68
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PAULO HENRIQUE SCHMIDT O PROCESSO PRODUTIVO NA EMPRESA FELLUZ ILUMINAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO SÃO JOSÉ 2013

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE … · bibliográfica, documental e de campo, com entrevista com roteiro semiestruturado aplicada entre os colaboradores da empresa e observação

Embed Size (px)

Citation preview

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

PAULO HENRIQUE SCHMIDT

O PROCESSO PRODUTIVO NA EMPRESA FELLUZ ILUMINAÇÃO: UM ESTUDO

DE CASO

SÃO JOSÉ

2013

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

PAULO HENRIQUE SCHMIDT

O PROCESSO PRODUTIVO NA EMPRESA FELLUZ ILUMINAÇÃO: UM ESTUDO

DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Admninstração, do Centro Universitário Municipal de São José – USJ, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Administração. Orientadora: Prof. MSc. Tais Baumgarten Carvalho.

SÃO JOSÉ

2013

PAULO HENRIQUE SCHMIDT

O PROCESSO PRODUTIVO NA EMPRESA FELLUZ ILUMINAÇÃO: UM ESTUDO

DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito final para a aprovação no

Curso de Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ

Avaliado em 28 de junho de 2013 por:

______________________________________

Prof. MSc. Tais Baumgarten Carvalho

Orientadora

_______________________________________

Prof. MSc Paulo Bastos

Membro Examinador

_______________________________________

Prof. MSc Adenilson Perin

Membro Examinador

RESUMO

Atualmente os administradores possuem algumas ferramentas de gestão que são

fundamentais e que participam na busca constante das organizações pela

produtividade e conquista de vantagem competitiva. A administração da produção é

uma dessas ferramentas. Na indústria esta ferramenta é ainda mais importante, pois

promove reflexos positivos em todos os setores da organização, favorecendo o

alcance dos objetivos da empresa. A preocupação em maximizar a eficiência do

processo de produção é um dos maiores gargalos administrativos, pois a mesma se

torna central influenciando todos os outros setores da empresa, refletindo

diretamente na saúde das organizações. Diante deste contexto, a pesquisa tem

como objetivo geral a identificação dos fatores que influenciam na perda de

produtividade da produção da empresa Felluz Iluminação. Com foco na

administração da produção, busca ressaltar a importância do controle de produção e

controle de qualidade como fatores relevantes para o aumento da produtividade da

empresa. Para atender os objetivos propostos neste estudo foi realizada a pesquisa

bibliográfica, documental e de campo, com entrevista com roteiro semiestruturado

aplicada entre os colaboradores da empresa e observação dos processos e métodos

existentes. A técnica de análise dos dados coletados foi por meio de pesquisa

qualitativa, devido à identificação de um nível de realidade que não pode ser

quantificado. A pesquisa buscou descrever o processo produtivo da empresa e

propõe sugestões de melhorias, condensadas em um plano de ação, visando o

aprimoramento do processo produtivo. Diante dos resultados observados, percebe-

se que o estudo poderá contribuir destacando a importância da administração da

produção como fonte de vantagem competitiva para as organizações.

Palavras-chave: Administração da produção. Produtividade. Controle de produção.

Controle de qualidade.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 6

1.1 TEMA ............................................................................................................................. 6

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .................................................................................... 7

1.3 OBJETIVOS .................................................................................................................. 7

1.3.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 8

1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 8

1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 8

2. AMBIENTE ORGANIZACIONAL ............................................................................ 10

2.1 HISTÓRICO ................................................................................................................ 10

2.2 FORMA DE GESTÃO ............................................................................................... 11

2.3 MISSÃO, VISÃO E VALORES. ............................................................................... 11

2.4 SEGMENTO DE MERCADO ................................................................................... 11

2.5 SETORES E COLABORADORES, ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA ...... 12

2.6 ANALISE DO AMBIENTE ......................................................................................... 15

2.6.1 Ambiente Interno ..................................................................................................... 15

2.6.2 Ambiente Externo .................................................................................................... 16

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 17

3.1 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ...................................................................... 17

3.2 PRODUTIVIDADE ..................................................................................................... 19

3.3 GESTÃO DE QUALIDADE ....................................................................................... 21

3.3.1 As ferramentas básicas da qualidade. ............................................................... 22

3.4 SISTEMAS DE PRODUÇÃO ................................................................................... 24

3.4.1 Sistema de produção contínua ............................................................................ 26

3.4.2 Sistema de produção intermitente ...................................................................... 26

3.4.3 Sistema de produção para grandes projetos ................................................... 27

3.5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP) ................................ 28

3.5.1 Planejamento da produção ................................................................................... 29

3.5.2 Programação e controle da produção ............................................................... 31

3.5.3 MRP ............................................................................................................................. 32

3.5.4 Sistema de produção puxado ............................................................................... 33

3.5.5 Sistema de produção empurrado ........................................................................ 33

3.6 SISTEMA DE PRODUÇÃO ENXUTA ..................................................................... 34

3.6.1 Histórico ..................................................................................................................... 34

3.6.2 Just in Time (JIT) ..................................................................................................... 34

3.6.3 Kanban ........................................................................................................................ 35

3.6.4 Kaizen ......................................................................................................................... 36

3.6.5 5s .................................................................................................................................. 36

3.6.6 Jidoka .......................................................................................................................... 37

3.6.7 Poka Yoke .................................................................................................................. 37

3.6.8 Andon .......................................................................................................................... 38

3.7 AS SETE CLASSES DA PERDA SEGUNDO O TOYOTISMO .......................... 38

3.7.1 Perda por superprodução ..................................................................................... 38

3.7.2 Perda por transporte ............................................................................................... 39

3.7.3 Perda por processamento em si .......................................................................... 39

3.7.4 Perda por fabricação de produtos defeituosos ............................................... 39

3.7.5 Perda por movimentação ....................................................................................... 40

3.7.6 Perda por espera ...................................................................................................... 40

3.7.7 Perda por estoque ................................................................................................... 41

4. METODOLOGIA ........................................................................................................ 42

5. ANÁLISE DOS DADOS. .......................................................................................... 46

5.1 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO ....................................................... 46

5.1.1 Matéria prima ............................................................................................................ 46

5.1.2 Máquinas e equipamentos .................................................................................... 47

5.1.3 Programação da produção .................................................................................... 54

5.2 ANALISE DO AMBIENTE E DOS PROCESSOS ................................................. 55

6. RESULTADOS DA PESQUISA .............................................................................. 57

6.1 SUGESTÃO DE MELHORIAS ................................................................................. 57

6.1.1 Controle de produção ............................................................................................. 57

6.1.2 Controle de qualidade ............................................................................................ 58

6.1.3 Conscientização dos colaboradores .................................................................. 58

6.1.4 Plano de ação ........................................................................................................... 59

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 61

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 63

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA ....................... 66

6

1. INTRODUÇÃO

1.1 TEMA

O mercado altamente competitivo e a exigência de adaptação frente às

necessidades demandadas pelo momento econômico atual, constantemente obriga

as empresas a manter um esforço continuo em busca de produtividade, para manter

a competitividade e sustentar sua fatia de mercado. Para isso é necessário que se

desenvolva métodos mais eficazes do que os da concorrência para a conquista dos

objetivos da organização.

Cada organização tem suas prioridades de acordo com a necessidade do

negócio. Algumas são ligadas a aspectos externos, como clientes e concorrência, e

outras são fundamentadas em aspectos internos, como custos e processos, todavia

o objetivo de toda a organização é gerar riquezas e se perpetuar aumentando sua

fatia de mercado. Por conta disso, a necessidade de aprimoramento de processos é

uma atividade continua, pois a competitividade está relacionada a eficiência dos

processos em relação a concorrência.

Na indústria esta competitividade é fomentada pelo desenvolvimento de

novas tecnologias de produção e a administração dos processos de transformação,

gerando riqueza e agregando valor aos produtos. No entendimento de Gianesi e

Corrêa (1993, p. 42) os sistemas de administração da produção ou SAP como

também são conhecidos, é a base, o coração do processo produtivo. Estes têm

como objetivos principais o planejamento e o controle do processo de manufatura

em todos os seus níveis. Dentre estes níveis se incluem materiais, equipamentos,

pessoas, fornecedores e distribuidores.

“A produção é a função central das organizações já que é aquela que vai se

incumbir de alcançar o objetivo principal da empresa, ou seja, sua razão de existir.”

Segundo Slack (1996, p.34)

Neste contexto, apresenta-se o tema da pesquisa, sendo o sistema de

administração da produção da empresa Felluz Iluminação objeto deste estudo.

7

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Este trabalho tem como objeto de pesquisa, o setor produtivo da empresa

Felluz Iluminação e todos os processos e recursos que o compõem.

Todas as partes de qualquer empresa têm seus próprios papéis para

desempenhar a fim de se chegar ao sucesso. O papel de cada função está

refletido em seu nome. Por exemplo: A função marketing posiciona os

produtos e serviços da empresa no mercado. Já a função finanças monitora

e controla os recursos financeiros da empresa. Já a função produção

produz os bens e serviços demandados pelos consumidores. A produção

deve apoiar a estratégia desenvolvendo objetivos e politicas apropriados

aos recursos que administra, fazendo a estratégia acontecer, transformando

decisões estratégicas em realidade operacional e devendo fornecer os

meios para a obtenção de vantagem competitiva. Para que qualquer

organização seja bem sucedida a longo prazo, a contribuição de sua função

produção é vital. Ela dá à organização “uma vantagem baseada em

produção” (IACIA, 2006, p. 01).

Neste sentido, coloca-se a administração da produção como um dos

processos mais importantes dentro das organizações, podendo proporcionar

diferencial competitivo, facilitando o alcance dos objetivos da empresa.

A preocupação em maximizar a eficiência do processo de produção é um dos

maiores gargalos administrativos, pois a mesma se torna central influenciando todos

os outros setores da empresa, refletindo diretamente na saúde a da organização.

Colocando a administração da produção, seus recursos, processos e

variações, como elemento principal desta pesquisa, apresenta-se o problema de

pesquisa:

Quais os principais fatores que influenciam na produtividade da empresa

Felluz Iluminação?

1.3 OBJETIVOS

Com base no problema de pesquisa, apresentam-se os objetivos a serem

alcançados.

8

1.3.1 Objetivo geral

Identificar e analisar os fatores que influenciam na perda de produtividade da

empresa Felluz Iluminação.

1.3.2 Objetivos específicos

Para alcançar e complementar o objetivo geral apresentam-se alguns

objetivos específicos a serem alcançados no decorrer do trabalho:

- Apresentar as bases teóricas sobre o tema proposto no estudo;

- Descrever como ocorre o processo de produção na empresa estudada;

- Analisar a situação atual enfatizando os pontos críticos do processo;

- Propor um plano de ação para realizar as melhorias propostas no estudo.

1.4 JUSTIFICATIVA

Aprimorar constantemente o processo produtivo é fundamental para manter a

competitividade exigida pelo mercado.

O comportamento da economia mundial apresenta-se como um fator de grande importância e influência nas práticas gerenciais das empresas em geral. O cenário econômico mundial atua, pode ser caracterizado por alguns fatores marcantes, tais como a forte concorrência, velocidade de disseminação de informações, evolução e renovação rápida da tecnologia, diferenciação dos produtos no mercado e descentralização produtiva. [...] A reestruturação produtiva veio em resposta à necessidade de ajustamento frente aos padrões internacionais de produtividade e de qualidade, elemento considerado hoje, básico na competitividade nesse novo cenário. [...] As mudanças que estão ocorrendo não são meras tendências, mas sim consequências da necessidade das empresas buscarem novas tecnologias, novos sistemas de gestão, novos mercados e consequentemente uma redefinição dos seus processos e negócios (ADUM, 2005, p. 01-02).

A pesquisa irá fomentar a necessidade de melhoramentos contínuos na

produção, criando diferencial competitivo e tornando a produção flexível e eficiente,

fortalecendo a produtividade e a saúde da Felluz Iluminação.

