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Preferência manual e assimetria funcional em antecipação – coincidência: Efeito da velocidade do estímulo. Eduarda da Conceição Ferreira Lima Porto, 2009

Preferência manual e assimetria funcional em antecipação ... · Lima, E.C.F. (2009). Preferência manual e assimetria funcional em antecipação-coincidência: Efeito da velocidade

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Preferência manual e assimetria funcional em antecipação – coincidência: Efeito da velocidade do estímulo.

Eduarda da Conceição Ferreira Lima

Porto, 2009

Preferência manual e assimetria funcional em

antecipação - coincidência: Efeito da velocidade do

estímulo.

Eduarda da Conceição Ferreira Lima

Orientador:

Prof. Dr. Manuel Ferreira Conceição Botelho

Co-Orientadora:

Mestre Paula Cristina dos Santos Rodrigues

Porto, 2009

Monografia realizada no âmbito da disciplina

de Seminário do 5º ano da licenciatura em

Desporto e Educação Física, na área de

Recreação e Tempos Livres, da Faculdade

de Desporto da Universidade do Porto.

Lima, E.C.F. (2009). Preferência manual e assimetria funcional em

antecipação-coincidência: Efeito da velocidade do estímulo. Dissertação de

licenciatura, na área de Recreação e Tempos Livres, apresentada à Faculdade

de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: PREFERÊNCIA MANUAL; ASSIMETRIA FUNCIONAL; ANTECIPAÇÃO-

COINCIDÊNCIA; VELOCIDADE DO ESTÍMULO.

I

AGRADECIMENTOS

A todos aqueles que, directa ou indirectamente, contribuíram para a

consecução deste trabalho expresso o meu sincero e sentido agradecimento,

em especial:

Ao Professor Manuel Botelho, pela atenção, pela sua completa

disponibilidade desde o primeiro momento e transmissão de conhecimentos,

durante a realização deste trabalho;

À Mestre Paula Rodrigues, pelo apoio e acompanhamento perenes, a

sua disponibilidade, dedicação e paciência foram infinitas ao longo da

concretização deste estudo;

Aos meus Pais, pela educação transmitida e sacrifícios realizados para a

concretização dos meus objectivos, a vós devo a conclusão do curso;

À minha irmã, que completa o meu círculo de harmonia, minimizando as

dificuldades, pelo apoio constante, pelo amor e amizade;

A todos, muito obrigada!

II

III

ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ................................................................................................ I

ÍNDICE GERAL ..................................................................................................... III

ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................... V

ÍNDICE DE QUADROS ........................................................................................... VII

RESUMO ............................................................................................................. IX

ABSTRACT .......................................................................................................... XI

RÉSUMÉ ............................................................................................................ XIII

LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................... XV

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

1.1. Propósito e finalidade do estudo ............................................................... 3

1.2. Estrutura do estudo ................................................................................... 5

2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 7

2.1. Dominância, Preferência e Assimetria Manual .......................................... 9

2.2. Antecipação – Coincidência .................................................................... 15

2.2.1. Sexo ................................................................................................... 17

2.2.2. Velocidade do Estímulo ...................................................................... 19

2.2.3. Preferência Manual ............................................................................ 21

3. OBJECTIVOS ................................................................................................... 25

3.1. Objectivo Geral........................................................................................ 27

3.2. Objectivos Específicos ............................................................................ 27

4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 29

4.1. Caracterização da Amostra ..................................................................... 31

4.2. Instrumento e Tarefa ............................................................................... 31

4.3. Medidas de Erro ...................................................................................... 33

4.4. Procedimentos Estatísticos ..................................................................... 35

IV

5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................. 37

5.1. Análise da Amostra Total ........................................................................ 39

5.1.1. Erro Absoluto ..................................................................................... 39

5.1.2. Erro Constante ................................................................................... 41

5.1.3. Erro Variável ...................................................................................... 43

5.2. Análise por Grupos de Preferência Manual ............................................. 45

5.2.1. Erro Absoluto ..................................................................................... 45

5.2.2.Erro Constante .................................................................................... 47

5.2.3. Erro variável ....................................................................................... 49

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................................ 53

7. CONCLUSÕES ................................................................................................. 61

8. SUGESTÕES ................................................................................................... 65

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 69

10. ANEXO ......................................................................................................... 81

V

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Bassin Anticipation Timer (foto retirada do site Lafayette

Instruments). 33

Figura 2 – Médias do EA (ms) para a variável sexo. 39

Figura 3 – Médias do EC (ms) relativas à variável velocidade, preferência

manual e sexo. 41

Figura 4 – Médias do EV (ms) em função da velocidade do estímulo. 43

Figura 5 – Médias do EA (ms) do grupo de indivíduos destrímanos em função

da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph), da mão (preferida e não preferida) e

do sexo (masculino e feminino). 45

Figura 6 – Médias do EA (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, para a

variável sexo. 46

Figura 7 – Médias do EC (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função

da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph). 47

Figura 8 – Médias do EC (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, para a

variável sexo. 48

Figura 9 – Médias do EV (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função

da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph). 49

Figura 10 – Médias do EV (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, em

função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph) e da mão de execução (MP e

MNP). 50

VI

VII

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Valores das médias e dos desvios-padrão do EA, EC e EV (ms)

nas três velocidades de estímulo (6, 9 e 12 mph), em função da preferência

manual, do sexo e da mão de execução. 51

VIII

IX

RESUMO

Neste estudo pretendemos analisar o efeito da velocidade do estímulo,

numa tarefa simples de antecipação-coincidência, em função da preferência

manual.

Participaram 12 destrímanos e 12 sinistrómanos de ambos os sexos,

estudantes universitários de Educação Física. Empregou-se o Bassin

Anticipation Timer para avaliar a capacidade de antecipação coincidência a 3

velocidades distintas e de forma aleatória: 6, 9 e 12 mph (lenta, intermédia e

rápida, respectivamente). Os sujeitos foram avaliados executando a tarefa

tanto com a mão preferida como com a mão não preferida. Foram calculados

os erros absoluto (EA), constante (EC) e variável (EV) para cada participante, e

realizada uma análise com a amostra total através de uma ANOVA

multifactorial 2x2x2x3 (preferência manual, sexo, mão de execução, velocidade

do estímulo), com medidas repetidas nos dois últimos factores e uma outra

análise, separadamente, por grupos de preferência manual através de uma

ANOVA multifactorial 2x2x3 (sexo, mão de execução, velocidade do estímulo),

com medidas repetidas no último factor, para um p≤0,05.

Os resultados revelaram que (i) os sinistrómanos não foram afectados

pelo efeito da velocidade de estimulo, (ii) os destrímanos enviesaram menos as

suas respostas do que os sinsitrómanos (menor EC), e (iii) o sexo masculino

apresentou consistentemente melhores desempenhos, mais concretamente

menor EA e EC, do que o sexo feminino.

A especialização funcional hemisférica parece explicar as diferenças

verificadas quando comparados os desempenhos entre os dois grupos de

preferência manual.

PALAVRAS-CHAVE: PREFERÊNCIA MANUAL; ASSIMETRIA FUNCIONAL; ANTECIPAÇÃO-

COINCIDÊNCIA; VELOCIDADE DO ESTÍMULO.

X

XI

ABSTRACT

In this study we intend to analyze the effect of stimulus speed, in a

simple coincidence-anticipation task, depending on handedness.

Twelve righthanders and twelve lefthanders of both sexes, students of

Physical Education, participated in this study. The Bassin Anticipation Timer

was used to evaluate the coincidence-anticipation ability at three different and

random velocities: 6, 9 and 12 (slow, medium and fast, respectively). The

subjects were evaluated performing the task with the preferred hand as with the

non-preferred hand. The absolute (AE), constant (CE) and variable errors (EV)

were calculated for each participant, and an analysis of the whole sample

through a multifactorial ANOVA 2x2x2x3 (handedness, sex, execution hand,

speed of stimulus) with repeated measures over the last two factors and a

further analysis, separately, by groups of handedness through a multifactorial

ANOVA 2x2x3 (sex, execution hand, speed of stimulus), with repeated

measures on the last factor, for a p≤0,05.

The results showed that (i) lefthanders weren’t affected by the effect of

stimulus speed, (ii) righthanders skewed less their answers than lefthanders

(less CE), and (iii) males had consistently better performance, more specifically

lower EA and EC, than females.

The functional hemispheric specialization seems to explain the

differences found when comparing the performances between the two groups of

handedness.

KEY WORDS: HANDEDNESS; FUNCTIONAL ASYMMETRY; COINCIDENCE-ANTICIPATION,

STIMULUS SPEED.

XII

XIII

RÉSUMÉ

Dans cette étude, nous avons l'intention d'analyser l'effet de la vitesse du

stimulus, dans’ une simple tâche de coïncidence-anticipation, en fonction de la

chiralité.

Les participants étaient douze droitiers et douze gauchers des deux

sexes, étudiants en éducation physique. Nous avons appliqué le Bassin

Anticipation Timer pour évaluer la capacité de coïncidence-anticipation à 3

vitesses différentes et dans un ordre aléatoire: 6, 9 et 12 mph (lent, moyen et

rapide, respectivement). Les sujets ont été évalués accomplissement de la

tâche avec la main préférée et avec la main non préféré. L'absolu (AE),

constant (CE) et variable erreurs (EV) ont été calculés pour chaque participant,

et une analyse de l'échantillon tout entier à travers d’une ANOVA multifactorielle

2x2x2x3 (chiralité, sexe, main d’exécution, vitesse du stimulus) avec des

mesures répétées au cours des deux derniers facteurs et une analyse plus

approfondie, séparément, par des groupes de chiralité à travers une analyse de

ANOVA multifactorielle 2x2x3 (sexe, main d’exécution, vitesse du stimulus),

avec des mesures répétées sur le dernier facteur, pour un p≤0,05.

Les résultats ont montré que (i) les gauchers ne sont pas affectées par

l'effet de la vitesse du stimulus, (ii) droitiers moins biaisée de leurs réponses

que les gauchers (CE moins), et (iii) les hommes avaient une performance

toujours meilleure, plus spécifiquement inférieure EA et EC, que les femelles.

