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PRÊMIO JOVeM EXTENSIONISTA Universidade Federal do Pará Pró-Reitoria de Extensão Universidade Federal do Pará Pró-Reitoria de Extensão

Premio jovem extensionista 2015

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O Prêmio Jovem Extensionista, ao longo de sua trajetória de mais de 15 anos, sempre prestigiou os trabalhos e resultados dos programas e projetos de extensão da Universidade Federal do Pará, dedicando uma publicação especial com os trabalhos melhor avaliados durante a Jornada de Extensão.

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Page 1: Premio jovem extensionista 2015

PRÊMIO JOVeM

EXTENSIONISTA

Universidade Federal do ParáPró-Reitoria de Extensão

Universidade Federal do ParáPró-Reitoria de Extensão

Page 2: Premio jovem extensionista 2015

Editoração eletrônica

José Ailton Faro de Noronha

Editor

Mauro José Guerreiro Veloso

Maria Bernadete Souto do Nascimento

Catalogação

Maria Bernadete Souto do Nascimento

Contatos

Fone: 3201-8391 e 3201-7260

e-mail: [email protected]

Pró-Reitoria de Extensão da UFPA

Endereço: Rua Augusto Corrêa, 1 Cidade Universitária Prof. José da Silva Netto – Campus Básico

Telefones: (91) 3201-7260, 3201-8391, 3201-8812

e-mail: [email protected]

© Direitos de cópia/copyright 2015 Por/by PROEX/UFPA

ISSN 2176-7246

Belém - PA2015

Prêmio Jovem Extensionista

Jornada de Extensão

2015

Page 3: Premio jovem extensionista 2015

Universidade Federal do ParáPró-Reitoria de Extensão

Reitor

Carlos Edílson de Almeida Maneschy

Vice-Reitor

Horácio Schneider

Pró-Reitor de Administração

Edson Ortiz de Matos

Pró-Reitora de Ensino de Graduação

Maria Lúcia Harada

Pró-Reitor de Extensão

Fernando Arthur de Freitas Neves

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Emmanuel Zagury Tourinho

Pró-Reitora de Planejamento

Raquel Trindade Borges

Pró-Reitoria de Desenvolvimento e Gestão de Pessoal

Edilziete Eduardo Pinheiro de Aragão

Pró-Reitor de Relações Internacionais

Flávio Sidrim Nassar

Diretor de Programas e Projetos de Extensão

Mauro José Guerreiro Veloso

Diretor de Apoio Cultural

Leonardo José Araújo Coelho de Souza

Diretor de Assistência e Integração Estudantil

José Maia Bezerra Neto

Jornada de Extensão

2015

Page 4: Premio jovem extensionista 2015

Coordenação GeralFernando Arthur Freitas Neves

Coordenação ExecutivaMauro José Guerreiro Veloso

Leonardo José Araújo Coelho de SouzaJosé Maia Bezerra Neto

Secretaria GeralAureline Ferreira, Nalva Sabá, Silena Guimaraes, Tatiana Sauma

Coordenação Multicampi Eliana Azevedo do Carmo (Abaetetuba)João Batista Santiago Ramos (Castanhal)

José Orlando Ferreira de Miranda Junior (Cametá)Sebastião Rodrigues da Silva Junior (Bragança)

Álvaro da Costa Lobato Filho (Capanema)Jessé Luiz Padilha (Tucuruí)

Gyanne do Socorro Pereira de Lima (Soure)

Comissão AcadêmicaCoord: Bernadete Souto

Equipe: André Moraes, Heliny Nogueira, Jânio Maciel, Joab Veloso, Suelen Brabo, Tatiany dos Reis, Thais Danta

Comissão de ServiçosCoord: Salomy Lobato e Ana Sena

Equipe: Carina Cristina Ribeiro Pereira, Leandro Bahía, Maria das Graças Brito, Rosimeire Pinto

Comissão de CulturaCoord: Leonardo de Souza

Equipe: Antônio Cândido Neto, Odete Barbosa Gonçalves, Dayanne Eguchi

Comissão ComunicaçãoCoord: Ailton Faro

Equipe: Ana Lucia Oliveira, Bruno Rocha, Danilo Celestino

Comissão Infraestrutura e LogísticaAntônio Cândido, Cláudia Nóvoa, Kátia Limão, Nélio Sousa, Rosângela Nunes,

Silvana NascimentoComissão Tecnologia da Informação

Coord: Robson Santos SilvaAlisson Freire, Bruna Jully, Érika Maia Lima, Felipe Santos, Roberto da Fonseca,

Comissão InclusãoCoord: Rosilene Prado

Equipe: Aluzio dos Passos, Arlete Marinho, Felipe Moraes, Glaubia Amaral, Graziela Ferreira, Igor Rodrigues, Langela Carmo, Marcos Lisboa, Paula Teixeira,

Paulo Rodrigues, Priscila Paixão

Prêmio Jovem Extensionista

Jornada de Extensão

2015

Page 5: Premio jovem extensionista 2015

SUMÁRIO

1. Desenvolvendo Habilidades Psicossociais na Terceira Idade: Experiência com Grupos

2. Atendimento dos Pacientes com Lesões Malignas e Pré-Malignas de Boca do Estado do Pará

3. O Incentivo ao Autocuidado Infantil: Relato de Experiência

4. Violência Contra o Idoso: o Avesso aos Direitos Humanos

5. Estímulo das Habilidades Culinárias como Ferramenta para Mudança de Hábito Alimentar

6. Metodologia Viso-Verbal Aplicada ao Português como Segunda Língua (l2) para Surdos

7. Comunicação para a Cidadania: o Fortalecimento de Uma Nova Cultura Coletiva de

Comunicação e Sua Função Social

8. Etnograa Visual das Embarcações Pesqueiras e da Carpintaria Naval do Litoral Paraense

9. Projeto prevenir: Um Olhar Atento ao Alerta Amarelo

10. Avaliação das Representações e Capacitação dos Docentes da Educação Infantil e Ensino

Fundamental Inicial de Escolas Municipais e Estaduais de Belém/PA sobre Traumatismo Dental

11. Avaliação Física e Funcional em Crianças e Adolescentes do Centro de Referência em

Obesidade Infantojuvenil

12. O Impacto do Projeto “Contribuição com a Vigilância Epidemiológica em Doença de Chagas no

Estado do Pará” de julho de 2013 a junho de 2015

13. Avaliação das Representações e Capacitação dos Docentes da Educação Infantil e Ensino

Fundamental Inicial de Escolas Municipais e Estaduais de Belém/PA sobre Traumatismo Dental

14. Acompanhamento da Evolução Clínica de Pacientes com Artrite Reumatoide Fazendo uso de

Drogas Modicadoras do Curso da Doença (DMCD) Atendidos no Ambulatório de

Reumatologia da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará

15. Documentários Biográcos da Amazônia

Jornada de Extensão

2015

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Page 6: Premio jovem extensionista 2015

Prefacio

A culminância da Jornada de Extensão é a cerimônia de premiação do Jovem

Extensionista da UFPA. O Prêmio Jovem Extensionista foi outorgado aos estudantes

bolsistas que atingiram metas do ano de vigência de seu programa ou projeto;

promoveram intercâmbio de saberes entre a comunidade e a academia, e que se

destacaram pela ampla produção acadêmica avaliada durante a Jornada de Extensão.

Os premiados neste certame são oriundos da seleção total de resumos

expandidos dos bolsistas. Isto é, dos 374 trabalhos aprovados, 167 foram apresentados

na modalidade de Comunicação Oral e 207 na modalidade Pôster. Ressalta-se que este

ano a Jornada aconteceu de maneira descentralizada nos Municípios de Abaetetuba,

Castanhal, Cametá, Breves, Bragança, Soure e Tucuruí com 54 trabalhos apresentados

nestes Campi.

Foram selecionados e premiados 15 trabalhos com as melhores médias. Essa

colocação obedeceu aos critérios de avaliação estabelecidos na XVIII Jornada de

Extensão. Assim, os três primeiros colocados foram alunos e professores da cidade de

Belém. Esses sujeitos extensionistas receberam como prêmio publicação indexada e

livros.

O Prêmio Jovem Extensionista, ao longo de sua trajetória de mais de 15 anos,

sempre prestigiou os trabalhos e resultados dos programas e projetos de extensão da

Universidade Federal do Pará, dedicando uma publicação especial com os trabalhos

melhor avaliados durante a Jornada de Extensão.

O presente número da publicação, é dedicado a trabalhos apresentados na XVIII

Jornada de Extensão “Recursos Naturais: Ciência Direito e Realidade”, realizada no

período de 9 a 11 de novembro de 2015 na cidade de Belém (PA).

Prêmio Jovem Extensionista

Jornada de Extensão

2015

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Page 7: Premio jovem extensionista 2015

DESENVOLVENDO HABILIDADES PSICOSSOCIAIS NA TERCEIRA IDADE:

EXPERIÊNCIA COM GRUPOS.

Área temática: Educação

Responsável: L.S. AZEVEDO

Unidade: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH)

Autores: L.S. AZEVEDO¹; I. N. S. LINS²

RESUMO

O objetivo foi desenvolver habilidades psicossociais facilitadoras de adaptação bem-sucedida

ao envelhecimento, por meio de intervenção psicológica educativa em grupo. Tais habilidades

são auto-estima, senso de controle e de auto-eficácia, entre outras. Os participantes foram 28

pessoas matriculadas no Curso de Atualização Cultural do Programa Universidade da Terceira

Idade (UNITERCI), com idades entre 56 a 70 anos, sendo 04 homens e 24 mulheres.

Baseando-se nos fundamentos teóricos da psicologia do envelhecimento; na perspectiva

lifespan do desenvolvimento e em técnicas cognitivas e comportamentais, foram realizadas

atividades em 12 encontros semanais, com duração 90 minutos. O desenvolvimento

psicossocial foi avaliado antes (pré-teste) e depois (pós-teste) das intervenções por meio da

Escala de Desenvolvimento Psicossocial (EDP). As intervenções foram precedidas de palestra

informativa e constituíram-se em exercícios de dinâmica de grupo; de sensibilização

dramatizações, seguidos de discussões guiadas acerca das experiências. Ao final do bloco de

intervenções foi realizada avaliação subjetiva das aprendizagens ocorridas. Os resultados

mostram que, ao final, 57% (16) apresentaram um nível de desenvolvimento psicossocial

(DP) maior do que antes. Comparando-se as pontuações obtidas na EDP, antes e depois das

oficinas, verifica-se que o nível elevado de DP revelou crescimento de 10,7% (de 53,6% para

64,3%) e o nível moderado, um decréscimo de 4,7% (de 42,8% para 38,1%). Conclusão: as

comparações dos resultados individuais permitem concluir que este tipo de intervenção

psicológica educativa contribui para o desenvolvimento de habilidades psicossociais

importantes para a adaptação à velhice.

Palavras-chave: Desenvolvimento pessoal; velhice bem-sucedida; grupos de terceira idade.

¹Discente de Graduação em Psicologia.

²Discente de Graduação em Psicologia.

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Page 8: Premio jovem extensionista 2015

INTRODUÇÃO

O processo de envelhecimento é parte do desenvolvimento humano e como tal traz

consigo especificidades. Segundo Neri (2003), conhecer as qualidades do estágio da idade

madura é um desafio para muitos pensadores. A necessidade de vivenciar de maneira positiva

essa etapa da vida, especialmente diante do aumento da expectativa de vida e do número de

idosos, fez com que várias disciplinas e áreas das ciências procurassem desenvolver meios

para uma velhice ativa e feliz.

Contrariando o paradigma mecanicista do desenvolvimento humano surgiu o

paradigma do desenvolvimento ao longo da vida (lifespan). O paradigma mecanicista,

baseado em resultados de experimentos que mostravam diminuição das capacidades com a

idade, concluiu que o desenvolvimento se daria apenas até a adolescência cessando após esse

período, portanto, não haveria possibilidade de desenvolvimento na velhice (NERI, 2013).

Diferentemente, o paradigma life-span considera múltiplos níveis e dimensões do

desenvolvimento, o qual é considerado como processo interacional, dinâmico e

contextualizado (BALTES; SMITH, 2004 Apud NERI, 2013). Este paradigma analisa o

desenvolvimento e o envelhecimento como uma sequência de mudanças previsíveis de

natureza genético-biológica e psicossocial, assim como também não previsíveis, de caráter

biológico e social. (NERI, 2013, p.38-40).

No bojo do paradigma lifespan, Baltes e Baltes (1990 Apud KHOURY, 2008; NERI,

2013) propõem o modelo SOC - seleção, otimização e compensação. O paradigma lifespan

propõe o desenvolvimento/envelhecimento bem-sucedido, baseado na plasticidade

comportamental e demonstra como os indivíduos podem manejar seus recursos internos e

externos disponíveis para o enfrentamento das mudanças nas condições biológicas, sociais e

psicológicas ocorridas ao longo do tempo, por meio de estratégias de seleção, otimização e

compensação, a fim de adaptar-se a diferentes demandas, maximizando ganhos e

minimizando perdas vividas durante suas trajetórias de vida. (NERI, 2013, p.41)

Na velhice, diminuem a plasticidade comportamental (possibilidade de mudar para

adaptar-se ao meio) e a resiliência (capacidade de enfrentar e de recuperar-se dos efeitos da

exposição a eventos estressantes) devido ao declínio biológico e à diminuição das redes de

relações sociais. Contudo, existem as diferenças individuas; a plasticidade individual depende

de condições histórico-culturais e de fatores pessoais como a avaliação pessoal que os

indivíduos fazem dos eventos potencialmente estressores e do senso de controle percebido. A

resiliência individual que depende dos apoios sociais, mas também dos recursos adaptativos

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Page 9: Premio jovem extensionista 2015

da personalidade como autoconceito, autoestima, e senso de auto eficácia, entre outros, os

quais se mantêm íntegros na velhice e (NERI, 2013, p. 39).

Os recursos pessoais ou da personalidade podem ser desenvolvidos para favorecer a

plasticidade comportamental e a resiliência (KHOURY, 2008; 2009), contribuindo para uma

velhice bem-sucedida. Nesse sentido, tanto a UNITERCI, quanto o grupo de desenvolvimento

psicossocial (GDP) constituem fonte apoio social importante, além do GDP se constituir em

espaço para o desenvolvimento de recursos pessoais. Esta afirmação é baseada nos estudos de

Baltes e Staudinger (1996 apud NERI, 2013, p.39) sobre os efeitos da dinâmica das relações

interpessoais sobre a plasticidade comportamental, onde mostraram que a experiência de

crianças e idosos em situações reais de interação social ou a um processo reflexivo,

produziam respostas complexas e efetivas no sentido de promover sensibilização para a

consideração de múltiplos aspectos de problemas existenciais. Além disso, experiências

anteriores de GDP (KHOURY, 2008) mostraram seu importante papel no sentido de

desenvolver recursos pessoais para bem viver a velhice.

Com base nesses pressupostos teóricos objetivou-se no presente trabalho favorecer

o desenvolvimento psicossocial de idosos por meio de atividades em grupo previamente

planejadas. Os atores dessas ações foram pessoas entre 56 a 70 anos, 04 homens e 24

mulheres, alunos matriculados no curso de atualização cultural do programa UNITERCI. As

atividades direcionaram-se no sentido de: oferecer uma oportunidade para identificar e avaliar

atitudes e comportamentos que favoreçam/dificultem a velhice saudável e bem-sucedida;

promover o desenvolvimento de recursos pessoais (desenvolvimento psicossocial), ou seja,

favorecer a mudança de atitudes e comportamentos em uma direção considerada saudável e

adaptativa para viver a velhice com qualidade e estimular o investimento em metas e projetos

de curto e médio prazos, cabíveis nessa etapa da vida.

MATERIAL E METODOLOGIA

As atividades foram desenvolvidas na Universidade Federal do Pará (UFPA) com os

idosos matriculados no programa UNITERCI. Foram formados dois grupos cada qual com

cerca de 20 pessoas. As atividades ocorreram em encontros semanais com duração de 90

minutos, num total de 12 encontros.

As etapas do grupo de desenvolvimento psicossocial são: 1ª etapa - pré-teste e

encontro inicial; 2ª etapa – intervenções psicológicas visando ao desenvolvimento; 3ª etapa –

pós-teste e avaliação final. Na primeira etapa ocorreu a realização da avaliação prévia, por

meio da Escala de Desenvolvimento Psicossocial – EDP (Khoury, 2014), seguida de palestra

a respeito da importância da atividade, culminando com informação quanto aos objetivos e a

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Page 10: Premio jovem extensionista 2015

metodologia de trabalho. Na segunda etapa aconteceram encontros abordando temas

cuidadosamente escolhidos, por meio de atividades planejadas, visando atingir os objetivos.

Na terceira e última etapa, a EDP foi aplicada novamente com fins de pós-teste e foi realizada

uma avaliação subjetiva acerca das aprendizagens ocorridas durante as oficinas.

As atividades da segunda etapa se basearam em exercícios de dinâmica de

grupo e de sensibilização (ANTUNES, 1993; FRITZEN, 1982; 1991; KIRBY, 1995), em sua

maioria elaborada pela coordenadora do projeto. Após cada atividade ocorriam discussões

acerca da experiência (pensamentos, comportamentos e sentimentos dos membros do grupo

durante a realização da atividade). As intervenções do facilitador no grupo foram realizadas

por meio de técnicas sócio-cognitivas e cognitivo-comportamentais (BECK, 2013; KNAPP,

2004; LEAHY, 2010; MCMULLIN, 2005; RANGÉ, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentados dizem respeito apenas aos 28 participantes que realizaram as

duas avaliações – pré-teste e pós-teste – e não às 39 pessoas que participaram dos dois grupos

de desenvolvimento. Dos 28 participantes, 16 (57%) apresentaram um nível de

desenvolvimento psicossocial (DP), medido pela EDP, maior no pós-teste, quando comparado

ao resultado obtido no pré-teste. . Analisando-se as pontuações obtidas, antes e depois das

oficinas (Gráfico 1), conforme as categorias de desenvolvimento psicossocial – alto,

moderado, baixo e muito baixo - verifica-se que o nível elevado de DP revelou crescimento

de 10,7% (de 53,6% para 64,3%) e o nível moderado, um decréscimo de 4,7% (de 42,8% para

38,1%).

Percebe-se que os dados alcançados no final das atividades caracterizam uma direção

positiva no desenvolvimento psicossocial desses idosos, levando em consideração os

crescimentos e a manutenção de bons índices no grau de desenvolvimento. Além disso, as

mudanças em relação à situação inicial são fortemente sentidas em análises dos resultados

individuais, como também, por meio das avaliações subjetivas dos participantes que

demonstram aprendizagens e mudanças positivas em suas vidas, corroborando os achados de

Khoury (2008), bem como os apontados por Baltes e Staudinger (1996 apud NERI, 2013).

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Page 11: Premio jovem extensionista 2015

Gráfico 1. Categorias de desenvolvimento psicossocial antes e depois das oficinas (pré-

teste e pós-teste) em percentagens.

CONCLUSÃO

Com base nos resultados onde mais da metade dos participantes (64,3%) apresentou

nível elevado de desenvolvimento na EDP se considera que em certo nível a experiência

grupal pôde proporcionar desenvolvimento psicossocial. As comparações dos resultados

individuais permitem concluir que este tipo de intervenção psicológica educativa contribui

para o desenvolvimento de habilidades psicossociais importantes para a adaptação à velhice.

Além disso, a experiência vivida pela equipe profissional pôde ampliar aprendizados

acadêmicos através do envolvimento nas relações e o engajamento efetivo nas ações

propostas.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, C. Manual de técnicas de dinâmica de grupo, de sensibilização, de

ludopedagogia. Petrópolis/RJ: Vozes, 1993.

BECK, J. S. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed,

2013.

FRITZEN, S. J. Exercícios práticos de dinâmica de grupo. 2. Ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1982.

FRITZEN, S. J. Janela de Johari: exercícios vivenciais de dinâmica de grupo, relações

humanas e de sensibilidade. Petrópolis: Vozes, 1991.

KHOURY, Hilma. T. T. Desenvolvimento psicossocial e velhice bem-sucedida. In: EVELIN,

Heliana.B. (Org). Velhice cidadã: um processo em construção. Belém/PA: EDUFPA, 2008.

KHOURY, Hilma. T. T. Envelhecimento, subjetividade e saúde: Experiências de intervenção

psicológica por meio da extensão universitária. In: Conselho Federal de Psicologia. (Org).

0102030405060708090

100

Alta 36-42pts

Moderada28-35pts

Baixo 21-27pts

Mt Baixo14-20pts

53,6

42,8

3,6 0

64,3

32,1

3,6 0

ANTES

DEPOIS

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Page 12: Premio jovem extensionista 2015

Envelhecimento e Subjetividade. 1. Ed. Brasília-DF. 2009. KIRBY, A. 150 jogos de

treinamento. São Paulo: T & D, 1995.

KNAPP, P. Princípios fundamentais da terapia cognitiva. In: KNAPP P. (Org.). Terapia

cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre/RS: Artmed, 2004.

LEAHY, R. L. Terapia cognitiva contemporânea: teoria, pesquisa e prática. Porto Alegre/RS:

Artmed, 2010.

MCMULLIN, R. E. Manual de técnicas em terapia cognitiva. Porto Alegre/RS: Artmed,

2005.

NERI, Anita. L. Qualidade de vida no adulto maduro: Interpretações teóricas e evidências de

pesquisa. In: NERI, Anita L. (Org). Qualidade de vida e idade madura. 3. Ed. Campinas/SP:

papiros, 2003.

NERI, Anita. L. Teorias psicológicas do envelhecimento: percurso histórico e teorias atuais.

In:FREITAS,E. V. L. Py, Cançado, F. A. X. Doll, J. & Gorzoni, M. L. (Orgs). Tratado de

geriatria e gerontologia. 3. Ed. Rio de Janeiro: GuamabaraKoogan, 2013.

RANGÉ, B. Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria, 2. Ed.

Porto Alegre: Artmed, 2011.

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Page 13: Premio jovem extensionista 2015

ATENDIMENTO DOS PACIENTES COM LESÕES MALIGNAS E PRÉ-MALIGNAS

DE BOCA DO ESTADO DO PARÁ

Área temática: SaúdeResponsável pelo trabalho: Wilkelly Alves de LimaUnidade acadêmica: Instituto de Ciências da Saúde (ICS)¹Wilkelly Alves de Lima; ¹Lais Cordeiro Mendes;¹Victor Feliz Pedrinha;

1- Acadêmica (o) do curso de Bacharelado em Odontologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).

