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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO TIPO DE AUDITORIA : ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO UNIDADE AUDITADA : INST. FED. DO MS/CAMPUS PONTA PORA CÓDIGO : 158453 CIDADE : Ponta Porã/MS RELATÓRIO Nº : 201111845 UCI 170113 : CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL RELATÓRIO DE AUDITORIA Senhor Chefe, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201111845, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre atos e consequentes fatos de gestão, ocorridos na supra- referida, no período de 01/01/2011 a 31/12/2011. I – ESCOPO DO TRABALHO 2. Os trabalhos foram realizados na Sede da Unidade Gestora em Ponta Porã, no período de 27/09/2011 a 30/09/2011, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao serviço público federal, objetivando o acompanhamento preventivo dos atos e fatos de gestão ocorridos no período de abrangência do trabalho, qual seja, 01/01/2011 a 31/12/2011. Houve restrição aos exames auditoriais, conforme registrado no item 1.1.1.14 deste relatório. 3. Os trabalhos de auditoria foram realizados por amostragem sobre as obras de construção do Campus da IFMS em Ponta Porã/MS, sendo que a seleção de itens auditados observou os seguintes critérios de relevância e materialidade. II - RESULTADO DOS EXAMES 1 - EXPANSÃO DA REDE FED. DE EDUC. PROFIS. E TEC. 1.1 SUBÁREA - EXPANSÃO DA REDE FED. DE EDUC. PROFIS. E TEC. 1.1.1 ASSUNTO - CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS 1.1.1.1 INFORMAÇÃO 001 Inicialmente, apresentamos um resumo do objeto fiscalizado até o período de realização dos trabalhos: - Objeto: Obras de construção do campus de Ponta Porã/MS, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul – IFMS; - Valor orçado para as obras: R$ 6.962.211,33 (seis milhões novecentos e sessenta e dois mil duzentos e onze reais e trinta e três centavos); - Licitação: Concorrência n.º 010/2009; - Empresa vencedora: Poligonal Engenharia e Construções Ltda./ - CNPJ n.º 03.492.162/0001-82; - N.º do Contrato: Contrato n.º 021/2009; - Valor contratado: R$ 6.910.879,35 (seis milhões novecentos e dez mil oitocentos e setenta e nove

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICACONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

TIPO DE AUDITORIA : ACOMPANHAMENTO DA GESTÃOUNIDADE AUDITADA : INST. FED. DO MS/CAMPUS PONTA PORACÓDIGO : 158453CIDADE : Ponta Porã/MS

RELATÓRIO Nº : 201111845UCI 170113 : CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO

DO MATO GROSSO DO SUL

RELATÓRIO DE AUDITORIA

Senhor Chefe,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201111845, apresentamos osresultados dos exames realizados sobre atos e consequentes fatos de gestão, ocorridos na supra-referida, no período de 01/01/2011 a 31/12/2011.

I – ESCOPO DO TRABALHO2. Os trabalhos foram realizados na Sede da Unidade Gestora em Ponta Porã, no período de27/09/2011 a 30/09/2011, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao serviçopúblico federal, objetivando o acompanhamento preventivo dos atos e fatos de gestão ocorridos noperíodo de abrangência do trabalho, qual seja, 01/01/2011 a 31/12/2011. Houve restrição aosexames auditoriais, conforme registrado no item 1.1.1.14 deste relatório.

3. Os trabalhos de auditoria foram realizados por amostragem sobre as obras de construção doCampus da IFMS em Ponta Porã/MS, sendo que a seleção de itens auditados observou os seguintescritérios de relevância e materialidade.

II - RESULTADO DOS EXAMES

1 - EXPANSÃO DA REDE FED. DE EDUC. PROFIS. E TEC.

1.1 SUBÁREA - EXPANSÃO DA REDE FED. DE EDUC. PROFIS. E TEC.

1.1.1 ASSUNTO - CONTRATOS DE OBRAS, COMPRAS E SERVIÇOS

1.1.1.1 INFORMAÇÃO 001

Inicialmente, apresentamos um resumo do objeto fiscalizado até o período de realização dostrabalhos:

- Objeto: Obras de construção do campus de Ponta Porã/MS, do Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul – IFMS;

- Valor orçado para as obras: R$ 6.962.211,33 (seis milhões novecentos e sessenta e dois milduzentos e onze reais e trinta e três centavos);

- Licitação: Concorrência n.º 010/2009;

- Empresa vencedora: Poligonal Engenharia e Construções Ltda./ - CNPJ n.º 03.492.162/0001-82;

- N.º do Contrato: Contrato n.º 021/2009;

- Valor contratado: R$ 6.910.879,35 (seis milhões novecentos e dez mil oitocentos e setenta e nove

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reais e trinta e cinco centavos);

- Termos aditivos: 03 termos aditivos, sem acréscimo de valor, com prorrogação até 16/12/2011;

- Quantidade de medições: 16 medições, totalizando R$ 5.796.105,84 (cinco milhões setecentos enoventa e seis mil cento e cinco reais e oitenta e quatro centavos);

- Percentual de execução do contrato em 30/09/2011: 83,87%;

- Responsáveis pela orçamento: Sr. R. C. da S. , Engenheiro da UTFPR, à época;

- Responsáveis pela licitação: D. M. A., presidente da comissão de licitação e responsável

pelo edital da Concorrência n.º 010/2009;

- Responsáveis pela contratação: P. R. I. A., Pró-Reitor da UTFPR, responsável pelo Contrato n.º 021/2009;

- Responsáveis pela fiscalização: P. E. V., fiscal do contrato designado e M. A. S. S., Reitor do IFMS;

A referida obra contempla a construção de 05(cinco) blocos, com área prevista de 6.686,05 m²,sendo os mesmos destinados a: Bloco 1 (Administração e Biblioteca), Bloco 2 (Auditório), Bloco 3(Salas de Ensino), Bloco 4 (Laboratórios), e Bloco 5 (Alojamentos). Com um orçamento inicialestimado em R$ 6.962.211,33, após realizada a Concorrência Pública nº 10/2009, o valor dacontratação foi fixado em R$ 6.910.879,35 (Contrato nº 21/2009).

Solicitamos por intermédio da Solicitação de Auditoria nº 201111845/001, de 14/09/2011, toda adocumentação sobre a obra em questão, tais como estudos prévios à obra, projetos e orçamentosanteriores à fase do procedimento licitatório, estudos de impacto ambiental, licenças ambientais,etc., enfim, tudo que dissesse respeito à obra. Em 22/09/2011, foi disponibilizado o processolicitatório da construção dos blocos do campus, projetos, planilhas de medições e notas fiscais depagamentos. Ao realizarmos inspeção in loco, fomos informados que a parte de instalação elétricafoi licitada em processo diferente do processo de construção dos blocos, contudo, este processo nãofoi fornecido à equipe de auditoria.

Da análise efetuada na documentação disponibilizada detectou-se o que segue:

Em relação ao estudo prévio à elaboração do projeto básico, detalhando os impactos e metasestabelecidas para a expansão da rede federal de expansão profissional e tecnológica, e ao Plano deAdesão aprovado pela Secretaria de Educação Tecnológica do MEC - SETEC, contemplando a obraobjeto desta fiscalização financiada com recursos do Programa EXPANSÃO, estes itensencontram-se contemplados pela Lei nº 11.534/2007, publicada no DOU de 26/10/07, que criou aEscola Técnica Federal de Mato Grosso do Sul, por se tratar de uma Política de Governo, doPrograma de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, parteintegrante do Plano Nacional de Desenvolvimento da Educação (PAC da Educação).

Foram apresentadas as Anotações de Responsabilidades Técnicas - ARTs nºs 20094541738,20091046744, 20091047180, 20091047376, 20091046922, 20091067482, 20091067458,20091068934, 20091324256, 20091049719, 20091050644 do CREA-PR referentes aos projetos daobra e a ART nº 11174728 do CREA-MS, referente ao engenheiro responsável pela execução daobra.

