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5º Encontro de Membros do CETRANS Pragmatismo Transdisciplinar? Método Fenomênico Emergência do Sujeito Raízes Arquetípicas 18 de maio de 2013 PRAGMATISMO NA BUSCA DE NOVOS CAMINHOS PARA A HUMANIDADE. Ubiratan D’Ambrosio [email protected] .

Pragmatismo na busca de novos caminhos para a humanidade. Prof. Ubiratan D'Ambrósio

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Palestra realizada na Sala CETRANS dia 18/05/2013, durante o 5º Encontro de Membros. Nesse dia o Prof. Ubiratan foi homenageado pelo CETRANS para reverenciar tudo o que ele fez no âmbito da TD aqui no Brasil e no exterior.

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5º Encontro de Membros do CETRANS

Pragmatismo Transdisciplinar?

Método Fenomênico – Emergência do Sujeito – Raízes

Arquetípicas

18 de maio de 2013

PRAGMATISMO NA

BUSCA DE NOVOS CAMINHOS

PARA A HUMANIDADE.

Ubiratan D’Ambrosio

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De MEFISTÓFELES para O ALTÍSSIMO:

“De mundo, sóis, não tenho o que dizer,

Só vejo como se atormenta o humano ser.

....

Da Razão dá-lhe o nome, e a usa, afinal,

Pra ser feroz mais que todo animal.

Parece, se o permite Vossa Graça,

Um pernilongo gafanhão que esvoaça

Saltando e vai saltando à toa

E na erva a velha cantarola entoa;

E se jazesse ainda na erva o tempo inteiro!

Mas seu nariz enterra em qualquer atoleiro.”

Fausto, Goethe (trad, Jenny Klabin Segall, 1981)

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A crise de fome que atinge a Somália matou cerca de

258 mil pessoas entre outubro de 2010 e setembro

de 2012, entra elas aproximadamente 133 mil

crianças menores de cinco anos.

(www.terra.com.br, 02/05/2013)

Uma em cada oito pessoas no mundo passa fome.

Um relatório da ONU alertou que, desde 2007, o

progresso na redução da fome desacelerou devido à

alta nos preços dos alimentos.

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A CIVILIZAÇÃO MODERNA

ESTÁ AMEAÇADA.

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“As principais ameaças à existência sustentável da

humanidade agora vêm de pessoas, não da natureza.

Choques ecológicos que degradam irreversivelmente

a Biosfera podem ser desencadeados pelas

exigências de um crescimento insustentável da

população do mundo. A rápida disseminação de

pandemias pode causar estragos nas megacidades

do mundo em desenvolvimento. ↝

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↝ E as tensões políticas serão provavelmente

decorrentes da escassez de recursos, agravados pelas

alterações climáticas. Igualmente preocupantes são as

ameaças imponderáveis resultantes das poderosas

novas cyber - bio- e nanotecnologias, pois estamos

entrando em uma era na qual alguns indivíduos

poderiam, por meio de erro ou terror, provocar uma

ruptura social irreversível.”

Martin Rees, Editorial, Science, March 08, 2013

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Mikhail L. Gromov (☆ 23/12/1943) é Professor do

Institute des Hautes Études Scientifiques de Bûres-

sur-Yvette, França e em 2009 recebeu o Prêmio Abel

(equivalente a um Prêmio Nobel em Matemática) por

“suas contribuições revolucionárias à geometria”.

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Em entrevista de 2010, Mikhail Gromov diz:

"A Terra vai ficar sem os recursos básicos, e não podemos prever o que vai acontecer depois disso. Vamos ficar sem água, ar, solo, metais raros, para não falar do petróleo. Tudo vai, essencialmente, chegar ao fim dentro de cinquenta anos. O que vai acontecer depois disso? Estou com medo. Tudo pode ir bem se encontrarmos soluções, mas se não, então tudo pode chegar muito rapidamente ao fim!”

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O pessimismo de Gromov quanto à sobrevivência da

civilização não é uma afirmação leviana, jargão próprio

de catastrofistas, nem uma visão apocalíptica de

cunho religioso.

