Prática Processual Civil - Inês

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    1/75

    Prtica Processual Civil

    Noo de Direito Processual Civil o conjunto de regras e de comandos normativos queacompanham a vida de uma aco em tribunal, desde que ela instaurada at ser proferida adeciso que lhe ponha termo.

    Espcies de aces consoante o seu fim

    De acordo com o art.4/ !"!, as ac#es so$

    Declarativas so aquelas em que o autor procura que o tribunal declare a soluo, comfundamento no direito substantivo, para um determinado caso. %stas, nos termos do art.4/& !"!,podem ser$

    a. De simples apreciao so aquelas que visam obter unicamente a declarao da e'ist(nciaou ine'ist(ncia de um direito ou de um facto )al.a*. !onstituem um meio de prevenir lit+gios,desempenhando assim uma funo preventiva. %stas podem ser positivas (quando o autorpretende que o tribunal declare a e'ist(ncia de um direito ou de um facto )ou negativas (quandoo autor requer que seja declarado que o direito no e'iste ou que determinado facto no ocorreu )

    b. De condenao so aquelas em que o autor no s- pretende que seja declarado o seu direito,

    o qual est a ser violado pelo ru, mas tambm que este seja condenado reintegrao dessemesmo direito, quer atravs da reali0ao de uma determinada prestao, quer por meio de umaatitude de absteno ou omisso )al.*

    c. Constitutivas so aquelas em que o autor pretende obter, atravs do tribunal, um efeitojur+dico novo que vai alterar a esfera jur+dica do ru, independentemente da sua vontade )al.c*.

    E!ecutivas so aquelas em que o autor )e'equente* requer as provid(ncias adequadas reparao efectiva do direito violado )art.4/1 !"!*. %stas, de acordo com o art.42/& !"!, podemser$

    Para pagamento de "uantia certa )arts.3 a 5&1 !"!* Para entrega de coisa certa )arts.5&3 a 51 !"!* Para prestao de facto )arts.511 a 54& !"!*.

    #$ % Consulta &ur'dica

    #$$ % consulta ao cliente

    1

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    2/75

    6a vida prtica do advogado, o processo civil comea com a consulta que o cliente pretende.

    %sta o in+cio do processo, dando in+cio relao que se vai prolongar at re7soluo do lit+gio.

    8 advogado deve abster7se de atender o cliente na rua ou no restaurante, no tanto por ra0#es monetrias,mas sobretudo pelo facto de ser necessrio consultar legislao, ponderar as quest#es seriamente e prestarconselho reflectido e seguro.

    8 cliente deve ser atendido no escrit-rio, mas nem todos os advogados possuem escrit-rio tradicional. Destemodo, o art.39 h* %8: atribui ao advogado o dever de ;manter um domic+lio profissional dotado de umaestrutura que assegure o cumprimento dos seus deveres deontol-gicosuitos advogados organi0am a sua actividade e planificam o atendimento de forma a que os clientescompaream em dias e horas pr7determinadas.

    utras regras importantes*

    6o fa0er esperar o cliente 6o ter pressa :conselhar com segurana, nem que seja necessrio chamar o cliente uma segunda ve0 ?omar nota do que o cliente di0.

    >uitas ve0es, a consulta no tem sequ(ncia. 8 cliente procura esclarecer7se sobre determinado assunto ouquesto que o preocupa.6outros casos, a consulta marca o in+cio de um processo.

    =uando se esgota no pr-prio acto, a regra o cliente proceder ao pagamento no final da mesma =uando marca o in+cio de um processo, vulgar o advogado solicitar uma proviso, juntamente com

    a documentao necessria aco judicial.

    #$+$ ,entativa de resoluo amigvel (acordo)

    :ntes de se propor uma aco em tribunal, deve7se tentar a composio amigvel do lit+gio, ou seja, resolvero assunto atravs da via negocial.

    @e a parte contrria estiver representada por advogado A o contacto ter de ser efectuado directamente comesse advogado. !onstitui dever deontol-gico ;no contactar a parte contrria que esteja representada poradvogado, salvo se previamente autori0ado por este, ou se tal for indispensvel, por imposio legal oucontratual< )art.B e* %8:*.

    8 envio de carta parte contrria ter de revestir cuidados especiais$

    @e pretendemos o acordo, uma postura agressiva pode dificultar qualquer hip-tese de entendimento 8 processo negocial envolve uma tcnica pr-pria.

    N- E./0ECE1que o cliente que decide se quer o acordo ou no e em que termosCC

    8 advogado deve ;aconselhar toda a composio que ache justa e equitativa< )art.52/ c* %8:*, mas nopode impor ao cliente essa soluo. "ode dar a sua opinio, orientar, mas no pode sobrepor a sua vontadeao cliente.

    8btido o acordo, necessria a sua formali0ao. todo o interesse em que o acordo revista a nature0a det+tulo e'ecutivo, ou seja, que o direito esteja definido de forma a que, em caso de incumprimento, se possarecorrer e'ecuo.

    >esmo que o advogado tenha procurao com poderes especiais, conveniente que o documento de acordoseja assinado pelos clientes, pois, muitas ve0es, arrependem7se dos acordos que fi0eram.

    #$2$ % gesto do cliente e seu processo

    2

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    3/75

    rgani3ao do escrit4rio >anter o espao de trabalho limpo e organi0ado !oncentrar actividades

    Definir dias fi'os de consultas presenciais Definir per+odo para telefonemas Definir per+odo para actividades fora do escrit-rio

    "lanear reuni#es Definir ordem de trabalhos Definir objectivos

    !ontactos telef-nicos A ter toda a informao necessria disposio. 1elao com o cliente e o seu processo : cada processo uma pasta

    >anter registo das dilig(ncias reali0adas 8rgani0ar o dossier cronologicamente Eegistar provis#es do cliente

    Eegistar consultas presenciais e telef-nicas Eegistar envios de e7mails, fa'es, etc Eegistar tempo despendido

    >anter o cliente informado do estado do processo e das dilig(ncias efectuadas @olicitar instru#es ao cliente num impasse )frustrao de negocia#es, incumprimento de acordo* 8ptar por contactos telef-nicos Definir estratgia comum para processos id(nticos

    Fnterpelao & @olicitao de instru#es para dossier.

    ##$ %cesso ao Direito (G14/&4, &5 de Hulho)

    5inalidades segundo o art./, o sistema de acesso ao direito e aos tribunais destina7se a assegurar que aningum seja dificultado ou impedido, em ra0o da sua condio social ou cultural, ou por insufici(ncia demeios econ-micos, o conhecimento, o e'erc+cio ou a defesa dos seus direitos.

    ##$$ 6odalidades de acesso ao direito

    6os termos do art.&/&, o acesso ao direito compreende a$

    3

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    4/75

    #nformao 7ur'dica (art.4) segundo o qual incumbe ao %stado reali0ar, de modo permanente eplaneado, ac#es tendentes a tornar conhecido o direito e o ordenamento legal, atravs depublicao e de outras formas de comunicao, com vista a proporcionar um melhor e'erc+cio dosdireitos e o cumprimento dos deveres legalmente estabelecidos )n* prestada pelo >inistrio"Iblico, em colaborao com todas as entidades interessadas, podendo ser celebrados protocolospara esse efeito )n&*

    Proteco 7ur'dica (art.9) a qual no seu n reveste as modalidades de consulta 7ur'dica(arts.4 e 2)e de apoio 7udicirio (arts.9 e 3). : proteco jur+dica concedida para quest#es

    ou causas judiciais concretas ou suscept+veis de concreti0ao em que o utente tenha um interessepr-prio e que versem sobre direitos directamente lesados ou ameaados de leso )n&*. 6os termosdo art.B/, t(m direito a proteco jur+dica os cidados nacionais e da Jnio %uropeia, bem como osestrangeiros e os aptridas com t+tulo de resid(ncia vlido num %stado7membro da Jnio %uropeia,que demonstrem estar em situao de insufici(ncia econ-mica de acordo com o mesmo preceito,mas no seu n&, aos estrangeiros sem t+tulo de resid(ncia vlido num %stado7membro da Jnio%uropeia reconhecido o direito a proteco jur+dica, na medida em que ele seja atribu+do aosportugueses pelas leis dos respectivos %stados )princ+pio da reciprocidade* segundo o mesmopreceito, mas no seu n1, as pessoas colectivas com fins lucrativos e os estabelecimentos individuaisde responsabilidade limitada no t(m direito a proteco jur+dica e, finalmente, nos termos do mesmopreceito, mas no seu n4, as pessoas colectivas sem fins lucrativos t(m apenas direito protecojur+dica na modalidade de apoio judicirio, desde que demonstrem estar em insufici(ncia econ-mica.

    Consulta &ur'dica

    !onsiste no esclarecimento tcnico sobre o direito aplicvel a quest#es ou casos concretos nos quais avulteminteresses pessoais leg+timos ou direitos pr-prios lesados ou ameaados de leso )art.4/*. 6o seu Kmbitocabem ainda as dilig(ncias e'trajudiciais que decorram directamente do conselho jur+dico prestado ou que semostrem essenciais para o esclarecimento da questo colocada )art.4/&*.: consulta jur+dica pode ser prestada em gabinetes de consulta jur+dica ou nos escrit-rios de advogados queadiram ao sistema de acesso ao direito )art.2/*.8 valor da ta'a devida pela prestao da consulta jur+dica de L1 )art./2 "ortaria /&3, 1 de Haneiro*.

    %poio &udicirio

    6os termos do art.9/, este compreende as seguintes modalidades$

    a) Dispensa de ta'a de justia e demais encargos com o processo) 6omeao e pagamento da compensao de patronoc) "agamento da compensao de defensor oficiosod) "agamento faseado de ta'a de justia e demais encargos com o processoe) 6omeao e pagamento faseado da compensao de patronof) "agamento faseado da compensao de defensor oficiosog) :tribuio de agente de e'ecuo.

    @e o requerente de apoio judicirio for uma pessoa colectiva, o apoio judicirio no compreende amodalidade referida nas als.d* a f* do n )art.9/9*.

    8 regime de apoio judicirio aplica7se em todos os tribunais, qualquer que seja a forma do processo, nosjulgados de pa0 e noutras estruturas de resoluo alternativa de lit+gios, nos processos de contra7ordenao enos processos que corram nas conservat-rias )art.B/, & e 1*.

    8 apoio judicirio deve ser requerido antes da primeira interveno processual, salvo se a situao deinsufici(ncia econ-mica for superveniente A neste caso, deve ser requerido antes da primeira intervenoprocessual que ocorra ap-s o conhecimento da situao de insufici(ncia econ-mica )art.3/&*.

    6os termos do art./&, o apoio judicirio nas modalidades de nomeao e pagamento de honorrios depatrono e de nomeao e pagamento faseado de honorrios de patrono incompat+vel com o patroc+nio pelo>inistrio "Iblico, nos termos previstos no !-digo de "rocesso do ?rabalho )!"?*.

    8egitimidade para re"uerer proteco 7ur'dica

    6os termos do art.5, a proteco jur+dica pode ser requerida$

    "elo interessado na sua concesso "elo >inistrio "Iblico em representao do interessado

    4

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    5/75

    "or advogado, advogado7estagirio ou solicitador, em representao do interessado, bastando paracomprovar essa representao as assinaturas conjuntas do interessado e do patrono.

    Compet9ncia para decidir o pedido de proteco 7ur'dica

    : deciso sobre a concesso de proteco jur+dica compete ao dirigente m'imo dos servios de seguranasocial da rea de resid(ncia ou sede do requerente, a qual suscept+vel de delegao e de subdelegao)art.&/ e 1*.