A composição analítica do BDI incluída no edital da Concorrência Pública nº 10/2009 edisponibilizada à equipe de auditoria está condizente com o Acórdão nº 325/2007 – Plenário doTCU, conforme quadro a seguir:

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1.1.1.2 CONSTATAÇÃO 002

Ausência da Licença Ambiental de Instalação. Estudo Ambiental Preliminar – EAP nãodisponibilizado.

Realizado previamente ao início das obras para verificar o impacto ambiental a ser causado pelaobra em questão, o EAP é parte importante dos procedimentos iniciais de construção do campus.Como o EAP não foi disponibilizado, esta equipe de auditoria, não conseguiu identificar se omesmo apenas não foi fornecido ou se ele não foi realizado. Para dirimir esta dúvida foi enviada aoIFMS a Solicitação de Auditoria nº 201111845/003 de 04/10/2011.

Por intermédio do Ofício nº 328/11-Gabinete da Reitoria, de 20/10/2011, o IFMS enviou o EAPrealizado para o Campus de Ponta Porã, entretanto, o estudo não continha a identificação de seusautores nem as suas assinaturas.

Apesar de solicitada na SA nº 201111845/001 não foram fornecidas as licenças ambientais.

Durante a inspeção in loco realizada nos dia 27 e 28/09/2011, o engenheiro do IFMS, fiscal docontrato, informou-nos que existe a Licença Ambiental Prévia, porém, não se encontrava nocanteiro de obras quando da fiscalização. Segundo o fiscal do contrato, ainda não há a LicençaAmbiental de Instalação, apesar de as obras terem iniciado em 25/03/2010.

Após o término da inspeção, foi enviada à equipe de auditoria, no dia 03/10/2011, a LicençaAmbiental Prévia nº 87 emitida pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul –IMASUL, datada de 27/04/2010. Nota-se que a licença foi concedida posteriormente ao início dasobras, que aconteceu em 08/02/2010, como menciona o Diário de Obra nº 01, folha 01 da empresacontratada.

A Licença Ambiental Prévia diz respeito somente à aprovação do local proposto para implantaçãodo campus Ponta Porã da IFMS, porém não autoriza qualquer tipo de instalação e operação. Paraisso, deveriam ser obtidas as respectivas licenças de instalação e operação.

CAUSA:

A necessidade de rapidez no início das obras ocasionou o problema.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 foram as seguintes:

“O Estudo Ambiental Preliminar – EAP foi apresentado ao IMASUL quando do requerimento da

Licença Prévia, sendo o mesmo EAP aprovado pelo IMASUL ao conceder a Licença Prévia nº

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87/2010.

Por intermédio do Ofício nº 328/11 – Gabinete da Reitoria, de 20/10/2011, foi encaminhado uma cópia do EAP sem a devida assinatura do autor do estudo. No entanto, por meio do Ofício nº 380/2011 – Gabinete da Reitoria, de 30/10/2011, foi encaminhado uma cópia do EAP com a devida assinatura do autor do estudo Eng.º R. L. F.

Sendo assim, as providências necessárias junto a IMASUL já foram providenciadas, tendo em vista

as autorizações para provimento das vagas necessárias para a contratação dos profissionais de

engenharia. Nas próximas obras o IFMS tomará todas as providências para que este descompasso

não mais ocorra."

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

As justificativas do gestor não elidem a constatação da ausência da Licença Ambiental de Instalaçãoda obra. Mesmo que o gestor argumente que a situação está sendo regularizada, nota-se odescompasso na obtenção das licenças ambientais devidas, pois a obra encontra-se, neste momento,com 21 meses de execução.

RECOMENDAÇÃO: 001

Recomenda-se ao gestor que previamente ao início de outras obras se obtenha as licençasambientais prévia e de instalação.

1.1.1.3 CONSTATAÇÃO 003

Ausência de estudo de sondagem do solo.

Não houve, por parte do IFMS, estudos preliminares do tipo de solo ou outro tipo de levantamentoque pudesse eliminar ou minimizar os impactos financeiros posteriores. Este tipo de estudo deveriater sido realizado para poder dimensionar o tipo de infra-estrutura a ser utilizada na obra, orçar osquantitativos de serviços e estimar o custo financeiro do projeto da licitação.

Como consequência dessa falta de estudo, a empresa contratada, ao iniciar a escavação do terreno,identificou a existência de lençol freático no local da obra. Para que houvesse prosseguimento namontagem da infra-estrutura, foi necessário adequar o tipo de fundação a ser realizada, gerando umcusto adicional de R$ 219.225,56 no valor da obra. Entretanto, esta adequação do projeto inicial nãofoi formalizada por termo aditivo e somente foi verificada quando se analisou as medições dosserviços já realizados.

CAUSA:

A necessidade de rapidez no início das obras ocasionou o problema.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

No decorrer dos trabalhos de campo foram solicitadas justificativas aos gestores por intermédio daSolicitação de Auditoria nº 201111845/003. O gestor se manifestou através do Ofício nº 328/11-Gabinete da Reitoria de 20/10/2011:

“Solicitamos os estudos de sondagens de solo à empresa PROA de Curitiba-PR a qual foi

contratada pela UTFPR nossa tutora, para executar todos os projetos do Campus, os estudos de

sondagens que nos foram enviados, seguem em anexo. (Anexo 3)”.

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 foram as seguintes:

“Ratificamos nossa resposta encaminhada através do Ofício nº 380/2011 – Gabinete da Reitoria, de

30 de outubro de 2011, e informamos ainda que encontra-se a disposição dessa Controladoria os

Termos Aditivos, em relação a obra”.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

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Ao analisarmos a documentação disponibilizada, constatamos que o estudo de solo realizado nãoconfere com a localização exata do terreno onde estão sendo executadas as obras de implantação doIFMS - Campus de Ponta Porã. O estudo do solo que foi utilizado diz respeito às obras de habitaçãoe foi realizado em terreno próximo do campus, conforme demonstra o mapa a seguir,disponibilizado à equipe de auditoria. Na parte esquerda inferior do mapa, a área demarcada é ondefoi realizada a sondagem do solo. O terreno do IFMS encontra-se na parte superior direita do mapa.

Ou seja, não foi realizado, no local da obra, estudo de sondagem de solo. Foi aproveitado o estudode solo de outra localidade próxima à obra e isso acarretou que o projeto básico das fundações nãofoi corretamente detalhado, pois ao iniciar a obra a empresa contratada deparou-se com a existênciade lençol freático e teve que alterar o tipo de estrutura a ser realizada, acarretando acréscimo novalor da obra como descrito acima.

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RECOMENDAÇÃO: 001

Recomenda-se que ao realizar licitações de obras, todos os estudos preliminares, em especial o desondagem de solo, sejam realizados e que estes estudos sejam parte integrante do processolicitatório a fim de descrever corretamente os serviços a serem realizados pela contratada,eliminando ou minimizando os impactos financeiros posteriores.

RECOMENDAÇÃO: 002

Que a unidade proceda à nova vistoria na obra, de maneira a verificar a regularidade dos serviçosexecutados e já pagos e identificar a existência de eventuais problemas e alterações, adotando, nestecaso, as medidas corretivas que se fizerem necessárias (formalização do devido termo aditivo), semprejuízo da apuração de responsabilidades.

1.1.1.4 CONSTATAÇÃO 004

Super estimativa orçamentária.

Foi analisada uma amostra de 20,45% do custo total orçado da obra, ou seja, R$ 1.368.726,96,tomando por base os preços do SINAPI de abril de 2009 (data base do orçamento). Da análise daamostra depreende-se um superdimensionamento de R$ 38.646,29 conforme descrito na tabelaabaixo:

CONCORRÊNCI PÚBLICA Nº 10/2009 – IFMS

CÓDIGO

SINAPID E S C R I Ç Ã O UNID. QUANT

UNIT.

LICIT.

