50 0,880 1,785 0,00625 0,1009 0,202 0,303 0,403

55 0,901 1,743 0,00625 0,0962 0,1923 0,289 0,385

60 0,921 1,705 0,00625 0,0921 0,1842 0,276 0,368

22

15 0,629 2,497 0,00625 0,1975 0,395 0,592 0,790

20 0,676 2,324 0,00625 0,1710 0,342 0,513 0,684

25 0,715 2,198 0,00625 0,1530 0,306 0,459 0,612

30 0,748 2,100 0,00625 0,1396 0,279 0,419 0,559

35 0,777 2,021 0,00625 0,1293 0,259 0,388 0,517

40 0,804 1,954 0,00625 0,1209 0,242 0,363 0,484

45 0,828 1,898 0,00625 0,1140 0,228 0,342 0,456

50 0,850 1,848 0,00625 0,1082 0,216 0,324 0,433

55 0,870 1,805 0,00625 0,1031 0,206 0,309 0,412

60 0,890 1,766 0,00625 0,0987 0,1975 0,296 0,395

Page 100: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

87

Largura da carga (m): π/2λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) π/2λ Bλc Mp (kNm/m)

23

15 0,608 2,582 0,00625 0,211 0,422 0,633 0,844

20 0,654 2,403 0,00625 0,1828 0,366 0,548 0,731

25 0,691 2,272 0,00625 0,1635 0,327 0,490 0,654

30 0,723 2,171 0,00625 0,1493 0,299 0,448 0,597

35 0,752 2,089 0,00625 0,1382 0,276 0,415 0,553

40 0,777 2,021 0,00625 0,1293 0,259 0,388 0,517

45 0,801 1,962 0,00625 0,1219 0,244 0,366 0,487

50 0,822 1,911 0,00625 0,1156 0,231 0,347 0,462

55 0,842 1,866 0,00625 0,1102 0,220 0,331 0,441

60 0,860 1,826 0,00625 0,1055 0,211 0,317 0,422

Page 101: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

88

Tabela B 2 – Momento máximo positivo considerando concreto classe C35.

MOMENTO POSITIVO SOLICITANTE (fck = 35 MPa)

Largura da carga (m): π/2λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) π/2λ Bλc Mp (kNm/m)