    8 requerimento de proteco jur+dica apresentado em qualquer servio de atendimento ao pIblico dosservios de segurana social e formulado em modelo, a aprovar por portaria dos ministros com a tutela dajustia e da segurana social e pode ser apresentado pessoalmente, por telec-pia, por via postal ou portransmisso electr4nica (neste caso, atravs do preenchimento do respectivo formulrio digital, acess+velpor ligao e comunicao informtica A art.&&/ e &).

    Pedido de escusa e sustaelecimento

    8 patrono nomeado pode pedir escusa, mediante requerimento dirigido 8: ou !Kmara dos @olicitadores,alegando os respectivos motivos )art.14/*.

    8 pedido de escusa, formulado nos termos do n e apresentado na pend(ncia do processo, interrompe o

    pra0o que estiver em curso, com a juno dos respectivos autos de documento comprovativo do referidopedido )art.14/&*.

    8 patrono nomeado deve comunicar no processo o facto de ter apresentado um pedido de escusa )art.14/1*.

    : 8: ou a !Kmara dos @olicitadores aprecia e delibera sobre o pedido de escusa no pra0o de 2 dias)art.14/4*.

    @endo concedida a escusa, procede7se imediatamente nomeao e designao de novo patrono, e'ceptono caso de o fundamento do pedido ser a ine'ist(ncia de fundamento legal da pretenso, caso em que podeser recusada nova nomeao para o mesmo fim )art.14/2*.

    8 patrono nomeado pode substabelecer, com reserva, para dilig(ncia determinada, desde que indique

    substituto )art.12/*.

    ##$+$ conceito de insufici9ncia econ4mica

    De acordo com o art.3/, encontra7se nesta situao aquele que, tendo em conta o rendimento, o patrim-nioe a despesa permanente do seu agregado familiar, no tem condi#es objectivas para suportar pontualmenteos custos de um processo.

    : insufici(ncia econ-mica das pessoas singulares apreciada de acordo com os critrios previstos no art.37:/$

    a* 8 requerente cujo agregado familiar tenha um rendimento relevante para efeitos de proteco jur+dicaigual ou inferior a M do inde'ante de apoios sociais no tem condi#es objectivas para suportar

    qualquer quantia relacionada com os custos de um processo, devendo igualmente beneficiar deatribuio de agente de e'ecuo e de consulta jur+dica gratuita

    b* 8 requerente cujo agregado familiar tenha um rendimento relevante para efeitos de proteco jur+dicasuperior a M e igual ou inferior a duas ve0es e meia o valor do inde'ante de apoios sociais temcondi#es objectivas para suportar os custos de uma consulta jur+dica sujeita ao pagamento prvio deuma ta'a, mas no tem condi#es objectivas para suportar pontualmente os custos de um processoe, por esse motivo, beneficia de apoio judicirio nas modalidades de pagamento faseado e deatribuio de agente de e'ecuo

    c* 6o se encontra em situao de insufici(ncia econ-mica o requerente cujo agregado familiar tenhaum rendimento relevante para efeitos de proteco jur+dica superior a duas ve0es e meia o valor doinde'ante de apoios sociais.

    6os termos do art.37:/&, o rendimento relevante para efeitos de proteco jur+dica )N:"* o montante queresulta da diferena entre o valor do rendimento l+quido completo do agregado familiar )Nc* e o valor dadeduo relevante para efeitos de proteco jur+dica ):* e calcula7se nos termos previstos no ane'o presente lei A N:" O Nc A :.

    5

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    6/75

    : prova da insufici(ncia econ-mica feita, segundo o art.37P/, nos termos a definir por portaria conjuntados ministros responsveis pelas reas da justia e da segurana social )"ortaria 327:/&4, 1 de:gosto*.

    ##$2$ Cancelamento e caducidade da proteco 7ur'dica

    : proteco jur+dica canceladanas situa#es previstas no art./, designadamente$

    a. @e o requerente ou o respectivo agregado familiar adquirirem meios suficientes para poder dispens7lab. =uando se prove por novos documentos a insubsist(ncia das ra0#es pelas quais foi concedidac. @e os documentos que serviram de base concesso forem declarados falsos por deciso com

    trKnsito em julgadod. @e, em recurso, for confirmada a condenao do requerente como litigante de m7fe. @e, em aco de alimentos provis-rios, for atribu+da ao requerente uma quantia para custeio da

    demandaf. @e o requerente a quem tiver sido concedido apoio judicirio em modalidade de pagamento faseado

    no proceder ao pagamento de uma prestao e mantiver esse incumprimento no termo do pra0oque lhe for concedido para proceder ao pagamento em falta acrescido de multa equivalente prestao em falta.

    : proteco jur+dica caducanas situa#es previstas no art./$

    a* "elo falecimento da pessoa singular ou pela e'tino ou dissoluo da pessoa colectiva a quem foiconcedida, salvo se os sucessores na lide, no incidente da sua habilitao, juntarem c-pia dorequerimento de apoio judicirio e os mesmos vierem a ser deferidos

    b* "elo decurso do pra0o de um ano ap-s a sua concesso sem que tenha sido prestada consulta ouinstaurada aco em ju+0o, por ra0o imputvel ao requerente.

    ##$:$ Efeitos na inst;ncia

    6os termos do art.&4/, o procedimento de proteco jur+dica na modalidade de apoio judicirio aut-nomorelativamente causa a que respeite.

    8 pra0o para a deciso sobre o pedido de proteco jur+dica de 1 dias, cont+nuo, no se suspendedurante as frias judiciais e, se terminar em dia em que os servios da segurana social estejam encerrados,transfere7se o seu termo para o dia Itil seguinte )art.&2/*.

    Decorrido o pra0o de 1 dias sem que tenha sido proferida uma deciso e'pressa, considera7se tacitamentedeferido e concedido o pedido de proteco jur+dica )art.&2/&*.

    #nflu9ncia do pedido de proteco 7ur'dica no andamento da aco

    =uando o pedido de apoio judicirio apresentado na pend(ncia de aco judicial e o requerente pretende a

    nomeao de patrono, o pra0o que estiver em curso interrompe7se com a juno aos autos do documentocomprovativo da apresentao do requerimento )art.&4/4*.

    8 pra0o interrompido inicia7se, conforme os casos )art.&4/2*$

    : partir da notificao ao patrono nomeado da sua designao )al.a* : partir da notificao ao requerente da deciso de indeferimento do pedido de nomeao de patrono

    )al.b*.

    6os casos previstos no art.49B/4 !"! e, bem assim, naqueles em que, independentemente dascircunstKncias a+ referidas, esteja pendente impugnao da deciso relativa concesso de apoio judicirio,o autor que pretenda beneficiar deste para dispensa ou pagamento faseado da ta'a de justia deve juntar petio inicial documento comprovativo da apresentao do respectivo pedido )art.&4/&*.

    De acordo com o art.&4/1, nos casos previstos no n& do referido preceito, o autor deve efectuar opagamento da ta'a de justia ou da primeira prestao, quando lhe seja concedido apoio judicirio namodalidade de pagmente faseado de ta'a de justia, no pra0o de dias a contar da data da notificao dadeciso que indefira, em definitivo, o seu pedido, sob a cominao prevista no art.49B/2 !"!.

    6

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    7/75

    6o caso de deferimento tcito, suficiente a meno em tribunal da formao do acto tcito e, quando estiverem causa um pedido de nomeao de patrono, a tramitao subsequente formao do acto tcitoobedecer s seguintes regras )art.&2/1*$

    a) =uando o pedido tiver sido apresentado na pend(ncia de aco judicial, o tribunal em que a causaest pendente solicita 8: que proceda nomeao do patrono, nos termos da portaria referida noart.42/&

    ) =uando o pedido no tiver sido apresentado na pend(ncia de aco judicial, incumbe ao interessadosolicitar a nomeao do patrono, nos termos da portaria referida no art.42/&.

    1ecurso da deciso e pra3os

    : deciso final sobre o pedido de proteco jur+dica no admite reclamao nem recurso hierrquico oututelar, sendo suscept+vel de impugnao judicial, nos termos dos arts.&B e &3 )art.&9/&*.

    "elo requerente A em caso de indeferimento "ela parte contrria A em caso de deferimento.

    8 pra0o de interposio do pedido de impugnao judicial de 2 dias ap-s o conhecimento da deciso)art.&B/ in fine*.

    8 pedido de impugnao deve ser escrito, mas no carece de ser articulado, sendo apenas admiss+vel provadocumental, cuja obteno pode ser requerida atravs do tribunal )art.&B/&*. Deve ser entregue no servio desegurana social que apreciou o pedido de proteco jur+dica )art.&B/*, o qual disp#e de dias pararevogar a deciso sobre o pedido de proteco jur+dica ou, mantendo7a, enviar aquela e c-pia autenticada doprocesso administrativo ao tribunal competente )art.&B/1*.

    Q competente para conhecer e decidir a impugnao o tribunal da comarca em que est sedeado o servio desegurana social que apreciou o pedido de proteco jur+dica ou, caso o pedido tenha sido formulado napend(ncia da aco, o tribunal em que esta se encontra pendente )art.&3/*.

    6o caso de e'istirem tribunais de compet(ncia especiali0ada ou de compet(ncia espec+fica, a impugnaodeve respeitar as respectivas regras de compet(ncia )art.&3/&*.

    : deciso proferida pelo tribunal irrecorr+vel )art.&3/2*.

    8 patrono nomeado para a propositura da aco deve intent7la nos 1 dias seguintes notificao danomeao )art.11/*. %ste pra0o pode ser prorrogado mediante requerimento fundamentado dirigido 8: ou !Kmara dos @olicitadores )art.11/&*. =uando no for apresentada justificao, ou esta no for consideradasatisfat-ria, a 8: ou a !Kmara dos @olicitadores deve proceder apreciao de eventual responsabilidadedisciplinar, sendo nomeado novo patrono ao requerente )art.11/1*.

    : aco considera7se proposta na data em que for apresentado o pedido de nomeao de patrono )art.11/4*.

    ##$aro, entende7se por ;lit+gio transfronteirio

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    8/75

    ###$ %ctos Processuais das Partes

    ###$$ 5orma dos actos

    %st prevista nos arts.13 e 2 !"!.

    6os termos do art.13/ !"!, os actos processuais tero a forma que, nos termos mais simples, melhorcorresponda ao fim que visam atingir.!ontudo, de acordo com o n& do referido preceito, os actos processuais podem obedecer a modelosaprovados pela entidade competente, s- podendo, ser considerados obrigat-rios, salvo disposio especial,os modelos relativos a actos da secretaria.

    @egundo o art.2/ !"!, os actos processuais que devam ser praticados por escrito pelas partes soapresentados a ju+0o preferencialmente por transmisso electr4nica de dados, nos termos definidos naportaria prevista no art.137:/ !"! )"ortaria 4/&3, 9 de Revereiro*.6os termos do referido preceito, mas no seu n&, os actos processuais referidos no n tambm podem serapresentados a ju+0o por uma das seguintes formas$

    %ntrega na secretaria judicial, valendo como data da prtica do acto processual a da respectivaentrega

    Eemessa pelo correio, sob registo, valendo como data da prtica do acto processual a da efectivaodo respectivo registo postal

    %nvio atravs de telec-pia, valendo como data da prtica do acto processual a da e'pedio)arts.21/, &&57:/ A &97: e 21/& !"!*.