(R$)

UNIT. SINAPI

(R$)

TOTAL LIC.

(R$)

TOTAL

SINAPI c/

BDI (R$)

TOTAL

INDEVIDO

(R$)

68581/13

ALVENARIA 10CM TIJ CER

FURADO 10X20X20CM

CIMENTO/AREIA/SAIBRO

1:4:4

M2 2.245,66 33,31 28,32 74.802,93 63.588,24 11.214,70

68581/13

ALVENARIA 10CM TIJ CER

FURADO 10X20X20CM

CIMENTO/AREIA/SAIBRO

1:4:4

M2 2.082,38 33,31 28,32 69.364,08 58.964,79 10.399,29

70936/1ARMADURA COM ACO CA50,

DIAMETRO 10MM(3008)KG 24.689,00 8,53 8,26 210.597,17 203.965,61 6.631,56

9537 LIMPEZA FINAL DA OBRA M2 1.500,00 4,56 0,97 6.840,00 1.448,19 5.391,81

70936/1ARMADURA COM ACO CA50,

DIAMETRO 10MM(3008)KG 18.648,00 8,53 8,26 159.067,44 154.058,51 5.008,93

26311/8

CONCRETO USINADO

BOMBEADO FCK=25MPA,

INCLUSIVE COLOCAÇÃO,

ESPALHAMENE

ACABAMENTO.

M3 182,50 343,39 343,40 62.668,68 62.670,11

66315

FORMA PLANA EM CHAPA

COMPENSADA RESINADA

PARA ESTRUTURA,

ESPESSURA 12MM

M2 2.554,00 38,92 49,61 99.401,68 126.691,27

26311/8

CONCRETO USINADO

BOMBEADO FCK=25MPA,

INCLUSIVE COLOCAÇÃO,

ESPALHAMENE

ACABAMENTO.

M3 569,50 343,39 343,40 195.560,61 195.565,09

68598/27

EMBOCO PAULISTA (MASSA

UNICA) TRACO 1:2:9

(CIMENTO, CAL E AREIA),

ESSSURA 2,0CM, PREPARO

M2 3.462,33 11,34 13,59 39.262,82 47.052,21

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MANUAL

26311/8

CONCRETO USINADO

BOMBEADO FCK=25MPA,

INCLUSIVE COLOCAÇÃO,

ESPALHAMENE

ACABAMENTO.

M3 564,00 343,39 343,40 193.671,96 193.676,40

68598/27

EMBOCO PAULISTA (MASSA

UNICA) TRACO 1:2:9

(CIMENTO, CAL E AREIA),

ESSSURA 2,0CM, PREPARO

MANUAL

M2 3.466,32 11,34 13,59 39.308,07 47.106,43

68068 PISO EM GRANILITE M2 1.445,66 72,10 72,10 104.232,09 104.237,72

68068 PISO EM GRANILITE M2 1.033,26 72,10 72,10 74.498,05 74.502,08

24321/2

PINTURA INTERNA DE

PREDIOS/PAR - LATEX PVA

(PAREDE/FORRO)

M2 5.225,35 7,55 7,56 39.451,39 39.528,72

TOTAL

ANALISADO1.368.726,96 1.373.055,37 38.646,29

CAUSA:

Identificamos como principal causa a falha na elaboração do orçamento, o qual deveria balizar-sepelos parâmetros de preço da mediana SINAPI, ou apresentar justificativa técnica plausível para ouso de outras fontes de referência ou preços superiores à mediana SINAPI.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 foram as seguintes:

“O julgamento da licitação foi pelo menor custo global dentro das leis de mercado, gerando,

inclusive, economia em relação ao custo geral. Diante disso, devem ser considerados todos os itens

que compõem o projeto básico para análise de sobrepreço ou não, e não apenas alguns itens de

forma isolada.

Se assim é, esta contratação não apresentou sobrepreço, diferente do registro efetuado pela

Auditoria.”

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Justificativas não acatadas, pois embora os dirigentes aleguem que o julgamento da licitação

ocorreu pelo menor preço global, não é admitido o aceite de preços unitários superiores ao SINAPI

ou aos valores de mercado quando aplicáveis, no regime de execução de em preitada por preço

unitário, caso da obra em tela, se não forem apresentadas justificativas técnicas bem respaldadas.

RECOMENDAÇÃO: 001

Que a unidade implemente medidas necessárias na contratação e/ou elaboração de orçamentos deobras para que os itens que compõem o orçamento apresentem custos compatíveis com os valoresdo SINAPI, sem prejuízo da apuração de responsabilidades para o fato.

1.1.1.5 INFORMAÇÃO 005

Com o objetivo de avaliar a adequação e a regularidade dos procedimentos licitatórios realizadospara a construção do Campus Ponta Porã, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologiade Mato Grosso do Sul – IFMS (6.686,05 m²), analisamos o Processo ETF-MS 000038/2009-16(Concorrência Pública nº 10/2009).

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A referida concorrência foi realizada em 12/11/2009 e adotou como tipo o de “menor preçoglobal” e forma de execução indireta. Com um orçamento inicial estimado em R$ 6.962.211,33,após realizado o certame o valor da contratação foi fixado em R$ 6.910.879,35.

As empresas participantes foram as seguintes:Razão Social CNPJ Proposta

Poligonal Engenharia e Construções Ltda. 03.492.162/0001-82 R$ 6.910.879,35 Vencedora

Valoral Construções Ltda. 01.394.711/0001-50 R$ 6.927.903,09 2ª Colocada

Projetando Construções Ltda. 04.619.668/0001-72 R$ 8.258.273,01 3ª Colocada

Franco Ribeiro Construções Ltda. 36.874.048/0001-76 R$ 8.357.125,44 4ª Colocada

A seguir apresentamos, de maneira sintética, os itens licitados já com os preços da propostavencedora:

Cabe registrar as seguintes observações:

Não foi incluída na licitação a construção do Bloco 2 – Auditório;a.

Não foram incluídas na licitação as instalações de gás, proteção contra incêndio eclimatização e exaustão em todos os blocos;

b.

As instalações elétricas licitadas contemplam somente tubulação, caixas de passagem equadros de distribuição.

c.

1.1.1.6 CONSTATAÇÃO 006

Restrição à Competitividade com a exigência injustificada de realização de Visita Técnica emdata e horário previamente determinados.

O item 6.2.2 alínea 'd' do edital determinou que a licitante apresentasse como condição dehabilitação ao certame licitatório o seguinte documento:

“6.2.2 d) A licitante deverá realizar visita prévia e inspecionar o local das obras e cercanias, de

modo a obter, para sua própria utilização e por sua exclusiva responsabilidade, toda a informação

necessária à elaboração da proposta, sendo obrigatória a juntada ao envelope de documentação a

Declaração de Vistoria emitida pela Entidade de Licitação, Anexo X. Todos os custos associados à

visita e à inspeção serão de inteira responsabilidade do licitante;”

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Para que a licitante realizasse a visita técnica, o IFMS determinou a sua realização no prazo deapenas um dia, conforme item 4.4 do edital:

“4.4 A visita ao local da obra será realizada no dia 06/11/2009, das 9h às 11h e das 13h às 17h e

deverá ser agendada com 24h de antecedência através do e-mail:... ou fone:...”;

Em que pese à sua previsão em edital, a vistoria técnica não é sequer citada na Lei 8.666/93, e suaobrigatoriedade, como condição para a habilitação do licitante, constitui restrição ao carátercompetitivo do certame, pois, o que se prevê apenas é que o licitante deve apresentar “comprovaçãofornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido,de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento dasobrigações objeto da licitação” (inciso III do art. 30 da Lei 8.666/93), não havendo qualquerexigência quanto a imprescindível visita técnica ao local, muito menos em dia e local específicos epreviamente definidos.

