Casa viva: uma outra forma de habitar Habitar e transformar intencionalmente a natureza. dotando de sentido e de valor, a casa, é o produto dessa transformação.

localizada no parque Portugal lagoa do Taquaral, em Campinas, a Casa VWa. propõe uma outra forma de morar consciente e

integrada a natureza, aliando tecnologias sustentáveis de ponta a saberes da casa vemacular brasileira. A Casa Viva e liD\

espaço destinado a geração de abundância, manutenção da vida e da saúde humana.

Mas, falar de morada em um edifício sede do COMO EMA e de exposições? Embora o programa não seja o de uma casa familiar, as funções: lazer, comer, descansar, brincar, trabalhar, etc. estão presentes nesse projeto e podem nos ensinar que habitar a casa, o edifício; o parque, a cidade, o planeta requer o mesmo cuidado e afetividade. Uma "casa" modelo com o uso de diversos materiais e tecnologias para repensar e inspirar o modo de habitar a própria casa e o planeta.

O projeto se mescla a paisagem e dialoga com o parque, a concepção e de liD\ percurso que circunda a borda interna da clarei­ra resultante de liD\ cinturão verde produtivo e articula o funcionamento de três edifícios ao redor : o Bloco Vestiário/Ciclistas, o Bloco Comdema/Restaurante e o Bloco Exposições/Plenária. Em seu coração há uma grande praça, um ecossistema com cami­nhos e programas que criam interesse para a visita e se interligam aos caminhos do parque: o portão 5, a ciclovia, o bonde (Estação Casa Viva), a pista de corrida. O projeto prevê acesso universal e há logística para entrada de automóveis de serviço.

As soluções adotadas estão sempre à mostra e todo o sistema e desenhado de forma circular, ou seja os resíduos de um proces­so são entendidos como alimentos e não geram lixo. Em todos os edifícios a água e os nutrientes são parte de um ciclo fechado integrando a natureza ao entorno. A energia solar e o vento são utilizados em sua máxima potencialidade em todos os blocos, seja pela redução de consumo, de forma passiva, através do uso de ventilação cruzada, dutos de ventilação, e iluminação indi­reta, como através da produção energética com painéis fotovoltaicos e mini-turbinas eólicas. A produção de alimentos disper­sada pela área de intervenção também e l.ID\a forma de produção de energia. que junto ao paisagismo ornamental dá suporte à uma vasta gama de espécies.

Assim como sistemas naturais, os sistemas integrados de água, energia e nutrientes abastecem positivamente o local, alem de

conectar a Casa Viva ao parque do Taquaral. As tecnologias de tratamento da água, as quais utilizam plantas e animais como infraestrutura, ficam na superfície, propiciando uma nova relação dos usuários com o meio ambiente- trazendo à vista o poder regenerativo de sistemas naturais, requaliticando a paisagem. al.ID\entando o tempo de escoamento e gerando benefi­cios estéticos e de conforto.

A casa vai além da sustentabilidade: é um local de abundância e geração de biodiversidade mante­nedor da vida saudável.

Conexões Casa Viva e o parque do Taquaral acesso serviço

~ - I •

área de intervenção

BLOCO COMDEMA

vagas g PNE 'ej

estacionamento

10 20

BLOCO VESTIÁRIO (sob a rampa)

portaria

bicicletário -----c:------1'

(sob a rampa)

50

'\1

t acesso

1t

c'~ \5:''}5"' '' -\ :' _/ : .. ·· .· ...

guarda municipal

I '

N ':····· ·--..... .· ·- ---·· cai>ca d ' agua

e t i i

estação bonde

patinação

'

~ acessos energia biodiversidade tecnologias construtivas água

PERCURSOS

A água da chuva é captada e utilizada no local para irrigação e vasos sanitários. Os efluentes são tratados e despejados para

o meio ambiente com excelente qualidade.

lagoa

NUTRIENTES (CARBONO, NITROG~N IO. FOSFORO)

·,

I I AGUA

TECNOLOGIAS SISTEMAS CONSTRUT IVOS

CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA

* NUTRIENTES Os resíduos sólidos orgânicos provindos dos banheiros secos, juntamente com as podas de árvores e restos de alimento do parque são utilizados para aproduçãode compostos orgânicos que servirão de nutrientes para a agrofloresta- e em seguida para a horta.

ENERGIA Diversas técnicas de conforto térmico passivo e iluminação natural são utilizadas para a redução do consumo elétrico nos edificios. t também produzida energia elétrica e térmica, através de fontes renováveis como o sei e vento. A Casa Viva, além de produzir sua própria energia, se toma capaz de exportar para o parque e a rede.

