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1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre o tema prescrição intercorrente no processo de execução. Para se entender melhor este instituto é necessário primeiramente que se entenda o que é prescrição, e é falando exatamente desse tópico que começo este trabalho, tratando de suas principais características e requisitos. Depois de falar da prescrição no âmbito geral, defini o que é a prescrição intercorrente, abordando suas principais características, disposições legais, forma de tratamento e suas espécies. Visando o melhor entendimento deste tema principal, discorri também, a respeito do processo de execução, tratando de seus conceitos, características, causas suspensivas e a divergência doutrinária a respeito desse assunto. E por fim, analisei a suspensão do processo de execução frente a prescrição intercorrente, trazendo as disposições legais, as opiniões de doutrinadores e uma melhor solução para a homogeneização das decisões jurisprudências. Colocando também, duas decisões de tribunais mostrando divergência das decisões e a instabilidade desse tema frente aos juízes de direito. 4

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Trabalho de Prescrição

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre o tema prescrição intercorrente no processo de execução. Para se entender melhor este instituto é necessário primeiramente que se entenda o que é prescrição, e é falando exatamente desse tópico que começo este trabalho, tratando de suas principais características e requisitos.

Depois de falar da prescrição no âmbito geral, defini o que é a prescrição intercorrente, abordando suas principais características, disposições legais, forma de tratamento e suas espécies. Visando o melhor entendimento deste tema principal, discorri também, a respeito do processo de execução, tratando de seus conceitos, características, causas suspensivas e a divergência doutrinária a respeito desse assunto.

E por fim, analisei a suspensão do processo de execução frente a prescrição intercorrente, trazendo as disposições legais, as opiniões de doutrinadores e uma melhor solução para a homogeneização das decisões jurisprudências. Colocando também, duas decisões de tribunais mostrando divergência das decisões e a instabilidade desse tema frente aos juízes de direito.

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2. PRESCRIÇÃO

Desde os primórdios, o tempo influência nas relações jurídicas e na vida do homem. E em relação à prescrição, o tempo é o personagem mais importante, sua atuação nesse campo é essencial, pois a sociedade tem interesse em legalizar as situações que se prolongam no tempo.

No direito romano primitivo, as ações não tinham prazo para cessar, e o interessado a elas podia recorrer a justiça a qualquer tempo. A prescrição nasce no direito pretoriano, onde o magistrado passa a proporcionar às partes ações que contornavam a rigidez dos princípios do jus civile.

O termo prescrição vem do vocábulo latino praescriptio, de praescribere que significa: prescrever, escrever antes, donde determinar ou prefixar. No sentido jurídico, é o meio pelo qual o direito se extingue devido a inércia, ao decorrer do tempo, e de uma suposta negligência na defesa do exercício do direito pelo titular.

Segundo Clóvis Beviláqua, prescrição é a perda da ação atribuída a um direito e de toda sua capacidade defensiva, devido ao não uso delas, em um determinado espaço de tempo.

E, para Sílvio de Salvo Venosa “É, portanto, contra a inércia da ação que age a prescrição, a fim de restabelecer estabilidade do direito, eliminando um estado de incerteza, perturbador das relações sociais. Por isso, a prescrição só é possível quando existe ação a ser exercida. O direito é atingido pela prescrição por via de consequência, porque, uma vez tornada a ação não exercitável, o direito torna-se inoperante. Tanto isso é válido que a lei admite como bom o pagamento de dívida prescrita, não admitindo ação para repeti-lo. Também os títulos de credito, prescritos, se não autorizam a ação executiva, sobrevivem à prescrição, pois podem ser cobrados por ação ordinária de enriquecimento sem causa, o que demonstra que o direito, na verdade, não se extingue.” (VENOSA, 2010, p.565)

A prescrição é um anseio popular e do Estado de evitar que as demandas jurídicas se perpetuem no tempo sem produzir resultado pratico e assegurando juridicamente as relações sociais-jurídicas, uma vez que nem a população e nem o Estado tem interesse um prolongar indefinidamente os litígios.

Para que ela ocorra é necessário a existência de dois requisitos fundamentais, o tempo e a inércia. Explicando melhor essas exigências têm-se os ensinamentos de Sílvio Rodrigues “Embora a prescrição se inspire nessa noção de segurança e estabilidade das relações sociais, ela também se justifica na ideia de que, se o titular do direito deixa de exercer a ação, revelando desde modo desinteresse, não merece proteção do ordenamento jurídico. Não há injustiça em privá-lo de uma prerrogativa, pois ele foi o primeiro a desprezá-la. De maneira que, para a prescrição se consumar, indispensável se faz a atitude inerte do titular do direito”.