Vindo de uma pessoa de seu status acadêmico, merece

atenção. Esta é uma preocupação real, sentida por

todos nós.

A pergunta que, naturalmente, segue é

“O QUE PODEMOS FAZER?”

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MINHA MOTIVAÇÃO:

O ESTADO DA CIVILIZAÇÃO

FATOS e FATOS e

FENÔMENOS FENÔMENOS

NATURAIS CRIADOS PELOS

HOMENS

SISTEMAS DE

CONHECIMENTO

ESTADO

DA CIVILIZAÇÃO

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Os sistemas de conhecimento começam a se

organizar na Europa, no período denominado Baixa

Idade Média e na Renascença, em DISCIPLINAS.

Assim surgem as disciplinas acadêmicas e os

indivíduos com competência em disciplinas são

reconhecidos como especialistas.

Essa organização é característica do contexto

cultural da Europa.

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Os sistemas de conhecimento são organizados em

DISCIPLINAS, que são elencos de saberes/fazeres de

um grupo, apropriados para lidar com questões,

situações e problemas bem definidos e de interesse do

grupo.

As disciplinas estão subordinadas a critérios de

validade formalizados em EPISTEMOLOGIAS e utilizam

METODOLOGIAS específicas para sua ação e para sua

evolução, seguindo PARADIGMAS aceitos.

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Mas já na transição da Baixa Idade Média e da

Renascença para a Idade Moderna, quando novos

meios de observação e de questionamento são

desenvolvidos e novos contextos culturais são

conhecidos, as disciplinas acadêmicas, embora muito

gerais, não davam conta de novos questionamentos e

de situações e problemas até então não identificados

e reconhecidos.

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René Descartes reconhece a insuficiência dos métodos específicos às disciplinas no seu Discurso do Método, de 1637:

“Por este motivo, considerei ser necessário buscar algum outro método que, contendo as vantagens desses três [da filosofia, da lógica, e das matemáticas, a análise dos geômetras e a álgebra], estivesse desembaraçado de seus defeitos.”

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Descartes disse claramente que procurou um método

que lhe servisse para “bem conduzir a razão”, e que

apresentava esse método tão somente como

exemplo de como ele conduzia sua razão.

Jamais como um método a ser seguido por todos,

“engaiolados” em novos paradigmas

epistemológicos.

Utilizo uma metáfora:

GAIOLAS EPISTEMOLÓGICAS

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Os pássaros de uma espécie vivem em uma gaiola, alimentam-se do que encontram na gaiola,

voam só no espaço da gaiola,

procriam e repetem-se,

comunicam-se numa linguagem conhecida apenas por eles e só vêem e sentem o que as grades permitem.

NÃO PODEM SABER DE QUE COR A GAIOLA É PINTADA POR FORA.

A GAIOLA ESTÁ IMERSA NO MUNDO REAL.

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Para se conhecer e lidar com o mundo real

é necessário sair da gaiola.

Em entrevista de 2010, Gromov diz:

“Estando em nossa torre de marfim, o que podemos

dizer? Estamos nesta torre de marfim, e nos

sentimos confortáveis nela. Mas, realmente, não

podemos dizer muito porque não vemos bem o

mundo. Temos que sair, mas isto não é tão fácil”

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Disciplinas são conhecimentos “engaiolados” em

epistemologia e metodologia específicas,

lidando com questões bem definidas e

com problemas formulados com interesse na gaiola.

SERÁ QUE O RECURSO A SISTEMAS DE

CONHECIMENTO ORGANIZADOS EM DISCIPLINAS É

SUFICIENTE PARA LIDAR COM ESSA SITUAÇÃO DE

RISCOS CATASTRÓFICOS?

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O RECONHECIMENTO DA INSUFICIÊNCIA

DAS DISCIPLINAS JÁ É ANTIGO.

Multidisciplinas: justaposição de gaiolas epistemológicas (de Fontenelle, séc.XVIII).