La spécialisation hémisphérique fonctionnelle semble expliquer les

différences constatées en comparant les performances entre les deux groupes

de chiralité.

MOTS-CLÉS: CHIRALITE ; ASYMETRIE FONCTIONNELLE; COÏNCIDENCE-ANTICIPATION;

VITESSE DU STIMULUS.

XIV

XV

LISTA DE ABREVIATURAS

PM Preferência Manual

MP Mão Preferida

MNP Mão Não Preferida

AC Antecipação-Coincidência

EA Erro Absoluto

EC Erro Constante

EV Erro Variável

Ms Milissegundo

Mph Milhas por hora

XVI

1

1. INTRODUÇÃO

2

3

1. INTRODUÇÃO

1.1. Propósito e finalidade do estudo

A mão reflecte a assimetria mais óbvia do comportamento humano, ao

ser escolhida em detrimento da outra, para tarefas unimanuais ou, em tarefas

bimanuais, expressando diferentes comportamentos: uma funcionando de

forma mais activa e a outra mais ao nível da ajuda, do suporte ou da

sustentação. Esta competência parece ter uma origem biológica sendo

parcialmente definida por factores genéticos, surgindo e manifestando-se

desde o nascimento. Não obstante, outros factores apresentam-se

determinantes para o estabelecimento de comportamentos preferenciais, tais

como os factores sócio-culturais (Ooki, 2005; Zverev, 2006). A preferência

manual, sendo apenas um de vários índices de preferência lateral, é

representativa da influência e importância destes mesmos factores.

A assimetria manual manifesta-se através da proficiência (relativa à

habilidade ou eficácia de um dos lados) e da preferência (relativa à escolha de

um lado como o preferido para executar a maioria das actividades unilaterais

de um membro ou órgão) (Vasconcelos, 1993). Nas suas actividades, a maioria

dos seres humanos utiliza preferencialmente a mão direita enquanto,

aproximadamente 10%, usa a mão esquerda. Destrímanos e sinistrómanos

diferem entre si quando comparados, sendo os últimos menos lateralizados

quanto à preferência (Doyen, Duquenne, Nuques, & Carlier, 2001; Gurd,

Schulz, Cherkas, & Ebers, 2006) e menos assimétricos quanto à performance

em determinadas tarefas (Brown, Roy, Rohr, & Bryden, 2006; Gurd, et al.,

2006; Shen & Franz, 2005). Para além disso, os sinistrómanos parecem

usufruir de alguma vantagem em relação aos destrímanos em tarefas visuo-

motoras (Dane & Erzurumluoglu, 2003; Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, &

Barbosa, 2009).

Na generalidade, na avaliação da assimetria motora funcional, os

destrímanos são mais consistentes na lateralização em comparação com os

4

sinistrómanos e esta evidência revela-se na realização das tarefas unimanuais

mais complexas, em que os destrímanos apresentam maiores vantagens na

concretização da tarefa porque são mais consistentes e mais rápidos em

comparação com os sinistrómanos (Bryden, Roy, Rohr, & Egilo, 2007). No

entanto, os sinistrómanos são menos assimétricos no desempenho manual,

principalmente com a MNP e apresentam melhores desempenhos em tarefas

bimanuais devido à maior cooperação dos dois hemisférios cerebrais

(Vasconcelos, 2004).

É desta conjectura que surge a pertinência do nosso estudo. Rodrigues

et al. (2009, em apreciação), constataram que na execução de uma tarefa

complexa de antecipação-coincidência, com elevada exigência efectora, os

sinistrómanos não foram afectados pela variação da velocidade, enquanto os

destrímanos apresentaram variações significativas de desempenho entre as

velocidades. Se a contribuição dos processos perceptivos e motores está na

base da diferença no desempenho entre os dois grupos de preferência manual,

como será o desempenho numa tarefa simples, onde a exigência efectora é

menos evidenciada e a perceptiva é mais elevada? Será que os sinistrómanos

também se comportarão da mesma forma?

Deste modo, o estudo por nós desenvolvido integra o comportamento

dos dois grupos de preferência manual, mas na execução de uma tarefa

simples de antecipação-coincidência (fortemente associada a aspectos

perceptivo-sensoriais, com reduzida influência efectora), em função da

velocidade do estímulo. Para além disso, as variáveis mão de execução e sexo

serão também analisadas, uma vez que é conhecida a sua influência no

desempenho motor.

5

1.2. Estrutura do estudo

O presente estudo está dividido em 10 capítulos, o primeiro dos quais

subordinado à apresentação dos propósitos e das finalidades do estudo, bem

como à descrição sumária da estrutura do trabalho.

O segundo capítulo remete-nos para a revisão da literatura. Aqui são

apresentados, na perspectiva de vários autores, os conceitos de dominância,

preferência e assimetria manual, o conceito de capacidade de AC e os vários

estudos realizados neste âmbito, focando as variáveis independentes utilizadas

neste estudo (sexo, velocidade do estímulo e PM).

No terceiro capítulo, apresentamos os objectivos e as hipóteses que

orientaram a nossa pesquisa.

No quarto capítulo procedemos à caracterização da amostra,

descrevemos o instrumento utilizado para avaliar o tempo de AC, as variáveis

dependentes do estudo (EA, EC e EV) e os procedimentos estatísticos

utilizados para a análise dos resultados.

No capítulo cinco analisamos e descrevemos os resultados obtidos, que

vão permitir compreender e interpretar o objecto de estudo.

No sexto capítulo apresentamos a discussão, onde articulamos a

informação empírica com os resultados encontrados neste estudo.

Por fim, no sétimo capítulo, serão elaboradas as conclusões finais do

estudo. No final, existem ainda três capítulos, um, referente a sugestões para

futuros estudos, outro, à bibliografia que serviu de suporte durante a pesquisa

e, por último, o anexo.

6

7

2. REVISÃO DA LITERATURA

8

9

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Dominância, Preferência e Assimetria Manual

Por definição, dominância manual começa com a mão predominante

segundo a auto-designação do indivíduo, ou em termos mais simples o

indivíduo considera-se como sendo destro ou canhoto, existindo ainda uma

terceira opção, a de “ambidestro”. Mais especificamente, a dominância abrange

tarefas que exigem coordenação fina, movimentos bem sincronizados e/ou

força muscular, que por sua vez são modulados pela rede motora no hemisfério

contralateral. Estas actividades primárias incluem o escrever, desenhar,

martelar, lançar uma bola com força e exactidão, serrar e cortar com precisão,

entre outras (Geschwind & Galaburda, 1985).

Diz-se que a preferência pelo uso de uma das mãos, em tarefas que

exigem habilidade, é um traço distintivo do ser humano. Enquanto outros

primatas demonstram preferências muito particulares pelo uso do membro

dianteiro esquerdo ou direito nas tarefas de alcançar e manipular objectos, os

seres humanos são os únicos que tendem a eleger consistentemente a mão

direita para a realização desse tipo de tarefa (Steele & Mays, 1995).

Cerca de 90% da população utiliza a mão direita para escrever, contra

10% que usam a mão esquerda; 60% escolhe a mão direita para realizar

diferentes tipos de actividade, 30% tem preferências inconsistentes ou mistas,

e apenas 5% são exclusivamente canhotos (Taylor & Amir, 1995).

Por preferência manual (PM) entende-se, segundo Porac & Coren

(1981), como sendo o uso preferido ou escolha de uma mão em situações em

que apenas uma delas pode ser utilizada para determinada tarefa tendo como

resultado uma maior eficiência, melhor desempenho, sendo consequentemente

mais hábil com essa mão. Os mesmos autores ditam que são as diferenças

comportamentais em diversas actividades como manipular pequenos objectos,

desenhar, escrever, entre outras, que determinam a preferência de uma mão

em detrimento da outra.

10

Na opinião de Vasconcelos (2004) a PM reporta-se à tendência para

utilizar mais uma mão do que outra, ou seja, consiste na mão preferida (MP) ou

mais usada. Deste modo, a mão habitualmente utilizada nas actividades de

destreza que implicam coordenação motora fina é designada de “mão

preferida”. A mão não preferida (MNP) será responsável, essencialmente, por

acções de suporte e será aquela que segura, agarra e sustenta, tornando-se

preferida neste tipo de tarefas.

Reflexos e certos movimentos espontâneos do lado direito do corpo são

demonstrados por uma quantidade expressiva de bebés, comparativamente ao

lado esquerdo. Esta tendência lateral encontra-se em mudança, e à medida

que a idade avança, torna-se evidente a preferência consistente por um dos

lados, não havendo ainda um consenso da literatura acerca da idade em que

se estabiliza a PM. Sabe-se apenas que é um processo gradual que decorre

com a idade (Rodrigues, 2007).

A preferência lateral é manifestada precocemente durante o ciclo de vida

do ser humano, observando-se este aspecto em recém-nascidos de pais

destros que apresentam logo após as primeiras semanas de vida movimentos

direccionais da cabeça orientados predominantemente para o lado direito do

corpo (Cioni & Pellegrinetti, 1982; Liederman & Kinsbourne, 1980), assim como

uma maior utilização da mão direita em movimentos habituais após os 6 meses

de vida (Provins, Dalziel, & Higginbottom, 1987).

São dados como os acima apresentados que permitem considerar a

dominância lateral como um factor de origem predominantemente genética e

pouco susceptível a mudanças resultantes da interacção com o ambiente.

Outra concepção aliada a esta primeira é que o termo dominância lateral é algo

bastante genérico. Como consequência, poder-se-ia esperar vantagem de

desempenho com a mão dominante sobre o desempenho com a mão não-

dominante não apenas no início da aquisição de qualquer habilidade motora,

mas também ao longo do processo de aprendizagem, com o membro

dominante aprendendo mais rapidamente e atingindo patamares de

desempenho mais elevados do que com o membro não-dominante (Teixeira,

11

Chaves, Silva & Carvalho, 1998). Evidência empírica, entretanto, tem

demonstrado que a dominância lateral é um factor específico à tarefa e

dependente da quantidade de experiências motoras prévias com um

determinado segmento corporal (Provins, 1997).

