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PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Florianópolis 2015

PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS ......O “Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor” - MAISS é resultado de uma construção coletiva, com a participação de representantes

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0 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Florianópolis

2015

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1 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

Prefeitura Municipal de Florianópolis

Secretaria Municipal de Saúde

Prefeito Municipal

César Souza Junior

Secretário Municipal de Saúde

Carlos Daniel M. S. Moutinho Junior

Organizadores

Liliam Teresinha Mansur

Lucila Fernandes More Petroski

Marise Nolasco Pereira

Marynes Terezinha Reibnitz

Colaboradores

Ana Cristina Vidor

Cecília Stähelin Coelho

Flávia Soares Cruz

Marcos Aurélio Geremias

Monich Melo Cardoso

Renata Veber

Rodrigo José Knabben

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2 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

A gente não quer só comer

A gente quer prazer pra aliviar a dor

A gente não quer só dinheiro,

A gente quer dinheiro e felicidade

A gente não quer só dinheiro,

A gente quer inteiro e não pela metade

Arnaldo Antunes

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3 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

APRESENTAÇÃO

O “Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor” - MAISS é resultado de uma

construção coletiva, com a participação de representantes da Comissão de Saúde e

Segurança do Trabalhador da Secretaria Municipal de Saúde. Desta forma, gostaríamos

de agradecer a todos que direta ou indiretamente participaram deste processo e, de

modo especial,

Ao atual Secretário Municipal de Saúde Dr. Carlos Daniel Magalhães da Silva Moutinho

Junior pela iniciativa em criar dentro da Assessoria de Gestão de Pessoas, o setor de

Saúde do Trabalhador da SMS e em instituir a Comissão de Saúde e Segurança do

Trabalhador da SMS (CSST-SMS).

À Drª Evelyn Cremonese, à época, Assessora em Gestão de Pessoas da SMS;

Ao Marcos Aurélio Geremias que transformou uma ideia rabiscada no papel, no traço

firme do desenho símbolo deste manual;

À contribuição dos colegas Rodrigo José Knabben e Cecília S. Coelho, que conseguiram

transformar a linguagem técnica da Ergonomia numa escrita simples, útil e aplicável para

toda a secretaria;

Às colegas da Gerência de Vigilância Epidemiológica Ana Cristina Vidor, Flávia Soares

Cruz, Monich Melo Cardoso e Renata Veber, que construíram o fluxo de acidente com

material biológico, para facilitar e agilizar a ação da equipe de saúde, ao servidor que

necessitar;

Ao Grupo de Trabalho da Comissão de Saúde e Segurança do Trabalhador da SMS

(CSST-SMS), formado por Liliam Mansur, Lucila Fernandes More Petroski, Marise

Nolasco Pereira, Marynes Terezinha Reibnitz, responsáveis pela confecção deste

Manual;

Aos demais participantes que de alguma maneira contribuíram para a construção deste

documento, assim como, àqueles que contribuirão nas futuras atualizações e também;

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4 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

A todos os trabalhadores desta Secretaria, que realizam no seu cotidiano o cuidado com

o outro, fator imprescindível para a existência deste Manual.

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5 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

ÍNDICE

Considerações 06

Objetivo Geral 07

Objetivos Específicos 07

Princípios e Diretrizes 08

Desafios 10

Aspectos Políticos 11

Aspectos Legais/Legislação 13

NR32 – Saúde e Segurança nos Serviços de Saúde 17

CSST-SMS 19

Equipamento de Proteção Individual e Equipamento de Proteção Coletiva -

EPI/EPC 20

Riscos Ocupacionais / Psicológicos / Sociais / Ambientais 21

Mapa de Risco 24

Notificação Compulsória/CIAT e Declaração de Acidente/CAT 28

Fluxos: CIAT/PMF e CAT/INSS 30

Acidentes de Trabalho (típico/trajeto) e Doenças relacionadas ao Trabalho 32

Acidente com Material Biológico – Fluxo de Atendimento ao Servidor

Acidentado 35

Acidente por Animal Potencialmente Transmissor de Raiva - Atendimento ao

Servidor Acidentado 42

Ergonomia x Soluções Criativas 43

Siglas/Glossário 46

Considerações Finais 48

Referências 50

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6 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

CONSIDERAÇÕES

Considerando a diversidade das atividades produtivas desenvolvidas na SMS; as

diversas formas de relações trabalhistas, previdenciárias e sanitárias, decorrentes das

múltiplas maneiras de contratação e acesso ao serviço; os consequentes riscos e perigos

à saúde dos seus trabalhadores e, principalmente, a responsabilidade do SUS quanto ao

cuidado a ser dispensado a esse grupo de pessoas; podemos afirmar que existe um

indiscutível desafio na área de Saúde do Trabalhador a ser enfrentado pela saúde pública

municipal.

As iniciativas de promoção de saúde devem pressupor uma concepção que não se

restrinja à ausência de doenças, mas que seja capaz de atuar sobre os determinantes

da saúde, incidindo a intervenção, também, sobre as condições, processos e

ambientes de trabalho.

O Manual norteia-se através de legislações e normas vigentes, publicações do MS e

outras fontes, para identificar, estudar, esclarecer e propor soluções a respeito do que

vem ocorrendo e ocorre com a saúde dos trabalhadores nos ambientes de trabalho da

SMS. Assim como, suas condições de doenças e acidentes relacionados com o trabalho,

os quais podem ser determinantes nas formas de adoecimento e morte desses

trabalhadores.

Deve ser um instrumento permanente e dinâmico, ou seja, ser uma fonte de consulta que

acompanhe as mudanças internas e de legislação, devendo ser atualizado sempre que

necessário.

Representa um avanço e um incremento aos dispositivos legais relacionados à saúde do

trabalhador com exclusiva aplicabilidade aos que labutam na SMS.

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7 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

OBJETIVO GERAL

Propiciar uma fonte permanente e atualizada de consulta relativas à atenção integral à

saúde do trabalhador, para a implementação de ações de promoção à saúde e

segurança nos diversos ambientes de trabalho da Secretaria Municipal de Saúde de

Florianópolis.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Nortear a atenção integral à saúde dos trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde

de Florianópolis, priorizando a promoção e a proteção da saúde, bem como, a prevenção

dos agravos e acidentes relacionados ao trabalho;

- Estabelecer diretrizes e normas para a gerência e execução de ações de promoção,

prevenção e diagnóstico precoce de acidentes em serviço, doenças profissionais e do

trabalho;

- Orientar a constante melhoria das condições ambientais, organizacionais e relacionais

de trabalho, na obtenção de uma gestão de saúde, segurança e qualidade de vida;

- Auxiliar na construção de políticas internas de Saúde do Trabalhador destinadas aos

trabalhadores da SMS, baseadas no princípio da equidade;

- Contribuir para o mapeamento dos riscos, apresentando os mecanismos para que os

ambientes de trabalho possam ser transformados e o trabalho possa ser encarado como

uma fonte de crescimento pessoal e profissional;

- Contribuir para eliminar e/ou reduzir os riscos ocupacionais nos diferentes ambientes e

contextos de trabalho na SMS.

- Contribuir para a valorização e qualidade de vida dos trabalhadores e humanização no

local de trabalho;

- Contribuir para melhorar a satisfação e motivação dos trabalhadores;

- Contribuir para reduzir as doenças e acidentes de trabalho;

- Contribuir para reduzir o absenteísmo.

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8 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

A Saúde do Trabalhador se destaca por ser uma área em construção na Saúde Pública.

Sendo assim, estabelece-se como um campo que estuda e intervêm nas relações entre

saúde-trabalho-doença na sua complexidade, por meio de atuação interdisciplinar,

intersetorial e multiprofissional. Tem como objetivos a promoção e a proteção da saúde

através da realização de ações de vigilância, assim como, visa à recuperação e

reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das

condições de trabalho (BRASIL, 1988).

As diretrizes deste manual relativas à saúde e segurança dos trabalhadores são de

observância obrigatória em todas as unidades e setores da SMS.

