18
PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO E MONITORAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS CONDOMÍNIO MOINHO DE VENTO Estrada dos Jequitibás - Bairro Veneza - Valinhos- SP Maria Elisa Von Zuben Tassi Engª. Agrônoma CREA 5062069233 [email protected] Janeiro 2011

PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS SECRETARIA DO … · dinâmica local, já que o curso dos rios atravessa os muros limítrofes, chegando à propriedades ... ilustração explicativa

  • Upload
    hakien

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

PREFEITURA MUNICIPAL DE VALINHOS

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE

LAUDO DE CARACTERIZAÇÃO E MONITORAMENTO

DOS RECURSOS NATURAIS

CONDOMÍNIO MOINHO DE VENTO

Estrada dos Jequitibás - Bairro Veneza - Valinhos- SP

Maria Elisa Von Zuben Tassi Engª. Agrônoma

CREA 5062069233

[email protected]

Janeiro 2011

2

SUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................. 3

2. Diagnóstico Ambiental das áreas .............................................................. 4

3. Especificação e caracterização dos Recursos Naturais ............................. 6

3.1. Recursos Hídricos .............................................................................. 6

3.2. Uso e ocupação do solo ..................................................................... 8

3.3. Fauna ................................................................................................. 11

3.4. Ar......................................................................................................... 11

4. Destino dos resíduos sólidos ..................................................................... 12

5. Termos de compensação ambiental ......................................................... 13

6. Detalhamento do acompanhamento efetuado pelo profissional ............ 14

6.1. Lixo e resíduos ................................................................................... 14

6.2. Campo de futebol ............................................................................. 14

6.3. Plantios ............................................................................................. 14

6.4. Obras ................................................................................................. 15

6.5.Vegetação e Cobertura do solo .......................................................... 15

6.6. Queimadas ......................................................................................... 16

7. Considerações Finais ................................................................................. 17

3

1. INTRODUÇÃO

Considerando que a preservação e manutenção dos recursos naturais e biodiversidade

local é de extrema importância para a qualidade de vida, e em cumprimento com a legislação

federal (Lei de Florestas 4.771 de 15/09/1965 e Lei de Recursos hídricos 9.433 de 08/01/1997)

e municipal (Lei nº 4.123 de 04/05/2007), que dispõe sobre a necessidade de caracterização e

monitoramento ambiental dos recursos naturais dos loteamentos fechados e condomínios

horizontais residenciais do Município de Valinhos, segue abaixo um diagnóstico dos recursos

naturais do condomínio residencial Moinho de Vento.

O referido condomínio foi implantado no ano de 1995 (aprovação do Graprohab) com

área total de 484.523,65 m². Possui atualmente 187 casas, 13 obras e 58 lotes. Durante o ano

de 2010, portanto, 5 lotes tiveram obras iniciadas e houveram 8 obras concluídas. Além dos

aproximados 9,1 ha de áreas verdes passíveis de monitoramento e conservação (Sistemas de

Lazer e Áreas Verdes), incluídas nas áreas de Uso Comum do condomínio.

A existência de áreas com significativa relevância inseridas dentro das Áreas de

Preservação Permanente (APP), como nascentes, cursos d'água, mata ciliar e topo de morro,

associados à acentuada declividade do terreno caracterizam-nas como prioritárias para

conservação, tornando necessárias medidas de proteção a esses remanescentes naturais.

Durante o ano de 2010, foi realizado um acompanhamento e assessoria em todas as

áreas verdes/ de Lazer e uso comum.

4

2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

O condomínio Moinho de Vento está compreendido em área de transição entre o

cerrado e mata latifoliada estacional semidecidual, que ocupa os espaços dos Mares de

Morros do Planalto Periférico, inseridos na Mata Atlântica paulista. O terreno está situado no

alto de um morro adjacente à Serra dos Cocais, possuindo assim as mesmas características

fisionômicas típicas como afloramentos rochosos (granito) e remanescentes de caatinga

(Hauck1, 2007). Segundo estudo de Hauck, nesta área observou-se que em terrenos mais

íngremes ainda se conserva a vegetação de Mata Atlântica - porte arbóreo elevado com um

dossel situado a dez metros de altura formando um sob-bosque.

