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“ (...) o momento histórico brasileiro interferiu na produção literária, marcando a transição dos valores estéticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava (...) Prémodernismo

Pré modernismo

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“ (...) o momento histórico brasileiro interferiu na

produção literária, marcando a transição dos valores estéticos do século

XIX para uma nova realidade que se desenhava (...)

Prémodernismo

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“Pré” Modernismo???

O termo pré-modernismo parece haver sido criado por Tristão de Athayde, para designar os "escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920"

Os modelos literários realistas-naturalistas eram essencialmente universalizantes. Aos escritores pré-modernistas, ao contrário, interessavam assuntos do dia-a-dia dos brasileiros, originando-se, assim, obras de nítido caráter social.

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Momento Histórico

O período foi marcado por uma série de conflitos como

as greves operárias em São Paulo a Guerra do Contestado e a Guerra de CanudosO cangaçoa política dirigida pela oligarquia rural o nascimento da burguesia urbanaa industrializaçãosegregação dos negros pós-aboliçãoo surgimento do proletariado a imigração européia.

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Contemporâneos

Registre-se que ainda estão ativos (neste período), autores parnasianos como Olavo Bilac, Raimundo Correia e Francisca Júlia, dominando o cenário da Academia Brasileira de Letras e que, portanto,convivem com os escritores pré-modernistas.

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Linguagem simples e coloquial

• Apesar de alguns conservadorismos, o caráter inovador de algumas obras, que representa uma ruptura com o passado, com o academiscismo;

• Lima Barreto ironiza tanto os escritores "importantes" que utilizavam uma linguagem pomposa quanto os leitores que se deixavam impressionar: "Quanto mais incompreensível é ela (a linguagem), mais admirado é o escritor que a escreve, por todos que não lhe entenderam o escrito" (Os bruzundangas).

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Realidade Brasileira

• A denúncia da realidade brasileira, negando o Brasil literário herdado do Romantismo e do Parnasianismo;

• o Brasil não-oficial do sertão nordestino, dos caboclos interioranos, dos subúrbios, é o grande tema do Pré-Modernismo.

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• o Norte e o Nordeste com Euclides da Cunha;

• o vale do Paraíba e o interior paulista com Monteiro Lobato;

• o Espírito Santo com Graça Aranha;

• o subúrbio carioca com Lima Barreto.

Regionalismo

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Os tipos humanos marginalizados:

• o sertanejo nordestino,

• o caipira,

• os funcionários públicos,

• os mulatos.

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O Pré-Modernismo é uma fase de transição e, por isso, registra :

• Um traço conservador– A permanência de características

realistas/naturalistas, na prosa, e a permanência de um poesia de caráter ainda parnasiano ou simbolista.

• Um traço renovador– Esse traço renovador — como ocorreu na música

— revela-se no interesse com que os novos escritores analisaram a realidade brasileira de sua época: a literatura incorpora as tensões sociais do período.

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Os principais autores pré-modernistas

Euclides da Cunha

Graça Aranha

Augusto dos Anjos

Monteiro Lobato

Lima Barreto

Pré modernistas

Embora vários autores sejam classificados como pré-modernistas, este não se constituiu num estilo ou escola literária, dado a forte individualidade de suas obras ,que essencialmente eram marcadas por duas características comuns:conservadorismo - traziam na sua estética os valores parnasianos e naturalistas; renovação - demonstravam íntima relação com a realidade brasileira e as tensões vividas pela sociedade do período

Embora tenham rompido com a temática dos períodos anteriores, esse autores não avançaram o bastante para ser considerados modernos - notando-se, até, em alguns casos, resistência às novas estéticas.

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Literatura e Realidade

Autores brasileiros como Lima Barreto, Euclides da Cunha e Graça Aranha usaram a literatura para

traçar uma nova interpretação do Brasil e discutir seu futuro.

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Revolta da Chibata (João Cândido)

no Rio de Janeiro

Revolta da Vacina

(varíola-1904)

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Lima Barreto Em meio ao caos gerado por esses conflitos, as autoridades passaram a efetuar prisões de forma generalizada. Testemunha ocular das agitações que marcavam as ruas cariocas naquele tempo, o escritor Lima Barreto registrou em seu "Diário Íntimo" as inúmeras violências e arbitrariedades de que foram vítimas os populares revoltosos:

Lima Barreto detém-se na análise das populações suburbanas do Rio de

Janeiro

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Triste Fim de Policarpo Quaresma

Lima Barreto procurou "escrever brasileiro",

com simplicidade. Para isso, teve de

ignorar muitas vezes as normas

gramaticais e de estilo, provocando a

ira dos meios acadêmicos

conservadores e parnasianos.