Por ser um estudo de caso baseado em uma empresa que nasceu de uma

iniciativa empreendedora, com toda a dificuldade de se iniciar um negócio sem

capital para investimentos e que aos poucos foi vencendo as dificuldades e se

consolidando no mercado, a pesquisa tem então seu papel social, pois futuros

empreendedores poderão basear-se nas experiências adquiridas e retratadas neste

9

trabalho, como forma de evitar os problemas encontrados e basear-se nas boas

práticas analisadas e propostas.

A empresa objeto da pesquisa é também local de trabalho do autor o que

propicia uma maior intimidade com os processos e afinidade com as demandas

exigidas pelo mercado neste setor. O tema da pesquisa foi escolhido não só pela

afinidade pessoal, mas também por ser setor de atuação onde o autor desenvolve

suas atividades na empresa. Essa vivência juntamente com a vivência academia

trouxe a possibilidade de conduzir de maneira mais harmoniosa a pesquisa,

aplicando as teorias acadêmicas no dia a dia da organização.

Além disto, a pesquisa em questão poderá inspirar outros acadêmicos no

desenvolvimento de novas pesquisas sobre o tema retratado, enaltecendo ainda

mais os campos da administração abordados pela instituição de ensino em suas

pesquisas.

10

2. AMBIENTE ORGANIZACIONAL

2.1 HISTÓRICO

Criada em 2001, a Felluz Iluminação é uma fábrica de luminárias. Está

localizada no município de Porto Alegre - RS, na Avenida Mario Meneguetti, 475,

bairro Protásio Alves.

Com uma história de sacrifícios e perseverança, a Felluz Iluminação nasceu

de uma iniciativa empreendedora em um momento de dificuldades financeiras, em

que o proprietário teve sensibilidade para perceber uma oportunidade de mercado

pouco explorada e juntamente com sua esposa iniciou uma pequena produção nos

fundos da garagem da própria casa.

Foram muito importantes para a empresa, as experiências adquiridas, pelo

proprietário idealizador, em sua vida profissional. Com conhecimentos sobre o

mercado, sobre o processo de produção e uma ampla rede de contatos que deram o

impulso inicial para o negócio, e garantiram a sobrevivência nos primeiros anos, os

mais difíceis.

Sem capital para investimentos e sem infraestrutura adequada, cada produto

era desenvolvido em forma de protótipo e divulgado para os lojistas. Estes

depositavam a confiança no produto e encomendavam certa quantidade que entrava

em processo de produção, atendendo somente os pedidos pagos antecipadamente.

Estas dificuldades aos poucos foram superadas e a empresa foi se adaptando

aos acontecimentos, se solidificando e conquistando mercado. Na medida em que o

negócio foi crescendo, a empresa foi investindo em capacitação gerencial e em

busca de parceiros comerciais para fortalecer sua participação no mercado.

Hoje a Felluz atua em todo o Brasil com representantes comerciais alocados

nas principais regiões. O principal mercado é o do Rio Grande do Sul, que

representa 50% das vendas. Entre os principais clientes estão a Santa Rita Materiais

Elétricos em Florianópolis e Loja Elétrica em Belo Horizonte, apesar do fato de o

volume total de vendas ser muito bem dividido entre outros clientes.

11

2.2 FORMA DE GESTÃO

Por possuir uma mão-de-obra com baixo nível de qualificação, a Felluz possui

uma forma de gestão muito centralizada, o que é comum em empresas familiares de

pequeno porte.

O poder de decisão é dos proprietários, que delegam algumas funções

específicas para outros funcionários, principalmente no sentido de promover a

supervisão do trabalho. Já ás questões estratégicas e de planejamento fica toda em

função da disponibilidade dos donos da empresa.

Os cargos estratégicos são geralmente ocupados por pessoas ligadas à

família e de confiança dos proprietários.

2.3 MISSÃO, VISÃO E VALORES.

No âmbito institucional a filosofia da empresa está definida da seguinte forma:

MISSÃO: Usar de criatividade e simplicidade para criar e desenvolver produtos,

buscando cada vez mais satisfazer o mercado de iluminação decorativa.

VISÃO: Através da união de forças de nossos produtos e colaboradores, estar

presente sempre com destaque no mercado de iluminação.

VALORES: Muito trabalho, determinação, persistência e ética na criação, na

comercialização e relacionamento com nossos colaboradores e fornecedores.

2.4 SEGMENTO DE MERCADO

Atua no mercado da iluminação decorativa produzindo e comercializando

luminárias para atender exclusivamente lojistas em todo o país. Oferecendo a seus

clientes o mesmo prazo de entrega e condições de pagamento ofertado pela maioria

dos seus concorrentes.

Por possuir diferencial competitivo, no sentido de alto nível de criatividade e

produtos inovadores, a Felluz não possui concorrentes diretos, embora enfrente com

certa atenção a imitação de seus produtos por outras fábricas. Para contornar este

12

problema a empresa investe cada vez mais em inovação, de forma a conquistar a

fidelidade dos clientes, que esperam por produtos inovadores e originais.

Este mercado ainda é muito pouco explorado no Brasil, em comparação com

outros países onde a iluminação decorativa é muito difundida, criando inclusive

tendências regionais de decoração, como o famoso abajur banqueiro inglês, ainda

no século XVIII.

Este cenário, de pouca exploração de mercado, cria certa facilidade para

novos entrantes concorrentes, principalmente porque a inovação e a criatividade são

muito bem aceitas em qualquer tema ligado a decoração, fornecendo vantagem

competitiva para quem as possui.

O principal órgão ligado a este setor no Brasil é a Abilux, Associação,

Brasileira da Industria da Iluminação, com sede em São Paulo, criada em 1985 com

a finalidade de trabalhar pela eficiência e produtividade das empresas do setor.

2.5 SETORES E COLABORADORES, ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA

A Felluz Iluminação possui 20 funcionários diretos e conta com 16

representantes comerciais atuando de maneira autônoma em todo o Brasil.

É importante ressaltar que devido a alta rotatividade, a variação desses

números ocorre com frequência. De qualquer forma, existe um esforço para manter

o quadro de funcionários sempre próximo destes níveis.

Destes 20 funcionários 4 atuam em funções comerciais e administrativas, os

outros 15 são distribuídos nas funções de produção e a empresa ainda conta com

um zelador.

13

A seguir apresenta-se o organograma da Felluz Iluminação, representando os setores e ordem hierárquica de cada um.

Figura 1: Organograma da Felluz Iluminação.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

14

A seguir apresenta-se o fluxograma do processo produtivo, importante para a pesquisa que tem como tema central o sistema de produção da empresa.

Figura 2: Fluxograma da Felluz Iluminação

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

15

2.6 ANALISE DO AMBIENTE

Baseado nas experiências de estágio na empresa foi levantado fatos sobre o

ambiente onde a empresa está inserida. A análise SWOT, que tem sua sigla

representada pelas palavras strengths (forças), weaknesses (fraquezas),

opportunities (oportunidades) e threats (ameaças), é um método que permite

analisar o ambiente interno (forças e fraquezas) e o ambiente externo

(oportunidades e ameaças) da organização. A elaboração desta matriz é importante,

pois permite uma visão interna da organização e uma visão externa do mercado e

seus comportamentos. A Seguir serão descritos os pontos fortes, fracos, da

empresa estudada.

2.6.1 Ambiente Interno

Pontos fortes detectados:

- Facilidade de adaptação às situações exigidas pelo ambiente externo

- Flexibilidade na produção

- Produto diferenciado e inovador

- Bom relacionamento comercial e imagem no mercado

- Ambiente organizacional agradável

- Máquinas e equipamentos em bom estado de conservação

Pontos fracos detectados:

- Alta rotatividade dos funcionários

- Baixa qualificação profissional do setor produtivo

- Pouco espaço físico no setor de produção

- Alta centralização do poder decisório

- Falta de programa de controle de qualidade entre as etapas da produção

16

2.6.2 Ambiente Externo

Oportunidades encontradas:

- Mercado receptivo e em crescimento

- Oportunidade de melhorar relação comercial com clientes

- Baixa competitividade dos concorrentes

Ameaças encontradas:

- Concorrência imitando produtos a preços mais baratos

- Poucos fornecedores da matéria prima principal, impossibilitando a barganha de

preço.

- Irregularidade nos prazos de entregas dos fornecedores

17

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, serão apresentados os principais fundamentos teóricos sobre

administração da produção que envolve o tema do trabalho. Começando por uma

breve apresentação histórica da administração, a pesquisa discorre sobre os

trabalhos de Taylor e sua relação com a produtividade e direcionando o estudo para

os modelos de produção enxuta, ferramentas de qualidade e controle da produção.

3.1 ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

De acordo com Laugeni e Martins (2002), quando os primórdios efetuavam a

caça e a pele de um animal era transformada em uma peça de roupa, criava assim

um produto eficaz para sua existência. Tudo que se produzia era utilizado apenas

pelo seu produtor, não existia interesse em comercio ou até mesmo escambo.

Ainda segundo os autores, com o passar do tempo e a evolução das relações

sociais, algumas pessoas se revelavam muito habilidosas em certos tipos de

produção, e passaram a produzir conforme solicitações especificas para atender a

terceiros. Desta forma surgiram os primeiros artesãos e a primeira forma organizada

de produção, uma vez que eram atendidos prazos e especificações quanto a

encomenda, além de definição de preços.

[...] a fabricação de produtos era regida pela simples “divisão do trabalho” dentro de funções especializadas, as quais eram executadas nas casas dos trabalhadores. Esse “sistema doméstico” de fabricação aplicou-se especialmente às industrias têxteis. Naturalmente, assim que os homens concentraram sua atenção sobre uma ou duas operações simples, começaram a encontrar meios de vencer a fadiga e de aperfeiçoar a qualidade das coisas produzidas[...] (HARDING, 1981, p.15)

Ainda segundo Laugeni e Martins (2002), este modelo de produção artesanal

se perpetuou durante muitos anos e foi sendo aprimorado com as invenções de

ferramentas especificas para cada tipo de produto. Esta revolução que ocorreu

dentro das oficinas foi a percussora da Revolução Industrial, que teve início em 1764

com a invenção da máquina a vapor por James Watt. A revolução trouxe não só a

18

possibilidade de produzir em larga escala, como também a produção automatizada,

reduzindo a mão de obra humana no processo de produção. A produção em larga

escala trouxe também a necessidade de uma administração mais eficiente, gerindo

recursos, insumos, planejamentos e técnicas de vendas.

Já no final do século XIX são publicados nos Estados Unidos os estudos de

Frederick W. Taylor, que objetivava o problema do modelo de produção vigente,

dando origem ao conceito de produtividade. A partir deste momento a procura

incessante por melhores métodos de trabalho e processos de produção com o

objetivo de se obter melhoria da produtividade com menor custo possível passou a

ser rotineira nas organizações. (LAUGENI; MARTINS, 2002).

A unidade básica da administração científica era a função e a construção de uma estrutura formal requerida, estabelecendo primeiro os objetivos e a seguir dividindo o trabalho em unidades menores (tarefas simples), que seriam colocadas como um sistema coordenado (isto constituiria a racionalização do trabalho dos operários). (SILVA, 2002, p. 117).

Em 1910 Henry Ford cria a linha de montagem seriada, revolucionando os

processos produtivos e os métodos utilizados até então. A produção em larga escala

resultante desse modelo de produção seria batizada de produção em massa,

caracterizadas pela padronização dos produtos. Aos poucos novos conceitos foram

introduzidos, como: linha de montagem, posto de trabalho, estoques intermediários,

controle estatístico de qualidade e fluxograma de processos. Este modelo de

produção foi amplamente explorado por muitos anos. Após este período, muitas

teorias foram publicadas a respeito da administração da produção, como a Escola

das Relações Humanas e a Teoria Comportamental, contribuindo para a melhoria

das condições de trabalho e tornando o modelo menos mecanicista, considerando a

condição humana e suas necessidades. (LAUGENI; MARTINS, 2002).

O conceito de produção em massa e as técnicas produtivas de Ford decorrentes predominaram nas fábricas até meados da década de 1960, quando surgiram novas técnicas produtivas caracterizando a denominada produção enxuta (MARTINS;LAUGENI, 2002, p. 23).

