Pragas e doenças

Embed Size (px)

Citation preview

Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da MataSOMOS UM GRUPO BEM GRANDE DE COMPANHEIROS E CADA UM D A MO AO OUTRO.

O CTA - Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata uma organizao no governamental com sede em Viosa, criada em 1987 por lideranas sindicais, tcnicos, professores e pesquisadores comprometidos com a construo de um modelo de desenvolvimento rural sustentvel adequado para a Zona da Mata de Minas Gerais. O desenvolvimento sustentvel que estamos construindo tem como base a estabilidade ecolgica com manuteno da capacidade de produo para as futuras geraes, com igualdade na distribuio dos benefcios gerados por essa produo, com a participao e o fortalecimento das organizaes dos agricultores e com a participao e com equidade nas relaes de gnero.

PROGRAMA DE FORMAO DE AGRICULTORES/AS

Este um programa que abrange 10 municpios da zona da mata. O objetivo criar as condies necessrias (tcnicas e materiais) para que agricultores/as que j esto envolvidos/as com a produo em sistemas agroecolgicos possam trocar suas experincias entre si e com tcnicos/as sobre a produo, o beneficiamento e at a comercializao de caf em sistemas orgnicos. Nossos parceiros so: Associao Regional dos Trabalhadores Rurais-ZM, Associaes de Agricultores Familiares-ZM, Sindicatos dos Trabalhadores RuraisZM, Epamig-Centro Tecnolgico ZM e Universidade Federal de Viosa.

OUTROS PROGRAMAS DA ENTIDADE Conservao da Mata Atlntica na Serra do Brigadeiro Desenvolvimento Local Associativismo e Comercializao Desenvolvimento Institucional Promoo Pblica da Agroecologia

1

Controle ou convivncia? Entendendo a ecologia de insetos e microrganismos

Pragas e doenas do caf

Viosa, 2004

2

Dezembro de 2004, Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata Stio Alfa, Violeira, Zona Rural CX. Postal 128 CEP 36570 000 Viosa MG TEL.: (31) 3892-2000 www.ctazm.org.br [email protected] Este texto foi produzido a partir do encontro Ecologia de insetos e microrganismos realizado em Guidoval MG em outubro de 2004 a partir das vivncias e das contribuies dos/as agricultores/as e tcnicos/as envolvidos/as no Programa de Formao de Agricultores/as. Este registro tem como objetivo ser a memria do encontro no tendo, portanto, a inteno de Agricultores/as: Srgio Corra, Edinilson Valente Lima, Gerlcia Cndida, Fbio Vitor da Silva, Ana Terra Bianquini, Geraldo Aparecido da Silva, Joo Batista, Carina Eliziana da Silva, Cludio Evsio Batista, Carina Vieira Batista, Jos Carlos Gomes, Nilza Maria Oliveira, Joo dos Santos, Vnia Moreira, Omar Campos, Jos Cludio dos Santos, Gersino de Freitas, Margarida Pinheiro e Paulo Srgio Gomes. Convidados/as: Alunos da EFA Paulo Freire: Idalina e Gilberto Tcnicos/as: Breno Mello, Romualdo Macedo, Patrick Miranda, Fernanda Monteiro e Simone Ribeiro. Estagirios/as: Educao Ambiental com as crianas: Jenifer Registro: Ana Beatriz, Dayana, Luiza e Etelvino Diagramao: Fernanda Monteiro e Simone Ribeiro. Reviso: Mrcia Yoshie Kasai Texto Final: Breno de Mello Silva, Fernanda Monteiro, Srgio Corra e Simone Ribeiro.

3

Terra Viva Monitores/as do PFA Eu ouo um clamor Quem chama ser No vejo ningum Que eu posso tocar a terra; que te chama Vem me ajuda Estou morrendo por venenos Sem poder falar Terra viva tem micro vidas A minha onde est Sou explorada, sou maltratada Por quem no sabe amar Refro: Quem ama cuida, vive em harmonia No destri a vida, faz ecologia Quem ama cuida, faz da terra vida Se semeia um sonho, colhe alegria Se unirmos, somando fora Vamos resgatar, o equilbrio da natureza Em fim vai chegar

Ecologia de microrganismos Corta Muda A doena do Corta Muda conhecida tambm pelo nome de tombadeira ou tomba muda. Quem causa a doena do corta muda um fungo, o fungo do corta muda. A doena acontece na casca porque a seiva circula na casca, bem no local que o fungo ataca para se alimentar, e sem a casca a seiva no circula mais, o que provoca a morte da planta. Mas quando fica um pedao de casca na planta, ela pode sobreviver. Aparece no caf at um ano aps o plantio ou quando o tronco apresentar a grossura de um lpis. Ento necessrio um tratamento na semente para que ao entrar na terra ela j esteja protegida. Geralmente, depois de um ano da doena ocorre o tombamento da planta. Este fungo um fungo que pode sobreviver no solo, nos restos vegetais, at um ano sem infectar a planta. Quando ocorre alta umidade e vento ele consegue infectar a planta, mas de

4

difcil identificao quando est pequeno. Tem planta que atacada pelo fungo quando ainda uma muda, mas cicatriza antes de ir para o campo. Quando chega l est fraca e depois de uns dias comea a formar calos para cicatrizar (esses locais ficam sensveis (mais fracos). A poca mais comum de aparecer esta doena fevereiro e maro devido a umidade e temperatura altas, mas a infeco ocorre antes da doena aparecer. O fungo entra na planta pela raiz e atinge a altura do caule bem perto da superfcie do solo. Depois de fixado j comea a cortar a casca da planta. O fungo tambm pode soltar bastonetes acinzentados parecidos com algodo (esporos ou filhotes) para infectar outra planta vizinha. Quando se irriga um p de caf, por exemplo, a gua bate nos esporos que podem atingir outros ps. O fungo tambm pode ser levado pelo vento.

5

Plantas com sintomas de Tombamento. As mudas de caf podem ser infectadas pelo fungo se ele estiver presente na terra usada para fazer as mudas. Um dos motivos de ter a doena do corta muda nas mudas ou nas plantas jovens que quanto mais velha a planta, mais forte o caule o que dificulta a entrada do fungo. A planta adulta s atacada no campo se estiver fraca e apresentar alguma leso (ferida) para o fungo entrar. J quando ela uma muda com caule bem macio mais fcil dele entrar nela. Na lavoura de caf o fundo ataca alguns ps de caf de at um ano, mas o mais comum atacar as mudas. Depois de um ano, em geral a planta no atacada mais pelo fungo do Corta Muda, mas a planta que apresentar a doena depois de um ano porque foi infectada pelo fungo na sementeira. A doena tambm pode ser encontrada nas sementeiras de beterraba, cebola e repolho. Os sintomas da muda infectada so: o amarelamento da planta e a falta de casca no caule bem perto da superfcie do solo. TRATAMENTO: Uma das maneiras de controlar fungo do Corta Muda aplicao de caldas a base de cobre, como a Calda Bordalesa. H tambm o tratamento com prpolis. PREVENO: - No encharcar o viveiro e no afogar a muda na terra. - Separar as mudas que esto com a doena. - Escolher uma terra boa para as mudas. Usar horizonte B, que tem menos risco de fungo. Forrar o cho com lona preta e vedar com plstico transparente por 5 dias, o que incinera os fungos devido o alto calor para depois usar a terra. - Diminuir as regas (a irrigao das mudas), pois o fungo precisa de umidade para penetrar na planta. Ele aparece mais na poca das chuvas e de alta temperatura, ento se deve comear a prevenir a doena antes do vero, assim quando o fungo chegar ele no vai conseguir penetrar na planta. - Pode-se usar a pulverizao de Super-Magro para fortalecer as mudas e a lavoura. - Manter as sementeiras limpas e usar terra sadia para preparar mudas.

6

-

No jogar muitos restos culturais em volta da planta, deixar a muda respirar e no enterrar muito a muda quando plantar tambm ajuda a evitar a doena. Fazer insolao com a terra a ser utilizada para fazer mudas, usando um plstico transparente para cobrir a terra e deixando no sol por 5 dias. Fazer sementeira em saquinhos, pois se der a doena voc ir eliminar os saquinhos contaminados.

Ferrugem A Ferrugem um fungo que infecta a folha com seus esporos adoecendo a planta. Ela parece um p que se solta com facilidade. A ferrugem uma doena importada e a principal doena que d no cafeeiro. A planta bem equilibrada no deixa a ferrugem atacar. Pode at aparecer, mas no compromete a planta. A ferrugem ataca as folhas, mas em alta infestao, pode atingir o caule de algumas plantas (caules mais macios). Ela provoca a queda das folhas, afetando a produo. No cafeeiro, pode provocar uma perda de at 30% de produtividade. Algumas plantas atacadas pela ferrugem alm do caf so: jambo, goiaba, limo (principalmente o rosa), manga, pssego, abacate, alface, caju (at no fruto), jabuticaba (at no fruto), hortel, joo-leite, trevo, cebola, bananeira. A bananeira para ser plantada no meio da lavoura, tem que ser resistente a ferrugem. Variedades como: nanica (sucarema), prata nanica, da terra, trs-quinas (po) e marob so mais resistentes. A ferrugem se multiplica e infecta as folhas vizinhas atravs do vento, da gua e de insetos na poca de muito sol e umidade. O ser humano pode levar na roupa. A parte de baixo da planta mais sensvel a ferrugem. A doena se d de baixo para cima na planta. O fungo da Ferrugem pode sobreviver no caf ou em outras plantas como pico e quando o perodo chuvoso inicia o fungo comea a atacar as plantas. A terra pelada tambm ajuda no ataque do fungo. No caf os sintomas aparecem mais na poca seca, quando a planta est mais desnutrida. A poca varia de regio para regio.

Folha com Ferrugem.

7

As principais causas da ferrugem so: deficincia de nutrientes, seca, lavouras muito adensadas, mau uso do solo, cho muito capinado (pois tira os nutrientes do solo), excesso de queimadas, muita sombra, muito sol e chuva e variedade do caf. TRATAMENTO: biogeo, Super-Magro e caldas ou produtos a base de hidrxido de cobre. O Garante ainda permitido para lavouras orgnicas com a autorizao da certificadora e de uma receita de um/a agrnomo/a. Ele mais concentrado que o Super-Magro para o combate ao fungo. Uma diluio a 10% de Super-Magro utilizada para banhos normais, para infestao da ferrugem pode chegar a 15% na bomba. PREVENO: Solo bem nutrido com planta bem nutrida evita a Ferrugem. - A variedade do caf tambm ajuda a evitar a doena. As variedades que so mais resistentes so: euro, oeiras, obat, catuca, icat, catimo e catip. E variedades sensveis: bourbom amarelo, catua e mundo novo. - Utilizar biogeo, Super-Magro e caldas ou produtos a base de cobre. - Cuidar do solo para a planta ficar sadia. A deficincia nutricional enfraquece a planta. Se ela estiver sadia fica mais resistente. A coisa mais interessante para impedir todo o processo manter a planta bem nutrida. A ferrugem sempre vai estar presente, mas quando a planta est sadia ela no ser prejudicial. - Outras prticas tambm so importantes, como: manter um bom espaamento, fazer barreiras para o vento.

