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SBGf  boletim Publicação da Sociedade Brasileira de Geofísica Número 1. 2008 Os desaos do pré-sal O que as empresas de serviço e pesquisadores que atuam no Brasil enxergam de oportunidades com as recentes descobertas de petróleo offshore nas regiões abaixo do sal Plano de Ação 2008 EDITORIAL, PÁG. 2 Aspectos jurídicos da sísmica multicliente ARTIGO TÉC NICO, PÁG. 15

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SBGf  boletim

Publicação da Sociedade Brasileira de Geofísica

Número 1. 2008

Os desafios do pré-salO que as empresas de serviçoe pesquisadores que atuam no Brasil

enxergam de oportunidades comas recentes descobertas de petróleooffshore nas regiões abaixo do sal

Plano de Ação 2008EDITORIAL, PÁG. 2

Aspectos jurídicos da sísmicamulticlienteARTIGO TÉCNICO, PÁG. 15

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3 EVENTOS Veja detalhes do 3º SimBGf e do Fórum

de Geofísica Aplicada a Campos Maduros,

principais eventos da SBGf em 2008

EDITORIAL

CONFIRA NESTA EDIÇÃO:

Em reunião realizada em 23 de fevereiro, a diretoria e o conselho da SBGf deli-beraram sobre o Plano de Ação 2008. Veja os pontos mais importantes.

PATROCÍNIOS PARA A RBGf  O CNPq aprovou a proposta de apoio para editora-

ção e publicação da Revista Brasileira de Geofísica, edição de 2008, além dissoa SBGf receberá patrocínio da Petrobras para as edições de 2008 e 2009. A edi-ção de 2007 já está fechada.TRADUÇÃO DE LIVROS Os responsáveis pelos cursos de graduação em geofísicaserão convidados a montar uma lista de prioridades para tradução de livrospara português a serem adotados em sala de aula. A professora Márcia Ernesto,diretora de Relações Acadêmicas, coordenará este processo de consulta e deidentificação da demanda até meados deste ano. A meta é publicar pelo menosum livro até o 11º CISBGf em 2009. Há a possibilidade de se optar por apostilasquando e onde for cabível, para acelerar o processo.INFRA-ESTRUTURA Identificação de necessidades específicas na parte de infra-estrutura da SBGf, em especial com relação ao website , à gerência de associa-dos, ao sistema eletrônico de publicações, etc.

EVENTOS TÉCNICOS Definir uma agenda mais fixa e elaborar um calendário deeventos técnicos, incluindo o Simpósio e os cursos de curta duração DISC SEGe DISC SBGf.BOLSA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA Manter as bolsas de iniciação científica que são ofe-recidas para os universitários do último ano do curso de graduação em Geofísica.PATROCÍNIO DE ANUIDADE Pelo 4º ano consecutivo a SBGf obteve apoio da Lan-dmark para pagamento das anuidades dos estudantes de geofísica. Os coorde-nadores de cada curso devem enviar as listas de estudantes beneficiados.CAPTAÇÃO DE RECURSOS Grupo de avaliação para formatar a captação de recursos. A idéia é atrair empresas de petróleo para viabilizar projetos multidisciplinares.

Plano de Ação 2008

4 e 5 NOTAS• X Escola de Verão IAG-USP

• Físicos querem reconhecimento

• Excelência em revisão - Dr. Abdu

• Vestibular da UFRN tem boa procura

• Goiás fornece dados gratuitos

ESPECIAL Os desafios do Pré-sal

14 INTERNACIONALGeofísico brasileiro faz ciclo de palestras

pela América Latina a convite da SEG

18 OPERADORASEntrevista com Wagner Freire, presidente

da Associação Brasileira dos Produtores

Independentes de Petróleo e Gás – Abpip

DIRETORIA DA SBGf 

Presidente Edmundo Julio Jung Marques (OGX)

 Vice-presidenteJorge Dagoberto Hildenbrand (Fugro)

Diretora Geral

Ana Cristina Fernandes Chaves Sartori(Geosoft)

Diretor FinanceiroNeri João Boz (Petrobras)

Diretor de Relações InstitucionaisCarlos Eiffel Arbex Belem(Ies Brazil Consultoria)

Diretora de Relações AcadêmicasMarcia Ernesto (IAG-USP)

Diretor de PublicaçõesJurandyr Schmidt (Schmidt & Associados)

Conselheiros

Eduardo Lopes de Faria (Petrobras)

Ellen de Nazaré Souza Gomes (UFPA)José Agnelo Soares (UFCG)José Humberto Andrade Sobral (INPE)Patricia Pastana de Lugão (Schlumberger)Paulo Roberto Porto Siston (Petrobras)Paulo Roberto Schroeder Johann (Petrobras)Renato Lopes Silveira (ANP/BDEP)Ricardo Augusto Rosa Fernandes (Petrobras)Sergio Luiz Fontes (Observatório Nacional)

Secretário Divisão Centro-SulMarcos Antônio Gallotti Guimarães(Petrobras)

Secretário Divisão SulOtávio Coaracy Brasil Gandolfo (IPT)

Secretário Divisão Nordeste MeridionalMarco Antônio Pereira de Brito (Petrobras)

Secretário Divisão Nordeste SetentrionalAderson Farias do Nascimento (UFRN)

Secretário Divisão NorteCícero Roberto Teixeira Régis (UFPA)

Editor-chefe da Revista Brasileira de GeofísicaCleverson Guizan Silva (UFF)

Secretárias executivasIvete Berlice DiasLuciene Camargo

Coordenadora de EventosRenata Vergasta

BOLETIM SBGf 

Editora-chefeAdriana Reis Xavier

Jornalista responsávelFernando Zaider (MTb n. 15.402)

Projeto gráco e DiagramaçãoMagic Art Comunicação

Tiragem: 2.500 exemplaresDistribuição restrita

Sociedade Brasileira de Geofísica - SBGf Av. Rio Branco 156, sala 2.50920040-003 – CentroRio de Janeiro – RJTel: (55-21) 2533-4627Fax: (55-21) [email protected]

19 LICITAÇÕESBrain faz campanha 2D na Bacia do

Parnaíba

20 AGENDAOs eventos de interesse da comunidade

geofísica

Pág. 6  Imageamento em Profundidade – Cosme Peruzzollo | Tecnologia de Ponta – Alex Vartan

Pág. 7  O ressurgimento do MMT – Patrícia Lugão

Pág. 8  Resultados animadores – Reynam PestanaPág. 11  Modelagem integrada – Luiz Fernando Braga

Pág. 12  Mudanças positivas – Sérgio Possato | Bons softwares  no mercado – José Quirino

Pág. 13  Oportunidades para pesquisadores – Martin Tygel

CAPA: Imagem em tempo de uma seção sísmica do pré-sal na Bacia de Santos da área onde ocorreu adescoberta recente do megacampo de Tupi. / Cortesia CGGVeritas do Brasil.

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3

(Universidade de Hamburgo – Alemanha); Claudia Vanel-le (Universidade de Hamburgo – Alemanha) e Ivan Psen-

cik (Universidade de Praga – República Tcheca).O secretário da Regional Norte da SBGf, Cícero Régis,um dos coordenadores do simpósio, afirmou que a realiza-ção em Belém remete à discussão sobre os desafios e asperspectivas das aplicações da geofísica na Amazônia, re-gião de importância estratégica para o Brasil. Nesse senti-do, está previsto o workshop “Os desafios da geofísica na Amazônia”, que pretende mapear as dificuldades encontra-das pelos métodos geofísicos aplicados na região, bemcomo sua contribuição para o desenvolvimento regional.

O SimBGf é o evento nacional de Geofísica reali-zado nos anos pares e se intercala aos anos do Con-gresso Internacional da

SBGf. O objetivo princi-pal é promover um am-biente de discussão dosproblemas científicos dageofísica, área multidis-ciplinar com ampla apli-cabilidade para o desen- volvimento e crescimentodos recursos energéticose minerais do Brasil.

FÓRUM SBGf 2008: CAMPOS MADUROSCom foco na revitalização de campos de óleo e gás que jáultrapassaram o pico de produção, a SBGf promoverá de 11a 13 de agosto, em Salvador (BA), o Fórum SBGf 2008:Geofísica Aplicada a Campos Maduros. Além de tratar detemas ligados à geofísica, os participantes serão convida-dos a apresentar experiências, soluções e idéias relaciona-das à produção e ao desenvolvimento de campos maduros.Serão admitidos no Fórum profissionais que atuam nessasáreas, tanto das majors, que possuem campos maduros noexterior, como das companhias de petróleo independentesque atuam no Brasil. Com apoio da Society of ExplorationGeophysicists (SEG), os debates serão em inglês e contarãocom a participação de cerca de 100 profissionais que com-provadamente tenham publicado trabalhos e/ou atuadonessa área e possam contribuir efetivamente para o apro-fundamento das idéias.

“Queremos que este Fó-rum permita aos participantesdiscutir e trocar experiênciasde produção e revitalizaçãode campos maduros e quesaiam do encontro estimula-dos por novas idéias e solu-ções”, salientou Patricia Lu-

gão, uma das organizadorasdo evento. O livre trânsito deidéias será encorajado, masnão haverá publicação de re-sumos ou distribuição do ma-terial apresentado.

Boletim SBGf | número 1  2008

EVENTOS

Foi dada a partida na organização do 3º Simpósio Brasilei-

ro de Geofísica e do Fórum de Geofísica Aplicada a Cam-

 pos Maduros, destaques do calendário de eventos de 2008.