“Ademais, requer-se o transcurso de um período de tempo fixado na lei. Veremos que o legislador preceituou uma longa relação de prazos variáveis, para um grande número de ações diversas, indo de um até dez anos. Os casos não mencionados seguem a regra geral contida no art. 205 do Código Civil.” (RODRIGUES, 2003, p.328). 

O instituto da prescrição é abordado no artigo 189 do Código Civil que diz “Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os artigos 205 e 206.”

Para Maria Helena Diniz são necessários quatro requisitos para que a prescrição ocorra:

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a) Existência de uma pretensão, que possa ser em juízo alegada por meio de uma ação

exercitável, ou seja, quando violado o direito nasce a pretensão contra o sujeito

passivo; se o mesmo recusar a acatar a pretensão, nasce a ação processual com a

intervenção estatal, já que a prescrição é de ordem pública. Caso o interessado não a

mover ela prescreverá;

b) Inércia do titular da ação pelo seu não exercício. É a atitude passiva, diante de um

direito violado, por parte do titular que nada promove para impedir os efeitos violados,

havendo abstenção do direito de ação.

c) Continuidade dessa inércia durante um certo período de tempo. È importante ressaltar

que a norma jurídica puni a inércia prolongada, continuada, que é uma das principais

características para que ocorra que a consumação da prescrição;

d) Ausência de algum fato ou ato a que a lei confere eficácia impeditiva, suspensiva ou

interruptiva de curso prescricional, que é o seu fator neutralizante.

As causas que impedem a prescrição são as situações que barram o inicio de seu curso. Elas

estão dispostas nos artigos 197, I a III, 198 e 199, I e II, do Código Civil. Esses artigos

estabelecem que a prescrição não ocorrerá na constância do matrimônio, no pátrio poder do

filho sobre influencia dos pais, contra os absolutamente incapazes, e quando pendente uma

condição suspensiva.

Essas condições suspensivas são as causas que paralisam o curso do processo por um

período de tempo, e quando resolvido o fato, o prazo volta ao seu curso normal. O nosso

Código permite que a prescrição seja interrompida apenas uma vez.

Nem toda ação pode sofrer prescrição, este instituto não comtempla os direitos da

personalidade, as chamadas ações de estado de família, e os direitos facultativos. Os bens

públicos também são imprescritíveis, não podendo ser adquiridos por usucapião.

2.1. Espécies de Prescrição

Existem duas espécies de prescrição, a extintiva de direitos e a aquisitiva de direitos.

A prescrição é extintiva de direitos quando a pessoa que possui o direito não o exerce e perde esta prerrogativa. A aquisitiva de direito é a possibilidade de se incorporar um direito do outro ao seu patrimônio devido a inércia deste em promover ações para manter seu direito.

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De acordo com Sílvio de Salvo Venosa “A prescrição extintiva, prescrição propriamente dita, conduz à perda do direito de ação por seu titular negligente, ao fim de certo lapso de tempo, e pode ser encarada como força destrutiva”...

“A prescrição aquisitiva consiste na aquisição do direito real pelo decurso de tempo. Tal direito é conferido em favor daquele que possuir, com ânimo de dono, e exercício de fato das faculdades inerentes ao domínio ou a outro direito real, no tocante a coisas móveis e imóveis, pelo período de tempo que é fixado pelo legislador”. (VENOSA, 2010, p.562 e 563).

  3. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

Prescrição intercorrente é um instituto processual que tem como objetivo a extinção de um processo com julgamento de mérito, seja pela inércia do titular do direito em promover ações para a continuação do processo, seja pela impossibilidade de satisfazer a pretensão do autor, e também pela garantia de não deixar que essas relações jurídicas se perpetuem no tempo colocando em risco a segurança jurídica.

Segundo José Manoel Arruda Alvim “A chamada prescrição intercorrente é aquela relacionada com o desaparecimento da proteção ativa, no curso do processo, ao possível direito material postulado, expressado na pretensão deduzida; quer dizer, é aquela que se verifica pela inércia continuada e ininterrupta no curso do processo por seguimento temporal superior àquele em que ocorre a prescrição em dada hipótese.” (ALVIM, 2006, p.34, apud EÇA, 2008, p.42).

