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Prefeitura Municipal de Cajamar do Estado de São Paulo CAJAMAR - SP Diretor de Escola Concurso Público – Edital Nº 02/2018 NB036-2018

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Prefeitura Municipal de Cajamar do Estado de São Paulo

CAJAMAR-SPDiretor de Escola

Concurso Público – Edital Nº 02/2018

NB036-2018

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DADOS DA OBRA

Título da obra: Prefeitura Municipal de Cajamar do Estado de São Paulo

Cargo: Diretor de Escola

(Baseado no Concurso Público – Edital Nº 02/2018)

• Língua Portuguesa• Atualidades

• Legislação e Conhecimentos Pedagógicos • Conhecimentos Específicos

Gestão de ConteúdosEmanuela Amaral de Souza

Diagramação/ Editoração EletrônicaElaine Cristina

Ana Luiza CesárioThais Regis

Produção EditoralLeandro Filho

CapaJoel Ferreira dos Santos

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APRESENTAÇÃO

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SUMÁRIO

Língua Portuguesa

Interpretação de Texto. ........................................................................................................................................................................................01Significação das palavras: sinônimos, antônimos, ..................................................................................................................................... 07Sentido próprio e figurado das palavras. ...................................................................................................................................................... 07Ortografia Oficial. ...................................................................................................................................................................................................70Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................14Acentuação. ..............................................................................................................................................................................................................74Emprego das classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção (classificação e sentido que imprime às relações entre as orações). ................................................................................................. 17Concordância verbal e nominal. ....................................................................................................................................................................... 55Regência verbal e nominal. .................................................................................................................................................................................60Crase. ...........................................................................................................................................................................................................................68Colocação pronominal. .........................................................................................................................................................................................66

Atualidades

Questões relacionadas a fatos políticos, econômicos, sociais e culturais, nacionais e internacionais, divulgados na mídia local e/ou nacional, veiculados nos últimos 06 (seis) meses anteriores à data da prova. .......................................................... 01

Legislação e Conhecimentos Pedagógicos

A educação escolar – atuais tendências e exigências. ............................................................................................................................. 01Currículo e o pleno desenvolvimento do educando. ............................................................................................................................... 05A construção de uma escola democrática e inclusiva. ............................................................................................................................ 16A qualidade social da educação escolar e a educação para a diversidade numa perspectiva multicultural. ..................... 31Relação professor-aluno, escola-comunidade. ........................................................................................................................................... 36A educação escolar como direito e dever do estado. ............................................................................................................................... 54Financiamento da educação. .............................................................................................................................................................................54Concepções Filosóficas da Educação. ............................................................................................................................................................ 55Relação Educação – Sociedade – Cultura. Tendências pedagógicas na prática escolar. Planejamento, metodologia e avaliação do processo ensino/aprendizagem .............................................................................................................................................. 58

Bibliografia Sugerida: BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, MEC/SEESP, 2008. .......................................................................................................................................... 71BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL –1988. (Artigos 5º, 6º; 205 a 214) ................................... 71BRASIL. LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança do Adolescente-ECA ..................... 92BRASIL. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB ..... 147BRASIL. RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 17 DE JUNHO DE 2004..........................................................................................................164Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (anexo o Parecer CNE/CP nº 3/2004) .........................................................................................164BRASIL. RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 4, DE 13 DE JULHO DE 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (anexo o Parecer CNE/CEB nº 7/2010).........................................................................................................................166BRASIL. RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 30 DE MAIO DE 2012. Estabelece Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (anexo o Parecer CNE/CP nº 8/2012) .......................................................................................................................176ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ......................................................................................................................................................177Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e Protocolo Facultativo. 2013.6.949, de 25 de Agosto de 2009Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007 ................................................................................................................................178PERRENOUD, Philippe. “10 novas competências para ensinar”. Porto Alegre. Artmed .............................................................193PERRENOUD, Philippe. Formando Professores Profissionais, Porto Alegre. Artmed-Artes Médicas Sul, 2001 - Edição revisada ......................................................................................................................................................................................................................193

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SUMÁRIO

MOREIRA, Antonio Flávio B. (Org.) – Currículo – Questões atuais – Papirus Editora. .................................................................193HOFFMANN, Jussara – Avaliação Mediadora – Editora Mediação – 2000 ......................................................................................198CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva com os Pingos nos Is. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2005 .......................201CORTELLA, Mário Sérgio. A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. Ed. São Paulo, Cortez, 2011 ............................................................................................................................................................................................................................206FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011 ..................................................................................................................................................................................................................216LA TAILLE, Yves. DANTAS, Heloisa e OLIVEIRA, Marta Kohl de, Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. 24. ed., São Paulo: Summus, 1992 .............................................................................................................................................221MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. UNESCO/Cortez Editora, cap. III e IV, p. 47-78, e cp. VI, 93 -104, 2000 ....................................................................................................................................................................................................226RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e competência. 20. ed., São Paulo: Cortez, 2011 ........................................................................226SACRISTÀN, J. Gimeno; PÉREZ GOMES, A. I. Compreender e transformar o ensino. 4. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2000. ...........................................................................................................................................................................................................................229SAVIANI, Dermeval. Histórias das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas; Autores Associados, 2010 .............................229TEIXEIRA, Anísio. A escola pública universal e gratuita. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.26, n.64, out./dez. 1956. p. 3-27. .............................................................................................................................................................................231

Conhecimentos Específicos

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil- 3a ed. São Paulo: Moderna 2006. ..............01BOURDIEU, Pierre. A Escola Conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. Escritos de Educação. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. ..........................................................................................................................................................................01FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2013. ..........................................................................................................................................................................................................................................02FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 57a ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014. ...................................................................................................03LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, José Ferreira de Toschi; SEABRA, Mirza. Educação escolar: política, estrutura e organização. 10a ed. São Paulo: Cortez, 2012 ..................................................................................................................................................................................................10LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1983. ..............................................................................................................................................12LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 17a ed. São Paulo: Cortez, 2005. ...........................................................21PARO, Vitor. A educação, a política e a administração: reflexões sobre a prática do diretor de escola In: Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n.3, p. 763-778, set./dez, 2010. .................................................................................................................................................................25PARO, Vitor. Diretor Escolar: educador ou gerente?. São Paulo: Cortez, 2015. ..................................................................................................25PARO, Vitor. Gestão Democrática da Escola Pública. 4a ed. São Paulo: Cortez, 2016. ....................................................................................26VYGOTSKY, L. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. ........................................................................................................26VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Inovações e Projeto Político-Pedagógico: uma relação regulatória ou emancipatória? In: Cader-no Cedes, Campinas, v. 23, n. 61, p. 267-281. ......................................................................................................................................................................27VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção possível. São Paulo: Papirus, 1998. ............28MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão. A prática pedagógica histórico-crítica na educação infantil e no ensino fundamental. Cam-pinas, SP: Autores Associados, 2011. ........................................................................................................................................................................................32MARTINS, Lígia Márcia. O desenvolvimento do psiquismo e a educação escolar: contribuições a luz da Psicologia Histórico--Cultural e da Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2013. ..................................................................................32SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Autores Associados, 1983. ............................................32SAVIANI, Dermeval. O papel do diretor de escola numa sociedade em crise. IN: Educação: do Senso Comum à Consciência Filosófica. Coleção Educação Contemporânea. 11a edição. São Paulo: Editora Autores Associados,1996, p.206 a 209. ............34SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. Campinas, SP: Autores Associados, 2011. ................35

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LÍNGUA PORTUGUESA

Leitura e interpretação de diversos tipos de textos (literários e não literários). ............................................................................ 01Sinônimos e antônimos. ......................................................................................................................................................................................07Sentido próprio e figurado das palavras. ...................................................................................................................................................... 07Pontuação. .................................................................................................................................................................................................................14Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem. ............................................................................................................................. 17Concordância verbal e nominal. ....................................................................................................................................................................... 55Regência verbal e nominal. ..................................................................................................................................................................................60Colocação pronominal. .........................................................................................................................................................................................66Crase. ............................................................................................................................................................................................................................68Ortografia Oficial. ....................................................................................................................................................................................................70Acentuação. ...............................................................................................................................................................................................................74

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LÍNGUA PORTUGUESA

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO

LITERÁRIOS).

Sabemos que a “matéria-prima” da literatura são as pa-lavras. No entanto, é necessário fazer uma distinção entre a linguagem literária e a linguagem não literária, isto é, aquela que não caracteriza a literatura.

Embora um médico faça suas prescrições em deter-minado idioma, as palavras utilizadas por ele não podem ser consideradas literárias porque se tratam de um voca-bulário especializado e de um contexto de uso específi-co. Agora, quando analisamos a literatura, vemos que o escritor dispensa um cuidado diferente com a linguagem escrita, e que os leitores dispensam uma atenção diferen-ciada ao que foi produzido.

Outra diferença importante é com relação ao trata-mento do conteúdo: ao passo que, nos textos não literá-rios (jornalísticos, científicos, históricos, etc.) as palavras servem para veicular uma série de informações, o texto literário funciona de maneira a chamar a atenção para a própria língua (FARACO & MOURA, 1999) no sentido de explorar vários aspectos como a sonoridade, a estrutura sintática e o sentido das palavras.

Veja abaixo alguns exemplos de expressões na lin-guagem não literária ou “corriqueira” e um exemplo de uso da mesma expressão, porém, de acordo com alguns escritores, na linguagem literária:

Linguagem não literária: 1- Anoitece. 2- Teus cabelos loiros brilham. 3- Uma nuvem cobriu parte do céu. ...

Linguagem literária: 1- A mão da noite embrulha os horizontes. (Alvaren-

ga Peixoto)2- Os clarins de ouro dos teus cabelos cantam na luz!

(Mário Quintana)3- um sujo de nuvem emporcalhou o luar em sua

nascença. (José Cândido de Carvalho) Como distinguir, na prática, a linguagem literária da

não literária?- A linguagem literária é conotativa, utiliza figuras

(palavras de sentido figurado), em que as palavras adqui-rem sentidos mais amplos do que geralmente possuem.

- Na linguagem literária há uma preocupação com a escolha e a disposição das palavras, que acabam dando vida e beleza a um texto.

- Na linguagem literária é muito importante a manei-ra original de apresentar o tema escolhido.

- A linguagem não literária é objetiva, denotativa, preocupa-se em transmitir o conteúdo, utiliza a palavra em seu sentido próprio, utilitário, sem preocupação artística. Geralmente, recorre à ordem direta (sujeito, verbo, com-plementos).

Leia com atenção os textos a seguir e compare as lin-guagens utilizadas neles.

Texto AAmor (ô). [Do lat. amore.] S. m. 1. Sentimento que pre-

dispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. 2. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro ser ou a uma coisa; devoção, culto; adoração: amor à Pátria; amor a uma causa. 3. Inclinação ditada por laços de família: amor filial; amor conjugal. 4. Inclinação forte por pessoa de outro sexo, geralmente de caráter sexual, mas que apresenta grande variedade e comportamentos e rea-ções.