ResumoO carcinoma epidermóide de boca (CEB) é a principal lesão maligna que acomete a cavidade

oral, sendo responsável por mais de 90% dos casos diagnosticados neste sítio anatômico.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), metade dos casos de carcinomas

epidermóides de boca da região Amazônica são diagnosticados no Estado do Pará. Neste

contexto, entre as lesões orais com maior risco de transformação maligna destacam-se:

leucoplasia, eritroplasia e queilite actínica, sendo a leucoplasia a lesão potencialmente

maligna mais comum. Objetivos: identificação e acompanhamento de pacientes de alto risco

de aquisição do fenótipo maligno, diagnóstico/tratamento/acompanhamento de lesões

potencialmente malignas de boca e diagnóstico de CEB em estágios iniciais. Ao lado disso, o

projeto forneceu treinamento aos graduandos em odontologia e aos cirurgiões dentistas em

técnicas de biópsias, além de avaliação clínica e histopatológica de pacientes com CEB.

Metodologia: A pesquisa foi desenvolvida com a participação de indivíduos encaminhados ao

Serviço de Patologia Bucal do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) no

período de junho de 2014 a maio de 2015. Resultados: foram atendidos 152 pacientes com

lesões malignas e pré-malignas, sendo 43,36 % diagnosticado com CEB, 46,28% leucoplasia,

5,3% com queilite actínica e 5,06% com eritroplasias. Conclusão: os resultados finais do

projeto ratificam os altos índices de pacientes que necessitam de avaliação clínica/histológica

para diminuir a morbidade e as grandes taxas de mortalidade observadas em nosso Estado. Tal

iniciativa diminui os custos do Sistema Único de Saúde com internação, tratamento

radioterápico e quimioterápico.

Palavras-chave: Carcinoma epidermóide, leucoplasia e queilite actínica.

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Page 14: Premio jovem extensionista 2015

Introdução

O carcinoma epidermóide é responsável por mais de 90% dos casos de neoplasias

malignas diagnosticadas na boca. Apesar dos agentes etiológicos estarem identificados (tabaco

e álcool para lesões intra-orais e radiação solar para as lesões de lábio) o número de casos de

carcinoma epidermóide de boca (CEB) aumenta anualmente em todas as regiões do Brasil.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Estado do Pará, em 2012, o CEB

ocuparia a quarta posição entre as formas de câncer mais diagnosticadas em homens e a

sétima em incidência em mulheres. Ao lado disso, convém informar que metade desta lesão

maligna da região amazônica acontece no Estado do Pará. Convém mencionar, ainda, que

cerca de 2/3 dos pacientes diagnosticados no Estado do Pará apresentam-se em estágios

avançados (III e IV), conduzindo a uma inaceitável taxa de sobrevida de menos de 30% em

cinco anos.

Nesse contexto, o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), vinculado à

Universidade Federal do Pará, no final de 2006, concretizou um convênio com a Secretaria de

Estado do Pará (SESPA) para a criação do Serviço de Diagnóstico em Patologia Bucal para

prestar atendimento aos pacientes da rede pública do Estado, com a finalidade de identificar

precocemente as lesões malignas e para diagnosticar e tratar as lesões potencialmente malignas da

boca. A parceria visa diminuir o número de casos diagnosticados em estágios avançados e

aumentar o diagnóstico das lesões consideradas de maior risco de transformação maligna

(leucoplasia e queilite actinica), ações que culminarão com a melhora da sobrevida, menor tempo

de internação, redução dos custos, retorno do cidadão em menor tempo ao trabalho, assim como

diminuição das cirurgias mutiladoras de face.

O novo projeto pedagógico do curso de odontologia prevê as disciplinas de Ciências

Patológicas II, Propedêutica Odontológica II, Propedêutica Odontológica III e Propedêutica

odontológica IV. Em conjunto, as disciplinas mencionadas fornecem ao aluno um amplo

conhecimento teórico, porém pouca vivência clínica sobre as patologias orais malignas.

Do exposto se extrai a relevância do projeto de extensão para o conhecimento dos

discentes envolvidos no que se refere ao aprimoramento de conhecimentos teóricos aplicados na

vivência de 20 horas semanais, sendo diariamente supervisionados por cirurgiões dentistas.

Tal iniciativa visa, também, aumentar o número de cirurgiões-dentistas capazes de prestar

atendimento à população na área de diagnóstico bucal, na medida em que terão o embasamento

teórico em sala de aula, a vivência prática no Serviço e a prática do funcionamento do Sistema

Único de Saúde.

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Page 15: Premio jovem extensionista 2015

Material e metodologia

A pesquisa foi desenvolvida com a participação de indivíduos encaminhados ao

Serviço de Patologia Bucal do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) no

período de junho de 2014 a maio de 2015, pela rede pública de saúde do Estado do Pará.

Desde 2009 funciona no HUJBB uma residência em odontologia com área de

concentração em oncologia. Os residentes são responsáveis por conduzir o atendimento

odontológico desde a avaliação até a realização de procedimentos como biópsias e

tratamentos com laserterapia de baixa potência.

O aluno inicialmente auxilia os cirurgiões-dentistas, para posteriormente, sempre sob

supervisão de um profissional, passar a realizar os procedimentos de biópsia, adequação do

meio bucal e aplicação dos protocolos de atendimento do Serviço.

O desempenho dos alunos é avaliado diariamente. A freqüência, pontualidade,

iniciativa, conhecimento teórico, responsabilidade e o atendimento humanizado. Ao final de

cada semana o aluno recebe um conceito: insuficiente, regular, bom, excelente.

Para a realização do atendimento é necessário o consumo diário de materiais

odontológicos como gaze, fio de sutura, luva de procedimento e luva cirúrgica, além da

manutenção de equipamentos e material permanente no serviço como cadeira odontológica e

autoclave, o que gera um custo anual de R$130.000,00 no orçamento do HUJBB.

Resultados e discussõesForam atendidos 152 pacientes com lesões malignas e pré-malignas, sendo 66 indivíduos

(43,36%) diagnosticados com carcinoma espidermóide de boca (CEB), 71 (46,28%) com

leucoplasia, 8 (5,3%) com queilite actínica e 7 (5,06%) com eritroplasia (Figura 01).

Figura 01: Distribuição percentual de pacientes com lesões malignas e pré-malignas.

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Page 16: Premio jovem extensionista 2015

De acordo com Vieira et al. (2012) o carcinoma epidermóide é considerado a mais

freqüente neoplasia maligna de boca. Seu pico de incidência está em indivíduos que se

encontram entre 50 e 60 anos de idade, com predileção pelo sexo masculino.

No presente estudo, o sexo masculino predomina nas quatro lesões destacadas. Cerca

de 19,69% dos indivíduos com CEB, 49,29% com leucoplasia, 37% com queilite actínica e

40 % com eritroplasia eram do sexo masculino.

Entre os pacientes com CEB, mais de 80% encontram-se na faixa etária entre 50-60

anos. Para eritroplasia 71,4% estão acima de 60 anos de idade. Mais de 80% dos pacientes

com leucoplasia e queilite estão com idade acima de 40 anos.

Segundo Patrício (2011) a leucoplasia e a queilite actínica são lesões que apresentam

predileção pelo sexo masculino e acometem principalmente indivíduos acima de 45 anos de

idade, o que corrobora com a pesquisa realizada. Neville (2008) afirma que a eritroplasia

apresenta pico de prevalência em homens aos 65-74 anos de idade.

A lesão leucoplásica é caracterizada como a mais comum lesão potencialmente

maligna de boca, ocorre principalmente em língua, palato e rebordo alveolar, apresenta

predominância em pessoas com idade avançada. Enquanto o carcinoma epidermóide e a

eritroplasia acometem com frequencia regiões de língua e assoalho de boca (NEVILLE, 2008;

PATRÍCIO, 2011).

A queilite actínica é uma doença potencialmente maligna do lábio causada pela

exposição crônica à radiação ultravioleta (LOPES et al., 2015). No presente estudo foi

observado que a região mais acometida pelas lesões CEB, leucoplasia e eritroplasia ocorreram

em língua.

Portanto, as características peculiares de cada patologia em questão quanto sua

localização, sexo e idade mais acometidos pela doença, bem como sua freqüência de

manifestação clínica, estão de acordo com os estudos atuais.

ConclusãoOs resultados finais do projeto ratificam os altos índices de pacientes que necessitam

de avaliação clínica/histológica para diminuir a morbidade e as grandes taxas de mortalidade

observadas em nosso Estado. Tal iniciativa diminui os custos do Sistema Único de Saúde com

internação, tratamento radioterápico e quimioterápico, além de permitir que os cidadãos não

sejam removidos do mercado do trabalho.

O projeto permitiu também que o graduando de odontologia pudesse ser treinado

tornando-o profissional capaz de realizar o diagnóstico precoce de CEB e de lesões com

maior risco de transformação maligna.

15

Page 17: Premio jovem extensionista 2015

Referências

INSTITUTO NACIONAL DO CANCER. Estatísticas do câncer: vigilância do câncer e de

fatores de risco. Disponível em: < http://www1.inca.gov.br/vigilancia/> acessado em 12 de set

de 2015.

LOPES, M. L.; SILVA JUNIOR, F. L.; OLIVEIRA, P. T.; SILVEIRA, É. J.

Clinicopathological profile and management of 161 cases of actinic cheilitis. An Bras

Dermatol., v.90, n.4, p. 505-509, 2015.

NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral & maxilofacial. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2008.

PATRÍCIO, J. F. C. Evolução das lesões pré-malignas orais: orientações para os médicos

dentistas. Tese de Mestrado em Medicina Dentária. Universidade do Porto, 2011.

VIEIRA, S. C. et al. Oncologia básica. Teresina, PI: Fundação Quixote, 2012.

16

Page 18: Premio jovem extensionista 2015

O INCENTIVO AO AUTOCUIDADO INFANTIL: RELATO DE

EXPERIÊNCIA

Área temática: Saúde e Educação

Responsável pelo trabalho: TEIXEIRA, V.M

Unidade acadêmica: Instituto de Ciências da Saúde (ICS/FAENF)

Nome dos autores: Vanessa Marinho Teixeira1; Adriana Borges Melo2

RESUMO

Os hábitos de autocuidado são essenciais para a manutenção da saúde do

indivíduo e da coletividade. Assim, com a correta lavagem das mãos e higiene

corporal, buscamos demonstrar que a todos esses cuidados são fatores de proteção à

saúde e auxiliam na prevenção de doenças. É um estudo descritivo do tipo relato de

experiência, realizado com 50 crianças no projeto “Divina Providência” localizado

no bairro da Cremação, em Belém-PA. Foi realizada a técnica correta da lavagem das

mãos com as crianças, mas com resultado pouco satisfatório, e sobre cuidados

corporais apresentaram conhecimentos básicos. Com os resultados obtidos com as

atividades, notou-se que são necessárias atividades educativas que as auxiliem na

obtenção de mais conhecimentos. Nesse contexto, o profissional de enfermagem

deve proporcionar a criança uma educação voltada para o seu cotidiano e

desenvolver nessa faixa etária o senso de responsabilidade pela sua própria saúde e

de sua comunidade.

Palavras chaves: promoção da saúde, saúde escolar, higiene.

INTRODUÇÃO

Os hábitos de autocuidado são essenciais para a manutenção da saúde do

indivíduo e da coletividade. Assim, com a correta lavagem das mãos e higiene

corporal, buscamos demonstrar que a todos esses cuidados são fatores de proteção à

saúde e auxiliam na prevenção de doenças. Pois, a promoção da saúde se faz através

da educação, da adoção de modos de vida saudáveis e do desenvolvimento de

habilidades e capacidades individuais. Assim, educar as crianças para que tenham

hábitos de higiene desde a infância torna-se uma importante ferramenta para a

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Page 19: Premio jovem extensionista 2015

manutenção do seu autocuidado, com atitudes simples, mas que são fundamentais

para a promoção da saúde, como a lavagem das mãos e a higiene corporal.

A escola é reconhecida como um lugar de referência para a comunidade, onde

se promove o acesso a informação e onde se desenvolve a construção de respostas

sociais capazes de fortalecer a participação dos indivíduos na busca de vidas mais

saudáveis, logo, ao exercício da cidadania. Dessa forma, a escola se torna um local

ideal para promover e manter a saúde da comunidade atuando também em conjunto

com outros equipamentos sociais, em especial os serviços de saúde (BRASIL, 2006).

A infância e a adolescência constituem etapas decisivas para incorporação e

construção de atitudes e comportamentos que repercutirão em um perfil de saúde na

idade adulta. Daí a importância da realização de condutas preventivas e de promoção

à saúde nessa faixa etária, facilitadas por atividades educativas, utilizando estratégias

que envolvam a coletividade e a família, e que permitam uma interlocução entre o

saber popular e o saber científico.

Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (1995), a promoção da

saúde no âmbito escolar parte de uma visão integral e multidisciplinar do ser

humano, que considera as pessoas em seu contexto familiar, comunitário, social e

ambiental. Assim, as ações de promoção de saúde visam desenvolver conhecimentos,

habilidades e destrezas para o autocuidado da saúde e a prevenção das condutas de

risco em todas as oportunidades educativas; bem como fomentar uma análise sobre

os valores, as condutas, condições sociais e os estilos de vida dos próprios sujeitos

envolvidos (PELICIONE, 1999).

MATERIAL E METODOLOGIA

É um estudo descritivo do tipo relato de experiência com base teórica em

artigos científicos pesquisados na Biblioteca Virtual da Saúde. Foi realizado no mês

de maio com 50 crianças no projeto “Divina Providência”, obra social da igreja da

comunidade São Lourenço, localizado no bairro da Cremação em Belém-PA, que são

atendidas pelo projeto de extensão “Criando um espaço para o desenvolvimento

humano”. As atividades consistiram em apresentações de palestras, utilização de

imagens lúdicas, jogos e dinâmicas relacionadas à temática de lavagem das mãos e

higiene corporal.

Primeiramente, apresentamos a palestra, e nela continha a apresentação das

imagens lúdicas, em seguida, a dinâmica para sabermos se as crianças estavam

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Page 20: Premio jovem extensionista 2015

lavando corretamente as mãos, onde utilizamos tinta guache, bacia com água, e

venda para os olhos, posteriormente pedimos que montassem o passo a passo da

lavagem das mãos.

Sobre os cuidados corporais, também iniciamos com a palestra, apresentando

uma abordagem geral sobre o assunto, somando com apresentação de teatro, que

entre seus personagens, havia a criança que não gostava de tomar banho, a criança

que se higienizava corretamente e a mãe das crianças, após o teatro, houve o

momento de discussão com a turma e em seguida um jogo com perguntas

relacionadas aos cuidados corporais. Pois a criança precisa construir hábitos para o

seu autocuidado, exercendo tais atitudes em seu dia-a-dia como: lavar as mãos antes

e depois das refeições, após o uso do banheiro e dentre outros.

Higiene pessoal é de fundamental importância para manter bons hábitos e

boas práticas de saúde, pois através dos cuidados com o corpo ocorre a prevenção

das doenças e a manutenção de uma vida saudável. Sendo assim, trabalhar sobre

higiene pessoal no contexto escolar é necessário, pois é nessa fase que a criança está

em completo desenvolvimento e formação intelectual e social. Dessa forma, a saúde

no espaço escolar é concebida como um ambiente de vida da comunidade em que

está inserida a escola, cujo referencial para ação deve ser o desenvolvimento do

educando, como expressão de saúde, com base em uma prática pedagógica

participativa, tendo como abordagem metodológica a educação em saúde

transformadora (CATRIB et al., 2003).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Imagem 1: crianças participando da atividade de lavagem das mãos

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Page 21: Premio jovem extensionista 2015

Após demonstrarmos, teoricamente, como deveria ser feita a lavagem das

mãos, sorteamos duas crianças para que a fizessem de forma prática, onde usamos

bacia com água, tinta guache representando o sabão, e venda para os olhos. Assim,

pudemos observar a técnica de lavagem que elas apresentavam.

Com essa atividade, observamos que as crianças não conseguiram realizar a

técnica correta, pois a executaram de forma muito rápida, deixando assim locais na

mão sem a tinta guache, que representava o sabão. Também observamos que não

realizaram adequadamente todas as fazes da lavagem. Em seguida, demonstramos

novamente a técnica correta da higienização, e, para a fixação do conteúdo, criamos

um cartaz com o passo a passo, em que as crianças indicaram a ordem correta que

deveria ocorrer a técnica da lavagem das mãos.

Imagem 2: crianças observando a explicação sobre cuidados corporais

Posteriormente às atividades sobre a higienização das mãos, abordamos a

temática de higiene pessoal, em que os mesmos demostraram terem conhecimento

sobre noções básicas de cuidados corporais, como lavar e cortar frequentemente os

cabelos, cortar as unhas e escovar os dentes, no entanto, não da sua importância, pois

todos os cuidados com a higiene são fundamentais para a manutenção do bem estar e

prevenção de doenças. Percebeu-se, assim, que a partir das explicações e

demonstrações de imagens lúdicas sobre os conteúdos, as crianças ficaram mais

atentas a esses cuidados, pois receberam informações que auxiliam o autocuidado,

criando certa independência na obtenção de hábitos de higiene no dia a dia.

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Page 22: Premio jovem extensionista 2015

CONCLUSÃO

Os cuidados com a saúde implicam em ações de promoção à saúde e

prevenção de doenças e fatores de riscos, sendo a lavagem das mãos e higiene

pessoal, um dos principais cuidados que evitam o adoecimento. Assim, faz-se

necessário a criação de atividades educativas em locais de aprendizagem infantil,

pois as crianças podem adquirir hábitos saudáveis com maior facilidade e este se

tornar um hábito duradouro. Nesse contexto, o profissional de enfermagem deve

proporcionar a criança uma educação voltada para o seu cotidiano e desenvolver

nessa faixa etária o senso de responsabilidade pela sua própria saúde e de sua

comunidade.

REFERÊNCIAS

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes para implantação do Projeto Saúde e

Prevenção nas Escolas. Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

LM, ARAÚJO; ÉCR, SOUZA; CA, SIMPSON.

Condições de saúde de escolares e intervenção de enfermagem: relato de

experiência. Rev Rene, Fortaleza, out/dez; 12(4):841-8. 2011.

ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE. Educación para la salud: un

enfoque integral. Washington: OPS,. Série HSS/SILOS, n. 37. 1995

CATRIB, A.M.F. et al. Saúde no espaço escolar. In: BARROSO, M.G.T.; VIEIRA,

N.F.C.;VARELA, Z.M.V. (Orgs.). Educação em saúde no contexto da promoção

humana. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2003.

PELICIONI, C. A escola promotora de saúde. São Paulo: Faculdade de Saúde

Públicada Universidade de São Paulo, p.12. 1999.

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Page 23: Premio jovem extensionista 2015

VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO: O AVESSO AOS DIREITOS HUMANOS

ÁREA TEMÁTICA: Direitos Humanos e Justiça

Responsável: Prof. Msc. Maria Leonice da Silva de Alencar – Coordenadora do Programa

Universidade da Terceira Idade (UNITERCI).

AUTORES: Renato Soares de Aquino - Discentes do curso de Serviço Social e Bolsista

PIBEX Projeto “Observatório de Violência Contra a Pessoa Idosa”.

RESUMO

Discorrer sobre a violência contemporânea é compreender que esse fenômeno encontra-se

culturalmente e socialmente enraizada em práticas antigas, engendrando um problema social

que afeta os diversos segmentos da sociedade, principalmente os mais vulneráveis, ressalta-se

a população idosa, provocando a inquietação na sociedade e consequentemente a incitação em

elaborar e implementar programas e projetos que ampliem a discussão e o combate a essa

prática. Diariamente as mídias informam sobre os índices alarmantes da violência contra a

pessoa idosa, a Universidade Federal do Pará por meio de sua política de extensão implanta e

desenvolve o Projeto “Observatório de Violência contra a Pessoa Idosa” vinculado a

Faculdade de Serviço Social, e tem em sua gênese: conscientizar, prevenir e combater a

violência contra a pessoa idosa. Suas ações são materializadas em parceria com órgãos

governamentais tais como: OAB, Ministério Público, Delegacia do Idoso, Juizado do Idoso,

UNITERCI, Centro de Referência da Assistência Social, dentre outros. A metodologia

utilizada refere-se à divulgação, inscrição, articulação, palestras interativas, oficinas,

seminários, rodas de conversa, visitas monitoradas, coleta de dados, a observação

participativa, entrevistas, história oral, sistematização, análise e interpretação dos dados,

fomentando a produção acadêmica. Assim, constata-se por meio de reuniões avaliativas,

pesquisas, maior conscientização do idoso sobre seus direitos, a participação em eventos que

abordem sobre a temática, apropriação de novas atitudes e conhecimentos da Lei 10.741 de

01/10/ 2003, que estabelece sobre o Estatuto do Idoso, a instrumentalização e capacitação de

acadêmicos das diversas áreas do saber.

PALAVRAS – CHAVE: Idoso, Violência, Extensão,

INTRODUÇÃO

As literaturas e pesquisas apontam que o Brasil não é mais um país de jovens, pois segundo os

demógrafos esse país está atravessando uma transição demográfica, ou seja, apontam o

envelhecimento populacional. Entende-se que o envelhecimento humano é um processo

natural, universal, contínuo e irreversível, inerente a todos os seres humanos, com

transformações biológicas, psicológicas e sociais, que se intensificam ao longo do tempo,

onde caracteriza-se por ser um processo heterogêneo. Nesta mesma perspectiva para Faleiros

(2008) é necessário desconstruir a categoria velhice como homogênea, atentando para a

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Page 24: Premio jovem extensionista 2015

desnaturalização desse fenômeno, somente como um processo biológico isolado da análise da

categoria econômica, social, política e, principalmente cultural. Assim o fenômeno

“envelhecimento populacional” foi uma das grandes transformações sofridas no Brasil no

século XX, influenciada pelos avanços tecnológicos na área da saúde, mudanças de hábitos,

melhorias de infraestrutura, ocasionando um aumento do número de idosos no país. O Censo

2010 apresenta que 7,4% da população total têm mais de 65 anos, contra apenas 4,8% em

1991. O relatório das Nações Unidas de 2013, mostra que em 2012, 810 milhões de pessoas

atingiram 60 anos ou mais, esse número pode alcançar 1 bilhão em menos de 10 anos e

duplicar em 2050, chegando a 2 bilhões de pessoas idosas. Assim, a expectativa de vida da

população aumenta praticamente anualmente, percebe-se também que este crescimento não é

exclusivo do Brasil, ocorre mundialmente, principalmente em países desenvolvidos ou em

desenvolvimento.

