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predomina o desequilfbrio entre a demanda e a oferta de empregos, comercio e atividades urbanas.

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atividades urbanas.

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5.4 – A espacialização da segregação em Samambaia.

Em Samambaia, repete-se mesmo padrão de urbanização “excludente e

desigual que se desenvolve no País, especialmente a partir da década de 1950

(LAGO, 2000, p. 39), entre os quais áreas residenciais de alto padrão, áreas

residenciais de médio padrão, áreas de baixo padrão e favelas.

Pressupomos que a definição inicial destes lugares diferenciados para a

moradia foi, por si só, um indicativo de segregação social que se originou do

deslocamento das camadas populares para as extremidades marginais (bordas) da

cidade. Esse antecedente aliado ao tempo histórico decorrido (que já evidenciou

uma ocupação de espaços distintos que abrigam, claramente, as classes altas,

médias e baixas) demonstra processos que excluíram a baixa rendas não só dos

melhores lugares da cidade, como também de seus próprios limites, afastando-a

para a periferia mais distante de Samambaia.

A apresentação em mapas temáticos desta configuração identificará a divisão

social do espaço, todavia, deve ser compreendida como resultante de diversos

processos: da hierarquização (própria desta organização social), da segregação,

cooperação e da fragmentação territorial. Os mapas a serem apresentados são

representações que nos auxiliarão a compreender a distribuição dos tipos de

arranjos das categorias socio-ocupacionais no espaço da cidade.

O tema da segregação, especialmente a segregação residencial, tem sido

abordado, nacional e internacionalmente, sob a concepção da dual city

(MOLLENKOPFF e CASTELLS, 1991), no âmbito dos novos conflitos com os quais

as metrópoles passaram a lidar face à globalização. Apontada como determinante

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da estrutura social binária - ricos e pobres - oriunda da segmentação do mercado de

trabalho, que passaria a ter pequeno um número de empregos altamente

qualificados e bem remunerados, e um amplo contingente de ocupações pouco

qualificadas e mal remuneradas, o que, todavia, não é consensual na literatura, pois

se considera, sob outra perspectiva, que as atividades globalizadas empregam

pequena porção de trabalhadores o que leva ao aumento das atividades terciárias

(PRETECEILLE, 2000).

Estes fenômenos provocam conjuntamente o aumento da segregação

residencial na medida em que surgem bairros exclusivos das camadas superiores,

ao mesmo tempo em que as camadas médias e, eventualmente, as inferiores, em

processo de mobilidade social descendente, são deslocadas para outros bairros,

diminuindo, assim, o grau de mistura social das cidades (RIBEIRO, 2003, p. 156).

Assim, Lago (2000, p. 208) sintetiza segregação como “...uma forma extrema

de desigualdade”.

As críticas ao conceito de segregação indicam que ele não seria

suficientemente rigoroso para ser utilizado como um pressuposto que sustente

análises teóricas. Considera-se, por exemplo, como já vimos, que apresenta um

significado restrito à descrição espacial das diferenças entre áreas residenciais,

mas, além disso, compõe-se de um conteúdo semântico que admite vários

significados distintos num mesmo contexto (BRUN, 1994 apud MENDONÇA, 2002)

podendo denotar “tanto a segregação urbana, residencial, espacial, como

‘segregação escolar’, ‘segregação por idade’ etc. Nessa medida, a noção apresenta

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um ‘halo’ de imprecisão, podendo gerar confusão sobre diferentes sistemas causais”

(MENDONÇA, 2002, p. 8).

Ainda se reportando a Brun (1994), Mendonça (2002) apresenta outros

elementos componentes dessa conceituação: uma conotação moral negativa, a idéia

de discriminação ligada a guetos, de exclusão relacionada à não integração

econômica, social e cultural da população. Também uma outra ideia associada à

segregação é a da “distância social”, a separação de porções da população

espacialmente ou não.

Dessa forma, para os objetivos da presente tese que busca mapear a

configuração socioespacial do espaço de Samambaia, a partir da localização da

residência, utilizaremos segregação sob dois aspectos:

1o.) Enquanto sinonímia de desigualdade resultante do processo de

apropriação dos bens urbanos pelos que detêm a propriedade do solo, portanto, dos

que têm “direito à cidade”, e, mais precisamente;

2o.) Como desigualdade manifesta na ocupação do espaço urbano para

moradia. Afinal, “o termo segregação residencial denota a ideia de separação e de

exclusão de determinados grupos sociais do conjunto da sociedade, situações nas

quais ocorre a ausência de relações que vinculem estes grupos com o conjunto

social, baseando esta abordagem em Ribeiro (2003, p. 163).