12

15 0,973 1,614 0,00625 0,0824 0,1649 0,247 0,330

20 1,046 1,502 0,00625 0,0714 0,1428 0,214 0,286

25 1,106 1,420 0,00625 0,0639 0,1277 0,1916 0,255

30 1,158 1,357 0,00625 0,0583 0,1166 0,1749 0,233

35 1,203 1,306 0,00625 0,0540 0,1079 0,1619 0,216

40 1,244 1,263 0,00625 0,0505 0,1010 0,1515 0,202

45 1,281 1,226 0,00625 0,0476 0,0952 0,1428 0,1904

50 1,315 1,194 0,00625 0,0452 0,0903 0,1355 0,1806

55 1,347 1,166 0,00625 0,0431 0,0861 0,1292 0,1722

60 1,377 1,141 0,00625 0,0412 0,0824 0,1237 0,1649

13

15 0,917 1,713 0,00625 0,0930 0,1859 0,279 0,372

20 0,985 1,595 0,00625 0,0805 0,1610 0,242 0,322

25 1,042 1,508 0,00625 0,0720 0,1440 0,216 0,288

30 1,090 1,441 0,00625 0,0657 0,1315 0,1972 0,263

35 1,133 1,386 0,00625 0,0609 0,1217 0,1826 0,243

40 1,171 1,341 0,00625 0,0569 0,1138 0,1708 0,228

45 1,206 1,302 0,00625 0,0537 0,1073 0,1610 0,215

50 1,239 1,268 0,00625 0,0509 0,1018 0,1527 0,204

55 1,269 1,238 0,00625 0,0485 0,0971 0,1456 0,1942

60 1,296 1,212 0,00625 0,0465 0,0930 0,1394 0,1859

14

15 0,867 1,811 0,00625 0,1039 0,208 0,312 0,416

20 0,932 1,686 0,00625 0,0900 0,1799 0,270 0,360

25 0,985 1,594 0,00625 0,0805 0,1609 0,241 0,322

30 1,031 1,523 0,00625 0,0735 0,1469 0,220 0,294

35 1,072 1,466 0,00625 0,0680 0,1360 0,204 0,272

40 1,108 1,417 0,00625 0,0636 0,1272 0,1908 0,254

45 1,141 1,376 0,00625 0,0600 0,1200 0,1799 0,240

50 1,172 1,341 0,00625 0,0569 0,1138 0,1707 0,228

55 1,200 1,309 0,00625 0,0543 0,1085 0,1628 0,217

60 1,226 1,281 0,00625 0,0519 0,1039 0,1558 0,208

Page 102: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

89

Largura da carga (m): π/2λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) π/2λ Bλc Mp (kNm/m)

15

15 0,823 1,908 0,00625 0,1152 0,230 0,346 0,461

20 0,885 1,775 0,00625 0,0998 0,1996 0,299 0,399

25 0,936 1,679 0,00625 0,0892 0,1785 0,268 0,357

30 0,979 1,604 0,00625 0,0815 0,1629 0,244 0,326

35 1,018 1,543 0,00625 0,0754 0,1508 0,226 0,302

40 1,052 1,493 0,00625 0,0706 0,1411 0,212 0,282

45 1,084 1,449 0,00625 0,0665 0,1330 0,200 0,266

50 1,113 1,412 0,00625 0,0631 0,1262 0,1893 0,252

55 1,139 1,379 0,00625 0,0602 0,1203 0,1805 0,241

60 1,165 1,349 0,00625 0,0576 0,1152 0,1728 0,230

16

15 0,785 2,002 0,00625 0,1269 0,254 0,381 0,508

20 0,843 1,863 0,00625 0,1099 0,220 0,330 0,440

25 0,891 1,762 0,00625 0,0983 0,1966 0,295 0,393

30 0,933 1,684 0,00625 0,0897 0,1795 0,269 0,359

35 0,970 1,620 0,00625 0,0831 0,1662 0,249 0,332

40 1,003 1,567 0,00625 0,0777 0,1554 0,233 0,311

45 1,033 1,521 0,00625 0,0733 0,1466 0,220 0,293

50 1,060 1,482 0,00625 0,0695 0,1390 0,209 0,278

55 1,086 1,447 0,00625 0,0663 0,1326 0,1989 0,265

60 1,110 1,416 0,00625 0,0635 0,1269 0,1904 0,254

17

15 0,750 2,095 0,00625 0,1390 0,278 0,417 0,556

20 0,806 1,950 0,00625 0,1204 0,241 0,361 0,482

25 0,852 1,844 0,00625 0,1077 0,215 0,323 0,431

30 0,892 1,762 0,00625 0,0983 0,1966 0,295 0,393

35 0,927 1,695 0,00625 0,0910 0,1820 0,273 0,364

40 0,958 1,640 0,00625 0,0851 0,1702 0,255 0,340

45 0,987 1,592 0,00625 0,0803 0,1605 0,241 0,321

50 1,013 1,551 0,00625 0,0761 0,1523 0,228 0,305

55 1,037 1,514 0,00625 0,0726 0,1452 0,218 0,290

60 1,060 1,482 0,00625 0,0695 0,1390 0,209 0,278

18

15 0,718 2,187 0,00625 0,1515 0,303 0,454 0,606

20 0,772 2,035 0,00625 0,1312 0,262 0,393 0,525

25 0,816 1,925 0,00625 0,1173 0,235 0,352 0,469

30 0,854 1,839 0,00625 0,1071 0,214 0,321 0,428

35 0,888 1,770 0,00625 0,0991 0,1983 0,297 0,397

40 0,918 1,712 0,00625 0,0927 0,1855 0,278 0,371

45 0,945 1,662 0,00625 0,0874 0,1749 0,262 0,350

50 0,970 1,619 0,00625 0,0830 0,1659 0,249 0,332

55 0,994 1,581 0,00625 0,0791 0,1582 0,237 0,316

60 1,016 1,547 0,00625 0,0757 0,1515 0,227 0,303

Page 103: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

90

Largura da carga (m): π/2λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) π/2λ Bλc Mp (kNm/m)