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Nova Fronteira.

Texto BAmor é fogo que arde sem se ver;É ferida que dói e não se sente;É um contentamento descontente;é dor que desatina sem doer. Luís de Camões. Lírica, Cultrix.

Você deve ter notado que os textos tratam do mesmo assunto, porém os autores utilizam linguagens diferentes.

No texto A, o autor preocupou-se em definir “amor”, usando uma linguagem objetiva, científica, sem preocupa-ção artística.

No texto B, o autor trata do mesmo assunto, mas com preocupação literária, artística. De fato, o poeta entra no campo subjetivo, com sua maneira própria de se expres-sar, utiliza comparações (compara amor com fogo, ferida, contentamento e dor) e serve-se ainda de contrastes que acabam dando graça e força expressiva ao poema (con-tentamento descontente, dor sem doer, ferida que não se sente, fogo que não se vê).

Questões

1-) Leia o trecho do poema abaixo.

O Poeta da Roça Sou fio das mata, cantô da mão grosa Trabaio na roça, de inverno e de estio A minha chupana é tapada de barro Só fumo cigarro de paia de mio. Patativa do Assaré

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LÍNGUA PORTUGUESA

A respeito dele, é possível afirmar que

(A) não pode ser considerado literário, visto que a lin-guagem aí utilizada não está adequada à norma culta for-mal.

(B) não pode ser considerado literário, pois nele não se percebe a preservação do patrimônio cultural brasileiro.

(C) não é um texto consagrado pela crítica literária. (D) trata-se de um texto literário, porque, no processo

criativo da Literatura, o trabalho com a linguagem pode aparecer de várias formas: cômica, lúdica, erótica, popular etc

(E) a pobreza vocabular – palavras erradas – não permi-te que o consideremos um texto literário.

Leia os fragmentos abaixo para responder às questões

que seguem:

TEXTO IO açúcarO branco açúcar que adoçará meu cafénesta manhã de Ipanemanão foi produzido por mimnem surgiu dentro do açucareiro por milagre.Vejo-o puroe afável ao paladarcomo beijo de moça, águana pele, florque se dissolve na boca. Mas este açúcarnão foi feito por mim.Este açúcar veioda mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,

dono da mercearia.Este açúcar veiode uma usina de açúcar em Pernambucoou no Estado do Rioe tampouco o fez o dono da usina.Este açúcar era canae veio dos canaviais extensosque não nascem por acasono regaço do vale.Em lugares distantes, onde não há hospitalnem escola,homens que não sabem ler e morrem de fomeaos 27 anosplantaram e colheram a canaque viraria açúcar.Em usinas escuras,homens de vida amargae duraproduziram este açúcarbranco e purocom que adoço meu café esta manhã em Ipanema.

Fonte: “O açúcar” (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228)

TEXTO II

A cana-de-açúcar

Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A re-gião que durante séculos foi a grande produtora de cana-de--açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos de massapé, além da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de--açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imen-sa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.

2-) Para que um texto seja literário:a) basta somente a correção gramatical; isto é, a expres-

são verbal segundo as leis lógicas ou naturais.b) deve prescindir daquilo que não tenha correspondên-

cia na realidade palpável e externa.c) deve fugir do inexato, daquilo que confunda a capaci-

dade de compreensão do leitor.d) deve assemelhar-se a uma ação de desnudamento. O

escritor revela, ao escrever, o mundo, e, em especial, revela o Homem aos outros homens.

e) deve revelar diretamente as coisas do mundo: senti-mentos, ideias, ações.

3-) Ainda com relação ao textos I e II, assinale a opção incorreta

a) No texto I, em lugar de apenas informar sobre o real, ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principal-mente como um meio de refletir e recriar a realidade.

b) No texto II, de expressão não literária, o autor informa o leitor sobre a origem da cana-de-açúcar, os lugares onde é produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.

c) O texto I parte de uma palavra do domínio comum – açúcar – e vai ampliando seu potencial significativo, explo-rando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o açúcar – branco, doce, puro – e a vida do trabalhador que o produz – dura, amarga, triste.

d) No texto I, a expressão literária desconstrói hábitos de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de novas formas de dizer.

e) O texto II não é literário porque, diferentemente do lite-rário, parte de um aspecto da realidade, e não da imaginação.

Gabarito

1-) D

2-) D – Esta alternativa está correta, pois ela remete ao caráter reflexivo do autor de um texto literário, ao passo em que ele revela às pessoas o “seu mundo” de maneira peculiar.

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LÍNGUA PORTUGUESA

3-) E – o texto I também fala da realidade, mas com um cunho diferente do texto II. No primeiro há uma colocação diferenciada por parte do autor em que o objetivo não é unicamente passar informação, existem outros “motiva-dores” por trás desta escrita.

É muito comum, entre os candidatos a um cargo pú-blico, a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos.

Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão aju-dar no momento de responder às questões relacionadas a textos.

Texto – é um conjunto de ideias organizadas e rela-

cionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação comunicativa (capacidade de co-dificar e decodificar ).

Contexto – um texto é constituído por diversas fra-ses. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser trans-mitido. A essa interligação dá-se o nome de contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um sig-nificado diferente daquele inicial.

Intertexto - comumente, os textos apresentam re-

ferências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se intertexto.

Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma

interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Normalmente, numa prova, o candidato é convi-

dado a: 1. Identificar – é reconhecer os elementos funda-

mentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advér-bios, os quais definem o tempo).

2. Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto.

3. Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito.

4. Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou se-cundárias em um só parágrafo.

5. Parafrasear – é reescrever o texto com outras pa-lavras.

Condições básicas para interpretar Fazem-se necessários: a) Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros

literários, estrutura do texto), leitura e prática;b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do

texto) e semântico; Observação – na semântica (significado das palavras)

incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e cono-tação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de lingua-gem, entre outros.

c) Capacidade de observação e de síntese e d) Capacidade de raciocínio. Interpretar X compreender

Interpretar significa- explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.- Através do texto, infere-se que...- É possível deduzir que...- O autor permite concluir que...- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...

Compreender significa- intelecção, entendimento, atenção ao que realmente

está escrito.- o texto diz que...- é sugerido pelo autor que...- de acordo com o texto, é correta ou errada a afirma-

ção...- o narrador afirma...

Erros de interpretação É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência

de erros de interpretação. Os mais frequentes são: a) Extrapolação (viagem) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias

que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação.

b) Redução É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a

um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendi-mento do tema desenvolvido.

c) Contradição Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do can-

didato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-quentemente, errando a questão.

Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor

e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso, o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada mais.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pro-nome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.

OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-

-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao ante-cedente.

Os pronomes relativos são muito importantes na in-terpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:

que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente,

mas depende das condições da frase.qual (neutro) idem ao anterior.quem (pessoa)cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois

o objeto possuído. como (modo)onde (lugar)quando (tempo)quanto (montante)

Exemplo:Falou tudo QUANTO queria (correto)Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria

aparecer o demonstrativo O ).Dicas para melhorar a interpretação de textos- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do

assunto;- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa

a leitura;- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto

pelo menos duas vezes;- Inferir;- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do

autor;- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor

compreensão;- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de

cada questão;- O autor defende ideias e você deve percebê-las;

Segundo Fiorin:-Pressupostos – informações implícitas decorrentes

necessariamente de palavras ou expressões contidas na frase.

- Subentendidos – insinuações não marcadas clara-mente na linguagem.

- Pressupostos – verdadeiros ou admitidos como tal. - Subentendidos – de responsabilidade do ouvinte.

- Falante não pode negar que tenha querido transmitir a informação expressa pelo pressuposto, mas pode negar que tenha desejado transmitir a informação expressa pelo subentendido.

- Negação da informação não nega o pressuposto. - Pressuposto não verdadeiro – informação explícita

absurda. - Principais marcadores de pressupostos: a) adjetivos;

b) verbos; c) advérbios; d) orações adjetivas; e) conjunções.

QUESTÕES

(Agente Estadual de Trânsito – DETRAN - SP – Vu-nesp/2013)

O uso da bicicleta no Brasil

A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta é um dos principais veículos nas ruas. Ape-sar disso, cada vez mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa comparação entre todos os meios de transporte, um dos que oferecem mais vantagens.

A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicle-tas e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos considerados veículos, com direito de circulação pe-las ruas e prioridade sobre os automotores.

Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha; a diminuição dos congestio-namentos por excesso de veículos motorizados, que atin-gem principalmente as grandes cidades; o favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e, claro, nos impostos.

No Brasil, está sendo implantado o sistema de com-partilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo, o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitu-ra, em parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a esse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é R$10 e o do passe diário, R$5, podendo-se utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão espalhadas em pontos estratégicos.

A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte, ou desconhecem as leis que abrangem a bike.

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ATUALIDADES

1 Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como recursos hídricos, segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável e ecolo-gia. .................................................................................................................................................................................................................................01

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ATUALIDADES

1 TÓPICOS RELEVANTES E ATUAIS DE DIVERSAS ÁREAS, TAIS COMO RECURSOS

HÍDRICOS, SEGURANÇA,TRANSPORTES, POLÍTICA, ECONOMIA,

SOCIEDADE, EDUCAÇÃO, SAÚDE, CULTURA, TECNOLOGIA, ENERGIA, RELAÇÕES

INTERNACIONAIS, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E ECOLOGIA.

1 - Febre amarelaDesde 2016, algumas regiões do Brasil têm enfren-

tado um surto de febre amarela, mas foi em 2018 que a crise se intensifi cou, com aumento de casos da doença. A febre amarela é transmitida por mosquitos silvestres, que ocorre em áreas de fl orestas e matas. Na área urbana, o mosquito transmissor é o Aedes aegypti.

A única forma de se prevenir é recorrer à vacinação, disponível nos postos de saúde, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo dados do Ministério da Saúde, entre de 1º julho de 2017 a 28 de fevereiro, foram 723 casos e 237 óbitos. Em 2017, houve 576 casos e 184 óbitos. Por isso, uma das indicações segundo especialistas na área da saúde, é evitar áreas rurais, caso a pessoa ainda não esteja vacinado. A vacina dura cerca de 10 anos.

As áreas mais atingidas pela febre amarela são os Es-tados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e São Paulo. De acordo com os especialistas, os índices atuais apontam que a atual situação supera o surto dos anos 80. Os prin-cipais sintomas da doença são febre, dor de cabeça, dores musculares, fadiga, náuseas, vômitos, entre outros.

Um dos pontos de mais destaque na mídia, quando se trata de febre amarela, é a falta de vacinas nos postos de saúde, devido à alta procura pela vacina, em janeiro de 2018. Na ocasião, as vacinas foram fracionadas para conter a alta demanda pelo serviço, por parte da população.

#FicaDica

FIQUE ATENTO!As provas em concursos públicos podem tratar sobre a alta procura pela vacina, motivada pela escassez, em meio à euforia popular em se vacinar, por conta dos índices de mortes. Vale também manter atenção quanto às formas de transmissão e de que a vacina, de fato, é melhor forma de se prevenir.