Partimos do pressuposto de que ao se assinalar grupos sociais entre os que

terão acesso diferenciado a espaços distintos implementa-se uma ação

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segregadora, pois se associa a bipolaridade social (ricos e pobres) às possibilidades

de escolha dos bens a adquirir conforme a condição de vida.

A diferença das possibilidades de acesso a bens e serviços dá origem a uma

ocupação urbana também balizada pelas mesmas distinções. De tal modo, esta

segmentação social se reflete na hierarquização do espaço ocupado na cidade,

onde a segregação pode ser evidenciada, pois, conforme Mendonça (2002, p. 83),

“o espaço hierarquizado é, portanto, o espaço da segregação, entendida como

materialização da hierarquia social (...) e produto das lutas dos grupos sociais pela

apropriação dos recursos urbanos”. Os diferentes grupos se espalham pelo

ambiente metropolitano vivendo segundo suas oportunidades que, como vimos

mostrando, são díspares e configuram as desigualdades espaciais que,

criteriosamente representadas, apontam o grau de segregação social ali existente.

Considerando que a sociedade é de classes e, portanto, a diferenciação

social lhe é inerente, a ocupação segmentada dos espaços urbanos foi definida por

uma hierarquia socioeconômica que descende do centro para a periferia

constituindo, conseqüentemente, um território urbano caracterizado por processos

de segregação socioespacial que, além da diferenciação inerente ao sistema

capitalista, reserva espaços diferenciados segundo a condição de classe do

morador: às elites, as áreas centrais consolidadas com toda infra-estrutura e

equipamentos que garantem uma ótima condição de vida na cidade e, às classes de

baixa renda, as áreas periféricas, sem as condições das centrais e distantes, o que

dificulta, ainda, a mobilidade da população que nelas habita.

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Num exercício prático, tomaremos como base o mapa de setores censitários

do IBGE relativos a Samambaia, obedecendo o recorte espacial apresentado na

Figura 23. Ademais, apresentaremos uma série de figuras que ilustram as condições

sociais de habitabilidade e de diferenciação que caracterizam os setores mapeados,

revelando a segregação.

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0

. su\ -.af<\'o3\3 Samambaia - Setores Censitarios, 2011

saw

Setores Censitarios - Perimetro Urbano

Setores Cencltarlos - Zona Rural

Area nAo Havitavel "LinhAoR de Fumas

Estao de Fumas

160.

FIGURA 23: Mapa dos Setores Censitarios de Samambaia OF, 2013. Fonte: IBGE, 2013 e PDAD, 2013.

246

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Para Villaça (2001) uma das características mais marcantes das metrópoles

brasileiras é a segregação espacial das classes sociais em áreas distintas da

cidade. Basta uma volta pela cidade – e nem precisa ser uma metrópole – para

constatar a diferenciação entre os bairros, tanto no que diz respeito ao perfil da

população, quanto às características urbanísticas, de infraestrutura, de conservação

dos espaços e equipamentos públicos, etc.

Em Samambaia, há uma clara distinção entre os bairros mais abastados, e

entre os bairros onde vivem as pessoas mais pobres. Sua localização, revela uma

apartação social dos grupos seletos, conforme Figura 24.

247

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FIGURA 24: Mapa da Distribuição Fonte: PDAD, 2013.

dos diferentes extratos de renda nos Setores Censitários de

de Samambaia DF, 2013. 248

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Na Figura 24, a área situada em Samambaia Sul (ao lado do Parque Florestal

“Boca da Mata”), destacada com a cor azul escuro, é o setor censitário onde reside a

população mais abastada da cidade.

Este lugar, conhecido como “Setor de Mansões Sudoeste” destaca-se pelas

grandiosas construções, geralmente mansões (Figura 25), cujos terrenos facilmente

ultrapassam os 2.000 m2, e onde as casas de altíssimo padrão possuem área

construída acima de 500 m2, geralmente com piscina, dois ou mais veículos (muitas

vezes importados) na garagem, segurança privada, empregados domésticos,

jardineiros, que revelam a presença de uma elite que desfruta da mais alta qualidade

de vida e de serviços bancados pelos seus ocupantes.

