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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA UNIVAP FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS VOLTADA AO PÚBLICO LGBT SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP 2013

Pré projeto final - 12.06.2013

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Page 1: Pré projeto final - 12.06.2013

UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA – UNIVAP

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E COMUNICAÇÃO

COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO

NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS

REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS

VOLTADA AO PÚBLICO LGBT

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP

2013

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NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS

REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS

VOLTADA AO PÚBLICO LGBT

São José dos Campos, SP

2013

Trabalho de conclusão de curso apresentado como

exigência do curso de Jornalismo da FCSAC, da

Universidade do Vale do Paraíba.

Orientador (a): Prof.Ma.Celeste Marinho Manzanete

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NATHÁLIA ADRIANA PEREIRA DOS SANTOS

REVISTA DIGITAL PARA MÍDIA TABLETS

VOLTADA AO PÚBLICO LGBT

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Avaliadora como exigência da

disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II, do curso de Comunicação Social –

Jornalismo da FCSAC, da Universidade do Vale do Paraíba.

Banca examinadora:

___________________________________________

Prof.º

___________________________________________

Prof.º

___________________________________________

Prof.º

São José dos Campos, SP

2013

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Resumo

Este projeto tem como principal objetivo a identificação do homossexual enquanto

cidadão, sendo também parte da sociedade e da cultura brasileira. Para isto será

realizada a criação de um veículo de comunicação digital que preencha as

necessidades de informação e conhecimento do público LGBT do Brasil. A Queen

Magazine, é uma revista para mídia tablet e terá uma edição mensal, no entanto

com atualizações semanais. Este projeto visa também uma pesquisa e levantamento

para mensurar a necessidade desse nicho em obter um veículo de comunicação

específico, que fale a sua linguagem e aborde assuntos aprofundados de seu

interesse.

Palavras-chave: Revista Digital. Público LGBT. Homossexual. Identidade cultural.

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Abstract

This project’s main objective is the identification of the homosexual as a citizen, as

part of the society as well the Brazilian culture. For this to be done, a specific

communication vehicle will be created, one that fills the needs of information and

knowledge of the Brazilian LGBT public. The Queen Magazine is a monthly

magazine for tablets, with weekly updates. This project also aims in researching and

measuring the needs of this niche in obtaining a specific communication vehicle, one

that speaks its language and covers subjects of its interest.

Keywords: Digital Magazine. LGBT Public. Homosexual. Cultural Identity.

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Sumário

1. Introdução ............................................................................................................. 6

2. Tema..................................................................................................................... 8

2.2. O Snob ............................................................................................................ 10

2.3. Lampião da Esquina ........................................................................................ 11

2.4. Aids e Preconceito ........................................................................................... 12

2.5. Imprensa Lésbica ............................................................................................ 13

2.6. Anos 90 e a Internet ........................................................................................ 14

2.7. Século XXI ....................................................................................................... 16

3. Objetivo ............................................................................................................... 18

4. Hipótese .............................................................................................................. 19

5. Justificativa ......................................................................................................... 20

5.1. Mídia Tablet ..................................................................................................... 22

6. Modalidade ......................................................................................................... 23

6.1. Jornalismo de Revista ..................................................................................... 24

6.2. Jornalismo Digital ............................................................................................ 26

6.3. Revistas Digitais para Tablet ........................................................................... 27

6.4. Linguagem ....................................................................................................... 29

7. Metodologia ........................................................................................................ 31

8. Cronograma ........................................................................................................ 34

9. Referência Bibliográfica ...................................................................................... 35

10. Anexos ............................................................................................................ 36

10.1. Projeção de Capítulos .................................................................................. 36

10.2. Anexo 2 - Questionário ................................................................................. 37

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1. Introdução

A imprensa brasileira é nova comparada a de outros países, com um pouco mais de

200 anos, ela foi e é utilizada para pregar opiniões liberais, denunciar abusos e

questionar governos. Por outro lado, este papel já deixou de ser feito por causa da

ditadura e da censura.

Para manter sua boa imagem e impedir que “influências negativas”

chegassem à população era necessário aumentar o controle à

imprensa, evitando que ela desse espaço para o discurso inimigo.

Esse controle foi de grande utilidade, pois impedia que grande parte

da população soubesse dos atos repressivos, autoritários e violentos

por parte do governo. Estava proibido críticas ao governo em todas

as suas esferas; impedia que o teatro apresentasse peças

subversivas e “perigosas”. (SAMWAYS, 2012, p. 4)

E foi exatamente nos anos 60 que foram lançadas as primeiras publicações

direcionadas aos homossexuais. Abrindo portas para um novo nicho, o da Imprensa

Gay1. Durante todo o período dos dois séculos, o papel da imprensa sempre foi o de

levar informação de forma séria, imparcial e com integridade.

Já a Imprensa Gay brasileira vive, até hoje, em um meio ainda inexplorado. Há muito

o que entender sobre este nicho e como não é um público fácil de se identificar,

durante anos as publicações gays foram criadas e descontinuadas. A revolução

cultural e sexual que deu o início a esta mudança, ainda não acabou. E, apesar da

grande divulgação feita, a homossexualidade é tida como ofensiva para a sociedade,

por isso, muitos não se assumem.

Com a chegada da internet, a facilidade do anonimato auxiliou a integração entre os

homossexuais. No entanto, o medo de sair do armário2, dificultou o conhecimento,

pois ainda que tenham interesse, a má informação da sociedade e o preconceito

negam aos cidadãos os seus direitos e suas escolhas. Por isso, a realização da

Queen, uma publicação que luta pelos direitos, informa e ainda entretém.

1 Gay - significa alegre em inglês e começou a ser utilizada na década de 1950, nos EUA, para denominar homens que tinham relações sexuais com outros homens.

2Sair do armário - expressão que descreve o anúncio público da orientação sexual ou identidade de género de alguém, ou de si próprio.

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A Queen Magazine busca unir os homossexuais, utilizando um meio de informação

digital, cumprindo assim o papel da imprensa com todos, sem exceção. Mantendo o

anonimato da internet e a militância da revista. Sendo assim, este trabalho,

juntamente com a pesquisa feita, aborda mais do que a criação de uma nova revista,

é a identificação de um público, a criação de um cidadão que ainda é invisível para a

sociedade.

Ainda que o campo econômico utilize este público como fonte para suas aplicações,

visando a inclusão como meio para obter lucro. O cidadão homossexual não deve

apenas existir como consumidor, ou alguém com muito dinheiro que pode ajudar nos

faturamentos, ele precisa ser lembrado como cidadão e que possui direitos.

Não sendo diferente de nenhum outro público, e por ainda haver poucos incentivos,

ou aceitação, pública. A Queen abordará também a falta de leis, atendimento e até

mesmo direitos negados. Executando o verdadeiro papel da mídia, de voz do povo.

Uma imprensa séria que se preocupa com o seu papel social e com a população e,

ao mesmo tempo, se interessa em agradar o seu público com matérias de

entretenimento. Sim, uma mídia que trata o homossexual como cidadão, que

defende seus direitos e comunica abusos.

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2. Tema

A Imprensa feita para homossexuais marca um importante período na história da

imprensa brasileira. E apesar dos primeiros jornais terem sidos lançados no início do

século XVIII, ainda hoje essa imprensa está em construção. Há muitas barreiras

para a liberação de materiais do tipo, mais do que a homossexualidade, também é

posto em jogo a religião, a política e a moral. Se vivemos em uma sociedade que há

pouco tempo era contra os direitos das mulheres, e até hoje possui uma moral um

tanto machista, não fica difícil de entender que a aceitação da homossexualidade

ainda seja considerada um tabu.

No entanto, a imprensa gay, ou alternativa, como era chamada antigamente, surgiu

exatamente para quebrar tais barreiras.