19

15 0,690 2,278 0,00625 0,1642 0,328 0,493 0,657

20 0,741 2,120 0,00625 0,1422 0,284 0,427 0,569

25 0,784 2,005 0,00625 0,1272 0,254 0,382 0,509

30 0,820 1,915 0,00625 0,1161 0,232 0,348 0,465

35 0,852 1,843 0,00625 0,1075 0,215 0,323 0,430

40 0,881 1,782 0,00625 0,1006 0,201 0,302 0,402

45 0,908 1,731 0,00625 0,0948 0,1897 0,284 0,379

50 0,932 1,686 0,00625 0,0900 0,1799 0,270 0,360

55 0,954 1,646 0,00625 0,0858 0,1715 0,257 0,343

60 0,975 1,611 0,00625 0,0821 0,1642 0,246 0,328

20

15 0,664 2,367 0,00625 0,1774 0,355 0,532 0,710

20 0,713 2,203 0,00625 0,1536 0,307 0,461 0,614

25 0,754 2,083 0,00625 0,1374 0,275 0,412 0,550

30 0,789 1,990 0,00625 0,1254 0,251 0,376 0,502

35 0,820 1,915 0,00625 0,1161 0,232 0,348 0,464

40 0,848 1,852 0,00625 0,1086 0,217 0,326 0,434

45 0,873 1,798 0,00625 0,1024 0,205 0,307 0,410

50 0,897 1,752 0,00625 0,0972 0,1943 0,291 0,389

55 0,918 1,710 0,00625 0,0926 0,1853 0,278 0,371

60 0,939 1,674 0,00625 0,0887 0,1774 0,266 0,355

21

15 0,640 2,455 0,00625 0,1908 0,382 0,573 0,763

20 0,688 2,285 0,00625 0,1653 0,331 0,496 0,661

25 0,727 2,161 0,00625 0,1478 0,296 0,443 0,591

30 0,761 2,065 0,00625 0,1350 0,270 0,405 0,540

35 0,791 1,986 0,00625 0,1249 0,250 0,375 0,500

40 0,818 1,921 0,00625 0,1169 0,234 0,351 0,467

45 0,842 1,866 0,00625 0,1102 0,220 0,331 0,441

50 0,864 1,817 0,00625 0,1045 0,209 0,314 0,418

55 0,885 1,774 0,00625 0,0997 0,1993 0,299 0,399

60 0,905 1,736 0,00625 0,0954 0,1908 0,286 0,382

22

15 0,618 2,542 0,00625 0,205 0,409 0,614 0,819

20 0,664 2,366 0,00625 0,1772 0,354 0,532 0,709

25 0,702 2,238 0,00625 0,1585 0,317 0,476 0,634

30 0,735 2,138 0,00625 0,1447 0,289 0,434 0,579

35 0,764 2,057 0,00625 0,1340 0,268 0,402 0,536

40 0,790 1,989 0,00625 0,1253 0,251 0,376 0,501

45 0,813 1,932 0,00625 0,1182 0,236 0,354 0,473

50 0,835 1,882 0,00625 0,1121 0,224 0,336 0,448

55 0,855 1,837 0,00625 0,1069 0,214 0,321 0,427

60 0,874 1,798 0,00625 0,1023 0,205 0,307 0,409

Page 104: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

91

Largura da carga (m): π/2λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) π/2λ Bλc Mp (kNm/m)

23

15 0,598 2,629 0,00625 0,219 0,438 0,656 0,875

20 0,642 2,446 0,00625 0,1894 0,379 0,568 0,758

25 0,679 2,313 0,00625 0,1694 0,339 0,508 0,678

30 0,711 2,210 0,00625 0,1547 0,309 0,464 0,619

35 0,739 2,127 0,00625 0,1432 0,286 0,430 0,573

40 0,764 2,057 0,00625 0,1340 0,268 0,402 0,536

45 0,786 1,997 0,00625 0,1263 0,253 0,379 0,505

50 0,807 1,945 0,00625 0,1198 0,240 0,359 0,479

55 0,827 1,900 0,00625 0,1142 0,228 0,343 0,457

60 0,845 1,859 0,00625 0,1094 0,219 0,328 0,438

Page 105: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

92

Tabela B 3 – Momento máximo negativo considerando concreto classe C30.