Para além da componente genética também os factores ambientais

parecem influenciar a preferência por um dos membros. Ashton (1982)

investigou mais de 1800 famílias havaianas envolvendo pais, filhos e seus

ancestrais, sugerindo que a determinação da PM por parte da participação

genética era de apenas 10 a 20%, enquanto as componentes ambientais

responderam em 80 a 90% na definição do membro preferido. As experiências

do indivíduo ao longo da vida também possuem um papel importante no

estabelecimento de preferências e assimetrias laterais (Teixeira, 2006).

Num estudo realizado com gémeos monozigóticos (idades

compreendidas entre os 22 e 34 anos), concordantemente destros ou

discordantes em lateralidade, Jancke & Steinmetz (1995) avaliaram o

desempenho, com a mão direita e esquerda, em tarefas de velocidade de

toques repetidos e em tarefas relacionadas com a escrita. A análise da

correlação intra-classe para o grau absoluto de assimetria lateral de

desempenho, o qual foi realizado separadamente para as duas categorias de

gémeos monozigóticos, não indicou resultados significativos. Estes resultados

sugerem que, apesar de possuírem heranças genéticas iguais, as assimetrias

laterais observadas em cada sujeito não predizem o grau de assimetria lateral

de desempenho apresentado pelo gémeo correspondente.

A noção de que a MP é a melhor ou a mais forte está subentendida

aquando da nomeação por mão dominante. Preferir uma mão para realizar

determinada tarefa nem sempre é sinónimo de uma proficiência superior por

parte dessa mão, ou seja, nem sempre a MP é a mais eficiente (Vasconcelos,

2004).

Segundo Santos, Lage, Calvacante, Ugrinowitsch & Benda (2006) as

assimetrias encontradas no comportamento motor apresentam duas

dimensões. Uma das dimensões é conhecida como assimetria lateral de

preferência e diz respeito à maior frequência de utilização de um determinado

12

membro comparado com o membro contralateral, relacionando-se esta

preferência com o conforto e segurança que um sujeito apresenta na execução

de habilidades motoras específicas. A outra dimensão, definida como

assimetria lateral de desempenho, refere-se à diferença na qualidade da

execução das tarefas pelos membros contralaterais, sendo que o seu

desenvolvimento resulta da interacção entre factores biológicos e ambientais.

Autores como Petrie & Peters (1980) confirmam a relação directa entre

desempenho e preferência, isto é, quando há melhor desempenho em

determinada tarefa realizada com um determinado lado do corpo, há uma maior

preferência. Os autores analisaram bebés, com idades compreendidas entre as

2 e as 3 semanas de vida, na manipulação de um objecto com um sensor de

força embutido, o qual media a força de preensão e o tempo de manipulação.

Os resultados demonstraram que para ambas as variáveis houve assimetria de

desempenho favorável à mão direita.

No entanto, estudos recentes têm sugerido que a assimetria manual de

desempenho e a PM são dimensões independentes do comportamento motor.

Teixeira & Okazaki (2007) observaram, numa tarefa de toques sequenciais de

dedos, que quando destros realizaram a tarefa com MNP o desempenho no

tempo de movimento foi similar para ambas as mãos. A prática com o membro

não preferido aperfeiçoou o desempenho até que a simetria entre os membros

ocorresse.

Quando diferentes tarefas motoras relativamente simples são

executadas independentemente de as mãos serem dominante e não-

dominante, em várias dessas tarefas não se observam diferenças significativas

de desempenho entre os dois membros (Provins, Milner, & Kerr, 1982; Salazar

& Knapp, 1996), o que representa uma inconsistência com a concepção da

vantagem generalizada do membro dominante sobre o membro não-dominante

independentemente da prática prévia.

Rigal (1992), num estudo com crianças em idade escolar e pré-escolar,

analisou o desempenho em diferentes tarefas motoras, entre as quais a escrita

e a força manual. Neste estudo, o autor observou que a diferença de eficiência

entre as duas mãos aumentou apenas na tarefa de escrita, enquanto nas

13

outras tarefas a relação foi mantida estável. Como as crianças nesta fase de

escolarização são expostas a uma grande quantidade de prática unilateral na

tarefa de escrever, mas não na prática sistemática das outras tarefas

estudadas incluindo a força manual, o autor concluiu que a assimetria de

desempenho nesta tarefa foi provocada pelo efeito de prática específica e não

por um factor global de dominância lateral.

Enquanto a assimetria lateral aumentou para estas tarefas em idades

posteriores, nas demais tarefas o desempenho motor permaneceu

predominantemente simétrico. Os resultados de Rigal (1992) indicam que a

assimetria lateral é um aspecto dinâmico da motricidade humana, em que um

dos importantes factores a determinar a magnitude de assimetrias de

performance é o volume de prática com o membro critério. Outra evidência do

carácter dinâmico das assimetrias laterais é a baixa estabilidade da diferença

de desempenho entre as mãos dominante e não-dominante, apontada através

de testes sucessivos em períodos diferentes (Provins & Cunliffe, 1972;

Sappington, 1980), com variações do índice de dominância lateral em função

do momento em que se fez a observação.

Teixeira & Gasparetto (2002) investigaram as assimetrias laterais no

padrão fundamental de lançamento em grupos de crianças entre os 4 e os 10

anos de idade e observaram que, independentemente do aumento da

proficiência na execução da tarefa com o aumento da idade, os níveis de

assimetria de desempenho entre membros era mantido na infância.

No estudo de Teixeira & Paroli (2000) foi investigado o índice de PM

comparado e correlacionado com o índice de assimetria de desempenho em

três tarefas motoras: a) toques repetidos à máxima velocidade, b) controlo da

força manual, e c) posicionamento linear. Os resultados demonstraram que as

assimetrias de preferência foram consideravelmente maiores do que as

assimetrias de desempenho. As comparações entre os desempenhos com a

MP e MNP em cada tarefa não indicaram diferenças significativas para o

controlo da força e posicionamento linear do braço, mas superioridade

consistente de desempenho com a MP na tarefa de toques repetidos. Enquanto

alguns sujeitos apresentaram uma esperada superioridade de desempenho

14

com a MP, uma parte considerável da amostra teve melhor desempenho com a

MNP. Estes resultados indicam que a supremacia de desempenho motor não é

ditada por um factor único, havendo grande variação de tarefa para tarefa em

termos de assimetria lateral de desempenho, sugerindo que a herança genética

não é determinante do grau de assimetria lateral de desempenho motor.

As evidências provenientes de vários estudos mostram que a

proficiência, a preferência, bem como a assimetria manual não são produto de

um factor único, mas antes a resultante de vários factores (biológicos, sociais e

culturais).

15

2.2. Antecipação – Coincidência

A antecipação - coincidência (AC) tem sido estudada com o esforço de

melhor definir o desenvolvimento de competências e os efeitos da percepção

específica e das exigências das tarefas motoras no desempenho. A sua

importância para as teorias do comportamento motor tem sido desde há muito

reconhecida. Em particular, a classe de competências denominadas de “tarefas

de antecipação-coincidência” tem sido alvo de atenção por encarnarem

particularidades comummente encontradas em habilidades do dia-a-dia e do

desporto.

Belisle (1963) definiu a AC como sendo a execução de uma resposta de

movimento coincidente com a chegada de um estímulo a um determinado

ponto de intercepção, também designada de timing antecipatório por Magill

(1989) e Stadulis (1985), timing de antecipação por Schmidt (1968) e Dorfman

(1977), ou de organização temporal de antecipação (Schmidt & Wrisberg,

2001) e ainda de antecipação-coincidência (Rodrigues, Freitas, Vasconcelos,

& Barreiros, 2007) sendo este último termo o que será utilizado por nós no

decorrer deste estudo.

A necessidade de uma resposta motora desencadeada por um conjunto

de estímulos sensoriais, que permite realizar um conjunto de movimentos em

diversos domínios, constitui uma situação frequentemente vivenciada pelo ser

humano. As capacidades que requerem precisão espacial e temporal são

responsáveis pela performance nas tarefas de AC (Fleury & Bard, 1985). Em

qualquer tipo de habilidade, o sucesso depende da antecipação temporal e da

sincronização dos actos motores com o meio ambiente externo (Teixeira,

Santos & Andreysuk, 1992).

Para se proceder à análise da AC, ao longo do tempo, foram sendo

utilizados os mais diversos aparelhos. Mas, foi a partir do momento em que o

Bassin Anticipation Timer ficou disponível pela LaFayette Instrument Company,

em 1976, que se deu início a uma maior concentração de investigações sobre

esta capacidade e que os investigadores passaram a utilizar com maior

frequência este instrumento. O desenvolvimento deste aparelho permitiu

16

realizar um maior número de comparações entre os resultados de várias

pesquisas na investigação da resposta de AC. No entanto Stadulis (1985)

alerta para as variações nos procedimentos utilizados, como por exemplo o tipo

de resposta motora, os diferentes planos de visão e as dimensões do aparelho,

utilizados por alguns autores que não correspondem aos procedimentos

empregues na maioria dos estudos.

Pinheiro & Corrêa (2005) referem a AC como sendo um dos aspectos

mais abordados no campo da Aprendizagem Motora nas últimas décadas,

destacando os mais diversos focos de interesse dos pesquisadores: idade

(Benguigui & Ripoll, 1998; Ferraz, 1993; Ramella, 1984; Stadulis, 1985; Coelho,

Vasconcelos, Rodrigues, Barreiros, & Botelho 2007); o sexo (Brady, 1996;

Petrakis, 1985; Stadulis, 1985; Williams & Jasiewicz, 2001); a velocidade do

estímulo (Stadulis, 1985; Teixeira et al., 1992; Williams, 2000); a complexidade

da resposta motora (Ferraz, 1993; Williams & Jasiewicz 2001; Frada, Martins,

Pereira, Rocha, Rodrigues, Botelho et al., 2007; Rodrigues, Barreiros,

Vasconcelos & João de Deus, 2008); a prática (Stadulis, 1985; Freudenheim &

Tani, 1993; Teixeira, 1993; Rodrigues, Barreiros, Vasconcelos, & Carneiro,

2009) e, mais recentemente, a assimetria manual (Cockerill, Van-Zyl, & Nevill,

1988; Coker, 2004; Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, & Barbosa, 2009;

Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa, & Trifílio, 2009) e a PM

(Abernethy, Thomas, & Thomas, 1993; Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, &

Barbosa, 2009; Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa, et al., 2009).