2 - Questão das armas nos EUAHistoricamente, os Estados Unidos têm políticas mais

fl exíveis de porte armas para os cidadãos, uma questão bastante inserida na cultura do país, diferentemente de nações como o Brasil.

Contudo, com os altos índices de ataques e tiroteios em escolas e outros locais publicados, na maioria das ve-zes crimes causados por civis com porte de armas, tem suscitado a discussão sobre endurecer o acesso às armas, com políticas menos fl exíveis.

No governo de Barack Obama (2009-2017), essas discussões foram intensifi cadas. O então presidente de-monstrava ser favorável à implantação de medidas mais rígidas, mas encontrou grande resistência de seus opo-nentes no Partido Republicano.

No atual governo de Donald Trump, que assumiu em 2017, essa discussão é tida pela Casa Branca como um assunto que pode esperar, por não se tratar de prioridade para o atual governo. A camada da sociedade norte-a-mericana inclinada a leis mais rígidas, defende que haja restrição na venda de armas.

É importante ressaltar que a questão das armas é um tema que divide a sociedade dos Estados Unidos. Camadas da sociedade, desde ONGs e pessoas da esfera política, defendem o controle das armas como forma de minimizar os ataques recentes. Porém quem é contra a ideia, acredita que o momento é propício para armar ainda mais a população.

#FicaDica

FIQUE ATENTO!Não é difícil de imaginar que algumas questões previstas em concursos relacionem o tema a Donald Trump, que claramente se mostrou favorável a ao direito de armar a população. Além disso, é possível que seja relacionado ainda a polêmica de envolve a indústria de armas, ou seja, para os críticos da flexibilidade de armamento, manter as atuais leis interessa esse mercado milionário, que vive um bom momento em 2018.

3 - Guerra comercial - China e EUADe um lado os gigantes norte-americanos, de ou-

tro a poderosa China. O embate comercial entre as duas potências tem infl uenciado o mercado de outros países. Em resumo, ambas as nações implementaram no fi nal do primeiro semestre de 2018 políticas mais rígidas e restri-ções de produtos dos dois países no mercado interno do oponente.

A primeira polêmica começou com imposição de ta-rifas dos EUA sobre cerca de US$ 34 bilhões em produtos da China, em julho de 2018. A justifi cativa da Casa Branca

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ATUALIDADES

é que a medida fortalece o mercado interno. A nação ain-da acusou a China de roubo de propriedade intelectual de produtos norte-americanos.

O governo chinês retaliou e aplicou taxas compatíveis em relação a centenas de produtos dos Estados Unidos, o que representa também cerca de US$ 34 bilhões. Esse cenário trouxe a maior guerra comercial de todos os tem-pos.

As medidas afetam a exportações de diversos produ-tos no mundo, desde petróleo, gás e outros produtos re-fi nados. Numa economia globalizada, embates como esse causam turbulência no mercado.

Antes das medidas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já havia anunciado a necessidade de rever as políticas comerciais com a China dando sinais de que seria rígido quanto às taxas. Nesse mesmo cenário, os chineses defenderam políticas mais favoráveis à integração, em um mundo o qual vigora economias globalizadas.

#FicaDica

FIQUE ATENTO!É importante manter atenção quanto à influência desse tema em relação ao Brasil. Há quem defenda que a situação favorece a comercialização de commodities para o mercado chinês.

4 - Crise na VenezuelaPelo menos há quatro ou cinco anos, a Venezuela tem

enfrentado instabilidade econômica, principalmente pelo desabastecimento de produtos básicos para consumo diário e crescente pobreza populacional. Também é pre-ciso considerar que a queda no valor do preço do petró-leo contribuiu para o empobrecimento do país, levando em conta de que se trata da principal economia da nação.

Os confl itos políticos também ganharam espaço, em meio a protestos violentos entre manifestantes contrários e favoráveis ao governo de Nicolás Maduro, o atual presi-dente do país. A rivalidade entre os grupos se intensifi cou após a morte de Hugo Chávez e chegada de Maduro ao poder.

Em 2018, a situação econômica se agravou trazendo mais miséria à população e busca por melhores condições de vida em outros países, especialmente o Brasil. A quan-tidade diária de venezuelanos que chegaram ao país, a partir de Roraima, tem suscitado confl itos na região, com crescimento de hostilidade da população em relação aos vizinhos sul-americanos.

A crise venezuelana é complexa e traz muitas narrativas, mas é preciso considerar um tema de muito destaque em 2018: a imigração. A chegada maciça de venezuelanos ao Brasil enfatiza mais um cenário de xenofobia em território nacional, em meio à rejeição da população de Roraima à chegada dos imigrantes.

#FicaDica

FIQUE ATENTO!Pode haver questões de atualidades com enunciados que requerem atenção e interpretação de texto. Uma boa compreensão do enunciado pode ser fundamental para chegar à resposta correta.

5 - Fake news nas eleições presidenciaisEm tempos de novas tecnologias e redes sociais, o

fenômeno fake news ganha espaço e torna-se um desafi o para o mundo, à medida que a propagação de notícias falsas se espalha facilmente. A circulação desse tipo de informação não é algo novo, esteve sempre presente na história da humanidade, e no passado não havia como checar dados facilmente.

Nos dias atuais, conviver com as notícias falsas tende a ser danoso, por promover alienação e desinformação entre a população. Muitos são os casos de mensagens falsas que circulam no WhatsApp sobre supostos ações ou medidas polêmicas diversas que geram desconforto às pessoas.

E em ano eleitoral, vigora a demanda por minimizar os efeitos da fake news, para que não haja comprome-timento quanto aos processos democráticos. Em 2017, em plena eleição dos Estados Unidos, onde culminou na eleição de Donald Trump, circulou informações falsas que favoreceram a campanha do republicano, diante da opo-nente, Hillay Clinton, do Partido Republicano.

No Brasil, a situação não é diferente. Em tempos de pleito, sempre circula nas redes sociais notícias falsas re-forçadas em correntes e posts que priorizam a propaga-ção de inverdades.

Nos últimos anos, gigantes como Google e Facebook são acusados de não criarem limites para bloquearem a onda de fake news. Porém em 2018, o Facebook anunciou a compra de uma startup empenhada em combater as notícias falsas na rede.

#FicaDica

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ATUALIDADES

FIQUE ATENTO!E na batalha contra as notícias falsas surgem diversas agências de notícias no mundo especializadas em checar a procedência das informações (fact-checking). No Brasil, um dos nomes mais conhecidos é a Agência Lupa, a primeira empresa do gênero.

6 – Desmatamento atinge recordes em 2018Pesquisa divulgada em setembro de 2018, pelo Ins-

tituto Ibope Inteligência, cita que 27% dos brasileiros acreditam que o desmatamento é a maior ameaça para o meio ambiente. As informações são da Agência Brasil.

Além desse estudo, um relatório da revista Science mostra que o desmatamento não tem reduzido quando se trata de espaço para produção de commodities. Esses produtos, em geral, requerem grande espaço para cultivo.

Porém em entrevista à BBC, o analista de dados Philip Curtis, colaborador da organização não governamental The Sustainability Consortium, afi rma que os commodi-ties não podem ser culpados. Levando em conta que a produção desses produtos é necessária para suprir o au-mento populacional.

Cerca de 27% do desmatamento é causado pela pro-dução de commodities. Além disso, 26% dos impactos ambientais se referem ao manejo comercial fl orestal, e 24% corresponde à agricultura, com produção de produ-tos para subsistência.

O estudo cita ainda que incêndios florestais correspondem a 23% dos danos. No caso, a urbanização chega a menos de 1%.

#FicaDica

FIQUE ATENTO!Nos países ao Norte e mais desenvolvidos, o desmatamento é causado principalmente por incêndios florestais. Na porção mais ao Sul, entre as nações em desenvolvimento, a produção de commodities e a agricultura têm impacto no desmatamento.

7 - EUA e questão imigratóriaHistoricamente, os Estados Unidos têm mantido polí-

ticas rígidas quando se trata de imigração, num combate à entrada ilegal de estrangeiros no país, em busca de uma vida melhor. Com a eleição do republicano Donald Trump, em 2017, a política imigratória tem sido endurecida, o que trouxe críticas por parte da comunidade internacional em relação às medidas adotadas.

Um dos momentos mais tensos quanto às políticas de imigração no país ocorreu quando o governo Trump decidiu separar crianças pequenas de seus pais, na situa-

ção em que ocorre detenção de adultos ao atravessar a fronteira de forma ilegal. A medida faz parte do programa “Tolerância Zero”, que busca reduzir o índice de imigra-ções ilegais no país.

Essa prática que separa pais e crianças foi duramente criticada por entidades e organizações internacionais. A justifi cativa do governo quanto à ação era de que não se-ria possível abrigar as crianças junto aos pais, nos centros de detenção federal reservados aos adultos. Por isso, os menores foram encaminhados a abrigos.

Além disso, as instalações foram consideradas pre-cárias para receber as crianças, na opinião de críticos da medida. Após a repercussão negativa desse caso, a Casa Branca voltou atrás quanto à separação das famílias, mas críticas prevalecem quanto à tolerância zero.

A política de imigração nos Estados Unidos de-monstra uma tendência por parte de nações ricas quanto aos imigrantes, em meio à intole-rância que pode culminar em xenofobia. Na Eu-ropa, por exemplo, destino de milhões de imi-grantes de várias partes do planeta, a aversão ao estrangeiro, sobretudo em relação a países pobres e marginalizados, tem aumentado signi-ficativamente.

#FicaDica

FIQUE ATENTO!Quando se fala de imigração e xenofobia, é importante ressaltar que mesmo mantendo historicamente uma cultura que recebe todos, o Brasil tem registrado casos dessa natureza nos últimos anos, como hostilização e preconceitos em relação a haitianos, bolivianos e venezuelanos.

8 - Facebook: crise e perda de popularidadeA rede social mais popular do mundo sempre foi vis-

ta como um dos maiores fenômenos dos últimos anos, capaz de faturar como nenhuma empresa e atrair uma multidão para navegar em suas páginas. E essa reputação imbatível enfrentou pela primeira vez momentos tensos que culminaram no comprometimento da credibilidade da plataforma.

Tudo começou quando a rede social de Mark Zucker-berg foi acusada de ter facilitado o vazamento de dados de usuários sem autorização. Na prática, a empresa britâ-nica Cambridge Analytica coletou informações de perfi s na rede social em 2014. E por meio disso, as pessoas rece-beram mensagens e posts de caráter eleitoral, durante o pleito em 2016, nos Estados Unidos.

A situação trouxe crise ao Facebook com perda de va-lores das ações da empresa no mercado fi nanceiro. E além disso, a rede social teve de enfrentar perda de populari-dade e comprometimento de sua reputação.