MOMENTO NEGATIVO SOLICITANTE (fck = 30 MPa)

a1: π/4λ b1: 5π/4λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) Bλa1 Bλb1 Mn1 + Mn2 (kNm/m)

12

15 0,991 0,006 0,001 0,0624 0,1247 0,1871 0,249

20 1,065 0,006 0,001 0,0540 0,1080 0,1620 0,216

25 1,126 0,006 0,001 0,0483 0,0966 0,1449 0,1933

30 1,179 0,006 0,001 0,0441 0,0882 0,1323 0,1764

35 1,225 0,006 0,001 0,0408 0,0817 0,1225 0,1633

40 1,266 0,006 0,001 0,0382 0,0764 0,1146 0,1528

45 1,304 0,006 0,001 0,0360 0,0720 0,1080 0,1440

50 1,339 0,006 0,001 0,0342 0,0683 0,1025 0,1366

55 1,371 0,006 0,001 0,0326 0,0651 0,0977 0,1303

60 1,401 0,006 0,001 0,0312 0,0624 0,0936 0,1247

13

15 0,933 0,006 0,001 0,0703 0,1407 0,211 0,281

20 1,003 0,006 0,001 0,0609 0,1218 0,1827 0,244

25 1,060 0,006 0,001 0,0545 0,1090 0,1634 0,218

30 1,110 0,006 0,001 0,0497 0,0995 0,1492 0,1989

35 1,153 0,006 0,001 0,0460 0,0921 0,1381 0,1842

40 1,193 0,006 0,001 0,0431 0,0861 0,1292 0,1723

45 1,228 0,006 0,001 0,0406 0,0812 0,1218 0,1624

50 1,261 0,006 0,001 0,0385 0,0770 0,1156 0,1541

55 1,291 0,006 0,001 0,0367 0,0735 0,1102 0,1469

60 1,320 0,006 0,001 0,0352 0,0703 0,1055 0,1407

14

15 0,883 0,006 0,001 0,0786 0,1572 0,236 0,314

20 0,949 0,006 0,001 0,0681 0,1361 0,204 0,272

25 1,003 0,006 0,001 0,0609 0,1218 0,1826 0,244

30 1,050 0,006 0,001 0,0556 0,1112 0,1667 0,222

35 1,091 0,006 0,001 0,0515 0,1029 0,1544 0,206

40 1,128 0,006 0,001 0,0481 0,0963 0,1444 0,1925

45 1,162 0,006 0,001 0,0454 0,0908 0,1361 0,1815

50 1,193 0,006 0,001 0,0430 0,0861 0,1291 0,1722

55 1,222 0,006 0,001 0,0410 0,0821 0,1231 0,1642

60 1,248 0,006 0,001 0,0393 0,0786 0,1179 0,1572

Page 106: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

93

a1: π/4λ b1: 5π/4λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) Bλa1 Bλb1 Mn1 + Mn2 (kNm/m)