Somente em meados de 1960, já no período pós-segunda guerra, com o

Japão ainda em processo de reconstrução e suas indústrias enfraquecidas, o

modelo de Ford se mostrou pouco eficiente para atender as necessidades daquele

19

país. Foi quando foi introduzido na linha de montagem da Toyota, o modelo de

produção enxuta, que tinha como principal objetivo a eliminação dos estoques para

reduzir os custos de armazenagem, excesso de mão-de-obra e falta de matéria

prima e insumos. (LAUGENI; MARTINS, 2002).

Ainda segundo os autores, ao longo desse processo de modernização da

produção cresce em importância a figura do consumidor. Ao se tornar o objeto de

conquista para as empresas, involuntariamente revoluciona novamente os

processos de produção, na medida em que suas exigências como consumidor

obrigam as empresas a se tornarem flexíveis em seus sistemas de produção. Com

isso, a customização dos produtos se torna um diferencial competitivo importante, e

em certo aspecto é um retorno ao artesanato, em um modelo infinitamente mais

tecnológico.

Os valores sociais mudaram, Agora, não podemos vender nossos produtos a não ser que nos coloquemos dentro dos corações de nossos consumidores, cada um dos quais tem conceitos e gostos diferentes. Hoje, o mundo industrial foi forçado a dominar de verdade o sistema de produção múltiplo, em pequenas quantidades. (OHNO, 1988, p. 55)

Contudo, todos os sistemas de produção têm como objetivo principal o

aumento da produtividade, considerando a realidade de cada mercado e os recursos

disponíveis.

3.2 PRODUTIVIDADE

O termo de produtividade foi usado pela primeira vez em 1799 pelo

economista francês Quesnay, e em 1833 se usou o termo definindo-o “capacidade

para produzir”. Já no século XX o termo assumiu o significado que conhecemos

hoje, a relação do que é produzido com os recursos empregados para a sua

produção. O conceito formal de produtividade, definido pela Comunidade Econômica

Europeia na década de 50, define produtividade como: “o quociente obtido pela

divisão do produzido por um dos fatores de produção”. Desta forma, é possível

calcular a produtividade sob diversos aspectos, como produtividade do capital, das

matérias primas, mão de obra e outros (SILVAb apud GERANEGÓCIO, 2009).

20

Ainda segundo Silvab citado por Geranegócio (2009), considerando esta

definição para produtividade, surge a necessidade de outras duas definições:

Produtividade parcial: Como a relação do que foi produzido com o que foi

consumido para produzir.

Produtividade total: Como a relação do total do que foi produzido com a soma

de todos os recursos empregados na produção.

O aquecimento do mercado, juntamente com a eficiência do setor comercial,

são responsáveis por criar a demanda de produção das empresas. Esta demanda

administrada de maneira eficiente, na gestão dos custos, dos insumos e dos

recursos, cria uma pressão pelo aumento da produtividade.

Produtividade é minimizar cientificamente o uso de recursos matérias, mão-de-obra, máquinas, equipamentos etc., para reduzir custos de produção, expandir mercados, aumentar o número de empregados, lutar por aumentos reais de salários e pela melhoria do padrão de vida no interesse comum do capital, do trabalho e dos consumidores. (AZEVEDO, 2009)

Silvab ao ser citado por Geranegócio (2009, grifo nosso), aponta vários

fatores que influenciam diretamente na produtividade de um sistema de produção,

merecendo destaque:

Relação capital – trabalho: Indica o nível de investimentos em máquinas,

equipamentos e instalações em relação a mão de obra empregada.

Mudanças na mão-de-obra: Decorrentes de alterações de processos produtivos

em que o pessoal com maior grau de instrução faz-se necessário.

Inovações tecnológicas: São grandes responsáveis pelo aumento da

produtividade nos últimos anos. Reforçando a necessidade de investimentos em

pesquisa e desenvolvimento (P&D) para empresas que desejam melhorias de

produtividade.

21

Restrições legais: Impõe limitações a certas empresas, forçando-as a implantar

equipamentos de proteção ambiental, com alto impacto na produtividade.

Fatores gerenciais: Relacionado com a capacidade dos administradores de se

empenharem em programas de melhoria de produtividade em suas empresas.

Qualidade de vida: reflete a cultura do ambiente organizacional da empresa. A

preocupação com a qualidade de vida de seus colaboradores como fator de

motivação da mão de obra.

A produtividade da produção deve ser coerente com a produtividade das

vendas, para evitar a que se produzam estoques desnecessários e consumo

desnecessário de matéria prima. É fundamental comparar a produtividade alcançada

pela empresa com outras empresas do mesmo segmento que possuam processos

equivalentes (AZEVEDO, 2009).

A questão da qualidade está também diretamente relacionada ao conceito de

produtividade, uma que vez o simples fato de aumentar a qualidade dos processos,

evitando o reprocesso na linha de produção já gera um aumento de produtividade.

3.3 GESTÃO DE QUALIDADE

Na década de 20, o estatístico norte americano W.A Shewhart, já havia

questionado a qualidade e variabilidade dentro da produção de bens e serviços. Ele

desenvolveu o Controle Estatístico de Processo, um sistema de mensuração das

variabilidades encontradas na produção. Também desenvolveu o ciclo PDCA (Plan,

Do, Check e Action) método fundamental para a gestão de qualidade. (LONGO,

1996).

O controle estatístico de processo e gestão da qualidade foi amplamente

difundido no Japão pós-guerra que precisava reestruturar suas indústrias. Esta

ferramenta ajudou o Japão a conquistar um modelo gerencial e tecnológico que até

hoje é reconhecido como padrão mundial. (LAUGENI; MARTINS. 2002)

A qualidade dos processos é refletida diretamente na qualidade dos produtos

ou serviços resultantes do mesmo. Está ja não é mais um fator de competitividade

22

comum, pois vem sendo cada vez mais difundida em todos os processos, tornando-

se fundamental para atender consumidores cada vez mais exigentes, principalmente

em mercados altamente competitivos.

3.3.1 As ferramentas básicas da qualidade.

Um dos aspectos mais importantes no programa de qualidade é uma

abordagem sistematizada dos problemas. Diversas ferramentas foram desenvolvidas

para rastrear e solucionar estes problemas. De acordo com Godoy (2009),

apresentam-se a seguir as principais ferramentas de qualidade:

3.3.1.1 Folha de verificação.

Utilizada para apresentar dados de forma mais visível e clara. É

essencialmente um quadro para lançamento numérico de ocorrências de algum

evento. “Folhas de verificação são formulários usados para padronizar e verificar

resultados de trabalho, ou para verificar e coletar dados” (BARBOSA, 2002, p 7).

A folha de verificação também é utilizada para votação, onde os participantes

de uma reunião, após terem trabalhado na identificação e no agrupamento das

causas de algum problema, fornecem alternativas para solucioná-lo. (GODOY, 2009)

3.3.1.2 Diagrama de causa e efeito.

Ainda segundo Godoy (2009), O diagrama de causa e efeito, também

conhecido como diagrama de Ishikawa ou espinha de peixe, permite a identificação

e análise das potenciais causas de variação do processo ou da ocorrência de um

fenômeno e como as causas interagem entre si. Essa ferramenta foi desenvolvida

no ano de 1943 na Universidade de Tóquio pelo engenheiro japonês Kaoru

Ishikawa.

Segundo os estudos de Ishikawa, as causas observadas serão provenientes

de uma ou mais naturezas, entre as cinco possíveis; materiais, métodos, mão de

obro, máquinas e meio-ambiente, também conhecido como 5M´s.

Sua utilização permite, a partir dos grupos básicos de possíveis causas,

desdobrar tais causas até os níveis de detalhe adequados à solução do problema.

3.3.1.3 Gráfico de Pareto

23

Esta ferramenta tem como finalidade a analise e priorização dos aspectos

relevantes relacionados à qualidade de um produto, visando uma fácil visualização

da estratificação de varias causas e características de defeitos e não conformidades.

(GODOY, 2009)

O Gráfico de Pareto é uma ferramenta de qualidade em forma de gráfico de barras que dispões a informação de forma a torna-la evidente e visual a priorização de temas. A informação assim disposta também permite o estabelecimento de metas numéricas viáveis de serem alcançadas. (GODOY, 2009).

Ainda segundo o autor, o nome Pareto é originado do economista italiano

Vilfredo Pareto no século passado quando o mesmo identificou características em

um problema sócio econômico.

O comportamento dos problemas mostra-se semelhantes quando observados

de forma geral. Basicamente, pode-se dizer que a grande maioria dos efeitos é

devido a um numero reduzido de causas. Por isso é importante identificar quais as

causas principais e soluciona-las de maneira eficiente.

3.3.1.4 Diagrama de dispersão

Ainda segundo Godoy (2009), o Diagrama de dispersão é utilizado para se

verificar a relação entre duas variáveis, ou a existência de relação entre a causa e o

efeito, além de verificar a existência de uma relação pode-se identificar em que

intensidade ela ocorre. A forma mais simples de se chegar ao coeficiente de

correlação é através da amplitude (R) e do desvio padrão (s)

A análise destes gráficos pode identificar pontos nitidamente afastados do

grupo principal, podendo indicar variações durante o processo.

3.3.1.5 Histograma

Foi desenvolvido pelo francês A. M. Guerry, para descrever analises

estatísticas sobre crimes, em 1883, com intuito de se estudar a frequência ocorrida

de determinados eventos. (GODOY, 2009)

Ainda segundo o autor, o histograma é representado por um gráfico de barras

verticais que apresenta valores de uma característica agrupados por faixas. O

gráfico criado permite obter uma impressão visual objetiva sobre a dispersão e

24

localização dos valores recolhidos, evidenciando o numero de ocorrência de cada

fenômeno, podendo assim ser utilizados para o controle e melhoria do processo.

3.3.1.6 Carta de controle

Ferramenta desenvolvida na década de 1920, pelo estatístico americano

Walter Shewhart, com foco nas variações anormais e no desvio padrão das

mesmas. Utiliza três parâmetros para analisar se o processo está sob controle, são

eles: Linha Central de Controle; Limite inferior de Controle e Limite superior de

Controle. (GODOY, 2009)

Este tipo de gráfico comumente utilizado para o acompanhamento durante o processo determina uma faixa chamada de tolerância limitada pela linha superior (limite superior de controle) e uma linha inferior (limite inferior de controle) e uma linha média do processo, que foram estatisticamente determinadas. (SILVAb apud GERANEGOCIO, 2008, p. 3)

Esta ferramenta pode ser utilizada para verificar a quantidade de defeitos

encontrados em um processo ou até mesmo para se verificar a quantidade de

defeitos por peças. Ao observar a formação de padrões que mostrem que o

processo esta saindo do controle, o operador pode iniciar a devida intervenção.

(GODOY, 2009)

3.3.1.7 Fluxograma

O fluxograma (ou flowsheet) é o mapeamento do processo, que tem o objetivo

de representar a ordem das atividades, de forma simples e compreensível.

Considera todos os recursos empregados no processo, como equipamentos,

pessoas, ferramentas e matéria prima. (GODOY, 2009)

Ainda segundo o autor, o fluxograma também descreve os prontos em que as

decisões são tomadas dentro do processo. É uma ferramenta de análise e de

apresentação gráfica dos métodos ou procedimentos envolvidos.

3.4 SISTEMAS DE PRODUÇÃO

Os sistemas devem ser vistos como conjuntos, funcionando em sintonia com

um objetivo comum. Nas empresas, assim como no setor produtivo este principio

25

também se aplicada, tornando possível a administração de sistemas dentro das

empresas, como os sistemas de produção.

Conforme Ackoff apud Gaither; Frazier (2007), Um sistema é um todo que não

pode ser separado sem que ocorra a perda de suas características essenciais e por

isso, deve ser estudado como um todo.

Churchman ao ser citado por Ballestero-Alvarez (2006, grifo nosso) propõe

cinco considerações básicas na descrição de um sistema:

Objetivos: que fixam o limite ou limites do próprio sistema;

Componentes: que são os elementos essenciais para seu funcionamento, sendo

de grande importância a descrição cuidadosa desses componentes;

Recursos: são os insumos que o mesmo pode retirar dele próprio e do meio

ambiente com a finalidade de executar suas funções;

Meio ambiente: é o entorno do sistema, portanto, exógeno ao mesmo, sendo

importante no momento da análise de um sistema, delimitar rigorosamente seus

começo e seu fim, bem como sua fronteira com o mundo exterior. Usualmente, os

limites são estabelecidos através das variáveis que podem ser afetadas pelo meio.