Assim, obviamente que, para que alguém comprove ter tomado conhecimento de algo, basta umadeclaração, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de quetomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento dasobrigações objeto da licitação, ou seja, não se trata de algo cuja comprovação só possa ser feita portestemunhas. Ademais, além de não estar previsto em lei, o conhecimento prévio de todos os queparticiparão da licitação é um dos fatores principais para a combinação de propostas.Com efeito, nos termos do subitem 6.2.2 combinado com o subitem 4.4, quaisquer interessados quetivessem tomado ciência do processo licitatório a partir do dia 06/11/2009 encontrar-se-iamautomaticamente impedidos de participar do processo, na medida em que o Atestado de Visitarepresentaria condição para sua habilitação e essa visita técnica já havia sido realizada nessa data,sendo impossível sua participação.

Ainda nesse sentido, a título de exemplo, convém citar o caso de uma empresa sediada em SãoPaulo/SP, em outro Estado e, interessada em participar do certame, teria que deslocar o responsáveltécnico ou engenheiro de seu quadro permanente ao Município de Ponta Porã/MS em data anterior àrealização do certame no dia 12/11/2009 (em decorrência da realização de visita técnica 06 diasantes - 06/11/2009) somente para participar da Visita Técnica de obra de construção do Campus dePonta Porã a ser executada, tendo que arcar com alto custo financeiro apenas para demonstrarinteresse no certame.

Com isso, nota-se que a definição de data e horário específico para a realização de visita técnica aolocal da obra em data substancialmente anterior à abertura, associada à necessária apresentaçãodesse atestado de visita como condição habilitatória, configura-se uma exigência injustificada, aqual restringe a participação de possíveis licitantes interessados.

Cabe ressaltar que o item 4.4.1 do edital abre a possibilidade de ser realizada a visita técnica emoutra data:

“4.4.1 Caso haja necessidade de visita, após o término do prazo estipulado no item 4.4, deverá ser

encaminhado e-mail à …, para verificar possibilidade de agendamento de nova data”.

Contudo, essa possibilidade não contém critérios objetivos para sua realização, podendo, conformea discricionariedade do gestor, ser aceita ou não, principalmente pelo prazo extremamente exíguoentre a visita técnica e a realização do procedimento licitatório.

CAUSA:

Exigência indevida condicionando a visita técnica à habilitação das licitantes no processolicitatório.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria, de 16/12/2011, foram as seguintes:

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“O atestado de visita técnica foi solicitado aos licitantes considerando a necessidade de reunir

informações sobre as condições do local onde seria edificada a obra, bem como as condições

geográficas da região, tais como:

Condições de fornecimento de das concessionárias de água, luz e esgoto;

Acesso ao local da obrga;

Disponibilidade de mão de obra na região;

Condições de fornecimento de materiais;

Essas informações são fundamentais para a elaboração da melhor proposta para a

Administração e neste caso, salientamos ainda, que na epóca o IFMS contava com apenas

um servidor para realizar as contratações do Instituto, por isso, foi estipulado data e hora

pré-definidos para atendimento dos licitantes.

Nas licitações atuais do IFMS não está sendo exigido a realização de visitas técnicas.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

A exigência de visita técnica prévia à obra, para a avaliação das condições de sua execução, não éilegítima, pois o planejamento da execução de uma obra passa necessariamente por uma avaliaçãodo acesso, da disponibilidade de mão de obra, do conhecimento das condições do terreno, comocitado na resposta apresentada pelo Gestor, informações essas que podem ser obtidas de outrasfontes, não só junto à licitante. A questão que se constata é quanto à obrigatoriedade deapresentação de "declaração de vistoria emitida pela Entidade de licitação", como exigido no editalconcorrência nº 09/2009. Essa exigência é exorbitante, e não compreendida pela Lei. O que estaexige é a declaração do proponente de que aceita e conhece todas as condições referentes ao objeto.Dessa forma, entende-se que a resposta apresentada pelo órgão não ilide a constatação encontrada.

RECOMENDAÇÃO: 001

Não incluir nos próximos editais cláusulas que restrinjam o caráter competitivo do certamelicitatório, especialmente a vinculando a apresentação de “declaração de visita técnica” comocondição à habilitação das licitantes.

1.1.1.7 INFORMAÇÃO 009

Consta da proposta vencedora (Poligonal Engenharia e Construções Ltda. - CNPJ:03.492.162/0001-82) a planilha contendo a composição analítica do BDI. Após análise,constatamos que a mesma encontra-se em consonância com as disposições do Acórdão TCUPlenário nº 325/2007, especificamente quanto aos itens de sua composição e aos respectivoslimites percentuais. A composição apresentada foi a seguinte:

Conforme se verifica do quadro anterior, o cálculo do BDI consistiu na simples soma aritméticados percentuais de seus componentes, chegando-se ao valor global de 22,21%.

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Não obstante, a maneira correta de se determinar o BDI seria mediante a aplicação da seguintefórmula:

Ao aplicarmos a fórmula, com os mesmos componentes e respectivos percentuais, teríamos:

Portanto, na prática, se considerados os percentuais dos componentes apresentados pela empresavencedora da licitação, teríamos um BDI de 24,94%. Entretanto, ao apresentar um percentualglobal de 22,21% e proposta de preços adicionada desse percentual, que também é o mesmoconstante do referencial da licitação, subentende-se que a empresa aquiesceu aos parâmetros doedital, tomando-o com seu ao apresentá-lo em sua proposta, independente da metodologia decálculo.

Em que pese o citado erro não ter sido detectado quando da realização do certame licitatório, oque caracteriza falha formal, cabe ponderar que o mesmo não interferiu no preço global daspropostas apresentadas, bem como o percentual de BDI adotado como referência (22,21%)situa-se dentro da faixa considerada admissível e usual para obras públicas da atualidade, que éde 20% a 30%, não havendo, portanto, prejuízo para a Administração.

1.1.1.8 CONSTATAÇÃO 010

Sobrepreço de R$ 93.841,13, decorrentes de itens da planilha de custos contratados com valoressuperiores aos constantes do SINAPI.

Tendo em vista as disposições do artigo 109 da Lei nº 11.768, de 14/08/2008, que estabelece queos custos unitários de materiais e serviços de obras executadas com recursos dos Orçamentos daUnião não poderão ser superiores à mediana daqueles constantes do Sistema Nacional dePesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI, procedemos à comparação dospreços constantes da planilha de custos da contratada (Poligonal Engenharia e Construções Ltda.- CNPJ: 03.492.162/0001-82) com os preços constantes do SINAPI, mês de referêncianovembro/2009.

Os valores da proposta contratada foram comparados, por amostragem, com os itens constantesno SINAPI, a fim de verificar a compatibilidade dos mesmos. A amostra foi composta pelos itensmais relevantes, totalizando R$ 1.525,841,04, equivalentes a 22,08% do total contratado (R$6.910.879,35). De um total de 21 itens comparados, 09 apresentaram custos unitários superioresà mediana SINAPI. O resultado contendo a quantificação do sobrepreço apurado encontra-seespecificado no quadro a seguir:

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Conforme se verifica do quadro anterior, o valor indevido (sobrepreço) apurado é de R$93.841,13, decorrentes de itens que apresentaram custos unitários superiores aos constantes doSINAPI, considerado um BDI de 22,21%, tanto para materiais quanto para serviços.

CAUSA:

Utilização de valores de serviços e materiais em discordância com os contidos no SINAPI.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 foram as seguintes:

“O julgamento da licitação foi pelo menor custo global dentro das leis de mercado, gerando,

inclusive, economia em relação ao custo geral. Diante disso, devem ser considerados todos os itens

que compõem o projeto básico para análise de sobrepreço ou não, e não apenas alguns itens de

forma isolada.

Se assim é, esta contratação não apresentou sobrepreço, diferente do registro efetuado pela

Auditoria.”

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Justificativas não acatadas. As alegações apresentadas foram as mesmas apresentadas para a

constatação que trata da “Super Estimativa Orçamentária”. Ratificamos que embora a entidade

alegue que a licitação tenha ocorrido na modalidade menor preço global, não devem ser aceitos

preços unitários superiores ao do SINAPI ou aos valores de mercado quando aplicáveis.