Trata-se de uma imprensa que, mesmo diante de tantos problemas,

se manteve insubordinada aos modos tradicionais de produção,

veiculação e distribuição de informação, às ideias convencionais, às

regras morais, aos poderes constituídos, ao mercado editorial e às

pressões econômicas. Se existe um denominador comum, [...] é o

esforço, coletivo, individual, de defender o direito das pessoas de

viver e expressar livremente sua orientação sexual. (PÉRET, 2011, p.

08)

2.1. Liberdade Sexual

Por muitos séculos a sexualidade foi repreendida, e apenas em alguns

estabelecimentos lucrativos que o sexo era permitido. Na época da contrarreforma,

há o início da discussão sobre o assunto, no entanto surge a condenação de atos

infecundos. “Além de ser inútil para a reprodução da espécie, a prática homossexual

solaparia a família (em cujo seio se geram os novos consumidores e seus padrões

ideológicos cuja ordem é consumir)” (TREVISAN, 2007, p.19)

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Já no século XIX, a psiquiatria enquadrou os "desvios” sexuais como doença e que

poderia ser tratada. Até mesmo aqui, no Brasil, de 1920 e 1930, houve a intenção da

criação de um instituto específico para o tratamento de homossexuais.

Até a década de 60, na imprensa brasileira, os periódicos tinham uma ideologia

sobre a homossexualidade de acordo com a época. Era muito comum a divulgação

de charges e ilustrações com sátiras de figuras públicas e fatos policiais que

envolviam homossexuais e travestis.

Um caso bastante explorado pela mídia [...] foi a prisão de Febrônio

Índio do Brasil. Detido por estuprar um menor, ele foi condenado

como "louco moral" em 1927. [...] a partir deste caso, o jornalismo

brasileiro passou a vincular frequentemente a homossexualidade ao

delito e a perversão (PÉRET, 2011, p. 11).

O jornalista e escritor Paulo Barreto, conhecido pelo pseudônimo de João do Rio, foi

perseguido e caluniado publicamente, por ser homossexual. Suas crônicas narravam

histórias da Lapa, um conhecido ponto de encontro de homossexuais. Seus textos

eram explícitos e continham muitos elementos homoeróticos. Ainda assim, João

tornou-se membro da Academia Brasileira de Letras e colaborou em jornais como O

Paiz, Gazeta de Notícias, O Dia e Correio Mercantil. A mesma Lapa continuou a ser

o local de encontro nas décadas de 40 e 50, além da Cinelândia, da praça

Tiradentes e de Copacabana. Já em São Paulo, "eles se concentravam

principalmente no centro, na confluência das avenidas São João e Ipiranga.”

(Ibid.p.15)

Entre 1950 e 1960, houve uma grande ocupação de homossexuais nas metrópoles

do país. A importância dessa migração está na própria aceitação da cidade grande.

O criador do jornal gay O Snob, publicado entre 1963 e 1969, Agildo Guimarães,

conta que quando vivia com seus pais havia muita pressão para levar uma vida

"normal", casar e ter filhos. Ao mesmo tempo era alvo de fofocas sobre sua

sexualidade. Por isso, em 1952, decidiu se mudar para o Rio de Janeiro.

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Apesar da tolerância, alguns estabelecimentos começaram a hostilizar os

homossexuais, muitas vezes, até negando a sua entrada. Piorando a situação, em

1950, o delegado de polícia Raimundo Padilha, decidiu limpar a cidade e iniciou uma

caça aos homossexuais. Os policiais aplicavam leis de vadiagem e perturbação da

ordem pública, sendo assim, qualquer pessoa que estivesse à noite na rua sem

carteira de trabalho corria o risco de ser presa e levada para a delegacia.

Para se protegerem, os homossexuais passaram a se reunir em turmas nas casas

uns dos outros para conversar, escutar música, beber e conhecer pessoas.

(Ibid.p.16). Assim, surgiu a Turma OK, o mais antigo grupo homossexual brasileiro e

em atividade até hoje. A criação desses novos lugares deu espaço para novas

necessidades, foi assim que surgiram os primeiros fanzines3, ou jornais que

divulgavam as ações dos grupos. A princípio, as publicações, voltadas apenas aos

homossexuais, eram feitas artesanalmente, mimeografadas e distribuídas entre

pessoas das diferentes turmas.

2.2. O Snob

A primeira publicação abertamente homossexual divulgada no Brasil. Criada a partir

de um descontentamento com o resultado do concurso Miss Traje Típico, realizado

pela Turma OK, Agildo Guimarães decidiu fazer uma publicação simples,

datilografada e mimeografada, para protestar contra a escolha do júri. Com o tempo,

O Snob tornou-se conhecido dentro da comunidade gay carioca e se transformou

em uma mini revista com mais de trinta páginas. Nos editoriais, assuntos como

fofocas, concurso de contos e poesias, moda e beleza, entrevistas, reportagens e

palavras cruzadas eram o que comandavam. A linguagem era bem sarcástica e

cheia de ironias, além de utilizar um vocabulário todo característico.

O uso que O Snob fazia da linguagem consistia na adaptação de

modos de fala próprios dos grupos gays e na utilização de gírias e

adjetivos. Esses elementos apresentavam um vocabulário diferente

do da linguagem utilizada pelos meios de comunicação tradicionais.

Tais características são a marca da imprensa gay dos anos 1960 e

3 Fanzine - uma abreviação de fanatic magazine, é portanto, uma revista editada e sustentada por um

fã.

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revelam a irreverência e a insubordinação às normas sociais (Ibid. p.

23).

O Snob, ao utilizar de um vocabulário marginalizado, encontrou também dificuldade

de manifestar o desejo homoerótico. Havia a incorporação e reprodução de

estereótipos de relação macho/fêmea, onde “bofes” eram os homens de verdades e

“mariconas” os homossexuais efeminados. Gerado este conflito, um dos integrantes

do jornal, Hélio Gato Preto, mudou seu pseudônimo de Pantera Cor-de-rosa para

Gato Preto, protestando assim contra feminização da homossexualidade masculina.

Fazendo isso, ele gerou polêmicas dentro do jornal e contribuiu com que O Snob se

tornasse uma publicação mais aberta a assuntos políticos.

Ainda que não fossem ativistas políticos, Gato Preto e Guimarães

tinham consciência da importância de os homossexuais ocuparem

espaços mais visíveis e ganharem efetiva representação social (Ibid.

p. 27).

O Snob teve 99 edições ao todo e circulou de julho de 1963 a junho de 1969.

2.3. Lampião da Esquina

O final dos anos 1960 e até meados dos 1970 foi a época mais violenta da ditadura

militar. A imprensa alternativa era repetidamente censurada e repreendida.

“Jornalistas foram presos, torturados e assassinados, edições eram recolhidas, e

grupos paramilitares explodiram bombas caseiras em bancas que vendiam

publicações consideradas subversivas” (Ibid. p. 45).

Ao mesmo tempo grupos de diferentes movimentos culturais e comportamentos

vanguardistas surgiam, grupos musicais e teatrais se apresentavam vestindo roupas

e acessórios femininos, limitando as diferenças de gêneros sociais. Em 1977, o

ativista gay e jornalista Winston Leyland, veio ao Brasil e em um de seus encontros

surgiu a ideia de criar um jornal criado e direcionado à comunidade homossexual,

apenas.

[...] a proposta do Lampião era, da ótica da contracultura e da

imprensa alternativa do período, abordar não apenas temas gays,

mas também assuntos polêmicos ligados a grupos minoritários, como

o feminismo e a questão racial. (Ibid. p. 49).