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ATUALIDADES

Zuckerberg prestou depoimento no congresso dos Estados Unidos e Parlamento Europeu em 2018. Em am-bas as situações, ele foi duramente criticado pelo caso e acusado de ter negligenciado a situação, o que compro-meteu e expôs a privacidade de milhões de usuários em todo mundo. O co-fundador da rede social se desculpou pela situação e prometeu investir e priorizar medidas para proteger os dados dos usuários.

O caso do Facebook põe em discussão a segu-rança dos usuários e garantia de que seus dados e privacidade sejam resguardados. E o desafio para as empresas e a sociedade é criar mecanis-mos que minimizam acessos indevidos e sem autorização na internet.

#FicaDica

FIQUE ATENTO!Pode haver questões com abordagem da crise enfrentada pelo Facebook, que minou sua reputação diante da opinião pública, mas também é preciso se atentar a questões sobre privacidade, vazamentos e violações nas redes.

9 - Inteligência artifi cial cada vez mais presente na sociedade

Num mundo cada vez mais conectado e imerso nas redes sociais, as inovações tecnológicas estabelecem no-vas confi gurações nas relações sociais e de trabalho. A in-teligência artifi cial se constitui num mecanismo que traz mudanças nas formas como as pessoas se relacionam e nas funções que exercem.

No campo profi ssional, por exemplo, a inteligência artifi cial – por meio de máquinas ou robôs –, já realiza de forma automatizada funções anteriormente exercidas por pessoas. Hoje, por exemplo, softwares e máquinas reali-zam relatórios e análises que eram feitas por profi ssionais preparados para essa função.

Outro exemplo é o uso de atendentes virtuais em chats de relacionamento com clientes. A GOL Linhas Aé-reas mantém uma atendente- robô em sua página para esclarecer dúvidas mais frequentes do usuários.

Uma das questões mais complexas quando se fala nessa tecnologia, é a perda de profi ssões que passam a ser exercidas por máquinas. Num futuro nem tão distante assim a tendência é essa. E de certa forma, as carreiras profi ssionais vão se adaptando à tecnologia e passam por transformações intensas para saber lidar com essas mu-danças.

Em julho de 2018, uma equipe de cientistas es-trangeiros assinou um acordo em que se com-prometiam a não criar máquinas e robôs que possam ameaçar a vida e integridade da raça humana.

#FicaDica

FIQUE ATENTO!Inteligência artificial é um tema bem contemporâneo e está ligado à realidade das pessoas, à medida que interfere nas atividades profissionais e formas de se relacionar. Por isso, é um assunto bem relevante.

10 - Cuba aprova projeto reforma constitucionalA aprovação do projeto da reforma constitucional em

Cuba, em 22 de julho de 2018, representa um processo de mudança signifi cativa na ilha depois de décadas. Um dos pontos destaque é a substituição do termo comunismo por construção do socialismo, a ser citado na Constituição do país. Além disso, fi ca estabelecido o reconhecimento da propriedade privada e medidas que podem viabilizar a união entre homossexuais.

O país hoje é governado por Miguel Díaz- Canel. Raul Castro fi cou no poder entre 2008 a 2018, sucedendo Fidel Castro, seu irmão que esteve no poder entre 1976 e 2008.

O conteúdo aprovado passará por consulta popular até novembro de 2018, depois o projeto será discutido novamente com atualizações impostas pela consulta po-pular. Em seguida, o objetivo é levar a medida para apro-vação e referendo com participação dos cidadãos, por meio de voto.

No governo de Barack Obama, Cuba e Estados Unidos vivenciaram uma aproximação histórica depois de décadas de afastamento e hostilida-de entre as nações. O presidente estadunidense prometeu melhorar a relação entre os países e encerrar o embargo econômico sofrido por Ha-vana.

#FicaDica

FIQUE ATENTO!A reaproximação dos países aconteceu por mediação do Papa Francisco, que teria articulado internamente para promover um encontro entre Obama e Raul Castro, que estava no poder na época, em 2016.

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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

A educação escolar – atuais tendências e exigências. ............................................................................................................................. 01Currículo e o pleno desenvolvimento do educando. ............................................................................................................................... 05A construção de uma escola democrática e inclusiva. ............................................................................................................................ 16A qualidade social da educação escolar e a educação para a diversidade numa perspectiva multicultural. .................... 31Relação professor-aluno, escola-comunidade. ........................................................................................................................................... 36A educação escolar como direito e dever do estado. .............................................................................................................................. 54Financiamento da educação. .............................................................................................................................................................................54Concepções Filosóficas da Educação. ............................................................................................................................................................ 55Relação Educação – Sociedade – Cultura. Tendências pedagógicas na prática escolar. Planejamento, metodologia e ava-liação do processo ensino/aprendizagem. .................................................................................................................................................... 58

Bibliografia Sugerida:

BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, MEC/SEESP, 2008. ..................................................................................................................................................................................71BRASIL. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL –1988. (Artigos 5º, 6º; 205 a 214) ................................... 71BRASIL. LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança do Adolescente-ECA. .................... 92BRASIL. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB. ......................................................................................................................................................................................................... 147BRASIL. RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 17 DE JUNHO DE 2004..........................................................................................................164Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cul-tura Afro-Brasileira e Africana (anexo o Parecer CNE/CP nº 3/2004) ................................................................................................164BRASIL. RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 4, DE 13 DE JULHO DE 2010. Define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (anexo o Parecer CNE/CEB nº 7/2010) ........................................................................................................................166BRASIL. RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 30 DE MAIO DE 2012. Estabelece Diretrizes Nacionais para a Educação em Direi-tos Humanos (anexo o Parecer CNE/CP nº 8/2012) ................................................................................................................................176ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ......................................................................................................................................................177Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e Protocolo Facultativo. Disponível em: \<http://cape.edunet.sp.gov.br/cape_arquivos/flash/5Convencao.ONU_2006.pdf\>. Acesso em: 18 jul. 2013.6.949, DE 25 DE AGOSTO DE 2009 Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assina-dos em Nova York, em 30 de março de 2007. ...........................................................................................................................................178PERRENOUD, Philippe. “10 novas competências para ensinar”. Porto Alegre. Artmed. ............................................................193PERRENOUD, Philippe. Formando Professores Profissionais, Porto Alegre. Artmed-Artes Médicas Sul, 2001 - Edição revisada. .....................................................................................................................................................................................................................193MOREIRA, Antonio Flávio B. (Org.) – Currículo – Questões atuais – Papirus Editora. .................................................................193HOFFMANN, Jussara – Avaliação Mediadora – Editora Mediação – 2000. .....................................................................................198CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva com os Pingos nos Is. 2. ed. Porto Alegre: Mediação, 2005. ......................201CORTELLA, Mário Sérgio. A escola e o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. Ed. São Paulo, Cortez, 2011. ...........................................................................................................................................................................................................................206FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011. .................................................................................................................................................................................................................216LA TAILLE, Yves. DANTAS, Heloisa e OLIVEIRA, Marta Kohl de, Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em dis-cussão. 24. ed., São Paulo: Summus, 1992. ..................................................................................................................................................221MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. UNESCO/Cortez Editora, cap. III e IV, p. 47-78, e cp. VI, 93 -104, 2000. ...................................................................................................................................................................................................226RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e competência. 20. ed., São Paulo: Cortez, 2011. .......................................................................226SACRISTÀN, J. Gimeno; PÉREZ GOMES, A. I. Compreender e transformar o ensino. 4. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2000. .................................................................................................................................................................................................................229SAVIANI, Dermeval. Histórias das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas; Autores Associados, 2010. ............................229TEIXEIRA, Anísio. A escola pública universal e gratuita. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v.26, n.64, out./dez. 1956. p. 3-27. ............................................................................................................................................................................231GROPPA, Julio – Indisciplina na escola (alternativas, teóricas e práticas) Summus Editorial. ..................................................236

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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

A EDUCAÇÃO ESCOLAR – ATUAIS TENDÊNCIAS E EXIGÊNCIAS.

O papel da escola / função social da escola

A sociedade tem avançado em vários aspectos, e mais do que nunca é imprescindível que a escola acompanhe essas evoluções, que ela esteja conectada a essas transfor-mações, falando a mesma língua, favorecendo o acesso ao conhecimento que é o assunto crucial a ser tratado neste trabalho.

É importante refletirmos sobre que tipo de trabalho te-mos desenvolvido em nossas escolas e qual o efeito, que resultados temos alcançado. Qual é na verdade a função social da escola? A escola está realmente cumprindo ou procurando cumprir sua função, como agente de inter-venção na sociedade? Eis alguns pressupostos a serem ex-plicitados nesse texto. Para se conquistar o sucesso se faz necessário que se entenda ou e que tenha clareza do que se quer alcançar, a escola precisa ter objetivos bem defini-dos, para que possa desempenhar bem o seu papel social, onde a maior preocupação – o alvo deve ser o crescimento intelectual, emocional, espiritual do aluno, e para que esse avanço venha fluir é necessário que o canal (escola) esteja desobstruído.

A Escola no Passado

A escola é um lugar que oportuniza, ou deveria possi-bilitar as pessoas à convivência com seus semelhantes (so-cialização). As melhores e mais conceituadas escolas per-tenciam à rede particular, atendendo um grupo elitizado, enquanto a grande maioria teria que lutar para conseguir uma vaga em escolas públicas com estrutura física e peda-gógicas deficientes.

O país tem passado por mudanças significativas no que se refere ao funcionamento e acesso da população brasilei-ra ao ensino público, quando em um passado recente era privilégio das camadas sociais abastadas (elite) e de pre-ferência para os homens, as mulheres mal apareciam na cena social, quando muito as únicas que tinham acesso à instrução formal recebiam alguma iniciação em desenho e música.

Atuação da equipe pedagógica – coordenação

A política de atuação da equipe pedagógica é de suma importância para a elevação da qualidade de ensino na es-cola, existe a necessidade urgente de que os coordenado-res pedagógicos não restrinjam suas atribuições somente à parte técnica, burocrática, elaborar horários de aulas e ainda ficarem nos corredores da escola procurando con-ter a indisciplina dos alunos que saem das salas durante as aulas, enquanto os professores ficam necessitados de acompanhamento. A equipe de suporte pedagógico tem

papel determinante no desempenho dos professores, pois dependendo de como for a política de trabalho do coor-denador o professor se sentirá apoiado, incentivado. Esse deve ser o trabalho do coordenador: incentivar, reconhecer, e elogiar os avanços e conquistas, em fim o sucesso alcan-çado no dia a dia da escola e consequentemente o desen-volvimento do aluno em todos os âmbitos.

Compromisso social do educador

Ao educador compete a promoção de condições que favoreçam o aprendizado do aluno, no sentido do mes-mo compreender o que está sendo ministrado, quando o professor adota o método dialético; isso se torna mais fá-cil, e essa precisa ser a preocupação do mesmo: facilitar a aprendizagem do aluno, aguçar seu poder de argumenta-ção, conduzir ás aulas de modo questionador, onde o alu-no- sujeito ativo estará também exercendo seu papel de sujeito pensante; que dá ótica construtivista constrói seu aprendizado, através de hipóteses que vão sendo testadas, interagindo com o professor, argumentando, questionando em fim trocando ideias que produzem inferências.

