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PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE LUCIANE MARIA DE OLIVEIRA BERNARDI ENTREGA DO TCFC

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO CURSO DE …repositorio.pgsskroton.com/bitstream/123456789/676/1... · 2018. 5. 29. · O livro “Ginástica rítmica: ensinando corda,

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  • PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS- GRADUAÇÃO

    CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM

    EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

    LUCIANE MARIA DE OLIVEIRA BERNARDI

    ENTREGA DO TCFC

  • 2

    GINÁSTICA RÍTMICA: ENSINANDO CORDA, ARCO E BOLA.

    Trabalho apresentado ao programa de Pós-graduação

    da Universidade Norte do Paraná, para o curso de

    Mestrado Profissional em Exercício Físico na

    promoção da saúde, como requisito para a obtenção

    do título de mestre na área de concentração de

    prescrição de exercício físico em idades jovens.

    Orientador: Cosme Franklim Buzzachera. Coorientadora: Márcia R. Aversani Lourenço.

    Londrina 2014

  • 3

    AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR

    QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO

    E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

    Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná

    Biblioteca Central Setor de Tratamento da Informação

    Bernardi, Luciane Maria de Oliveira B444g Ginástica rítmica: ensinado corda, arco e bola / Luciane Maria de Oliveira

    Bernardi. Londrina: [s.n], 2014. viii; 138f. Dissertação (Mestrado). Exercício Físico na Promoção da Saúde. Métodos e

    protocolos relacionados à prescrição do exercício físico. Universidade Norte do Paraná.

    Orientador: Prof. Dr. Cosme Franklim Buzzachera Co-orientador: Profª Me. Márcia Regina Aversani Lourenço 1- Educação física - dissertação de mestrado - UNOPAR 2- Exercício

    físico 3- Métodos e protocolos – exercício físico 4- Ginástica 5- Aparelhos 6- Ensino/aprendizagem I- Buzzachera, Cosme Franklim, orient. II- Lourenço, Márcia Regina Aversani, co-orient. III- Universidade Norte do Paraná.

    CDU796.012.12

  • 4

    LUCIANE MARIA DE OLIVEIRA BERNARDI

    GINÁSTICA RÍTMICA: ENSINANDO CORDA, ARCO E BOLA.

    Trabalho apresentado ao programa de Pós-graduação da Universidade Norte do Paraná,

    para o curso de Mestrado Profissional em exercício físico na promoção da saúde, como

    requisito para a obtenção do título de mestre na área de concentração de prescrição de

    exercício físico em idades jovens, com nota final igual a APROVADA conferida pela

    Banca Examinadora formada pelos professores doutores:

    BANCA EXAMINADORA

    __________________________________

    Prof. Dr. Cosme Franklim Buzzachera

    Universidade Norte do Paraná - Unopar

    __________________________________

    Profª. Drª. Roberta Cortez Gaio

    Universidade Nove de Julho - Uninove

    __________________________________

    Prof. Dr. Denílson de Castro Teixeira

    Universidade Norte do Paraná – Unopar

    Londrina, 20 de Março de 2014.

  • 5

    BERNARDI, Luciane Maria de Oliveira. Ginástica rítmica: ensinando corda, arco

    e bola. 138 folhas. Produto final (Mestrado Profissional em Exercício Físico na

    Promoção da Saúde) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2014.

    RESUMO

    A proposta deste trabalho de conclusão final de curso enquanto produção técnica foi a organização de livro específico para profissionais da ginástica rítmica contendo processos pedagógicos para o manejo dos aparelhos corda, arco e bola como facilitadores no ensino/aprendizagem da modalidade, uma vez que há carência de apoios didáticos adequados disponíveis para os estudiosos da área. Para fundamentar a elaboração dos processos pedagógicos dos elementos técnicos dos aparelhos propostos percorremos um caminho metodológico baseado em nossas experiências profissionais anteriores, pesquisas bibliográficas, entrevistas com profissionais da iniciação na modalidade e um estudo da prática do manejo de aparelhos em aulas de iniciação à GR registrando a forma de ensinar os movimentos por parte do professor tanto como a resposta de aprendizagem das crianças envolvidas. A publicação conta com quatro capítulos e apresenta no seu primeiro capítulo um histórico da modalidade com suas características de acordo com a bibliografia pesquisada e com ênfase no código de pontuação em vigência publicado pela Federação Internacional de Ginástica para o 13º ciclo olímpico da modalidade (2013/2016). Este capítulo aborda também informações relacionadas à importância dos processos na aprendizagem dos elementos específicos dos aparelhos oficiais de ginástica rítmica. Os capítulos seguintes correspondem aos aparelhos corda, arco e bola com introdução, definição e exemplos dos elementos dos grupos técnicos fundamentais, definição e exemplos dos elementos dos outros grupos técnicos e por fim os processos pedagógicos dos grupos técnicos fundamentais, todos com ilustrações para melhor compreensão. O livro “Ginástica rítmica: ensinando corda, arco e bola” sendo entregue

    para publicação terá um número final de 90 páginas. Também como resultado deste estudo foi elaborado um artigo com o tema “Ensino e aprendizagem dos aparelhos de ginástica rítmica: dificuldades encontradas por profissionais da área” a ser publicado em revista especializada na área.

    PALAVRAS CHAVES: Ginástica Rítmica, aparelhos, ensino e aprendizagem.

  • 6

    BERNARDI, Luciane Maria de Oliveira. Rhythmic gymnastics: teaching rope, hoop

    and ball. 138 sheets. Final product (Mestrado Profissional em Exercício Físico na

    Promoção da Saúde) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2014.

    ABSTRACT

    This final course completion paper proposes as technical production was organizing specific book for professionals of rhythmic gymnastics containing pedagogical processes for the handling of rope, arch and ball apparatus as facilitators in the teaching / learning mode, since there is a lack appropriate teaching aids available to researchers in the area. To support the development of the pedagogical processes of the technical elements of the proposed devices, we traveled a methodological approach based on our previous experience, literature searches, interviews with initiation professionals and a study of the handling apparatus practice in RG initiation classes recording the way of teaching the moves by the teacher as much as the answer children's learning involved. The publication have four chapters and presents in its first chapter a history of the sport with its features according to researched bibliography and an emphasis on scoring code in effect published by the International Gymnastics Federation for the 13th Olympic cycle mode (2013/2016). This chapter also covers information related to the importance of learning processes in the specific elements of the official apparatus of rhythmic gymnastics. The following chapters correspond to the rope, arch and ball apparatus introduction, definition and examples of the elements of core technical groups, definition and examples of the elements of the other technical groups and finally the pedagogical processes of core technical groups, all with illustrations for better understanding. The book "Rhythmic Gymnastics: teaching rope, hoop and ball" being submitted for publication will have a final number of 90 pages. Also as a result of this study an article with the theme " Teaching and learning rhythmic gymnastics apparatus: difficulties encountered by professionals" to be published in a specialized journal in the area was developed.

    KEYWORDS: Rhythmic gymnastics, equipment, teaching and learning.

  • 7

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    FIG FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA

    GR GINÁSTICA RÍTMICA

    GRD GINÁSTICA RÍTMICA DESPORTIVA

    LIGIM LIGA INTERNACIONAL DE GINÁSTICA MODERNA

    UNOPAR UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

  • 8

    SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO ............ ................................................................................................09

    2 METODOLOGIA.........................................................................................................12

    3 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................14

    3.1 Pesquisa bibliográfica .................................................................................................. 15

    3.2 Pesquisa com as treinadoras.........................................................................................16

    3.3 Pesquisa nos polos.......................................................................................................19

    3.4 Elaboração dos capítulos..............................................................................................19

    3.4.1 Capítulo 1.............................................................................................................19

    3.4.2 Capítulos 2, 3 e 4..................................................................................................22

    4 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 26

    5 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 27

    APÊNDICES....................................................................................................................32

    Apêndice A - livro..............................................................................................................33

    Apêndice B - artigo..........................................................................................................125

    ANEXOS.........................................................................................................................136

    Anexo A – Questionário de avaliação..............................................................................137

    Anexo B – Termo de consentimento................................................................................138

  • 9

    1 INTRODUÇÃO

    A proposta deste trabalho de conclusão final de curso enquanto produção técnica

    foi a organização de livro específico para profissionais da ginástica rítmica contendo

    processos pedagógicos para o manejo dos aparelhos corda, arco e bola como facilitadores

    no ensino/aprendizagem da modalidade, uma vez que há carência de apoios didáticos

    adequados disponíveis para os estudiosos da área.