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Ao contrário das publicações feitas até o momento, o Lampião foi o primeiro jornal

gay com circulação nacional, era vendido nas bancas e durante os três anos de sua

existência teve 36 edições que traziam reportagens, entrevistas, ensaios, críticas e

notícias sobre cultura. “Apesar do enfoque político que seu conteúdo apresentava, o

Lampião abusava da ironia e do humor, criando campanhas provocativas [...]” (Ibid.

p.51). Mesmo com uma grande aceitação para a época, boa parte dos exemplares

não era vendido, além da publicidade se limitar a saunas e boates, por isso, entre

outras razões o Lampião da Esquina foi retirado do mercado, em junho de 1981.

Não antes de colocar a homossexualidade como pauta principal para discussões.

2.4. Aids e Preconceito

Em um momento de liberdade sexual, “o vírus da imunodeficiência humana (HIV)

espalhou-se pelo mundo, trocando sonho da liberdade sexual, por medo e culpa”

(Ibid. p. 63).

A imprensa gay calou-se diante de tal doença, a grande falta de informação, junto

com o preconceito, deu origem a ataques feitos aos homossexuais no início da

epidemia da Aids.

Em São Paulo noticia-se que um casal de bichas se suicidou por

medo da Aids. Depois de uma entrevista publicada na imprensa, a

Dra. Valéria Petri, especialista em dermatologia, passa a receber

uma média diária de 200 telefonemas locais e interurbano, com

gente aflita, pedindo informações sobre a doença [...] Um mês

depois, já há oito casos em todo o estado [de São Paulo], com três

óbitos. Descobre-se, na verdade, a doença já começara a fazer

vítimas brasileiras desde 1982, sem que os óbitos tivessem atraído

atenção pública. [...] No gueto homossexual há um silencio cada vez

mais pesado. Sua vida noturna se esvazia, nas cidades mais

atingidas como São Paulo (PÉRET, 2011, p.64 apud TREVISAN,

2000, p.430-3).

Segundo Trevisan, houve episódios ainda mais graves no Brasil, como o jornal A

Tarde publicou em uma editoria de 14 de janeiro de 1985, que uma forma de

erradicar com a doença, seria o extermínio dos homossexuais. Por todo território

brasileiro, onde havia a confirmação da doença, havia discriminação e hostilidade. A

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doença era considerada “punição divina pelos atos ‘anormais’ cometidos” (PÉRET,

2011, p.66).

Quando houve mais informações sobre a Aids, o país se mobilizou e criou

campanhas de pesquisas e disponibilização de remédios. Em 1994, o Brasil foi

considerado um país referência no tratamento de HIV/Aids pela Organização

Mundial de Saúde. A partir daí, “O movimento gay passou então a se mobilizar

contra a doença, considerando, como nunca a homossexualidade um tema que

precisava ser discutido abertamente pela sociedade.” (Ibid.p.67). Foram fundados

grupos e associações com foco de esclarecer e divulgar ao público homossexual

sobre doenças e formas de contaminação.

2.5. Imprensa Lésbica

Conhecer publicações produzidas por lésbicas e para lésbicas é muito mais difícil,

comparada a imprensa gay masculina. Sempre reprimidas e excluídas da sociedade,

as reivindicações femininas só ganharam espaço na segunda metade do século XIX.

O primeiro periódico criado e editado por uma mulher no Brasil foi o Jornal das

Senhoras, em 1852, a publicação era voltada ao direito à educação feminina e a

emancipação da mulher.

Alguns anos depois, mais algumas publicações surgiram, como O Belo Sexo e A

Família, ambas tinham como reivindicação o direito ao voto e a liberdade de

ingressar em faculdades. Com a liberação do voto feminino em 1932 e a entrada da

mulher no mercado de trabalho, muitos grupos feministas surgiram, e foram dentro

desses grupos que surgiram as primeiras lésbicas ativistas do Brasil. No entanto,

esta união não durou muito, pois como diz a autora Flávia Péret, elas estavam “mais

preocupadas com a revolução social do que com uma mudança de costumes”.

Sendo assim, as lésbicas ativistas se distanciaram do feminismo tradicional e

passaram a integrar grupos voltados a questão lésbica.

Então em 1981, o Grupo Lésbico Feminista criou o primeiro jornal lésbico do Brasil,

o Chana com Chana. Mas em 1982 o grupo se desfez e a publicação do Chana com

Chana passou a ser do Grupo de Ação Lésbico-Feminista (Galf). Em 1987 o grupo

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se transformou na ONG Rede de Informação Um Outro Olhar e o jornal Chana com

Chana foi extinto. No ano seguinte um novo fanzine era lançado, o Um Outro Olhar,

com 300 exemplares de tiragem, ele era distribuído em São Paulo e enviado pelo

correio a outros estados. “Foi o período lésbico que mais tempo sobreviveu às

resistências do mercado editorial brasileiro e aos constantes problemas financeiros,

tendo sido extinto em 2002” (Ibid., p. 77).

Atualmente, as lésbicas ainda são um segmento invisível no Brasil, e “como uma

minoria discreta, as pessoas esquecem que elas existem.” (Ibid., p.80).

2.6. Anos 90 e a Internet

Nos anos 90, houve o surgimento de um novo mercado, voltado exclusivamente ao

público homossexual, eram sites, revistas, agências de viagens, planos de saúde,

cartões de crédito, casas noturnas, enfim, um verdadeiro mercado de consumo. Em

2013, a SPTuris4 divulgou que, a Parada Gay de São Paulo, considerada a maior do

mundo e o segundo maior evento lucrativo da cidade de São Paulo, movimentou um

total de 3,2 milhões em uma semana. Um crescimento de 280% comparado ao

restante do ano.

Em entrevista Marcelo Rehder5, o presidente da SPturis afirmou:

O turista vem festejar o orgulho à diversidade e fica encantado com a

vasta oferta que encontra. Uma cidade rica em cultural, diversão e

entretenimento, com excelente estrutura turística e bom atendimento.

Ele não só volta, como promove o destino para seus amigos. Além

disso, a cidade possui uma imensa oferta de atrativos gay friendly6.

Não à toa, em 2012, a cidade de São Paulo foi eleita o quarto melhor

destino gay do mundo pelos internautas do site internacional

especializado GayCities.com

4 Disponível em: <http://www.spturis.com/v7/noticia.php> Acessado em 08 de junho de 2013.

5Idem 2.

6 “Gay friendly” é o termo usado para identificar locais onde a presença de gays é bem-vinda e os funcionários dos estabelecimentos são treinados para atender tanto ao público gay quanto aos não-gays.

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Além disso, após a morte de Cazuza em 1990, outros famosos começaram a expor

sua sexualidade, Renato Russo, Cassia Eller, Caio Fernando de Abreu e Ney

Matogrosso, tornaram-se ícones ao assumir com mais liberdade a

homossexualidade.

Essa junção entre liberdade sexual e crescimento de mercado, deu origem ao

Simpatizante, ou como é conhecido no exterior, gay friendly. Onde surgiu a sigla

GLS (gays, lésbicas e simpatizantes). Muitas empresas entraram nessa onda

simpatizante e uma rede de serviços específicos, com amplos conceitos

direcionados ao público gay foi criada. “A grande noção de identidade, tão

importante para os militantes e jornalistas das décadas de 1970 e 1980, foi sendo

gradualmente substituída pela de ‘consumidor’ ou ‘público gay’” (Ibid. p. 85).

Em controvérsia com este tipo de política consumista criado pela sigla GLS, alguns

movimentos e projetos foram criados, entre eles a Sui Generis.

Lançada em 1995, no Rio de Janeiro, foi a única publicação desse

período que conseguiu dialogar tanto com o lado considerado mais

mundano da cultura gay (festas, moda e boates) como com os

movimentos sociais e as questões colocadas pela militância. Esse

meio termo garantiu o sucesso e a recepção da revista[...] (Ibid.p.85).