Apresentaremos de seguida os resultados de alguns estudos realizados,

utilizando a capacidade de AC, empregando os parâmetros pertinentes a este

estudo.

17

2.2.1. Sexo

A literatura existente revela uma evidência considerável indicando que

os homens executam tarefas de AC com erros variáveis e absolutos menores

do que as mulheres.

Stadulis (1985) realizou um estudo cujo objectivo consistia em

determinar se a precisão da AC variava sistematicamente ao longo das idades,

entre os géneros, e se a prática e a velocidade de movimento do estímulo

afectava a performance. Participaram 38 crianças distribuídas em três grupos

de idades: 7, 9 e 11 anos e o instrumento utilizado foi o Bassin Anticipation

Timer. Os resultados relativamente ao género indicaram que os meninos

responderam com menores erro absoluto e erro constante do que as meninas.

Os efeitos da interacção entre o género e a idade parecem clarificar o efeito

dos meninos serem mais precisos do que as meninas.

Williams & Jasiewicz (2001) avaliaram as diferenças sexuais na

aprendizagem e performance de uma tarefa de tempo coincidente, utilizando o

Bassin Anticipation Timer. Os resultados obtidos referem que os homens foram

significativamente mais consistentes e precisos, comprovando estudos

anteriores. Os autores interpretam estas diferenças atribuindo a um estilo mais

conservador de resposta por parte das mulheres do que os homens. Referem

ainda algumas interpretações para estas diferenças, entre as quais: diferentes

proporções de participação em desportos com demandas antecipatórias

(Petrakis, 1985); efeitos de variáveis sócio-culturais (Singer, 1980); diferenças

nos factores motores (Wrisberg, Paul, & Ragsdale, 1979); diferenças em

habilidades espaço-temporais (Schiff & Oldak, 1990); e o uso de um modo mais

conservador de resposta pelas mulheres (Brady, 1996).

Em consonância com estes resultados também num estudo realizado

por Rodrigues, Freitas, Vasconcelos & Barreiros (2007) o sexo masculino

superou o feminino em termos de desempenho.

No entanto, existem estudos que não corroboram estes resultados, não

tendo encontrado diferenças significativas entre os sexos (Petrakis, 1985;

Teixeira, Santos & Andreysuk, 1992; Williams, Jasiewicz & Simmons, 2001;

18

Harrold & Kozar, 2002; Millslagle, 2003; Frada, Martins, Pereira, Rocha,

Rodrigues, Botelho et al. (2007).

Esta discrepância de resultados pode ser devida tanto ao tipo de tarefa

bem como à resposta motora requerida. Wrisberg & Mead (1983) sugerem que

a diferença na capacidade de antecipação em rapazes e raparigas perde

significado quando a resposta motora não requer a activação de sinergias

musculares importantes.

19

2.2.2. Velocidade do Estímulo

Muitos pesquisadores têm focado a sua atenção em aspectos motores

da AC simplificando, portanto, os aspectos perceptivos da tarefa. No entanto,

estes aspectos perceptivos são igualmente importantes para a precisão,

direcção e variação da resposta, os quais têm sido demonstrados que variam

consoante as propriedades do estímulo, revelando a variação da velocidade do

objecto um maior interesse por parte dos investigadores (Haywood, 1980).

Alguns estudos que focaram o efeito da velocidade do estímulo

mostraram que a velocidade mais baixa de deslocamento induz a um pior

desempenho (Magill, 1989; Teixeira, Santos, Andreysuk, 1992; Williams,

Jasiewicz & Simmons, 2001).

Haywood (1980), por exemplo, observou a relação entre o contexto do

estímulo e a performance, numa habilidade motora antecipatória após a prática

ser alargada, em 2 grupos de 20 estudantes femininas atletas. O grupo de

controlo foi submetido à velocidade de 2, 3 e 4 mph e o grupo de transferência

a 2, 4 e 6 mph, sendo sujeitos a 4 dias de ensaios. Ambos os grupos

melhoraram o desempenho, apesar do padrão desta melhoria não ser

semelhante. Os dois grupos demonstraram uma tendência significante para

responderem de forma antecipada, como com menor precisão e com maior

variabilidade para a velocidade mais lenta. Os grupos tiveram um desempenho

semelhante excepto o grupo de transferência que respondeu mais tardiamente

para a velocidade lenta, o que sugere que os sujeitos foram influenciados pelo

contexto do estímulo.

A velocidade foi igualmente analisada por Stadulis (1985), num estudo

cujo objectivo consistia em determinar se a precisão na AC variava

sistematicamente ao longo das idades, entre os géneros, e se a prática e a

velocidade de movimento do estímulo afectava a performance. Nesse estudo

participaram 38 crianças distribuídas em três grupos de idades: 7, 9 e 11 anos

e o instrumento utilizado foi o Bassin Anticipation Timer. Os resultados

relativamente à velocidade do estímulo (2, 3, 5 e 6 mph), indicaram uma maior

precisão nas duas velocidades superiores.

20

Alguns autores (Wrisberg & Mead, 1983) propõem uma explicação para

o facto de se terem encontrado resultados nos quais se verificou uma melhor

precisão nas velocidades mais altas, referindo que a resposta numa tarefa de

AC a uma velocidade alta é, na verdade, uma tarefa de velocidade de reacção,

uma vez que o resultado da velocidade maior aproxima-se ou relaciona-se com

a velocidade de reacção do sujeito. Uma outra alternativa é que as crianças,

especialmente as mais novas, possuem uma dificuldade em atrasar uma

resposta planeada (Stadulis, 1985).

Em contrapartida os resultados obtidos num estudo, não publicado, de

Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa, & Carita (2009) onde foram

investigados o efeito da velocidade do estímulo e da assimetria manual numa

tarefa complexa de AC, mostraram uma velocidade superior de movimento na

condição rápida mas uma melhor precisão na mais lenta.

Por outro lado, há estudos que têm evidenciado a tendência de uma

configuração em U entre a velocidade do estímulo e a precisão da resposta,

isto é, quer em velocidades mais baixas, quer em velocidades mais elevadas,

as performances são piores (Santos & Tani, 1992; Teixeira, Santos &

Andreysuk, 1992; Freudenheim et al., 2005).

Outros estudos (Brady, 1996; Coker, 2004) revelam que os sujeitos

tendem a antecipar as suas respostas nas velocidades mais baixas enquanto

para velocidades mais rápidas a resposta é dada de forma tardia.

Teixeira, Santos & Andreysuk (1992) sugerem que existe uma

velocidade de estímulo óptima para uma determinada tarefa de sincronização e

que o facto de se obter desempenhos com melhores ou piores resultados

depende do contexto de execução – “hipótese da velocidade”, no qual a

magnitude das demais velocidades de estímulo que fazem parte de uma série

de tentativas tem especial relevância. Neste caso, supõe-se que a velocidade

de estímulo óptima seria compatível com o tempo necessário para o

processamento da informação onde existe um tempo adequado para a

descodificação da informação sensorial e transmissão da informação eferente,

contribuindo para uma maior precisão temporal da resposta. Os mesmos

autores referem ainda a existência de uma segunda hipótese que defende que

21

é o contexto de execução que determina em que velocidades se verificarão

melhores ou piores resultados – “hipótese do contexto”. Aqui, o executante ao

realizar uma sequência de tentativas com velocidades variadas, pratica uma

expectativa de velocidade do estímulo baseada na média das velocidades

executadas, sendo que, quando acontece uma mudança de contexto, fazendo

com que, por exemplo, uma das velocidades intermédias numa determinada

sequência passe a ser uma das velocidades extremas noutra sequência, possa

ocorrer uma correspondente queda de desempenho.

2.2.3. Preferência Manual

A questão da PM em tarefas que envolvem a capacidade de AC tem

sido pouco estudada, normalmente investiga-se o comportamento apenas em

indivíduos destrímanos, revelando ultimamente a comparação de desempenho

entre os dois grupos de preferência manual um maior destaque.

Destrímanos e sinistrómanos diferem entre si quando comparados,

sendo os últimos menos lateralizados quanto à preferência (Doyen, Duquenne,

Nuques, & Carlier, 2001; Gurd, Schulz, Cherkas, & Ebers, 2006) e menos

assimétricos quanto à performance em determinadas tarefas (Brown, Roy,

Rohr, & Bryden, 2006; Gurd et al., 2006; Shen & Franz, 2005). Para além disso,

os sinistrómanos parecem usufruir de alguma vantagem em relação aos

destrímanos em tarefas visuo-motoras (Dane & Erzurumluoglu, 2003;

Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, & Barbosa, 2009).

Segundo Porac & Coren (1981) os sinistrómanos parecem demonstrar

uma performance mais elevada com a MNP do que os destrímanos com a

MNP. A este respeito os autores referem as pressões que o envolvimento

social exerce nos sujeitos sinistrómanos no sentido da destralidade, fazendo

com que estes experimentem desde cedo execuções de tarefas com a MNP.

No estudo de Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa, & Trifílio

(2009) participaram adolescentes femininos e masculinos, dos dois grupos de

22

PM, que desempenharam uma tarefa simples de AC. Os seus resultados

apontaram uma performance semelhante de destrímanos e sinistrómanos, os

dois grupos de PM demonstraram ser menos variáveis quando utilizaram a

mão esquerda, os rapazes foram mais precisos e menos variáveis que as

raparigas.