RECOMENDAÇÃO: 001

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Que implemente as medidas necessárias para inclusão nos editais de licitação de obras, critérios deaceitabilidade de preços unitários em consonância com a Lei N.º 8.666/93 e Lei de DiretrizesOrçamentárias, de modo a evitar a ocorrência de sobrepreços unitários nas contratações, semprejuízo da apuração de responsabilidades do fato ocorrido.

1.1.1.9 INFORMAÇÃO 011

Nos dias 27 e 28/09/2011, acompanhados do fiscal do contrato nº 21/2009 e representante daempresa executora das obras do Campus de Ponta Porã, realizamos inspeção visual de todo ocanteiro da obra e aferimos as dimensões e áreas internas de algumas instalações, onde constatamosque as metragens estavam compatíveis com o projeto executivo e com os registros do 16 Boletim deMedição.

No local de execução da obra constatamos a existência do Diário, com anotações atualizadas pelaempresa executora da Obra, no entanto no canteiro da obra não constava documentos relacionadosao Álvara de Construção ou de Execução, a ser emitido pelo órgão competente, no caso a PrefeituraMunicipal de Ponta Porã/MS.

As anotações de Responsabilidade Técnica – ART estavam arquivadas na sede da instituição emCampo Grande/MS e foram disponibilizados à equipe de auditoria para fins de análise.

Os registros fotográficos a seguir detalham o local de intervenção da obra:

.

a) frente da obra e bloco 1:

.

b) Bloco B-3 Ensino com dois andares - Salas de Aula:

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1.1.1.10 CONSTATAÇÃO 012

Atuação deficiente da fiscalização do Contrato nº 21/2009.

Quando do início da execução da obra houve a designação de apenas um servidor, ocupante docargo de engenheiro para acompanhar a execução do Contrato nº 21/2009. Posteriormente houve adesignação através da Portaria nº 254, de 28/10/2010, de uma comissão composta por 03 (três)servidores do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) para atuar como fiscais do Contratonº 21/2009. Embora a instituição tenha aumentado o corpo técnico para acompanhar a execução docontrato, que além da presente obra fiscalizam outras em andamento no Estado de Mato Grosso doSul, ficou evidenciado impropriedades e irregularidades na atuação destes fiscais.

Constatamos que a empresa executora dos serviços mantém livro específico para registros dasocorrências do canteiro de obras, denominado Diário de Obras, no entanto neste consta o registro deapenas uma fiscalização/vistoria realizada pelos servidores fiscais do Contrato nº 21/2009. O únicoregistro identificado no Diário de Obras ocorreu no dia 24/11/2010.

Não foram apresentados outros materiais, sejam livros de anotações de ocorrências, relatóriosimpressos e assinados, ou qualquer outra evidência formal de que as fiscalizações tenham sidoexecutadas ou eventuais alterações no projeto, falhas ou defeitos na execução tenham sidoobservados. Também não foi apresentada comprovação de que as alterações na execução do projetotenham sido registradas pelo (s) fiscal (is) do contrato e que tenha sido levado ao conhecimento dosdirigentes da instituição.

Observamos ainda que os boletins de medição não estavam assinados pelos servidores fiscais doContrato nº 21/2009, com o indicativo de que estes documentos eram produzidos pela executora daobra e seguiam direto para o setor de pagamento, sem qualquer interveniência, anotação ou ressalvapor parte dos fiscais. Também há inconsistências entre a quantidade de vistorias e o número demedições realizadas, pois conforme registro no Sistema SIMEC foram efetivadas até o presentemomento 08 (oito) vistorias, mas já foram emitidos 16 boletins de medição. A primeira vistoriaregistrada no Sistema SIMEC ocorreu no dia 13/08/2010, ou seja, após mais de 06 (seis) do inícioda obra, que conforme registro no Livro Diário de Obras, ocorreu em 08/02/2010, e já haviam sido

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apresentados 06 (seis) boletins de medição no valor de R$ 1.900.849,75 (27,51% do valor docontrato) e pagos R$ 1.434.720,78, mediante emissão de 06 ordens bancárias.

Destacamos a existência do Contrato nº 38/2010 firmado entre o Ministério da Educação e aempresa Paulo Gaiga Engenharia Ltda, no valor de R$ 3.323.500,00, tendo como objeto“Supervisão/monitoramento das obras financiadas com recursos do Ministério da Educação, nosestados de Mato Grosso do Sul e Paraná, redes federal, estadual, municipal, nas áreas da educaçãosuperior, educação profissional e tecnológica, ensino médio, ensino fundamental e educaçãoinfantil”. No decorrer a execução da obra do Campus de Ponta Porã/MS houve apenas uma vistoriaefetiva pela empresa contratada pelo Ministério da Educação, evidenciando portanto que osinstrumentos de fiscalização para a obra existiam, mas não foram atuantes.

CAUSA:

Não foi possível identificar as causas da deficiência na atuação dos servidores do IFMS comofiscais do contrato nº 21/2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

As irregularidades aqui apontadas foram levadas ao conhecimento do dirigente da instituição nodecorrer dos trabalhos de campo, através da Solicitação de Auditoria nº 20111845/004, de05/10/2011 (prazo de atendimento 06/10/2011), para que fossem apresentadas justificativas formais.As respostas apresentados como anexo ao Ofício nº 380/2011 de 20/10/2011 não puderam serconsideradas para fins de exame, pois não identificaram o responsável por sua elaboração.

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 para a presenteconstatação foram as seguintes:

“Ratificamos a respostas encaminhada pelo Ofício nº 380/2001 – Gabinete da Reitoria, 30 de

outubro de 2011.”

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Justificativas não acatadas. Não foram trazidos informações ou fatos novos à presente constatação.Conforme descrito anteriormente, no Ofício nº 380/11 – Gabinete da Reitoria de 20/10/2011,emitido pelo Reitor da IFMS, os documentos não estavam devidamente assinados com aidentificação do responsável pela sua emissão, razão pela qual não foram consideradas comoválidos para fins de análise.

RECOMENDAÇÃO: 001

Apurar as responsabilidades pelas falhas no acompanhamento da execução das obras do Contrato nº21/2009, aplicando as penalidades disciplinares previstas no artigo 127 da Lei n. 8112/1990, deacordo com a natureza e a gravidade das infrações disciplinares efetivamente praticadas.

RECOMENDAÇÃO: 002

Que a unidade planeje adequadamente as vistorias das obras em andamento com recursos doPrograma Expansão, inclusive a de implantação do campus de Ponta Porã, de maneira a garantirtodos os recursos (materiais, humanos e financeiros) necessários à verificação tempestiva daregularidade dos serviços executados e medidos pela contratada, bem como identificar eventuaisproblemas e alterações, adotando, nesses casos, as medidas corretivas que se fizerem necessárias.

RECOMENDAÇÃO: 003

Caso a unidade não disponha de pessoal suficiente e qualificado para o acompanhamento efiscalização da execução das obras do Programa Expansão, que lance mão da contratação deserviços terceirizados para dar apoio a essas atividades, em cumprimento ao disposto no art. 67 daLei nº 8.666/93.

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1.1.1.11 CONSTATAÇÃO 013

Informações registradas no Sistema SIMEC não correspondem à situação real da obra quanto aopercentual de execução da Obra do Campus de Ponta Porã/MS, ao valor do total da obra e aoacompanhamento da execução.

Para verificação da atualização das informações do sistema SIMEC (Sistema Integrado doMinistério da Educação) correspondente à execução da obra do Campus de Ponta Porã/MS,acessamos os dados no dia 15/09/2011 e obtivemos as seguintes informações na funçãoMonitoramento de Obras/Infraestrutura:

1) Relatório de Vistoria nº 08, de 01/09/2011, emitido pela fiscal do contrato matrícula nº 1818047,onde consta que a obra contratada por R$ 6.910.879,35 estaria com percentual de execução de78,85% do total pactuado. O valor apresentado não corresponde ao registrado nos boletins demedição, que totalizaram R$ 5.796.105,84 até o 16º Boletim de Medição. Tomando por base osvalores considerados até o 16º Boletim de Medição, o percentual de execução seria de 83,87%.