    A ginástica rítmica ou GR é uma modalidade praticada individualmente ou em

    conjunto que tem como principal característica a utilização de aparelhos manuais

    específicos que são a corda, o arco, a bola, as maças e a fita, em um espaço próprio de

    13x13 metros. A execução do manejo destes aparelhos exige habilidade que se conquista

    a partir da prática de exercícios organizados que possam levar ao aprendizado dos

    elementos técnicos de forma correta. 35

    Nesta modalidade que tem sua iniciação aproximadamente aos seis anos de idade 33,43, a ginasta submete-se a cargas elevadas de treinamento por meio de um trabalho

    disciplinado em que a prática do esporte passa a fazer parte de sua vida diária. Não são

    todas as crianças que tem sucesso e seguem carreiras esportivas alcançando resultados em

    competições, porém a iniciação pode auxiliar em atividades comuns do seu dia a dia. 31,32

    Na GR é essencial a realização de elementos corporais e técnicos de cada aparelho

    e em uma competição há a exigência de que no mínimo as ginastas executem a técnica

    básica, dando atenção à postura correta, posição dos pés, mãos e dedos além de evitar as

    possíveis falhas, pois há a necessidade do sincronismo do movimento como um todo uma

    vez que a base deste esporte é a utilização total do corpo. 4,10,47

    A prática da ginástica rítmica proporciona à criança, o enriquecimento do

    desenvolvimento rítmico que acontece devido à exigência do acompanhamento musical,

    contribui para o aprimoramento e melhoria no desempenho motor, promovendo o

    desenvolvimento dos domínios da aprendizagem. 20,21

    Os aparelhos corda, arco e a bola foram os primeiros a surgirem em

    competições, no período de 1963 a 1967, e são muito presentes no imaginário infantil, já

    a fita que também é muito apreciada pelas crianças tornou-se oficial em 1971 seguida do

    aparelho maças em 1973. 3,42,45

    Sendo a tríade desta modalidade a realização de elementos corporais aliados ao

    manejo dos aparelhos com acompanhamento da música, há a necessidade de trabalhar de

    forma harmoniosa estes três quesitos e entendemos que o ensino do manuseio dos

  • 10

    aparelhos é uma das mais difíceis tarefas, pois possibilitar a compreensão das técnicas de

    manejo para seu desenvolvimento de forma correta e eficaz é um grande desafio.

    De uma forma geral, profissionais da área têm dificuldade em ensinar os

    elementos técnicos dos aparelhos devido à complexidade da execução dos mesmos, pois

    se verifica um nível de exigência motora elevado. Por isso a organização sistematizada

    das técnicas de manejo em processos pedagógicos que possam facilitar o aprendizado

    levando em consideração a fase que estas crianças se encontram, e assim, contribuir para

    que futuramente a execução técnica seja a mais próxima possível da ideal.

    No panorama atual poucas são as referências que colaboram no processo ensino-

    aprendizagem de manejos de aparelhos da GR. Em levantamento bibliográfico realizado

    para este estudo percebemos uma carência em publicações na área, encontramos livros da

    década de 1980, em que a ginástica rítmica pertencia a outro panorama de exigências

    corporais e técnicas dos aparelhos e, mais recentemente, publicaram-se livros

    organizados e artigos científicos que apontam para o rendimento, aplicabilidade na escola

    e evolução da modalidade. Porém, poucos nos remetem aos processos pedagógicos ou

    ensinamentos para a iniciação esportiva bem como às técnicas corretas de execução de

    manejos dos aparelhos oficiais da GR, relacionados ou não à exigência do código, o que

    torna evidente a necessidade de organizar e socializar os processos pedagógicos para que

    as ginastas possam ter um aprendizado facilitado e eficaz na prática dos manejos dos

    aparelhos.

    Portanto, o objetivo deste estudo foi elaborar exercícios específicos para a

    execução dos manejos dos aparelhos próprios da ginástica rítmica e organizá-los como

    facilitadores do processo de ensino/aprendizagem da modalidade na iniciação e

    posteriormente no treinamento.

    Para tal, as experiências como professora de iniciação há mais de dez anos frente

    ao projeto permanente de extensão universitária “Escola de Iniciação em Ginástica

    Rítmica da UNOPAR” (*) foram fundamentais neste momento, uma vez que o objetivo

    principal no dia a dia no projeto é ensinar os movimentos básicos da GR em especial os

    elementos dos aparelhos. As atividades diárias oportunizaram inúmeras tentativas de

    novas possibilidades de ensinar estes mesmos movimentos, assim a escolha da melhor

    técnica de ensino foi descoberta a cada nova turma, a cada nova dificuldade encontrada

    por uma criança e sem dúvida a cada reflexão sobre a ação.

  • 11

    Por fim, depois de realizada a pesquisa bibliográfica e baseados em nossa

    experiência profissional e ainda fundamentados nas análises dos resultados de pesquisa

    realizada com profissionais da GR em âmbito estadual e nacional sobre as dificuldades

    em ensinar os manejos dos aparelhos, apresentamos aqui a elaboração de um material

    didático específico, em formato de livro, para dar embasamento técnico aos profissionais

    da ginástica rítmica que buscam aprimorar seus conhecimentos para ensinar suas ginastas

    desde a iniciação.

    Também como resultado das pesquisas foi elaborado um artigo com o tema

    “Ensino e aprendizagem dos aparelhos de ginástica rítmica: dificuldades encontradas por

    profissionais da área” que teve como objetivo identificar as dificuldades encontradas

    pelos profissionais de ginástica rítmica que atuam no Brasil em ensinar os exercícios

    específicos dos manejos dos aparelhos próprios da modalidade, sendo estes oficiais ou

    alternativos.

    Este estudo justifica-se pela ausência de pesquisas específicas na modalidade e

    também pela procura de materiais que possam auxiliar no ensinamento correto da técnica

    de manejo dos aparelhos e teve como suporte o projeto de pesquisa “Processos

    pedagógicos para a prática de manejo dos aparelhos oficiais da ginástica rítmica” com

    parecer positivo do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Norte do Paraná (CEP-

    UNOPAR-0069/12) de acordo com as normas da Resolução 196/96 do Conselho

    Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos, sendo os dados coletados

    após os participantes e responsáveis assinarem o termo de consentimento livre e

    esclarecido.

    _________________________________________________________ (*)

    O projeto “Escola de Iniciação em Ginástica Rítmica da UNOPAR – da iniciação ao alto nível” existe desde 1972 e foi criado pela professora Elisabeth Bueno Laffranchi na então FEFI - Faculdade de Educação Física do Norte do Paraná. Em 1992 a FEFI passou a chamar-se UNOPAR – Universidade Norte do Paraná e nesta década tornou-se sede da seleção brasileira de conjuntos por vários anos, conquistando dois títulos dos Jogos Pan-americanos (1999 e 2003) e duas finais olímpicas na modalidade de conjunto (2000 e 2004). O projeto atende meninas de cinco a 16 anos e tem como objetivos promover o desenvolvimento da GR em Londrina, detectar novos talentos, capacitar profissionais e ainda popularizar a modalidade. Conta com polos externos para atendimento à comunidade e estima-se que aproximadamente 15.000 ginastas passaram pelo mesmo no decorrer destes anos.

  • 12

    2 METODOLOGIA

    Para fundamentar a elaboração dos processos pedagógicos dos elementos técnicos

    dos aparelhos corda, arco e bola culminando no produto final percorremos um

    caminho metodológico baseado em nossas experiências profissionais anteriores,

    pesquisas bibliográficas, entrevistas com professoras de iniciação na modalidade e um

    estudo mais aprofundado da prática do manejo de aparelhos em aulas de iniciação à

    GR registrando a forma de ensinar os movimentos por parte da professora tanto como

    a resposta de aprendizagem das crianças envolvidas.

    Em um primeiro momento realizamos pesquisa bibliográfica, este tipo de

    investigação procura explicar um problema a partir de referências teóricas de um

    tópico em particular. Desenvolvida por meio de levantamento de temas e tipos de

    abordagem já trabalhados por outros pesquisadores auxilia na assimilação de conceitos

    explorando aspectos já publicados, contribuindo para a avaliação crítica no momento

    da escrita do produto final. 49

    Encontramos estudos importantes na ginástica rítmica que se utilizaram desta

    metodologia, como por exemplo, as que abordaram questões relacionadas à detecção,

    seleção e promoção de talentos esportivos em ginástica rítmica com o intuito

    esclarecer a importância da utilização de critérios científicos com fundamentação

    teórica adequada em respeito aos referenciais cineantropométricos de ginastas de alto

    nível de diferentes categorias identificando as possuidoras de talento e possibilitando o

    desenvolvimento por meio de treinamento sistematizado, para que atinjam o mais alto

    desempenho possível, em razão do potencial existente. Porém para dar andamento ao

    objetivo do nosso estudo foi necessário focar nas palavras chaves ginástica rítmica,

    aparelhos e ensino-aprendizagem. 32

    Em um segundo momento realizamos pesquisa sobre o processo ensino

    aprendizagem dos manejos dos aparelhos da GR com profissionais que atuam em nível

    estadual e nacional com a modalidade, tendo como método investigativo metodologia

    descritiva, que tem como objetivo principal a descrição das características de

    determinada população ou de determinado fenômeno, ou o estabelecimento de relação

    entre as variáveis. Uma de suas características mais expressivas neste método é a

    coleta de dados por meio de questionário e de observação, habitualmente

    desenvolvidos por pesquisadores preocupados com a atuação prática. 26

  • 13

    O instrumento escolhido foi um questionário para identificar os procedimentos

    metodológicos utilizados por profissionais que atuam com GR em suas aulas de

    iniciação. O mesmo foi aplicado durante o Campeonato Paranaense de Conjuntos em

    outubro de 2012 e o Campeonato Brasileiro de Conjuntos em outubro de 2013, a

    amostra, caracterizada por conveniência, contou com 39 treinadores e teve como

    critério de inclusão a participação nos eventos já citados. Dentre os sujeitos, 58,9%

    atuaram no campeonato paranaense e 41,9% no campeonato brasileiro, todos

    envolvidos com as diferentes categorias da GR, a saber: pré-infantil (9 a 10 anos);

    infantil (11 a 12 anos); juvenil (13 a 15 anos); adulto (a partir dos 16 anos) e também

    responsáveis pela iniciação esportiva da modalidade (escolinhas). Dentre os clubes

    inscritos e presentes nas competições, houve a representatividade de cinco diferentes

    cidades do Paraná e de oito estados brasileiros.