    @egundo o art.2/1 !"!, quando os actos tenham sido praticados por transmisso electr-nica de dados)atravs do !F?FJ@*, a parte fica dispensada de remeter ao tribunal os originais da pea processual e dosdocumentos.

    8

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    9/75

    !onforme enuncia o art.13/4 !"!, as datas e os nImeros podem ser escritos por algarismos, e'ceptoquando respeitem definio de direitos ou obriga#es das partes ou de terceiros.

    ###$+$ 8ugar da prtica dos actos

    De acordo com o art.45/ !"!, os actos judiciais reali0am7se no lugar em que possam ser mais efica0es,podendo, contudo, reali0ar7se em lugar diferente, por motivos de defer(ncia ou de justo impedimento. 6ostermos do mesmo artigo, mas no seu n&, quando nenhuma ra0o imponha outro lugar, os actos reali0am7seno tribunal.

    Dias em "ue se praticam os actos

    %'ceptuando7se as cita#es, notifica#es e os actos que se destinem a evitar dano irreparvel, no sepraticam actos processuais nos dias em que os tribunais estiverem encerrados, nem durante o per+odo defrias judiciais )art.41/ e & !"!*.

    @egundo o art.41/1 !"!, os actos das partes que impliquem a recepo pelas secretarias judiciais dequaisquer articulados, requerimentos ou documentos devem ser praticados durante as horas de e'pedientedos servios )5$/&$171$1/9$*.

    6os termos do art.41/4 !"!, as partes podem praticar os actos processuais por transmisso electr4nicade dados ou atravs de telec-pia, em qualquer dia e independentemente da hora da abertura e do

    encerramento dos tribunais.

    ###$2$ 6odalidades do pra3o

    8 pra0o judicial marcado por lei ou fi'ado por despacho do jui0.

    6os termos do art.42/ !"!, o pra0o $

    Dilat4rio aquele a partir do qual o pra0o perempt-rio contado, ou seja, constitui uma adio aopra0o perempt-rio. %ste, nos termos do n& do referido preceito, difere para certo momento apossibilidade$

    De reali0ao de um acto A nesta primeira modalidade fi'ado o momento a partir do qual o actoprocessual pode ser praticado. !ontudo, o acto no pode ser reali0ado antes do termo do pra0o,tendendo este a interpor um certo espao de tempo entre um acto processual e os outros quepossam seguir7se

    8 in+cio da contagem de um outro pra0o A nesta segunda modalidade difere7se para momento ulterioro in+cio da contagem de um pra0o perempt-rio. 6os termos do art.&2&7: !"!, ao pra0o de defesaacrescem os seguintes pra0os dilat-rios$

    < dias quando a citao tenha sido reali0ada em pessoa diversa do ru )al.a* e quando o ru tenhasido citado fora da rea da comarca sede do tribunal onde pende a aco )al.b*

    < dias quando o ru haja sido citado para a causa no territ-rio das Eegi#es :ut-nomas, correndoa aco no continente ou em outra ilha, ou vice7versa )n&*

    2= dias

    =uando o ru haja sido citado para a causa no estrangeiro : citao haja sido edital 8u se verifique o caso do art.&1B7:/2 !"! )citao por dep-sito da carta na cai'a do correio ou, no

    sendo vivel tal dep-sito, dei'a aviso, considerando7se a citao feita no 3 dia posterior*.

    : dilao resultante do disposto na al.a* acresce que eventualmente resulte do estabelecido na al.b* e nosns & e 1 do art.&2&7: !"! )art.&2&7:/4 !"!*, ou seja$

    @e o ru for citado em pessoa diversa )por e'emplo$ foi a empregada domstica a receber a carta e aassinar o :E* e em comarca diversa daquela onde pende a aco A beneficia de 2 dias S 2 dias @e o ru for citado em pessoa diversa e nas Eegi#es :ut-nomas, pendendo a aco no continente ou

    noutra ilha, ou vice7versa A beneficia de 2 dias S 2 dias

    9

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    10/75

    @e o ru for citado no estrangeiro e em pessoa diversa A beneficia de 2 dias S 1 dias.6os termos do art.43 !"!, quando um pra0o perempt-rio se seguir a um pra0o dilat-rio, os dois pra0oscontam7se como um s-.

    6os procedimentos cautelares, a dilao nunca poder e'ceder a durao de dias, de acordo com oart.132/1 !"!.

    Perempt4rio o per+odo de tempo dentro do qual um acto pode ser reali0ado. Q fi'ado por lei oupor despacho do jui0 para a prtica do acto, decorrido o qual, sem preju+0o dos casos em que permitida a prtica do acto depois de decorrido o pra0o )justo impedimento, prorrogao e prtica doacto nos 1 dias Iteis seguintes com pagamento de multa*, se e'tingue o direito de o praticar.

    @o e'emplos de pra0os perempt-rios$

    "ra0o para a contestao A 1 dias )no processo ordinrio A art.439/ !"!* & dias )no processosumrio A art.B31 !"!* e 2 dias )no processo sumar+ssimo A art.B54 !"!*

    "ra0o para a rplica A 1 dias )se tiver sido dedu0ida reconveno ou a aco for de simplesapreciao negativa A art.2&/1 in fine !"!* e 2 dias )se tiver sido dedu0ida alguma e'cepo Aart.2&/1 !"!*

    "ra0o para a resposta no processo sumrio A & dias )se tiver sido dedu0ida reconveno ou a acofor de simples apreciao negativa A art.B39 !"!* e dias )se apenas tiver sido dedu0ida algumae'cepo A art.B32 !"!*

    "ra0o para a trplica A 2 dias )art.21/& !"!* "ra0o para indicao das provas A 2 dias )art.2&/ in fine !"!* "ra0o para interposio de recurso A 1 dias )art.932/ !"!* "ra0o supletivo A dias )art.21 !"!*.

    Fndependentemente de justo impedimento, pode o acto ser praticado dentro dos 1 primeiros dias Iteissubsequentes ao termo do pra0o, ficando a sua validade dependente do pagamento imediato de uma multa,fi'ada nos seguintes termos )art.42/2 !"!*$

    a* @e o acto for praticado no primeiro dia, a multa fi'ada em T da ta'a de justia correspondente aoprocesso ou acto, com o limite m'imo de U J!

    b* @e o acto for praticado no segundo dia, a multa fi'ada em &2T da ta'a de justia correspondenteao processo ou acto, com o limite m'imo de 1 J!

    c* @e o acto for praticado no terceiro dia, a multa fi'ada em 4T da ta'a de justia correspondente aoprocesso ou acto, com o limite m'imo de B J!.

    %m casos de manifesta car(ncia econ-mica ou quando o respectivo montante se revele manifestamentedesproporcionado, o jui0 pode e'cepcionalmente determinar a reduo ou dispensa da multa )art.42/3!"!*.

    ###$:$ Pra3o supletivo legal

    De acordo com o art.21/ !"!, na falta de disposio especial, de dias o pra0o para as partesrequererem qualquer acto ou dilig(ncia, arguirem nulidades, dedu0irem incidentes ou e'ercerem qualqueroutro poder processual e tambm de dias o pra0o para a parte responder ao que for dedu0ido pela partecontrria. @egundo o n& do referido preceito, o pra0o para qualquer resposta conta7se sempre da notificaodo acto a que se responde.

    :ssim, quando recebemos uma notificao de um despacho judicial ou de um acto praticado no processo, nafalta de fi'ao de pra0o, temos de verificar se a lei processual fi'a um pra0o especial para a prtica do acto.!aso contrrio, o pra0o supletivo de dias.

    10

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    11/75

    ###$$ &usto #mpedimento

    6os termos do art.49/ !"!, considera7se justo impedimento o evento no imputvel parte nem aos seusrepresentantes ou mandatrios, que obste prtica atempada do acto.

    :ssim, verifica7se uma situao de justo impedimento quando o mandatrio judicial vai entregarpessoalmente, na secretaria judicial, um determinado articulado no Iltimo dia do pra0o e sofre um acidente deviao, sendo hospitali0ado. >as j no quando, no sofrendo les#es que o incapacitem, tem possibilidadesde praticar o acto por correio registado, atravs de telec-pia ou por transmisso electr-nica de dados.

    =uando o mandatrio ainda disp#e dos 1 dias Iteis imediatos ao termo do pra0o para a prtica do acto e temdIvidas se o evento que o impediu da prtica atempada do acto integra uma situao de justo impedimento,

    no deve arriscar o justo impedimento, mas antes deve pagar a multa.

    11

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    12/75

    #?$ E!ames de Processos e Passagem de Certides

    6os termos do art.9B/ e 93 !"!, o processo civil pIblico, salvo as restri#es previstas na lei.

    De acordo com o art.9B/& !"!, a publicidade do processo implica o direito de e'ame e consulta dos autosna secretaria e de obteno de c-pias ou certid#es de quaisquer peas nele incorporadas, pelas partes, porqualquer pessoa capa0 de e'ercer o mandato judicial ou por quem nisso revele interesse atend+vel.

    @egundo o art.95/ !"!, os mandatrios judiciais constitu+dos pelas partes, os magistrados do >inistrio"Iblico e os que e'eram o patroc+nio por nomeao oficiosa podem solicitar, por escrito ou verbalmente,que os processos pendentes lhes sejam confiados para e'ame fora da secretaria do tribunal.6os termos do n1 do referido preceito, compete secretaria facultar a confiana do processo, pelo pra0o de2 dias, que pode ser redu0ido se causar embarao grave ao andamento da causa.

    : recusa da confiana deve ser fundamentada e comunicada por escrito, dela cabendo reclamao para ojui0 )art.95/4 !"! remete para o art.B& !"!*.

    6os termos do art.B/ !"!, o mandatrio judicial que no entregue o processo dentro do pra0o que lhetiver sido fi'ado ser notificado para, em & dias, justificar o seu procedimento. !ontudo, de acordo com o n&do referido preceito, caso o mandatrio judicial no apresente justificao ou esta no constitua facto doconhecimento pessoal do jui0 ou justo impedimento nos termos do art.49 !"!, ser condenado no m'imode multa, a qual ser elevada ao dobro se, notificado da sua aplicao, no entregar o processo no pra0o de2 dias. ?odavia, segundo o n1, se, decorrido o pra0o previsto na Iltima parte do n&, o mandatrio judicialainda no tiver feito a entrega do processo, o >inistrio "Iblico, ao qual dado conhecimento do facto,promover contra ele procedimento pelo crime de desobedi(ncia e far apreender o processo e, finalmente,segundo o n4, do mesmo facto dado conhecimento, conforme os casos, 8: ou !Kmara dos@olicitadores para efeitos disciplinares.

    Passagem de certides

    %'ceptuando7se os casos aludidos no art.93/ !"! )em que a divulgao do seu conteIdo possa causardano dignidade das pessoas, intimidade da vida privada ou familiar ou moral pIblica, ou pXr em causa aeficcia da deciso a proferir* e os processos referidos no n& do referido preceito )anulao de casamento,div-rcio, separao de pessoas e bens e os que respeitem ao estabelecimento ou impugnao depaternidade A aos quais s- podem ter acesso as partes e os seus mandatrios A al.a* e os procedimentoscautelares pendentes A que s- podem ser facultados aos requerentes e seus mandatrios e aos requeridos erespectivos mandatrios, quando devam ser ouvidos antes de ordenada a provid(ncia A al.b*, nos restantes asecretaria deve, sem preced(ncia de despacho, passar as certid#es de todos os termos e actos processuaisque lhe sejam requeridos, oralmente ou por escrito, pelas partes no processo, por quem possa e'ercer omandato judicial ou por quem revele interesse atend+vel em as obter )art.B4/ !"!*, as quais so passadasno pra0o de 2 dias, nos termos do art.B2/ !"!, salvo nos casos de urg(ncia ou de manifestaimpossibilidade, em que se consignar o dia em que devem ser levantadas.