III SIMPÓSIO BRASILEIRO DE GEOFÍSICATreze palestrantes de renome nacional e internacionalconfirmaram presença no 3º Simpósio Brasileiro de Geo-física (SimBGf) que será realizado em Belém (PA) entre osdias 26 e 28 de novembro. Organização conjunta da SBGf,da Faculdade de Geofísica e do Programa de Pós-Gradua-ção em Geofísica da Universidade Federal do Pará (UFPA),o 3º SimBGf será realizado no Hotel Crowne Plaza de Be-lém. Estão previstas sessões técnicas, conferências de es-pecialistas, mini-cursos, workshops, mesas-redondas, além

da Assembléia Geral da SBGf, que completa 30 anos deexistência este ano. Segundo os organizadores, espera-sea participação de aproximadamente 300 pessoas.

Dentre os convidados nacionais confirmados estão:Joerg Schleicher (Unicamp), Amélia Novaes (Unicamp),Lúcio Tunes Santos (Unicamp), Ricardo Biloti (Unicamp),Sérgio Fontes (ON), Valéria Barbosa (ON), André Roma-nelli (Petrobras) e Antonio Tadeu dos Reis (Uerj). Do exte-rior, já há cinco confirmações: Gregory A. Newman (Uni- versidade da Califórnia - Berkeley – EUA); Michael S.Zhdanov (Universidade de Utah – EUA); Dirk Gajewski

Prenúncio de sucesso em Belém e Salvador

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4 Boletim SBGf | número 1  2008

UNESCO LANÇA O ANO INTERNACIONAL DA TERRA A Unesco lançou em 12 de fevereiro em Paris o Ano In-ternacional do Planeta Terra. O evento, que contou com aparticipação do Brasil, reuniu cientistas, representantesde governos e empresários para discutir temas ligados aomeio ambiente. No encontro foram discutidos temas como

o crescimento demográfico, mudanças climáticas, recur-sos do planeta e também a questão da prevenção dos ris-cos naturais. O evento marcou o lançamento de uma sériede programas que serão realizados até o próximo ano em vários países, incluindo o Brasil.

FÍSICOS QUEREM RECONHECIMENTO PROFISSIONALFísicos que trabalham com geofísica querem ser incluídos noProjeto de Lei 4.796/2005, que regulamenta a profissão degeofísico. Em busca de apoio para esse objetivo, um grupode físicos visitou a SBGf em fevereiro e foi recebido pela di-retoria. “Consideramos justo o pleito dos colegas e vamosprocurar as entidades Febrageo e APG-RJ, co-autoras com aSBGf do projeto original, para estudar a extensão da compe-tência profissional de geofísico aos físicos que atuam nanossa área”, afirmou o conselheiro Renato Silveira. Atual-mente, a matéria está em análise na Comissão de Ciência eTecnologia do Senado, com a designação de PL 117, sob aresponsabilidade do senador Marcelo Crivella, designado re-lator do projeto.

EXCELÊNCIA EM REVISÃOO Dr. Mangalathayil Ali Abdu (INPE/MCT), sócio de ins-crição número 1 da SBGf, foi citado pela excelência comorevisor do Journal of Geophysical Research – Space Phy-sics, editado pela American Geophysical Union (AGU) nosEstados Unidos. O fato é inédito para um pesquisador

dessa área no Brasil. Segundo José Humberto Sobral, PhDdo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o JGR - Spa-ce Physics, é reconhecidamente o periódico mais impor-tante em Física Espacial dos Estados Unidos para artigoslongos, pois nele concorrem autores das melhores insti-tuições de pesquisas científicas dos Estados Unidos.

JOVEM CIENTISTA: PRORROGADO O PRAZOEstudantes do ensino médio, superior e pesquisadores gra-duados de todo o país ainda podem se inscrever em umadas maiores premiações científicas da América Latina.Devido à importância de se incentivar estudos, os organi-zadores do XXIII Prêmio Jovem Cientista prorrogaram oprazo para inscrições até o dia 8 de agosto.

Nesta edição, serão oferecidos R$ 150 mil em prê-mios, computadores, bolsas de estudo e a publicação emlivro das pesquisas vencedoras. A ficha de inscrição, o re-gulamento e as linhas de pesquisa do tema “Educaçãopara reduzir as desigualdades sociais” podem ser acessa-dos no site www.jovemcientista.cnpq.br .

ESCOLA DE VERÃO

TEORIA E PRÁTICA NO CAMPUS DA USPCom o apoio da SBGf, o Departamento de Geofísica do Ins-

tituto de Astronomia Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-

 USP) da Universidade de São Paulo promoveu entre 11 e 22de janeiro a X Escola de Verão de Geofísica do IAG-USP.

Com temas ligados à geofísica aplicada, sistema de

informação geográfica, geologia e tectônica regionais, a

 X Escola de Verão atraiu a participação de ex-alunos e

profissionais (geofísicos, físicos, geólogos, engenheiros e

geógrafos) de diversas regiões do país. Foram realizados

cinco cursos e o índice de presenças superou os 90%. De

acordo com Virginia Teixeira, secretaria do IAG-USP, as

80 vagas oferecidas foram preenchidas ainda no início

de dezembro, segundo ela, ajudado pela divulgação feita

no Congresso da SBGf.

 Um dos destaques da Escola de Verão deste ano foi a

iniciativa de basear os cursos em softwares livres, algunscom ampla utilização no geoprocessamento de dados

(GMT, GRASS), e outro recentemente desenvolvido por

pesquisadores brasileiros para interfacear programas livres

de processamento de dados sísmicos e geofísicos em ge-

ral, como é o caso do GêBR.

 Para os professores Ricardo Biloti e Rodrigo Portu-

gal, ambos da Unicamp, a Escola de Verão estimula a di-

 vulgação de pesquisa dentro da comunidade geofísica

 brasileira. Eles destacaram a presença de alunos de di-

 versas formações e de professores que se dispuseram a

levar o projeto GêBR para suas salas de aula.

 Na opinião do professor Carlos Alberto Mendonça

(IAG-USP), a Escola de Verão tem como objetivos forne-

cer conhecimento em tópicos específicos para alunos de

graduação e pós-graduação, além de despertar interesse

de alunos e profissionais com formação em disciplinasafins e, ainda, contribuir para a atualização profissional.

Segundo Carlos Henrique Grohmann, professor do Ins-

tituto de Geociências da USP que ministrou o curso sobre

geoprocessamento e análise digital de terreno com software

livre, os alunos aprenderam diversas operações essenciais

ao geoprocessamento, como importação de dados em for-

mato raster e vetorial, conversão de dados, álgebra de ma-

pas raster e operações simples de análise digital de relevo.

“Os alunos mostraram grande interesse e dedicação, sendo

que vários aproveitaram a oportunidade para trabalhar com

dados próprios”, salientou Grohmann.

Alunos participantes entre os instrutores Rodrigo Portugale Ricardo Biloti, da Unicamp e os organizadores da Escolade Verão, Marcelo Assumpção e Carlos Alberto Mendonça.

NOTAS

   C   o   r   t   e   s   i   a   I   A   G  -   U   S   P

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5Boletim SBGf | número 1  2008

MINERAÇÃO

GOIÁS FORNECE DADOS GRATUITOSFomentar o setor mineral é oobjetivo da Superintendência

de Geologia e Mineração/FUNMINERAL, vinculada àSecretaria de Indústria e Co-mércio do Estado de Goiás,que está disponibilizandogratuitamente os dados refe-rentes a I Etapa do Levanta-mento Aerogeofísico do Esta-do de Goiás. A operação emcurso desde o fim de 2007, tem participação da Secretaria deGeologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministériode Minas e Energia. A iniciativa faz parte da política de ge-ração e disponibilização de informações das instituições res-

ponsáveis pelo levantamento, que definiram, após três anosde lançamento dos dados de cada etapa, sua disponibiliza-ção gratuita. Para o superintendente de geologia e minera-ção Luiz Fernando Magalhães (foto), o objetivo é beneficiarempresas, principalmente as que visam a pesquisa, a pros-pecção e a geração de novos depósitos minerais. Outro alvode altíssimo interesse, segundo Magalhães, é o meio acadê-mico, que pode utilizar os dados para apoiar projetos de en-sino e pesquisa. Mais informações na página da SGM (www.

sic.goias.gov.br ), ou pelo telefone (62) 3201-4041.

MENÇÃO HONROSA DA CAPESO geólogo Luiz Antonio Pereira de Souza (IPT) recebeu men-ção honrosa do Prêmio Capes de Teses, na área de Geociên-

cias. Ele concorreu com a tese intitulada “Revisão crítica daaplicabilidade dos métodos geofísicos na investigação de áre-as submersas rasas”, orientada pelo Prof. Dr. Moysés GonsalezTessler, do Instituto Oceanográfico da USP (IO/USP). De acor-do com o secretário regional Sul da SBGf, Otávio Gandolfo, aSBGf poderá publicar esta tese tendo em vista o seu caráterdidático, o que certamente será de grande utilidade para a co-munidade científica nacional que lida com temas relaciona-dos à investigação de áreas submersas rasas.

PÓS-GRADUAÇÃO ABRE VAGAS EM CAMPINASCom o objetivo de formar mestres com forte base científi-ca para atuar na indústria do petróleo e doutores paraelaborar e coordenar pesquisas na indústria ou em insti-tuições de ensino, o Programa de Pós-Graduação em Ci-ências e Engenharia de Petróleo da Unicamp abriu até 31de maio o prazo para inscrições para sua pós-graduação.Entre as linhas de pesquisa na área de Reservatórios e

Gestão está a disciplina Geofísica de Reservatórios. Infor-mações no site www.dep.fem.unicamp.br/cep.