Considerando as particularidades da saúde do trabalhador e o marcos orientadores do

SUS, os princípios e diretrizes propostas são:

- Universalidade: contemplar todos os trabalhadores da SMS, independente de sua

forma de contratação respeitando as especificidades de cada vínculo;

- Integralidade da atenção: articular ações individuais e coletivas de promoção e

proteção da saúde, prevenção de riscos e agravos relacionados ao trabalho, com

recuperação e atenção à saúde dos trabalhadores na rede do SUS;

- Participação social: instituição e manutenção de instâncias legítimas e representativas

do conjunto de trabalhadores, compreendendo sua participação na identificação das

demandas, no planejamento, na execução, acompanhamento e avaliação das ações

relacionadas à saúde do trabalhador;

- Equidade: reconhecer o direito de cada trabalhador da SMS em suas especificidades e

necessidades, levando-se em consideração o senso de justiça social;

- Ética: na atenção à saúde do trabalhador, respeitando o sigilo das informações relativas

ao estado de saúde e a sua individualidade, bem como em relação a seus resultados,

entendendo que o objetivo e justificativa da intervenção é a melhoria das condições de

trabalho e saúde;

- Humanização do trabalho: pressupõe construir um novo tipo de interação entre os

atores envolvidos na produção de saúde, favorecendo a autonomia dos sujeitos, a gestão

participativa, a reflexão-ação dos trabalhadores sobre seus processos de trabalho, a

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9 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

construção de laços solidários, sentimentos de pertença e consolidação de cultura de

equipe, bem como a valorização do trabalho e do trabalhador;

- Direito à informação: acesso a informações sobre os riscos nos ambientes e

processos de trabalho, suas consequências na saúde e os resultados das intervenções;

- Articulação intra e intersetorial: compreende a interação com outras áreas, setores e

atores sociais para articulação, formulação, implementação e acompanhamento das

ações que tem impacto sobre os determinantes da saúde dos trabalhadores.

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10 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

DESAFIOS

A expectativa é que o Manual constitua um instrumento norteador e facilitador na

implantação e implementação do adequado cuidado para com os trabalhadores que

labutam na SMS, levando-se em consideração as especificidades “loco-distritais”, e que

contribua para a gestão da política de saúde municipal, fazendo, inclusive, fortalecer a

capacidade do SUS de prover a atenção integral à saúde do trabalhador, por meio de

ações de vigilância, promoção, proteção, assistência, reabilitação e preservação da

saúde e segurança dos trabalhadores da SMS.

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11 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

ASPECTOS POLÍTICOS

O termo Saúde do Trabalhador refere-se a um campo do saber que visa compreender as

relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. Nesta acepção, considera a saúde

e a doença como processos dinâmicos, estreitamente articulados com os modos de

desenvolvimento produtivo da humanidade em determinado momento histórico. Parte do

princípio de que a forma de inserção dos homens e mulheres nos espaços de trabalho

contribui decisivamente para formas específicas de adoecer e morrer. O fundamento de

suas ações é a articulação multiprofissional, interdisciplinar e intersetorial.

Em relação aos trabalhadores, há que se considerar os diversos riscos ambientais e

organizacionais aos quais estão expostos, em função de sua inserção nos processos de

trabalho. Assim, as ações de saúde do trabalhador devem ser incluídas formalmente na

agenda da rede de atenção municipal à saúde. Dessa forma, amplia-se a assistência já

ofertada aos trabalhadores, na medida em que passa a olhá-los como sujeitos a um

adoecimento específico que exige estratégias, também específicas, de promoção,

proteção e recuperação da saúde.

A incorporação das boas práticas de gestão de saúde e segurança no trabalho no âmbito

da SMS contribui para a proteção contra os riscos presentes no ambiente de trabalho,

prevenindo e reduzindo acidentes e doenças e diminuindo, consideravelmente, os custos

e prejuízos aos trabalhadores e instituição.

A análise preliminar das condições de trabalho permite a elaboração de estratégias que

vão subsidiar as etapas de implantação do programa de gestão de saúde e segurança no

trabalho, e é estabelecida com algumas indagações bem simples:

1. O trabalhador está exposto a riscos no ambiente de trabalho?

2. A quais tipos de riscos o trabalhador está exposto?

3. Qual o tempo e a frequência do contato com esses riscos?

Um modelo de segurança e saúde do trabalho deve contemplar uma metodologia voltada

para a antecipação e a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho que

alia a simplicidade da intervenção, e a profundidade das ações técnicas necessárias para

sua efetividade, eficiência e eficácia:

- Redução dos riscos de acidentes de trabalho;

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12 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

- Promoção em saúde do trabalhador;

- Prevenção de doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, hipertensão, etc);

- Participação dos trabalhadores na construção de políticas internas em Saúde do

Trabalhador.

Vantagens:

- Previne e reduz os acidentes e doenças;

- Protege a integridade física e mental dos trabalhadores;

- Educa para adoção de práticas preventivas;

- Evita gastos e prejuízos (trabalhadores e instituição);

- Diminui o absenteísmo;

- Melhora, continuamente, os ambientes de trabalho;

- Potencializa as relações interpessoais;

- Otimiza o clima organizacional;

- Atende aos requisitos da legislação;

- Aumenta a produtividade.

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13 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

ASPECTOS LEGAIS / LEGISLAÇÃO

A legislação brasileira que rege a área de Saúde e Segurança no Trabalho é

regulamentada através da Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, que aprova as

Normas Regulamentadoras - NR, do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do

Trabalho - CLT, porém esta portaria é aplicada aos trabalhadores que têm contrato de

trabalho em regime da CLT.

Na Prefeitura Municipal de Florianópolis esta legislação se aplicada apenas aos

Empregados Públicos, que são contratados sob o regime da CLT. Os demais

trabalhadores, denominado Servidor Público Civil, que são aqueles que em razão de

terem sido aprovados em concurso público exerce cargo ou função pública, não têm uma

legislação que regulamenta a Saúde e Segurança no Trabalho.

Alguns estados e municípios, através de portaria própria, adaptaram as Normas

Regulamentadoras a todos os regimes de contratação de trabalho.

As principais NRs que devem ser observadas são:

1. NR 1 – Disposições Gerais

Estabelece aas disposições gerais das Normas Regulamentadoras de Segurança e

Medicina do Trabalho – NRs. Nesta NR estão os quadros para consulta ao CNAE e

inserção de dados sobre acidentes, doenças e insalubridade.

2. NR 4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho – SESMT

Estabelece parâmetros para o dimensionamento do pessoal técnico para a gestão dos

riscos, de acordo com o porte da empresa (grau de risco e nº de empregados) e sob ônus

exclusivo do empregador.

3. NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA

Estabelece parâmetros para o dimensionamento de equipe dos empregados

corresponsável pela gestão dos riscos nos ambientes de trabalho.

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14 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

4. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI

Estabelece parâmetros e normas técnicas para o dimensionamento,

fabricação, importação, cadastramento, uso, restauração e treinamento dos

equipamentos de proteção individual e específicos aos riscos nos ambientes de trabalho.

5. NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO

Estabelece critérios e metodologia para a elaboração e implementação de um Programa

de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo de promoção e preservação

da saúde dos trabalhadores.

No PCMSO deve-se considerar as questões de incidentes sobre o indivíduo e a

coletividade dos trabalhadores privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na

abordagem da relação entre a saúde e o trabalho. Devendo ter caráter de prevenção,

rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, além

da constatação da existência de casos de doenças profissionais e relacionadas ao

trabalho ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

E deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores,

especialmente identificados na NR 9 – PPRA e nas avaliações previstas nas demais

NRs.

Neste programa devem constar as etapas de acompanhamento da saúde ocupacional

dos trabalhadores através da avaliação médico ocupacional, que compreende a

anamnese clínica e ocupacional, o exame físico/mental e exames complementares, de

acordo com o risco ao qual o trabalhador está exposto.

5.1. Exame Admissional: é o exame realizado para fins de admissão, antes do início

das atividades.