Este instituto é tema de uma discussão doutrinaria e jurisprudencial muito grande, e ate mesmo alguns autores a repudiam. Essa discussão acontece devido a alegação de “ausência” da inércia, requisito fundamental para a caracterização da prescrição.

Portanto, para se entender melhor a prescrição intercorrente, tem-se que analisar todos os requisitos e causas que levam o titular à inercia da ação durante certo período de tempo, analisando também o processo de execução.

3.1. Processo de execução

O processo executivo são os atos necessários para satisfazer ou realizar um direito determinado já definido por título judicial ou extrajudicial, com objetivo de extinguir um inadimplemento. São os atos necessários para garantir ao credor que o devedor irá adimplir a obrigação efetuada, seja de pagamento de uma quantia, seja de fazer algo ou não, seja de entregar a coisa.

O processo de execução pode ser suspendido por 5 hipóteses: a) embargos do executado; b) morte ou perda da capacidade processual; c) convenção das partes; d) exceções; e) falta de bens penhoráveis. A suspenção do processo é entendido como o "sobrestamento temporário da relação processual, em face de uma crise provocada em seu curso regular por ato ou fatos jurídicos".

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Segundo Cândido Rangel Dinamarco, suspensão é uma situação jurídica provisória e temporária, durante a qual o processo (embora pendente, sem deixar de existir) detém o seu curso e entra em vida latente. O procedimento deixa de seguir avante e, em princípio, nenhum ato processual pode ser realizado durante esse período. Estar suspenso o processo significa que serão ineficazes os atos que nesse período eventualmente se realizem (CPC, art. 266)

Sendo o processo suspendido nenhum outro ato executivo poderá ser praticado, tendo como consequência a nulidade da ação. Porém, alguns efeitos do processo, como a penhora e o deposito dos bens executados subsistem. E o juiz, tem o poder de determinar medidas cautelares de acordo com a urgência do caso.

No nosso ordenamento existem casos em que a suspensão do processo são determinadas por lei e casos em que são determinadas pela vontade das partes. Porém, existem casos em que é necessária a suspensão. Essa suspensão necessária são nos casos de embargos do executado ou de terceiro, morte ou perda da capacidade processual de qualquer uma das partes, de seu representante legal ou de seu procurador.

Esta crise existente no processo de execução ocorre, principalmente, quando o Processo Executivo é suspendido devido a falta de bens suscetíveis de constrição do devedor, resultando na paralisação do processo.

Passada a crise de suspensão, o processo volta a ter seu curso normal a partir do nível em que ele foi paralisado.

3.2. Divergência doutrinária

Alguns doutrinadores acreditam que o processo não pode ser suspendido por longos períodos de tempo, ela não pode ser eterna, uma vez que esse procedimento vai de encontro com o preceito de direito material, que é a Prescrição Intercorrente.

Contudo, existem outras doutrinas e jurisprudências contrárias à vertente exposta acima. Segundo estes outros, quando a execução é suspendida a requerimento do credor devido à inexistência de bens penhoráveis no nome do devedor, a suspensão não tem prazo para prescrever, ficando, então, suspenso por um período indeterminado.

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4. ANALISANDO A SUSPENSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO E A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE

Para melhor compreender esses dois institutos é necessário que os coloque lado a lado e se responda a seguinte pergunta:

Sendo o processo de execução suspendido devido à inexistência de bens penhoráveis no nome do devedor, o instituto da prescrição intercorrente poderá ser aplicado, começando a contagem do prazo prescricional a partir da data da paralização do processo?

Para Humberto Theodoro Júnior quando o devedor não possui bens penhoráveis para liquidar a divida, não há no que se falar, no processo de execução, de provas a examinar, em sentença a proferir e nem em embargos à execução. Isso, porque a falta de bens penhoráveis resulta em suspensão sine die da execução. (art. 791, III)

Já contra esse primeiro argumento, Araken de Assis sustenta que a suspensão indefinida do processo de execução é ilegal e grave. E mesmo que a responsabilidade do devedor se estenda a bens futuros, para esse doutrinador, estes bens serão de serventia para processo futuros e não para o atual, necessariamente.