O planejamento é imprescindível para o sucesso cog-nitivo do aluno e êxito no desenvolvimento do trabalho do professor, é como uma bússola que orienta a direção a ser seguida, pois quando o professor não planeja o aluno é o primeiro a perceber que algo ficou a desejar, por mais experiente que seja o docente, e esse é um dos fatores que contribuem para a indisciplina e o desinteresse na sala de aula. É importante que o planejar aconteça de forma siste-matizada e contextualizado com o cotidiano do aluno – fa-tor que desperta seu interesse e participação ativa.

Um planejamento contextualizado com as especifi-cidades e vivências do educando, o resultado será aulas dinâmicas e prazerosas, ao contrário de uma prática em que o professor cita somente o número da página e alunos abrem seus livros é feito uma explicação superficial e dá-se por cumprido a tarefa da aula do dia, não houve conversa, dialética, interação.

Ação do gestor escolar

A cultura organizacional do gestor é decisiva para o sucesso ou fracasso da qualidade de ensino da escola, a maneira como ele conduz o gestionamento das ações é o foco que determinará o sucesso ou fracasso da escola. De acordo com Libâneo (2005), características organizacionais positivas eficazes para o bom funcionamento de uma esco-la: professores preparados, com clareza de seus objetivos e conteúdos, que planejem as aulas, cativem os alunos.

Um bom clima de trabalho, em que a direção contribua para conseguir o empenho de todos, em que os professo-res aceitem aprender com a experiência dos colegas.

Clareza no plano de trabalho do Projeto pedagógico--curricular que vá de encontro às reais necessidades da es-cola, primando por sanar problemas como: falta de profes-sores, cumprimento de horário e atitudes que assegurem a seriedade, o compromisso com o trabalho de ensino e aprendizagem, com relação a alunos e funcionários.

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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Quando o gestor, com seu profissionalismo conquista o respeito e admiração da maioria de seus funcionários e alunos, há um clima de harmonia que predispõe a reali-zação de um trabalho, onde, apesar das dificuldades, os professores terão prazer em ensinar e alunos prazer em aprender.

Função Social da Escola

A escola é uma instituição social com objetivo explíci-to: o desenvolvimento das potencialidades físicas, cogniti-vas e afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes, e valores) que, aliás, deve acontecer de maneira contextualiazada desenvolvendo nos discentes a capaci-dade de tornarem-se cidadãos participativos na sociedade em que vivem.

Eis o grande desafio da escola, fazer do ambiente es-colar um meio que favoreça o aprendizado, onde a esco-la deixe de ser apenas um ponto de encontro e passe a ser, além disso, encontro com o saber com descobertas de forma prazerosa e funcional, conforme Libâneo (2005) devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove, para todos, o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capa-cidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimen-to de necessidades individuais e sociais dos alunos.

A escola deve oferecer situações que favoreçam o aprendizado, onde haja sede em aprender e também razão, entendimento da importância desse aprendizado no futuro do aluno. Se ele compreender que, muito mais importante do que possuir bens materiais, é ter uma fonte de segu-rança que garanta seu espaço no mercado competitivo, ele buscará conhecer e aprender sempre mais.

Analisando os resultados da pesquisa de campo (ques-tionário) observamos que os jovens da turma analisada não possuem perspectivas definidas quanto à seriedade e im-portância dos estudos para suas vidas profissional, emocio-nal, afetiva. A maioria não tem hábito de leitura, frequenta pouquíssimo a biblioteca, outros nunca foram lá. A escola é na verdade um local onde se encontram, conversam e até namoram. Há ainda, a questão de a família estar raramente na escola, não existe parceria entre a escola e família, co-munidade a escola ainda tem dificuldades em promover ações que tragam a família para ser aliadas e não rivais, a família por sua vez ainda não concebeu a ideia de que pre-cisa estar incluída no processo de ensino e aprendizagem independente de seu nível de escolaridade, de acordo com Libâneo (2005), “o grande desafio é o de incluir, nos pa-drões de vida digna, os milhões de indivíduos excluídos e sem condições básicas para se constituírem cidadãos parti-cipantes de uma sociedade em permanente mutação”.

Políticas que fortaleçam laços entre comunidade e es-cola é uma medida, um caminho que necessita ser trilhado, para assim alcançar melhores resultados. O aluno é parte da escola, é sujeito que aprende que constrói seu saber, que direciona seu projeto de vida, assim sendo a escola lida com pessoas, valores, tradições, crenças, opções e precisa estar preparada para enfrentar tudo isso.

Informar e formar precisa estar entre os objetivos explí-citos da escola; desenvolver as potencialidades físicas, cogni-tivas e afetivas dos alunos, e isso por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes e valores), fará com que se tornem cidadãos partici-pantes na sociedade em que vivem.

Uma escola voltada para o pleno desenvolvimento do educando valoriza a transmissão de conhecimento, mas tam-bém enfatiza outros aspectos: as formas de convivência entre as pessoas, o respeito às diferenças, a cultura escolar. (Proges-tão 2001).

Ao ouvir depoimentos de alunos que afirmaram que a maioria das aulas são totalmente sem atrativos, professores chegam à sala cansados, desmotivados, não há nada que os atraem a participarem, que os desafiem a querer aprender. É importante ressaltar a importância da unidade de propostas e objetivos entre os coordenadores e o gestor, pois as duas par-tes falando a mesma linguagem o resultado será muito posi-tivo que terá como fruto a elevação da qualidade de ensino.

Contudo, partindo do pressuposto de que a escola visa explicitamente à socialização do sujeito é necessário que se adote uma prática docente lúdica, uma vez que ela precisa estar em sintonia com o mundo, a mídia que oferece: infor-matização e dinamismo.

Considerando a leitura, a pesquisa e o planejamento fer-ramentas básicas para o desenvolvimento de um trabalho eficaz, e ainda fazendo uso do método dialético, o profes-sor valoriza as teses dos alunos, cultivando neles a autonomia e autoestima o que consequentemente os fará ter interesse pelas aulas e o espaço escolar então deixará de ser apenas ponto de encontro para ser também lugar de crescimento in-telectual e pessoal.

Para que a escola exerça sua função como local de opor-tunidades, interação e encontro com o outro e o saber, para que haja esse paralelo tão importante para o sucesso do alu-no o bom desenvolvimento das atribuições do coordenador pedagógico tem grande relevância, pois a ele cabe organizar o tempo na escola para que os professores façam seus plane-jamentos e ainda que atue como formador de fato; sugerindo, orientando, avaliando juntamente os pontos positivos e nega-tivos e nunca se esquecendo de reconhecer, elogiar, estimular o docente a ir em frente e querer sempre melhorar, ir além.

O fato de a escola ser um elemento de grande impor-tância na formação das comunidades torna o desenvolvi-mento das atribuições do gestor um componente crucial, é necessário que possua tendência crítico-social, com visão de empreendimento, para que a escola esteja acompanhando as inovações, conciliando o conhecimento técnico à arte de dis-seminar ideias, de bons relacionamentos interpessoais, sobre-tudo sendo ético e democrático. Os coordenadores por sua vez precisam assumir sua responsabilidade pela qualidade do ensino, atuando como formadores do corpo docente, promo-vendo momentos de trocas de experiências e reflexão sobre a prática pedagógica, o que trará bons resultados na resolução de problemas cotidianos, e ainda fortalece a qualidade de en-sino, contribui para o resgate da autoestima do professor, pois o mesmo precisa se libertar de práticas não funcionais, e para isso a contribuição do coordenador será imprescindível, o que resultará no crescimento intelectual dos alunos.

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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

A FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO

A função da Educação é possibilitar condições para a atualização e uso pleno das potencialidades pessoais em direção ao autoconhecimento e auto-realização pessoal. A Educação não deve destruir o homem concreto e sim apoiar-se neste ser concreto. Não deve ir contra o homem para formar o homem. A Educação deve realizar-se a partir da própria vida e experiência do educando, apoiar-se nas necessidades e interesses naturais, expectativas do edu-cando, e contribuir para seu desenvolvimento pessoal. Os três princípios básicos da Educação liberalista: liberdade, subjetividade, atividade.

Principais características das escolas inclusivas

Nesse texto, atenção especial é dada à teoria de Vy-gotsky e suas implicações para o debate sobre inclusão nos campos da educação na escola e na sociedade. O artigo fo-caliza também as relações que definem a política inclusiva e a complexidade que caracteriza este processo.

Segundo a educadora Mantoan (2005) afirma que na escola inclusiva professores e alunos aprendem uma lição que a vida dificilmente ensina: respeitar as diferenças. Res-salta ainda, que a inclusão é a nossa capacidade de reco-nhecer o outro e ter o privilégio de conviver com pessoas diferentes. Diferentemente do que muitos possam pensar, inclusão é mais do que rampas e banheiros adaptados.

Na perspectiva de Mantoan, um professor sem capa-citação pode ensinar alunos com deficiência. O papel do professor é ser regente de classe e não especialista em de-ficiência, essa responsabilidade é da equipe de atendimen-to especializado, uma criança surda, por exemplo, aprende com especialista em libras e leitura labial.

Questionam-se os valores e padrões pré-estabelecidos, os critérios de avaliação e discriminação que prejudicam o desenvolvimento e a aprendizagem das habilidades e a independência destas crianças.

Neste sentido, observamos que Vygotsky, psicólogo russo e estudioso do tema desenvolvimento e aprendiza-gem, ao falar sobre deficiências educacionalmente consi-deradas como uma das necessidades educacionais espe-ciais mostra a interação existente entre as características biológicas e as relações sociais para o desenvolvimento da pessoa. Segundo Vygotsky o conceito de Zona de Desen-volvimento proximal, conhecida como ZDP, que é a distân-cia entre o desenvolvimento real e o potencial.

Abordando mais especificamente as questões da edu-cação inclusiva temos um histórico amplo de várias signifi-cações no decorrer da história, que assinala registros de re-sistência à aceitação social dos portadores de necessidades educativas especiais. Práticas executadas como abandono, afogamentos, sacrifícios eram comuns até meados do sé-culo XVIII, quando o atendimento passa das famílias e da igreja, para a ciência, passando das instituições residenciais às classes especiais no século XX.

Conforme Cardoso (2003) os médicos passaram a de-dicar-se ao estudo dos deficientes, nomenclatura adotada. Com esta institucionalização especializada dá se início o período de segregação, onde a política era separar, isolar e proteger a sociedade do convívio social, do contato com estas pessoas anormais, inválidas, incapazes de exercer qualquer atividade.

Espera-se que a escola tenha um papel complementar ao desempenhado pela família no processo de socializa-ção das crianças com necessidades educacionais especiais. É uma tarefa difícil e delicada, que envolve boas doses de atitudes pessoais e coletivas, caracterizadas principalmen-te pelo diálogo, pela compreensão, pelo respeito às di-ferenças e necessidades individuais, pelo compromisso e pela ação.