Assim, as variáveis independentes ou exógenas pertencem ao meio ambiente e as

variáveis endógenas ou controláveis constituem parte do sistema.

Administração: engloba os métodos, pessoas e componentes que utilizam os

recursos do sistema para atingir seus objetivos.

Para Erdmann (2000), a produção, como resultado de uma atividade, é

oriunda de um conjunto de funções ou de esforços empregados. O produto é o que

se obtém. Assim, pode-se definir sistema de produção como o conjunto das

atividades relacionadas a produção, que interligadas atuam de acordo com o

objetivo, no sentido de produzir outputs (saídas) utilizando de maneira pré-

estabelecida os inputs (entradas).

26

Para Gaither e Fraizier (2007), os insumos são classificados em três

categorias gerais – insumos externos, insumos de mercado e recursos primários.

Insumos externos geralmente têm caráter de informação e tendem a fornecer dados

sobre as condições externas ao sistema produtivo. Questões legais ou politicas

podem exigir adaptações do sistema para o cumprimento do objetivo. Assim como

informações tecnológicas podem fomentar o desenvolvimento de novas máquinas e

consequentemente a alteração de alguns processos dentro do sistema.

Ainda segundo os autores, insumos de mercado também tendem a ser de

caráter informativo, porém este se refere mais a informações de mercado,

tendências, design, concorrência e são essenciais para o sistema reagir as

necessidades do mercado. Já os recursos primários, são aqueles que efetivamente

alimentam a produção, matérias-primas e suprimentos, mão de obra, capital entre

outros.

3.4.1 Sistema de produção contínua

Segundo Lacia (2006), o sistema de produção contínua, também chamado de

fluxo de linha, apresenta uma sequência linear para se fazer o produto ou serviço.

Ele apresenta produtos muito padronizados e fluem em uma sequência prevista.

Para Gaither e Frazier (2007), na produção contínua os produtos e serviços

tendem a seguir caminhos lineares diretos, sem recuos ou desvios, tendem a

avançar ao longo da produção sem sofrer interrupções.

De uma forma geral, os sistemas de fluxo em linha são também caracterizados por uma alta eficiente e acentuada inflexibilidade, Essa eficiente é derivada de uma substituição maciça de trabalho humano por máquinas, bem como à padronização do trabalho restante em tarefas altamente repetitivas. Grandes volumes de produção devem ser mantidos para se recuperar o custo de equipamentos especializados, o que requer um conjunto-padrão de produtos estabilidade ao longo do tempo (MOREIRA, 2008, p. 10).

Este modelo de produção exige um alto nível de investimento e ainda assim é

muito inflexível, o que deixa a empresa sob grande risco em relação a obsolescência

do produto. Na prática é utilizado em sua maioria para serviços essenciais como

fornecimento de água, luz, captação e tratamento de esgoto.

3.4.2 Sistema de produção intermitente

27

Segundo Lacia (2006), no sistema intermitente a produção é feita em lotes.

Quando termina a fabricação do lote de um produto, outros produtos tomam o seu

lugar nas máquinas. O produto original só voltará a ser feito depois de algum tempo,

caracterizando-se assim uma produção intermitente de cada um dos produtos.

[...] mão-de-obra e os equipamentos são tradicionalmente organizados em centros de trabalho por tipo de habilidades, operações ou equipamento [...] são agrupados em conjunto definindo um tipo de arranjo físico conhecido como funcional ou por processo. O produto flui, de forma irregular, de um centro de trabalho a outro. O equipamento utilizado é do tipo genérico, ou seja, equipamentos que permitem adaptações dependendo das particularidades das operações que estejam realizando no produto (MOREIRA, 2008, p. 10)

Para Slack (2008), se os lotes forem grandes, e especialmente se os produtos

forem familiares à operação, os processos desse tipo podem ser relativamente

repetitivos. Por esse motivo, o processo em lotes pode ser baseado em uma gama

mais ampla de níveis de volume e variedade do que outros tipos de processos.

Este tipo de sistema de produção é utilizado na maioria das indústrias, pois

consegue balancear a flexibilidade exigida pelas infinitas possibilidades de

demandas de mercado e da produção com a alta produtividade necessária para

garantir a economia de escala na produção e consequentemente menos custo.

Outra vantagem é a possibilidade de produzir grande variedade de produtos com o

mesmo arranjo físico.

Conforme Gaither e Frazier (2007), no sistema intermitente os produtos se

movem de departamento em departamento em lotes ou tarefas, que são

determinadas conforme os pedidos dos clientes.

Porém o sistema de produção intermitente, exige maior habilidade e mais

treinamento dos empregados, supervisão tecnicamente treinada planejamentos e

controle mais complexos.

3.4.3 Sistema de produção para grandes projetos

Conforme Slack (2008), os processos de produção para projetos são os que

lidam com produtos discretos, usualmente bastante customizados. Caracterizados

28

por pequenos volumes e grande variedade, geralmente são produtos ou serviços

que exigem muito tempo para a execução.

A essência de projetos de processos é que cada trabalho tem início e fim bem definidos, o intervalo de tempo entre início de diferentes trabalhos é relativamente longo e os recursos transformadores que fazem o produto provavelmente serão organizados d forma especial para cada um deles. (SLACK, 2008,p.130).

Segundo Moreira (2008), no sistema de produção para grandes projetos, cada

projeto é um produto único, não havendo um fluxo do produto. Isto torna o a

execução de um projeto dificultosa do ponto de vista gerencial, planejamento e

controle, além de um alto custo empregado.

Os processos por projeto têm como finalidade o atendimento de uma necessidade específica do cliente, com todas as suas atividades voltadas para essa meta. O produto tem uma data específica para ser concluído e, uma vez concluído, o sistema produtivo se volta para um novo projeto. Os produtos são concebidos em estreita ligação com os cliente, de modo que suas especificações impõem uma organização dedicada ao projeto (TUBINO, 1997, P.29).

Este sistema é utilizado essencialmente para modelos de produção flexíveis,

capazes de adequar estruturalmente sua produção para o atendimento e execução.

Utilizado principalmente por obras de engenharia, produção de filmes entre outros.

3.5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PCP)

O planejamento e Controle da produção são funções da administração, que

tem objetivo de orientar os processos produtivos para alcançar da maneira mais

eficiente os resultados desejados.

O PCP (Planejamento e Controle da Produção) pode ser entendido como um sistema processado de informações; recebe informações como entradas e fornece outras, processadas como saídas. Em síntese, Planejamento e Controle da Produção constitui-se basicamente de um sistema que determina os rumos da produção e a acompanha exercendo os respectivos controles. Nesta definição estão implícitas as funções de comando (determinação do ritmo, função de direção) e organização da produção (disposição dos elementos necessários no lugar e tempo corretos e conjunto de regras). (ERDMANN, 1998, p. 34).

29

Para Tubino (2000), em um sistema produtivo, ao serem definidas suas metas

e estratégias se faz necessário o uso de planejamento e controle para alcança-las,

administrar os recursos humanos sobre os físicos e acompanhar essas ações, para

que os desvios sejam corrigidos a tempo e não atrapalhem o cumprimento dos

objetivos. Esse conjunto de funções é desenvolvido pelo Planejamento e Controle da

Produção (PCP).

Russomano (1995), diz que o PCP constitui-se basicamente no planejamento

do sequenciamento de operações da programação da movimentação e da

coordenação da inspeção e no controle de materiais, métodos ferramental e tempos

operacionais, tendo como objetivo a organização do suprimento e movimentação

dos recursos humanos, utilização de máquinas e atividades relacionadas, a fim de

atingir os resultados desejados.

3.5.1 Planejamento da produção

Para atingir determinado objetivo ou para construir o cenário em que se

deseja atuar no futuro, no tempo determinado, o planejamento se faz necessário e

relevante.

Planejar é entender como a consideração conjunta da situação presente e da visão de futura influencia as decisões tomadas no presente para que se atinjam determinados objetivos futuros. Planejar é projetar um futuro que é deferente do passado, por causas sobre as quais se tem controle. (CORRÊA, 2001, p. 37).

Segundo Burbidge (1981), o planejamento envolve principalmente a

administração dos recursos e as decisões inerentes a eles. Como serão aplicados e

distribuídos nos espaços disponíveis para produção e como eles devem ser

utilizados. O planejamento progressivo, ou seja, que parte de uma análise geral e

então prossegue em diversos níveis procurando mais detalhes, é o mais eficiente

obtendo melhores resultados.

Para Correa (2001), o planejamento deve ser revisto, de acordo com as

mudanças do ambiente. O planejamento deve ser continuo, considerando a situação

presente e com foco no futuro e nos objetivos pretendidos.

30

Portanto, o Planejamento inclui identificação dos possíveis cursos de ação em potencial que poderão satisfazer um objetivo e a avaliação dos meios para implantar as alternativas, estes esforços antecipatórios levam à seleção de um plano preferencial. [...] Logo, o processo de tomada de decisão é dinâmico e está sujeito a revisões contínuas para possibilitar o andamento normal do processo administrativo (RIGGS, 1975, p. 36).

Para Erdmann (1998, grifo nosso), o planejamento deve responder algumas

questões:

O que produzir? Para isto é extremamente necessário o conhecimento profundo do

produto, a matéria-prima, acabamentos e todos os demais recursos utilizados.

Como produzir? Procura-se descrever todo o processo de produção

detalhadamente, o tempo do processo e as etapas e sequências necessárias para a

produção. Também é importante considerar as máquinas, ferramentas e acessórios

utilizados.

Quanto produzir? É preciso levar em consideração a capacidade produtiva da

empresa e a capacidade dos recursos envolvidos. É importante também considerar

o mercado e a demanda gerada por ele.

Conhecer a fundo a capacidade produtiva é elemento chave para um bom

planejamento e a conquista dos objetivos pretendidos.

Para determinar a capacidade produtiva deve-se levar em consideração todos os fatores que possam restringi-la. A capacidade é influenciada por limitações naturais e também por decisões no âmbito do sistema de produção. Estas decisões estão relacionadas com a capacidade do equipamento selecionado e consequentemente horas disponíveis para a produção, instalação, mix de produtos, sequência do processo, sequência em que são executadas as ordens, disponibilidade e capacitação humana, recursos financeiros, insumos utilizados. Contudo, também sofre a influência de fatores ditos externos como a qualidade exigida e a legislação pertinente. (ERDMANN, 2000, p. 66).

Percebe-se que não levar em consideração a capacidade de produção,

afetará a confiabilidade do planejamento. Além disso, há de se considerar também

os fatores que influenciam diretamente nesta capacidade, como por exemplo

31

manutenção em máquinas, quebra de equipamentos, férias de funcionários e

atrasos na entrega de fornecedores.

3.5.2 Programação e controle da produção

A programação é basicamente um planejamento de curto prazo, ela deve ser

baseada nas informações repassadas pelo setor comercial, e considerar a

capacidade produtiva e os recursos disponíveis empregados, para se chegar a uma

programação eficiente e realizável.

A programação da produção é o ato de estabelecer antecipadamente as atividades da produção e fundamenta-se em determinados princípios, que são operacionalizados através de diferentes técnicas. Associado à programação está o controle que acompanha a produção, tomando informação para subsidiar as correções (ERDMANN, 2000, p.105)

Para Corrêa (2001), a programação da produção consiste basicamente em

decidir quais atividades produtivas devem ser realizadas, quando e com quais

recursos para atender à demanda.

Para produzir com eficiência, não é mais possível simplesmente comunicar às seções produtivas a necessidade de produzir certa quantidade de produtos finais. Torna-se necessário comunicar aos departamentos produtivos quais operações devem ser executadas em casa dia para resultar nos produtos finais desejados. Portanto, alguém ou algum departamento da estrutura administrativa da empresa deverá determinar quais operações são necessárias e quando convém que elas sejam executadas (ZACCARELLI, 1987, p.02).

Segundo Tubino (1997) é função da programação da produção também,

estabelecer quanto e quando comprar, fabricar ou montar de cada item necessário à

composição dos produtos finais.