E, segundo Vicente Grecco Filho, "suspenso o processo, recomeça a correr o prazo prescricional da obrigação. Esta circunstância é especialmente importante no caso de não serem encontrados bens penhoráveis. Decorrido o lapso prescricional, o devedor pode pedir a declaração da extinção da obrigação pela prescrição".

Diante dos argumentos, a posição que me parece mais certa é a de Humberto Theodoro Júnior, pois julgar o mérito em um processo de execução em que não foram encontrados bens penhoráveis é uma decisão injusta que privilegia o devedor e que ainda estimula a pratica da inadimplência.

Como já foi dito, a prescrição ocorre devido à inercia do titular de direito, porém, não se pode configurar o titular essa situação, pois é a lei que o impede de agir, resultando na diligencia da busca de bens do devedor. Assim, enquanto não forem encontrados bens no nome de inadimplente, o credor é impossibilitado de fazer valer o seu direito, e por isso o processo de execução deve permanecer suspenso, não tendo contagem de prazo de prescrição.

Quando ocorrer esse tipo de situação, o melhor seria aplicar nesses casos a mesma lei de execução fiscal em seu artigo 40, que diz que passado um ano sem que seja encontrado o devedor ou bens penhoráveis o juiz deverá suspender a execução até que tal patrimônio seja localizado, não ocorrendo prazo de prescrição.

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5. CONCLUSÃO

Firmando o entendimento, portanto, estando suspenso o processo de execução, a requerimento do credor, devido a falta de bens penhoráveis no nome do devedor, a prescrição não pode ocorrer. Pois, não se deve tirar o direito do credor que não consegue agir por não ter encontrado bens no nome do devedor que pudessem ser utilizados para sanar a divida. E não se pode também falar em inércia do titular, uma vez que o que paralisa a execução são as próprias disposições processuais. Além do mais, a prescrição tem como objetivo maior a paz social e não a punição de alguém.

Concluindo, então, que caso o processo de execução seja suspenso pela inexistência de bens penhoráveis, não ocorrerá a prescrição intercorrente, uma vez que não existe a inércia do credor e nem sua negligência, já que nessa situação não existe nenhuma providencia a ser tomada.

Como já foi dito antes, para evitar as discussões e as decisões divergentes, o melhor seria reformular o artigo 791 do Código de Processo Civil, aderindo a ele disposições parecidas ao do artigo 40 da Lei 6.830/80, Lei de execução fiscal, fixando um prazo para o fim da suspensão, e quando este ocorrer, que haja um arquivamento administrativo do processo possibilitando que caso seja encontrados no futuro bens penhoráveis no nome do devedor, o credor possa desarquivar o processo e fazer valer o seu direito.

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6. JURISPRUDÊNCIAS

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO FISCAL - EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE - REDIRECIONAMENTO AOS SÓCIOS-GERENTES - POSSIBILIDADE - NOME DOS COOBRIGADOS NA CDA - PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO - NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA - PARCELAMENTO - INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NÃO VERIFICADA.

1. Constando o nome dos sócios-gerentes como corresponsáveis tributários nas CDAs, cabe a eles o ônus de provar a ausência dos requisitos do art. 135 do CTN, independentemente se a ação executiva foi proposta inicialmente somente contra a pessoa jurídica, tendo em vista que a CDA goza de presunção relativa de liquidez e certeza.

2. Necessidade de dilação probatória. Inadequação da via eleita. Continuidade da execução, oportunizando aos recorrentes a interposição de embargos à execução, assegurando-se o exercício da ampla defesa e do contraditório.

3. A confissão de dívida e o pagamento da primeira parcela são condições ao deferimento do parcelamento do crédito tributário, motivo pelo qual a transação é reconhecidamente tida como causa de interrupção do prazo prescricional (CTN, art. 174, parágrafo único, IV).

4. Em virtude da solidariedade estabelecida entre aqueles que figuram no polo passivo da execução, reconhece-se a comunicabilidade das causas suspensivas e interruptivas da prescrição que aproveitem a algum deles.

5. Recurso não provido.

AGRAVO DE INSTRUMENTO CV Nº 1.0024.99.014078-2/001 - COMARCA DE BELO HORIZONTE - AGRAVANTE(S): MARCO TULIO GOMES TEIXEIRA, JOSÉ EXPEDICTO TEIXEIRA E OUTRO(A)(S), MARCUS VINICIUS GOMES TEIXEIRA, MARCO ANTONIO GOMES TEIXEIRA - AGRAVADO(A)(S): FAZENDA PÚBLICA ESTADO MINAS GERAIS - INTERESSADO: MOTORBEL VEICULOS SERVIÇOS LTDA

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 5ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, à unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

Belo Horizonte, [DATA].