Interdisciplinas: comunicação entre as gaiolas, possibilitando passar de uma gaiola para outra, eventualmente criando uma gaiola maior, como em um “viveiro”, onde algumas espécies convivem (século XIX).

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Os instrumentos intelectuais e materiais desenvolvidos a partir da modernidade, que foram organizados em DISCIPLINAS,

abordam situações internas às gaiolas, mas não são suficientes para abordar os FATOS e FENÔMENOS amplos, da natureza e da sociedade, que estão fora.

Esses fatos e fenômenos podem apresentar comportamentos ordenados ou caóticos, alguns redutíveis a disciplinas, outros não, alguns previsíveis outros não.

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A Ciência Moderna repousa em um tripé:

● o determinismo newtoniano

● a lógica clássica

● os sistemas formais

Esse sistema de conhecimento não é suficiente para

explicar a natureza e o comportamento humano, mas

pretende ter a certeza das explicações.

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Destaco três exemplos de como, na

transição século XIX para o século XX,

percebeu-se que as disciplinas não são

suficientes para abordar certos fatos e

fenômenos amplos, alguns não antes

reconhecidos.

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Em 1900, o Determinismo Newtoniano (causa → efeito)

foi contestado por Max Planck (1858-1947) e por

Sigmund Freud (1856-1939), independentemente, com

as teorias Quântica e da Consciência.

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Em 1905, a Lógica Clássica, que se baseia no

tertium non datur, foi contestada por

Luitzen Egbertus Jan Brouwer (1881-1966),

com a introdução do Intuicionismo.

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Em 1931, os Sistemas Formais, fechados nas suas

gaiolas, foram contestados por Kurt Gödel (1906-1978),

com uma proposição da aritmética a qual não se pode

demonstrar ser verdadeira ou falsa dentro da própria

aritmética.

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O mundo real, onde estão as gaiolas, é um conjunto de fatos e fenômenos interligados, que resultam de fatores internos e externos, todos agindo e interagindo local e globalmente e consumindo energia para manter sua estabilidade.

Os resultados das ações e interações são, em geral, imprevisíveis.

A TRANSDISCIPLINARIDADE reconhece essa imprevisibilidade e a insuficiência das disciplinas (inclusive multi e inter) para abordar os efeitos das ações e interações.

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O enfoque transdisciplinar permite não apenas

reconhecer e descrever fatos e fenômenos, os

naturais e também os criados pelo homem, alguns

não antes reconhecidos, mas também analisá-los

criticamente, recorrendo e indo além dos sistemas de

conhecimento dominantes (disciplinas).

Permite ainda refletir sobre efeitos globais e

locais e suas consequências para o

ESTADO DA CIVILIZAÇÃO.

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O ponto de partida para a elaboração de sistemas de

conhecimento é a VIDA e como indivíduos lidam com

os pulsões de

• sobrevivência (comum a todas as espécies) e de

• transcendência (presente unicamente nas espécies

homo) .

O QUE É VIDA?

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VIDA é um fato que se realiza pela

existência solidária de seis elementos:

● um indivíduo;

● um outro indivíduo da mesma espécie;

● a natureza (no sentido amplo, cósmico);

e as três relações entre esses elementos.

Metaforicamente,

como os três vértices e três lados

de um triângulo, que eu chamo

TRIÂNGULO PRIMORDIAL.

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O TRIÂNGULO PRIMORDIAL

DA VIDA

INDIVÍDUO NATUREZA

OUTRO (s) / SOCIEDADE

As relações [lados] resultam de princípios da fisiologia [alimentação, acasalamento] e da ecologia.

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A metáfora do TRIÂNGULO PRIMORDIAL sintetiza a

essencialidade mútua dos seis elementos, que é

realizada pelos códigos genéticos, pela fisiologia e pela

ecologia:

● todos os INDIVÍDUOs dependem da NATUREZA para sua

sobrevivência individual;

● cada INDIVÍDUO depende de um OUTRO (≈ outro

diferente) para a sobrevivência da espécie (procriar).