    O questionário foi organizado pela autora do estudo e referendado por três

    profissionais da área (todos com nível mínimo de mestrado e longa experiência

    profissional na modalidade) *1,*2,*3, uma vez que não encontramos na literatura um

    modelo de instrumento que pudesse responder os objetivos desta pesquisa. O

    instrumento continha sete perguntas: 1- Quanto tempo trabalha com GR?, 2- Foi

    ginasta?, 3- Em qual categoria você trabalha?, 4- Qual sua formação?, 5- Quais os

    aparelhos que você ou seu clube utiliza nas aulas de iniciação em Ginástica Rítmica?,

    6- Os aparelhos utilizados na iniciação são oficiais ou alternativos? Se forem

    alternativos, são de responsabilidade do clube ou construídos pelas ginastas?, 7- Qual

    a maior dificuldade encontrada em ensinar os elementos técnicos dos aparelhos corda,

    arco, bola, maças e fita para as crianças de 6 a 9 anos?

    Após a análise dos dados, foram identificadas as frequências relativas de

    respostas. Em seguida, as categorias do Campeonato Brasileiro e Paranaense foram

    dicotomizadas e o teste do Qui-quadrado foi utilizado para identificar possíveis

    associações entre as variáveis. O nível de significância estabelecido foi de p

  • 14

    Os resultados encontrados entre os profissionais pesquisados serviram de

    subsídios para a elaboração objetiva de vários processos pedagógicos encontrados

    neste estudo, pois ficou claro que existe uma dificuldade em ensinar às crianças os

    manejos dos aparelhos.

    Todos os dados da pesquisa foram organizados e analisados com o intuito de

    elaboração e publicação de um artigo sobre o assunto.

    Também realizamos um estudo sobre o ensino-aprendizagem dos elementos dos

    aparelhos da GR no período de maio a setembro de 2012, em dois polos de iniciação

    do projeto da UNOPAR. As aulas foram filmadas e armazenadas em vídeos. As

    imagens podem contribuir para a captura de aspectos visuais que transcendem a

    capacidade de representação da escrita. 6

    Foram observadas 70 crianças de seis a 10 anos de idade participantes das

    escolinhas de iniciação em Ginástica Rítmica da Universidade Norte do Paraná –

    UNOPAR. Para a observação sistematizada foi utilizado um formulário com anotações

    sobre a forma do manuseio dos elementos técnicos dos aparelhos corda, arco, bola,

    maças e fita. A observação foi realizada durante as aulas de iniciação com os aparelhos

    organizados de acordo com o planejamento anual. Para discussão dos dados utilizou-se

    o método descritivo tem como proposta descobrir e observar fenômenos procurando

    descrevê-los, classificá-los e interpretá-los. 49

    Após apresentação do caminho metodológico para a elaboração do livro,

    passaremos a pontuar como se deu seu desenvolvimento na sequencia.

    3 DESENVOLVIMENTO

    O processo de elaboração do livro foi fundamentado pelas etapas da pesquisa

    bibliográfica, das entrevistas com profissionais da modalidade e do estudo da prática

    do manejo nos polos do projeto UNOPAR, além da própria experiência da autora.

    O produto final conta com quatro capítulos distintos. Apresentamos o seu

    primeiro capítulo com dois momentos, primeiramente um histórico da modalidade

    com atenção especial a partir da introdução da modalidade nos Jogos Olímpicos em

    1984 e as características da GR de acordo com bibliografia pesquisada, com ênfase

    no código de pontuação em vigência publicado pela Federação Internacional de

    Ginástica - FIG para o 13º ciclo olímpico da modalidade (2013/2016). Na sequencia,

  • 15

    o capítulo aborda informações relacionadas à importância dos processos na

    aprendizagem dos elementos específicos dos aparelhos oficiais de ginástica rítmica.

    Os capítulos seguintes correspondem respectivamente aos aparelhos corda,

    arco e bola e estão organizados da seguinte forma:

    1. Breve introdução sobre os aparelhos;

    2. Definição e exemplos ilustrados dos elementos dos grupos técnicos

    fundamentais, que são os elementos característicos dos aparelhos, que

    demonstram a especificidade do mesmo e devem prevalecer nas coreografias de

    GR em detrimento dos demais movimentos;

    3. Definição e exemplos ilustrados dos elementos dos outros grupos técnicos, que

    devem figurar nas coreografias pelo menos uma vez e podemos encontrá-los em

    outros aparelhos também;

    4. Processos pedagógicos dos grupos técnicos fundamentais, todos com ilustrações

    para melhor compreensão.

    3.1 Pesquisa bibliográfica

    Em nossa investigação bibliográfica buscamos maior amplitude de

    conhecimentos sobre o assunto em pauta nos bancos de dados Pubmed, Lilacs, Scielo

    e Google acadêmico no período de maio de 2012 a dezembro de 2013, selecionando

    artigos em português, inglês e espanhol. Como palavras chaves utilizamos os

    descritores “ginástica rítmica”, “aparelhos” e “ensino-aprendizagem”, não

    encontramos um número muito grande de publicações referentes ao nosso foco de

    estudo, desta forma foram examinados 78 artigos dos quais selecionamos apenas 33

    que efetivamente contribuíram para nosso estudo.

    Em relação às publicações em formato de livros encontramos 60 literaturas

    publicadas com o tema de ginástica rítmica, porém, destes, apenas 39 nos deram

    suporte para a pesquisa em questão. E por fim, encontramos quatro dissertações de

    mestrados e doutorado com temas específico de ginástica rítmica.

    Todas as referências encontradas que se adequaram ao tema de nosso estudo

    podem ser visualizadas ao longo deste trabalho e em especial na organização final do

    produto.

  • 16

    3.2 Pesquisa com as treinadoras

    A aplicação de questionário aos profissionais que atuam com GR no Estado do

    Paraná e no Brasil traz como resultados e informações o trabalho realizado por clubes que

    desenvolvem treinamentos de alto nível na modalidade, uma vez que é no Paraná que se

    encontram as melhores equipes de conjunto do país e considerando que o Brasil é o atual

    tetra campeão de conjuntos dos Jogos Pan Americanos, títulos conquistados em

    Winnipeg (1999), Santo Domingo (2003), Rio de Janeiro (2007) e Guadalajara (2011). 37

    Treinadoras paranaenses constantemente estão à frente das equipes nacionais de

    conjunto, como nas duas vezes em que o Brasil foi finalista olímpico em 2000 em Sydney

    na Austrália e em 2004 em Atenas na Grécia, na ocasião a treinadora da UNOPAR de

    Londrina, Bárbara Laffranchi, dirigia a seleção brasileira de conjuntos. 51 No campeonato

    nacional de conjuntos temos a inclusão de outros grandes clubes dos demais estados que

    também atuam com ginastas de qualidade e alto desempenho que igualmente representam

    nosso país em eventos internacionais.

    Apresentamos aqui apenas os resultados gerais da pesquisa, pois os dados analisados

    mais detalhadamente estão presentes em artigo científico elaborado com intuito de

    publicação do mesmo.

    Como já citado anteriormente, a pesquisa foi realizada durante o Campeonato

    Paranaense de Conjuntos/2012 e o Campeonato Brasileiro de Conjuntos/2013 e contou

    com a participação de 39 treinadores, sendo 23 profissionais no campeonato paranaense e

    16 no campeonato brasileiro que atuam em diferentes categorias.

    Em relação ao tempo de experiência dos profissionais com a GR, constatamos

    que na sua maioria estes atuam há mais de quatro anos na modalidade. Dos 39 treinadores

    entrevistados 37 são mulheres e dois do gênero masculino e apenas oito não foram

    ginastas.

    Os profissionais de ginástica rítmica do Paraná e do Brasil trabalham em mais de

    uma categoria e não atuam somente com competição, mas também com a iniciação e

    ainda em várias categorias ao mesmo tempo. Percebemos que os profissionais que

    atuaram no campeonato paranaense se dedicam mais ao trabalho com a iniciação do que

    os profissionais que atuaram no campeonato brasileiro, em contraposição estes estão mais

    relacionados com a categoria adulta da modalidade do que os treinadores do Paraná.

  • 17

    A grande maioria os profissionais entrevistados já são pós-graduados além de ter

    formação inicial em educação física. Dentre os entrevistados quatro deles possui

    mestrado na área.

    Ao analisarmos a associação entre a utilização de aparelhos oficiais e alternativos

    na iniciação à GR em relação aos campeonatos Brasileiro e Paranaense (tabela 1)

    percebemos que a maioria dos treinadores do campeonato Brasileiro iniciam o ensino da

    GR com aparelhos oficiais enquanto que a maioria dos treinadores do campeonato

    Paranaense trabalham com aparelhos alternativos.