PETROBRAS ABRE INSCRIÇÃODO PRÊMIO DE TECNOLOGIAOs autores dos trabalhos vencedores receberão R$ 20 mil(categoria doutorado), R$ 15 mil (mestrado) e R$ 10 mil(graduação), além de bolsas de estudos do CNPq para ela-boração de teses em instituições de ensino superior na-cionais, de acordo com sua formação acadêmica. Os pro-fessores orientadores dos trabalhos premiados de todos ostemas/categorias recebem a mesma quantia que o aluno,como taxa de bancada. Entre os diversos temas está aTecnologia de Exploração. Os principais desafios tecnoló-gicos da área podem ser acessados no site www.petrobras.

com.br/premiotecnologia.

 Visite a nossa página na internet e atualize seu cadas-tro online www.sbgf.org.br/membros/recadastro.asp

GEOFÍSICA TEM BOA PROCURA NA UFRNNo primeiro vestibular da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) para o novíssimo curso de gradu-ação em Geofísica, 147 candidatos disputaram as 30 vagasoferecidas. O concurso apresentou uma demanda de 4,9candidatos por vaga, superando a média de procura dasengenharias (4.2) e de cursos da área de ciências (3.4) daUFRN. “Na comparação, o curso de Geofísica ficou no ter-ço superior dos cursos de maior argumento para aprovaçãona UFRN”, avaliou Walter Medeiros, coordenador do cursode Geofísica, que está ligado ao Centro de Ciências Exatase da Terra e tem como âncora o Departamento de Física Te-órica e Experimental da UFRN.

   C   o   r   t   e   s   i   a   S   G   M    /   S   I   C    /   G   o   i   á   s

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6 Boletim SBGf | número 1  2008

IMAGEAMENTO EM PROFUNDIDADECosme Peruzzollo – CGGVeritas

Desde 1998, ano da abertura do mercadode petróleo no Brasil, começamos com oslevantamentos sísmicos 2D utilizando ca-bos longos de oito quilômetros já com o

objetivo de obter uma melhor imagem daseção geológica e também abaixo do salda plataforma continental brasileira. De-pois disso vieram os levantamentos sísmi-cos 3D com cabos de seis quilômetros e,

em seguida, de oito quilômetros, também com o objeti- vo de melhor imagear a parte mais profunda. Mais re-centemente os levantamentos ‘wide azimuth’, aplicadospioneiramente no Golfo do México desde 2003, apresenta-ram bons resultados em áreas complexas. Temos processosdiferentes que ajudam no melhor imageamento em profun-didade dos dados em três dimensões.

Melhorar a freqüência do sinal sísmico e, conseqüente-mente, melhorar a imagem do dado em águas profundas eem reservatórios muito profundos ainda é uma barreira difí-cil de vencer. Mas não impossível. Enquanto o barril do pe-tróleo estiver em torno de US$ 100, esta questão poderá serresolvida porque hoje o retorno do investimento é grande. Oalto custo de produzir petróleo lá embaixo está amarrado àquestão econômica. Em áreas à semelhança de Tupi e Júpiterserá necessário trabalhar com um patamar no mínimo entreUS$ 45 e US$ 50 por barril para ter retorno econômico. Opreço alto promove mais investimentos em tecnologia, quedesenvolvem ferramentas para romper esses gargalos. Outradificuldade será trazer o gás natural explotado de Júpiter

para o mercado consumidor. Apesar de a reserva ser enorme,é preciso encontrar soluções econômicas. Ultrapassar os gar-galos tecnológicos de produção de petróleo na área do pré-sal é uma questão de tempo e investimento. Ferramentasmais poderosas e sondas mais potentes serão utilizadas.

Na área específica de geofísica, o maior desafioatualmente é aumentar o conteúdo de freqüência naregião do pré-sal. Melhorar a resolução horizontal e vert ical do levantamento, proporcionará para os levan-tamentos sísmicos 3D um maior adensamento de cela,uma maior densidade de informação. Algumas iniciati- vas já foram tomadas para superar esse aspecto. Já se

trabalha com cabos de 8 km com 50 m de espaçamen-to. A questão é quanto isso vai onerar no custo de produ-ção de petróleo. A tecnologia já existe, porém, o custo émuito elevado.

TECNOLOGIA DE PONTAAlex Vartan – PGS Petroleum Geo-Services

Estes interessantes reservatórios, agoracomprovados pela descoberta de Tupi,modificaram a abordagem das compa-nhias de sísmica na arena exploratóriabrasileira. A tecnologia disponível levoumuitos anos para ser desenvolvida e aindasão feitos contínuos esforços para desen- volver ferramentas adicionais para atingiros objetivos exploratórios do pré-sal.

Técnicas de ponta como cabos de aquisição tipo widee multi azimuth são utilizadas com sucesso no Golfo doMéxico, onde a mudança na qualidade do imageamentodo subsal foi uma exigência para destravar o real poten-cial dos objetivos exploratórios do Baixo Terciário.

Os resultados mostraram crescente refletividade econtinuidade na seção subsal e um aumento da razão si-

nal/ruído, se comparados aos dados existentes com baixadistribuição azimutal, comprovando a robustez desta téc-nica de aquisição. Com azimutes adicionais e modelos de velocidade em profundidade atualizados é possível obtermelhoras ainda mais significativas. Esta tecnologia está

ESPECIAL

Os desafios

Anunciadas pela Petrobras e suas sócias no final do ano passado, as descobertas de

grandes concentrações de petróleo e gás em seções do pré-sal da Bacia de Santos estão

mobilizando a comunidade geofísica brasileira. Somente a área de Tupi poderá aumentar

em 50% as reservas de óleo e gás no Brasil. Ouvimos as empresas de serviço e pesqui-

sadores que atuam no Brasil para saber quais as oportunidades que eles enxergam com

as recentes descobertas de petróleo offshore nas regiões abaixo do sal.

do pré-sal

   F   e   r   n   a   n   d   o   Z   a   i   d   e   r

   C   o   r   t   e   s   i   a   P   G   S

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7Boletim SBGf | número 1  2008

SÍSMICA EM COPACABANAA figura acima mostra a simulação de um navio sísmico rebocandodez cabos de 6 km cada um e separados em 50 metros um do outro.

Durante a operação a área ocupada pelos cabos seria de 2,7 km².A ilustração compara a atividade sísmica com as distâncias entre aspraias de Copacabana e Leme que tem a extensão total de 4,15 km.

disponível e é aplicável às seções de pré-sal no Brasil.E certamente quando for utilizada no cenário geológicoapropriado melhorará o imageamento das áreas.

Desde o advento do cabo sísmico marinho rebocado,muitas melhorias têm acontecido nessa tecnologia. Entre-tanto, até hoje o detector sísmico no cabo ainda é o hi-drofone. Em conseqüência, toda onda gravada e proces-

sada vinda desses cabos tem sido acompanhada por umreflexo fantasma que vem da superfície oceânica. Há tem-pos já se entende que, ao captar e gravar dados sísmicosde hidrofones e sensores de velocidade, localizados lado alado, e pela combinação apropriada de seus sinais, os re-flexos fantasmas podem ser cancelados e a banda largados dados resultantes será aumentada significativamente,enquanto os filtros (notches) são eliminados.

 Adicionamos com sucesso pela primeira vez em nos-sos cabos sísmicos marinhos os sensores de velocidade departícula com melhorias e vantagens. O sistema permiteaumentar significativamente a flexibilidade da profundi-dade do cabo sísmico com o registro contínuo em maresagitados, enquanto aumenta a banda larga potencial dosdados. Além disso, o equipamento dá uma previsão mais

confiável de múltiplas de superfície livre e assim as múl-tiplas podem ser suprimidas por um aplicativo e as pri-márias são, conseqüentemente, melhor preservadas – umfator crucial no imageamento do pré-sal e na melhoria daresolução sísmica.

   P   R

  A   I A

 

  D  E  C

 O P A C A BA N

A

6 km

 A capacidade de registro desses enormes lanços decabos utilizados pela indústria sísmica é impressionante.Num típico levantamento “wide azimuth”, a cada 14 se-gundos, 6.480 canais são registrados 500 vezes por se-gundo por uma resolução de 4 bytes, o que dá 12.96MBytes por segundo, ininterruptamente, perfazendo umtotal de 1.12 TBytes de informações diárias. Como se pode

imaginar, é uma tarefa hercúlea reunir todos esses dife-rentes canais e sinais em um volume de dados que even-tualmente irá fornecer um retrato melhorado da comple-xa subsuperfície onde os hidrocarbonetos podem estar.Uma enorme quantidade de computação é exigida paracolaborar com a crescente demanda local por PSDM (pré-stack depth migration) especificamente voltada para al- vos exploratórios no pré-sal.

O RESSURGIMENTO DO MMT Patricia Pastana de Lugão - WesternGeco-Schlumberger

 A exploração subsal no Golfo do México(GoM) possibilitou o ressurgimento do mé-todo magnetotelúrico marinho (MMT). OMMT tem sido aplicado com sucesso noGoM para identificação da base do sal emelhoria da imagem sísmica. No Brasil, foirealizado o maior levantamento MMT da América do Sul, num total de 96 estações,na Bacia de Santos. O objetivo do projeto éavaliar a utilização do MMT em áreas no Brasil, aplicado aomelhor imageamento do embasamento e da base do sal. Operfil MMT coincide com uma linha sísmica existente que

 vai de águas rasas a profundas (40m a 2000m), imageandofeições geológicas importantes (veja figura 1, p.8). Um mo-delo de resistividade será obtido a partir da inversão dosdados MMT e será utilizado para melhorar o modelo de ve-locidade e reprocessamento da linha sísmica.

“Com o wide azimuth, a cada 14 segundos,

6.480 canais são registrados 500 vezes por

segundo por uma resolução de 4 bytes, o quedá 12,96 MBytes por segundo, perfazendo

1.12 TBytes de informações diárias.”

   A   r   q  u   i  v   o   S   B   G   f

   C   o   r   t   e   s   i   a   W   e   s   t   e   r   n   G   e   c   o

    |   I   n   f   o   g   r   á   fi   c   o   M   a   g   i   c   A   r   t

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8 Boletim SBGf | número 1  2008

Fig.1 – Exemplo de dados de resistividade obtidos em quatro estações MMT.