8

Uma dica para reconhecer a doena raspar a folha com a unha: se descascar a folha, bicho-mineiro e se sujar a unha de amarelo ferrugem. Excesso de produo causa a perda de muitas folhas e a planta fica fraca. A produo deve ser equilibrada. Plantas sem gua no sugam nutrientes e ficam fracas, assim a ferrugem se instala mais facilmente. difcil acabar totalmente com a Ferrugem. prefervel aprender a conviver com a doena de forma a no prejudicar a lavoura. Plantas bem nutridas com pulverizaes ecolgicas no tm ferrugem. Quando tem, muito pouco e no d prejuzo. Phoma A doena da Phoma ataca especificamente o caf e causada por um fungo. O primeiro sintoma a curvatura da folha que fica parecendo com uma foice. O p de caf que for atacado pelo fungo da Phoma e tiver folhas resistentes no morre, mas o p de caf que tem folhas jovens, verdes claras e pequenas, pode morrer. O momento em que esta doena traz mais prejuzo ao/a agricultor/a na poca em que a flor est dando chumbinho, pois a doena avana aos poucos e os galhos vo secando. Na poca de formao dos frutos o chumbinho precisa de nutrientes. Mas a planta que est com Phoma no consegue passar os nutrientes para o chumbinho e ele morre podendo at fazer o p de caf morrer tambm. A doena vai descendo do alto da planta e se alastrando por toda a planta. Uma das causas da planta ser infectada pela Phoma pela falta de alimento. Esta doena mais comum em regies altas e frias (com mais de 600m de altitude), pois essas regies possuem muito vento e umidade e o vento causa feridas na planta facilitando a entrada do fungo. Por isso que dizem que o caf detesta vento. Quando o tempo est com cerrao, temperatura e umidade baixa e de repente ele muda com o aumenta da temperatura e da umidade, facilita o ataque do fungo. A Phoma pode ser transportada pelo vento, pela gua e por insetos. Falta de nutrientes para o solo, muito vento, grande produo, muita florada e a planta fraca causam a Phoma. Os sintomas da Phoma aparecem em dois perodos: agosto a outubro (poca da florada e do chumbinho) e de maro a abril (poca em que o caf est querendo madurar). O perodo do incio das chuvas pior porque a planta est saindo da estiagem e fica mais vulnervel doena. Folhas com Phoma.

9

Folhas com sintomas de Phoma. Primeiros sintomas: as folhas ficam engrunhadas, depois secam e caem. Em outro estgio os galhos da planta comeam a secar. O caf fica chocho e no vinga. A doena desce e pode atingir as razes. A planta fica embolada, sendo difcil saber qual o ramo mestre. Se for na florao, a flor fica choca, nem chega a abrir. Os gros secam antes de granar. PREVENO: Como o controle difcil melhor evitar a doena. Uma lavoura largada mais suscetvel porque o solo est desnutrido e a planta fraca, ai pega a doena. Como nos seres humanos, quando estamos pouco nutridos pegamos doenas com facilidade. Em baixada mais difcil de dar essa doena por falta do vento e da maior nutrio das plantas. - A aplicao de Super-Magro e urina de vaca deve ser feita aps a colheita do caf. Com a pulverizao as folhas ficam maiores, mais fortes e nutridas, o que ajuda na preveno do Phoma. No pode banhar o caf com Super-Magro na florada, porque o brax causa aborto das flores. aconselhvel esperar o ponto de caf chumbinho. - Roar o caf no momento que florir pra nutri-lo. - Para evitar a Phoma pode ser feito quebra vento nas lavouras, por exemplo, com bananeira, capim, cana etc. - Abrir a rua para entrar luz, no deixar o fungo criar um lar. - Pode-se fazer uma barreira de vento em forma de escada, com plantas baixas na frente e ir colocando rvores de porte mais alto atrs. - Cuidar bem do solo para que ele possa alimentar a planta e ela fique mais resistente doena. - Evitar produo desequilibrada, com uma superproduo num ano e baixa produo no ano seguinte. Na superproduo exige muito da lavoura e as plantas ficam suscetveis. Os cafs mortos na lavoura nem sempre so por causa da superproduo, pode ser a Phoma.

10

TRATAMENTO: Se as razes no estiverem atacadas o controle pode ser feito, atravs da poda depois o caf rebrota. Com o corte ou a poda elimina-se a doena porque o fungo no desce nos ramos, mas como a doena tem dois perodos, a doena pode reaparecer no perodo seguinte ao da poda. Pulverizaes com carvo vegetal (homeopatia) tambm ajudam. Esta doena muito comum em cafs com 3 a 4 anos e com adubao exagerada em nitrognio, como com a cama de galinha. Quando a planta cresce muito rpido pelo excesso de nitrognio as razes no crescem tanto. Dessa forma no tm capacidade para nutrir toda a planta. Como a doena danifica as folhas, ao nascerem os frutos a planta no consegue alimentlos para encher os gros. Precisa de muitas folhas para vingar os frutos, pois os alimentos, que vem das razes, esto armazenados nas folhas. As folhas so o estmago das plantas. Depois de uma chuva muito forte de pedra ou geada a planta fica sensvel, com ferimentos e isso favorece a entrada da doena. Aparece o p de galinha e depois a doena. Cercospora ou Olho de Pomba uma doena causada por um fungo que ataca as folhas e frutos do caf e, em geral, causa muitos prejuzos nos viveiros de mudas de caf. Nas folhas, provoca uma mancha redonda com meio claro. Nos frutos provoca uma mancha preta e danifica a semente. mais freqente nos perodos de pouca chuva. Parece com a ferrugem, mas preta. Comea redondinho na folha e depois abre. Por isso o nome, porque parece um olho de pomba. Cercospora um nome especfico para o Olho de Pomba que tambm um fungo (fica parada na folha, no anda como os insetos). Esse fungo pode viver em outras plantas, mas ataca principalmente o cafezal, causando desfolha e prejudicando a produo dos frutos. Quando a planta morre, ele fica parado, esperando. O fungo sobrevive nos restos do caf. Na poca de chuva ele volta a se desenvolver. A planta fica mais sensvel doena quando ela est fraca. A partir de maio no tem muita chuva, o nutriente no entra na planta com facilidade porque no tem gua. A planta fica menos nutrida e conseqentemente fraca. Alm disso, nessa poca os gros de caf esto enchendo e isso suga muito da planta e favorece para a planta ficar mais sensvel, a a doena se expressa. No vero, com gua e temperatura alta, o fungo entra nos buracos que as folhas tm para respirar passando a viver na planta. A doena entra na planta nas guas da chuva e vai se desenvolvendo sem ser percebida e se manifesta na poca da seca. O fungo no manifesta rpido porque a planta ainda est nutrida e ele ainda novo, ainda no se reproduziu. O fungo vai crescendo, crescendo e vai se alimentando das folhas. na poca seca que a gente consegue ver o fungo. Ele cresce reproduz seus filhos que so como um pozinho que voa pelo vento e ataca outras plantas. No fica somente no caf. Vai pelo vento, chuva, inseto, na roupa e sapato das pessoas, com os pssaros. Se encontrar um caf ele fica l esperando as guas para entrar pelo buraco das plantas. Tambm pode ficar em outras plantas e depois ir para o caf.

11

Folhas com sintomas de Cercospora (Olho de Pomba). PREVENO: - Fazer a correo do solo e o manejo com matria orgnica. Deixar a planta bem nutrida para ficar mais resistente s doenas. Lembrar que muito nitrognio no solo causa desequilbrio para o solo e a planta fazendo com que ela adoea. - Diversificao na lavoura para ter inimigos naturais e outras plantas que ele ataque. - Pulverizar caldas fertilizantes nas folhas para fortalecer a planta. O fungo no ataca plantas sadias. Na falta de nitrognio a Cercospora ataca muito. - Deixar as plantas mais espaadas (para aumentar a aerao e evitar a umidade). - Usar Biogeo ou Super-Magro previne para no haver espao para esses microorganismos. - bom fazer barreira contra o vento. As mudas devem ser bem vistoriadas antes de irem para a lavoura, pois o fungo tambm pode ficar no fruto e semente.

12

- Antes dele chegar, jogar alguma coisa que ele no goste. Uma calda a base de cobre que no deixa ele germinar. TRATAMENTO: Como cuidar de uma planta j atacada? Qual o melhor momento de controlar esse fungo? melhor controlar o fungo quando ele mais novo, usando calda a base de cobre. Tambm pode-se usar homeopatia, pois assim mesmo ele sendo adulto, no produz tantos filhotes para contaminar outras plantas. Plenria Os grupos apresentaram as discusses e tiraram concluses sobre coisas comuns e diferenas entre as doenas e manejo para a convivncia com as mesmas. Nos quatros grupos que trabalharam as quatro doenas, os tpicos que mais apareceram foram: - esses seres vivos que causam essas doenas so fungos; - poca das guas - umidade e calor ajudam os fungos a penetrarem nas plantas; - em geral, os sintomas dos fungos aparecem na estiagem. - os nutrientes devem estar em equilbrio para a planta ficar sadia e mais resistente s doenas; - barreira de vento ajuda a prevenir doenas; - diversificao na lavoura para ter inimigos naturais e outras plantas que ele ataque; - deixar as plantas mais espaadas (para aumentar a aerao e evitar a umidade); - homeopatia e calda a base de cobre ajudam a prevenir e controlar as doenas. Diante das discusses apresentadas em relao s doenas trabalhadas, existe fungo bom ou ruim? Ser que o fungo que ataca uma planta est mal intencionado? E a planta, ela est forte pelo falto de ter sido infectada pelo fungo? Foi concludo que o fungo faz sua parte, o que qualquer um que est com fome faz. Mas ele s ataca plantas fracas. E isso um processo da natureza que acontece com as plantas tambm. Quem est fraco vai sendo eliminado da natureza. Por isso as plantas devem ser cuidadas para estarem sadias, ento devem ser bem alimentadas em quantidade certa e alimento de boa qualidade para elas (matria orgnica). O desequilbrio entre a planta e o solo provoca o aparecimento das doenas. preciso equilibrar o caf tanto em questo da planta quanto em questo do solo. Ecologia das pragas Cigarra A cigarra um inseto que fica no tronco do p de caf. A cigarra do caf pode ser das grandes e tambm pequena. Daquelas que cantam. A cigarra fmea coloca o ovo sobre o tronco da planta e do ovo sai uma larva no formato de um besouro branco (ninfa) que desce pelo fio de seda, criado pela prpria cigarra, e entra na terra indo at as razes. Ela se alimenta da seiva da raiz. As cigarras saem do solo deixando

13

buracos perto do p de caf so mais encontradas no vero. A ninfa pode aprofundar de 30 a 40 metros no solo. comum encontrar a cigarra tambm no Assa-peixe e no Ing. A ninfa pode ficar na terra de um a dois anos, afunda na terra cerca de 40 centmetros (onde ficam as razes) e s encontrada na planta quando sai da terra para virar cigarra 48 horas depois. E encontrando cigarras de tamanhos diferentes, pequenas e grandes mais comuns no vero.

Foto de uma ninfa de cigarra.

14

Cigarra que ataca o caf. Num ataque severo da cigarra pode-se encontrar cerca de trinta a quarenta ninfas atacando um mesmo p, o que leva a morte da planta. Mas o que causa o ataque severo da cigarra quando o caf est com deficincia de nutrientes, plantado em monocultura e onde a terra se encontra pelada (sem cobertura vegetal). Depois do ataque da cigarra o caf fica amarelo com as folhas midas e as folhas comeam a cair. O solo fica esburacado. Mas na regio da Zona da Mata o ataque raro. No sul de Minas houve um caso de ataque severo de cigarras com 16 cigarras por p. A causa do ataque so as monoculturas de caf e eliminao dos inimigos naturais. Muita produo de morango e batata na regio, com intenso uso de agrotxico e pouca mata por perto, ajudou a piorar o desequilibro da regio. PREVENO: A cigarra tem inimigos naturais que so o passarinho, o sapo e o tatu, mas o tatu tomba o caf para comer a cigarra. Eles ajudam muito no controle. Outra forma de prevenir a cigarra manter a diversidade na lavoura e o equilbrio nutricional da planta para ela ficar mais resistente. Observao: Tem outros insetos que cortam caules de mudas, mas no so as cigarras. Pode ser vespa. Como o adulto vive pouco tempo difcil controlar. Principalmente porque no possvel ver as ninfas que esto dentro do solo. Em locais de grande desequilbrio o ataque maior, pois no haver inimigo natural. importante observar a poca que a cigarra est botando. Para saber se h ou no ataque das cigarras preciso observar sobre todas as doenas e pragas. Se no tiver nenhuma visvel, pode ser alguma coisa no solo. Deve-se cavar para saber se tm ninfas. Nematide O nematide um microrganismo que fica no solo juntamente com a gua do solo e locomovese pela gua do solo. A fmea do nematide coloca um ovo que vira uma larva hermafrodita. A larva hermafrodita pode virar um macho jovem que vira macho adulto ou uma fmea jovem que vira fmea adulta.