    Tabela 1 Associação entre a utilização de aparelhos oficiais e alternativos na iniciação à ginástica rítmica, em relação aos campeonatos Brasileiro e Paranaense. Aparelho

    Oficial

    n (%)

    Alternativo

    n (%)

    Total

    n (%)

    X2 p-value

    Campeonato Brasileiro

    12 (75) 4 (25) 16 (100) 4.885 0.027

    Campeonato Paranaense

    9 (39.1) 14 (60.9) 23 (100)

    *Associação significativa p≤0,05

    Os resultados nos mostram que os aparelhos corda, arco e bola são os mais

    presentes nas aulas de iniciação à GR nos diversos clubes do Paraná e do Brasil. O

    aparelho maças é o menos trabalhado nas aulas de iniciação à GR, os profissionais ainda

    utilizam aparelhos alternativos nas aulas de iniciação, já nas categorias de competição os

    aparelhos são oficiais devido às exigências do código de pontuação como peso, tamanho

    e espessura.

  • 18

    Tabela 2 Associação entre as dificuldades em ensinar os elementos técnicos dos aparelhos corda, arco, bola, maças e fita na iniciação a GR, em relação aos campeonatos Brasileiro e Paranaense. Dificuldade em ensinar os elementos técnicos dos aparelhos corda, arco,

    bola, maças e fita

    1

    n(%)

    2

    n(%)

    3

    n(%)

    4

    n(%)

    Total

    n (%) X2 p-value

    Campeonato Brasileiro

    1(6.3) 1 (6.3) 9 (56.3) 5 (31.3) 16(100) 1.191 0.275

    Campeonato Paranaense

    0 (0) 7 (30.4) 14(60.9) 2 (8.7) 23(100)

    Nota: 1: Não saber fazer para ensinar; 2: Não ter um processo pedagógico sistematizado para seguir; 3: Dificuldade das crianças em entender o movimento; 4: Não tem dificuldade para ensinar.

    Não encontramos associação entre as dificuldades em ensinar os elementos

    técnicos dos aparelhos de GR nos campeonatos Brasileiro e Paranaense podemos

    perceber na tabela 2, porém os resultados indicam que a maior dificuldade dos

    profissionais da GR está em fazer com que as crianças entendam os movimentos com

    facilidade, ou seja, por mais que os mesmos expliquem os movimentos as crianças não

    conseguem executar a contento e de acordo com as técnicas exigidas.

    A segunda maior dificuldade encontrada pelos participantes da pesquisa é o

    desconhecimento ou a inexistência de processos pedagógicos sistematizados para

    seguirem em suas aulas e assim obter um maior êxito no manejo correto de cada

    aparelho. Ainda encontramos respostas relacionadas a não saber executar, portanto não

    conseguem ensinar determinados movimentos, sustentando a necessidade de

    conhecimento de processos que levem ao aprendizado das diversas possibilidades de se

    manejar um aparelho de GR.

    A pesquisa nos mostrou que realmente existe dificuldade de ensinar os

    elementos técnicos dos aparelhos da GR, sendo por não existir um processo pedagógico a

    seguir ou em perceber as dificuldades que as crianças encontram ao aprender tais

    movimentos. As análises e discussões dos resultados da pesquisa se encontram no artigo

    “Ensino e aprendizagem dos aparelhos de ginástica rítmica: dificuldades encontradas por

    profissionais da área”

  • 19

    3.3 Pesquisa nos polos de iniciação

    O estudo sobre o ensino-aprendizagem dos elementos dos aparelhos da GR

    no período de maio a setembro de 2012, em dois polos de iniciação do projeto da

    UNOPAR durante as aulas de iniciação com a participação de 70 crianças e três

    professoras/monitoras. Para cada aparelho em específico foram filmadas oito aulas com

    duração de uma hora cada. Todas as crianças estavam em fase de iniciação da

    modalidade e coincidentemente todas as professoras envolvidas foram ginastas.

    Entendendo que as filmagens necessitavam de um cuidado metodológico

    mais detalhado, não as utilizamos para fins de publicação, porém as anotações da

    pesquisadora oportunizou análises das dificuldades das treinadoras em ensinar o

    movimento, ocorrendo inclusive mudanças na maneira de explicar o movimento mais de

    uma vez, na tentativa de fazer com que as crianças conseguissem realizar o mesmo.

    Também foi possível acompanhar as dificuldades das crianças em entender

    corretamente cada um destes movimentos. Percebemos claramente que só a execução da

    professora não era o suficiente para que as mesmas realizassem o movimento correto,

    sendo necessário muitas repetições e o acompanhamento individual de cada criança para

    os movimentos mais complexos.

    3.4 Elaboração dos capítulos

    3.4.1 Capítulo 1

    O primeiro capítulo está subdividido em duas partes, primeiramente apresenta um

    histórico voltado para a organização do esporte enquanto modalidade olímpica, a partir da

    introdução da modalidade nos Jogos Olímpicos em 1984 e na sequencia as características

    da GR respaldado em 37 referências pesquisadas, com destaque para o Código de

    Pontuação em vigência publicado pela Federação Internacional de Ginástica - FIG para o

    13º ciclo olímpico da modalidade (2013/2016).

    Ao longo dos anos a GR que ainda é praticada apenas por mulheres em nível

    competitivo vem evoluindo na perspectiva de apresentar técnica e beleza ao público, pois

    é uma modalidade em que são determinadas suas formas artísticas por meio dos

    elementos corporais e dos aparelhos que foram introduzidos ao longo desta evolução,

    sendo ambos intimamente relacionados com o caráter e harmonia musical. Com a boa

  • 20

    receptividade na participação em Jogos Olímpicos a FIG procura cada vez mais atender

    às expectativas do público, apresentando mudanças na organização da modalidade e na

    forma de avaliar com o intuito de facilitar o entendimento dos leigos e obter maior

    visualização na mídia. Para tanto, recentemente promoveu alterações no código de

    pontuação favorecendo a utilização dos aparelhos, que por algum tempo ficou em

    segundo plano. 3, 43

    Os quadros abaixo foram elaborados especificamente para o capítulo 1 e os

    apresentamos aqui com o intuito de demonstrar uma pequena parte desta fase do produto

    final.

    Quadro 01 – Participações da ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos de 1984 a 2012.

    Individual Conjuntos

    1984 Los Angeles

    1º Lori Fung – CAN -

    2º Doina Stainculescu – ROM -

    3º Regina Weber – GER -

    Participação da ginasta brasileira Rosane Favilla – RJ

    1988 Seul

    1º Marina Lobatch – URS -

    2º Adriana Dounavska – BUL -

    3º Alexandra Timochenko – URS -

    1992 Barcelona

    1º Alexandra Timochenko - URS -

    2º Carolina Pascual – ESP -

    3º Oksana Skaldina – EUN -

    Participação da ginasta brasileira Marta Cristina Schonhorst – SP

    1996

    Atlanta

    1º Ekaterina Serebrianskaya - UKR 1º Espanha

    2º Yanina Batirchina – RUS 2º Bulgária

    3º Elena Vitrichenko – UKR 3º Rússia

    2000

    Sidney

    1º Yulia Barsoukova – RUS 1º Rússia

    2º Yulia Raskina – BLR 2º Bielorussia

  • 21

    3º Alina Kabaeva – RUS 3º Grécia

    Participação do conjunto do Brasil – 8ª colocação

    2004 Atenas

    1º Alina Kabaeva – RUS 1º Rússia

    2º Irina Tcachina – RUS 2º Itália

    3º Anna Bessonova – UKR 3º Bulgaria

    Participação do conjunto do Brasil – 8ª colocação

    2008 Pequim

    1º Eugenia Kanaeva – RUS 1º Rússia

    2º Inna Zhukova – BLR 2º China

    3º Anna Bessonova – UKR 3º Bielorussia

    Participação do conjunto do Brasil – 12ª colocação

    2012 Londres

    1º Eugenia Kanaeva – RUS 1º Rússia

    2º Daria Dmitrieva – RUS 2º Bielorussia

    3º Liubou Charkashyna – BIE 3º Itália

    Fonte: Federação Internacional de Ginástica, 2014 18

    O Brasil participou na primeira edição individual em 1984 e também na primeira

    edição do conjunto em 2000, ambas as competições realizadas nos Estados Unidos da

    América, destaque para os Jogos Olímpicos de Sydney/2000 e Atenas/2004 quando o

    conjunto brasileiro foi finalista e terminou a competição na oitava colocação.

    Na sequencia, em sua segunda abordagem, o capítulo apresenta informações

    relacionadas ao processo ensino-aprendizagem, dando ênfase à importância dos processos

    pedagógicos, em especial dos elementos específicos dos aparelhos oficiais de ginástica

    rítmica. Nesta parte do capítulo foram utilizadas 14 referências que nos apoiaram com o

    ensino aprendizagem das crianças e seus processos de desenvolvimento.