0 HABITAR INTEGRADO À NATUREZA O homem e a natureza são elementos constituintes e constituídos da mesma realidade. A Casa Viva deseja potencializar as forças da natureza por meio da integração e cooperação natureza/cultura e natureza/homem. A casa busca mimetizar processo naturais na busca de uma nova forma de ressignificaressas relações.

ECOSSISTEMA CASA CONVENCIONAL CASA VIVA

~ lcui1;;:y 1'

~~~~~~t~~~~~~~-~~~~~ ~~·

PREFEITURA DE CAMPINAS

"CASA DA SUSTENTABILIDADE" PARQUE TAQUARAL- CAMPINAS- SP INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL DEPARTAMENTO DE SÃO PAULO

1/2 Um novo tempo para nossa cidade

A Casa Vtva é um elementoconst~uinte da paisagem do parque. Com implantação dinâmica e sensorial. o piso se transforma ora em acesso, ora em verde, em água, ter­raços, mirantes, vistas e conecta os blocos .Tudo: edifício, natureza, materiais e tecnologias formam o próprio objeto expositivo, que busca através do exemplo e da vivênda estimular o uso de boas práticas construtivas.

Uma dobra do percurso, sob a rampa, contém um volume de apoio aos cidistas e funcionários, o Vestiário/Bicicletário, construido em estrutura metálica e madeira de reflo­restamento. Subindo a rampa e caminhando sobre a marquise/passarela encontra-se o bloco Comdema!Restaurante, esse percurso é perto das copas das árvores e dá acesso ao telhado ""rde para ver as placas fotovoltaicas e tecnologias. Mais adiante, é possível acessar o Edifício Exposições/Plenária no segundo pavimento e escolher a melhor vista do parque no terraço ou na ponta da marquise/passarela. Sob a marquiseque conecta os edifícios e a praça é possível realizardiversasatividadescobertas ao ar livre: dança, ginásticas, feiras, encontros.

O bloco Comdema/ Restaurante, está orientado para o sudeste, modulado de estMura leve metálica e com fechamento em bambu e vidro abriga as áreas administrativas e o restaurante. A construção é térrea , mantendo a escala do homem e seu desenho adota soluções de conforto da casa ordinária como: beiral, shed, boa orientação solar e ventilação cruzada. Esse bloco abriga o restaurante ,já que a relação entre alimentação, como fonte de nutrientes e energia, é parte integrante dos sistemais natura i~ das vi­vências, aprendizados e encontros.

Pela passarela ou andando pela praça chega-se a um volume tectônico, o Bloco Exposições/Plenária, construído em terra e estMurado em concreto redclado para abrigar os eventos, as exposições, a plenária, o café e as salas muki usos. Com dois pavimentos acomoda-se em um volume trapezoidal.

A Casa Viva convida a experimentação e a criação coletiva do espaço através das interações humanas, tecnológicas e com o meio ambiente.

Sistema Integrado de Águas e Nutrientes Foram desenvolvidos 2 sistemas para o tratamento de água: um através da separação de águas cinzas e negras (banheiro seco) e outro sem separação (banheiro molhado).

N

Bloco COMDEMA/ Restaurante A=4SOm'

Bicicletário

túnel trepadeira

Recepção COMDEMA

estrutura metálica+ telha sanduiche branca

cobogó

shed

fechamento esquadrias

Bloco COMDEMA

com teto bambu verd

espelho ld'agua

vento <f- se

fechamento esquadrias fechamento em shedem bambu bambu

Caixa d'agua

r---.~-,,,,,,-:,· . ,--~~~dopMqUe l )Resíduos são recursos transfonnam-se em nu­trientes

COMDEMA- corte AA COMDEMA- Corte BB , I ' · 1; ~ .. ~ ' ~ ~ I

alimento

t-----,-t--i_O_'J_~_t_=_=_=_=_=_=-:======j=-=_-:;~--~-l-----~ 3)Compostodobameiromolhado(água negra) e as podas do parque e residuos da

2)Compostodo banhei"oseco e o esterco das galinhas vão para compostagem e viram adubo que alimenta a aglofloresta.

' fl';=::::~t"C==i gás .J,_ cozinha!restaurantevãoparaobiOOigesrorese 1 11 ..-'~..:. 4,"V"\ transfonnaemgásnaturaLcompostoparaplan-

( V ~ banhe;.; seco f . ~~ ~-\ tas.alimentoparaospeixesebiofertilizante. chama jardim de chuva n mOihãd rc ..... ~- ptso permeável

btogás 1 1)fAI~""o"'o~"'':li:'"'""~~:rrif'.~'f' J;;; ?- ;;;~ <;~..._~?._..I.:~~~~J((~)'::;=~·rlr,-:r'i.;0~o.;ooo:-:"""":""" 4) Aáguadapiadobanheirosecosegueparao i nün· , :r-r ~ , I I 1~1 .:~~ ~ ~.. árculodebananeiraseinnlt<anosolo

L--1:::::::~~~~~~~~ 0-:--+-t-~ § t=====-+~=~-+----_j S)Aáguado banheromolhado(água cinza)

~ded\wa/ imgaçio

~~os biológicos águas clnzas olerlcolasl agronorestas energia

blo<ltgestor '0} t-- segue pa<a o biossistema de l<atamento e por compostagem fim para a lagoa. .j.

blollllro~ -.1-