15

A ovo B - larva dentro do ovo C larva ainda sem sexo definido D macho jovem E macho adulto

F e G Fmea jovem H fmea adulta I parte da frente do corpo mostrando o estilete que ele usa para sugar a seiva da planta

Razes atacadas pelo Nematide.

16

O nematide causa um ndulo na raiz porque ele suga a seiva. Esse ndulo se forma porque o nematide fica alojado nos vasos da raiz se alimentando dela e entupindo estes vasos. Assim a produo do caf cai porque as razes esto bloqueadas impedindo que a planta se alimente. A planta no fica muito amarelada, mas a raiz no absorve nutrientes do solo. Os sintomas so: folha grossa, enrugada e meio amarelada. A infestao pode acontecer nas mudas de caf, que provoca a queima de toda a muda. A poca emque mais se percebe a presena do nematide na planta na seca, pois as plantas e os nematides querem gua. Os nematides atacam as plantas quando a terra est fraca, desequilibrada ou terra onde houve queimada. A infestao maior em lavoura capinada. Em lavouras com muita matria orgnica ele no aparece em abundncia. comum no caf, tomate, feijo, alface, cenoura, entre outras hortalias. Mas tem espcie de nematide que no ataca plantas. A gua da chuva, as ferramentas e os implementos agrcolas transportam os nematides de uma lavoura a outra. PREVENO: - O controle pode ser feito atravs dos bichos que esto na matria orgnica que combatem e controlam o nematide os inimigos naturais do nematide. - Quando for fazer mudas bom fazer a insolao da terra usando lonas para no correr o risco de usar terra contaminada. Em geral, aparecem mais nos viveiros e se tiver na lavoura porque foi contaminada no viveiro. TRATAMENTO: Caldas feitas base de cravo de defunto, fumo ou alho ajudam no controle. H tambm a possibilidade de fazer um experimento com homeopatia na raiz atacada pelo nematide. A crotalria e a mucuna preta tambm pode ajudar no controle. Se o nematide for exposto ao sol ele morre. Observao: Muitas pessoas confundem o nematide com ndulos de rizobium (bactria que fixa nitrognio nas leguminosas). Para diferenciar basta tentar tirar o ndulo, se ele se soltar rizobium (que fornece nitrognio para as plantas) e se no se soltar da raiz nematide. Ele no se solta da raiz porque est dentro dela.. caro O caro um bicho que tem quatro patas de cada lado, parece inseto, mas no . um Aracndeo pois tem quatros pares de patas e os insetos tm trs pares de patas. da mesma famlia que o carrapato. um bichinho que anda que nem piolho de galinha. No fungo nem microorganismo, pois ns vemos. um bichinho maior que vive na face superior das folhas do cafeeiro. Ele pequeno, mas no entra pelo buraco das folhas, fica do lado de fora delas. O caro ocorre nos perodos da estiagem, comeando em maro ou abril. H dois tipos de caro, o vermelho (que ataca folhas mais velhas) e o branco (que ataca folhas jovens). As folhas atacadas ficam manchadas, um pouco torcidas e chegam a cair da planta. No caso do caro vermelho as folhas ficam douradas. Ele suga a seiva das plantas e prejudica a planta. A preferncia dele atacar as plantas mais fracas por estarem mais fragilizadas pela seca. O caro coloca o ovo que se transforma em larva, depois em ninfa, at chegar fase adulta.

17

OVO

LARVA

PLANTA

ADULTO

NINFA

O adulto, a larva e a ninfa se alimentam da planta.

Fotos do caro vermelho na planta. Na poca das guas o caro fica fora das plantas, porque levado pela chuva que faz um controle natural. Existem outras formas de controle do caro. Uma delas um inimigo natural que fica dentro de uma ocazinha perto da nervura da folha (um buraquinho na nervura). PREVENO: - Fazer barreira para ventos, pois os ventos carregam os caros para outras plantas. Ele pode ser transportado pelo vento, insetos ou animais. - Aumentar o espaamento entre os ps-de-caf, porque quando as plantas esto muito juntas mais fcil para o caro se locomover de uma para outra. - Alimentar a planta para o equilbrio. - Os inimigos naturais so fundamentais e podem viver na mesma lavoura, no mato, na plantinha ao lado, por isso, deixar o mato l para os caros atacarem as outras plantas tambm muito importante. Florestas perto da lavoura bom. TRATAMENTO: Caldas de cravo de defunto, alho, pimenta e fumo tambm so boas formas de controle na dose certa. Uma dose muito forte da calda e o excesso so prejudiciais planta. Soro do leite puro, jogar nos ps que esto atacados, tambm ajuda. Lembre-se que os melhores horrios para se jogar calda so de manhzinha ou de tardezinha. Homeopatia tambm uma boa alternativa de controle.

18

O veneno alm de matar o caro, mata seu inimigo natural. E depois volta a atacar as plantas, no sendo uma boa forma de controle. Tem lavouras que tem o ano todo. Os inimigos naturais ficam em outras plantas como mangueira, abacate, mulungu, ing. Por isso ter essas rvores junto ao caf importante, porque casa do inimigo natural. Ele pode ocorrer em planta que parece estar saudvel, pois nem sempre enxergamos o desequilbrio (falso saudvel). Ataca as plantas desequilibradas (com falta ou excesso de nutrientes). O excesso de nitrognio atrai pragas. O caro passou a ser considerado praga aps o incio do uso dos agrotxicos (os inimigos naturais foram expulsos e a falta de fungos abre espao para o caro). Ele ataca tambm couve, abacate, jil, laranja e outros. Pulgo O pulgo um inseto (tem seis patas) que infecta mais os brotos e as folhas novas das plantas que so mais finas e, portanto, mais fceis de furar. Tem pulgo escuro, verde e branco. O pulgo ataca mais as plantas na poca do calor mais na poca das guas, pois tem mais brotaes jovens nas plantas. Aparecem muito nas hortas, nas laranjeiras, goiabeiras e no caf. Ele suga a planta que fica com as folhas enroladas e ralas. O pulgo no precisa de ovo para dar filhotes, cruzando ou no ele d filhos, se reproduzindo rpido. No seu ciclo adulto origina a ninfa que se transforma em adulto e da por diante. NINFA ADULTO

PLANTA A ninfa e o adulto se alimentam da planta.

Fotos de pulges atacando plantas.

19

Eles preferem plantas com muito nitrognio, mas no s isso que provoca o ataque e sim o desequilbrio da planta. O excesso e a falta de comida favorecem o pulgo. Tanto os pulges jovens, quanto os adultos sugam a seiva da planta. Como ele vai tirando os nutrientes da planta, vai tirando os produtos de dentro da folha e assim engruvinha a folha. Ataca planta fraca e a falsa forte. PREVENO: Barreira de vento, porque o pulgo por ser leve voa com o vento; Maior espaamento entre os ps de caf, pois plantas adensadas facilitam o pulgo de se locomover; Manter pico perto dos caf, pois os pulges atacam estas plantas ao invs de ir s para o p de caf; Aumentar a diversidade de plantas na lavoura que mantm inimigos naturais por perto; Nutrir a planta de forma equilibrada. Nitrognio sobrando na seiva, chama ateno dos pulges. TRATAMENTO: Fazer caldas, como a de fumo e de cinza ajuda no controle do pulgo. A homeopatia tambm uma boa alternativa de controle. Algumas opes de caldas so colocadas aqui: Ingredientes: 50 gramas de fumo; 100g de sabo e 10 litros de gua. Modo de fazer: ralar o sabo e colocar para derreter junto com o fumo e dois litros de gua. Depois que derreteu diluir com os oito litros de gua restante. Tintura de fumo: 200 gramas de fumo, pe no lcool (um litro) com folhas de pssego. Espera de 12 a 15 dias para estar pronta. Diluio: um copo (200ml) em dois litros de gua. Colocar 1 litro da tintura em 20 litros de gua e pulverizar nas plantas atacadas. Biogeo: Pulverizar com dois litros de biogeo diludos em cinco litros de gua. gua com sabo tambm ajuda a controlar. Na couve, pode-se jogar cinza noite e retirar de manh (para no queimar a folha) ou lavar as folhas com gua. Lembre-se de que caldas como a bordalesa, que tenha cobre ou com substncias que podem queimar as folhas das plantas (como cinza, querosene), devem ser pulverizadas nas horas mais frescas do dia especialmente se estiverem muito concentradas. Quando se joga esterco fresco no p da planta, logo aparece pulgo. Isso acontece porque a fermentao do esterco esquenta deixando a planta mais frgil. Cochonilha e Fumagina A Cochonilha um inseto que ataca muito lavouras de: laranja, limo, manga, maracuj. Ela provoca uma mancha branca nas folhas. Atrapalha o desenvolvimento da planta, no permite o fruto granar (deixa o fruto feio), d uma bebida de m qualidade e mata o p de caf. Normalmente, no causa muito efeito na produo, pois no ataca toda a lavoura. Aparece sempre na lavoura de caf, com menos freqncia na poca de chuva. A forma de infectar parecida com a do pulgo, ela suga a seiva da planta causando prejuzo ao p de caf. Essa seiva doce e aucarada.

Calda de Fumo:

20

A Cochonilha elimina esta seiva (substncia aucarada) atravs da urina, o que propicia o fungo FUMAGINA atacar as folhas da planta, provocando uma mancha preta nas folhas. Esta substncia aucarada tambm atrai a formiga preta (maria mijona) para a planta, prejudicando a folha e no servindo como inimigo natural da Cochonilha. A Fumagina conseqncia de uma planta atacada por Pulgo ou Cochonilha. Se na folha restar somente o fungo Fumagina, ele pode ser retirado atravs de uma lavagem na folha. um p preto, que carregado pelas formigas que andam pelas folhas, atrapalhando a respirao da folha. O adulto da Colchonilha coloca o ovo que d origem ninfa, que cresce e se transforma em adulto novamente, que tem a capacidade de botar ovos e criar seus filhotes. Cochonilha no hermafrodita. A poca de ocorrncia da Colchonilha na seca. FOTOS OVO NINFA

PLANTA

ADULTO

Tipos de Cochonilhas na planta.