Esta área é habitada por diversos animais, como sagüis, ouriços, gambás, além de

possível existência de uma jaguatirica e macaco bugio (por relatos de funcionários antigos).

Inúmeras espécies de aves, incluindo, as mais populares, como o quero-quero, maritaca,

urubu, jacú, carcará, garça, anu, além de uma diversidade de insetos, como borboletas,

libéluas, aranhas, etc. Podem ser notados também, répteis como o lagarto Teiú e cobras e

sapos variados.

A existência dos cursos d´agua é suficiente para responsabilizar o condomínio pela

importância nos cuidados com os recursos naturais. Faz-se necessário a compreensão da

dinâmica local, já que o curso dos rios atravessa os muros limítrofes, chegando à propriedades

vizinhas (produção de figo, caqui e pastagem), que também interferem e/ou utilizam tais

recursos naturais.

1 Pedro Augusto Hauck da Silva em Revista Eletrônica Geografar, Curitiba, v. 2, Resumos do VI Seminário Interno de

Pós-Graduação em Geografia, p. 59-59. Junho/2007 ISSN: 1981-089X www.ser.ufpr.br/geografar

5

Procuramos destacar, sem pretensão de esgotar o assunto, os aspectos físicos, como a

topografia, as rochas existentes e os cursos d’água; os aspectos biológicos, como o

ecossistema, as espécies vegetais e animais, encontradas; além dos aspectos sócio-

econômicos, englobando o uso e ocupação do solo e a produção e destinação dos resíduos.

Figura 1 – Vista aérea do condomínio Moinho de Vento contendo as seis áreas diagnosticadas

6

3. ESPECIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS

As áreas verdes do condomínio ocupam o solo com diferentes atividades como

gramado, fragmento florestal (incluindo mata ciliar), pedras, bosques de árvores ornamentais

e frutíferas e áreas verdes em regeneração, além de instalações como quiosques, parquinhos e

campos, uma vez que as áreas de lazer encontram-se nestas Áreas verdes.

3.1. Recursos Hídricos

Dentre os principais bens naturais do condomínio temos duas nascentes (figura 2)

seguidas por cursos d’água, ambos com aproximadamente 95 metros e de extensão dentro

dos limites do condomínio. Um das nascentes foi represada formando um lago artificial. As

respectivas matas ciliares encontram-se em processo de recuperação, com parte da vegetação

preservada.

Próximos aos dois córregos d’água existem duas escadas dissipadoras de energia,

auxiliando no escoamento da água, que, por fim, desemboca em duas caixas de contenção,

exatamente nos limites do condomínio. O escoamento da água ganha velocidade nos locais

onde há alta impermeabilização do solo, ou pouca cobertura vegetal. Os mananciais existentes

possuem águas com aspecto límpido e transparente.

Figura 2: ilustração explicativa sobre o tipo de nascente encontrada

7

O sistema de captação de águas do condomínio é totalmente autônomo do sistema

municipal. Após a captação, o armazenamento é feito em duas elevatórias, para então ser

destinado ao município. Assim sendo, recebe monitoramento diário pelos funcionários para o

correto funcionamento do mesmo.

Já se constatou que este sistema de elevatórias apresenta limites, cabendo atenção

especial para todo o tipo de manutenção necessária especialmente nas estações chuvosas,

momento este que o volume d’agua aumenta.

Foi feito durante o ano uma coleta de água para avaliação da mesma que, no entanto

não recebeu devida análise pela empresa contratada, sobre a real qualidade da água dos

mananciais. Sugere-se que para o ano de 2011 análises regulares sejam feitas nestes

mananciais.

Sobre a água potável, o condomínio utiliza-se de 3 poços com capacidade de 15 mil

litros/hora (totalizando 360 mil litros/dia). Destes são utilizados aproximadamente 260 mil

litros/dia, sobrando o equivalente aproximado de 100 mil litros, mas que freqüentemente é

utilizado em momentos de falta d’água (secas ou por motivos de consumo excessivo).