5.2. Exame Periódico: é o acompanhamento da saúde dos trabalhadores, visando

identificar possíveis alterações em função dos riscos existentes no ambiente de trabalho

e de agravos à saúde relacionados com a atividade de trabalho e/ou com o ambiente de

trabalho, bem como possibilitar a adoção de medidas de prevenção, vigilância aos

ambientes de trabalho e promoção à saúde.

5.3. Exame de Retorno ao Trabalho: é a avaliação clínica do trabalhador afastado da

atividade de trabalho por período superior a 30 dias, por motivo de doença ou acidente,

de natureza ocupacional ou não, ou parto.

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15 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

5.4. Exame de Mudança de Função: deve ser realizado exame médico quando houver

mudança de risco ocupacional, ou no caso de servidor readaptado.

5.5. Exame Demissional: deve ser realizado quando o trabalhador se desliga da

empresa.

5.6. Atestado de Saúde Ocupacional – ASO: é o documento que indica a condição de

aptidão ou inaptidão do trabalhador para exercer suas atividades laborais na função

designada.

6. NR 8 – Edificações

Estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, com

relação à utilização de materiais que garantam adequada proteção; dimensionamento de

estruturas que facilitem a circulação de pessoas, cargas e materiais com segurança e

conforto dos trabalhadores.

7. NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

Estabelece critérios para a elaboração de um Programa de identificação e controle de

riscos nos ambientes de trabalho integrado ao Projeto de Gestão de Riscos na empresa.

Define critérios para prevenção de distúrbios decorrentes da exposição ocupacional, a

elaboração deve ser acompanhada pelo SESMT e articulada a outras NRs,

principalmente à CIPA (Mapa de Riscos) e ao PCMSO.

Este programa é parte integrante do conjunto mais amplo para a preservação da saúde e

integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação

e controle de possíveis riscos ambientais existentes ou que venham a existir nos

ambientes de trabalho.

São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos, biológicos,

ergonômicos e de acidentes existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua

natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar

danos à saúde do trabalhador.

- Agentes físicos: são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os

trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,

radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.

- A agentes químicos: são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar

no organismo pela via respiratória, nas formas de poeira, fumo, névoa, neblina, gás ou

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16 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

vapor, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser

absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.

- Agentes biológicos: são considerados agentes biológicos, as bactérias, fungos,

bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

- Agentes ergonômicos: enquadram-se entre os agentes ergonômicos, o levantamento

e transporte manual de peso, monotonia, repetitividade de movimentos e esforços, ritmo

excessivo, exigências, posturas inadequadas de trabalho, trabalho em turnos

continuados, entre outros.

- Agentes mecânicos: são aqueles causadores de acidentes, tais como, conduzir

veículos, transitar em áreas de tráfego de veículos, eletricidade, trabalhos em altura,

escavações, máquinas sem proteção, ferramentas ou instrumentos defeituosos ou

inadequados, armazenamento inadequado, arranjo físico inadequado, iluminação

inadequada, possibilidade de incêndio e explosão, quedas em nível, animais

peçonhentos, entre outros.

8. NR 17 - Ergonomia

Esta NR visa estabelecer parâmetros para a adaptação das condições de trabalho às

características psicofisiológicas dos trabalhadores.

As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e

descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do

posto de trabalho, e à própria organização do trabalho.

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17 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS

DE SAÚDE

A NR 32 tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de

medidas de proteção e segurança à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde,

bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em

geral.

O PPRA e o PCMSO, além do previsto nas NR 9 e NR 7, devem levar em conta e

detalhar outros riscos a que estão expostos os trabalhadores, principalmente os riscos

biológicos.

1. PPRA

I. Identificação dos riscos biológicos mais prováveis, em função da localização geográfica

e da característica do serviço de saúde e seus setores, considerando:

a) fontes de exposição e reservatórios;

b) vias de transmissão e de entrada;

c) transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente;

d) persistência do agente biológico no ambiente;

e) estudos epidemiológicos ou dados estatísticos;

f) outras informações científicas.

II. Avaliação do local de trabalho e do trabalhador, considerando:

a) a finalidade e descrição do local de trabalho;

b) a organização e procedimentos de trabalho;

c) a possibilidade de exposição;

d) a descrição das atividades e funções de cada local de trabalho;

e) as medidas preventivas aplicáveis e seu acompanhamento.

2. PCMSO

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18 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

a) o reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos;

b) a localização das áreas de riscos;

c) a relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua função, o local em

que desempenham suas atividades e o risco a que estão expostos;

d) a vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos;

e) o programa de vacinação.

A NR 32 também descreve:

Com relação à possibilidade de exposição acidental aos agentes biológicos, deve constar

do PCMSO:

a) os procedimentos a serem adotados para diagnóstico, acompanhamento e prevenção

da soro conversão e das doenças;

b) as medidas para descontaminação do local de trabalho;

c) o tratamento médico de emergência para os trabalhadores;

d) a identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas pertinentes;

e) a relação dos estabelecimentos de saúde que podem prestar assistência aos

trabalhadores;

f) as formas de remoção para atendimento dos trabalhadores;

g) a relação dos estabelecimentos de assistência à saúde depositários de

imunoglobulinas, vacinas, medicamentos necessários, materiais e insumos especiais.

Em toda ocorrência de acidente envolvendo riscos biológicos, com ou sem afastamento

do trabalhador, deve ser emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT ou

Comunicação Interna de Acidente de Trabalho – CIAT.

Os trabalhadores que utilizarem objetos perfuro cortantes devem ser os responsáveis

pelo seu descarte e é vedado o reencape e a desconexão manual de agulhas.

3. Da Vacinação dos Trabalhadores

A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de

imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO. E

sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos a que os

trabalhadores estão, ou poderão estar expostos, o empregador deve fornecê-las

gratuitamente.

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19 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

COMISSÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR DA

SMS – CSST-SMS

A CSST tem composição multidisciplinar e multiprofissional, formada paritariamente, por

representantes dos trabalhadores e representantes da gestão, no total de 18 (dezoito)

membros titulares e respectivos suplentes.

A CSST-SMS é um instrumento de deliberação coletiva com intuito de trabalhar para a

constante melhoria na qualidade das condições de saúde, dos processos e meio

ambiente de trabalho, individuais e coletivos, bem como, assessorar os diversos setores

na elaboração do Mapa de Riscos, com a participação do maior número de

trabalhadores.

As ações da comissão são desenvolvidas de forma equânime em todos os setores da

Saúde, com exclusiva aplicabilidade aos que labutam na SMS.

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20 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA - EPC/

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

Para prevenir os acidentes e as doenças decorrentes do trabalho, a ciência e as

tecnologias colocam à nossa disposição uma série de medidas e equipamentos de

proteção coletiva e individual. As medidas e os equipamentos de proteção coletiva visam,

além de proteger muitos trabalhadores ao mesmo tempo e à otimização dos ambientes

de trabalho.

1. Equipamento de Proteção Coletiva - EPC:

É toda medida ou dispositivo, sinal, imagem, som, instrumento ou equipamento destinado

à proteção de uma ou mais pessoas.

2. Equipamento de Proteção Individual – EPI:

Todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo servidor, destinado à

proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho e, estejam

devidamente certificados pelo órgão responsável.

- Quando se usa o EPI.

- Quando não for possível eliminar o risco por outras medidas ou equipamentos de

proteção coletiva;

- Quando for necessário complementar a proteção coletiva;

- Em trabalhos eventuais ou emergenciais;

- Em exposição de curto período.

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21 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

RISCOS AMBIENTAIS / OCUPACIONAIS

Tem por base a frequência, o grau de probabilidade e as conseqüências da ocorrência de

um determinado evento, por meio da ação de fatores de risco, isolados ou simultâneos,

geradores de dano futuro imediato ou remoto à saúde do servidor, classificados, em

função de sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição como: físicos,

químicos, biológicos, ergonômicos, mecânicos, de acidentes, psicológicos e sociais.