    Comunicao dos actos

    De acordo com o art.B9/ !"!, a prtica de actos processuais que e'ijam interveno dos serviosjudicirios pode ser solicitada a outros tribunais ou autoridades$

    12

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    13/75

    Por carta precat4ria quando a reali0ao do acto seja solicitada a um tribunal ou a um cXnsulportugu(s. Q e'pedida pela secretaria )art.3&/ !"!*. %sta, solicitando a outros tribunais a prticade um acto, enviada pela secretaria do tribunal )tribunal deprecante*, devendo o destinatrio)tribunal deprecado* reali0ar a dilig(ncia solicitada

    Por carta rogat4ria quando a reali0ao do acto seja solicitada a autoridade estrangeira. @eja qualfor o acto a que se destine, e'pedida tambm pela secretaria e endereada directamente autoridade ou tribunal estrangeiro, salvo tratado ou conveno em contrrio )art.3&/& !"!*. 6os

    termos do art.3&/1 !"!, a e'pedio fa07se pela via diplomtica ou consular quando esta se dirija a%stado que s- por essa via receba cartas se o %stado respectivo no receber cartas por via oficial,esta entregue ao interessado. De acordo com o art.3&/4 !"!, quando deva ser e'pedida por viadiplomtica ou consular, a carta entregue ao >inistrio "Iblico para a remeter pelas viascompetentes. Q muito utili0ada para inquirio de testemunhas residentes no estrangeiro, que no sepossam deslocar a "ortugal

    Por mandato quando o tribunal ordena a e'ecuo do acto processual a entidade que lhe estfuncionalmente subordinada )art.B9/& !"!*

    Por of'cio no caso de o tribunal solicitar a entidades pIblicas ou privadas, informa#es, o envio dedocumentos ou a reali0ao de actos que no e'ijam, pela sua nature0a, a interveno dos serviosjudicirios )art.B9/4 !"!*

    6os termos do art.B9/2 !"!, na transmisso de quaisquer mensagens e na e'pedio oudevoluo de cartas precat-rias, podem os servios judiciais utili0ar, alm da via postal, a telec4piaeos meios telemticos. !ontudo, tratando7se de actos urgentes, pode ainda ser utili0ado otelegrama, a comunicao telef4nica (esta, de acordo com o art.B9/9 !"!, sempredocumentada nos autos e seguida de confirmao por qualquer meio escrito relativamente s partes,apenas l+cita como forma de transmisso de uma convocao ou desconvocao para actosprocessuais)ou outro meio anlogo de telecomunica#es

    Citaes e notificaes por via postal so enviadas directamente para o interessado a que sedestinam, seja qual for a circunscrio em que se encontre )art.B9/1 !"!*.

    Pra3os de cumprimento das cartas

    @egundo o art.3/ !"!, as cartas devem ser cumpridas pelo tribunal deprecado no pra0o m'imo de &meses, a contar da e'pedio, que ser notificada s partes, quando tenha por objecto a produo de prova.!ontudo, nos termos do n& do referido preceito, quando a dilig(ncia deva reali0ar7se no estrangeiro, o pra0opara o cumprimento da carta de 1 meses.

    De acordo com o art.3/1 !"!, o jui0 deprecante poder, sempre que se mostre justificado, estabelecerpra0o mais curto ou mais longo para o cumprimento das cartas ou, ouvidas as partes, prorrogar pelo temponecessrio o decorrente no n&, para o que colher, mesmo oficiosamente, informao sobre os motivos dademora.

    Efeitos da e!pedio das cartas no desenvolvimento da inst;ncia

    6os termos do art.31 !"!, a e'pedio da carta no obsta a que se prossiga nos mais termos que nodependam absolutamente da dilig(ncia requisitada. !ontudo, a discusso e julgamento da causa no podemter lugar seno depois de apresentada a carta ou depois de ter findado o pra0o do seu cumprimento.

    ?$ Custas@ 6ultas@ ,a!as de &ustia e Preparos

    Custas

    %sta matria est prevista e regulada nos arts.449 e ss !"! e vinha regulada no !-digo das !ustas"rocessuais, aprovado pelo DG &&47:/59, &9 de 6ovembro, com vrias altera#es, a Iltima das quais o DG1&4/&1, &B de De0embro, que republicou o diploma.

    @egundo o art.449/ !"!, a deciso que julgue a aco ou algum dos seus incidentes ou recursoscondenar em custas a parte que a elas houver dado causa ou, no havendo vencimento da aco, quem doprocesso tirou proveito. 6os termos do n& do referido preceito, entende7se que d causa s custas doprocesso a parte vencida, na proporo em que o for.

    13

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    14/75

    %m & de :bril de &5, entrou em vigor o novo Eegulamento das !ustas "rocessuais, que constitui umareforma profunda das custas judiciais. Q aplicvel a todos os processos entrados a partir dessa data masalgumas das suas disposi#es so aplicveis aos processos pendentes.

    6os termos dos arts.44B/ !"! e 1/ E!", as custas abrangem$

    ,a!a de &ustia Encargos Custas de Parte.

    De acordo com o art.445/ !"!, as custas so da responsabilidade do autor quando o ru no tenha dadocausa aco e a no conteste.6os termos do n& do referido preceito, entende7se que o ru no deu causa aco$

    a) =uando o autor se proponha e'ercer um mero direito potestativo, que no tenha origem em qualquerfacto il+cito praticado pelo ru

    ) =uando a obrigao do ru s- se vencer com a citao ou depois de proposta a aco

    c) =uando o autor, munido de um t+tulo com manifesta fora e'ecutiva, recorra ao processo dedeclarao

    d) =uando o autor, podendo propor aco declarativa especial para cumprimento de obriga#especunirias ):%!8"%!*, recorrer a processo de injuno ou a outros anlogos previstos por lei, optepelo recurso ao processo de declarao

    e) =uando o autor, podendo logo interpor o recurso de reviso, use sem necessidade do processo dedeclarao.

    Contagem das custas

    @egundo o art.&5/ E!", a conta de custas elaborada pela secretaria do tribunal que funcionou em YinstKncia no pra0o de dias ap-s o trKnsito em julgado da deciso final, ap-s a comunicao pelo agente dee'ecuo da verificao de facto que determine a liquidao da responsabilidade do e'ecutado, ou quando o

    jui0 o determine, dispensando7se a sua reali0ao sempre que$

    6o haja quaisquer quantias em d+vida 6os processos de insolv(ncia no e'ista qualquer verba na massa insolvente para processamento do

    pagamento das custas 6os processos de e'ecuo cujo agente de e'ecuo no seja oficial de justia e nada e'ista para

    levar conta e 8 responsvel pelas custas beneficie de apoio judicirio na modalidade de dispensa de pagamento

    de ta'a de justia e demais encargos.

    ?ambm elaborada, provisoriamente, quando o processo esteja parado mais de 1 meses por factoimputvel s partes.

    %fectuada a conta, a secretaria notifica as partes, com a meno do que h a pagar e receber.

    "ode haver reclamao da conta, com efeitos suspensivos. >as quando a reclamao for apresentada peloresponsvel pelo pagamento das custas, este ter de proceder ao dep-sito imediato de 2T das custas.

    =uando o valor de custas a pagar seja igual ou superior a 1 J!, o responsvel pode requerer,fundamentadamente, o pagamento das custas em presta#es, agravadas de 2T, de acordo com as seguintesregras )art.11/ E!"*$

    a* 8 pagamento feito em 9 presta#es mensais sucessivas, no inferiores a ,2 J!, se o valor totalno ultrapassar a quantia de & J!, quando se trate de pessoa singular, ou a quantia de & J!,tratando7se de pessoa colectiva

    b* 8 pagamento feito em & presta#es mensais sucessivas, no inferiores a J!, quando sejamultrapassados os valores referidos na al+nea anterior.

    ,a!a de &ustia

    14

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    15/75

    Q como que o custo do processo, ou seja, aquilo que o %stado cobra por cada processo a cada parte.

    6os termos do art.44B7:/ !"!, a ta'a de justia paga pela parte que demande na qualidade de autor ouru, e'equente ou e'ecutado, requerente ou requerido, recorrente e recorrido, nos termos do disposto noEegulamento das !ustas "rocessuais.

    !ada aco tem um valor processual, indicado no final da petio e que normalmente atendido para efeitosde custas.

    6os termos do art.9/ E!", a ta'a de justia corresponde ao montante devido pelo impulso processual dointeressado e fi'ada em funo do valor e comple'idade da causa de acordo com o Eegulamento das!ustas "rocessuais, aplicando7se, na falta de disposio especial, os valores constantes da tabela F7:, quefa0 parte integrante do presente Eegulamento.

    ?%81 D% %CA- B ,%% DE &0.,#A%

    : base tributvel para efeitos de ta'a de justia corresponde ao valor da causa, com a aplicao da tabela F7:ane'a ao Eegulamento das !ustas e as regras previstas na lei de processo )art. E!"*.

    vrios escal#es para clculo das custas. =uanto maior o valor da aco, mais elevado o escalo e maiora ta'a de justia, e'pressa em J! )unidade de conta processual*.

    8 que a unidade de contaW

    : unidade de conta foi institu+da pelo DG &&/35, 1 de Hunho e correspondia quantia em dinheiroequivalente a Z da remunerao m+nima mais elevada, garantida, no momento da condenao, aostrabalhadores por conta de outrem. %ra objecto de actuali0ao trienal. : partir de & de :bril de &5, o valorda unidade de conta foi elevado para L&,.

    !om o Eegulamento das !ustas "rocessuais, a J!, nos termos do art.2/& E!" actuali0ada anual eautomaticamente de acordo com o inde'ante dos apoios sociais )F:@*, devendo atender7se para o efeito, aovalor da J! respeitante ao ano anterior.

    :nteriormente ao Eegulamento, as partes pagavam a ta'a de justia em dois momentos diferenciados )iniciale subsequente* e cada pagamento correspondia a Z do valor da ta'a de justia, perfa0endo assim o total

    com os quatro pagamentos.!om o Eegulamento, passa a haver um s- momento de pagamento para cada parte )e no dois momentos* ecada parte efectua o pagamento da totalidade da ta'a de justia.

    6o final do processo, o jui0 pode determinar a aplicao de valores superiores de ta'a de justia, constantesda tabela F7!, se verificar que houve especial comple'idade )art.9/2 E!"*. @egundo o art.44B7:/B !"!,consideram7se de especial comple'idade as ac#es que$

    a* Digam respeito a quest#es de elevada especiali0ao jur+dica, especialidade tcnica ou importem aanlise combinada de quest#es jur+dicas de Kmbito muito diverso

    b* Fmpliquem a audio de um elevado nImero de testemunhas, a anlise de meios de provae'tremamente comple'os ou a reali0ao de vrias dilig(ncias de produo de prova morosas.

    De acordo com o art.44B7:/9 !"!, nas ac#es propostas por sociedades comerciais que tenham dadoentrada em qualquer tribunal, no ano anterior, a & ou mais ac#es, procedimentos ou e'ecu#es, a ta'a dejustia fi'ada nos termos do Eegulamento das !ustas "rocessuais.