    Os aparelhos da GR exigem das ginastas um bom desenvolvimento no processo

    de aprendizagem devido a grande variedade de movimentos que as ginastas podem

    executar com os mesmos, desde cedo é interessante adquirir domínio dos movimentos

    corporais aliados à técnica dos manejos. A execução correta dos manejos é adquirida com

    tempo, experiência e treinamento. No começo o desenvolvimento do vocabulário motor

    das crianças deve ser com as mais diferentes formas de movimentos, sem situações

  • 22

    motoras específicas que requer muita concentração, assim facilitando no processo de

    aprendizagem. 50

    3.4.2 Capítulos 2, 3 e 4

    Estes capítulos correspondem respectivamente aos aparelhos corda, arco e

    bola e estão organizados da seguinte forma:

    1. Breve introdução sobre os aparelhos;

    2. Definição e exemplos ilustrados dos elementos dos grupos técnicos fundamentais,

    que são os elementos característicos dos aparelhos, que demonstram a especificidade do

    mesmo e devem prevalecer nas coreografias de GR em detrimento dos demais

    movimentos;

    3. Definição e exemplos ilustrados dos elementos dos outros grupos técnicos, que

    devem figurar nas coreografias pelo menos uma vez e podemos encontrá-los em outros

    aparelhos também;

    4. Processos pedagógicos dos grupos técnicos fundamentais, todos com ilustrações

    para melhor compreensão.

    O capítulo 2 trata especificamente do aparelho corda, seu histórico e

    peculiaridades. O aparelho corda é o primeiro na ordem olímpica estabelecida pela FIG

    dentre os demais utilizados na GR e esteve presente pela primeira vez no terceiro

    campeonato mundial da modalidade, realizado em 1967 em Copenhague na Dinamarca.

    Nas competições de conjunto sua aparição foi durante o sexto campeonato do mundo em

    Rotterdam na Holanda em 1973 3, na ocasião as equipes de conjunto contavam com seis

    ginastas titulares. Atualmente a corda não aparece nas competições individuais da

    categoria adulta, os demais quatro aparelhos são fixos para as competições desta

    categoria desde 2009, embora nenhum documento tenha sido publicado pela FIG,

    acreditamos que isso se deve a pouca visibilidade principalmente ao ser transmitido pela

    televisão, seus movimentos ágeis e dinâmicos dificultam uma boa imagem no vídeo o que

    possivelmente também colaborou anteriormente com a proibição da utilização de corda

    na cor branca.

    Descrevemos detalhadamente as formas de manusear a corda com definições e

    exemplos dos elementos dos grupos técnicos fundamentais e dos elementos dos outros

    grupos técnicos. Por fim apresentamos de forma organizada os processos pedagógicos

    dos grupos técnicos fundamentais, com diferentes formas de realização de cada um

  • 23

    destes, feitos com a inserção de desenhos para ilustrar os movimentos e assim colaborar

    para um melhor entendimento do mesmo.

    O quadro a seguir exemplifica quais são os elementos específicos do aparelho

    corda.

    Quadro 3 – Elementos técnicos do aparelho corda

    Grupos técnicos fundamentais do aparelho corda

    Outros grupos técnicos do aparelho corda

    Passagem através da corda com um salto, corda girando para frente, para trás ou lateralmente.

    Passagem através da corda com uma série de saltitos (três saltitos no mínimo), corda girando para frente, para trás ou lateralmente.

    Escapadas e espirais.

    Série (mínimo três) de rotações, corda dobrada em dois.

    Uma rotação da corda aberta, estendida,

    segura pelo centro ou pela ponta. Lançamento e recuperação.

    Equilíbrio instável sobre uma parte do

    corpo. Movimentos em “oito” com movimento

    amplo do corpo.

    Grandes circunduções.

    Transmissão do aparelho ao redor de qualquer parte do corpo ou por baixo da (s) perna (s).

    Enrolamentos, quicadas.

    Fonte: Código de pontuação de ginástica rítmica da FIG (2013/2016) 17

    O capítulo 3 traz informações sobre o aparelho arco, seu histórico e peculiaridades. O

    aparelho arco assim como a corda também é de fácil introdução junto às crianças, é

    tradicionalmente conhecido como “bambolê” na qual as meninas em especial têm o

    hábito de brincar desde cedo, também é muito utilizado nas aulas de educação física

    escolar. O arco oficial para competições de ginástica rítmica é de plástico PVC ou

    madeira, mede de 80 e 90 cm de diâmetro e com um peso mínimo de 300 gramas, seu

    contorno pode ser circular, quadrado, retangular ou ovalado, podendo ser encapado de

    várias cores ou simplesmente de uma cor só. 3,40 Para as categorias de base podemos

  • 24

    utilizar o arco de 60 a 75 centímetros, substituído facilmente por um de mangueira grossa

    com uma pequena emenda para unir as extremidades. O arco com este formato que

    conhecemos surgiu ainda na Ginástica Moderna quando Henrich Medau (1890-1974)

    utilizou-os para formar os “anéis olímpicos” em uma apresentação nos Jogos Olímpicos

    de Berlim, 1936.7 Mas somente 30 anos depois a Federação Internacional de Ginástica

    incluiu este aparelho durante o terceiro campeonato mundial realizado em Copenhague na

    Dinamarca em 1967, sendo apresentado nas coreografias individuais e de conjunto.

    Descrevemos detalhadamente as formas de manusear o arco com definições e

    exemplos dos elementos dos grupos técnicos fundamentais e dos elementos dos outros

    grupos técnicos. Por fim, assim como no capítulo anterior, apresentamos de forma

    organizada os processos pedagógicos dos grupos técnicos fundamentais, com diferentes

    formas de realização de cada um destes, feitos com a inserção de desenhos para ilustrar

    cada movimento, colaborando para um melhor entendimento.

    O quadro a seguir exemplifica quais são os elementos específicos do aparelho

    arco.

    Quadro 4 – Elementos técnicos do aparelho arco

    Grupos técnicos fundamentais do aparelho arco

    Outros grupos técnicos do aparelho arco

    Passagem através do arco com todo corpo ou parte do corpo.

    Rolamento sobre dois segmentos do corpo no mínimo.

    Rolamento do arco sobre o solo.

    Série (mínimo três) de rotações ao redor da mão ou uma parte do corpo.

    Rotações do arco ao redor do seu eixo: uma rotação livre entre os dedos; uma rotação livre sobre uma parte do corpo; série (mínimo três) de rotações no solo.

    Passagem por cima do arco com todo ou uma parte do corpo.

    Pequeno lançamento e recuperação.

    Lançamentos e recuperações.

    Movimentos em “oito” com movimento amplo do corpo.

    Grandes circunduções.

    Transmissão do aparelho ao redor de qualquer parte do corpo ou por baixo da (s) perna(s).

    Enrolamentos, quicadas, reimpulsos, etc.

    Equilíbrio instável sobre uma parte do corpo.

    Fonte: Código de pontuação de ginástica rítmica da FIG (2013/2016) 17

  • 25

    No capítulo 4 tratamos especificamente do aparelho bola, seu histórico e

    peculiaridades. Enquanto material oficial determinado pela FIG, a bola para a categoria

    adulto (a partir dos 16 anos) deve ter de 18 a 20 centímetros de diâmetro com o peso de

    400 gramas, sendo de borracha ou plástico de qualquer cor. 8,9,40 Para a iniciação,

    qualquer tipo de bola pode ser utilizada para executar os movimentos da GR, até mesmo

    as de meia ou isopor, sendo as mais indicadas as bolas de borracha tamanho 10 ou 12

    com 14 a 17 cm de diâmetro. As bolas não precisam estar muito cheias, mas também não

    podem estar murchas, para que possam quicar e rolar sem deformações. Embora já

    popular no início da década de 1920 nas escolas europeias de ginástica, este aparelho se

    tornou oficial em competições de GR na segunda edição do Campeonato do Mundo

    realizado em Praga na antiga Checoslováquia em 1965, mas não sabemos ao certo quem

    foi o responsável por sua introdução na modalidade. 8

    Descrevemos detalhadamente as formas de manusear a bola com definições e

    exemplos dos elementos dos grupos técnicos fundamentais e dos elementos dos outros

    grupos técnicos. Por fim apresentamos de forma organizada os processos pedagógicos

    dos grupos técnicos fundamentais, com diferentes formas de realização de cada um

    destes, feitos com a inserção de desenhos para ilustrar cada movimento, colaborando para

    um melhor entendimento dos mesmos.

    Quadro 5 – Elementos técnicos do aparelho bola

  • 26

    Grupos técnicos fundamentais do aparelho Bola

    Outros grupos técnicos do aparelho Bola

    Rolamento da bola sobre dois segmentos

    do corpo no mínimo.

    Rolamento da bola no solo. Quicadas: em séries ou isoladas

    . Movimento em “oito” com inversão da

    bola com movimento dos braços (circundução) e amplo movimento do tronco.

    Recuperação da bola com uma mão.

    Movimento de inversão da bola. Rotações da(s) mão(s) ao redor da bola.

    Pequenos rolamentos acompanhados em

    série (mínimo três). Rolamento do corpo por cima da bola no

    solo

    Pequenos lançamentos e recuperações.

    Lançamentos e recuperações.

    Grandes circunduções.

    Transmissão do aparelho ao redor de qualquer parte do corpo ou por baixo da (s) perna(s).

    Equilíbrio instável sobre uma parte do

    corpo.

    Fonte: Código de pontuação de ginástica rítmica da FIG (2013/2016) 17

    4 CONCLUSÃO

    Pesquisar a ginástica rítmica no contexto das técnicas de manejo dos aparelhos

    não foi uma tarefa fácil, mas o ato de escrever os métodos, os exercícios e direcioná-los a

    treinadores, acadêmicos e profissionais da área foi muito empolgante. A ideia de levar o

    conhecimento avante e compartilhar com tantos outros que estão iniciando na modalidade

    ou até mesmo aqueles que já atuam na área nos dá satisfação e alimenta nossa paixão por

    este esporte.