Funcionários relatam que nos últimos anos a demanda por água aumentou e o volume de água

nos poços diminuiu.

Atualmente, não é feito um monitoramento com registros sobre o volume de água

disponível, como por exemplo, em situações de vazamentos e meses com sobre utilização, que

mudam consideravelmente o volume. É feito semanalmente exames sobre a qualidade da

água de consumo e algumas vezes esta não se encontra com a potabilidade desejada, fato este

que faz com que muitos moradores adquiram filtros individuais para suas residências.

8

Sabemos que a revegetação nas áreas verdes contribuirá com o aumento da ciclagem

de água no solo, dando mais garantia de um bom provimento de água para os poços, além dos

demais benefícios proporcionados pela cobertura vegetal, melhor descrita abaixo.

3.2. Uso e ocupação do solo

A alta declividade do terreno é uma característica presente em todo o condomínio,

pela localização em área serrana (Figura 3), com altitude aproximada de 900m. O escoamento

da água ganha velocidade nos locais onde há alta impermeabilização do solo, ou pouca

cobertura vegetal.

Eventualmente a rede de água subterrânea se rompe, necessitando de reparos na rede

e na cobertura do solo, por conta da velocidade e volume d’água.

Lotes onde são iniciadas obras muitas vezes ficam com o material particulado, como

areia e argila sendo removido do local, por conta da movimentação pelo vento e pelas águas.

Muitas obras fazem uma contenção para diminuir a erosão dos sedimentos para as vias. Deve-

se atentar para a deposição destes materiais especialmente em terrenos e lotes em local de

declive.

9

Figura 3: Vista da Serra dos Cocais, com detalhe, em azul para a localização do Condomínio (Fonte: Associação amigos serra dos cocais. Adaptação Lisa Tassi)

Quanto à cobertura vegetal, possui significativa quantidade de recursos, tanto em

quantidade como em qualidade de área florestada. Existem também amplos espaços,

localizados nas áreas verdes (incluindo áreas de preservação permanente como topos de

morro e mata ciliar) a serem revegetados.

Dentre as principais vegetações existentes temos: cobertura com forração do gênero

Paspalum (grama batatais), amendoim forrageiro (Arachis pintoi) e capim brachiária. Encontra-

se também espécies frutíferas como mangueiras (Mangifera indica), touceiras de bananeiras

10

(Musa speciosa), amoreiras (Morus nigra), pitangueiras (Eugenia uniflora), abacateiro (Persea

americana), goiabeira (Psidium guajava), mamoeiro (Carica papaya), mangueira (Mangifera

indica), seriguela (Spondias purpurea), tamarindo (Tamarindus indica), jambolão (Syzygium

jambolanum), romãzeira (Punica granatum), cítricas (Citrus sp), dentre outras.

Dentre as espécies nativas há indivíduos como o mandacaru (Cereus jamacaru), que é

característico da flora local e brasileira (Serra dos Cocais) além de eritrinas (Erythrina speciosa),

araucárias (Araucaria angustifólia), ipês (Tabebeuia sp), tipuanas (Tipuana tipu), cedros

(Cedrela fissilis), aroeira-pimenteira (Schinus molle), pata-de-vaca (Bauhinia forficata), manacá

(Tibouchina mutabilis), aroeira-pimenteira (Schinus molle), pau-brasil (Caesalpinia echinata),

araucária (Araucaria angustifolia), quaresmeira (Tibouchina granulosa), o tamboril

(Enterolobium contortisiliquum) e jatobá (Hymenaea courbaril), além de jacarandá (Jacaranda

mimosaefolia), paineira (Chorisia speciosa), coração-de-negro (Poecilanthe parviflora), ingá

(Inga vera), dentre inúmeras outras.