Fig. 2 - Modelo de resistividade MMT, em cor, sobre a sísmica no GoM. OMMT prevê com sucesso a base do sal, conrmado por posterior levanta-

mento Wide Azimuth (WAZ) e perfuração de poço.

ESPECIAL

Já estão sendo pensados novos levantamentos noBrasil onde o MMT pode ajudar na exploração, tanto naárea pré-sal quanto em outras áreas onde pode auxiliar asísmica em imageamento.

RESULTADOS ANIMADORES Reynam da Cruz Pestana – CPGG/UFBA

Programas exploratórios em regiões ondehá corpos de sal vêm sendo realizados pelaindústria do petróleo desde o surgimentodesse setor. Devido ao movimento dos cor-pos de sal, uma grande variedade de arma-dilhas de óleo é gerada e por isso a indús-tria tem conseguido um sucesso consistentena descoberta de grandes acumulações dehidrocarbonetos em bacias com ocorrên-

cias de sal. Muitos dos sucessos obtidos na exploração depetróleo, nas últimas décadas, estão relacionados com o sale também com a habilidade de se imagear acima dele (re-gião de pós-sal) ou em volta dessas estruturas salinas.

Nos últimos anos, uma maior atenção tem sido dadaao imageamento de estruturas abaixo do corpo de sal (re-gião chamada de subsal) e, ao contrário do sucesso obtidonas regiões pós-sal, esse imageamento por muitas vezesnão consegue os resultados desejados. Portanto, uma gran-

de porção dessas bacias com ocorrências de sal permanecesem serem imageadas, a despeito do grande avanço tecno-lógico e da utilização de novas técnicas de aquisição e deprocessamento sísmico em tempo e profundidade.

O desafio é enorme e o sucesso desse imageamento de-pende diretamente de uma definição precisa dos corpos desal, os quais comumente introduzem uma descontinuidadeabrupta e forte na velocidade de subsuperfície que não sãotratadas devidamente pelos métodos de empilhamento nempela migração em tempo. A migração sísmica 3D em tempoé uma técnica adequada para imagear estruturas de subsu-perfície que não apresentam variações laterais de velocida-de. Porém, essa premissa não é mais válida em regiões ondehá corpos de sal, pois as ondas acústicas viajam mais rapi-damente através do sal, do que nos sedimentos que o envol- vem. Isso causa uma incerteza no posicionamento, ou mes-mo no imageamento, dos eventos abaixo dos corpos de sal.

 A migração pré-empilhamento em profundidade é a técnicade imageamento mais adequada para as regiões de pré-sal,pois ela consegue tratar corretamente as variações lateraisde velocidade, fornecendo imagens mais precisas das estru-turas abaixo dos corpos salinos.

No pré-sal, o grande desafio é o imageamento dos re-servatórios profundos, pois a quantidade de energia quechega a ele é pequena, devido ao espalhamento e à distor-ção provocados pela superfície rugosa do topo do sal. Assim, como pouca energia é transmitida para as camadasmais profundas, conseqüentemente, uma quantidade aindamenor de energia será refletida e pouca energia retorna à

superfície para ser registrada. Além disso, temos as refle-xões múltiplas que estão presentes por toda parte dos da-dos sísmicos. Sua presença é um problema que se tornapredominante em regiões de pré-sal onde: a razão sinal/ru-ído é baixa; o forte contraste de impedância do fundo domar, topo do sal e da base do corpo de sal são situações ge-ológicas ideais para a geração de reflexões múltiplas.

Em geral, o imageamento de regiões de pré-sal tem con-seguido alguns sucessos devido aos avanços tecnológicos naaquisição e no processamento dos dados. A aquisição temutilizado novos equipamentos que conseguem realizar regis-tros sísmicos mais longos, com uma melhor resolução e comafastamento maior nas áreas de pré-sal. Outros métodosgeofísicos têm sido combinados às técnicas de imageamen-to. Em regiões de pré-sal são adquiridos muitas vezes dadosgravimétricos 3D e/ou dados magnetotelúricos (MT) visan-do a reduzir a incerteza na interpretação dos corpos de sal ea permitir um melhor imageamento das estruturas dessas re-giões. Mais recentemente, a utilização de seções de imagensde ângulo comum em profundidade tem proporcionado umamelhor definição e também ajudado na validação do campode velocidade. Essas seções são geradas a partir da migraçãoem profundidade e são examinadas para verificar se os mo-delos de velocidade estão adequados ou precisam ser melho-rados. Portanto, a combinação de alto investimento em

tecnologias de imageamento de estruturas geológicascomplexas, como a migração em profundidade, conjugadascom uma melhor e maior capacidade de clusters de micro-computadores tem proporcionado resultados animadorespara a exploração de regiões pré-sal.

   C   o   r   t   e   s   i   a   R   e  y   n   a   m

   P   e   s   t   a   n   a    /   U   F   B   A

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9Boletim SBGf | número 1  2008

DESAFIO EXPLORATÓRIO Até o início de 1990, em razãodo forte espalhamento e distorção das reflexões sísmicaspela superfície rugosa do topo do sal e pelas suas pro-priedades acústicas, uma imagem de estruturas abaixo

de corpo de sal era uma coisa rara. Na década de 1980,praticamente todos os levantamentos sísmicos eram bi-dimensionais (2D), fornecendo assim ao geofísico umaimagem semelhante a uma fatia vertical da terra. Desdeos anos 1990, muitos dos dados sísmicos passaram a seradquiridos tridimensionalmente (3D), fornecendo umaimagem semelhante a um cubo retirado da terra. Essescubos fornecem uma malha densa de dados que atual-mente podem ser imageados com métodos de migração3D em profundidade produzindo imagens de alta quali-dade da subsuperfície. O avanço computacional tambémtem possibilitado a realização de migração 3D, atravésde técnicas baseadas na equação da onda, as quais con-

seguem resolver o problema de múltiplos-caminhos, as-sociados à superfície rugosa do topo do sal, e assim per-mitindo uma melhor definição das partes mais profundasda seção sísmica. Quanto ao problema das múltiplas, ométodo SRME (do inglês Surface Related Multiple Eli-mination) tem sido aplicado com sucesso e vem se fir-mando como uma ferramenta viável no processo de eli-minação de múltiplas de superfície. Entretanto, a efetivaaplicação dessa técnica em dados 3D ainda tem algunsimpedimentos principalmente devido ao seu alto custo

computacional, à falta de afastamentos curtos nos dadosgeofísicos e a outros problemas relacionados com aaquisição dos dados.

Sendo assim, a conjugação de técnicas de processa-

mento e a aquisição de dados, aliadas a uma maior capa-cidade dos computadores (clusters de PCs), tem permitidoà indústria de petróleo, bem como às empresas prestado-ras de serviços, a obtenção de imagens sísmicas em regi-ões onde há corpos de sal através de procedimentos itera-tivos, ligados a outras técnicas geofísicas. Desse modo,obtém-se com relativo sucesso uma boa definição do topoe da base do corpo de sal, resultando em prospectos debaixo risco exploratório em áreas de pré-sal.

FERRAMENTAS GEOFÍSICAS  Em regiões de pré-sal, aconstrução do modelo de velocidade é ainda um dosgrandes problemas. Normalmente, o corpo de sal é consi-

derado um corpo homogêneo, com uma única velocidade,de forma a simplificar o processo de determinação domodelo de velocidade. Entretanto, existem regiões em quea massa de sal é formada pela junção de mais de um sal.Em razão dessas evidências, algumas áreas têm mostradoque o corpo de sal apresenta uma variação de velocidadecom a profundidade. Atualmente, técnicas de imagea-mento sísmico, como as técnicas de migração baseadasna solução da equação da onda, estão sendo freqüente-mente usadas para melhor definir o campo de velocida-

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10 Boletim SBGf | número 1  2008

ESPECIAL

GARGALOS TECNOLÓGICOS  Com tradição no desenvolvi-mento de métodos para o processamento de dados sísmicos,os pesquisadores do CPGG/UFBA dirigem maior atenção,principalmente nos últimos anos, à melhoria dos métodos de

imageamento e ao desenvolvimento de métodos para elimi-nar reflexões múltiplas, este continua sendo um problemaem aberto. Já em métodos de imageamento, estamos traba-lhando no desenvolvimento de métodos de migração 3D maiseficientes, como os que usam ondas planas. Os resultados ob-tidos recentemente com esta técnica são bastante satisfató-rios para o caso bidimensional, e com isso já estamos imple-mentando algoritmos 3D em paralelos para a aplicação dessanova técnica de migração. Também com o avanço tecnológi-co e uma maior capacidade de processamento dos microcom-putadores, a tendência é utilizar a migração reversa no tem-po em substituição aos métodos de imageamento baseadosna solução da equação da onda de sentido único.

 Atualmente, trabalhamos na implementação desta técni-ca para dados sísmicos 3D, utilizando técnicas de processa-mento paralelo em cluster de PC. Este método é bastante efi-ciente no imageamento de estruturas complexas, mas devidoao seu alto custo computacional tem sua aplicação limitada amodelos bastante reduzidos. Mas, com os novos clusters dePCs, cada vez maiores e com alta comunicação entre os nós, etambém com o uso de processadores mais rápidos, com certe-za, em um futuro muito breve esta técnica será efetivamenteusada na migração 3D de dados sísmicos de dimensões reais.

des. A partir de uma definição inicial da geometria docorpo de sal, utiliza-se um procedimento iterativo paramelhor definir a base do sal. Também são usados dados3D gravimétricos e a sua modelagem é comparada com os

dados processados visando uma melhor interpretação docorpo salino. Assim, durante o processo iterativo, várioscenários para a base do sal são testados e os efeitos pro-duzidos nas interfaces dos sedimentos situados na zonade pré-sal são analisados.