A partir dessa realidade surgem questões sociais, questões estas que não se caracterizam

por ser novas, mas ganham visibilidade e amplitude, pós-décadas de crise e que têm o seu

ápice nos finais dos anos 80 do século XX, como é o caso da Violência, mas precisamente a

violência contra a pessoa idosa, enfoque da discussão do presente artigo. Entende-se que

conforme a população envelhece novas questões sociais surgem, pois, a sociedade e o Estado

não estão preparados para lidar com as demandas desse segmento e culturalmente reproduzem

preconceitos e estereótipos, discriminação e exclusão assim reforçando a prática da violência.

A Organização Mundial da Saúde (2002) afirma que a violência é o uso proposital da

força física ou do poder, real ou ameaça contra si próprio, contra outra pessoa ou contra um

grupo ou comunidade que resulte ou tenha grande possibilidade em ocasionar lesão, morte,

dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação da liberdade. Portanto essa

definição de violência tem por objetivo uma ação cruel, sendo evidenciada por ações físicas,

psíquicas contra alguém, onde também se define pela opressão e a intimidação.

Minayo (2005) em seus Estudos evidencia tipos de violência presentes na sociedade, os

quais são Violência física, Violência institucional, Violência intrafamiliar, Violência moral,

Violência patrimonial, Violência psicológica e violência sexual, dentre outras.

Observa-se diariamente, que esses tipos de violência estão presentes em qualquer classe

social ou idade, meio urbano ou rural, destacando-se a violência contra o idoso, que

geralmente, como já discutido se dá de modo velado e também no próprio âmbito

intrafamiliar e social, corroborando para a ocultação desta ação. Sendo assim esta prática

acaba ferindo as normativas da Constituição Federal, da Politica Nacional do Idoso, do

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Page 25: Premio jovem extensionista 2015

Estatuto do Idoso e os Direitos Humanos, mas precisamente a Declaração Universal dos

Diretos Humanos em seu artigo: Artigo 3.º “Todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e

à segurança pessoal”.

Nesse contexto, o aumento do índice de violência contra a pessoa idosa é bastante

significativo, pois no que se refere ao idoso se mostra pelo caráter de violência física, de

negligência, maus tratos, abandono, abuso sexual, financeiro e psicológico.

A partir desse cenário, a UFPA em cumprimento a sua política de extensão, sob a

coordenação da Faculdade de Serviço Social, implanta e implementa o projeto “Observatório

de violência contra a pessoa idoso”, com objetivo a garantir os Direitos Humanos, promover o

direito à liberdade seja por raça, religião, política ou qualquer outra condição, sendo

reconhecido qualquer pessoa perante a lei, desse modo fundamenta-se no Estatuto do Idoso,

baseando-se na efetivação de suas diretrizes

Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados

às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 2o O idoso goza de

todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção

integral de que trata esta Lei, assegurando, por lei ou por outros meios, todas as

oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu

aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e

dignidade. Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,

discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos,

por ação ou omissão, será punido na forma da lei.

O projeto é articulado com o Ministério Público, Delegacia do Idoso, Ordem dos

Advogados do Brasil (OAB), Juizado do idoso, UNITERCI e os Conselhos na sociedade em

geral, pois o mesmo nada mais é do que uma resposta da instituição acadêmica ao anseio

social, onde contribuirá com a sociedade para criação de estratégias de combate a violência

contra a Pessoa Idosa, além de que trará para Academia todo um conjunto de conhecimentos

que a instituição carece e retornará para a sociedade informações e diretrizes de ações

governamentais e não governamentais.

MATERIAL E METODOLOGIA

O Projeto é operacionalizado na Universidade Federal do Pará, no Instituto de Ciências

Sociais Aplicadas, Campus Profissional, em parceria com o Programa UNITERCI, e outras

instituições já citadas, realizando palestras, rodas de conversas, dinâmicas em grupo e

levantamentos de dados, com a participação de homens e mulheres velhos da região

metropolitana de Belém e seus familiares, de diferentes classes sociais, e participação da

comunidade, profissionais e acadêmicos, com intuito de buscar essa relação de

intergeracionalidade entre o público alvo, promover o empoderamento do idoso sobre seus

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Page 26: Premio jovem extensionista 2015

direitos e realidade, incitar a participação de docentes, discentes e técnicos do Projeto, como

palestrantes em seminários, jornadas, fóruns e congressos regionais e nacionais debatendo

sobre a temática assim como combater a prática da violência e conscientizar profissionais,

comunidade, familiares, e a população idosa sobre tais ações e como combater. Utiliza-se a

investigação participativa e problematizadora, realizando pesquisa de campo para coleta de

informações, sistematização, interpretação e análise dos dados. A viabilização de suas ações

perpassa por diferentes momentos como: planejamento, articulação, parcerias com instituições

governamentais e não governamentais, divulgação nos meios de comunicação, inscrição,

execução, monitoramento e avaliação das ações. A avaliação ocorre por meio de reuniões

com a equipe do projeto e idosos, com vistas ao redirecionamento do planejamento, caso haja

necessidade, elaboração e encaminhamento de relatórios às unidades competentes. Ressalta-se

que tais ações fazem uso de diversos recursos pedagógicos e tecnológicos, como aparelhos de

multimídias, folders informativos, cartilhas, banners, cartazes, questionários, entre outros.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com o intuito de combater a violência contra a pessoa idosa as ações do projeto busca a

conscientização, sempre pautado na Constituição Federal e no Estatuto do Idoso, pois

acredita-se que antes de qualquer ação precisa-se buscar arcabouço teórico, a fim de estar de

acordo com o tripé que se fundamenta a política da UFPA, pesquisa, ensino e extensão. A

despeito do cenário político, econômico e social do Brasil, e principalmente a greve das

Universidades, obteve-se a participação de 250 pessoas de maneira direta e indiretamente, nas

palestras, rodas de conversas, seminários, levantamento de dados, entre outros. Assim

destacam-se as Palestras no CRAS Guamá, CRAS Guanabara, UNITERCI, com a

participação aproximadamente 250 pessoas da comunidade, familiares, discentes e docentes,

profissionais das diversas áreas do conhecimento, para discutir questões relacionadas ao

combate da violência e garantia de direitos, direitos humanos e direitos sociais, políticas

publicas, intergeracionalidade e empoderamento. Realizou-se ainda, a aplicação de

questionários com os idosos e com os profissionais e levantamento de dados em ambos os

Centros e no Ministério público e delegacia do idoso; dinâmicas em grupo, e as rodas de

conversa, possibilitando troca de conhecimentos e consequentemente incentiva a

intergeracionalidade e a propagação de tal discussão para diferentes áreas.

Constatou-se maior conscientização dos idosos, familiares, discentes e comunidade em

geral, sobre os direitos, participação social, a apropriação de novas atitudes, conhecimento da

Lei 10.741, disseminação dessa lei, a instrumentalização e a capacitação de acadêmicos das

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Page 27: Premio jovem extensionista 2015

diversas áreas do saber, fortalecimento das parcerias, formação de campo de estágio, além de

garantir o que preconiza “A Declaração Universal dos Direitos Humanos”, a garantia da plena

igualdade e liberdade social, conforme os Art. V e Art. VII presente na Declaração: “Ninguém

será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Todos

são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos

têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e

contra qualquer incitamento a tal discriminação”. Partindo desse pressuposto as ações do

projeto possibilita a dignificação do ser idoso, ressignificação da sentindo da velhice e

principalmente a busca pelo exercício da cidadania.

CONCLUSÃO

O envelhecimento da população é um fato, este fenômeno acarreta de igual forma, diversas

questões, dentre essas o aumento dos índices de violência contra a pessoa idosa, questões

essas que demandam a realização de ações de prevenção e conscientização, fazendo uso de

políticas públicas eficientes e eficazes para o combate de tal prática. Assim, como o

cumprimento do papel da UFPA, estas ações corroboram para a construção de uma nova

imagem da velhice e consequentemente a difusão na comunidade universitária sobre a

discussão da temática e o incentivo à produção de trabalhos científicos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Estatuto do Idoso: Lei federal n° 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF:

Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Adotada e proclamada pela

resolução 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.

Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br. Acesso em: 15 de set. de 2015.

FALEIROS, V.P. Envelhecimento no Brasil: desafios e compromissos. 2008.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Brasília 2010.

MINAYO, M.C.S; Violência Contra o Idoso: o avesso do respeito à experiência e à sabedoria.

Brasília: SDM, 2005.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório Mundial sobre Violência e Saúde.

Genebra, 2002.

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Page 28: Premio jovem extensionista 2015

ESTÍMULO DAS HABILIDADES CULINÁRIAS COMO FERRAMENTA PARA

MUDANÇA DE HÁBITO ALIMENTAR

Área temática: Saúde

RIBEIRO, J.O ; MARTINS, J.F ; SILVA, C.R.S; SILVA, L.S

Unidade Acadêmica: Faculdade de Nutrição (FANUT)

Autores: Jaqueline Oliveira Ribeiro1; Joicy Ferreira Martins²; Caroline Regina Silva da

Silva³ ; Larissa Souza e Silva4

(1) Discente do curso de Bacharelado em Nutrição- UFPa

(2) Discente do curso de Bacharelado em Nutrição- UFPa

(3) Discente do curso de Bacharelado em Nutrição- UFPa

(4) Discente do curso de Bacharelado em Nutrição- UFPa

RESUMO

Objetivo: promover através de oficinas culinárias a aproximação do comensal ao preparo dos

alimentos, estimulando e fortalecendo suas habilidades culinárias como forma de promoção

de mudança de hábito alimentar. Metodologia: foram realizadas ao total 4 oficinas culinárias

com as temáticas: lanches rápidos e nutritivos; doces caseiros; utilização de alimentos

regionais em preparações e oficina de panificação. As oficinas foram realizadas no laboratório

de técnica dietética da Faculdade de Nutrição, sob coordenação dos docentes envolvidos no

Projeto Cidadania Nutritiva e executadas pelos alunos de nutrição (bolsista e voluntários).

Resultados: em todas as oficinas houve a lotação completa das vagas ofertadas (20)

mostrando o interesse do público. Muitos pontos positivos podem ser destacados a citar o

papel das oficinas como atividade de integração social, pois grupos foram formados para a

execução de cada preparação forçando a comunicação entre as pessoas para que as tarefas

fossem divididas; seu papel como atividade de educação nutricional e alimentar sendo

trabalhada pelos discentes e docentes conceitos importantes de alimentação equilibrada,

composição de alimentos, manipulação e armazenamento adequado, conhecimento dos

alimentos que seriam utilizados, sua importância social, cultural e nutricional e a integração

dos participantes à produção dos alimentos. Conclusão: diante da estrutura, conceitos e a

dinâmica utilizada nas oficinas culinárias, ela pode ser uma excelente atividade para auxiliar

na mudança de hábitos alimentares e que poucos profissionais nutricionistas as utilizam como

estratégia para mudança de comportamento alimentar.

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Page 29: Premio jovem extensionista 2015

PALAVRAS-CHAVE: hábitos alimentares, oficinas culinárias, qualidade de vida.

INTRODUÇÃO

Uma das responsabilidades do profissional nutricionista é repassar orientações e

informações que possam permitir que a população selecione adequadamente os alimentos para

manter a saúde do organismo, capacitando o indivíduo ou grupo a selecionar os alimentos em

quantidade e qualidade adequadas para assegurar uma boa nutrição e, conseqüentemente, os

benefícios advindos desse comportamento, levando em consideração a renda e a

disponibilidade local de alimentos (BOOG, 1999).

Para tornar realidade a educação nutricional na promoção da saúde é necessário

entender que esta se volta para a formação de valores, para o prazer, a responsabilidade, a

atitude crítica e não para o fazer imediato, como dietas com objetivos específicos. Ao fazer

educação nutricional não se está apenas lidando com nutrientes, mas com todo o universo de

interações e significados que compõem o fenômeno do comportamento alimentar,

procedimentos relacionados às práticas alimentares de grupos humanos (o que se come,

quanto, como, quando, onde e com quem se come; a seleção de alimentos e os aspectos

referentes ao preparo) associados a atributos sócio-culturais, ou seja, aos aspectos subjetivos

individuais e coletivos relacionados ao comer e à comida (alimentos e preparações

apropriadas para situações diversas, escolhas alimentares, combinação de alimentos, comida

desejada e apreciada, valores atribuídos a alimentos e preparações). Para educar a população é

preciso que haja modelos capazes de olhar o indivíduo enquanto sujeito de sua história, e não

enquanto doença, tendo o aconselhamento dietético e suas práticas cotidianas como referência

para o atendimento (RODRIGUES, SOARES e BOOG, 2005).

Para tornar possível a criação de um modelo e o indivíduo como sujeito de sua história,

a “Oficina de Culinária” pode fazer com que o indivíduo modifique sua realidade sem destruir

hábitos e costumes culturais: o sujeito é capaz de reproduzi-la, seguindo passos e atingir assim

melhores resultados em sua saúde através de um processo educacional, onde se ensina o ser

humano a “processar” informações e experiências de forma consciente em seu cérebro

(AZEVEDO, 2006).

28

Page 30: Premio jovem extensionista 2015

Atualmente é reconhecida a importância de atividades que estimulem a prática culinária

como promotora de saúde. O enfraquecimento dessas habilidades e a não transmissão dessas

habilidades entre as gerações, favorece o consumo de alimentos industrializados e

ultraprocessados. No Brasil e em muitos outros países, o processo de transmissão de

habilidades culinárias entre gerações vem perdendo força e as pessoas mais jovens possuem

cada vez menos confiança e autonomia para preparar alimentos. As razões para isso são

complexas e envolvem a desvalorização do ato de preparar, combinar e cozinhar como prática

cultural e social, a multiplicação das tarefas cotidianas e a incorporação da mulher no

mercado formal de trabalho, além da oferta massiva e da publicidade agressiva dos alimentos

ultraprocessados (BRASIL, 2014). De acordo com relatório da OPAS/OMS, os

ultraprocessados têm impulsionado a epidemia de obesidade na América Latina, pois entre

2000 e 2013, a venda per capta desses produtos aumentou em 26,7% em 13 países latino-

americanos, incluindo o Brasil. Tal fato comprova que estes produtos são responsáveis pelo

aumento nas taxas de obesidade, sobrepeso e doenças relacionadas à má alimentação

Dentro dos cinco campos de ação da promoção da saúde, citados anteriormente, a “Oficina

de Culinária” é um instrumento para a elaboração de políticas públicas saudáveis e

reestruturação dos serviços e práticas de saúde. As técnicas utilizadas são aplicáveis e

reprodutíveis na promoção da saúde.

METODOLOGIA

Foram realizadas ao total 4 oficinas culinárias com as temáticas: lanches rápidos e

nutritivos; doces caseiros; utilização de alimentos regionais em preparações e oficina de

panificação. A dinâmica utilizada durante as oficinas buscou a reflexão sobre as práticas

alimentares no contexto da contemporaneidade, bem como facilitar o acesso à informação

sobre alimentação e saúde, na perspectiva da promoção da saúde e qualidade de vida,

superando a abordagem focada na prevenção e tratamento de doenças. Em cada oficina foram

trabalhados conceitos diferentes:

- Oficina de lanches rápidos: conceitos de rotulagem nutricional, mostrando teores de

gordura, açúcar e sódio de alimentos que são comumente utilizados como lanches rápidos

(biscoitos, salgados fritos), sendo demonstrado o que um mau hábito alimentar pode ocasionar

na saúde, aumentando os riscos das doenças e agravos não transmissíveis.

- Doces caseiros: foram mostradas as vantagens de um doce elaborado em casa em

comparação ao doce industrial, trabalhando conceitos de aditivos alimentares e sua

consequência à saúde, em alguns grupos.

29

Page 31: Premio jovem extensionista 2015

- Alimentos regionais: valorização da cultura regional, mostrando para os participantes a

representação cultural, econômica e social de alimentos regionais (pupunha, cupuaçu,

mandioca, castanha do Pará e manga).

- Oficina de panificação: foram trabalhadas a representação cultural do pão, detalhes de

preparo e possibilidades de enriquecimento nutricional (adição de fibras e grãos).

As atividades das oficinas iniciavam uma dinâmica de apresentação dos alimentos e

preparações que seriam elaboradas. Em seguida os grupos eram divididos e cada um

elaborava sua preparação. Depois de preparados, os pratos eram dispostos em uma mesa para

que todos pudessem apreciar, em conjunto, o resultado do trabalho dos subgrupos. Em

seguida, os participantes degustavam as preparações e partilhavam a refeição. Após a

degustação, era solicitado que cada um expressasse, em uma palavra, seu sentimento ou

sensação em relação à atividade.

As oficinas foram realizadas no laboratório de técnica dietética da Faculdade de Nutrição,

sob coordenação dos docentes envolvidos no Projeto Cidadania Nutritiva e executadas pelos

alunos de nutrição (bolsista e voluntários).

RESULTADO E DISCUSSÃO

A oficina culinária proporcionou momentos de integração e troca de experiências entre os

participantes, permitindo a reflexão sobre as relações entre alimentação, saúde e cultura.

Muitos comentários surgiram durante a realização da oficina, os quais proporcionaram

discussões muito produtivas a respeitos dos temas abordados, principalmente relacionados à

composição de alimentos.

A oficina cumpriu seu papel educador ao trabalhar temas relacionados à alimentação

equilibrada, a composição de alimentos, manipulação e armazenamento adequado, dando

enfoque ao alimento sob a visão social e cultural.

As atividades desenvolvidas possibilitaram colocar os participantes dentro do processo de

produção de alimentos, como parte integrante do mesmo, pois hoje é observada a

terceirização das ações relativas à alimentação, desta forma, estamos jogando essa

responsabilidade para as indústrias, restaurantes, lanchonetes, dentre outras e desse modo

perdemos o direito de escolher os alimentos e nos distanciamos cada vez mais do preparo.

30

Page 32: Premio jovem extensionista 2015

CONCLUSÃO

Nestas oficinas, além da participação ativa da comunidade nas preparações, procura-se

instigar nos participantes a reflexão sobre suas práticas alimentares por meio do planejamento

de cardápios, produção de receitas de baixo custo e introdução de novos hábitos alimentares,

tornando-os mais capacitados a promoverem hábitos saudáveis. Dessa forma, o incentivo às

oficinas culinárias deve ser algo visto como suporte eficaz na mudança do comportamento

alimentar, pois as ações educativas que são propostas desenvolvem no cidadão a adoção de

bons hábitos alimentares, além da conscientização sobre si mesmo e com isso garante a

promoção da qualidade de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Azevedo. Regina Maria. Programação Neurolinguística: Transformação e Persuasão no

Metamodelo. São Paulo, 2006. Disponível em <

http://poseca.incubadora.fapesp.br/portal/bdtd/2006/2006-me-azevedo_regina.pdf> Acesso

em: 11 mar. 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de atenção a saúde. Departamento de atenção

básica. Guia aimentar para população brasileira/ Mnistério da Saúde, Secretaria de Atenção a

Saúde, Departamento de atenção básica. 2° Edição. Brasilia: Ministério da saúde, 152.p,

2014.

Boog, Maria Cristina Faber. Dificuldades Encontradas por médicos e enfermeiros na

abordagem de problemas alimentares. Rev. Nutri. São Paulo, V.12 n.3, set. dez. 1999.

Rodruigeus, Érika Marafon; Soares, Fernanda Pardo de Toledo Piza; Boog, Maria Cristina

Faber. Resgate do conceito de aconselhamento no contexto do atendimento nutricional. Rev.

Nutr. Estado de São Paulo, Campinas, vol 18, n. 1, jan. fev. 2005. Disponível em Acesso em:

10 fev. 2007.

31

Page 33: Premio jovem extensionista 2015

METODOLOGIA VISO-VERBAL APLICADA AO PORTUGUÊS COMO SEGUNDA

LÍNGUA (L2) PARA SURDOS

Educação – Pessoas com deficiências, incapacidades e necessidades especiais.

Waldemar dos Santos CARDOSO-JUNIOR e Giselle Pedreira de Mello CARVALHO

Instituto de letras e Comunicação (ILC)

Jaqueline Freitas de MIRANDA (Surda)

RESUMO

Este trabalho fundamenta-se nas ações do Projeto Eixo Transversal 2014/2015 -

Oficina de leitura e Escrita de Português para Surdos (OLEPS), do curso de Licenciatura

Plena em LIBRAS e Língua Portuguesa como Segunda Língua para Surdos a partir do ensino

e aprendizagem do português como segunda língua (L2) na modalidade escrita para Surdos. O

estudo tem a finalidade de apresentar a metodologia de ensino viso-verbal para o

desenvolvimento da leitura e da escrita do português L2 para Surdos; descrever os

procedimentos metodológicos deste ensino a partir do processo da contextualização, estudo

do texto, vocabulário, gramática e produção textual escrita do Português; e analisar o processo

que envolve a competência comunicativa em Língua portuguesa dos alunos Surdos diante da

metodologia viso-verbal elaborada pelo projeto OLEPS. A metodologia de ensino do projeto

OLEPS fundamentou-se em: a) Contextualização do conhecimento; b) Estudo do texto; c)

Vocabulário viso-verbal; d) Gramática-viso-verbal; e) Produção textual escrita. Os resultados

mostraram que a aprendizagem do português L2 pelo Surdo ocorre pela percepção visual na

relação linguagem visual-linguagem verbal para formação da capacidade linguística no ato de

ler e escrever. As conclusões finais do OLEPS evidenciam a importância do uso da Língua

Brasileira de Sinais (Libras), como forma de comunicação; da utilização de recursos visuais; e

da valorização das experiências/vivências dos Surdos para o desenvolvimento das habilidades

linguísticas necessária para serem leitores e escreventes plenos na sociedade brasileira.

PALAVRAS-CHAVE: Português L2 para Surdos. Ensino. Aprendizagem

INTRODUÇÃO

O projeto OLEPS problematiza o ensino e aprendizagem do português L2 para Surdos,

pois a aquisição do português escrito pelo Surdo está centrada na cultura majoritária (ouvinte)

em uma relação oralidade/escrita, consolidada em uma cultura letrada. (Gesueli, 2004).