    A evolução da ginástica rítmica segue com novas regras e mudanças, que a FIG

    realiza a cada novo ciclo olímpico com o intuito de adequar a modalidade para um maior

    entendimento do público em geral. Algumas mudanças como as novas possibilidades de

    utilização dos aparelhos, devem ser acompanhadas de perto pelo profissional envolvido

    com a GR para que este possa trabalhar adequadamente os elementos técnicos,

    oportunizando às futuras ginastas o desenvolvimento correto de técnicas de base

    diversificadas em todos os aparelhos.

  • 27

    Como resultado de nossa pesquisa podemos verificar que os profissionais

    encontram dificuldade em fazer com que a criança entenda o movimento correto do

    manejo do aparelho e também sentem falta de ter um processo pedagógico para seguir,

    como um instrumento de colaboração na técnica desses manejos.

    Os aparelhos são parte integrante do tripé necessário para a execução de

    coreografias de ginástica rítmica, é justamente o envolvimento dos mesmos com os

    movimentos corporais e a música que produz a beleza e graça desta modalidade que cada

    vez mais adquire novos expectadores e praticantes no mundo todo. 8

    Para que esta simbiose aconteça é necessário entender e estudar as possibilidades

    de execução sem erros e acreditamos que esta preocupação começa exatamente nos

    processos de ensino aprendizagem dos elementos técnicos dos aparelhos.

    O estudo aqui apresentado busca suprir a lacuna existente na literatura específica

    da modalidade de ginástica rítmica e traz informações e propostas com exercícios

    específicos para a execução dos manejos dos aparelhos corda, arco e bola como

    facilitadores do processo de ensino/aprendizagem. Assim esperamos contribuir para o

    desenvolvimento deste esporte, pois acreditamos que quanto mais pesquisas e mais

    publicações expostas no mercado mais subsídios estarão à disposição de todos garantindo

    um futuro de qualidade para a GR em nosso país.

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    40. MENDIZÁBAL, Susana; MENDIZÁBAL, Isabel. Iniciacion a La Gimnasia Rítmica: aros, mazas, cintas. Madrid: Gymnos S.A., 1995.

    41. MESQUITA, Isabel. Pedagogia do treino: a formação em jogos desportivos coletivos. 1 ed. Lisboa: Livros Horizonte, out. 1997.

    42. MOLINARI, Ângela M. da Paz. Ginástica Rítmica: Esporte, História e

    Desenvolvimento. Blumenau. 2004. Cooperativa do Fitness. Disponível em site: www.cdof.com.br/esportes4.htm. Acesso em: 11 de maio de 2013.

    43. PAOLIELLO, Elizabeth; TOLEDO, Eliana. (org.). Possibilidades da Ginástica Rítmica. São Paulo: Phorte, 2010.

  • 31

    44. PALMER, Heather. Teaching Rhythmic Gymnastics: A developmentally appropriate approach. 1. ed. Human Kinetics, 2003.

    45. PEUKER, Ilona. Ginástica moderna com aparelhos. Difel, Rio de Janeiro, 1974.

    46. PILATI, Ronaldo. & ABBAD, Gardênia. Análise factorial confirmatória da escala de impacto do treinamento no trabalho. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2005

    47. RÓBEVA, Neska; RANKÉLOVA, Margarita. Escola de campeãs: Ginástica Rítmica Desportiva. São Paulo: Ícone, 1991.

    48. ROSE, Debra J. A multilevel approach to the study of motor control and learning. Usa: Allyn e Bacon, 1997.

    49. RUDIO, Franz Victor. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 2011. 144p

    50. SANTANA, Wilton Carlos. Futsal: metodologia da participação. Londrina: Lido, 2001.

    51. SANTOS, Eliana Virgínia Nobre dos; LOURENÇO, Márcia Regina Aversani; GAIO,

    Roberta. Composição Coreográfica em Ginástica Rítmica: do Compreender ao Fazer. Jundiaí: Fontoura, 2010

    52. SCHMID, Andrea. Gymnastique Rythmique Sportive. Paris: editions Vigot, 1978.

    53. THOMAS, Jerry R.; NELSON, Jack K.; SILVERMAN, Stephen J.. Métodos de pesquisa em atividade física. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 396p.

    54. TANI, Go; et al. Educação Física Escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU, 1988.

    55. VAZ, M. J. N. Ginástica Feminina Moderna. Arquivos da escola nacional de Educação Física e Desportos/UB. Rio de Janeiro, 1956.

    56. XAVIER, Telmo Pagana. Métodos de ensino em Educação Física. São Paulo: Manole, 1986.

    57. WWW.GYMNASTICSRESULTS.COM. Disponível em: http://www.gymnastcs results.com Acesso em: 21 jul.2013.

  • 32

    APÊNDICES

  • 33

    Apêndice A

  • 34

    GINÁSTICA RÍTMICA:

    ensinando corda, arco e bola

    Luciane Maria de Oliveira Bernardi

    Márcia Regina Aversani Lourenço

  • 35

    Ginástica rítmica: ensinando corda, arco e bola. Copyright © 2014 by ____________ Editora Ltda

    Rua: ___________________ Bairro:_____________ CEP:______________________ Tel/Fax: __________________________ Site: _____________________________ E-mail: ___________________________

    Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios eletrônicos, mecânico, fotocopiado, gravado ou outro, sem autorização prévia por escrito da Unopar Editora.

    Ilustrações

    Marcos Albert Oliveira

    Capa

    Alekcey W. Carvalho Silva

    Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional ou Brasil

    ______________________ - CRB __/_____

    Ginástica rítmica: ensinando corda, arco e bola / Luciane Maria de Oliveira Bernardi, Márcia Regina Aversani Lourenço. _______: ______, 2014. 137p. : Il.; 23 cm ISBN

    1. Ginástica rítmica. 2. Aparelhos. I. Bernardi, Luciane. II. Lourenço, Márcia. CDD: CDU:

  • 36

    Prefácio

    Apesar de parecer uma coisa simples, prefaciar um livro significa apresentá-lo,

    indicar aos interessados o motivo e o processo de elaboração da obra e sugerir ou

    não sua leitura. Que responsabilidade!

    Mas se tratando de um livro sobre ginástica rítmica, proposto por Luciane

    Bernardi e Márcia Aversani Lourenço é uma honra, uma tarefa prazerosa e sem

    dúvida uma oportunidade de incentivar os/as leitores/as a beberem de uma fonte

    segura e consistente.

    Porém, antes mesmo de falar sobre o conhecimento presente nas diversas

    páginas dessa obra, é necessário salientar o quanto Luciane e Márcia, sempre

    estiveram e ainda estão envolvidas com a ginástica rítmica, sejam como ginastas,

    árbitras, técnicas ou como professoras de projetos de extensão, da graduação e da

    especialização em educação física.

    Mas o tempo quando conspira a favor sempre produz excelentes frutos. E se

    tratando do desenvolvimento técnico e científico da ginástica rítmica com certeza

    os ventos sobraram sempre para um excelente sentido.

    Conheci Márcia Aversani no mestrado da Universidade Metodista de

    Piracicaba em 2000 e nosso encontro se deu por meio da ginástica rítmica, quando

    me tornei sua orientadora. Daquele tempo até os dias de hoje temos mais do que a

    ginástica rítmica em comum, pois além de parceiras em atividades profissionais nos

    tornamos amigas, daquelas que produzem juntas e separadas, mas estão sempre

    dividindo riquezas e conhecimentos. Digo riquezas para aqui me referir aos

    momentos vivenciados em comunhão.

    Já Luciane Bernardi, uma linda e jovem mulher, é uma eterna lembrança como

    ginasta da seleção brasileira, no universo da graduação e pós-graduação em educação

    física.

    Experiências não faltam e com certeza credenciam as autoras e tatuam, de

    certa forma, a obra como referencial a ser absorvido por aqueles e aquelas que

    desejam trabalhar com ginástica rítmica, da iniciação ao alto rendimento esportivo.

  • 37

    A obra é constituída de quatro capítulos, sendo que no primeiro há um relato

    histórico da modalidade, desde sua origem enquanto método de ginástica moderna

    até os dias atuais, mostrando as diversas terminologias que a modalidade assumiu.

    As autoras optaram em apresentar os resultados da ginástica rítmica nos Jogos

    Olímpicos, desde sua inserção, em 1984 em Los Angeles até Londres, em 2012, nas

    provas de individuais e de conjunto, sinalizando o avanço desta modalidade no

    universo mundial esportivo. A obra apresenta também, e não podia faltar, até pela

    experiência e conhecimento das autoras, a situação da seleção brasileira no

    decorrer desses anos no panorama que citamos acima.

    Nos três capítulos que se seguem, podemos afirmar que há uma riqueza de

    informação quanto às características dos aparelhos corda, arco e bola e na

    sequencia a metodologia de ensino com cada aparelho, com o objetivo de ensinar o

    manuseio técnico. As diversas ilustrações que acompanham as explicações auxiliam

    no entendimento dos movimentos e com certeza é mais um referencial para os

    ansiosos por conhecimento nesta área.