Com problemas financeiros e uma tiragem média de 30 mil exemplares, a Sui

Generis foi editada até 2000. Outra publicação que causou polêmica foi a G

Magazine, lançada em 1997, com o nome de Bananaloca, tinha como compromisso

publicar notícias de homofobia, direitos homossexuais e ainda contar com fotos

eróticas de famosos com ereção. A revista continha um grande material militante em

suas reportagens e colunas, no entanto, em 2008, foi vendida a um grupo norte-

americano que a transformou em uma revista exclusivamente erótica.

No final de 2007, duas novas revistas foram lançadas a Junior e a DOM - De Outro

Modo, ambas com propostas editoriais parecidas que teriam como objetivo a

“militância de mercado”, ou seja, “o que os gays consomem, como se comportam e

quem são seus ícones” (Ibid., p.91). A DOM tirar a vírgula chegou a encerrar suas

edições em 2009 e a Júnior continua até hoje com suas edições mensais.

Inserida em um contexto editorial ainda instável, na qual revistas

para o público homossexual surgem e desaparecem com relativa

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rapidez, ela [Revista Junior] ainda está buscando uma fórmula para

permanecer no mercado, variando abordagens e visando a

adequação ao contexto atual (AZEVEDO, 2010, p.50).

2.7. Século XXI

Na primeira década do século XXI a internet produziu uma grande revolução e

conectou o mundo todo. A democratização do acesso a informação fez com que

indivíduos de diferentes locais pudessem expressar seus desejos, opiniões, modo

de vida e orientação sexual de forma aberta. A imprensa gay sentiu os abalos que a

internet causou e como criar um site é mais barato que criar uma revista, algumas

redes investiram nesse formato.

Atualmente, o site Mix Brasil, “primeiro portal gay da América Latina”, que já estava

na rede desde 1993, tem cerca de 800 mil visitantes e 20 milhões de page views7

por mês8. Outro site, que atualmente é muito acessado é o Grupo Gay da Bahia, “ele

reúne boletins sobre crimes violentos contra homossexuais” (PÉRET, 2011 p.100).

Apesar da militância, André Ficher afirma: “Nosso Portal tem compromisso com a

militância e abre espaço para notícias relativas aos direitos gays, mas a maioria dos

nossos internautas, de fato, acessa o site em busca de conteúdo erótico” (Ibid.p.102)

Ainda assim, existem sites que apoiam as pessoas que ainda não se assumiram

como o site Armário X e sites como A Capa, ParouTudo e Athos GLS. “Sites que se

preocupam em estimular a identidade homossexual baseada não apenas no

consumo, mas também na questão de direitos” (Ibid.p.104).

Independente da identidade de gênero que cada um utilize, ou da orientação sexual,

todos têm direito à informação. E com a internet, esse acesso tornou-se amplo e

pode atingir qualquer um sem discriminações.

Nos últimos cinquenta anos jornalistas e não jornalistas, escritores,

intelectuais e pessoas interessadas em se expressar construíram, de

maneira precária e com os recursos que tinham um pouco dessa

história [da imprensa gay]. Uma história feita de inúmeros avanços

7 Page views - parâmetro utilizado pelos servidores web para medir a visibilidade de um site ou grupo de arquivos ou parte de um portal na internet.

8 Disponível em: < http://mixbrasil.uol.com.br/anuncie.html> Acessado em 09 de maio de 2013

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no campo da criação de uma identidade de gênero mais múltipla e

consciente. Uma história que continua a ser escrita, diariamente, por

indivíduos que acreditam em uma sociedade menos preconceituosa

e mais igualitária. (Ibid., p. 112)

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3. Objetivo

Desenvolver projeto editorial de uma revista digital para mídia tablet, voltada ao

público LGBT do Brasil. Uma revista que consiga unir o lado “mundano” como

informação sobre a vida noturna, moda e festas e ao mesmo tempo questões sociais

e de militância.

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4. Hipótese

Apesar de ser um caso muito antigo, recentemente o número de violências e direitos

homossexuais e a homofobia ocuparam a mídia brasileira. Parte devido ao

reconhecimento do Supremo Tribunal Federal, em maio de 2011, da união civil entre

pessoas do mesmo sexo. No mesmo ano, imagens de agressões na Avenida

Paulista e declarações preconceituosas do deputado federal Jair Bolsonaro

chocaram o país. Neste ano, a ironia se estabeleceu no cenário político. O pastor

Marco Feliciano, considerado homofóbico pelo procurador-geral da República após a

declaração do seguinte comentário "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos

levam ao ódio, ao crime, à rejeição", no microblog Twitter9, foi eleito presidente da

Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Tal decisão tomada pelos grandes “em

favor” dos poucos, deixou muito longe a identidade do homossexual como cidadão.

Em 1976, o Última Hora inaugurou a “Coluna do Meio” que tratava pela primeira vez,

e de maneira explicita, temas da comunidade gay. Assim que a notícia repercutiu

houve inúmeras manifestações de intolerância e indignação. No entanto, alguns

anos antes, em 1972, na Alemanha (conhecida pela grande perseguição aos gays

durante a Segunda Guerra) o primeiro-ministro Willyy Brandt fez um pronunciamento

no qual “pedia às pessoas que estivessem sendo perseguidas por serem

homossexuais que procurassem a polícia e denunciassem.” (PÉRET, 2011, p.39).

Se quase 40 anos depois ainda existem pessoas preconceituosas no Brasil.

Acredita-se que esta revista digital pode colaborar para disseminar mais

informações, e quem sabe assim, diminuir o conceito que a mídia difunde utilizando

uma “abordagem, [que] quase sempre, é preconceituosa, homofóbica e

sensacionalista” (Ibid., p. 109). Além de proporcionar uma real representação do

público LGBT no espaço de comunicação e uma visibilidade positiva.

9 Disponível em < http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/03/deputado-marco-feliciano-responde-por-homofobia-e-estelionato-no-stf.html> Acessado dia 09 de maio de 2013

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20

5. Justificativa

A década de 90 foi a responsável pela expressão do “dinheiro cor-de-rosa”. Foi

neste período que um mercado especificamente gay surgiu, foram revistas, sites,

agências de viagem, planos de saúde, cartões de crédito, casa noturnas e eventos

culturais. Ou seja, “um conjunto cada vez maior de produtos voltados para o público

homossexual que atualmente movimenta bilhões de dólares no mundo todo”

(PÉRET, 2011, p.83)

Esse mercado é tão lucrativo que há dois anos acontece, em São Paulo, a Expo

Business LGBT Mercosul, feira voltada para estimular negócios no setor. Com

entrada gratuita, o evento contou em 2012 com a participação de palestrantes de

grandes empresas, entidades nacionais e internacionais, como a Prefeitura de Tel

Aviv, em Israel, cidade referência em turismo gay.

A organizadora do evento se baseia nos dados da Associação da Parada do

Orgulho LGBT de São Paulo, que tem uma estimativa de 18 milhões de

homossexuais no país e que gastam uma média de 30% a mais do que os heteros.

Em reportagem ao site UOL10, o organizador da feira, Luiz Redeschi, destacou a

importância do atendimento:

Não precisa de tratamento especial. Basta ser igual,

independentemente do sexo. Se dois rapazes entrarem numa loja, o

funcionário deve mostrar a cama de casal assim como mostraria para

um homem e uma mulher. O mercado tem de fazer isso e não

pendurar uma bandeirinha colorida do lado de fora.

Além do óbvio mercado GLS que existe, o homossexual precisa ser identificado,

reconhecido. Mais do que aceito, ele precisa de um papel ativo na sociedade.

O que atualmente se define como segmentação de mercado GLS é

toda a atividade econômica focada nos consumidores homossexuais

que aceitam com naturalidade sua orientação sexual, desejando

10 Disponível em: <http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/08/10/mercado-gay-pode-ser-lucrativo-e-feira-de-negocios-aponta-oportunidades.jhtm> Acessado em 03 de maio de 2013

Page 22: Pré projeto final - 12.06.2013

21

consumir produtos e serviços direcionados ao seu estilo de vida.