DESEMBARGADORA ÁUREA BRASIL

RELATORA

DESA. ÁUREA BRASIL (RELATORA)

V O T O

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Trata-se de agravo de instrumento interposto por JOSÉ EXPEDICTO TEIXEIRA E OUTROS contra a r. decisão de f. 557/561-TJ, proferida nos autos de execução fiscal proposta pelo ESTADO DE MINAS GERAIS, a qual rejeitou a exceção de pré-executividade aviada pelos agravantes e determinou a penhora on line de seus ativos financeiros.

Aduzem, os recorrentes, que: a) a execução fiscal foi originariamente proposta contra a empresa Motorbel Veículos e Serviços Ltda., objetivando o pagamento de saldo remanescente de parcelamento de ICMS; b) como a empresa não possuía bens penhoráveis, em 01.06.2009, o agravado pleiteou a inclusão dos sócios na demanda, o que foi acolhido em 10.07.2009, mais de dez anos após a propositura da execução; c) não são os atuais proprietários da sociedade empresária; d) a exceção de pré-executividade foi rejeitada ao fundamento de que não ocorreu a prescrição e, no tocante à legitimidade dos sócios, que a matéria demanda dilação probatória; e) a penhora on line foi positiva em R$3,91 para um dos agravantes e em R$111,97 para outro; f) é patente a ocorrência da prescrição intercorrente em favor dos recorrentes, pois, considerando que a execução fiscal foi ajuizada em 05.11.1998, somente houve a determinação de inclusão dos agravantes no polo passivo em 2009 e suas citações foram efetivadas apenas em 2011; g) foram incluídos no polo passivo da ação sem que o agravado tenha comprovado que agiram com excesso de poder, infração à lei ou ao contrato social, bem como que houve a dissolução irregular da empresa; h) a interrupção da prescrição promovida pelo parcelamento não pode ser a eles estendida, uma vez que este foi requerido apenas pela sociedade empresária; i) as matérias arguidas na exceção de pré-executividade, prescrição e legitimidade de parte, são de fácil cognição pelo juiz e não demandam dilação probatória; j) os valores bloqueados são "irrisórios diante do crédito exequendo e são utilizados para sobrevivência dos agravantes, sendo certo que a Jurisprudência pátria já pacificou entendimento pela liberação dos valores nestas ocasiões, posto que estes serão integralmente absorvidos pelo pagamento das custas da execução, caracterizando, assim, inócua a penhora".

Por isso, requerem o provimento do recurso, com a reforma da decisão objurgada, para que seja reconhecida a prescrição intercorrente do direito do agravado de redirecionar a execução fiscal contra os recorrentes, que são partes ilegítimas na demanda.

Indeferido o pedido de antecipação da tutela recursal em decisão exarada às f. 580/584.

Contraminuta às f. 587/588, na qual o agravado aduz, em preliminar, que os recorrentes não indicaram quais são os procuradores que representam o Estado judicialmente na execução fiscal, situação que leva ao não conhecimento do agravo de instrumento.

Primeiramente, cumpre ressaltar que, muito embora os agravantes não tenham informado os nomes próprios dos Procuradores do Estado que atuam no feito, fizeram consignar, à f. 04 da peça recursal, que o agravado está representado judicialmente pela Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais, tendo sido, inclusive, indicado o endereço completo do referido órgão para as devidas intimações. Verifica-se, destarte, que os recorrentes cumpriram satisfatoriamente a exigência do art. 524, III, do Código de Processo Civil, apresentando-se desarrazoada a exigência defendida pelo agravado, no sentido da necessidade de indicação pessoal dos agentes públicos, dada a noção de impessoalidade no que tange à representação do ente público.

Isso posto, rejeito a preliminar arguida em contrarrazões e, presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso.

Cuida-se de execução fiscal em que pretende, o Estado de Minas Gerais, a quitação dos créditos tributários descritos nas Certidões de Dívida Ativa de f. 20/22, relativos ao não

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recolhimento de ICMS do exercício financeiro de 1996.