1. Tipos de Risco:

- Riscos Físicos: são representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de

trabalho que podem afetar a saúde dos trabalhadores, como: ruídos, vibrações, radiações

(ionizantes e não ionizantes), frio, calor, pressões anormais e umidade;

- Riscos Químicos: são identificados pelo grande número de substâncias que podem

contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade física e mental dos

trabalhadores, a exemplo de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores,

substâncias, compostos ou outros produtos químicos;

- Riscos Biológicos: estão associados ao contato do homem com vírus, bactérias,

protozoários, fungos, parasitas, bacilos e outras espécies de microorganismos;

- Riscos Ergonômicos: estão ligados à execução de tarefas, à organização e às

relações de trabalho, ao esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de

peso, mobiliário inadequado, posturas incorretas, controle rígido de tempo para

produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de

trabalho prolongadas, monotonia, repetitividade e situações causadoras de estresse;

- Riscos de Acidentes: são muito diversificados e estão presentes no arranjo físico

inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material ou matéria-prima fora de

especificação, máquina e equipamentos sem proteção, ferramentas impróprias ou

defeituosas, iluminação excessiva ou insuficiente, instalações elétricas defeituosas,

probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais

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22 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

peçonhentos e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de

acidentes.

- Riscos Psicológicos e Sociais: são aqueles relacionados às condições do ambiente

físico, da organização e da qualidade das relações sociais de trabalho que tem

capacidade de afetar tanto o bem-estar e a saúde física, psíquica e social do servidor. As

características da organização do trabalho, diferença entre trabalho real e trabalho

prescrito; grau de estresse gerado pela atividade laboral; trabalho repetitivo, monótono ou

parcelado; chefias sem experiência; restrição à tomada de decisões em diferentes níveis;

sobrecarga e subcarga física, cognitiva e psíquica; jornada e ritmo de trabalho; conflitos

interpessoais; contratos psicológicos negativos; ambiguidade de papéis e demandas;

relações interpessoais entre os pares; relações interpessoais entre superiores e

subordinados e outros.

2. Análise dos Riscos nos Ambientes de Trabalho

Os locais de trabalho, pela própria natureza da atividade desenvolvida e pelas

características de organização, relações interpessoais, manipulação ou exposição a

agentes físicos, químicos, biológicos, psicossociais, situações de deficiência ergonômica

ou riscos de acidentes, podem comprometer a saúde e segurança do trabalhador em

curto, médio e longo prazo, provocando lesões imediatas, doenças ou a morte, além de

prejuízos de ordem legal e patrimonial para a instituição. É importante salientar que a

presença de produtos ou agentes nocivos nos locais de trabalho não quer dizer que,

obrigatoriamente, existe perigo para a saúde. Isso vai depender da combinação ou inter-

relação de diversos fatores, como a concentração e a forma do contaminante no

ambiente de trabalho, o nível de toxicidade e o tempo de exposição da pessoa. Desta

forma, em qualquer tipo de atividade laboral, torna-se imprescindível a necessidade de

investigar o ambiente de trabalho para conhecer os riscos a que estão expostos os

trabalhadores.

3. Avaliação de riscos.

É o processo de estimar a magnitude dos riscos existentes no ambiente e decidir se um

risco é ou não tolerável.

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23 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

4. Formas de avaliar os riscos

Para investigar os locais de trabalho na busca de eliminar ou neutralizar os riscos

ambientais, existem duas modalidades básicas de avaliação. A avaliação qualitativa,

conhecida como preliminar, e a avaliação quantitativa, para medir, comparar e

estabelecer medidas de eliminação, neutralização ou controle dos riscos.

A forma mais simples forma de avaliação ambiental é a qualitativa. Na avaliação

qualitativa, utiliza-se apenas a sensibilidade do trabalhador/avaliador para identificar o

risco existente no local de trabalho.

Na avaliação quantitativa, é necessário o uso de um método científico e a utilização de

instrumentos e equipamentos destinados à quantificação do risco.

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24 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

MAPA DE RISCOS

É uma das modalidades mais simples de avaliação qualitativa dos riscos existentes nos

locais de trabalho. É a representação gráfica dos riscos por meio de círculos de

diferentes cores e tamanhos, permitindo fácil elaboração e visualização. É um

instrumento participativo, elaborado pelos próprios trabalhadores e de conformidade com

as suas sensibilidades. O Mapa de Riscos está baseado no conceito filosófico de que

quem faz o trabalho é quem conhece o trabalho. Ninguém conhece melhor a máquina do

que o seu operador. As informações e queixas partem dos trabalhadores, que deverão

opinar discutir e elaborar o Mapa de Riscos e divulgá-lo ao conjunto dos trabalhadores,

através da fixação e exposição em local visível. Serve como um instrumento de

levantamento preliminar de riscos, de informação para os demais trabalhadores e

visitantes, e de planejamento para as ações preventivas que serão adotadas pela

instituição.

1. Objetivo do Mapa de Riscos

Reunir as informações básicas necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação

da segurança e saúde no local de trabalho, e possibilitar, durante a sua elaboração, a

troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua

participação nas atividades de prevenção.

2. Benefícios da adoção do Mapa de Riscos

Identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os

trabalhadores poderão estar expostos; conscientização quanto ao uso adequado das

medidas e dos equipamentos de proteção coletiva e individual; redução de gastos com

acidentes e doenças, medicação, indenização, substituição de trabalhadores e danos

patrimoniais; facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento da

segurança interna e externa; e melhoria do clima organizacional, maior produtividade e

qualidade de vida no trabalho.

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25 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

3. Elaboração do Mapa de Riscos

São utilizadas cores para identificar o tipo de risco, conforme a tabela de classificação

dos riscos ambientais. A gravidade é representada pelo tamanho dos círculos.

4. Tabela de classificação de riscos

GRUPO RISCO AGENTES

I FÍSICOS Ruído, vibração, radiação ionizante e não ionizante, temperaturas

extremas (frio e calor), pressões anormais, umidade.

II QUÍMICOS Poeiras, fumos, neblinas, gases, vapores, substâncias compostas ou

produtos químicos em geral.

III BIOLÓGICOS Vírus, bactérias, fungos, parasitas, bacilos, protozoários, insetos, cobras,

aranhas.

IV ERGONÔMICOS

Esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, postura

incorreta, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos,

trabalho em turno e noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e

repetitividade, treinamento inadequado ou inexistente, responsabilidade,

conflito, tensões emocionais, outras situações causadoras de estresse

físico e/ou emocional.

V

MECÂNICOS E

RISCO DE

ACIDENTES

Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção,

inadequados ou deficientes, ferramentas defeituosas, inadequadas ou

inexistentes, eletricidade e iluminação deficiente, probabilidade de incêndio

ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos, outras

situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.

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26 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

5. Tabela de cores

Simbologia das cores:

No mapa de risco, os riscos são

representados e indicados por

círculos coloridos, de três

tamanhos diferentes

Risco Químico Leve Risco Físico Leve

Risco Químico Médio Risco Físico Médio

Risco Químico Elevado Risco Físico Elevado

Risco Biológico Leve Risco Ergonômico Leve Risco Mecânico Leve

Risco Biológico Médio Risco Ergonômico Médio Risco Mecânico Médio

Risco Biológico Elevado Risco Ergonômico Elevado Risco Mecânico Elevado

6. Etapas de elaboração:

6.1. Conhecer o processo de trabalho do local avaliado:

- Os trabalhadores - número, sexo, idade, queixas de saúde, jornada, treinamento

recebido;

- Os equipamentos, instrumentos e materiais de trabalho;

- Atividades exercidas;

- O ambiente.

6.2. Identificar os agentes de riscos existentes no local avaliado, conforme a tabela

de classificação dos riscos ambientais.

6. 3. Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia referente a:

- Proteção coletiva;

- Organização do trabalho;

- Proteção individual;

- Higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouros, refeitórios,

- Área de lazer

6. 4. Identificar os indicadores de saúde:

- Queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos

riscos;

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27 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

- Acidentes de trabalho ocorridos;

- Doenças profissionais diagnosticadas;

- Causas mais frequentes de ausência ao trabalho.