(FRANCO; BACELLAR, 2008, p.172).

A dificuldade de mensurar de forma precisa este público de uma forma realmente,

dificulta, muitas vezes, o investimento neste segmento. É preciso conhecer e

analisar a representação do homossexual na sociedade e a importância da

comunidade LGBT.

Uma pesquisa, realizada em São Paulo, em 1997, revelou que, os homossexuais,

independente da classe social, "(...) dariam valor à imagem, aparência e moda,

mesmo que o estilo de roupa adotado fosse distinto" (NUNAN, 2003, p.181).

O portal Mix Brasil, realizou uma pesquisa11 em agosto de 2012, com 1538

entrevistados e revelou o alto grau de escolaridade dos seus leitores: 50,67%

possuem ensino superior e 32,27% pós-graduação. A pesquisa revelou que 40, 56%

não se identificam com nenhum partido. Costumam frequentar teatros com

assiduidade e 19,79% e 36,71% afirmam ler mais de cinco livros por ano. Além

disso, 70% deles acompanham com muito interesse notícias sobre questões e

direitos LGBT o que revela a tendência desse público de buscar estar atualizado

com as tendências e novidades.

Para afirmar a possibilidade de uma nova publicação voltada ao público LGBT, está

sendo feita uma pesquisa com um número mínimo de respostas de 166 pessoas. O

cálculo da amostra foi feito com dados obtidos com o IBGE no Censo de 201012.

É importante lembrar que a pesquisa do IBGE foi feita com base nos números de

pessoas declaradas, ou assumidas sexualmente, sabe-se que o número de

homossexual no Brasil é muito maior, no entanto, não há a obrigatoriedade de

ninguém se assumir para pertencer a um grupo. Flávia Péret cita Trevisan ao dizer:

“[...] o ato mesmo de comprar o jornal era uma espécie de saída do armário, uma

forma de assumir” (PÉRET, 2011, p.53)

11 Disponível em < http://mixbrasil.uol.com.br/anuncie.html> Acessado em 03 de maio de 2013.

12 Disponível em http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/04/censo-2010-contabiliza-mais-de-60-mil-casais-homossexuais.html> Acessado em 10 de maio de 2013.

Page 23: Pré projeto final - 12.06.2013

22

Se antigamente uma pessoa que comprasse uma publicação gay em uma banca

teria que ter coragem de se revelar, hoje em dia, a mídia digital facilita o anônimato e

a privacidade de aproveitar um conteúdo como esse. Aguilnaldo Silva, em entrevista

à autora Péret, afirmou:

Penso que cada um tem direito não só a privacidade mas à liberdade

de manter uma vida pessoal. [...] não acredito que as pessoas

tenham, obrigatoriamente, que manisfestar publicamente que são

isso ou aquilo. Cada um é dono da sua própria vida, do seu próprio

destino e do direito de manter-se em silêncio sobre o que quiser

(Ibid., p.119).

5.1. Mídia Tablet

Segundo o IDC Brasil - líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e

conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, o

mercado que mais cresceu no ano de 2012, no Brasil, foi o mercado de tablets.

Segundo o estudo13 realizado por eles, no ano de 2012, foram vendidos cerca de 3,1

milhões de unidade, um crescimento de 171% se compararmos com o ano de 2011.

O barateamento do dispositivo e a sua versão com o sistema Android14 possibilitou

esse crescimento, pois os preços baixaram e chegam a custar menos de R$ 500. O

analista de mercado da IDC, Pedro Hagge, declarou15.

A entrada de equipamentos com esta faixa de preço foi o principal

fator para o aumento significativo de vendas de tablets em 2012. Em

2010 e 2011, os valores ainda eram considerados altos e o leque de

opções não era tão extenso.

Para 2013, a IDC espera que sejam vendidos mais de cinco milhões de tablets,

cerca de 89,5% a mais que no ano de 2012. Só em janeiro deste ano, já havia sido

registrado vendas de 350 mil peças.

13 (Arrais, Rosa. Mercado de tablets no Brasil foi o que mais cresceu em 2012, revela estudo da IDC. Em <http://br.idclatin.com/releases/news.aspx?id=1457>. Acesso em: 03 de maio de 2013)

14 Android - sistema operacional para dispositivos móveis, desenvolvido pela Open Handset Alliance.

15 Idem 13

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23

6. Modalidade

Para analisar e definir o que é uma revista digital para mídia tablet é preciso

primeiramente definir o que é revista impressa, para isso, observaremos a evolução

gráfica e editoria e sua convergência com o jornalismo digital.

A revista é um meio de comunicação que, assim como outro, tem objetivo de

informar e comunicar. Além disso, a revista tem como principal característica a

segmentação, a portabilidade e a periodicidade. Segundo Marília Scalzo "Uma

revista é um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um

objeto, um conjunto de serviços, uma mistura de jornalismo e entretenimento”.

(2009, p.11). Scalzo afirma ainda que o leitor e a revista tem uma relação única e

pessoal, essa intimidade é alcançada por causa da segmentação, pois o leitor tem a

sensação de que o conteúdo é único e dirige-se unicamente a ele.

Além da intimidade, a revista impressa tem a facilidade de manuseio, pode ser

guardada e é até mesmo colecionável. Algumas revistas até mesmo fazem uma

reimpressão de suas edições em formatos pocket16 para que seus consumidores

possam carregar. Isso facilita a leitura, até para quem é acostumado a ler pela tela

do computador. "É que a tela do computador não é gostosa de usar. Você não

consegue levá-la para ler na cama nem no banheiro" (PLUVINAGE, 2011, p.2 apud

CIVITA, 2002, p.7)

Outra coisa que diferencia a revista de um jornal impresso é a periodicidade. A

revista pode ser semanal, quinzenal, mensal, entre outros. Apesar da temporalidade

não permitir a realização de matérias factuais, ela tem o tempo para apurar e

abordar de uma forma única o assunto tão comentado.

É possível definir as revistas em três grupos, segundo Pluvinage (2011): as revistas

de consumo, revistas profissionais e revistas de institucionais. As revistas de

consumo são dirigidas a um público amplo e são subdivididas em interesse geral,

segmentadas por público e segmentada por interesse. As revistas profissionais têm

16 Pocket - algo em um formato pequeno, formulado para uma leitura prática e para o barateamento de seu custo.

Page 25: Pré projeto final - 12.06.2013

24

como público alvo um determinado setor, por exemplo, de dermatologistas, ou por

área profissional como a medicina. Já as revistas institucionais são publicadas por

uma empresa, ou organização tendo como público seus clientes, funcionários e

associados.

6.1. Jornalismo de Revista

A primeira revista impressa foi publicada na Alemanha, em 1663. Apesar de ter um

formato de livro, a Erbauliche Monaths-Unterredungen (Edificantes Discussões

Mensais), como era chamada, era periódica e tinha um assunto específico e por

isso, foi considerada uma revista. Alguns anos depois, em 1665, foi lançada a

primeira revista cientifica, o Le jornal des savants, na França. O objetivo era "difundir

descobertas, promover a colaboração entre pesquisadores e lutar a favor da

liberdade de pensamento." (PLUVINAGE, 2011, p. 3). A primeira revista feminina foi

publicada em 1693, na Inglaterra. Chamava-se The ladies Mercury, era produzida

por homens e continha conselhos sentimentais.

A palavra revista só veio a ser utilizada algum tempo depois. Em Londres, no ano de

1731, foi lançada a The Gentleman's Magazine, a utilização da palavra Magazine,

que significa armazém, deu a ideia de "dispor de diversos assuntos". Já a palavra

revista, vem do inglês review que significa tirar a vírgula resenha e crítica literária.