21

A Cochonilha na fase ninfa e adulto ataca folhas novas, velhas, ramos, frutos, raiz, ataca a planta como um todo. Se o ramo novo for atacado a folha pode morrer. A cochonilha pode matar a planta se ela for toda atacada, porque dificulta a sua respirao. Mas ela no ataca todas as plantas da lavoura, s a planta desequilibrada que fica doente e o inseto ataca. A planta bem nutrida com equilbrio dos seus nutrientes, pode at ser atacada por um inseto, mas a planta resiste e ele no consegue se manifestar. PREVENO: manter diversidade na lavoura para ter casa para os inimigos naturais da Colchonilha presentes (marimbondo, vespa, aranha, pssaros e joaninha); nutrir bem o solo para que a planta esteja sadia; ter uma muda de boa qualidade; jogar urina de vaca (dar nitrognio, no pode ser em excesso porque tambm causa problemas); utilizar biofertilizantes para que a planta fique vigorosa; calcrio no solo (fornecer clcio e controlar a acidez); ter barreira de vento na lavoura, pois o vento ajuda na sua propagao. A Cochonilha no suporta excesso de gua. O controle deve ser feito no estgio em que a folha esteja infectada apenas pela Cochonilha, sem que o fungo Fumagina tenha aparecido. Passou deste estgio o tratamento no deve ser feito pelo Super-Magro e sim pelas caldas. TRATAMENTO da Cochonilha: - Inimigos naturais. A joaninha consome a Cochonilha na fase de larva e adulto e a Cochonilha protege a larva da joaninha em sua folha atravs de uma pelugem branca em cima da larva. A aranha outro inimigo natural. - Aplicao de Super-Magro para o controle. - Calda natural: querosene, sabo, fumo. - gua com sabo que resta da roupa lavada, serve para jogar nas plantas. - Calda de coada de cinza, usando cinza de Assa-peixe, de palha de caf, feijo, cambar. Observao: Pode-se fazer uma calda para controlar pulgo e Cochonilha. Para prevenir a Fumagina, deve-se controlar a Cochonilha (um conseqncia do outro). No adianta remediar depois que apareceu a Fumagina. Tambm temos a Cochonilha de raiz que d em solo fraco. preciso nutrir o solo para controlar. A Cochonilha s ataca em grande quantidade se houver desequilbrio total. A agricultura convencional indica venenos para controlar a Cochonilha, mas eles matam tudo, inclusive os inimigos naturais e outros bichos. mais comum o ataque de plantas novas de 1 a 1 ano e meio de idade. A planta atacada pela Cochonilha em geral menor que as demais.

22

Bicho Mineiro O Bicho mineiro infecta apenas os ps-de-caf e s aparece quando ataca a planta. Ele um inseto de tamanho pequeno que fica dentro da folha, entre as camadas, e sua cor branca. A larva faz galerias por dentro da folha, minadora. O ciclo de vida do Bicho Mineiro dura de 20 a 90 dias e parecido com o ciclo da borboleta. A mariposa coloca ovos que do origem larva que se fecha em casulo para se transformar em mariposa de novo. A mariposa vem quando est na fase adulta, fura a camada de cima da folha e coloca seus ovos. Ela faz vrios buracos e coloca um ovo em cada um. A larva que nasce se alimenta da folha causando muito prejuzo para a planta. As lavouras mais novas, muito viosas, com folhas macias, so as mais atacadas. A pupa fica na parte inferior da folha. OVO LARVA

PLANTA

ADULTO PUPA A larva do Bicho Mineiro se alimenta das folhas da planta.

Larva minadora do Bicho Mineiro. O perodo em que o Bicho Mineiro mais prejudica a lavoura no perodo da estiagem, poca da florada. Mas eles infectam as plantas em duas pocas, uma que ocorre nos meses de abril e maio e a outra que ocorre nos meses de agosto, setembro e outubro. Antes da florada, quando o Bicho Mineiro ataca o cafeeiro, a colheita fica prejudicada em at cinqenta por cento (50%). As folhas da planta caem muito. S as larvas atacam as folhas. TRATAMENTO: - Aplicao de Super-Magro de 30 em 30 dias. Prevenir para a planta ficar forte; - Tratar com caldas. Em planta resistente o bicho mineiro faz buraco na folha, mas no consegue trazer muitos prejuzos.

23

- Fazer uma barreira de vento porque o vento leva os bichos de uma planta para outra. - As variedades de caf influenciam no controle do Bicho Mineiro. Algumas variedades de caf so mais resistentes (Catuca, Catip, Catim), outras so mais sensveis (Catua e Mundo Novo). - Ter diversidade na lavoura para ter casa para inimigos naturais, como o marimbondo caador. O marimbondo inimigo natural do bicho na sua fase de larva e o passarinho e a aranha so inimigos naturais na fase adulta do Bicho Mineiro. - Utilizar biogeo, homeopatia do Bicho Mineiro, Calda de fumo para repelir, ou plantar fumo ou algo repelente no meio da lavoura. Fazer aplicao de calda na fase de larva tem maior efeito. Broca do caf A broca um besourinho (inseto) que ataca o fruto do caf. O ciclo de vida dela dentro do gro. O adulto coloca o ovo dentro do fruto e dele sai a larva que depois vira pupa e se transforma em adulto. O ciclo completo dura entre 20 e 80 dias. A larva se alimenta do gro de caf causando grandes danos a ele. E o adulto tambm se alimenta do fruto. Conhecida como broca do caf. S a fmea que voa. A fmea entra no gro e espera o gro ter polpa para fazer galerias para desovar no gro. Somente as fmeas conseguem sair do gro e completar o ciclo. A fase de larva mais prejudicial. Ela se alimenta do caroo. A broca s ataca o gro desde o ponto aguado at o ponto de colher. Ele entra em geral pela bundinha do caf.

Broca do caf. O controle atravs da preveno. PREVENO: - Fazer barreira para o vento que leva o adulto para outras lavouras; - No deixar fruto no p-de-caf depois da colheita para que o adulto no encontre frutos para depositar seus ovos, fazer uma recata. A broca prefere atacar os frutos porque ela gosta

24

dos acares que se encontram no gro. A broca no infecta o caf que cai no cho e brota, mas pode atacar o gro antes da germinao. - Caldas naturais: biogeo e Super-Magro para fortalecer a planta; - Nutrir o solo para tratar da planta. Manter a planta nutrida com gro resistente, em um sistema equilibrado com manejo bem feito. - Ela se desenvolve nos lugares mais midos, cafs mais juntinhos, por isso ter maior espaamento ajuda a prevenir. - Manter o solo com folhas e matria orgnica (para germinao ou apodrecimento mais rpido dos frutos infestados). Aplicar biogeo nos frutos cados no cho ajuda a decompor mais rpido tambm. - Manter diversidade na lavoura para ter casas para inimigos naturais. Observaes: Esse tipo de broca s d no caf. Existem outros tipos que atacam outras plantas (laranjeira e taquara). A falsa broca ataca milho, laranja e galho seco e no a mesma broca do caf. Por isso no tem problema plantas na lavoura porque a falsa broca no prejudicial ao caf. Fazer a recata na lavoura muito importante. Muita chuva dificulta o aparecimento da broca, pois no deixa restos de gros nas plantas. A broca s ataca o caf. O cultivo intensivo da lavoura provoca ataque das brocas. Plenria Na poca das chuvas maior o ataque de fungos. J os insetos so controlados pela chuva que mata eles. A maioria dos insetos aparece na estiagem. A prpria natureza oferece os mecanismos de controle dessas pragas inimigos naturais. Por isso devemos garantir casas para eles deixando diversidade na lavoura. Manejar a matria orgnica e alimentar o solo importante para nutrir as plantas para que elas fiquem sadias e resistentes a insetos e microrganismos. E fortalecer as plantas com caldas e biofertilizantes tambm ajuda muito. Pode-se utilizar barreiras de vento para evitar entrada de insetos e microrganismos vindos de lavouras vizinhas. A homeopatia pode ser uma boa estratgia de convivncia com esses seres vivos to importantes para a natureza. H plantas que so Falsas Gordas, ou seja, parecem bem nutridas e na verdade esto intoxicadas por adubo e ficam desequilibradas atraindo os insetos. Os fungos e insetos sentem qual a planta est desequilibrada e atacam a ela. Ser ento que esses seres vivos so mesmo pragas e doenas ? Ou ser que na verdade eles esto nos avisando que nossa lavoura est desequilibrada? E ser que quem causou esse desequilbrio geral que est acontecendo pelo mundo afora foram eles ou ns? Pense um pouco sobre isso.

25

AGROTXICOS preciso conhecer bem as coisas que esto a nossa volta como os agrotxicos, saber o que resolve e o que no resolve nossos problemas. Aprender e conhecer um pouco para poder explicar para outras pessoas porque no usar mais o agrotxico. Qual a origem dos agrotxicos? No foi na poca do Fara, pois naquela poca, no Egito a guerra era feita de enxada e pau e no tinha veneno. Na antiguidade j era observado que na natureza tambm se encontravam venenos naturais como o arsnico e taioba-braba que as pessoas colocavam na ponta das espadas. So produtos txicos, porm no era a qumica artificial. Antigamente, nas monoculturas de uva os/as agricultores/as passavam calda bordalesa (a base de cobre) na beira da estrada para as pessoas no comerem as uvas, s que comearam a perceber que esses ps de uva estavam melhores, mais sadios que os outros e assim constataram que essa calda era um fertilizante natural e protegia das doenas. A os seres humanos de nosso tempo comearam a separar essas substncias naturais txicas e a partir delas criar outras substncias qumicas venenosas. Os agrotxicos so substncias venenosas que foram utilizadas para outros meios antes. Surgiram de restos de produtos usados na Segunda Guerra Mundial, mas foram pesquisados e inventados nos Estados Unidos, por volta de 1920. Na Segunda Guerra Mundial, quando explodiram as bombas em Hiroshima e Nagasaki no Japo, comeamos a ouvir dizer sobre a criao de venenos artificiais que acabariam com os seres humanos e tudo que estivesse ao seu redor. Na 1 Guerra Mundial (1918) as pessoas comeam a usar gs txico para intoxicar o inimigo e matar as pessoas e comeam a perceber que esses gases tambm matavam insetos. Na 2 Guerra Mundial continuaram a fabricar os gases e descobriram outros produtos como o herbicida. Os alemes tiravam o lcool da batata para utilizar em produtos, s que os inimigos dos alemes descobriram que o herbicida acabava com as batatas e comeam a jogar esses produtos na lavoura de batatas para impedir a fabricao de lcool para as bombas alems. Acabada a guerra os fabricantes de armas e produtos qumicos que tinham feito grandes investimentos econmicos buscaram uma outra finalidade para seus produtos, assim atravs de pesquisas descobriram que suas armas e produtos de guerra poderiam ser usados para a agricultura. O primeiro produto inventado no ps-guerra, por volta dos anos 60, foi o DDT, um produto altamente txico para insetos e seres humanos. O herbicida utilizado pelos americanos na Guerra do Vietn tambm virou produto para a agricultura herbicida TORDON. Os Estados Unidos quando estavam perdendo a guerra, usavam o agente laranja (hoje Tordon) para desfolhar as florestas em que os vietcongs estavam escondidos e tentar mat-los. E assim a agricultura passa a utilizar venenos para a produo de alimentos para a humanidade e vrias pessoas do campo passam a morrer ou adoecer de intoxicao por agrotxicos no Brasil e no mundo. E qual a diferena entre agroqumico e agrotxico? O agroqumico o mesmo que produto qumico utilizado na agricultura, como os adubos qumicos e j existem h muitos anos. O agrotxico mais recente e diz respeito a produtos

26

qumicos txicos aos seres vivos utilizados na agricultura para combater pragas, doenas e ervas daninhas (assim consideradas pelos agricultores convencionais).