2) Dados a respeito das vistorias indicavam a execução de 08 (oito) vistoria por partes dos fiscais docontrato e de empresa supervisora terceirizada, inclusive com registro fotográfico.

3) Projeto arquitetônico e plantas baixas da obra;

4) Memorial Descritivo com especificações técnicas e caderno de encargos;

5) Termo de homologação do processo licitatório e Contrato nº 21/2009;

Constatamos que o somatório das Notas Fiscais já pagas, R$ 5.841.380,91 não corresponde aosserviços registrados até o 16º boletim de medição, há uma diferença de R$ 45.275,07, comindicativo de que houve . Existe ainda a questão dos serviços executados e não formalizados, que éo caso da alteração do tipo de fundação, que demonstra que o preço total da obra está defasado.

Examinados os documentos e informações apresentados pelo IFMS e constatamos que o acréscimode serviços ao Contrato nº 21/2009 sem a devida formalização legal poderá elevar o valorcontratado de R$ 6.910.879,35 para R$ 8.144.909,11, conforme descrito no 16º Boletim deMedição.

Os fatos apurados indicam que o IFMS reconhece e está ciente da necessidade dos termos aditivosno decorrer da execução do Contrato nº 21/2009, mas não adotou providências para suaformalização, restrigindo-se apenas a prorrogar o prazo para o término da obra. Portanto, temos que,se a Instituição tivesse legalizado os termos aditivos, até agora reconhecidos informalmente eregistrados no 16ª Boletim de Medição, teríamos a execução de 71,16% da Obra e não os 78,85%registrados no SIMEC.

CAUSA:

Identificamos como principal causa da situação ora verificada a ausência de tempestividade narealização do acompanhamento dos serviços executados e alimentação do sistema SIMEC, emespecial, com relação à ocorrência de outros fatos na execução do contrato, como medições epagamentos.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 foram as seguintes:

“Inicialmente, os lançamentos das obras do IFMS no SIMEC foram feitos pela UTFPR. Quando da

transferência dos procedimentos administrativos para o Instituto os dados já lançados foram

perdidos, sendo necessário novamente lança-los no SIMEC e, considerando as dificuldades que

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esse sistema apresenta, bem como a escassez de servidores, acarretou uma defasagem do início da

obra e diferença nas datas das medições. Com a nomeação de novos servidores, o IFMS pôde

designar um servidor específico para a manutenção das informações no SIMEC, além da

ampliação do quadro para fiscalização das obras.”

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Justificativas não acatadas pois os dados do SIMEC estavam desatualizados por ocasião dostrabalhos de campo, evidenciando portanto que não está sendo efetuado o correto registro eatualização dos dados do SIMEC.

RECOMENDAÇÃO: 001

Providenciar a atualização dos dados registrados no Sistema SISMEC.

RECOMENDAÇÃO: 002

Que a unidade passe a realizar a verificação tempestiva dos serviços executados e medidos pelacontratada e os registros no SIMEC, de modo que o referido sistema reflita com fidedignidade osestágios de execução da obra.

RECOMENDAÇÃO: 003

Caso a unidade não disponha de pessoal suficiente e qualificado para o acompanhamento efiscalização da execução das obras do Programa Expansão, que lance mão da contratação deserviços terceirizados para dar apoio a essas atividades, em cumprimento ao disposto no art. 67 daLei nº 8.666/93.

1.1.1.12 CONSTATAÇÃO 014

Informações sobre o acompanhamento da obra registrados no Sistema SIMEC divergem dosBoletins de Medição e dos registros do Sistema Siafi.

Na inspeção física da execução da obra constatamos que o andamento da obra estava compatívelcom os serviços registrados até o 16º Boletim de Medição, no entanto há inconsistências quanto aonúmero de vistorias formalmente registradas no Diário da obra , sendo que uma delas teria sidoefetivada por empresa supervisora contratada diretamente pelo Ministério da Educação para atuarnas obras dos Estados de Mato Grosso do Sul e Paraná.

No intuito de dirimir as dúvidas quanto a efetividade das inspeções registradas no Sistema SIMECconfrontamos as datas registradas naquele sistema com as informações do Siafi, onde sãoregistrados os pagamentos de diárias aos servidores da Instituição. Obtivemos como resultado aocorrência de outras divergências, conforme transcrito no quadro a seguir, e respectivodetalhamento:

Data

Vistoria

Data

Inclusão

SIMEC

Período

Abrangência

Vistoriador

(Mat. Siape)

% da

Obra

Registro

Diário

Obras

Confere

Siafi

13/08/2010 21/09/2010 Não

especificado.

Servidor da

IFMS

22,59% Não Sim

29/10/2010 04/11/2010 Não

especificado.

Servidor da

IFMS

40,42% Não Sim

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24/11/2010 13/12/2010 Não

especificado.

Servidor da

IFMS

46,32% Sim (1) Não (2)

14/12/2010 04/01/2011 Não

especificado.

Empresa

Supervidora

(3)

46,32% Não Não (4)

01/02/2011 21/02/2011 Não

especificado.

Servidor da

IFMS

53,88% Não Não (5)

25/04/2011 25/07/2011 Não

especificado.

Servidor da

IFMS

60,96% Não Não (6)

08/06/2011 30/06/2011 Não

especificado.

Servidor da

IFMS

70,87% Não Sim

01/09/2011 14/09/2011 Não

especificado.

Servidor da

IFMS 78,85% Não Sim

A seguir detalhamos as divergências anotadas no quadro acima:

(1) – A vistoria foi registrada no Livro Diário de Obras por uma servidora, no entanto no SistemaSIMEC consta que teria sido efetivada por outro servidor.

(2) – No sistema Siafi não consta o pagamento de diárias à determinada servidora, portanto oregistro no SIMEC quanto à vistoria de 24/11/2010 não corresponde à realidade;

(3) e (4)- No sistema SIMEC foi registrado que a vistoria foi efetivada por preposta da empresasupervisora, Contrato nº 38/2010 – Paulo Gaiga Engenharia Ltda., no dia 14/12/2011. No sistemaSiafi há o registro do pagamento de diárias a servidor da instituição, referente ao deslocamento nosdias 15 e 16/12/2011 à cidade de Ponta Porã/MS para acompanhar o fiscal do MEC, portanto háinconsistências quanto às datas;

(5) – No siafi não há registro de pagamento de diárias a determinado servidor, cujo nome consta noSIMEC. No Siafi consta o pagamento de diárias a outro servidor, também integrante da comissão defiscalização do contrato nº 21/2009.

(6) – No sistema Siafi não há o registro de nenhum pagamento de diárias que compreenda a data de25/04/2011 para os servidores que atuam como fiscal do Contrato nº 21/2009.

Diante das informações apuradas, com ocorrências de inconsistências nas datas registradas naquelesistema, aliado ao fato de que as vistorias não correspondem às datas e quantitativo de boletins demedição, concluímos que os registros da Obra do Campus Ponta Porã/MS no sistema SIMEC estãocomprometidos e não podem ser considerados como confiáveis para serem utilizados comoinstrumento gerencial de monitoramento das obras pelo Ministério da Educação (MEC).

CAUSA:

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Identificamos como principal causa da situação ora verificada a ausência de tempestividade narealização do acompanhamento dos serviços executados e alimentação do sistema SIMEC, emespecial, com relação à ocorrência de outros fatos na execução do contrato, como medições epagamentos.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 foram as seguintes:

“Inicialmente, os lançamentos das obras do IFMS no SIMEC foram feitos pela UTFPR. Quando da

transferência dos procedimentos administrativos para o Instituto os dados já lançados foram

perdidos, sendo necessário novamente lança-los no SIMEC e, considerando as dificuldades que

esse sistema apresenta, bem como a escassez de servidores, acarretou uma defasagem do início da

obra e diferença nas datas das medições. Com a nomeação de novos servidores, o IFMS pôde

designar um servidor específico para a manutenção das informações no SIMEC, além da

ampliação do quadro para fiscalização das obras.”