6. 5. Elaborar o Mapa de Riscos, sobre uma planta ou desenho do local de trabalho,

indicando através do círculo:

- O grupo a que pertence o risco, conforme as cores classificadas;

- O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do

círculo;

- A especificação do agente (por exemplo: amônia, ácido clorídrico, repetitividade, ritmo

excessivo) que deve ser anotado também dentro do círculo;

- Intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser

representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos círculos.

- A Comissão de Saúde e Segurança dos Trabalhadores da SMS (CSST-SMS) deverá

auxiliar os trabalhadores na elaboração do Mapa de Riscos.

OBS: A elaboração do Mapa de Riscos será feita pelos trabalhadores, subsidiada pela

CSST-SMS.

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28 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO – CIAT E

DECLARAÇÃO DE ACIDENTE/PMF

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO – CAT/INSS

Os acidentes de trabalho e as doenças relacionadas ao trabalho também devem ser

notificadas pelos profissionais de saúde através do Sistema de Informação de Agravos de

Notificação – SINAN conforme estabelece as Portarias GM/MS nº 1.271/2014 e nº

1.984/2014.

A Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT é um documento emitido para reconhecer

tanto um acidente de trabalho ou de trajeto bem como uma doença ocupacional, a CAT é

um instrumento da Previdência Social que protege os trabalhadores com contrato de

trabalho regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT. A empresa é obrigada a

informar à Previdência Social todos os acidentes de trabalho ocorridos com seus

empregados, mesmo que não haja afastamento das atividades, até o primeiro dia útil

seguinte ao da ocorrência e em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata.

Os servidores estatutários da PMF tem como instrumento de informação do acidente a

Comunicação Interna de Acidente no Trabalho – CIAT (Decreto nº 4811, e 18 de abril de

2007), que denomina como acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo

servidor que se relacione, mediata ou imediatamente, com o exercício das funções,

atividades e atribuições do cargo por ele ocupado.

Equiparam-se ao acidente em serviço:

1. A Doença Profissional: assim entendida a inerente ou peculiar a determinado ramo

de atividade e constante de legislação específica de qualquer esfera.

2. As Doenças do Trabalho: que, mesmo não constando de legislação específica,

guarde perfeita relação de nexo causal com as atividades efetivamente desempenhadas

ou com as condições ambientais ergonômicas inerentes ao exercício dessas atividades.

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29 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

3. A Doença do Trabalho Proveniente de Contaminação Acidental: no exercício de

atividade ligada a agente biológico, com perfeita relação de nexo causal.

4. O acidente sofrido pelo servidor, ainda que fora do local e do horário de trabalho,

devidamente comprovado, nas seguintes condições:

- Na execução de ordem ou realização de serviço por determinação de autoridade

superior;

- Na prestação espontânea de qualquer serviço à entidade, para lhe evitar prejuízo ou

proporcionar proveito;

- No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela.

5. O acidente sofrido pelo servidor no local de trabalho em conseqüência de:

- Ato de sabotagem, ofensa física, inclusive de terceiro, por qualquer motivo;

- Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, inclusive de

companheiro de trabalho;

- Desabamento, inundação, incêndio ou outra eventualidade fortuita ou decorrente de

força maior;

- Ato de pessoa privada do uso da razão.

Parágrafo Único - Considera-se ainda acidente em serviço o período legalmente definido

como descanso ou para refeição no próprio local de trabalho.

Na ocorrência de acidente em serviço deverá a chefia imediata do servidor preencher o

formulário Comunicação Interna de Acidente no Trabalho - CIAT e anexar laudos

médicos ou qualquer outro documento que comprove o ocorrido, encaminhando-o

posteriormente à Gerência de Perícia Médica e Saúde Ocupacional.

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30 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

FLUXOS:

COMUNICAÇÃO INTERNA DE ACIDENTE DE TRABALHO –

CIAT/PMF

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO - CAT/INSS

1. Servidores Municipais Estatutários – CIAT

- Comunicar o acidente à chefia imediata;

- A chefia imediata preenche “todos os campos” da CIAT e Declaração de Acidente, com

exceção da parte relativa ao atendimento médico;

- O médico que atendeu o caso deverá preencher “todos os campos” da parte relativa ao

atendimento médico;

- Em casos de acidente com ou sem necessidade de afastamento do trabalhador, o

servidor ou familiar deverá levar a CIAT e Declaração de Acidente, devidamente

preenchidas, ao protocolo da Secretaria Municipal de Administração – SMA, para

abertura de processo;

- A chefia imediata deverá encaminhar cópia da mesma por malote ou fax, ao setor de

Saúde do Trabalhador da Assessoria em Gestão de Pessoas da SMS, para ser arquivada

na pasta do servidor;

- Em caso de doença do trabalho, deverá ser agendada a Perícia Médica para

confirmação do diagnóstico, enviando posteriormente, cópia da mesma por malote ou fax,

ao setor de Saúde do Trabalhador da Assessoria em Gestão de Pessoas da SMS, para

ser arquivada na pasta do servidor;

http://www.pmf.sc.gov.br/sites/gpss/index.php?cms=saude+do+trabalhador+da+sms&me

nu=1

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31 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

2. Trabalhadores em Regime CLT /CTD – CAT/INSS:

- Comunicar o acidente à chefia imediata;

- A chefia Imediata imprime a CAT no site INSS e preenche todos os campos, com

exceção da parte relativa ao atendimento médico;

- O médico que atendeu o caso deverá preencher todos os campos da parte relativa ao

atendimento médico;

- A chefia imediata encaminha a CAT, devidamente preenchida, por malote ou fax, ao

setor de Saúde do Trabalhador da Assessoria em Gestão de Pessoas da SMS.

- O setor de Saúde do Trabalhador da SMS repassará os dados para a CAT (on line) no

site do INSS e, posteriormente, enviará cópias ao trabalhador, chefia imediata, Gerência

de Perícia Médica e sindicato (SINTRASEM);

http://www.pmf.sc.gov.br/sites/gpss/index.php?cms=saude+do+trabalhador+da+sms&me

nu=1

http://www.previdencia.gov.br/forms/formularios/form001.html

3. Deverão preencher o formulário CIAT/PMF e CAT/INSS as seguintes ocorrências:

3.1. CAT inicial - acidente do trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do

trabalho;

3.2. CAT reabertura - reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão

de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho, já comunicado

anteriormente à Gerência de Perícia Médica ou INSS;

3.3. CAT comunicação de óbito - falecimento decorrente de acidente ou doença

profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial.

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32 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

ACIDENTES (TÍPICO/TRAJETO) E

DOENÇAS DE TRABALHO

1. Acidente do Trabalho

É aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da instituição, e também no

trajeto usual de ida e volta da residência para o trabalho, provocando lesão corporal ou

perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução permanente ou

temporária da capacidade para o trabalho.

2. Doença do Trabalho

É a doença produzida, desencadeada ou agravada pelo exercício do trabalho peculiar a

determinada atividade ou adquirida em função de condições especiais em que o trabalho

é realizado. A análise do caso pelo médico perito é que irá determinar o Nexo Causal da

doença com o trabalho.

3. Doença Profissional

É a doença produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a

determinada atividade.

4. Principais causas dos acidentes e doenças do trabalho

Inúmeros são os fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes e doenças nos

locais de trabalho. Geralmente, adotam-se concepções simples e erradas para aquilo que

causou os acidentes ou doenças, buscando-se, muitas vezes, o consolo para os

infortúnios através da alegação de que foi coisa do destino, má sorte, obra do acaso,

castigo de Deus. Na verdade, todos os acidentes podem ser evitados se providências

forem adotadas com antecedência e de maneira compromissada e responsável.

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33 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

5. Equipara-se ao acidente de trabalho

5.1. O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja

contribuído diretamente para a morte do trabalhador, para a redução ou perda da sua

capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para sua

recuperação;

5.2. O acidente sofrido pelo trabalhador no local e no horário do trabalho, em

consequência de:

- Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de

trabalho;

- Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao

trabalho;

- Ato de imprudência (excesso de confiança), de negligência (falta de atenção) ou de

imperícia (inabilitação) de terceiro ou de companheiro de trabalho;

- Ato de pessoa privada do uso da razão, por exemplo, o louco;

- Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos (quedas de raios) ou

decorrentes de força maior (enchentes);

5.3. A doença proveniente de contaminação acidental do trabalhador no exercício de sua

atividade.

