14
0 O Pragmatismo Romano História A Novembro 2013 Isabel Cabo nº17 Nicole Antunes nº27 Tânia Bibiu nº?? Escola Secundária Gabriel Pereira

Pragmatismo romano (issuu)

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Pragmatismo romano (issuu)

0

O Pragmatismo Romano

História A

Novembro 2013

Isabel Cabo nº17

Nicole Antunes nº27

Tânia Bibiu nº??

Escola Secundária

Gabriel Pereira

Page 2: Pragmatismo romano (issuu)

1

"A prudência romana empregou-se principalmente em coisas que pouco atenção receberam

dos Gregos – pavimentação das estradas, construção de aquedutos e esgotos. De facto, os Romanos

calcetam as estradas abertas através de montes e vales, a fim de as mercadorias poderem ser

transportadas em carros desde os portos. Os esgotos, feitos de pesadas pedras, são tão largos, em

alguns lugares, que podem passar sobre eles os carros carregados. O fornecimento de água por meio

de aquedutos é tão abundante, que pode dizer-se que os rios correm para as cidades, e quase todas

as cidades, providas de canalizações, possuem fontes."

Estrabão, Geografia, II, 64 a. C. – 24 d. C.

Page 3: Pragmatismo romano (issuu)

2

Índice

Introdução……………………………………………………………………………. 3

Urbanismo………………………………………………………………………...…..4

Uma cultura urbana pragmática…………………………………………………….4

A cidade romana…………………………………………………………………….4

Arte…………………………………………………………………………………...7

Arquitetura…………………………………………………………………………. 7

Escultura e pintura…………………………………………………………………..8

Literatura………………………………………………………………………….…9

Conclusão……………………………….……………………………………………11

Bibliografia e Webgrafia……………………………………………………………. 12

Page 4: Pragmatismo romano (issuu)

3

Introdução

As civilizações antigas, em que se inclui a civilização romana, estruturavam-se

institucionalmente numa teia urbana. No início da sua História, os Romanos repartiam as suas actividades entre o trabalho da terra e a necessidade da sua proteção e por isso ficou-lhes sempre um sentido prático, realista, virado para o concreto. Assim, ao contrário dos gregos, para quem tudo tinha de ser belo, os Romanos sentiam que todas as coisas tinham de ser úteis.1

No caso de Roma, revelou-se a expressão material do pragmatismo e da eficiência do povo romano. À medida que o seu império se expandia, organizava o território a partir da cidade, foco principal da organização administrativa.

A planificação das cidades, foi fundamental. Foi através destas que a cultura romana se afirmou e expandiu. A sua mentalidade pragmática, tendo sempre como prioridade a organização, a utilidade e eficiência esteve sempre presente, como veremos ao longo deste trabalho no urbanismo, na arte e na literatura.

1 Couto, Célia Pinto, Um novo Tempo da História, Parte 1, História A, 10ºano, Porto Editora

Page 5: Pragmatismo romano (issuu)

4

Urbanismo

Os Romanos consideravam a cidade como o foco principal da organização administrativa do seu Império. Nos territórios que dominavam, criavam ou reorganizavam núcleos urbanos, formando uma vasta rede de cidades.

O urbanismo planificado foi um meio de organização do Império que integrou a diversidade de territórios e povos que o compunham.

Uma cultura urbana pragmática No caso da civilização romana, a cidade (a urbe) identificava-se com o Estado e o

seu solo era considerado como intangível e sagrado. A preocupação de modelar uma sociedade que funcionasse de forma

devidamente organizada era uma clara expressão de mentalidade pragmática dos Romanos.

A forma de edificação das cidades romanas sofreu várias influências. O contributo etrusco fez-se sentir na organização urbanística ortogonal simples, mas a base urbanística mais evidente vem dos gregos, com a implementação do sistema em grelha.

Os locais de habitação, de comércio, as praças, os templos e como e onde se faria o abastecimento da água ou a rede de esgotos era planeada previamente.

A cidade Romana A base do Império Romano é o urbanismo. A cidade romana ideal devia

obedecer a um padrão rígido de urbanismo. Foi na cidade, e através dela, que a cultura romana se afirmou, expandiu e implantou. A cidade está rodeada de uma muralha (com torres de vigia) e tem planta rectangular. A cidade divide-se em módulos, separados entre si por ruas paralelas de dimensões iguais. Há duas ruas que têm dimensões maiores: o Cardo (sentido N-S) e o Decumanus (sentido E-O), terminando cada uma delas nas quatro portas da cidade (fig.1 e 2). No local em que estas duas ruas se cruzam fica o fórum e o mercado, ou seja: os espaços e edifícios mais importantes.

