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O DINAMISMO DA ARTE URBANA XXI São poucos segundos, talvez até minu- tos (no máximo dois) geralmente dedica- dos, de vez em vez, ao que chamo de “arte rotina”, seja pelo artista ou pelo público. Pouquíssimo, diante das longas horas que milhares de pessoas enfrentam em seus percursos. A ressaca natural do dia-a-dia faz com que o desejo de fechar os olhos seja completamente normal durante o vai e vem dos pedestres, o “próxima estação” no metrô ou os barulhos do cobrador ao longo da viagem de ônibus. Desta forma, foi necessário que as - até então - longas e muito bem elaboradas performances, fossem repensadas e reformuladas, ga- nhando a cara do cotidiano e ficando mais pró- ximas do público. Podendo ser despercebida pelas pessoas ata- refadas que compõe as estações de metrô, os terminais rodoviários e os veículos em si, a arte de rua evoluiu tornando-se um ponto caracte- rístico da cultura local, a qual tem sido mais e mais valorizada pelo povo nativo. Apesar de ser proibida em alguns locais - como os vagões do metrô - ela está em todas as partes deste mundo que, a cada hora que se passa, torna-se mais visual e dinâmico. Adesivos objetivos e re- flexivos, grafites de fácil interpretação, danças curtas, músicas mais instrumentais, peças tea- trais de dois minutos, artesanatos chamativos e muitas outras formas de expressão estão - de forma dinâmica - por entre os intervalos corri- dos do dia, sempre a levar pedaços da iden- tidade cultural brasileira, a fortalecer o livre comércio e a aumentar o alcance de conheci- mento e experimento artístico no Brasil. É necessário que se reconheça e incentive a arte dinâmica. É importante reconhecer que esta, não desmerece as obras longas e clás- sicas que fizeram história até aqui. Contudo, não deve ser menosprezada ou subestimada por tratar-se de uma abordagem mais curta, dinâmica e direta, mantendo estreita relação com o público. Deve ser encarada como um passo para o degrau de cima, crescimento significativo na história da arte contemporâ- nea. A nova cara da arte de rua chegou para ser exatamente de cara a cara, de corpo a corpo, obtendo respostas rápidas e positivas de ambos os lados. Imagem: Piet Mondrian

Precisamos Falar Sobre Transporte Público!

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Page 1: Precisamos Falar Sobre Transporte Público!

O DINAMISMO DA ARTE URBANA XXI

São poucos segundos, talvez até minu-tos (no máximo dois) geralmente dedica-dos, de vez em vez, ao que chamo de “arte rotina”, seja pelo artista ou pelo público. Pouquíssimo, diante das longas horas que milhares de pessoas enfrentam em seus percursos. A ressaca natural do dia-a-dia faz com que o desejo de fechar os olhos seja completamente normal durante o vai e vem dos pedestres, o “próxima estação” no metrô ou os barulhos do cobrador ao longo da viagem de ônibus. Desta forma, foi necessário que as - até então - longas e muito bem elaboradas performances, fossem repensadas e reformuladas, ga-

nhando a cara do cotidiano e ficando mais pró-ximas do público.Podendo ser despercebida pelas pessoas ata-refadas que compõe as estações de metrô, os terminais rodoviários e os veículos em si, a arte de rua evoluiu tornando-se um ponto caracte-rístico da cultura local, a qual tem sido mais e mais valorizada pelo povo nativo. Apesar de ser proibida em alguns locais - como os vagões do metrô - ela está em todas as partes deste mundo que, a cada hora que se passa, torna-se mais visual e dinâmico. Adesivos objetivos e re-flexivos, grafites de fácil interpretação, danças curtas, músicas mais instrumentais, peças tea-trais de dois minutos, artesanatos chamativos e muitas outras formas de expressão estão - de forma dinâmica - por entre os intervalos corri-

dos do dia, sempre a levar pedaços da iden-tidade cultural brasileira, a fortalecer o livre comércio e a aumentar o alcance de conheci-mento e experimento artístico no Brasil. É necessário que se reconheça e incentive a arte dinâmica. É importante reconhecer que esta, não desmerece as obras longas e clás-sicas que fizeram história até aqui. Contudo, não deve ser menosprezada ou subestimada por tratar-se de uma abordagem mais curta, dinâmica e direta, mantendo estreita relação com o público. Deve ser encarada como um passo para o degrau de cima, crescimento significativo na história da arte contemporâ-nea. A nova cara da arte de rua chegou para ser exatamente de cara a cara, de corpo a corpo, obtendo respostas rápidas e positivas de ambos os lados.