15

15 0,838 0,006 0,001 0,0872 0,1743 0,261 0,349

20 0,901 0,006 0,001 0,0755 0,1510 0,226 0,302

25 0,952 0,006 0,001 0,0675 0,1350 0,203 0,270

30 0,997 0,006 0,001 0,0616 0,1233 0,1849 0,247

35 1,036 0,006 0,001 0,0571 0,1141 0,1712 0,228

40 1,071 0,006 0,001 0,0534 0,1068 0,1601 0,214

45 1,103 0,006 0,001 0,0503 0,1007 0,1510 0,201

50 1,133 0,006 0,001 0,0477 0,0955 0,1432 0,1910

55 1,160 0,006 0,001 0,0455 0,0910 0,1366 0,1821

60 1,186 0,006 0,001 0,0436 0,0872 0,1307 0,1743

16

15 0,799 0,006 0,001 0,0960 0,1921 0,288 0,384

20 0,858 0,006 0,001 0,0832 0,1663 0,249 0,333

25 0,907 0,006 0,001 0,0744 0,1488 0,223 0,298

30 0,950 0,006 0,001 0,0679 0,1358 0,204 0,272

35 0,987 0,006 0,001 0,0629 0,1257 0,1886 0,251

40 1,021 0,006 0,001 0,0588 0,1176 0,1764 0,235

45 1,051 0,006 0,001 0,0554 0,1109 0,1663 0,222

50 1,079 0,006 0,001 0,0526 0,1052 0,1578 0,210

55 1,105 0,006 0,001 0,0501 0,1003 0,1504 0,201

60 1,130 0,006 0,001 0,0480 0,0960 0,1440 0,1921

17

15 0,763 0,006 0,001 0,1052 0,210 0,316 0,421

20 0,820 0,006 0,001 0,0911 0,1822 0,273 0,364

25 0,867 0,006 0,001 0,0815 0,1629 0,244 0,326

30 0,908 0,006 0,001 0,0744 0,1487 0,223 0,297

35 0,943 0,006 0,001 0,0688 0,1377 0,207 0,275

40 0,975 0,006 0,001 0,0644 0,1288 0,1932 0,258

45 1,004 0,006 0,001 0,0607 0,1214 0,1822 0,243

50 1,031 0,006 0,001 0,0576 0,1152 0,1728 0,230

55 1,056 0,006 0,001 0,0549 0,1098 0,1648 0,220

60 1,079 0,006 0,001 0,0526 0,1052 0,1578 0,210

18

15 0,731 0,006 0,001 0,1146 0,229 0,344 0,458

20 0,786 0,006 0,001 0,0992 0,1985 0,298 0,397

25 0,831 0,006 0,001 0,0888 0,1775 0,266 0,355

30 0,869 0,006 0,001 0,0810 0,1620 0,243 0,324

35 0,904 0,006 0,001 0,0750 0,1500 0,225 0,300

40 0,934 0,006 0,001 0,0702 0,1403 0,211 0,281

45 0,962 0,006 0,001 0,0662 0,1323 0,1985 0,265

50 0,988 0,006 0,001 0,0628 0,1255 0,1883 0,251

55 1,012 0,006 0,001 0,0598 0,1197 0,1795 0,239

60 1,034 0,006 0,001 0,0573 0,1146 0,1719 0,229

Page 107: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

94

a1: π/4λ b1: 5π/4λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) Bλa1 Bλb1 Mn1 + Mn2 (kNm/m)