A palavra review era comum em várias revistas literárias inglesas,

que eram modelos imitados em todo o mundo no século XVII e XVIII.

Daí a origem da palavra revista na língua portuguesa. (PLUVINAGE,

2011, p. 3 apud ALI, 2009, p.19)

Em 1741, foi lançada a primeira revista americana, a The General Magazine. Em

1842, surge na Inglaterra a primeira revista ilustrada, The Illustrated London News,

publicada até hoje. Em 1888, é publicada a primeira edição da National Geographic

Magazine, nos EUA.

Depois da Primeira Guerra, as revistas tiveram o grande avanço. A Time, publicada

desde 1923, considerava as notícias da semana em um formato fácil de ler para o

público que não tinha tempo. Até hoje ela é modelo para revistas semanais como a

Veja, que utiliza "uma linguagem sintética e concisa sem deixar de lado a análise

dos temas que ocorreram na semana" (PLUVINAGE, 2011, p.4).

Page 26: Pré projeto final - 12.06.2013

25

O avanço da fotografia trouxe para imprensa revistas como a Life, em 1936, voltada

à reportagem fotográfica. Nessa época também surgiu os primeiros “comic books”,

ou histórias em quadrinhos. Em 1932, foi lançada a revista Esquire, que "buscava

um público jovem e bem-humorado." (Ibid., p.4)

No fim da Segunda Guerra, foi criada na França, a revista feminina Elle, que serve

de referência no mundo todo, a criadora Hélène Gordon-Lazareff queria desenvolver

o gosto pela vida no período pós-guerra. A revista referência masculina Playboy, foi

criada em 1953, pelo jornalista Hugh Hefner, na primeira edição, a revista contava

com fotos nuas de Marilyn Monroe, além de reportagens sobre vinhos, carros,

restaurantes, etc.

No Brasil, a primeira revista surgiu no século XVIII. Segundo Scalzo, a revista As

Variedades, foi publicada em 1812, em Salvador, com formato de livro. No entanto,

outros autores afirmam que a primeira revista é o Correio Braziliense, lançada em

1808 por José Hipólito da Costa. Seu foco era político e a favor da liberdade de

imprensa. Apesar de ser brasileira, ela era imprensa em Londres e circulava

clandestinamente pelo Brasil.

O livro A Revista no Brasil expõe esse dilema, As Variedades 1812

de Silva Serva, e O Correio Braziliense (1808) de Hipólito da Costa,

pareciam livro. Mas a primeira acabou sendo considerada revista e o

segundo jornal. (PLUVINAGE, 2011, p. 5 apud A REVISTA NO

BRASIL, 200, p.12)

Nos anos seguintes, surgiram publicações de inúmeros temas, desde medicina

como O Propagador das Ciências Médicas, de 1827, como na área de artes e

literatura, como Anais Fluminenses de Ciências, Artes e Literatura, de 1822.

Quando surgiram as ilustrações, houve uma febre de caricaturas, onde o trabalho de

Ângelo Agostini se destaca, inclusive, ele foi um dos fundadores da primeira revista

brasileira de histórias em quadrinhos, O Tico-Tico, em 1905.

O momento pós-guerra também trouxe mudanças para a imprensa brasileira. Em

1928, foi lançada a revista O Cruzeiro. Segundo Scalzo, "A publicação estabeleceu

uma nova linguagem da imprensa nacional, através da publicação de grandes

reportagens e dando uma atenção especial ao fotojornalismo" (2009, p.30). Em

concorrência com O Cruzeiro, Adolpho Bloch lançou em 1952 a revista Manchete.

Page 27: Pré projeto final - 12.06.2013

26

Em 1966, a Editora Abril lança a publicação Realidade, focada em jornalismo

investigativo com texto literário e, em 1968, é lançada a Veja, publicada até hoje.

6.2. Jornalismo Digital

O Jornalismo Digital nada mais é do que "todos os noticiários, sites e produtos que

nasceram diretamente na WEB" (FERRARI, 2009, p.40-41). Ferrari ainda completa

dizendo que mais do que ser apenas transformado para a Web, esse conteúdo

conta com mais informações do que um conteúdo impresso deveria ter, ou seja, com

texto, vídeo, áudio, ilustrações e animações. “O jornalista digital tem o dever de

mediar chats, blogs e redes sociais. Para mediar informações e não apenas

repassar notícias recebidas.” (PLUVINAGE, 2011, p. 06)

A história e desenvolvimento do Jornalismo digital estão atrelados ao

desenvolvimento da internet. Criada pelo Departamento de Defesa Norte-Americano,

em 1969, o objetivo era criar um meio de comunicação que não pudesse ser

interrompido por um ataque. Com o tempo, a rede começou a ser utilizada pela

comunidade acadêmica e, em 1980, o pesquisador Tim Berners Lee inventou a

World Wide Web, ou seja, um sistema de "hipermídia interligados e executados na

Internet" (Ibid., p. 7).

Para os jornalistas, a grande mudança ocorreu entre o século XX e XXI. O conteúdo

impresso foi transportado para portais, com links de diferentes outros sites e

subsites, uma pequena amostra do que conhecemos hoje como “site de buscas”.

No Brasil, o jornalismo digital aconteceu devido às empresas de internet que se

interessaram e investiram na área. Em 1994, surgiu o portal Brasil Online, ou BOL,

em 1995, ela se tornou um provedor de acesso ao conteúdo de internet da Editora

Abril. Surgiu também um grande número de provedores gratuitos, como o IG,

lançado em 2000.

Já as Organizações Globos fizeram o lançamento de uma revista semanal de

notícias junto com a criação do site, uma grande novidade para o momento. E no dia

25 de maio de 1998, foi lançado simultaneamente a revista e o site da Época.

Page 28: Pré projeto final - 12.06.2013

27

No início do século XXI, o avanço da tecnologia e da velocidade da

internet, fez com que o jornalismo se adequa-se a Web 2.0, onde há

uma grande interação entre público e conteúdo através não só dos

sites, mas também das redes sociais. (Ibid., p.8)

O surgimento dos blogs facilitou a inserção de conteúdo pela população, já que

nesse momento, não havia mais a necessidade de conhecimentos de programação,

qualquer um poderia fazer um texto e publicar na web. Surgiram também as redes

sociais e sites de compartilhamento de informação. Sendo assim, o que já estava

certo, como sites de informação centralizada, foi criando uma nova regra.

Assim como um mercado em construção, a indústria digital de notícias ainda busca

rumos, pois a cada inovação, a cada tecnologia, há uma forma nova de comunicar

com o seu público. Atualmente, a “Era da Mobilidade” entra em cena, possibilitando

acessar conteúdos jornalísticos de celulares, smartphones e tablets, facilitando a

vida do cidadão. Ainda sem um plano certo, muitas empresas trabalham na criação

de aplicativos para atender a demanda.

6.3. Revistas Digitais para Tablet

O tablet é um dispositivo eletrônico em formato de prancheta, ou bloco de notas.

Nele é possível criar, editar e reproduzir diversos tipos de arquivos digitais. Além de

executar programas, acessar a internet, jogar e muito mais. Isso tudo é feito através

de uma tela plana, sensível ao toque, sem necessidade de mouse ou teclado.

Apesar de ser uma tecnologia nova, a primeira demonstração dessa tecnologia

ocorreu em 1956, com um bloco de anotações, sensível ao toque de uma caneta

digital. Já o primeiro tablet a ser vendido foi o GRiDPad, da GRiDSystems, em

1989. Em 2002, a Microsoft lançou o Microsoft Tablet PC com sistema operacional

Windows XP, já nessa época, havia revistas impressas que eram digitalizadas para

serem lidas no tablet. Em 2003, foi inventada a tecnologia de toque pela empresa

Fingerworks, tecnologia que foi utilizada pela Apple para o iPhone e o iPad.