Como espécies exóticas temos a santa-bárbara (Melia azedarach), pinus (Pinus sp),

Eucaliptos (Eucaliptus sp), fícus (Ficus benjamini), touceiras de cana-de-açúcar (Saccharum

officinarum), espatódia (Spathodea campunulata), árvore-da-china (Koelreuteria paniculata),

leucena (Leucaena leucocephala), flamboyant (Delonix regia), dentre outras.

O manejo da vegetação tipo gramado é de roçada regular rente ao solo, com retirada

do material. Em locais onde o sombreamento já é grande, as forrageiras já não vivem mais e a

retirada de matéria orgânica (folhas) aumentam consideravelmente a exposição do solo à ação

das chuvas e ao escoamento superficial decorrente, conduzindo sedimentos (ao leito do

córrego e à caixa dissipadora), que por vezes impedem a passagem livre da água, exigindo

manutenção constante. Outro problema decorrente da roçada freqüente é o impedimento da

11

regeneração secundária da mata ciliar em trecho de elevada declividade (40%), de alta

suscetibilidade ao assoreamento superficial.

3.3. Fauna

As matas apresentam uma infinidade de animais especialmente insetos e aves que

vivem de sua abundância. Famílias de sagüis-de-tufos-pretos (gênero Callitrix) podem ser

vistos em bando pelos fragmentos no interior do condomínio. Uma grande diversidade de

aves, como a Saracura (Família Rallidae), Siriemas (Cariama cristata), Urubus (Sarcoramphus

papa), carcarás (Caracara cheriway), quero-queros (Vanellus chilensis), além de répteis como

cobras (verdes, corais - Micrurus, Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius, etc), sapos e lagartos

como o Teiú (Tupinambis merianae).

3.4. Ar

Em função da altitude e clima, o ar não costuma ser um recurso afetado

negativamente com indício de poluição, salvo sob condições de queimadas. As queimadas,

comuns nos meses secos do ano, prejudicam sistemas respiratórios, além de sujarem as

residências com fuligens de maneira intensa.

12

4. DESTINO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos gerados pelo condomínio relativos às Áreas de Uso Comum são da ordem

de 50 a 60m³/mês (10 a 12 caçambas), totalizando uma estimativa de 600 a 700 m³ por ano.

Tais resíduos são em grande maioria orgânicos, oriundos das podas e demais serviços de

jardinagem realizados pela equipe de funcionários contratados pela administração. Todos os

resíduos são retirados pela empresa Nicolau Caçambas/Limp Obra, que os direciona à Usina de

Reciclagem Vegetal Ramirez e Chiqueto Ltda. em Vinhedo-SP, quando o material é de origem

vegetal. No caso de resíduos de construção civil e outros, estes são direcionados ao aterro

Tesla Ambiental em Campinas-SP.

Os resíduos que são gerados por cada condômino são geralmente embalados em sacos

de lixo que são retirados pela empresa municipal de coleta de lixo, Corpus. Quanto aos

resíduos das obras particulares, também seguem o mesmo procedimento, através de aluguel

de caçambas.

Após algumas reuniões e estudos apresentados foi iniciado, em caráter experimental,

um projeto de compostagem de parte dos resíduos orgânicos oriundos das roçadas. O material

foi depositado e acondicionado em local específico para que se inicie o processo de

decomposição para posterior reutilização do mesmo como adubo orgânico. Porém tal

13

iniciativa necessita de maior envolvimento dos condôminos e da administração, para que

avance.

5. TERMOS DE COMPROMISSO AMBIENTAL

O condomínio possui quatro (4) Termos de Compromisso Ambiental (TCRA) em

andamento. Três destes, ligados à prefeitura municipal, são por conta de extração de

exemplares nativos isolados (Processo 025/2010 – 4793/2010, Processo 9212/2010, Processo

11980/2010) e um dos processos (DEPRN n° 260104-000/ 07686/08) refere-se à águas pluviais

que foram lançadas diretamente sobre os corpos d’água; e erosão nas margens do córrego.