As escolas inclusivas, portanto, propõem a constitui-ção de um sistema educacional que considera as neces-sidades de todos os alunos e que é estruturado em razão dessas necessidades. A inclusão gera uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar so-mente os alunos que apresentam dificuldades na escola; mas apoia a todos: professores, alunos e pessoal adminis-trativo para que obtenham sucesso na escola convencional (MANTOAN, 1997).

Na inclusão, as escolas devem reconhecer e respon-der às diversas necessidades de seus alunos, considerando tanto os estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos, por meio de currículo apropriado, de modificações organiza-cionais, de estratégias de ensino, de uso de recursos e de parcerias com a comunidade.

Os dois modelos de escola regular e especial podem ter características inclusivas e ser o melhor para determi-nado aluno, o processo de avaliação é que vai identificar a melhor intervenção, o mais importante salientar que mui-tos alunos têm passagens rápidas e eficientes pela escola especial, o que acaba garantindo uma entrada tranquila e bem assessorada no ensino fundamental convencional, evitando uma série de transtornos para o aluno, para os pais e para a escola.

Segundo Coll (1995) a igualdade educacional não pode ser obtida quando se oferece o mesmo cardápio a todos os alunos; a integração escolar das crianças com deficiências torna-se possível quando se oferece a cada aluno aquilo de que ele necessita.

Deficiência

As crianças no século XV portadores de deficiência eram deformadas e atiradas nos esgotos de Roma na Ida-de Média. Porém os portadores de deficiências eram abri-gados nas igrejas e passaram a ganhar a função de bobo da corte. Segundo Martinho Lutero, as pessoas com defi-ciências eram seres diabólicos que mereciam castigos para serem purificados.

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LEGISLAÇÃO E CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

A partir do século XVI e XIX as pessoas com deficiên-cias continuavam isoladas em asilos, conventos albergues, ou até mesmo em hospitais psiquiátricos como na Europa que não passava de uma prisão sem qualquer tipo de trata-mento especializado. No entanto a partir do século XX, os portadores de deficiências começaram a ser considerados cidadãos com direitos e deveres da participação da socie-dade, mas com a Declaração Universal dos Direitos Huma-nos começaram a surgir os movimentos organizadores por familiares com críticas à discriminação, para a melhorias de vida para os mutilados na guerra em 1970 só então começa a mudar a visão da sociedade nos anos 80, 90 onde passam a defender a inclusão.

Segundo Silva (1987): anomalias físicas ou mentais, de-formações congênitas, amputações traumáticas, doenças graves e de consequências incapacitantes, sejam elas de natureza transitória ou permanente, são tão antigas quanto à própria humanidade.

Nas escolas de Anatomia da cidade de Alexandria, Se-gundo a afirmação de Silva (1987) existiu no período de 300 a. C, nela ficam registro da medicina egípcia utilizada para o tratamento de males que afetavam os ossos e os olhos das pessoas adulas. Pois havia passagem histórica sobre os cegos do Egito que faziam atividades artesanais.

Gugel (2008) expõe que na era primitiva, as pessoas com deficiência não sobreviviam, devido ao ambiente des-favorável. Afinal, para seu sustento, o homem primitivo ti-nha que caçar e colher frutos, além de produzir vestuário com peles de animais. Com as mudanças climáticas, os ho-mens começam a se agrupar e juntos irem à busca de sus-tento e vestimenta. No entanto, somente os mais fortes re-sistiam e segundo pesquisadores, era comum nesta época desfazerem de crianças com deficiência, pois representava um fardo para o grupo.

Segundo Gugel (2008), no Egito Antigo, as múmias e os túmulos nos mostram que a pessoa com deficiência in-teragia com toda sociedade. Já na Grécia, as deficiências eram tratadas pelo termo “disformes.” Devido à necessida-de de manter um exército forte, os gregos eliminavam as pessoas com deficiências.

As famosas múmias do Egito, que permitiam a conser-vação dos corpos por muitos anos, possibilitaram o estudo dos restos mortais de faraós e nobres do Egito que apre-sentavam distrofias e limitações físicas, como Sipthah (séc. XIII a.C.) e Amon (séc. XI a.C.).

A construção da escola inclusiva exige mudanças nessa cultura e nas suas consequentes práticas. Segundo Perrenoud (2000) aponta alguns fatores que dificultam a construção de um coletivo, no contexto educacional, na limitação histórica da autonomia política e alternativa do profissional da educação.

O significado da inclusão escolar e que ela vem se de-senvolvendo em todos os setores sociais, não somente na escola, mas em todos âmbitos sociais:

- Educação como direito de todos;- Igualdade de oportunidades;- Convívio social;- Cidadania;- Valorização da Diversidade;- Transformação Social.

As mudanças da Inclusão a partir do século XXI

No Brasil a parir do ano 2000 Segundo os dados do Cen-so realizado pelo IBGE existem cerca de 25 milhões de pes-soas portadoras de algum tipo de deficiência. Premida pela urgência de garantir o exercício pleno da cidadania a essa imensa população, a sociedade brasileira vai ganhando, pou-co a pouco, a sensibilidade requerida para tratar do tema, ainda que seja bastante longo o caminho a percorrer.

A Constituição de 1988 dedicou vários artigos às pessoas com deficiência, de que é exemplo o artigo 7º, XXXI; artigo 23, II; artigo 24, XIV; artigo 37, VIII; artigo 203, V; artigo 227, p. 2º e o artigo 244. Eles tratam de pontos tão variados como a proibição da discriminação no tocante a salários e a admissão ao trabalho, saúde e assistência pública, proteção e integra-ção social, o acesso a cargos e empregos públicos, garantia de salário mínimo mensal à pessoa com deficiência carente de recursos financeiros e a adaptação de logradouros, edifí-cios e veículos para transporte coletivo.

O primeiro documento que merece menção é o decreto n. 3298, de 20 de dezembro de 1999. Ele regulamentou a Lei n. 7853, de 24 de outubro de 1989, que consolidou as regras de proteção à pessoa portadora de deficiência. Segundo a Secretária de Direitos Humanos da Presidência da República - SDH/PR Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência - SNPD.

Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de bar-reiras na comunicação e estabelecerá mecanismos e alternati-vas técnicas que tornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação, para garantir-lhes o direito de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educa-ção, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer.

Art. 18. O Poder Público programará a formação de pro-fissionais intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais e de guias-intérpretes, para facilitar qualquer tipo de comuni-cação direta à pessoa portadora de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação.

Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens adotarão plano de medidas técnicas com o objetivo de permitir o uso da linguagem de sinais ou outra subtitulação, para garantir o direito de acesso à informação às pessoas por-tadoras de deficiência auditiva, na forma e no prazo previsto em regulamento.

Para se ter a dimensão do entendimento que a socieda-de tem sobre o indivíduo deficiente precisamos nos reportar ao passado, e localizar nas diferenças épocas, o retrato que se fixou, culturalmente, sobre a ideia das diferenças individuais e que se converteu no atual modelo de atendimento a este sujeito nas várias instituições, principalmente no ensino regu-lar. (ROCHA, 2000).

Gugel (2008) expõe que na era primitiva, as pessoas com deficiência não sobreviviam, devido ao ambiente desfavorá-vel. Afinal, para seu sustento, o homem primitivo tinha que caçar e colher frutos, além de produzir vestuário com peles de animais. Com as mudanças climáticas, os homens começam a se agrupar e juntos irem à busca de sustento e vestimenta. No entanto, somente os mais fortes resistiam e segundo pes-quisadores, era comum nesta época desfazerem de crianças com deficiência, pois representava um fardo para o grupo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOSDiretor de Escola

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil- 3a ed. São Paulo: Moderna 2006. ..............01BOURDIEU, Pierre. A Escola Conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. Escritos de Educação. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. ..........................................................................................................................................................................01FERREIRA, Naura Syria Carapeto (org). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2013. ..........................................................................................................................................................................................................................................02FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 57a ed. São Paulo: Paz e Terra, 2014. ...................................................................................................03LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, José Ferreira de Toschi; SEABRA, Mirza. Educação escolar: política, estrutura e organização. 10a ed. São Paulo: Cortez, 2012 ...........................................................................................................................................................................................................10LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1983. ..............................................................................................................................................12LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 17a ed. São Paulo: Cortez, 2005. ...........................................................21PARO, Vitor. A educação, a política e a administração: reflexões sobre a prática do diretor de escola In: Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n.3, p. 763-778, set./dez, 2010. .................................................................................................................................................................25PARO, Vitor. Diretor Escolar: educador ou gerente?. São Paulo: Cortez, 2015. ..................................................................................................25PARO, Vitor. Gestão Democrática da Escola Pública. 4a ed. São Paulo: Cortez, 2016. ....................................................................................26VYGOTSKY, L. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2001. ........................................................................................................26VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Inovações e Projeto Político-Pedagógico: uma relação regulatória ou emancipatória? In: Cader-no Cedes, Campinas, v. 23, n. 61, p. 267-281. ......................................................................................................................................................................27VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção possível. São Paulo: Papirus, 1998. ............28MARSIGLIA, Ana Carolina Galvão. A prática pedagógica histórico-crítica na educação infantil e no ensino fundamental. Campi-nas, SP: Autores Associados, 2011. ............................................................................................................................................................................................32MARTINS, Lígia Márcia. O desenvolvimento do psiquismo e a educação escolar: contribuições a luz da Psicologia Histórico--Cultural e da Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2013. ..................................................................................32SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Autores Associados, 1983. ............................................32SAVIANI, Dermeval. O papel do diretor de escola numa sociedade em crise. IN: Educação: do Senso Comum à Consciência Filosófica. Coleção Educação Contemporânea. 11a edição. São Paulo: Editora Autores Associados,1996, p.206 a 209. ............34SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. Campinas, SP: Autores Associados, 2011. ................35

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOSDiretor de Escola

ARANHA, MARIA LÚCIA DE ARRUDA. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DA PEDAGOGIA:

GERAL E BRASIL- 3A ED. SÃO PAULO: MODERNA 2006.

Esse texto é o capitulo10 do livro “Historia da educação e da pedagogia” de Maria Lucia de Arruda Aranha. Em seu livro ela traz uma perspectiva da educação e da pedagogia na historia da humanidade, e com isso nos da uma visão geral de como os sistemas educacionais vieram a ser o que são hoje.

O texto, que tem por titulo “educação para democracia”, fala sobre a educação e seus sistemas na contemporaneida-de, aborda também como ela recebeu influencia de varias correntes políticas e ideológicas nesse período histórico. A autora traz, logo de inicio, um apanhado histórico para descrever como estava se comportando a sociedade nesse período, que ela identifica a partir de 1789 ate a atualidade.

Segundo a autora o contexto histórico, neste perío-do chamado de contemporâneo, é marcado por grandes conflitos, como por exemplo, 1ª e 2ª guerra mundial, guer-ra fria e os movimentos de contracultura; esses aconteci-mentos caracterizam uma sociedade complexa e cada vez mais diversificada. Essa sociedade, com crescente grau de complexidade, exige um novo tipo de escola que supra a necessidade de um ensino menos universal e com muita singularidade.