32

Page 34: Premio jovem extensionista 2015

Nesse sentido, temos como objetivos apresentar a metodologia de ensino viso-verbal

para o desenvolvimento da leitura e da escrita do português L2, e descrever os procedimentos

da metodologia de ensino viso-verbal a partir do processo da contextualização, estudo do

texto, vocabulário, gramática e escrita do Português, e finalmente, analisar o processo que

envolve a competência comunicativa em Língua portuguesa dos alunos Surdos diante da

metodologia viso-verbal elaborada pelo projeto OLEPS.

O projeto OLEPS foi desenvolvido a partir da articulação com os conhecimentos

curriculares do curso de Licenciatura Plena em Letras LIBRAS e Língua Portuguesa como

Segunda Língua para Surdos, fundamentados no Uso da Língua, na dimensão dos Estudos

Linguísticos, e no núcleo de Reflexão da Língua, na área de Estudos Bilíngues na Educação

de Surdos.

Quanto ao campo de pesquisa, o projeto OLEPS foi utilizado para o desenvolvimento

de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) do curso Licenciatura Plena em Letras LIBRAS e

Língua Portuguesa como Segunda Língua para Surdos e também como fonte para elaboração

de tese de doutorado.

MATERIAIS E METODOLOGIAS

As ações metodológicas de ensino viso-verbal do OLEPS foram desenvolvidas no

Campus Universitário de Belém, no período de 01 de junho de 2014 a 31 de maio de 2015

com a participação de 30 surdos, aproximadamente, com ensino médio completo ou

incompleto, com 324 horas de aulas de português ministradas em Libras. A metodologia

utilizada foi:

a) Contextualização do conhecimento: o contexto são definições subjetivas das

situações interacionais ou comunicacionais, interpretações (inter)subjetivas que delas fazem

os participantes. (Van Dijk, 2012).

b) Estudo do Texto: realizado a partir dos conteúdos, propriedades funcionais, estilo

e composição, bem como intenções e aspectos comunicacionais do gênero textual em estudo.

c) Vocabulário Viso-verbal: relação entre as experiências e vivências visuais do

surdo com as palavras do texto, por associação palavra-imagem-conceito, destacando o

sentido das palavras dentro do texto em questão.

d) Gramática Viso-verbal: ensino da gramática a partir da construção dos

significados expressos no modo verbal e visual.

e) Produção Textual Escrita: uso dos aspectos linguísticos e das dimensões

subjetivas com a mobilização do conhecimento linguístico, enciclopédico e textual.

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Page 35: Premio jovem extensionista 2015

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados mostraram que a aprendizagem do Português L2 por parte do Surdo

ocorre pela percepção, experiências e vivências visuais na relação linguagem visual-

linguagem verbal para formação da competência sociocomunicativa no ato de ler e escrever

textos em português. Os dados a seguir serão apresentados a partir de cinco etapas de ensino:

a) Contextualização do Texto: Ao assistirem o vídeo “O que você tem a ver com a

corrupção?” os surdos puderam construir modelos mentais sobre a temática “corrupção”.

O QUE VOCÊ TEM A VER COM A CORRUPÇÃO?

Os alunos Surdos, em contato com o vídeo acima, desenvolveram a capacidade da

produção, recepção e interpretação do discurso à situação de comunicação social, neste caso,

a temática “Corrupção”.

b) Estudo do Texto: realizado a partir dos conteúdos, propriedades funcionais, estilo

e composição do gênero textual “Cartaz”, sobre a corrupção no Brasil.

Na aula com base no gênero textual Cartaz, a leitura foi mediada a partir dos

conhecimentos linguístico e textual, para o desenvolvimento das capacidades cognitivas para

selecionar, processar e (re)organizar informações sobre a temática corrupção no Brasil.

c) Vocabulário viso-verbal: associa palavra-imagem-conceito-texto, destacando-se os

sentidos da palavra dentro do cartaz em estudo.

VOCABULÁRIO VISO-VERBAL

PALAVRA IMAGEM CONCEITO

HONESTO

Adj DIGNO DE CONFIANÇA;

HONRADO (BORBA, 2011).

Figura 1 - Cenas do vídeo “O que você tem a ver com a corrupção”

Figura 2 - Estudo do Texto

Figura 3 - Vocabulário Viso-verbal

34

Page 36: Premio jovem extensionista 2015

O vocabulário viso-verbal permitiu ao surdo relacionar experiências e vivências

visuais com as palavras do texto, ampliando o conhecimento linguístico sobre o tema

corrupção.

d) Gramática viso-verbal: a aula de gramática do Português abordou o conceito e a

exemplificação do conteúdo de ensino “Frase” dentro do gênero textual cartaz. Para ampliar

o entendimento dos tipos de frase, estudou-se os sinais de pontuação relacionando

representação gráfica com a expressão representativa de emoticons.

Esta estratégia de ensino permitiu aos Surdos aprendizagem da Língua portuguesa na

modalidade escrita pela combinação de diversos códigos semióticos, como o exemplo acima.

e) Produção Textual Escrita: O uso dos aspectos linguísticos e das dimensões

subjetivas com a mobilização de diversos conhecimentos em situação concreta para a

elaboração de um Cartaz sobre a Corrupção no Brasil.

Os alunos Surdos produziram cartazes com diferentes formas de linguagem chamando

atenção para corrupção no Brasil, além de mobilizarem as diversas habilidades desenvolvidas

e ampliadas nas etapas de contextualização, estudo do texto, vocabulário viso-verbal e

gramática viso-verbal.

CONCLUSÕES

O projeto OLEPS contribuiu para a iniciação à docência do português como L2 na

modalidade escrita para surdos que se difere da metodologia de ensino do português para

ouvintes.

Figura 4 – Gramática viso-verbal

Figura 5 - Produção textual

35

Page 37: Premio jovem extensionista 2015

Os resultados indicam a importância da aplicação de uma metodologia de ensino do

português que valorize as experiências, percepções e conhecimentos do aluno Surdo, por meio

da compreensão das situações sociais e da interação do Surdo com o mundo, das práticas

sociais de leitura dos textos escritos, da aprendizagem do vocabulário usando linguagem

visual-linguagem verbal, do uso e funcionamento da língua portuguesa com o apoio de

recursos visuais, e da capacidade formativa de textos com função social observando o gênero

textual.

Nesse sentido, os resultados evidenciam um procedimento metodológico de ensino de

português como segunda língua para surdos a partir de um input visual para formação da

competência sociocomunicativa no ato de ler e escrever textos em português, o que aponta

para uma nova abordagem do Letramento para Surdos, chamado aqui de “Letramento viso-

verbal de português para Surdos”.

REFERÊNCIAS:

BORBA, F.S. Palavrinha Viva: dicionário ilustrado da língua portuguesa. Curitiba: Piá, 2011

GESUELI, Zilda Maria. “A escrita como fenômeno visual nas práticas discursivas de alunos

surdos”. In Leitura e escrita no contexto da diversidade. 4º edição, Porto Alegre: editora

Mediação, 2004.

http://www.mp.pi.gov.br/internet/index.php?option=com_content&view=category&id=61&It

emid=121&limitstart=50

http://www.revel.inf.br/files/artigos/revel_17_a_construcao_verbal_e_visual.pdf

http://www.rieoei.org/rie46a07.htm

https://www.youtube.com/watch?v=hblBL1KTTfw

VAN DIJK, T. A. Discurso e contexto: uma abordagem sociocognitiva. Trad. R. ILARI. São

Paulo: Contexto, 2012.

AGRADECIMENTOS

Aos meus coordenadores Waldemar dos Santos Cardoso Júnior e Giselle Pedreira de

Mello Carvalho. Aos professores Otacílio Amaral Filho e Fátima Pessoa, diretores do

Instituto de Letras e Comunicação (ILC). À Mariana Antunes e Valdemir Sarmento, técnicos

administrativos (ILC). À profa. Rosane Steinbrenner, diretora da Faculdade de Comunicação

(FACOM). Aos profissionais tradutores/intérpretes de Libras da UFPA, Valéria Cunha e

André Dantas. À Pro-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Pará.

36

Page 38: Premio jovem extensionista 2015

COMUNICAÇÃO PARA A CIDADANIA: O FORTALECIMENTO DE UMA

NOVA CULTURA COLETIVA DE COMUNICAÇÃO E SUA FUNÇÃO SOCIAL

Área Temática: Comunicação

Responsável pelo Trabalho: Bárbara Leão Silva

Orientação: Profa. Dra. Rosaly Seixas Brito

Unidade Acadêmica: Instituto de Letras e Comunicação (ILC)

Nome dos Autores: Bárbara Leão Silva1

RESUMO: Este trabalho é um resumo das atividades realizadas durante o segundo

período de vigência do projeto de extensão "Facom 4.0: Ação coletiva por uma nova

cultura de comunicação", que objetiva o fortalecimento da imagem pública do curso de

Comunicação Social, elevar a autoestima de sua comunidade acadêmica e fomentar uma

formação cidadã de seus alunos. Voltado à comunidade interna e externa do curso, o

projeto propõe um conjunto amplo de ações acadêmicas e político-pedagógico-

extensionistas, a se desdobrarem até o início de 2016, quando o curso completa 40 anos.

Objetiva, também, estimular a reflexão acadêmica entre alunos e professores sobre as

mudanças ocorridas em quatro décadas no campo da comunicação na Amazônia, de

maneira a promover uma nova cultura de comunicação, para além dos muros da

universidade, fundada nos princípios de uma cultura coletiva e cidadã, capaz de

promover protagonismo social no uso das mídias.

PALAVRAS-CHAVE: Comunicação e ação coletiva; autoestima; formação cidadã;

usos sociais da mídia.

INTRODUÇÃO

O projeto de extensão "Facom 4.0: Ação coletiva por uma nova cultura de

comunicação" tem caráter político-pedagógico-extensionista, com o fim de promover a

elevação da autoestima dos alunos, professores e futuros profissionais do curso de

Comunicação Social, fortalecendo sua autoidentidade e sua imagem pública, projetada

tanto no contexto interno da UFPA quanto na sociedade.

1 Aluna do sétimo semestre do curso de Jornalismo e bolsista do Projeto Facom 4.0: Razão e Sensibilidade.

Ação coletiva por uma nova cultura de comunicação.

37

Page 39: Premio jovem extensionista 2015

Na sua primeira fase, em 2014, nasceu após um período turbulento para a

faculdade, em que o MEC suspendera, no final de 2013, o vestibular do curso de

Jornalismo, após nota abaixo da média obtida. A suspensão foi superada por meio de

ordem judicial. Mas o acontecimento abalou a comunidade da Faculdade de

Comunicação, principalmente os alunos, no que diz respeito à imagem intra e

extramuros da Universidade.

A ideia do projeto, então, surgiu na sala de aula, na disciplina Assessoria de

Comunicação, em que foram desenhadas ações diversas para reverter a imagem

negativa do curso. Ao longo do ano de 2014 diversas ações do projeto, somando forças

com várias iniciativas da Faculdade de Comunicação, foram vitoriosas e colheram

muitos bons frutos na superação da crise. Na segunda fase, ora em curso, o projeto

ampliou sua abrangência e volta-se a consolidar uma nova cultura de comunicação

coletiva, tanto no interior da faculdade, como junto à comunidade dos bairros

periféricos da cidade.

Em sua segunda versão, o Facom 4.0 traz também um componente metodológico

inovador, que prevê a integração dinâmica, pela lógica operativa da convergência

temática e transmidiática, entre um conjunto de projetos extensionistas da Facom,

detalhados no tópico da metodologia neste resumo.

A intenção é chegar aos 40 anos da Faculdade de Comunicação, em 2016,

consolidando um ciclo de conquistas importantes, tanto no âmbito científico-acadêmico,

como também no que tange ao espírito coletivo reinante no seio de sua comunidade

interna - alunos, professores e funcionários, para assim marcar a sua história na

sociedade.

1. Contexto e ações iniciais

O ano de 2014 trouxe esperança e reversão de expectativas na Faculdade de

Comunicação. Resultou em avaliações positivas dos cursos de Jornalismo e

Publicidade, após duas visitas dos avaliadores do Ministério da Educação. Em 2014, o

curso passou por um processo amplo de reestruturação, capitaneado pela direção da

Faculdade. Foram muitas as ações desenvolvidas, como processo de compra de novos

equipamentos para os laboratórios, admissão de técnicos, dentre outros, às quais se

somaram as ações do projeto Facom 4.0 em seu primeiro ano de vigência.

Em sua atual versão (Pibex/2015), o projeto Facom 4.0 tem clara ênfase, como

mencionado antes, em contribuir para a formação do pensamento crítico dos alunos e da

38

Page 40: Premio jovem extensionista 2015

sociedade, buscando-se construir uma nova cultura de comunicação e uma cidadania

ativa, capaz de fazer frente à produção de imagens e discursos altamente verticalizada

por parte das mídias tradicionais.

As ações iniciais do projeto voltaram-se a, em primeiro lugar, promover a

discussão de temáticas relativas a direitos humanos e valores éticos em eventos voltados

aos alunos do curso, mas abertos à comunidade em geral.

Em cooperação com as comunidades de bairros periféricos de Belém e com os

demais projetos de extensão da faculdade antes citados, o projeto avançou em outro eixo

de ação, na execução das atividades do #Ocupa Belém: ComunicAção coletiva. A ação

busca promover uma ocupação criativa nas comunidades atendidas, por meio da oferta

de oficinas técnicas e cidadãs, rodas de diálogo, mostras e exposições, que resultem na

realização pelos grupos locais de produtos e ações de comunicação comunitária em

multiplataforma.

Para tanto, os projetos de extensão envolvidos (professores, bolsistas, alunos

voluntários, servidores), entre eles o Facom 4.0, dialogaram com representantes

comunitários de vários bairros da cidade e, somando forças ao movimento "Belém 400

anos sob o olhar do gueto", por eles articulado, discutiram-se as estratégias e um

calendário para a realização das atividades. A primeira ação de ocupação ocorreu no

bairro da Terra Firme (#Ocupa Terra Firme), no período de 23 a 27/06/15, envolvendo

vários coletivos atuantes no bairro e uma escola de ensino fundamental e médio.

1. Material e metodologia

A equipe do projeto é formada, além da professora coordenadora/orientadora,

por mim, bolsista do Curso de Comunicação Social/Jornalismo, contando também com

a colaboração de alunos voluntários.

Nesta segunda fase, do ponto de vista metodológico, há uma ênfase na ação

integrada entre os projetos de extensão da Faculdade. Tanto os já existentes e de caráter

mais permanente - Academia Amazônia, Oficina de Criação, Agência Cidadã e Rádio

Web UFPA -, como os projetos de extensão aprovados pelo edital do Pibex 2015 –

Jornal Laboratório Primeiras Linhas, Puxirum: produção coletiva em narrativas

multiplataforma e Projeto Memória: 40 anos de Comunicação na Amazônia,

Documentários Biográficos da Amazônia e Banco Imagético da Amazônia -, cujas

ações convergem neste momento, por meio de uma lógica de ação coletiva e

complementar, para a preparação dos 40 anos da criação do Curso de Comunicação da

UFPA.

39

Page 41: Premio jovem extensionista 2015

Este conjunto de projetos articula-se com o projeto de pesquisa

interdisciplinar, desenvolvido no âmbito da Facom e PPGCOM (Programa de Pós-

graduação Comunicação Cultura e Amazônia), intitulado “Multicom: Espaço de

Inovação, Criatividade e Narrativas Transmidiáticas”. O intuito dessa ação integrada é

comungar esforços, tanto no âmbito da graduação como da pós-graduação, que possam

gerar, por meio da prática e da reflexão, uma integração efetiva entre ensino, pesquisa e

extensão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste segundo ano de continuidade, o projeto Facom 4.0 foi concebido, como

mencionado acima, em torno de uma metodologia inovadora, que vem gerando muitos bons

frutos. Professores, alunos (além de bolsistas, voluntários) e funcionários trabalham de

forma cooperativa para efetivar as ações programadas. Ao longo de 2015 destacam-se os

seguintes resultados do projeto:

1. Participação no desenvolvimento e manutenção do site e redes sociais.

Assim como no primeiro ano do projeto, trabalhamos diretamente com a alimentação

permanente da fanpage da Faculdade de Comunicação, mantida no Facebook, das páginas

de eventos internos como o FestCom – Festival de Produção Experimental da

Facom/UFPA– e do perfil da Faculdade no Twitter, espaços que se destinam ao

compartilhamento e divulgação online das ações da faculdade, em formatos diferentes. A

fanpage tem sido espaço importante, também, para a divulgação das ações do próprio

projeto Facom 4.0.

2. Manutenção da agenda da Galeria Facom na Parede

A Galeria “Facom na Parede”, localizada no corredor principal do laboratório da

Faculdade, é um espaço permanente para a exposição dos conteúdos produzidos por alunos e

professores. Em outubro, dando sequência à sua agenda, abrigará uma exposição de

trabalhos fotográficos de alunos e ex-alunos do curso tendo como tema o Círio de Nazaré.

3. Organização da atividade “Isso me diz respeito!”: discussão de temas que

envolvem a sociedade e a comunicação

A atividade denominada “Isso me diz respeito!, promovida pelo Facom 4.0, ocorre

mensalmente e põe em discussão temas relativos a ética e direitos humanos e outros de

interesse social que estejam na ordem do dia, de interesse tanto para os estudantes de

Publicidade como de Jornalismo. Os debates contam sempre com a participação de

convidados externos e são abertos tanto à comunidade acadêmica do curso, como à externa.

Já foram abordados os temas da diversidade étnico-racial, sexual e de gênero e redução da

40

Page 42: Premio jovem extensionista 2015

maioridade penal e, ainda em setembro, ocorrerá a discussão sobre as políticas públicas de

cultura em Belém e os movimentos sociais na área da cultura.

4. Participação na atividade #OcupaBelém: ComunicAção coletiva.

A ação extensionista da Faculdade de Comunicação da UFPa (Facom/UFPA)

#OcupaBelém: ComunicAção Coletiva, em parceria com projetos de extensão da faculdade,

a maioria aprovada pelo Pibex (Facom 4.0, Projeto Memória, Puxirum, Jornal laboratório

Primeiras Linhas, Doc Bio, Banco de Imagens da Amazônia-BIA), além da Oficina de

Criação, Rádio Web UFPA, Academia Amazônia e Multicom, propôs-se uma ação integrada

de ocupação comunicativa e coletiva de bairros periféricos de Belém, levou oficinas e

atividades voltadas à comunidade, na forma de #OcupaTerraFirme.

De 23 a 27 de junho, ocorreram em diversos pontos do bairro da Terra Firme, no

entorno da UFPA, ações coletivas que integraram a Faculdade de Comunicação e o

movimento Belém 400 anos sob o olhar do gueto (#Gueto400). Essas ações, entre

minicursos e rodas de conversas, tiveram o objetivo de mobilizar e envolver a população no

movimento que visa gerar um autorreconhecimento e identidade positiva para a comunidade

dos bairros periféricos de Belém.

5. Planejamento das atividades a se desenvolverem até março de 2016

Há dois focos principais neste semestre: marcar os 40 anos de Comunicação na

Amazônia, no início de 2016, com as ações previstas e continuar somando forças no

movimento Belém 400 anos pelo olhar do gueto, por meio do movimento #OcupaBelém.

Além da Terra Firme, a ação ocorrerá, ainda em setembro, no bairro da Cabanagem e depois

segue para outros bairros periféricos da cidade.

CONCLUSÃO

A equipe do projeto se sente motivada para planejar as próximas ações, em vista dos

bons resultados alcançados até aqui. É visível como se fortaleceu o sentimento de

pertencimento entre alunos, professores e funcionários do curso de Comunicação.

Considerando-se, como postula Jesús Martín-Barbero, que a atual sociedade da

informação mantém “uma forte cumplicidade discursiva com a modernização

neoliberal, racionalizadora do mercado como único princípio organizador da sociedade

em seu conjunto” (2006, p. 56), acelerando operações de desenraizamento de várias

ordens, é muito importante, que o curso de Comunicação, que há 40 anos forma

profissionais e pesquisadores na Amazônia, contribua para promover operações

simbólico-discursivas contra-hegemônicas de atores locais que experimentam variadas

41

Page 43: Premio jovem extensionista 2015

formas de exclusão dos fluxos globais. É dessa forma que queremos marcar esses 40

anos de comunicação na Amazônia. Somando forças nesse processo.

Referências

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações. Comunicação, cultura e

hegemonia. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2006.

__________. Ofício de cartógrafo: travessias latino-americanas da comunicação na

cultura. São Paulo: Edições Loyola, 2004.

__________. Tecnicidades, identidades, alteridades: mudanças e opacidades da

comunicação no novo século. In: MORAES, Dênis de (Org.). Sociedade midiatizada.

Rio de Janeiro: Mauad, 2006, p. 51-79.

PAIVA, Raquel. Para reinterpretar a comunicação comunitária. In: Raquel Paiva. (Org.)

O retorno da comunidade: os novos caminhos do social. Rio de Janeiro: Mauad X,

2007, p.133-148.

PERUZZO, Cicília M. K. Comunicação nos Movimentos Populares: a participação na

construção da cidadania. Petrópolis: Vozes, 1999.

SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. 7. ed. São Paulo: Edusp, 2007.

STEINBRENNER, Rosane Maria A. Rádios comunitárias na Transamazônica:

desafios da comunicação comunitária em regiões de midiatização periférica. Tese

de doutorado. Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Programa de Pós-Graduação em

Desenvolvimento do Trópico Úmido da Universidade Federal do Pará. Belém, 2011.

42

Page 44: Premio jovem extensionista 2015

TÍTULO

ETNOGRAFIA VISUAL DAS EMBARCAÇÕES PESQUEIRAS E DA

CARPINTARIA NAVAL DO LITORAL PARAENSE

ÁREA TEMÁTICA: Cultura

RESPONSÁVEL PELO TRABALHO: Adrielle Regina Ferreira Miranda

UNIDADE ACADÊMICA: Instituto de Estudos Costeiros (IECOS)

NOME DO AUTOR: Adrielle Regina Ferreira Miranda¹

RESUMO

No Brasil a atividade pesqueira se refere a todos os processos de pesca, explotação e exploração,

cultivo, conservação, processamento, transporte, comercialização e pesquisa de recursos

pesqueiros. O local escolhido para a realização das coletas foram os municípios de Bragança e

Augusto Corrêa, localizados no nordeste do Estado do Pará. Foram realizados no período de

julho de 2014 a junho de 2015, o registro fotográfico das embarcações nos estaleiros, entrevistas

semiestruturadas com os carpinteiros, oficina, minicursos e exposições fotográficas nas

comunidades e nas Instituições federais para a valorização da carpintaria naval da região. O

objetivo foi registrar visualmente e divulgar as tecnologias relacionadas ao oficio de carpintaria

naval nos municípios estudados. Observou-se semelhança na classificação das embarcações nos

dois municípios, sendo identificadas 8 tipologias de embarcações, sendo elas: Casco ou

Batelões, Canoa, Caíco, Rabeta, Bote, Biana, Barco e Lancha. As atividades realizadas no

decorrer do projeto conseguiram mobilizar de modo bastante expressivo a comunidade

acadêmica despertando o interesse de vários discentes e docentes de desenvolver estudos com

a temática da carpintaria naval. Esta mobilização é de grande importância para que novos

trabalhos científicos sejam realizados com o intuito de contribuir com a profissão em questão.