As medidas mitigadoras (plantio de 170 mudas) estão sendo implantadas, no entorno

da área em questão, aumentando a diversidade de plantas, porém, espera-se que mais

plantios compensatórios sejam desenvolvidos como forma de manutenção e conservação das

áreas de preservação permanente do condomínio. Até o presente momento foram

encaminhados 2 (dois) relatórios de acompanhamento à promotoria pública como parte do

TCRA.

Os projetos técnicos referentes a tais processos foram elaborados com todas as

orientações devidas como adubação, espaçamento, tipo de muda e local de compra, cabendo

à administração do condomínio a correta execução do mesmo.

14

6. DETALHAMENTO DO ACOMPANHAMENTO EFETUADO PELO PROFISSIONAL

6.1. Lixo e Resíduos vegetais

Eventualmente foi encontrado resíduos de diversos gêneros como plásticos,

garrafas PET e isopores, nos cursos d’agua, e próximo às áreas de lazer, muito

provavelmente levados pelo curso das águas de chuva, por deseducação de alguns

moradores.

Foi iniciada uma campanha de coleta de Pilhas descarregadas, em função da

Lei municipal nº 4.110, de 12 de abril de 2007, que dispõe sobre a obrigatoriedade do

recolhimento de pilhas, baterias e congêneres, quando descarregadas. Iniciou-se

também campanha sobre coleta de óleo de cozinha, também amparado pela mesma

Lei.

Foi feito estudo sobre alteração na rotina de limpeza e destino dos resíduos

vegetais, de maneira a diminuir gastos com o aluguel de caçambas assim como

melhorar a entrada de adubos para as plantas do condomínio, através da correta

ciclagem da matéria orgânica. Assim sendo, elaborou-se uma composteira

experimental. Parte das folhas está sendo acondicionada em local específico.

6.2. Campo de futebol

Plantio das placas de grama (semana de 8-12/fev). Foi utilizada uma camada

de areia, como piso base para amortecimento e 975 metros de grama esmeralda.

Demais acompanhamentos e orientações técnicas também foram passadas aos

administradores.

15

6.3. Plantio

Atividades de plantio, acompanhamento e relatórios. Plantio total de 150

mudas, referentes às atividades de compensação ambiental, nas áreas do entorno dos

dois cursos d’água.

Foram retiradas as autorizações de corte de 5 exemplares: Pau Ferro (2);

Tamboril (casa 20); Ficus (Área da mata do Minicampo) – Não removida; Aroeira (casa

118).

Foi realizado o plantio de 8 mudas em frente à Capela – área verde, local onde

foi suprimido um exemplar. A iniciativa foi de algum condômino independente.

6.4. Obras

Em diversos pontos, o asfalto apresentou sinais de desgaste, por conta do

volume de água e declividade dos terrenos. Acompanhamento em obras do sistema de

escoamento de águas pluviais através das tubulações enterradas. A movimentação de

terra/areia nessas obras sempre acontece.

Obra no sistema de drenagem da Alameda Sibipiruna fora rompido. Foram

utilizados 3 caminhões de areia mais um caminhão de areia fina, para os reparos no

local.

Dificuldades no serviço em alguns meses se deram pela ausência de trator

(quebrado) para realizar os trabalhos, acarretando atrasos e mudanças na dinâmica de

trabalho. Outro trator foi alugado para cobrir as funções de manutenção diária do

condomínio.

6.5. Vegetação e Cobertura do solo

Sugeriu-se que em locais próximo as matas, todo o material (folhas) varrido e

retirado do sistema deve permanecer no local, formando piso de “matéria orgânica”,

definido-se assim caminhos de acesso ou trilhas, como forma de diminuir a retirada de

matéria orgânica como cobertura do solo, mantendo um piso natural. Este material é

16

muito rico, pois mantêm os nutrientes e a vida do sistema, porém, com o atual

manejo, esgotam-se os nutrientes do solo, uma vez que as plantas não estão sendo

adubadas.