Num estudo levado a cabo por Rodrigues, Freitas, Vasconcelos &

Barreiros (2007) o factor PM foi também investigado e não apresentou efeitos

significativos. Os autores analisaram a relação existente entre a performance

numa tarefa de AC, variando a orientação do estímulo, a PM e o sexo, sendo a

tarefa realizada com a MP. Em conformidade com estes resultados, também no

trabalho realizado por Rodrigues, Barreiros, Vasconcelos & Barbosa (2008),

mas na execução de uma tarefa complexa de AC, o desempenho dos dois

grupos de PM foi equitativo.

A assimetria manual foi igualmente investigada por Rodrigues,

Vasconcelos, Barreiros & Barbosa (2009) numa tarefa complexa de AC e os

efeitos da lateralidade e do sexo foram analisados. A amostra era constituída

por estudantes universitários femininos e masculinos que foram divididos em

subgrupos com base no grau de PM. Os resultados mostraram que, no que

concerne à precisão: os destrímanos foram mais precisos, o desempenho com

a MP foi superior e os rapazes superaram as raparigas; no que diz respeito ao

tempo de resposta: a MP foi mais rápida do que a MNP e os rapazes foram

mais rápidos a dar início ao movimento.

Em outro estudo, Rodrigues, Vasconcelos, Barreiros, Barbosa & Carita

(2009) investigaram o efeito da velocidade do estímulo e da assimetria manual

numa tarefa complexa de AC. Os seus resultados mostraram que, apesar da

lateralidade não ter influenciado no tempo requerido para programar e executar

o movimento, os sinistrómanos foram mais precisos que os destrímanos e não

foram afectados pela condição do estímulo (velocidade). Foi também

encontrada uma vantagem da mão esquerda no tempo de iniciação para

ambos os grupos de lateralidade e vantagem da MP para o tempo de

movimento e também a precisão foi superior com a MP. Os autores sugerem a

dominância hemisférica direita na programação em oposição a uma

23

dominância do hemisfério esquerdo no controlo dos movimentos como a

fundamentação destes resultados.

Assim, propomo-nos investigar o efeito da velocidade numa tarefa

simples de AC em indivíduos destrímanos e sinistrómanos.

24

25

3. OBJECTIVOS

26

27

3. OBJECTIVOS

3.1. Objectivo Geral

O presente estudo tem como objectivo geral verificar o efeito da

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph), na capacidade de AC, em função da

PM.

3.2. Objectivos Específicos

- Verificar o efeito da velocidade do estímulo, na capacidade de AC, em

função da mão de execução (MP e MNP).

- Verificar o efeito da velocidade do estímulo, na capacidade de AC, em

função do sexo.

28

29

4. MATERIAL E MÉTODOS

30

31

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Caracterização da Amostra

A amostra deste estudo englobou 24 sujeitos destrímanos (n=12) e

sinistrómanos (n=12) de ambos os sexos. O critério de inclusão referente à PM

foi determinado pela mão utilizada na escrita, dada a dificuldade em encontrar

indivíduos sinistrómanos na altura da recolha de dados (realizada nos meses

de Junho e Julho onde a afluência de alunos a frequentarem as instalações

académicas é reduzida).

A amostra foi seleccionada a partir do universo de estudantes da

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

4.2. Instrumento e Tarefa

O instrumento utilizado para avaliar o tempo de AC na nossa pesquisa

foi o Bassin Anticipation Timer da Lafayette instruments modelo nº 50575 (ver

figura 1). O aparelho é constituído por um painel de controlo, uma calha com 32

díodos posicionados linearmente e um botão de resposta. O painel possui um

mostrador digital (relógio de erro direccional, indicador de atrasado/adiantado

em milissegundos) empregue para: i) controlar temporalmente o rastro

luminoso (seleccionável de 1,79 m/s até 6,70 m/s) e para ii) controlar a

propagação do estímulo (seleccionável entre 0,5s e os 3,0s com intervalos de

0,5s). Uma vez accionado, o aparelho apresenta um sinal de alerta (díodo

amarelo) e após o intervalo preparatório é iniciada a propagação do estímulo

luminoso, acendendo os 32 díodos vermelhos sucessivamente, um após o

outro. De referir ainda que o acendimento sequencial do sinal luminoso faz com

que o individuo o perceba como sendo um estímulo em deslocamento. O

objectivo da tarefa consistiu em pressionar um botão de resposta

32

simultaneamente com o acendimento do último díodo. O mostrador digital

forneceu a medida de erro (ms), diferenciando as respostas adiantadas ou

atrasadas.

Com o consentimento dos indivíduos em participar no estudo estes

foram conduzidos individualmente à sala de recolha de dados e receberam do

investigador esclarecimentos claros e precisos acerca dos objectivos e

procedimentos da tarefa. Esta consistiu em sincronizar a resposta (pressão

com o polegar no interruptor) com a chegada do estímulo, que se propagava a

três velocidades distintas e de forma aleatória (6, 9 e 12 mph: 268, 402 e 536

cm/s respectivamente). Cada indivíduo realizou duas tentativas de

familiarização com a tarefa, a duas velocidades distintas e diferentes das

utilizadas no teste (5 e 10 mph: 223 e 447 cm/s respectivamente), com a mão

que iria iniciar a tarefa. Os sujeitos foram contrabalançados em relação à mão

de execução (MP e MNP), realizando um total de 9 ensaios para cada uma

delas.

Os participantes posicionavam-se de pé na continuação da calha a

aproximadamente 1m desta, de forma a que a propagação do estimulo parece-

se vir na sua direcção. O indivíduo segurava o botão de resposta com uma das

mãos, dependendo da mão de execução (MP ou MNP). Após cada ensaio os

sujeitos tiveram conhecimento dos seus resultados, acerca da direcção (antes

e depois) e magnitude do erro (em termos quantitativos e qualitativos).

Figura 1 – Bassin Anticipation Timer

4.3. Medidas de Erro

Nos estudos sobre o tempo de AC têm sido utilizadas medidas de erro

de resposta que medem a diferença entre o desempenho pretendido (coincidir

a resposta motora com o acendimento do último díodo) e o desempenho

atingido. Essas medidas

(EC) e erro variável (EV). O EA é uma medida da precisão do desempenho que

representa o desvio da resposta face ao objectivo da tarefa, ou seja, determina

a magnitude do erro da resposta. O EC é uma medid

direcção do erro (enviesamento da resposta), indicando o tipo do desvio da

resposta (atraso ou antecipação). O EV consiste numa medida da variabilidade

ou consistência da resposta que traduz os resultados em torno da resposta

média, isto é, expressa a forma como o sujeito repete o resultado ao longo de

uma sequência de ensaios (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 2000).

33

Bassin Anticipation Timer (foto retirada do site Lafayette Instruments

4.3. Medidas de Erro

sobre o tempo de AC têm sido utilizadas medidas de erro

de resposta que medem a diferença entre o desempenho pretendido (coincidir

a resposta motora com o acendimento do último díodo) e o desempenho

atingido. Essas medidas correspondem ao erro absoluto (EA), erro constante

(EC) e erro variável (EV). O EA é uma medida da precisão do desempenho que

representa o desvio da resposta face ao objectivo da tarefa, ou seja, determina

a magnitude do erro da resposta. O EC é uma medida da quantidade e

direcção do erro (enviesamento da resposta), indicando o tipo do desvio da

resposta (atraso ou antecipação). O EV consiste numa medida da variabilidade

ou consistência da resposta que traduz os resultados em torno da resposta

é, expressa a forma como o sujeito repete o resultado ao longo de

uma sequência de ensaios (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 2000).

Lafayette Instruments).

sobre o tempo de AC têm sido utilizadas medidas de erro

de resposta que medem a diferença entre o desempenho pretendido (coincidir

a resposta motora com o acendimento do último díodo) e o desempenho

correspondem ao erro absoluto (EA), erro constante

(EC) e erro variável (EV). O EA é uma medida da precisão do desempenho que

representa o desvio da resposta face ao objectivo da tarefa, ou seja, determina

a da quantidade e

direcção do erro (enviesamento da resposta), indicando o tipo do desvio da

resposta (atraso ou antecipação). O EV consiste numa medida da variabilidade

ou consistência da resposta que traduz os resultados em torno da resposta

é, expressa a forma como o sujeito repete o resultado ao longo de

uma sequência de ensaios (Godinho, Mendes, Melo & Barreiros, 2000).

34

35

4.4. Procedimentos Estatísticos

Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizado o programa SPSS

(Statistical Package for the Social Siences), versão 17.0 para Windows.

Foi realizada uma análise exploratória dos dados recolhidos,

determinando as medidas de tendência geral (médias e desvios padrões),

normalidade e outliers.

A análise foi dividida em duas partes, efectuando-se em primeiro lugar a

observação do comportamento da amostra total e depois uma análise por

grupos de PM.

Na análise da amostra total, as variáveis dependentes foram analisadas

através de uma ANOVA multifactorial 2x2x2x3 (preferência manual, sexo, mão

de execução, velocidade do estímulo), com medidas repetidas nos dois últimos

factores. Na análise por grupos de PM, as variáveis dependentes foram

analisadas através de uma ANOVA multifactorial 2x2x3 (sexo, mão de

execução, velocidade do estímulo), com medidas repetidas no último factor. O

teste post hoc utilizado foi o de Bonferroni.

O nível de significância para a rejeição da hipótese nula foi fixado em

p≤0,05.

36

37

5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

38

5. APRESENTAÇÃO DOS

Os resultados serão apresentados em primeiro lugar versando a amostra

total e, posteriormente, os grupos de preferência manual. Os gráficos

apresentados dizem respeito aos

significado estatístico para cada erro de medida.

5.1. Análise da Amostra T

5.1.1. Erro Absoluto

O EA informa-nos sobre a precisão do erro, em módulo.

A figura 2 representa, de forma esquemática, os valores

EA (ms) para a diferença encontrada na variável sexo.

Figura 2 – Médias do EA (ms)

A análise do EA demonstrou que o

significativo [F (1, 20) = 5,145; p=.035],

(45,21 ± 24,66 ms) do que o sexo feminino (57,38 ± 23,78

factor ou interacção revelou um efeito significativo nesta medida de erro.