FIGURA 25: Samambaia: Mansões do Setor Sudoeste. Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

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Estas habitações são ocupadas geralmente por políticos de Samambaia ou

mesmo do Governo Federal e até Distrital, empresários do Distrito Federal, militares

de alta patente, estrangeiros em missões consulares, etc. Não existem mais do que

200 residências deste tipo no setor e realiza-se ali um processo escancarado de

auto-segregação habitacional.

Um outro segmento importante, que na Figura 24 está destacado na cor azul

claro, são os setores onde encontram-se casas e grandes conjuntos de

apartamentos (conjuntos verticais), habitações que possuem área construída

variando de 200 a 400 m2 e apartamentos que excedem os 200 m2 de área

construída (Figura 26).

FIGURA 26: Samambaia: Casas e apartamentos de alto padrão. Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

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Representam a classe de alta renda da cidade, com rendas que variam de 8,1

a 15 salários mínimos. Não estão segregados como os moradores do setor de

mansões, pois as áreas da cidade onde vivem são conjugadas a outros segmentos e

esferas sociais, entre os quais, os extratos de renda de 4,1 a 8 salários mínimos,

bem como os extratos de 1,1 até 4 salários mínimos, que seriam a classe média e a

classe média-baixa da cidade.

Estas pessoas habitam áreas importantes de Samambaia, sobretudo o

entorno do linhão de Furnas, onde passa o metrô, grandes avenidas que cortam

toda a extensão longitudinal da cidade, aproveitando também das facilidades

urbanas, sobretudo comércio e serviços.

Na Figura 24, os setores onde predominam estes habitantes estão

destacados na cor azul claro e os tipos de habitação típicos são representados na

Figura 27.

Este tipo de moradia tem crescido na cidade. Está ocorrendo um boom

imobiliário, sobretudo nos últimos oito anos, onde os financiamentos do programa

habitacional Minha Casa Minha Vida tem colaborado para o movimento de procura

por crédito, que por sua vez instiga as incorporadoras e construtoras a expandir o

processo de verticalização em Samambaia focado, sobretudo, na classe média e

média-baixa da cidade.

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Figura 27: Samambaia: Casas e apartamentos da classe média. Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

As áreas destacadas na Figura 23, onde se destaca o tom salmão, são

predominantemente de famílias da classe média/baixa. Possuem rendas que variam

de 1,1 até 4 salários mínimos por mês e ficam confinadas entre os setores mais

pobres de Samambaia e o setores ocupados pela classe média.

Estes setores são ocupados por trabalhadores do comércio e serviços, alguns

são trabalhadores precarizados (sem carteira assinada), e o padrão das habitações

segue a representação da Figura 28 e Figura 29.

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FIGURA 28: Samambaia: padrão habitacional do setor ocupado pela população de

rendas média/baixa. Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

FIGURA 29: Samambaia: Habitações de média/baixa renda. No alto, ao fundo, Taguatinga. Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

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Sua espacialidade é a mais comum em Samambaia, tanto no limite norte,

onde está Taguatinga, como no limite Sul, onde está o Recanto das Emas. Quem sai

de Brasília sentido Samambaia, cruza a cidade de Leste para Oeste, vindo pelas

rodovias, de forma que inicia seu passeio por Samambaia cruzando as áreas de alto

padrão, e numa seqüência decrescente, pouco a pouco vai passando pelos setores

habitacionais mais pobres, até que se inicie as áreas rurais, no trajeto que chega a

Goiânia pela BR-060.

Porém, o setor habitacional mais pobre de Samambaia, o setor segregado, é

denominada “Expansão”, e na Figura 23 destaca-se como a área em vermelho. É

uma área cuja urbanização é resultado das ações dos movimentos de luta por

moradia que pressionaram o poder público local na concessão da área para a

construção de suas moradias. Ademais, existem invasões ao longo do Linhão de

Furnas.

Os habitantes são geralmente desempregados, catadores de materiais

reciclados, pessoas com empregos precarizados. As casas foram construídas no

sistema de auto construção, o bairro não apresenta mais do que ruas já asfaltadas,

mas é bastante precário em termos do tipo de moradia (casas pequenas, geralmente

sem reboco), inexistem equipamentos urbanos disponíveis para a população,

transporte coletivo, enfim (Figura 30).