Os primeiros venenos que surgiram foram: DDT e Aldrin, do grupo dos organoclorados, que eram a grande salvao, matavam todo tipo de inseto. S depois de 20 anos foram feitas pesquisas e descobriram que os organoclorados eram muito prejudiciais aos seres humanos, pois tm efeito cumulativo, no matam instantaneamente, vo acumulando no corpo e matando aos poucos. Alm disso, os insetos passaram a ter resistncia a esses produtos e foi preciso inventar outros. Esses produtos foram proibidos aproximadamente nos anos 80, pois eles contaminavam rios, solos, bichos e seres humanos. O efeito do uso de DDT nas Amricas foi sentido at entre os esquims, pois foi encontrado no plo norte, levado pela corrente de gua. Descobriram isso porque os recm nascidos dos esquims estavam morrendo porque as guas que as mes bebiam tinham DDT que passava do leite da me para os filhos. O DDT ficava na gordura do corpo e por ter efeito cumulativo no manifestava efeitos imediatos na me, porm os efeitos comearam a afetar os filhos. Esse veneno tem longa durao, fica trinta anos no solo. Muitas propriedades daqui da Zona da Mata devem estar contaminadas at hoje e ns devemos ter esse veneno no nosso corpo. Nos pases do primeiro mundo foram proibidos 15 anos antes do terceiro mundo porque ns ainda temos que consumir os estoques.

27

A nica utilizao aprovada do veneno organoclorado contra o mosquito da dengue. Estudos indicam que a fertilidade masculina reduziu 50% aps o uso desse tipo de veneno. Foi criado outro produto para substituir os organoclorados. Surgiu ento os produtos organofosforados, como por exemplo, o Baysiston, inseticida e fungicida. Ele fica at 6 meses na natureza. recomendado somente para o caf. O Baysiston mata nematide, mas proibido por lei receit-lo para nematide, mas na prtica sabemos que muito receitado para diversas doenas. O Automix e o Baysiston tm a mesma frmula, mas so de fbricas diferentes e tm tarjas diferentes. O baysiston tarja azul e o Automix tarja azul.

Os venenos do grupo dos organofosforados que so utilizados para matar insetos e fungos tm efeito agudo, ou seja, a morte imediata, na hora! Outro grupo de veneno moderno so os piretrides, como o Ambuche usado para matar o Bicho Mineiro e tambm usado nos repelentes de mosquitos utilizados dentro de casa. uma formula menos agressiva, mas ainda no se tem conhecimento dos seus efeitos na sade humana. Os venenos do grupo dos carbamatos causam morte aguda imediata. o Chumbinho que mata rato e tambm usado para matar nematide na batata, por exemplo. Dizem que tem Chumbinho que no mata as pessoas, mas isso pode estar acontecendo porque os organismos so diferentes e se tomado em grande quantidade intoxica rpido e ao ir para o hospital a pessoa faz lavagem e no morre. Esse um dos grandes problemas dos venenos, quando os cientistas falam que um veneno s mata se tomado em grande quantidade no verdade, pois cada organismo reage de forma diferente. Alm desses venenos que matam insetos, microrganismos e outros bichos inclusive ns, tem tambm os herbicidas que so venenos que matam as plantas espontneas da lavoura, como por exemplo o Tordon e o RoundUp, muito conhecido aqui na Zona da Mata. Muitas vezes o RoundUp no considerado veneno, por causa do costume de ser usado h muito tempo, faz parte do

28

cotidiano das lavouras. Ele no tem cheiro forte, assim s pessoas acham que no um veneno forte e acabam usando mais. Antigamente o RoundUp era tarja amarela e hoje verde. A formula no mudou, mas por terem iniciado um elevado consumo, baixaram a tarja de toxidez, para facilitar o consumo. Isso poltica. O Baysiston era tarja vermelha e hoje tarja azul pelo mesmo motivo. O Tordon muito utilizado para matar ervas em pastagem. O gado come capim com Tordon e esse veneno vai para o esterco e para o leite que ns bebemos! Os insetos contaminados com os agrotxicos so comidos pelos pssaros que tambm ficam contaminados. Os insetos so extremamente adaptveis, logo se acostumam com o veneno e se tornam resistentes a ele, ao contrrio dos animais maiores que so eliminados com mais facilidade (pssaros, morcegos, seres humanos). Quem praga? Ns, que fazemos essas loucuras ou os insetos, que ficam sujeitos s nossas loucuras? E o Carbureto? Esse um produto qumico que libera etileno e fora a maturao do fruto, no agrotxico, porm pode intoxicar as pessoas. Ele muito usado para agilizar a maturao da banana, uma alternativa abafar a banana com jornal ao invs de usar Carbureto. At aqui falamos a qual grupo pertence os venenos e como matam os bichos e dos venenos de matar plantas (os herbicidas). Agora vamos tentar entender um pouco como funcionam esses venenos quando jogados na natureza. H duas formas do veneno agir: por contato ou sistmico. Produtos Sistmicos: so jogados no solo na poca das guas, absorvidos pela raiz e circulam por toda a planta na seiva dela. Assim quando os insetos ou microrganismos forem se alimentar da planta comem veneno e morrem. O Baysiston assim. Produto de Contato: no entram na planta. Matam os insetos e microrganismos quando so jogados em cima deles. Tm que ser aplicados vrias vezes e podem ser levados pela chuva. O Folidol assim. Quando o veneno do tipo herbicida (feito para matar plantas e no bichos), seja de contato ou sistmico, ele mata a planta. E os herbicidas podem ser jogados no solo e matar a semente antes dela germinar (chamados de herbicida Pr-emergente) ou mata a planta que j nasceu (chamado de herbicida Ps-emergente). O RoundUp e o Tordon matam a planta nascida, so ps-emergentes. E tem herbicidas que matam qualquer planta (chamados de no seletivos) e outros que s matam alguns tipos de planta (so chamados de seletivos). O RoundUp mata qualquer tipo de planta ( no seletivo) e o Tordon mata s folha larga ( seletivo). Alguns exemplos de venenos mais conhecidos: RoundUp muito usado nas capinas nas cidades. Etion bicho mineiro do caf. Pastilha caruncho do milho. Folidol broca do tomate.

29

Ridomil requeima da batata. Manzate mela Tordon pasto Baysiston caf insetos e fungos (Breno completa essa lista e confere se esto certas essas informaes). O Baysiston dizem que organo, com idia de orgnico que pode ser usado que no ruim. Outros vendedores dizem que o talo do caf filtra o agrotxico. Que absurdo! Todos esses venenos, de menos os fumegantes (pastilhas que soltam gases), tendem a ir para C crregos e rios e poluem tudo! Vale lembrar que o uso de agrotxicos e adubos qumicos matam os microorganismos do solo que so importantes para a matria orgnica e a vida do solo!

No centro-oeste, na Amaznia e alguns outros estados, a monocultura da soja muito grande, chegando a andar de carro por mais de uma hora e ver apenas plantaes de soja, para isso usam muito agrotxico por avio e quase impossvel plantar orgnico ou agroecolgico prximo a essas regies. Outro problema srio a soja transgnica em que se usa muito herbicida porque ela suporta e contamina tudo. A soja uma planta leguminosa e o herbicida mata o rizobium da raiz dela fazendo com que ele no coloque nitrognio no solo. Daqui h pouco vai ser preciso usar adubo qumico de nitrognio para produzir soja. Sem contar que as sementes so patenteadas pela Monsanto, empresa que inventou essa soja. E essa empresa j processou um agricultor do Canad (que era orgnico e teve sua lavoura contaminada por semente transgnica sem saber) dizendo que ele estava usando semente transgnica sem pagar uma taxa que obrigatria para a empresa. Tem tambm o milho BT, que tambm transgnico, resistente a lagarta do cartucho. Mas trata-se de uma semente modificada e patenteada. S que ela pode cruzar com variedades crioulas e contaminar essas variedades. Ningum sabe ao certo o que vai acontecer, mas o mais triste de tudo que hoje, no Brasil, os transgnicos j esto liberados. Nossas sementes crioulas correm srio risco de serem contaminadas assim como a lavoura do agricultor canadense. Quem ganha com as vendas dos agrotxicos, sementes trangnicas e hbridas e remdios? So apenas 4 empresas que esto em toda parte do mundo e so produtoras de venenos e sementes. So elas a Dow Agro Science, Monsanto, DuPont e Bayer. Elas produzem sementes (VIDA), agrotxico (MORTE) e remdios (CURA). Mas devemos refletir se essas sementes hbridas so mesmo fonte de VIDA ou de dependncia e se esses remdios alopticos so fonte de CURA ou doena.

30

So 300 princpios ativos para mais de 2000 marcas comerciais de agrotxicos diferentes. E como elas j sabem que o povo vai adoecer comendo alimento envenenado com os agrotxicos delas, elas tambm so as produtoras de remdios convencionais para curar as doenas que vo aparecer. Sem contar nas sementes que no servem para plantar no ano seguinte forando os/as agricultores/as a comprar de novo na prxima safra. Deixam o povo completamente dependente! Essas empresas esto dominando tudo: alimentos, gua e sementes. Isso no pode continuar! Foi definida uma dose diria de veneno que pode estar presente nos alimentos, permitida para o consumo humano, mas no tem base cientifica. baseada em interesses comerciais. E todos os dias ns comemos o veneno nosso de cada dia nos alimentos comprados na rua! De tempos em tempos as indstrias de agrotxicos inventam um novo produto, sem necessidade, isso s para todos terem mais um produto para vender.E para isso vo dizendo que ns suportamos mais veneno a cada dia. Mas na verdade cada pessoa apresenta uma tolerncia diferente a esses venenos porque cada organismo diferente. Essa histria de dose diria permitida mentira. apenas uma forma de deixar as empresas venderem mais veneno e remdio. E difcil conseguir provar que vrias mortes e intoxicaes so por agrotxicos, pois os mdicos no divulgam para no comprar briga com as empresas poderosas que ficam mais ricas a cada dia e o povo mais pobre do que nunca! At quando a humanidade vai ficar se submetendo a essa situao? COLCAR DADOS DO CURSO DE HOMEOPATIA SOBRE AGROTXICOS

Conhecendo mais sobre caldas e biofertilizantes nas plantas Uma alternativa para se buscar uma boa convivncia com os insetos e microrganismos, j que para se alcanar o equilbrio leva tempo, utilizar caldas e biofertilizantes. Vamos agora lembrar de algumas caldas conversadas durante o curso. Calda Sufoclcica: Receita: - Ferver 10 litros de gua (manter essa quantidade durante todo o processo). Colocar 2 Kg de enxofre (misturar bastante, at dissolver) Colocar 2 Kg de Cal virgem (misturar bastante) Essa mistura deve ser feita em fogo forte e demora uma hora. Pronta, fica com cor de vinho. O vasilhame onde se vai fazer a mistura deve ser, de preferncia, um tamborzinho redondo de leo de 20 litros (para facilitar a mexer). E no pode ser de cobre e nem de alumnio, pois corroem, deve ser lata de ferro. Essa calda ajuda a controlar o caro e o piolho da couve. Pode ser usado no jil, pimento, tomate, repolho e couve. No pode ser usado em plantios de rama: pepino, melancia, abbora e quiabo. Pode ser aplicada toda semana, se for necessrio. A diluio deve ser de 2 copos para 10 litros de gua para pulverizar.

31

Querobo: Receita: Derreter 400g de sabo ralado em litro de gua, no fogo. (O sabo serve para fazer o querosene misturar com a gua) Tirar do fogo e misturar com 1 litro de querosene, aos poucos, mexendo sempre, at virar uma pasta (se parar de mexer, empola) Para pulverizar, tem que derreter essa pasta e diluir (a diluio depende da cultuara - ver na cartilha distribuda no encontro). Essa calda mata pulgo, pulga, carrapatos, cochonilha. para casos mais extremos e se necessrio aplicar a cada 5 dias. Deve ser guardado em tambor fechado e no escuro. Dura cerca de 2 a 4 meses. Calda de Coada (Cinza) Receita: Forrar um balaio com folhas de inhame ou sacos. Colocar um balde em baixo do balaio. Colocar cinza nesse balaio. Furar as folhas de inhame (caso tenha usado). Jogar gua, deixando-a passar pela cinza at cair no balde (pode passar gua at 5 vezes). Deixar curtir por uma semana. A cinza pode ser de palha ou galho de caf, feijo, assa-peixe. Para aplicar, deve-se diluir 2 copos (400mL) de coada para 10 litros de gua. Para caf preciso testar a quantidade, talvez 500ml de coada para 20 litros de gua para planta adulta funcione. Com a de coada, d para fazer sabo. Serve para matar o pulgo, fungo e colchonilha. Pode-se misturar a coada com urina de vaca (descansada por 3 dias) e com calda sufoclcica para aplicar tudo de uma vez s. Nesse caso colocar 2 copos de cada uma e misturar bem. Depois tirar 3 copos dessa mistura e diluir em 10 litros de gua para pulverizar. Como a cinza muito rica em potssio, a calda de coada tambm serve para nutrir a planta com esse nutriente. Observao: todas essas caldas devem ser aplicadas nas horas mais frescas do dia para no queimar as plantas. Elas podem ser utilizadas no caf para controlar insetos.