Uma vez determinada a melhor posição do topo e dabase do corpo de sal, o processo é continuado com o ima-geamento da parte profunda da seção. A migração emprofundidade, usando equação da onda, é novamente uti-lizada para gerar imagens da região profunda. Em segui-da, a tomografia sísmica entra nessa etapa do processocom o intuito de refinar ainda mais o campo de velocida-de e permitir uma melhor continuidade e imageamento

dos refletores mais profundos.Essas são as principais ferramentas geofísicas que es-

tão disponíveis e podem ser utilizadas para melhorar oimageamento em profundidade e diminuir o risco explo-ratório em áreas de pré-sal. Entretanto, o que se tem ob-servado nas últimas décadas é que mesmo com todoavanço tecnológico, principalmente na parte de imagea-mento em profundidade, existem muitas áreas de pré-salque ainda não foram imageadas com sucesso e continu-am sendo um grande desafio para os geofísicos.

Soluções em geofísicaProcessamento sísmico

Terrestre e marítimo

  2D/3D (migração em tempo e profundidade)

Suporte à aquisição de dados sísmicos

Parametrização

  Inspeção

  Controle de qualidade

Geofísica rasa

  Eletrorresistividade e GPR

  Aquisição, processamento

e interpretação

NatalRua Seridó, 479, sala 100/200Natal, RN CEP: 59020-010Tel: +55 84 3221 4043/3201 3858

Rio de JaneiroAv. Nilo Peçanha, 50, sala 1617 (Ed. Paoli)Rio de Janeiro, RJ CEP: 20020-906Tel: +55 21 2262 9651

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11Boletim SBGf | número 1  2008

MODELAGEM INTEGRADA Luiz Fernando Braga – Fugro Lasa

Existem vários processos para melhorar

o imageamento sísmico. A gravimetriae a magnetometria complementam a in-formação, especialmente nas áreas ondeo imageamento sísmico é pobre. As áre-as onde se encontram as estruturas ver-ticalizadas, falhas, diques, domos de salsão de difícil imageamento sísmico.Essa dificuldade reside no fato de que

nestas estruturas verticalizadas as ondas sísmicas sedifratam produzindo imagens distorcidas, ainda que seapliquem técnicas avançadas de migração em seu pro-cessamento. Outra dificuldade reside no imageamentode estruturas abaixo de camadas de alta velocidade sís-

mica visto que pouca energia penetra abaixo destas ca-madas. O uso de fontes mais potentes pode aumentar apenetração das ondas sísmicas. O problema da distor-ção por efeitos de difração se ameniza com bons algo-ritmos para a migração sísmica, que é a remoção doefeito da dispersão da onda difratada nas descontinui-dades verticais. A sísmica tem trabalhado muito paraminorar esses dois problemas. Mas sempre terá dificul-dades para o imageamento.  A magnetometria e a gravimetria, por sua vez, nãosofrem esses dois problemas, pois conseguem definir mui-to bem os contrastes laterais de densidade e de suscepti-

bilidade magnética, complementando assim os dados nasestruturas verticalizadas. Nas áreas onde a sísmica en-frenta problemas pode ser possível modelar adequada-mente com auxílio da gravimetria e da magnetometria.

O ponto-chave para melhorar a exploração nas re-giões pré-sal é a modelagem conjunta de dados sísmi-cos, gravimétricos e magnetométricos. Isso já ocorre noGolfo do México no imageamento subsal. Aqui na áreaoffshore da Bacia de Santos será colocado mais esforçonesse sentido, agregando também outros dados auxilia-res como os métodos eletromagnéticos e os dados de re-fração sísmica, que estão meio esquecidos.  Outro ponto importante para prospectos na regiãopré-sal é conhecer o embasamento das bacias para defi-nir o modelo de acumulação e geração de óleo. Acredi-ta-se que os geradores da estrutura pré-sal estão nasrochas da seção rift . Em geral, nas porções mais pro-fundas, a sísmica tem enormes dificuldades de imagea-mento. Mais uma vez, com esse propósito, a gravimetriae a magnetometria, sempre integradas à sísmica, permi-tirão o modelamento adequado dessas regiões, paracomplementar a imagem sísmica do pré-sal e melhoraro entendimento da geometria e natureza litológica des-tas estruturas. Com os dados de magnetometria de altaresolução e com dados gravimétricos de qualidade, dis-

poníveis ou a serem adquiridos, esses objetivos serãoalcançados.

Há várias formas de melhorar o imageamento com asísmica, diversos desenvolvimentos de processamento,de azimute amplo, aumentando os arranjos de cabos,

etc. Porém, mais do que nunca, o geofísico concluiráque na exploração pré-sal ele precisa agregar outros mé-

todos e a palavra-chave é modelagem das estruturasatravés da integração dos diversos métodos geofísicos.

Exemplo do Golfo do México: seção sísmica com migração emprofundidade pré-empilhamento. Observa-se na gura inferior uma

melhora considerável no imageamento das camadas abaixo do sal(subsal). Neste caso, a modelagem Gravimétrica/Magnetométrica foi

utilizada para melhorar o modelo de velocidade.

Folhelho (impermeável)

Sal (impermeável)

Seção Pré-Sal

Acumulação de Petróleo em Rochas Reservatório

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12 Boletim SBGf | número 1  2008

ESPECIAL

MUDANÇAS POSITIVASSergio Possato - StrataGeo Soluções Tecnológicas

 A descoberta de óleo na Bacia de Santos na

camada pré-sal é o resultado do esforço eda capacidade técnica e operacional da Pe-trobras em suas atividades exploratóriasnas bacias sedimentares brasileiras. O po-tencial petrolífero nestas áreas, caso sejamconfirmadas as reservas previstas, fará doBrasil um dos grandes produtores mundiaisde petróleo e gás natural. O principal gar-

galo tecnológico será a produção em profundidades que va-riam de 6 mil a 7 mil metros, com espessas camadas de salde até 2 mil metros. As condições de temperaturas nestasprofundidades são muito elevadas e os materiais são subme-tidos a variações de temperatura superiores a 80º C, o que

tornam críticas as operações. O método sísmico é a principalferramenta exploratória que as empresas operadoras utili-zam para definir seus investimentos em um projeto explora-tório. Atualmente, a Geofísica tem oferecido novas tecnolo-gias capazes de melhorar o imageamento dos dados emsubsuperfície. Estas tecnologias vão desde as fontes acústi-cas com maior potência, as coletas repetitivas (4D) e as téc-nicas “wide azimuth” para melhorar a resolução do sinal sís-mico em nível do reservatório. No processamento, os novosalgoritmos de migração em tempo e em profundidade têmcontribuído para um melhor entendimento dos sistemas pe-trolíferos das bacias sedimentares.

BONS SOFTWARES NO MERCADOJosé Quirino Ferreira da Silva - Flamoil Serviços

 A Geofísica, mais precisamente a sísmica,

continua sendo o grande instrumento deexploração de petróleo, ficando atrás ape-nas da broca de perfuração, que é a ferra-menta que pode fornecer a mais completainformação sobre as rochas em subsuperfí-cie. As recentes e importantes descobertasde jazidas de hidrocarbonetos feitas pelaPetrobras em parceria com outras empre-sas, em reservatórios abaixo de extensas camadas de sal emáguas profundas, vêm despertando interesse de outras gran-des empresas do ramo. É sabido que o maior desafio é ex-trair o petróleo em função da grande profundidade da lâmi-na d’água, da distância do continente e, principalmente, do

comportamento físico da camada de sal, em função da gran-de pressão e temperatura a que se encontra submetida. Oimageamento de reservatórios pré-sal a partir da sísmicatorna-se tão mais difícil quanto irregular for a distribuiçãodas camadas de sal sobrepostas, em função das variações la-terais de espessuras, que funcionam como se fossem lentesde formas e tamanhos diversos desviando a trajetória dosraios sísmicos. Nossa visão é que o processamento sísmico,utilizando técnicas de migração em profundidade, com bonsmodeladores de velocidades, seja a melhor opção. O merca-do já oferece bons softwares para ajudar na exploração des-sa nova fronteira.

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13Boletim SBGf | número 1  2008

OPORTUNIDADES PARA PESQUISADORES Martin Tygel – Imecc/Unicamp

 A exploração das áreas pré-sal é um desa-

fio tecnológico importante que ofereceoportunidades muito boas aos grupos depesquisa interessados no processamento,modelamento, imageamento e inversão dedados sísmicos. Deveria haver por parte daPetrobras e da ANP chamadas de estímuloa estes problemas, por exemplo, em even-tos onde seriam apresentados problemas

específicos e também disponibilizados dados sísmicos sin-téticos e reais para testes e experimentos.

 Acredito que a Geofísica está preparada para enfrentaresse novo desafio exploratório, sim, porém deve haver es-forço coordenado para a superação das dificuldades. O es-

quema de redes da Petrobras pode ajudar a coordenar esteesforço. É importante notar que a atividade deve ser, no

mínimo de médio prazo, para garantir a continuidade de

esforços e envolvimento duradouro de bons profissionais.Dentre as ferramentas geofísicas disponíveis hoje oimageamento sísmico tem papel muito importante, poispode ajudar efetivamente as companhias de petróleo amelhorar a exploração dessas áreas. Uma ferramenta degrande potencial é a migração em profundidade, especial-mente em verdadeira amplitude e na situação de ângulocomum. O procedimento tem vários desafios, especial-mente matemático-computacionais, porém todos eles viá- veis desde que atacados com estrutura adequada.