    @e a parte apresentar um requerimento, recurso, reclamao, pedido de rectificao, reforma ouesclarecimento, que sejam considerados manifestamente improcedentes, o jui0 poder e'cepcionalmente,mediante deciso fundamentada, e desde que sejam preenchidas as condi#es das als.a* e b* do art.44B7P!"!, aplicar uma ta'a sancionat-ria e'cepcional, nos termos do art.44B7P !"!.:ssim, e'ige7se, como condio, que a manifesta improced(ncia das peas processuais referidas$

    @eja resultado e'clusivo da falta de prud(ncia ou dilig(ncia da parte, no visem discutir o mrito dacausa e se revelem manifestamente dilat-rios ou

    Visando discutir tambm o mrito da causa, sejam manifestamente improcedentes por fora daine'ist(ncia de jurisprud(ncia em sentido contrrio e resultem e'clusivamente da falta de dilig(ncia eprud(ncia da parte.

    15

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    16/75

    6os termos do art. E!", a ta'a sancionat-ria e'cepcional fi'ada pelo jui0 entre & J! e 2 J!.

    Encargos

    @o, de acordo com o art.44B/1 !"!, todas as despesas resultantes da conduo do processo, requeridaspelas partes ou ordenadas pelo jui0 da causa.

    @egundo o art.44B7!/ !"!, salvo o disposto na lei que regula o acesso ao direito, cada parte paga os

    encargos a quem tenha dado origem e que se forem produ0indo no processo. 6os termos do n& do referidopreceito, os encargos so da responsabilidade da parte que requereu a dilig(ncia ou, quando tenha sidoreali0ada oficiosamente, da parte que aproveita a mesma.

    6os termos do art.9/ E!", as custas compreendem os seguintes tipos de encargos$

    a) 8s reembolsos ao Fnstituto de [esto Rinanceira e das Fnfraestruturas da Hustia, F.". )de todas asdespesas por este pagas adiantadamente custos com a concesso de apoio judicirio, incluindo opagamento de honorrios*

    ) 8s reembolsos por despesas adiantadas pela Direco [eral dos Fmpostosc) :s dilig(ncias efectuadas pelas foras de segurana, oficiosamente ou a requerimento das partes,

    nos termos a definir por portariad) 8s pagamentos devidos ou pagos a quaisquer entidades pela produo ou entrega de documentos,prestao de servios ou actos anlogos, requisitados pelo jui0 a requerimento ou oficiosamente,salvo quando se trate de certid#es e'tra+das oficiosamente pelo tribunal

    e) :s compensa#es devidas s testemunhasf) 8s pagamentos devidos a quaisquer entidades pela passagem de certid#es e'igidas pela lei

    processual, quando a parte responsvel beneficie de apoio judiciriog) :s despesas resultantes da utili0ao de dep-sitos pIblicos) :s retribui#es devidas a quem interveio acidentalmente no processoi) :s despesas de transporte e ajudas de custo para dilig(ncias afectas ao processo em causa.

    !omo se determinam esses honorrios e como se processa o pagamentoW A o art.B/& E!" preceitua que aremunerao dos peritos, tradutores, intrpretes, consultores tcnicos e liquidatrios, administradores e

    entidades encarregadas da venda e'trajudicial em qualquer processo efectuada nos termos do disposto nopresente artigo e na tabela FV ane'a ao Eegulamento das !ustas "rocessuais.6os termos do n1 do referido preceito, quando a ta'a seja varivel, a remunerao fi'ada numa dasseguintes modalidades, tendo em considerao o tipo de servio, os usos do mercado e a indicao dosinteressados$

    a) Eemunerao em funo do servio ou deslocao) Eemunerao em funo do nImero de pginas ou fraco de um parecer ou relat-rio de peritagem

    ou em funo do nImero de palavras tradu0idas.

    Desta forma, o tribunal ir fi'ar os honorrios pelo servio, sendo a remunerao de J! a J!. 8prestador do servio ir apresentar a sua nota de honorrios, que se dever conter dentro do limite indicado)entre J! a J!*, incumbindo ao jui0 a sua fi'ao.

    6os termos do art.5/ E!", quando a parte beneficie de iseno de custas ou de apoio judicirio, osencargos so sempre adiantados pelo Fnstituto de [esto Rinanceira e das Fnfraestruturas da Hustia, F.".,sem preju+0o de reembolso.

    8s encargos t(m grande amplitude, abrangendo inclusivamente as despesas com a digitali0ao dosdocumentos, com o envio das cartas registadas, etc.6os termos do art.&/ E!", os encargos so pagos pela parte requerente ou interessada, imediatamenteou no pra0o de dias a contar da notificao do despacho que ordene a dilig(ncia, determine a e'pedioou cumprimento de carta rogat-rio ou marque a data da audi(ncia de julgamento.

    @egundo o art.&4/& E!", no final do processo, os encargos so imputados na conta de custas da parte oupartes que foram nelas condenadas, na proporo da condenao.

    Custas de Parte

    16

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    17/75

    De acordo com o art.44B/4 !"!, estas compreendem o que cada parte haja despendido com o processo etenha direito a ser compensada em virtude da condenao da parte contrria, nos termos do Eegulamentodas !ustas "rocessuais.

    8 art.44B7D !"! mantm a e'ig(ncia de uma interveno activa por parte do mandatrio para se receber ascustas de parte, pois no seu n1, imp#e a obrigao de apresentar uma nota discriminativa e justificativa, naqual devero constar tambm todos os elementos essenciais relativos ao processo e s partes.

    6os termos do art.&2/ E!", essa nota justificativa deve ser enviada para o tribunal e para a parte vencidaat 2 dias ap-s o trKnsito em julgado ou ap-s a notificao de que foi obtida a totalidade do pagamento ou doproduto da penhora, consoante os casos.

    6os termos do n& do referido preceito, devem constar os seguintes elementos$

    a) Fndicao da parte, do processo e do mandatrio ou agente de e'ecuo) Fndicao, em rubrica aut-noma, das quantias efectivamente pagas pela parte a t+tulo de ta'a de

    justiac) Fndicao, em rubrica aut-noma, das quantias efectivamente pagas pela parte a t+tulo de encargos ou

    despesas previamente suportadas pelo agente de e'ecuod) Fndicao, em rubrica aut-noma, das quantias pagas a t+tulo de honorrios de mandatrio ou de

    agente de e'ecuo, salvo, quanto s referentes aos honorrios de mandatrio, quando as quantias

    em causa sejam superiores ao valor indicado na al.c* do n1 do art.&9 E!" )2T do somat-rio dasta'as de justia pagas pela parte vencida e pela parte vencedora, para compensao da partevencedora face s despesas com honorrios do mandatrio judicial, sempre que seja apresentada anota referida na al.d* do n& do art.&2 E!"*

    e) Fndicao do valor a receber, nos termos do presente Eegulamento.

    De acordo com o art.&9/& E!", as custas de parte so pagas directamente pela parte vencida parte quedelas seja credora.

    6os termos do art.44B7D/4 !"!, o autor que podendo recorrer a estruturas de resoluo alternativa delit+gios, opte pelo recurso ao processo judicial, suporta as suas custas de parte independentemente doresultado da aco, salvo quando a parte contrria tenha inviabili0ado a utili0ao desse meio de resoluoalternativa do lit+gio. !om esta norma, redu07se substancialmente o princ+pio de que as custas de parte so

    objecto de pagamento pelo vencido.

    ?#$ Citao e Notificao

    6os termos do art.&&3/ !"!, a citao o acto pelo qual se d conhecimento ao ru de que foi propostacontra ele determinada aco e se chama ao processo para se defender. %mprega7se ainda para chamar,pela primeira ve0, ao processo, alguma pessoa interessada na causa. !onstitui um acto essencial para

    17

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    18/75

    efeitos do "rinc+pio do !ontradit-rio, visto que d contraparte a oportunidade de defesa, de acordo com oart.1/ in fine !"!.

    ?#$$ 6odalidades da citao

    De acordo com o art.&11/ !"!, a citao$

    $ Pessoal+$ Edital

    . %sta, nos termos do art.&11/& !"!, feita mediante$

    a* ?ransmisso electr-nica de dados, nos termos definidos na portaria prevista no art.137:/ !"!b* %ntrega ao citando de carta registada com aviso de recepo, seu dep-sito, nos termos do art.&1B7

    :/2 !"!, ou certificao da recusa de recebimento, nos termos do art.&1B7:/1 !"!c* !ontacto pessoal do agente de e'ecuo )ser efectuada se o autor o requerer na petio inicial ou

    se frustrar a citao por via postal A art.&15/3 !"!* ou do funcionrio judicial )s- ser efectuada se oautor o requerer logo na petio inicial e importa o pagamento da ta'a de justia correspondente Aart.&15/5 !"!* com o citando.

    @egundo o art.&11/1 !"!, ainda admitida a citao promovida por mandatrio judicial )ser efectuada se oautor o requerer na petio inicial ou posteriormente se frustrar qualquer outra forma de citao A art.&42/

    !"!, o qual remete para o art.&15 !"!*, nos termos dos arts.&42 e &49 !"!.

    6esta e'iste um contacto directo com o ru, seja$

    :travs do funcionrio dos correios :travs do agente de e'ecuo, funcionrio judicial ou mandatrio judicial.

    Citao Pessoal

    Citao Postal: citao por via postal fa07se por meio de carta registada com aviso de recepo, de modelo oficialmenteaprovado, dirigida ao citando e endereada para a sua resid(ncia ou local de trabalho ou, tratando7se de

    pessoa colectiva ou sociedade, para a respectiva sede ou para o local onde funciona normalmente aadministrao, incluindo todos os elementos a que se refere o art.&12 !"! e ainda a advert(ncia, dirigida aoterceiro que a receba, de que a no entrega ao citando, logo que poss+vel, o far incorrer emresponsabilidade, em termos equiparados aos da litigKncia de m7f, nos termos do art.&19/ !"!.

    @egundo o mesmo preceito, mas no seu n&, no caso de citao de pessoa singular, a carta pode serentregue, ap-s assinatura do aviso de recepo, ao citando ou a qualquer pessoa que se encontre na suaresid(ncia ou local de trabalho e que declare encontrar7se em condi#es de a entregar prontamente aocitando.

    :ntes da assinatura do aviso de recepo, o distribuidor do servio postal procede identificao do citandoou do terceiro a quem a carta seja entregue, anotando os elementos constantes do bilhete de identidade oude outro documento oficial que permita a identificao )art.&19/1 !"!*.

    6o sendo poss+vel a entrega da carta, ser dei'ado aviso ao destinatrio, identificando7se o tribunal de ondeprovm e o processo a que respeita, averbando7se os motivos da impossibilidade de entrega epermanecendo a carta durante 3 dias sua disposio em estabelecimento postal devidamente identificado)art.&19/2 !"!*.

    @e o citando ou qualquer das pessoas a que alude o n& do art.&19 !"! recusar a assinatura do aviso derecepo ou o recebimento da carta, o distribuidor do servio postal lavra nota do incidente, antes de adevolver )art.&19/9 !"!*. @e for o citando a recusar a assinatura do aviso de recepo ou o recebimento dacarta, o distribuidor postal lavra nota do incidente antes de a devolver e a citao considera7se efectuada face certificao da ocorr(ncia )art.&1B7:/1 !"!*.