    Apesar da obra, ser direcionada para o trabalho específico da ginástica

    rítmica fora da escola, entendo que os/as professores/as podem e devem saborear

    com muito gosto os saberes que Luciane e Márcia apresentam com qualidade, pois

    somente quem conhece um determinado esporte pode adaptá-lo para a escola, numa

    metodologia lúdica. E as autoras trabalham com os três aparelhos da ginástica

    rítmica que fazem parte do folclore infantil e com certeza devem ser explorados

    nas aulas de educação física escolar. É fato que ninguém ensina o que não conhece!

    Não há tempo e nem espaço para discurso, é hora de declarar a minha

    satisfação em poder indicar este livro para todos e todas que desejam aprender

    para ensinar com qualidade.

    Podem conferir!

    Roberta Gaio

    UNINOVE/UNISAL

  • 38

    Apresentação

    Esta produção técnica em formato de livro é o produto final de

    conclusão de curso apresentado no Programa de Mestrado Profissional em

    Exercício Físico na Promoção da Saúde da Universidade Norte do Paraná –

    UNOPAR. A elaboração de um livro específico para profissionais da ginástica

    rítmica contendo processos pedagógicos para o manejo dos aparelhos corda,

    arco e bola como facilitadores no ensino/aprendizagem da modalidade, vem ao

    encontro de uma das fortes características deste programa inovador que é

    atender às necessidades de capacitação profissional de natureza diferenciada.

    A realização de elementos corporais aliados ao manejo dos aparelhos e ao

    acompanhamento musical exigem um trabalho harmonioso desde a iniciação e

    entendemos que possibilitar a compreensão das técnicas de manejo para seu

    desenvolvimento de forma correta e eficaz é um grande desafio.

    De uma forma geral, profissionais da área têm dificuldade em ensinar os

    elementos técnicos dos aparelhos devido à complexidade da execução dos

    mesmos, pois se verifica um elevado nível de exigência motora. Por isso na

    iniciação esportiva de manejos dos aparelhos oficiais da ginástica rítmica,

    relacionados ou não à exigência do código, necessitamos de organização de

    processos pedagógicos para que as ginastas possam ter um aprendizado

    facilitado e eficaz na prática dos manejos e posteriormente uma correta

    execução destes mesmos elementos nas fases de treinamento e competição.

    O caminho metodológico percorrido até a finalização do livro foi

    fundamentado em pesquisas bibliográficas e nas análises dos resultados de

    pesquisa realizada com profissionais da GR em âmbito estadual e nacional sobre

    as dificuldades em ensinar os manejos dos aparelhos e passa também por nossas

    experiências de longos anos como professoras de iniciação frente ao projeto

    permanente de extensão universitária “Escola de Iniciação em Ginástica Rítmica

    da UNOPAR” (*) na qual o dia a dia no projeto é ensinar os movimentos básicos

    da GR em especial os elementos dos aparelhos. As atividades diárias

    oportunizaram inúmeras tentativas de novas possibilidades de ensinar estes

  • 39

    mesmos movimentos, assim a escolha da melhor técnica de ensino foi descoberta

    a cada nova turma, a cada nova dificuldade encontrada por uma criança e sem

    dúvida a cada reflexão sobre a ação.

    Esta obra justifica-se pela ausência de pesquisas específicas na

    modalidade e também pela procura de materiais que possam auxiliar no

    ensinamento correto da técnica de manejo dos aparelhos e teve como suporte o

    projeto de pesquisa “Processos pedagógicos para a prática de manejo dos

    aparelhos oficiais da ginástica rítmica” com parecer positivo do Comitê de Ética

    em Pesquisa da Universidade Norte do Paraná (CEP-UNOPAR-0069/12) de

    acordo com as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

    Agradecemos a contribuição recebida pelos componentes da banca

    examinadora professora doutora Roberta Cortez Gaio da Universidade Nove de

    Julho, professor doutor Cosme Franklim Buzzachera e professor doutor

    Denílson de Castro Teixeira ambos da Universidade Norte do Paraná.

    As autoras

    _______________________________________________ (*)

    O projeto “Escola de Iniciação em Ginástica Rítmica da UNOPAR – da iniciação ao alto nível” existe desde 1972 e foi criado pela professora Elisabeth Bueno Laffranchi na então FEFI - Faculdade de Educação Física do Norte do Paraná. Em 1992 a FEFI passou a chamar-se UNOPAR – Universidade Norte do Paraná e nesta década tornou-se sede da seleção brasileira de conjuntos por vários anos, conquistando dois títulos dos Jogos Pan-americanos (1999 e 2003) e duas finais olímpicas na modalidade de conjunto (2000 e 2004). O projeto atende meninas de cinco a 16 anos e tem como objetivos promover o desenvolvimento da GR em Londrina, detectar novos talentos, capacitar profissionais e ainda popularizar a modalidade. Conta com polos externos para atendimento à comunidade e estima-se que aproximadamente 15.000 ginastas passaram pelo mesmo no decorrer destes anos.

  • 40

    Sumário

    1 Primeiro capítulo: Ginástica rítmica .............................................41 Histórico e características...............................................................................42 Processos de aprendizagem e a GR...................................................................45 2 Segundo capítulo: Aparelho Corda..................................................... 49 Técnicas de execução do aparelho corda........................................................53 Processos pedagógicos para os grupos técnicos fundamentais da

    corda................................................................................................................ 61 3 Terceiro capítulo: Aparelho Arco........................................................74 Técnicas de execução do aparelho arco..........................................................76 Processos pedagógicos para os grupos técnicos fundamentais do

    arco...................................................................................................................83 4 Quarto capítulo: Aparelho Bola...........................................................98 Técnicas de execução do aparelho bola........................................................101 Processos pedagógicos para os grupos técnicos fundamentais da

    bola................................................................................................................. 107 5 Bibliografia...........................................................................................120

  • 41

    Primeiro Capítulo

    Ginástica Rítmica

  • 42

    Histórico e características

    A ginástica rítmica ou GR é uma modalidade praticada individualmente ou em

    conjunto que tem como principal característica a utilização de aparelhos manuais

    específicos que são a corda, o arco, a bola, as maças e a fita, em um espaço próprio de

    13x13 metros. A execução do manejo destes aparelhos exige habilidade que se conquista

    a partir da prática de exercícios organizados que possam levar ao aprendizado dos

    elementos técnicos de forma correta. 32

    A GR tem suas raízes na ginástica moderna que surgiu no século XIX com

    influência de diversos estudiosos presentes em diferentes áreas do conhecimento, 24, 25,50

    como Françoise Delsarte que trouxe para a ginástica a expressão dos sentimentos por

    meio dos elementos corporais, Émile Jacques Dalcroze que desenvolveu uma relação

    íntima entre os movimentos corporais e a música, Rudolf Bode que primeiramente

    utilizou os aparelhos na ginástica e por último Henrich Medau que adaptou todas as

    ideias que surgiram durante a evolução da ginástica com a criatividade e exploração dos

    aparelhos de forma livre. 18,19

    Seguindo o contexto histórico a ginástica rítmica surge como um esporte feminino

    em 1952 quando foi criada a Liga Internacional de Ginástica Moderna (LIGIM) com o

    objetivo de divulgar a modalidade em apresentações e competições. 25,48 Pouco mais de

    uma década após o surgimento da LIGIM, a ginástica moderna tornou-se independente e

    realizou seu primeiro campeonato mundial no ano de 1963 em Budapeste, na Hungria. 4,6,

    27,28

    Em 1967, a ginástica moderna já contava com provas individuais e conjuntos com

    os aparelhos corda, arco e bola e em 1970 foi criado o primeiro código de pontuação já

    pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), criada em 1921 e que até os dias de hoje

    é o principal órgão que rege a modalidade. 16 Já em 1971 foi introduzido o aparelho fita

    como exercício obrigatório em competições, em 1972 a ginástica moderna passa a se

    chamar ginástica rítmica moderna e em 1973 o aparelho maças também surge como

    exercícios obrigatórios. 42 No ano de 1975 a modalidade passa a ser denominada como

    ginástica rítmica desportiva. 12,13, 46

    A então ginástica rítmica desportiva (GRD) teve sua inclusão nos Jogos

    Olímpicos de 1984 em Los Angeles nos EUA somente com apresentações da modalidade

    individual e devido a um boicote liderado pela antiga União das Repúblicas Socialistas

  • 43

    Soviéticas, os países do leste europeu com tradição na modalidade não compareceram,

    assim a medalha olímpica ficou com a ginasta Lori Fung do Canadá, país sem muita

    expressividade na modalidade na década de 1980. Nesta edição tivemos a participação da

    ginasta brasileira Rossane Favilla Ferreira do Rio de Janeiro. 18

    Nos Jogos Olímpicos seguinte, em 1988 realizados em Seul na Coréia do Sul, a

    modalidade ganhou muitos admiradores com a participação de vários países, a campeã foi

    Marina Lobatch da URSS e não houve a participação de nenhuma ginasta brasileira. 45

    Em 1992, os Jogos Olímpicos de Barcelona na Espanha foi o último a apresentar somente

    a prova de individual, a campeã foi a ginasta Alessandra Timochenko representando a