Alterando este manejo, diminuiria o tempo de trabalho dos funcionários ao

varrer o local, que é definido em legislação como Área de Preservação Permanente-

APP. Tal mudança de ação demanda uma conscientização de todos de que próximo as

áreas de mata, a “limpeza” do local será diferente das áreas abertas e de jardim.

Ocorreu também remoção de algumas árvores exóticas situadas em lotes

particulares, para início de obras.

Elaboração de um termo de solicitação para remoção de árvore a ser

preenchido pelos condôminos que tenham interesse, por algum motivo justificável, de

remover algum exemplar situado em calçada.

Alguns exemplares arbóreos frutíferos, plantados em áreas verdes foram

danificados durante os serviços de roçada.

6.6. Queimada

Foram identificadas duas queimadas no período seco, uma dentro do

condomínio, nos lotes 257, 245; e outra na parte externa (, próximo às alamedas

Sibipiruna e Cedro, conforme figura abaixo. A queimada dentro do condomínio chegou

a avançar em alguns quintais, porém em grande parte atingiu o pasto. Já na área

externa comprometeu diversos exemplares arbóreos. O corpo de bombeiros e

funcionários do condomínio ficaram acompanhando o fato para prevenção de

acidentes.

17

Figura 4: Vista da área queimada em 27 de julho de 2010 (Lisa Tassi)

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De maneira geral as áreas verdes existentes possuem uma significativa diversidade de

espécies incluindo vegetais e animais pela existência de dois cursos d’agua no local e

fragmentos florestais preservados. Nota-se que as áreas do condomínio vêm recebendo

cuidados através da manutenção da roçada e além do interesse por bosque de frutas.

Porém, como um todo, ainda apresentam, em vários locais, baixa densidade arbórea,

e necessidade de adensamento da vegetação especialmente os locais próximos às Áreas de

Preservação Permanente – APP.

Tal problemática nos leva a sugerir a recomposição arbórea de todas as áreas e lotes

que se encontram sem edificação no entorno dos referidos cursos d’água, ao longo dos aclives,

topo de morro e vias de passeio, a fim de melhorar a taxa de infiltração (escoamento

subsuperficial) da água da chuva e diminuir o escoamento superficial.

Uma questão prioritária é o monitoramento do sistema de esgoto do condomínio que

pode não suportar o volume de água e material disponibilizado, com risco de causar dano

ambiental no entorno do condomínio.

18

Sobre o manejo dos resíduos vegetais, espera-se que se avancem nos assuntos

referentes ao reaproveitamento destes materiais (compostagem), que são produzidos em

grande volume por conta da grande área manejada, conforme já alertado no laudo passado.

Sugerimos também que realizem a averbação das áreas de Reserva Legal2 (nascentes,

matas ciliares, topos de morro, terrenos em acentuado aclive) de maneira a garantir a

proteção e conservação das áreas identificadas.

Estamos cientes que, em alguma medida, faz-se necessária a conscientização

ambiental dos condôminos quanto aos cuidados e usos dos recursos naturais existentes, já

que são tão especiais e importantes. Entendemos que esse laudo pode contribuir de alguma

maneira, para tal processo. Colocamo-nos a disposição para maiores esclarecimentos.

Por fim, importante ressaltar que a atual administração, recém renovada, tem

desprendido todos os esforços para a conscientização, organização e execução das tarefas

prioritárias para adequação ambiental, do referido Condomínio.

Nada mais havendo no momento a acrescentar, damos pôr encerrado o presente

Laudo Técnico Ambiental, que vai editado em 18 (dezoito) folhas impressas no anverso,

seguindo esta datada e assinada para todos os fins de Direito, acompanhando ainda com

anexos (registro fotográfico e Anotação de Responsabilidade Técnica).

Valinhos, 28 de janeiro de 2011

Maria Elisa von Zuben Tassi

Engenheira Agrônoma

CREA 5062069233

2 O conceito de Reserva Legal é dado pelo Código Florestal, em seu art. 1º, §2º, III, inserido pela MP n. 2.166-67, de 24/08/2001,

sendo “área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso

sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao

abrigo e proteção de fauna e fora nativas”