Fig.1 – Planta – Tipo da cidade Romana

Page 6: Pragmatismo romano (issuu)

5

Segundo José Mattoso ,2 a cidade era composta por: um centro monumental, o fórum, que constituía o centro da cidade. Como local de grande importância, o centro da cidade, era frequentemente renovado e enriquecido. No fórum era onde se concentravam os edifícios destinados às principais funções institucionais, administrativas e religiosas como a cúria3, a basílica4 e os templos (fig.3), que atraíam as principais áreas de comércio. Nas cidades, havia também, os estabelecimentos termais públicos (fig.4), os aquedutos5(fig.5), os esgotos e os centros de lazer: teatro (fig.6), anfiteatro e hipódromo.

2 José Mattoso, História de Portugal, vol. 1, Lisboa, Estampa, 1997

3 Onde o Senado se reunia

4 Permitia a realização de reuniões entre políticos e homens de negócios e servia também como tribunal público

5 Serviam as termas e as cidades de água

Fig.3- Templo Romano, Évora Fig.4 – Termas Romanas de Évora, Paços do Concelho de Évora

Fig.2 – Vista aérea das ruínas da cidade romana de Conímbriga

Page 7: Pragmatismo romano (issuu)

6

O sentido utilitário do urbanismo romano revelou-se ainda no gosto pela monumentalidade. Junto ao fórum foram construídas bibliotecas e mercados públicos destinados ao abastecimento das cidades. 6

As habitações distribuíam-se pela cidade romana segundo uma malha regular onde as ruas se cruzavam perpendicularmente. Os mais ricos habitavam as domus (fig.7), casas geralmente de um só piso e que tinham no seu interior um espaço ao ar livre; as insulae (fig.8), inicialmente construídas com materiais de pouca qualidade e divididas por andares de várias habitações, eram mais económicas e, por isso, eram habitadas pela população mais pobre.

Deste modo, as cidades romanas partilhavam um padrão urbanístico comum.

6 Couto, Célia Pinto, Um novo Tempo da História, Parte 1, História A, 10ºano, Porto Editora

Fig.6 – Teatro romano de Mérida Fig.5 – Aqueduto romano

Fig.7 – Domus

Page 8: Pragmatismo romano (issuu)

7

Arte

A Arquitetura A arquitetura foi o campo em que o espírito romano encontrou a sua expressão

artística mais forte.7 Durante a fase da Monarquia (753 a.C a 509 a.C.), notavam-se principalmente

caraterísticas arquitetónicas etruscas. No período da República há uma forte influência, em alguns casos, quase cópia, das obras gregas. No entanto, após o século II, Roma começa a criar obras com identidade própria, aproveitando as ideias gregas de uma forma inovadora que se revelou com o aparecimento das primeiras tipologias arquitetónicas próprias.

Os Romanos utilizavam, para além dos materiais tradicionais da época (pedra, mármore, tijolo e madeira), outros de maior facilidade de uso, como as argamassas8. O uso deste material permitia edificar construções mais complicadas (fig.9 e 10), em menos tempo e com menor custo, como coberturas em abóbada ou cúpulas, paredes arredondadas e absides.

Desenvolveu sistemas de construção baseados nos arcos (de influência etrusca), criando abóbadas e arcadas. Esta habilidade arquitetónica permitiu que os Romanos criassem novos tipos de edifícios, com plantas técnicas e sistemas de construção. Com isto, desenvolveram novos conhecimentos a nível da topografia, das técnicas de terraplanagem e da cofragem (moldes de madeira que mantinham as argamassas até à sua solidificação) o que permitia que as construções fossem adaptadas de modo seguro ao relevo do local onde iriam sem construídas.

Embora com influências etruscas a arquitetura romana manifestou-se assim pragmática e eficiente.

7 Couto, Célia Pinto, Um novo Tempo da História, Parte 1, História A, 10ºano, Porto Editora

8 Pasta que, enquanto húmida era facilmente moldada, mas depois de seca era sólida como a pedra.

Fig.8 – Insulae

Page 9: Pragmatismo romano (issuu)

8

A Escultura e a Pintura

A escultura romana manifesta grande influência do povo etrusco. Estes, procuravam ser rigorosos e exatos na reprodução da realidade.

Notava-se também na escultura influências da arte grega. Criavam as suas obras atendendo às características dos períodos clássico e helenístico da arte grega, mas associando-as com a vontade romana de realismo Assim, mais uma vez, os Romanos demonstravam como se diferenciavam dos Gregos: estes tinham como preocupação central o belo, sobretudo a beleza formal do nu; os Romanos, centravam-se na representação fiel do modelo, expressando o seu pensamento prático e realista (fig.11, 12 e 13).