Em decisão de f. 473-TJ, o i. Magistrado de primeira instância deferiu a citação dos recorrentes na condição de coobrigados, levando-os a apresentar exceção de pré-executividade (f.535/544-TJ), a qual foi rejeitada, determinando-se o prosseguimento do feito executivo (f. 558/561-TJ).

A objeção de pré-executividade, prevista na doutrina e aceita pela jurisprudência, é cabível quando o executado dispõe de defesa capaz de impedir, de plano, o desenvolvimento válido e regular do processo executivo, trazendo questões concernentes aos pressupostos processuais, condições da ação e vícios objetivos do título, que podem ser verificados, de ofício, pelo magistrado. A deficiência do título e a impropriedade da execução devem ser evidentes, decorrentes de uma simples análise do processo.

Todavia, os elementos apresentados pelos agravantes nos autos não se subsomem a tal critério.

De fato, denota-se que a ação executiva foi proposta apenas em face da sociedade empresária Motorbel Veículos e Serviços Ltda (f. 19-TJ).

No entanto, analisando as CDAs e os documentos de f.23/25-TJ, constata-se que os nomes dos recorrentes foram expressamente listados como sócios e coobrigados pelo débito tributário.

Em regra, os bens dos sócios não respondem pelas dívidas contraídas pela sociedade por não se confundirem com o patrimônio da empresa. No entanto, a legislação admite hipóteses de desconsideração da pessoa jurídica quando demonstrado o abuso de poder dos sócios, a intenção fraudulenta ou a infração à lei.

A jurisprudência, por sua vez, tem ampliado as hipóteses em que se admite o redirecionamento da execução fiscal, notadamente em relação aos sócios indicados na CDA, em virtude da presunção de legitimidade conferida ao documento pelo art. 204 do CTN. Assim, uma vez indicados como coobrigados na certidão de dívida ativa, o ônus da prova de demonstrar a inocorrência das hipóteses do art. 135 do CTN será dos sócios, bastando ao Fisco requerer a inclusão destes no polo passivo.

Sintetizando a posição do eg. STJ, transcrevo trecho da ementa de Relatoria do Ministro Luiz Fux:

A jurisprudência da Primeira Seção desta Corte Superior ao concluir o julgamento do ERESP n.º 702.232/RS, da relatoria do e. Ministro Castro Meira, publicado no DJ de 26.09.2005, assentou que: a) se a execução fiscal foi ajuizada somente contra a pessoa jurídica e, após o ajuizamento, foi requerido o seu redirecionamento contra o sócio-gerente, incumbe ao Fisco a prova da ocorrência de alguns dos requisitos do art. 135, do CTN: quando reste demonstrado que este agiu com excesso de poderes, infração à lei ou contra o estatuto, ou na hipótese de dissolução irregular da empresa; b) constando o nome do sócio-gerente como co-responsável tributário na CDA cabe a ele o ônus de provar a ausência dos requisitos do art. 135 do CTN, independentemente se a ação executiva foi proposta contra a pessoa jurídica e contra o sócio ou somente contra a empresa, tendo em vista que a CDA goza de presunção relativa de liquidez e certeza, nos termos do art. 204 do CTN c/c o art. 3º da Lei n.º 6.830/80 (AgRg 909200/PE, DJE 27.11.2008) (grifos meus).

Posto isso, observa-se que a questão da ilegitimidade dos recorrentes para responder solidariamente pelo débito executado demanda dilação probatória, o que inviabiliza a sua

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discussão em sede de exceção de pré-executividade.

Inadequada, portanto, a via eleita pelos agravantes, nos termos da Súmula 393 do STJ: "A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória".

A continuidade da execução, dessarte, é medida que se impõe, oportunizando aos recorrentes a interposição de embargos à execução, assegurando-se o exercício da ampla defesa e do contraditório, com vistas a elidir a presunção de corresponsabilidade gerada pela certidão que lastreia a execução.

Outrossim, neste momento processual, não vislumbro a ocorrência da prescrição intercorrente aduzida.

Na hipótese em exame, denota-se que a constituição do crédito tributário ocorreu em 31.12.1996 (cf. se verifica nas CDAs) e a execução fiscal foi ajuizada em 05.11.1998.

Em 25.09.2000, a Fazenda Pública Estadual manifestou-se por cota à f. 141-v-TJ informando o parcelamento do débito executado (f. 142/143-TJ) e, à f. 165-TJ, a sociedade empresária executada requereu a suspensão da execução, com o que concordou a Fazenda Pública (f.165/169, 185 e 191/192-TJ).