 Acredito que a principal contribuição da Geofísicanum futuro próximo para diminuir mais os riscos ex-ploratórios das companhias de petróleo nas áreas pré-

sal diz respeito à obtenção de melhores imagens e atri-butos qualitativos e quantitativos da subsuperfície apartir de dados geofísicos (sísmicos, eletromagnéticos,potenciais, etc). Em minha opinião, o principal gargalotecnológico é a falta de pessoal qualificado com envol- vimento de longo prazo. A estrutura atual de projetosde curta duração (dois ou três anos) e dependente dealunos de pós-graduação é insuficiente. Os grupos depesquisa necessitam de profissionais com envolvimen-to mais duradouro, que vai além do trabalho de tese oupublicações científicas.

“A exploração das áreas pré-sal é um desafio

tecnológico importante que oferece oportunidades

muito boas aos grupos de pesquisa interessados

no processamento, modelamento, imageamento e

inversão de dados sísmicos.”

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Boletim SBGf | número 1  2008

INTERNACIONAL

“Geofísica de Reservatório: Caracteri-zação e monitoramento offshore noBrasil”. Este é o tema da palestra queo representante da América Latina noConselho da Society of ExplorationGeophysicists (SEG), Paulo Johann,(Petrobras) apresentará em um tourpor seis países latino-americanos –Porto Rico, México, Colômbia, Vene-zuela e Argentina, além do Brasil. A

iniciativa faz parte do programa depalestras regionais (Regional LecturerProgram), promovido pela SEG.

“Vou abordar a experiência e a li-derança mundial da Petrobras em tec-nologia, adquirida nos últimos 12 anosde estudos e aplicações nas bacias se-dimentares e campos de petróleo doBrasil, especialmente a sísmica 4D emáguas profundas e campos de óleospesados”, destacou Johann.

Entre abril e maio Johann visitará

SEG promove ciclo internacional de palestras

sete universidades e seis sociedadescientíficas. No Brasil, os encontrosacontecerão em maio: na Universida-de Federal do Rio de Janeiro (dia 6),na sede da SBGf (dia 8), na Universi-dade Federal da Bahia (dia 15) e naUniversidade Federal do Pará (dia 21).

“Pela primeira vez um geofísicobrasileiro é indicado pela SEG para fa-lar sobre novas tecnologias em diver-

sos países. Agora é o Brasil, a Petro-bras e a própria SBGf que atingiramum nível de maturidade tecnológi-ca tal que nos permite percorrer a América Latina, mostrando as liçõesaprendidas com novas tecnologiasde geofísica de reservatório em águasprofundas”, salientou Johann.

 A apresentação foi considerada omelhor trabalho no Congresso Inter-nacional de Águas Profundas de Lu-anda, Angola, em 2007. Na próxima

reunião anual da SEG, em novembroem Las Vegas (EUA), a palestra seráapresentada com o status de trabalhotécnico de destaque regional da Amé-rica Latina. Um resumo, a biografiado autor, o roteiro e o cronogramadas palestras podem ser acessados nosite da SEG (http://ce.seg.org/rl/jo-

hann/index.shtml).

 No Brasil, quatro palestras estão previstas para acontecer em maio:

 UFRJ (dia 6), sede da SBGf (dia 8), UFBA (dia 15) e UFPA (dia 21)

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15Boletim SBGf | número 1  2008

ARTIGO TÉCNICO

 Até 1998, antes da criação da Agência Nacional do Petró-leo, Gás e Biocombustíveis (ANP) somente a Petrobras rea-lizava levantamentos sísmicos no Brasil, com equipe pró-pria ou com equipes estrangeiras, através de contratos deserviço. Atualmente, em termos comerciais, os levanta-mentos podem ser feitos de duas maneiras. A primeira,através de um contrato de serviço entre a companhia depetróleo detentora de uma concessão de exploração e umacompanhia especializada em levantamento sísmico. Na se-gunda modalidade, chamada multicliente, a companhia deserviço escolhe as áreas que supõem que serão licitadas e,após autorizações governamentais, realiza o levantamentoe processamento dos dados que são posteriormente oferta-

dos para as companhias de petróleo.

COMERCIALIZAÇÃO DE DADOS SÍSMICOS NOS ESTADOSUNIDOS Considerando-se apenas as quatro maiores empresasmembros do IAGC (International Association of GeophysicalContractors), as atividades sísmicas geraram mundialmenteUS$ 6,5 bilhões em 2005, com estimativa de US$ 10,4 bi-lhões em 2007. Nos EUA, por volta dos anos 80 já existiamcompanhias de corretagem (brokering) de dados sísmicos e aatividade com dados especulativos já estava totalmente esta-belecida. Em 1988 a DGS (Denver Geophysical Society) pro-moveu reuniões com o fim de estabelecer princípios éticos

para tais negócios. Os negócios acontecem com companhiasde grande porte econômico. As companhias de serviços desísmica nos EUA operam de três modos:

1. Realizam aquisições com ou sem processamento dos da-dos nos quais os dados são propriedade exclusiva dacompanhia de petróleo ou consórcio de companhias.Geralmente as aquisições são encomendadas por umacompanhia de petróleo através de um contrato que espe-cifica todos os parâmetros de aquisição.

2. Aquisições e processamento de dados sísmicos multiclien-te ou não exclusivos ou ainda especulativos. São feitospor empresas de serviço e comercializados repetidamentepara várias companhias de petróleo, que passam a ser li-cenciadas para sua utilização, sem exclusividade, e porum determinado tempo. Nos EUA, são protegidos por leisinternacionais e norte-americanas de direito de cópia esegredo comercial. O IAGC recomenda que os contratosde licenciamento contenham a expressão: “high confi-dential trade secret” (segredo comercial altamente confi-dencial, na tradução do inglês).

3. Aquisição multicliente com financiamento (pre-fun-ding). Neste caso uma empresa de aquisição sísmicaaceita fazer um levantamento em área de interesse deum ou mais clientes, que podem ou não definir os pa-

râmetros de aquisição, com o pagamento antecipadode parte ou todo de sua licença de uso.

 As expressões “dados multicliente”, “não exclusivos” e“especulativos” são usados para designar a mesma coisa. Erausual no passado o termo “spec” ou “speculative” que caiu

Aspectos jurídicos da sísmica multicliente no BrasilSimplicio Freitas – WesternGeco

em desuso em face de um dos significados ter um sentido pe- jorativo. Segundo o dicionário Aurélio, a palavra especula-ção também significa: “Econ. Comprar e vender (mercado-rias, títulos, etc.) buscando ganhos a partir da oscilação dospreços, e correndo o risco de perdas”. A aquisição de dadosmulticliente tem as seguintes características:

a) Envolve riscos operacionais por parte da empresa deaquisição. Atrasos na aquisição provocados por clima,problemas instrumentais e embarcações podem ter im-pacto substancial na comercialização dos dados.

b) Quando não há pre-funding a empresa de aquisição esco-lhe a área onde quer fazer o levantamento. Normalmente

as companhias de aquisição fazem levantamentos multi-cliente em regiões nas quais os custos de perfuração depoços são relativamente altos, de modo que as petroleirascomprem os dados com o fim de maximizar o sucesso dospoços perfurados. Há mais riscos. Uma modificação doconhecimento geológico da área poderá afetar enorme-mente a comercialização. Ademais, uma outra empresa deaquisição poderá fazer um levantamento na mesma área.

c) Risco de outra companhia desenvolver nova tecnologiaque afete significativamente a atratividade dos dadosadquiridos e processados.

d) A comercialização dos dados multicliente é financeira-

mente mais atraente em áreas onde as concessões mu-dam de mãos freqüentemente. Como a licença não étransferível ao novo concessionário, o novo operadortende a licenciar o dado. Nos EUA, normalmente ascompanhias de sísmica amortizam seu investimentodos dados multicliente em seis anos.

e) O levantamento é de total responsabilidade da compa-nhia de aquisição. As petroleiras não precisam fiscali-zar o serviço.

f) Em geral, os dados multicliente são licenciados a umpreço de 20% a 40% menor do que o preço do dado ex-clusivo. É comum um contrato de licenciamento tercláusulas de preços que aumentam com a descoberta deum campo na área.

g) Por último, a grande vantagem da petroleira adquirir odado multicliente é ter o dado imediatamente disponibi-lizado, o que pode resultar em um ganho de um ou maisanos no tempo projetado para a exploração da área.

 O objeto do contrato de licenciamento é uma ou maislicenças de uso de dados e informações, não exclusivos desísmica 2D ou 3D (seções sísmicas processadas através deuma seqüência de processamento até o PSTM – pre-stacktime migration), de gravimetria e magnetometria associa-dos (a companhia de serviço declara que o controle de qua-

lidade de aquisição e processamento dos dados foi execu-tado dentro dos padrões aceitos e das melhores práticas demercado). Opcionalmente o licenciado poderá licenciar osdados brutos (chamados de raw field seismic records) o quepermitirá o reprocessamento total. Geralmente há váriosoutros produtos derivados de licenciamento opcional.

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16 Boletim SBGf | número 1  2008

OS DADOS MULTICLIENTE NO BRASIL E SUA REGULA-MENTAÇÃO A partir de 1998, foram executados levanta-mentos 2D e 3D na modalidade “spec” em praticamente to-das as bacias marítimas da margem continental brasileira,

cobrindo a faixa de águas rasas (acima de 50m e inferior a400m de profundidade); águas profundas (igual ou superiora 400m e inferior a 2.000m) e águas ultraprofundas (igualou superior a 2.000m). Nenhum “spec” foi feito em terra.Para assegurar o retorno dos seus investimentos, as compa-nhias de serviço utilizaram modernos equipamentos, rígi-dos parâmetros de aquisição e processamento state-of-the-

art  que propiciaram uma boa qualidade dos dados.