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Justificativas não acatadas. As alegações apresentadas foram as mesmas do item 1.1.1.11 retro(constatação nº 013), sequer houve manifestação a respeito das divergências das datas dos relatóriose os deslocamentos dos servidores.

RECOMENDAÇÃO: 001

Promover a correção das informações registradas no Sistema SIMEC.

RECOMENDAÇÃO: 002

Que a unidade passe a realizar a verificação tempestiva dos serviços executados e medidos pelacontratada e os registros no SIMEC, de modo que o referido sistema reflita com fidedignidade osestágios de execução da obra.

RECOMENDAÇÃO: 003

Caso a unidade não disponha de pessoal suficiente e qualificado para o acompanhamento efiscalização da execução das obras do Programa Expansão, que lance mão da contratação deserviços terceirizados para dar apoio a essas atividades, em cumprimento ao disposto no art. 67 daLei nº 8.666/93.

1.1.1.13 CONSTATAÇÃO 015

Ausência de Alvará para o início da execução da obra do Campus de Ponta Porã/MS.

Constatamos no local de execução da obra a inexistência de Álvara de Construção ou documentoequivalente, com aprovação do órgão municipal para início das obras. O referido documentotambém não constava da documentação arquivada na sede da instituição e disponibilizada à equipede auditoria.

A ausência da referida autorização além de constituir infração aos dispositivos do Município delocalização da obra poderá ensejar dificuldades na obtenção do “habite-se” quando do término daobra.

Em razão da ausência dos documentos autorizativos para o início da obra foi emitida a Solicitaçãode Auditoria nº 20111845/003 de 06/2011, que foi respondida em 21/10/2011, mediante emissão doOfício nº 382/2011 de 20/10/2011, ou seja, a instituição somente adotou providências quando dosquestionamentos da equipe de auditoria.

Conforme documento apresentado pela Prefeitura Municipal de Ponta Porã/MS, datado de

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21/10/2011, está sendo providenciado o Álvara de Construção em nome da instituição.

CAUSA:

Não foram identificadas as causas que levaram a instituição a dar início às obras sem autorização daPrefeitura Municipal de Ponta Porã/MS.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 foram as seguintes:

“Ratificamos nossa resposta encaminhada pelo Ofício nº 382/2011-Gabinete da Reitoria, 30 de

outubro de 2011, informamos que encaminharemos a essa Controladoria o Alvará da execução

assim que tivermos de posse do referido documento.”

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Justificativas parcialmente acatadas. Considerando que a entidade deu início ao procedimento deemissão do alvará, a impropriedade poderá ser considerada sanada quando do recebimento do alvaráemitido pela Prefeitura Municipal de Ponta Porã/MS.

RECOMENDAÇÃO: 001

Acompanhar a expedição do Alvará de construção das instalações do campus de Ponta Porã, quepossibilitará a obtenção do “habite-se” do imóvel.

RECOMENDAÇÃO: 002

Verificar a existência dos respectivos Alvarás de Construção dos campi de Aquidauana, Corumbá,Coxim e Três Lagoas, a fim de que não haja impedimentos para a obtenção do “habite-se” dessesimóveis.

1.1.1.14 CONSTATAÇÃO 016

Alterações na execução da obra, com ocorrência de pagamentos sem respaldo contratual.

Constatamos que no início da execução da obra foram identificadas falhas no projeto básico, emrazão da não realização dos serviços de sondagem na área de intervenção da obra. Os serviços deelaboração do projeto básico foram terceirizados, contratados pela Universidade Técnica Federal doParaná – UTFPR, que à época atuava como tutora do IFMS.

A empresa contratada para execução da obra, Poligonal Engenharia Ltda., identificou que o lençolfreático era raso e que por consequência não poderia ser executado o tipo de fundação previsto noprojeto básico. O serviço previsto para a fundação era de sapatas de fundação, mas segundo constanos boletins de medição foram implantadas estacas pré-moldadas cravadas (fundação profunda). Àépoca da alteração da fundação não há nenhuma comprovação de comunicação oficial entre aPoligonal Engenharia Ltda. e a contratante (IFMS), que tratem dos problemas identificados naexecução dos serviços.

A empresa executora da obra procedeu à alteração dos serviços de fundação sem que houvessequalquer respaldo contratual (formalização de termos aditivos ao contrato inicial). Registra-se aindaque para o acompanhamento da execução da obra já havia fiscal para o contrato formalmentedesignado, conforme Portaria nº 37, de janeiro de 2010, emitida pelo Reitor da UTFPR.

Até o presente trabalho, ocorreu a formalização de 03 (três) termos aditivos ao Contrato nº 21/2009,sendo que em nenhuma das ocasiões foram registradas as alterações do tipo de fundação. Oprimeiro termo aditivo ao contrato nº 21/2009 se deu em 12/03/2010, onde foi alterada apenas aCláusula Primeira, que tratada da mudança da razão social e CNPJ do contratante.

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O segundo termo aditivo foi formalizado em 03/01/2011 e teve alterada somente a cláusula sétima,que trata da vigência do contrato, que passou de 435 (quatrocentos e trinta e cinco) dias, a contar de11/01/2010, para 615 (seiscentos e quinze dias). Para justificar o segundo termo aditivo ao contratonº 21/2009 a empresa executora da obra enviou o Ofício nº 052/2010/LC de 30/11/2010, alegandoque os serviços de terraplenagem somente foram concluídos em 25/03/2010, quando foi constatadaa necessidade da alteração da fundação, que veio a ocorrer em 30/03/2010. Não há documentaçãocomprobatória da comunicação entre as partes (IFMS e contratada) em meados de março de 2010,quando da alteração do tipo de fundação, mas em 30/11/2010 a empresa utiliza-se do argumento daalteração da fundação para justificar a prorrogação do prazo de execução, sendo que nesta data osserviços da fundação já haviam sido executados e pagos, mas não formalizados contratualmente etambém não o fizeram no 2º Termo Aditivo ao contrato nº 21/2009.

Em 20/10/2010, o fiscal do contrato nº 21/2009 encaminhou o Memorando nº 007/2010/FISCALIZAÇÃO DE OBRAS à Procuradora Jurídica do IFMS, emitindo parecer FAVORÁVELao acréscimo de prazo ao contrato, pois os motivos apresentados acarretaram atraso no cronogramada execução do serviço. Em 28/12/2010 foi emitido Parecer nº 174/AGU/PF-IFMS, com opiniãofavorável à prorrogação da vigência do Contrato nº 21/2009. Em 29/12/2010 o Reitor da instituiçãoemite o Despacho nº 009/10 - Gabinete da Reitoria, deferindo o pedido de prorrogação da vigência edo prazo de execução do contrato nº 21/2009.

O terceiro termo aditivo ao contrato nº 21/2009 foi formalizado em 05/07/2011, no qual foiestipulado como prazo de vigência do contrato a data de 16/12/2011.

Verifica-se, portanto, que embora a instituição tenha formalizado três termos aditivos, não houve apreocupação em se adequar os valores da execução do contrato, muito embora os serviços dafundação alterados tenham sido descritos nos boletins de medição e pagos pela instituiçãocontratante.

As alterações ocorridas também não decorrem de situações imprevisíveis, pois o problema do lençolfreático no início da obra poderia ter sido identificado se houvesse um adequado projeto básico,inclusive com estudo prévio de sondagem do solo, pois o local da execução é margeado por umpequeno lago, portanto previsível.