Page 29: Pré projeto final - 12.06.2013

28

Finalmente, em abril de 2010, foi lançado o iPad, primeiro tablet da Apple, só nos

primeiros 80 dias, foram vendidos três milhões17. Isso ocorreu devida à similaridade

do aparelho com o iPod e o iPhone, além de poder utilizar os mesmos aplicativos

que eles. Tais aplicativos tinham inúmeras funções que as diferenciavam dos outros

aparelhos semelhantes ao iPad, como os e-Readers, dispositivo eletrônico usado

para leitura de textos. Normalmente, os arquivos eram no formato de ePub "um

formato de arquivo para livros digitais (eBook) que podem ser abertos e lidos em

praticamente qualquer leitor de livro eletrônico" (PLUVINAGE, 2011, p.10 apud

VICENTINI, 2011, p.35)

Esse primeiro contato com a leitura na mídia tablet tornou possível a leitura de

histórias em quadrinhos interativas.

A editora de quadrinhos norte-americana Marvel lançou seu

aplicativo Marvel Comics, em abril de 2010, permitindo a leitura de

suas histórias impressas na tela do iPad, mas com possibilidade de

efetuar um zoom em cada quadrinho e adaptar a orientação de

leitura horizontal e vertical. (PLUVINAGE, 2011, p.10).

Em seguida, surgiu um formato de arquivo que incorporava conteúdo multimídia,

interatividade e hipertextos, um documento com conteúdo textual, digital e com

design gráfico. Criado pela Adobe Systems o Issue, formato de arquivo, foi

desenvolvido por um conjunto de aplicativos e plug-ins Adobe Digital Publishing

Suite. Com essa tecnologia, a primeira revista interativa digital, a Wired, foi lançada

sua versão para download e leitura em iPads, em maio de 2010. A primeira edição

foi distribuída gratuitamente e continha dois formatos de orientações, botões

interativos, vídeos, hiperlinks e muito mais. Muitas outras revistas surgiram após

este lançamento.

No Brasil, a pioneira foi a revista Época que lançou sua primeira versão digital e

interativa em outubro de 2010, no entanto, era como um aplicativo. No mês seguinte,

a editora Abril lançava uma versão digital e interativa da revista Veja e se tornou a

17 (Arrais, Rosa. Mercado de tablets no Brasil foi o que mais cresceu em 2012, revela estudo da IDC. Em <http://br.idclatin.com/releases/news.aspx?id=1457>. Acesso em: 03 de maio de 2013)

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29

primeira revista digital para tablet nacional. No entanto, todas eram uma releitura da

versão imprensa.

A primeira revista lançada exclusivamente para iPad foi a The Daily lançada em

fevereiro de 2011, no Brasil. A Editora 247 lançou uma revista exclusiva para tablet

disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, com conteúdo atualizado às 6h e

às 20h. Diferente da versão americana, a Brasil 247 é gratuita. (Ibid., p.11)

6.4. Linguagem

A principal característica em uma publicação periódica formatada para tablet e

dispositivos móveis, "é a junção de elementos gráficos e editoriais de mídia

imprensa com recursos digitais usados na narrativa e no jornalismo digital, que são

os recursos interativos, hipertextuais e multimídia." (Ibid.) Sendo assim, uma versão

digital, em PDF estático, não é uma revista digital.

Claro que alguns elementos são básicos e semelhantes de revistas impressas,

como:

Periodicidade - É preciso ter uma atualização constante. Mesmo que não

seja em um curto período de tempo a análise precisa ser aprofundada e

completa, ou seja, atualizada.

Segmentação - Revistas atingem um público-alvo de forma mais fácil que

meios de comunicação de massa. "Com a redução de custos de produção de

revistas digitais, será possível atingir públicos cada vez mais específicos.

Quanto maior a personalização, maior será a relação de intimidade entre

leitor e revista" (Ibid., p.12)

Portabilidade - A portabilidade de um tablet é semelhante de uma revista

impressa, sendo até mais fácil de transportar do que um notebook ou

netbook.

Identidade Gráfica - Uma revista tem uma identidade formada pelo logo, capa,

tipografia, paleta de cores, diagramação, entre outros.

Page 31: Pré projeto final - 12.06.2013

30

Outras características são apenas dos meios digitais:

Leitura Multimídia - Narrativa que combinam elementos estáticos com

dinâmicos. Permitindo assim, uma experiência multissensorial.

Interatividade - Possibilidade de interagir com a mídia é uma marca da WEB

2.0.

Hipertexto - A leitura superou a linearidade, o leitor cria a sua própria

experiência narrativa, por meio de links.

Já algumas características são exclusivas das revistas digitais para tablet:

Orientação Dupla - a revista precisa ser lida em dois formatos: vertical e

horizontal.

Profundidade - Uma revista digital precisa de uma nova dimensão,

profundidade é essencial.

Sendo assim, a revista para tablets se firma como um meio de comunicação ao

misturar elementos da revista imprensa e do jornalismo digital. Confirmando assim a

tendência da convergência do impresso para a nova tecnologia.

Como seu histórico comprova a revista sempre procura a vanguarda:

do surgimento da ilustração e das charges de adoção da fotografia e

do fotojornalismo. Essa busca agora inclui a convergência com o

digital e aponta para o paradoxo de uma nova mídia, na qual a

regularidade das páginas da revista ganham brechas no tempo e

espaço ilimitado do hipertexto. (Ibid., p.13)

Page 32: Pré projeto final - 12.06.2013

31

7. Metodologia

Para iniciar o trabalho de criação da revista, foi necessária uma pesquisa que

identificasse o público alvo. A pesquisa utilizada foi a Pesquisa de Mercado que é

uma ferramenta importante para obter informações sobre o mercado em que se

pretende atuar. E, quanto maior for o conhecimento do mercado, melhor é o

desempenho do projeto.

Para melhor entender o Mercado ou o público alvo, as organizações

devem dispor de informações relevantes sobre seu campo de

atuação, seu negócio, sua concorrência e especialmente seu público.

Por isso, o profissional da comunicação deve estudar para

compreender o seu público e ser mais útil a ele. (CHIMEN, 2010, p.

02).

Por ser tão importante, o valor dado a cada questão desenvolvida pode resultar em

crescimento ou não do negócio. Partindo de uma real necessidade, o primeiro passo

é identificar o público alvo e os objetivos da pesquisa. Ou seja, precisamos

identificar o perfil do possível consumidor da revista, suas necessidades e desejos.

O segundo passo é a definição da coleta de dados ou levantamento das

informações necessárias para a realização da pesquisa. São informações que

podem virar instrumentos para a tomada de decisões. Para identificar o público e

levantar informações sobre eles, utilizaremos dois tipos de pesquisas: a bibliográfica

e a quantitativa.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já

elaborado, constituída principalmente de livros e artigos científicos. A

principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de

permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos 67

muito mais ampla que poderia pesquisar diretamente. (GIL, 1985. p.

65)

Já a pesquisa quantitativa é que realiza a coleta de dados que definirão as editorias

da revista. Segundo Gil, a pesquisa quantitativa é aquela em que tudo pode ser

Page 33: Pré projeto final - 12.06.2013

32

quantificável, ou seja, a tradução de opiniões, expressões e informações em

números para uma classificação e análise.

O universo da pesquisa foi a comunidade de LGBT declarada do Brasil e, para tanto,

foram utilizados os dados do Censo 2010, que nos revelou um total de 60.002 casais

do mesmo sexo. Partindo dessa informação, foi selecionado um grupo de 166

pessoas, calculado através de um plano de amostragem que respondeu o

questionário. Para chegar a este número foi feito um cálculo amostral no site Cálculo

Amostral18. No cálculo, foi utilizado 10% de cálculo de erro e 99% de nível de

confiança.