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O PULSÃO DE SOBREVIVÊNCIA

(ou INSTINTO), presente em todas as espécies animais,

implica

a busca, pelo indivíduo,

da sua própria sobrevivência e

da sobrevivência da espécie.

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ESPECIFICIDADE DO SER HUMANO

Como em qualquer espécie animal, o comportamento humano responde a

instinto ⇛ sobrevivência.

Como em nenhuma outra espécie animal, o instinto é subordinado a algo específico de ser humano (que é chamado razão ou consciência ou vontade – livre arbítrio – ou outras palavras, dependendo da cultura)

instinto + vontade ⇛ transcendência.

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Criação de Adão, Michelangelo (1475-1564)

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Criação de Adão, William Blake (1757-1827)

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ESPECIFICIDADE DA ESPÉCIE HUMANA

A transição do animal irracional para o

animal racional (o humano), é a subordinação do instinto à uma característica humana denominada VONTADE.

O ser humano satisfaz o

PULSÃO DE SOBREVIVÊNCIA,

subordinando-o à VONTADE.

Desenvolve, assim, o

PULSÃO DE TRANSCENDÊNCIA.

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SOBREVIVÊNCIA

é o conjunto de estratégias para satisfazer as

necessidades materiais para se manter vivo e dar

continuidade à espécie, o que deve ser realizado

aqui e agora (comum a todas as espécies)

TRANSCENDÊNCIA

é ir além das necessidades materiais e manter-se vivo

com dignidade (característico da espécie humana); é

perguntar sobre onde (além do aqui) e sobre antes,

depois e quando (além do agora).

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NA BUSCA DA SOBREVIVÊNCIA,

desenvolvem-se os meios de lidar com o ambiente mais

imediato, que fornece o ar, a água, os alimentos, o outro,

e tudo o que é necessário para a sobrevivência do

indivíduo e da espécie.

São as maneiras e estilos de COMPORTAMENTO e o

CONHECIMENTO individual e coletivo, o que inclui

COMUNICAÇÃO, presente em todos os animais, mas

que, nas espécies humanas, se manifestam como

TÉCNICAS, LINGUAGEM, CINÉSICA, MÚSICA e DANÇA.

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NA BUSCA DA TRANSCENDÊNCIA,

as espécies homo desenvolvem a percepção de

passado, presente e futuro e o seu encadeamento.

Procuram relacionar fatos e fenômenos com presente

(o instante), com passado (onde devem estar as

explicações e as causas) e com o futuro (onde devem

se realizar desejos e onde se situam as expectativas,

intenções e objetivos).

Agem no presente, procuram explicações no passado e

criam expectativas para o futuro.

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Ações, explicações e expectativas se realizam como:

● technés [ARTES e TÉCNICAS], que evoluem como

sistemas de explicações sobre as origens e a criação

[MITOS e MISTÉRIOS, DIVINDADES], diálogos com

essas divindades e questionamentos sobre o futuro

[CULTOS, MÚSICA, DANÇA, ARTES DIVINATÓRIAS];

● MEMÓRIA individual e coletiva [HISTÓRIA];

● representações do real [MODELOS] e elaborações

sobre essas representações [IMAGENS].

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Para responder aos estímulos da realidade ampla, na

busca de sobrevivência

(= subordinação ao triângulo primordial),

juntamente com a busca de transcendência (=

subordinação à vontade)

são necessárias estratégias específicas.

Essas estratégias se exercem nas relações (lados) do

triângulo primordial, criando MEDIADORES nessas

relações.

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Os mediadores tornam mais complexo o

conceito de triângulo primordial:

INDIVÍDUO NATUREZA

OUTRO (s) / SOCIEDADE

As relações [lados] resultam de princípios da fisiologia [alimentação, cruzamento ...] e da

ecologia.

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INDIVÍDUO NATUREZA

OUTRO (s) / SOCIEDADE

A relação entre o indivíduo e a natureza, essencial

para sua sobrevivência, fica subordinada à sua

vontade, ao seu querer, às suas preferências. A

relação (lado) entre indivíduo e natureza é

intermediada por INSTRUMENTOS.