Para uma programação eficiente também é necessário conhecer a demanda

provável, baseada nas informações comerciais, relativas a sazonalidade e histórico

de vendas passadas, quanto maior o numero de informações maior a confiabilidade

da programação e mais fácil será o controle da mesma.

Conforme Leme (1973), a definição de controle da produção consiste em uma

sucessão de fases que devem ser observadas. São elas: Considerar o planejamento

32

realizado, considerar o que efetivamente foi feito e comparar os dois, por fim caso

necessário, tomar providencias para que ambos sejam equivalentes.

Entende-se por Controle da Produção a função do PCP responsável por fazer comparações rotineiras entre os resultados da produção de bens e ou serviços e as solicitações da programação, detectando desvios assim como identificando causas e cobrando, dos responsáveis, suas correções [...] Essa Função dá a noção completa do conceito de PCP. A ele não basta solicitar providências mas verificar também se essas providências estão sendo cumpridas. E, como decorrência desse trabalho de controle, ele tem que influir onde for possível e necessário, no sentido de influir na correção de qualquer desvio que venha ocorrendo (RUSSOMANO, 1995, p. 303).

3.5.3 MRP

O MRP (Material Requirement Planning) que do inglês significa planejamento

de necessidades de material, é uma ferramenta utilizada, geralmente em forma de

software com um suporte computacional, para gerenciar as necessidades de

materiais que serão utilizados no processo produtivo e a gestão de estoques.

Utilizado desde meados de 1960, é uma ferramenta de gestão, por isso não tem seu

foco em conceitos científicos complexos, objetivando a prática da administração da

produção. (YABICU, 2009)

Ainda segundo o autor, integrando gestão de estoques e planejamento da

produção, o sistema fornece relatórios e requisições sobre quantos e quais

componentes devem ser produzidos por cada setor e a data que deve ser

disponibilizado.

O MRP identifica a quantidade de itens necessários para a produção dos produtos ora solicitadas, colaborando assim para reduzir a quantidade de estoque disponível, uma vez que automaticamente ele identifica a necessidade existente para compor os produtos bem como a disponibilidade de matéria-prima disponível. [...] o sistema identifica questões como: quais são as partes necessárias para atender a demanda dos produtos finais, quais as quantidades necessárias e em que momento estas partes serão necessárias. (CAMPOS, 2009)

Pode-se perceber que aos poucos esta ferramenta foi sendo atualizada e

passou a integrar não só a gestão de estoque, materiais e pedidos, mas também

considerando aspectos financeiros, proporcionando uma analise integrada de todos

os recursos da organização.

33

3.5.4 Sistema de produção puxado

No sistema de produção puxado, o início da produção é dado no momento em

que o cliente efetua a compra. O fornecimento de materiais necessários para a

produção tem que ser ágil e rápido para não atrasar a produção.

Em um sistema de planejamento e controle puxado, o passo e as especificações de o que é feito são estabelecidos pela estação de trabalho do “consumidor” que “puxa” o trabalho da estação de trabalho antecedente (fornecedor) [...] Se uma “requisição” não é passada para trás pelo consumidor para o fornecedor, o fornecedor não é autorizado a produzir nada ou mover qualquer material (SLACK, 2008, p. 335).

Para Moreira (2008), o sistema de produção “puxado” faz com que a linha de

produção trabalhe de forma inversa, onde cada estação de trabalho requerer da

estação de trabalho anterior a quantidade de peças necessárias para atender o

pedido.

Os objetivos do “sistema puxado” enumerados por Moura (1989) são: Minimizar o inventário em processo; minimizar a flutuação de estoque em processo; reduzir o “lead-time” da produção; evitar a transmissão ampliada de flutuações de demanda ou de volume entre processos; elevar o nível de controle através da descentralização (delegação de responsabilidades); reagir mais rapidamente à mudança de demanda, e reduzir os defeitos (DIAS apud CUNHA, WANDERLEY e FILHO, 2009, p. 36)

Para isso, nota-se que a produção puxada demanda da transmissão, por

parte das vendas, dos pedidos realizados pelos clientes.

3.5.5 Sistema de produção empurrado

No sistema de produção “empurrado”, o objetivo é antecipar à necessidade e

criar a demanda para os produtos.

Em um sistema de planejamento e controle empurrado, as atividades são programadas em linha por um sistema central e completadas em linha com as instruções centrais. Cada centro de trabalho empurra o trabalho, sem levar em consideração se o centro de trabalho seguinte pode utuliza-lo. Os centro de trabalho são coordenados pelo sistema central de planejamento e controle de opções (SLACK, 2008, p. 334-335).

Para Moreira (2008), os sistemas empurrados produzem antecipadamente,

garantindo a pronta entrega para quando houver a demanda. Os produtos são

34

estocados em antecipação aos pedidos, exigindo maior controle sobre os estoques e

cuidados com a superprodução.

Nos sistema convencionais, a necessidade de manter as máquinas em operação acaba produzindo peças e componentes ainda não solicitados. A fim de desocupar espaço, essa produção acaba sendo empurrada para o posto subsequente no processo produtivo (MARTINS, 2005, p.405).

Em suma, a produção empurrada precisa criar a demanda para seus

produtos, exigindo grande esforço da equipe de vendas.

3.6 SISTEMA DE PRODUÇÃO ENXUTA

Também conhecido como Sistema Toyota de produção ou Toyotismo, devido

ao seu desenvolvimento e aplicação na fábrica de automóveis japonesa.

3.6.1 Histórico

Com a derrota do Japão, após a Segunda Guerra Mundial, as indústrias

japonesas estavam enfraquecidas e o processo de reconstrução do pais dificultava

ainda mais a situação em termos de infraestrutura. A enorme falta de recursos

impedia a adoção do modelo de produção em massa. Foi então que o fundador da

Toyota, Toyoda Sakichi, seu filho Toyoda Kiichiro e o principal engenheiro Taiichi

Ohno, criaram um modelo de produção com o objetivo de aumentar a eficiência da

produção pela eliminação contínua de desperdícios. (LAUGENI; MARTINS. 2005)

No modelo de produção japonês, a divisão do trabalho não é feita de forma

tão rígida quanto no modelo de administração cientifica desenvolvido por Taylor, de

forma que os trabalhadores podem desenvolver funções múltiplas.

A seguir, apresentam-se as principais ferramentas utilizadas pelo sistema

enxuto para a eliminação dos desperdícios, (OHNO. 1997).

3.6.2 Just in Time (JIT)

A expressão Just in time significa “no momento certo” ou “oportuno”. Recebeu

esse nome porque neste sistema, as partes devem alcançar a linha de produção no

exato momento em que são necessárias. (LAUGENI; MARTINS, 2002)

35

O Just in Time tem foco na redução de desperdício. Segundo Laugeni e

Martins, (2002), toda atividade que consome recursos e não agrega valor ao produto

é considerada desperdício. Sendo assim, o estoque pode ser considerado um

desperdício, e quanto maior o estoque, maior será o prejuízo.

O Just-in-time (JIT) é uma abordagem disciplinada, que visa aprimorar a produtividade global e eliminar os desperdícios. Ele possibilita a produção eficaz em termos de custo, assim como o fornecimento apenas da quantidade correta, no momento e locais corretos, utilizando o mínimo de instalações, equipamentos, materiais e recursos humanos. O JIT é dependente do balanço entre a flexibilidade do fornecedor e a flexibilidade do usuário. Ele é alcançado por meio de aplicação de elementos que requerem um envolvimento total dos funcionários e trabalho em equipe. Uma filosofia-chave do JIT é a simplificação. (SLACK, 2002, p. 483)

O sistema JIT, trabalha o processo do fim para o inicio, considerando

somente o que as atividades finais do processo necessitam de componentes. Desta

maneira a demanda da produção é puxada de acordo com as necessidades das

atividades finais do processo, produzindo somente o que será necessário para

atender esta premissa. (LAUGENI; MARTINS, 2002)

Para que haja um perfeito funcionamento da lógica do Just in time, é

necessária uma comunicação eficaz entre o processo final e o inicial. A técnica

utilizada para que esse fluxo de comunicação aconteça entre os processos é o

kanban (OHNO, 1997).

3.6.3 Kanban

O kanban foi desenvolvido para garantir o fluxo contínuo entre processos dos

produtos que estão sendo manufaturados. Fazendo com que os componentes

cheguem a na produção no exato momento em que eles são demandados, com a

intenção de reduzir o estoque à zero. (OHNO, 1997).

O kanban é um método de autorização da produção e movimentação do material no sistema JIT. Na língua japonesa a palavra kanban significa um marcador (cartão, sinal placa ou outro dispositivo) usado para controlar a ordem dos trabalhadores em um processo sequencial. O kanban é um subsistema do JIT. (MARTINS/LAUGENI 2005, p. 420).

Funciona basicamente por um sistema de cartões que acompanha os

componentes dentro do processo, contem informações sobre o produto, a

36

quantidade e o local para onde deve ser transportado. Nenhum componente deve

transportado dentro do sistema JIT sem o uso do Kanban, sob risco de se perder a

harmonia dos processos. (SHINGO, 1996)

3.6.4 Kaizen

Kaizen é um subsistema do Sistema Toyota de Produção que tem objetivo de

proporcionar a melhoria contínua do processo. De acordo com Siqueira (2005), a

filosofia do kaizen vai além dos processos de produção e busca a melhoria continua

também nos processos administrativos.

Para Laugeni e Martins (2002), os conceitos iniciais do Kaizen se expandiram

para uma filosofia organizacional e comportamental. A melhoria contínua tem que

ser entendida como uma mudança para melhor e como uma ação de mudança

permanente.

3.6.5 5s

O 5S é um conjunto de técnicas que tem por objetivo provocar mudanças

comportamentais em todos os níveis hierárquicos. Tendo origem cultural nas

famílias japonesas, onde as donas-de-casa utilizavam para envolver todos os

membros da família na administração do lar. (COELHO, 2013)

Ainda segundo Coelho (2013, grifo nosso) o 5s é baseado em 5 sensos

fundamentais para harmonizar os sistemas produtivos, pessoal e comportamental.

Onde:

- Seiri (senso de utilização): separar as coisas necessárias das desnecessárias;

- Seiton (senso de organização): ordenar e identificar as coisas, facilitando

encontra-las quando desejado;

- Seisou (senso de zelo): criar e manter o ambiente físico agradável;

- Seiketsu (senso de higiene): Cuidar da saúde física, mental e emocional de forma

preventiva.

37

- Shitsuke (senso de disciplina): Manter os resultados obtidos através da repetição

da prática.

3.6.6 Jidoka

Apesar da automatização das máquinas industriais, dificilmente as mesmas

operam sem a necessidade de supervisão do operador. Este fato acontece porque,

mesmo sendo mecanizadas as funções de força e de ação humana, negligenciou-se

a inteligência necessária para detectar situações de anormalidade (SHINGO, 1960).

Jidoka, ou autonomação, como também é chamado, são sistemas à prova de

erros, onde detectores de anormalidades são montados dentro do processo da

máquina para evitar que os defeitos sejam passados para frente, convertendo a

responsabilidade dos operários apenas para a alimentação das máquinas.

(LAUGENI; MARTINS, 2002).

3.6.7 Poka Yoke

São dispositivos criados para prevenir a ocorrência de erros e detectar de

forma imediata e óbvia os erros do processo.

Poka-Yoke significa à prova de erros, Um processo ou produto deve ser projetado de forma a eliminar qualquer possibilidade prevista de defeito. Assim, por exemplo, um conjunto que tenha duas possibilidades de montagem, uma correta e outra incorreta deve ser reprojetado. Equipamentos automáticos de teste podem ser programados a interromper a produção sempre que ocorrer um defeito, evitando que a peça defeituosa prossiga para a operação seguinte. (MARTINS/LAUGENI, 2005, p. 478)

Os dispositivos Poka-Yoka podem ser de controle ou de advertência. No

método de controle, o dispositivo desliga as máquinas ou bloqueia o sistema.

Também podem ter dispositivos que excluam a peça defeituosa ou a marque para

ser posteriormente separada. Já no método de advertência, o sistema adverte o

operador através de sinal luminoso, aviso sonoro ou ambos. É menos efetivo pois o

operador precisa intervir para evitar que o erro persista. (LAUGENI; MARTINS,

2002).