O inciso IV do parágrafo único do art. 174 do CTN prevê como causa interruptiva da prescrição qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do débito pelo devedor.

A confissão de dívida e o pagamento da primeira parcela são condições ao deferimento do parcelamento do crédito tributário, nos termos do art. 4º do Decreto n. 7.975/94, com as alterações promovidas pelo Decreto n. 9.410/97, motivo pelo qual a transação é reconhecidamente tida como causa de interrupção do prazo prescricional, por incidir no art. 174, parágrafo único, IV do CTN.

A concessão do parcelamento, por sua vez, suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, VI do CTN, o que implica a suspensão da contagem do prazo prescricional, sendo certo que o agravado, nesse período, não poderia adotar qualquer medida para satisfação do crédito exequendo.

Somente a partir do inadimplemento das parcelas pelo contribuinte surge o interesse da Fazenda em ajuizar/retomar a execução fiscal, reiniciando-se, então, novo lustro para configuração da prescrição.

Nesse sentido, a Súmula n. 248 do extinto TFR:

O prazo da prescrição interrompido pela confissão e parcelamento da dívida fiscal recomeça a fluir no dia em que o devedor deixa de cumprir o acordo celebrado.

Ocorrido, então, o inadimplemento, em 30.06.2004, o recorrido pleiteou o prosseguimento do feito, em face da revogação do parcelamento da dívida fiscal (f.194/197-TJ), e promoveu sucessivas suspensões ao longo do processo, que foram deferidas pelo d. Juiz (f.293/294, 318/319, 458/460 e 463/468-TJ).

Assim, ante as diligências infrutíferas para encontrar bens da empresa executada passíveis de penhora, em 01.06.2009, o Estado requereu a inclusão dos agravantes no polo passivo da

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execução, o que foi autorizado pelo d. Magistrado em 10.07.2009 (f.470/474-TJ).

Não ocorreu, portanto, o decurso dos cinco anos necessários para a configuração da prescrição, quer para os agravantes quer para a pessoa jurídica executada.

Não obstante os recorrentes aduzam que o parcelamento foi requerido apenas pela sociedade empresária, ressalto que, em virtude da solidariedade estabelecida entre aqueles que figuram no polo passivo da execução, há comunicabilidade das causas suspensivas e interruptivas da prescrição (art. 125, III, do CTN).

Em caso semelhante, já deliberou o eg. STJ:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO CONTRA O SÓCIO-GERENTE EM PERÍODO SUPERIOR A CINCO ANOS, CONTADOS DA CITAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. PRESCRIÇÃO. REVISÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ.

1. (...).

14. É importante consignar que a prescrição não corre em prazos separados, conforme se trate de cobrança do devedor principal ou dos demais responsáveis. Assim, se estiver configurada a prescrição (na modalidade original ou intercorrente), o crédito tributário é inexigível tanto da pessoa jurídica como do sócio-gerente. Em contrapartida, se não ocorrida a prescrição, será ilegítimo entender prescrito o prazo para redirecionamento, sob pena de criar a aberrante construção jurídica segundo a qual o crédito tributário estará, simultaneamente, prescrito (para redirecionamento contra o sócio-gerente) e não prescrito (para cobrança do devedor principal, em virtude da pendência de quitação no parcelamento ou de julgamento dos Embargos do Devedor).

15. Procede, dessa forma, o raciocínio de que, se ausente a prescrição quanto ao principal devedor, não há inércia da Fazenda Pública.

16. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. (REsp 1095687/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, Rel. p/ Acórdão Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/12/2009, DJe 08/10/2010)

Por fim, dada a presunção de correponsabilidade dos recorrentes, não se mostra abusiva a realização de novo bloqueio on line dos ativos financeiros dos agravantes, porquanto trata-se de medida legítima no âmbito de processo executivo.

Ademais, muito embora os valores penhorados sejam utilizados para a subsistência dos recorrentes, mostram-se irrisórios, o que, neste momento, não trará qualquer prejuízo efetivo.

Com tais considerações, afigura-se irretorquível a decisão de primeiro grau que inadmitiu a exceção de pré-executividade oposta pelos agravantes, ante a necessidade de dilação probatória, bem como da não configuração da prescrição intercorrente.

Ante todo o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso.

Custas recursais, pelos agravantes.

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DES. MANUEL BRAVO SARAMAGO - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. MAURO SOARES - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO."