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“Lima Barreto, simbolicamente, aponta as engrenagens da História: Pátria, ao fim e ao cabo, é uma construção, não um sonho; é um processo de enfrentamento da realidade, não de idealismo. Amar a Pátria significa participar da criação de todos, para todos - Policarpo Quaresma está vivo dentro dos que querem um país que abrigue todos os brasileiros.”

(Flávia Suassuna)

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O homem que sabia Javanês (1911)

O protagonista que estava desempregado vê um anuncio que oferece um emprego para professores de javanês; tratava-se de um senhor que tinha um livro antigo que segunda crenças de família era detentor de prosperidade, felicidade e poder. Para que tais feitos realizassem-se era necessário ler o tal livro: é exatamente aí que nosso amigo Machado entra na história, pega o cartaz do anúncio de emprego e levando em consideração que nunca nem ouviu falar do tal javanês entra em uma biblioteca e vai em busca de algumas informações.

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Nova CalifórniaO livro conta a história de um químico misterioso que aparece na pequena cidade de Tubiacanga e realiza a incrível experiência de transformar ossos humanos em ouro. Tem início, assim, uma deliciosa paródia à corrida do ouro do final do século XIX nos Estados Unidos, já transformada em novela de televisão.

Lima Barreto na TV

Novela da Rede Globo- Fera Ferida (1994)

O enredo foi inspirado no universo ficcional de Lima Barreto, mais especificamente nos romances Clara dos Anjos, Recordações do Escrivão Isaías Caminha, Triste Fim de Policarpo Quaresma, Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, e em personagens dos contos Nova Califórnia e O Homem que Sabia Javanês.

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No nordeste do Brasil

o fanatismo religioso do Padre Cícero

Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos

A Era do cangaço (Lampião)

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Euclides da Cunha

Quando irrompeu o movimento de Canudos, São Paulo colaborou com o país na repressão do conflito, mandando para o teatro da luta o Batalhão Paulista. Euclides foi encarregado pelo jornal Estado de S. Paulo para acompanhar como observador de guerra o movimento rebelde chefiado por Antônio Conselheiro no arraial de Canudos, em pleno sertão baiano.

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“Aquela Campanha de Canudos lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo".

Euclides da Cunha

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Os Sertões: denúncia da violência

Euclides não ficou até a derrubada de Canudos. Mas conseguiu reunir material para, durante cinco anos, elaborar Os Sertões (1902).

Euclides da Cunha percebeu que a guerra tinha como razões profundas o latifúndio, o coronelismo, a servidão, o isolamento cultural e a dureza do meio. Ele foi o primeiro escritor brasileiro a diagnosticar o subdesenvolvimento do Brasil, referindo-se à existência de dois países contraditórios: o do litoral e o do sertão. Canudos resultou do confronto entre esses dois Brasis, distintos entre si no espaço e no tempo, pelo atraso de séculos em que vivia mergulhada a sociedade rural. Euclides conseguiu ficar

internacionalmente famoso com a publicação desta obra-prima.

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O obra

Divide-se em três partes:

A terra O homem A luta

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Jornal do Brasil, 16 de Agosto de 1909

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Tragédia da vida real• O escritor morreu em 1909. Ao saber que sua

esposa, mais conhecida como Ana de Assis, o abandonara pelo jovem tenente Dilermando de Assis, que aparentemente já tinha sido ou era seu amante há tempos - e a quem Euclides atribuía a paternidade de um dos filhos de Ana, "a espiga de milho no meio do cafezal" (querendo dizer que era o único louro numa família de tez morena) -, saiu armado na direção da casa do militar, disposto a matar ou morrer. Dilermando era campeão de tiro e matou-o. Tudo indica que o matou lealmente, tanto que foi absolvido na Justiça Militar. Ana casou-se com ele.

• O corpo de Euclides foi examinado pelo médico e escritor Afrânio Peixoto, que também assinou o laudo e viria mais tarde a ocupar a sua cadeira na Academia Brasileira de Letras.( minissérie DESEJO em 1990)

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Filmografia Indicada

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19171905 1908

Em São Paulo, as greves operárias

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1º de maio de 1919 em SP

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Monteiro Lobato

“O Moderno antimodernista?”