38

3.6.8 Andon

O sistema Andon é um ambiente voltado a estimular e facilitar a colaboração

entre diferentes categorias de indivíduos de uma organização fabril, com

preocupação de promover a participação das pessoas no processo de resolução dos

problemas. (LAUGENI; MARTINS, 2002).

Uma das principais ideias deste sistema é não utilizar somente dados

pertencentes ao setor administrativo, envolvendo todos os indivíduos da fabrica em

um mesmo sistema que facilita a distribuição e exposição das informações

referentes ao processo de resolução como um todo, sejam estes problemas de

caráter administrativo, gerencial, ou mesmo problemas oriundos da linha de

produção.

3.7 AS SETE CLASSES DA PERDA SEGUNDO O TOYOTISMO

Segundo Guineto, 1996, perdas são atividades desnecerarias do ponto de

vista do cliente, por não agregaram valor ao produto, portanto devem ser eliminadas.

A eliminação da perda maximiza o trabalho que agrega valor.

No processo de identificação e eliminação de perdas Ohno (1997) e Shingo

(1996) propõem sete classes.

3.7.1 Perda por superprodução

A perda por superprodução é a mais prejudicial, pois ela tem a características

de esconder outros tipos de perda.

Existe dois tipos de perdas por superprodução:

Superprodução por quantidade; quando são produzidos volumes excedentes à

quantidade demandada pelo cliente, Comum quando uma empresa apresente

instabilidade em seu processo. Assim produzir é uma forma de ocultar os problemas

que o próprio processo de produção apresenta.

Superprodução por antecipação: Decorrente de uma produção realizada antes do

momento necessário, assim o produto ficará aguardando o momento de ser

consumido ou passar para a etapa seguinte do processamento.

39

A superprodução e, como consequência, a criação de estoques, traz uma

ideia de segurança, no sentido de estar preparado para um cenário de incertezas,

Este comportamento pode ser observado em vários períodos da história da

humanidade, principalmente em períodos de guerras, onde a estocagem de

alimentos era necessária para garantir a sobrevivência. (LAUGENI; MARTINS,

2002).

3.7.2 Perda por transporte

A perda por material ocorre quando há deslocamento de materiais entre as

etapas do processo.

Este tipo de perda esta relacionada com a movimentação desnecessária no

processo produtivo, geralmente decorrente de um layout mal formulado, tendo então

como principal procedimento de melhoria, a reformulação do layout.

Segundo Ohno (1997) na lógica do Sistema Toyota de Produção (STP), todo

o esforço de melhoria deverá ser focado no processo. Somente depois de esgotadas

todas as possibilidades de melhorias no processo é que a atenção deverá voltar-se

para as melhorias nas operações.

Segundo Shingo (1996), o transporte ocupa em geral 45% do tempo de

fabricação de um item, por este motivo as melhorias com finalidade de reduzir as

perdas nesse sentido devem ser encaradas com prioridade.

3.7.3 Perda por processamento em si

Este tipo de perda está relacionado com a existência de procedimentos

irrelevantes à fabricação do produto. O Conhecimento aprofundado do processo de

produção com a ajuda de um fluxograma pode contribuir para a eliminação deste

tipo de perda. (OHNO, 1997) e (SHINGO,1996)

3.7.4 Perda por fabricação de produtos defeituosos

A perda por produtos defeituosos é decorrente da fabricação de produtos que

não atendem os padrões de qualidade especificados e por isso não satisfazem os

requisitos de aplicação e uso.

40

Esta é a classe da perda mais comum e visível dentro dos processos de

produção, pois proporciona materialização da perda. A circulação de produtos

defeituosos ao longo do fluxo de produção é capaz de desencadear a geração de

outras perdas como, a perda por espera, transporte, movimentação e estoque.

(SHINGO,1996)

A perda por produtos defeituosos pode ser mais nociva, na medida em que

não se tem um controle de qualidade entre os processos. Desta forma o produto que

foi danificado no primeiro processo, pode passar por todos os outros, e o defeito ser

identificado apenas no final, gerando reprocesso ou até mesmo descarte de toda a

força de trabalho empregada. (LAUGENI; MARTINS, 2002).

3.7.5 Perda por movimentação

A perda por movimento é qualquer movimento desnecessário realizado pelos

operadores no processo de produção, na execução de uma operação.

Através dos estudos de tempos e movimentos é possível reduzir ou eliminar

este tipo de perda que, Segundo Shingo (1996), pode reduzir os tempos de

operação em até 20%.

A racionalização dos movimentos pode ser conquistada através da

mecanização da operação eliminando a mão-de-obra. Porém, seguindo a orientação

do STP, deve-se primeiro tentar a melhoria na operação até que todas as

possibilidades estejam esgotadas, só então propor a melhoria do processo, que

implicará em maiores investimentos.

3.7.6 Perda por espera

A perda por espera ocorre quando nenhum processo ou operação esta em

execução, por espera de máquina ou de operador. Do ponto de vista do processo,

de acordo com Onho (1997), pode-se classificar dois tipos de perda por espera:

- Perda por espera de lote: Ocorre no processamento de grandes lotes,

quando grande parte já foi produzido, porém parte dele ainda encontra-se em

processamento. O lote fica esperando em estoque até que esteja completo para

seguir para a próxima etapa.

41

- Perda por espera de processo: Ocorre quando o produto aguarda em

estoque até que a etapa seguinte esteja disponível para iniciar o seu

processamento. Geralmente indica uma super exploração da capacidade de

produção.

3.7.7 Perda por estoque

Este tipo de perda pode ocorrer em todos os níveis de estoque, seja de

produtos acabados, matéria-prima ou material em processamento.

Estes estoques são considerados um mal necessário para as industrias

tradicionais, principalmente devido a ineficiência do sistema e a incapacidade de

atuar em cenários incertos. O estoque serve então como proteção contra as

variações do processo. Em um Sistema de Produção Enxuta, esta proteção tem um

custo incompatível com o valor que agrega e deve ser eliminado. (LAUGENI;

MARTINS, 2002).

Na visão da cadeia de valor, a melhoria na cadeia de suprimento pode trazer

vantagens como:

- Maior envolvimento do fornecedor. (Tanto no desenvolvimento de novos

produtos quanto na produção de produtos em linha)

- Maior poder de negociação de preços

- Maior confiabilidade dos produtos e serviços

- Redução de lote econômico de compra

- Diminuição dos estoques

A perda por estoque de material em processamento ocorre quando há falha

na sincronia entre os processos e pouca confiabilidade em alguma operação.

42

4. METODOLOGIA

Neste capitulo apresenta-se a metodologia utilizada para elaboração desta

pesquisa, de forma a atender os requisitos acadêmicos e científicos para que o

mesmo procedimento possa ser repetido.

De acordo com Rodrigues (2007), metodologia é um conjunto de abordagens,

técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de

aquisição objetiva do conhecimento, de uma maneira sistemática.

Pesquisa científica, para Rodrigues (2007) é um conjunto de procedimentos

sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções

para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos.

Assim, utiliza-se a metodologia cientifica como um meio de alcançar os

objetivos propostos pela pesquisa. Neste caso, o objetivo principal é identificar os

fatores que influenciam na perda de produtividade da empresa Felluz Iluminação e

propor as melhorias capazes de fornecer vantagem competitiva baseada na

eficiência da produção.

A pesquisa foi conduzida de forma aplicada, que de acordo com Menezes e

Silva (2001) objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução

de problemas específicos.

Para obtenção de dados, as técnicas utilizadas foram, a pesquisa

documental, com base em documentos e fontes primárias, e a pesquisa

bibliográfica.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase

todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há

pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas

bibliográficas. (GIL. 2002, p. 44)

Para Cervo (2002), a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a

partir de referências teóricas publicadas anteriormente. Ainda segundo o autor, na

pesquisa documental: “são investigados documentos a fim de se poder descrever e

43

comparar usos e costumes, tendências, diferenças e outras características”

(CERVO, 2002, p. 67).

Para esclarecimentos quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa de

campo, através da observação e de entrevistas com roteiro semiestruturado, foram

as fontes de obtenção de dados necessários para dar seguimento a pesquisa.

A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Desempenha papel importante nos processos observacionais, no contexto da descoberta, e obriga o investigador a um contato mais direto com a realidade (LAKATOS e MARCONI, 2007. p. 193)

Ainda segundo o autor, quanto à entrevista com roteiro semiestruturado:

O entrevistado tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação informal (LAKATOS e MARCONI, 1990, p. 191).

Estas técnicas foram escolhidas principalmente pela flexibilidade para

obtenção de informações, permitindo a aprofundamento em questões oportunas ou

se fazer esclarecer, reformulando perguntas e especificando significados.

Quanto a população estudada, é formada por colaboradores da empresa

Felluz iluminação, a entrevista com roteiro semiestruturado foi aplicada entre os

responsáveis pela administração da produção e os encarregados responsáveis.

Totalizando seis pessoas, dois integrantes da diretoria, sócios da empresa, um

gerente de produção, um coordenador responsável pela montagem, um coordenador

responsável pela produção e um supervisor de qualidade, conforme mostra

organograma da empresa disponível na página 13, não fazendo uso de

amostragem.

Conceituando, universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma características em comum. [...] A delimitação do universo consistem em explicitar que pessoas ou coisas, fenômenos etc. serão pesquisados, enumerando suas características comuns, como, por exemplo, sexo, faixa etária, organização a que pertencem, comunidade onde vivem etc. (LAKATOS e MARCONI. 2007. p.225)

44

Na pesquisa de campo, o objetivo é conseguir informações acerca de um

problema, para o qual se procura uma resposta, ou uma hipótese que se queira

comprovar, ou até mesmo descobrir novos fenômenos e as relações entre eles.

Para a análise dos dados foram considerados a abordagem qualitativa do

problema, por sua preocupação com um nível de realidade que não pode ser

quantificado.

[...] a pesquisa qualitativa costuma ser direcionada ao longo de seu

desenvolvimento; além disso, não busca enumerar ou medir eventos, e

geralmente, não emprega instrumental estatístico para análise dos dados;

seu foco de interesse é amplo e parte de uma perspectiva diferenciada da

adotada pelos métodos quantitativos. Dela faz parte a obtenção de dados

descritivos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a

situação objetivo de estudo (NEVES, 1996 p. 64).

A pesquisa tem caráter exploratório, pois se aprofunda no sistema produtivo

da organização, objetivando a questão da produtividade dentro da empresa.

[...] tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explicito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideais e a descoberta de intuições (GIL, 2002. p. 41)

A pesquisa também se classifica como descritiva, por seu interesse em

descrever como ocorre o processo produtivo, para então poder analisa-lo de forma

sistemática.

As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. [...] uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como questionário e a observação sistemática (GIL, 2002. p. 42).

Como visa um conhecimento detalhado de um ou poucos objetivos, identifica-

se o estudo de caso único na pesquisa.

De acordo com Yin (apud GIL, 2002, p. 54), o estudo de caso “é encarado

como o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno

contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o

contexto não são claramente percebidos”.

45

Após a realização das coletas de dados, os mesmos foram tratados de forma

a realizar a ordenação e classificação, este tratamento possibilitou uma análise e

interpretação.

Segundo Andrade (2001, p. 154), o “objetivo da análise é organizar, classificar

os dados para que deles se extraiam respostas para os problemas propostos que

formam o objetivo da investigação”.

É importante ressaltar que para uma análise mais rica da pesquisa, foram

articuladas as conclusões que surgiram dos dados concretos com toda a base

conceitual apresentada no presente trabalho.

A análise dos dados foi realizada com base nas informações obtidas através

das técnicas utilizadas, sendo apresentada ao final do desenvolvimento do estudo.

46

5. ANÁLISE DOS DADOS.

Este capítulo discorre sobre os resultados obtidos e sintetiza de maneira

descritiva os processos ligados ao objeto da pesquisa: o processo de produção da

empresa Felluz Iluminação.