0

10

20

30

40

50

60

70

39

PRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados serão apresentados em primeiro lugar versando a amostra

total e, posteriormente, os grupos de preferência manual. Os gráficos

apresentados dizem respeito aos factores principais ou interacções com

significado estatístico para cada erro de medida.

5.1. Análise da Amostra T otal

5.1.1. Erro Absoluto

nos sobre a precisão do erro, em módulo.

A figura 2 representa, de forma esquemática, os valores

EA (ms) para a diferença encontrada na variável sexo.

(ms) para a variável sexo.

do EA demonstrou que o factor sexo teve um efeito

significativo [F (1, 20) = 5,145; p=.035], sendo o sexo masculino mais pr

) do que o sexo feminino (57,38 ± 23,78 ms).

factor ou interacção revelou um efeito significativo nesta medida de erro.

Erro Absoluto (ms)

Masc

Fem

Os resultados serão apresentados em primeiro lugar versando a amostra

total e, posteriormente, os grupos de preferência manual. Os gráficos

factores principais ou interacções com

das médias do

teve um efeito

o sexo masculino mais preciso

Nenhum outro

factor ou interacção revelou um efeito significativo nesta medida de erro.

Masc

Fem

40

5.1.2. Erro Constante

O EC informa-nos sobre a direcção e magnitude

resposta foi antecipada (valores negativos) ou se foi atrasada (valores

positivos).

A figura 3 ilustra as médias relativas ao EC (ms), em função da

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph), da PM (destrímanos e sinistrómanos) e

do sexo (masculino e feminino).

Figura 3 – Médias do EC

sexo.

O factor velocidade

p=.000]. Os sujeitos, apesar de terem respondido em todas as veloci

atrasadamente, enviesaram

(3,24 ± 49,61 ms), seguida da velocidade 9mph (23,75 ± 32,82

último, na velocidade 12mph (41,73 ± 27,20

Foi verificado um efeito significativo da variável

(1,16) = 10,739; p=.005]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas

6 mph

9 mph

0

10

20

30

40

50

Velocidade

41

5.1.2. Erro Constante

nos sobre a direcção e magnitude do erro, isto é, se a

resposta foi antecipada (valores negativos) ou se foi atrasada (valores

A figura 3 ilustra as médias relativas ao EC (ms), em função da

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph), da PM (destrímanos e sinistrómanos) e

o (masculino e feminino).

(ms) relativas à variável velocidade, preferência manual e

velocidade teve um efeito significativo [F (2,15) = 22,007;

p=.000]. Os sujeitos, apesar de terem respondido em todas as veloci

atrasadamente, enviesaram menos as suas respostas na velocidade 6mph

), seguida da velocidade 9mph (23,75 ± 32,82

último, na velocidade 12mph (41,73 ± 27,20 ms).

Foi verificado um efeito significativo da variável preferênci

(1,16) = 10,739; p=.005]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas

9 mph

12 mph

Dest.

Sinist.

Masc.

Erro Constante (ms)

Velocidade SexoPreferênciaManual

do erro, isto é, se a

resposta foi antecipada (valores negativos) ou se foi atrasada (valores

A figura 3 ilustra as médias relativas ao EC (ms), em função da

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph), da PM (destrímanos e sinistrómanos) e

variável velocidade, preferência manual e

teve um efeito significativo [F (2,15) = 22,007;

p=.000]. Os sujeitos, apesar de terem respondido em todas as velocidades

as suas respostas na velocidade 6mph

), seguida da velocidade 9mph (23,75 ± 32,82 ms) e, por

preferênci a manual [F

(1,16) = 10,739; p=.005]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas

Fem.

Sexo

42

respostas, os destrímanos enviesaram menos as suas respostas (10,51 ±

35,53 ms) do que os sinistrómanos (35,30 ± 31,25 ms).

A variável sexo também revelou ter um efeito significativo [F (1,16) =

7,806; p=.013]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas respostas, os

rapazes enviesaram menos as suas respostas (12,34 ± 32,66 ms) do que as

raparigas (23,11 ± 36,48 ms).

Observou-se uma interacção significativa entre a preferência manual e

o sexo [F (1,16) = 5,503; p=.032]. A análise posterior realizada para cada um

dos grupos de PM em cada condição (mão e velocidade) revelou que a

diferença entre os sexos foi significativa apenas nos sinistrómanos Neste

grupo, o sexo masculino enviesou menos as suas respostas (15,86 ± 39,11 ms)

do que o sexo feminino (54,74 ± 15,00 ms).

5.1.3. Erro Variável

O EV fornece-nos informações sobre a variabilidade das respostas no

tempo, ou seja, sobre a consistência do

tentativas.

A figura 4 mostra-

estímulo (6, 9 e 12 mph).

Figura 4 – Médias do EV (ms) em função da veloci

O factor velocidade

p=.020]. Os sujeitos foram menos variáveis na velocidade 12mph (31,84 ±

17,30 ms) e mais variáveis na velocidade 6mph (43,35 ± 32,12

outro factor ou interacção revelou um efeito significativo nes

Resumindo, os sujeitos destrímanos revelaram ser mais precisos do que

os sinistrómanos; os rapazes

suas respostas do que as raparigas e

velocidade 6 mph mas menos variáveis na

0

10

20

30

40

50

43

5.1.3. Erro Variável

nos informações sobre a variabilidade das respostas no

tempo, ou seja, sobre a consistência do comportamento motor ao longo das

-nos as médias do EV (ms) em função da velocidade de

estímulo (6, 9 e 12 mph).

Médias do EV (ms) em função da velocidade do estímulo.

velocidade teve um efeito significativo [F (2,19) = 4,810;

p=.020]. Os sujeitos foram menos variáveis na velocidade 12mph (31,84 ±

) e mais variáveis na velocidade 6mph (43,35 ± 32,12

outro factor ou interacção revelou um efeito significativo nesta medida de erro.

Resumindo, os sujeitos destrímanos revelaram ser mais precisos do que

os sinistrómanos; os rapazes foram mais precisos e menos enviesados nas

que as raparigas e os sujeitos foram mais precisos na

velocidade 6 mph mas menos variáveis na velocidade 12 mph.

6 mph

9 mph

12 mph

Erro Variável (ms)

nos informações sobre a variabilidade das respostas no

comportamento motor ao longo das

nos as médias do EV (ms) em função da velocidade de

teve um efeito significativo [F (2,19) = 4,810;

p=.020]. Os sujeitos foram menos variáveis na velocidade 12mph (31,84 ±

) e mais variáveis na velocidade 6mph (43,35 ± 32,12 ms). Nenhum

ta medida de erro.

Resumindo, os sujeitos destrímanos revelaram ser mais precisos do que

foram mais precisos e menos enviesados nas

os sujeitos foram mais precisos na

44

5.2. Análise por Grupos de Preferência Manual

5.2.1. Erro Absoluto

5.2.1.1. Destrímanos:

A análise do EA no grupo dos

significativos em qualquer

revela a tendência do desempenho do grupo dos destrímanos, aquando da

execução da tarefa com a sua MP e MNP, nas 3 velocidades analisadas.

Figura 5 – Médias do EA (ms)

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph)

(masculino e feminino).

5.2.1.2. Sinistrómanos:

Na figura 6 estão ilustradas as médias do E

para o grupo de sinistrómanos.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Masc

Err

o A

bsol

uto

(ms)

45

5.2. Análise por Grupos de Preferência Manual

5.2.1. Erro Absoluto

Destrímanos:

A análise do EA no grupo dos destrímanos não revelou

em qualquer factor principal ou interacção. Porém, a figura 5

revela a tendência do desempenho do grupo dos destrímanos, aquando da

execução da tarefa com a sua MP e MNP, nas 3 velocidades analisadas.

do EA (ms) do grupo de indivíduos destrímanos em função da

do estímulo (6, 9 e 12 mph), da mão (preferida e não preferida) e do sexo

Sinistrómanos:

Na figura 6 estão ilustradas as médias do EA (ms), em função do sexo,

para o grupo de sinistrómanos.

Fem Masc Fem

MP MNP

Destrímanos

destrímanos não revelou efeitos

. Porém, a figura 5

revela a tendência do desempenho do grupo dos destrímanos, aquando da

execução da tarefa com a sua MP e MNP, nas 3 velocidades analisadas.

destrímanos em função da

mão (preferida e não preferida) e do sexo

A (ms), em função do sexo,

6mph

9mph

12mph

Figura 6 – Médias do EA (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos,

sexo.

No grupo dos sinistrómanos, a análise do EA revelou

significativo em relação à variável

para uma maior precisão do sexo masculino (44,83 ± 26,84

sexo feminino (65,00 ± 24,31

0

10

20

30

40

50

60

70E

rro

Abs

olut

o (m

s)

46

(ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos,

No grupo dos sinistrómanos, a análise do EA revelou

significativo em relação à variável sexo [F (1,10) = 4.961; p≤.050], apontando

para uma maior precisão do sexo masculino (44,83 ± 26,84 ms) em relação ao

sexo feminino (65,00 ± 24,31 ms).

Sinistrómanos

(ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, para a variável

No grupo dos sinistrómanos, a análise do EA revelou um efeito

≤.050], apontando

) em relação ao

Masc

Fem

5.2.2.Erro Constante

5.2.2.1. Destrímanos:

A figura 7 ilustra as médias do EC (ms) no

velocidades analisadas.

Figura 7 – Médias do EC (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função da

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).

O factor velocidade

p≤.001]. Enquanto que o

6mph (-13, 79 ± 51,34

9mph (14,09 ± 32,89 ms

5.2.2.2. Sinistrómanos:

A figura 8 representa, de forma

EC (ms) em função da variável sexo.

-20

-10

0

10

20

30

40

Err

o C

onst

ante

(m

s)

47

5.2.2.Erro Constante

Destrímanos:

A figura 7 ilustra as médias do EC (ms) no grupo de destrímanos nas 3

Médias do EC (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função da

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).

velocidade teve um efeito significativo [F (2,9) = 19,826;

Enquanto que os sujeitos responderam antecipadamente à velocidade

ms), as respostas foram atrasadas nas velocidades

) e 12mph (31,25 ± 22,36 ms).