PALAVRAS-CHAVE: Valorização, carpintaria naval, etnografia.

INTRODUÇÃO

No Brasil a atividade pesqueira se refere a todos os processos de pesca, explotação e

exploração, cultivo, conservação, processamento, transporte, comercialização e pesquisa de

recursos pesqueiros (Brasil, 2009). Ainda conforme a lei nº 11.959, são considerados atividade

pesqueira artesanal os trabalhos de confecção e de reparos de artes e petrechos de pesca, os

reparos realizados em embarcações de pequeno porte e o processamento do produto da pesca

artesanal.

O saber-fazer incutido na construção, reparo e manutenção das embarcações pesqueiras

apresenta grande valor especialmente nas localidades com grande dependência da pesca, como

a região amazônica. A pesca é uma das atividades extrativistas mais tradicionais e importantes

da Amazônia e garante renda e subsistência para uma boa parte da população, além de render

importantes divisas para o país (Isaac, 2006; Isaac & Barthem, 1995).

Na Amazônia, a geração de renda estimada para o setor gira em torno de R$ 389 milhões

ao ano no que diz respeito aos vários agentes da cadeia da pesca (Barthem & Fabre, 2004). O

Pará ocupa posição de destaque no setor: a pesca extrativista marinha representou 12,1% em

43

Page 45: Premio jovem extensionista 2015

volume de captura da produção pesqueira marinha brasileira, correspondendo a 65.460,5

toneladas no ano de 2007 (IBAMA, 2007).

MATERIAL E METODOLOGIA

O local escolhido para a realização das coletas foram os municípios de Bragança e

Augusto Corrêa, localizados no nordeste do Estado do Pará. Foram realizados no período de

julho de 2014 a junho de 2015, o registro fotográfico das embarcações nos estaleiros, entrevistas

semiestruturadas com os carpinteiros (FLICK, 2004), oficina, minicursos e exposições

fotográficas nas comunidades e nas Instituições federais para a valorização da carpintaria naval

da região.

O objetivo foi registrar visualmente e divulgar as tecnologias relacionadas ao oficio de

carpintaria naval nos municípios de Augusto Corrêa e Bragança diagnosticadas no plano de

trabalho de Iniciação científica “Navegar é preciso”: diagnóstico das embarcações pesqueiras e

das relações sociais incutidas na carpintaria naval do litoral paraense, o qual faz parte do projeto

de pesquisa “Embarcando nos saberes locais da pesca da Amazônia”.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

No município de Bragança foram visitados 13 estaleiros e entrevistados 24 carpinteiros;

em Augusto Corrêa 5 estaleiros foram visitados e 10 carpinteiros entrevistados. A partir das

análises de dados observou-se semelhança na classificação das embarcações nos dois

municípios, sendo identificadas 8 tipologias de embarcações, sendo elas: Casco ou Batelões,

Canoa, Caíco, Rabeta, Bote, Biana, Barco e Lancha (Figura 1).

Fonte: Joerbt Ribeiro

Figura 1: Frota pesqueira dos municípios de Bragança e Augusto Corrêa.

Nos municípios estudados a diversificação das tipologias das embarcações também é

resultado da influência de pescadores e carpinteiros oriundos do nordeste do Brasil. De acordo

com Silva & Rocha (1999) o deslocamento da pesca interestadual cresceu cerca de 226,5%

44

Page 46: Premio jovem extensionista 2015

entre os anos 1991 e 1995, devido à procura de áreas mais produtivas de pescado conjuntamente

com a fragilidade da fiscalização nesse período, sendo utilizadas principalmente embarcações

lagosteiras como lanchas e casco de ferro.

Com o intuito difundir os conhecimentos empíricos que perfazem a atividade,

contribuindo assim, para preservação e legitimação da identidade cultural dos carpinteiros

artesanais e interação entre diferentes setores da sociedade. Foram realizadas atividades a fim

de fortalecer a auto-estima dos mestres da carpintaria artesanal local, a saber:

Oficina de fotografia: A oficina ministrada pela fotografa Daniella Torres contou com

aulas teóricas e práticas. Os participantes poderão conhecer dois estaleiros localizados no

município de Bragança onde realizaram diversos registros fotográficos do local.

Minicursos: Foram realizados dois minicursos na Universidade Federal do Pará, campus

Bragança. Sendo o primeiro realizado na XVII Jornada de Extensão da UFPA e o segundo tendo

parceria com o Centro acadêmico de engenharia de pesca da UFPA (Figura 2).

Fonte: Adrielle Miranda

Figura 2: Minicursos sobre a valorização das embarcações.

Dentre as atividades realizadas nos minicursos foram abordados assuntos como: a

valorização dos saberes dos carpinteiros, apresentação dos tipos de barcos da região, divisões

de uma embarcação, maquinário, ferramentas utilizadas na confecção das embarcações, tempo

de construção de cada tipo de embarcação e a classificação oficial do CEPNOR-IBAMA

(1998).

Ao final de cada minicurso foram realizadas dinâmicas para melhor fixação do

conhecimento adquirido durante o minicurso. Os participantes puderam montar a estrutura de

uma embarcação, a partir das peças pré-confeccionadas (Figura 3). Os carpinteiros convidados

relataram suas experiências, dificuldades e esclareceram de como contribuem para o

desenvolvimento da pesca na região.

Fonte: Adrielle Miranda

45

Page 47: Premio jovem extensionista 2015

Figura 3: Confecção de miniaturas de embarcações pesqueiras

Exposições fotográficas: Os registros fotográficos das saídas de campo foram

divulgados em forma de exposições fotográficas (Figura 4). As exposições foram realizadas em

diversos eventos, buscando assim, melhor visibilidade do projeto. Contamos com a parceria do

Instituto Federal do Pará (IFPA), campus Bragança, da comunidade de Bacuriteua localizada

na cidade de Bragança e com o corpo técnico, docente e discente da Universidade Federal do

Pará (UFPA).

Fonte: Adrielle Miranda

Figura 4: Exposições fotográficas dos registros fotográficos das visitas de campo.

Deve-se destacar aqui que há inúmeras manifestações do patrimônio material e imaterial

brasileiro associados ao patrimônio naval (IPHAN, 2010). Alcançamos um público bastante

representativo em todas as atividades executadas, para assim, disseminar o fato do Brasil se

caracterizar como o país mais rico do mundo em diversidade de barcos tradicionais (IPHAN,

2010), aliado a crescente substituição das embarcações tradicionais por embarcações modernas.

Nesse sentido, ressalta-se o significativo papel dessa proposta ao promover o resgate e a

valorização do patrimônio naval brasileiro, um dos ramos mais ameaçados do patrimônio

cultural brasileiro, incluindo os saberes de seus artesãos.

CONCLUSÃO

O trabalho desenvolvido veio a contribuir para as pesquisas desenvolvidas no âmbito

das embarcações, pois percebemos ao decorrer dos estudos a escassez de informações

relacionadas as tipologias de embarcações fabricadas em diferentes regiões do Brasil. Com isso,

foi bastante relevante resgatar a tipologia da embarcação utilizada do tronco da madeira inteira

que na região é conhecida como Casco ou batelão. Este tipo de embarcação usa técnicas

indígenas de construção que precisam ser mais detalhadas.

As atividades realizadas no decorrer do projeto conseguiram mobilizar de modo

expressivo a comunidade acadêmica despertando o interesse de vários discentes e docentes de

desenvolver estudos com a temática da carpintaria naval. Esta mobilização é de grande

importância para que novos trabalhos científicos sejam realizados com o intuito de contribuir

com os carpinteiros navais. Vale ressaltar que suas condições de trabalho são relativamente

precárias devido ao ambiente de trabalho, que não oferece boas condições aos carpinteiros.

46

Page 48: Premio jovem extensionista 2015

É evidente a falta de políticas públicas para melhorar as condições de trabalho dos

carpinteiros navais, sendo estes essenciais para o desenvolvimento de outras profissões, além

do desenvolvimento da pesca, principal atividade da região estudada.

REFERÊNCIAS

BARTHEM, Ronaldo Borges; FABRÉ, Nidia Noemi. Biologia e diversidade dos

recursos pesqueiros da Amazônia. A pesca e os recursos pesqueiros na Amazônia brasileira.

(ML Ruffino, ed.). IBAMA/ProVarzea, Manaus, p. 17-63, 2004.

BRASIL, 2009. LEI Nº 11.959, DE 29 DE JUNHO DE 2009. Dispõe sobre a Política

Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, regula as atividades

pesqueiras, revoga a Lei nº 7.679, de 23 de novembro de 1988, e dispositivos do Decreto-Lei

nº 221, de 28 de fevereiro de 1967, e dá outras providências.

FLICK, Uwe; FLICK, U. Estratégias de amostragem. Flick U. Uma introdução à

pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Bookman, p. 76-86, 2004.

IBAMA, 2007. Estatística da pesca 2007. Disponível em:

http://www.ibama.gov.br/documentos-recursos-pesqueiros/estatistica-pesqueira. Acesso:

15/09/2015.

IPHAN. Projeto Barcos do Brasil. Origens, parceiros e perspectivas. Ministério da

Cultura, p: 34, 2010.

ISAAC, Victoria Judith; BARTHEM, Ronaldo Borges. Os recursos pesqueiros da

Amazônia Brasileira. 1995.

ISAAC, Victoria Judith. Explotação e manejo dos recursos pesqueiros do litoral

amazônico: um desafio para o futuro. Ciência e Cultura, v. 58, n. 3, p. 33-36, 2006.

SILVA, Sonia Maria Martins de Castro; ROCHA, Carlos Artur Sobreira. Embarcações,

aparelhos e métodos de pesca utilizados nas pescarias de lagosta no estado do Ceará. 1999.

47

Page 49: Premio jovem extensionista 2015

PROJETO PREVENIR: UM OLHAR ATENTO AO ALERTA AMARELO

ÁREA TEMÁTICA: SAÚDE

RESPONSÁVEIS PELO TRABALHO: Kátia Soares de Oliveira

UNIDADE ACADÊMICA: Instituto de Ciências e Saúde (ICS)

AUTORA: Brisa da Silva Lopes1; Wescley Miguel Pereira da Silva2; Fabrício Bastos

Fernandes3;

RESUMO: A atresia das vias biliares (AVB) se apresenta como icterícia colestática, causada por

processo inflamatório perinatal iniciado nos ductos biliares, determinando esclerose progressiva e

obstrução inclusive da árvore biliar intra-hepática. A tríade se sinais clínicos: Icterícia com duração

superior a 14 dias, acolia fecal e colúria geralmente estão presentes na sintomatologia dos recém

nascidos com a doença, sendo o diagnóstico precoce determinante na sobrevida dos mesmos. O

alerta amarelo(escala colorimétrica presente na caderneta da criança) é uma importante item nesse

processo, auxiliando no monitoramento da acolia fecal. O presente estudo teve por objetivo avaliar

79 mães de recém nascidos e gestantes que já estivesse em uma segunda gestação, nas Unidades

Básicas de Saúde(UBS’s) do Marco e Guamá na cidade de Belém-PA, acerca das orientações que

as mesmas receberam na maternidade com relação do alerta amarelo. As mães responderam um

questionário com 3 questões objetivas ,posteriormente assistiram a palestras educativas e

receberam folders informativos . A análise dos dados constatou que 84% das participantes da

pesquisa não conheciam o alerta amarelo antes da explicação, 54% não receberam orientações de

retornar com o filho(a) na maternidade caso o filho apresentasse icterícia com 14 ou mais dias de

vida e 91% não receberam orientações acerca do alerta amarelo quando os filhos tiveram alta da

maternidade .Podemos concluir que o alerta amarelo não é explicado de maneira eficiente para as

1 Acadêmica de Medicina da Universidade Federal do Pará 2 Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Pará 3 Acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Pará

48

Page 50: Premio jovem extensionista 2015

mães na maternidade, fazendo com que o diagnóstico precoce acerca da atresia das vias biliares

esteja comprometido e consequentemente a sobrevivência de possíveis doentes.

PALAVRAS-CHAVE: Atresia das vias biliares; pediatria; alerta amarelo

INTRODUÇÃO

A atresia das vias biliares (AVB) se apresenta como icterícia colestática, causada por

processo inflamatório perinatal iniciado nos ductos biliares, determinando esclerose progressiva e

obstrução inclusive da árvore biliar intra-hepática. (SILVEIRA,2010). A colestase é um sintoma

da atresia biliar, ocasionada pela diminuição do fluxo ou da produção de bile, devido a

irregularidades estruturais ou moleculares do fígado ou das vias biliares, promovendo desta forma

um armazenamento anormal de bilirrubina direta ou conjugada, sais biliares, entre outros

constituintes da bile. Desta maneira há um acúmulo no sangue de substâncias que necessitariam

ser excretadas pela bile (TOMMASO; CORDOVANI, 2009).

Poucas semanas de atraso no diagnóstico e tratamento podem significar a diferença entre a

vida e a morte, ou pelo menos a diferença entre uma cirurgia conservadora e a necessidade de

transplante hepático. Por esse motivo, é urgente divulgar aos pediatras, pais e cuidadores sobre a

necessidade de investigar recém-nascidos com icterícia (coloração amarelada de pele e olhos) com

duração acima de 14 dias, especialmente aqueles nos quais se observa acolia fecal (fezes muito

claras ou brancas) (OLIVEIRA; 2013).

O projeto “Prevenir: Um olhar atento Sobre ao Alerta Amarelo” tem por objetivo investigar

o uso da escala colorimétrica das fezes (Alerta Amarelo) existente na caderneta da criança. Dentre

os objetivos do projeto, verificar o percentual de pais que receberam orientação de retorno ao

hospital, caso o recém-nascido se apresentasse ictérico com 14 ou mais dias de vida e verificar o

percentual de pais que tiveram orientações sobre o Alerta amarelo, na alta do recém-nascido da

maternidade.

MATERIAL E METODOLOGIA

Os locais onde o projeto se realizou foram o Instituto de Ciências de Saúde(ICS) da UFPA,

Unidade Básica de Saúde (UBS) do Guamá, Unidade Básica de Saúde(UBS) do Marco, todos

localizados na cidade de Belém-PA.

49

Page 51: Premio jovem extensionista 2015

No ICS os alunos participantes do projeto receberam capacitação acerca do tema Atresia

das vias biliares,suas manifestações clínicas,diagnóstico,tratamento,dentre outros,oferecida pelos

professores. Nessa primeira etapa foi preparado todo o material didático a ser utilizado nos dias

das ações como Termos de Conssentimentos Livres e Escalrecidos(TCLE),folders, cartazes e

preparação para cadastramento do projeto na plataforma Brasil e no comitê de ética da Fundação

Santa Casa de Msericórdia do Pará (FSCMPA).

Foram distribuidos 100 folders de tamanho A4, 6 cartazes anexados nas UBS’s( 3 em na

UBS do Guamá e 3 na UBS do Marco) A3,D 20 mm,230 xérox preto e branco para a montagem

dos questionários e TCLE’s e confecção de 5 camisas para uniformizar a equipe.

Após exposição do trabalho, aqueles que concordarem em participar do mesmo, mediante

assinatura do TCLE, foi aplicado um breve questionário de 3 questões objetivas e em seguida, os

mesmos participaram de uma palestra sobre o Alerta amarelo.

Aos pais, foram coletados dados sobre: conhecimento dos mesmos acerca do Alerta

amarelo, se receberam esse conhecimento na alta da maternidade e se foram orientados sobre

retorno a maternidade, caso o recém nascido apresentasse icterícia com 14 ou mais dias de vida.

Foram incluidos os pais de recém nascidos, bem como as gestantes em atendimento nas

UBS do Marco e Guamá e excluídos aqueles que não concordaram em assinar o termo de

consentimento livre e esclarecido. Todos os testes foram realizados considerando nível alfa de 5%

com índice de significância p < 0,05. Os dados serão tratados no pacote estatístico Bioestat 5.0 e

apresentados em tabela e gráficos confeccionados no Programa Microsoft Office 2007.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Participaram do estudo 79 mães de recém-nascidos e gestantes em uma segunda gestação.

Mediante análise das respostas dos questionários os seguintes dados foram apurados:

50

Page 52: Premio jovem extensionista 2015

Cerca de 84% (Gráfico 1)das mães não conheciam o alerta amarelo antes das explicações

feitas nas palestras. Com relação ás orientações acerca da icterícia,dentre os três dados analisado

esse foi o unico que a resposta positiva teve percentual maior, demonstrando que 51%(Gráfico 2)

receberam tal orientação ainda na maternidade.E por fim,o ultimo dado apurado demonstrou que

91% (Gráfico 3)não receberam orientações acerca do alerta amarelo na alta da maternidade.Dentre

os dados observa-se que dentre os intens que auxiliam no diagnóstico precoce da AVB,a icterícia

é o mais explorado nas maternidades em que as mães participantes do estudo tiveram seus

filhos.Em contrapartida a acolia fecal,que pode ser constatada com o uso do alerta amarelo é pouco

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Sim Não

Gráfico 1- Conhecimento Acerca do Alerta Amarelo

Conhecem Não conhecem

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Sim Não

Gráfico 2 - Orientações de retornar com o filho(a) na maternidade caso

o filho apresentasse icterícia com 14 ou mais dias de vida

Receberam Não receberam

51

Page 53: Premio jovem extensionista 2015

abordada na alta da maternidade e que a maioria das mães não tem conhecimento da existência do

mesmo ou da sua utilidade.

CONCLUSÃO

Os objetivos foram alcançados e tornou-se evidente por meio da analise dos dados que a

maioria da amostra não tem conhecimento do alerta amarelo e que há deficiência nas orientações

dadas nas maternidades ás mães. Torna-se relevante a execução de iniciativas,a exemplo do

Projeto Prevenir que aumentam o contato do acadêmico com a população. O olhar atento dos pais

e profissionais aos sinais clínicos são essenciais para diagnóstico e cura,orienta-los é uma etapa

primordial nesse processo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLIVEIRA, J. et al. Atresia das vias biliares: perfil clínico e epidemiológico dos pacientes

pediátricos em serviço de referência do Estado da Bahia. Rev. de Ciências Médicas e

Biológicas, Salvador, v. 11, p. 48-53, jan./abr. 2012.

SILVEIRA, T.R.; MARCELINO, R.T. Colestase Neonatal. In: SDEPANIAN, V.L.

Gastroenterologia Pediátrica – Manual de Condutas. São Paulo: Editora Manole, 2010. p17.

TOMMASO, A.M.A. Colestase neonatal. Sociedade de Pediatria de São Paulo, n. 42, 2007-

2009.

0

20

40

60

80

100

Sim Não

Gráfico 3- Orientações sobre o alerta amarelo na alta da maternidade:

Receberam orientações Não receberam

52

Page 54: Premio jovem extensionista 2015

AVALIAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES E CAPACITAÇÃO DOS DOCENTES DA

EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL INICIAL DE ESCOLAS

MUNICIPAIS E ESTADUAIS DE BELÉM/PA SOBRE TRAUMATISMO DENTAL

Área Temática

Saúde

Coordenador

Rafael Rodrigues Lima

Unidade Acadêmica

(Instituto de Ciências Biológicas – ICB)

Nome dos Autores

Márcio Vitor de Carvalho Rodrigues

53

Page 55: Premio jovem extensionista 2015

Resumo

A escola se caracteriza como o local, quando não em casa, em que a criança passa a

maior parte do tempo e sempre em contínuo contato com o professor, sendo, portanto, este um

importante elemento do processo de ensino-aprendizagem de conhecimentos referente à

higiene. A literatura relata que mais de 50% das crianças passaram por uma experiência

envolvendo lesões traumáticas dentárias durante a vida escolar. Por isso a necessidade dos

professores possuírem conhecimento necessário para realizar os primeiros socorros de forma

adequada. Objetivou-se avaliar as representações dos docentes que atuam no Ensino

Fundamental da rede de escolas estaduais e municipais situadas na cidade de Belém sobre

traumatismos dentários, bem como, mapear as ações praticadas por esses educadores na

ocorrência dos referidos traumas. Isso se dará por meio de um questionário contendo

perguntas 16 questões objetivas sobre o referido tema. Os resultados parciais que foram

obtidos até o momento, foram submetidos a testes estatísticos. Sendo usado o teste do Qui-

Quadrado e Regressão de Poisson. De acordo com os testes, os docentes investigados não

estão preparados para realizar os procedimentos de primeiros socorros necessários de forma

correta diante do aluno traumatizado.

Palavras-chave

Traumatismo dentário escolar; higiene oral escolar; educação infantil trauma.

Introdução

A infância é o período que pode ser considerado o mais importante para o futuro da

saúde bucal do indivíduo. Na infância, as noções e os hábitos de cuidados com a saúde devem

começar a se formar de uma maneira tal que dificilmente deixarão de ser praticados,

permitindo assim que as ações educativas a serem implementadas futuramente se concretizem

no reforço de rotinas já estabelecidas e praticadas. Contudo, para que haja o reforço de tais

hábitos, eles deverão ser, primeiramente, criados no seio familiar ou durante o período de

permanência da criança na escola (SÁ, 2009).

54

Page 56: Premio jovem extensionista 2015

Desta forma, se faz necessário que seja realizado o estudo sobre as percepções que

os professores da educação infantil e do ensino fundamental inicial das escolas municipais e

estaduais de Belém têm em relação ao tema escolhido com a finalidade de analisar as

representações e auxiliar na concretização do saber científico sobre as prevenções dos

traumatismos dentais assim como o tratamento emergencial adequado no momento do trauma,

através de informações de primeiros-socorros e de manuseio do dente avulsionado.

Isto irá embasar e facilitar uma educação continuada a estes que são atores

fundamentais no processo de educação e promoção de saúde.