19

15 0,702 0,006 0,001 0,1243 0,249 0,373 0,497

20 0,754 0,006 0,001 0,1076 0,215 0,323 0,430

25 0,798 0,006 0,001 0,0963 0,1925 0,289 0,385

30 0,835 0,006 0,001 0,0879 0,1757 0,264 0,351

35 0,868 0,006 0,001 0,0813 0,1627 0,244 0,325

40 0,897 0,006 0,001 0,0761 0,1522 0,228 0,304

45 0,924 0,006 0,001 0,0717 0,1435 0,215 0,287

50 0,949 0,006 0,001 0,0681 0,1361 0,204 0,272

55 0,972 0,006 0,001 0,0649 0,1298 0,1947 0,260

60 0,993 0,006 0,001 0,0621 0,1243 0,1864 0,249

20

15 0,676 0,006 0,001 0,1342 0,268 0,403 0,537

20 0,726 0,006 0,001 0,1162 0,232 0,349 0,465

25 0,768 0,006 0,001 0,1040 0,208 0,312 0,416

30 0,803 0,006 0,001 0,0949 0,1898 0,285 0,380

35 0,835 0,006 0,001 0,0879 0,1757 0,264 0,351

40 0,863 0,006 0,001 0,0822 0,1644 0,247 0,329

45 0,889 0,006 0,001 0,0775 0,1550 0,232 0,310

50 0,913 0,006 0,001 0,0735 0,1470 0,221 0,294

55 0,935 0,006 0,001 0,0701 0,1402 0,210 0,280

60 0,955 0,006 0,001 0,0671 0,1342 0,201 0,268

21

15 0,651 0,006 0,001 0,1444 0,289 0,433 0,578

20 0,700 0,006 0,001 0,1250 0,250 0,375 0,500

25 0,740 0,006 0,001 0,1118 0,224 0,336 0,447

30 0,775 0,006 0,001 0,1021 0,204 0,306 0,408

35 0,805 0,006 0,001 0,0945 0,1891 0,284 0,378

40 0,832 0,006 0,001 0,0884 0,1768 0,265 0,354

45 0,857 0,006 0,001 0,0834 0,1667 0,250 0,333

50 0,880 0,006 0,001 0,0791 0,1582 0,237 0,316

55 0,901 0,006 0,001 0,0754 0,1508 0,226 0,302

60 0,921 0,006 0,001 0,0722 0,1444 0,217 0,289

22

15 0,629 0,006 0,001 0,1548 0,310 0,464 0,619

20 0,676 0,006 0,001 0,1341 0,268 0,402 0,536

25 0,715 0,006 0,001 0,1199 0,240 0,360 0,480

30 0,748 0,006 0,001 0,1095 0,219 0,328 0,438

35 0,777 0,006 0,001 0,1014 0,203 0,304 0,405

40 0,804 0,006 0,001 0,0948 0,1896 0,284 0,379

45 0,828 0,006 0,001 0,0894 0,1788 0,268 0,358

50 0,850 0,006 0,001 0,0848 0,1696 0,254 0,339

55 0,870 0,006 0,001 0,0809 0,1617 0,243 0,323

60 0,890 0,006 0,001 0,0774 0,1548 0,232 0,310

Page 108: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

95

a1: π/4λ b1: 5π/4λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) Bλa1 Bλb1 Mn1 + Mn2 (kNm/m)

23

15 0,608 0,006 0,001 0,1655 0,331 0,497 0,662

20 0,654 0,006 0,001 0,1433 0,287 0,430 0,573

25 0,691 0,006 0,001 0,1282 0,256 0,385 0,513

30 0,723 0,006 0,001 0,1170 0,234 0,351 0,468

35 0,752 0,006 0,001 0,1083 0,217 0,325 0,433

40 0,777 0,006 0,001 0,1013 0,203 0,304 0,405

45 0,801 0,006 0,001 0,0956 0,1911 0,287 0,382

50 0,822 0,006 0,001 0,0906 0,1813 0,272 0,363

55 0,842 0,006 0,001 0,0864 0,1729 0,259 0,346

60 0,860 0,006 0,001 0,0828 0,1655 0,248 0,331

Page 109: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

96

Tabela B 4 – Momento máximo negativo considerando concreto classe C35.

MOMENTO NEGATIVO SOLICITANTE (fck = 35 MPa)

a1: π/4λ b1: 5π/4λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) Bλa1 Bλb1 Mn1 + Mn2 (kNm/m)

12

15 0,973 0,006 0,001 0,0646 0,1293 0,1939 0,259

20 1,046 0,006 0,001 0,0560 0,1120 0,1679 0,224

25 1,106 0,006 0,001 0,0501 0,1001 0,1502 0,200

30 1,158 0,006 0,001 0,0457 0,0914 0,1371 0,1828

35 1,203 0,006 0,001 0,0423 0,0846 0,1270 0,1693

40 1,244 0,006 0,001 0,0396 0,0792 0,1188 0,1583

45 1,281 0,006 0,001 0,0373 0,0746 0,1120 0,1493

50 1,315 0,006 0,001 0,0354 0,0708 0,1062 0,1416

55 1,347 0,006 0,001 0,0338 0,0675 0,1013 0,1350

60 1,377 0,006 0,001 0,0323 0,0646 0,0970 0,1293

13

15 0,917 0,006 0,001 0,0729 0,1458 0,219 0,292

20 0,985 0,006 0,001 0,0631 0,1262 0,1894 0,252

25 1,042 0,006 0,001 0,0565 0,1129 0,1694 0,226

30 1,090 0,006 0,001 0,0515 0,1031 0,1546 0,206

35 1,133 0,006 0,001 0,0477 0,0954 0,1431 0,1909

40 1,171 0,006 0,001 0,0446 0,0893 0,1339 0,1785

45 1,206 0,006 0,001 0,0421 0,0842 0,1262 0,1683

50 1,239 0,006 0,001 0,0399 0,0798 0,1198 0,1597

55 1,269 0,006 0,001 0,0381 0,0761 0,1142 0,1523

60 1,296 0,006 0,001 0,0364 0,0729 0,1093 0,1458

14

15 0,867 0,006 0,001 0,0815 0,1629 0,244 0,326

20 0,932 0,006 0,001 0,0705 0,1411 0,212 0,282

25 0,985 0,006 0,001 0,0631 0,1262 0,1893 0,252

30 1,031 0,006 0,001 0,0576 0,1152 0,1728 0,230

35 1,072 0,006 0,001 0,0533 0,1067 0,1600 0,213

40 1,108 0,006 0,001 0,0499 0,0998 0,1496 0,200

45 1,141 0,006 0,001 0,0470 0,0941 0,1411 0,1881

50 1,172 0,006 0,001 0,0446 0,0892 0,1338 0,1785

55 1,200 0,006 0,001 0,0425 0,0851 0,1276 0,1702

60 1,226 0,006 0,001 0,0407 0,0815 0,1222 0,1629

Page 110: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

97

a1: π/4λ b1: 5π/4λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) Bλa1 Bλb1 Mn1 + Mn2 (kNm/m)