Baseado em diversas fontes, o autor estima que entre1998 e 2001 foram feitos 280 mil km de sísmica 2D e 126mil km² de sísmica 3D na modalidade multicliente (sempre-funding), o que representou um investimento aproxi-mado de US$ 750 milhões das empresas de sísmica.

 Aplicam-se também no Brasil as sete características deaquisição de dados multicliente já descritas anteriormente.

No Brasil, o descumprimento da obrigação de sigilo e con-

fidencialidade é geralmente prevista contratualmente e impli-ca: a) rescisão contratual, se vigente o contrato; b) na respon-sabilidade por perdas e danos de acordo com o Código Civil; c)sanções cabíveis pelo Decreto no. 1.355/94; e d) multas.

 A primeira peculiaridade do Brasil em relação aosEUA refere-se à propriedade dos dados e informações. Anossa Constituição (Art. 20o, 176o e 177o) e a Lei 9.478/97,conhecida como Lei do Petróleo (Art. 4o, 5o, 21o  e 22o),não deixam margem de dúvida ao afirmarem que a pro-priedade dos dados e informações pertence à União.

Portanto, não existe no Brasil o conceito de dado pro-prietário relacionado a empresas petroleiras e companhiasde serviço. O proprietário é sempre a União. O jargão “levan-tamento proprietário” muito usado no Brasil é impróprio.

 A previsão legal para os levantamentos sísmicos não ex-clusivos nasce também na Lei do Petróleo (Art. 8º, III).

 A Portaria 188/98 da ANP que estabelece as defini-ções para a aquisição de dados no Art 1o, inciso III defineDADOS NÃO EXCLUSIVOS: “São dados adquiridos porEAD (empresa de aquisição de dados) que obteve autori-zação da ANP para realizar tal operação em área que sejaou não, objeto de contrato de concessão.”

 A remuneração da EAD está no inciso X. PERÍODODE CONFIDENCIALIDADE: “Em relação à EAD é o perío-do em que, excetuando-se a ANP, os dados não exclusi-

 vos poderão ser mantidos em sigilo, de forma que apenas

a EAD responsável pela sua aquisição poderá vendê-los.Em relação à CONCESSIONÁRIA é o período em que, ex-cetuando-se a ANP, os dados exclusivos serão mantidosem sigilo” (sem grifo no original).

Em nosso sistema jurídico-contratual os contratos deconfidencialidade vêm se tornando cada vez mais usuaisprincipalmente quando se trata de exclusividade e disputaem concorrência em negócios estratégicos. O direito brasi-leiro não define claramente o contrato de confidencialida-de e, deste modo, a confidencialidade possui efeito, naprática, como cláusula contratual (em sua estrutura, noscontratos inserem-se cláusulas penais que podem imputarmultas à contraparte, perdas e danos e até o dever de res-sarcir, independentemente da comprovação de danos).

A OPINIÃO DA DOUTRINA SOBRE O TEMA  Em ordemcronológica de publicação são apresentadas a seguir as

posições de Labrunie & D’Hanens1, Bucheb2 e Martins3 so-bre a natureza jurídica dos dados sísmicos na modalidademulticliente.

Labrunie & D’Hanens sustentam que os dados e in-formações técnicas são de propriedade da União. As EADstêm direitos e deveres obrigacionais, dotados de valoreconômico e os dados e informações equiparam-se aosbens móveis que têm existência temporária e precária,nos termos da autorização da ANP. Ademais, dizem osautores que poderão existir “mapas ou textos de interpre-tação” que sejam considerados obra intelectual, na esferade proteção da Lei 9.610/98, desde que atendidos os re-

quisitos da originalidade criativa e individual. Porém, ha- vendo ou não direito autoral, findos os períodos de confi-dencialidade, tais relatórios não podem ser livrementedivulgados, ficando a critério da ANP a oportunidade desua divulgação a terceiros.

Bucheb faz uma primorosa discussão sobre a concei-tuação de dados e informações e deduz que “para os finsda Portaria 188/98, o termo “dados” compreende tanto oproduto da atividade de aquisição, como o resultado dosprocedimentos posteriores: processamento, eventual re-processamento e interpretação, conforme as definiçõesacima”. (Refere-se o autor ao Art 1º dessa portaria). E con-clui Bucheb: “Na regulamentação aplicável aos dados einformações relativos às atividades de exploração e pro-dução de petróleo e gás natural, realizada por meio dasPortarias da ANP 188/98 e 114/2000, bem como nas dis-posições pertinentes do edital de licitações – especialmen-te as do contrato de concessão –, destaca-se a não-obser- vância, pelo Poder Público, dos direitos de propriedadeintelectual, assegurados pela Constituição Federal, peloTRIPS e pela Lei 9.610/98” (sem grifo no original).

Ives Gandra Martins, por sua vez, traz a seguinte po-sição: “...que, de rigor, constitui uma cessão de uso, confi-guração jurídica que me parece a mais adequada, nadaobstante a consulta não se referir à cessão de uso, mas

simplesmente à aquisição e comercialização de dados”.

ARTIGO TÉCNICO

1 LABRUNIE, Jacques & D’HANENS, Laetitia. Direitos de propriedade intelectual das empresas de aquisição de dados relativos à exploração de petróleo. In: PI-RES, Paulo Valois (Coord.). Temas de direito do petróleo e do gás natural I. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p.129–144, 2002. 2 BUCHEB, José Alberto. O regime ju-rídico dos dados e informações de exploração e produção de petróleo e gás natural . Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 540, 29 dez. 2004. Disponível em: <http://

 jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6134>. Acesso em: 31 out. 2006. 3 MARTINS, Ives Gandra da Silva. Empresa de aquisição de dados sísmicos, que cedeseu uso para terceiros - não sujeição ao ISS: aspectos constitucionais e de lei complementar. Parecer. Boletim de direito municipal, v.22, n.2,p.118-144,fev.2006.4 MACHADO, Hugo de Brito. O ISS e a locação ou cessão de direito de uso. 2004. Disponível em <http://www.hugomachado.adv.br>. Acesso em: 12 jul. 2007.

“Não existe no Brasil o conceito de dado

proprietário relacionado a empresas petroleiras e

companhias de serviço. (...) O jargão muito usadono Brasil é impróprio.”

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 Afirma também que ocorre cessão de uso, visto que osdados continuam no ativo da consulente e, portanto, nãosão “vendidos”. Concluindo, Martins diz: “A aquisição dedados representa a verdadeira aquisição de direitos sobre

as pesquisas e investigações e quem os detém – como osdireitos autorais – não pode vendê-los mas apenas cederseu uso” (sem grifo no original).

 Em resumo, todos os autores citados concordam quea propriedade dos dados sísmicos adquiridos na modali-dade multicliente é da União e admitem a aplicação dodireito autoral sobre eles.

 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIREITO AUTORAL  Como jáfoi afirmado anteriormente os negócios que se realizamnos Estados Unidos são protegidos por leis internacionaise norte-americanas de direito de cópia e segredo comer-cial. Nos EUA o regime de copyright, ou direito de cópia,

não abriga, como no nosso direito, o aspecto do direitomoral do autor, sendo portanto, um direito exclusivamen-te patrimonial, ou seja, direito de explorar a obra.

No Brasil a Lei do Direito de Autor (LDA) é a Lei9.610/98. Entre nós, segundo a doutrina, é requisitofundamental da proteção da Lei, a obra marcada pelaoriginalidade, devendo ainda ser diferente de outra obra já existente. Vejamos um exemplo: os clássicos de Men-delssohn, Mozart e Bach, que já são de domínio públi-co, ao serem executados e gravados pela Royal Philhar-monic Orchestra têm todos os seus direitos autorais

protegidos pela LDA, pois tratam-se de obras com re-quisito de originalidade. O princípio da adoção das me-lhores práticas da indústria internacional do petróleocontido no Art. 44o, inciso VI, da Lei 9.478/97, reforça a

adoção da LDA.

CONCLUSÃO Na ausência de uma determinação legal pre-cisa que conceitue a natureza jurídica dos dados sísmicosadquiridos na modalidade multicliente no Brasil, é opor-tuno o ensinamento do professor Machado4 “Desnecessá-rio, mas sempre importante, é repetirmos que não existemconceitos indiscutivelmente exatos. Todos os conceitosoferecem alguma margem de imprecisão, seja porque sãoambíguos, seja porque são vagos. A ambigüidade e a va-guidão ensejam sempre graves dificuldades na interpreta-ção jurídica e podem ser consideradas as causas mais fre-qüentes de controvérsias em Direito.”

Com base nas considerações feitas, destacam-se asseguintes conclusões:

De acordo com a Constituição e a Lei do Petróleo,pertencem à União todos os dados e informações sobre asbacias sedimentares brasileiras, estando aí inclusos os da-dos sísmicos adquiridos na modalidade multicliente.

 A Lei do Petróleo é a previsão legal para os levanta-mentos dos dados sísmicos não exclusivos.

 A doutrina jurídica vigente admite a aplicação do direi-to autoral sobre os dados sísmicos não exclusivos, e tambémadmite a sua cessão de uso (semelhante à locação).

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OPERADORAS

Criada no ano passado, a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e

Gás – Abpip – congrega mais de uma dezena de associadas e tem como objetivo principala defesa dos interesses das pequenas empresas brasileiras produtoras de petróleo.

A vez das independentes

Juntas, as associadas da Abpip produ-zem em torno de 1.500 barris por dia.Para falar dos obstáculos desse aindaincipiente segmento convidamos opresidente da Abpip e da petroleiraindependente Silver Marlin Oil & Gas, Wagner Freire.