    6os termos do art.&13/ !"!, a citao postal efectuada ao abrigo do art.&19 !"!, considera7se feita no

    dia em que se mostre assinado o aviso de recepo e tem7se por efectuada na pr-pria pessoa do citando,mesmo quando o aviso de recepo haja sido assinado por um terceiro, presumindo7se, salvo demonstraoem contrrio, que a carta foi oportunamente entregue ao destinatrio.De acordo com o mesmo artigo, mas no n&, no caso previsto no art.&1B7:/2 !"!, a citao considerar7seefectuada na data certificada pelo distribuidor do servio postal ou, no caso de ter sido dei'ado o aviso, no 3

    18

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    19/75

    dia posterior a essa data, presumindo7se que o destinatrio teve oportuno conhecimento dos elementos quelhe foram dei'ados.

    Citao no caso de domic'lio convencionado6as ac#es para cumprimento de obriga#es pecunirias emergentes de contrato redu0ido a escrito em queas partes tenham convencionado o local onde se t(m por domiciliadas para o efeito da citao em caso delit+gio, a citao por via postal efectua7se no domic+lio convencionado, desde que o valor da aco noe'ceda a alada do tribunal da Eelao ou, e'cedendo, a obrigao respeite a fornecimento continuado de

    bens ou servios )art.&1B7:/ !"!*.

    @endo o e'pediente devolvido por o destinatrio no ter procedido, no pra0o legal, ao levantamento da cartano estabelecimento postal ou por ter sido recusada a assinatura do aviso de recepo ou o recebimento dacarta por pessoa diversa do citando, nos termos do art.&19/& !"!, repetida a citao, enviando7se novacarta registada com aviso de recepo ao citando e advertindo7o da cominao prevista no art.&13/& !"!)art.&1B7:/4 !"!*.

    6os termos do art.&1B7:/2 !"!, no caso previsto no n4 do referido artigo, dei'ada a pr-pria carta, demodelo oficial, contendo c-pia de todos os elementos referidos no art.&12 !"!., bem como a advert(nciareferida na parte final do n4, devendo o distribuidor do servio postal certificar a data e o local e'acto em quedepositou o e'pediente e remeter de imediato a certido ao tribunal no sendo poss+vel o dep-sito da cartana cai'a do correio do citando, o distribuidor dei'a um aviso nos termos do art.&19/2 !"!.

    Citao por agente de e!ecuo ou funcionrio 7udicial%ste tipo de citao tem lugar frustrando7se a via postal, nos termos do art.&15/ !"!.

    : citao por agente de e'ecuo tem tambm lugar, no se usando previamente o meio da citao por viapostal, quando o autor assim declare pretender na petio inicial )art.&15/3 !"!*.

    "or sua ve0, a citao feita por funcionrio judicial, quando o autor declare, na petio inicial, que assimpretende, bem como quando no haja agente de e'ecuo inscrito ou registado em comarca do distritojudicial a que o tribunal pertence )art.&15/5 !"!*.

    : citao poder tambm ser feita por um empregado do agente de e'ecuo designado, credenciado pela

    !Kmara dos @olicitadores, s- sendo, porm, neste caso, vlida a citao, se a certido for assinada pelocitado e, posteriormente, pelo agente de e'ecuo )art.&15/9 !"!*.

    6o caso referido no art.&15 !"!, se o agente de e'ecuo ou o funcionrio judicial apurar que o citandoreside ou trabalha efectivamente no local indicado, no podendo proceder citao por no o encontrar, devedei'ar nota com indicao de hora certa para a dilig(ncia na pessoa encontrada que estiver em melhorescondi#es de a transmitir ao citando ou, quando tal for imposs+vel, afi'ar o respectivo aviso no local maisindicado )art.&4/ !"!*.

    6os termos do art.&4/& !"!, no dia e hora designados, o agente de e'ecuo ou o funcionrio judicial fa0 acitao na pessoa do citando, se o encontrar )al.a* no o encontrando, a citao feita na pessoa capa0 queesteja em melhores condi#es de a transmitir ao citando, incumbindo7a o agente de e'ecuo ou ofuncionrio judicial de transmitir o acto ao destinatrio e sendo a certido assinada por quem recebeu a

    citao )al.b*.

    6o sendo poss+vel obter a colaborao de terceiros, a citao feita mediante afi'ao, no local maisadequado e na presena de duas testemunhas, da nota de citao, com indicao dos elementos referidos noart.&12 !"!, declarando7se que o duplicado e os documentos ane'os ficam disposio do citando nasecretaria judicial )art.&4/4 !"!*.

    6os termos do art.&4/9 !"!, considera7se pessoal a citao efectuada nos termos do art.&4/& e 1 !"!.

    %dvert9ncia ao citando@ "uando a citao no a7a sido na pr4pria pessoa deste

    @empre que a citao se mostre efectuada em pessoa diversa do citando, em consequ(ncia do disposto noart.&19/& e no art.&4/& b* !"!, ou haja consistido na afi'ao da nota de citao nos termos do art.&4/4

    !"!, sendo ainda enviada, pelo agente de e'ecuo ou pela secretaria, no pra0o de & dias Iteis, cartaregistada ao citando, comunicando7lhe )art.&4 !"!*$

    a* : data e o modo por que o acto se considera reali0adob* 8 pra0o para o oferecimento da defesa e as comina#es aplicveis falta desta

    19

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    20/75

    c* 8 destino dado ao duplicadod* : identidade da pessoa em quem a citao foi reali0ada.

    #ncapacidade de facto ao citando

    @e a citao no puder reali0ar7se por estar o citando impossibilitado de a receber, em consequ(ncia denot-ria anomalia ps+quica ou de outra incapacidade de facto, o agente de e'ecuo ou o funcionrio judiciald conta da ocorr(ncia, dela se notificando o autor )art.&4&/ !"!*. De seguida, o processo concluso aojui0 que decidir da e'ist(ncia da incapacidade, depois de colhidas as informa#es e produ0idas as provas

    necessrias )art.&4&/& !"!*. Eeconhecida a incapacidade, temporria ou duradoura, nomeado curadorprovis-rio ao citando, no qual feita a citao )art.&4&/1 !"!*.

    Citao promovida por mandatrio 7udicial%sta s- ter lugar se o mandatrio judicial declarar tal prop-sito logo na petio inicial, ou em momentoulterior, porque se frustrou qualquer outra forma de citao, se ele o vier a requerer )art.&42/& !"!*.

    %sta forma de citao, nos termos do art.&42/ !"! segue, com as necessrias adapta#es, o regime doart.&15 !"! )citao por agente de e'ecuo ou funcionrio judicial*.

    &. %sta, nos termos do art.&11/9 !"!, tem lugar em & situa#es$

    =uando o citando se encontre ausente em parte incerta )arts.&44 e &43 !"!* 7 neste caso, asecretaria diligenciar junto de quaisquer entidades ou servios, designadamente, mediante prviodespacho judicial, nas bases de dados dos servios de identificao civil, da segurana social, daDireco7[eral dos Fmpostos e da Direco7[eral de Viao ou mesmo junto das autoridadespoliciais, no sentido de obter informao sobre o Iltimo paradeiro ou resid(ncia conhecida do citando)art.&44/ !"!*

    =uando sejam incertas as pessoas a citar )art.&2 !"!* A esta feita nos termos dos arts.&43 a&2 !"!, com as seguintes modifica#es$

    :fi'ar7se7 um edital na porta do tribunal, salvo se os incertos forem citados como herdeiros ourepresentantes de pessoa falecida, porque neste caso tambm so afi'ados editais na porta da casada Iltima resid(ncia do falecido e na porta da sede da respectiva junta de freguesia, se foremconhecidas e no "a+s

    8s anIncios so publicados num dos jornais, de Kmbito regional ou nacional, mais lidos na sede dacomarca.

    : citao edital por incerte0a do lugar, de acordo com o art.&43/ !"!, reali0a7se mediante a afi'ao deeditais e a publicao de anIncios.@egundo o referido preceito, mas no seu n&, afi'ar7se7o 1 editais$

    Jm na porta do tribunal 8utro na porta da casa da Iltima resid(ncia que o citando teve no pa+s 8utro na porta da sede da respectiva junta de freguesia.

    8 conteIdo dos editais e anIncios est previsto no art.&45/ !"!."or sua ve0, nos termos do mesmo artigo, mas no seu n1, os anIncios so publicados em dois nImerosseguidos de um dos jornais, de Kmbito regional ou nacional, mais lidos na localidade em que esteja a casa daIltima resid(ncia do citando.

    6este tipo de citao, no e'iste o contacto directo com o ru )arts.&44 e &43 ou &2 !"!*.

    5alta de citao

    6os termos do art.52 !"!, h falta de citao quando$

    a* 8 acto tenha sido completamente omitido

    b* ?enha havido erro de identidade do citadoc* @e tenha empregado indevidamente a citao editald* @e mostre que foi efectuada depois do falecimento do citando ou da e'tino deste, tratando7se de

    pessoa colectiva ou sociedade

    20

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    21/75

    e* @e demonstre que o destinatrio da citao pessoal no chegou a ter conhecimento do acto, por factoque no lhe seja imputvel.

    : falta de citao implica a anulao do processado posterior petio e a reali0ao da citao.

    : inobservKncia das formalidades prescritas na lei para a reali0ao da citao tem como consequ(ncia a suanulidade, que pode ser arguida no pra0o da contestao ou quando da primeira interveno do citado noprocesso, no caso da citao edital ou de no se ter indicado pra0o para a defesa )art.53/& !"!*.

    : nulidade s- atendida se a falta cometida puder prejudicar a defesa do citado )art.53/4 !"!*.

    Efeitos da citao

    Eelativamente aos efeitos da citao, a lei processual civil prev( efeitos de ordem$

    6aterial 7 constituio do devedor em mora )art.32/ !!* 7 cessao da boa f do possuidor )arts.&9/ e & e &B2 !!* 7 interrupo do pra0o de prescrio )art.1&1/ !!*

    ProcessualA relativa estabili0ao dos elementos essenciais da causa )arts.&93 a &B1 !"!* 7 inibio da propositura de aco id(ntica )arts.43 c*, 45B, 453

    e 455 !"!*

    ?#$+$ 1egra da ficiosidade das dilig9ncias de citao

    @em preju+0o dos casos em que a citao depende de prvio despacho judicial e nos casos de citaourgente )art.&14/4 !"!*, secretaria que incumbe promover oficiosamente as dilig(ncias adequadas efectivao da regular citao pessoal do ru )art.&14/ !"!*.

    "assados 1 dias sem que a citao se mostre efectuada, o autor informado das dilig(ncias efectuadas edos motivos da no reali0ao do acto )art.&14/& !"!*.

    Decorridos 1 dias sobre o termo do pra0o a que alude o n& sem que a citao se mostre efectuada, oprocesso imediatamente concluso ao jui0, com informao das dilig(ncias efectuadas e das ra0oes da no

    reali0ao atempada do acto )art.&14/1 !"!*.

    ?#$2$ Citao promovida por mandatrio 7udicial

    %sta s- ter lugar se o mandatrio judicial declarar tal prop-sito logo na petio inicial, ou em momentoulterior, porque se frustrou qualquer outra forma de citao, se ele o vier a requerer )art.&42/& !"!*.

    %sta forma de citao, nos termos do art.&42/ !"! segue, com as necessrias adapta#es, o regime doart.&15 !"! )citao por agente de e'ecuo ou funcionrio judicial*.

    Diferente da citao, a notificao, a qual, nos termos do art.&&3/& !"!, serve para, em quaisquer outroscasos, chamar algum a ju+0o ou dar conhecimento de um facto.