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FIGURA 30: Samambaia: Casas do Setor Expansão. Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

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Os lotes dos moradores de Expansão foram doados pela administração da

Região Administrativa de Samambaia, via Governo do Distrito Federal, porém, há

uma falha em todo o sistema de transportes, saúde pública, pois a população, que é

marginalizada, convive com a dificuldade de acesso a Samambaia, e protesta contra

a situação vivenciada no lugar (Figura 31). FIGURA 31: Samambaia: Setor Expansão – faixas de protesto da Associação de

Moradores. Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

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Quando vislumbramos as enormes diferenças entre as partes da cidade de

Samambaia, entendemos que esta é produto da lógica da produção do espaço

urbano típica de Brasília, mas cuja tessitura decorre das condições históricas e da

dinâmica da sociedade brasileira. Logo,

“O espaço é um produto material em relação com outros elementos materiais – entre outros, homens que entram também em relações sociais determinadas, que dão ao espaço (bem como aos outros elementos da combinação) uma forma, uma função, uma significação social. Portanto, ele não é uma pura ocasião de desdobramento da estrutura social, mas a expressão concreta de cada conjunto histórico, no qual uma sociedade se especifica”. (CASTELLS, 1975, 184). Grifos do autor.

Para David Harvey, em sua obra “A Justiça Social e a Cidade” (1980), a

diferenciação residencial segundo grupos (para nós, um dos elementos da

segregação) significa acesso diferenciado aos elementos que dão suporte e

dinamizam a vida urbana, entre os quais a proximidade às facilidades da vida

urbana como água, esgoto, áreas verdes, melhores serviços educacionais, e

ausência de proximidade aos custos da cidade como crime, serviços educacionais

inferiores, ausência de infra-estrutura etc.

Assim, podemos inferir que há, no contexto de Samambaia, dois extremos

segregados: o bairro Expansão, onde estão os moradores que vivencias a pior

estruturação urbana possível, bem como os habitantes que ocupam as áreas no

linhão de Furnas, e de outro lado, os habitantes do setor de mansões, onde não só a

sua renda permite um acesso ao consumo mais dinâmico, mas onde – pasmem! – o

poder público faz investimento dotando aqueles espaços com os melhores aparelhos

públicos possíveis, já que vivem em bairros com arborização, jardins bem cuidados,

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quadras poliesportivas, ruas asfaltadas e bem cuidadas, praças, equipamentos

públicos diferenciados como academias ao ar livre.

Tanto os habitantes do setor de mansões, como os que vivem nos prédios de

alta renda, estão localizados ao longo das porções centro-leste de Samambaia Norte

e Samambaia Sul, próximo as principais vias de circulação e próximos da rede de

comércio, serviços e da estrutura pública (administração regional, ministério público,

fórum, delegacia de polícia, bancos, Instituto Federal, etc) apresentados na Figura

32, e toda sorte de equipamentos públicos (ciclovias, parques, jardins bem cuidados,

arborização, equipamentos públicos para ginástica, etc), conforme Figura 33.

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FIGURA 32: Samambaia: Aparelhos públicos localizados nos bairros de média e alta renda.

Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

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FIGURA 33: Samambaia: Aparelhos públicos e jardins bem cuidados no setor de Mansões.

Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

As estruturas criadas pelo Estado fazem com que o espaço se valorize ainda

mais onde estas estão presentes. Quem tem uma casa ou apartamento perto destes

lugares, ganha com a valorização do imóvel e as facilidades que estes

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equipamentos ou serviços públicos trazem em termos de saúde, qualidade de vida,

embelezamento urbano, acesso a bens e serviços como hospitais, segurança

pública, educação, transportes, etc.

Na periferia de Samambaia, nada disso acontece, e a população fica a deriva,

esquecida pelo poder público local, pagando um preço alto pela distância em

acessar estes bens que se localizam no lado oposto da cidade. Logo, podemos dizer

que há uma Samambaia para os ricos, e uma Samambaia para os pobres, pois a

cidade é dividida, com um espaço fragmentado em 3 partes: Nordeste/Sudeste, com

os setores ocupados pela classe média e classe alta, Centro Norte e Centro Sul,

com a classe média baixa, e Extremo Oeste e entorno do Linhão de Furnas, onde

está assentada a população pobre.

No ponto central desta segregação dos serviços está o Estado, tanto na figura

do Governo do Distrito Federal, como na administração regional de Samambaia, que

executa os investimentos em infra estrutura. No nível local, o Estado é um grande

indutor da segregação.