Materiais e Métodos

Para a consecução do perfil dos professores do Ensino Fundamental quanto às atitudes

perante traumatismos dentários serão aplicados questionários compostos por 16 questões

fechadas (objetivas). Os benefícios são múltiplos: contribuição para um trabalho relevante na

área da saúde; participação em ações extensionistas durante o projeto; capacitação dos

professores com um conhecimento válido, sólido, duradouro, tornando o professor, depois de

capacitado nessa ação extensionista, um agente multiplicador, disseminador e formador de

estratégias em saúde bucal.

O questionário e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram

entregues pela equipe técnica do projeto para cada docente durante o seu turno de trabalho.

Por conseguinte, os questionários foram recolhidos e submetidos a análises e tratamento

estatístico.

Resultados e Discussões

Após o preenchimento de 120 questionários, de uma amostra de 170, os principais

resultados foram tabelados de acordo com os testes do Qui-quadrado e Regressão do Poisson.

Tabela 1. Comparação (Teste do Qui-Quadrado) entre variáveis dependentes

(“Presenciou caso de trauma”, “Recebeu treinamento de primeiros socorros” e

“Sente-se preparado a socorrer um aluno pós-evento de trauma dental”) e variáveis

independentes.

55

Page 57: Premio jovem extensionista 2015

Presenciou caso de trauma alvéolo-dental entre os alunos

Sim n = 24

Não n = 96

p-valor*

Variáveis independentes n % n %

Atitude frente à avulsão do ICS e sangramento:

Estancar o sangramento e visita ao CD no dia seguinte

11 45.8 80 83.3 0.0003

Procurar o dente avulsionado 13 54.3 16 16.7

Recebeu treinamento de primeiros socorros

Sim n = 27

Não n = 93

p-valor*

Variáveis independentes n % n %

Recolocação de dente no alvéolo: Sim 6 22.2 0 0 0.0001 Não 21 77.8 93 100

Sente-se preparado a socorrer um aluno que sofreu trauma dento-alveolar

Sim n = 14

Não n = 105

p-valor*

Variáveis independentes n % n %

Recolocação de dente no alvéolo: Sim 5 35.7 1 1.0 0.0001 Não 9 64.3 105 99.0 Medicaria o aluno após o trauma alvéolo-dental:

Sim 13 92.8 8 7.5 <0.0001 Não 1 7.2 98 92.5

ICS; incisivo central superior. CD; cirurgião-dentista. *p≤0.05.

Tabela 2. Análise univariada (Regressão de Poisson) para associação entre as varáveis dependentes

(“Presenciou caso de trauma”, “Recebeu treinamento de primeiros socorros” e “Sente-se preparado

a socorrer um aluno pós-evento de trauma dental”) e variáveis independentes. Presenciou caso de trauma alvéolo-dental entre os alunos

Variáveis independentes n (%) RR Robusta (IC 95%) p-valor*

Experiência na docência: 1-5 anos 23 (19.2) 3.935 (1.290-1.724) <0.0001 6-10 anos 27 (22.5) 1.000 (1.000-1.000) <0.0001 11-20 anos 40 (33.3) 1.000 (1.000-1.000) <0.0001 21-30 anos 26 (21.7) 1.000 (1.000-1.000) <0.0001 Mais de 30 anos 4 (03.3) 1 -

Recebeu treinamento de primeiros socorros

Variáveis independentes n (%) RR Robusta (IC 95%) p-valor*

Idade: 9 (07.5)

20-29 0.733 (0.170-3.169) 0.678 30-39 29 (24.2) 0.733 (0.540-0.995) 0.046 40-49 60 (50.0) 1.000 (1.000-1.000) <0.0001 Mais de 50 anos 22 (18.3) 1 -

Sente-se preparado a socorrer um aluno que sofreu trauma dento-alveolar

Variáveis independentes n (%) RR Robusta (IC 95%) p-valor*

Idade: 20-29 9 (07.5) 5.361 (1.590-2.277) <0.0001 30-39 29 (24.2) 1.000 (1.000-1.000) <0.0001 40-49 60 (50.0) 1.000 (1.000-1.000) <0.0001 Mais de 50 anos 22 (18.3) 1 - Medicaria o aluno após o trauma alvéolo-dental:

Sim 21 (17.5) 0.583 (0.326-0.941) 0.027 Não 99 (82.5) 1 -

56

Page 58: Premio jovem extensionista 2015

Os professores presenciam casos de traumatismo dental no início da carreira da

docência e têm por atitude imediata hemostasia e indicar a procura do cirurgião-dentista para

o dia seguinte; O treinamento de primeiro socorros na amostra estudada foi adquirido entre os

40-49 anos de idade, entretanto o treinamento recebido pelos professores foi insuficiente, uma

vez que desconheciam a conduta perante o traumatismo;

Serão distribuídos materiais educativos que serão trabalhados com os professores,

tanto os que foram objetos da pesquisa, quanto outros atuantes da rede municipal e estadual

dos níveis de ensino investigados, além da realização de um ciclo de palestras e mesas-

redondas que ponham em pauta o traumatismo dental.

Conclusão

Os objetivos foram alcançados parcialmente, com o preenchimento da maioria dos

questionários. No entanto, tem-se um esboço da situação estudada, podendo ser obtido outras

formas de estratégias em saúde. Foi elaborado material educativo, que irá contribuir com os

professores sobre esse assunto bastante relevante. Com isso, poder contribuir para uma

sociedade melhor e mais preparada, assim também como ter a possibilidade de elaborar

trabalhos científicos sobre o tema.

Referências Bibliográficas

1. AGUIAR, A. P. et al. Increasing Teachers’ Knowledge About ADHD and

Learning Disorders: An Investigation on the Role of a Psychoeducational

Intervention. Journal of Attention Disorders, Porto Alegre, RS, v. 10, n. 20, p. 1-

8. 2012.

2. AL-OBAIDA, M. Knowledge and management of traumatic dental injuries in a

group of Saudi primary schools teachers. Dental Traumatology, kingdom, Arábia

Saudita, v. 26, p. 338-341, 2010.

3. ANKOLA, A. V. et al. Traumatic dental injuries in primary school children of

South India – a report from district-wide oral health survey. Dental

Traumatology, Belgaum, India, v. 29, p. 134–138. 2013.

4. CHEN, Z. et al. Traumatic dental injuries among 8- to 12-year-old schoolchildren

in Pinggu District, Beijing, China, during 2012. Dental Traumatology, Beijing,

China, p. 1-6. 2014.

5. SÁ, L. O.; VASCONCELOS, M. M. V. B. A importância da educação em saúde

bucal nas escolas de Ensino Fundamental – revisão de literatura. Odontologia

Clín-Científica, Recife, 9(4) 299-303, out/dez, 2009.

57

Page 59: Premio jovem extensionista 2015

AVALIAÇÃO FÍSICA E FUNCIONAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO

CENTRO DE REFERÊNCIA EM OBESIDADE INFANTOJUVENIL

Área Temática: Saúde

Responsável pelo trabalho: FERREIRA, C.

Unidade Acadêmica: Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS).

FERREIRA, C.R1; FERREIRA, A.C.A

1; CRUZ, A.D

2

1 Acadêmica do Curso de Nutrição. Bolsista do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza

(HUBFS).

2 Acadêmica do Curso de Nutrição e Educadora Física.

RESUMO

OBJETIVO: Desenvolver um protocolo de avaliação física e funcional para crianças e

adolescentes atendidos no Centro de Referência em Obesidade Infantojuvenil do Hospital

Universitário Bettina Ferro de Souza. METODOLOGIA: Os critérios de ingresso no

Programa foram de utentes obesos do nascimento até os 18 anos de idade encaminhados por

qualquer entidade do Sistema Único de Saúde da rede de Atenção Básica do estado do Pará e

do Programa Caminhar do HUBFS. Na Avaliação Física foram realizadas as medidas

antropométricas, circunferência de cintura, dobras cutâneas tricipital e subescapular. O nível

de atividade física foi feito através da aplicação de um questionário adaptado a partir do

Questionário Internacional de Atividade Física. RESULTADOS: Foram avaliados 19

pacientes, sendo 12 do sexo feminino e 7 do sexo masculino, com idade entre e 1 e 15 anos.

Se tratando de Z-Escore/IMC meninas têm média de 4,68 e meninos de 3,92.Nenhum dos

participantes estava exercendo atividade física ao ingressar no Programa. Foi disponibilizado

aos participantes dois dias na semana de ensino de natação em parceria com a Faculdade de

Educação Física, sendo ofertado na piscina do Campus III da UFPA. CONCLUSÃO: Com a

prática da atividade física os pacientes saíram da condição de sedentarismo, observando-se

melhora nas condições respiratórias e cardíacas, que são próprias da obesidade, favorecendo a

relação entre atividade física e acompanhamento nutricional levando a perda de peso e

consequentemente a melhora da qualidade de vida do público alvo.

PALAVRAS-CHAVE: Obesidade Infantojuvenil; Atividade Física; Serviço de Saúde.

INTRODUÇÃO

A obesidade é considerada um problema de saúde pública, podendo desencadear

diversos danos à saúde. Trata-se de uma condição complexa que traz consequências clínicas,

psicológicas e sociais de grande proporção, sobrecarregando o Sistema de Saúde

(MEDONÇA et al, 2010; MARCHI-ALVES et al, 2011).

O Centro de Referência em Obesidade (CROb), do Hospital Universitário Bettina

Ferro de Souza (HUBFS), está sendo estruturando conforme a Portaria nº 424, de 19 de março

de 2013, que redefine as diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento do

sobrepeso e obesidade como linha de cuidado prioritária da Rede de Atenção à Saúde das

Pessoas com Doenças Crônicas (BRASIL, 2013).

58

Page 60: Premio jovem extensionista 2015

Na perspectiva do Sistema Único de Saúde (SUS), o CROb, como projeto piloto, se

propõe a construir os protocolos de assistência, onde no primeiro ano (2014) de projeto de

extensão foi desenvolvido o Protocolo de Assistência Nutricional, resultado de um Trabalho

de Conclusão de Curso da Faculdade de Nutrição e, no seguimento, se propõe, a construção

do Protocolo de Assistência em Educação Física.

Segundo Werneck et al (2009) “protocolos são as rotinas dos cuidados e das ações de

gestão de um determinado serviço, equipe ou departamento, elaboradas a partir do

conhecimento científico atual, respaldados em evidências científicas, por profissionais

experientes e especialistas em uma área e que servem para orientar fluxos, condutas e

procedimentos clínicos dos trabalhadores dos serviços de saúde”.

Diante do exposto, este trabalho objetiva apresentar os resultados preliminares do

protocolo de avaliação física e funcional aplicado em crianças e adolescentes durantes as

atividades de extensão no Centro de Referência em Obesidade Infantojuvenil do HUBFS.

METODOLOGIA

O trabalho foi desenvolvido com crianças e adolescentes atendidos no Hospital

Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) pelo Centro de Referência em Obesidade

Infantojuvenil (CROb), no período de Março a Agosto de 2015.

Os critérios de ingresso no Programa foram de utentes obesos do nascimento até os 18

anos de idade encaminhada por qualquer entidade do Sistema Único de Saúde da rede de

Atenção Básica do estado do Pará e do Programa Caminhar do HUBFS.

A recepção no CROb ocorreu a partir do acolhimento com a Assistente Social com

consulta subsequente, para a confirmação do cumprimento dos critérios de elegibilidade, do

Nutricionista e agendamento das consultas com o Pediatra, Endocrinologista, Psicólogo,

Fisioterapeuta, Educador Físico e demais profissionais especializados, se necessário.

Na avaliação com profissional de Educação Física foram realizadas as medidas

antropométricase circunferência de cintura, obtida com fita antropométrica flexível e

inelástica, mensurada no ponto anatômico médio entre a crista ilíaca e a última costela (WHO,

2000); medidas de dobras cutâneas tricipital (DCT) e subescapular (DCSe), com adipômetro

clínico Innovare Cescorf, com resolução de 1mm, mensuradas por avaliador treinado,

seguindo padronizações da literatura (PETROSKI, 2003). Para o cálculo do percentual de

gordura (%G), somaram-se as dobras cutâneas do tríceps e subescapular, aplicando-se a

equação adaptada em Lohman (1986).

A pesquisa de nível de atividade física foi feita através da aplicação de um

questionário adaptado a partir do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)

(MATSUDO et al, 2001), aplicado em forma de entrevista com os pais ou as próprias

crianças, quando estas tinham acima de 7 anos. Esse questionário investiga hábitos de

atividade física e comportamentos sedentários (jogos eletrônicos, uso de celular, computador

e televisão) durante a semana e aos fins de semana, além de perguntas sobre presença de

espaço físico que possibilite brincadeiras ao ar livre e incentivo dos pais para a prática de

atividade física. Foram somados os tempo em que o indivíduo pratica atividade física, para

determinação do Nível de Atividade Física (NAF), assim como somados os tempos que a

criança e adolescentes tem de comportamentos sedentários.

Os procedimentos do protocolo foram explicados aos pais e/ou responsáveis e foi

assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

59

Page 61: Premio jovem extensionista 2015

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o período citado foram avaliados 19 pacientes. O gênero feminino

predominou com 63,1%. A amostra estava entre e 1 e 15 anos de idade. A média de idade

entre as meninas é de 6,8 anos e entre os meninos de 8,5 anos. Se tratando de Z-Escore/IMC

meninas tem média de 4,68 e meninos de 3,92.

No CROb é disponibilizado aos participantes dois dias na semana de ensino de

natação em parceria com a Faculdade de Educação Física, sendo ofertado na piscina do

Campus III da UFPA.

As primeiras aulas de natação, sob supervisão de discente de Educação Física e

Nutrição e um profissional da área, têm por objetivo iniciar os fundamentos da natação,

autopercepção no ambiente líquido e respiração, em três momentos: 1° momento -

aquecimento; 2° momento - inspirar pela boca e expirar pelo nariz estático (3x15); 3°

momento - atividade 1: pernada crawl com prancha (3 voltas). Intervalo respiração (3x15);

atividade 2: pernada crawl sem auxílio de flutuadores (3 voltas). Intervalo respiração (1’);

atividade 3: braçada crawl com prancha com a cabeça n’água (3 voltas). Intervalo respiração

(1’30’’) eatividade 4: Corrida n’água: dividem-se os participantes em duas equipes para

competirem em uma corrida de 2 voltas para cada competidor. Pode-se usar qualquer tática

para a locomoção n’água. Vence o time que primeiro completar o número de voltas

determinado.

Para todas as aulas de ensino de natação existe um plano de atividades e os materiais

utilizados (pranchas, flutuadores e macarrões) são cedidos pela Unidade

Integrada ProPaz (UIPP) Guamá.

Nossa recomendação de ensino de natação atende o Comitê Consultivo do

Questionário Internacional de Atividade Física (International PhysicalA ctivity Questionnaire

- IPAQ), cujo, o padrão mínimo de atividade física deve ser: pelo menos 20 minutos por dia

de atividade física vigorosa durante 3 ou mais dias por semana ou pelo menos 30 minutos por

dia de atividade física moderada durante 5 ou mais dias por semana.

CONCLUSÃO

Com a prática da atividade física os pacientes saíram da condição de sedentarismo,

observando-se melhora nas condições respiratórias e cardíacas, que são próprias da obesidade,

favorecendo a relação entre atividade física e acompanhamento nutricional levando a perda de

peso e consequentemente a melhora da qualidade de vida do público alvo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. PORTARIA Nº 424, de 19 de março de

2013. Redefine as diretrizes para a organização da prevenção e do tratamento do sobrepeso e

obesidade como linha de cuidado prioritária da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com

Doenças Crônicas. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil. Brasília, 20

març. 2013;

INTERNATIONAL PHYSICAL ACTIVITY QUESTIONNAIRE (IPAQ). Guidelines for

data processingandanalysisoftheInternationalPhysicalActivityQuestionnaire (IPAQ) — short

and long forms. Disponível em: <http://www.ipaq.ki.se/scoring.pdf> Citado por: LIMA, D.

LOHMAN, T.G. Advances in body composition assessment. Champaign: Human Kinetics,

1992;

60

Page 62: Premio jovem extensionista 2015

MARCHI-ALVES, L. M.; YAGUI, C. M.; RODRIGUES, C. S.; MAZZO, A; RANGEL, E.

M. L.; GIRÃO, F. B. Obesidade Infantil ontem e hoje: importância da avaliação

antropométrica pelo enfermeiro. Esc Anna Nery (impr.) 2011 abr-jun; 15 (2):238-244;

MATSUDO, S.; ARAÚJO, T.; MATSUDO, V.; ANDRADE, D.; ANDRADE, E.;

OLIVEIRA, L. C.; BRAGGION, G. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ):

Estudo de validade e reprodutibilidade no Brasil. Atividade física e saúde. v. 6, n. 2, p. 5-18,

2001;

MENDONÇA, M. R. T.; SILVA, M. A. M.; RIVERA, I. R.; MOURA, A. A. Prevalência de

sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes da cidade de Maceió. Rev Assoc Med Bras

2010; 56(2): 192-6;

PETROSKI, E. L. (org.). Antropometria: técnicas e padronizações. 2ª ed. Porto Alegre:

Palotti, 2003;

WERNECK, M. A. F.; FARIA, H. P.; CAMPOS, K. F. C. Protocolos de Cuidado à saúde e

Organização do Serviço. CEABSF. Belo Horizonte: Coopmed, 2009;

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity: preventing and managing the global

epidemic. Report of a WHO consultation. World Health Organ Tech Rep Ser. v. 894, p. 1-

253, 2000;

61

Page 63: Premio jovem extensionista 2015

O IMPACTO DO PROJETO “CONTRIBUIÇÃO COM A VIGILÂNCIA

EPIDEMIOLÓGICA EM DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO PARÁ” DE

JULHO DE 2013 A JUNHO DE 2015.

Área temática: Saúde

Responsáveis pelo trabalho: Brenda de Souza Maia; Jefison da Silva Lopes; Unidade

Acadêmica: Instituto de Ciências da Saúde (ICS)

Nome dos Autores: Brenda de Souza Maia1; Jefison da Silva Lopes

2;

Resumo: O IMPACTO DO PROJETO “CONTRIBUIÇÃO COM A VIGILÂNCIA

EPIDEMIOLÓGICA EM DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO PARÁ” DE

JULHO DE 2013 A JUNHO DE 2015.

Palavras-chave: Doença de Chagas; educação em saúde; vigilância epidemiológica.

Resumo:

A doença de Chagas (DC) é classificada como uma antropozoonose causada pelo protozoário

flagelado Trypanosoma cruzi (T. cruzi), apresenta curso clínico bifásico, com uma fase aguda

por vezes não identificada, podendo evoluir para a fase crônica, a qual pode apresentar-se de

quatro formas: indeterminada, cardíaca, digestiva e cardiodigestiva. O objetivo do presente

trabalho é mostrar o impacto do projeto CONTRIBUIÇÃO COM A VIGILÂNCIA

EPIDEMIOLÓGICA EM DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO PARÁ executado no

período de Julho de 2013 a Junho de 2015. Estudo qualitativo, descritivo, que visa relatar o

impacto das ações do projeto de extensão, no seu período de execução, no qual foram

realizadas atividades educativas para informar a comunidade acerca da doença de Chagas,

agravos, formas de transmissão, e prevenção bem como aproximação de acadêmicos da área

da saúde com a temática do projeto. Através das atividades do projeto, foram orientadas mais

de 1000 pessoas através de folders e atividades lúdicas, e tais resultados foram públicos em

eventos científicos. Concluímos que a integração com a comunidade externa maior

contribuição do projeto foi à integração com os acadêmicos de diversas áreas da saúde, pois a

troca de saberes é fundamental para o fortalecimento de uma equipe que trabalha com saúde.

INTRODUÇÃO

A doença de Chagas (DC) é classificada como uma antropozoonose causada pelo

protozoário flagelado Trypanosoma cruzi (T. cruzi), apresenta curso clínico bifásico, com

uma fase aguda por vezes não identificada, podendo evoluir para a fase crônica, a qual pode

apresentar-se de quatro formas: indeterminada, cardíaca, digestiva e cardiodigestiva

(BRASIL,2009). A gravidade dos casos está relacionada à cepa infectante, à via de

62

Page 64: Premio jovem extensionista 2015

transmissão e à existência de outras patologias concomitantes (MADY C etal, 1994). Na

região Norte foi apresentado as maiores incidências da doença nos últimos 15 anos,

detectando-se surtos, sugerindo como fonte principal de infecção a ingestão de frutos

contaminados por Trypanosoma cruzi (BRASIL,2015). A extensão territorial dessa região e a

dificuldade de acesso dessa população a serviços de saúde tem sido observado com um

entrave no combate a doença, a rede básica de saúde é deficiente no atendimento do estágio

inicial da infecção sendo válido ressaltar a deficiência médica na atenção primária no que se

refere ao reconhecimento precoce da infecção e o envolvimento com a doença, bem como

deficiência da vigilância que necessita de recursos humanos para uma melhor atuação no

desenvolvimento das ações. Fatos esses que são alarmantes um vez que é crescente o número

de casos da infecção especialmente no estado Pará que é o estado líder de casos notificados de

DC no Brasil (BRASIL, 2011). Dessa Forma, o projeto CONTRIBUIÇÃO COM A

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA EM DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO PARÁ

executado no período de Julho de 2013 a Junho de 2015 realizou ações de vigilância, de

maneira informativa educando a população como realizar a prevenção bem como sensibilizar

os portadores da doença de Chagas para que se tornem vigilantes quanto às formas de

transmissão para que auxiliem a vigilância e a equipe envolvida no Programa para melhor

controle da doença. O objetivo do presente trabalho é mostrar o impacto do projeto

supracitado junto à comunidade externa e junto à comunidade acadêmica da UFPA.

MATERIAL E METODOLOGIA

Estudo qualitativo, descritivo, que visa relatar o impacto das ações do projeto de

extensão, no período de Julho de 2013 a Junho de 2015, no qual foram realizadas atividades

educativas para informar a comunidade acerca da doença de Chagas, agravos, formas de

transmissão, e prevenção bem como aproximação de acadêmicos da área da saúde com a

temática do projeto. Primeiramente, houve um planejamento das atividades que seriam

realizadas pela equipe extensionista, capacitação da equipe e elaboração de materiais

informativos sobre a doença de Chagas.