15

15 0,823 0,006 0,001 0,0903 0,1807 0,271 0,361

20 0,885 0,006 0,001 0,0782 0,1565 0,235 0,313

25 0,936 0,006 0,001 0,0700 0,1399 0,210 0,280

30 0,979 0,006 0,001 0,0639 0,1278 0,1916 0,256

35 1,018 0,006 0,001 0,0591 0,1183 0,1774 0,237

40 1,052 0,006 0,001 0,0553 0,1106 0,1660 0,221

45 1,084 0,006 0,001 0,0522 0,1043 0,1565 0,209

50 1,113 0,006 0,001 0,0495 0,0990 0,1484 0,1979

55 1,139 0,006 0,001 0,0472 0,0944 0,1415 0,1887

60 1,165 0,006 0,001 0,0452 0,0903 0,1355 0,1807

16

15 0,785 0,006 0,001 0,0995 0,1990 0,299 0,398

20 0,843 0,006 0,001 0,0862 0,1724 0,259 0,345

25 0,891 0,006 0,001 0,0771 0,1542 0,231 0,308

30 0,933 0,006 0,001 0,0704 0,1407 0,211 0,281

35 0,970 0,006 0,001 0,0652 0,1303 0,1955 0,261

40 1,003 0,006 0,001 0,0609 0,1219 0,1828 0,244

45 1,033 0,006 0,001 0,0575 0,1149 0,1724 0,230

50 1,060 0,006 0,001 0,0545 0,1090 0,1635 0,218

55 1,086 0,006 0,001 0,0520 0,1039 0,1559 0,208

60 1,110 0,006 0,001 0,0498 0,0995 0,1493 0,1990

17

15 0,750 0,006 0,001 0,1090 0,218 0,327 0,436

20 0,806 0,006 0,001 0,0944 0,1888 0,283 0,378

25 0,852 0,006 0,001 0,0844 0,1689 0,253 0,338

30 0,892 0,006 0,001 0,0771 0,1541 0,231 0,308

35 0,927 0,006 0,001 0,0714 0,1427 0,214 0,285

40 0,958 0,006 0,001 0,0667 0,1335 0,200 0,267

45 0,987 0,006 0,001 0,0629 0,1259 0,1888 0,252

50 1,013 0,006 0,001 0,0597 0,1194 0,1791 0,239

55 1,037 0,006 0,001 0,0569 0,1138 0,1708 0,228

60 1,060 0,006 0,001 0,0545 0,1090 0,1635 0,218

18

15 0,718 0,006 0,001 0,1188 0,238 0,356 0,475

20 0,772 0,006 0,001 0,1028 0,206 0,309 0,411

25 0,816 0,006 0,001 0,0920 0,1840 0,276 0,368

30 0,854 0,006 0,001 0,0840 0,1679 0,252 0,336

35 0,888 0,006 0,001 0,0777 0,1555 0,233 0,311

40 0,918 0,006 0,001 0,0727 0,1454 0,218 0,291

45 0,945 0,006 0,001 0,0686 0,1371 0,206 0,274

50 0,970 0,006 0,001 0,0650 0,1301 0,1951 0,260

55 0,994 0,006 0,001 0,0620 0,1240 0,1860 0,248

60 1,016 0,006 0,001 0,0594 0,1188 0,1781 0,238

Page 111: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

98

a1: π/4λ b1: 5π/4λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) Bλa1 Bλb1 Mn1 + Mn2 (kNm/m)