5.1 DESCRIÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO

5.1.1 Matéria prima

É importante ressaltar que, por ser uma fábrica de luminárias decorativas a

Felluz precisa se preocupar com tendências de design e decoração, por isto está

constantemente adicionando novas matérias primas ao processo produtivo.

A principal matéria prima utilizada para manufatura dos produtos é o alumínio

de liga naval, que é adquirido em chapas laminadas de 0,7mm de espessura. As

chapas possuem diversos tamanhos disponíveis, sendo que são fornecidos de

acordo com a disponibilidade do fornecedor, pois o tamanho da chapa não interfere

diretamente no processo de produção.

O produto também recebe um tratamento de pintura eletrostática, e possui

três opções de cores, Branco, Marrom e Preto. Sendo a tinta eletrostática poliéster

outra matéria prima importante para a fabricação das luminárias.

Para difusão da luz, as luminárias recebem um peça de vidro, que é adquirida

em chapas de vidro de espessura 3mm. Recentemente foi adicionado o acrílico

como elemento de difusão de luz, sendo utilizado em alguns modelos de luminárias.

As luminárias necessitam também de soquetes para as lâmpadas. Cada

modelo recebe um tipo de soquete de acordo com o tipo de lâmpada utilizada. As

lâmpadas não são fornecidas com o produto final. Estas devem ser adquiridas pelo

consumidor final nas lojas especializadas de acordo com a necessidade de

iluminação do cliente ou do projeto luminotécnico, considerando potências,

temperatura de cor, qualidade e vida útil.

Além destas matérias-primas, as luminárias recebem também pequenos

componentes como parafusos, molas e fios, que são adicionados durante o

47

processo de produção. Outros insumos necessários para a fabricação, como lixa,

cola, fresa e embalagens também são importantes no processo.

5.1.2 Máquinas e equipamentos

Cada um dos processos exige diferentes máquinas, equipamentos e

ferramentas para concluir a manufatura. Neste item serão descritos os processos de

produção de acordo com o fluxograma apresentado na página 11, listando as

principais máquinas e equipamentos dentro de cada processo.

5.1.2.1 Corte

Este processo é o mais automatizado da produção, possui duas máquinas

CNC Router, que são operadas por comandos numéricos desenvolvidos através de

um programador. Necessitam de operador apenas para acompanhar o processo,

fazer as manutenções necessárias e alimentar a maquina com matéria prima e

retirar os componentes produzidos para encaminha-los para o próximo processo. No

sentido de melhor visualização dos itens acima apresenta-se a imagem

correspondente.

48

Figura 3: Processo de Corte

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

5.1.2.2 Dobra

Este processo possui 3 viradeiras de precisão, operadas por força humana de

acordo com programação da produção do dia. As viradeiras recebem os

componentes produzidos na etapa anterior, e já saem desta etapa com a forma

original do produto. No sentido de melhor visualização dos itens a cima apresenta-se

a imagem correspondente.

49

Figura 4: Processo de Dobra

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

5.1.2.3 Cola

O processo de soldagem das luminárias é feita através de um composto de

colas especificas para soldar alumínio. Este processo não é realizado em máquinas,

necessita apenas de pequenas ferramentas, como pincéis e grampos para auxiliar

na aplicação do produto e na fixação até que a cola seque e um forno aquecido a

gás para acelerar a secagem.

5.1.2.4 Acabamento

O acabamento é a parte do processo que prepara o subproduto produzido

nos processos anteriores para o próximo processo. Nele é utilizado 3 lixadeiras

automáticas. Sendo que este exige alta precisão dos operários visto que o processo

é praticamente artesanal. No sentido de melhor visualização dos itens a cima

apresenta-se a imagem correspondente.

50

Figura 5: Processo de Acabamento

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

5.1.2.5 Pintura

O processo de pintura é o setor que possui maior numero de máquinas e

equipamentos, sendo que este necessita de um forno para curagem da tinta,

equipamentos específicos para pintura eletrostática e uma cabine de pintura isolada

para não contaminar o ambiente. No sentido de melhor visualização dos itens a cima

apresenta-se a imagem correspondente.

51

Figura 6: Processo de Acabamento

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

5.1.2.6 Vidraçaria

A vidraçaria é o setor que prepara os vidros para serem acopladas as

luminárias. Este setor possui uma máquina de jateamento para deixar o vidro com

um aspecto fosco de modo a não expor a lâmpada dentro da luminária. Além da

máquina de jateamento, são utilizadas ferramentas diamantadas para o corte do

vidro. No sentido de melhor visualização dos itens a cima apresenta-se a imagem

correspondente.

52

Figura 7: Processo de Vidraçaria.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

5.1.2.7 Montagem

A montagem é o processo final da produção. Neste setor não há a existência

de máquinas, apenas algumas ferramentas são suficientes para realizar o trabalho

de fixação dos soquetes nas bases e montagem do produto final. No sentido de

melhor visualização dos itens a cima apresenta-se a imagem correspondente.

53

Figura 8: Processo de Vidraçaria.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

5.1.2.8 Conferencia e Expedição

A conferência é um setor de qualidade que avalia o produto e autoriza seu

envio para a expedição. Este procedimento não é feito por amostragem, todos os

produtos são verificados quanto ao acabamento e funcionamento para depois serem

encaminhados para a expedição. Este processo não necessita de nenhuma

máquina, equipamentos ou ferramentas, visto que o trabalho é todo desenvolvido

com a ajuda da percepção humana.

A expedição organiza os produtos prontos, embala de maneira a proteger os

produtos para transporte e separa-os de acordo com a requisição de cada pedido.

54

Figura 8: Processo de Vidraçaria.

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

5.1.3 Programação da produção

Por utilizar um sistema baseado na produção puxada, a programação da

produção é feita baseada nas vendas e organizadas em lotes de acordo com a

capacidade da produção por dia. Os lotes são organizados pela soma dos itens

contidos nos pedidos de venda, fornecidos pelo setor comercial. Desta forma a

produção já trabalha, em partes, dentro de um sistema de produção enxuta,

produzindo apenas o que é necessário para atender aos pedidos.

A empresa possui um software para gestão industrial que ainda está em

processo de implantação, porém como ele é implantado por setores, os recursos

direcionados para administração de produção e materiais já estão disponíveis. Este

sistema gera automaticamente o relatório de MRP da produção baseado nas

informações de disponibilidade de estoque, materiais e pedidos de venda,

fornecendo para cada etapa da produção uma ordem de fabricação.

55

5.2 ANALISE DO AMBIENTE E DOS PROCESSOS

Como consequência da falta de estrutura e capital para investimentos, desde

o inicio de suas atividades, a Felluz Iluminação foi crescendo de forma desordenada

em relação a espaço físico. Apesar disto os métodos e processos são bem

definidos, assim como a divisão das tarefas.

O baixo nível de qualificação dos funcionários traz reflexos negativos em toda

a organização, embora a empresa venha tentando mudar este cenário com

melhorias das condições de trabalho, implantação de sistemas computacionais,

próprio para indústrias, melhorias nas remunerações, treinamentos e capacitação da

mão de obra. Contudo, o baixo nível de qualificação traz reflexos também na

rotatividade dos funcionários e implica em grandes custos com demissões e

treinamentos de novos funcionários.

O alto nível de rotatividade também prejudica diretamente a gestão da

empresa que se torna mais centralizada, na medida em que os proprietários têm

dificuldades de delegar funções estratégicas.

No ambiente de produção, também é visível os reflexos causados pelo

crescimento desordenado, causado pela falta de investimentos em infraestrutura. O

processo de produção foi desenvolvido por tentativa e erro, e grande parte das

operações é feita de forma artesanal, o que prejudica o controle de qualidade.

Para desenvolver a pesquisa, foram isolados os principais problemas relativos

ao processo de produção existente, sendo:

A falta de um controle de materiais entre as etapas da produção;

Cada etapa recebe um relatório MRP com as demandas da produção para

aquele setor. Porém, muitas vezes, ao enviar sua parte da produção para a etapa

seguinte, as quantidades não estão corretas, e este erro é omitido por alguns

funcionários. Por não existir um controle entre estas etapas, a falta do item

necessário só vai ser identificada ao final do processo, causando transtorno e

atrasando todo o planejamento de produção.

56

Perdas por produção de produtos defeituosos;

O controle de qualidade só é eficiente no final do processo. Isso faz com que

muitos produtos só sejam desqualificados somente na inspeção final. Este problema

é agravado pelo fato de a empresa utilizar um sistema de produção sem estoques

excedentes, o que gera atrasos na entrega dos produtos.

Falta de engajamento dos funcionários;

A divisão das etapas da produção dividiu também as equipes, o que

prejudicou o clima organizacional, pois as equipes trabalham concorrendo entre si.

Esta concorrência desnecessária induz os funcionários a manipularem as planilhas,

omitindo erros e boicotando o processo seguinte.

57

6. RESULTADOS DA PESQUISA

6.1 SUGESTÃO DE MELHORIAS

A empresa esta atualmente procurando local para transferir sua sede e suprir

os problemas relativos à infraestrutura. O planejamento é que até o primeiro

semestre de 2014 as operações já estejam todas neste novo local onde será

investido em melhores condições de trabalho.

Sendo assim, a pesquisa manteve seu foco nos métodos e processos do

setor produtivo e definiu ações para aumentar a produtividade da empresa, baseado

no estudo teórico dos temas abordados na fundamentação teórica.

As melhorias sugeridas são descritas a seguir e condensadas em um plano

de ações apresentado no quadro 1 na sequencia, após a descrição dos fatores

críticos encontrados.

6.1.1 Controle de produção

Criação de um sistema de controle de materiais, com o objetivo de evitar

falhas entre as etapas da produção. Garantindo a harmonia entre os processos e o

cumprimento do planejamento realizado.

Fundamentando a proposta de melhoria em:

Em um sistema de planejamento e controle puxado, o passo e as especificações de o que é feito são estabelecidos pela estação de trabalho do “consumidor” que “puxa” o trabalho da estação de trabalho antecedente (fornecedor) [...] Se uma “requisição” não é passada para trás pelo consumidor para o fornecedor, o fornecedor não é autorizado a produzir nada ou mover qualquer material (SLACK, 2008, p. 335).

O autor afirma que em um sistema de produção puxada, cada etapa da

produção funciona como cliente da etapa anterior, consumindo os componentes

fornecidos, beneficiando e transformando-os para suprir a demanda do processo

seguinte. Existe uma necessidade de conferencia daquilo que se esta adquirindo, se

as quantidades estão certas e correspondem ao produto solicitado.

Em síntese, Planejamento e Controle da Produção constitui-se basicamente de um sistema que determina os rumos da produção e a acompanha

58

exercendo os respectivos controles. Nesta definição estão implícitas as funções de comando (determinação do ritmo, função de direção) e organização da produção (disposição dos elementos necessários no lugar e tempo corretos e conjunto de regras) (ERDMANN, 1998, p. 34).

O software industrial adquirido pela empresa tem a função de organizar

automaticamente, mediante cadastro dos pedidos, todo o processo de produção,

gerando as ordens de produção para cada setor. Contudo, os fatores humanos que

compõe os processos, são passiveis de erros e devem ser controlados para evitar

transtornos.

Proposta de melhoria é criar um procedimento, onde os componentes que são

entregues pela etapa anterior do processo, sejam conferidos antes se serem

beneficiados pela etapa seguinte. Para evitar que se processe componentes

desnecessários e que se identifique com antecedência a falta de algum item

necessário para produção.

6.1.2 Controle de qualidade

Baseado no mesmo princípio da melhoria proposta anteriormente, o controle

de qualidade tem como fator relevante, a necessidade de impedir que componentes

defeituosos percorram todo o processo produtivo consumindo recursos para

somente serem identificados como irregulares ao final do processo.

Fundamentado nas 7 classes da perda, segundo o Toyotismo, Shingo (1996)

afirma que:

„A circulação de produtos defeituosos ao longo do fluxo de produção é capaz

de desencadear a geração de outras perdas como, a perda por espera, transporte,

movimentação e estoque. „

Propõe-se o mesmo procedimento de controle de materiais adotado para

controle de qualidade, para restringir a continuidade de componentes defeituosos

pelo processo de produção.