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INDIVÍDUO NATUREZA

OUTRO (s) / SOCIEDADE

A relação entre um indivíduo e outros é mediada por

emoções, afinidades e preferências (gostar ou não

gostar, amar ou odiar, respeitar ou desprezar, confiar

ou temer, …), que se manifestam pela

COMUNICAÇÃO e na forma de EMOÇÕES.

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INDIVÍDUO NATUREZA

OUTRO (s) / SOCIEDADE

As relações entre o grupo (outro(s)/sociedade) e a

natureza não se pautam por princípios ecológicos.

Pela vontade, o ser humano subordina a natureza a

suas necessidades e preferências, o que se exerce por

meio de TRABALHO e que dão origem às estruturas

de PODER.

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Todas as mediações, que são resultado de

VONTADE, estão, naturalmente, relacionadas.

instrumentos

comunicações trabalho

emoções poder

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COM AS MEDIAÇÕES, O TRIÂNGULO

PRIMORDIAL DA VIDA

INDIVÍDUO NATUREZA

OUTRO (s) / SOCIEDADE

PASSA A SER

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O TRIÂNGULO PRIMORDIAL HUMANO

instrumentos

INDIVÍDUO NATUREZA

emoções poder

comunicação trabalho

OUTRO(s)/SOCIEDADE

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O TRIÂNGULO PRIMORDIAL

AMPLIADO

instrumentos

INDIVÍDUO NATUREZA

comunicação trabalho

emoções poder

OUTRO(s) / SOCIEDADE

AS RELAÇÕES [LADOS] AGORA

INCLUEM AS MEDIAÇÕES.

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INDIVÍDUO NATUREZA

OUTRO (s) / SOCIEDADE

V O N T A D E instrumentos

INDIVÍDUO NATUREZA

comunicação trabalho

emoções poder

OUTRO (s) / SOCIEDADE

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Essa transição explicita:

as categorias do triângulo primordial da vida (indivíduo + natureza + outro/sociedade + relação I↔N + relação I ↔

O/S + relação O/S ↔ N ⇛ SOBREVIVÊNCIA)

e as categorias específicas do ser humano (instrumentos + emoções + comunicação + trabalho + poder + sistemas de explicações + passado⇔presente⇔futuro + religiões

+ artes divinatórias + ciências + invenções + ..... ⇛

TRANSCENDÊNCIA) e a ação da VONTADE.

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QUESTÃO MAIOR:

Explicar as categorias envolvidas na ação do ser humano, como agente de sua VONTADE,

na transição do triângulo primordial da vida para o triângulo primordial humano, com o objetivo

de satisfazer, além do

pulsão de SOBREVIVÊNCIA, o

pulsão de TRANSCENDÊNCIA.

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Todas as CATEGORIAS conceituais

● o indivíduo, o eu e a Relação I↔N

● o outro e, por extensão, a sociedade e a Relação I ↔ O/S

● a natureza e a Relação O/S ↔ N ● a vontade,

responsável pela criação e uso de

● instrumentos;

● comunicação e emoções;

● trabalho e poder

permitem SOBREVIVER e TRANSCENDER

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Essas mesmas categorias levam à percepção de

espaço, ao deslocamento e busca de abrigo para o

indivíduo e para o grupo, de tempo, reconhecendo

presente, passado e futuro e seu encadeamento, à

organização de sistemas de explicações, que dão

origem aos mitos e religiões, às artes e às técnicas,

às ciências e às invenções.

Todas essas realizações de ser humano dependem do

contexto natural e social e identificam uma cultura.

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A civilização moderna é o complexo de várias culturas que compartilham muitas das categorias apontadas para sobrevivência e transcendência.

As categorias compartilhadas são próprias da cultura dominante. A ameaça que pesa sobre a civilização moderna é devida, sobretudo, ao desequilíbrio entre esse compartilhamento.

CONHECER É O CAMINHO ESSENCIAL

PARA PODER MODIFICAR.

Obrigado