Figura 1 - Cálculo Amostral

Fonte:.calculoamostral.vai.la

Nas pesquisas sociais é muito frequente trabalhar com uma amostra,

ou seja, com uma pequena parte dos elementos que compõem o

universo. Quando um pesquisador seleciona uma pequena parte da

18 SANTOS, Glauber Eduardo de Oliveira. Cálculo amostral: calculadora on-line. Disponível em: <http://www.calculoamostral.vai.la>. Acesso em: 09 de maio de 2013.

Page 34: Pré projeto final - 12.06.2013

33

população, espera que ela seja representativa dessa população que

pretende estudar. (Ibid.. p. 99)

O meio de publicação da pesquisa utilizado foi a internet, especificamente o Google

Docs, um pacote de produtos que permite criar diferentes tipos de documentos e

pesquisas. Primeiramente, ele foi escolhido pela facilidade de elaboração e

disseminação da pesquisa. No entanto, a internet se tornou o meio perfeito para

uma pesquisa de mercado para uma revista digital, visto que grande parte do público

já está presente na web. Além de ser barato e rápido, os questionados não

dispuseram de muito tempo.

Entre as principais vantagens das entrevistas estruturadas estão a

sua rapidez e o fato de não exigirem exaustiva preparação dos

pesquisadores, o que implica custos relativamente baixos. Outra

vantagem é possibilitar a análise estatística dos dados, já que as

respostas obtidas são padronizadas. (Ibid. p. 120)

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34

8. Cronograma

Previsão das ações que serão tomadas para a busca das fontes de informação,

seleção da técnica para coleta de dados, realização do trabalho de campo e o

processamento das informações.

Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

Cronograma de

Produção

Desenvolver Pré-

projeto x x x x X

Adquirir Material

Produção x X x x

Coleta de Dados x x X x x

Captação de

Imagens x x x x

Apuração x x x

Diagramação da

Revista x x x

Elaboração do

Relatório final x x

Revisão do Texto x x

Entrega do TCC x

Page 36: Pré projeto final - 12.06.2013

35

9. Referência Bibliográfica

CHIMEN, Rivaldo. Introdução à Comunicação Empresarial. São Paulo: Saraiva,

2010.

FERRARI, Pollyana. Jornalismo Digital. São Paulo: Contexto, 2009.

FRANCO, Reinaudo; BACELLAR, Laura O mercado GLS: como obter sucesso

com o segmento de maior potencial da atualidade. São Paulo: Ideia & Ação,

2008.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª Edição. São

Paulo: Atlas,1985.

NUNAN, Adriana Homossexualidade: do preconceito aos padrões de consumo.

Rio de Janeiro: Caravansarai 2003.

PÉRET, Flávia. Imprensa Gay no Brasil. São Paulo: Publifolha, 2011

PLUVINAGE, Jean-Fréderic A progressão da Revista Impressa para sua Versão

Digital na Mídia Tablet. São Paulo: INTERCOM, 2011

SAMWAYS, Daniel Trevisam. Censura à imprensa e a busca de legitimidade no

regime militar. Rio Grande do Sul: ANPUH, 2012

SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. São Paulo: Contexto, 2004. 75

TREVISAN, João Silvério. Devassos no paraíso: A homossexualidade no Brasil,

da colônia à atualidade. 7ed., Rio de Janeiro: Record 2007

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10. Anexos

10.1. Projeção de Capítulos

1. Introdução (abordado nas páginas de 8 à 9 deste trabalho)

1.1. Descrição do Projeto.

2. Tema (abordado nas páginas de 10 à 20 deste trabalho)

2.1. Vou falar sobre a imprensa feita para homossexuais.

2.2. O conceito da liberdade sexual.

2.3. O Snob primeira publicação não oficial voltado ao público gay.

2.4. O Lampião da Esquina primeiro jornal publicado voltada aos homossexuais.

2.5. Período de Aids no Brasil e o Preconceito.

2.6. Imprensa homossexual feminina.

2.7. Chegada da Internet

2.8. Século XXI.

3. Modalidade (abordado nas páginas de 27 à 35 deste trabalho)

3.1. Revista Digital para Mídia Tablet

3.2. Jornalismo de Revista - do surgimento a atualidade.

3.3. Jornalismo Digital.

3.4. Revista Digital para Tablet.

3.5. Linguagem da mídia portátil.

4. Metodologia (abordado nas páginas de 36 à 38 deste trabalho)

4.1. Métodos de pesquisas utilizados.

4.2. Pesquisa Bibliográfica.

4.3. Pesquisa Quantitativa.

4.4. Resultado da Pesquisa.

5. Planejamento Gráfico - Revista Queen

5.1. Definição do Nome

5.2. Logotipo

5.3. Padrão Gráfico

5.4. Diagramação

5.5. Cores

5.6. Tipologia

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5.7. Linha Editorial

6. Revista Digital

6.1. Formatos

6.2. Tamanhos

6.3. Exibição

6.4. Definição de receita

10.2. Anexo 2 - Questionário

Como você se considera? *

( ) Lésbica

( ) Gay

( ) Bissexual

( ) Travesti

( ) Transexual

( ) Transgênero

( ) Simpatizante

Qual sua idade? *

( ) Menor de 18 anos

( ) Entre 19 - 30 anos

( ) Entre 31 - 40 anos

( ) Entre 41 - 50 anos

( ) Mais de 50 anos

Qual sua renda mensal? *

( ) Até 1 salário mínimo

( ) 2 - 3 salários mínimos

( ) 4 - 5 salários mínimos

( ) 6 - 7 salários mínimos

( ) acima de 8 salários mínimos

Qual sua escolaridade? *

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( ) Ensino Fundamental

( ) Ensino Médio

( ) Ensino Superior

( ) Pós - Graduação

( ) Mestrado

Qual seu ramo de atuação? *

( ) Alimentação

( ) Automobilismo

( ) Consultoria/ Serviços

( ) Beleza e Estética

( ) Governo

( ) Saúde

( ) Informática

( ) Vestuário e Moda

( ) Educação

( ) Outros

Se Outros, qual?

Quais meios você utiliza para se atualizar? *

( ) Amigos e família

( ) Cursos e palestras

( ) Internet

( ) Livros

( ) Revistas

( ) Jornais

( ) TV

( ) Rádio

( ) Outros

Se Outros, qual?

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Por quais assuntos você mais se interessa? *

( ) Fofocas

( ) Cinema, Novelas e Séries

( ) Esportes

( ) Economia

( ) Tecnologia

( ) Politica

( ) Religião

( ) Música

( ) Saúde

( ) Beleza e Comportamento

( ) Moda

( ) Atualidades

( ) Sexo

( ) Outros

Se Outros, qual?

Na sua opinião, falta de opção de entretenimento ao público LGTB? *

( ) Sim

( ) Não

Se sim, qual?

O que acha de uma publicação digital voltada ao público LGBT? *

( ) Interessante

( ) Boa ideia

( ) Tanto faz

( ) Má ideia

( ) Desnecessário

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Você já conheceu, ou frequentou, algum lugar que tivesse um atendimento

diferenciado ao público LGTB? *

Por exemplo: lojas, bares, hotéis, etc.

( ) Sim

( ) Não

Se Sim, qual? Gostou do atendimento.

Se Não, gostaria?

Quais tipos de serviços você acha que seria importante o investimento, não só

financeiro mas social para o público LGBT? *

( ) Turismo

( ) Saúde

( ) Educação

( ) Segurança

( ) Alimentação

( ) Comércio

( ) Transporte

( ) Cultura

( ) Outros

Se Outros, qual?

Você já sofreu algum tipo de preconceito por causa de sua orientação sexual? *

( ) Sim

( ) Não