Sinistrómanos:

A figura 8 representa, de forma esquemática, os valores das médias do

EC (ms) em função da variável sexo.

Destrímanos

grupo de destrímanos nas 3

Médias do EC (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função da

teve um efeito significativo [F (2,9) = 19,826;

s sujeitos responderam antecipadamente à velocidade

, as respostas foram atrasadas nas velocidades

esquemática, os valores das médias do

6mph

9mph

12mph

Figura 8 – Médias do EC (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos,

sexo.

Observou-se um efeito significativo da variável

p≤.012]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas respostas, os rapazes

enviesaram menos as suas respostas (15,86 ± 26,28

(54,74 ± 16,87 ms).

0

10

20

30

40

50

60

Err

o C

onst

ante

(m

s)

48

s do EC (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos,

se um efeito significativo da variável sexo [F (1,6) = 12,419;

.012]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas respostas, os rapazes

enviesaram menos as suas respostas (15,86 ± 26,28 ms) do que as raparigas

Sinistrómanos

s do EC (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos, para a variável

[F (1,6) = 12,419;

.012]. Apesar dos dois grupos terem atrasado as suas respostas, os rapazes

) do que as raparigas

Masc

Fem

5.2.3. Erro variável

5.2.3.1. Destrímanos:

A figura 9 mostra-

função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).

Figura 9 – Médias do EV

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).

O factor velocid ade

Os sujeitos foram mais variáveis na velocidade 6mph (48,75 ± 37,80

menos variáveis na velocidade 12mph (30,17 ± 17,04

5.2.3.1. Sinistrómanos:

A figura 10 ilustra as médias relativas

sinistrómanos, em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph) e da mão

de execução (MP e MNP).

0

10

20

30

40

50

60

Err

o V

ariá

vel (

ms)

49

5.2.3. Erro variável

Destrímanos:

-nos a média do EV (ms) no grupo dos destrímanos em

função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).

Médias do EV (ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função da

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph).

ade teve um efeito significativo [F (2,9) = 5,557; p

Os sujeitos foram mais variáveis na velocidade 6mph (48,75 ± 37,80

menos variáveis na velocidade 12mph (30,17 ± 17,04 ms).

Sinistrómanos:

A figura 10 ilustra as médias relativas ao EV (ms) no grupo dos

sinistrómanos, em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph) e da mão

de execução (MP e MNP).

Destrímanos

nos a média do EV (ms) no grupo dos destrímanos em

(ms), do grupo de indivíduos destrímanos, em função da

teve um efeito significativo [F (2,9) = 5,557; p≤.027].

Os sujeitos foram mais variáveis na velocidade 6mph (48,75 ± 37,80 ms) e

ao EV (ms) no grupo dos

sinistrómanos, em função da velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph) e da mão

6mph

9mph

12mph

Figura 10 – Médias do EV

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph)

A interacção dos factores

significativo [F (2, 11) = 6,919; p

realizado à posteriori revelou que a diferença entre as mãos foi significativa

apenas na velocidade de 6mph, sendo a MP

variável do que a MNP (50,27 ± 26,14

Em suma, nos destrímanos, observou

respostas e uma variabilidade m

na velocidade 12mph as respostas foram atrasadas mas com variabilidade

menos acentuada; nos sinistrómanos, os rapazes foram mais precisos

enviesados nas suas respostas

Para além dos dados estatisticamente significativos, acima relatados,

outros mostraram também uma tendência interessante. O grupo dos

destrímanos revelou ser menos preciso na velocidade 6mph; os destrímanos

obtiveram um melhor desempenho, ou seja, uma menor magnitude de

a MP enquanto nos sinistrómanos foi com a MNP; o grupo dos destrímanos

acusou ser mais variável com a MP enquanto que nos sinistrómanos foi com a

0

10

20

30

40

50

60

6mph

Err

o V

ariá

vel (

ms)

50

Médias do EV (ms), do grupo de indivíduos sinistrómanos

velocidade do estímulo (6, 9 e 12 mph) e da mão de execução (MP e MNP).

dos factores mão e velocidade revelou um efeito

significativo [F (2, 11) = 6,919; p ≤ 0,05]. O teste de medidas emparelhadas

revelou que a diferença entre as mãos foi significativa

apenas na velocidade de 6mph, sendo a MP (25,65 ± 12,84

variável do que a MNP (50,27 ± 26,14 ms).

Em suma, nos destrímanos, observou-se uma antecipação das

respostas e uma variabilidade mais elevada na velocidade 6mph, enquanto que

na velocidade 12mph as respostas foram atrasadas mas com variabilidade

nos sinistrómanos, os rapazes foram mais precisos

enviesados nas suas respostas do que as raparigas.

dados estatisticamente significativos, acima relatados,

outros mostraram também uma tendência interessante. O grupo dos

destrímanos revelou ser menos preciso na velocidade 6mph; os destrímanos

obtiveram um melhor desempenho, ou seja, uma menor magnitude de

a MP enquanto nos sinistrómanos foi com a MNP; o grupo dos destrímanos

acusou ser mais variável com a MP enquanto que nos sinistrómanos foi com a

6mph 9mph 12mph

Sinistrómanos

sinistrómanos, em função da

e da mão de execução (MP e MNP).

revelou um efeito

O teste de medidas emparelhadas

revelou que a diferença entre as mãos foi significativa

(25,65 ± 12,84 ms) menos

se uma antecipação das

ais elevada na velocidade 6mph, enquanto que

na velocidade 12mph as respostas foram atrasadas mas com variabilidade

nos sinistrómanos, os rapazes foram mais precisos e menos

dados estatisticamente significativos, acima relatados,

outros mostraram também uma tendência interessante. O grupo dos

destrímanos revelou ser menos preciso na velocidade 6mph; os destrímanos

obtiveram um melhor desempenho, ou seja, uma menor magnitude de EC, com

a MP enquanto nos sinistrómanos foi com a MNP; o grupo dos destrímanos

acusou ser mais variável com a MP enquanto que nos sinistrómanos foi com a

MP

MNP

51

MNP, este último grupo apresentou também ser menos variável com a MP e ter

uma variável superior com a MNP na velocidade 6 mph.

No quadro 1 encontram-se os valores das médias e desvio-padrão do

EA, EC e EV (ms) nas três velocidades de estímulo (6, 9 e 12 mph), em função

da preferência manual, do sexo e da mão de execução.

Quadro 1 – Valores das médias e dos desvios-padrão do EA, EC e EV (ms) nas três

velocidades de estímulo (6, 9 e 12 mph), em função da preferência manual, do sexo e

da mão de execução.

Velocidade EA EC EV

DE

ST

RÍM

AN

OS

♂♂♂

MP

6 50,88 ± 29,95 -12,22 ± 53,85 42,83 ± 33,38

9 41,27 ± 19,17 25,38 ± 15,00 30,40 ± 27,04

12 31,88 ± 13,07 15,55 ± 16,20 30,84 ± 19,21

MNP

6 56,88 ± 31,63 -27,66 ± 57,90 49,96 ± 40,62

9 50,00 ± 11,36 17,00 ± 37,77 46,01 ± 11,94

12 42,66 ± 25,97 34,88 ± 31,48 28,04 ± 16,17

♀♀♀

MP

6 61,77 ± 31,60 -14,33 ± 43,05 71,43 ± 47,44

9 51,61 ± 27,47 -18,50 ± 39,11 50,49 ± 26,70

12 46,77 ± 10,36 30,55 ± 20,12 33,95 ± 18,40

MNP

6 50,83 ± 21,83 -94 ± 56,27 30,74 ± 25,21

9 36,16 ± 18,17 32,50 ± 18,29 31,41 ± 18,12

12 51,33 ± 16,89 44,00 ± 20,08 27,83 ± 17,52

SIN

IST

MA

NO

S

♂♂♂

MP

6 42,00 ± 25,24 -19,33 ± 51,36 25,59 ± 16,70

9 38,61 ± 17,90 29,66 ± 12,23 35,71 ± 29,37

12 44,00 ± 28,39 39,80 ± 32,32 23,49 ± 17,99

MNP

6 71,61 ± 60,67 12,00 ± 13,53 47,77 ± 28,41

9 36,38 ± 14,97 2,73 ± 33,84 29,20 ± 23,01

12 36,38 ± 13,91 30,33 ± 14,42 32,27 ± 12,24

♀♀♀

MP

6 72,83 ± 29,33 70,11 ± 15,49 25,71 ± 9,16

9 70,05 ± 24,55 41,44 ± 20,15 46,50 ± 19,85

12 66,77 ± 30,42 84,33 ± 36,63 37,81 ± 16,27

MNP

6 72,44 ± 27,70 18,33 ± 23,10 52,77 ± 26,11

9 54,16 ± 12,40 59,77 ± 1,17 40,42 ± 15,20

12 53,77 ± 21,52 54,44 ± 4,79 40,47 ± 22,01

52

53

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

54

55

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A velocidade do estímulo tem sido uma das variáveis mais investigadas

no âmbito da AC. Porém, é aquela que tem apresentado os resultados mais

inconsistentes, referindo uns autores que o desempenho é melhor em

velocidades mais baixas, outros em velocidades mais elevadas e há ainda

alguns que sugerem a existência de velocidades óptimas de desempenho. A

análise geral revelou uma precisão mais elevada na velocidade mais lenta

(6mph) e uma variabilidade menos elevada na velocidade mais rápida (12mph).

Quanto à precisão, os nossos resultados corroboram os observados por

Shea et al. (1981). Estes autores utilizaram o Bassin Anticipation Timer a 6

velocidades aleatórias (1,5; 2; 2,5; 3; 3,5 e 4 mph), verificando que a precisão

diminuiu com o aumento da velocidade, sugerindo que esta diminuição da

precisão com o aumento da velocidade pode eventualmente ser o resultado da

diminuição do tempo disponível para tomar as decisões adequadas, sugerindo

que deve existir uma quantidade óptima de tempo disponível ou uma

velocidade de estímulo óptima para maximizar o desempenho.