Num artigo publicado em 1917, Monteiro Lobato reagiu assim à exposição de Anita

Malfatti, no jornal O Estado de São Paulo:

"Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em

consequência fazem arte pura. (...) A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a

natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão

estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos

da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do

sadismo de todos os períodos da decadência(...)“

(in Paranóia ou mistificação? )

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A Exposição de Pintura Moderna de Anita Malfatti foi realizada em São Paulo, entre 12 de dezembro de 1917 e 11 de janeiro de 1918, e é considerada o "estopim" da Semana de Arte Moderna de 1922. O impacto das telas de Anita tem a ver com seu aspecto expressionista, novo para os padrões da arte brasileira de então.

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Autor de prestígio

Moralista e doutrinador, aspirava ao progresso material e mental do povo brasileiro. Criou a primeira editora nacional ( Monteiro Lobato & Cia.), e mais tarde a Companhia Editora Nacional e a Editora Brasiliense.

Nacionalista, denunciava escândalos relacionados com a extração do petróleo e durante a Ditadura Vargas (1941) foi preso por ataques ao governo.

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Urupês

A jóia do livro é a personificação da figura do caboclo, criando o famoso personagem “Jeca Tatu”, apelidado de urupê (uma espécie de fungo parasita). Vive "e vegeta de cócoras", à base da lei do menor esforço, alimentando-se e curando-se daquilo que a natureza lhe dá, alheio a tudo o que se passa.

Com a personagem Jeca Tatu, um típico caipira acomodado e miserável do interior paulista, Lobato critica a face de um Brasil agrário, atrasado e ignorante, cheio de vícios e vermes. Seu ideal era um país moderno estimulado pela ciência e pelo progresso.

“Urupês” é uma série de 14 contos, tendo como ênfase a vida do caboclo, através de seus costumes, crenças e

tradições.

Capa original, 1918

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Graça Aranha

Graça Aranha escreveu um romance de tese...mas afinal, que tese era essa?

Professor de direito, promotor público, juiz e diplomata, o maranhense Graça Aranha teve uma vida movimentada em 62 anos: acompanhou Joaquim Nabuco como seu secretário na Inglaterra, e mais tarde seria ele próprio diplomata na Noruega, na Holanda e na França. Foi no período de diplomacia que lançou seu livro mais famoso, o romance Canaã(1902).

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“Uma tese simples porém equivocada, a da superioridade de certas raças sobre outras, com base em idéias filosóficas ou psicológicas duvidosas. A palavra instinto, por exemplo, aparece dezenas de vezes nas 285 páginas de Canaã, mas não associada à psicanálise de Sigmund Freud (neste época Freud já havia escrito, entre outras obras, A Psicopatologia da Vida Cotidiana), mas a conceitos como o de evolução, mencionado apenas de passagem por Darwin em A Origem das Espécies e desenvolvido de maneira equivocada por Herbert Spencer: a evolução vista como um confronto de seres inferiores versus superiores. Os colonos alemães são vistos como símbolos de uma realidade onde as pessoas são, pela própria natureza, melhor talhadas para a realização de grandes obras. Já o mulato é visto quase sempre como representante de uma classe ou indolente ou até trabalhadora, mas que não tem nenhuma grandeza.” (por Fábio Fernandes, em O viajante Imóvel)

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Fontes• http://wapedia.mobi/pt/Pr%C3%A9-Modernismo• BOSI, Alfredo. A Literatura Brasileira: vol. V - O Pré-Modernismo, 4ª ed., São

Paulo: Cultrix, 1973. • FARACO, Carlos e MOURA, Francisco. Língua e Literatura, volume 3, Ática, São

Paulo, 2ª ed., 1983115 • http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/historia-literatura-411313.shtml• http://www.mundovestibular.com.br/articles/355/1/TRISTE-FIM-DE-POLICARPO-

QUARESMA---Lima-Barreto-Resumo/Paacutegina1.html• TV CULTURA on line• http://www.overmundo.com.br/blogs/valeu-a-pena-canaa-de-graca-aranha• (UOL EDUC)

Pesquisa e Organização

Profª Cláudia Heloísa C. Andria

Licenciada em Letras - Unisantos