32

Caldas e deficincias nutricionais de plantas. Quando falta para Nutrientes Nitrognio Para que serve? Promove o crescimento das plantas; Nitrognio o principal componente das protenas.

planta:

Provoca o amarelamento das folhas velhas; Planta fica fraca; Aparece primeiro nas folhas velhas.

Fsforo

Provoca gros chochos; As folhas ficam escuras e s vezes arroxeadas; Maturao tardia dos frutos; A planta fica fina (raqutica). Aparece primeiro nas folhas velhas.

Aumenta a produo e melhora a qualidade do produto (porque estimula o crescimento das razes, da semente e do fruto); Armazena energia dentro da planta, protegendo-a contra frio e seca.

33

Potssio

Manchas brancas, amarelas ou pardas nas folhas; Borda das folhas secam; Acamamento das plantas; Caules ficam finos e fracos; Aparece nas folhas velhas.

Controla absoro e perda de gua pelas plantas; fundamental para absoro de outros nutrientes; Aumenta a resistncia das plantas contra pragas e doenas. Promove a resistncia das plantas e dos frutos contra o apodrecimento.

Clcio

Folhas e brotos novos deformados; A ponta da planta no cresce; Manchas amarelas nas bordas e entre as linhas das folhas; Razes fracas e rachamentos do fruto; Aparece primeiro nas folhas jovens.

Magnsio

Folhas velhas se curvam e so facilmente arrancadas; Cor da gema do ovo ou arroxeada nas entre as linhas das folhas; Aparece primeiro nas folhas velhas.

importante na alimentao da planta; Ajuda o elemento fsforo dentro da planta.

34

Enxofre

Folhas novas plidas, com manchas secas e s vezes arroxeadas; Aparece primeiro nas folhas jovens. Folhas da ponta deformam; Morte da gema apical da planta (ponta da planta); Aparece primeiro nas folhas jovens.

Ajuda na formao de protenas que fazem parte dos gros.

Boro

Aumenta as resistncias fsicas das plantas, tornando suas folhas e ramos mais rgidos.

Cobre

Folhas da ponta murcham, sem mancha; Dificuldade do caule ficar para cima; Aparece primeiro nas folhas jovens.

Aumentam a resistncia das plantas s pragas, doenas e a seca.

35

Zinco

Folhas pequenas, s vezes retorcidas, com manchas amarelas; Encurtamento dos entrens das plantas. Aparece primeiro nas folhas jovens.

Influencia no desenvolvimento das partes jovens.

Mangans (toxidez de mangans)

Aparece nas folhas novas, uma rede grossa de nervuras sobre o fundo amarelado; As folhas tm pequenas manchas; Aparece primeiro nas folhas jovens.

Acelera a germinao, melhora o aroma e sabor dos frutos e melhora o desenvolvimento das razes e o aproveitamento dos outros nutrientes; Aumenta a resistncia da planta a pragas e doenas e variaes climticas.

36

Ferro

Aparece nas folhas mais novas. Esbranquiamento entre as linhas das folhas. Aparece primeiro nas folhas jovens.

Influencia na alimentao das plantas. Aumenta o aproveitamento dos outros nutrientes pelas plantas.

Vamos lembrar mais algumas coisas faladas durante a discusso no encontro. As plantas precisam de nutrientes em quantidade equilibrada e de boa qualidade (orgnico). Tem nutrientes que so consumidos pela planta em grande quantidade (nitrognio, fsforo e potssio), outros em quantidade mdia (magnsio, clcio e enxofre) e aqueles consumidos em menor quantidade (podemos dizer que so o tempero da comida, mas se faltarem a planta fica doente). Em geral, quando os nutrientes que a planta come em maior quantidade faltam as folhas mais velhas reclamam primeiro. E quando faltam aqueles que a planta come em pouca quantidade as folhas mais novas sentem primeiro. bom ficar atento na hora de adubar com esses temperinhos, pois se passar da conta um pouquinho pode fazer grande estrago e intoxicar a planta. Nitrognio oferece protena para a planta, o fsforo energia e crescimento e o potssio muito importante para o fruto. Eles so tambm chamados de macronutrientes. O equilbrio entre os nutrientes oferecidos para as plantas de fundamental importncia. Por exemplo, uma planta verde com excesso de nitrognio no est sadia e logo vai atrair insetos causando doenas. Para obter uma planta equilibrada e com qualidade necessrio ter diversidade no campo, fazer manejo do solo, utilizar adubos orgnicos variado (composto, adubao verde, roar o mato).

Vamos agora lembrar um pouco mais sobre os nutrientes que a planta usa em maior quantidade: Nitrognio Quando falta aparece nas folhas velhas, pois quando a raiz no consegue absorver, preciso mandar garantias para os filhos que so as folhas novas e frutos.

37

Na falta as folhas ficam todas amareladas. Excesso aumenta o nmero de pragas porque elas sentem o desequilbrio. como ns, se comemos muito macarro, ficamos gordos, no caso do caf ele fica verdo com excesso de nitrognio e intoxica. Fontes de nitrognio: composto, torta de mamona, estercos e adubao verde. Fsforo O fsforo fundamental no aumento da produo fortalecendo principalmente as razes, como se fosse fonte de energia para as razes. Na falta as folhas ficam amareladas com roxo. Ajuda muito na formao da planta e do fruto. Se faltar a planta manda o pouco que tiver para os frutos e fica faltando nas folhas mais velhas. encontrado na farinha de osso. Quando aplicar, colocar pertinho da raiz da planta, principalmente das plantas pequenas e nos beros, pois a argila segura o Fsforo rapidamente. A ausncia de fsforo nas plantas causa gros chocos, folhas escuras e s vezes arroxeadas, maturao tardia dos frutos. A planta fica raqutica, sendo que todos esses sintomas aparecem primeiro nas folhas velhas. Fontes de fsforo: fosfato de Arax, arade, yorin , fosfato natural, composto, matria orgnica e estercos. Potssio A falta de potssio na planta causa a queima na borda das folhas, comeando nas folhas velhas de cada ramo e dos troncos. Serve para controlar a absoro de gua. Auxilia na boa formao dos gros e em gros maiores que influenciam na qualidade da bebida do caf. O potssio tambm serve na absoro dos outros nutrientes para a planta. Fontes de potssio: a cinza tem muito potssio, o esterco de boi tem um pouco de potssio, mas tambm tem fsforo e nitrognio. A palha de caf, a folha da bananeira, o vinhoto (o que sai da cachaa) todos eles tm potssio. Sendo que na palha do caf o potssio mais concentrado pelo fato de ter sado da terra. Magnsio A falta de magnsio causa curvamento das folhas que ficam amarelas no meio e com nervuras verdes, aparecendo os sintomas primeiro nas folhas velhas. O magnsio importante na planta colaborando com o fsforo, um ajuda o outro dentro da planta. Fontes de magnsio: o gesso junto com o calcrio magnesiano (que contm o magnsio). A matria orgnica em geral tambm fornece magnsio. Podemos usar o Super-Magro, a adubao verde e composto. Enxofre Na adubao qumica, o enxofre j est nas frmulas, so os sulfatos. Sua falta aparece primeiro nas folhas mdias, nem muito velhas nem muito jovens. A parte de baixo da folha fica mais escura que a de cima e vai amarelando as folhas. O enxofre serve para a formao das protenas e dos gros. Est presente na matria orgnica para alimentas as plantas.

38

Clcio Sua falta provoca um amarelamento de folhas e dos brotos novos, mancha amarela nas bordas das folhas. A raiz fica fraca. O clcio serve para promover a resistncia das plantas contra o apodrecimento. Por exemplo, no tomate a falta de clcio provoca um fundo preto no fruto, que no deixa ele crescer e provoca um rachamento do fruto. Para fornecer clcio para as plantas pode-se usar o calcrio, Super-Magro e matria orgnica em geral (composto, mato roado, leguminosas). Agora vamos falar dos temperinhos que a planta precisa, tambm conhecidos como micronutrientes: Cobre A ausncia de cobre na planta provoca folhas grandes e verdes, mas as folhas ficam arriadas, d umas costelas nas folhas (um formato para dentro acostelado) como se ela fosse uma orelha abaixada. Aparece nas folhas jovens. Esse sintoma conhecido como orelha de boi zebu. E as folhas das pontas murcham e no apresentam manchas. Pelas folhas estarem viradas para baixo parece que o p de caf est triste. Quando se tem muita deficincia de cobre a planta no vigora e as folhas caem. difcil ter deficincia do cobre, devido a utilizao de pulverizaes de caldas que tm cobre. O Super-Magro leva em sua composio um pouco de cobre. A calda Viosa j tem muito cobre. O cobre tambm encontrado no composto e nas caldas Bordalesa e no Garante. Sendo que todas essas formas de controles podem ser usadas no cultivo orgnico. O cobre serve para aumentar a resistncia da planta e tem efeito fungicida e bactericida. Zinco A falta de zinco deixa as folhas pequenas, claras e retorcidas. A ponteira da planta fica feia. Fazendo pulverizao com calda Viosa em poucos dias a planta j est sem deficincia e boa. Lembrando que necessita tirar a uria da calda Viosa para aplic-la em um cultivo orgnico. O zinco auxilia no crescimento rpido da planta, se no os gomos (entre-ns) ficam curtos e os frutos no tm espao para crescer. Dica: dobrar a dose do Super-Magro na hora de pulverizar melhora a deficincia de Zinco ( ao invs de colocar 1 litro na bomba de 20 litros coloca 2 litros de Super-Magro). Isso s deve ser feito se realmente a planta estiver precisando de zinco, lembre-se de que ele um tempero. Boro A ausncia de boro provoca um formato de leque no alto da planta, que faz a planta secar e morrer. A planta fica com as folhas jovens midas. Os sintomas aparecem primeiro nas folhas jovens. Ele responsvel por deixar a planta rgida. comum faltar no p de caf. Mas as caldas tm boro e matria orgnica tambm. O boro pode ser colocado sobre o alho no plantio para melhorar a conservao.