5.4. O acidente sofrido pelo trabalhador, ainda que fora do local e horário de trabalho:

- Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da instituição;

- Na prestação espontânea de qualquer serviço à instituição para lhe evitar prejuízo ou

proporcionar proveito;

- Em viagem ou saída a serviço da instituição, inclusive para estudo quando financiada

por esta, dentro de seus planos para melhorar qualificação, independentemente do meio

de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do trabalhador;

- No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que

seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do trabalhador;

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34 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

- Nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da satisfação de

outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o trabalhador é

considerado no exercício do trabalho.

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35 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO

FLUXO DO ACIDENTE COM MATERIAL BIOLÓGICO PARA

SERVIDORES DA SMS

Os acidentes de trabalho com exposição a material biológico são aqueles nos quais o

indivíduo, durante seu trabalho, foi exposto a materiais biológicos potencialmente

contaminados (sangue e/ou outros fluidos orgânicos). (Guia de Vigilância em Saúde,

2014)

Todos os estabelecimentos de saúde devem buscar a prevenção deste tipo de acidente,

através de adequado treinamento dos profissionais e instituição de rotinas de trabalho

que minimizem o risco de sua ocorrência. Também é importante, para diminuir seu

impacto, que os trabalhadores em estabelecimentos de saúde estejam adequadamente

vacinados contra a hepatite B.

Quando ocorrem, esses eventos devem ser tratados como emergências médicas, uma

vez que, para se obter maior eficácia, as intervenções para profilaxia da infecção pelo

HIV e Hepatite B (profilaxias pós-exposição - PEP) necessitam ser iniciadas logo após a

ocorrência do acidente. (NT nº 01/2015/DIVE/SUV/SES)

“A avaliação do status sorológico da pessoa exposta deve sempre ser realizada em

situações de exposições consideradas de risco. Além disso, o status da pessoa fonte,

sempre que possível, deve ser conhecido. A PEP não está indicada quando a pessoa

exposta já se encontra infectada pelo HIV (infecção prévia à exposição) ou quando a

infecção pelo HIV pode ser descartada na pessoa fonte. (...) entretanto uma vez que a

PEP, seja indicada, deve ser iniciada preferencialmente nas primeiras duas horas após a

exposição, para que a eficácia seja maior. Nesse sentido, o uso de testes rápidos para o

diagnóstico da infecção pelo HIV na avaliação da indicação de PEP é fundamental. O

Teste Rápido (TR) é um dispositivo de teste de uso único, que não depende de

infraestrutura laboratorial e que produz resultado em tempo igual ou inferior a 30 minutos.

(Protocolo PEP 2015)

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36 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

1. Condutas Após o Acidente

1.1. Na Unidade de Origem do Acidentado

O servidor vítima de acidente de trabalho com exposição a material biológico deve ser

avaliado imediatamente após a ocorrência do acidente. A avaliação deve basear-se em

uma adequada anamnese, caracterização do paciente fonte, análise do risco,

notificação do acidente (SINAN e, se indicado, CAT1), e orientação de manejo e

medidas de cuidado com o local exposto.

OBS: Realizar o teste rápido no Centro de Saúde onde houve o acidente e, quando

não estiver disponível, encaminhar o acidentado para realizar o teste no CS mais

próximo.

- Acolhimento do acidentado

- Orientações e aconselhamento ao acidentado:

- Com relação ao risco do acidente

- Possível uso de quimioprofilaxia.

- Suporte emocional devido ao estresse pós-acidente.

- Consentimento para realização de exames sorológicos.

- Comprometer o acidentado com seu acompanhamento durante seis meses.

- Orientar o acidentado a relatar de imediato os seguintes sintomas: linfoadenopatia, rash,

dor de garganta, sintomas de gripe (sugestivos de soro-conversão aguda).

- Reforçar a prática de biossegurança e precauções básicas em serviço.

- Cuidados com a área exposta:

- No caso de contato do material potencialmente contaminado com a pele ou exposição

percutânea, lavar o local imediatamente com água e sabão.

- Se o contato foi com mucosas, lavar exaustivamente com água ou solução salina

fisiológica.

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37 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

- Embora não seja contra-indicado, não há evidência de que o uso de anti-sépticos

reduza o risco de transmissão. A expressão do local do ferimento também não parece ter

utilidade.

- Por outro lado, estão contra-indicados procedimentos que aumentem a área exposta,

tais como cortes e injeções locais ou utilização de soluções irritantes (éter, glutaraldeído,

hipoclorito de sódio).

1.2. Avaliação do risco de contaminação

- Para avaliar o potencial risco de infecção relacionado ao acidente, é necessário:

- Estabelecer o material biológico envolvido:

- São considerados de maior risco os acidentes que envolvem contato com sangue e/ou

fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor, líquido

sinovial, líquido pleural, peritoneal, pericárdico e amniótico).

- São considerados de baixo risco os acidentes que envolvem contato com fluidos

orgânicos potencialmente não infectantes, como suor, lágrima, fezes, urina e saliva. Se

algum destes materiais estiver contaminado com sangue, passa a ser considerado de

maior risco.

- Estabelecer o tipo de acidente:

- São considerados de risco os acidentes perfurocortantes (lesões provocadas por

instrumentos perfurantes e/ou cortantes como agulhas, bisturis ou vidrarias, por

exemplo), aqueles nos quais há contato com mucosa (respingos em olhos, nariz e boca)

ou contato com pele com solução de continuidade (presença de dermatite, feridas

abertas, mordeduras humanas com a presença de sangue).

- As exposições de maior gravidade envolvem maior volume de sangue, lesões profundas

provocadas por material cortante, presença de sangue visível no instrumento, acidentes

com agulhas previamente utilizadas em veia ou artéria de paciente-fonte, acidentes com

agulhas de grosso calibre ou agulhas com lúmen.

- Identificar o paciente-fonte:

- Sempre que possível, deve ser buscado identificar o paciente que deu origem ao

material contaminado. Quando a identificação é possível, devem ser anotados os dados

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38 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

de identificação do mesmo para que possa ser contatado, caso não esteja mais no

serviço de saúde onde ocorreu o acidente.

1.3. Notificação do acidente no Infosaúde

- O acidente de trabalho com exposição a material biológico é de notificação obrigatória.

A notificação deve ser feita no Infosaúde e encaminhada conforme fluxo estabelecido

entre a Unidade e seu Distrito Sanitário.

- Lembrar que, se durante a investigação do acidentado ou paciente fonte for

diagnosticado algum agravo de notificação compulsória (HIV, Hepatites) estes também

devem ser notificados.

1.4. Avaliação do paciente fonte

O paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, hepatite B e hepatite C

no momento da ocorrência do acidente. Quanto à sua identificação, podem ser

encontradas as seguintes situações:

- Paciente-fonte conhecido, disponível para avaliação (paciente internado ou presente

no serviço de saúde no momento do acidente). Nestes casos, os testes rápidos devem

ser utilizados para identificação da sua situação sorológica. Na ausência de testes para

Hepatites virais, solicitar sorologias e encaminhar o paciente para coleta no LAMUF ou

postos de coleta descentralizados. Alternativamente, a coleta pode ser acordada com a

equipe de Vigilância Epidemiológica do Distrito correspondente ou com a Gerência de

Vigilância em Saúde (GVE). Lembrar que o mesmo deve ser orientado sobre o

procedimento, razão da testagem, e deve concordar com a realização dos testes

(consentimento informado).

- Paciente-fonte conhecido, comprovadamente infectado (registro de prontuário ou

resultado de exame disponível): Se o paciente já é sabidamente infectado, o acidentado

deve ser encaminhado o mais rapidamente possível à Unidade de Referência para as

medidas de prevenção cabíveis;

- Paciente-fonte conhecido, mas não disponível para avaliação (não se encontra na

unidade de saúde). Considerando que a PEP deve ser iniciada o mais rapidamente

possível, não é justificável tentar localizar o paciente em seu domicílio ou outra medida

semelhante. Se não há registro de infecção por HIV ou Hepatites B ou C no prontuário ou

exames que atestem a infecção, considerar como “fonte desconhecida”. Registros de

resultados de sorologias negativas para estas doenças podem ser considerados apenas

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39 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

quando for possível descartar janela imunológica em pacientes com baixo risco de

infecção.