Maria Lucia fala sobre a que uma das grandes mudan-ças na forma de se pensar educação nessa época, foi de uma “rede” tecida entre educação e sociedade, mostrando que a educação não só é um lugar para transmissão de conteúdo, mas uma ambiente para socialização do aluno, formação e manutenção de ideologias. Outro fator foi da dicotomia que existi ate hoje, entre a orientação educacio-nal para o trabalho e a humanista e a relação que criada entre a pedagogia com a psicologia, a sociologia, a antro-pologia, a linguística e outras ciências moderna.

A proposta de uma escola publica leiga, gratuita e obri-gatória é tomada com, mas vigor na era contemporânea, devido a grande exigência das indústria e do crescimento demográfico. Aranha também nos fala sobre o surgimento da escola nova, que vem com a proposta de superar a es-cola tradicional excessivamente rígida, “magistrocêntrica” e que ainda utilizava o sistema de memorização dos conteú-dos. O escolanovismo focava em um ensino integral, e va-loriza jogos, exercícios físicos, praticas de desenvolvimento da motricidade em fim pretendendo desenvolver diversas atividades.

Maria Lucia nos mostra também em sua obra, que mui-tos sistemas políticos percebendo também essa integração educação sociedade utilizaram a educação para estrutura e consolidar suas ideologias e seus sistemas sociais. Como destaque nesse quadro tem o governo soviético, o os de-mais países socialistas; e nada mais nada menos que os governos totalitários do nazismo e fascismo. Esses gover-nos investiram em um foco educacional, que se baseava

no poder do estado, na supervalorização de seus sistemas políticos; enquanto a Escola Nova trabalha com um ensi-no para liberdade, construção da sociedade democrática, a escola nesses governos investia no inverso, em retrocesso.

A autora termina seu texto alertando-nos para um en-sino hoje, defendo um ensino que desperte o senso criti-co e consciente. Nos mostra também o quadro do ensino pós-moderno onde educação e tecnologia andam de mãos dadas. Esse texto de Arruda nos leva a reflexão do cami-nhar da formas de educação que encontramos hoje, seus pontos positivos e seus pontos negativos, e nos alerta a to-marmos mais cuidado e prestarmos mais atenção, a escola não é só um ambiente de aprendizagem de um conteúdo programático e teórico, mais um local onde se molda a so-ciedade que nos substituirá em futuro próximo.

Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/rese-nhasdelivros/3392880

BOURDIEU, PIERRE. A ESCOLA CONSERVADORA: AS DESIGUALDADES

FRENTE À ESCOLA E À CULTURA. IN NOGUEIRA, M. A.; CATANI, A. ESCRITOS DE

EDUCAÇÃO. 2 ED. PETRÓPOLIS: VOZES, 1999.

Nesse artigo, Bourdieu procura identificar e detalhar a ação dos mecanismos objetivos de seleção cultural e so-cial utilizados pela escola, instituição vista como uma ins-tância cuja finalidade implícita seria a de manter o “status quórum” e legitimar as desigualdades sociais e culturais existentes fora dela. Tal legitimação se daria mediante um processo no qual as desigualdades sociais e culturais entre as classes viriam a ser convertidas na escola em desigual-dades de desempenho. escolar.

Segundo o autor, a herança cultural dos alunos oriun-dos das classes sociais dominantes teria um papel prepon-derante no que tange a seu “sucesso escolar”, na medida em que suas práticas (“habitus”) e concepções (“ethos”) a respeito da cultura escolar (as quais incluiriam também um conhecimento privilegiado a respeito dos rituais e da dinâmica de funcionamento da escola) viriam a constituir um “capital cultural” específico (escolar), o qual, median-te o contato com a cultura escolar viria a aumentar pro-gressivamente em função do tempo de permanência na escola, pois tais alunos seriam submetidos a uma “dupla imersão” (nos âmbitos familiar e escolar) em sua própria cultura, considerada legítima pela escola dada a afinidade entre sua cultura e a cultura das classes dominantes. De maneira inversa, os alunos oriundos de classes sociais não--dominantes encontrariam vários obstáculos as eu sucesso escolar (chegando em alguns casos até a se constituírem em impedimentos), pois devido ao fato de não terem fa-miliaridade com a cultura escolar em seu contexto familiar e não possuírem o “habitus” valorizado pela escola, teriam muito menos possibilidades de obter tal sucesso na medi-da em que a escola viria a selecionar justamente os alunos detentores de maior similaridade com sua cultura.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOSDiretor de Escola

Todo esse processo contaria com a adesão (nem sem-pre tácita) dos educadores à cultura aristocrática, na medi-da em que estes elaborariam e implementariam métodos pedagógicos voltados para “o desenvolvimento dos dons” (dons estes que consistiriam numa combinação entre o “ethos” da valorização da prática escolar e o “habitus” con-dizente com as práticas culturais escolares encontrado nas classes dominantes), tornando assim possível o reconhe-cimento dos “mais aptos”, os quais devido às vantagens anteriormente mencionadas, geralmente pertenceriam às classes dominantes. Tensionando essa questão no sentido da avaliação escolar, Bourdieu entende os procedimentos avaliativos como sendo estruturados em torno de: “(...)uma cultura aristocrática e sobretudo uma relação aristocrática com a cultura, que o sistema de ensino transmite e exige (p. 55)”.

Concluindo, com base nos elementos indicados ao longo do artigo, o autor indica que a escola, ao contrário do que é afirmado pelas ideologias defensoras da igualda-de de oportunidades mediada pela escola, essa instituição teria na realidade um papel de suma importância na ma-nutenção das desigualdades sociais e culturais, na medida em que, mesmo ampliando o acesso das classes não-domi-nantes à escola, devido aos mecanismos de seleção social e cultural contidos em seu interior, esta continuaria a frustrar o êxito desse alunos, enquanto consagraria os esforços da-queles pertencentes às classes dominantes.

FERREIRA, NAURA SYRIA CARAPETO (ORG). GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO:

ATUAIS TENDÊNCIAS, NOVOS DESAFIOS. 8ª ED. SÃO PAULO: CORTEZ, 2013.

GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃOATUAIS TENDÊNCIAS, NOVOS DESAFIOS

O livro “Gestão Democrática da Educação: atuais ten-dências, novos desafios”, sob a organização de Naura Syria Carapeto Ferreira, atinge com destaque a sua sexta edição, constituindo-se em um importante referencial de leitura no campo da política e gestão da educação. É resultante da contribuição de seis renomados autores, que abordam com propriedade questões candentes da educação na con-temporaneidade, especificamente, os desafios e as atuais tendências do processo de democratização da gestão es-colar e das políticas de formação.

O primeiro capítulo versa sobre a autonomia e a flexi-bilização da gestão escolar em Portugal. João Barroso con-templa-nos com o estudo que apresenta a fundamentação de propostas para a implementação de um programa de re-forço da autonomia escolar. Neste texto discute o conceito de “territorialização das políticas educativas” situando-o no contexto da crise de governabilidade do sistema de ensino, ocorrida em muitos países europeus, e enquadrada como

a teoria do governo sobrecarregado. A territorialização é concebida como “um fenômeno essencialmente político e que implica um conjunto de opções que têm por pano de fundo um conflito de legitimidade entre o Estado e a sociedade, entre o público e o privado, entre o interesse comum e os interesses individuais, entre o central e o lo-cal” (p. 14). Nessa perspectiva, é também entendida como processo de apropriação, por uma determinada comunida-de, de diversos espaços sociais objetivando: contextualizar e localizar políticas e ação educativas em contraposição à homogeneidade das normas e dos processos; conciliar in-teresses públicos e privados; redefinir no processo de ela-boração e execução das políticas a participação do atores na perspectiva da lógica de implicação; transpor a relação de autoridade baseada no “controlo vertical”, exercido de maneira monopolista e hierárquica pelo Estado, para uma relação contratual, negociada e fundamentada no processo de “... desmultiplicação e ‘horizontalização’ dos controlos (centrais e locais)”. (p. 16). Com base nesses pressupostos Barroso elabora um programa de reforço da autonomia das escolas portuguesas, entendendo a autonomia como um conceito relacional.

O segundo capítulo aborda as mudanças no mundo do trabalho e os novos desafios para a gestão da educa-ção. Acácia Zeneida Kuenzer contempla-nos com um estu-do sobre os impactos da globalização da economia e das novas estratégias da gestão sobre a educação, especifica-mente, versa sobre os impactos nas políticas educacionais e curriculares. Com base nas pesquisas desenvolvidas na região metropolitana de Curitiba/PR e em alguns parques produtivos direcionados ao ramo eletromecânico busca identificar as correlações/mediações entre as mudanças ocorridas no mundo do trabalho e as novas demandas para a educação e para gestão das instituições escolares. Argu-menta ser possível estabelecer os primeiros delineamentos de uma pedagogia do trabalho que se desenvolve no cerne das novas relações econômico-produtivas e socais visando à compreensão desta nova pedagogia escolar determinada pelas mudanças no mundo do trabalho. Nessa perspectiva Kuenzer (p. 56) incita-nos à reflexão e à construção de uma “escola comprometida com os trabalhadores e os excluí-dos”, tomando “como referência as positividades presentes nas mudanças que ocorrem no mundo do trabalho” rom-pendo-se com a racionalidade meramente financeira, a fim de construir um novo projeto pedagógico na perspectiva emancipatória.

O terceiro capítulo aborda os conceitos de participação e da gestão escolar, discutindo suas potencialidades. Os autores Gustavo Luis Gutierrez e Afrânio Catani objetivam apresentar um panorama atual das questões emergentes no campo da gestão democrática, da participação e da au-togestão. Nesse texto, primeiramente focalizam a questão conceitual apresentando-nos uma descrição aprofundada sobre as alternativas organizacionais participativas nos di-ferentes contextos. Em seguida apresentam reflexões sobre a gestão participativa das universidades públicas paulistas (USP, Unesp e Unicamp), mencionando suas especificida-des e as correlações entre as formas de participação e a

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOSDiretor de Escola

democratização do ambiente escolar. Gutierrez e Catani (p. 74) destacam que a gestão dessas universidades revela um processo de adoção de instrumentos de consulta aos di-versos segmentos e sujeitos escolares, bem como ilustra os entraves e conflitos ocorridos no anseio de vivenciar uma prática autogestionária.