Segundo Marcuse (2004), os padrões urbanísticos são definidos pelo Estado

e em decorrência de uma entre tantas tarefas que são suas, o Estado atual

implantando toda uma infra-estrutura mínima (estradas, ruas, asfaltamento,

iluminação pública, postos de saúde, praças, etc). Logo, “Está, pois, claramente, no

âmbito dos poderes mais abrangentes do Estado a permissão ou a proibição da

segregação. Assim, se em qualquer sociedade houver segregação ela ocorrerá com

a sanção tácita, quando não explicita, por parte do Estado” (MARCUSE, 2004, pág.

23).

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Samambaia é um exemplo típico da urbanização periférica do Distrito Federal.

Iguala-se em termos sociais e espaciais com os fenômenos de exclusão social e

segregação espacial que acontecem em outras porções do DF, sobretudo os

núcleos urbanos do Recanto das Emas, Ceilândia, no Gama, em Santa Maria, em

São Sebastião, na SCIA, em Planaltina e em Brazlândia, só para citar as cidades

mais pobres do DF.

O Distrito Federal é uma cidade segregacionista, e os moradores de

Samambaia são segregados no contexto desta metrópole, e são segregados no seu

contexto local. Portanto, existe um conflito socioespacial.

“Os conflitos que se manifestam no interior do espaço citadino relacionam-se ao acesso desigual que detêm as frações da classe trabalhadora na divisão sociotécnica do trabalho, seja na distribuição da renda, na ocupação do solo, ou na distribuição dos equipamentos e serviços coletivos no espaço territorial. As frações da classe trabalhadora, além de ocupar, na divisão sociotécnica do trabalho, as funções sem especialização, e com baixa remuneração, ocupam as áreas periféricas, distantes dos meios de produção, brigando os trabalhadores, cotidianamente, ao percurso de longas distâncias, em equipamentos coletivos precário, no deslocamento centro-periferia”. (GONÇALVES, 1998, pág. 247).

Um dos elementos de integração entre Samambaia, Brasília e as demais

Regiões Administrativas, é o Metrô de Brasília, cujas linhas chegam a Samambaia,

com cinco estações, conforme Figura 34.

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FIGURA 34: Metrô de Brasília – linhas instaladas e em processo de expansão, 2013. Fonte: http://www.metro.df.gov.br/estacoes/linhas.html Acesso em: 29/10/2013.

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Porém, atrelado ao sistema de integração metroviário, está um precário

sistema de transporte via ônibus, onde se realizam tanto trajetos de pontos

específicos da cidade até o metrô, em sistema de integração, quatro linhas

metropolitanas diretas interligando Samambaia a Brasília ou às Regiões

Administrativas vizinhas.

De qualquer forma, o sistema de transporte em Samambaia, assim como em

todo o Distrito Federal, é lento, precário, insuficiente, desconfortável, com poucas

rotas e alternativas, bem como filas e ônibus lotados em praticamente todas as

linhas.

Em se tratando de uma cidade periférica, em Samambaia faz parte do

cotidiano local ônibus lotados, velhos e dificuldade para acessar o trabalho na

cidade e nas RAs vizinhas, conforme Figura 35.

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FIGURA 35: Samambaia – ônibus urbanos locais e metropolitanos sempre lotados, 2013.

Fonte: Trabalho de campo, Silva, R. B., 2013.

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Como vimos neste trabalho, a segregação socioespacial urbana é um

processo complexo. De qualquer forma, a segregação é um dos elementos da

produção do espaço urbano e, portanto, seu produto é a cidade diferenciada na

forma como se acomoda em seu interior os diferentes estratos sociais.

Para Caiado (2005), a configuração socioespacial resultante desse processo

de estruturação espacial marcada pela formação de extensas periferias

desassistidas social e economicamente, evidencia de forma indiscutível as

desigualdades sociais entre segmentos populacionais do espaço intraurbano,

presentes no processo de desenvolvimento nacional. A dinâmica urbana não apenas

reflete a estrutura social de uma dada sociedade, como também se constitui em

mecanismo específico de reprodução das desigualdades das oportunidades de

participar na distribuição da riqueza gerada na sociedade.

Segundo Maricato (2000), a exclusão social das cidades é uma das faces da

segregação social, onde a ausência de serviços infraestruturais é adicionada à difícil

acessibilidade aos bens e serviços públicos como saúde, educação, lazer, justiça

oficial e, ainda maior proximidade à criminalidade, insegurança e baixa oportunidade

profissional.