- Paciente-fonte desconhecido. Ocorre quando o material biológico não tem origem

estabelecida.

1.5. Avaliação do acidentado

- Visando preservar a privacidade dos servidores, a avaliação sorológica do acidentado

deverá ser feita na Unidade de Referência.

- Investigar a situação vacinal para Hepatite B (aproveitar a oportunidade para avaliar a

caderneta de vacinas do adulto)

Em nenhuma das situações acima exames de detecção viral são recomendados

como testes de triagem.

1.6. Definição da Necessidade de Encaminhamento para a Unidade de Referência

- De posse dos dados acima, o profissional que atende o acidentado deve avaliar a

indicação de PEP para o HIV e\ou Hepatites Virais conforme as figuras 1 e 2.

- Se necessário o encaminhamento, orientar o acidentado sobre as possíveis medidas

adotadas, e encaminhá-lo com cópia da ficha de investigação preenchida com todos os

dados disponíveis no momento do atendimento.

2. Unidade de Referência – Hospital Nereu Ramos:

- Receberá o acidentado encaminhado pela Unidade de Saúde na qual ocorreu o

acidente, após avaliação do mesmo, conforme consta deste documento.

- Nos casos em que o paciente-fonte for positivo ou desconhecido para Hep B, será

realizada avaliação para administração da imunoglobulina para Hep B e/ou vacina (figura

1).

- Nos casos em que o paciente-fonte for desconhecido ou apresentar teste rápido para

HIV positivo, será realizada avaliação para dispensação de antirretroviral (figura 2).

- Também será realizado na Unidade Referência o seguimento ambulatorial do

acidentado durante a quimioprofilaxia para HIV (primeiros 30 dias).

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40 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

- Após o termino da quimioprofilaxia, o acidentado será reencaminhado à unidade de

origem para seguimento sorológico e acompanhamento.

3. Acompanhamento

O acompanhamento será de responsabilidade da unidade de origem ou do serviço

médico de escolha do servidor. Neste caso, deve ser informado à GVE qual o serviço de

saúde que se responsabilizará pelo acompanhamento do servidor. Nos casos de

paciente-fonte positivo ou desconhecido, a reavaliação sorológica do acidentado deverá

ser realizada em 6, 12 e 24 semanas após o acidente, conforme NT nº

01/2015/DIVE/SUV/SES e anexos (quadrinho hep b e c e HIV).

Figura 1:

* Profissionais que já tiveram hepatite B estão imunes à reinfecção e não necessitam de profilaxia pós-exposição. Tanto a vacina quanto a

imunoglobulina devem ser aplicadas dentro do período de 7 dias após o acidente, idealmente na primeiras 24h após o acidente.

** Uso associado de imunoglobulina hiperimune contra hepatite B está indicado se o paciente-fonte tiver alto risco para infecção pelo HBV,

como: usuários de drogas injetáveis, pacientes em programas de diálise, contatos domiciliares e sexuais de portadores de HBsAg positivo,

homens que fazem sexo com homens, heterossexuais com vários parceiros e relações sexuais desprotegidas, história prévia de doenças

sexualmente transmissíveis, pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para hepatite B, pacientes provenientes de

prisões e de instituições de atendimento a pacientes com deficiência mental.

*** IGHAHB (2x) = 2 doses de imunoglobulina hiperimune para hepatite B com intervalo de mês entre as doses. Esta opção deve ser

indicada para aqueles que já fizeram 2 séries de 3 doses de vacina, mas não apresentaram resposta vacinal, ou apresentem alergia grave à

vacina.

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41 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

Figura 2 – Avaliação para indicação de PEP em casos de acidente com material

biológico com risco de exposição ao HIV.

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42 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

FLUXO DE ATENDIMENTO AO ACIDENTE POR ANIMAL

POTENCIALMENTE TRANSMISSOR DE RAIVA PARA

SERVIDORES DA SMS

A raiva é uma doença transmitida apenas por mamíferos do ciclo urbano (cães e gatos),

do ciclo rural (bovinos, eqüinos e outros animais de produção), do ciclo aéreo (morcegos)

e do ciclo silvestre (raposas, primatas, gambás, entre outros). O acidente por Animal

Potencialmente Transmissor de Raiva ocorre quando existe mordedura, arranhões,

lambeduras por animais que possam transmitir a partir da inoculação do vírus presente

na saliva do animal infectado. (Guia de Vigilância em Saúde, 2014).

Conduta:

- Lavar imediatamente o local com água corrente e sabão. Se for mucosa (olhos, boca)

deve-se lavar somente com soro fisiológico ou água corrente.

- Se o acidente ocorrer durante o horário de atendimento do Centro de Saúde (de 2a à 6a

feira das 8h às 17h) procurar o CS mais próximo da residência para avaliação do tipo de

exposição e verificação do esquema profilático a ser adotado.

- Realizar a Notificação Compulsória (Infosaúde)

- Caso ocorra fora do período de atendimento do CS o servidor deve encaminha-se à

unidade de referência – Hospital Nereu Ramos.

Salientamos que de acordo com a Nota de Orientação para Atendimento Antirrábico

Humano, de 10/01/2013, da DIVE o estado de Santa Catarina é considerado área

controlada para raiva no ciclo urbano, e a orientação é mantê-lo animal (cão ou gato) sob

observação e só iniciar o esquema profilático indicado para o tipo de lesão (soro e

vacina) se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso.

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43 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

ERGONOMIA X SOLUÇÕES CRIATIVAS

A ergonomia é a adequação dos elementos do ambiente produtivo às características da

pessoa com a finalidade de proporcionar uma interação confortável e segura, sem danos

à sua saúde.

De acordo com Associação Internacional de Ergonomia – IEA (2000) a Ergonomia (ou

Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações

entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias,

princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o

desempenho global do sistema. A palavra Ergonomia deriva do grego Ergon (trabalho) e

nomos (normas, regras, leis). Trata-se de uma disciplina orientada para uma abordagem

sistêmica de todos os aspectos da atividade humana.

Os distúrbios e problemas músculo-esqueléticos encontram-se, atualmente, no topo dos

indicadores de doenças ocupacionais, quando se enfocam as perturbações na saúde dos

trabalhadores.

A maioria dos distúrbios ocupacionais pode ser solucionada com medidas simples como

a adaptação do posto de trabalho e a adoção de posicionamentos mais funcionais e

menos agressivos. No entanto, as estratégias preventivas passam pela educação em

saúde que tem o foco centrado na reeducação postural e gestual no trabalho – sendo

imprescindível a compreensão e a assimilação individual a respeito desses cuidados no

dia a dia.

De forma sistemática podemos descrever os fatores participantes dos distúrbios músculo-

esqueléticos ocupacionais conforme o quadro abaixo:

TAREFA

Carga física

- Levantamento de carga, realização de força, movimentos

repetitivos

- Posturas excêntricas (dinâmicas ou estáticas)

- Compressão mecânica, vibração, etc.

Carga mental - Concentração, responsabilidade, monotonia, estresse

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44 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

Retirado: Kawase, 2006. Constrangimento postural ocupacional determinado pelo equipo odontológico: um

estudo de caso. 2006. 143 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-

Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.

Orientação Ergonômica na Posição Sentada:

CERTO ERRADO

- Mantenha os ombros relaxados e alinhe os cotovelos à 90º, apoie os braços no apoio

de braço da cadeira, ou na mesa se for no formato de “U”;

- Mantenha o olhar no terço superior do monitor;

AMBIENTE

Físico

- Iluminação, temperatura, qualidade do ar

- Configuração espacial do posto de trabalho

Sócio-

organizacional

- Ritmo acelerado, ausência de pausas, jornada prolongada,

trabalho em turno

- Exigência de produção, pagamento por produção, estímulo à

competitividade

- Motivação, participação

INDIVÍDUO

Físicos - Gênero, idade, obesidade, condicionamento físico, características

antropométricas, saúde geral

Psicossociais - Estrutura familiar, conflitos, equilíbrio emocional, auto-estima,

psicopatias

Não

ocupacionais - Lazer, hábitos, diversão, etc.