19

15 0,690 0,006 0,001 0,1288 0,258 0,386 0,515

20 0,741 0,006 0,001 0,1115 0,223 0,335 0,446

25 0,784 0,006 0,001 0,0998 0,200 0,299 0,399

30 0,820 0,006 0,001 0,0911 0,1821 0,273 0,364

35 0,852 0,006 0,001 0,0843 0,1686 0,253 0,337

40 0,881 0,006 0,001 0,0789 0,1577 0,237 0,315

45 0,908 0,006 0,001 0,0744 0,1487 0,223 0,297

50 0,932 0,006 0,001 0,0705 0,1411 0,212 0,282

55 0,954 0,006 0,001 0,0673 0,1345 0,202 0,269

60 0,975 0,006 0,001 0,0644 0,1288 0,1932 0,258

20

15 0,664 0,006 0,001 0,1391 0,278 0,417 0,556

20 0,713 0,006 0,001 0,1204 0,241 0,361 0,482

25 0,754 0,006 0,001 0,1077 0,215 0,323 0,431

30 0,789 0,006 0,001 0,0983 0,1967 0,295 0,393

35 0,820 0,006 0,001 0,0911 0,1821 0,273 0,364

40 0,848 0,006 0,001 0,0852 0,1703 0,256 0,341

45 0,873 0,006 0,001 0,0803 0,1606 0,241 0,321

50 0,897 0,006 0,001 0,0762 0,1524 0,229 0,305

55 0,918 0,006 0,001 0,0726 0,1453 0,218 0,291

60 0,939 0,006 0,001 0,0695 0,1391 0,209 0,278

21

15 0,640 0,006 0,001 0,1496 0,299 0,449 0,599

20 0,688 0,006 0,001 0,1296 0,259 0,389 0,518

25 0,727 0,006 0,001 0,1159 0,232 0,348 0,464

30 0,761 0,006 0,001 0,1058 0,212 0,317 0,423

35 0,791 0,006 0,001 0,0980 0,1959 0,294 0,392

40 0,818 0,006 0,001 0,0916 0,1833 0,275 0,367

45 0,842 0,006 0,001 0,0864 0,1728 0,259 0,346

50 0,864 0,006 0,001 0,0820 0,1639 0,246 0,328

55 0,885 0,006 0,001 0,0781 0,1563 0,234 0,313

60 0,905 0,006 0,001 0,0748 0,1496 0,224 0,299

22

15 0,618 0,006 0,001 0,1605 0,321 0,481 0,642

20 0,664 0,006 0,001 0,1390 0,278 0,417 0,556

25 0,702 0,006 0,001 0,1243 0,249 0,373 0,497

30 0,735 0,006 0,001 0,1135 0,227 0,340 0,454

35 0,764 0,006 0,001 0,1050 0,210 0,315 0,420

40 0,790 0,006 0,001 0,0983 0,1965 0,295 0,393

45 0,813 0,006 0,001 0,0926 0,1853 0,278 0,371

50 0,835 0,006 0,001 0,0879 0,1758 0,264 0,352

55 0,855 0,006 0,001 0,0838 0,1676 0,251 0,335

60 0,874 0,006 0,001 0,0802 0,1605 0,241 0,321

Page 112: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

99

a1: π/4λ b1: 5π/4λ Carregamento q (kN/m²) 25 50 75 100

Espessura da Placa (cm) k (MPa/m) λ (m-1) Bλa1 Bλb1 Mn1 + Mn2 (kNm/m)

23

15 0,598 0,006 0,001 0,1715 0,343 0,515 0,686

20 0,642 0,006 0,001 0,1485 0,297 0,446 0,594

25 0,679 0,006 0,001 0,1329 0,266 0,399 0,531

30 0,711 0,006 0,001 0,1213 0,243 0,364 0,485

35 0,739 0,006 0,001 0,1123 0,225 0,337 0,449

40 0,764 0,006 0,001 0,1050 0,210 0,315 0,420

45 0,786 0,006 0,001 0,0990 0,1981 0,297 0,396

50 0,807 0,006 0,001 0,0939 0,1879 0,282 0,376

55 0,827 0,006 0,001 0,0896 0,1791 0,269 0,358

60 0,845 0,006 0,001 0,0858 0,1715 0,257 0,343

Page 113: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

100

APÊNDICE C

COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO CONSIDERANDO A CARGA ADMISSÍVEL

Page 114: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

101

Page 115: PRÉ-DIMENSIONAMENTO DE PISOS INDUSTRIAIS EM …

102