De acordo com Ribeiro e Santos Junior (2003), a segregação socioespacial

expressa, com efeito, as desigualdades existentes em uma cidade quando as

pessoas não têm acesso aos recursos materializados no espaço urbano, em razão

da localização residencial e da distribuição desigual dos equipamentos, serviços

urbanos, da renda monetária e do bem-estar social.

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Assim é Samambaia: uma cidade onde vive uma das populações mais pobres

do Distrito Federal, com baixo nível de qualificação, surgida de um processo de

ocupação desordenada do espaço em outras partes do DF e que pouco a pouco se

tornou receptáculo desta população excluída.

Samambaia é uma cidade dormitório para cerca da metade de sua população

de trabalhadores, cuja labuta diária é fora da cidade, é realizada em outros espaços

do DF, e para onde vão todos os dias em seus veículos próprios, detido por 25% da

população, ou em ônibus e metrô lotados.

É uma cidade segregada em relação às regiões administrativas mais ricas do

DF, que também conduz a processos segregacionistas internos, revelados pelos

seus conteúdos urbanos em termos de habitação, habitabilidade, oportunidades.

Em termos de moradia, Samambaia se revela por inteiro na distribuição dos

imóveis de alto padrão (Figura 36) ou na qualidade e quantidade de suas habitações

precárias (Figura 37), nesta urbs que dia a dia se transforma e se dinamiza como um

dos centros urbanos mais importantes do Distrito Federal, pela quantidade de

habitantes que ali vivem, produzindo suas realidades.

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Fonte: PDAD, 2011.

268

Escela

0 1,25 2,15

UTM Zona 23 Sui Datum Horizontal:Astro chu41

Area nao Havit6vel "Linhoo" de Furnas

Estade Furnas

Samambala - Distribuie-Ao Espaclaldos lm6veis de alto padrAo por Setores Censit6rios,2013.

IISomente mansoes (altissirno padrao)

D Predomfnlo de casas de alto padrAo

D PMdlos de alto Padrao

DPredomfnio de im6veis de m6dio a baixo padrAo

Datum Vertical: lmbituba SC Parque Florestal "Boca da Mata•

FIGURA 36: Mapa da Distribui ao Espacial dos lm6veis de Alto Padrao em Samambaia OF, 2013.

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Fonte: PDAD, 2011.

FIGURA 37: Mapa de Padrão e Disstribuição dos Imóveis Precários em Samambaia DF, 2013.

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Quando analisamos os padrões de distribuição das classes de renda (Figura 24), a distribuição dos imóveis de alto padrão (Figura 36), bem como a distribuição

dos imóveis precários (Figura 37), chegamos à conclusão que o processo de

produção do espaço urbano de Samambaia que no seu início previu a “coexistência”

de três classes sociais distintas ocupando o território, na verdade, resultou na

definição de que espaço e de qual cidade cabe a cada cidadão.

Isso é verdade quando se cruza as informações das características urbanas e

dos aparelhos públicos existentes em cada parte desta cidade tripartite. E revela

também o lugar dos excluídos e sua falta de acessibilidade, revelando, a um só

tempo, que o espaço urbano é produtor e produto de uma sociedade brasileira

extremamente desigual e contraditória.

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CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS

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Verificamos que em Samambaia existem diferenças em seu interior, o que

mostra que não é possível apenas fazer uma generalização de algumas políticas

urbanas, mas como salienta KOGA (2003), realizar um novo modo de compreender

a dinâmica de uma cidade, colocando na desagregação territorial um elemento

fundamental capaz de possibilitar medidas geo-sociais. Isto é, partindo das

diferenças e desigualdades para se compreender a totalidade.

Observamos ocupações algumas vezes ilegais do ponto de vista dos direitos

instituídos de propriedade, que visibilizam e problematizam a má distribuição da

riqueza, o acesso à cidade, cujo espaço atribui a esta contestação implícita um

caráter de concretude. Elas acontecem e impõem-se contrariando as relações de

propriedade privada e a lógica capitalista da produção do espaço-território urbano,

interferindo nos valores/preços da terra do seu entorno. Todavia, e isso fica por

conta das contradições e das circunstâncias conjunturais locais, o poder público

muitas vezes reafirma estas ocupações nas suas condições de ilegalidade.