Imagem: Piet Mondrian

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E que atire a primeira pedra aquele que nunca se sentiu sozinho ao estar rode-ado de pessoas. E que levante a mão aque-le que, em meio a tanta gente, não teme demonstrar toda a carência e a necessida-de do contato realmente HUMANO com o próximo. Dando continuidade à pauta “trans-porte público”, acredito na importância de ressaltar os sentimentos e anseios que acompanham milhares de pessoas durante seus trajetos diários, ajudando a formar a atmosfera de cada momento do dia, crian-do intensas e repentinas relações.

De tanto usar e reutilizar o transporte público, cheguei à conclusão de que a maior prova de amor entre passageiros acontece quando se ouve a frase “quer que eu leve a mochila pra você?”. É mais que buquê de rosas, caixa de chocolate, serenata de amor.

Melhor que jantar romântico, passeio na praia viagem dos sonhos. É simplesmente tudo o que se quer ouvir naquele momen-to. Por isso, alerto você - que é fiel usu-ário de transporte público, que frequen-temente se vê em situações claustrofóbi-cas e desconfortáveis enquanto o ônibus anda, enquanto o metrô corre e o trânsito para. Atente-se aos sinais, quando ouvir a bendita frase, abrace! E, acredite, pode ser que seja eu, pode ser que seja ele ou ela. Todos esbanjando carência e esperan-do a sua mochila p o r a í . . .

Foto: Carmen no filme “Serenata Tropical”Foto: Andrejs Zavadisks Foto: Andrejs Zavadisks

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“Se foi pra diferenciarQue deus criou a diferença que irá nos aproximar,intuir o que ele pensa.Se cada ser é só um e cada um com sua crença, tudo é raro, nada é comum.Diversidade é a sentença.Que seria do adeus sem o re-torno?Que seria do nu sem o ador-no?Que seria do sim sem o talvez e o não?Que seria de mim sem a com-preensão?

DIVERSIDADE

Que a vida é repletaE o olhar do poeta percebe na sua presença o toque de deus, a vela no breu, a chama da diferença.A humanidade caminha atro-pelando os sinais.A história vai repetindo os er-ros que o homem traz.O mundo segue girando ca-rente de amor e paz.Se cada cabeça é um mundo, cada um é muito mais.

NA CIDADE

Que seria do caos sem a paz?

Que seria da dor sem o que

lhe apraz?

Que seria do não sem o tal-

vez e o sim?

Que seria de mim...

O que seria de nós?

Que a vida é repleta, e o olhar

do poeta percebe na sua pre-

sença o toque de deus, a vela

no breu, a chama da diferen-

ça”

Música: Lenine

Imagem: “Operários”, de Tarsila do Amaral

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SOLUÇÃO NA SEGREGAÇÃO NÃO!

EDUCAÇÃO ATRAVÉS DA INCLUSÃO

LEI No 4.848, DE 1o DE JU-NHO DE 2012.“Dispõe sobre a destinação de espaços exclusivos para mulhe-res e portadores de necessida-des especiais no sistema metro-viário do Distrito Federal.

Art. 1o A Companhia do Me-tropolitano do Distrito Federal – METRÔ/DF fica obrigada a destinar vagões exclusivos para mulheres e portadores de ne-cessidades especiais nos horá-rios de pico matutino e vesperti-no.”

*Vagão exclusivo é sinônimo de desqualificação dos sexos!*Vagão exclusivo culpa a mu-lher pelo próprio assédio!*O metrô é um espaço públi-co, o corpo feminino NÃO! Sem justificativa para a segre-gação!.*O vagão exclusivo não pro-tege as mulheres, protege os agressores!*A proteção contra agressões não deve ficar por conta da vítima. Não aos vagões espe-cíficos!*A segregação é o caminho para o falso progresso!

*O transporte que a gente quer, não segrega mulher!*Educação frente à segrega-ção!*O transporte é pra todos, deve INCLUIR!*TODOS têm direito à circu-lação livre pelos espaços paú-blicos!*Se a superlotação esconde o assédio, que os governos disponibilizem mais transporte público! *Devem existir orgãos de de-núncia por assédio em todas as estações de metrô.*Lembrete para a eternidade: a culpa pagressão NUNCA é/será da vítima!

Page 5: Precisamos Falar Sobre Transporte Público!

A C E S S I B I L I D A D E . . . . . .RTE R A N S P O R T E D U C A Ç Ã O IVERSIDADE

N C L U S Ã O EGURANÇA

N I A O MPARO

ÚBLICO

SAÍDA:

DESTINO:

07/12/14 02:08

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