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45 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

- Os punhos devem permanecer retos, e nunca deixe o punho apoiado na borda da

mesa;

- Ajuste o encosto da cadeira para acomodar a curva normal da coluna lombar, se a

cadeira não tiver ajuste próprio, use um apoio lombar e mantenha seu quadril bem para

trás, encostado na cadeira;

- O teclado e o mouse devem estar bem próximos ao seu corpo;

- Joelhos posicionados à 90 – 100º, assegure-se de que os joelhos estejam livres e não

pressionados pela borda do assento;

- Os pés devem descansar firmemente no chão; use um apoio para os pés se necessário.

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46 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

SIGLAS / GLOSSÁRIO

- Acidente: é o evento não programado nem planejado que resulta em lesão, doença ou

morte, dano ou outro tipo de perda.

- Acidente em serviço: é considerado “o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que

se relacione, mediata ou imediatamente, com o exercício das funções, atividades e

atribuições do cargo por ele ocupado”.

- Acidentes de trabalho: Visão Legal e Prevencionista: é o que ocorre pelo exercício

do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional

que cause a morte, perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade do

trabalho.

Considera-se também como sendo acidente de trabalho, as doenças decorrentes do

trabalho;

- ASO: Atestado de Saúde Ocupacional

- CAT: Comunicação de Acidente de Trabalho

- CIAT: Comunicação Interna de Acidente de Trabalho

- CIPA: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

- CLT: Consolidação das Leis do Trabalho

- CTD: Contrato por Tempo Determinado

- CSST-SMS: Comissão de Saúde e Segurança dos Trabalhadores da SMS

- Dano: é a consequência de um perigo, em termos de lesão, doença, prejuízo à

propriedade, meio ambiente ou uma combinação destes.

- Doença ocupacional: é a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho

peculiar a determinada atividade.

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47 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

- Doença do trabalho: é a adquirida ou desencadeada em função de condições

especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

- EPC: Equipamento de Proteção Coletiva

- EPI: Equipamento de Proteção Individual

- Incidente: é o evento que tem o potencial de levar a um acidente ou que deu origem a

um acidente.

- INSS: Instituto Nacional do Seguro Social

- NR: Norma Regulamentadora

- SESMT: Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do

Trabalho

- SMS: Secretaria Municipal de Saúde

- PCMSO: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

- Perigo: é a fonte ou situação com potencial para provocar danos ao homem, à

propriedade ou ao meio ambiente, ou a combinação destes.

- PGRSS: Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

- PMF: Prefeitura Municipal de Florianópolis

- PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

- Risco: É a combinação da probabilidade de ocorrência e da gravidade de um

determinado evento perigoso.

- Saúde: É o equilibrado bem-estar físico, mental e social do ser humano.

- SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação

- SUS: Sistema Único de Saúde

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48 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O serviço público há alguns anos vem passando por uma reestruturação; as instituições

públicas têm presenciado mudanças significativas no cenário do trabalho, surgem novos

espaços operacionais, novos setores, novos serviços são oferecidos e novas

competências são exigidas tanto nos cargos gerenciais quanto operacionais. E assim, o

servidor é chamado a contribuir na reconstrução das relações de trabalho, numa nova

concepção de gestão democrática e participativa.

O objetivo é apresentar para o serviço público um instrumento orientado à implantação de

ações de promoção à saúde, segurança e qualidade de vida no trabalho, esclarecendo

de forma ética, o como e o porquê ocorrem as transformações na realidade dos

ambientes organizacionais. Tais questões permitem o desenvolvimento de ações de

prevenção frente aos acontecimentos que possam ocorrer no cotidiano do trabalho como:

acidentes, doenças físicas ou psicológicas, assédios, relações conflituosas entre pares

e/ou chefias, entre outras, pelas quais passam os trabalhadores no desempenho de suas

atividades.

Nessa compreensão é preciso visualizar os impactos das ações de promoção de saúde e

segurança para, adequadamente, inserir práticas saudáveis e seguras nos ambientes de

trabalho, que favoreçam o processo da gestão de saúde do servidor, sob a ótica da

integralidade.

As iniciativas de promoção da saúde devem basear-se, primordialmente, em dados

epidemiológicos e no resultado das avaliações das condições, da segurança e dos

processos de trabalho, fazendo uso da informação e indicadores de saúde para orientar e

favorecer a transformação contínua do nível de saúde e das condições de vida dos

servidores, respeitando as particularidades e necessidades das diferentes etapas do

desenvolvimento humano.

Ampliar o espaço de autonomia, a fim de que os servidores possam contribuir com as

mudanças no ambiente e na organização do trabalho, com foco na prevenção de

acidentes e agravos à saúde. Propor ações voltadas à humanização do trabalho com

estímulo à participação dos trabalhadores, compreendidos como agentes

transformadores da realidade.

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49 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

A concepção que fundamenta estas diretrizes prioriza ações voltadas à educação em

saúde, à prevenção dos riscos, agravos e danos à saúde do trabalhador, ao estímulo dos

fatores de proteção da saúde e ao controle de determinadas doenças e acidentes.

As ações de promoção da saúde têm como finalidade a melhoria dos ambientes, da

organização e do processo de trabalho, de modo a ampliar a conscientização, a

responsabilidade e a autonomia dos servidores, em consonância com os esforços

institucionais de construção de uma cultura de valorização da saúde, prevenção dos

acidentes e das doenças relacionadas ao trabalho, assim como, na educação em saúde

para a adoção de hábitos saudáveis e práticas que melhorem as condições e a qualidade

de vida no trabalho.

O objetivo é possibilitar que os principais protagonistas do mundo do trabalho

(trabalhadores, dirigentes e gestores) compreendam o que constitui essas relações, e

quando necessário, possam modificá-las de forma a subsidiar ações de prevenção e

promoção à saúde do trabalhador no seu desempenho laboral.

Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir

entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque

descobri, no caminho incerto da vida, que o mais

importante é o decidir.

Cora Coralina

O talento vence jogos, mas só o trabalho em equipe

vence campeonatos.

Michael Jordan

Prevenir-se contra doenças e acidentes de trabalho não é

apenas proteger-se de situações adversas, é também melhorar

continuamente as condições de trabalho.

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50 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

REFERÊNCIAS

CF1988

Kawase, 2006. Constrangimento postural ocupacional determinado pelo equipo

odontológico: um estudo de caso. 2006. 143 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de

Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC,

Florianópolis.

Lei 8080/1990

Lei 8142/1990

Protocolo 008/2011

NR – MTE

Nota Técnica nº 165/2008/Ministério da Saúde

http://www.uff.br/enfermagemdotrabalho/mapaderisco.htm

http://www.trajanocamargo.com.br/wp-

content/uploads/2012/05/seguranca_no_trabalho.pdf

http://www.previdenciasocial.gov.br/arquivos/office/4_101112-101538-142.pdf

http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1227209981.pdf

http://www.normaslegais.com.br/legislacao/trabalhista/lei8213.htm

http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/situacoes_acidentetrabalho.htm

http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/resolucao

http://www.saude.ba.gov.br/dgtes/images/stories/paist/Manual%20de%20Impalntacao%2

0e%20Funcionamento%20do%20PAIST.pdf

http://www.progepe.uff.br/sites/default/files/noticias/portaria_normativa_3_-_2013_-

_diretrizes_de_promocao_da_saude_do_servidor_-_segep_mp1_3.pdf

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51 Manual de Atenção Integral à Saúde do Servidor

http://www.saude.ba.gov.br/dgtes/images/stories/paist/PAIST%20-

%20Documento%20base.pdf

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd03_12.pdf

http://www.excelenciaemgestao.org/Portals/2/documents/cneg10/anais/T14_0351.pdf