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EMENTA - EXECUÇÃO FISCAL - SUSPENSÃO DO PROCESSO POR TEMPO INDETERMINADO - IMPOSSIBILIDADE - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE - OCORRÊNCIA - APLICAÇÃO DO PARÁGRAFO 4º DO ARTIGO 40 DA LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS

Correta a sentença que, de ofício, reconhece a prescrição intercorrente no processo de execução, cujos autos permaneceram suspensos por mais de cinco anos. Aplicação do 4º do art. 40 da Lei de Execuções Fiscais.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0145.04.167354-5/001 - COMARCA DE JUIZ DE FORA - APELANTE(S): FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA - APELADO(A)(S): ELANO LACERDA

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 3ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, à unanimidade, em <NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO>.

DES. KILDARE CARVALHO

RELATOR

DES. KILDARE CARVALHO (RELATOR)

V O T O

A FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE JUIZ DE FORA apela da r. sentença que reconheceu, de ofício, a prescrição intercorrente, nos autos da ação de execução ajuizada contra o recorrido.

Sustenta, a recorrente, em síntese: inocorrência de prescrição por não estarem presentes os requisitos legais; ausência de oitiva antes do decreto prescricional; interrupção do prazo prescricional a partir da citação do executado; aplicação da Súmula 106 do STJ.

Conheço do recurso, eis que presentes os pressupostos para sua admissão.

A alegação de inobservância do devido processo legal por ausência de oitiva da exeqüente, antes do decreto prescricional, não merece maiores considerações, haja vista a certidão de fls. 22, dando conta da carga dos autos ao Procurador do Município antes da sentença recorrida.

Rejeito, portanto, tal preliminar.

Outrossim, inconsistente a alegação de interrupção do prazo prescricional consubstanciado na citação, por não se tratar de prescrição do crédito tributário e sim de prescrição intercorrente.

Portanto, o douto julgador de origem se houve com correção, ao extinguir o processo, reconhecendo a prescrição intercorrente.

Como venho decidindo em casos análogos, a questão é de aplicação do art. 40 da Lei de Execuções Fiscais, com a nova redação que lhe foi dada pelo art. 6º da Lei 11.051 de 29 de dezembro de 2004, que assim dispõe:

- Art. 40

.....

4º - " Se da decisão que ordenar o( arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato".

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Page 15: Prescrição - Trabalho Civil

Verifico, com efeito, que o processo restou paralisado de maio de 2005 a agosto de 2010. É dizer, conforme certidão de fls. 14 e da data do protocolo da petição de fls.15, os autos ficaram em poder da Procuradoria do Município de 2005 a 2010.

Desta forma, prescrita está a pretensão da exeqüente, tendo em vista a paralisação do processo por mais de cinco anos.

Tal como venho decidido em casos análogos, entendo que, o fato do processo não ter sido remetido ao arquivo, por si só, não afasta a aplicação do §4º do art. 40 da Lei de Execuções Fiscais, já que o arquivamento é mera conseqüência da suspensão ou paralisação do feito, que, no caso, já havia perpetuado. Entender, o contrário, ao meu aviso, configura excesso de formalismo.

Por fim, ao contrário da alegação da apelante, não houve negativa de vigência ao §4º do art. 40 da Lei 6.830/80, eis que, repita-se, antes do decreto de prescrição a Fazenda Pública foi intimada pessoalmente para se manifestar nos autos. È o que se deflui das fls.22.

Isto posto, nego provimento ao recurso.

Sem custas.

DESA. ALBERGARIA COSTA (REVISORA) - De acordo com o(a) Relator(a).

DES. ELIAS CAMILO SOBRINHO - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "<RECURSO NÃO PROVIDO>"

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Page 16: Prescrição - Trabalho Civil

7. BIBLIOGRAFIA

1. DINIZ, Maria Helena “ Curso de Direito Civil Brasileiro, Teoria Geral do Direito”.24 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2007, p. 381/399

2. RODRIGUES, Silvio “ Direito Civil, Parte Geral”. 34 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2007, p. 323/346

3. SANTOS, Moacyr Amaral “ Direito Processual Civil, volume 1” . 29 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012, p. 31

SITES

http://www.jusbrasil.com.br/topicos/294788/prescricao

http://jus.com.br/revista/texto/2550/a-prescricao-intercorrente-no-processo-de-execucao

http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=9336

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