~~~l,fj

() ~ira 6) A água da chuva é armazenada em cisternas .,_ para uso nos vasos sanitários do banheiro mo-

:··~ ~ :s r~· ,E---+----' lhado,limpezaeirrigação.

'lo<

~tanque de algas

'lo<

~ tanquedepebes

'lo<

túnel trepadeiro: :""-. exposi~o ~tériai~ vemaculare:Ynas paredes

/ ' / '

/ ' ~1/ '>

~~ / c..c;.- /

"""-' / ~, / lv /

~"/ / ~/ /

<"/ / /

~~ /

/ /

' ' ' ' / ' / v

y f ~,.,

l !O cozinha

área de v·ndustrial convívio

-"'~ . "

área de convivio

~ dep.recicláveis

·~ restaurante

~:7j~tcos . ... ' -.us

~rgolado- inclinação ajustável

grelha piso/ espelho d'agua

.. 0.75

placas fotovoltatcas na parede Norte

ex-posição ~

O~ pennanent ~ .. 0.20

~-elevador

rampa

flores

plenárialmu\Uuso ~0.20

•

abertura para luz

grelha para salda de ar [}lff:. ~- ,.. ,,-_.~'i,/1 ao duto subterrâneo ~

chaminé de ventnação /} ~

brise soteU móvel horizontal

tubo de luz

brise soleil móvel horizontal

dutos de ventilação subterrânea - captação de ar fresco na agrofloresta

o .. salas

-mutt\U5o

mezanino

•

'8 b café ~

•

teto verde

- "

•• o o

tubo de luz

tubo de luz

parede verde + chaminé

parede dupla de de taipa ventilação

Terraço/ Mirante

Marquise/

Elevação Sul

prateleira pergolado de LU%

teto tubo de verde luz

0,20

artefato refletor

( ) C3 N

saída de ar-dutos de

ventilação subterrânea

-plen•ra

brise soleil móvel

entrada de ar· dutos de ventilação subterrânea

vento se

.. 030

brise solei\ móvel vertical

Bloco ExJ!>osições/ Plenária A témeo=\4401nt

Bloco Exposições/ Plenária A superior=290m'

mtrante .. 4.40

Exposição/ Plenária - Corte

Planta pavimento superior Sistemas

Construtivos

1) Materiais não tóxicos, de ako conteúdo reciclado, ou rapidamente renováveis e/ou de fácil extração/ produção local. 2) Escolha dos materiais pensada para o fechamentodeseuscido~ sejam eles materiais técnicos como estMura metálica ou concreto, ou do ciclo biológico como a taipa e o bambu, perm~ea reciclabilidade dos materiais. 3) Edifício desmontável, possibil~ndo a reutili­zação de cada material escolhido nos seus próximos ciclos.

pomar

hortaliças

•

• esguicho água

pista clnéttca (dança. exerclcios)

térreo

Metálica + Madeira superior

PREFEITURA DE CAMPINAS Um novo tempo para nossa cidade

clarabóia

1/250

rampa

banheiros secos

tanque de algas

circulo de ):oananeiras

tanque de peixes rampa

tanque de macrótitas

• •

ervas

/'? rampa

chama blogás

área de oonvívio

I I

Configurações das salas multiuso

(divisórias articuladas)

CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE ARQUITETURA "CASA DA SUSTENTABILIDADE" PARQUE TAQUARAL - CAMPINAS -

"

SP

Detalhe Bloco COMDEMA estrutura metálica+bambu+vidro

INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL DEPARTAMENTO DE SÃO PAULO

2/2