Quais os principais temas que a Abpip

identifica como problemas para as in-dependentes? Temos centrado a aten-ção em dois temas: o conteúdo nacio-nal e a comercialização. O conteúdonacional foi um tema que motivou umgrande empenho nosso logo no início.O país está olhando a importância demanter um mercado desenvolvido deequipamentos e serviços. Mas uma in-dependente, que tem um staff peque-no, não tem a estrutura para seguiressa regulamentação que é igualmente

complicada para todas. Procuramosdestacar as diferenças. Na fase de de-senvolvimento da produção, por exem-plo, quando os grandes investimentossão feitos, aí sim o enfoque deve ser deapoio à indústria local. Mas na fase deexploração é diferente. Temos duas ca-racterísticas básicas: a transitoriedadee o risco exploratório. A companhiafaz exploração durante um certo tem-po, num certo bloco, numa certa área epode não conduzir a uma descobertacomercial. Então é uma atividade tran-sitória por excelência. Nessa fase vocêcontrata serviços temporários. Os equi-pamentos ficam o mínimo necessáriopara perfurar um poço. Os trabalhos desísmica, por exemplo, você contrataquem está disponível no mercado, nãoconsiderando nesse caso o conteúdonacional. Infelizmente o enfoque dadopelo governo, que ajudou a colocaressa exigência nos processos de licita-ção, não atentou para esses aspectosdiferenciados muito importantes. Te-

mos procurado tornar essa questãomais clara para a ANP. Outra coisa inte-ressante: o regulamento prevê que temosque certificar a origem dos produtos usa-dos no projeto. Ora, tanto faz você se

certificar uma companhia pequena ouuma grande, o custo será o mesmo.Isso também atrapalha a vida dos pe-quenos produtores.

Em que aspecto a comercialização do

petróleo prejudica as independentes?

Só há um comprador no momento, aPetrobras, e há uma dificuldade de re-lacionamento, porque ela adota políti-cas diferentes conforme a região. Temtambém a questão tributária. Se vocênão é uma companhia integrada, e issofaz muita diferença, isto é, se vocêproduz e refina o petróleo, o ICMS in-cide no processo final na venda de de-rivados. Agora se você não refina e vende o petróleo bruto, o ICMS incideno processo de venda. A questão tri-butária estadual produz um impactodiferenciado nas companhias.

Qual a sua visão sobre a atividade de

geofísica no Brasil? Existem três gran-des companhias atuando. O básiconessa questão é o levantamento sísmi-co, especificamente a sísmica 3D, aferramenta por excelência para se de-

finir as perfurações. Esperamos que omercado permita o desenvolvimentode companhias de geofísica atuantes edisponíveis no mercado, e que tambémas petroleiras desenvolvam essas ativi-dades internamente.

 A ANP concluiu recentementeuma licitação para levantamentos naBacia do Parnaíba e eu espero que os

recursos para essas atividades sejamdesbloqueados, cada vez mais, e queela possa fazer o quanto antes a ava-liação das bacias terrestres paleozói-cas, porque elas têm um potencialdesconhecido, e aparentemente im-portante. Há oportunidades para aatividade de geofísica relativamenteintensa, principalmente nas bacias deTucano, do Parnaíba, do Rio do Peixeentre outras áreas.

Esse conjunto de atividades que

envolve a ANP, na avaliação de ba-cias, e os programas exploratórios mí-nimos das companhias, deverá seconstituir em uma base adequadapara as empresas de geofísica se de-senvolverem. Tem que ser um proces-so competitivo e voltado para o de-senvolvimento tecnológico. Não háespaço hoje em dia para quem nãoaplica as melhores tecnologias dispo-níveis no mercado. Espero a partir daíque as companhias possam realmenteconsiderar o mercado brasileiro atra-ente e até se preparar para o exteriortambém. As companhias de serviçotêm que avaliar esse setor pela óticada atratividade e ir atrás de onde formais interessante, seja no Brasil sejano exterior.

 Uma mensagem para os leitores. Opotencial de exploração e produçãode petróleo no Brasil é bastante ex-pressivo e certamente haverá oportu-nidade para as empresas de portes va-

riados, em particular para as empresasde pequeno porte. Com o tempo, es-peramos que essa atividade se conso-lide, prospere e faça parte da estraté-gia desse país.

“Não há espaço hoje em

dia para quem não aplica

as melhores tecnologias

disponíveis no mercado.”

Wagner Freire, da Abpip

Boletim SBGf | número 1  2008

   F   e   r   n   a   n   d   o   Z   a   i   d   e   r

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Boletim SBGf | número 1  2008Boletim SBGf | número 1  2008 19

LICITAÇÕES

 A primeira licitação promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Na-tural e Biocombustíveis (ANP) paraaquisição de dados sísmicos 2D na Ba-cia do Parnaíba, na região centro-oestedo estado do Piauí, foi vencida pelaBrain Tecnologia. O projeto envolverá aaquisição de 1,6 mil km lineares de sís-mica de reflexão bidimensional terres-tre, com gravimetria terrestre associada.O levantamento gravimétrico utilizaráos dados topográficos levantados paraas estações sísmicas, com eqüidistância

entre estações de 200 metros, compre-endendo um total de oito mil estações.O processamento a ser feito, sob formade perfis gravimétricos comparados aosperfis sísmicos, ficará sob responsabili-dade da empresa contratada.

 A ANP estipulou o prazo de 270dias para a aquisição dos dados, comum equipamento de no mínimo 24bits e mil canais de registro. De acor-do com Nelson Fernandes, diretor deexploração da Brain, a empresa dis-

ponibilizará para esse programa, umequipamento Sercel 428 de última ge-ração com 1.500 canais. “Esperamoscom isto atender plenamente aos re-quisitos de controle de qualidade eainda minimizar o tempo de aquisi-ção”, ressaltou Fernandes.

 A Brain começou 2008 com ótimaperspectiva. Além da Bacia do Parnaí-ba, a empresa ganhou em janeiro umcontrato da Petrobras para o levanta-mento de 350 km2 na Bacia Potiguar.Esses dois compromissos levaram aempresa a adquirir equipamentos deúltima geração, não apenas para aten-der aos serviços já contratados, mastambém para os que eventualmentesurgirão ao longo desse ano.

“Com essa nova aquisição, a Brainpassa a dispor de cinco mil canais e doisconjuntos sismográficos”, informou oexecutivo, acrescentando ainda que a ANP deverá ser a grande contratadorade serviços, com extensos levantamen-tos 2D, ao longo de 2008. Já foram soli-

citadas tomadas de preço para levanta-mentos nas bacias de São Francisco(porção norte) e Tucano-Jatobá. Peque-nas demandas também são esperadas,nas bacias Potiguar e do Recôncavo.

Brain faz campanha na Bacia do ParnaíbaProjeto da ANP envolve a aquisição de 1,6 mil km de sísmica 2D

DEMANDA CRESCENTE  O diretor da ANP Newton Monteiro confirma queserão contratados estudos geológicos egeofísicos em sete bacias terrestres(São Francisco, Parecis, Paraná, Alago-as, Amazonas, Potiguar e Recôncavo) etrês marítimas (Campos, Santos eCumuruxatiba). Após os estudos preli-minares, as áreas serão submetidas aoConselho Nacional de Política Energé-tica e em função dos resultados obti-dos nos levantamentos nas bacias denova fronteira, previstos no Plano Plu-

rianual da ANP, será possível à agên-cia propor áreas para futuras licitações

em bacias até então inéditas nos lei-lões já realizados. “Em função das ex-pectativas com relação a preço e de-manda por petróleo, do compromissoexploratório assumido pelas concessio-nárias, como também em função doplanejamento até 2012 elaborado pela ANP, é possível prever uma demandacrescente por serviços geofísicos, tantode sísmica quanto de métodos poten-ciais. Desta forma, o número de presta-doras de serviços usuais da indústriado petróleo precisará ampliar para

atender adequadamente à demanda emcrescimento”, salientou Monteiro.

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20 Boletim SBGf | número 1  2008

 II Encontro de Alunos de Geofísica Aplicadadas Universidades Paulistas (II EAGAUP)IAG-USP

11 e 12 de setembro - São Paulo - SP

Informações: [email protected] e [email protected]

SEG Annual Meeting - Las Vegas 20089 a 14 de novembro - Las Vegas - Nevada - EUA

Informações: http://meeting.seg.org/

2o Simpósio Brasileiro de Geofísica Espacial eAeronomia (2o SBGEA)8 a 11 de setembro - Campina Grande - PB

Informações: [email protected]

AGENDA  2008

II Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral- Simexmin

70th EAGE Conference & Exhibition

 3ª Conferência Internacional sobre Geoparques da

Unesco 2008

Adimb

18 a 21 de maio - Ouro Preto - MG

Informações: www.adimb.com.br/simexmin2008/

9 a 12 de junho - Roma - Itália

Informações: www.eage.org

22 a 26 de junho - Osnabrück - Alemanha

Informações: www.geoparks2008.com

AGU Joint Assembly of the Americas, 2008Co-patrocínio: SBGf, SEG, UGM, AAAG, entre outras.

27 a 30 de maio - Fort Lauderdale, Flórida, EUA

Informações: www.agu.org/meetings/ja08/

44º Congresso Brasileiro de Geologia - SBG26 a 31 de outubro - Curitiba - PR

Informações: www.44cbg.com.br

 Curso pré-congresso: “Aerogeofísica aplicada aomapeamento geológico e à exploração mineral”(Prof a Dra. Adalene Moreira Silva-UnB)

24 e 25 de outubro - Curitiba - PR

Informações: www.44cbg.com.br/cbg_minicursos.php

III Simpósio Brasileiro de Geofísica - SimBGf 

26 a 28 de novembro - Belém - PAInformações: [email protected]

IX Semana de Geofísica da UFRJ

1 a 5 de setembro - Rio de Janeiro - RJInformações: [email protected]

Fórum SBGf 2008: Geofísica Aplicadaa Campos Maduros11 a 13 de agosto - Salvador - BA

Informações: [email protected]