O quarto capítulo versa sobre as políticas e gestão da educação no Brasil focalizando o processo de escolha de dirigentes escolares. Luiz Fernandes Dourado concebe as políticas educacionais como expressão dos embates tra-vados no âmbito do Estado e dos seus desdobramentos. Embates esses situados no contexto das mudanças tec-nológicas e no reordenamento das relações sociais sob a égide ideológica da globalização da economia (p.78). Neste artigo o autor apresenta-nos um mapeamento das modalidades de escolha de dirigentes escolares no Brasil, destacando-se a relevância da eleição direta. Diante dos embates e perspectivas das diversas formas de provimento objetiva situar elementos para a rediscussão das políticas educacionais, bem como estabelecer as correlações entre as políticas e a democratização da gestão escolar. Dourado (p. 79) concebe a gestão democrática como:

Processo de aprendizado e de luta política que não se circunscreve aos limites da prática educativa, mas vislum-bra, nas especificidades dessa prática social e de sua re-lativa autonomia, a possibilidade de criação de canais de efetiva participação e de aprendizado do “jogo” democrá-tico e, consequentemente, do repensar das estruturas de poder autoritário que permeiam as relações sociais e, no seio dessas, as práticas educativas.

Nas suas considerações argumenta que o tipo e a defi-nição das modalidades de acesso ao cargo de dirigente es-colar devem resultar das definições e orientações contidas no projeto político-pedagógico, bem como nos embates travados no âmbito das relações sociais e políticas. Explicita ainda que a forma de provimento ao cargo de dirigente escolar pode não definir o tipo de gestão, mas necessaria-mente interfere no seu curso.

O quinto capítulo contempla com uma vigorosa análise sobre a gestão escolar e os desafios das políticas de forma-ção dos profissionais da educação na contemporaneidade. Naura Syria Carapeto Ferreira, autora desse capítulo e or-ganizadora da coletânea, incita-nos a refletir sobre a com-plexidade dos “nexos entre a administração da educação e as políticas de formação dos profissionais de educação” no contexto de transformações que vêm ocorrendo no mundo. A autora reflete sobre as questões fundamentais contem-porâneas (imagens desestabilizadoras) que se constituem em desafios no processo de elaboração e implementação das políticas públicas, em especial, das políticas educacio-nais, e para a gestão escolar e formação de profissionais da educação. Ressalta a importância da “direção” construída e legitimada na participação e no exercício da democracia. Ao delinear o cenário atual Ferreira reporta-se às reflexões de Einstein, à análise da Schaff sobre a nova Revolução In-dustrial; e à proposta emancipatória e solidária de Boaven-tura S. Santos. Nessa perspectiva, afirma que a formação de

profissionais “exige sólida formação humana e que esta re-lacionase diretamente com a sua emancipação como indi-víduo social, sujeito histórico em nossa sociedade.” (p. 110).

Em síntese, podemos afirmar que esta coletânea é ex-pressão da sólida fundamentação teórico-metodológica das pesquisas a que se reportam, e também do efetivo trabalho coletivo a que se destinaram seus autores. Dessa forma alcança com grande destaque o seu maior objeti-vo: estimular à reflexão e à problematização de questões candentes da educação contemporânea, especificamente das políticas educacionais, da formação de profissionais e da democratização da gestão escolar oferecendo subsídios teóricos para análises aprofundadas e necessárias interven-ções na realidade educacional brasileira.

FREIRE, PAULO. PEDAGOGIA DO OPRIMIDO. 57A ED. SÃO PAULO: PAZ E TERRA, 2014.

Mais uma vez os homens, desafiados pela dramaticida-de da hora atual, se propõem a si mesmos como problema. Descobrem que pouco sabem de si mesmos como proble-ma. Descobrem que pouco sabem de si, de seu “posto no cosmos”, e se inquietam por saber mais. Estará, aliás, no reconhecimento do seu pouco saber de si uma das razões desta procura. Ao se instalarem na quase, senão trágica descoberta do seu pouco saber de si, se fazem problemas a eles mesmos. Indagam. Respondem, e sua resposta as levam as novas perguntas.

O problema de sua humanização deve haver sido, de um ponto de vista axiológico, o seu problema central, as-sume, hoje caráter de preocupação iniludível.”

“Pág 30. “A desumanização, que não se verifica apenas nos que tem sua humanidade roubada, mas também ain-da que forma diferença nos que a roubam, é distorção da vocação do ser mais. É distorção possível na história, mas não vocação histórica. Na verdade, se admitíssemos que a desumanização é vocação histórica dos homens, nada mais teríamos que fazer a não ser adotar uma atitude cínica ou de total desespero. A luta pela humanização , pelo trabalho livre, pela desalienação, pela afirmação dos homens como pessoa, como”seres para si”, não teria significação. Esta so-mente é possível porque a desumanização, mesmo que um fato concreto na história, não é porém, destino dado, mas resultado de uma “ordem”injusta que gera violência dos opressores e está, ser o menos.”

A contradição opressores-oprimidos. Sua superação.A violência dos opressores, que os faz também de-

sumanizados, não instaura uma outra vocação – a do ser menos. Como distorção do ser mais, o ser menos leva os oprimidos, cedo ou tarde, a lutar contra que os fez menos. E esta luta somente tem sentido quando os oprimidos, ao buscarem recuperar sua humanidade, que é uma forma de cria-la, não se sentem idealistamente opressores, nem se

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOSDiretor de Escola

tornam, de fato, opressores dos opressores, mas restaura-dores da humanidade em ambos. E aí está a grande tarefa humanista e histórica dos oprimidos – libertar-se a si e aos opressores. Estes, que oprimem, exploram e violentam, em razão de seu poder, não podem ter, neste poder, a força da libertação dos oprimidos nem de si mesmos.”

PUBLICIDADEPág.31. ” Quem, melhor que os oprimidos, se encontra-

rá preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora? Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir com-preendendo a necessidade da libertação? Libertação a que não chegarão pelo acaso, mas pela práxis de sua busca; pelo conhecimento e reconhecimento da necessidade de lutar por ela. Luta que, pela finalidade que lhe derem os oprimidos, será um ato de amor, com o qual se oporão ao desamor contido na violência dos opressores, até mesmo quando esta se revista da falsa generosidade referida.”

Pág.36. ” o opressor só se solidariza com os oprimidos quando o seu gesto deixa de ser um gesto sentimental, de caráter individual, e passa a ser um ato de amor àqueles. Quando, para ele, os oprimidos deixam de ser uma desig-nação abstrata e passam a ser os homens concretos, injus-tiçados e roubados. Roubados na sua palavra, por isto no seu trabalho comprado, que significa a sua pessoa vendida. Só na plenitude deste ato de amar, na sua existenciação, na sua práxis, se constitui a solidariedade verdadeira. Dizer que os homens são pessoas e, como pessoas, são livres, e nada concretamente fazer para que esta afirmação se ob-jetive, é uma farsa.”

Pág.40.” A pedagogia do oprimido que, no fundo, é a pedagogia dos homens empenhando-se na luta por sua libertação, tem suas raízes aí. E tem que ter nos próprios oprimidos, que se saibam ou comecem criticamente a sa-ber-se oprimidos, um dos seus sujeitos.

Nenhuma pedagogia realmente libertadora pode ficar distante dos oprimidos, quer dizer, pode fazer deles seres desditados, objetos de um “tratamento” humanitarista, para tentar, através de exemplos retirados de entre os opressores, modelos para a sua “promoção”. Os oprimidos hão de ser o exemplo para si mesmos, na luta por sua redenção.

A pedagogia do oprimido, como pedagogia huma-nista e libertadora, terá dois momentos. Distintos. O pri-meiro, em que os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão se comprometendo, na práxis, com a sua transformação; segundo, em que, transformada a realida-de opressora, esta pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pedagogia dos homens em processo de per-manente libertação.

Daí a afirmação anteriormente feita, de que a supera-ção autêntica da contradição opressores-oprimidos não está na pura troca de lugar, na passagem de um pólo a outro. Mais ainda: não está em que os oprimidos de hoje, em nome de sua libertação, passem a ter novos opressores.

A situação concreta de opressão e os opressores.Pág.44. ” Mas o que ocorre, ainda quando a superação

da contradição se faça em termos autênticos, com a insta-lação de uma nova situação concreta, de uma nova reali-dade inaugurada pelos oprimidos que se libertam, é que

os opressores de ontem não se reconheçam em libertação. Pelo contrário, vão sentir-se como se realmente estivessem sendo oprimidos. É que, para eles, “formados” na experiên-cia de opressores, tudo o que não seja o seu direito antigo de oprimir significa opressão a eles.

Vão sentir-se agora, na nova situação, como oprimidos porque, se antes podiam comer, vestir, calçar, educar-se… qualquer restrição a tudo isso, em nome do direito de to-dos, lhes parecem uma profunda violência a seu direito de pessoa. Direito de pessoa que, na situação anterior, não respeitava nos milhões de pessoas que sofriam e morriam de fome, de dor, de tristeza, de desesperança.

É que, para eles, pessoa humana são apenas eles. Os outros são coisas. Para eles, há um só direito – o direito de viverem em paz, ante o direito de sobreviverem, que talvez nem sequer reconheçam, mas somente admitam aos opri-midos. E isto ainda, porque, afinal, é preciso que os oprimi-dos existam, para que eles existam e sejam “generosos”…

Esta violência, como um processo, passa de geração a geração de opressores, que se vão fazendo legatários dela e formando-se no seu clima geral. Este clima cria nos opressores uma consciência fortemente possessiva. Pos-sessiva do mundo e dos homens. Fora da posse direta, concreta, material, do mundo e dos homens, os opressores não se podem entender a si mesmos.”

A situação concreta de opressão e os oprimidosPág.48. “Há em certo momento da experiência existen-

cial dos oprimidos, uma irresistível atração pelo opressor. Pelos seus padrões de vida. Participar destes padrões cons-titui uma incontida aspiração. Na sua alienação querem, a todo custo, parecer com o opressor. Imita-lo. Segui-lo. Isto se verifica, sobretudo, nos oprimidos de “classe média”, cujo anseio é serem iguais ao “homem ilustre” da chamada “classe superior”.

De tanto ouvirem de si mesmos que são incapazes, que não sabem nada, que não podem saber, que são enfermos, indolentes, que não produzem em virtude de tudo isso, ter-minam por se convencer de sua “incapacidade”. Falam de si como os que não sabem e do “doutor” como o que sabe e a quem devem escutar. Os critérios de saber que lhe são impostos são os convencionais.

A te o momento em que os oprimidos não tomem consciência das razões de seu estado de opressão “acei-tam” fatalistamente a sua exploração. Mais ainda, prova-velmente assumam posições passivas, alheadas, com rela-ção à necessidade de sua própria luta pela conquista da liberdade e de sua afirmação no mundo. Nisto reside sua “conivência” com o regime opressor.”

Ninguém liberta ninguém, ninguém liberta sozinho:Os homens se libertam em comunhão.Pág. 52. “Somente quando os oprimidos descobrem,

nitidamente, o opressor, e se engajam na luta organizada por sua libertação, começam a crer em si mesmos, supe-rando, assim, sua “convivência” com o regime opressor. Se esta descoberta não pode ser feita em nível puramente intelectual, mas da ação, o que nos parece fundamental é que esta não se cinja a mero ativismo, mas esteja associada a sério empenho de reflexão, para que seja práxis.