Dunham & Reid (1987), num estudo com crianças no desempenho de

uma tarefa de AC às velocidades de 2, 4, 6, 8 e 10 mph, também verificaram

que com o aumento da velocidade do estímulo a duração do estímulo foi

diminuída e o tempo disponível para o processamento da informação reduzido,

indicando que como a duração do estímulo diminuiu os indivíduos foram

incapazes de processar as informações necessárias e, consequentemente,

houve um declínio na precisão das suas respostas.

Quanto à variabilidade, os nossos resultados vão ao encontro dos

observados em alguns estudos, tais como os de Meeuwsen, Goode & Goggin

(1995), Brady (1996), Corrêa (2001), Coker (2004). Nestes, as velocidades

mais rápidas proporcionaram uma menor variabilidade, indicando que a

variabilidade da resposta diminui linearmente com o aumento na velocidade do

estímulo. Uma possível explicação para estes resultados pode ser considerada

em relação ao tempo de processamento da informação, mais especificamente,

56

nas velocidades mais baixas o executante possivelmente tem maior dificuldade

em sincronizar a elaboração do plano de acção com sua execução

(Ugrinowitsch, Corrêa & Tani, 2005).

No trabalho desenvolvido por Teixeira, Santos & Andreysuk (1992), os

seus resultados corroboram, em parte, os que foram encontrados por nós. A

amostra contava com 50 estudantes universitários de educação física, 50

rapazes e 50 raparigas, com média de idades de 22,5 anos e de 21,0 anos,

respectivamente. No estudo elaborado por estes autores observou-se um

aumento da tendência de atrasar as respostas à medida que a velocidade

aumentava, em conformidade com a nossa análise, mas, por outro lado,

encontraram desempenhos mais variáveis em velocidades extremas e menos

variáveis nas velocidades intermédias, sendo as velocidades utilizadas

5,6,7,8,9 e 10 mph. Esta última observação refuta os nossos resultados, uma

vez que no nosso estudo constatou-se uma menor variabilidade na velocidade

mais alta (12 mph). Os autores interpretaram estes resultados à luz de duas

hipóteses: 1) em função de um tempo de processamento da informação

óptimo, pode haver uma velocidade de estímulo mais apropriada para

aumentar a precisão temporal da resposta; ou 2) independentemente do valor

absoluto das velocidades, durante a prática o executante estabelece uma

expectativa de velocidade do estímulo, havendo uma correspondente queda de

desempenho quando a velocidade é diferente dessa expectativa. Esta última

hipótese parece ser aquela que mais se coaduna aos resultados obtidos no

presente estudo.

Quando realizamos a análise por grupos, verificamos que apenas nos

destrímanos o efeito da velocidade foi significativo no que diz respeito ao

enviesamento da resposta, antecipando as respostas na velocidade 6 mph

(mais lenta) e atrasando nas velocidades 9 e 12 mph. Estes resultados

suportam os obtidos por Coker (2004), tendo a autora verificado que, na

velocidade mais lenta (3 mph) os sujeitos respondiam antes da chegada do

estímulo, enquanto na mais rápida (9 mph) a resposta surgia atrasada em

relação ao alvo. De uma forma geral, os resultados confirmam a literatura em

sujeitos destrímanos, uma vez que esta sugere que em velocidades lentas há

57

tendência das respostas serem dadas antecipadamente e que, em velocidades

mais rápidas as respostas são dadas de forma tardia (Brady, 1996; Wrisberg,

Hardy & Beitel, 1982).

Meeuwsen et al. (1995) sugere que responder mais cedo se revela mais

complexo, quando a velocidade do estímulo aumenta, uma vez que o tempo de

visualização total diminui, isto é, com o aumento da velocidade diminui a

duração do estímulo e o tempo disponível para o processamento da

informação é reduzido (Dunham & Reid, 1987).

O efeito da velocidade não foi aparente nos sinistrómanos corroborando

os resultados observados no estudo de Rodrigues et al. (2009, em apreciação)

com uma tarefa complexa de AC.

No presente estudo os sujeitos desempenharam uma tarefa simples de

AC, predominantemente perceptiva, enquanto no estudo de Rodrigues et al.

(2009, em apreciação) foi empregue uma tarefa complexa, com um

componente fortemente efector. Parece que é a componente perceptiva que

distingue destrímanos e sinistrómanos em tarefas de AC onde a velocidade do

estímulo é manipulada.

Em relação à PM, o nosso estudo apenas apresentou uma supremacia

no desempenho dos sujeitos destrímanos, comparativamente com os

sinistrómanos no EC; apesar de os dois grupos terem atrasado as suas

respostas, os destrímanos enviesaram menos, ou seja, apresentaram melhor

desempenho. Estes resultados refutam os obtidos por Rodrigues, Vasconcelos,

Barreiros & Barbosa (2009) onde os sinistrómanos revelaram ser mais precisos

que o grupo de destrímanos, no desempenho de uma tarefa complexa de AC, e

os resultados de Rodrigues et al. (2009), onde não se verificaram diferenças

entre adolescentes destrímanos e sinistrómanos. São necessários mais

estudos que uniformizem amostras, intrumentos, tarefas e procedimentos, de

forma a verificar o efeito destas variáveis na AC.

Na generalidade, na avaliação da assimetria motora funcional, os

destrímanos são mais consistentes na lateralização em comparação com os

sinistrómanos e esta evidência revela-se na realização das tarefas unimanuais

58

mais complexas, em que os destrímanos apresentam maiores vantagens na

concretização da tarefa porque são mais consistentes e mais rápidos em

comparação com os sinistrómanos (Bryden et al., 2007). No entanto, os

sinistrómanos são menos assimétricos no desempenho manual, principalmente

com a MNP e apresentam melhores desempenhos em tarefas bimanuais

devido à maior cooperação dos dois hemisférios cerebrais (Vasconcelos,

2004).

A escassez de literatura, referente à análise da PM em tarefas de AC,

condicionou em certa medida a argumentação, sustentação e discussão dos

nossos resultados, daí que se devam alargar estudos neste âmbito, na medida

em que o conhecimento dos resultados acerca do desempenho destes grupos

de PM poderá contribuir para a compreensão e desenvolvimento da

motricidade global, retirando daí vantagens para tarefas laborais, em geral, e

para o desporto, em particular.

No que respeita à análise geral, o sexo masculino evidenciou uma

superioridade em relação ao sexo feminino quanto à precisão (dada pelo EA e

pelo EC), estando estes resultados em conformidade com os observados em

outros estudos (Wrisberg, Paul & Ragsdale, 1979; Stadulis, 1985; Brady, 1996;

Williams & Jasiewicz, 2001; Rodrigues, Freitas, Vasconcelos & Barreiros,

2007).

Algumas sugestões têm sido fornecidas para explicar o efeito desta

variável na performance em AC. Entre elas encontram-se o uso de um modo

mais conservador de resposta pelas mulheres (Brady, 1996; Williams &

Jasiewicz, 2001), factores sócio-culturais (Wrisberg, Paul & Ragsdale, 1979),

estando este argumento sustentado no facto de os rapazes serem geralmente

incentivados a desenvolver as suas habilidades atléticas enquanto as raparigas

são instruídas a adoptarem comportamentos mais femininos, o que muitas

vezes se traduz na revogação da maioria dos desportos e actividades

vigorosas (Layman, 1968). Petrakis (1985) também apoia a influência

sociocultural das diferenças entre sexos. No seu estudo participaram sujeitos

de ambos os sexos, homogéneos em idade e experiência desportiva, tornando-

59

os mais similares do que uma amostra da população em geral. A autora sugere

que se for permitido às mulheres desenvolverem as suas habilidades atléticas

e receber a formação desportiva como os homens, os seus desempenhos

serão semelhantes em tarefas de AC, quando o tamanho do corpo e a força

não são factores limitadores nas habilidades específicas.

No entanto, no presente estudo, a amostra era constituída por

estudantes de Educação Física que, apesar de poderem diferir quanto ao seu

background desportivo, possuíam alguma prática em modalidades desportivas

onde a capacidade de AC é utilizada. Assim, é possível que outros factores

possam ter contribuído para os resultados obtidos.

Quando a análise foi efectuada por grupos de PM, constatou-se que o

efeito do sexo foi significativo apenas no grupo dos sinistrómanos. Apenas

podemos especular que estes resultados possam compreender processos

hemisféricos diferenciados.

60

61

7. CONCLUSÕES

62

63

7. CONCLUSÕES

Após a realização deste estudo podemos concluir que:

- Os sinistrómanos não foram afectados pelo efeito da velocidade do

estímulo, enquanto este efeito nos destrímanos evidenciou diferenças

significativas, nomeadamente no EC e no EV.

- Os destrímanos enviesaram menos as suas respostas do que os

sinistrómanos.

- Não foram encontradas diferenças significativas para a mão de

execução. Ainda assim verificamos uma forte tendência de ambos os grupos

de PM terem melhores desempenhos com a mão direita, ou seja, MP para os

destrímanos e MNP para os sinistrómanos.

- O sexo masculino apresentou melhores desempenhos, mais

concretamente, menor EA e EC do que o sexo feminino.

64

65

8. SUGESTÕES

66

67

8. SUGESTÕES

Após a realização do presente trabalho, julgamos ter deixado em aberto

algumas possibilidades de pesquisa que podem ser aproveitadas para futuras

investigações no âmbito desta problemática:

- No sentido de aprofundar os resultados do presente estudo, faria

sentido aumentar o número de indivíduos da amostra, de forma a poder

verificar o efeito do grau de PM no desempenho desta tarefa.

- Seria interessante analisar o comportamento da resposta muscular na

execução desta tarefa, através de uma análise electromiográfica.

- Comparar a capacidade de AC entre sujeitos praticantes de diferentes

modalidades desportivas.

68

69

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

70

71

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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81

10. ANEXO

TESTE DE AC - BASSIN ANTICIPATION TIMER

NOME Mão

Preferida Mão

Executante Pré-teste

(mph) Teste (mph)

D E D E 5 10 12 6 9 6 9 12 9 12 6