    ?#$:$ Notificaes entre mandatrios

    6os processos em que as partes tenham constitu+do mandatrio judicial, os actos processuais que devam serpraticados por escrito pelas partes ap-s a notificao da contestao do ru ao autor, so notificados pelomandatrio judicial do apresentante ao mandatrio judicial da contraparte, no respectivo domic+lio profissional,nos termos do art.&97: !"! )art.&&57:/ !"!*.

    6os termos do art.&97:/ !"!, as notifica#es entre os mandatrios judiciais das partes, nos termos doart.&&57:/ !"!, so reali0adas por todos os meios legalmente admiss+veis para a prtica dos actosprocessuais, aplicando7se o disposto nos arts.2 e 2& !"!.

    8 mandatrio judicial notificante deve juntar aos autos documento comprovativo da data da notificao contraparte, no pra0o de dias, sendo essa juno dispensada quando a notificao seja reali0ada por

    transmisso electr-nica de dados, nos termos da portaria prevista no art.137:/ !"! )art.&97:/1 !"!*.

    @e a notificao ocorrer no dia anterior a feriado, sbado, domingo ou frias judiciais, o pra0o para a respostaa tal notificao inicia7se no primeiro dia Itil seguinte ou no primeira dia posterior ao termo das frias judiciais,

    21

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    22/75

    respectivamente, salvo nos processos judiciais que correm termos durante as frias judiciais )art.&97:/4!"!*.

    ?#$

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    23/75

    6os termos do art.1& !"!, obrigat-ria a constituio de advogado nos seguintes casos$

    a) 6as causas de compet(ncia de tribunais com alada, em que seja admiss+vel recurso ordinrio)art.9B3/ !"!*

    ) 6as causas em que seja sempre admiss+vel recurso, independentemente do valor )art.9B3/& e 1!"!*

    c) 6os recursos e nas causas propostas nos tribunais superiores.

    6estes casos, se a parte no constituir advogado, sendo obrigat-ria a sua constituio, o tribunal,oficiosamente ou a requerimento da parte contrria, f7la7 notificar para o constituir dentro do pra0o certo,sob pena de o ru ser absolvido da instKncia, de no ter seguimento o recurso ou de ficar sem efeito a defesa)art.11 !"!*.

    6as causas em que no seja obrigat-ria a constituio de advogado, podem as pr-prias partes pleitear por siou ser representadas por advogados7estagirios ou por solicitadores )art.14 !"!*.

    : eficcia do mandato depende de aceitao, que pode ser manifestada no pr-prio instrumento pIblico ou emdocumento particular, ou resultar de comportamento concludente do mandatrio )art.19/4 !"!*.

    ?##$+$ Poderes gerais e especiais

    6a procurao em que a parte declare que d poderes forenses ou para ser representada em qualqueraco, o mandatrio tem poderes para a representar em todos os actos e termos do processo principal erespectivos incidentes, mesmo perante os tribunais superiores, incluindo o de substabelecer o mandato)arts.19/& e 1B/ !"!*.

    "ara que o mandatrio judicial possa confessar, desistir ou transigir a aco, tem que estar munido deprocurao )com poderes especiais* que o autori0e e'pressamente a praticar qualquer desses actos)art.1B/& !"!*.

    .ustaelecimento

    8 substabelecimento o instrumento mediante o qual o advogado transmite para outro advogado ou para

    advogado7estagirio )nos casos em que possa pleitear* os poderes forenses e especiais que recebeu domandante )cliente*.

    8 substabelecimento no est dependente de aceitao do cliente, pois, nos termos do art.19/& !"!, nospoderes que a lei presume conferidos ao mandatrio est inclu+do o de substabelecer o mandato.

    Eecorre7se a tal instrumento sempre que, por qualquer ra0o, o advogado a quem foi concedido o mandatoforense est impedido de comparecer no tribunal para a dilig(ncia marcada )com reserva A significa que oprimeiro advogado continua no processo, reservando para si os poderes que lhe foram conferidos pelocliente, limitando7se o novo advogado a intervir no acto ou dilig(ncia judicial em concreto* ou quando, porra0#es que se prendem com a quebra de confiana entre aquele e o cliente, este lhe indica o advogado quepretende que o continue a patrocin7lo no processo )sem reserva A significa que o advogado inicial saidefinitivamente do processo, sendo substitu+do pelo novo advogado, implicando a e'cluso daquele. @ucede,

    a maior parte das ve0es, por haver um conflito entre o advogado inicial e o cliente, quebrando7se a relao deconfiana entre eles, o que leva a que o cliente, por iniciativa pr-pria ou por sugesto do advogado, procureum novo advogado. :ssim, em ve0 de haver a renIncia ou revogao do mandato, o advogado sai de umaforma elegante do processo*.

    ?##$2$ % representao sem mandato

    @ucede, por ve0es, que advogado intervm no processo, assinando a petio inicial ou a contestao, e noapresenta a respectiva procurao ou esta apresenta irregularidades. Verificada a falta, o jui0 deve proferirdespacho, fi'ando pra0o para a juno da procurao, com ratificao do processado, ou para suprir asirregularidades.

    8bviamente que, se foi por esquecimento que no foi junta ao processo a procurao, mas esta j tinha sido

    emitida em data anterior prtica do acto pelo advogado, no tem que haver ratificao do processado.Pasta juntar a procurao no pra0o fi'ado pelo jui0.

    Diferente o caso de o advogado que, devido urg(ncia e no interesse da parte, pratica o acto

    23

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    24/75

    )instaurando ou contestando a aco*, sem para tal estar autori0ado. 6esse caso, o advogado intervm at+tulo de gestor de neg-cios )art.4/ !"!*. 6os termos do art.494 !!, d7se a gesto de neg-cios quandouma pessoa assume a direco de neg-cio alheio no interesse e por conta do respectivo dono, sem para talestar autori0ada.

    ?##$:$ % ratificao do processado

    6esses casos de urg(ncia, o advogado actua como gestor de neg-cios do ;cliente

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    25/75

    ?###$% #nst;ncia

    ?###$$ Princ'pio da estailidade

    6os termos do art. &93 !"!, ;citado o ru, a instKncia deve manter7se a mesma quanto s pessoas, aopedido e causa de pedir, salvo as possibilidades de modificao previstas na lei

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    26/75

    ?###$+$ Princ'pio da cooperao

    6os termos do art.&99/ !"!, na conduo e interveno no processo, devem os magistrados, osmandatrios judiciais e as pr-prias partes cooperar entre si, concorrendo para se obter, com brevidade eeficcia, a justa composio do lit+gio.

    :s partes e seus mandatrios so obrigadas a comparecer sempre que para isso forem notificadas e aprestar os esclarecimentos que lhes forem pedidos, de acordo com o art.&99/1 !"!.

    %ste princ+pio e'ige uma nova mentalidade na prtica forense, em que no vale tudo para conseguir ovencimento da aco. ?al no significa, no entanto, falta de firme0a e combatividade por parte do advogado.

    ?###$2$ % iniciativa da inst;ncia$ Princ'pio dispositivo

    : instKncia nasce, cresce, adoece e morre.

    : instKncia inicia7se com a propositura da aco e esta considera7se proposta, intentada ou pendente logoque seja recebida na secretaria a respectiva petio inicial, nos termos do art.&9B/ !"!* desenvolve7se ealtera7se )com os restantes articulados e requerimentos aut-nomos* adoece )por isso se suspendendo einterrompendo* cura7se )atravs dos incidentes da instKncia* e morre )e'tinguindo7se*.

    @egundo o art.&94/ !"!, s partes cabe alegar os factos que integram a causa de pedir e aqueles em que

    se baseiam as e'cep#es, s- podendo o jui0, nos termos do art.&94/& !"!, fundar a deciso nos factosalegados pelas partes, sem preju+0o do disposto nos arts.24 e 922 !"! e da considerao, mesmooficiosa, dos factos instrumentais que resultem da instruo e discusso da causa.

    ?###$:$ #ncidentes da inst;ncia

    Fncidente processual a ocorr(ncia e'traordinria, acidental, estranha, surgida no desenvolvimento normal darelao jur+dica processual, que origina um processado pr-prio, com vista a resolver uma questo acess-ria esecundria face ao objecto da aco ou do recurso.

    6o requerimento em que se suscite o incidente e na oposio que lhe for dedu0ida, devem as partes oferecero rol de testemunhas )m'imo 3 por cada parte e 1 a cada facto A art.14/ !"!** e requerer quaisqueroutras provas, de acordo com o art.11/ !"!. : oposio dedu0ida no pra0o de dias, segundo o

    art.11/& !"! e a sua falta, nos termos do art.11/1 !"!, determina, quanto matria do incidente, aproduo do efeito cominat-rio que vigore na causa em que o incidente se insere.

    ?erificao do valor da causa (arts$2=

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    27/75

    no processo a apreciao de uma relao jur+dica da sua titularidade substancialmente cone'a com a relaomaterial controvertida delineada perante as partes primitivas.

    : interveno principal visa, assim, perante uma aco j pendente, proporcionar a terceiros o litiscons-rcioou a coligao com o autor ou com o ru, passando o interveniente a ser co7autor ou co7ru.

    Q, pois, admiss+vel nos casos de )art.1& !"!*$

    =uando o interveniente seja titular de um interesse igual ao do autor ou do ru, nos termos dos

    arts.&B e &3 !"! )al.a*

    =uando, nos termos do art.1 !"!, pudesse coligar7se com o autor )al.b*.

    6os termos do art.1& !"!, o interveniente principal fa0 valer um direito pr-prio, paralelo ao do autor ou doru, apresentando o seu pr-prio articulado ou aderindo aos articulados apresentados pela parte com quem seassocia.

    : interveno espontKnea quando resulta da iniciativa do interveniente e provocada se for requerida poriniciativa do autor ou do ru.

    De acordo com o art.1&2/& !"!, nos casos previstos no art.17P !"!, ou seja, quando, face contestaodo ru, haja dIvida fundamentada sobre o sujeito passivo da relao material controvertida, pode o autor

    chamar a intervir como ru o terceiro contra quem pretende dirigir o pedido.

    Pra3os

    De acordo com o art.1&&/ Y parte !"!, a interveno principal fundada no art.1& a* !"! )litiscons-rcio* admiss+vel a todo o tempo, enquanto no estiver definitivamente julgada a causa segundo o art.1&&/ infine !"!, a que se baseia no art.1& b* !"! )coligao* s- admiss+vel enquanto o interveniente possadedu0ir a sua pretenso em articulado pr-prio.

    6os termos do art.1&&/& !"!, o interveniente aceita a causa no estado em que se encontrar, sendoconsiderado revel quanto aos actos e termos anteriores, go0ando, contudo, de todos os direitos de parteprincipal a partir do momento da sua interveno.

    @egundo o art.1&9/ !"!, a interveno principal provocado s- pode ser requerida, em articulado da causaou em requerimento aut-nomo, at ao momento em que podia dedu0ir7se a interveno espontKnea emarticulado pr-prio, podendo ainda requerer7se a interveno de terceiro, no caso de ser julgada ileg+timaalguma das partes por no estar em ju+0o determinada pessoa, at ao trKnsito em julgado da deciso,segundo o art.&95/ !"!, ou na contestao ou no respectivo pra0o quando o ru pretenda fa0er intervir odevedor principal ou os condevedores.