39

Mangans Excesso do mangans provoca intoxicao nas plantas. Folhas com excesso de mangans ficam azuladas. A falta dele aparece primeiro nas folhas jovens, provocando um amerelamento e nervuras aparentes. Mangans serve para dar o aroma e sabor aos frutos e desenvolvimento para as razes. Ele encontrado no Super-Magro, mas no se encontra nos adubos. Ferro A ausncia do ferro provoca branqueamento entre as linhas da folha, primeiro nas folhas mais jovens. A folhinhas vo ficando todas brancas. Os nossos solos tm muito ferro, em geral no temos problema de falta dele. Ele, na planta, favorece a nutrio dos outros nutrientes, ajuda na absoro de magnsio. Molibdnio Importante na fixao de Nitrognio. colocado muito no feijo para ajudar na fixao de N para as bactrias das leguminosas (rizobium). Em geral encontrada de uma forma equilibrada no solo. Cloro Encontra-se, em geral, na quantidade certa no solo. Ele ajuda na alimentao da planta. Cobalto O Super-Magro fornece para as plantas. Ele tambm ajuda as leguminosas a fixarem nitrognio e ajuda a planta a se alimentar. Vamos entender melhor para que servem as caldas e como elas agem nas plantas. As receitas de como faz-las esto nas cartilhas que foram distribudas no PFA. Lembrando que as caldas no so solues devendo ser usadas caso seja necessrio. O certo nutrir e cuidar do solo. Super-Magro Essa calda mais completa que a calda Viosa. Usada para corrigir os nutrientes, deixa a planta animada, corajosa, mais saudvel. um ativador para as plantas. composto por: - Sais minerais: boro, zinco, cobre, ferro, mangans, magnsio, clcio e sdio. Tem a funo de nutrir a planta e devem ser colocados em quantidades equilibradas. - Mistura protica: sangue, leite (ou soro), rapadura, esterco (fonte de microrganismos), fosfato de Arax (ou yorin). Tem a funo de fortalecer os microrganismos. Demora cerca de 30 dias para ficar pronto. Tem que mexer todos os dias por no mnimo 2 minutos para dar oxignio para os microrganismos. Deve ser preparado em lata de plstico ou amianto. Em um local onde no bata sol.

40

O Super-Magro deixa a planta resistente a pragas pois fornece nutrientes de forma equilibrada. Alm disso, ele tem muitos microrganismos que quando caem nas folhas dificulta outros fungos, que causam doenas, ficarem na folha. Por isso ele ajuda na preveno de doenas. Dosagem para o caf: - Depende do tempo do caf, da deficincia de nutriente. Pode ser usado como preventivo, mas usar poucos produtos. Para preveno usar diluio de 5%. Para excesso de doenas e deficincias de nutrio na planta usar diluio de 20%. Se tiver muita Phoma no caf usar 20% e tambm colocar maior quantidade de cobre. Pode fazer mais pulverizaes se a dosagem for menor (5 a 10%). Em mdia se faz 03 pulverizaes na lavoura por ano. No frio a planta est dormindo e no responde pulverizao. O perodo de pulverizao deve ser o chuvoso, pois na poca da seca o solo no absorve. E o horrio do dia adequado a manh at as 11:00 horas e no final da tarde, pois no horrio muito quente a planta pode sofrer queima. Biogeo Utiliza-se esterco fresco de boi e rumem (fontes de microrganismos que fazem apodrecer matria orgnica). Alm disso, p de rocha, folhas podres (do cho), restos de cascas e verduras (alimentao dos microrganismos). Deve ser preparado em recipiente de plstico ou amianto. Misturar 2 ou 3 vezes por dia no sol para dar oxignio para os microrganismos. Ele no acaba, basta sempre aliment-lo. Para ficar pronta leva 20 dias. Se mexer de tarde e no outro dia de manh o esterco subir, ficar uma espuma por cima e a superfcie ficar meio espelhada porque est pronto. usada como estimulante, incentiva a planta a se alimentar. Pode ser jogado diretamente no solo que tem matria orgnica ou no composto Ele ajuda na decomposio da matria orgnica, por isso que quando jogado em restos de plantas doentes ele ajuda na preveno de pragas e doenas. um tnico para alimentao das plantas. Ajuda a planta na absoro de nutrientes. Ele no libera nutrientes para a planta. E bom para combater os inimigos da planta. necessrio tratar o biogeo de duas a trs vezes ao dia, sendo importante aliment-lo com folhas de legumes e verduras, comidas sem tempero, cacho de banana com a casca preta. No deve jogar o biogeo na muda com menos de 21 dias. Para ser aplicado na folha, a proporo de 1 copo para 20 litros de gua. Para ser jogado no solo, a proporo de 2 litros para 20 litros de gua. Nos ps infestados por pulges podemos usar uma dosagem mais alta para eliminar a praga. Usado tambm em inoculao de sementes para nascer rpido e forte. Urina de Vaca Ela serve para nutrir a planta de forma equilibrada, pois rica em nitrognio, potssio, fsforo, clcio, enxofre e sdio. Mais rica em nitrognio.

41

Pode ser de animais que esto dando leite (por causa dos hormnios produzidos nessa fase). A urina de vaca no pode ser jogada imediatamente na planta, tem que esperar pelo menos 3 dias para que a uria presente na urina se transforme. S pode usar urina de vaca? - No, podemos usar de gua e de cabra, desde que elas estejam dando leite. Tem que deixar descansar por uma semana, em um frasco fechado, para que a uria se transforme e a planta consiga absorv-la. Controla a fumagina, o pulgo e o olho-de-pomba. A pulverizao deve ser pela manh ou no fim tarde para no queimar a planta. Seu cheiro forte espanta e pode matar os insetos, servindo de um excelente repelente. Serve para controlar pulgo e bicho mineiro. Sua aplicao deve ser feita na forma de pulverizao. Se a urina servir de precauo de doenas e insetos, usar meio litro de urina para 20 litros de gua. Se for utilizada como controle, colocar 1 litro de urina para 20 litros de gua. Se a lavoura estiver com as folhas muito amarela e com muitas pragas, deve-se usar essas mesmas quantidades para a pulverizao s que ela deve ser feita mais vezes. A urina de vaca boa para o solo tambm, deve usar 200ml da urina na saia do caf. Ou 2 litros por bomba para pulverizar o solo. A urina tem a ao de fertilizante, adubo foliar, inseticida e controle de praga. Pode se usar a urina de vaca em conjunto com o biogeo e com o Super-Magro. Se misturar os trs, a quantidade de cada um para a pulverizao deve ser diminuda. E ser for us-los de 30 em 30 dias, a dosagem deve ser bem pequena tambm. Apenas o biogeo no necessita mudar sua quantidade. Calda Sulfoclcica No usada para rama, como pepino, melancia e abbora. Usada no controle de pulges, cochonilha e ferrugem, principalmente como preventivo. No pode jogar no horrio de sol bravo (pode queimar a planta). O melhor jogar no fim da tarde, pois ter a noite inteira para entrar na planta. Calda de Mandioca aquela gua que sobra da mandioca (gua de polvilho). Deve-se diluir e jogar na lavoura: 01 litro em 20 litros de gua. Usar na hora, nada de curtir, ela d viscosidade e tonifica, muito usada em bananeiras. O caldo de mandioca deve ser usado no mximo quatro dias aps a mandioca ter sido preparada.

Calda de Cinza uma calda de cinza com sabo. O sabo utilizado como um fixador na folha. Usada para matar o caro branco, conhecido como arainha de pimento.

42

Urina com Fumo Coletar urina e colocar um toco de fumo, deixar curtir e aplicar. Usado em geral. Cuidado sempre com as queimas na hora da aplicao, aplicar nas horas mais frescas do dia Usar diluio de 1 litro de urina e completar a bomba at 20 litros com gua. Calda de Querosene O querosene vem do petrleo, sendo que no mundo no se tem muito petrleo e ele hoje motivo de guerra. O modo de fazer juntar o sabo com a gua e aps ferver tirar do fogo e adicionar o querosene. Usar um litro da pasta para 20 litros de gua para pulverizao. Antes se usava o agrotxico e o adubo qumico e hoje descobrimos que possvel plantar sem esses produtos. Portanto possvel a descoberta de outros mtodos para controlar insetos, fungos e outros sem precisar usar as caldas. O querosene uma substncia txica, ele um produto de contato. Cai sobre o inseto e conseqentemente sobre a planta e mata o inseto. No para nutrir a planta e sim para matar insetos. aplicado misturado com sabo (o sabo para colar na folha). Deve ser tomado cuidado com o querosene, pois ele pode queimar a planta. S aplicar de acordo com a necessidade. Para matar pulgo, deve-se diluir 1 parte de querosene para 8 partes de gua. Para matar a cochonilha, deve-se diluir 1 litro de querosene para 5 litros de gua. O querosene puro serve para matar os cupins da madeira, colocando em um vidro de perfume ou conta-gotas, e jogando nos buraquinhos. Serve, tambm, para evitar bicho-de-p, basta passar nos ps. utilizada para pulverizar no feijo contra a cigarrinha. Calda de Fumo O fumo txico, a nicotina mata os insetos e fungos por contato. Seu efeito mais rpido nas horas mais quentes do dia. Serve tambm para matar berne, mistura o fumo com azeite e joga no berne. Serve para limpar umbigo de criana. Existem vrias receitas de caldas com fumo. Tem efeito de fungicida, acaricida, contra carrapatos, tendo cuido com a quantidade aplicada no gado pois pode ser txico para ele. Pode-se tambm fazer uma tintura do fumo ao invs de calda. Algumas sugestes de caldas fornecidas por monitores/as: Calda de fumo para berne e carrapato Ingredientes: 200g de fumo; 1 litro de gua; um pouco de pssego; um pouco de capim cidreira. Modo de fazer: deixar oito dias em infuso. Aplicao para berne: 200 ml (1 copo) da infuso e mistura com 1 litro de leo queimado, passar no berne.

43

Pulverizao no animal: 1 copo da infuso para 5 litros de gua.Calda de fumo

duas horas. Completar com sete litros de gua, completando no total 10 litros. Aplicao: na forma de pulverizao para insetos.

Ingredientes: 1 pacote de fumo: 100g de sabo caseiro; 3 litros de gua. Modo de fazer: ralar o sabo e ferver junto com a gua e o fumo. Deixar descansando por

Prpolis um fungicida e bactericida natural. Deve-se diluir mais ou menos 4mL de prpolis para 5 litros de gua e jogar na lavoura. A prpolis pode ser usada para controle do bicho-de-p tambm. Calda Viosa Na Calda Viosa se usa cal virgem, zinco, boro, magnsio e cobre (azul). Antigamente, na Calda Viosa, se usava cloreto de potssio e uria. Hoje, no se usa mais, pois esses sais so muito solveis em gua. So proibidos por lei porque eles contaminam o lenol fretico. O oxicloreto de cobre, que txico e de difcil absoro, foi substitudo pelo sulfato de cobre, que permitido pelo sistema orgnico. O cloreto de potssio tambm foi substitudo pelo sulfato de potssio que permitido. Quando se mistura todos esse sais, acontece uma reao que eleva o pH, tornando-a txica. Para equilibrar essa reao se joga cal, que rica em Clcio e Magnsio. Esta calda fungicida e adubo foliar. A mistura deve ficar da cor azul clara. Se no der essa cor, deu errado. Depois de misturar os sais com a cal na gua, deve-se usar no mesmo dia. Pois poder sofrer reaes onde h perda de nutrientes. Via-Caf A Via-Caf fabricado por uma empresa. Ela misturou vrios nutrientes, patenteou e vende. igual a Calda Viosa, a diferena que j vem pronto. No dispensa a cal. um fertilizante de aplicao foliar. menos completo do que o Super-Magro. Como ela possui cloreto de potssio e enxofre, que so proibidos na agricultura orgnica, no se pode us-la. J a Via Caf Plus tem os mesmos minerais misturados, sem cloreto de potssio e enxofre que so proibidos para o sistema orgnico. Ela pode ser usada na agricultura orgnica. Calda Bordalesa um fungicida muito usado em tomate, pimento e batatinha. Usa cal virgem e sulfato de cobre. Pode-se pintar as partes podadas e o p da laranja, uva e figo. A mistura do sulfato de cobre leva 200g para 20 litros de gua que so misturados e acrescenta 200g da cal.