    Comunidade dos Estados Independentes (entidade que abrigou atletas da URSS durante a

    separação das repúblicas) e pela segunda vez tivemos a participação do Brasil com a

    ginasta Marta Cristina Schonhosrt de São Paulo. 11 A última edição dos Jogos Olímpicos

    com a nomenclatura de GRD foi em 1996 na cidade de Atlanta, EUA sendo a ginasta

    Ekaterina Serebrianskaya da Ucrânia campeã individual. Este evento também registrou a

    inclusão das provas de conjunto no qual a equipe da Espanha se sagrou campeã, sem

    nenhuma participação brasileira nestes jogos. 50

    Em 1998 a modalidade mais uma vez passa por mudanças em sua nomenclatura

    assumindo a denominação de ginástica rítmica ou simplesmente GR como é conhecida

    até o momento, 16 Nos Jogos Olímpicos de 2000 realizado em Sidney na Austrália a GR

    teve a participação do conjunto brasileiro pela primeira vez, que na ocasião se destacou

    no cenário mundial conquistando uma vaga na final olímpica e terminado na oitava

    posição, a equipe campeã foi da Rússia e a ginasta campeã no individual foi Yulia

    Barsukova também da Rússia. Nos Jogos Olímpicos de 2004 em Atenas na Grécia, o

    Brasil novamente foi representado com a equipe de conjunto e repetiram o feito de 2000

    terminando na oitava posição e mais uma vez o conjunto da Rússia sagrou-se campeão

    com a também russa Alina Kabaeva campeã individual.45 Nas duas últimas edições, de

    2008 em Pequim na China e 2012 em Londres na Inglaterra, não houve alterações no

    podium sendo o primeiro lugar no conjunto a Rússia e a ginasta russa Eugenia Kanaeva

    bicampeã olímpica, tivemos a participação do conjunto brasileiro em 2008, terminando

    na décima segunda posição e em 2012 o Brasil não conquistou a vaga olímpica. 50

    Organizamos um quadro com os resultados das competições individuais e de

    conjunto nas edições dos Jogos Olímpicos de 1984 a 2012 para melhor visualização.

  • 44

    Individual Conjuntos

    1984 Los

    Angeles

    1º Lori Fung – CAN X

    2º Doina Stainculescu – ROM X

    3º Regina Weber – GER X

    Participação da ginasta brasileira Rosane Favilla – RJ

    1988 Seul

    1º Marina Lobatch – URS X

    2º Adriana Dounavska – BUL X

    3º Alexandra Timochenko - URS X

    1992 Barcelona

    1º Alexandra Timochenko - URS X

    2º Carolina Pascual – ESP X

    3º Oksana Skaldina – EUN X

    Participação da ginasta brasileira Marta Cristina Schonhorst – SP

    1996

    Atlanta

    1º Ekaterina Serebrianskaya – UKR 1º Espanha

    2º Yanina Batirchina – RUS 2º Bulgária

    3º Elena Vitrichenko – UKR 3º Rússia

    2000 Sidney

    1º Yulia Barsoukova – RUS 1º Rússia

    2º Yulia Raskina – BLR 2º Bielorussia

    3º Alina Kabaeva – RUS 3º Grécia

    Participação do conjunto do Brasil – 8ª colocação

    2004 Atenas

    1º Alina Kabaeva – RUS 1º Rússia

    2º Irina Tcachina – RUS 2º Itália

    3º Anna Bessonova – UKR 3º Bulgária

    Participação do conjunto do Brasil – 8ª colocação

    2008 Pequim

    1º Eugenia Kanaeva – RUS 1º Rússia

    2º Inna Zhukova – BLR 2º China

    3º Anna Bessonova – UKR 3º Bielorussia

    Participação do conjunto do Brasil – 12ª colocação

    2012 Londres

    1º Eugenia Kanaeva – RUS 1º Rússia

    2º Daria Dmitrieva – RUS 2º Bielorussia

    3º Liubou Charkashyna – BIE 3º Itália

    Fonte: Federação Internacional de Ginástica, 2014.

  • 45

    Ao longo dos anos a GR que ainda é praticada apenas por mulheres em nível

    competitivo vem evoluindo na perspectiva de apresentar técnica e beleza ao público, pois

    é uma modalidade em que são determinadas suas formas artísticas por meio dos

    elementos corporais e dos aparelhos que foram introduzidos ao longo desta evolução,

    sendo ambos intimamente relacionados com o caráter e harmonia musical.

    Com boa receptividade na participação em Jogos Olímpicos, observa-se que a FIG

    vem apresentando mudanças na organização da modalidade como, por exemplo,

    aumentar o número de vagas para os conjuntos que têm grande aceitação do público,

    possibilitar a utilização de músicas com palavras e também alterações na forma de avaliar

    com o intuito de diminuir a subjetividade entre os árbitros e facilitar o entendimento dos

    leigos valorizando as transmissões da mídia em geral. 15 Para tanto, recentemente

    promoveu alterações no código de pontuação favorecendo a utilização dos aparelhos, que

    por algum tempo ficou em segundo plano. 3, 32

    Processos de aprendizagem e a GR

    Os aparelhos da ginástica rítmica exigem das ginastas um bom desenvolvimento

    já no processo de aprendizagem devido a grande variedade de movimentos que podem ser

    executados com os mesmos, desde cedo é interessante adquirir domínio dos movimentos

    corporais aliados à técnica dos manejos. A execução correta dos manejos é adquirida com

    tempo, experiência e treinamento. No início, como em qualquer modalidade esportiva o

    desenvolvimento se dá pelas vivências motoras diversificadas sem situações motoras

    específicas que requer muita concentração, assim facilitando o processo de

    aprendizagem. 44

    O processo de aprendizagem pode ser dividido em três fases: cognitivo,

    associativo e autônomo. Na fase cognitiva há o recebimento de informação específica

    para a aquisição da habilidade trabalhada e percebe-se um desempenho altamente

    inconsistente, o principal fator é compreender o objetivo e a atividade estabelecida,

    decidindo o que fazer e quando fazer.17 Nesta fase a ginasta passa por um período de

    conhecimento dos movimentos, não atingindo a técnica correta do mesmo.

    Na fase associativa a pequena ginasta começa a detectar seus erros ao

    desempenhar a tarefa, obtém uma menor variabilidade nas respostas e assim passa por um

    refinamento da habilidade, nesta fase há uma organização mais eficiente nos padrões de

  • 46

    movimento. 17 Na última fase conhecida como autônoma a mesma apresenta habilidades

    quase automáticas e os ajustes necessários para a correção dos erros são realizados aqui.

    Esta fase é o resultado de grande quantidade de treino e prática dos movimentos. 17 A

    quantidade de repetições é decisivo para o progresso na aprendizagem e o envolvimento

    intelectual é um importante requisito para o estímulo da coordenação, como também o

    direcionamento da atenção para as particularidades da execução do movimento. 34 Aqui as

    ginastas são capazes de produzir suas ações praticamente sozinhas com pouca ou

    nenhuma ajuda. 23

    O domínio de novas formas de movimento oferece informação sobre a percepção

    de si mesma e do mundo que a cerca, 22 podendo apresentar movimentos precisos,

    individualidade definida, trabalho rápido e se concentrar nas atividades agindo sem

    dificuldades nas tarefas com domínio das técnicas que usa. 26 O treinador ou professor

    tem muita importância no período de desenvolvimento, tendo que estar sempre atento às

    necessidades das crianças para o processo de aprendizado, devendo proporcionar

    oportunidades e orientação que possibilitem um bom desenvolvimento no seu

    comportamento motor. 47

    Na primeira fase da aprendizagem, a cognitiva, o treinador deve oferecer

    informações verbais e visuais, dando uma ideia global da habilidade a ser executada. 17

    Os métodos globais e parciais são amplamente discutidos em aprendizagem, grande parte

    dos estudos sugerem a utilização do método global no início da aprendizagem do

    movimento para que a criança possa visualizar o movimento por completo, e executar

    com suas próprias características, criatividade e imaginação na manipulação dos

    aparelhos. 39

    A iniciação em ginástica rítmica tem uma boa vantagem a seu favor, pois também

    possibilita a execução de movimentos da cultura infantil que são encontrados em

    brincadeiras e jogos, favorecendo desde cedo variadas vivências motoras, sem exigir a

    precocidade na habilidade proposta. 2

    Muitas vezes devido ao escasso tempo dos treinadores, as fases de aprendizagem

    são ignoradas em detrimento da necessidade de um rápido desempenho competitivo, se

    esquecendo do processo e partindo diretamente ao produto final. 9 O processo do

    movimento lida com a técnica de execução ao realizar um movimento específico e o

    produto diz respeito ao resultado da ação. 33 O desenvolvimento da ginasta passará por

    uma alternância de estágios maduros, para estágios imaturos e novamente para estágios

  • 47

    maduros. 33 O fato da ginasta atingir ou não o estágio amadurecido dependerá do ensino e

    das oportunidades com a prática, devendo o treinador ou professor direcionar as

    atividades para o aperfeiçoamento do desenvolvimento motor e apresentar diversas

    possibilidades de execução do movimento para assim adquirir uma boa consistência

    motora. 20, 21

    Algumas dicas motoras favorecem ao aprendizado das ginastas, facilitando e

    motivando as pequenas e oportunizando um aprendizado eficiente e divertido. 10 A prática

    em partes, conhecida como método parcial pode ser eficiente quando se trata de aprender

    movimentos que são combinados para formar uma