Preparação da equipe de extensionistas para auxiliar ações de assistência

multidisciplinar do Programa de doença de Chagas no Hospital Universitário João

de Barros Barreto ( HUJBB)

Antes do início de cada atendimento médico e multiprofissional do Programa de doença de

Chagas a equipe de extensão foi informada pela coordenadora do Programa/Projeto sobre o

63

Page 65: Premio jovem extensionista 2015

fluxo de atendimento dos pacientes com doença de Chagas, assim como dia e horário das

consultas. Houve treinamento para todos a respeito do protocolo clínico desenvolvido para

acompanhamento ambulatorial dos pacientes atendidos. Cada membro da equipe recebeu uma

tarefa para ser desenvolvida.

Ações de saúde direcionadas aos Pacientes do Hospital Universitário João de

Barros (HUJBB):

A equipe de extensionistas desenvolveu ações informativas de educação em saúde aos

pacientes do ambulatório de doença de Chagas do HUJBB, sendo esses indivíduos e seus

familiares informados na sala de espera sobre as formas de transmissão e prevenção da

doença de Chagas, além de serem estimulados a relatar suas experiências com relação à tal

afecção. Para aperfeiçoar o atendimento destes pacientes, foi elaborada uma carteira de

controle da doença de Chagas, com os registros de identificação do usuário, a pressão arterial,

data de exames realizados pelos portadores de doença de Chagas como Eletrocardiograma,

Ecocardiograma, Mapeamento da Pressão arterial (MAPA), Holter ,Sorologia e exame

parasitológico. Os indicadores de assistência eram registrados em planilha de Excel.

Ações educativas com crianças de Escolas Publicas do Ensino Fundamental

Foram realizada atividades em 4 Escolas Municipais de ensino fundamental, do município de

Belém, onde foi aplicado um formulário estruturado com 5 questões objetivas/subjetivas a

alunos de 4ª a 8ª séries do Ensino Fundamental com o proposito de avaliar a percepção os

desses discentes acerca da doença de Chagas e suas manifestações. Posteriormente, era

realizada uma roda de conversa com os alunos, onde eram discutidos os sintomas,

sinais,epidemiologia,forma de transmissão,conhecimento do agente transmissor da doença, ,

respeitando crenças e adequando informação a cada faixa etária. Ao final da roda de

conversa eram apresentados amostras de triatomíneos empalhados, disponibilizadas pela

Secretária Estadual de Saúde (SESPA), para a equipe de extensão, e após essas ações o

formulário era reaplicado para avaliação da aprendizagem sobre o assunto. Os resultados das

respostas eram avaliados através de pontuações de zero a 10, antes e após as rodas de

conversas.

Ações de extensão em espaços públicos de grande circulação

O grupo de extensão de doença de Chagas realizou atividades em locais públicos de grande

circulação como o Mercado do Ver-o-Peso e Praça da Republica onde os acadêmicos

entregavam folders com as informações relacionadas à doença de Chagas e orientavam

verbalmente a população sobre como agir em caso de suspeição da doença.

64

Page 66: Premio jovem extensionista 2015

Produção Cientifica

Ao longo da duração do projeto a equipe extensionista apresentou trabalhos científicos,

utilizando os resultados parciais do projeto, além da experiência dos discentes extensionistas

no atendimento ambulatorial dos pacientes com DC.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao todo foram mais de 1000 pessoas foram beneficiadas com o projeto. Antes e

durante o período de execução da extensão propriamente dita, acompanhou-se o atendimento

multiprofissional aos pacientes portadores de doença de Chagas no ambulatório do HUJBB,

onde nós, acadêmicos de medicina e enfermagem, obtivemos um maior conhecimento sobre a

doença de Chagas, seus sintomas, diagnóstico clínico e laboratorial, suas formas de

transmissão e prevenção. Esse conhecimento foi de grande relevância para a realização das

ações educativas, de forma a transmitir esse aprendizado à população. A carteira de doença de

Chagas elaborada pelos acadêmicos facilitou o atendimento dos pacientes portadores de

doença de Chagas, uma vez que ela guarda informações relevantes para o atendimento a

pacientes com a DC, tornando o atendimento a esse paciente mais completo e direcionado a

sua patologia. Essa carteira bem como outros indicadores de acompanhamento do projeto

serviram de base de dados para a realização de trabalhos científicos. Observamos grande

interesse das pessoas em conhecerem mais sobre a doença de Chagas. As ações nas escola

permitiu uma troca de informações importante entre a equipe extensionista e os alunos dessas

instituições que tinham uma média de conhecimento antes das ações educativas sobre a

temática doença de Chagas de quatro e meio (4,5) e após as ações a média subiu para oito 8.

Esta nota atribuída revela o impacto positivo das ações pois a equipe do projeto conseguiu de

alguma forma transferir conhecimentos sobre a doença de Chagas, transformando esses

alunos em novos disseminadores de conhecimentos sobre a doença de Chagas. Além de

alunos as ações do projeto em locais de grande circulação alcançou mais de 300 pessoas a fim

de compartilharem esse conhecimento com outros indivíduos do seu convívio o que serviu de

indicador subjetivo para o direcionamento das nossas atividades, alcançando, desta forma, o

nosso objetivo. Através das atividades do projeto, foram elaborados e aprovados trabalhos

científicos no II Congresso de Saúde da Amazônia e no XVII Congresso Médico Amazônico,

XVII jornada Universitária da UFPA, VII Congresso do Comitê Latino americano e Caribe de

Geriatria de Gerontologia.

Tabela 1. Indicadores de Impacto e resultados do Projeto

65

Page 67: Premio jovem extensionista 2015

Resultados do Projeto contribuição com a vigilância epidemiológica em doença de chagas no estado do Pará

Atividade local Indicador

subjetivo

Indicador

Objetivo

Total de pessoas

atendidas

Preparação dos Extensionistas para o

Projeto

HUJBB Experiência

em atendimento

ambulatorial

- 7

Ações de atendimento ambulatorial com

Pacientes do (HUJBB):

HUJBB Questionamentos

a equipe sobre

duvidas

relacionados a

DC.

200 pessoas

orientadas

entre

pacientes e

acompanhante

s

200

Ações com crianças de Escolas Publicas de

Ensino Fundamental;

-E.M.F. Celina Anglada

-E.E.F. Padre Leandro

Pinheiro

-E.E.F. Frei Daniel

-E.M.F. Avertano Rocha

Participação dos

alunos na

conversa com

perguntas.

Medição de

conhecimento

pré e pós

ação.

427 alunos nas

quatro escolas.

Ações de extensão em espaços públicos de

grande circulação;

-Ver-o-Peso

-Praça da Republica

Participação

espontânea dos

orientados na

ação

Quantidade

Folders

Distribuídos

378

Total de pessoas atendidas pelo projeto Todos supracitados Todos

supracitados

Todos

supracitados

1012

CONCLUSÃO

O projeto teve um alcance muito maior que o esperado, beneficiando mais que o dobro de

pessoas incialmente previsto, alcançou estudantes de ensino fundamental que somaram

informações importante a seu conhecimento de vida, e disseminou material informativo que

pode alcançar muitas pessoas que não entraram nessas estatísticas o que mostra um impacto

muito positivo junto a comunidade externa além de permitir a aproximação dos discentes da

área da saúde com a realidade extra acadêmica. Essas ações geraram a nós discentes uma

experiência singular que com certeza não poderia ser reproduzida em sala de aula. Não só os

números medem o impacto desse projeto, mas também a inclusão do publico alcançado num

processo de prevenção a DC bem como a valorização dos seus conhecimentos nesse processo.

Finalmente concluímos que a maior contribuição do projeto foi à integração com os

66

Page 68: Premio jovem extensionista 2015

acadêmicos de diversas áreas da saúde, pois a troca de saberes é fundamental para o

fortalecimento de uma equipe que trabalha com saúde.

REFERENCIAS BRASIL,Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde;

2009. (Série A. Normas e Manuais Técnicos).

BRASIL , Ministério da Saúde Boletim Epidemiológico, Secretaria de Vigilância em Saúde −

Volume 46 -N° 21 – 2015. DISPONIVEL EM:

http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/agosto/03/2014-020..pdf acessado em: 07 de

Setembro de 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Aspectos epidemiológicos: casos

de doença de chagas aguda de 2000 a 2010. Brasil: MS/SVS, 2011.

MADY C, Cardoso RHA, Barretto ACP, Luz PL, Bellotti G, Pileggi F. Survival and predictors of

survival in patients with congestive heart failure due to Chagas cardiomyopathy. Circulation.

1994 Dec;90(6):3098-102.

67

Page 69: Premio jovem extensionista 2015

AVALIAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES E CAPACITAÇÃO DOS DOCENTES DA

EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL INICIAL DE ESCOLAS

MUNICIPAIS E ESTADUAIS DE BELÉM/PA SOBRE TRAUMATISMO DENTAL

Área Temática: Saúde

Responsável pelo trabalho: Giza Hellen Nonato Miranda

Unidade Acadêmica: Instituto de Ciências Biológicas

Autores: Giza Hellen Nonato Miranda; Márcio Vitor de Carvalho Rodrigues

Resumo:

Tendo em vista a alta prevalência de acidentes envolvendo traumatismo dentário durante

a infância, e que boa parte desses acidentes acontecem dentro do ambiente escolar, torna-se

fundamental investigar o nível de instrução dos docentes que atuam na educação infantil -

profissionais que lidam diariamente com crianças e que estão propensos a vivenciar uma

situação de trauma dental no cotidiano. Sendo assim, esse projeto propôs avaliar as

representações dos docentes que atuam na Educação Infantil e nas séries inicias do Ensino

Fundamental (1º ao 5º ano) da rede de escolas estaduais e municipais no município de Belém

sobre traumatismos dentários, bem como mapear as ações praticadas por esses educadores na

ocorrência dos referidos traumas. Foram distribuídos aos professores questionários contendo

16 questões fechadas, e após a coleta os dados foram tabulados e submetidos aos testes

estatísticos Qui-quadrado e Regressão de Poisson. Os resultados demonstraram que os

professores presenciam casos de traumatismo dental desde o início da carreira docente, e têm

por atitude imediata hemostasia e a indicação de procura do cirurgião-dentista para o dia

seguinte; o treinamento de primeiros socorros na amostra estudada foi adquirido entre os 40-49

anos de idade, entretanto o treinamento recebido pelos professores foi insuficiente, uma vez

que desconheciam a conduta perante o traumatismo; além disso, a maioria afirma que não se

sente preparada para atender emergencialmente o aluno vítima de traumatismo, evidenciando a

importânica de investir na capacitação desses profissionais, com recursos didáticos que

disponibilizem orientações pertinentes em casos de trauma dental, objetivo alcançado pelo

projeto.

Palavras-chave: Saúde bucal; Traumatismo dentário; Professores.

Introdução

A infância é o período que pode ser considerado o mais importante para o futuro da

saúde bucal do indivíduo. Na infância, as noções e os hábitos de cuidados com a saúde devem

começar a se formar de uma maneira tal que dificilmente deixarão de ser praticados, permitindo

assim que as ações educativas a serem implementadas futuramente se concretizem no reforço

de rotinas já estabelecidas e praticadas. Contudo, para que haja o reforço de tais hábitos, eles

deverão ser, primeiramente, criados no seio familiar ou durante o período de permanência da

criança na escola (SÁ, 2009).

Deste modo, este assunto foi incluído nos Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN), dentro dos temas transversais, com o intuito de despertar e nortear os professores dos

cursos básicos nesta questão (GARCIA, 2006). Além disso, o artigo 7o da Lei 5.692/71 de 11

68

Page 70: Premio jovem extensionista 2015

de agosto de 1971 preconiza que a educação em saúde bucal faz parte do currículo escolar

obrigatório das escolas brasileiras, onde o principal objetivo é conscientizar da importância e

incentivar a prática da higiene bucal. Contudo, tal realidade onírica não é observada no interior

das escolas (GRENVILLE-GARCIA, 2007).

As instituições escolares detêm uma parcela considerável da responsabilidade sobre a

integridade física dos estudantes, segundo (DINIZ apud OLIVEIRA et al 1993), "a

responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa a reparar o dano

moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesmo praticado, por pessoa

por quem responde, por alguma coisa a ela pertence ou de simples imposição legal”.

Sendo assim, o profissional docente é responsável por todos os atos e consequências

praticados pelos seus alunos durante o tempo em que estes estiverem sob sua orientação.

(GRANVILLE-GARCIA, 2007).

Uma das mais sérias emergências dos consultórios odontológicos são os frequentes

traumas dentais, os quais podem ocorrer em atividades cotidianas, acidentes, principalmente

entre crianças e adolescentes (SILVA, MB et al, 2009).

Segundo ANDREASEN et al (2001), merece uma atenção especial os dentes em

desenvolvimento, pois quando traumatizados, sofrem influência em seu crescimento e

maturação, podendo ter como consequências deformidades permanentes, tais como: sequestro

dos germes dos dentes permanentes, distúrbios na erupção, mancha branca ou amarelo-

amarronzada do esmalte, hipoplasia circular do esmalte, dilaceração coronária, entre outros.

Sendo assim, investigar traumatismos dentais e buscar intervir no ambiente escolar

se faz necessária, tendo como uma importante estratégia orientar professores da Educação

Básica visando a conscientização destes, sobre as condutas preventivas e emergenciais do

traumatismo e de suas possíveis sequelas.

Uma das melhores maneiras de prevenir as sequelas supracitadas é a disseminação

de conhecimentos por meio de orientação daqueles que são diretamente responsáveis pelas

crianças: os docentes.

Os cirurgiões-dentistas atribuem o sucesso do prognóstico do paciente acidentado

à rapidez com que estes são imediatamente socorridos, enfatizando, em casos de avulsões

dentais, o correto manejo do órgão.

Quanto menor o tempo entre os primeiros socorros até o encaminhamento ao

cirurgião-dentista, melhor se torna o prognóstico do paciente, por isso a importância da rapidez

com que os professores devem realizar os procedimentos (ANDREASEN et al, 2001).

Desta forma, evidencia-se a necessidade de avaliar as percepções que os professores

da educação infantil e do ensino fundamental inicial das escolas municipais e estaduais de

Belém têm em relação ao tema escolhido, com a finalidade de analisar as representações e

auxiliar na concretização do saber científico sobre as prevenções dos traumatismos dentais,

assim como o tratamento emergencial adequado no momento do trauma, por meio de

informações de primeiros-socorros e de manuseio do dente avulsionado. Isto irá embasar e

facilitar uma educação continuada a estes que são atores fundamentais no processo de educação

e promoção de saúde.

69

Page 71: Premio jovem extensionista 2015

Metodologia

O público-alvo do projeto constituiu-se de professores da Educação Infantil e séries

iniciais do Ensino Fundamental dos turnos matutino e vespertino da rede de escolas estaduais

e municipais do município de Belém, definidos por cálculo amostral.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do

Instituto de Ciências da Saúde e aprovado com o parecer de número 855.156.

Para a consecução do perfil dos professores da Educação Infantil e séries iniciais

do Ensino Fundamental quanto às atitudes perante traumatismos dentários foram aplicados

questionários compostos por 16 questões fechadas (objetivas), que foram entregues

pessoalmente pela equipe técnica do projeto para cada docente durante o seu turno de trabalho

juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

O nível de conhecimento dos professores foi avaliado, inicialmente, por meio da

distribuição da frequência relativa, para um diagnóstico prévio do grupo estudado. Por fim, os

dados foram submetidos à análise e tratamento estatístico com os testes Qui-quadrado e

Regressão de Poisson.

Com base na análise dos resultados, foi possível desenvolver materiais didáticos

para contribuir na formação dos profissionais investigados, a partir do diagnóstico feito pelo

estudo sobre o nível de instrução dos mesmos em relação ao tema “traumatismo dentário”.

Resultados e Discussões

A partir da análise dos testes estatísticos é possível constatar que os professores

presenciam casos de traumatismo dental desde o início da carreira docente, e que há diferença

na conduta emergencial dos que já presenciaram casos de avulsão de um dente anterior com

sangramento durante a atividade profissional em relação aos que não possuem esse tipo de

experiência, sendo que os primeiros optam por procurar o fragmento dental avulsionado, e os

últimos têm por atitude imediata frente à situação do trauma, hemostasia e indicação à procura

do cirurgião-dentista para o dia seguinte.

O treinamento de primeiros socorros, ideal para capacitar adequadamente os

profissionais em relação a esse tema, na amostra estudada, foi adquirido entre os 40-49 anos de

idade, entretanto o treinamento recebido pelos professores foi insuficiente, uma vez que

desconheciam a conduta perante o traumatismo, o que pode ser observado no percentual de

77.8% correspondente aos professores que receberam o treinamento, mas não tentariam o

reencaixe do elemento dentário no seu respectivo alvéolo.

Quando interrogados ainda se julgavam-se aptos a proceder adequadamente diante de

uma eventual situação de trauma, os professores afirmaram, em sua maioria, que não se sentem

preparados para atender emergencialmente o aluno vítima de traumatismo, evidenciando a

necessidade de acessibilizar informações relativas ao gerenciamento adequado em casos que

envolvam trauma dentário, por meio da capacitação desses profissionais, de modo que possam

adotar uma conduta favorável ao prognóstico do caso.

70

Page 72: Premio jovem extensionista 2015

Tabela 1. Comparação (Teste do Qui-Quadrado) entre variáveis dependentes (“Presenciou caso

de trauma”, “Recebeu treinamento de primeiros socorros” e “Sente-se preparado a socorrer um

aluno pós-evento de trauma dental”) e variáveis independentes.

Tabela 2. Análise univariada (Regressão de Poisson) para associação entre as varáveis

dependentes (“Presenciou caso de trauma”, “Recebeu treinamento de primeiros socorros” e

“Sente-se preparado a socorrer um aluno pós-evento de trauma dental”) e variáveis

independentes.

71

Page 73: Premio jovem extensionista 2015

Conclusão

As condutas desenvolvidas pelos docentes no decorrer da atividade profissional sobre o

tema “traumatismo dentário” revelaram pouca aptidão e conhecimento por parte dos

profissionais em relação ao manejo emergencial apropriado, denotando a relevância de investir

na capacitação dos mesmos, com recursos didáticos que disponibilizem orientações pertinentes

em casos de trauma dental.

Sendo assim, materiais educativos foram desenvolvidos em formato de cartilha para a

distribuição nas escolas, contendo tópicos que abordam: epidemiologia, conceito, classificações

e consequências do traumatismo e noções de primeiros socorros; de modo a contribuir para o

melhor esclarecimento do público alvo, tornando o projeto um fator que irá somar para a

construção do conhecimento dos profissionais estudados, além de proporcionar a extensão

universitária articulada ao ensino e à prática.

Referências

1. SÁ, L. O.; VASCONCELOS, M. M. V. B. A importância da educação em saúde bucal nas

escolas de Ensino Fundamental – revisão de literatura. Odontologia Clín-Científica, Recife,

9(4) 299-303, out/dez, 2009.

2. GARCIA, P. P. N. S.; CAMPOS, J. A. D. B.; OLIVEIRA, A. C. B. M.; SANTOS, P. A.

Conhecimentos de saúde bucal de professores do Ensino Fundamental. Saluvista, Bauru,

v. 26, n. 2, p. 39-50, 2006.

72

Page 74: Premio jovem extensionista 2015

3. GRENVILLE-GARCIA, A. F.; LIMA, E. M.; SANTOS, P. G.; MENEZES, V. A.

Conhecimentos dos professores do Ensino Fundamental de saúde bucal. RGO, Porto Alegre,

v. 55, n. 1, p. 29-34, jan/mar, 2007.

4. OLIVEIRA, J. J. B.; SOUZA, P. G. B.; OLIVEIRA, F. B.; MOURA, S. A. B. Conhecimentos

e práticas de professores do Ensino Fundamental sobre saúde bucal. Int. J. Dent., Recife, 9(1):

27-29, jan/mar, 2010.

73

Page 75: Premio jovem extensionista 2015

ACOMPANHAMENTO DA EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES COM

ARTRITE REUMATOIDE FAZENDO USO DE DROGAS MODIFICADORAS DO

CURSO DA DOENÇA (DMCD) ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE

REUMATOLOGIA DA FUNDAÇÃO SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DO PARÁ

Saúde

Iasmin Maia Soares de Araújo

Universidade Federal do Pará (UFPA)

1-Iasmin Maia Soares de Araújo; 2-Ruylson dos Santos Oliveira.

RESUMO

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória sistêmica caracterizada pelo

comprometimento da membrana sinovial das articulações periféricas. O tratamento da AR

inclui educação do paciente e família, medicamentos, fisioterapia, apoio psicossocial, terapia

ocupacional e cirurgias. As terapias medicamentosas incluem uso de anti-inflamatórios não-

hormonais (AINH), corticoides, drogas modificadoras do curso da doença (DMCD) e drogas

imunossupressoras.É necessário o acompanhamento regular desses pacientes, com a avaliação

da qualidade de vida como parâmetro importante de eficácia do tratamento. O presente

projeto se baseia em avaliações (a cada 3 meses) de pacientes portadores de AR em uso de

DMCDs. São realizadas atividades de educação em saúde em forma de palestras visando

discentes e médicos residentes, com supervisão da médica responsável pelo programa, sobre a

AR e o tratamento com DMCDs. Essas atividades são adaptadas para pacientes e familiares,

com o objetivo de conscientizá-los sobre aspectos da doença. Foram atendidos 12 pacientes

no ambulatório de Reumatologia da FSCMPA. Destes 75% eram mulheres e 25% homens,

41,6% possuem idade entre 31 e 50 anos e 58,4% entre 50 e 70 anos. As comorbidades

associadas são: hipertensão arterial (66,6%), diabetes (25%), cardiopatias (8,3%),

pneumopatias (8,3%), endocrinopatias (8,3%) e nenhuma (16,7%). Os biológicos em uso são:

Adalimumabe (25%), Etanercept( 58,4%) e Infliximabe (16,6%). O projeto ainda está em

andamento, é preciso uma amostra maior para delimitarmos um padrão, entretanto pode-se

perceber que mulheres são mais atingidas e pessoas com maior idade o que leva além de

diminuição da qualidade de vida menor expectativa de vida saudável.