44

Pode ser feita uma pasta: 1 quilo de sulfato de cobre em 2 quilos de cal e 12 litros de gua. Esperar at ficar uma pasta (no precisa usar fogo). Talvez a planta use um pouco dessa pasta para se nutrir. Mas a principal funo de repelente. Como a planta come pouco, ela pode entrar pelas folhas e como elas precisam de pouca quantidade, ns usamos bem diludas. Passar esta pasta (pinceladas) no caule dos citros. bom colocar em toda poda que se faz para impedir a entrada de fungos e nos galhos eliminados por doenas. Quando a laranjeira est com broca no p podemos usar essa calda? Seria bom colocar antes gasolina ou querosene no burraco da broca e barro para tampar. Depois nos machucados colocar a calda Bordalesa para prevenir os fungos. Vale lembrar que as caldas no so solues devendo ser usadas caso seja necessrio. O melhor nutrir e cuidar bem do solo para garantir plantas fortes e saudveis. Homeopatia vegetal e animal uma boa alternativa de convivncia harmoniosa com a natureza Homeopatia a cura pelo semelhante. Semelhante cura semelhante. Aquilo que tiver a mais ou a menos no organismo alcana o equilbrio. Homeopatia vida. No trabalha com a exterminao local de pragas e doenas. A homeopatia curativa, mas tambm preventiva, um remdio. A Homeopatia preocupa com o todo, cuida do corpo inteiro e existe desde o sculo 18. Todo medicamento para ser considerado como homeoptico passou por experimento em pessoa saudvel. Os sintomas que as pessoas saudveis apresentavam depois de tomar a homeopatia da substncia testada mostravam qual a doena que o medicamento homeoptico poderia curar. Por isso, para a homeopatia semelhante cura semelhante. O composto homeoptico feito a partir das tinturas-me e da energizao, portanto homeopatia energia. Os preparados homeopticos podem ter trs origens, que so chamados de reinos: Mineral, Animal e Vegetal. Para se produzir o preparado homeoptico, primeiro se transforma o vegetal, o animal ou mineral em tintura-me. A tintura-me composta por 40% de matria prima e 60 % de lcool de cereais. Deixa descansando por 10 dias, depois se tira 6 gotas e coloca em 30ml de lcool de cereais. Como esse lcool tem custo elevado, pode-se usar pinga 25 GL, mas preciso ter a garantia de que a pinga foi fermentada ao natural, com fub e limo, desde que se saiba a procedncia do fub. Para lavoura e animais podemos usar o lcool comum comprado em mercado, mas ultimamente esto vendendo apenas lcool em gel, dessa forma podemos ficar esse produto em breve. O princpio da energia acontece pela suco. Ao colocar as 6 gotas da tintura-me produzida, em 30ml de lcool em um vidrinho deve-se bater 100 vezes com o vidrinho na palma da mo. Vamos ter o homeoptico C 1, ou seja, centesimal 1. Centesimal, vem de cem, significa 1 gota da tintura me em 99 gotas de lcool, num total de 100 gotas. apenas o tipo de diluio que feito.

45

Ao retirar 6 gotas da C1 e colocar em mais 30ml de lcool, bater 100 vezes na palma da mo teremos o homeoptico C2. Assim por diante so produzidas as vrias dinamizaes dos homeopticos, ou seja, vai diluindo e dinamizando (batendo). Cada vez que se aumenta a dinamizao, aumenta a energia do homeoptico e diminui a quantidade de tintura-me. A diferena entre os homeopticos a energia armazenada, ou acumulada. Homeopatia no tem regresso, C 2 no volta para C 1. muito importante saber que ao se produzir uma homeopatia no se deve pensar coisas ruins ou estar num dia mal humorado. Como sabemos, homeopatia a cura com base na energia, portanto preciso estar calmo, com pensamentos bons e acreditar que a homeopatia que est produzindo vai curar muitas pessoas, solos, animais ou plantas. Precisa ter um tempo reservado apenas para isso, num local arejado e longe das perturbaes. No se pode fazer com pressa. No momento das batidas dos vidrinhos na palma da mo nunca se pode parar no meio das batidas para pegar alguma coisa ou conversar com algum. Para facilitar o clculo das 100 batidas podemos contar em 4 blocos de 25 batidas, e ainda bater mais 3 vezes para garantir no caso de ter esquecido alguma batida ou contado errado. importante saber que para ter dinamizaes mais elevadas devem ser feitas as 100 batidas na hora, no se pode recolher as 6 gotas e somente horas depois fazer as batidas. No se pode reutilizar frasco de plstico porque no d para esterilizar na gua fervente. Os mesmos produtos usados para doenas de humanos podem ser usados para animais, como por exemplo, para a pneumonia. A homeopatia que se faz usando parte de animais ou plantas, como pragas e doenas da prpria lavoura, ou da criao, para aplicar no animal ou planta chamada de Nosdio. Esses no podem ser usados para qualquer um. O Nosdio feito da prpria doena e aquele medicamento homeoptico especfico do lugar ou da espcie trabalhada. Por exemplo, para tratar os carrapatos de uma vaca pode-se tirar os carrapatos fmeas e fazer a tintura. Esse o Nosdio, servir apenas para essa vaca e seus parentes de gentica igual. O Nosdio tambm poder ser feito para casos de doenas que so comuns no estado ou pas. Uma vez medicada uma planta ou um animal no tenha dvida que a cura vir. No tratamento homeoptico no se alcana a cura num prazo menor que um ano. Pode melhorar em menor tempo, mas no ter curado. Na lavoura que manifestou a doena pode-se fazer homeopatia da praga ou doena para controlar. Ao tirar as cascas da ferida de uma pessoa junto com pedaos vivos do machucado poder se fazer a homeopatia para curar esse ferimento, mas servir somente para essa pessoa. At onde existem estudos e compreenso, no possvel pela Homeopatia colocar rizobium nas plantas ou no solo. Nesse caso o que realmente falta so plantas leguminosas que produzem naturalmente o rizobium e fixa o nitrognio que as plantas precisam. Mas, em homeopatia no podemos falar que a resposta fechada, cada um pode fazer a sua experincia. A homeopatia no um adubo ou biofertilizante, tem a funo de prevenir e curar doenas, deixando as plantas mais equilibradas, mas se a planta no tiver os alimentos necessrios ela nunca poder ser equilibrada ou curada pela homeopatia. No possvel fazer homeopatia com a funo de adubo qumico. possvel curar solos doentes pelo acmulo de adubo qumico. Pode-se

46

fazer o medicamento homeoptico de adubo e ter a cura, pois o principio bsico da homeopatia semelhante cura semelhante. O poder de cura de uma C 30 para uma C 6 maior porque apesar de diminuir o princpio ativo da tintura-me aumenta muito a energia presente nas dinamizaes elevadas, e esse o princpio de cura da homeopatia. Os mdicos comuns tm muita dvida sobre a eficincia cientfica de cura da homeopatia. A dvida existe porque no possvel avaliar em laboratrio a energia que contm nos medicamentos. Na C 12, por exemplo, no se encontra uma molcula sequer de planta usada para fazer a tintura-me. Para fazer cpias de uma homeopatia que se queira deve-se retirar 6 gotas de uma C 30, por exemplo e colocar em um vidrinho com 30ml depois dar apenas uma balanadinha para misturar sem promover a dinamizao. Dessa forma se tem a cpia da C 30. Homeopatia uma alternativa para nossa forma de trabalho que busca a sustentabilidade, pois barato e natural. um remdio que se pode fazer em casa. Para tratamentos em plantas deve iniciar com C 6 de Kalymuriaticum, C 12 de arnica para tirar o trauma das plantas e do solo e C 30 da Silcia para a eroso do solo. Dinamizaes elevadas para a agricultura so apenas a da Arnica e Silcia, as demais so sempre reduzidas. Os casos mais agudos se tratam com dinamizaes reduzidas. Pode fazer homeopatia de RoundUp. Esse veneno fica 30 anos no solo, usando uma homeopatia do RoundUp pode-se desintoxicar o solo. O mesmo para doenas que foram obtidas com o uso desse veneno. Carbovegetalis: pode ser usado como preventivo para folhas novas no serem atacadas por doenas. Produo prtica de uma homeopatia: (seria bom tentar fazer desenhos dos passos). Vamos agora lembrar com mais detalhes como fazer a homeopatia de uma praga da lavoura. Fabricao do Nosdio do pulgo da cebolinha. A produo da homeopatia o momento mais importante porque ns, ao fabricarmos, transferimos para ela toda a nossa vontade de cura. As luas interferem. Portanto colher as plantas para a tintura-me somente na minguante, principalmente razes. Quem faz a homeopatia precisa ser bem humorado, estar de bem com a vida. Foram coletados cebolinhas com pulgo. Essa praga resultado de um desequilbrio da planta e do solo tambm, ento no se deve aplicar s na planta. Deve-se colher a planta que est mais infestada. No caso de fabricao de Nosdio para plantas com doenas tambm deve-se escolher as folhas que esto mais doentes. Para evitar o desperdcio e no fazer quantidades imensas basta colocar as folhas com os pulges em um frasco e cobrir com lcool. No pode matar os pulges, devem morrer por conta prpria dentro do lcool. Deixar no lcool por 10 dias. Se no for usar grandes quantidades desse medicamento, no h necessidade de se fazer 6 gotas da tintura-me (TM) e 30 mL de lcool. Pode fazer com 1 gota da tintura-me e 5 mL de lcool.

47

Os frascos devero ser sempre identificados com a data e o nome da tintura-me. Coloca-se em um frasco 6 gotas da tintura-me, depois dos 10dias, acrescenta 30ml de lcool (como para a lavoura pode ser usado lcool comum) e bate 100 vezes. Pronto! J temos a C 1. Para fazer a C 2 basta tirar 6 gotas da C 1 e acrescentar 30ml de lcool comum. E assim por diante. Em qualquer homeopatia at C 2 usa somente lcool puro. Da C 3 em diante pode usar 70% de lcool e 30 % de gua destilada ou gua de mina, ou passada no filtro, nunca ferver a gua, pois seno ser uma matria morta. No serve gua da chuva devido chuva cida e a evaporao dos agrotxicos. Mistura o lcool com a gua e usa para fazer a homeopatia normalmente. Pode-se fazer homeopatia da praga ou doena que quiser. A dinamizao recomendada a C 6 e deve-se colocar 30 gotas da homeopatia para cada litro de gua e pulverizar. Homeopatias aplicadas ao solo para iniciar o tratamento da lavoura: Deve-se fazer a desintoxicao do solo na busca do equilbrio. Devero ser feitas as seguintes homeopatias: Homeopatia 1: Arnica Montana: a homeopatia feita de uma planta de mesmo nome. indicada para traumas dos solos e folhas. usada a dinamizao C12. Licopodium: homeopatia feita da planta. Usar dinamizao C6. Cavalinha: homeopatia feita da planta. Usar a dinamizao C6. Samambaia: homeopatia feita da planta. Usar dinamizao C6. O Licopodium, a cavalinha e a samambaia so homeopatias sempre usadas para iniciar tratamentos na agricultura, pois so plantas primitivas que so reativadoras do solo. Por isso, para curar um solo devemos sempre comear com essas plantas. Homeopatia 2: Silcia: homeopatia feita da rocha. indicada para solos que tem muita eroso. usada a dinamizao C30. Kalymuriaticum: homeopatia feita de uma rocha rica em potssio. Calcria: homeopatia feita de rocha rica em clcio. Alumina: homeopatia feita com o metal alumnio. Cuprum metalicum: homeopatia feita do metal cobre. Phosphorus: homeopatia feita do mineral fsforo. Brax: homeopataia feita do mineral boro. Ferrum metalicum ou Ferrum muriaticum: homeopatia feita do metal ferro. Zincum: homeopatia feita do mineral zinco. Magnsia: homeopatia feita do mineral magnsio. As homeopatias de minerais so utilizadas para o equ