6.1.3 Conscientização dos colaboradores

A conscientização dos colaboradores é muito importante, principalmente

porque se identificou a falta de comprometimento dos mesmos em relação aos

processos burocráticos, omitindo erros que só são identificados ao final do processo

59

produtivo, tornando impossível rastrear o responsável e prejudicando o

planejamento da produção.

6.1.4 Plano de ação

Para desenvolver o plano de ação, condensando as melhorias propostas em

uma tabela de atividades, foi utilizado a metodologia do 5w2h que consistem em um

mapeamento das atividades, onde fica esclarecido o que será feito, por que fazer,

quem fará, como fará, onde fará e o prazo que deve ser feito. Além destas

informações também pode conter as informações sobre o custo. Periard (2009).

Na tabela 1, apresenta-se o plano de ação das melhorias apresentadas.

59

PLANO DE AÇÃO

Fatores que

influenciam na

perda de

produtividade

O que fazer? Por que? Quem fará Como fará Onde fará Prazo

Falta de Controle

de Produção

Controlar a quantidade

de matérias que passa

de uma etapa para outra

na produção

Garantir que todos os processos

necessários para a manufatura

do produto sejam executados no

tempo planejado e rastrear onde

ocorrem as perdas

O coordenador

responsável pela

etapa posterior de

cada processo

Realizar um check-list

com auxilio do relatório

MRP e assinar um

caderno de protocolo

garantindo a conferência

Felluz

Iluminação/

Produção

Diariamente

Inexistência de

Controle de

Qualidade

Conferir a qualidade dos

componentes fornecidos

pela etapa anterior da

produção

Garantir que componentes não

qualificados não sigam na linha

de produção, evitando

desperdício de recursos.

O coordenador

responsável pela

etapa posterior de

cada processo

Realizar um check-list

com auxilio do relatório

MRP. e assinar um

caderno de protocolo

garantindo a conferência

Felluz

Iluminação/

Produção

Diariamente

Necessidade de

Conscientização

dos colaboradores

Conscientizar os

colaboradores,

mostrando a importância

das mudanças para a

organização da produção

Garantir o engajamento dos

funcionários

Diretoria com auxilio

do Gerente de

produção

Reuniões e palestras Felluz

Iluminação

A partir de

01/07/2013

Tabela 1 – Plano de Ação

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2013.

60

Como pode ser observado na Tabela 1 todas as ações sugeridas para

solucionar os problemas identificados na pesquisa são de simples aplicação e não

incidem em custos para a empresa, de modo que as ações podem ser executadas

imediatamente, alterando os processos com a finalidade de prevenir os erros que

geram perda de produtividade.

61

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa teve como objetivo a identificação dos fatores que

influenciam na perda de produtividade da empresa Felluz Iluminação.

A empresa atua no ramo de iluminação decorativa há quase 13 anos e vem

conquistando mercado por seu diferencial competitivo no que se refere à criatividade

e inovação dos produtos. Localizada em Porto Alegre/RS a Felluz Iluminação tem

como principal mercado a região onde se situa, porém possui grandes clientes em

todo o Brasil, obtendo certa estabilidade e segurança do ponto de vista das

demandas de mercado.

Por enfrentar as dificuldades decorrentes de uma iniciativa empreendedora

sem capital necessário para realizar os investimentos adequados a empresa

enfrentou muitas dificuldades que são refletidas até hoje, principalmente na falta de

infraestrutura adequada ao ambiente produtivo e processos artesanais de produção.

Mesmo com as dificuldades enfrentadas a empresa possui um histórico de

perseverança e conquistas, que levaram a organização a uma posição mais

confortável dentro do mercado, buscando sempre capacitação gerencial para

conduzir da maneira mais adequada as demandas administrativa.

Os investimentos recentes da empresa releva a preocupação com uma

gestão mais eficientes. Um software de administração foi adquirido, organizando a

produção com base em relatórios MRP gerados automaticamente. A pesquisa fez

uso destas ferramentas e explorou as possibilidades oferecidas pelo sistema,

utilizado dentro de uma produção puxada.

Ao fazer uma primeira análise do ambiente onde a empresa está inserida,

foram identificados, além das oportunidades e ameaças, alguns pontos fortes e

pontos fracos. Estes pontos fracos foram o foco inicial da pesquisa, que no decorrer

da mesma, foram abordados de forma sistemática, introduzindo como objeto da

pesquisa, o sistema de administração de produção, principalmente por questões de

afinidade do autor.

Com o desenvolvimento da pesquisa, o tema foi estudado mais

profundamente, o que trouxe bagagem e fundamentação teórica para as análises

necessárias. A descrição do processo produtivo baseada no fluxograma também foi

importante para entender as etapas do processo e os pontos críticos do mesmo.

62

A partir da descrição do processo produtivo e aplicação de entrevista com

roteiro semiestruturado, se identificou o controle de materiais e de qualidade como

principal entrave para a maior eficiência da produção. Mesmo com os relatórios MRP

fornecidos automaticamente pelo sistema da empresa, foi identificado que os

funcionários omitiam os erros, passando os problemas para a etapa seguinte da

produção, evidenciando também os problemas relativos a conscientização dos

funcionários.

Os estudos durante a pesquisa revelaram a importância da administração da

produção para as organizações, principalmente como fonte de vantagem

competitiva, destacando a relevância do acompanhamento e controle da produção,

assim como o uso de ferramentas de qualidade e controle de materiais.

A implantação de um controle de matérias e de qualidade, mediante um

check-list com base no relatório gerado pelo MRP da produção, foi a solução

proposta para os problemas registrados, principalmente durante as entrevistas com

os colaboradores. A partir destas sugestões foi elaborado um plano de ação com a

intensão de superar os pontos críticos encontrados e aumentar a produtividade da

empresa.

Diante do exposto, conclui-se que os objetivos propostos neste estudo foram

alcançados. A competitividade do mercado, porém, exige das empresas um

processo de melhoria contínua exigindo que as discussões sobre este tema sejam

sucessivas, buscando o aprimoramento da administração da produção e dos

processos relativos ao tema.

Algumas limitações foram encontradas no desenvolvimento do estudo, tais

como: dificuldade em encontrar literatura recente na biblioteca na instituição de

ensino; a localização da empresa foco deste estudo por situar-se em outro estado, o

que dificultou a coleta de informações.

Sugere-se para futuras pesquisas acadêmicas sobre o mesmo tema, o

desenvolvimento de novos estudos dando maior ênfase no comportamento humano

dentro das organizações.

63

REFERÊNCIAS

ADUM, José Jamil. A Administração da Produção como Ferramenta de

Estratégia Competitiva: Um estudo de Caso na Empresa “Beta”. 2005. Disponível

em: <http://www.ead.fea.usp.br/Semead/8semead> Acesso em: 07 mai 2013.

ANDRADE, M. M.de. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo:

Atlas, 2001.

AZEVEDO, Marcio Lênin Medeiros. Produtividade. Disponível em:

<http://www.civilnet.com/artigos/produtividade_na_construcao_civil.htm> Acesso em

07 mai 2013.

BALLESTERO-ALVAREZ, Maria Esmeralda. Manual de organização, sistemas e

métodos: abordagem teórica e prática da engenharia da informação. 3. Ed. São

Paulo: Atlas, 2006.

BARBOSA, Eduardo Fernandes. Gerencia da Qualidade Total na Educação. Belo

Horizonte: UFMG, 2002.

BURBIDGE, John Leopard. Planejamento e controle da produção. São Paulo:

Atlas, 1981.

CAMPOS, Wagner. Simplificando o MRP. 2009. Disponível em:

<http://ogerente.com.br/novo/colunas_ler.php?canal=13&canallocal=45&canalsub2=

183&id=2477 > Acesso em 09 mai 2013.

CERVO, Amado Luiz. Metodologia científica 5. Ed. São paulo: Pearson Prentice

Hall, 2002.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier,

2004.

COELHO, Tom. Aplicando os 5s na vida pessoal. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/aplicando-os-5s-na-vida-

pessoal/69504/> Acesso em 07 mai 2013.

CORRÊA, L Henrique; Gianesi, Irineu G N; Just in Time, MRPII e OPT: um

enfoque estratégico, 2ª ed., São Paulo: Atlas, 1993.

DIAS, Carine de Abreu. O processo produtivo na empresa Cambirela Comércio

de Metais: um estudo de caso. São José: USJ, 2009.

64

ERDMANN, Rolf Hermann. Organização de sistemas de produção. Florianópolis:

Insular, 1998.

ERDMANN, Rolf Hermann. Administração da produção: planejamento,

programação e controle. Florianópolis: Papa Livro, 2000.

GAITHER, Normam; FRAIZER, Greg. Administração da produção e operações. 8.

Ed. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

GODOY, Adelice Leite. Ferramentas da Qualidade. Disponível em <

http://www.cedet.com.br/index.php?/O-que-e/Gestao-da-Qualidade/grafico-de-

pareto-ferramenta-da-qualidade.html > Acesso em: 07 de mai de 2013.

GONÇALVEZ, Vagner de Paulo. A administração da Produção. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/a-administracao-da-

producao/23401/> Acesso em: 28 nov. 2011.

HARDING, Hamish Alan. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1981.

LAUGENI, Fernando P.; MARTINS, Petrônio G. Adminsitração da Produção. São

Paulo: Saraiva, 2002.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de

metodologia científica; São Paulo: Atlas,1990.

LONGO, Rose Mary. Gestão da Qualidade: Evolução Histórica, Conceitos Básicos

e Aplicação na Educação. Disponível em:

<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_0397.pdf> Acesso em:

03 abr 2013.

LEME, Rui Aguiar da Silva. Controles na produção. São Paulo: Pioneira, 1973

MOREIRA, Daniel Auguso. Administração da produção e operações. São Paulo:

Cengage Leaming, 2008.

NEVES, José Luis. Pesquisa qualitativa – características, usos e possibilidades.

São Paulo, 1996.

OHNO T. Sistema Toyota de Produção: Além da Produção em Larga Escala. Porto

Alegre: Bookman, 1997.

65

PERIARD, Gustavo. O que é o 5W2H e como ele é utilizado. Disponível em:

<http://www.sobreadministracao.com/o-que-e-o-5w2h-e-como-ele-e-utilizado/ >

Acesso em: 13 de mai. 2013.

RIGGS, James Lear. Administração da produção: planejamento, análise e

controle. São Paulo: Atlas, 1976.

RUSSOMANO, Victor Henrique. Planejamento e controle da produção. São

Paulo: Pioneira, 1995.

SHINGO, S. O Sistema Toyota de Produção – Do ponto de vista da engenharia de

produção. Porto Alegre: Bookman, 1996.

SILVA, Reinaldo Oliveira de. Teorias da administração. São Paulo; Pioneira

Thomson Learning, 2002.

SILVAb, Caroline Guarino. Poka yoke e a melhoria da produtividade. São Paulo:

FATEC, 2009.

SLACK, Nigel. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 1996.

SLACK, Nigel. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2008.

TUBINO, Dalvio Ferrari, Manual de planejamento e controle da produção. São

Paulo: Atlas, 1997.

TUBINO, Dalvio Ferrari, Manual de planejamento e controle da produção. São

Paulo: Atlas, 2000.

YABICU. Roger Moko. Sistemas de administração da produção, MRP e MRPII.

Disponível em: <http://treeofhopes.blogspot.com.br/2009/06/sistemas-de-

administracao-de-producao.html> Acesso em: 09 mai 2013.

ZACCARELLI, Sérgio Baptista. Programação e controle da produção. 8. Ed. São

Paulo: Pioneira, 1987.

66

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA

1) Como é estabelecida a programação da produção?

2) Como é feita a distribuição das tarefas nos postos de trabalho na produção?

3) De que maneira é feito o controle da produção?

4) Qual o principal fator que interfere no andamento da produção?

5) Existem outros fatores relevantes?

6) Com que frequência eles ocorrem?

7) Qual a relevância destes fatores para a empresa?

8) Como é definido o padrão de qualidade dos produtos?

9) Existe um programa de controle de qualidade?

10) Existe algum método de avaliação de desempenho de qualidade?

11) Existem muitas dificuldades para o alcanço da qualidade desejada?

12) Quais as principais perdas dentro do processo produtivo?

13) Estas perdas são registradas para acompanhamentos futuros?