74

Page 76: Premio jovem extensionista 2015

Palavras-chaves: Artrite Reumatóide; Qualidade de vida; DMCDs

INTRODUÇÃO

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune inflamatória sistêmica

caracterizada pelo comprometimento da membrana sinovial das articulações periféricas. 1 A

prevalência da AR é estimada em 0,5%–1% da população.2,3

A característica principal da AR

é o acometimento simétrico das pequenas e das grandes articulações, com maior frequência de

envolvimento das mãos e dos pés. O caráter crônico e destrutivo da doença pode levar a

importante limitação funcional, com perda de capacidade laboral e de qualidade de vida.4

O tratamento da AR inclui educação do paciente e de sua família, terapia

medicamentosa, fisioterapia, apoio psicossocial, terapia ocupacional e abordagens

cirúrgicas.1A primeira linha de tratamento da AR inclui AINH, corticosteroides e DMCD.

6A

terapia imunobiológica na AR está indicada para os pacientes que persistem com atividade da

doença moderada a alta.1

Estes agem como imunossupressores. Até o momento existem oito

medicamentos biológicos com registro no Brasil para tratamento da AR : abatacepte,

adalimumabe, certolizumabe pegol, etanercepte, golimumabe, infliximabe, rituximabe e

tocilizumabe. Destes, três (etanercepte, infliximabe e adalimumabe) são atualmente

disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).5

Na doença inicial em pacientes que tenham doença ativa com até um ano de sintomas,

recomenda-se o acompanhamento intensivo com visitas mensais e progressão medicamentosa

rápida. Em cada visita deve-se avaliar a eficácia e a segurança da intervenção terapêutica,

considerando as comorbidades do paciente e visando remissão ou menor atividade da doença

possível, assim como melhora funcional e da qualidade de vida. Em pacientes com doença

estabelecida, e especialmente naqueles com doença controlada, as visitas podem ser realizadas

a cada três meses.8,9

Estratégias terapêuticas com base em metas específicas produzem

melhores desfechos clínicos e capacidade funcional, além de menor dano estrutural

radiológico, em comparação com tratamentos convencionais.7

O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para o

controle da doença e para prevenção de possíveis incapacidades funcionais ou até mesmo

lesões articulares irreversíveis. Nesse sentido, se torna necessária o acompanhamento regular

desses pacientes, com a avaliação da qualidade de vida como parâmetro importante de

75

Page 77: Premio jovem extensionista 2015

eficácia do tratamento. A FSCMPA por ser considerada local de referência no atendimento

em reumatologia e onde ocorrem as práticas de estudantes de graduação dentro do Projeto

Pedagógico da Faculdade de Medicina da UFPA, se torna um ambiente propício para a

execução deste projeto.

MATERIAL E METODOLOGIA

O presente projeto se baseia em avaliações periódicas (a cada 3 meses) de pacientes

portadores de AR em uso de DMCDs no plano terapêutico. A avaliação é baseada no

acompanhamento de cada paciente através de exames laboratoriais e de imagem, além de

exame físico geral e das articulações e história clínica.

São realizadas atividades de educação em saúde em forma de palestras visando

discentes e médicos residentes, com supervisão do médico ou de outros responsáveis pelo

programa, sobre a AR e o tratamento com DMCDs. Essas atividades são adaptadas para os

pacientes e seus familiares, com o objetivo de conscientizá-los sobre aspectos da doença

(sinais e sintomas, progressão, controle, melhora da qualidade de vida, hábitos recomendados

para melhoria funcional entre outros). Essas palestras são oferecidas na sala de espera do

Ambulatório de Reumatologia da FSCMPA. A frequência das palestras na FSCMPA é

mensal. Foi produzido material em power point para ser passado para os alunos da graduação

de Medicina da Universidade Federal do Pará com fotos ilustrativas sobre os temas das

discussões dos casos clínicos dos pacientes atendidos.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram atendidos 12 pacientes no ambulatório de Reumatologia da FSCMPA.Destes

75% eram mulheres e 25% homens,41,6% possuem idade entre 31 e 50 anos e 58,4% entre 50

e 70 anos.As comorbidades associadas são: hipertensão arterial (66,6%), diabetes (25%),

cardiopatias (8,3%), pneumopatias (8,3%), endocrinopatias (8,3%) e nenhuma (16,7%). Os

biológicos em uso são: Adalimumabe (25%), Etanercept (58,4%) e Infliximabe (16,6%).

Segundo a atualização do Consenso Brasileiro no Diagnóstico e Tratamento da Artrite

Reumatoide,a doença afeta mulheres duas a três vezes mais do que homens e sua prevalência

aumenta com a idade o que concorda com os dados da amostra coletada.10

Durante anos, a AR

foi considerada uma doença de caráter benigno, porém estudos mais recentes mostraram que,

devido a seus efeitos deletérios sobre a mobilidade física e a capacidade funcional, assim

como a persistência do processo inflamatório (aterosclerose acelerada), pacientes com AR

76

Page 78: Premio jovem extensionista 2015

têm sua expectativa de vida significativamente diminuída quando em comparação com a

população em geral 11,12

o que também justifica a alta porcentagem de hipertensão arterial e

cardiopatias nos pacientes analisados no estudo.

Segundo o artigo "Artrite reumatóide: uma visão atual" além da terapia

medicamentosa, também são adotadas medidas como educação do paciente e terapias psico-

ocupacionais no tratamento dos pacientes com a doença 13

e é o que se propõe no presente

trabalho:o acompanhamento e a educação em saúde,conscientizando o paciente sobre sua

condição assim melhorando seu entendimento e capacidade de auto-cuidado.

CONCLUSÃO

A relação entre médico, paciente e respectiva família deve ser diariamente cultivada

no ambulatório. O projeto possui o intuito de melhorar esta relação,promovendo a

conscientização dos usuários do ambulatório além de agregar conhecimento à médicos e

alunos por meio de discussão de casos e rodas de conversa.Verifica-se a necessidade da

construção constante deste saber a partir das estatísticas levantadas,onde existe uma amostra

vulnerável o que justifica a importância do projeto.

REFERÊNCIAS

1- Consenso 2012 da Sociedade Brasileira de Reumatologia para o tratamento da artrite

reumatoide. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbr/v52n2/v52n2a02.pdf. Acesso em: 27

de jan. de 2015.

2- Alamanos Y, Voulgari PV, Drosos AA. Incidence and prevalence of rheumatoid arthritis,

based on the 1987 American College of Rheumatology criteria: a systematic review. Semin

Arthritis Rheum 2006; 36(3):182–8.

3- Marques-Neto JF, Goncalves ET, Langen LFOB, Cunha MFL, Radominski S, Oliveira SM

et al. Multicentric study of the prevalence of adult rheumatoid arthritis in Brazilian population

samples. Rev Bras Reumatol 1993; 33:169–73.

4- Verstappen SM, van Albada-Kuipers GA, Bijlsma JW, Blaauw AA,Schenk Y, Haanen HC

et al. A good response to early DMARD treatment of patients with rheumatoid arthritis in the

fi rst year predicts remission during follow up. Ann Rheum Dis 2005; 64(1):38–43.

77

Page 79: Premio jovem extensionista 2015

5- ANVISA. Medicamentos Biológicos para o Tratamento da Artrite Reumatóide. Boletim

Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde. Ano Vi, nº 19. 2012. Disponível em:

<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/ce6dd08044ae53989625b66b0d9f14d3/Medica

mentos+Biol%C3%B3gicos.pdf?MOD=AJPERES>. Aceso em: 07 de fev. de 2015.

6- Devine EB, Alfonso-Cristancho R, Sullivan SD. Effectiveness of biologic therapies for

rheumatoid arthritis: an indirect comparisons approach. Pharmacotherapy 2011;31(1):39-51.

7- Knevel R, Schoels M, Huizinga TW, Aletaha D, Burmester GR, Combe B et al. Current

evidence for a strategic approach to the management of rheumatoid arthritis with disease-

modifying antirheumatic drugs: a systematic literature review informing the EULAR

recommendations for the management of rheumatoid arthritis. Ann Rheum Dis 2010;

69(6):987–94.

8- Grigor C, Capell H, Stirling A, McMahon AD, Lock P, Vallance R et al. Effect of a

treatment strategy of tight control for rheumatoid arthritis (the TICORA study): a single-blind

randomised controlled trial. Lancet 2004; 364(9430):263–9.

9- Deighton C, OMahony R, Tosh J, Turner C, Rudolf M. Guideline Development Group.

Management of rheumatoid arthritis: summary of NICE guidance. BMJ 2009;

10- Bértolo, M. B. et al. Atualização do Consenso Brasileiro no Diagnóstico e Tratamento da

Artrite Reumatoide.Grupo editorial Moreira Júnior, pág. 6 à 14.

11- Shinomiya , F. et al. Life expectancies of Japanese patients with rheumatoid arthritis: a

review of deaths over a 20-year period. Mod Rheumatol, v. 18, n. 2, p. 165-9, 2008.

12- UHLIG, T. et al. Rheumatoid arthritis is milder in the new millennium: health status in

RA patients 1994-2004. Ann Rheum Dis, v. 67, n. 12, p. 1710-5, 2008.

13- Goeldner, I et al .Artrite reumatoide: uma visão atual. J Bras Patol Med Lab , v. 47, n. 5,

p. 495-503,outubro 2011.

78

Page 80: Premio jovem extensionista 2015

DOCUMENTÁRIOS BIOGRÁFICOS DA AMAZÔNIA

Área Temática: Comunicação

Responsáveis pelo trabalho: Célia Trindade AMORIM (coordenadora); Luciana VASCONCELOS

(bolsista); Milene SOUSA (bolsista).

Unidade Acadêmica:

Nome dos Autores: SOUSA1, Milene;

Resumo: O projeto Documentários Biográficos da Amazônia é um projeto de extensão que busca

ampliar o conhecimento para a comunidade sobre a diversidade cultural e histórica do homem da

região. Para tanto trabalha com a privilegiada linguagem audiovisual, que ao aliar texto, som e

imagem em movimento, permite atingir um público amplo, tanto de pessoas letradas quanto aquelas

que não dominam totalmente a linguagem escrita. Ao focar em documentários biográficos de sujeitos

da Amazônia, o projeto se estrutura por categorias: Acadêmicos, Atores Sociais, Cultura, In

memoriam, Política, Meio Ambiente e Tradição. O propósito é conhecer e registrar as experiências de

vida das pessoas que desenvolveram e desenvolvem importantes ações individuais/coletivas na

Amazônia; e entender através de diferentes visões, os múltiplos contextos presentes na região. Com

esse objetivo, o projeto trabalhou ativamente em 2015 em referenciais teóricos sobre o tema para

estimular e refletir a sua prática audiovisual. Como resultado foram produzidos documentários de

importantes atores sociais locais que mostram a Amazônia contada e descrita por quem constrói a

história da região. Os documentários, quando do seu lançamento, contaram com uma campanha de

divulgação nas redes sociais para incentivar o público a assistir a produção.

Palavras-chave: cultura; amazônia; documentário

INTRODUÇÃO

Inúmeras são as pesquisas acadêmicas realizadas sobre a Amazônia para aprofundar os estudos

acerca de seus contextos, períodos históricos, habitantes, valores culturais, entre tantos outros

elementos que a constituem. Pesquisas que em muitos casos buscam trazer para a comunidade, não

apenas regional, mas também brasileira e mundial, uma visão diversificada da imagem estereotipada e

massificada que foi imposta sobre a região no decorrer de sua história.

Apresentar a história da Amazônia e de quem a compõe por meio de documentários audiovisual

significa contribuir com a construção de uma memória da região para novas gerações. A linguagem

utilizada une imagem, texto e som, formando um novo registro. Assim, o esforço é no sentido de

1 Estudante de Graduação 5º. semestre do Curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, da UFPA. Email: [email protected]. Integrante do Grupo de Pesquisa Documentários Biográficos da Amazônia.

79

Page 81: Premio jovem extensionista 2015

captar uma Amazônia, múltipla em inúmeros segmentos sócio-culturais, com “visões paradoxais, sem

dúvida, mas nem por isso opostas e excludentes [...] não é o território do “ou” que exclui, mas do “e”

que conecta e superpõe” (MEDEIROS, 2013, p. 1). Portanto, revelar esse universo é essencial para

conhecer, ouvir e ver a Amazônia de um modo diferenciado.

O projeto Documentários Biográficos da Amazônia se nutre dessa importância ao produzir

documentários, produto audiovisual e ramo cinematográfico que “deixa-se atravessar pelo real [...], é

um cinema ‘engajado no mundo’, por assim dizer” (LIMA, 2006, p. 7-8). Possui a realidade como

base, buscando-a ao máximo através do que é produzido: O documentário, enquanto gênero, é produzido com objetivos bem claros de evidenciar recortes da realidade. Partindo de um fato, procura mapear outros fatos correlacionados, acontecimentos interligados, causas e consequências. Traz consigo o tom de explicação, apresenta imagens e depoimentos que comprovam o que é dito e também funcionam como registro, como mecanismo de resgate da memória humana. (MELO et al, 2001, p. 8).

Esse resgate da memória toma outra proporção coma relação que o documentário passa a exercer

com a biografia, que por sua vez é vista como história de vida de uma pessoa ou personagem, contada

através de narração oral, escrita ou visual, que utiliza o passado, lembranças e – assim como o

documentário – memórias para a sua produção, e claro, o que ocorre atualmente. Segundo Tavares: Surgida na Antiguidade, ainda como registro de vidas e sob a lógica do discurso moral da necessidade de se aprender as virtudes, a biografia oferece a ilusão do acesso ao passado, algo que o documentário biográfico tem assumido como ponto de partida, mesmo quando esse passado é muito próximo e o biografado não só está vivo como é fonte essencial do projeto. (TAVARES, 2013, p. 8).

Desta forma, o documentário biográfico exerce um papel fundamental para conhecer e explorar,

sob diferentes experiências, o ambiente em que cada fase da vida estava inserida, considerando “que o

mergulho na vida que será relatada aciona plausibilidades públicas” (TAVARES, 2013, p. 5), já que

para lembrar-se de sua história, cada biografado possivelmente tomará algum ponto de referência,

como governo, tempo, local, política, trabalho, entre outros assuntos referentes ao passado, e que são

elementos de uma biografia. O mesmo ocorre - principalmente - com documentário biográfico in

memoriam2. São documentários feitos sobre pessoas já falecidas e que marcaram seus nomes na

Amazônia. Tal documentário será produzido com pessoas íntimas ou mais ligadas no que for possível

a quem for biografado, e que precisam trabalhar totalmente com lembranças.

O documentário biográfico surge como um meio essencial para conhecer as particularidades da

sociedade, seja através de personagens ou desconhecidos, a partir da singularidade de cada um,

estando ele vivo ou não. Trazendo relatos sobre o passado e também sobre o presente, o documentário

biográfico evidencia contrastes e transformações pelo qual cada biografado experenciou em seu meio

social, e obviamente, as mudanças que ocorreram na sociedade no qual o mesmo estava e/ou está

inserido.

2 Expressão em latim que significa "em memória" ou "em lembrança".

80

Page 82: Premio jovem extensionista 2015

Muitos são os sujeitos de diversas áreas e assuntos da Amazônia com os quais este projeto procura

trabalhar, uma forma de ver através de cada história os diversos cotidianos amazônicos. “Ora, a

biografia é um gênero que, em sua travessia, margeou as reviravoltas da história e se tornou ‘... com o

passar do tempo, um discurso de autenticidade, remetendo à intenção de verdade por parte do

biógrafo’ (Dosse, 2009: 12)” (TAVARES, 2013, p. 5). É com essa ideia que o projeto, através de suas

produções, buscará responder a pergunta: Quem é o homem ou a mulher amazônido(a)? Onde se

encontram esses homens e mulheres da região? O que eles fazem? O que eles consomem? Qual é a

relação deles com a Amazônia?

A intenção não é apenas encontrar todas as respostas, mas formular mais questionamentos sobre a

Amazônia, que com a sua enorme variedade, ainda tem muito a ser descoberto.

MATERIAL E METODOLOGIA O projeto trabalha com pesquisa bibliográfica para subsidiar a prática de se fazer documentário e

também produzir este relatório. Neste semestre foram estudados artigos e resenhas de autores importantes

na área: Escrevendo um documentário – Barry Hampe (2008); A viagem das ideias – Renan Freitas Pinto

(2005); Entre o banal e o singular: os falares da vida social no documentário – Cristiane da Silveira

Lima (2006); Memória e Identidade Social – Michael Pollak (1992); Memória, Esquecimento, Silêncio –

Michael Pollak (1989); O que é documentário? – Fernão Pessoa Ramos (2001); Subjetividades

Transbordantes: apontamentos sobre o documentário biográfico, memória e história. – Denise Tavares

(2013)

Após se efetivar leituras e reuniões, a coordenadora e bolsistas do projeto elaboraram um roteiro de

pessoas por temáticas. No total, foram criadas sete temáticas: Acadêmicos, Atores Sociais, Cultura, In

memoriam, Política, Meio Ambiente e Tradição. Tais temáticas são consideradas as mais relevantes

diante do que foi estudado e pesquisado.

A partir disso, nomes foram pesquisados, listados e separados por temáticas. Cerca de 40 nomes

foram listados. Para cada um é elaborado um perfil com informações preliminares, com dados pessoais,

notícias, links, contatos, sugestão de perguntas e sugestão de imagens. Assim, é definido um calendário

para que as entrevistas e gravações sejam realizadas, além da solicitação pessoal para compor o

documentário, como fotos, vídeos e sugestão de trilhas sonoras. Feito isso, o material produzido é

encaminhado para o trabalho de edição.

Os vídeos são produzidos através de câmeras de TV profissionais, com auxílio de tripés,

equipamentos de iluminação, microfones sorvete e de lapela. As fotografias e imagens de apoio são

produzidas com câmeras EOS Canon 6D e Nikon 5100, e também são procuradas na internet, em alguns

casos, sob indicação do próprio entrevistado. Toda produção e pesquisa de imagens e sons são realizadas

com o apoio dos técnicos de filmagem, Marcelo Ribeiro e Fernando Marques.

81

Page 83: Premio jovem extensionista 2015

É importante ressaltar que as reuniões realizadas com a coordenadora do projeto, Prof.ª Dr.ª Célia

Trindade Amorim; e com a coordenadora do Academia Amazônia, Pro.fª Dr.ª Alda Cristina Costa, são

fundamentais para a construção do projeto como um todo. A partir desses encontros, são realizadas

discussões sobre o assunto e tema proposto para a produção e edição dos documentários.

RESULTADOS E DISCUSSÕES Está em fase de finalização de produção (captação de imagem) o documentário do jornalista Lúcio

Flávio Pinto, um dos mais conhecidos na área do jornalismo paraense, principalmente no que tange à

comunicação alternativa. Trabalhou nos jornais A Província do Pará, Correio da Manhã (São Paulo),

Diário de São Paulo, Diário da Noite, Veja, IstoÉ, Jornal da República, Jornal da Tarde e O Estado de

São Paulo. Consolidou carreira como repórter de 1971 a 1988. Ao mesmo tempo trabalhou na imprensa

alternativa, nos jornais Opinião, Movimento, Ex e Versus. No Pará, Lúcio Flávio trabalhou no jornal O

Liberal, de onde saiu para produzir o Jornal Pessoal, um dos maiores marcos de sua carreira, informativo

alternativo publicado em 1987, mantido até hoje.

Além disso, no período descrito neste relatório, o projeto realizou gravações uma das mais antigas

vendedoras de tucupi em Belém do Pará, Dona Eliete. Empregada doméstica em uma casa de família

desde os 14 anos, aos 16 passou trabalhar com dona 'Mindoca' vendendo o tucupi. Foi com ela que

aprendeu os primeiros segredos do preparo da bebida. Atualmente realiza suas vendas na ‘Feira da 25’,

localizada na avenida Rômulo Maiorana, em Belém. Produz o tucupi em uma fábrica em sua própria casa.

O documentário de Dona Eliete quanto o de Lúcio Flávio estão em processo de produção, com

aprofundamento de pesquisas e captação de imagens, assim como o documentários do radialista Carlos

Estácio, a ser lançando no dia 7 de novembro de 2015.

Em 3 de junho de 2013, o projeto publicou o documentário sobre Camillo Vianna. Professor, médico

e ambientalista, possui um histórico de luta pela preservação da biodiversidade amazônica, além da

melhoria da educação e saúde da região. O vídeo3 pode ser visto na conta do Academia Amazônia no

Youtube.

De 28 a 30 de maio de 2015, ocorreu em Manaus – AM, o XIV Intercom Norte, onde a coordenadora

Prof.ª Dr.ª Célia Trindade Amorim, e as bolsistas Luciana Vasconcelos e Milene Sousa, apresentaram o

artigo “Documentários Biográficos da Amazônia”4. O trabalho também foi escrito pela Prof.ª Dr.ª Alda

Cristina Costa. O artigo abordou o projeto, seus objetivos e a importância de sua prática para a Amazônia.

Foi apresentado na divisão temática “Comunicação Audiovisual”.

3 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=MMmVGuw72tg. Acesso em: 11 de agosto de 2015. 4 Disponível em: http://www.portalintercom.org.br/anais/norte2015/resumos/R44-0984-1.pdf. Acesso em: 13 de agosto de 2015.

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Page 84: Premio jovem extensionista 2015

Artigo: Documentários Biográficos da Amazônia. Intercom Norte 2015.

CONCLUSÃO

O Documentários Biográficos da Amazônia segue com seus estudos e pesquisas, buscando cumprir

seus objetivos, e prioritariamente, aumentar os conhecimentos acadêmicos e compartilhá-los com a

comunidade amazônica.

Através de cada biografia, o propósito é resgatar, conhecer e registrar as experiências de vida destas

pessoas que desenvolveram e desenvolvem ações coletivas na Amazônia; e entender através de diferentes

visões, os diversos contextos presentes na região. Um importante registro produzido na área acadêmica e

comunitária, realizado através da voz, imagem e história de quem constrói a Amazônia em todos os seus

aspectos.

REFERÊNCIAS HAMPE, Barry. Escrevendo um Documentário. Rio Claro: 2008.

LIMA, Cristiane da Silveira. Entre o banal e o singular: os falares da vida social no documentário. Universidade Federal de Minas Gerais: 2006.

PINTO, Renan Freitas. A viagem das ideias. Estudos Avançados. 2005.

POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 5, n. 10, 1992, p. 200-212.

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento e Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989, p. 3-15.

RAMOS, Fernão Pessoa. O que é documentário?. Estudos de Cinema SOCINE 2000, Porto Alegre, Editora

Sulina, 2001, pp. 192/207.

TAVARES, Denise. Subjetividades Transbordantes: apontamentos sobre o documentário biográfico,

memória e história. Doc On-line, n. 15, dezembro 2013, www.doc.ubi.pt, pp. 111- 31.

83