    De acordo com o art.1&1/ !"!, quando a interveno espontKnea tenha lugar antes de proferido odespacho saneador, o interveniente pode dedu0i7la em articulado pr-prio. 6os termos do referido preceito,mas no seu n&, quando o processo no comportar despacho saneador, a interveno em articulado pr-priopode ter lugar at ser designado dia para discusso e julgamento em Y instKncia, ou at ser proferidasentena em Y instKncia, se no houver lugar nem a despacho saneador, nem a audi(ncia final.

    posio@ deciso e termos suse"uentes

    6os termos do art.1&4/ !"!, requerida a interveno, o jui0 ordena a notificao de ambas as partesprimitivas para lhe responderem, podendo estas opor7se ao incidente com o fundamento de que no severifica nenhum dos casos previstos no art.1& !"!.

    De acordo com o art.1&B/ !"!, admitida a interveno provocado, o interessado chamado por meio decitao. @egundo o referido preceito, mas no seu n&, no acto de citao, recebem os interessados c-piasdos articulados j oferecidos, apresentados pelo requerente do chamamento. 6os termos do referido preceito,mas no seu n1, o citado pode oferecer o seu articulado ou declarar que fa0 seus os articulados do autor oudo ru, dentro de pra0o igual ao facultado para a contestao. Rinalmente, nos termos do n4 do referidopreceito, se intervier no processo passado o pra0o a que se refere o n1, tem de aceitar os articulados daparte a que se associa e todos os actos e termos j processados.

    ?alor da sentena "uanto ao camado

    27

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    28/75

    @egundo o art.1&3/ !"!, se o chamado intervier no processo, a sentena apreciar o seu direito econstituir caso julgado em relao a ele. 6os termos do n& do referido preceito, se no intervier, a sentenas- constitui, quanto a ele, caso julgado em & situa#es$

    6os casos do art.1& a* !"! )litiscons-rcio*, salvo tratando7se de chamamento dirigido pelo autor aeventuais litisconsortes voluntrios activos

    6os casos do art.1&2/& !"! A de o autor ter dirigido o pedido tambm contra ele, a t+tulo subsidirio,e ficar provado que o chamado mesmo o titular passivo da relao material controvertida.

    #nterveno acess4ria* interveno provocada@ interveno acess4ria do 6P e assist9ncia

    !ontrariamente ao que sucede na interveno principal, na interveno acess-ria o terceiro invoca uminteresse ou uma relao material controvertida cone'a ou dependente daquela que discutida na acoentre as partes principais, e a sua interveno visa au'iliar uma delas, desenvolvendo uma actividadesubordinada da parte au'iliada, para obstar ao preju+0o que indirectamente lhe poder advir da decisoproferida no confronto delas.

    #nterveno acess4ria provocada

    @ubstitui o antigo incidente de chamamento autoria.

    @egundo o art.11/ !"!, o fundamento da interveno acess-ria provocada a aco de regresso que oru tem contra o terceiro, destinado a ser indemni0ado pelo preju+0o que lhe cause a perda da demanda.

    8 terceiro um mero au'iliar do ru, circunscrevendo7se, nos termos do art.11/& !"!, a sua interveno discusso das quest#es que tenham repercusso na aco de regresso invocada como fundamento dochamamento.

    De acordo com o art.11/ !"!, o chamamento dedu0ido pelo ru na contestao ou, no podendocontestar, no pra0o em que esta deveria ser apresentada.

    :dmitido o chamamento, nos termos do art.11&/ !"!, o chamado citado, correndo novamente a seu favoro pra0o para contestar e passando a beneficiar do estatuto de assistente.

    @e o ru contestar, a actividade do chamado est subordinada daquele, no podendo praticar actos que eletenha perdido o direito de praticar nem assumir atitude que esteja em oposio com a daquele.@e o ru no apresentar contestao e o chamado conteste, este considerado seu substituto processual.

    6os termos do art.11&/4 !"!, a sentena proferida constitui caso julgado quanto ao chamado, relativamentes quest#es de que dependa o direito de regresso do autor do chamamento, por este invocvel em ulterioraco de indemni0ao.

    #nterveno acess4ria do 6inistrio Plico

    @egundo o disposto no art.114/ !"!, sempre que, nos termos da respectiva Gei 8rgKnica, o >inistrio"Iblico deva intervir acessoriamente na causa, ser7lhe7 notificada a pend(ncia da aco, logo que ainstKncia se considere iniciada. 6os termos do n& do referido preceito, compete ao >inistrio "Iblico, como

    interveniente acess-rio, 0elar pelos interesses que lhe esto confiados, e'ercendo os poderes que a leiprocessual confere parte acess-ria e promovendo o que tiver por conveniente defesa dos interesses daparte assistida.

    %ssist9ncia

    8 incidente da assist(ncia, consubstanciado na interveno espontKnea de um terceiro em causa pendente,visa, no fa0er valer um direito pr-prio do assistente, mas reali0ar o interesse de au'iliar, na demanda, umadas partes primitivas )autor ou ru*. "or isso, o assistente intervm em termos de subordinao parte aquem vai au'iliar, assumindo a posio de parte acess-ria.

    6os termos do art.112/& !"!, para que haja interesse jur+dico, capa0 de legitimar a interveno, basta que oassistente seja titular de uma relao jur+dica cuja consist(ncia prtica ou econ-mica dependa da pretenso

    do assistido.

    @egundo o art.119/ !"!, o assistente pode intervir a todo o tempo, mas tem de aceitar o processo noestado em que se encontrar.

    28

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    29/75

    De acordo com o disposto no art.14 !"!, a sentena proferida na causa constitui caso julgado em relaoao assistente, que obrigado a aceitar, em qualquer causa posterior, os factos e o direito que a decisojudicial tenha estabelecido.

    posio

    ?rata7se, nos termos do art.14&/ !"!, de um tipo de interveno, espontKnea ou provocada, de um terceironuma causa pendente, com vista a e'ercer um direito pr-prio, total ou parcialmente incompat+vel com apretenso dedu0ida pelo autor ou pelo reconvinte.

    Q uma aco pr-pria em processo alheio.

    Fmplica a modificao objectiva e subjectiva da instKncia porque$

    "or um lado, admitida a oposio, alarga7se o lit+gio verificao da e'ist(ncia e titularidade dodireito invocado pelo opoente

    "or outro lado, passa este a assumir a posio de parte principal do lado activo.posio espont;nea

    De acordo com o art.14&/& !"!, esta s- admitida enquanto no estiver designado para a discusso ejulgamento da causa em Y instKncia ou, no havendo lugar a audi(ncia de julgamento, enquanto no estiver

    proferida sentena.

    @egundo o art.141 !"!, o opoente dedu0ir a sua pretenso por meio de petio, qual so aplicveis, comas necessrias adapta#es, as disposi#es relativas petio inicial.

    6os termos do art.144/ in fine !"!, admitida a oposio, ser ordenada a notificao das partes primitivaspara que contestem o seu pedido em pra0o igual ao concedido ao ru na aco principal, podendo, nostermos do n& do referido preceito, seguir7se os articulados correspondentes forma de processo aplicvel causa principal.

    De acordo com o disposto no art.149/ !"!, se alguma das partes da causa principal reconhecer o direitodo opoente, o processo segue apenas entre a outra parte e o opoente, tomando este a posio de autor oude ru, conforme o seu adversrio for o ru ou o autor da causa principal. 6os termos do n& do referido

    preceito, se ambas as partes impugnarem o direito do opoente, a instKncia segue entre as 1 partes, havendoneste caso & causas cone'as, uma entre as partes primitivas e a outra entre o opoente e aquelas.

    posio provocada

    : oposio pode tambm, nos termos do art.14B !"!, ser provocada pelo ru da causa principal, quandoesteja pronto a satisfa0er a prestao, mas tenha conhecimento de que um terceiro se arroga ou podearrogar7se direito incompat+vel com o do autor.

    @egundo o art.143 !"!, feito o requerimento para que venha ao processo dedu0ir a sua pretenso, oterceiro citado para a dedu0ir em pra0o igual ao concedido ao ru para a sua defesa, entregando7se7lhe noacto da citao c-pia da petio inicial.

    De acordo com o art.145/ !"!, se o terceiro no dedu0ir a sua pretenso, tendo sido ou devendoconsiderar7se citado na sua pr-pria pessoa e no se verificando nenhuma das e'cep#es ao efeitocominat-rio da revelia, logo proferida sentena condenando o ru a satisfa0er a prestao ao autor, tendotal sentena, nos termos do n&, fora de caso julgado relativamente ao terceiro. @egundo o n1, se o terceirono dedu0ir a sua pretenso, sem que se verifiquem as condi#es a que se refere o n, a aco prossegueos seus termos, para que se decida sobre a titularidade do direito.

    6os termos do art.12/ !"!, quando o terceiro dedu0a a sua pretenso, seguem7se os termos prescritosnos arts.141 a 149 !"!. 6os termos do n&, o opoente assume a posio do ru, sendo o ru primitivoe'clu+do da instKncia, se depositar a coisa ou a quantia em lit+gio no fa0endo o dep-sito, s- continua nainstKncia para a final ser condenado a satisfa0er a prestao parte vencedora.

    posio mediante emargos de terceiro

    8s embargos de terceiro representam uma forma peculiar de reclamao tendente reviso, pelo mesmo-rgo jurisdicional, da questo sobre que incidiu a deciso de que derivou a dilig(ncia posta em causa.

    29

  • 8/13/2019 Prtica Processual Civil - Ins

    30/75

    :travs dos embargos de terceiro, o embargante pode efectivar qualquer direito incompat+vel com o acto deagresso cometido. "ermite7se, assim, que os ;direitos substanciais< atingidos ilegalmente pela penhora ououtro acto judicialmente ordenado de apreenso ou entrega de bens possam ser invocados pelo lesado nopr-prio processo em que a dilig(ncia ofensiva teve lugar, sem haver necessidade de propor aco dereivindicao, por essa via se obstando, no caso de a oposio se revelar fundada, pr-pria venda dos bense prevenindo a poss+vel necessidade de anulao desta, no caso de proced(ncia da aco de reivindicao.

    Emargos de terceiro por parte dos cHn7uges

    6os termos do art.12& !"!, o cXnjuge que tenha a posio de terceiro pode, sem autori0ao do outro,defender por meio de embargos os direitos relativamente aos bens pr-prios e aos bens comuns que hajamsido indevidamente atingidos pela dilig(ncia prevista no art.12/ !"!.

    5orma@ oportunidade de deduo e processamento

    8s embargos de terceiro so, nos termos do art.121/ !"!, processados por apenso causa em que hajasido ordenado o acto ofensivo do direito do embargante. De acordo com o n& do referido preceito, oembargante dedu0 a sua pretenso, mediante petio, nos 1 dias subsequentes quele em que a dilig(nciafoi efectuada ou em que o embargante teve conhecimento da ofensa, mas nunca depois de os respectivosbens terem sido judicialmente vendidos ou adjudicados, oferecendo logo as provas.

    Efeitos do receimento dos emargos

    @egundo o art.129 !"!, o despacho que receba os embargos determina a suspenso dos termos doprocesso em que se inserem, quanto aos bens a que di0em respeito, bem como a restituio provis-ria daposse, se o embargante a houver requerido, podendo, todavia, o jui0 condicion7la prestao de cauopelo requerente.

    Processamento suse"uente ao receimento dos emargos

    6os termos do art.12B/ !"!, recebidos os embargos, so notificadas para contestar as partes primitivas,seguindo7se os termos do processo ordinrio ou sumrio de declarao, conforme o valor. 6os termos do n&,quando os embargos apenas se fundem na invocao da posse, pode qualquer das partes primitivas, nacontestao, pedir o reconhecimento, quer do seu direito de propriedade sobre os bens, quer de que taldire