Também notamos a questão da segregação quando moradores do “Setor

Expansão” disseram que os policiais não vêem o local com “bons olhos” e não se

importam muito com a segurança de seus habitantes, o que nos mostra uma grande

estigmatização dos que ali moram, gerando um descaso desse setor público com os

problemas vividos pelos moradores. Alguns entrevistados nos relataram que "as

autoridades não se preocupam com essa parte da cidade (Expansão), pois nessa

área só residem pessoas pobres e sem estudo".

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Isso denota um traço da segregação socioespacial, já que o processo de

segregação também é observado pelas condições subjetivas de existência e de

apropriação do espaço, verificado nessa estigmatização do local por parte das

autoridades policiais e expresso pelo discurso do entrevistado revelador da auto-

imagem que têm de si os que habitam esta parte da região administrativa.

No Setor “Expansão”, há ainda a carência de alguns meios de consumo

coletivo, o que faz com os moradores tenham que se deslocar, mas como o setor

fica num local afastado e o transporte coletivo não supre adequadamente os

moradores do mesmo, observamos o que Santos (1990) chama de “imobilidade

relativa”, o que se configura num sintoma mais forte de segregação do que

indisponibilidade de infra-estrutura de uma área.

Juntamente a isso, percebemos que o referido localiza-se num setor da região

administrativa que o poder público “reservou”, inicialmente, para uma população de

baixo nível socioeconômico, sendo que, do outro extremo de Samambaia, estão os

segmentos de maior poder aquisitivo, o que reforça o padrão de segregação

destacado por Villaça (2001), que se dá em conjuntos de bairros num mesmo setor

urbano. Ainda há o fato de que o local é estigmatizado por parte de autoridades,

como os policiais e habitantes de outros setores da região administrativa, sendo isso

sentido pelos moradores, na medida em que, com isso, lhes é retirada uma condição

digna de pertencimento à cidade.

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Assim, no Setor “Expansão” observamos a situação de segregação

socioespacial urbana nos moldes pensados por Castells, na medida em que

podemos notar uma estratificação social, percebida pelo baixo nível socioeconômico

da população e a falta de acesso aos meios de consumo coletivo, aliada a uma

polarização espacial, já que o local está distante do restante da região

administrativa, configurando-se como um reduto de pobreza e precariedade.

Ainda, como Lefebvre ressalta, temos uma repercussão cultural produzida,

pois há uma grande estigmatização do setor por parte de habitantes de outros locais

da cidade e até mesmo por autoridades, como o caso de policiais, que consideram o

setor como um local homogêneo, habitado apenas pelo “resto ruim da cidade”.

Isso vem corroborar a idéia de Lojkine, já que observamos que o poder

público acentua a segregação ao não instalar os equipamentos urbanos adequados

num local de habitações de interesse popular, como nesse caso.

Notamos também que as formas de produção do espaço urbano, no que se

refere à tendência contínua de expansão territorial, por abertura de loteamentos,

geram condições favoráveis ao crescente aumento dos preços dos lotes e

edificações que, em função dessa expansão, tornam-se mais centrais ou menos

periféricos. Além disso, há práticas de especulação imobiliária que aceleram essa

dinâmica, como a estratégia de lotear em descontínuo, gerando muitos vazios

urbanos, que são deixados sem uso para uma futura incorporação urbana, a ser

realizada em momento que traga um lucro maior para seus proprietários. Esse

conjunto de práticas faz com que a população pobre tenha que se deslocar para

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locais cada vez mais periféricos, que são os únicos acessíveis a uma parcela da

população que tem um poder aquisitivo muito baixo e não consegue comprar ou

pagar aluguel de imóveis melhor localizados.

A questão habitacional é considerada um problema, mas um problema cuja

solução não interessa ao sistema vigente, pois o processo de produção do espaço

urbano e os sistemas de manutenção do status quo pelos segmentos de maior

poder aquisitivo determinam um processo de segregação socioespacial.

Muitas vezes ocorre, sob certos ângulos, um mascaramento da realidade.

Como os assentamentos são efetuados, na maioria das vezes, distantes da malha

urbana consolidada e como as ocorrências dessa prática têm sido em grande

número, a partir delas dá-se a expansão, havendo a realocação de famílias em

áreas mais periféricas e sem infra-estrutura, serviços e equipamentos urbanos.