Fig.9 – Fórum Romano Fig.10 – Arco do Triunfo Romano

Fig. 11 - Octávio César Augusto representado como imperator

Fig.12 - Vénus de Milo

Fig.13 - La Pietá

Page 10: Pragmatismo romano (issuu)

9

O pragmatismo e a preocupação deste povo pelo realismo, levou a que os escultores representassem de forma precisa as características fisionómicas dos rostos, não contornando os defeitos, mas representando-os com rigor. Para além dos pormenores fisionómicos, estes retratos mostravam marcas da passagem do tempo, o envelhecimento e o sofrimento humano.

A pintura romana tinha como centro a representação do quotidiano, do modo de vida e de ser romanos. As suas influências eram também etruscas, o que é visível pelo realismo e a preocupação narrativa.

O pragmatismo e realismo romanos resultaram na existência de cinco áreas temáticas na pintura romana: a pintura triunfal, a pintura mitológica, a pintura paisagística e de naturezas-mortas, a pintura de cenas de género e o retrato. (fig. 14)

A pintura foi utilizada em edifícios públicos mas também a um nível doméstico, nomeadamente nas habitações de romanos mais ricos.

A Literatura Considera-se a literatura latina uma das mais ricas e que mais contribuiu para o

desenvolvimento da literatura universal. Segundo algumas teorias a literatura latina teve três grandes períodos, a Origem, o Apogeu e a Decadência.

O primeiro período (século II a.C.) existiam apenas rudimentos de poesia de caráter religioso e heróico e também o género dramático onde os latinos tentam adaptar as heranças gregas à sua realidade.

O segundo período, o Apogeu, corresponde a uma época de grande brilho cultural, século I d.C. Poetas como Virgílio, Horácio e Ovídio criaram obras que se tornaram modelos literários para os séculos seguintes. Os autores eram

Fig. 14 - Terentius Nero, padeiro, e sua mulher, Retratados como «burgueses Fig. 15 Cena da vida de Íxion,

Casa dos Vettii, Pompeia

Page 11: Pragmatismo romano (issuu)

10

incentivados, aplaudidos e recompensados pelo mérito de exaltarem as virtudes da pessoa e do reinado de Octávio. Deste modo, a poesia fez eco em toda a Roma, servindo de meio de propaganda imperial.

Por fim, o terceiro período, Decadência, quando o regime republicano acaba com

a morte de Octávio Augusto e os seguintes imperadores (Tibério, Calígula, Cláudio e Nero) proíbem toda e qualquer liberdade de expressão. Representam este período alguns escritores de menor relevância, como o dramaturgo Séneca e o satírico Juvenal.

Fig.16 – obras de literatura romana

Page 12: Pragmatismo romano (issuu)

11

Conclusão

A cultura romana resultou da fusão de várias influências que os romanos

aprenderam e transformaram de acordo com o seu carácter, ajustando-as ao seu sentido pragmático. A necessidade desenvolveu o seu sentido prático e realista, tudo o que construíram devia ser útil. O Pragmatismo Romano é assim visível em todos os domínios.

Ao longo deste trabalho vimos como os romanos foram mestres do urbanismo, planificando as áreas urbanas. Nas cidades nada era feito ao acaso. Também as construções arquitetónicas, a arte, a pintura e a literatura tornaram-se património comum em todo o império romano.

Page 13: Pragmatismo romano (issuu)

12

Bibliografia e Webgrafia

Costa, Alice; Gago, Marília; Marinho Paula, Horozonte da História, Texto

Mattoso, José, História de Portugal, vol.1, Estampa

Saraiva, José Hermano, Temas de História de Portugal, Primeiro volume, Circulo de Leitores

Atlas da História do Mundo, Selecões do Reader’s Digest, pag. 86-90

Couto, Célia Pinto, Um novo Tempo da História, Parte 1, História A, 10ºano, Porto Editora

-Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/

-Portugal Romano.com, Arqueologia Romana em Portugal

http://www.portugalromano.com

-Época Romana - Câmara Municipal de Évora

http://www2.cm-evora.pt/arqueologia/romanos.htm

-o pragmatismo romano no urbanismo | GineHistória

gine istoria. ordpress.com 2 9 ... o-pragmatismo-romano-no-urbanis...

-O pragmatismo romano na arte e na literatura | GineHistória

ginehistoria.wordpress.com/.../o-pragmatismo-romano-na-arte-e-na-litera..

-História de Roma Antiga e o Império Romano

http://www.suapesquisa.com/imperioromano/

Imagens:

-Horizonte da História, Alice Costa e outros, Texto Editora

Instituto de Gestão do Patrimonio arquitectonico e Arqueológico www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/

Época Romana- Câmara Municipal de Évora

http://www2.cm-evora.pt/arqueologia/romanos.htm

Portugal Romano.com, Arqueologia Romana em Portugal

http://www.portugalromano.com

A literatura latina, Vítor Fernandes http://www.litteratu.com/literaturalatina.pdf

Page 14: Pragmatismo romano (issuu)

13