O fato identificado enquadra-se nas situações rechaçadas pelo Tribunal de Contas da União, queconsidera indevida a alteração de contratos de obras públicas com a finalidade exclusiva de corrigirerros no projeto que serviu de base à licitação e que se revelou incompleto, defeituoso ou obsoleto,devendo o fato acarretar, nos termos do art. 7º, parágrafo 6º, da Lei 8.666/1993, a nulidade docontrato, a consequente realização de nova licitação, após refeitura do projeto, e a apuração deresponsabilidades. (item 5 do Voto do Ministro Relator do Acórdão TCU nº 353/07 - Plenário).

Através da Solicitação de Auditoria nº 201111845/003 de 04/10/2011 solicitamos justificativas àinstituição sobre as alterações sem respaldo contratual, bem como informação sobre o responsávelpela autorização formal dos serviços estruturais da fundação, vez que dentre os documentosapresentados não constava qualquer justificativa amparada por laudo técnico.

Como resposta foram apresentados os Ofícios nº 382/11, de 20/10/2011, e nº 393/11, de 28/10/2011,ambos do Gabinete da Reitoria do IFMS, no qual o dirigente encaminha documentos que seriam asrespostas elaboradas por técnicos do IFMS e da UTFPR, sem identificá-los. Os documentosapresentados não estavam devidamente assinados com a identificação do responsável pela suaemissão, razão pela qual não foram considerados como válidos para fins de análise.

A não apresentação dos documentos e das informações requisitadas pela equipe de auditoriacaracterizam descumprimento ao disposto no artigo 26 da Lei nº 10.180/2001:

“Art. 26. Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado aos servidores dosSistemas de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, no exercíciodas atribuições inerentes às atividades de registros contábeis, de auditoria, fiscalização e avaliaçãode gestão.”

CAUSA:

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As causas podem estar relacionados à deficiência na atuação dos servidores do IFMS como fiscaisdo contrato nº 21/2009.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre asprincipais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 foram as seguintes:

“Ratificamos nossa resposta encaminhada pelo Ofício nº 380/2011 – Gabinete da Reitoria, de

30/10/2011.”

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Justificativas não acatadas. Não foram apresentados informações ou fatos novos que influenciam naconstatação registrada. Registramos que as justificativas em campo, especificamente para estaconstatação, foram encaminhadas através do Ofício nº 382/11 – Gabinete da Reitoria, de 20/10/2011e não pelo Ofício nº 380/2011 – Gabinete da Reitoria, de 20/10/2011. Cabe o registro que osdocumentos apresentados não estavam devidamente assinados com a identificação do responsávelpela sua emissão, razão pela qual não foram considerados como válidos para fins de análise.

RECOMENDAÇÃO: 001

Que a unidade proceda à nova vistoria na obra, de maneira a verificar a regularidade dos serviçosexecutados e já pagos e identificar a existência de eventuais problemas e alterações, adotando, nestecaso, as medidas corretivas que se fizerem necessárias (formalização do devido termo aditivo), semprejuízo da apuração de responsabilidades.

RECOMENDAÇÃO: 002

Caso a unidade não disponha de pessoal suficiente e qualificado para o acompanhamento efiscalização da execução das obras do Programa Expansão, em razão do que foi apresentado nesterelatório, que lance mão da contratação de serviços terceirizados para dar apoio a essas atividades,em cumprimento ao disposto no art. 67 da Lei nº 8.666/93 e pela existência do Contrato nº 38/2010,firmado entre o Ministério da Educação e a empresa Paulo Gaiga Engenharia Ltda.

1.1.1.15 CONSTATAÇÃO 017

Pagamentos dos serviços sem o ateste dos Boletins de Medição pelos fiscais do contrato nº 21/2009.

Constatamos que até a data da inspeção física, 27/09/2011, foram efetuados 16 (dezesseis)pagamentos à empresa executora da Obra. Não há qualquer comprovação documental de que osboletins de medição tenham sido avaliados pelos fiscais do Contrato nº 21/2009. Os boletins estãoassinados tão somente pelo representante da empresa contratada. Além do que, os períodos deabrangência dos boletins de medição não correspondem às datas em que teriam ocorrido as vistoriasdos fiscais do Contrato nº 21/2009 e que foram registradas no Sistema SIMEC.

No Livro Diário de anotações sobre a obra também não há qualquer referência à atuação dos fiscaisno tocante à preparação ou mesmo avaliação dos boletins de medição.

Os pagamentos efetuados à empresa construtora estão discriminados no quadro a seguir:

Medição DataMedição

Periodo Abrangência ValorMedição

NF NF Valor Data NF

1 Não consta 11/01/2010 a 11/02/2010 45551,44 9 45551,44 04/03/10

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2 Não consta Não consta 630405,86 20 630405,86 20/04/10

3 Não consta 11/04/2010 a 11/05/2010 222697,00 35 222697 21/05/10

4 Não consta 11/05/2010 a 11/06/2010 276940,92 42 276940,92 23/06/10

5 Não consta 11/06/2010 a 11/07/2010 392555,77 50 392555,77 23/07/10

6 Não consta 11/07/2010 a 11/08/2010 332698,76 55 332698,76 17/08/10

7 Não consta 11/08/2010 a 11/09/2010 426948,06 65 426948,06 21/09/10

8 Não consta 11/09/2010 a 11/10/2010 483222,72 75 483222,72 22/10/10

9 Não consta 11/10/2010 a 11/11/2010 584924,39 84 584924,39 23/11/10

10 Não consta 11/11/2010 a 11/12/2010 453765,24 95 453765,24 17/12/10

11 Não consta 11/12/2010 a 11/01/2011 404821,25 103 404821,25 20/01/11

12 Não consta 11/01/2011 a 11/02/2011 279676,90 118 279676,9 23/02/11

13 Não consta 11/02/2011 a 11/03/2011 429120,15 135 429120,15 24/03/11

14 Não consta 11/03/2011 a 11/04/2011 364814,78 153 364814,78 28/04/11

15 Não consta 11/04/2011 a 11/05/2011 210505,63 178 210505,63 31/05/11

16 Não consta 11/05/2011 a 11/06/2011 302732,04 188 302732,04 30/06/11

CAUSA:

A fragilidade nos controles internos da instituição é a principal causa para a ocorrência dospagamentos sem a devida comparação entre os serviços efetivamente realizados e os serviçosmedidos pela contratada, tanto quantitativa como qualitativamente.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA:

Após a conclusão dos trabalhos de campo os gestores foram instados a manifestar-se sobre as

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principais constatações por intermédio da Solicitação de Auditoria Final. As justificativasapresentadas através do Ofício nº 486/11 – Gabinete da Reitoria de 16/12/2011 foram as seguintes:

“Já estão sendo tomadas as providências necessárias para que esse fato não mais ocorra.”

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO:

Justificativas não acatadas. Não foram apresentados informações ou fatos novos que influenciem naconstatação registrada.

RECOMENDAÇÃO: 001

Que a unidade planeje adequadamente as vistorias das obras em andamento com recursos doPrograma Expansão, inclusive a de implantação do campus de Ponta Porã/MS, de maneira a garantirtodos os recursos (materiais, humanos e financeiros) necessários à verificação tempestiva daregularidade dos serviços executados e medidos pela contratada, bem como identificar eventuaisproblemas e alterações, adotando, previamente ao ateste das notas fiscais, as medidas corretivas quese fizerem necessárias, sem prejuízo da apuração de responsabilidades.

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Caso a unidade não disponha de pessoal suficiente e qualificado para o acompanhamento efiscalização da execução das obras do Programa Expansão, que lance mão da contratação deserviços terceirizados para dar apoio a essas atividades, em cumprimento ao disposto no art. 67 daLei nº 8.666/93.

III - CONCLUSÃO

Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar medidascorretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens 1.1.1.2 a 1.1.1.4, 1.1.1.6, 1.1.1.8 e1.1.1.10 a 1.1.1.15 deste relatório.

Campo Grande/MS, 03/08/2016.Brasília/DF, 03/08/2016.

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