Dessa forma, a expansão urbana gera a ocorrência do afastamento espacial

da população de menor poder aquisitivo. Nos vazios criados entre a malha urbana e

o loteamento ocorre uma valorização dos imóveis.

A população que vai para os loteamentos, no decorrer do processo, acaba

sofrendo conseqüências dessa prática, e entre elas o aumento das despesas com

locomoção, o que determina ainda mais a escassez de recursos em seus

orçamentos familiares, refletindo-se na diminuição de poder aquisitivo, em relação à

situação anterior à ida para o loteamento.

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Observamos que o Poder Público tem poder político para definição e realização de

políticas de habitação popular mesmo com poucos recursos, demonstrando o papel

do Estado na produção e reestruturação do espaço urbano, definindo os locais

destinados aos segmentos de pequeno ou nenhum rendimento, reforçando, no

espaço, a diferenciação decorrente da divisão social do trabalho e intervindo nos

eixos de expansão urbana.

Sendo assim, conforme já enfatizou Castells (2000), muitas políticas

promovem, acentuam e consolidam o acesso desigual à cidade, em favor da classe

alta e contra a classe popular.

Verificamos que as formas de produção do espaço urbano e as práticas do

poder público e da iniciativa privada, muitas vezes com fins especulativos, fazem

com que a população pobre vá para locais mais periféricos, onde a distância e a

ausência de infraestrutura e equipamentos públicos torna os terrenos baratos, os

únicos acessíveis a esses moradores.

Nesse sentido, vemos como a produção do espaço e, especialmente, a

produção de descontinuidade do tecido urbano, auxilia na constituição da

segregação socioespacial. Assim, temos locais segregados, apartados do todo

social, locais onde os moradores ficam, de certa forma, cativos de seu espaço, já

que as dificuldades de transporte, as distâncias em relação ao local de emprego

geram uma certa imobilidade, impedindo uma interação para com o resto da cidade.

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A supressão da liberdade de ir e vir é uma marca deste momento na cidade

capitalista, onde o poder de grupos sociais específicos supera a própria ação

ordenadora do Estado.

Dessa forma, concordamos com Lefebvre (1991, 1999), que vê o espaço não

só como o lugar onde as políticas sociais acontecem, mas também como uma

dimensão que interfere no movimento e no processo de constituição dessas práticas

sociais.

Além disso, o agravamento do desemprego contribui substancialmente para

tornar as cidades, principalmente nos países pobres, onde as diferenças

socioeconômicas são mais acentuadas, em espaços cada vez mais difíceis de se

viver. Assim, podemos perceber que a desestruturação social atual não se

concretiza somente nas formas de exclusão/inserção de grupos sociais distintos,

mas também nas formas de apropriação dos diferentes espaços urbanos.

A dessimetria social e espacial marcada por extremos de riqueza x pobreza,

emprego x desemprego, representa a forma na qual está se dando a inserção das

diferentes classes sociais no mundo urbano em construção. Estes fatores têm se

tornado preponderantes na formação de territórios urbanos, onde os grupos sociais

se identificam e criam identidades físicas e mentais.

Desse modo, o poder público tem o dever de investir em lugares que,

realmente, mais precisam de benefícios públicos ao invés de deixá-los

abandonados, gastando o dinheiro público nos locais onde residem segmentos de

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médio e alto poder aquisitivo, decisões essas que, algumas vezes, têm por

finalidade obter benefícios pessoais em troca.

Para se alcançar uma maior equidade territorial é necessário se investir mais

nas áreas pior equipadas e nas quais as demandas por meios de consumo coletivo

são maiores, já que, justamente nelas, os habitantes mais necessitam dos serviços

públicos gratuitos, por conta de seus baixíssimos rendimentos econômicos. Além

disso, é preciso amenizar as determinantes da segregação socioespacial,

melhorando o sistema de transportes para esses loteamentos mais distantes, o que

significa um aumento na qualidade e no número de linhas, aliado ao barateamento

dos custos, pois, para se vivenciar o urbano, é imprescindível que haja a reunião, a

relação, o encontro e a oportunidade de convívio entre as diferenças. E isso torna-se

impossível sem a possibilidade de deslocamento daqueles que vivem ou freqüentam

os espaços urbanos.

Assim, entendemos que para que haja a superação da segregação, faz-se

necessária uma estratégia política. E essa estratégia política deve obrigatoriamente

apoiar-se na presença e na ação justamente dos indivíduos que são vítimas desse

processo de segregação.

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